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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE MINAS GERAISPs Graduao em Contabilidade Tributria
SIMPLES NACIONAL X LUCRO REAL X LUCRO PRESUMIDO:QUAL O MELHOR REGIME TRIBUTRIO COM FORMA DEAPLICAO DE UM PLANEJAMENTO FISCAL E TRIBUTRIO
NAS ORGANIZAES.
Sidney Moreira Sena
Contagem2 Semestre de 2012
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Sidney Moreira Sena
SIMPLES NACIONAL X LUCRO REAL X LUCRO PRESUMIDO:QUAL O MELHOR REGIME TRIBUTRIO COM FORMA DE
APLICAO DE UM PLANEJAMENTO FISCAL E TRIBUTRIONAS ORGANIZAES.
Artigo final apresentado ao Curso de PsGraduao em Contabilidade TributriaPontifcia Universidade Catlica de Minas
Gerais - Unidade Contagem.
Orientador: Carlos Alberto de CarvalhoJunior
Contagem2 Semestre de 2012
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1 INTRODUO
A pesada carga tributria existente no Brasil onera bastante as empresas que ainda
sofrem com as alteraes constantes, legislao e multas por descumprimento de normas, at
por desconhecimento das mesmas.
Segundo Martins (2005) o Brasil tem uma elevada carga tributria alm de um sistema
tributrio muito complexo.
Martins ainda complementa ressaltando que o empresariado brasileiro j esto
cientes que as obrigaes tributrias no podem ser gerenciadas como uma mera tarefa do dia
a dia, mas algo estratgico e de extrema importncia dentro das organizaes (MARTINS,2005, p.33)
E por essa razo entre outras que um planejamento fiscal e tributrio e uma
contabilidade efetiva e eficiente so importantes dentro das organizaes.
Uma contabilidade correta e um planejamento fiscal e tributrio so de extrema
importncia para as organizaes, para a apurao dos tributos e a reduo da carga tributria.
1.1 Justificativa para a elaborao do artigo
O Contador tem uma funo essencial no planejamento fiscal e tributrio, e no dia a
dia na gesto de negcios. Ele deve acompanhar a legislao tributria para poder prever
problemas, e oferecer solues eficazes de como evit-los.
Para se ter um eficiente planejamento fiscal, as micros e pequenas empresas devem
acima de tudo ter um boa gesto contbil, e conhecer a importncia desta gesto dentro das
organizaes e assim optar pela melhor regime tributrio para o seu negocio
Por causa da relevncia deste assunto dentro das organizaes, e que muitas vezes no
tratado com a seriedade, que justifica a escolha do tema.
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1.2 Objetivo do artigo
Escolher o melhor regime tributrio para se aplicar um planejamento fiscal e tributrio
eficiente.
2 REFERENCIAL TERICO
2.1 Contabilidade Tributria
De acordo com Oliveira e outros, a contabilidade tributria:
o ramo da contabilidade responsvel pelo gerenciamento dos tributos incidentesnas diversas atividades de uma empresa, ou grupo de empresas, adaptando ao dia diaempresarial as obrigaes tributrias, de forma a no expor a entidade as possveissanes fiscais e legais (OLIVEIRAET AL, 2002. p.34)
Entretanto, segundo Fabretti (2009), a legislao tributria freqentemente atropela os
resultados econmicos para, por imposio legal, adapt-los a sua exigncia e dar-lhe outro
valor (resultado fiscal), que nada tem a ver com o resultado contbil.
Resumidamente, a contabilidade tributria pode ser definida como sendo:
[...] o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prtica conceitos,princpios e normas bsicas da contabilidade e da legislao tributria, de formasimultnea e adequada.Como ramo da contabilidade, deve demonstrar a situao do patrimnio e oresultado do exerccio, de forma clara e precisa, rigorosamente de acordo comconceitos, princpios e normas bsicas de contabilidade. (FABRETTI, 2009, p. 5)
Assim sendo, o que se espera a adequao significativa da parte assistida s normas
estabelecidas na legislao tributria vigente, devendo assim
[...] apurar com exatido o resultado econmico do exerccio social, demonstrandode forma clara e sinttica, para, em seguida, atender de forma extracontbil asexigncias, como por exemplo, das legislaes do Imposto de Renda das PessoasJurdicas (IRPJ) e da Contribuio Social sobre o lucro (CSL) determinando a basede clculo fiscal para formao das provises destinadas ao pagamento dessestributos, as quais sero abatidas do resultado econmico (Contbil), paradeterminao do lucro liquido disposio dos acionistas, scios ou titular de firmaindividual. (FABRETTI, 2009, p. 25).
