ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO ÁGUAS CLARAS, ALVORADA DO
OESTE – RO1
Geovani Tomiazzi Soares
2
Fagner Távora3
Reginaldo de Oliveira Nunes4
RESUMO
O trabalho consistiu na elaboração de um Diagnóstico Ambiental, visando analisar alguns elementos químicos e
físicos da água do Rio Águas Claras, localizado na linha 52 à 2 km da sede do município de Alvorada do Oeste -
RO, cujas coordenadas geográficas são 11° 20‟ 15,7‟‟ de latitude sul e 062° 17‟ 58,3‟‟ de longitude oeste, com
altitude média de 205m. O Diagnóstico Ambiental constitui-se numa ampla radiografia da situação atual dos
recursos hídricos e a partir desse diagnóstico, foram construídos cenários prospectivos das tendências de
modificação da disponibilidade qualitativa da água, observados em 3 pontos distintos do rio. Os procedimentos
metodológicos utilizados foram: revisão bibliográfica sobre a temática; trabalho de campo para reconhecimento
geral da área e coleta das amostras de água, utilizando GPS para georeferenciamento da localização do rio e
analise química e física da água em laboratório. Nas analises de laboratório foram avaliados os parâmetros de
qualidade da água quanto a cor, turbidez, pH, sólidos totais dissolvidos, sólidos totais e demanda bioquímica de
oxigênio (DBO 5;20). Constataram-se algumas alterações dos elementos químicos e físicos da água nos três
pontos do rio águas claras. Os elementos que se encontraram alterados foram Cor e DBO (5;20) mg/L (Demanda
Bioquímica de Oxigênio).
Palavras - chave: Qualidade da água, Rio Águas Claras, Poluição.
ABSTRACT
The work consisted of developing an Environmental Diagnosis, to evaluate some chemical and physical
elements of water from the Rio Águas Claras, located on the line 52 to 2 km from the town of Alvorada do Oeste
- RO, whose geographical coordinates are 11 ° 20 ' 15.7''south latitude and 062 ° 17 '58.3'' West longitude, with
an average altitude of 205m. The Environmental Diagnosis is based on a broad radiograph of the current
situation of water resources and on this diagnosis, were constructed future scenarios of change in the trends of
availability of water quality observed in 3 different sites of river. The methodological procedures used were: a
literature review on the subject, field work for recognition of the area and collected samples of water, using GPS
for geo-referencing the location of the river and chemical and physical analysis of water in the laboratory. In the
analysis of laboratory parameters were evaluated for water quality and the color, turbidity, pH, total dissolved
solids, total solids and biochemical oxygen demand (BOD 5; 20). There were some changes in the chemical and
physical elements of water in three parts of the Rio Águas Claras. The elements that were found changed color
and BOD (5; 20) mg / L (Biochemical Oxygen Demand).
Keywords: Water quality, Águas Claras River, Pollution.
___________________________________________________________________ 1Trabalho de conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – FACIMED,
como requisito para obtenção do título de pós-graduado em Educação e Gestão Ambiental. 2Licenciado em Engenharia agronômica pelo CEUJI/ULBRA de Ji – Paraná/RO. E - mail:
[email protected] 3Licenciado em administração pela Universidade federal de Rondônia. E –
mail: [email protected] 4 Docente dos Cursos de Pós-Graduação da FACIMED.
124
1 INTRODUÇÃO
Para Alves (2006, p.1), as interferências humanas nas características e funcionamento
naturais dos sistemas hídricos, em prol do “desenvolvimento urbano”, despontam como as
grandes responsáveis pela situação atual de suas águas.
Os problemas relativos à qualidade da água envolvem um espectro bastante amplo
dentro das áreas de estudo hidroambiental e na determinação das potenciais fontes
de contaminação resultantes de: disposições inadequadas dos resíduos líquidos e
sólidos, de natureza doméstica e industrial; alterações provocadas por
empreendimentos para geração de energia (barragens), resfriamento de águas de
termoelétricas, além das práticas agrícolas e de criação de animais em pequenas
áreas nas bacias urbanas. Todas essas ações antropogênicas acarretam impactos que
se inter-relacionam com os processos naturais que ocorrem na bacia. (LIMA, 2001a,
p.1).
