apostila - oncologia veterinária

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® Caderno de Anotações Oncologia Veterinária Inovações nos tratamentos quimioterápicos Prof. Dr. Carlos Eduardo Rocha Material exclusivo Qualittas

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Page 1: Apostila - Oncologia Veterinária

®

Caderno de AnotaçõesOncologia Veterinária

Inovações nos tratamentos quimioterápicos

Prof. Dr. Carlos Eduardo Rocha

Material exclusivo Qualittas

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Prof. Carlos Eduardo Rocha

INOVAÇÃO NOS TRATAMENTOS QUIMIOTERÁPICOS

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Quimioterapia

• Conceito:

� O termo quimioterapia se refere ao tratamento deenfermidades através produtos químicos que afetam afunção celular.

� Estes fármacos são utilizados no tratamento de tumoresquando a cirurgia não é possível ou se torna ineficaz naeliminação total da enfermidade.

� Destinam a tentar deter o avanço da enfermidade, aumentara sobrevida ou apenas promover uma melhora paliativa.

CICLO CELULAR� A maioria dos agentes quimioterápicos atuam a

fim de evitar a divisão e a proliferação celular.� Muitos agentes quimioterápicos atuam sobre uma

ou mais fases do ciclo celular.

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Objetivos de quimioterapia

� Curativa – utilizada em alguns tipos de neoplasias com o objetivoda remissão completa do tumor.

� Adjuvante – empregada após o tratamento cirúrgico, tendo comoobjetivo eliminar células residuais locais ou circulantes, diminuindoa incidência ou o controle das metástases à distância.

� Neoadjuvante: indicada a fim de promover uma redução tumoralantes de um procedimento cirúrgico ou radioterápico. Entretantoessa terapia não é recomendada em todos os casos; é restritaapenas em neoplasias que, comprovadamente, reduzirão o seutamanho com a quimioterapia de maneira significativa.

� Paliativa – sem fins curativos. Se utiliza com o propósito demelhorar a qualidade de sobrevida do paciente, por meio dadiminuição dos sinais clínicos ocaionados pela evolução do tumor.

QUANDO UTILIZAR ?

AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE

APÓS CORRETO ESTADIAMENTO CLÍNICO E/OU

CIRÚRGICO

COMPROMETIMENTO DO TUTOR

QUAL PROTOCOLO?

TRARÁ BENEFÍCIO AO PACIENTE?

MODALIDADES� Terapia de indução: – Através de protocolos mais agressivos e

em intervalos menores de aplicação, procura-se reduzir o maiornúmero de células tumorais.

� Terapia de manutenção: – Caracteriza-se por utilizar protocolosmenos intensos, objetivando manter a remissão e evitar o relapsoda neoplasia.

� Terapia de consolidação: - Modalidade utilizada de forma menosintensa que as terapias de indução, com a finalidade de diminuir aomáximo a população de células neoplásicas naqueles pacientes quenão entraram em remissão completa da doença desde o início dotratamento.

� Terapia de resgate: – Utilizada em casos de recidiva tumoral apósuma terapia anterior, ou ainda após a falha no tratamento inicialestabelecido.

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Toxicidade da Quimioterapia

� O quimioterápico não atua exclusivamente sobre ascélulas tumorais. Estruturas normais que se renovamconstantemente como a medula óssea, a pele emucosa do trato digestivo, também são afetadas pelaação dos mesmos.

� Por este motivo as quimioterapias devem seradministradas em ciclos e em fases pré estabelecidasdeterminadas pela recuperação orgânica do paciente.

� Assim, a avaliação hematológica deverá ser semprerealizada antes de qualquer tratamentoquimioterápico.

Doses e Duração da Quimioterapia

� Para produzir uma maior destruição das células tumorais, devemosusar doses máximas toleradas (DMT) administradas por um menortempo possível.

� Esta dose deve ser ajustada ao estado clínicodo paciente.