Oliveira e outros (2002) classificam as funes e atividade da contabilidade tributria
conforme demonstrado no quadro a seguir:
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Escriturao e Controle Orientao Planejamento tributrio
Escriturao fiscal dasatividades do dia-a-dia da
empresa e dos livros fiscais
Orientao, treinamento e constantesuperviso dos funcionrios do setor
de impostos
Estudo das diversas alternativaslegais para a reduo da carga
fiscal, tais como:
Apurao dos tributos arecolher, preenchimento das
guias de recolhimento e
remessa para o departamentode contas a pagar
Orientao fiscal para as demaisunidades da empresa (filiais,
fbricas, departamentos) ou das
empresas controladas e coligadas,visando padronizar procedimentos
Todas as operaes em que forpossvel o crdito tributrio,
principalmente em relao aos
chamados impostos cumulativosICMS e IPI;
Controle sobre os prazos paraos recolhimentos
Todas as situaes em que forpossvel o deferimento
(postergao) dos recolhimentosdos impostos, permitindo melhorgerenciamento do fluxo de caixa;
Assessoria para a corretaapurao e registro do lucro
tributvel do exerccio social,conforme os princpios
fundamentais de contabilidade
Todas as despesas e provisespermitidas pelo fisco como
dedutveis da receita.
Assessoria para o corretoregistro contbil das provises
relativas aos tributos arecolher
Quadro 1 Funes e atividades da contabilidade tributria
Fonte: (OLIVEIRAET ALL,2002. p35)
2.2 Planejamento Fiscal e Tributrio
A legislao tributria do Brasil uma das mais complexas e onerosas do mundo. E
diante deste fato o planejamento fiscal e tributrio ser sempre considerado uma ferramenta
extremamente poderosa no que diz respeito ao recolhimento de menos imposto de forma
licita.
Borges conceitua planejamento fiscal como sendo a:
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(...)Tcnica gerencial que visa projetar as operaes industriais, os negciosmercantis e as prestaes de servios, visando conhecer as obrigaes e encargostributrios inseridos em cada um das respectivas alternativas legais pertinentes para,mediante meios e instrumentos legtimos, adotar aquela que possibilita anulao,reduo ou adiantamento do nus fiscal.
(BORGES, 1998, p.56)
Planejamento tributrio segundo Raza (2008) uma das tarefas mais importantes
dentro das organizaes, que exige uma gesto competente, eficiente e eficaz, especialmente
com relao as atividades financeiras.
Rolim conceitua planejamento tributrio daseguinte forma:
(...) o planejamento tributrio, quando realizado dentro das formas lcitas, um ramoda administrao tributria devendo ser considerado tambm como atividade darotina empresarial de significativa importncia, especialmente quando o prpriolegislador imps ao administrador o dever de empregar todos os recursos obviamente, legais que estiverem ao seu alcance, no sentido de lograr os fins e nointeresse da empresa. (ROLIM apudROCHA, 1998, p. 52 e 53)
Marion ainda complementa dizendo que
Apesar de sua importncia para e economia, a maioria das pequenas empresas noconsegue sobreviver ao ambiente econmico em que esto inseridas. Outro fatorimportante que contribui para a mortalidade das pequenas empresas que os
proprietrios em sua maioria no utilizam a contabilidade como ferramenta deadministrao do negcio. Esse fato est ligado muitas vezes a escassez de recursosfinanceiros para contratar assessoria especfica e um dos fatores que contribui paraisso (MARION, 2005, p.38).
Entende-se ento que o planejamento tributrio e fiscal a maneira lcita e legal de se
reduzir a carga tributria dentro das organizaes.
2.11.1 Eliso e Evaso fiscal
H vrias alternativas licitas e ilcitas para o contribuinte escapar da elevada e onerosa
carga tributria existente no Brasil. As alternativas ilegais que existem, so chamadas de
evaso fiscal, observam-se as mais comuns: a omisso de informao, as entidades e
autarquias pblicas, falsificao ou omisso de documentos e fraude.
