Download - Revista Comuna 56

Transcript
Page 1: Revista Comuna 56

1

Page 2: Revista Comuna 56
Page 3: Revista Comuna 56
Page 4: Revista Comuna 56

SedeRua Eponina, 390 - V. Carrão

(11) 2090-1800

Acesse o Portal Comunawww.comuna.com.br

Produção: Associação Comunidade da Graça

Pastor Presidente: Carlos Alberto de Quadros Bezerra

Pastor Responsável: Wagner Fernandes

Jornalista Responsável: César Stagno - MTB 58740

Colaborador: Paulo Alexandre Sartori

Revisão: Milena Rosaneli

Projeto Gráfico e Diagramação: Salsa Comunicação www.salsacomunicacao.com.br

Tiragem: 15.000 exemplares

Os anúncios contidos nessa edição são de única e exclusiva responsabilidade dos anunciantes, não tendo a Igreja Comunidade da Graça nenhuma responsabilidade sobre o conteúdo e veracidade dos mesmos.

Contato Publicitário: Gabriela R. Bedore

Interessados em anúnciar na próxima edição: [email protected] 11 3588 0575

56comuna

Olá!

Comuna e vc!

Uma pesquisa do Pew Research Center, instituto especializado em análises de opinião, aponta que o brasileiro anda muito pessimista com relação ao futuro:

72% dos brasileiros se dizem insatisfeitos com a situação do país;

83% apontam a inflação, a criminalidade e a saúde como as maiores preocupações;

78% dizem que a corrupção é o que mais incomoda;

68% preocupam-se com a baixa qualidade das escolas;

41% dos brasileiros acham que o país tende a piorar.

Estes números não são absolutos, isso significa que também há pessoas que apro-vam a situação atual do Brasil.

Eis a importância das eleições. É o momento de se expressar popularmente. O momento em que as coisas podem continuar do jeito que estão ou mudar, e tudo de acordo com o voto, a expressão máxima da celebração da democracia.

A democracia, associada aos conceitos chave de liberdade e igualdade, é um privi-légio que não muitos países no mundo tem. Por isso é importante deixar bem claro que a omissão não é uma opção. Quem se omite escolhe que outro fale por ele.

E a omissão não se trata só em evitar participar nas eleições, mas também de não se tomar o trabalho de estudar e escolher com cuidado a cada um de nossos representantes.

Que esta edição da Revista Comuna possa cooperar para refletirmos e analisar cada candidato, cada proposta, para podermos ter um Brasil muito melhor.

Boa leitura!

Gostou dos temas e assuntos da revista? Deseja fazer algum comentário? Tem sugestões? Escreva para nós. Queremos saber sua opinião!

[email protected]

Page 5: Revista Comuna 56

24

06 08

10 22

06 - VisãoO projeto eterno de Deus para formar Homens de Honra

08 - MulheresSomos o bom perfume de Cristo

10 - Ponto de VistaSal e Luz

12 - Eles Andaram com JesusHoward Hendricks

14 - EducaçãoMalcriação: Falta de limites

16 - EspecialComo amar pessoas das quais não gostamos?

18 - FamíliaUma única chance

20 - Sonhos PossíveisBoa política fala por sí

22 - EspecialGuia para debater on-line

24 - Capa

34 - Nova GeraçãoNão seja escravo do dinheiro

36 - Especial4 coisas que toda pessoa que quer mudar o mundo faz

38 - Fundação CGTodo dia é dia das crianças:Os desafios de cuidar e Educar

39 - Aconteceu

Page 6: Revista Comuna 56

6

VISÃO Carlos Alberto Bezerra, pr.

O PROJETO DE DEUS PARA FORMAR HOMENS DE HONRARui Barbosa afirmou que a “família é a célula mater da sociedade”. Portanto, para construirmos uma sociedade sau-dável, precisamos, mais do que nunca, conhecer o projeto criacional de Deus para a família. Gênesis é o livro dos modelos, e se quisermos saber como a família deve ser agora, precisamos voltar ao princípio, ao propósito origi-nal idealizado por Deus.

“Criou Deus o homem à sua ima-gem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: Sejam fér-teis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra.” Gênesis 1.27-28

O Dr. Howard Hendricks (1924-2013), professor de educação cristã no Dallas Theological Seminary, afir-mava que essa passagem revela três propósitos para a constituição de uma família: PRIMEIRO, para refletir a imagem de Deus; SEGUNDO, para reproduzir descendentes piedosos; TERCEIRO, para dominarem e go-vernarem juntos a terra.

Quanto ao papel específico do homem na criação, Gênesis 2.15-17 expressa a ordem clara de Deus para ele. Logo em seguida, Gênesis 3.11-12 mostra a tentativa do homem de transferir sua responsabilidade para a mulher e de volta a Deus. Então, em Gênesis 3.17-19, Deus chama o homem novamente à sua responsabilidade.

Olhando com cuidado para toda a Bíblia, encontramos outras responsabilidades e funções do homem no con-texto familiar:

Governar e administrar a casa (1 Timóteo 3.4 e 12; Efésios 5.23).

Trabalhar para o susten-to da família – o homem é o principal provedor e responsável por essa ta-refa (Gênesis 3.19; 1 Tes-salonicenses 4.11-12; 1 Ti-móteo 5.8).

Page 7: Revista Comuna 56

7

Carlos Alberto de Quadros Bezerra é fundador e presidente da Comunidade da Graça. É membro da Academia Paulista Evangélica de Letras e preletor internacional. Casado com a pra. Suely Bezerra.

Porém, desde Gênesis, e muito mais nos dias atuais, o homem tenta sempre se omitir de suas responsabilidades. Alguns julgam impossível cumprir es-sas tarefas dadas por Deus ao homem. Contudo, sabemos que o Senhor não dá uma ordem impossível de ser cum-prida. Ele dá os meios necessários para executar a sua vontade. Podemos amar porque “o amor de Deus foi der-ramado em nossos corações” (Roma-nos 5.5); é somente crer, porque “tudo é possível ao que crê” (Marcos 9.23). Não se trata de um fardo, mas de um “jugo suave” (Mateus 11.30), pois “seus mandamentos não são pesados” (1 João 5.3).

Para podermos praticar os mandamen-tos de Deus, é necessário antes termos um coração novo. Sem ele, repetimos nossos erros sempre, mesmo sem que-rer. Pecamos repetidamente o mesmo pecado. Por isso, quando tratamos apenas do comportamento exterior, o resultado é frustração, assim como ocorreu com o povo de Israel (Deute-ronômio 5.27-29).

Ninguém consegue cumprir o propó-sito eterno de Deus com apenas boas intenções, boas idéias, bons planos, boa religião etc. Para cumprir seu projeto é necessário readquirir a ima-gem perdida por ocasião do pecado (Gênesis 3). É necessário ser uma nova criatura (João 3.3).

A perda da natureza divina pelo homem incapacitou-o a viver dentro dos padrões e da vontade de Deus, tornando-o escra-vo do pecado e de suas ambições pesso-ais (Efésios 2.1-3). A Bíblia descreve o coração do homem não regenerado (Je-remias 17.9), um coração endurecido, que não ouve e não vê, e por isso não pode ser curado (Mateus 13.15), um co-ração não transformado de onde proce-de todo tipo de pecados (Mateus 15.18).

A solução para o coração corrupto do homem está registrada em Ezequiel 36.26-27. A promessa de Deus é dar ao homem um “novo coração”, arran-cando o de pedra e substituindo por

Amparar, proteger, cuidar e sustentar sua esposa (Efésios 5.28-29).

Ser o responsável princi-pal pela disciplina e cor-reção dos filhos em geral (1 Samuel 3.12-13; Hebreus 12.7-9).

Ter papel preponderante na formação dos filhos homens, especialmente dos 8 aos 10 anos, na afir-mação dos valores de sua masculinidade, no ensino de habilidades, trabalhos manuais, ofícios, negó-

cios, esportes, educação sexual etc.

Ser sacerdote da família e líder espiritual; ensinando, guiando e edificando a fa-mília no Senhor (Gênesis 18.19; Deuteronômio 6.6-7).

Ocupar os cargos de lide-rança na igreja (1 Coríntios 11.3; 1 Timóteo 2:12-13).

Enfim, o principal manda-mento de Deus para o ho-mem é AMAR sua família.

um de carne, capacitando-o a cumprir seus mandamentos.

Foi no Calvário que essa inadequação foi resolvida na morte de Cristo, pois “Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados... a fim de que... vivês-semos para a justiça...” (1 Pedro 2.24). Fomos atraídos a Cristo na sua morte, para que o velho homem deixasse de existir, com seus feitos, escravidão e fracassos (João 12.32).

Também fomos unidos a Cristo na sua ressurreição para ressurgirmos em no-vidade de vida (Romanos 6.5), cheios do Espírito Santo que nos foi dado.

Agora, milagre dos milagres: somos uma nova criatura (2 Coríntios 5.17), criados em Cristo Jesus para as boas obras (Efésios 2.10), pelo poder rege-nerador de sua Palavra, que nos trans-formou em filhos de Deus, semelhantes ao nosso irmão mais velho, o primogê-nito JESUS (Romanos 8.29). Aleluia!

Na regeneração, Deus nos restaura ao estado original da criação, quando criou o homem e o colocou no Éden para cumprir com o seu eterno pro-pósito. Todo aquele que é nascido de Deus está capacitado, portanto, a co-operar com Deus, o Pai, na sua mais importante missão entre os homens: “Ter uma família, com muitos filhos semelhantes a Jesus”. Assim como Ele é, nós somos também (1 João 4.17b).

Condições para o homem cumprir o propósito eterno de Deus Coração novo, espírito

novo, Espírito Santo!

Page 8: Revista Comuna 56

8

MULHERES Suely Bezerra, pra.

“E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo...” 2 Coríntios 2.14-15

Todas as pessoas apreciam uma boa fragrância. Umas preferem as mais adocicadas, outras as mais cítricas, as amadeiradas ou ainda as florais... Mas o que realmente importa é sentir aquele aroma agradável que sempre nos faz tão bem e nos traz uma sen-sação de paz e alegria.

Os cheiros também nos trazem lembranças de quem os usava. Às vezes, um aroma nos recorda parentes e amigos queridos que marcaram nossas vidas com seu modo único de ser. Outras ve-zes, um odor nos lembra de pessoas ou situações desagradáveis e tristes que passamos; e por isso evitamos aquele cheiro, pois nos causam um mal-estar.

Normalmente, o cheiro ruim é exalado por coisas que estão ve-lhas, mortas ou apodrecendo. Mas o bom perfume é elaborado a partir das melhores especiarias e óleos aromáticos.

As Escrituras Sagradas nos relatam que, no Antigo Testamento, havia um perfume próprio para se entrar na presença do Senhor. Deus recebia e apreciava esse perfume como expressão de adora-ção. Ele era santo e tinha tanta importância e um valor tão espe-cial que, se alguém usasse esse perfume para consumo próprio, seria eliminado do meio do povo.

“Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, e ônica, e gálbano; estas especiarias aromáticas e o incenso puro, em igual proporção; e disto farás incenso, um perfu-me segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo; e uma parte dele moerás, e porás diante do Testemunho, na tenda da con-gregação, onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será. Porém o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo será para o Senhor. O homem que fizer tal como este para cheirar, será extirpado do seu povo.” Êxodo 30.34-38

SOMOS O BOM PERFUME DE

CRISTO

Porém, o pecado no coração do homem o mantinha separado de Deus (Isaías 59.2). Suas iniquidades o tornavam imundo (Isaías 64.6), como alguém que não cheira bem, e por isso o Senhor não podia ter comu-nhão com ele. Os perfumes no templo agradavam a Deus, mas eles não podiam resolver o problema da maldade no interior das pessoas.

Todavia, ao lermos o Novo Testamento, descobri-mos que Jesus Cristo veio habitar entre nós e morrer naquela cruz a fim de nos tornar pessoas agradáveis e santas para Deus. Ele pagou o preço dos nossos pe-cados, nos limpou e nos redimiu junto ao Pai. Cristo nos regenerou, destruindo tudo o que nos separava de Deus e, na sua ressurreição, nos deu uma nova vida, fazendo de nós novas criaturas e filhos amados do nosso Pai.

Page 9: Revista Comuna 56

9

“E vos vivificou, estando vós mor-tos em ofensas e pecados, em que, noutro tempo, andastes segundo o curso deste mundo, segundo o prín-cipe das potestades do ar, do espí-rito que, agora, opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamen-tos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em miseri-córdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vi-vificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos).” Efésios 2.1-5

“Assim que, se alguém está em Cris-to, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5.17

Por causa do sacrifício de Cristo, no qual fomos incluídos, Deus, o Pai, nos recebe como filhos e, agora, nós so-mos agradáveis a Ele.

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estar-des em temor, mas recebestes o Es-pírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Es-pírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co--herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que tam-bém com ele sejamos glorificados.” Romanos 8.15-17

Hoje, não necessitamos mais de um perfume exterior para sermos agradá-veis a Deus; nós somos o “bom perfu-me de Cristo”! Um perfume que, além de ser a perfeita expressão de adora-ção ao Pai, também contagia e inspi-ra outros a renderem-se a Cristo da mesma forma que nós um dia fizemos (2 Coríntios 2.14-15). Pois um bom

perfume neutraliza completamente o mal cheiro, e deixa sua marca, mesmo depois de já ter ido embora.

Com base nisso tudo que vimos, pre-cisamos refletir e responder com sin-ceridade a nós mesmos: Que perfume minha vida tem exalado? Cheiro de morte, daqueles que ainda vivem de-baixo da escravidão do pecado? Ou cheiro de vida, daqueles que foram transformados por Cristo e agora vi-vem em obediência, justiça e santida-de? De que maneira posso espalhar o bom perfume de Cristo na minha fa-mília, no trabalho, na escola, na vizi-nhança e na igreja?

“Aquele que diz que está nele, tam-bém deve andar como ele andou.” 1 João 2.6

Como cristãos genuínos, devemos permitir que nossa vida transmita o bom perfume de Cristo, que emana de todo o nosso ser, através da presença do Espírito Santo em nós e da vida nova de íntima comunhão que temos com Jesus. Precisamos ser um perfu-me que seja percebido pelas pessoas através dos nossos atos de amor e serviço. Frascos fechados não podem perfumar nada.

Sendo um bom perfume de Cristo e exalando as qualidades do nosso Se-nhor por onde quer que passarmos, nós abençoaremos a muitos e alegra-remos o coração do nosso Pai.

Suely Bezerra, é líder Nacional do Ministério Mulheres Intercessoras. É casada com o Pr. Carlos Alberto Bezerra e autora de vários livros relacionados com a oração e a prática devocional

Todavia, ao lermos o Novo Testamen-to, descobrimos que Jesus Cristo veio habitar entre nós e morrer naquela cruz a fim de nos tornar pessoas agradáveis e santas para Deus. Ele pagou o preço dos nossos pecados, nos limpou e nos redimiu junto ao Pai. Cristo nos regene-rou, destruindo tudo o que nos separava de Deus e, na sua ressurreição, nos deu uma nova vida, fazendo de nós novas criaturas e filhos amados do nosso Pai.

Hoje, não necessitamos mais de um perfume exterior para sermos agradáveis a Deus; nós somos o “bom perfume de Cristo”!

Page 10: Revista Comuna 56

10

PONTO DE VISTA

SAL E LUZA publicação escolheu entrevistar dois líderes evangélicos que estão na vida pública: Marina Silva e Carlos Bezerra Jr. Eles falaram sobre o trabalho dos atuais políticos cristãos no Brasil, das possíveis contribuições

evangélicas na esfera política e apresentam seus pontos de vista sobre o que é ser “sal e luz” na prática. Confira:

A Revista Comuna reproduz, abaixo, os principais trechos da reportagem de capa da mais recente edição da Revista Impacto, uma das mais importan-tes publicações evangélicas do país, que reservou espaço para tratar sobre cristianismo e política.

O que vocês acham do trabalho que os políticos cristãos têm feito no sen-tido de preservar os valores tradicio-nais da sociedade?

Bezerra Jr. A contribuição evangélica na política precisa exceder o campo moral e a defesa de privilégios para impérios eclesiásticos. Sou a favor de termos firmeza na defesa do que acre-ditamos. Em assuntos como família, por exemplo, sou tradicional: casa-mento, para mim, é questão da igreja, não do Estado. Não admito que tratem a nós, evangélicos, com preconceito e nem que tentem abafar nossa voz. No entanto, a representatividade que te-

mos nos põe diante da chance histórica de apresentar não apenas o que somos contra, mas também do que somos a favor. Onde sobra discurso, falta ação – não foi à toa que Jesus chamou de “guias cegos” aqueles que coavam mosquitos e engoliam camelos. Preci-samos nos importar com temas morais. Mas é preciso ir além. Às vezes, parece que a única maneira de fazer com que certas bancadas evangélicas se impor-tem com a corrupção, por exemplo, é tornando-a atentado ao pudor.

Marina. Existem temas para os quais as pessoas precisam ter essa liberdade de consciência. Em toda a minha vida

pública e nas instituições partidárias que participei, reivindiquei votar cer-tos temas conforme a formação de minha consciência e tive esse direito preservado. Assim como reivindico para mim, considero que outros ti-pos de consciência também devam ter o mesmo direito, quando se trata da vida pública ou de temas de responsa-bilidade do Estado, por uma questão de democracia. Não podemos confun-dir temas morais com os direitos civis.

Bezerra Jr. E, do mesmo modo que precisamos levar nosso candeeiro para as frentes onde há injustiça, é preciso ser “sal” nos lugares para os

Page 11: Revista Comuna 56

11

quais Deus nos vocacionou. Ou seja, sendo limite para a maldade e para a corrupção de valores.

Marina. A ação cristã no meio político não pode se limitar ao debate em torno da moral tradicional, que se dá muito mais no âmbito da sociedade. O político cristão tem que se pautar pela honesti-dade, pela integridade, pela defesa dos mais fracos, pela clareza de suas posi-ções. E pela defesa não só do ponto de vista cristão, que também é legítimo, e muitas vezes precisa ser levantado, mas do interesse de toda a sociedade.

Afinal, que contribuição os evangéli-cos têm a dar, politicamente, ao Brasil?

Marina. Os cristãos evangélicos, dife-rentemente dos cristãos católicos, têm uma atuação política institucional me-nos coesa e para vários grupos uma participação política bastante recen-te, talvez menos de 30 anos, o que na história das sociedades é um átimo de tempo. É preciso maior adensamento político para chegar a uma formula-ção que seja a competente tradução social e política de nosso referencial, que são os ensinamentos de Jesus. Há exegeses variadas de seus ensinamen-tos para a vida coletiva e há os que sequer percebem essa dimensão nas falas de Jesus. Ainda temos um bom caminho pela frente para fazer com que a atual sociedade complexa, di-versificada e cheia de novos proble-mas postos pela vida moderna, urba-na, industrializada e polarizada pela produção econômica, seja elaborada a partir de uma visão cristã da vida. E isso é uma pena porque vejo imensas e sofisticadas lições no Antigo Testa-mento, nos evangelhos e nas cartas apostólicas para nossa vida atual.

Bezerra Jr. Jamais deixo Jesus de fora quando entro no plenário ou quando tomo decisões. Há três anos comecei a trabalhar em um projeto rigoroso contra o trabalho escravo

aqui em São Paulo. A iniciativa fecha-va sumariamente empresas flagradas nesse crime em qualquer parte de sua cadeia produtiva e bania do mercado por uma década os sócios envolvidos. A primeira reação quando a propus, foi o descrédito: “você jamais vai aprovar algo assim”, diziam outros deputados. Depois, vieram ameaças e ataques dos poderosos. Porém, con-tra todos os prognósticos – mesmo os meus, em vários momentos – a medida foi aprovada por unanimidade no ple-nário. Depois, veio a sanção e regula-mentação integrais. E, por fim, quan-do achei que já tínhamos conquistado um avanço antes impensável, veio o relatório da ONU apontando aquela lei como exemplo para o mundo. Que lições tiro disso tudo? A certeza de que Deus se move misteriosamente a favor da justiça. Sempre que formos Seus discípulos “disfarçados” de par-lamentares, seremos usados como res-posta à oração dos que sofrem. Essa forma de fazer política vale a pena – e não aquela que usa o cargo para be-nefício estritamente eleitoral ou pró-prio. Como evangélico, jamais vou aceitar qualquer tentativa de rebaixar nossos padrões morais ou de abafar nossa voz. Acho que temos uma con-tribuição a dar nessa temática e não podemos abrir mão de nosso papel profético no Brasil. Mas isso não se faz com bravatas nem estimulando a intolerância. Isso se faz por meio de nosso testemunho.

Uma das características do mode-lo político representativo é que de cada segmento da sociedade eleger seus representantes para que eles lutem pelos direitos de quem os ele-geu. Isso justificaria a máxima “ir-mão vota em irmão”?

Bezerra Jr. É direito democrático que cada grupo se cotize para eleger seus representantes. Mas penso que um par-lamentar, cristão ou não, deve lutar pelo bem público, pelos interesses da

maioria. Quando falamos de “bene-fícios” a esse ou aquele, estamos, na verdade, falando de privilégios, algo muito próximo do “jeitinho”, da troca de favores, da “ajudinha”, etc. Acredi-to na importância de termos evangé-licos nos parlamentos, sim. Mas não para que defendam os interesses ins-titucionais das igrejas, mas para que representem o povo de Deus com reti-dão de caráter, conduta diferenciada e contribuição social comprovada.

Marina – Acho legítimo ter interes-ses, mas acho ilegítimo usar de meios incorretos para que eles sejam aten-didos ou que anulem toda a possibi-lidade de outros interesses também serem considerados. Isso não seria democrático. A capacidade política, a vivência experiencial que traz legi-timidade e a competência técnica são requisitos muito desejáveis para que um representante parlamentar possa ter um bom desempenho.