� As doses utilizadas e a frequencia de administração dependerá datoxicidade promovida aos tecidos normais. Para a maioria dosmedicamentos contra o câncer, leucopenia e trombocitopenia sãoachados evidentes em contagens hematológicas realizadas ao redordo 7º e 14º dia após a administração da droga quimioterápica.

NADIR

Classificação dos quimioterápicos antineoplásicos

�Agentes alquilantes�Antimetabólicos�Fármacos Naturais�Antibióticos Antitumorais�Hormônios e antagonistas hormonais�Enzimas�Diversos

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Agentes alquilantes

� Derivados da mostarda nitrogenada:� Clorambucila� Ciclofosfamida� Ifosfamida� Melfalano

� Derivados da etilamina� Tiotepa

� Alquil sulfonados� Busulfano

� Nitrosuréias� Lomustina, Carmustina, Semustina

� Triazenos� Dacarbazina, Procarbazina, Temozolamida

� Sais metálicos� Cisplatina e Carboplatina

Agentes antimetabólicos

� Análogos do ácido fólico�metotrexato

� Análogos da pirimidina�5 – fluorouracil� citosina arabinosídeo ou citarabina� gencitabina

� Análogos das purinas�6-mercaptopurina�6-tioguanina

Agentes Antimicrotubulares

� Alacalóides vegetais� Sulfato de vincristina� Vimblastina� Vinorelbina

� Derivados do Podophyllum peltatum� Etoposídio� Tenoposídio

� Derivados do Taxus brevifolia� Paclitaxel� Derivados do Taxus baccata� Docetaxel

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Antibióticos antitumorais

� Doxorrubicina� Doxorrubicina lipossomal� Doxorrubicina contida em microemulsão

� Epirrubicina

� Actinomicina –D (dactinomicina)

� Bleomicina

� Idarrubicina

� Mitoxantrona

Hormônios

� Prednisona

� Hormônios sexuais

� Tamoxifeno (agente antiestrogênico)

Enzimas

� L-asparaginase

Diversos� Piroxican

� Hidroxiureia

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VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

� Via oral� Vantagens

• · Praticidade, pode ser feita pelo TUTOR (orientado)

� Desvantagens• · Uso em felinos

� Cuidados de enfermagem na via oral• Manusear os quimioterápicos com luvas de procedimentos .• Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.• Administrar antiemético prescrito, se presença de vômitos

persistentes.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

�Via Endovenosa

• Vantagens

• · Acesso rápido e consequente efeito quimioterápico imediato.

• Desvantagens

• · Requer correta técnica para colocação do cateter

• Potencias complicações

• · Flebite, necrose tecidual por extravasamento da droga e choque anafilático agudo.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

� Via Intramuscular• Vantagens• · Animais muito agressivos de difícil manuseio e felinos. • Desvantagens• · Existem poucas drogas disponíveis para esta modalidade de

administração.• Potenciais complicações• · Lipodistrofias e abcessos.• Cuidados de enfermagem na via intramuscular• Diluir os fármacos em pequena quantidade de diluentes.• Fazer anti-sepsia rigorosa no local de aplicação.• Administrar o quimioterápico em até 5 ml para cada aplicação em animais

de grande porte e 3ml para• De pequeno porte e felinos.• Utilizar uma agulha de menor calibre.• Fazer rodízios dos locais de aplicação

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VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

� Via Intravesical

• Vantagens• · Exposição direta da superfície da vesícula urinária à droga• Desvantagens• · Requer contenção química do animal• Potenciais complicações• · Infecções do trato urinário, cistite, contratura da bexiga, urgência

urinária, reações alérgicas à droga• Cuidados de enfermagem na aplicação por via intravesical• Orientar o paciente a fazer restrição hídrica por 8 a 12 horas antes

da sondagem.• Fazer o cateterismo vesical com sonda uretral do calibre correto• Aplicar o quimioterápico antineoplásico.• Fazer mudança de decúbito de 15 em 15 minutos.• Orientar que a quimioterapia deverá ficar retida por maior tempo

possível.• Drenar o quimioterápico e retirar a sonda.