Moreira conceitua evaso fiscal:
termo aplicado pela economia de impostos realizada por meios ilegais, incluindo-se
nestes a omisso da renda tributvel ou de transaes realizada das declaraes detributos, ou a reduo da quantia devida por meios fraudulentos. (MOREIRA, 2003,P. 11)
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Huck (1997) entende que a evaso fiscal acontece quando o contribuinte no recolhe
aos cofres pblicos o imposto devido por ela, considerada obrigatria conforme a legislao.
De acordo com Sacha tendo como base seu conhecimento sobre o assunto:
A evaso comissiva lcita, finalmente, tambm chamada de economia fiscal ou,ainda, eliso fiscal, ocorreria quando o agente, visando certo resultado econmico,
buscasse por instrumentos sempre lcitos, frmula negocial alternativa e menosonerosa do ponto de vista fiscal, aproveitando-se de legislao no proibitiva ou noequiparadora de formas ou frmulas de Direito Privado (reduo legal das formas aoresultado econmico). (SACHA apud Rocha, 1998, p. 173)
A evaso fiscal, segundo Fabretti, ocorre quando o contribuinte adota mtodos
ilcitos, aps a ocorrncia do fato gerador, para diminuir o montante do tributo devido ou para
at mesmo no o pagar. (FABRETTI, 2009, p. 351)
Segundo Machado, [...] de extrema importncia estabelecer a diferena entre o
planejamento tributrio e a fraude fiscal. (HUGO apud ROCHA, 1998, p. 43)
Fabretti, salienta que a evaso fiscal est prevista na Lei dos Crimes Contra a Ordem
Tributria, Econmica e Contra as Relaes de Consumo (Lei n 8.137/90). Assim, esta lei
define aquilo que constitui crime contra a ordem tributria:
a) omitir ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias;b) fraudar a fiscalizao tributaria, inserindo elementos inexatos, ou omitindooperao de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;c) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda ou qualqueroutro documento relativo a operao tributvel;d) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou devasaber falso inexato;e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito
passivo da obrigao tributria possuir informao contbil diversa daquela que ,por lei, fornecida Fazenda Pblica;f) fazer declarao falsa ou omitir declarao sobre rendas, bens ou fatos ouempregar outra fraude, para eximir-se, totalmente ou parcialmente, do pagamento dotributo. (FABRETTI, 2009, p. 135)
A evaso fiscal conhecida como a uma forma ilcita no que diz respeito ao calculo e
recolhimento dos tributos, ao contrario da eliso fiscal
Fabretti nos ensina sobre a eliso fiscal:
Mtodo de planejamento tributrio que consiste na escolha da melhor alternativalegal (portanto, lcita), visando a maior economia de impostos possvel. A adoodessa melhor alternativa deve ser feita antes de ocorrido o fato gerador.(FABRETTI, 2009, p. 350)
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Segundo Moreira (2003):
Eliso fiscal e utilizado para caracterizar a reduo dos encargos tributrio por meioslegais. Frequentemente e usado em sentido pejorativo, como quando e utilizado paradescrever a economia de impostos atingidas atravs de arranjos artificiais dosnegcios pessoais ou empresariais, aproveitando-se da existncia de lacunas,anomalias ou dentre outras deficincias no direito tributrio. (MOREIRA, 2003,
p.12)
Entre as opes licitas existentes que o contribuinte tem a seu dispor, observam-se as
mais comuns: as reivindicaes polticas e sociaisjunto aos governantes, para que o processo
de reformulaes seja realizado no sistema tributrio; os benefcios fiscais concedidos s
empresas instaladas em reas incentivadas pelo Governo federal atravs de benefcios fiscais;
o planejamento tributrio (ou eliso fiscal) o objeto de estudo deste trabalho.Nesse sentido, conforme Fabretti (2009) pode-se entender que a eliso fiscal legtima
e lcita, com a finalidade de obter maior economia fiscal possvel possibilitando s empresas a
reduo tributria, resultante da adoo das alternativas legais, menos onerosa possvel para o
contribuinte.