Como o leitor comum, sem interesse pela política partidária, pode interfe-rir politicamente na sociedade?

Bezerra Jr. Há inúmeras formas de in-tervir que não pela via da política par-tidária. Há conselhos de bairros, tutela-res, da infância, da mulher, de juventude e etc. Há o caminho do Terceiro Setor, com ONGs e entidades sociais. Tem as associações de bairro e agremiações es-tudantis. E, como não poderia deixar de ser, há a internet e as redes sociais – que ultimamente se transformaram numa das mais eficazes ferramentas de mobi-lização e protesto. Nesse campo, existe uma variedade enorme de meios, como petições eletrônicas, abaixo-assinados virtuais e, claro, as redes sociais como o Facebook e o Twitter. Vejo com bons olhos que mais e mais pessoas estejam percebendo essas formas de interven-ção e engajamento social e que várias igrejas estejam percebendo que o Evan-gelho nos impulsiona para além das quatro paredes.

Page 12: Revista Comuna 56

12

Paulo Alexandre Sartori

Leia “Ensinando para transformar vidas”, de Howard Hendricks, editora Betânia.

ELES ANDARAM COM JESUS

HOWARD HENDRICKSO seu legado para a educação

Howard George Hendricks nasceu em 5 de abril de 1924 na Filadélfia, EUA. Ele foi criado pela avó, pois seus pais se separaram pouco antes dele nascer. Fruto de um lar des-feito e instável, ele cresceu como um garoto encrenqueiro em um bairro difícil da cidade. O diagnóstico de sua pro-fessora na quinta série foi: “o mais provável é você acabar na cadeia.”

Mas as coisas mudaram quando ele conheceu a professora da sexta série. Ela disse: “Eu ouvi muito sobre você, mas não acredito em nada.” Essas palavras transformaram sua vida, porque pela primeira vez alguém disse: “Eu acredito em você.” Hendricks levou consigo essa mensagem para seu futuro trabalho como professor.

Pouco depois, apareceu outra pessoa fundamental em sua vida. Um professor o convidou para ir à escola dominical. Hendricks não queria, mas o professor ganhou sua confian-ça e ele foi. Ao todo, o professor levou 13 crianças para a igreja, das quais 11 permaneceram fiéis a Deus por toda a vida. Hendricks encontrou seu mestre maior – Jesus.

Na escola, Hendricks conheceu Jeanne, com quem veio a se casar. Depois de se formar como professor, ele foi para o Texas, onde obteve o grau de mestre no Seminário Teo-lógico de Dallas, em 1950. Após sua graduação, Hendricks tornou-se pastor presbiteriano e também começou a ensi-nar no seminário. Ele insistiu em acrescentar o tema “Edu-cação Cristã” ao programa. Um dos seus legados mais no-táveis são os sete princípios de educação que desenvolveu:

1. Se você parar de aprender hoje, deixará de ensinar amanhã.

2. A maneira como as pessoas aprendem deve determinar a forma como ensinamos.

3. Aprendizagem máxima é o resultado de um envolvimento máximo.

4. Uma comunicação eficaz requer a construção de pontes.

5. O ensino que impacta não é de cabeça a cabeça, mas de coração para coração.

6. O ensino será mais eficiente se o aluno estiver devidamente motivado.

7. O processo de ensino será mais eficaz se a lunos e professores estiverem bem preparados.

Ele sempre será lembrado como um homem gentil, enco-rajador, cheio de sabedoria e humor. Por mais de 50 anos como professor, cerca de dez mil alunos passaram por suas aulas, incluindo muitos líderes cristãos e futuros prega-dores. Ele ministrou em mais de 60 países e escreveu 16 livros. Howard Hendricks morreu no dia 20 de fevereiro de 2013, aos 88 anos. O “professor” Hendricks deixou um enorme legado para educadores cristãos.

Paulo Alexandre Sartori é membro na Comunidade da Graça Sede, arquiteto, atua no Ministério com Jovens local, e é responsável pela revisão e elaboração de textos para livros, apostilas e boletins.

Para saber mais!

“Os dois fatores que mais nos influenciam são os livros que lemos e as pessoas com quem convivemos.”

Page 13: Revista Comuna 56

13

Anúncio Conferência Internacional

Page 14: Revista Comuna 56

14

EDUCAÇÃO Alessandra Bezerra Caldas, pra.

Em todos estes anos de trabalho com educação, não foram poucas as vezes que ouvi em minha sala a frase “ele é malcriado!” de pais se re-ferindo aos seus próprios filhos ou até mesmo a outras crianças.

Malcriação indica que a criança não recebeu boa educação. E quem são os responsáveis pela educação? Os pais, com toda certeza.

É muito comum vermos, em todos os lugares, crianças, não só peque-nas, mas de todos as idades, sendo malcriados com seus pais, irmãos, colegas, avós, enfim, com pessoas da nossa sociedade.

Desde muito cedo a criança precisa aprender sobre respeito ao próxi-mo, e a melhor maneira é aprendendo pelo exemplo. É o adulto que mostra como se portar em diferentes ambientes sociais.

Hoje, vemos que os pais, pelo fato de trabalharem muito, acham que o pouco tempo que gastam com os filhos não podem ficar chamando atenção, mas sim fazendo as vontades.

Já ouvi frases assim: “Tadinho, fico fora o dia todo, quando chego não posso ficar “brigando” ou chamando a atenção...”. As crianças pre-cisam saber o que devem ou não fazer na sociedade, e cabe aos pais ensiná-los.

Sempre defendi a ideia de que ensinar é desde pequeno e quando cres-cerem veremos os frutos.

Esses ensinamentos são como uma construção que acontece progres-sivamente. A medida que a criança vai vivenciando situações, ela irá assimilando e colocando em prática.

Ex.: ensinar a dizer por favor, obrigado, bom dia. A criança não só verá o adulto fazer, mas também fará igual e com o mesmo respeito.

Nós, pais, muitas vezes temos a tendência de relevar as malcriações alegando a pouca idade ou até mesmo justificar as fases de crescimento da criança. Esse comportamento não trará benefício, pois, na verdade, não existe idade para compreender que as boas relações são geradas pelas boas ações.

MALCRIAÇÃO: FALTA DE LIMITES!

Quando os pais deixam de intervir nas atitu-des erradas, ainda que pequenas, eles estão dando legalidade à estas atitudes e a criança incluirá este mal comportamento em seu re-pertório de ações diárias.

A palavra de Deus nos ensina exatamente a ensinar ainda quando pequenos. “Educa a criança no caminho em que deve andar, E ainda quando for velho, não se desviará dele.” Provérbios 22:6.

Page 15: Revista Comuna 56

15

Alessandra Bezerra Caldas é pastora, pedagoga, casada com o Dr. Anderson Caldas e mãe de quatro filhos. Já atua na área educacional há 20 anos e fez parte da implantação do Colégio da Comunidade, onde hoje é diretora.

Esta foi uma pergunta que ouvi em um dos atendimentos que fiz com uma família. Sempre deve ser feito com amor e res-peito, nunca envergonhando a criança ou provocando “shows” nos ambientes:

Nós, como país, devemos chamar e explicar a criança (em sua linguagem infantil, para que haja compreensão clara) a sua atitude errada, o porquê não se deve agir desta ou daquela forma, deixar claro que sua atitude não agradou;

Leve a criança a ver que aquela atitude entristeceu a vocês e as outras pessoas que viram, mesmo que não tenha tido a intenção de ofender ninguém. Ensine-a a pedir perdão!

Mostre qual é a atitude cor-reta. Agindo assim ensina-mos a criança a mudar de atitude, a restituir o erro.

Pais, nunca repreendam apenas, mas mostrem o porquê do erro, levem a criança a ver o erro e a mudar de atitude. A repreensão sem explicação fará com que ela repita a situação/malcria-ção, apenas para provocá-los.

Como devo repreender meu filho?

1.

2.

3.

A criança pequena vive uma fase de repetições, tudo o que vê, copia e re-pete. Sejam atitudes certas ou erradas. Nesta hora os pais e responsáveis não devem rir ou achar graça, pois quando fazemos isso deixamos a ideia de que a atitude está correta.

Ex.: A criança ouve um palavrão e re-pete, se você achar graça ela entende-rá que está correto, mas se você com

firmeza disser que não é uma palavra bonita a ser falada, a criança percebe-rá que sua conduta não agradou e não deve ser repetida.

Não pense que ensinar é apenas dizer o que fazer, enquanto você faz exata-mente o que acabou de reprovar. En-sinar nada mais é que mostrar pelo EXEMPLO!

“É bom corrigir a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela acaba fazendo sua mãe passar vergonha” Provérbios 29:15 (NLTH)

Page 16: Revista Comuna 56

16

Certa vez uma mulher contou a histó-ria de um parente que estava passando por uma situação difícil. Essa pessoa tinha um conflito sério dentro de casa, e embora ela parecesse ser a vítima da situação, sempre que alguém pergun-tava sobre seus sentimentos em rela-ção ao outro alguém envolvido no pro-blema, ela respondia com três simples palavras: “eu escolhi amar.”

Talvez você conheça alguém que es-teja passando por uma situação pa-recida. Ou talvez você mesmo tenha dificuldade para amar certas pessoas. Todos nós conhecemos pessoas que requerem um tipo especial de esfor-ço da nossa parte para conseguirmos mostrar generosidade, bondade, aten-ção e, claro, amor.

Seja um colega de trabalho de caráter difícil, um amigo que suga nosso bom humor ou um parente com o qual um papo sobre qualquer assunto torna-

-se um desafio, há momentos em que queremos desistir e sentimos como se todo o nosso amor e paciência tivesse esgotado. É nesses casos que precisa-mos ser lembrados da Verdade, da rea-lidade de que temos acesso a um amor que é sempre abundante, sempre altru-ísta, sempre real e verdadeiro.

Há coisas específicas que precisamos analisar nos momentos em que torna--se difícil mostrar amor às pessoas ao nosso redor:

Às vezes, nossa definição de amor está completamente errada. Amor não é apenas bons sentimentos em relação a alguém ou alguma coisa. Não é o que sentimos por alimentos ou lugares. O verdadeiro amor é ação. É dar mais do que receber.

A definição de amor está registrada na conhecida passagem bíblica de 1 Corín-tios 13.4-8. Ali fica bem claro que tudo decorre da ação, não de um sentimento.

Tratar o amor como um sentimento irá resultar em inconsistência, porque os sentimentos mudam e as pessoas podem fazer coisas que gerem frus-tração em nós ou nos ofendam. Quan-do entendemos o amor como uma ação e temos claro que dar é muito melhor do que receber, conseguire-mos amar verdadeiramente.