QUIMIOTERAPIA INTRATUMORAL

O que há de atual em tratamentos quimioterápicos

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ONCEPT –

� Trata-se de uma vacina que estimula o sistemaimunológico a reconhecer as células neoplásicas econsequente destruição.

ONCEPT IL 2

Fibrossarcoma felino

� O produto desenvolvido para tratar do fibrossarcomafelino. Deve ser administrado após 30 dias daexcisão tumoral, evitando com isso a recidiva.

DOXORRUBICINA LIPOSSOMAL

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DOXORRUBICINA LIPOSSOMAL

�Conceito:a droga está presente dentro de pequenaspartículas - os lipossomos - que, por sua vez,liberam a medicação bem mais próximo ao tumor,conferindo maior segurança ao paciente uma vezque a molécula não circula no organismo,diminuindo os efeitos colaterais e alterações damedula óssea.

INIBIDORES DE TIROSINAQUINASE

• Introdução:– As tirosinaquinases são um importante grupo proteico

que podem estar localizadas na superfície celular, nocitoplasma ou dentro do núcleo.

– As encontradas na superfície da membrana celular échamada de receptores de tirosinaquinase (RTQ). Agemregulando a divisão e a diferenciação celular.

– Se essa sinalização se tornar descontrolada, ocrescimento celular desregula-se, podendo levar aodesenvolvimento tumoral.

INIBIDORES DE TIROSINAQUINASE TKIs

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Compreendendo os TKIs

• Introdução:– Células normais recebem sinais externos que são

transmitidos para o interior do citoplasma até o núcleo,regulando a divisão, diferenciação, sobrevida e mortecelular.

– Esses sinais são induzidos por fatores de crescimento,citocinas, quimiocinas, hormônios entre outros.

– Esses sinais gerados, induzem uma rede coordenada deinterações proteicas com a formação de complexos queregulam intimamente os processos celulares.

– Muitos componentes críticos dessas vias de transduçãoestão desregulados em células tumorais.

INIBIDORES DE TIROSINAQUINASE

• Medicina Veterinária

MASITINIB MESILATO

INIBIDORES DE TIROSINAQUINASE

• Medicina Veterinária – inibidores de VEGFR1/2, PDGFRα/B eKit (antitumoral e antiangiogênica)

TOCERANIB

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INIBIDORES DE TIROSINAQUINASE

� Fator de Crescimento Endotelial Vascular - VEGFR1/2

Desempenha importante papel regulador no desenvolvimentovascular fisiológico, sendo que tanto a diminuição nos seusníveis ou sua ausência quanto o aumento provocam danos naformação vascular .

� Receptores do fator de crescimento derivado de plaquetas

PDGFR α / β

Regulam a proliferação ,diferenciação, crescimento e desenvolvimento celular das neoplasias.

TOCERANIB

Aplicações em Estudos dos TKIs

• Toceranib e piroxican :

dose: 3,25 mg/kg toceranib

dose: 0,3mg/kg/dia piroxican

• Toceranib e vimblastina

toceranib: 3,25mg/kg dias alternados

vimblastina: 1,6mg/m2 a cada 2 semanas

• Toceranib e lomustina

toceranib: 2,75mg/kg ( seg/qua/sex) em ciclos de 21 dias

lomustina: 50 mg/m2

INIBIDORES DE TIROSINAQUINASE

• Medicina Veterinária (LMC)

MESILATO DE IMATINIBE

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TERAPIA ALVO ANTITUORAL

• MABS

MABS- anticorpos monoclonais

� São medicamentos imunobiológicos,modificados em laboratório que atuam sobredeterminadas proteínas, eliminando ouprevenindo o crescimento de células .

� Diferente dos tratamentos quimioterápicos, estaé uma terapia dirigida, uma vez que estimulaas células do sistema imune a atacar somentecélulas malignas, o que aumenta a eficáciareduzindo os efeitos deletérios secundarios.