Conclumos que a idia principal apenas mostrar que o planejamento tributrio o
sinnimo de eliso fiscal, e que a sua realizao est dentro dos limites legais para gerar
economia tributria para a empresa, ou, em outras palavras, escolher a opo menos onerosapara organizar as atividades empresariais.
2.3 Contabilidade como ferramenta de controle e de Planejamento Fiscal e Tributrio
O principal objetivo da contabilidade fornecer informaes que possam auxiliar a
tomada de decises.
Iudcibus nos ensina que o maior objetivo da contabilidade o de: [...] fornecer
informao econmica relevante para que cada usurio possa tomar suas decises e realizar
seus julgamentos com segurana. (IUDICIBUS, 1994, p.26)
A partir da, o usurio possui uma referncia para seguir seus objetivos e projees,
tomar decises baseada em informaes contbeis confiveis.
Conforme Ching, para poder trabalhar de maneira efetiva, as pessoas em uma
organizao precisam constantemente de informao a respeito do montante de recursos
envolvidos e utilizados. (CHING, 2006, p 4)
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praticamente impossvel que a empresa trabalhe e alcance seus objetivos sem um
sistema que possa fornecer dados que necessrios para os giro dos seus negcios, tendo em
vista a sua continuidade.
Nessa linha de raciocnio, Iudcibus nos diz que a contabilidade assume seu papel
principal, ou seja, o de apoiar o gestor em suas decises, e dar maior segurana aos seus
julgamentos. (IUDICIBUS, 1994, p.26)
atravs de um sistema contbil organizado e eficiente e que se inicia um
planejamento fiscal e tributrio eficaz com o intuito de reduzir a carga tributaria que onera as
micro e pequenas empresas.
Como enfatiza Fabretti (2009) e Oliveira (2002), destaca-se pela importncia dos
efeitos e dos impactos que a utilizao adequada da Contabilidade Tributria pode gerar umareduo das cargas tributrias, que tem sido o objetivo principal na estruturao das
organizaes empresariais no pas, quer seja atravs de isenes fiscais, ou at mesmo por
meio da diminuio dos percentuais de arrecadao tributria de venda de produtos e servios
prestados, na forma de incentivos fiscais. Essa reduo fiscal acaba por causar no mercado, de
certa forma, um elevao da arrecadao de impostos por parte do Estado, uma vez que
produtos e servios menos tributados conseqentemente passam a ter um custo menor e uma
melhor aceitao para o consumo. Decorrente isso, o preo mais atrativo gera o aumento dademanda, promovendo uma maior arrecadao.
Por causa da carga tributria ser notoriamente elevada no pas, muitas empresas,
decidem por aplicar a evaso fiscal, o que gera um dficit na arrecadao em relao
produo, elevando ainda mais as tributaes existentes. E, Oliveira (2002) destaca que estes
atos penalizam o custo da maior parte das empresas e geram grandes transtornos e
dificuldades para o gerenciamento contbil e financeiro dos impostos e demais tributos.
Segundo Fabretti (2009) e Oliveira (2002), a contabilidade tributria, uma dasferramentas que proporcionam aos contabilistas opes para criar alternativas legais que
apontam para diminuio das tributaes (eliso fiscal), e ao mesmo tempo a proteo do
patrimnio das empresas. Em contra partida, a no utilizao adequada da contabilidade
tributria pode incorrer em evaso fiscal, que consiste na reduo da carga tributria de forma
ilcita, descumprindo as determinaes legais.
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2.4 Formas de Tributao
2.4.1 Lucro Real
Lucro Real o lucro lquido do perodo, apurado com observncia das normas das
legislaes comercial e societria, ajustado pelas adies, excluses ou compensaes
prescritas pela legislao do Imposto de Renda. (SILVA, 2006, p.01).
Segundo Hong, Marques e Prado, O lucro real o resultado do perodo de apurao,
antes da proviso para o imposto de renda, ajustado pelas adies, excluses e compensaesautorizadas pela lei. Por resultado deve-se entender o lucro ou prejuzo apurado no exerccio.