Esta é uma questão crucial para ser examinada. Quando você está cansa-do, desgastado e não tem mais nada para dar, você tem que confiar a Jesus sua capacidade de amar. Normalmen-te, quando amamos com nossas pró-

COMO AMAR PESSOAS DAS QUAIS

NÃO GOSTAMOS?4 PERGUNTAS CHAVES A SEREM FEITAS QUANDO FICA DIFÍCIL AMAR ALGUÉM

ESPECIAL Redação

Como você define o amor? 1 De onde vem

o seu amor? 2

Page 17: Revista Comuna 56

17

prias forças, o resultado é egoísmo e amargura, porque tentamos tirar pro-veito de dar amor e, se não recebemos nada em troca, ficamos ressentidos.

Quando amamos com o amor de Deus, nosso objetivo é dar. Só isso. E acre-ditamos que nunca acabará, porque a fonte é Deus e Ele é amor – ou seja, é uma fonte inesgotável.

É a forma como ela trata você ou outras pessoas ao seu redor; é a maneira como ela conduz seus negócios ou trabalho; são as palavras que ela profere a você ou a outros que doem? Há muitas razões que podem fazer com que seja difícil amar algumas pessoas, mas se examinarmos a situação com seriedade, perceberemos nossas próprias falhas no assunto.

Às vezes, a nossa forma de julgar ou ver os outros não é feita através do prisma do amor, então é claro que será difícil amá-los. Às vezes, nós não tentamos entender por que as pessoas são do jeito que são. Não procuramos compreender os desafios que enfren-taram para fazê-los agir do jeito que elas agem. Devemos nos lembrar que temos a capacidade de sermos pacien-tes com os outros.

Esta verdade é proclamada em 1 Sa-muel 16.7: “O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração.”

Esta é, provavelmente, a pergunta mais crucial de todas. Você pode es-tar se perguntando por que isso teria alguma coisa a ver com você, mas

todos nós somos pessoas difíceis de amar. Temos sido difíceis para os nossos pais, nossos amigos, nossos cônjuges, nossos chefes, nossos dis-cipuladores. Examinar nossas pró-prias falhas pode ser muito útil na hora em que achamos difícil amar ao outro. Jesus morreu por nós... pessoas muito difíceis de serem amadas! – Efésios 2.4-7.

Esse amor que tanto precisamos morreu na cruz por nós. Esse amor venceu a morte, o pecado e a ver-gonha. Quando nos deparamos com pessoas difíceis, precisamos refletir sobre o amor de Jesus. Ele é a fonte inesgotável de paixão pelas pesso-as. E é Ele quem nos capacita par podermos amar à todas as pessoas, mesmo as mais “difíceis”.

Você é uma pessoa difícil de amar? 4

O que é que torna difícil amar a esta pessoa?

3

Page 18: Revista Comuna 56

18

FAMÍLIA José Tadeu Ferreira, pr.

UMA ÚNICA CHANCE“Naqueles dias adoeceu Ezequias mortalmente; e o profeta Isaías, filho de Amós, veio a ele e lhe

disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás.

Então virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo:

Ah, Senhor! Suplico-te lembrar de que andei diante de Ti em verdade, com o coração perfeito, e fiz o que era bom aos Teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.

Sucedeu, pois, que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor dizendo:

Volta, e dize a Ezequias, capitão do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que Eu te sararei;

ao terceiro dia subirás à casa do Senhor.

E acrescentarei aos teus dias quinze anos, e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e ampararei esta cidade por amor de mim, e por amor de Davi, meu servo.”

2 Reis 20:1-6

Page 19: Revista Comuna 56

19

Tadeu Ferreira, é pastor na Comunidade da Graça Sede e atua no Ministério com Casais. É casado com a Marta e pai de dois fihos.

Fico imaginando como seria a minha reação se um profeta de Deus chegas-se à minha casa em um belo dia me di-zendo: “se prepare, coloque a sua casa em ordem, pois você vai morrer”! Que noticia assustadora!

Foi isso que aconteceu na narração bíblica acima, o profeta ainda dá uma ordem ao rei: “coloque a sua casa em ordem”! Chocante...

O rei Ezequias começou o seu reinado aos 25 anos e as escrituras relatam que ele fez “o que era bom aos olhos do Senhor”. Aliás, vai além, dizendo que nenhum rei antes ou depois dele andou tão perto de Deus (2 Reis 18:5). Pode-mos dizer que esse rei tinha “créditos” para poder fazer a oração ousada que fez ao Senhor.

Partindo desse ponto, podemos en-tender o que fez com que Deus mu-dasse de ideia e acrescentasse a Eze-quias mais quinze anos de vida. Isso é graça: Deus respondendo a oração de alguém que tem o coração quebranta-do e contrito!

Mas voltemos para minha questão ini-cial, pense se essa situação acontecesse com você... Você teria coragem de assu-mir a postura que Ezequias teve? Mais do que isso, você teria argumentos para fazer a oração ousada que ele fez?

“Ah, Senhor! Suplico-te lembrar de que andei diante de ti em verdade, com o coração perfeito, e fiz o que era bom aos teus olhos. E chorou Eze-quias muitíssimo.”

Note que não há arrogância nas suas palavras, ele está quebrantado, angus-tiado, não está cobrando ao Senhor com uma pessoa revoltada, pois, nesse caso, Deus não daria atenção à sua ar-gumentação. Ele estava sendo sincero na oração como, provavelmente, tinha sido sincero durante toda a sua vida.Mesmo sendo um bom rei, ele é cha-mado a consertar e corrigir problemas na sua casa, pois o profeta adverte-o:

“Assim diz o SENHOR: Põe em or-dem a tua casa, porque morrerás, e não viverás.”

Veja bem, quando o assunto é a nossa casa e a nossa família não podemos brincar; podemos ter sucesso e pros-peridade na vida financeira, nos negó-cios, em nossos empreendimentos e etc.; mas se não estivermos com nossa casa em ordem, corremos o risco de falhar no fundamental, e o pior é que podemos não ter uma segunda chance!

Lendo esse texto precisei refletir so-bre as áreas da minha vida que pre-ciso colocar em ordem e especifica-mente me perguntar: minha família

está em ordem? Minha esposa está sendo bem cuidada, meus filhos es-tão amando e servindo ao Senhor? Se fosse chamado a partir hoje, poderia ir tranquilo, sabendo que a minha casa estava em ordem?

E você, como responderia à essas per-guntas? Responder não para mim, é claro, mas para Deus!

Ezequias teve a oportunidade que a maioria das pessoas não têm: uma SE-GUNDA chance. Nós não sabemos se teremos a mesma possibilidade, por-tanto, o HOJE é tudo que temos.

Todos precisamos e podemos melho-rar em alguma área de nossa vida pes-soal e familiar, então vamos colocar em prática tudo aquilo que já temos aprendido, vamos colocar nossa casa em ordem hoje.

Talvez muitos de nós tenhamos cul-tivado, imprudentemente, sementes contaminadas que cresceram e estão atrapalhando a nossa convivência fa-miliar. Não desista, não desanime, comece hoje mesmo uma nova seme-adura a fim de começar a colher frutos eternos, nessa vida e na vindoura. De-sejo a você, muitos anos de vida, mas lembre-se: normalmente, temos uma única chance!

“E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a gra-ça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra.” 2 Coríntios 9:8

Page 20: Revista Comuna 56

20

SONHOSPOSSÍVEIS Patrícia Bezerra

Page 21: Revista Comuna 56

21

Existe um anseio popular de renova-ção nos quadros políticos do nosso país. Existe um clamor por uma “nova política”. Mas existe um “porém”: não se faz nova política sem novos eleito-res. A população espera que a classe política seja formada por pessoas cor-retas, honestas e idôneas. Ora, a classe política do nosso país é a cara do elei-tor. Não existe eleitor que não se faça representar por alguém que não seja o seu correspondente. O que quero dizer com isso? Se o eleitor fosse um polí-tico, ele seria um político exatamente com aquele “jeitão”. Assim sendo, o eleitor honesto busca alguém que o represente com as mesmas caracte-rísticas. Da mesma forma, o eleitor corrupto elege um representante nos seus moldes. Ou seja, existe um enor-me número de eleitores corruptos em nosso país que mantêm uma represen-tatividade que expressa seus valores.

Quando o eleitor pede algum tipo de favor para votar em alguém - do tipo: quanto vou ganhar para adesivar meu carro? Quanto ganho para colo-car uma placa na minha casa? Você me arruma uma bolsa de estudos se eu votar em você? Você me mantém com uma cesta básica? – deixa claro que todas essas propostas são prove-nientes de uma pessoa que quer um favorecimento pessoal através de seu representante. Essa pessoa terá um representante com o mesmo perfil. E este político também buscará favore-cimento pessoal em sua função. Como costuma dizer o meu sogro “é lé com lé, e cré com cré”, rs. Nossa democra-

cia ainda é um tanto incipiente. Ainda precisamos aprender muito sobre nos-so papel como eleitores, e como cida-dãos também.

Da mesma forma que buscamos repre-sentantes corretos ou bons políticos do lado de cá, também existe um anseio gigantesco por parte da classe política comprometida com o bem comum, e que faz política com “P” maiúsculo, de possuir eleitores que o correspondam, que sejam conscientes e comprometidos com a justiça, desprezando toda a forma de corrupção. É esse eleitor, por exem-plo, que eu me orgulho de ter. É dele que precisaremos para construir a nova política que tanto desejamos. Agora, di-zer que não existem pessoas assim não dá. Existem sim! De ambos os lados.

A nova política que tanto se fala, para mim, se configura muito além de dis-cursos inovadores e inclusivos. Nova política para mim é aquela feita pelo povo. Explico: o que tanto vemos em debates inflamados na TV, em sua maioria, são dados manipulados de forma a favorecer determinado can-didato ou partido. São discursos en-viesados. Além disso, a política atual parece ser muito mais de embate do que debate. Vemos muito mais ofen-sas entre candidatos do que propostas reais para mudanças em nossa socie-dade. A nova política a que me refiro é aquela que é divulgada de maneira espontânea pelo povo. Aquela em que, pelo resultado de um trabalho de qua-lidade de um político, gera mudança na vida das pessoas. A nova política é

reconhecida por suas ações e não por seus discursos.

Não podemos votar em alguém por causa de um discurso pomposo, cheio de técnicas de marketing e frases de efeito. O efeito que devemos levar em conta é aquele que muda de verdade a vida das pessoas.

Política já foi feita de discurso. Polí-tica já foi feita de ideias. Mas a nova política é feita de ações. De prática. Político que não representa aquele que o elegeu, que só lembra de seu eleitor em época de eleição não é digno de voto. Político de verdade é aquele que vive o povo, respira o povo, pensa o povo e não dorme porque o povo não sai de sua cabeça.

Tenhamos sabedoria. Dia 05 de ou-tubro, data da eleição, votemos com consciência. Afinal de contas, não é ne-cessário repetir: boa política fala por si.

Patrícia Bezerra é psicóloga e vereadora de São Paulo. É mãe da Giovanna e da Giulianna e casada com o deputado estadual Carlos Bezerra Jr. Acredita na “nova política”. Crê que discursos não valem nada se as ações não são correspondentes. Para ela, política de verdade é aquela que é sentida pelo povo e que muda a vida das pessoas.