A utilização indevida dos recursos hídricos, motivada pelo mito de sua
„inesgotabilidade‟, aliada à falta de planejamento e de gestão adequada dos usos e ocupação
do solo, têm gerado graves problemas econômicos e ambientais, especialmente nas áreas
urbanas. (MACHADO apud CARVALHO et al., 2008a, p. 2 - 3).
Segundo Peretto et al. (2002, p.1), “termo qualidade da água descreve basicamente as
características físicas, químicas e biológicas, considerando a adequação do recurso hídrico
para um determinado fim”.
“Dessa forma, a água passou a ser uma preocupação crescente não apenas no que se
refere à quantidade disponível, mas, principalmente, em relação à sua qualidade acarretando
prejuízos e restrições nos seus usos múltiplos” (LIMA, 2001b, p. 1).
Tendo em vista que a Bacia Hidrográfica do Rio Águas Clara é um importante
manancial de abastecimento público, responsável por quase 100 % do abastecimento atual da
cidade, cria-se a necessidade de estudos relacionados a essa área de qualidade das águas.
Os parâmetros de qualidade da água avaliados foram quanto à concentração de pH,
Turbidez, Cor, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Sólidos Totais Dissolvidos, Sólidos
Totais.
125
Carvalho, et al. (2008b, p. 7) entende que:
A água se presta a inúmeros e variados usos, alguns muito mais, outros bem menos
exigentes com relação à sua qualidade e quantidade. Os vários tipos de usos da água
podem ser agrupados, de forma geral, em Usos Consuntivos, aqueles em que o uso
da água implica no seu consumo, na sua redução quantitativa (abastecimento
público; uso residencial; dessedentação de animais; agricultura; irrigação; usos
industriais etc) e Usos Não- Consuntivos, aqueles em que não há consumo ou
modificação de volume de água de forma expressiva (geração de energia;
aqüicultura; diluição de efluentes; lazer; recreação; turismo; pesca; navegação;
conservação ambiental etc).
A nova resolução CONAMA nº 357 (2005) (“dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições
e padrões de lançamento de efluentes”), estabeleceu a Classificação das águas (doces, salinas
e salobras) do território nacional em 13 classes distintas e, para cada uma delas, foram
estabelecidos limites e/ou condições, em função de sua destinação final ou segundo seus usos
preponderantes (Tabela 01). De acordo com conceituação adotada por essa Resolução
(CAPÍTULO I, Artigo 2º), Águas Doces são águas com salinidade igual ou inferior a 0,5‰;
Águas Salobras são águas com salinidade superior a 0,5‰ e inferior a 30‰; e Águas Salinas
são águas com salinidade igual ou superior a 30‰. As águas doces foram agrupadas em 5
classes diferentes (Especial, 1, 2, 3 e 4). Segundo a mesma resolução o Enquadramento
consiste no estabelecimento de uma meta ou objetivo de qualidade da água (CLASSE) a ser
alcançado ou mantido em um curso d‟água, considerando os usos ao longo do tempo.
TABELA 1. Classificação das águas doces, segundo seus usos preponderantes
Classes
Destinação
Especial
Abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;
Preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de
proteção integral;
Classe 1
Abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;
Proteção das comunidades aquáticas;
Recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme Resolução CONAMA Nº 274, de 2000;
Irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película;
Proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas;
126
Classe 2
Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
Proteção das comunidades aquáticas;
Recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme Resolução CONAMA Nº 274, de 2000;
Irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de
esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto;
Aqüicultura e à atividade de pesca.
Classe 3
Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou
avançado;
Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; Pesca amadora;
Recreação de contato secundário;
Dessedentação de animais;
Classe 4
Navegação;
Harmonia paisagística;
Fonte: Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de Março de 2005 (Capítulo II, Seção I, Artigo 4º).
