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Mdulo Departamento de Pessoal

Sindicato das Empresas de Servios Contbeis e das Empresas de Assessoramento, Percias, Informaes Informaes e Pesquisas no Estado do Paran

sescap-pr@[email protected]

Mdulos: Mdulos Departamento de pessoal; Escrita Fiscal; Escrita Contbil; Constituio e Legalizao de Empresas.

Venha fazer o prximo mdulo!

Departamento de Pessoal/Projeto Formao na Prtica

SUMRIO

1. DEPARTAMENTO DE PESSOAL ............................................................... 07 2. RECRUTAMENTO E SELEO DE PESSOAL ......................................... 08 3. LEGISLAAO TRABALHISTA ................................................................... 09 4. CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, DE 05/10/1988. ...................................................................................................... 09 5. CONSOLIDAO DAS LEIS DO TRABALHO CLT ................................ 10 6. RELAO DE LEIS QUE TRATAM DOS DIREITOS DOS

TRABALHADORES ......................................................................................... 11 7. CONVENES E ACORDOS COLETIVOS................................................ 13 8. ADMISSO/CONTRATOS E OUTRAS FORMAS DE CONTRATAO ... 16 9. CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO OU DETERMINADO: ........ 16 10. CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO: ........................................ 17 11. CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO: ............................................ 17 12. CONTRATO TEMPORRIO ..................................................................... 18 13. RURAL ....................................................................................................... 21 14. AUTNOMO .............................................................................................. 22 15. CONTRATO DE EXPERINCIA ............................................................ 23

16. MENOR APRENDIZ ................................................................................... 24 17. TRABALHADOR MENOR ......................................................................... 28

18. CONTRATAO DE DEFICIENTE FSICO .............................................. 31 19. CONTRATAO DE DEFICIENTE MENTAL ........................................... 32 20. CONTRATAO DE APOSENTADO ....................................................... 33 21. ESTAGIRIOS ........................................................................................... 35 22. ADMISSO DE PESSOAL ........................................................................ 37 23. PROCEDIMENTOS PARA ADMISSO .................................................... 38 24. DOCUMENTOS DE PREENCHIMENTO OBRIGATRIO DA EMPRESA. ......................................................................................................................... 41 25. JORNADA DE TRABALHO ....................................................................... 44 26. BANCO DE HORAS .................................................................................. 46 27. ADMINISTRAO DE CARGOS E SALRIOS ....................................... 49 28. HORAS EXTRAS ....................................................................................... 53 29. HORAS EXTRAS LIMITAO .............................................................. 56 30. FOLHA DE PAGAMENTO E SEUS MOVIMENTOS ................................. 57 31. DCIMO TERCEIRO SALRIO GRATIFICAO NATALINA .............. 65 32. FRIAS ...................................................................................................... 67 33. SALRIO IN NATURA.............................................................................. 70 34. CONTRIBUIES SINDICAIS .................................................................. 72 35. SALRIO MATERNIDADE ........................................................................ 73 36. SALRIO-FAMILIA.................................................................................... 75 37. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE IRRF ................................. 76 38. CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA INSS............................................ 78 39. ENCARGOS DA EMPRESA PREVIDNCIA SOCIAL .............................. 85 40. EMPRESAS DO SISTEMA SIMPLES ....................................................... 90 41. RETENO INSS SOBRE NOTA FISCAL ............................................... 90

42. FGTS .......................................................................................................... 92 43. HIPTESES DE SAQUE DO FGTS (ART. 20): ........................................ 93 44. PIS/PASEP - FOLHA DE SALRIOS ....................................................... 96 45. AVISO PRVIO........................................................................................ 103 46. RESCISO CONTRATUAL DE TRABALHO .......................................... 110 47. CLCULO DE VERBAS RESCISRIAS ................................................ 113 48. NOVAS REGRAS PARA AS RESCISES EM GERAL.......................... 122 49. SEGURO DESEMPREGO ....................................................................... 122 50. CONECTIVIDADE SOCIAL ..................................................................... 126 51. HOMOLOGNET ....................................................................................... 132 52. PARCELA SALARIAL DISSIMULADA ................................................... 134 53. SEFIP/GRF .............................................................................................. 135 54. GRRF ....................................................................................................... 137 55. PRINCPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE........................................... 138 56. NORMAS REGULAMENTADORAS ........................................................ 138 57. INSPEO PRVIA ................................................................................ 141 58. PPRA - PROGRAMA DE PREVENO DE RISCOS AMBIENTAIS ..... 142 59. PCMSO PROGRAMA DE CONTROLE MDICO DE SADE

OCUPACIONAL ............................................................................................. 143 60. CIPA - COMISSO INTERNA DE PREVENO DE ACIDENTES ........ 143 61. OBRIGAES ACESSORIAS ....................................................... 144

61.1 RAIS - RELAO ANUAL DE INFORMAES SOCIAIS ................... 144 61.2 CAGED - CADASTRO GERAL DE ADMITIDOS E DEMITIDOS .......... 145 61.3 DIRF DECALARAO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE ....................................................................................................................... 146

62. TABELAS AUXILIARES .......................................................................... 150 63. SMULAS ................................................................................................ 169 64. SMULA VINCULANTE .......................................................................... 169 65. JURISPRUDNCIAS ............................................................................... 170 66. SMULAS DA JURISPRUDNCIA UNIFORME DO TRIBUNAL

SUPERIOR DO TRABALHO ......................................................................... 171

1. DEPARTAMENTO DE PESSOAL

Conceito O Departamento de Pessoal a unidade de execuo vinculada ao departamento de recursos humanos incumbida da administrao do cadastro e da folha de pagamento do pessoal. competncia do DP a execuo das seguintes atividades: admisso, atualizao cadastral, desligamentos,

concesso de licenas, de afastamentos, frias e outros. Fechamento da folha, emisso de impostos e obrigaes acessrias (RAIS, CAGED e DIRF). Orientao trabalhista aos clientes.

Objetivo O objetivo deste curso fornecer aos participantes um roteiro bsico de procedimentos quanto ao relacionamento da Empresa para com seus Empregados, Autnomos e demais Colaboradores, bem como estabelecer uma forma organizada de relacionamento entre a Empresa, escritrios e a rea Trabalhista. Procuramos ainda contemplar assuntos e situaes mais comuns existentes nesta rea, que possam gerar dvidas quanto a sua aplicao e interpretao.

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2. RECRUTAMENTO E SELEO DE PESSOAL

A principal atividade do recrutamento procurar, localizar, atrair e motivar candidatos, com potencial (qualificao) necessrio e suficiente para ocupar os cargos vagos, ou a vagar, na estrutura de recursos humanos da empresa. O recrutamento uma atividade contnua, devendo ficar ativo mesmo quando no existam vagas para preencher, mantendo contato com as vrias fontes de suprimento de pessoal.

Processo de Recrutamento O recrutamento processado em fases: 1. Anlise das necessidades de pessoal verificar as causas da rotatividade; 2. Anlise do mercado de trabalho dentre outros, nveis salariais; 3. Atrao dos candidatos; 4. Atendimento dos candidatos deve ser simples, rpido e eficiente; 5. Triagem inicial; 6. Pr-seleo e encaminhamento do candidato.

Fontes de Recrutamento Diversas so as fontes de recrutamento, como: 1. Mercado de trabalho disponvel, formado pelo pessoal que est desempregado; 2. Mercado de trabalho prprio, formado pelo pessoal da prpria empresa;

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3. Escolas tcnicas e universidades, formado pelo pessoal que se encontra em fase de formao profissional, preparando-se pra ingressar nas diversas atividades (Faculdades, Senac, Sesi e empresa de RH).

Seleo O objetivo da seleo de escolher a pessoa certa para o lugar certo.

3. LEGISLAAO TRABALHISTA

A legislao trabalhista sofre alteraes constantes, sendo extremamente importante verificarem a ltima verso que trata do direito especfico do trabalhador, evitando dessa forma a aplicao da lei antiga.

4. CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, DE 05/10/1988.

Instituir um Estado Democrtico, destinado a assegurar o exerccio dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurana, o bem-estar, o

desenvolvimento, a igualdade e a justia como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a soluo pacfica das controvrsias, promulgamos, a seguinte CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

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5. CONSOLIDAO DAS LEIS DO TRABALHO CLT

A CLT surgiu pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 01 de maio de 1943, sancionada pelo ento presidente Getlio Vargas, unificando toda legislao trabalhista existente no Brasil. Seu principal objetivo a regulamentao das relaes individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. A CLT o resultado de 13 anos de trabalho desde o incio do Estado Novo at 1943 - de destacados juristas, que se empenharam em criar uma legislao trabalhista que atendesse necessidade de proteo do trabalhador, dentro de um contexto de "estado

regulamentador". A Consolidao das Leis do Trabalho, cuja sigla CLT, regulamenta as relaes trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural. Desde sua publicao j sofreu vrias alteraes, visando adaptar o texto s nuances da modernidade. Apesar disso, ela continua sendo o principal instrumento para regulamentar as relaes de trabalho e proteger os trabalhadores. Seus principais assuntos so: Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho Jornada de Trabalho Perodo de Descanso Frias Medicina do Trabalho Categorias Especiais de Trabalhadores Proteo do Trabalho da Mulher Contratos Individuais de Trabalho

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Organizao Sindical Convenes Coletivas Fiscalizao Justia do Trabalho e Processo Trabalhista

Apesar das crticas que vem sofrendo, a CLT cumpre seu papel, especialmente na proteo dos direitos do trabalhador. Entretanto, pelos seus aspectos burocrticos e excessivamente regulamentador, carece de uma atualizao, especialmente para simplificao de normas aplicveis a pequenas e mdias empresas.

6.