BOA POLÍTICA FALA POR SI

Page 22: Revista Comuna 56

22

ESPECIAL Redação

Page 23: Revista Comuna 56

23

Um novo dia, um novo debate no Fa-cebook.

É muito comum achar alguma po-lêmica no feed de notícias do Fa-cebook, e quando você acha uma, logicamente pensa: “eles estão er-rados e ninguém melhor do que eu mesmo para explicar o por quê”. E ali você escreve sua opinião, certo de que todo mundo concordará e ninguém poderá revidar seu fantás-tico argumento.

Mas, dois minutos depois, o inespe-rado acontece! Não só responderam seu comentário com outro ponto de vista, mas também podem até ter sido bastante grossos.

Assim, o jogo começa...

Mas o debate online não precisa en-volver xingamentos ou inimizades. Nós podemos defender nossos pen-samentos seriamente e ainda estar em condições de falar educadamente quando o debate pegar fogo.

Aqui vai algumas dicas que podem ajudar:

Você pode discordar fortemente so-bre um assunto com outra pessoa e, mesmo assim, se tornarem grandes amigos. A chave é manter a empa-tia nas palavras e discutir ideias, não pessoas. Como o ex-presidente norte americano Thomas Jefferson disse uma vez: “Nunca deixarei que uma diferença de opinião política, reli-

giosa ou filosófica me faça desistir de um amigo”.

É uma dica clichê, é verdade, mas é MUITO importante. Dar uma opinião sobre um assunto que não se conhe-ce profundamente pode resultar em um tiro no pé. Mas acontece, e os outros participantes da conversa vão respeitar muito mais você se mostrar capacidade para repensar no assunto. Manter uma atitude humilde vai fazer de você uma pessoa mais persuasiva.

Você se sentiu ofendido com o último comentário em resposta ao seu pa-recer? A situação está ficando desa-gradável? As palavras estão fazendo com que você se sinta extremamen-te incomodado? Cuidado! Talvez o debate esteja indo além do assunto e pode tornar-se uma briga pessoal. Considere abandonar o debate como uma forma de preservar você e outros de um momento desagradável.

Se você vai defender seus pensamen-tos usando links, que sejam de sites que tenham credibilidade. Se os ou-tros envolvidos no debate não conhe-cem muito do assunto, permita que eles possam ter sua curiosidade sa-

ciada com material de boa qualidade. É um gesto de boa vontade.

Pode ser muito tentador abrir o leque e acrescentar outros assuntos num de-bate específico, mas, na imensa maio-ria das vezes, isso não vai enriquecer a coisa, apenas mostrará que você tem poucos argumentos para defen-der o que originou o debate. Um erro destes será o bastante forte para der-rubar toda sua argumentação.

Um elogio pode mudar toda a con-versa. Até o mais forte dos conten-dentes pode perder o chão quando um elogio bate à porta no meio de um debate. Pode ser difícil, claro. Mas pode ser também uma grande porta para provocar uma mudança de pen-samento e se mostrar como um forte argumentador. O elogio pode fazer de um oponente, um amigo.

Em sua carta aos Romanos, Paulo deixa um conselho mais importante do que qualquer outro. No capítulo 11, no verso 36, o apóstolo escreve: “por Ele, e para Ele, são todas as coi-sas; glória, pois, a Ele eternamente”. Que cada uma das coisas que pen-sarmos, escrevermos ou falarmos tenham como único objetivo a glória dEle e a edificação do próximo. Esse é o melhor caminho, sempre.

A empatia é tudo!

Preste atenção nas suas reações.

Use fontes confiáveis

Esteja aberto à possibilidade de você estar errado ou não ter ouvido todos os lados da história.

Mantenha a perspectiva e a lógica. Não viaje.

Edifique, sempre.

Todo o que fizer, faça-o para o Senhor

Page 24: Revista Comuna 56

24

CAPA Redação

Page 25: Revista Comuna 56

25

“O que me preocupa não é o grito dos violentos, nem o barulho dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter ou dos sem-ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons.” Martin Luther King

Page 26: Revista Comuna 56

26

Em junho do ano passado, o Brasil foi às ruas protestar contra os políticos, pois não se sen-tiam representado por eles. Não é segredo para ninguém a imagem negativa que nossos governantes têm, historicamente, aos olhos dos brasileiros.

Uma pesquisa recente apontou os políticos como integrantes da profissão menos confiá-vel de todas as que existem no país, com 16% dos votos. Se formos pensar nas implicações dessa constatação veremos quão grave é o problema. Como ser governado por alguém em que não se confia?

Assim como foram uma amostra do nível de descontentamento do povo, os protestos fo-ram também um nítido paradoxo: todos os políticos contra quem houve protestos foram eleitos legitimamente.

Os políticos são um produto sociocultural. Ou seja, são reflexo da sociedade. O país do “jeiti-nho” vive uma crise ética, com a relativização do que é certo e errado. Os valores absolutos parecem desaparecer, substituídos pelo que é

melhor “para mim”. A filosofia existencialis-ta, que pôs o indivíduo como soberano sobre sua vida, afetou de forma devastadora a socie-dade ocidental – e, logo, a brasileira. Assim, tornou-se dominante a mentalidade de que se pode passar por cima do outro e do regula-mento que for, desde que isso traga benefícios pessoais. A política reproduz estes fatos, mas quem promove a mudança, quem eleva o ní-vel, é a própria sociedade.

Mas, como? Muito simples. Em uma socieda-de democrática, como a brasileira, o momen-to em que o povo mais exerce seu poder é na hora do voto, quando tem a liberdade de esco-lher seus governantes.

Deixar para a última hora e, na última hora, votar num candidato indicado pelo sogro no almoço de domingo, num retrato de um santi-nho recebido na boca de urna ou mesmo numa piada é a receita certa para eleger candidatos que não nos representarão fielmente. Se que-remos, como sociedade, promover uma mu-dança, devemos ser ativos na hora de escolher àqueles que irão nos representar.

DICAS IMPORTANTES ANTES DE VOTAR

3

Page 27: Revista Comuna 56

27

A participação popular nas decisões não tem as urnas como ponto final, mas como ponto de partida.

Recentemente, a revista Época revelou que “o eleitor brasileiro não acompanha seu candidato ao longo do mandato – e esquece seu nome rapidamente. Ape-nas um mês após a eleição de 2010, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) en-comendou uma pesquisa para entender o comportamento dos eleitores. O re-sultado foi, pode-se dizer, assombroso. Tão pouco tempo depois, 22% não lem-bravam o nome do candidato em quem tinham votado, 23% dos entrevistados não lembravam o deputado estadual e 21% o senador. Em compensação, ape-nas 3% disseram não lembrar em quem votaram para presidente da República, 11% para governador. Outras pesquisas mostram que, com o passar do tempo, esse resultado só tende a piorar. Quanto mais longe fica a eleição, mais eleitores

A URNA É O PONTO DE PARTIDA!

1. CONHEÇA O PLANO DE GOVERNO DO CANDIDATO. Saiba o que ele pretende fazer e pelo que pretende lutar para que você possa cobrar nos próximos anos.

O Plano de Governo são os projetos que o seu candidato vai fazer nos próximos 4 anos.

Um candidato que só promete coi-sas abrangentes e genéricas dificil-mente tem um plano de governo. Fique atento!

Muito mais do que o partido, co-nheça com quem o seu candida-to está comprometido.

Na política as alianças são ne-cessárias, mas veja com quem ele anda.

Pergunte, leia no site, veja se ele tem contato com os eleitores - tudo isso fará a diferença.

Para estar mais seguro na hora de votar, veja o que ele já fez. Descubra o histórico na política ou no atendi-mento a sociedade: onde ele estava quando aconteceram situações que as pessoas precisaram de ajuda? Veja onde ele gastou seu tempo e dinheiro durante o mandato.

Quais leis ele criou? Que benefícios trouxe? Pelo que ele lutou? Como ele votou no Parlamento?

2. VEJA AS ALIANÇAS DO SEU CANDIDATO.

3. CONHEÇA O HISTÓRICO DO SEU CANDIDATO.

esquecem os nomes dos seus candidatos a deputados e senador. Os brasileiros demonstram um alto grau de indiferen-ça em relação ao Poder Legislativo. O Congresso Nacional é, desse ponto de vista, um prédio em que 594 políticos apenas criam problemas e querem se dar bem”. Como mencionado, um reflexo do comportamento da sociedade.

Mas, por piores que pareçam, os 594 parlamentares são essenciais ao Bra-sil. Nos 20 anos da ditadura militar, os brasileiros sentiram as consequências de não poder expressar sua opinião no voto para deputado e senador. Nota-ram também como a vida sem eles era pior para conseguirem contrabalançar o poder do Executivo.

O Congresso precisa da atenção dos eleitores, porque tem a missão de ela-borar leis e fiscalizar o governo. É de lá que saem as principais mudanças, com ampliação imediata ou as manobras se-cretas que, sem que se perceba, levam à falta de recursos para saúde, educação e segurança. Permanecer indiferentes ou

votar em candidatos que não nos repre-sentam não vai gerar mudanças.

Por exemplo, existe um grande clamor no Brasil por uma reforma partidária e eleitoral que promova mudanças pro-fundas no sistema de organização de partidos políticos e na forma como os governantes são escolhidos. O objeti-vo dessa reforma política seria alterar e dar maior transparência ao processo eleitoral brasileiro, limitando poderes e criando mecanismos mais inteligentes de escolha das autoridades constituídas. Entre as questões em debate estão a for-ma de financiamento de campanhas po-líticas e de votação dos parlamentares. Mas nada disso chegará sequer a sair do papel se não votarmos em pessoas que estejam comprometidas com a discus-são deste tipo de questões.

Então, como obrigar o Congresso a aprovar mais leis importantes e a ter co-ragem de encarar as reformas necessá-rias? A única saída é eleger gente capaz de fazer isso, deixando de fora os inca-pazes e os desonestos.

Page 28: Revista Comuna 56

28

3 MITOS SOBRE AS ELEIÇÕES

1. VOTO DE PROTESTO

3. IRMÃO VOTA EM IRMÃO

2. VOTAR NULO OU BRANCO PORQUE “NÃO TEM POLÍTICO BOM”

Isso não existe! Ao votar em certos candidatos, nós abrimos cadeiras para deputados que nunca teriam os votos necessários para se eleger (quanto mais votos um partido tem, mais candidatos ele leva ao Congresso).

O voto de protesto só incentiva a corrupção, pois ele-ge pessoas que não tem conhecimento para estar lá.

Um mito é algo que parece verdade ou que parece coerente, mas que não tem fundamento objetivo ou científico.

Um candidato que não tem projetos e recebe votos pela afinidade familiar, fé ou porque é da “região”, ge-ralmente faz o que quer, não presta contas e vive para fazer favores para os amigos.