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RITUXIMABMabthera 100mg e 500 mg injetável

� É um anticorpo monoclonal dirigido contra oantígeno CD20, indicado para o tratamento depacientes:

� linfoma de células B e CD 20 positivo,� leucemia linfocítica,� linfoma primário cutâneo tipo B.

TRASTUZUMABE – Herceptin 440mg inj

� É um anticorpo monoclonal derivado de DNArecombinante que se une com alta afinidadeao fator de crescimento epidérmico humano(HER-2).

� Está indicado para tratamento de pacientescom câncer de mama metastásico cujostumores sobreexpresan a proteína HER2.

O que a industria farmacêuticaveterinária recentemente lançou?

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O que a industria farmacêutica está produzindo para um futuro próximo?

AT – 014Indicação: Imunoterapia para os osteossarcomasprimários.

Doxophos®: é uma formulação de nanopartículas único da doxorrubicina substância (adriamicina ® ).

� TANOVEA(rabacfosadine) –

SAINDO DO CONVENCIONAL

QUIMIOTERAPIA METRONÔMICA

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QUIMIOTERAPIA METRONÔMICA

• Quimioterapia Convencional (DMT)

• Quimioterapia Metronômica

QUIMIOTERAPIA METRONÔMICA

� CONCEITO:

A terapia metronômica oferece um novo conceito no tratamento docâncer, além de um protocolo citotóxico diferente do convencional.

Protocolos de quimioterapia metronômica baseiam-se na utilização defármacos antineoplásicos tradicionalmente empregados emquimioterapia convencional, administrados VO, em baixas doses,intervalos curtos e regulares.

A administração metronômica proporciona baixos e contínuos níveiscirculantes dos fármacos antineoplásicos, garantindo efeitoscitotóxicos, antiangiogênicos e imunomoduladores, além deproporcionar baixos índices de efeitos adversos e de resistência aosquimioterápicos (Hanahan et al., 2000)

.

QUIMIOTERAPIA METRONÔMICA

� MECANISMO DE AÇÃO:

� Efeitos citotóxicosIndução da senescências

� Efeitos antiangiogênicosAfeta as células endoteliais de uma maneira muito maisdireta e seletiva quando comparada com outros tipos decélulas e tecidosModula os níveis de fatores de crescimento angiogênicoAção direta (apoptose) sobre as células endoteliais progenitorasAção direta sobre as células endoteliais tumorais

� Efeitos imunomoduladores

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QUIMIOTERAPIA METRONÔMICA

� Indicações:

� controle paliativo da neoplasia,

� Neoplasias recorrentes,

� Neoplasias inoperáveis ou metastáticas,

� tratamento pacientes muito debilitados ou cujospropietários recusam as terapias convencionaisdevido o risco de efeitos adversos.

QUIMIOTERAPIA METRONÔMICA

�Fármacos:

� O fármaco citostático mais utilizado em vários estudos daquimioterapia metronômica é a Ciclofosfamida (Penel ycols., 2012), sendo que outros fármacos estudados como oclorambucil, lomustina e metotrexato são tambémempregados.

� Dois inibidores da tirosina quinase, o masitinib (Masivet) eo toceranib (Palladia), encontram-se licenciados parautilização na medicina veterinária para o tratamento demastocitomas caninos e podem também ser utilizados comoterapia metronômica.