RELAO

DE

LEIS

QUE

TRATAM

DOS

DIREITOS

DOS

TRABALHADORES

DIREITO Aeronauta Aeronauta Ascensoristas Assistncia Judiciria Atleta Prof. de Futebol Contrato de Trabalho a Prazo Determinado Contrato de Trabalho a Prazo Determinado Dcimo Terceiro Salrio Dcimo Terceiro Salrio Dcimo Terceiro Salrio

LEGISLAAO Lei Decretos Lei Lei Lei Lei Decretos Lei Lei Decretos

NUMERO 7.183/1984 1.232/1962 3.270/1957 1.060/1950 6.354/1976 9.601/1998 2.490/1998 4.090/1962 4.749/1965 57.155/1965

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Dissdios Coletivos Domstico Domstico Domstico Empregados de Condomnios Engenheiros Entidades Sindicais Estagirio Estagirio Estagirio Execuo de Obra Certa Feriados FGTS FGTS Funcionrio Pblico Greve Mdicos Multas Msicos Participao nos Lucros e Resultados Processo do Trabalho Prog. de Alimentao do Trabalhador PAT Prog. de Alimentao do Trabalhador PAT Repouso Semanal Remunerado - DSR

Lei Lei Decretos Decretos Lei Lei Lei Lei anterior Dec. anterior Lei atual Lei Lei Lei Decretos Lei Lei Lei Lei Lei Lei Lei Lei Decretos Lei

4.725/1965 5.859/1972 71.855/1976 3.361/2000 2.757/1956 4.950 A/1966 7.316/1985 Lei atual 87.497/1982 11.788/2008 2.959/1956 9.093/1995 8.036/1990 99.684/1990 9.962/2000 7.783/1989 3.999/1961 7.855/1989 3.857/1960 10.101/2000 5.584/1970 6.321/1976 5/1991 605/1949

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Repouso Semanal Remunerado - DSR Secretria Segurana Seguro Desemprego Trabalhador Rural Trabalhador Rural Trabalhador Temporrio Trabalhador Temporrio Trabalho Noturno Trabalho Porturio Trabalho Voluntrio Transf. do Trabalhador para o Exterior Vale Transporte Vale Transporte Vendedores e Viajantes

Decretos Lei Lei Lei Lei Decretos Lei Decretos Decretos Lei Lei Lei Lei Decretos Lei

27.048/1949 7.377/1985 7.102/1983 7.998/1990 5.889/1973 73.626/1974 6.019/1974 6.019/1974 546/1969 9.719/1998 9.608/1998 7.064/1982 7.418/1985 95.247/1987 3.207/1957

7. CONVENES E ACORDOS COLETIVOS

Os conflitos trabalhistas no se solucionam apenas atravs da atuao do Estado, pois existem meios autnomos de resolv-los, so eles as convenes e acordos coletivos; que so formas de negociao. O Acordo Coletivo de Trabalho um ato jurdico celebrado entre uma entidade sindical laboral e uma ou mais empresa (s) correspondentes, no qual se estabelecem regras na relao trabalhista existente entre ambas as partes.

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Diferentemente da Conveno Coletiva de Trabalho, o Acordo Coletivo de Trabalho restrito apenas a empresas(s) acordantes e seus empregados, enquanto na primeira, as regras valem para toda a categoria abrangida pelos sindicatos de trabalhadores e sindicatos de empregadores. Objeto da negociao: Por meio do ACT, podem ser negociadas clusulas de natureza econmica e social, que versam, por exemplo, sobre reajuste de salrio, valor do adicional de horas extras, durao da jornada de trabalho e estabilidades temporrias. No permitida a supresso de direitos garantidos na legislao. Negociao coletiva compreende todas as negociaes que tenham de um lado o empregador, um grupo de empregados ou uma organizao, ou vrias organizaes de empregados e do outro lado, uma ou vrias organizaes de trabalhadores, com o objetivo: a) fixar as condies de trabalho e emprego; b) regular as relaes entre empregadores e trabalhadores e c) regular as relaes entre empregadores ou suas organizaes e uma ou vrias organizaes de trabalhadores ou alcanar todos estes objetivos de uma s vez. De acordo com o artigo 616 da CLT, os sindicatos das categorias econmicas ou profissionais e as empresas, mesmo as que no tenham representao sindical, no podero recusar-se negociao coletiva. Conveno coletiva acordo de carter normativo, entre um ou mais sindicatos de empregadores, definindo as condies de trabalho que vo atuar sobre todos os trabalhadores dessas empresas, sendo que sua aplicao, categoria, independe ou no do trabalhador ser scio ou no do sindicato. J o

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acordo coletivo um pacto entre uma ou mais empresas com o sindicato de uma categoria profissional, onde so estabelecidas condies de trabalho, aplicveis a essas empresas ( 1 do artigo 611 da CLT ). A conveno coletiva deve ser necessariamente escrita, no podendo de forma alguma ser feita verbalmente, como ocorre no contrato de trabalho, pois isso dificultaria a sua aplicao e o seu entendimento. No pode ocorrer rasuras e emendas, tendo que ser feita em tantas vias quanto forem necessrias ao nmero de partes convenientes, e mais uma que ser destinada ao registro ( nico do artigo 613 da CLT ). O prazo mximo de validade das convenes e acordos coletivos de 2 anos ( 3, do artigo 614 da CLT). Para que tenha validade a norma coletiva ter que ser precedida de assemblia geral no sindicato, sendo esta especialmente convocada para essa finalidade, de acordo com as determinaes de seus estatutos. As convenes e os acordos contm: 1) designao dos sindicatos convenientes ou dos sindicatos e empresas Acordantes; 2) prazo de vigncia; 3) categorias ou classes de trabalhadores abrangidas por suas normas; 4) condies ajustadas para reger as relaes individuais de trabalho durante sua vigncia; 5) normas para a conciliao das divergncias surgidas entre os convenentes por motivos da aplicao de seus dispositivos; 6) disposies sobre o processo de sua prorrogao e de reviso total ou parcial de seus preceitos;

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7) direitos e deveres dos empregados e suas empresas; 8) penalidades para os sindicatos convenentes, os empregados e as empresas em caso de violao de suas prescries.

8. ADMISSO/CONTRATOS E OUTRAS FORMAS DE CONTRATAO

A empresa de direito privado regido pela CLT (Consolidao das Leis do Trabalho), ao admitir um empregado, dever registr-lo imediatamente no livro, na ficha ou no sistema eletrnico e em Carteira Profissional de Trabalho. Porm, na contratao alguns cuidados devem ser tomados para que se cumpra a legislao pertinente que podem trazer as seguintes situaes: OBS: O exame mdico admissional dever ser solicitado ao empregado antes do inicio ao trabalho.

9. CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO OU DETERMINADO:

DETERMINADO OU INDETERMINAD

A prestao de servio realizada pelo empregado, atravs do contrato individual de trabalho, pode ser condicionada por tempo determinado ou indeterminado, art. 443 da CLT.

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10. CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO:

Na relao de trabalho o contrato indeterminado uma figura predominante entre as outras modalidades de contrato, tem data de incio certa, porm sem prazo fixo para o trmino. Quando se inicia aps um contrato determinado necessrio constituir outro como indeterminado. Exceo no contrato de experincia, ao qual possvel dispor de uma clusula no contrato mencionando que aps o prazo, se nenhuma parte se manifestar em contrrio, passar a ser indeterminada, proposta de clusula: Ao trmino do prazo pactuado e permanecendo o empregado no desempenho de suas atribuies, transformarem-se a o presente contrato em prazo indeterminado, com plena vigncia de todas as demais disposies contratuais.

Se aps o trmino de um contrato a prazo determinado, incluindo o de experincia, o empregado for contratado novamente num perodo de 6 (seis) meses, o novo contrato ser caracterizado como indeterminado, salvo se o trmino ocorreu em razo da execuo de servios especializados ou a realizao de certos acontecimentos, art. 452 da CLT.

11. CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO:

Em determinadas circunstancias, a empresa pode contratar empregados com prazo determinado. Esse prazo no pode ser superior a dois anos. 17

O artigo 445 da Consolidao das Leis de Trabalho (CLT) estabelece que o contrato de trabalho por prazo determinado no poder ser estipulado por mais de dois anos. Por sua vez, o artigo 451 evidencia que este tipo de contrato caso seja prorrogado mais de uma vez passar a vigorar sem determinao de prazo. Quando ocorrer a resciso sem justa causa nos contratos por prazo determinado, os artigos 479 e 480 da CLT asseguram que se a resciso for de iniciativa do empregador, esta, dever pagar ao empregado metade do valor que seria devido caso ele trabalhasse at o final do contrato. Caso a resciso seja de iniciativa do empregado, considerando-se as mesmas condies, ele dever seja de iniciativa do empregado, considerando-se as mesmas condies, ele dever indenizar ao empregador, pelos prejuzos advindos da resciso, como se estivesse sendo dispensado Porm, o artigo 481a CLT prev que se no contrato estiver inclusa clusula permitindo a resciso antecipada, os valores rescisrios sero calculados como se o contrato fosse por prazo indeterminado, pagando apenas o aviso prvio, que entregar o tempo de servio para os clculos dos valores de resciso.

12. CONTRATO TEMPORRIO

Trabalho temporrio aquele prestado por pessoa fsica a uma empresa, para atender a necessidade transitria de substituio pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servios.

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Temporrio Considera-se trabalhador temporrio aquele contratado por empresa de trabalho temporrio, para prestao de servio destinado a atender a necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de tarefas de outra empresa.

Agenciador Agenciador poder ser uma pessoa fsica ou jurdica, de natureza urbana, que firmar contrato civil com a empresa contratante.

Objeto do Contrato Dever o agenciador disponibilizar pessoal temporrio, atravs de contrato a prazo determinado com o trabalhador.

Local de Trabalho As atividades podero ser desempenhadas nas dependncias da contratante ou local diverso, se assim ajustado entre as partes.

Jornada de Trabalho A durao normal do trabalho para os trabalhadores temporrios de, no mximo, 08 (oito) horas dirias, salvo disposies legais especficas concernentes a peculiaridades profissionais, como por exemplo, mdico, advogado, bancrio, etc. A durao normal do trabalho pode ser acrescida de horas extras, em nmero no excedente de 02 (duas), mediante acordo escrito entre a empresa de

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trabalho temporrio e o trabalhador temporrio, sendo a remunerao dessas horas acrescida de, pelo menos, 50% (cinqenta por cento) em relao ao salrio normal, bem como o descanso semanal remunerado.

Registro O trabalhador temporrio tem seu registro garantido na Carteira de Trabalho e Previdncia Social, disposto nas folhas de anotaes gerais, devendo ser seguido de contrato de trabalho escrito entre as partes. No a relao de trabalho temporrio contemplado com o contrato verbal.

Proibio O agenciador no pode cobrar nenhuma forma de taxa do trabalhador temporrio, sob pena de perder seu registro no Ministrio do Trabalho e Emprego. nula de pleno direito qualquer clusula proibitiva da contratao do trabalhador da empresa tomadora de servio ou cliente.

Direitos A) remunerao equivalente percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada base horria, garantido, em qualquer hiptese, o salrio mnimo; B) pagamento de frias proporcionais, em caso de dispensa sem justa causa ou trmino normal do contrato temporrio de trabalho, calculado na base de 1/12 (um doze avos) do ltimo salrio percebido, por ms trabalhado,

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considerando-se como ms completo a frao igual ou superior a 15 (quinze) dias: C) indenizao do tempo de servio em caso de dispensa sem justa causa, resciso do contrato por justa causa do trabalhador ou trmino normal do contrato de trabalho temporrio, calculada na base de 1/12 (um doze avos) do ltimo salrio percebido, por ms de servio, considerando-se como ms completo a frao igual ou superior a 15 (quinze) dias; D) benefcios e servios da previdncia social; E) seguro de acidentes de trabalho, nos termos da Lei n 5.316, de 14 de setembro de 1967.