(HONG, MARQUES, PRADO, 2003. p.139)
O lucro real o resultado do perodo de apurao, antes da proviso para o imposto
de renda, ajustado pelas adies, excluses e compensaes autorizadas pela lei. Por resultado
deve-se entender o lucro ou prejuzo apurado no exerccio. (HONG, MARQUES, PRADO,
2003. p.139)
A existncia de lucro ou prejuzo contbil no o nico indicativo de ocorrncia dofato gerador do imposto sobre a renda. H que se apura o chamado resultado fiscal (lucro real
ou prejuzo fiscal) para que se possa determinar a ocorrncia do fato tributvel. (HONG,
MARQUES, PRADO, 2003. p.139)
Os ajustes do lucro liquido do perodo de apurao e a demonstrao da apurao do
lucro real devem ser transcritos no Livro de Apurao do Lucro Real (LALUR).
(OLIVEIRA ET ALL, 2002. p.174)
Contabilmente falando podemos concluir que o lucro real aquele que realmente apurado pela contabilidade, com base na escriturao contbil e nos princpios fundamentais
da contabilidade e demais normas fiscais.
2.4.2 Lucro Presumido
De acordo com os conhecimentos de Hong, Marques e Prado (2003) aplicvel as
empresas de pequeno porte que no esto obrigadas a tributao pelo lucro real. Esse regime
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de tributao muitas vezes tem gerado grandes oportunidades de planejamento tributrio,
conforme se apresentem as atividades e os resultados da empresa. (HONG, MARQUES,
PRADO, 2003. p.142)
uma forma simplificada de apurao da base de calculo dos tributos como Imposto
de Renda e da contribuio social, restrita aos contribuintes que no esto obrigados ao
regime de apurao de tributao com base no lucro real (OLIVEIRAET ALL, 2002, p174)
Trata-se de regime de tributao facultativo, em que o imposto devido
trimestralmente e que dispensa o contribuinte da escriturao contbil, exceto do livro registro
de inventrio e do livro-caixa (HONG, MARQUES, PRADO, 2003. p.142)
A dispensa para a escriturao de livros contbeis e comerciais, contudo, apenaspara fins de apurao do imposto sobre a renda. Assim, o Instituto Nacional deSeguridade Social (INSS) pode exigir a escriturao contbil e comercial paraverificar a correta apurao das contribuies patronais devidas pela contratao deempregados, autnomos, avulsos ou cooperativa. (HONG, MARQUES, PRADO,2003. p.142)
Na apurao do lucro presumido devero ser considerados os resultados provenientes
das demais atividades no compreendidas na base de clculo, como, por exemplo, os
resultados de aplicaes financeiras e da alienao de bens do ativo imobilizado.
(HONG,MARQUES, PRADO, 2003. p.142)
Oliveira et all (2002) salienta dizendo que alguns contribuintes que mantm uma
completa e organizada contabilidade, seguindo com rigor todas as norma contbeis, e mesmo
assim, optam pela tributao com base no lucro presumido. Neste caso configura-se o
planejamento tributrio, onde o contribuinte escolheu a melhor opo para ele, visando a
reduo de sua carga tributria.
As atividades com suas respectivas alquotas para determinao do lucro presumido
para o clculo do imposto de renda, segundo Higuchi (2007) podem ser vistas no quadroabaixo:
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RECEITA BRUTA DAS ATIVIDADES PERCENTUAL
Na revenda, para consumo, de combustvel derivado de petrleo, lcooletlico carburante e gs natural
1,6%
Na venda de mercadorias e produtos8%
Na prestao de servios de transporte de cargas 8%
Na prestao de servios hospitalares 8%
Na venda de imveis das empresas com esse objeto social (art. 3,pargrafo 7, da IN n 93/97)
8%
Nas indstrias grficas 8%
Na construo civil por empreitada com emprego de materiais 8%
Na prestao de servios de transportes, exceto de cargas 16%
Na prestao de servios em geral pelas pessoas jurdicas com receitabruta anual de at R$ 120.000,00, exceto de servios hospitalares,transportes e profisses regulamentadas (art. 40 da Lei n 9.250/950)
16%
Na prestao de demais servios no includos nos incisos anteriores 32%Quadro 5: Coeficiente de aplicao para determinao do Lucro PresumidoFonte: (Higuchi, 2007, p. 44) (Adaptado)
2.4.3 Simples Nacional
De acordo com a constituio federal de 1988 (Brasil), em seu artigo 179 que a Unio,os Estados, o Distrito Federal e os Municpios concedero as microempresas e as empresas de
pequeno porte, tratamento jurdico diferenciado, visando-as incentiv-las pela simplificao
de suas obrigaes administrativas, tributrias, previdencirias e creditcias, ou pela
eliminao ou reduo destas por meio da lei.