TERAPIA QUIMIOTERÁPICA ORAL

� CLORAMBUCILA

Indicações:� Neoplasias linfoproliferativas� Leucemia linfocítica crônica� Substitui a Ciclofosfamida em caso de

cistite hemorrágica

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TERAPIA QUIMIOTERÁPICA ORAL

� CICLOFOSFAMIDA

Indicações:

� Linfomas� Leucemias� Diversos sarcomas� Carcinomas

QUIMIOTERAPIA METRONÔMICA

CICLOFOSFAMIDA : 12,5 mg/m2 VO SID

PIROXICAN : 0,3 mg/kg VO SID

TERAPIA QUIMIOTERÁPICA ORAL

� LOMUSTINA

Indicações:

� linfoma multicêntrico� linfoma epiteliotrópico� mastocitoma� sarcoma histiocítico� neo SNC (astrocitoma/glioma)

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TERAPIA QUIMIOTERÁPICA ORAL

� PROCARBAZINA

Indicações:

� Linfomas� Neoplasia de SNC

TERAPIA QUIMIOTERÁPICA ORAL

� METOTREXATO

Indicações:

� Tumores que apresentam rápida proliferação� Linfoma� Sarcomas de tecidos moles� OSA

�TVT

TERAPIA QUIMIOTERÁPICA ORAL

� MELFALANO

Indicações:

� Melanoma� Linfoma� Adenocarcinoma de saco anal

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TERAPIA QUIMIOTERÁPICA ORAL

� DOCETAXEL

Indicações:

� Tumores epiteliais

Efeitos da quimioterapia

“Apesar de ser frequentemente utilizada por clínicosveterinários , a quimioterapia na rotina da clínica de pequenosanimais traz diversos riscos relacionados à exposição aosmedicamentos antineoplásicos. Estes riscos referem-se tanto aprofissionais diretamente envolvidos com os procedimentosclínicos, sejam médicos veterinários ou enfermeiros, quanto aostutores dos pacientes. No entanto, apesar de todo oconhecimento a respeito deste fato, estes riscos tem sidorotineiramente negligenciados. Seja em nossas escolas efaculdades de medicina veterinária, seja no exercícioespecialista de profissionais habilitados”.

Prof. Dr. Cláudio Mafra

Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular

Universidade Federal de Viçosa - MG

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Manejo e Descarte dos Quimioterápicos:

Cuidados que são negligenciados

Biosegurança

É um conjunto de procedimentos, ações ,técnicas, metodologias, equipamentos edispositivos capazes de eliminar ou minimizarriscos inerentes as atividades de pesquisa,produção, ensino, desenvolvimento tecnológico eprestação de serviços, que podem comprometera saúde do homem, dos animais, do meioambiente ou qualquer dos trabalhosdesenvolvidos.

Grupos de Riscos

� Físico

� Químico

� Ergonômico

� Biológicos

� Acidentes

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Riscos Químicos

� Substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo por via respiratória, absorvidos pela pele ou por ingestão, na forma de gases, vapores, neblinas, poeiras ou fumos.

� Avaliação quantitativa e qualitativa

Riscos Químicos na Manipulação de Antineoplásicos

� As atividades de risco são as capazes de proporcionar DANO,DOENÇA ou MORTE

Riscos Químicos na Manipulação de Antineoplásicos

Conceitos:

� É importante que, fique clara a diferença entre risco e perigo.

� Existe perigo na manipulação de determinados produtos químicos ou biológicos,

� Porém o risco dessa atividade pode ser considerado baixo se forem observados todos os cuidados necessários e utilizados os equipamentos de proteção adequados

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Riscos Químicos na Manipulação

de Antineoplásicos

Riscos presentes na produção e preparo de medicamentos

Medicamento

ManipuladorMeio ambiente

O que diz a Lei:

� Resolução 288/96 (21/03/96)� CFF – Compete ao farmacêutico assegurar

condições adequadas de formulação, preparo, armazenagem, conservação, transporte e segurança quanto ao uso de drogas antineoplásicas, ratificando como “atribuição privativa do farmacêutico a competência para o exercício da atividade da manipulação de drogas antineoplásicas e similares nos estabelecimentos de saúde”.

RDC 220 e a Manipulação de Quimioterápicos

• RESOLUÇÃO - RDC Nº 220, DE 21 DE SETEMBRO DE 2004.