Um candidato deve trabalhar para o bem de todos, e não apenas privilegiar os seus amigos e irmãos.

Como cristãos isso é fundamental. Somos chamados para ser SAL E LUZ para TODO O MUNDO.POLÍTICA BOA FALA POR SI MESMO!

Isso não existe! Ao votar em certos candidatos, nós abrimos cadeiras para deputados que nunca teriam os votos necessários para se eleger (quanto mais votos um partido tem, mais candidatos ele leva ao Congresso).

O voto de protesto só incentiva a corrupção, pois ele-ge pessoas que não tem conhecimento para estar lá.

A eleição para o Legislativo envolve o sistema proporcional. Nele, a vitó-ria é compartilhada por vários candi-datos, desde que atinjam um número suficiente de votos. O eleitor pode votar apenas na legenda, de modo a eleger os candidatos mais bem vota-dos do partido com que se identifica.

O objetivo desses cálculos é nobre: assegurar que os partidos tenham mais força, que os eleitores votem em seu conteúdo programático. O siste-ma proporcional pressupõe partidos políticos de verdade – e eleitores que se sintam representados por eles.

Mas, na prática, acontece que, sem que o eleitor perceba, graças às regras eleitorais, votar em um candidato com fraca representatividade manda para Brasília, sem ter como escolher, outros dois ou três deputados que, na grande maioria dos casos, não teriam condições de ser eleitos.

Coisas assim acontecem graças a re-gra do quociente eleitoral, um núme-ro que resulta da divisão do total de votos válidos pelo número de cargos em disputa. Para um partido ou co-ligação eleger um deputado – que, como dizemos, provavelmente sozi-nho não teria como chegar ao Con-gresso -, precisa atingir esse quocien-te. Está aí a função política daqueles candidatos que, ao invés de apresen-tar propostas, tentam conquistar elei-tores com piadas.

Eleger um “puxador de voto”, cujo único propósito é ajudar a eleger outros deputados, não é um voto de protesto – isso não existe, veja o box

NULOS, BRANCOS E “PUXA VOTOS”

Page 29: Revista Comuna 56

29

O DESCASO DEVE ACABAR

em destaque -, mas é um voto de escárnio, de desprezo ao privilégio da chance de escolha. É uma manifestação de omissão – e, em lar-ga medida, de ingenuidade. Políticos saga-zes contam com esse deboche para continuar mandando em Brasília. O eleitor acha que faz piada, quando na verdade ele se torna a piada.

Um candidato eleito a partir do “voto protes-to” pode custar aos cofres públicos mais de R$ 140 mil mensalmente. O que, no final do mandato, alcança os R$ 7,2 milhões. Um ver-dadeiro desperdiço.

Em uma democracia madura, o papel do Le-gislativo é fiscalizar o Executivo, determinar o destino dos nossos impostos por meio do Orçamento da União, estabelecer a pauta de prioridades nacionais, promover as reformas necessárias e referendar (ou rejeitar) as es-colhas do presidente para cargos estratégicos como ministros do Supremo Tribunal Federal e presidentes do Banco Central e outras agên-cias reguladoras. Não há democracia que se preze sem um Legislativo atuante.

É no Legislativo que as diversas correntes de opinião da sociedade estabelecem um diálogo.

De nada adianta queixar-se do Congresso, re-clamar dos políticos e criticar a falta de re-presentatividade da nossa democracia se não sabemos escolher bem nossos representantes. A escolha de bons parlamentares é tão ou mais importante que a do Presidente da República.

Se persistir o descaso com o Legislativo, o Brasil estará mais uma vez diante de um Par-lamento incapaz de estabelecer uma agenda que responda aos anseios da sociedade.

FICHA LIMPA – ATENÇÃO

ONDE ENCONTRAR INFORMAÇÕES?

• Muitos candidatos barrados pelo ficha limpa estão fazendo campanha.

• Eles entraram com recurso que está sendo julgado enquanto a campanha está em andamento. Por isso estão fazendo campanha.

• Mesmo que tenham votos, não serão eleitos.

• Escolha bem seu candidato. É SUA ESCOLHA, MAS AFETA A TODOS.

• www.votoconsciente.org.br

• Acompanha o trabalho dos parlamentares na Câmara Municipal de São Paulo e na Assembleia Legislativa de São Paulo, informando os eleitores sobre o desempenho de seus representantes no legislativo.

Page 30: Revista Comuna 56

30

Recentemente, Antônio Carlos Costa, presiden-te da ONG Rio de Paz (Filiado ao DPI da ONU) e pastor da Igreja Presbiteriana da Barra (RJ), destacou: “Votar mal, mata. Mata mesmo! Vo-tar bem, salva. Más políticas públicas destroem vidas humanas. Boas políticas públicas salvam vidas humanas”.

Com esse pensamento, desenvolveu-se uma lista de critérios para escolher um candidato, porque, disse:

“É nosso dever estimular a todo brasileiro a fazer o que estiver ao seu alcance para que seu voto ajude o nosso país a se livrar de quem não tem competência nem caráter para nos representar”.

VOTAR MAL, MATA

1. Metas mensuráveis. O que ele pretende objetivamente fazer?

2. Cronograma para suas metas. Quando ele pretende cumprir o que prometeu?

3. Compromisso de sacar da ativi-dade pública quem não alcançou as metas nos prazos estabeleci-dos. Ele vai demitir os incompe-tentes?

4. Foco no combate à pobreza. Ele sente repulsa pela desigualdade social? Cogita levar oportuni-dade de vida para a favela e o sertão?

5. Tolerância zero com a violação dos direitos humanos. Ele está disposto a não permitir que o próprio Estado viole a santidade da vida humana?

6. Projeto para segurança pública. Qual o seu plano para a redução das mortes violentas no Brasil?

7. Transparência na administração e nos gastos públicos. Ele publi-cará com clareza nas redes so-ciais os gastos do seu governo?

8. Desempenho no passado. O que ele realizou quando teve a opor-tunidade de exercer a função pública?

9. Pensamento político-ideológico claro. Qual o ponto de vista po-lítico do candidato? Que valores norteiam sua atividade pública?

10. Autonomia para atuar na esfera pública em razão do seu passa-do limpo. Ele tem “rabo preso”?

Faça pesquisas na internet. Procure se informar. Não ache bonito dizer que você não tem candidato e não se importa com quem vai ganhar as eleições.

Quem não gosta de política é governado por quem gosta.

CRITÉRIOS SUGERIDOS DE ESCOLHA DOS CANDIDATOS:

Page 31: Revista Comuna 56

31

O texto de Juízes 9.1-21 nos convi-da a uma reflexão necessária: “Qual nosso papel como cristãos na socie-dade que vivemos e no momento de decisão política que estamos?”. Qual nossa responsabilidade como voz profética em nossa nação, no contex-to das mudanças sociais, políticas e econômicas que necessitam ocorrer?

Não somos um partido político e não queremos tal. Mas queremos servir e abençoar nossa pátria em todas as dimensões como sal da terra e luz do mundo.

Esta parábola nos leva a concluir que “quando os bons se omitem, os maus assumem o poder”. Quais, portanto, as implicações para nossa vida? Abimeleque nos oferece um exemplo de ambição carnal fora do projeto eterno.

“Quando os bons se omitem...” Esta é uma dedução lógica da parábola decorrente do entendimento que ela nos proporciona. Quando as árvores quiseram um rei, quem convidaram?

• A OLIVEIRA (Juízes 9.8-9)Foi convidada porque produzia bons frutos. Suas azeitonas eram saborosas e muito requisitadas.

• A FIGUEIRA (Juízes 9.10-11)Viram o sabor doce e gostoso dos figos.

• A VIDEIRA (Juízes 9.12-13)Suas uvas e seu suco produzem alegria e alimento.

Todas estavam ocupadas! Esta é a grande ironia da parábola.

Quando os bons se omitem, os espi-nheiros se oferecem para governar e dar sombra (Juízes 9.14-15). Mas quando é que o espinheiro faz sombra para alguém? Antes, no entanto, seus espinhos servem para picar e ferir.Os espinheiros representam aqueles que não têm valores ou princípios – eles só têm interesses. Deus está nos revelando que, se não levarmos a sério esta ver-dade, sempre as pessoas sem valores e princípios governarão sobre nós.

Necessitamos de homens e mulhe-res que possuam valores morais e éticos em concordância com os princípios de Deus.

Onde estão as vozes hoje contra os males que destroem nossa nação? A Igreja não é lugar de omissão. De-vemos participar, pois se os bons se omitirem, os maus assumirão o poder.

QUANDO OS BONS SE OMITEM, OS MAUS ASSUMEM O PODER1ª LIÇÃO

Page 32: Revista Comuna 56

32

Nós temos um compromisso com o lugar onde vivemos. A oração é o primeiro instrumento que temos para transformar uma cidade.

A fé cristã nos impulsiona a orar e interceder pela cidade. Se é que de fato acreditamos que a oração move a mão que move o mundo. Se é que de fato acreditamos que muito pode a ora-ção de um justo em seus efeitos.

Se não oramos pela cidade, é por desleixo, alie-nação ou porque de fato não cremos.

Nós somos aqueles que estão aqui para pedir a Deus misericórdia. Não conseguiremos resol-ver os problemas se, de fato, não tivermos um comprometimento espiritual com o lugar onde habitamos.

O governo tem seu papel e nós como cidadãos temos que exigir o cumprimento disso. Mas não é só política pública que transforma, que enfren-ta violência. Vivemos num país onde, segundo a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, uma criança é abusada sexualmente a cada 8 minu-

“Busquem a prosperidade da cidade para a qual eu os deportei e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela.” Jeremias 29:7

ORE PELA SUA CIDADE, SEU ESTADO E SEU PAÍS.

A sombra das árvores é bênção, mas a sombra dos espinheiros é maldição. Abimeleque alugou homens maus e desocupados para cumprir seu anseio pelo poder.

Precisamos de homens (árvores) que não se dobram diante da corrupção, mas que mani-festam frutos de justiça.

Os espinheiros não produzem nada, e são úteis para acender o fogo. Eles provocam no campo um grande incêndio, sem que possam ser conti-dos, até que arrasem uma nação inteira.

Precisamos de homens e mulheres coerentes e de caráter firme em todas as esferas de poder na nação. Deus nos chamou para sermos sal e luz nesta terra, onde os princípios e valores do Reino de Deus devem ser exaltados.

2ª LIÇÃO

“Para que o mal prevaleça é apenas necessário que os

bons nada façam.” Edmund Burke (1729-1797)

“A ação não surge do pensamento, mas de uma disposição para assumir

responsabilidades.”Dietrich Bonhoeffer (1906-194)

Page 33: Revista Comuna 56

33

tos. E as nossas orações se dirigem a quem? Se dirigem aonde?

Invista tempo orando:• Pela sua cidade;• pelo estado;• pelo país.

Porque está escrito: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se hu-milhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” 2 Crô-nicas 7.14

Devemos pedir que a misericórdia de Deus alcance aos homens e o Es-pírito Santo os convença do pecado, da justiça e do juízo.