Conforme a Secretaria da Receita Federal (2011), o Sistema Integrado de Pagamento
de impostos e Contribuies das Microempresas e empresas de pequeno porte (SIMPLES)
uma forma de tributao previsto na lei Complementar n 123 de 14.12.2006, onde de
enquadram as Microempresas que tenham uma receita de at R$ 240 000,00 anual e
empresas de pequeno porte (EPP) que obtenham uma receita bruta superior a R$ 240 000,00 e
inferior ou igual a R$ 2 400 000,00.
Segundo Pegas, os motivos da criao do SIMPLES ou Sistema Integrado de
Pagamentos e Contribuies das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte, de acordo
com a Receita Federal do Brasil foram as seguintes:
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a) Estas empresas possuem baixo potencial arrecadatrio e, portanto no devem terum nus excessivo nas atividades de controle exercidas pela administrao;
b) A concesso de benefcios tributrios diretos (reduo da carga tributria) deveobservar uma transio suave, de tal sorte a no criar descontinuidade acentuadasque induzem prtica de planejamento fiscal;
c) O regime simplificado destina-se a buscar um ambiente mais competitivo entregrandes e pequenas empresas e no a conceder privilgios a determinado grupo. Oingresso no regime deve ser destinado exclusivamente aos setores econmicos queesto sujeitos a concorrncia assimtrica em razo da dimenso da empresas.Atividades econmicas que, por natureza, encontram-se pulverizadas e, portando,no sofrem de concorrncia desigual no devem ter acesso ao regime.d) Dada a importncia destas empresas (gerao de empregos, inovao tecnolgica,competio no mercado, etc.), o custo de cumprimento das obrigaes tributria paraesse segmento deve ser minimizado, de modo a no comprometer sua sobrevivncia;ee) A relao entre o contribuinte e o Estado, sempre que possvel, deve Sr nica, adespeito da existncia de distintos nveis de governo e administrao tributriaenvolvidos. (PEGS, 2006. p.549)
3 PARTE PRTICA
Neste caso pratico iremos mostrar a aplicao dos regimes tributrios.
Tabela 01 Alquotas utilizadas nos clculos - Simples Nacional
Ms Faturamento Acumulado Aliquota
jan/11 R$ 1.111.943,06 9,12%
fev/11 R$ 1.236.061,99 9,95%
mar/11 R$ 1.332.547,06 10,04%
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Tabela 02 Calculo Imposto - Simples Nacional
SIMPLES NACIONAL
Apurao do DAS do ms deJaneiro/2011
Faturamento dos ltimos 12 meses R$ 1.111.943,06
Percentual para clculo do Imposto 9,12%Faturamento: R$ 298.098,39
298.098,39 X 9,12%
Valor do Imposto devido R$ 27.186,57
Apurao do DAS do ms deFevereiro/2011
Faturamento dos Ultimos 12 meses R$ 1.236.061,99
Percentual para clculo do Imposto 9,95%Faturamento: R$ 295.742,02
298.098,39 X 9,12%
Valor do Imposto devido R$ 29.426,33
Apurao do DAS do ms deMaro/2011
Faturamento dos Ultimos 12 meses R$ 1.332.547,06
Percentual para clculo do Imposto 10,04%Faturamento: R$ 58.700,08
298.098,39 X 9,12%
Valor do Imposto devido R$ 5.893,49Valor total do imposto devido no 1Trimestre de 2011 R$ 62.506,39
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Tabela 03 Clculos de Impostos do Lucro PresumidoLUCRO PRESUMIDO
Apurao de impostos do 1 Trimestre de 2011
Faturamento Bruto do Trimestre R$ 652.540,49
Base de Clculo para o PIS E COFINS R$ 652.540,49
PIS Aliquota 0,65% (652.540,49 x 0,65%) R$ 4.241,51(-) PIS Retido R$ -(=) PIS a Pagar R$ 4.241,51