13. RURAL

Definio Empregador Rural Considera-se empregador rural, para os efeitos desta lei, a pessoa fsica ou jurdica, proprietrio ou no, que explore atividade agro econmica, em carter permanente ou temporrio, diretamente ou atravs de prepostos e com auxlio de empregados. Equipara-se ao empregador rural, a pessoa fsica ou jurdica que, habitualmente, em carter profissional e por conta de terceiros, execute servios de natureza agrria, mediante utilizao do trabalho de outrem.

Atividade Noturna Considera-se trabalho noturno, remunerada com 25%:

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A) entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura; B) entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuria;

Descontos A) at o limite de 20% pela ocupao da morada, dividida pela quantidade de moradores empregados; B) at 25% pelo fornecimento de alimentao sadia e farta, atendidos os preos vigentes na regio;

Nota: I) A moradia dever ser desocupada at 30 dias aps o trmino do contrato de trabalho; II) Os descontos devem ser previamente autorizados.

Aviso Prvio Durante o prazo do aviso prvio, se a resciso tiver sido promovida pelo empregador, o empregado rural ter direito a 01 (um) dia por semana, sem prejuzo do salrio integral, para procurar outro emprego.

14. AUTNOMO

Autnomo uma figura da relao de trabalho que desenvolve suas atividades de forma independente, assumindo os riscos econmicos e pessoais de sua funo. 22

Nada impede que suas funes sejam exercidas no mbito urbano ou rural, mas elas no so subordinadas a nenhum tomador de servio. A subordinao aqui tratada aquela que sujeita o trabalhador s ordens e obedincia do tomador de servio. O tomador de servio pode ser pessoa jurdica de Direito Privado, rgo pblico, direto ou indireto, pessoa fsica, instituio sem fins lucrativos, cooperativas, etc. Pode o autnomo exercer sua atividade de forma exclusiva ou no. Somente pessoa fsica autnoma, no inclui pessoa jurdica ou outra natureza. A relao de trabalho pode se firmar atravs de contrato civil. Mais atualmente, o Cdigo Civil a partir do art. 593 regulamenta o contrato de prestao de servio. Vale ainda a contratao escrita ou verbal. Devemos admitir claramente que no existe previso legal do trabalho autnomo na Consolidao das Leis do Trabalho. Sua forma de retribuio pelo servio prestado se d por honorrios, bem como na forma e perodo previamente contratado, podendo utilizar-se de contrato de prestao de servios, nos termos do art. 593 e seguintes do Cdigo Civil.

15. CONTRATO DE EXPERINCIA

O pargrafo nico do artigo 445 da CLT permite-se a celebrao do contrato de experincia com prazo mximo de 90 dias, pode celebrar contrato por perodo menor, e a prorrogao ser permitida uma nica vez, desde que no ultrapasse o prazo acima mencionado.

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importante observar que quando se tratar de menor de 18 anos recomendase a assinatura do pai ou da me. Este contrato tem por objetivo dar condies conhecimento mtuo entre as partes contratantes. O empregador necessita de certificar-se do desempenho funcional, social, moral e tcnico dentre outros; do outro, o funcionrio deve avaliar as condies de trabalho e o ambiente que lhe sero oferecidas na empresa, para que ento decida pela continuidade ou no no emprego.

16. APRENDIZ

A preocupao em garantir ao menor trabalho sem risco ao seu desenvolvimento foi abraada pelo Brasil como causa a ser seguida. Pas com franca atividade na agricultura, onde a mo de obra do menor sempre foi explorada - e ainda , e muito visou a legislao brasileira tutelar as condies mnima de segurana e exigncia do trabalhador menor. No mbito nacional temos seu ponto mais acentuado na Constituio Federal de 1934, quando definiu critrios bsicos de proteo, tais como:

A) Proibio ao trabalhador menor de 14 anos; B) Proibio ao trabalhador menor de 16 anos no perodo noturno; C) Proibio ao trabalhador menor de 18 anos em atividades insalubres.

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No podemos deixar de registrar que nessa poca 1934 no existia a atual Consolidao das Leis Trabalhistas CLT, a qual foi promulgada em 1943, onde se utilizavam os volumes das leis esparsas existentes. As demais Constituies 1937, 1946 e 1967 tambm deram tratamento diferenciado ao menor, garantindo o princpio da proteo, mas em especial a Constituio de 1988 art. 7 Inciso XXXIII e art. 227 3 Inciso I e o Estatuto da Criana e do Adolescente - Lei 8.069/90, as quais se encontram em vigor, foram determinantes s novas interpretaes de proteo ao trabalhador menor. Atualmente temos sua fundamentao legal instituda na CLT arts. 402 a 441, com alteraes introduzidas pela Lei 10.097/2000 e Decreto 5.598/2005. Trabalhador menor para fins de relao do trabalho aquele em idade de 14 a 18 anos, no segue nenhuma relao com as tradicionais classificaes criana, adolescente ou jovem, ela simplesmente pr-definida. O menor pode exercer atividades de trs formas diferentes:

Aprendiz; Empregado; Menor assistido; A legislao mais atual estendeu a idade para o aprendiz at os 24 anos, uma forma de auxiliar na diminuio do desemprego e estimular a contratao de jovens atrasados na escola e com dificuldades na colocao de trabalho. Os estabelecimentos de qualquer natureza so obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Servios Nacionais de Aprendizagem nmero de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mnimo, e quinze por cento, no 25

mximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funes demandem formao profissional. Exceo as empresas sem fins lucrativos com finalidade educacional. Do exposto, devemos estudar as formas de contratao separadamente, vejamos: Aprendiz aquele que mediante contrato de aprendizagem ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos, inscrito em programa de aprendizagem, formao tcnica profissional metdica, compatvel com o seu desenvolvimento fsico, moral e psicolgico, e o aprendiz, a executa, com zelo e diligncia, as tarefas necessrias a essa formao. Fundamento legal: art. 424 e seguintes da CLT, Instruo Normativa 26/2001. Essa formalizao de trabalho s possvel com a participao do menor, da empresa e da instituio de ensino da qual ele exerce os estudos. Desse conceito deve-se extrair o objetivo principal do programa que de cunho social e no lucrativo para o empregador, razo est que leva a legislao determinar que a atividade a ser exercida na empresa deve ser com formao tcnica profissional metdica. Metdico o sistema pela qual o aprendiz, no ambiente da empresa, vincular seus conhecimentos tericos com o prtico, somente essa frmula valida a contratao e as condies especiais atribudas ao menor aprendiz; caso no seja observado, a empresa estar fragilizada diante de uma fiscalizao ou reclamao trabalhista.

Deveres e Obrigaes do Empregador Anotao na Carteira de Trabalho e Previdncia Social;

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1. Garantia do salrio mnimo hora; 2. Limite do contrato de aprendizagem de 2 (dois) anos; 3. Possuir ambiente de trabalho combatvel com o desenvolvimento terico e pratico; 4. Limite mximo de 6 (seis) horas na jornada de trabalho para Aprendiz em formao no ensino fundamental; 5. Limite mximo de 8 (oito) horas na jornada de trabalho para aprendiz que concluiu ensino fundamental, se nas horas forem computadas as horas destinadas aprendizagem terica; 6. No permitida a prorrogao da jornada de trabalho; 7. No permitida a compensao de jornada de trabalho; 8. Gozo de frias nos termos do art. 134 2 e 136 2 da CLT (conforme Instruo Normativa SIT 26/2001)

Deveres e Obrigaes do Aprendiz 1. Estar matrcula em ensino fundamental, e inscrio em programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientao de entidade qualificada em formao tcnico-profissional metdica, exemplo SENAC e SENAI; 2. Freqncia na escola; 3. Firmar recibo de pagamento dos salrios

Extino do Vnculo de Trabalho 1. No prazo firmado em contrato; 2. Com 24 (vinte e quatro) anos de idade; 3. Desempenho insuficiente ou inadaptao do aprendiz;

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4. Falta disciplinar grave; 5. Ausncia injustificada escola que implique perda do ano letivo; 6. A pedido do aprendiz.

IMPORTANTE!Sendo o contrato de aprendiz caracterizado por prazo determinado, vencendo o seu prazo, e continuado a prestao de servio, passar ser considerado indeterminado e nas condies normais da CLT. No a que se falar em indenizao, de nenhuma natureza, por aquele que der causa ou romper o contrato de trabalho antecipadamente pelos motivos legais. No h tanta distino de direitos trabalhistas e previdencirios entre o aprendiz e o empregado, sendo garantido quele os mesmos direitos dos demais empregados. A ressalva para o FGTS que tem sua alquota reduzida para 2% (dois por cento).

17. TRABALHADOR MENOR

Para fins de enquadramento deve-se entender que menor empregado aquele em idade de 16 a 18 anos, que presta servio a empregador mediante relao contratual de trabalho.

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No h diferena dos direitos assistidos ao menor em comparao ao maior de idade, at mesmo essa suposta diferena contrariaria a proteo dada pela Constituio. J no campo das obrigaes o menor goza de privilgios que possam atender os fins de proteo ao seu desenvolvimento: 1. Proibido o trabalho no perodo noturno; 2. Proibido o trabalho considerado perigoso ou insalubre; 3. Proibido o trabalho como empregado ao menor de 16 (dezesseis) anos; 4. Proibido o trabalho em ambiente prejudicial moral e sade (casa de espetculos, cinemas, boates); 5. Proibido a prorrogao de horas sem a participao do sindicato; 6. Proibido o trabalho em ruas, praas, logradouros, entre outros, sem autorizao do Juiz da Infncia e da Juventude; 7. Proibido o trabalho que demande fora muscular superior a 20 quilos, se contnuo, ou 25 quilos, se ocasional; 8. Proibido discriminar salrio em razo da idade; 9. Deve o empregador facilitar a mudana de funo, quando esta for prejudicial ao seu desenvolvimento; 10. O empregador dever proporcionar tempo necessrio para o menor freqentar as aulas; 11. O gozo das frias dever coincidir com as frias escolares e sempre de 30 (trinta) dias, no podendo parcelar.