Para atender a cada uma destas modalidades de uso são exigidas algumas
características específicas da água, bem como lhe são impostas algumas limitações
com relação ao tipo e à quantidade de impurezas presentes. Alguns usos demandam
elevado padrão sanitário, outros apresentam restrições quanto à presença de
produtos químicos e outros se limitam apenas à manutenção de aspectos estéticos. (CARVALHO, et al. 2008c, p. 7).
O objetivo deste trabalho consistiu na elaboração de um Diagnóstico Ambiental,
visando analisar alguns elementos químicos e físicos da água do Rio Águas Claras.
2 MATERIAL E MÉTODO
2.1 CARACTERIZAÇÕES DA ÁREA DE ESTUDO E DESCRIÇÃO DOS PONTOS
DE COLETA
A pesquisa foi realizada no Rio Águas Claras localizado na linha 52 à 2 km da sede do
município de Alvorada do Oeste – RO, cujas coordenadas geográficas são 11° 20‟ 15,7‟‟ de
latitude sul e 062° 17‟ 58,3‟‟ de longitude oeste, com altitude média de 205m.
Segundo a classificação de Köppen, o Estado de Rondônia possui um clima do tipo
Aw – Clima Tropical Chuvoso, com média climatológica da temperatura do à durante o mês
127
mais frio superior a 18°C (megatérmico) e um período seco bem definido durante a estação do
inverno, quando ocorre no Estado um moderado déficit hídrico com índices pluviométricos
inferiores a 50 mm/mês. A média climatológica da precipitação pluvial para os meses de
junho, julho e agosto são inferior a 20 mm/mês. A média anual da precipitação pluvial varia
entre 1.400 a 2.600 mm/ano, enquanto a média anual da temperatura do ar varia entre 24 e
26°C (SILVA, 2005).
Para avaliar as implicações e efeitos da qualidade das águas do Rio Águas Clara,
escolhemos 3 pontos representativos na área de estudo, onde o ponto 1 localiza-se no ponto de
captação de água da estação de tratamento (ETA) do município de Alvorada do Oeste - RO.
Veja a foto 1 e 2 abaixo.
Foto 1. Captação de água da ETA no rio Águas Claras. Foto 2. Estação de Tratamento de Água (ETA).
O Ponto 2 está localizado abaixo do ponto de encontro dos efluentes da estação de
tratamento de esgoto (ETE) do município com Rio Águas Clara. Veja a foto 3,4,5 e 6 abaixo.
Foto 3. Estação de tratamento de esgoto (ETE). Foto 4. Lançamento dos efluentes no valão.
128
Foto 5. Transição do efluente da (ETE) para o rio. Foto 6. Ponto de encontro do efluente com o rio.
O Ponto 3 localiza-se próximo ao bairro monte alegre na linha do aeroporto da cidade,
a direita da ponte da estrada. Veja a foto 7 e 8 abaixo.
Foto 7. A esquerda da ponte. Foto 8. A direita da ponte.
2.2 PREPARO DO MATERIAL E COLETA DAS AMOSTRAS
Para execução desta pesquisa foi realizado o trabalho de campo para reconhecimento
da área de estudo e para coleta de amostras de água para serem realizadas as análises, sendo
que estas foram coletadas seguindo os procedimentos padrões exigidos pelo laboratório de
Agro Analise de Cuiabá- MT.
As amostras foram coletadas simultaneamente nos 3 pontos do Rio Águas Clara, no
dia 16/dezembro/ 2009, às 11:00 h da manhã, seguindo as normas básicas de coleta de
129
amostras impostas pelo laboratório. Foram utilizados garrafas de água mineral de 1,5 litros
devidamente identificados, com as seguintes informações: tipo de água; ponto de
amostragem; local; data e horário da coleta; nome do responsável pela coleta. Conforme a
foto 9 abaixo.
Foto 9. Recipiente utilizado na coleta das amostras.
Os equipamentos utilizados eventualmente para a coleta das amostras foram
enxaguados três vezes com o próprio líquido a ser coletado. Portanto, para reduzir - se ao
máximo a volatilização ou a biodegradação da amostra entre o momento de coleta e o de
análise, foram mantidas as amostras a uma baixa temperatura na caixa de isopor sem
congelar. Conforme a foto 10 e 11 abaixo.