Não podemos entrar nessa onda pes-simista, diabólica de que não é pos-sível mudar as coisas, de que não

há esperança ou não tem mais jeito. Não podemos aceitar isso de forma alguma! Nós temos um papel funda-mental de orar pela prosperidade do lugar onde habitamos.

Mas e como devemos orar? O teólo-go Karl Barth dizia o seguinte: “todo cristão deve andar com a bíblia de-baixo de um braço e o jornal do dia debaixo do outro”. O jornal está cheio de vários motivos de oração.

Devemos orar para que nós mesmos sejamos a resposta das nossas orações.

Devemos ter espírito cidadão. Te-mos dupla cidadania, a do Brasil e a do Reino de Deus. Temos uma res-ponsabilidade dupla. Não podemos nem devemos nos omitir.

Cidadania é fazer tudo aquilo que a gente faz para que as coisas não pio-

rem. Isso é ser sal! O sal não serve apenas para dar sabor à carne, ele também é usado para impedir que ela apodreça. Ser sal da terra nada mais é do que trabalhar em parceria com Deus para impedir que as coisas piorem no lugar onde estamos.

O que teria sido da Alemanha se o movimento “Igreja Confessante” não tivesse levantado sua voz contra o nazismo, se não tivesse orado pela prosperidade daquele país? Dietrich Bonhoffer liderou esse movimento dizendo “não vamos permitir que isto continue”.

Antes de votar, ore!Depois de votar, ore!E quando a eleição tiver passado, continue orando!

Isso é fé cidadã.

Page 34: Revista Comuna 56

34

NOVA GERAÇÃO Ronaldo Bezerra, pr.

A Bíblia dedica 215 versículos para falar sobre fé, 218 versículos para falar sobre salvação e 2084 para falar sobre o dinheiro. O dinheiro é um assunto importantíssimo na nossa espiritualidade, pois ele pode, facilmen-te, ocupar o lugar de Deus na nossa vida. Tem o poder de nos escravizar e destruir a nossa vida. Mas quando ele é recebido de Deus e usado como deve ser usado tem potencial para ser benção em nossas mãos. O dinheiro bem usado nos abençoa e abençoa outras pessoas. O dinheiro é o maior ídolo em potencial com o qual convivemos. Quando, em seu coração, o dinheiro ocupa o lugar que Deus deveria ocupar, ele deixa de ser dinheiro e passa a ser chamado Mamon, que é um deus, um ídolo. Se você serve ao dinheiro e é escravo dele, então, em sua carteira, você tem Mamom. Mas se o dinheiro serve você, e você é o senhor do dinheiro, então, em sua carteira, você tem apenas dinheiro.

É quando você acredita que, por causa do dinheiro, você pode tudo ou para ter dinheiro você pode tudo. É quando você não respeita mais limites, não reconhece fronteiras, avança, usurpa, desconhece o direito dos outros e até os seus próprios direitos. Quando você não conhece os seus limites, você se torna um escravo do dinheiro, e ele passa a ser o senhor da sua vida.

É quando você rouba, mente, entra em esquema de corrupção. Se o dinheiro não for seu, não coloque a mão porque senão ele vai te fazer mal, vai te co-brar caro por isso, e vai te prejudicar! Não pratique o ilícito para ter dinheiro no seu bolso! Quando você pratica o ilícito para ter o dinheiro, você se torna um escravo do dinheiro.

NÃO SEJA ESCRAVO DO

DINHEIROLUCAS 12:13-21.

O que é mais comum: perder amigos para ganhar dinheiro ou perder dinheiro para ga-nhar amigos? Perder familiares para ganhar dinheiro ou perder dinheiro para ganhar a paz nas relações familiares? Por vezes, os que mais abusam do nosso dinheiro são as pesso-as que pertencem à nossa família. Exemplo: filhos ao lado do caixão do pai discutindo

Como você pode saber se é escravo do dinheiro?

Quando você perde os limites do que é justo e legítimo. (vs 13).

Quando você pratica o ilícito para ganhar o dinheiro. (vs 13).

Quando você começa a viver conflitos relacionais por causa do dinheiro. (vs 13).

1

2

3

Page 35: Revista Comuna 56

35

ocioso. Queria guardar o que tinha para o seu sustento de muitos anos. Ele não sabia o que era repartir e compartilhar suas riquezas. Era um homem egoísta e não sabia o que era fazer o bem. Quan-do você se torna uma pessoa assim, você se torna um escravo do dinheiro.

Quando eu estabeleço na minha vida que o “eu me sentir bem” é o mais im-portante, então eu descarto não apenas as coisas, mas também as pessoas, a igreja (“não me sinto bem nessa igre-ja”). Essa coisa de se “sentir bem” não é o melhor lema para vida. Existem coisas que fazem com que, por vezes, nos sintamos muito bem, mas que, no final, não serão boas para nós.

Na próxima edição da Revista Comuna continuaremos com este tema. Que a auto-avaliação proposta aqui sirva para começar a quebrar as correntes da es-cravidão do dinheiro.

herança, mulher ao lado do caixão da mãe discutindo quem ficará com as joias da mãe. Isso é Mamom des-truindo famílias. Quando você co-meça a perder pessoas por causa do dinheiro, você se torna um escravo do dinheiro.

É quando as coisas começam a te encantar. Elas se tornam enfeitiça-das e enfeitiçam você. O sociólogo Bauman disse que “numa sociedade de consumo, nós precisamos consu-mir para sentir”. Qual é o problema em não consumir uma coisa nova? É porque quando não temos uma coi-sa nova não temos um sentimento novo. Parece que precisamos consu-mir uma coisa nova para ter um sen-timento novo. Quando você precisa de coisas que o dinheiro compra para gerar sentimentos e alegria interior, você se torna um escravo do dinhei-ro. O dinheiro não pode preencher os vazios da nossa alma.

A nossa sociedade é de grifes, de marcas e também de imagens. As imagens e grifes conversam entre si, elas “se falam”. A bolsa de uma mulher fala com a bolsa da outra mulher, e elas então percebem se estão no mesmo nível. Não é uma conversa entre pessoas, mas é uma conversa entre as grifes. As grifes se saúdam, e se elas se entenderem, talvez as pessoas possam conversar. Mas se as grifes não se entenderem, provavelmente as pessoas não irão conversar. Se você avalia as pessoas pelas posses, você se torna um escra-vo do dinheiro.

É quando você anda tão na moda que já não se reconhece mais. É quando você faz o que o mercado diz que você tem que fazer, quando os amigos dizem o que você precisa ter (tênis, calça, blu-sa). Você até não gosta das coisas, mas como as pessoas dizem que gente legal usa tais coisas, então você compra.

Alguém diz: “Não vou na festa porque não tenho roupa”. Mas é a roupa que vai na festa? Não existe bem vestido ou mal vestido, existe adequadamente vestido ou inadequadamente vestido. Uma pessoa de terno e gravata na praia está inadequadamente vestida. O pro-blema é que julgamos pela aparência.

Se você precisa de coisas novas para ter emoções novas, quanto tempo de-mora para essas coisas ficarem velhas? Quanto tempo demora para um sapato novo virar um sapato velho? A dinâ-mica então se torna de “acúmulo” e “substituição”. Eu substituo o velho pelo novo e deixo no canto da casa o mais velho. Em vez de acumular, é me-lhor repartir.

É quando você espera ser rico para não precisar mais trabalhar. Isso dá uma ideia de que o trabalho é uma maldição, e que não trabalhar mais é uma virtu-de. O homem da parábola era folgado e

Ronaldo Bezerra é pastor, músico, cantor, compositor e líder nacional do Ministério de Música da Comunidade da Graça. É casado com Simone Bezerra e tem dois filhos, o Ronaldinho e a Sophia.

Quando você começa a viver o fetiche das coisas. (vs 15).

Quando você perde a autenticidade. (vs 15).

Quando você supervaloriza a aparência. (vs 15).

Quando você adota a cultura do descartável. (vs 16-18).

Quando você começa a ter o sonho da ociosidade. (vs 19).

Quando você assume a primazia do bem-estar. (vs 19).

Quando você avalia as pessoas pelas posses. (vs 15).

4

6

7

8

9

10

5

Page 36: Revista Comuna 56

36

ESPECIAL Redação

COISAS QUE TODA PESSOA QUE QUER MUDAR O MUNDO FAZ

Não é necessário dizer que nos dias de hoje temos uma grande necessidade de ativistas na área social. Mas como uma pessoa sozinha pode fazer a diferença?

Mudar o mundo nunca é como imagi-namos, e pode ser ainda mais diferente de acordo com os dons e paixões de cada pessoa, mas existem algumas coisas que todos eles têm em comum.

Ter um coração voltado para alcan-çar e mudar o mundo ao nosso redor é algo admirável. Pois, afinal de con-tas, faz parte do nosso chamado como seguidores de Cristo buscar a justiça. Isaías 1:17 diz: “aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva”.

É importante servir aos nossos irmãos e irmãs, demonstrar amor aos nossos inimigos, servir ao pobre, ao faminto e ao oprimido. Mas também é impor-tante perguntarmos para nós mesmos por que estamos fazendo o que esta-

mos fazendo. É para servir e obedecer a Deus? Ou é para servir e obedecer ao nosso ego/orgulho?

Nós até podemos começar com a mo-tivação correta, mas a nossa natureza pecaminosa pode rapidamente assu-mir a dianteira, fazendo com que faça-mos o bem não para as outras pessoas, mas sim para ganhar reconhecimento, satisfação e admiração para nós mes-mos. Não me entenda errado; servir aos outros com certeza traz uma sen-sação boa e a atenção de muitas pesso-as, e nenhuma delas é necessariamente algo ruim. O perigo é quando isso se torna a nossa principal força motora.

Ser uma pessoa que muda o mundo não está restrito apenas às pessoas que largam tudo em sua vida, mudam para outro país e começam uma ONG. Mes-mo que existam milhares de pessoas ne-cessitadas ao redor do mundo, a justiça social começa nas pequenas coisas, ou seja, alcançar um indivíduo é tão impor-tante quanto alcançar toda uma nação.

Em Lucas 10, Jesus compartilha a pará-bola do bom samaritano, onde um ho-mem demonstra amor e compaixão por outro. As ações do Samaritano tornaram--se um exemplo para todos aqueles que vieram após ele. O Senhor nos diz: “Vá e faça o mesmo”. Para alguns de nós isso quer dizer se juntar a uma ONG de gran-de reconhecimento, esperando uma opor-tunidade de fazer um grande impacto em um período curto de tempo. Para outros, trata-se de se tornar um missionário, ser-vindo as pessoas com a “mão na massa”.

O mundo realmente precisa de pes-soas ambiciosas para fazer com que isso aconteça. Mas Romanos 12 diz que, apesar de um corpo, cada um de nós tem dons diferentes para usar no serviço ao Senhor. Se o seu dom é tocar todas as pessoas de uma só vez , faça isso com humildade. Mas se o seu dom é tocar todas as pessoas atra-vés do serviço a um indivíduo, um de cada vez, faça com a confiança de que Cristo está usando você de uma forma diferente das outras pessoas.