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IMPORTANTE! Ao responsvel legal do menor ou autoridade competente facultado pleitear a extino do contrato de trabalho, desde que o servio possa acarretar para ele prejuzos de ordem fsica ou moral. Toda atividade do menor deve ser assistida pelo seu responsvel, assinatura do contrato, processo de admisso, pedido de demisso, dispensa pelo empregador, advertncia por escrito, resciso de contrato, homologao, etc., com exceo assinatura no recibo de pagamento. Salvo as protees j citadas, no h distino de direitos trabalhistas e previdencirios entre o trabalhador menor e o maior, sendo garantido quele os mesmos direitos deste. O registro em Carteira de Trabalho e Previdncia Social, a qual no se apresenta mais com distino entre carteira de menor e maior, se processa da mesma forma. Se verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor prejudicial sua sade, ao seu desenvolvimento fsico ou a sua moralidade, poder ela obrig-lo a abandonar o servio, devendo a respectiva empresa, quando for o caso, proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funes. Pode, ainda, o responsvel pelo menor pleitear a extino do contrato de trabalho, se entender que o trabalho est ou possa acarretar a ele prejuzos de ordem fsica ou moral. Art. 407 e 408 da CLT.

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18. CONTRATAO DE DEFICIENTE FSICO

A regulamentao legal da contratao de deficiente fsico dada por resoluo do Instituto Nacional da Previdncia Social INSS n 630/98 e Lei 8.213/91 art. 93 - Instruo Normativa n 20/2001. A Constituio Federal ou a CLT no determinam qualquer exigncia. A resoluo determina que a contratao seja proporcional ao quadro de empregados na empresa de Direito Privado, assim no esto inclusos nessa contagem os eventuais estagirios, autnomos, scios, etc. A legislao em vigor visa garantir ao deficiente fsico e ao empregado reabilitado possibilidade de ingressar no trabalho, razo pela qual socialmente visvel a pouca preocupao das empresas, tambm, nessa rea. Do exposto, temos a seguinte tabela: N DE EMPREGADOS 01 a 99 De 100 a 200 De 201 a 500 De 501 a 1.000 Acima de 1.001 % EXIGIDO PELA LEI No obrigatrio 2% 3% 4% 5%

O controle dessa exigncia feito pela fiscalizao do Ministrio do Trabalho e Ministrio da Previdncia e Assistncia Social. A dispensa de empregado na condio estabelecida na resoluo, ao final de contrato por prazo determinado de mais de noventa dias e a imotivada, no

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contrato por prazo indeterminado, somente poder ocorrer aps a contratao de substituto em condio semelhante. Para o cumprimento da referida resoluo deve ser admitido como pessoa portadora de deficincia habilitada, aquela no vinculada ao RGPS, que se tenha submetido a processo de habilitao profissional desenvolvido ou homologado pelo INSS e beneficirio reabilitado, o segurado e o dependente vinculados ao Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, submetidos a processo de reabilitao profissional desenvolvido ou homologado pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

19. CONTRATAO DE DEFICIENTE MENTAL

A pessoa s declarada deficiente mental por ato do exerccio legal da medicina, ou seja, mdico habilitado que assim o declare. Uma vez declarado a referida deficiente, a legislao civil, Cdigo Civil art. 3 inciso II, menciona a completa incapacidade para o exerccio de suas funes profissionais ou pessoais. A legislao trabalhista ou previdenciria no se manifestam quanto qualquer exigncia da contratao da pessoa portadora de deficincia mental, razo pela qual de vinculo particular da empresa. Porm, caso a empresa resolve efetivar a contratao com uma pessoa em tais condies, necessrio atentar a alguns preceitos legais gerais:

1. Obter autorizao do mdico do trabalho; 2. Ser acompanhado da pessoa legalmente responsvel pelo interdito;

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3. Possibilitar o trabalho com a efetiva capacidade da pessoa; 4. Procurar orientao na DRT local e avaliar algum impedimento; 5. Uma vez registrado, segue o procedimento padro dos demais empregados; 6. No h incentivo fiscal; 7. Toda documentao deve ser assinada juntamente com o responsvel pelo interdito.

20. CONTRATAO DE APOSENTADO

Contratao de aposentado pode se apresentar empresa em duas situaes: 1 - j empregado dessa empresa e requereu sua aposentadoria; 2 - aposentado, e est para ingressar na empresa. Dessas duas situaes a legislao preceitua forma diferenciada de tratamento, as quais passaremos a tratar. No primeiro caso, a questo em volta saber da necessidade em rescindir o contrato do empregado, assim que o INSS concede a aposentadoria ou manter, sem alterao alguma, a relao contratual. A presente questo pode ser resolvida das duas formas, no h exigncia expressa da resciso contratual. Assim, pode haver a resciso, bem como a manuteno normal do contrato. A diferena se estabelece no contexto econmico, pois a resciso por aposentadoria no exige o pagamento de aviso prvio e multa de FGTS. A aposentadoria espontnea extingue o contrato de trabalho, mesmo quando o empregado continua a trabalhar na empresa aps a concesso do benefcio

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previdencirio. Assim sendo, indevida a multa de 40% do FGTS em relao ao perodo anterior aposentadoria (TST, SDI-1, Orientao Jurisprudencial 177). Ocorrida a resciso, e havendo interesse da empresa manter o empregado , basta registra-lo no dia seguinte data de afastamento. O contrato que der continuidade deve ser por perodo indeterminado, por no preencher os requisitos necessrios o contrato por prazo determinado. O segundo caso ocorre quando a empresa resolve contratar uma pessoa j aposentada. Nesse caso no h restrio legal para os casos de aposentado por idade ou por tempo de contribuio, havendo sim, perda da aposentadoria para aquela estabelecida por invalidez, Decreto 3.048/99 art. 48 O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente atividade ter sua aposentadoria automaticamente cessada, a partir da data do retorno e aposentadoria especial tambm sofrem com a restrio, Lei 8.213/91 art. 57 8, a mesma penalidade imposta anterior. Ocorrendo a contratao do aposentado, nenhuma distino h em relao aos outros empregados, a lei no estipulou diferena de direitos, obrigaes e deveres. Logo, o registro, o contrato, a remunerao, jornada de trabalho, frias, desconto previdencirio e imposto de renda, etc, ocorrem normalmente como os demais empregados.

importante observar que os aposentados podem ser admitidos ou readmitidos normalmente nas empresas. Porm os aposentados por invalidez no se enquadram neste tratamento, ou seja, no podero ser admitidos.

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21. ESTAGIRIOS

O estagio regido pela Lei 11.788/2008, que em seu Art. 1o define como: Estgio ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa preparao para o trabalho produtivo de educando que estejam freqentando o ensino regular em instituies de educao superior, de educao profissional, de ensino mdio, da educao especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educao de jovens e adultos. Consideram-se estagirios os estudantes de 2 ou 3 graus, devidamente matriculados e com freqncia regular as aulas, desenvolvendo servios, sem vinculo empregatcio. as empresas publicas ou privadas que possam lhes proporcionar experincias prticas em suas reas de formao. A realizao do estgio dar-se- conforme o compromisso estabelecido entre o estagirio e a empresa. Vale destacar da participao obrigatria da instituio de ensino onde o estagirio estuda e a Instituio em que agencia estgios. Com principais definies: As contrataes de estagirios no so regidas pela CLT e no criam vnculo empregatcio de qualquer natureza; Sobre estas contrataes no incidem os encargos sociais previstos na CLT, entretanto, o Estagirio tem direito ao recesso remunerado (frias) de 30 dias cada doze meses de estgio na mesma Empresa ou, o proporcional ao perodo estagiado, gozados ou indenizados; O estagirio no entra na folha de pagamento;

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Qualquer aluno, a partir de dezesseis anos, dos anos finais do ensino fundamental do ensino profissional, do ensino mdio regular ou profissional e estudante de nvel superior, pode ser estagirio; A contratao formalizada e regulamentada exclusivamente pelo Termo de Compromisso de Estgio; O Termo de Compromisso de Estgio dever ser assinado pela Empresa, pelo Aluno e pela Instituio de Ensino; A Legislao em vigor determina: o estgio pode ser obrigatrio ou no obrigatrio. O Estgio obrigatrio aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horria requisito para aprovao e obteno de diploma. O Estgio no-obrigatrio desenvolvido livremente como atividade opcional, neste caso, as horas do estgio sero acrescidas carga horria regular e obrigatria, quando tal previso integrar o currculo acadmico do curso. A jornada de estgio de, no mximo 6 horas dirias e 30 horas semanais; O tempo mximo de estgio na mesma Empresa de dois anos, exceto quando tratar-se de Estagirio portador de deficincia; Se a instituio de ensino adotar verificaes de aprendizagem peridicas ou finais, nos perodos de avaliao a carga horria do estgio - bem como a remunerao - ser reduzida pelo menos metade, segundo estipulado no Termo de Compromisso (Contrato de Estgio), para garantir o bom desempenho do estudante.

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No existe um piso de bolsa-estgio preestabelecido, mas a remunerao, bem como o auxlio transporte, so compulsrios para estgios no obrigatrios; A Legislao no prev qualquer desconto sobre o valor da bolsa estgio decorrente da concesso do auxlio transporte; O estagirio, a exclusivo critrio da Empresa, pode receber os mesmos benefcios concedidos a empregados, sem que o procedimento estabelea vnculo empregatcio; O perodo mdio de contratao de 06 meses e pode ser rescindido a qualquer momento, por qualquer das partes, sem nus, multas ou sanes; O estagirio, obrigatoriamente, dever estar coberto por um Seguro de Acidentes Pessoais compatvel com os valores de mercado; A ausncia do Termo de Compromisso de Estgio (Contrato de Estgio) e/ou do Seguro de Acidentes Pessoais caracteriza vnculo empregatcio e sujeita a Empresa s sanes previstas na CLT.

22. ADMISSO DE PESSOAL A empresa de direito privado regido pela CLT (Consolidao das Leis do Trabalho), ao admitir um empregado, dever registr-lo imediatamente no livro, ficha ou registro eletrnico e em Carteira Profissional de Trabalho.

O exame mdico admissional dever ser solicitado ao empregado antes do inicio ao trabalho.

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23. PROCEDIMENTOS PARA ADMISSO

Para a contratao do empregado, so necessrios os seguintes documentos: Carteira profissional; Foto 3 x 4 recente; Exame mdico admissional; Cpia da Cdula de identidade; Cpia CPF; Cpia ttulo de eleitor; Cpia da carteira habilitao; Cpia comprovante de residncia; Cpia do carto do PIS ou comprovante de inscrio; Cpia do histrico escolar do empregado; Cpia certido de nascimento ou casamento; Cpia da carteira de reservista; Cpia da certido de nascimento dos filhos; Cpia da carteira de vacinao dos filhos menores de 07 anos; Cpia do histrico escolar dos filhos menores de 14 anos, para fins de salrio famlia.

