dor em oncologia _ percepção da familia da criança

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339 Revista Brasileira de Cancerologia 2005; 51(4): 339-346 Recursos fisioterapêuticos no controle da dor oncológica: revisão da literatura Physiotherapeutic resources in the treatment of oncological pain: literature review 1 Pós-graduandas do Curso de Especialização em Fisioterapia nas áreas de geriatria e gerontologia, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. 2 Professor Adjunto do Departamento de Fisioterapia, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Endereço para correspondência: Prof. Dr. Marcos Antônio de Resende. Departamento de Fisioterapia da UFMG. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Av. Antônio Carlos, 6.627 - São Francisco . 31.270.901. Belo Horizonte, Minas Gerais. E-mail:[email protected]. Luciana Ribeiro Sampaio,¹ Cristiane Victor de Moura, 1 Marcos Antônio de Resende² Resumo O tratamento não farmacológico da dor do câncer ainda é pouco explorado e utilizado na área da saúde. A falta de maior fundamentação científica para a utilização dos recursos fisioterapêuticos, e mesmo o desconhecimento da existência desses recursos dificulta sua implementação como instrumento para o tratamento da dor oncológica. Entretanto, esses recursos não invasivos podem, em muito, beneficiar os pacientes que sofrem com a dor do câncer. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre o assunto, com o propósito de conhecer melhor alguns dos recursos fisioterapêuticos no controle da dor oncológica. Os recursos mais citados como coadjuvantes no controle desse tipo de dor são estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), termoterapia, crioterapia, massagem terapêutica e cinesioterapia, além da orientação específica aos pacientes, cuidadores e familiares. A associação dos recursos fisioterapêuticos com o tratamento farmacológico pode ser de grande valia para o paciente com dor oncológica. Essa associação pode ajudar na redução da medicação analgésica e, conseqüentemente, minimizar os efeitos colaterais causados pela medicação de longo prazo. No entanto, os resultados da revisão da literatura demonstraram que os estudos desenvolvidos, até agora, não oferecem evidências suficientes para recomendar ou rejeitar a utilização dos recursos citados para o controle da dor do paciente com câncer. Estudos mais controlados e metodologias adequadas são necessários para que a fisioterapia possa desenvolver sua prática baseada em evidência. Palavras-chave: Dor oncológica; Analgesia; Neoplasias; Fisioterapia. Revisão de Literatura Fisioterapia no controle da dor oncológica Artigo submetido em 7/3/05; aceito para publicação em 30/6/05

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Descreve a percepção da família do paciente pediátrico oncologico

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  • 339Revista Brasileira de Cancerologia 2005; 51(4): 339-346

    Recursos fisioteraputicos no controle da dor oncolgica:reviso da literaturaPhysiotherapeutic resources in the treatment of oncological pain:literature review

    1 Ps-graduandas do Curso de Especializao em Fisioterapia nas reas de geriatria e gerontologia, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG.2 Professor Adjunto do Departamento de Fisioterapia, Escola de Educao Fsica, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de MinasGerais - UFMG.Endereo para correspondncia: Prof. Dr. Marcos Antnio de Resende. Departamento de Fisioterapia da UFMG. Escola de Educao Fsica,Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Av. Antnio Carlos, 6.627 - So Francisco . 31.270.901. Belo Horizonte, Minas Gerais.E-mail:[email protected].