Servir a uma pessoa pode ser exem-plificado como dar comida a um men-

4

Examine a motivação

Ame as pessoas

1

2

Page 37: Revista Comuna 56

37

digo e levar ele até o abrigo mais próximo. Pode ser como pagar a conta de luz de alguém de sua co-munidade que não pode pagar neste mês. Pode ser auxiliando uma criança ou mentoreando um jovem em sua área. Ativismo não tem apenas uma face. Na verdade, ele tem várias faces, através de várias pes-soas com diferentes dons.

Apenas uma pessoa não irá mudar ou salvar o mun-do todo. Eu retiro o que eu disse – somente uma pes-soa salvou o mundo todo, e seu nome é Jesus. Nós lutamos dia a dia para nos parecermos mais com Cristo, mas isso não deve ser entendido como tomar todas as dores do mundo e carregá-las sozinhos. Nós fomos chamados para servir em comunidade - viver juntos, servir juntos e amar juntos.

Hebreus 10:24-25 diz: “E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos ou-tros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia”. Se o meu dom é dar e o seu é ensinar, nós usa-remos os nossos dons juntos para servir a este mundo necessitado. Eu vou encorajá-lo em seus dons, e você irá encorajar-me nos meus. Isso é amar uns aos outros e isso, com certeza, fará uma grande diferença.

Junte-se a outros

Ore

3

4

Nós fomos chamados para ser uma comunidade de cristãos, amando a Deus juntos, servin-do a Deus juntos e amando e servindo aos seus filhos juntos.

Não desanime no momento em que parece que a única forma que você pode ajudar é através da oração, pois ela é o melhor meio de servir a todo e qual-quer momento. Tiago 5:16 nos diz: “A oração de um justo é poderosa e eficaz”.

Nós realmente esquecemos quão verdadeiramente podero-sa é a oração, ou não percebe-mos que ela está funcionando porque pensamos que ela de-veria funcionar de uma deter-

minada maneira. Mas a oração é o maior fator de influência para alguém que quer mudar o mundo.

Quando examinamos a nossa motivicão, apenas a oração irá revelar a principal força motora de nossos corações. No serviço – seja no macro ou no micro – a oração é a única maneira de você servir humildemente, ten-do confiança e ousadia no Se-nhor; sabendo que os dons Dele estão sobre você.

Somente a oração te dará paci-ência para trabalhar como um corpo no amor e no serviço, e te dará forças para encorajar e estimular uns aos outros. É a oração que nos transforma, e somente através dela é que po-demos transformar este mundo.

Page 38: Revista Comuna 56

38

Como não poderia deixar de ser, neste mês de outubro - em que se comemora o dia das crianças -, vamos falar sobre a infância. Hoje em dia, a temática da criança tem ganhado cada vez mais novos olhares. Contudo, o cuidado e a educação infantis não devem ser esquecidos, pois são a base sobre a qual serão erguidos os demais pilares de todos os assuntos rela-cionados à criança.

O princípio básico do cuidado e educação da criança é compreender que o espaço e tempo em que ela vive são diferentes, exigem esforço particular dos cuidado-res e mediação de adultos. Seguindo essa premissa, leva-se em consideração a re-alidade peculiar da infância, se contribui para o desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo e social da criança. Em outras palavras: é preciso pensar com a cabeça das crianças para compreendê-las. Parece algo óbvio, mas nem sempre é.

Nos Centros de Educação Infantil (CEI), administrados pela Fundação Comuni-dade da Graça, esse princípio é seguido pelos educadores com a valorização do lúdico e da cultura. Além disso, a propos-ta pedagógica utilizada é a de um trabalho com embasamento nas diferenças indivi-duais e na consideração das peculiarida-des das crianças na faixa etária atendida pelo CEI – de 0 a 3 anos e 11 meses. To-dos os funcionários do CEI amam o que fazem e transmitem isso às crianças, o que é apontando como um dos maiores diferenciais da creche.

E fica aqui uma dica bem simples e fun-cional utilizada pelos educadores da Fun-dação: nunca se esqueça de que ao cuidar da criança ela está sendo educada, e ao ser educada, está sendo cuidada. Portan-to, cuide e eduque, eduque e cuide, afinal de contas, todo o dia é dia das crianças!

Depoimento de Richard Neves e Priscila Torquato:

Que pais não sonham em ter filhos? Com a gente não foi diferente. Em 2011 tivemos a Sophia, e no retorno da licença maternidade tivemos de inscrevê--la a em uma creche para que eu pudesse voltar ao trabalho. Quando chega-mos no CEI Espaço da Comunidade, foi amor à primeira vista.

Sempre me preocupava onde deixaria minha filha em tempo integral durante meu trabalho. Sempre avaliava a limpeza do local, o espaço, a iluminação, a alimentação e as professoras. E quando cheguei no CEI toda a estrutura da creche, como o refeitório, o solário, as salas com espaço para as crianças fazerem atividades, tudo isso contribuiu para que eu amasse a creche e confiasse em deixar a minha filha lá. Matriculei a Sophia na creche com toda confiança de que ela iria ser bem cuidada pelos profissionais que trabalham lá.

Com meu filho de sete meses fizemos a mesma coisa. Ele já está matri-culado e adaptado lá!

Graças à creche, conseguimos fazer com que a Sophia deixasse de chu-par chupeta e usar fralda em um tempo muito curto. É incrível como a CEI prepara as crianças para ser independentes!

Como somos muito presentes na vida de nossos filhos, estamos parti-cipando de tudo que o CEI proporciona, e é muito importante saber que temos total liberdade e acesso para falar com a diretora sobre qualquer problema que esteja acontecendo com nossos filhos, tanto em casa como na creche. Os funcionários estão sempre dispostos a ajudar e dar uma solução para que tudo continue bem.

Com meus dois filhos na CEI Espaço da Comunidade, podemos tra-balhar tranquilos, sabendo que eles estão sendo bem cuidados e de-senvolvendo uma vida social através do contato com outras crianças.

FUNDAÇÃO COMUNIDADE DA GRAÇA

TODO DIA É DIA DAS CRIANÇAS: OS DESAFIOS DE CUIDAR E EDUCAR

Page 39: Revista Comuna 56

39

ACONTECEU

A Fundação Comunidade da Graça organizou uma nova edição do Cli-ck ComPaixão, um evento em que um grupo de fotógrafos doam seu tempo e talento para conseguir captar o que existe além do que se vê com os olhos. É captar um retrato humano através de máquinas, e da alma por meio de ações e caráter.

O evento aconteceu no SASF I - Vila Formosa e contou com a partici-pação de mais de 100 voluntários da FCG. O pessoal de Phoco Studio montou a estrutura para poder fazer as fotos. Jairo Ferreira, Nati Fer-nandes, Nino Brandolizi e uma turma de fotografia do Senac Santana foram os responsáveis por captar as imagens. Mais de 170 famílias participaram do evento.

CONTEÚDO EXTRAUse o leitor de QR code do seu smartphone e assista o vídeo do evento

Page 40: Revista Comuna 56

40

ACONTECEU

HOMENS DE HONRATambém no dia 6 de Setembro os homens da Comunidade da Graça Sede se reu-niram no Sinprovesp para participar do evento “Homens de Honra”. O Pastor Carlos Alberto ministrou para mais de 600 homens ali reunidos. O evento contou também com a participação do Pastor Manoel Oliveira, da Comunidade Presbite-riana Nova Vida, de Framingham, EUA.

Page 41: Revista Comuna 56

41

COMUNA KIDS - ATIBAIA

COMUNA KIDSFERRAZÓPOLIS

A Comunidade da Graça em Atibaia organizou seu primeiro acampamento para crianças nos dias 5, 6 e 7 de setembro, no Montanha Jardim – Atibaia/SP. Mais de 50 crianças participaram do evento. O encontro levou o título “Soldado do Rei”.

Já a CG Ferrazópolis (São Bernardo do Campo/SP) escolheu o Vale da Graça - Porto Feliz/SP, para acolher dezenas de crianças que participaram do “Acampakids” 2014.

Page 42: Revista Comuna 56

42

ACONTECEU

TRÊS CULTOSDesde o dia 14 de Setembro, a Comunidade da Graça Sede tem agora três cultos de domingo: às 9, 17 e 19 horas. Para inaugurar esse momento importante, o Pr. Carlito Paes, da PIB de São José dos Campos (SP), foi o convidado especial para ministrar a Palavra.

Page 43: Revista Comuna 56

43

VISITA INSPIRADORANo dia 6 de Setembro, a Comunidade da Graça Sede recebeu a visita da missionária Helen Berhane, víti-ma de perseguição religiosa na Eritreia – país locali-zado no continente africano, na região chamada Chi-fre da África -, que compartilhou sua emocionante história de vida.

Em 2004, depois de ter lançado um álbum de música cristã que se tornou popular entre os jovens eritreus, a cantora - que nunca foi formalmente acusada, con-denada ou levada a julgamento - foi presa em um campo militar, e viveu reclusa dentro de um contê-iner de metal durante dois anos e meio. Um dia ela foi terrivelmente espancada, até ser dada como mor-ta. Depois de uma recuperação milagrosa, ela con-seguiu sair do país e hoje vive na Dinamarca, onde recebeu asilo político.

Page 44: Revista Comuna 56

44

ACONTECEU

ACAMPAMENTO DE CASAIS

HÁ RAIZ

Entre os dias 22 e 24 de agosto, a CG Zona Norte realizou, no Hotel Firenze, em Serra Negra/SP, o primeiro encontro de casais. O título do evento foi “Casados e Felizes! – Amor e respeito”, mais de 30 casais participaram do evento. Foram momentos de muita comunhão e aprendizado.

No dia 17 de setembro, o culto “Quartas com vida” da CG Sede teve a visita da banda Há Raiz, que conta com dezesseis componentes - seis vozes, seis instrumentistas, quatro bailari-nas e duas intercessoras. O Pastor Ronaldo Bezerra ministrou sobre o tema “Permanecer firme em meio as lutas”.

Page 45: Revista Comuna 56

45

ANUNCIANTES

Page 46: Revista Comuna 56

46

ANUNCIANTES

ANUNCIE AQUI

Interessados em anunciar na próxima edição:

[email protected]

11 3588 0575

CONTROLE DE PRAGAS JERUSALÉM

Cupim-insetos-ratos. Em setembro, mês do

cupim, não ligue pra eles, ligue para mim!

22944041 77549182 77549183

CORRETORA DE SEGUROS - MARLI

[email protected]

2097-306899556-4956

www.rahijnunesseguros.com.br

SHALLONESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE

Escrituração: Contábil, processamento de dados

R. Jacirendi, 391Tatuapé/SP

2296 4658 / 2294 4527Contato: Clóvis

Page 47: Revista Comuna 56
Page 48: Revista Comuna 56

Top Related