IMPORTANTE!! Ao ser contratado o empregado deve fornecer esta documentao, cuja finalidade principal evidenciar a relao empregatcia, opo por FGTS, gozo de frias, reajustes salariais, entre outros. Alm da Carteira de Trabalho e Previdncia Social, existem outros documentos necessrios para a admisso 38

de empregados, que alm dos citados pode-se exigir tambm se necessrio: carteiras profissionais expedidas pelo rgo de classe, certido de

naturalizao, declarao de concubinato, declarao do imposto de renda, declarao para fins de vales-transporte.

Reteno dos Documentos - ProibioLEI N 5.553 - DE 6 DE DEZEMBRO DE 1968 - DOU DE 10/12/68 Alterao LEI N 9.453 - DE 20 DE MARO DE 1997 - DOU DE 21/03/97 Dispe sobre a apresentao e uso de documentos de identificao pessoal.

O PRESIDENTE DA REPBLICA , fao saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1 A nenhuma pessoa fsica, bem como a nenhuma pessoa jurdica, de direito pblico ou de direito privado, lcito reter qualquer documento de identificao pessoal, ainda que apresentado por fotocpia autenticada ou pblica-forma, inclusive comprovante de quitao com o servio militar, ttulo de eleitor, carteira profissional, certido de registro de nascimento, certido de casamento, comprovante de naturalizao e carteira de identidade de estrangeiro.

Art. 2 Quando, para a realizao de determinado ato, fr exigida a apresentao de documento de identificao, a pessoa que fizer a exigncia far extrair, no prazo de at 5 (cinco) dias, os dados que interessarem, devolvendo em seguida o documento ao seu exibidor.

Salrio: valor estipulado pela empresa no podendo ser inferior ao salrio normativo da categoria.

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Equiparao salarial: de acordo com a CLT, sendo idntica funo, a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponder igual salrio, sem distino de sexo, nacionalidade ou idade, trabalho de igual valor, para efeito de equiparao salarial, aquele feito com igual produtividade e com a mesma perfeio tcnica, entre pessoas cuja diferena de tempo de servio no for superior a dois anos. A Jurisprudncia uniforme do Tribunal Superior do Trabalho (TST) estabelece que, para efeitos de equiparao salarial, em caso de trabalho igual, conta-se tempo de servio na funo e no no emprego. Horrio de trabalho: o horrio de trabalho dever ser no mximo 44:00 horas semanais, caso seja ultrapassado este limite, as horas excedentes devero ser pagas como hora extraordinria, obedecendo as normas estipuladas pelo sindicato da categoria, salvo os casos em que haja acordo de compensaes de horas devidamente homologado pelo sindicato e DRT/MTB (Delegacia Regional do Trabalho e Ministrio do Trabalho). Em empresas que trabalham em revezamento de turnos necessria averiguao no acordo coletivo ou CCT (Conveno Coletiva de Trabalho) se h necessidade do pagamento de horas extraordinrias. No compreendem no regime da durao do trabalho, conforme o artigo N. 62 da CLT: Os empregados que exercem atividade externa incompatvel com a fixao de horrio de trabalho, devendo tal condio ser anotada na CTPS. Os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gesto, inclusive os diretores e chefes de departamentos em filial.

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Segundo o artigo 29 da CLT, a Carteira de Trabalho e Previdncia Social dever ser desenvolvida ao empregado no prazo de 48 horas, este prazo e rigoroso e passvel de multa em caso de fiscalizao (Art. 29 e seus pargrafos da CLT).

24. DOCUMENTOS DE PREENCHIMENTO OBRIGATRIO DA EMPRESA.

Carteira de trabalho:

Para que se efetue o registro do empregado sero necessrias as seguintes anotaes na carteira de trabalho: 1. Preencher na pgina contrato de trabalho os dados da empresa. Em caso do candidato proceder de outra empresa, verificar se deu baixa do registro anterior; se j no houver ocorrido a baixa, informar ao candidato. O empregado pode trabalhar em outra empresa, desde que seja em horrios diferentes. 2. - registros e anotaes na carteira de trabalho e previdncia social. A carteira de trabalho e previdncia social ser obrigatoriamente apresentada, contra recibo, ao empregador que o admitir, do qual ter o prazo de 48 horas para nela anotar, especialmente a data de admisso, a remunerao e as condies especiais. 3. Se for prtica rotineira da empresa fazer contrato de experincia do contrato. Esse prazo no poder exceder 90 dias.

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As anotaes na carteira de trabalho e previdncia social sero feitas: na data base, a qualquer tempo por solicitao do trabalhador, no caso de resciso contratual ou necessidade de comprovao perante a previdncia social. O empregador obrigado, caso solicitado pelo empregado, a informar as alteraes salariais havidas posteriormente ultima constante da carteira. O pargrafo nico do artigo 11 e o artigo 12 da portaria n 3.626 diz que as anotaes e as atualizaes da carteira de trabalho e previdncia social podero ser feitas com o uso de etiquetas gomadas, autenticadas pelo empregador ou seu representante legal. A falta de cumprimento pelo empregador disposto neste artigo acarretar na lavratura do auto de infrao pelo Fiscal de Trabalho que dever, do oficio, comunicar. A falta de anotao ao rgo competente, para o fim de instaurar o processo de anotao (Artigo 29 e pargrafos 2 e 3 da CLT, com alterao dada pela lei n 7.855). O empregador poder tambm adotar a ficha de anotaes e atualizao da carteira de trabalho e previdncia social, cuja copia ser fornecida ao empregado mediante recibo, em peridiocidade nunca superiores a 12 meses a qual passar a fazer parte integrante da carteira de trabalho e previdncia social (CTPS). Esta dever ser impressa com identificao completa da empresa, do empregado e do perodo a que se refere, conter assinatura digitalizada do empregador ou do representante legal. O empregador continuar obrigado a efetuar as anotaes na CTPS original quando da admisso, extino do contrato de trabalho ou, se o empregado exigir, do ltimo aumento salarial. O empregador dever tambm fornecer ao empregado para arquivo pessoal um histrico. Declarao da escola do menor:

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Conforme o Artigo 427 da CLT o empregador que admite menores no seu quadro de trabalho ser obrigado a conceder-lhes o tempo que for necessrio para a freqncia nas aulas.

ASO - Atestado de sade ocupacional De acordo com o artigo 168 da CLT e norma regulamentadora n 7 da Portaria 3.214/78, por ocasio da admisso do empregado necessrio que empregado faa o exame mdico. A empresa deve renovar o exame mdico de 6 em 6 meses, quando se tratar de atividades e operaes insalubres, dever faz-lo atualmente ou a cada dois anos, dependendo da idade nos demais casos. Os dados obtidos nos exames mdicos, incluindo avaliao clinica e exames complementares, as concluses e as medidas aplicadas devero ser registrados em pronturios clinico individual a ser mantido por perodo mnimo de 20 (vinte) anos aps o desligamento do trabalhador. Esta forma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituio que admitam trabalhadores com o objetivo de promoo, preservao de sade do conjunto de seus trabalhadores. Cada exame ser realizado por mdico do trabalho que emitir o Atestado de Sade Ocupacional ASO, em duas vias. O ASO dever conter no mnimo: a) Nome completo do trabalhador, o nmero de registro de sua identidade, e a sua funo;

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b) Os riscos ocupacionais especficos existentes, ou a ausncia deles, na atividade do empregado, conforme instruo tcnica expedida pela secretaria de Segurana e Sade no Trabalho-SST; c) Indicao dos procedimentos mdicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados; d) O nome do coordenador, quando houver, com respectivo CRM; e) Definio de apto ou inapto para a funo especfica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu; f) Nome do mdico encarregado do exame e endereo ou forma de contato; e g) Data e assinatura do mdico encarregado do exame e carimbo contendo seu nmero de inscrio no Conselho Regional de Medicina. (NR 7 Portaria MTB n 3.214/78 c/ redao da PT SSST n 24/94). O ASO dever ser feito nas seguintes situaes: Admissional, Demissional, retorno ao trabalho Mudana de funo e peridico.

Fotografias

A fotografia ser necessria para o livro ou ficha de Registro de Empregados. Ser tambm exigida, dependendo da empresa, para a carteira de identificao pessoal, carteira de identificao mdica (se a empresa participar de algum convnio mdico) etc.

25. JORNADA DE TRABALHO

A jornada normal de trabalho, de acordo com o artigo 58 da CLT, e artigo 7, inciso XIII, da Constituio Federal, de 8 horas dirias.

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A CLT reconhece a possibilidade de jornadas de trabalho diferentes, mas devem respeitar o limite mximo de 10 horas dirias. Com o advento da nossa constituio promulgada em outubro de 1988, tivemos uma reduo da jornada de trabalho para 44 horas semanais, sendo que anteriormente a jornada do trabalhador era de 48 horas semanais. Caso tenha necessidade de maior prorrogao da jornada de trabalho a CLT estabelece: Artigo 61: Ocorrendo necessidade imperiosa, poder a durao do trabalho exceder do limite legal ou conveniado, seja para fazer face o motivo de fora maior, seja para atender realizao de concluso de servios inadiveis ou cuja inexecuo possa acarretar prejuzo manifesto. possvel observar que embora o limite da jornada de trabalho seja de oito horas dirias, pode-se para maiores de 18 anos, haver prorrogao com compensao financeira adicional de no mnimo 50% para as horas adicionais. Para efeito de descanso e alimentao, o intervalo deve ser de no mnimo uma hora e no mximo duas horas. Sendo que, as jornadas que ultrapassarem quatro horas e no excederem seis horas ter um intervalo mnimo de 15 minutos para descanso. Nos casos de turnos ininterruptos de revezamento, para que a jornada possa ser reduzida para 6 horas concomitantes: a) Existncia de turnos: para o trabalho executado em regime de revezamento, a empresa dever manter uma ordem ou critrio de alterao de horrios. b) Revezamento de turnos: o trabalho de empregados de turnos deve ser revezado da forma que possibilite o desconto. c) Revezamento interrupto de turnos: o perodo de trabalho deve ser de

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24 horas interruptas independentemente de haver ou no trabalho aos domingos.

Compensao da jornada de trabalho Considerando a faculdade constitucionalmente assegurada s entidades sindicais de acordar a compensao da jornada de trabalho, algumas categorias profissionais, por meio de convenes e acordos coletivos de trabalho, vm regulamentando a utilizao da jornada adequada por parte dos seus representados, conforme os interesses de cada atividade.