    Luciana Ribeiro Sampaio, Cristiane Victor de Moura,1 Marcos Antnio de Resende

    ResumoO tratamento no farmacolgico da dor do cncer ainda pouco explorado e utilizado na rea da sade. A falta demaior fundamentao cientfica para a utilizao dos recursos fisioteraputicos, e mesmo o desconhecimento daexistncia desses recursos dificulta sua implementao como instrumento para o tratamento da dor oncolgica.Entretanto, esses recursos no invasivos podem, em muito, beneficiar os pacientes que sofrem com a dor do cncer.O objetivo deste estudo foi realizar uma reviso da literatura sobre o assunto, com o propsito de conhecer melhoralguns dos recursos fisioteraputicos no controle da dor oncolgica. Os recursos mais citados como coadjuvantes nocontrole desse tipo de dor so estimulao eltrica nervosa transcutnea (TENS), termoterapia, crioterapia, massagemteraputica e cinesioterapia, alm da orientao especfica aos pacientes, cuidadores e familiares. A associao dosrecursos fisioteraputicos com o tratamento farmacolgico pode ser de grande valia para o paciente com dor oncolgica.Essa associao pode ajudar na reduo da medicao analgsica e, conseqentemente, minimizar os efeitos colateraiscausados pela medicao de longo prazo. No entanto, os resultados da reviso da literatura demonstraram que osestudos desenvolvidos, at agora, no oferecem evidncias suficientes para recomendar ou rejeitar a utilizao dosrecursos citados para o controle da dor do paciente com cncer. Estudos mais controlados e metodologias adequadasso necessrios para que a fisioterapia possa desenvolver sua prtica baseada em evidncia.Palavras-chave: Dor oncolgica; Analgesia; Neoplasias; Fisioterapia.

    Reviso de LiteraturaFisioterapia no controle da dor oncolgica

    Artigo submetido em 7/3/05; aceito para publicao em 30/6/05

  • 340 Revista Brasileira de Cancerologia 2005; 51(4): 339-346

    Sampaio LR, Moura CV, Resende MA

    INTRODUO

    O controle da dor do cncer um assunto que temdespertado interesse e questionamentos na comunidademdico-cientfica e, tambm, entre outros profissionaisda sade que lidam, diretamente, com o paciente portadorda dor oncolgica. O fisioterapeuta um dos profissionaisque trabalha de forma direta com o paciente oncolgico,no s durante seu processo de reabilitao, mas tambmna fase paliativa da doena, quando a dor o sintomamais freqente e causa de sofrimento desse paciente.1,2

    A Sociedade Internacional para o Estudo da Dordefine dor como: "uma experincia sensorial e emocionaldesagradvel, que descrita em termos de leses teciduais,reais ou potenciais. A dor sempre subjetiva e cadaindivduo aprende a utilizar este termo a partir de suasexperincias prvias".3 Assim, a dor um fenmenoindividual, complexo e multifatorial. Para sua avaliao preciso considerar os aspectos fsicos, emocionais, sociaise espirituais. A sensao de dor bastante pessoal, comsua histria, seu contexto e seu momento. A dor subjetiva, mas no abstrata.1,5

    Cerca de 18 milhes de pessoas, em todo o mundo,sofrem da dor gerada pelo cncer. Ela est presente, emtodos os estgios evolutivos da doena neoplsica, e atingecerca de 30% a 70% dos doentes, sendo observada em20%a 50% dos casos durante o diagnstico, e em 70% a90% quando a doena encontra-se avanada.6-8

    Geralmente, o medo do cncer est mais relacionado possibilidade da ocorrncia de dor do que perspectivade sobrevida. Tem-se notado que a dor incontrolvel o

    AbstractThe non-pharmacological treatment of cancer pain has been little explored and yet little used. Lack of a scientificsupport for the use of physiotherapeutic resources and, in some cases, the ignorance about the existence of suchresources has hindered their implementation as effective tools for the treatment of cancer pain. However, thesenon invasive methods can be of great help to patients suffering from cancer pain. This study aims at reviewing theliterature on the subject in search of more information about some physiotherapeutic resources to the treatmentof oncological pain. The most common resources recommended for the treatment of cancer pain are: transcutaneouselectric nerve stimulation (TENS), thermotherapy, cryotheraphy, therapeutic massage and therapeutic exercisetogether with specific guidelines offered to patients, caretakers and families. Cancer patients can greatly benefitfrom the association of physiotherapeutic resources with the pharmacological treatment. This association can helpreduce the use of analgesic medication, thus minimizing the side effects caused by long term medication. However,the results of this review of the literature demonstrate that the studies on the subject developed so far are notenough to recommend or reject the use of those resources for the treatment of oncological pain. The issuedemands more research and appropriate methodology to allow physical therapy to better develop its evidence-based practice.Key words: Oncological pain; Analgesic; Neoplasms; Physical therapy.

    maior fator de morte por suicdio entre os pacientes comcncer.2 Os sintomas lgicos somados s incapacidadesrelacionadas neoplasia e seu tratamento podem causargrande prejuzo funcional, como confinamento ao leito,anorexia, perda do convvio social, reduo das atividadesprofissionais e de lazer.5,9