Foto 10. Caixa de isopor + gelo Foto 11. Amostras coletadas nos pontos do rio.
130
As amostras foram enviadas para laboratório, onde foram analisados os seguintes
parâmetros: Físicos e Químicos, conforme a tabela 2 abaixo.
TABELA 2. Parâmetros físicos e químicos da água do Rio Águas Clara avaliados. Alvorada
do Oeste - RO. Janeiro de 2010.
Parâmetros Físicos e Químicos
Turbidez pH
Sólidos Totais Dissolvidos Cor
Sólidos Totais DBO
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos foram comparados com os índices estabelecidos pela Resolução
CONAMA Nº357/2005. Conforme a tabela 3 abaixo.
TABELA 3. Parâmetros de qualidade da água avaliados no Rio Águas Claras
Tipos de Analises Unidade Ponto 1
Ponto 2 Ponto 3
Padrão definido
pela Resolução
Conama 357/2005
Cor mg Pt/L 250- 160- 250- 75 mg Pt/L
Turbidez UNT 25,0* 26,0* 29,0* Até 100 UNT
pH a 25°C ------------- 6,4* 6,7* 6,8* 6,0 a 9,0
Sólidos Totais Dissolvidos mg/L 76,0* 76,0* 32,0* Até 500 mg/L
Sólidos Totais mg/L 76,0* 76,0* 44,0* Até 500 mg/L
Demanda Bioquímica de
Oxigênio
mg/L 7,2- 10,2- 6,9- Até 5 mg/L
Obs: Os valores apresentados em (*) referem-se aos parâmetros que atendem às especificações estabelecidas
pela Resolução Conama 357/2005 e os valores em (-) refletem parâmetros fora das normas.
131
Os resultados das análises expressos na tabela 3 mostram o índice de qualidade das
águas do rio águas claras, embora só tenhamos realizado uma campanha de campo nos
permitem fazer algumas observações sobre a qualidade das águas do rio águas claras. Como
apontado pela Cetesb (2008a, p. 2), “a Cor de uma amostra de água está associada ao grau de
redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-la, devido à presença de sólidos
dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico”. Segundo as
análises todos os pontos encontram-se fora dos parâmetros estabelecidos pela resolução
CONAMA nº 357/2005.
A Turbidez de uma amostra de água “é o grau de atenuação de intensidade que um
feixe de luz sofre ao atravessá-la, devido à presença de sólidos em suspensão, tais como
partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos orgânicos, algas e bactérias, plâncton
em geral, etc.” Cetesb (2008b, p.4). Assim, quanto maior o espalhamento dessas partículas
maior será a turbidez. Uma água com alto índice de Turbidez compromete as reações
fotossintéticas das algas, o que reflete na quantidade de oxigênio dissolvido na água. Os
valores de Turbidez se mostraram crescentes na direção de jusante, más não ultrapassaram o
limite máximo estabelecido pela resolução CONAMA.
Conforme afirma Carvalho, et al. (2008d, p.9) o “pH é a medida da concentração
relativa dos íons de hidrogênio numa solução, indicando a acidez ou a alcalinidade de uma
solução. As taxas de pH podem indicar as condições de equilíbrio dos ecossistemas aquáticos
naturais por influenciar nas fisiologias das diversas espécies”. Os valores observados ao longo
do rio águas clara se mostraram dentro dos limites estabelecidos pela resolução CONAMA.
O parâmetro „Sólidos Totais Dissolvidos‟ (STD) representa a “medida da quantidade
total de substancias dissolvidas contidas em água ou efluente, incluindo matéria orgânica,
minerais e outras substancias inorgânicas” (ART, 2001). Com os resultados das analises
constatou-se que os valores relativos aos sólidos totais dissolvidos no rio águas claras
encontram-se dentro dos padrões permitidos pela resolução CONAMA n° 357/2005.