26. BANCO DE HORAS

A compensao prevista no art. 59, 2, da CLT o denominado "Banco de Horas" e dever estar prevista em acordo ou conveno de trabalho aplicvel categoria, caso em que sero estipuladas todas as peculiaridades aplicveis ao regime compensatrio, de tal sorte que no ser possvel a adoo de outra forma. Mediante a adoo do sistema de "banco de horas" o empregador fica dispensado do pagamento do adicional de horas extras, que corresponde a, no mnimo, 50% sobre o valor da hora normal, nos moldes do art. 7, XVI, da Constituio Federal de 1988. Os dispositivos legais supramencionados impem como condio de implantao do sistema do "banco de horas" a intervenincia obrigatria do sindicato da categoria, que participar das negociaes, ajustando as respectivas clusulas e condies a serem observadas ao caso concreto. Isto

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porque a alterao poderia acarretar possveis prejuzos ao empregado na relao empregatcia, que no mais perceber o adicional pelas horas laboras em carter extraordinrio. No instrumento coletivo celebrado dever constar o perodo em que vigorar o "banco de horas", respeitado o limite mximo de um ano, nele compreendidas as horas laboradas extraordinariamente e suas respectivas compensaes. Uma vez ultrapassado este limite, as horas excedentes devero ser pagas como extraordinrias. Ademais, podero ser acordadas outras normas concernentes ao assunto, que sejam do interesse das partes, desde que no sejam contrrias legislao de regncia. Na ocorrncia de resciso contratual sem que tenha havido a compensao integral da jornada extraordinria, o empregado far jus ao pagamento das horas extras no compensadas, calculadas sobre o valor da remunerao na data da resciso, inclusive com o adicional de, no mnimo, 50%, devendo ser observada a previso de adicional mais benfico.

PORTARIA N. 1.095, DE 19 DE MAIO DE 2010. Disciplina os requisitos para a reduo do intervalo intrajornada. O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso da competncia que lhe confere o art. 87, pargrafo nico, incisos I e II da Constituio, resolve: Art. 1: A reduo do intervalo intrajornada de que trata o art. 71, 3, da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT poder ser deferida por ato de autoridade do Ministrio do Trabalho e Emprego quando prevista em

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conveno ou acordo coletivo de trabalho, desde que os estabelecimentos abrangidos pelo seu mbito de incidncia atendam integralmente s exigncias concernentes organizao dos refeitrios, e quando os respectivos empregados no estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. 1 Fica delegada, privativamente, aos Superintendentes Regionais do Trabalho e Emprego a competncia para decidir sobre o pedido de reduo de intervalo para repouso ou refeio. 2 Os instrumentos coletivos que estabeleam a possibilidade de reduo devero especificar o perodo do intervalo intrajornada. 3 No ser admitida a supresso, diluio ou indenizao do intervalo intrajornada, respeitado o limite mnimo de trinta minutos. Art. 2: O pedido de reduo do intervalo intrajornada formulado pelas empresas com fulcro em instrumento coletivo far-se-o acompanhar de cpia deste e sero dirigidos ao Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, com a individualizao dos estabelecimentos que atendam os requisitos indicados no caput do art. 1 desta Portaria, vedado o deferimento de pedido genrico. 1 Dever tambm instruir o pedido, conforme modelo previsto no anexo desta Portaria, documentao que ateste o cumprimento, por cada

estabelecimento, dos requisitos previstos no caput do art. 1 desta Portaria. 2 O Superintendente Regional do Trabalho e Emprego poder deferir o pedido formulado, independentemente de inspeo prvia, aps verificar a regularidade das condies de trabalho nos estabelecimentos pela anlise da documentao apresentada, e pela extrao de dados do Sistema Federal de

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Inspeo do Trabalho, da Relao Anual de Informaes Sociais - RAIS e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED. Art. 3 O ato de que trata o art. 1 desta Portaria ter a vigncia mxima de dois anos e no afasta a competncia dos agentes da Inspeo do Trabalho de verificar, a qualquer tempo, in loco, o cumprimento dos requisitos legais. Pargrafo nico. O descumprimento dos requisitos torna sem efeito a reduo de intervalo, procedendo-se s autuaes por descumprimento do previsto no caput do art. 71 da CLT, bem como das outras infraes que forem constatadas. Art. 4 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicao. Art. 5 Revoga-se a Portaria n 42, de 28 de maro de 2007.

Intervalo entre duas jornadas O art. 66 da CLT estipula que entre duas jornadas de trabalho haver um perodo mnimo de onze horas consecutivas para descanso, ou seja, o empregado, ao encerrar sua jornada diria, somente poder iniciar outra aps um perodo de, no mnimo, onze horas de descanso. Art. 66 - Entre duas jornadas de trabalho haver um perodo mnimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

27. ADMINISTRAO DE CARGOS E SALRIOS

A merc da prtica na administrao de cargos e salrios, vemos que atualmente as empresas vm procurando desenvolver com mais tcnica a referida prtica. Observa-se que as empresas de qualquer segmento

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econmico ou porte adotam de uma forma ou de outra o controle de cargos e salrios, pois efetivamente necessrio para a boa administrao. Entretanto, em virtude de diversos fatores, surge ao longo do tempo um descompasso entre as necessidades da empresa, a realidade de mercado e a capacidade de resoluo do problema. A viso que se deve ter dessa administrao deve acompanhar a evoluo econmica, social e tecnolgica que o mercado de trabalho oferece. Sendo importante integrar os meios de liderana interna da organizao, participa o inclusive da previso oramentria. Integrar tambm inclui conhecer a filosofia e os objetivos que estaro envolvidos na organizao. Essa harmonia se traduz no equilbrio da relao capital/trabalho, ou seja, a cada cargo ou determinado conjunto de cargos compete uma remunerao justa em contrapartida aos trabalhos realizados na empresa. Importante relao entre cargos e salrios interpretar o significado no contexto da organizao. bem comum confundir funo e cargo, mas a condio entre as duas colocaes bem diversa, temos que a funo singular da qual o cargo plural. Descrever um cargo atribuir as diversas funes executadas por um ou Profissionais. Ex.: Cargo: Gerente administrativo Funes: 1) controlar a logstica, 2) administrar o pessoal; 3) atendimento aos fornecedores, etc.

Salrio o valor devido pelo conjunto das funes exercidas na organizao.

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DSR Descanso Semanal Remunerado Segundo a previso do art. 7, inciso XV da Constituio Federal de 1988, a empresa dever conceder um repouso semanal remunerado ao empregado, preferencialmente aos domingos. Em relao ao desconto do repouso semanal, de acordo com o disposto na Lei n. 605/49, o empregado que no cumprir durante a semana anterior, integralmente o seu horrio de trabalho, no ter direito remunerao do descanso semanal. Ressalte-se que as faltas devem ser injustificadas para que seja possvel a realizao do desconto. Deste modo, os requisitos para o pagamento da remunerao conforme as doutrinas so: assiduidade, que corresponde a nenhuma falta no decorrer da semana; e pontualidade, que corresponde a no existncia de atrasos injustificados, superiores aos atrasos tolerados, conforme art. 58, 1, da CLT. Contudo, no que concerne ao empregado mensalista e quinzenalista, h controvrsia na doutrina e jurisprudncia sobre a possibilidade de efetuar esse desconto, haja vista que a remunerao do repouso j se encontra includo no salrio mensal. Se o empregador nunca procedeu ao desconto em tais situaes, entendemos que no poder alterar o procedimento a partir de agora, pela exegese do art. 468 da CLT.

O empregado que tem salrio varivel (horista, comissionista), ter seu DSR calculado da seguinte maneira: Em regra, se precisarmos efetuar o clculo do DSR semanal, a Lei n.

605/49 indica que o valor corresponder a no acrscimo de um sexto (1/6) dos salrios efetivamente percebidos pelo trabalhador. Ou seja, se a remunerao 51

do empregado corresponde a R$ 300,00 por semana, o empregador de fato dever pagar R$ 350, 00, pois deve acrescentar mais 1/6 relativo ao DSR. Se estiver calculando o valor do DSR/RSR mensal, dever efetuar o clculo somando-se a quantidade de horas do ms, dividindo-se pelo nmero de dias teis do ms, e multiplicando o clculo anterior pelo nmero de domingos e feriados (DSRs). Para finalizar, multiplica-se o resultado anterior pelo valor/hora que o empregado recebe de remunerao.

Trabalho aos Domingos No que diz respeito ao trabalho aos domingos, conforme o 1 do art. 6 do Decreto n. 27048/49, "constituem exigncias tcnicas, para os efeitos deste regulamento, aquelas que, em razo do interesse pblico, ou pelas condies peculiares s atividades da empresa ou ao local onde as mesmas se exercitarem, tornem indispensvel a continuidade do trabalho, em todos ou alguns dos respectivos servios." Ento a empresa precisa de autorizao para funcionamento aos domingos caso as suas atividades assim exijam. Deste modo, na hiptese da empresa estar autorizada a funcionar nos dias destinados ao repouso semanal remunerado, dever organizar escala de revezamento ou folga, a fim de que, pelo menos em um perodo mximo de 7 semanas de trabalho, cada empregado usufrua pelo menos um domingo de folga. Chamamos a ateno para a alterao promovida pela Lei n 11603/2007, no art. 6 da Lei n. 10101/2000, a qual estabeleceu que permitido o trabalho aos domingos, desde que o DSR coincida com este dia no perodo mximo de 3

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SEMANAS, para as atividades do comrcio em geral que pagar a multa aplicada pela autoridade competente. Quanto ao pagamento, a smula 146 do TST prev o pagamento em dobro pelo trabalho prestado aos domingos e feriados, desde que no compensado.

Turno Ininterrupto de Revezamento Dispe o artigo 7, XIV, da Constituio Federal, jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva. O turno ininterrupto de revezamento tem algumas caractersticas especiais: Os empregados trabalham em regime de revezamento, ou seja, alternadamente; Dever haver a existncia de turnos; O revezamento ser ininterrupto, operando 24 horas por dia; e A empresa dever estar autorizada a trabalhar aos domingos.

Neste sistema a jornada diria de trabalho dos empregados no poder exceder 6 horas dirias, salvo negociao coletiva.

28. HORAS EXTRAS

Definio: Hora extra, hora suplementar ou hora extraordinria todo perodo de trabalhado excedente jornada

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contratualmente acordada. Podendo ocorrer antes do incio, no intervalo do repouso e alimentao, aps o perodo, dias que no esto no contrato (sbado, domingo ou feriado). No se faz necessrio o exerccio do trabalho, mas estar disposio do empregador ou de prontido, configura-se a hora extra. Para que existam as horas extras, o legislador dimensionou o perodo mnimo de trabalho - Entende como mnimo para configurar as horas extras CLT art. 58 1 No sero descontadas nem computadas como jornada extraordinria as variaes de horrio no registro de ponto no excedentes de cinco minutos, observado o limite mximo de dez minutos dirios.(Pargrafo acrescentado).