    O tratamento da dor oncolgica , entretanto, difcile complexo, mesmo em pases socioculturalmenteevoludos.5,6 Cada vez mais, so difundidos mtodos menosinvasivos no diagnstico da doena neoplsica e no seutratamento. Utilizando-se dessa abordagem menosinvasiva e menos traumtica para o paciente, a fisioterapiaoferece recursos e estratgias antilgicas. Essesprocedimentos so largamente utilizados no tratamentode dores agudas e crnicas em pacientes no neoplsicose, ainda, pouco explorados no tratamento do pacienteoncolgico. Dessa forma, o objetivo desse estudo foirevisar a literatura cientfica para conhecer melhor oprocesso da dor oncolgica e verificar algunsprocedimentos fisioteraputicos que possam ser utilizadosno controle desse tipo de dor.

    METODOLOGIA

    Para a realizao deste estudo foram utilizadas asbases de dados Medline, Lilacs e Cochrane Library duranteo perodo de 1994 a 2004. O acesso ao Medline foiatravs da Pubmed e o Lilacs, atravs da Bireme.

    Foram utilizados os descritores: "Pain and cancer andphysical therapy" ou "Pain and cancer and TENS" na opode busca Mesh Browser (Medical Subject Heading) na

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    Fisioterapia no controle da dor oncolgica

    base Medline. Para a seleo de textos, nas bases dedados Lilacs, foram utilizados o formulrio bsico e osdescritores "dor e cncer"; "fisioterapia e cncer";"TENS e cncer", "fisioterapia e analgesia". Na basede dados Cochrane, foram utilizados os descritores:"physical therapy and pain cancer", "TENS and paincancer" e "non-pharmacologic management and paincancer". Nas bases Medline e Lilacs, foram pesquisadostambm os descritores: "hydrotherapy and cancer";"cryotherapy and cancer"; "thermotherapy and cncer";"massage and cancer". Foram includos nesse trabalho:revises, meta-anlises, pesquisas e livros mais recentese/ou de referncia sobre o tema. A busca realizada foilimitada aos artigos publicados em portugus, espanhole ingls. Outras referncias encontradas manualmente,a partir da busca inicial, foram consideradas.

    RESULTADOS

    ETIOLOGIA E CLASSIFICAO DA DOR ONCOLGICAA dor oncolgica pode estar relacionada a vrios

    fatores, de acordo com sua etiologia, podemos classific-la em trs grandes grupos: dor ligada direta ouindiretamente ao tumor primrio e s suas metstases,as iatrogenias resultantes dos procedimentos teraputicosou, ainda, a condies no relacionadas com ocncer.5,8,11,12 A mais comum delas a dor causada pelainvaso tecidual direta dos tumores, como nos casos dedoena ssea metasttica, compresso de troncosnervosos, infiltrao de tecidos moles, mucosas, vasossangneos e acometimento de vsceras; podendo resultarem espasmo muscular ou outras alteraesestruturais.13,14 Ainda, decorrentes de agentes liberadosna circulao sangnea pelos tumores e pelas alteraesnos mecanismos imunolgicos secundrios doena,podem surgir sndromes paraneoplsicas, como asneuropatias perifricas (plexopatia braquial, sndromede Pancoast, miopatias e polimialgia reumtica elombossacra).11,13,14 As dores secundrias ao tratamentodo cncer podem ser ps-cirrgicas, ps-quimioterpicas, causadas pela radioterapia,imunoterapia, ou decorrente do uso de frmacos, comoocorre na dor paradoxal; causadas por agentes morfnicosou por sua supresso.8,11 As dores no causadas pelocncer incluem aquelas decorrentes do imobilismo, comconseqente reduo da amplitude articular. A dor podeser devido, tambm, fraqueza muscular, anormalidadesmsculo-esquelticas ou metablicas, lceras de decbitoe a permanncia em posturas anti-lgicas por longosperodos.5,8 Fairfield e Traycross (1982)13 observaram que80% dos pacientes com dor oncolgica queixavam-sede dor em uma ou mais regies do corpo, e que 20%

    queixavam-se de dor em quatro ou mais locais. Nestesltimos, 91% das ocorrncias de dor eram causadaspelo prprio tumor. As metstases sseas e a compressonervosa pelo tumor foram os achados mais freqentes.