COFINS Aliquota 3% (652.540,49 x 3%) R$ 19.576,21(-) COFINS Retido R$ -(=) COFINS a Pagar R$ 19.576,21
Base de Clculo P/ CSLL (652.540,49 x 12%) R$ 78.304,86CSLL Aliquota 9% (78.304,86 x 9%) R$ 7.047,48(-)CSLL Retido R$ -(=)CSLL a Pagar R$ 7.047,48
Base de Clculo P/ IRPJ (652.540,49 x 8%) R$ 52.203,24IRPJ Aliquota 15% (52.203,24 x 15%) R$ 7.830,49(+)Adicional de IR R$ -(-)IRPJ Retido R$ -(=)IRPJ a Pagar R$ 7.860,49
Valor total do imposto devido no 1 Trimestre de 2011 R$ 38.725,69
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Tabela 04 Calculo do PIS e COFINS do Lucro Real
LUCRO REAL
Faturamento Bruto do Trimestre R$ 652.540,49
Base de Calculo R$ 652.540,49
Credito de PIS/COFINS R$ -
Compra de mercadorias R$ (458.262,03)Despesas com Pessoal R$ (35.590,46)Energia Eletrica R$ (8.956,31)Telefone R$ (1.896,50)Depreciao R$ (5.100,00)
Aluguel R$ (7.200,00)BC dos Creditos (R$ 517.005,30)
Clculo do PIS
PIS aliquota 1,65% (652.450,49x1,65%) R$ 10.765,43(-) PIS a Recuperar (517.005,30x1,65%) R$ (8.530,58)
(=) PIS a Pagar R$ 2.234,85
Clculo do COFINS
COFINS aliquota 7,6% (652.450,49x7,6%) R$ 49.586,24(-) COFINS a Recuperar (517.005,30x7,6%) R$ 39.292,40
(=) COFINS a Pagar R$ 10.293,84
Tabela 05 Calculo do IRPJ e CSLL do Lucro Real
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Demonstrao do Resultado do Exerccio
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1 Trimestre de 2011 RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Venda de mercadorias R$ 652.540,49
TOTAL DA RECEITA R$ 652.540,49
DEDUES DA RECEITA BRUTA
PIS R$ (10.765,43)COFINS R$ (49.593,08)ICMS sobre Vendas R$ (110.931,88)Custo das Mercadorias Vendidas R$ (383.847,34)TOTAL DAS DEDUES R$ (555.137,73)
DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas com pessoal R$ (32.298,34)Energia R$ (8.127,85)Telefone R$ (1.721,07)Depreciao R$ (4.628,25)Aluguel R$ (6.534,00)Honorrios R$ (3.300,00)TOTAL DAS DESPESAS R$ (56.609,61)
LUCRO ANTES IRPJ E CSLL R$ 40.793,15
IRPJ R$ 6.118,97Contribuio Social Sobre Lucro Liquido R$ 3.671,38
LUCRO DO EXERCCIO R$ 31.002,80
Tabela 06 Comparativo entre Simples Nacional X Lucro Presumido X Lucro Real
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Comparativo - SimplesNacional X LucroPresumido X Lucro Real
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1 Trimestre de 2011
Simples Nacional
DAS Jan/Fev/Mar-2011 R$ 62.506,39ICMS S/ Vendas
Total de impostos apagar R$ 62.506,39
Lucro Presumido
PIS R$ 4.241,51
COFINS R$ 19.576,21IRPJ R$ 7.860,49CSLL R$ 7.047,48ICMS s/ Vendas R$ 64.568,93
Total de impostos a pagar R$ 110.580,40
Lucro Real
PIS R$ 2.234,85COFINS R$ 10.293,84
IRPJ R$ 6.118,97CSLL R$ 3.671,38ICMS s/ Vendas R$ 64.568,93
Total de impostos apagar R$ 94.173,79
4 CONCLUSO
No primeiro momento. Percebemos que a forma de tributao do Simples Nacional a
mais benfica, porm, recomenda-se que os administradores realizem clculos mais
aprofundado, visando subsdios para tomada de deciso pela forma de tributao, estimando-
se receitas e custos, com base em oramento anual ou valores contbeis histricos,
devidamente ajustados em expectativas realistas. Alm disso, para se ter um excelente
planejamento tributrio, deve-se estudar bem as suas atividades e os produtos que se trabalha.
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