Fundamento Legal: Constituio Federal de 1988 consagrou as horas extras quando disps no inciso XVI art.7 remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento do normal Dessa forma permitiu que o empregado pudesse executas horas extras, mediante o pagamento de 50% a mais do valor da hora normal nos dias teis. J tnhamos previso legal no art. 59 da CLT A durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedente de 02 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. A execuo das horas extras est vinculada autorizao previamente acordada. Este acordo pode se dar entre as partes empregador e empregado ou ainda estar previsto no acordo ou conveno coletiva da categoria a qual o empregado pertence. prudente, quando da assinatura do contrato de trabalho, firmar o referido termo de

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prorrogao de horas o qual define a forma e valor das horas extras, dando cincia explcita ao empregado dos detalhes. Este termo um formulrio emitido por uma programa de gesto de pessoa ou adquirido numa papelaria, devendo conter os dados do empregador, do empregado e as informaes do valor e adicional das horas extras. A emisso do termo deve ser realizada por empregado e no de forma coletiva. Alm da Constituio Federal e a Lei Ordinria CLT, as horas extras tambm so previstas por outros instrumentos legais. Podemos lembrar que comum os acordos ou convenes coletivas tratarem das horas extras, bem como definirem percentuais superiores Constituio Federal, por exemplo, 60% , 80%, entre outros.

Devemos admitir como fundamento legal os julgados dos tribunais e orientaes judiciais que auxiliam e indicam quais as tendncias da Justia do Trabalho. Os diversos julgados acabam por formar smulas ou enunciados que so resumos explicativos do entendimento da Justia, ordenado por nmero. As smulas do Tribunal Superior do Trabalho consolidam as tendncias das diversos julgados no pas formuladas tambm pelo Supremo Tribunal Federal, instncia mxima judicial.

Importante!Nenhum empregado obrigado a exercer horas extras, sendo nulo o contrato que estipular tal obrigao. Exceo a necessidade imperiosa do empregador fundamentada no art. 61 da CLT.

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29. HORAS EXTRA LIMITAO

O art. 59 da CLT dispe que a durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedente de 02 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho, determinou que a prorrogao de jornada de trabalho no possa ser superior a 2 (duas) horas dirias. Isso porque a jornada normal mxima 8 horas dirias e com a prorrogao de at 10horas, no sendo permitido que a soma ultrapasse o limite mximo dessa jornada.

Conforme artigo 61 da CLT, ocorrendo necessidade imperiosa, poder a durao do trabalho exceder o limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de fora maior, seja para atender realizao ou concluso de servios inadiveis ou cuja inexecuo possa acarretar prejuzo manifesto. O excesso, nos casos deste artigo, poder ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e dever ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, autoridade competente em matria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalizao sem prejuzo dessa comunicao. Nos casos de excesso de horrio por motivo de fora maior, a remunerao da hora excedente no ser inferior da hora normal. Sempre que ocorrer interrupo do trabalho resultante de causas acidentais, ou de fora maior que determinem a impossibilidade de sua realizao, a durao do trabalho poder ser prorrogada pelo tempo necessrio at o mximo de 2 (duas) horas, durante o nmero de dias indispensveis recuperao do 56

tempo perdido, desde que no exceda de 10 (dez) horas dirias, em perodo no superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperao prvia autorizao da autoridade competente.

30. FOLHA DE PAGAMENTO E SEUS MOVIMENTOS

Os movimentos da folha de pagamento so: as horas extras, adicionais noturnos, comisses, faltas, horas de atrasos, DSR (descanso de semanal remunerado), prmios, adicional por tempo de servio, substituio de funo entre outras.

A folha de pagamento divide-se em 02 partes distintas: Proventos (vantagens) e Descontos.

PROVENTOS (VANTAGENS) Remunerao total Salrios Horas extras Comisses Trabalho noturno Adicional de periculosidade Adicional de insalubridade Ajuda de custo

DESCONTOS Contribuio previdenciria (INSS) IRRF (imposto de renda retido na fonte) Faltas Injustificadas ou justificadas Desconto DSR Desconto adiantamento Salarial Penso alimentcia Vale-transporte Alimentao

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Descanso semanal remunerado Salrio famlia Frias 13 salrio Gratificao/Prmios Atestado mdico Salrio-maternidade

Contribuio sindical Contribuio assistencial Contribuio confederativa Horas Atraso

Prazos e formas do Pagamento O pagamento pode ser feito em cheque, dinheiro ou crdito em conta do prprio empregado at o 5 dia til do Ms subseqente ao vencido. (Art. 459, Pargrafo 1 da CLT). No caso de faz-lo em cheque o empregador deve proporcionar ao empregado Horrio que permite o desconto do cheque e Possibilidade para evitar qualquer prejuzo, inclusive gastos com transporte. Em caso de atraso no pagamento de salrio a multa de R$160.00 por

empregado. (Art 459 da CLT/ Lei 7.855/84 Art. 4).

Recibos de Pagamento Os recibos de pagamento (Art. 464 da CLT) so emitidos de acordo com os dados constantes na folha de pagamento. Devem ser entregue ao empregado com a discriminao detalhada das verbas creditadas e debitadas

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Remunerao A remunerao corresponde ao valor percebido pelo empregado, onde esto includos o salrio, adicionais e quaisquer outras vantagens a que fizer jus.

Distino entre Remunerao e Salrio A remunerao representa todas as parcelas contraprestativas devidas e pagas ao empregado em funo de sua prestao de servios ao empregador ou ainda pela mera existncia da relao de emprego. J o salrio seria a parcela contraprestativa principal paga ao empregado. Podemos resumir tal diferena afirmando que a remunerao o gnero e o salrio a espcie mais importante das parcelas de natureza salarial.

Adicional noturno Horas trabalhadas no perodo das 22:00 s 05:00, considerando para efeito de clculo que a hora noturna equivale a 52,30 minutos.

Comisso So quantias preestabelecidas que o empregado recebe por unidade de servio prestado ou calculadas em forma percentual sobre o valor unitrio ou global dos negcios realizados. A percentagem, por sua vez, a modalidade de comisso. O valor em moeda no pode ser inferior ao piso da categoria.

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Faltas Injustificadas Reflexos na remunerao As faltas no justificadas por lei no do direito a salrios e demais conseqncias legais, e podem resultar em falta leve ou grave, conforme as circunstncias ou repetio; mas podem ter justificativa imperiosa que, se seriamente considerada, vedar a punio. o caso de doena grave em pessoa da famlia, amigo ntimo, ou outra hiptese de fora maior.

Desconto do dia de Trabalho A falta do trabalhador ao servio enseja o desconto do dia respectivo em sua remunerao, salvo se a falta for considerada justificada.

DSR Descanso Semanal Remunerado O empregado perde a remunerao do dia de repouso quando no tiver cumprido integralmente a jornada de trabalho da semana, salvo se as faltas forem consideradas justificadas. Base: art. 6 da Lei 605/1949. Entendemos que o desconto do DSR se estende ao empregado mensalista ou quinzenalista, porque a Lei 605/1949 no privilegia os mesmos, e a redao do 2 do art. 7 da referida Lei considera que o mensalista e o quinzenalista so remunerados pelo DSR na prpria remunerao mensal ou quinzenal. Da se deduz que o desconto do dia de falta abranger tambm o DSR da respectiva semana.

Feriado Se na semana em que houve a falta injustificada, ocorrer feriado, este perder o direito remunerao do dia respectivo. Base: 1 do art. 7 da Lei 605/1949.

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Faltas Abonadas por Lei Art. 473 - O empregado poder deixar de comparecer ao servio sem prejuzo do salrio: (Redao dada pelo Decreto-lei n 229, de 28.2.1967) I - at 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cnjuge, ascendente, descendente, irmo ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdncia social, viva sob sua dependncia econmica; (Inciso includo pelo Decreto-lei n 229, de 28.2.1967) II - at 3 (trs) dias consecutivos, em virtude de casamento; (Inciso includo pelo Decreto-lei n 229, de 28.2.1967) III at 5 (cinco) em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana; (Inciso includo pelo Decreto-lei n 229, de 28.2.1967) IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doao voluntria de sangue devidamente comprovada; (Inciso includo pelo Decreto-lei n 229, de 28.2.1967) V - at 2 (dois) dias consecutivos ou no, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva. (Inciso includo pelo Decreto-lei n 229, de 28.2.1967) VI - no perodo de tempo em que tiver de cumprir as exigncias do Servio Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei n 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Servio Militar). (Includo pelo Decreto-lei n 757, de 12.8.1969) VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. (Inciso includo pela Lei n 9.471, de 14.7.1997) VIII - pelo tempo que se fizer necessrio, quando tiver que comparecer a juzo. (Inciso includo pela Lei n 9.853, de 27.10.1999)

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IX - pelo tempo que se fizer necessrio, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunio oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. (Includo pela Lei n 11.304, de 2006)

Art. 396 CLT Para amamentar o prprio filho, at que este complete 06 (seis) meses de idade, a mulher ter direito, durante a jornada de trabalho, a 02 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um.

Horas de atrasos Somatrio dos atrasos do empregado no ms, cabe a empresa estipular um determinado valor de tolerncia, no podendo ultrapassar 10 minutos.

Prmios/Gratificaes So institudos de forma a incentivar o empregado na execuo do contrato de trabalho ou recompensa-lo por sua dedicao e empenho, assim, no sentido prprio, constituem formas de incentivo, objetivando maior participao do empregado no trabalho, com maior rendimento e melhor comportamento. Os prmios podem resultar dos contratos individuais de trabalho, acordos, convenes coletivas e regulamentos de empresas.

Adicional de periculosidade So consideradas perigosas as atividades ou operaes que, por sua natureza ou mtodos de trabalho, impliquem contato permanente com inflamveis ou

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explosivos, em condies de risco acentuado. A periculosidade ser caracterizada atravs de percia a cargo do Engenheiro de Segurana do Trabalho, registrado no MTB (Ministrio do Trabalho). Tal percia poder ser solicitada pela prpria empresa, ou ento atravs do sindicato da categoria profissional respectiva. Os empregados que trabalham em condies perigosas tm direito ao adicional de 30% (salvo acordo coletivo) do respectivo salrio contratual, excluindo as gratificaes, prmios ou participaes nos lucros da empresa. O servio prestado, simultaneamente, em condies insalubres e perigosas, faculta ao empregado optar por apenas um dos adicionais. O adicional integra o salrio do empregado para todos os efeitos legais, tais como pagamento de hora extra, adicional noturno e 13 salrio. O direito periculosidade cessa com a eliminao do risco integridade fsica do empregado. Conforme Portaria n. 6, de 05/02/2001, que determina o quadro de servios e locais perigosos ou insalubres, no permitindo o trabalho ao menor. Exemplo: Salrio-base = R$ 750,00 + adicional de periculosidade. 30% = R$ 247,50 (750,00 x 30%) Total = R$ 997,50 O enunciado n. 191 preceituam: O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salrio base e no sobre o salrio mnimo.