    Foley (1985)14 observou resultados semelhantes emseu estudo e verificou que 62% a 78% das dores relatadaspor seus pacientes, em um centro oncolgico, eramprovenientes do cncer, 19% a 25% eram provenientesdo tratamento da doena e apenas 3% a 10% dos sintomaslgicos no estavam relacionados ao cncer.

    A identificao do tipo de dor fundamental para oestabelecimento da melhor estratgia de tratamento.15-18

    Por isso, a classificao da dor , tambm, feita de acordocom a distribuio dos sintomas, que podem ser:localizados, generalizados, referidos, superficiais ouprofundos; pode ser, ainda, de origem visceral, somtica,neuroptica ou psicognica; e, de acordo com a durao,pode, tambm, ser aguda ou crnica.16,19

    FISIOPATOLOGIA DA DOR ONCOLGICAO cncer pode lesar os receptores de dor

    (nociceptores), e provocar dor somtica, visceral,neuroptica ou por desaferentao, atravs da invasodireta do tecido pela neoplasia, ou pela leso do sistemanervoso central ou perifrico.18,19

    Os nociceptores podem ser ativados por estmulosnocivos, sejam eles: mecnicos, trmicos ou qumicose, sensibilizados por estmulos qumicos endgenos,como a serotonina, substncia P, bradicinina,prostaglandinas e histamina, liberados aps lesotecidual.4,18,19

    A dor somtica bem localizada e, geralmente, exacerbada com o movimento e aliviada pelo repouso.Como exemplos podemos citar as dores: sseas, ps-operatrias e msculo-esquelticas. A dor visceral provocada pela distenso das vsceras. uma dor mallocalizada e profunda, referida pelo paciente como dorem compresso. Freqentemente, est associada asensaes de nuseas, vmitos e sudorese, como ocorreno cncer de pncreas, na obstruo intestinal e nametstase intraperitoneal.1,5,8

    A dor neuroptica ocorre a partir da leso ou dadisfuno do sistema nervoso central, ou sistema nervosoperifrico, e pode ser temporria ou persistente. Ospacientes que desenvolvem a dor neuroptica adescrevem como "ardente ou penetrante". Ela pode seracompanhada de parestesias e resultar em alodinia,devido a sua persistncia.1,5,8 A dor neuroptica est,normalmente, presente nas neuralgias do nervo trigmio,neuralgias ps-herpticas e neuropatias perifricas.5,8 Ador por desaferentao uma subdiviso da dorneuroptica, a qual pode ocorrer devido leso ou ao

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    dano do sistema somatossensorial em qualquer pontode seu percurso. Alguns exemplos so a dor do membrofantasma, a talmica, e outras situaes desencadeadaspor leses centrais.1,8 A dor psicognica mais rara eapresenta sintomas psicolgicos suficientes para oestabelecimento de critrios diagnosticados pelapsiquiatria em que nenhuma leso das vias nociceptivas identificada. Geralmente, o diagnstico feito porexcluso.5,8 A dor, tambm, pode ser classificada como:aguda ou crnica.18,19

    A avaliao da dor de fundamental importncia,tanto para o conhecimento da sua causa como para oseu tratamento. O auto relato da sensao de dor pelopaciente deve ser a fonte primria da avaliao. Contudo,sempre que possvel, deve-se recorrer ao uso deinstrumentos para avaliao da dor em todos os seusdomnios, e tambm, para medir a eficcia de umdeterminado tratamento no controle da doroncolgica.11-13,17

    ABORDAGEM DA DOR ONCOLGICA: EQUIPEMULTIDISCIPLINAR

    fundamental, salientarmos a importncia damultidisciplinaridade e da interdisciplinaridade, diantedas necessidades do paciente oncolgico. O tratamentoda dor oncolgica complexo, e seu sucesso teraputicorequer mltiplos esforos para a obteno de bonsresultados.15,20