Segundo Lima et al. Apud Moreira (2005, p.8) a concentração de sólidos em
suspensão e de sólidos dissolvidos transmite uma importante informação sobre o curso
d‟água. Um rio com alta concentração de sedimentos é comumente denominado um rio
“barrento”. A elevada concentração de sedimentos na fonte hídrica pode trazer problemas aos
132
sistemas de captação e tratamento de água, bem como aos reservatórios e aos sistemas de
geração hidrelétrica.
Para Chella et al. (2005, p.106), os chamados “sólidos totais são determinados a partir
da amostra como sendo a soma dos sedimentos em suspensão e dissolvidos. Para isso,
evapora-se toda a água da amostra e pesa se o resíduo sólido. A razão entre a massa do
resíduo e a massa da amostra é a concentração de sólidos totais”. Com os resultados
apresentados nas amostras constataram que todos os três pontos do rio águas claras analisados
encontram-se dentro dos padrões estabelecidos pela resolução CONAMA nº 357/2005.
A DBO de uma amostra de água indica a quantidade de oxigênio necessária para
oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica
estável, ou seja, a quantidade de oxigênio requerida pelas bactérias para estabilizar a matéria
orgânica que se decompõe sob condições aeróbicas. É um parâmetro fundamental para o
controle da poluição das águas por matéria orgânica, principalmente o lançamento de esgotos
in natura. “A DBO(5;20) é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio
consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação
específica. Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20°C é
freqüentemente usado e referido como DBO(5;20)” (CETESB, 2008c, p. 9).
Em todas as amostras os valores da DBO (5;20) ficaram acima do limite máximo
estabelecido pela resolução CONAMA, demonstrando que a quantidade de matéria orgânica
introduzida no rio águas claras é maior que sua capacidade de assimilação. Observa-se no
ponto de encontro do efluente com o rio um aumento significativo da DBO de 7,2 no ponto 1
para 10,2 no ponto 2 onde é lançado o efluente com alta concentração de DBO e concentração
de oxigênio dissolvido (OD) próxima de zero devido o excesso de matéria orgânica do
efluente lançado no rio. Admitindo mistura completa e imediata, no ponto de lançamento do
efluente poluído ocorre um aumento súbito da concentração de DBO e uma redução da
concentração de OD. A partir do ponto de lançamento, a DBO vai sendo degradada, e o
processo consome OD. A concentração de DBO vai diminuindo conforme visto no ponto 2 de
10,2 para 6,9 do ponto 3, entretanto a concentração de OD inicialmente diminui, mas depois
volta a aumentar, finalmente atingindo os níveis equivalentes à concentração de saturação
provavelmente devido a oxigenação das águas do rio águas claras promovida pela distância do
local de lançamento dos efluentes ao longo do rio.
133
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos com a análise de qualidade da água confirmam a triste realidade
do rio águas claras, como ocorre com a grande maioria dos cursos d‟água do estado. O
lançamento de matéria orgânica, sob a forma de efluentes da estação de tratamento de esgoto
da cidade excede a capacidade de assimilação do corpo d‟água, alterando a cor da água e
roubando seu OD, o que pode ser verificado pelos valores da DBO (5;20) na tabela 3 que se
mostraram além do limite máximo estabelecido pela resolução CONAMA, nº 357/2005. Cabe
destacar que após o ponto três a DBO começa a diminuir provavelmente devido o aumento da
oxigenação das águas do rio águas clara promovida pela distância do local de lançamento dos
efluentes ao longo do rio.
Nesse sentido, o estudo mesmo que preliminar foi importante porque comprovou a
importância do monitoramento dos parâmetros de qualidade da água como fundamentais para
analisar a carga exportada do ambiente urbano ao sistema receptor, no caso do rio águas
claras.
Por fim, é importante ressaltar que os impactos positivos e negativos devem sempre
ser verificados quanto à sua real ocorrência e dimensão, na tentativa de se estabelecerem
efeitos comparativos entre realidades diferentes, de modo a propiciar a avaliação correta das
possíveis alternativas. Isto exige um planejamento integrado das atividades de controle,
vigilância e de educação sanitária e ambiental que deve envolver não só os prestadores dos
serviços e órgão de vigilância, como também os cidadãos e entidades da sociedade civil
organizada.
134
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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