Adicional de insalubridade Consideram-se atividades ou operaes insalubres aquelas que, por sua natureza, condies ou mtodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos sade, acima dos limites de tolerncia fixados em razo da

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natureza, intensidade do agente e do tempo de exposio aos seus efeitos. A caracterizao e a classificao da insalubridade far-se-o atravs de percia a cargo do Mdico ou Engenheiro do Trabalho, registrados no MTB (Ministrio do Trabalho). O empregado ter direito ao adicional incidente sobre o salrio mnimo, equivalente a: 40% para insalubridade de grau mximo, 20% para insalubridade de grau mdio e 10% para insalubridade de grau mnimo (artigo 192 da CLT). Ocorrendo pagamento de insalubridade em carter permanente, o mesmo integrar a remunerao do empregado para todos os efeitos legais. Em relao durao do trabalho, as prorrogaes ou compensaes da jornada de trabalho para trabalhadores em atividades insalubres s podem ocorrer aps prvia licena da autoridade do Ministrio do Trabalho, a qual, para esse efeito, proceder aos necessrios exames locais e verificao dos mtodos de trabalho nos termos do art. 60 da CLT e enunciado 349 do TST. J em relao ao trabalho do menor, quando ele for perigoso ou insalubre, ser proibido para menores, conforme dispe o art. 405, I, da CLT, descrito a seguir:

Artigo 405. Ao menor no ser permitido o trabalho: I - Nos locais e servios perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse fim aprovado pela Secretaria de Segurana e Medicina do Trabalho. Excluso do pagamento do adicional de insalubridade Enunciado n 80 do TST: A eliminao da insalubridade, pelo fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo rgo competente do Poder Executivo, exclui a percepo do adicional respectivo.

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31. DCIMO TERCEIRO SALRIO GRATIFICAO NATALINA

Gratificao Natalina - devida a gratificao natalina proporcional (Lei n 4.090, de 1962) na cessao da relao de emprego resultante da aposentadoria do trabalhador, ainda que verificada antes de dezembro O dcimo terceiro consiste na parcela contra prestativa paga pelo empregador ao empregado, em carter de gratificao legal e tem natureza salarial, no importe da remunerao devida em dezembro de cada ano ou no ltimo ms contratual, caso rompido antecipadamente a dezembro o pacto. O 13 salrio deve ser pago em duas parcelas ao empregado, a primeira entre os meses de fevereiro e novembro e a segunda at o dia 20 de dezembro do respectivo ano. Embora a verba seja salrio, o legislador imps a condio para o seu recebimento na ruptura contratual, qual seja, no pode ter havido a ruptura por justa causa cometida pelo empregado. A domstica tambm tem direito ao dcimo terceiro, conforme prev o artigo 7, pargrafo nico da Constituio Federal de 1988. Um dos aspectos principais do pagamento do dcimo terceiro salrio sua forma, pois o nico que pode ser pago em duas parcelas:

1 PARCELA - Fevereiro a 30 de novembro 2 PARCELA At 20 de Dezembro

Quando solicitado em janeiro de cada ano, a primeira parcela deve ser paga por ocasio do gozo das frias. Forma-se como base de clculo para o 13 salrio o valor constitudo de

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SALRIO FIXO SALRIO VARAVEL

Varivel calculada com a mdia no prprio exerccio como, por exemplo, horas extras e mais Fixo calculado com o valor do salrio fixo do empregado recebido no ultimo Ms. Salvo na dispensa por justa causa, todas as demais formas de extino do vnculo de trabalho geram o pagamento do 13 salrio, sendo seu pagamento por conta do vencimento da resciso. O pagamento do 13 salrio, alm de quando solicitado por ocasio das frias, pode ser efetuado a um ou mais empregados separadamente, no sendo obrigatrio o pagamento a todos numa mesma data.

Encargos sobre dcimo terceiro salrio: INSS O INSS s deduzido na segunda parcela ou na resciso contratual. O FGTS pago juntamente com o FGTS da folha, nos adiantamentos e o 13 integral. O IRRF recolhimento por ocasio do pagamento da segunda parcela do dcimo terceiro ou resciso contratual.

INSS Vencimento 20 de Dezembro FGTS Pago juntamente com a folha at o dia 07

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32. FRIAS

Perodo de descanso definido pela CLT art. 129 Todo empregado ter direito anualmente ao gozo de um perodo de frias, sem prejuzo da remunerao Aps 12 meses de efetivo trabalho, o empregado adquire direito a frias, devendo o perodo de gozo ser estabelecido em funo do nmero de faltas injustificadas que possuir no correspondente perodo aquisitivo. A empresa tem por obrigao avisar com antecedncia mnima de 30 dias ao empregado o inicio do gozo das frias. O pagamento desta dever ser efetuado com 02 dias teis de antecedncia ao inicio do descanso. O empregado tem o direito a optar pelo abono pecunirio e pela antecipao da primeira parcela do 13 salrio, estas opes devero ser solicitadas a empresa com antecedncia de 30 dias ao vencimento do perodo aquisitivo. Alm da remunerao normal, o empregado tambm dever receber, quando do gozo de suas frias, um adicional que corresponder 1/3 do salrio dos dias em que se encontrar de frias de acordo, com o disposto no inciso XVII do artigo 7 da nova Constituio. A Instituio Normativa n 1, de 12/10/88 estabelece: deve se estender por salrio, o salrio fixo acrescido das verbas de carter salarial, tais como adicionais ao salrio, gratificaes ajustadas ou habituais, dirias para viagem, desde que excedentes a 50% (cinquenta por cento) do salrio, prmios, utilidades fornecidas como habitualidades e gratuitamente dentre outras. Para efeito de integrao, leva-se em conta a mdia das horas dos respectivos perodos, aplicando-se o valor de sua remunerao na data do pagamento. Quando o empregado perceber por tarefa ou pea, o pagamento ser feito pela

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mdia do perodo aquisitivo do respectivo direito. Tratando-se de comisses, levar-se- em conta a mdia percebida nos 12 (doze) ltimos meses, ou perodo inferior. (DOU de 21/10/1988).

A empresa tem o direito de descontar as faltas injustificadas cometidas pelo empregado durante o perodo aquisitivo conforme tabela abaixo:

Faltas injustificadas 0a5 6 a 14 15 a 23 24 a 32 A partir de 33

Dias de Gozo 30 24 18 12 0

Abono Pecunirio Das Frias

Todo empregado que quiser poder converter 1/3 (um tero) do perodo de frias a que tiver direito em abono pecunirio, no valor da remunerao das frias, j acrescido de 1/3 (um tero), referido no art. 7, inciso XVII, da Constituio Federal. Para isso, preciso que o empregado requeira tal abono at 15 dias antes do trmino do perodo de aquisio, consoante o inciso 1 do Art. 143 da CLT (anexo 3). O pagamento do abono pecunirio das frias ser efetuado at dois dias antes do incio do respectivo perodo.

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Frias Proporcionais No caso de frias proporcionais, a apurao do perodo de gozo ser feita razo de 1/12 de 30, 24, 18 ou 12 dias, conforme o caso, por ms de servio ou frao superior a 14 dias.

Proporcionalidade N avos 01/12 02/12 03/12 04/12 05/12 06/12 07/12 08/12 09/12 10/12 11/12 12/12 At 05 2,5 5,0 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30

N de Faltas Injustificadas 6 a 14 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 15 a 23 1,5 3 4,5 6 7,5 9 10,5 12 13,5 15 16,5 18 24 a 32 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Empregado contratado na modalidade de regime de tempo parcial

No regime de tempo parcial, assim entendido o trabalho cuja durao no exceda a 25 horas semanais (art. 58-A-CLT), aps cada perodo de 12 meses

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de vigncia do contrato de trabalho, o empregado ter direito a frias, na seguinte proporo:

Jornada Semanal Superior a 22 at 24 Horas Superior a 20 at 22 Horas Superior a 15 at 20 Horas Superior a 10 at 15 Horas Superior a 05 at 10 Horas Inferior a 05 Horas

Perodo de Gozo 18 dias 16 dias 14 dias 12 dias 10 dias 08 dias

FRIAS COLETIVASCLT Artigo 139 - Podero ser concedidas frias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.

1 - As frias podero ser gozadas em 2 (dois) perodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.

2 - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicar ao rgo local do Ministrio do Trabalho, com a antecedncia mnima de 15 (quinze) dias, as datas de incio e fim das frias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida.

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3 - Em igual prazo, o empregador enviar cpia da aludida comunicao aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciar a afixao de aviso nos locais de trabalho.

Artigo 140 - Os empregados contratados h menos de 12 (doze) meses gozaro, na oportunidade, frias proporcionais, iniciando-se, ento, novo perodo aquisitivo.

Artigo 141 - Quando o nmero de empregados contemplados com as frias coletivas for superior a 300 (trezentos), a empresa poder promover, mediante carimbo, anotaes de que trata o art. 135, 1.

1 - O carimbo, cujo modelo ser aprovado pelo Ministrio do Trabalho, dispensar a referncia ao perodo aquisitivo a que correspondem, para cada empregado, as frias concedidas.

2 - Adotado o procedimento indicado neste artigo, caber empresa fornecer ao empregado cpia visada do recibo correspondente quitao mencionada no pargrafo nico do art. 145.

33. SALRIO IN NATURA

O salrio corresponde ao valor contratualmente acordado entre as partes (valor contratual) a ser pago em funo dos servios prestados.

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Artigos 81, 82 e 458 da Consolidao das Leis do Trabalho, que determina regras para o pagamento do salrio in natura dos trabalhadores urbanos, e ao artigo 9 da Lei 5.889/73, que determina regras para o pagamento do salrio in natura dos trabalhadores rurais. O salrio in natura ou tambm conhecido salrio utilidade toda parcela, bem ou vantagem fornecida pelo empregador como gratificao pelo trabalho desenvolvido ou pelo cargo ocupado. So exemplos de salrio in natura ou utilidade: a alimentao, habitao, vesturio ou outras prestaes in natura que a empresa, por fora do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado, nos termos do artigo 458 da CLT. O 1 do artigo 458 da CLT afirma que os valores atribudos s prestaes in natura devero ser justos e razoveis, no podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salrio mnimo previstas nos artigos 81 e 82 da CLT. Porm, esta previso somente se aplica para empregados que percebam salrio mnimo, entendimento da smula 258 do TST. A smula 258 do TST tambm indica que nossos tribunais entendem que a quantificao da utilidade deve ser firmada pelo seu valor real quando o empregado percebe salrio superior ao mnimo nacionalmente fixado. Lembrando que, a habitao e alimentao forn