    A abordagem do paciente oncolgico deve ser amplae de forma integral; ele deve ser visto como um serbiopsicosocial que carrega no apenas uma doena ouuma dor, mas todo o sofrimento causado por ela. Porisso, nos grandes centros de tratamento oncolgico,encontramos, freqentemente, uma equipe formada pordiversos profissionais de sade, como oncologistas,radioterapeutas, anestesistas, neurocirugies,psiquiatras, psiclogos, fisioterapeutas, nutricionistas,assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. Todos estoigualmente envolvidos, no processo de tratamento, sejana cura, reabilitao ou mesmo em cuidados paliativosdo paciente em fase avanada da doena, quando o bemestar, o conforto e uma melhor qualidade de vida setornam os principais objetivos teraputicos.15,20

    RECURSOS FISIOTERAPUTICOSO controle da dor aumenta a tolerncia dos pacientes

    aos procedimentos diagnsticos e teraputicos do cncer.Dessa forma, de fundamental importnciaproporcionar ao paciente maior bem estar, melhorafuncional e melhor qualidade de vida.5,8,15,20

    Vrias so as medidas no invasivas que podem serutilizadas pela fisioterapia. Porm, o presente estudo

    teve como objetivo abordar alguns recursosfisioteraputicos mais utilizados no controle da doroncolgica. Dentre eles podemos citar: a estimulaoeltrica nervosa transcutnea, a aplicao do calor e frio(termoterapia e crioterapia), a massagem, e acinesioterapia.21-24

    a) estimulao eltrica nervosa transcutneaA estimulao eltrica nervosa transcutnea (TENS),

    um mtodo que utiliza a corrente eltrica para induziranalgesia. Os eletrodos so acoplados pele, atravs deuma fina camada de gel, para permitir a transmissodos impulsos eltricos para a regio a ser estimulada.25,26

    O mecanismo de analgesia obtido pela TENS devido teoria da comporta espinhal proposta por Melzack eWall (1965), na qual descreveram a participao de ummecanismo neurofisiolgico de controle da dor situadona medula espinhal.

    Os impulsos aferentes da dor ascendem pelas fibrasA d e C e so controlados por um mecanismo localizadona substncia gelatinosa do corno dorsal da medula, ondeos interneurnios inibitrios situados nessa regio soresponsveis pela manuteno da comporta fechada, isto, a interrupo na passagem dos impulsos da dor,quando os mesmos so estimulados pelas fibras de tato(Ab). Assim, a TENS pode estimular as fibras sensoriaisdo tipo Ab, e induzir analgesia atravs da ativao dosinterneurnios inibitrios situados no corno dorsal damedula. Esse processo de reduo ou minimizao datransmisso da dor conhecido comoneuromodulao.25,27 Alm da participao domecanismo da comporta espinhal na analgesia induzidapela TENS, alguns estudos mostram que a estimulaoeltrica nervosa transcutnea capaz de ativar o sistemadescendente inibitrio da dor, e modular a atividadedos neurnios de transmisso situados no corno dorsalda medula a partir da liberao de opiides endgenos.29-31 Freqentemente, a TENS usada, na clnica, comocoadjuvante ao tratamento medicamentoso associado aoutras intervenes, e em processos inflamatrios agudose crnicos.29,31 Pode ser utilizada com segurana empacientes oncolgicos, desde que aplicada em locais ondea pele esteja ntegra e a sensibilidade ttil preservada.25,32

    Existem quatro tipos principais de modulao dacorrente da TENS utilizados na clnica: convencional,acupuntura, trens de pulso e breve-intensa. A diferenaentre eles est na regulao dos parmetros de freqnciae intensidade, de acordo com os mecanismos de aoque se quer priorizar.25,26,28,32 Alguns autores28,33,34

    demonstraram que a TENS de baixa e alta freqncia,aplicada em animais e humanos, induziu analgesiaprincipalmente por liberao de opiides endgenos.

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    Essas substncias liberadas pelo organismo, ativam osreceptores do tipo m e induzem a analgesia. Estudos deexperimentao bsica mostraram que a TENS de baixafreqncia menos efetiva em animais tolerantes morfina, quando comparada a TENS de altafreqncia.33,34 A partir destes relatos, possvel inferirque, pacientes em uso crnico de morfina podem nose beneficiar da analgesia induzida pela TENS de baixafreqncia. Em situaes de uso crnico da morfina, aTENS indicada deve ser a de alta freqncia (maiorque 50 Hz),15,33-35 por apresentar um outro mecanismode analgesia.29

    Outros trabalhos11,36-39 mostraram a utilizao daTENS no controle da dor neuroptica. Durante o frumsobre a dor, ocorrido em 1994,39 foi proposto que aTENS poderia ser utilizada como recurso auxiliar notratamento da dor crnica neuroptica.

    A estimulao eltrica nervosa transcutnea podetrazer inmeros benefcios quando indicada no controleda dor oncolgica. Com a reduo da dor, o pacienteaumenta o seu nvel de funo e atividade, podeparticipar de programas de exerccios fsicos e melhorara sua qualidade de vida. um recurso no invasivo e defcil aplicao, que pode ser utilizado em pacientesjovens, adultos e idosos, com possibilidades de induziranalgesia prolongada. No provoca efeitos colaterais,tem pouqussimas contra-indicaes, e no apresentacusto elevado.31,32,39

    b) Termoterapia A termoterapia superficial (bolsa trmica e

    compressa de parafina) pode ser utilizada para aliviar ador oncolgica de pacientes em controle paliativo.5,40

    O objetivo o de promover relaxamento muscularinterferindo no ciclo dor-espasmo-dor, em indivduosportadores de tumores primrios ou secundrios, osquais podem estar comprimindo estruturasneuromusculares e, dessa forma, causando dor.40,41

    Mense (1978) demonstrou que o aquecimento dapele, atravs do calor superficial, capaz de reduziraatividade dos motoneurnios gama, na medula espinhal,e, a atividade eltrica das fibras intrafusais, reduzindo oespasmo muscular e a dor. O aumento da temperaturado tecido muscular pode interromper o ciclo dor-espasmo-dor via reduo da atividade das fibras aferentesdo fuso muscular (tipo II), e o aumento da atividadedas vias aferentes dos rgos tendinosos de golgi.24,40

    O calor superficial possibilita, tambm, a remoode produtos do metabolismo, bem como de mediadoresqumicos responsveis pela induo da dor e,conseqentemente do espasmo muscular reflexo.40,42,43

    As modificaes do fluxo sangneo que ocorrem na

    pele, pela aplicao da termoterapia superficial, podemser causadas por mecanismos locais e reflexos. Avasodilatao pode ocorrer devido a trs fatores: reflexoaxnico, liberao de mediadores qumicos secundrios elevao da temperatura, e reflexos locais mediadospela medula espinhal. O calor aplicado no local estimulaos termoreceptores cutneos, que, atravs de viasaferentes, conduzem os impulsos at a medula espinhal,os quais, por sua vez, podem inibir a dor via comportaespinhal. Alguns destes impulsos aferentes soconduzidos atravs de ramos que vo em direo aosvasos sangneos da pele e produzem a liberao demediadores vasoativos. Alm disso, pode ocorrerreduo da atividade do sistema simptico adrenrgicoganglionar, em resposta aplicao da termoterapia,contribuindo para o surgimento da vasodilatao.40

    A termoterapia superficial contra-indicada, quandoaplicada diretamente sobre as reas de tumor maligno.A vasodilatao provocada pelo calor superficial podeapresentar riscos na disseminao de clulas tumoraispor via sangunea e/ou linftica. Pelo mesmo motivo,esto contra-indicadas todas as formas de calor profundo(ondas curtas, ultra-som e laser), onde o aumento dometabolismo local gerado pelo calor pode disseminar asclulas tumorais neoplsicas.43 A termoterapia deve serevitada nas reas desprovidas de sensao trmica esobre as reas de insuficincia vascular, dos tecidoslesados ou infectados e de radioterapia localizada.8,24,40,43

    c) CrioterapiaNo existem estudos na literatura que utilizaram a

    crioterapia em pacientes oncolgicos. Entretanto, areduo da temperatura local pode ser um recurso utilizadono controle da dor inflamatria a qual pode surgir emdeterminados tipos de cncer como os carcinomasinflamatrios.41 A crioterapia provoca vasoconstrio poraumento da atividade simptica, aps estimulao dosreceptores de frio na pele. Essa ao vasoconstritora reduzos mediadores qumicos que so liberados no local daleso e dessa forma, controlam o contato dessesmediadores inflamatrios com os nociceptores reduzindoa dor.40, 43

    Dois possveis mecanismos explicam os efeitosanalgsicos do frio. O primeiro seria o efeito da contra-irritao, atravs da reduo da dor pela ativao dacomporta espinhal conforme descrito anteriormente. Osegundo, seria pelo efeito neurognico, o qual, a partirdo resfriamento local, pode provocar reduo da atividadeeltrica das fibras nociceptivas. Alm disso, pode ocorrer,tambm, a reduo da atividade dos neurnios do cornodorsal da medula, com interrupo da subida dos impulsosda dor para as estruturas supra medulares.40,42,43

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    A crioterapia deve ser evitada onde no existeintegridade sensorial, em casos de alergia ou intolernciaao frio, comprometimento arterial perifrico, em casosonde o tumor compressivo pode estar causandodiminuio da circulao local e em regies detratamento com radioterapia.8,24,40,43

    d) MassoterapiaA massoterapia uma tcnica comumente utilizada

    como terapia complementar nos pacientes com cncer,com o objetivo de proporcionar o alvio da dor.46 Amassoterapia definida como a manipulao dos tecidosmoles do corpo, executada com as mos, com opropsito de produzir efeitos benficos sobre os sistemasvascular, muscular e nervoso. A massoterapia produz aestimulao mecnica dos tecidos, atravs da aplicaortmica de presso e estiramento. A presso comprimeos tecidos moles e estimula os receptores sensoriais,produzindo sensao de prazer ou bem-estar. A manobrade estiramento reduz a tenso sobre os msculos eproduz relaxamento muscular.43,47

    Em geral, observa-se nos pacientes com cncer oaumento da tenso muscular causada pela presena dador.46 A massoterapia pode ser utilizada com o objetivode induzir o relaxamento muscular e o alvio da dor,reduo do stress e dos nveis de ansiedade, reduo departe dos efeitos colaterais provocados pela medicao,como nuseas e vmitos. Os benefcios finais so amelhora da qualidade do sono e da qualidade de vida.

    Antes de realizar a massoterapia em pacientes comdor oncolgica, importante avaliar a regio a sermanipulada, j que ela pode estar alterada pelo prpriotumor ou pelo tratamento realizado.

    e) CinesioterapiaEm situao de dor oncolgica, comum os

    pacientes reduzirem a movimentao e a atividade fsicade um modo geral.8 Esse comportamento pode levar aocomprometimento gradual do condicionamento fsicoe da fora muscular, bem como da flexibilidade e dacapacidade aerbica, predispondo o paciente aodesenvolvimento da sndrome de imobilizao.8,24 Umavez instalada, a sndrome de imobilizao pode trazersrios prejuzos para a sade do paciente, devido aocomprometimento da coordenao motora, aoaparecimento das retraes tendneas e reduo daamplitude do movimento articular.8,24 Nos estgios maisavanados, ocorre atrofia da musculatura por desusoou desnutrio. Os msculos com aumento de tensodevido dor e s posturas anti-lgicas, passam aapresentar pontos gatilhos ou pontos de dor.24

    Alguns esclarecimentos so importantes para orientar

    os doentes com dor onclogica quanto aos efeitos nocivosda inatividade. necessrio que entendam a importnciae o benefcio dos exerccios para a manuteno daflexibilidade e da fora muscular, bem como daimportncia da funo do aparelho locomotor, e damanuteno do condicionamento cardiovascular erespiratrio.

    A cinesioterapia permite restaurar ou melhorar odesempenho funcional dos segmentos corporaiscomprometidos. Os programas de atividade fsica tmcomo objetivo, desenvolver a fora e o trofismomuscular, o senso de propriocepo do movimento,resgatar a amplitude do movimento articular e prevenira imobilidade no leito.8,24,48

    Diferentes tipos de exerccios fsicos como osexerccios passivos, ativos, ativos assistidos e ativosresistidos, esto disponveis para serem utilizados empacientes com cncer, de acordo com a gravidade dodficit funcional.24 O estmulo marcha e ocondicionamento dos aparelhos cardiovascular erespiratrio so tambm instrumentos que podemcontribuir para melhorar o processo de reabilitao,24

    De maneira que a utilizao dos exerccios teraputicosdeva ser adaptada capacidade de cada indivduo.8,24

    f) Orientaes geraisA compreenso inadequada do cancr e seu

    tratamento podem contribuir para o insucesso naresposta teraputica, pela dificuldade de cooperao eaceitao da doena por parte do paciente, familiarese/ou cuidadores.

    De um lado a relao teraputica que ocorre entre ofisioterapeuta e o paciente portador de cncer deve serde encorajamento e de estmulo durante o tratamentode fisioterapia. Por outro lado, as situaes clnicas quevo surgindo durante o tratamento de fisioterapia, devemser expostas com clareza e considerao, de maneira areduzir as incertezas enfrentadas pelo paciente, familiarese/ou cuidadores. Dessa forma, possvel obter maioradeso do paciente com dor oncolgica ao tratamentode fisioterapia, bem como obter dele maior confiananas condutas propostas.7,8,24

    Na fase avanada do cncer, existe a possibilidadede encaminhamento do paciente para seu domiclio,dependendo da sua situao clnica. Nesse momento, importante que o profissional de fisioterapia passe aorientar o paciente, seus familiares e/ou cuidadores emrelao realizao das atividades de vida diria e aocontrole da dor oncolgica, atravs de recursosfisioteraputicos os quais possam ser adaptados aoambiente domiciliar.24

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    DISCUSSO E CONCLUSO

    Existem poucos estudos com qualidade metodolgicasatisfatria quanto a utilizao dos recursosfisioteraputicos no controle da dor oncolgica.Tambm, so poucos os estudos de interveno queutilizaram recursos no farmacolgicos e no invasivosno controle da dor oncolgica. A maioria dos estudosso publicados h mais de dez anos, e, geralmente, somal controlados e sem critrios de aleatorizao.

    Durante esse trabalho de reviso, foi possvelobservar que a interveno fisioteraputica realizadavariou muito em relao causa, localizao, intensidadee tipo de dor oncolgica.

    Dentre os recursos de fisioterapia analisados nocontrole da dor, o tratamento com a TENS foi o queapresentou trabalhos mais confiveis. Todavia, estestrabalhos utilizaram diferentes tipos de corrente eltricae diferentes intensidades, o que dificultou uma avaliaomais precisa dos resultados.

    Como foi verificado na literatura, o mecanismoanalgsico da TENS de baixa freqncia, mediadopor receptor do tipo m., o mesmo receptor que medeiaa ao analgsica da morfina. No existem relatos naliteratura, de trabalhos com humanos, sobre apossibilidade de um desenvolvimento de tolernciacruzada em relao TENS, quando utilizada empacientes que fazem uso crnico de morfina. Contudo,em pesquisa bsica, existem estudos mostrando umamenor eficcia da TENS de baixa freqncia em animaistolerantes a morfina, quando comparado ao efeito daalta freqncia. possvel que a associao de mtodosfarmacolgicos e no farmacolgicos, como o caso daabordagem fisioteraputica no controle da doroncolgica, produza melhores resultados com o empregoisolado de cada um desses mtodos, uma vez que cadaum deles tem suas prprias limitaes. Dessa forma, afisioterapia pode orientar melhor o paciente em relaos suas atividades dirias, ensinando-lhes formas deposicionamento e, de exerccios especficos, e autilizao de recursos fsicos apropriados ao melhorcontrole da dor. Alm disso, possvel proporcionar aopaciente com cncer, um melhor nvel de funcionalidade,independncia e bem-estar, nas atividades dirias queresultem em uma melhor qualidade de vida.

    Os resultados desse trabalho de revisodemonstraram que existem poucos estudos controladossobre a eficcia dos recursos fisioteraputicos nocontrole da dor oncolgica. No existem evidnciassuficientes para recomendar ou rejeitar a utilizaodesses recursos no controle da dor do paciente comcncer. Mais estudos clnicos controlados so

    necessrios para que a fisioterapia possa desenvolversua prtica baseada em evidncias.

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