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REGULAMENTO TÉCNICO DE FUNCIONAMENTO PARA OS SERVIÇOS

DE TERAPIA ANTINEOPLÁSICA

� Este Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para o funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica (STA)

Condições Gerais

A Terapia Antineoplásica (TA) deve abranger, obrigatoriamente, as seguintes etapas:

� Observação clínica e prescrição médica.� Preparação: avaliação da prescrição, manipulação,

controle de qualidade e conservação.� Transporte.� Administração.� Descarte.� Documentação e registros que garantam

rastreabilidade em todas as etapas do processo.

Farmácia

� Deve atender às Boas Práticas de Preparação da TA (Anexo III);

� Medicamentos e materiais devem atender a especificação técnica detalhada pela EMTA (Equipe Multiprofissional de Terapia Antineoplásica);

� Fornecedores de medicamentos e materiais devem ser qualificados;

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Armazenamento

� Todos os medicamentos destinados a TA devem ser separados dos demais, armazenados sob condições apropriadas, de modo a preservar a identidade e integridade dos mesmos.

� No caso de medicamentos que exijam condições especiais de temperatura, deve existir registro e controle de temperatura que comprovem o atendimento as exigências.

Análise da Prescrição Médica

� Conhecer as propriedades físico-químicas das drogas antineoplásicas;

� Conhecer os protocolos de QT e a farmacologia das drogas antineoplásicas;

� Checar todos os itens da prescrição identificando todas as drogas ligadas à quimioterapia (antineoplásicos, pré e pós QT e outras)

Análise da Prescrição Médica

� Calcular todas as doses em ml de acordo com as tabelas de quimioterapia que são preparadas e revisadas periodicamente pelo farmacêutico;

� Verificar compatibilidade entre droga/soro;

� Verificar estabilidade pela relação de concentração droga(mg) / soro(ml);

Ex: Carboplatina estabilidade 0,5 a 10mg/ml

� Preparar rótulos de identificação e advertência.

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Características Físico-Químicas

� Etoposídeo ( Concentração Estabilidade)� Genuxal (Difícil reconstituição)� Taxol (Apresenta sorção por PVC)� Cisplatina (Estabilidade dependente dos íons Cl-,

necessita hidratar bastante o paciente devidoelevada nefrotoxicidade, incompatível com SG 5%)

� Carboplatina (Estabilidade com SF 0,9%)� Carmustina (Reconstituição hidroalcóolica)� Antibióticos Antitumorais (cardiotoxicidade)

PRESCRIÇÃO E ESTABILIDADE DE ANTINEOPLÁSICOS

Fármaco Administração Estabilidade Diluente

Estabilidade

Equipo Vesicante Irritante Observaçõesapós manipulação

AsparaginaseInfusão 20 a 5000 UI/mL SG5% / SF

8h SR

Descartar soluções turvas. Não agitar vigorosamente.

Bolus (IM) 5000 UI/mL SF

Bleomicina

Infusão

0,015 a 15 UI/mL SF 7 dias SR

A estabilidade após diluição em TA é de 24 horas. Proteger da luz.

Bolus (IM, IV, SC)

Carboplatina Infusão 0,5 a 10mg/mL SG5% 24h SRDegrada em contato com alumínio. Tem melhor estabilidade em SG5%.

Carmustina Infusão 0,1 a 3,3 mg/mL SG5% / SF 48h SR/AL Âmbar simReage com PVC e EVA.

Ciclofosfamida

Infusão

0,1 a 20 mg/mL SG5% / SF

6 dias SRExige agitação intensa para dissolução. Atenção ao risco de contaminção biológica.Bolus 48h TA

Cisplatina Infusão 0,01 a 1 mg/mL

SF / SGF 24h TA/AL

Âmbar sim

Não deve ser refrigerada. Interage com alumínio. Proteger da luz.

Manitol / SF + Manitol

48h TA/AL

Doxorrubicina

Infusão 0,1 a 2 mg/mL

SG5% / SF

6 dias SR/AL

Âmbar sim

Pode ser inativada por Cloreto de Sódio 5% . Ocorre a formação de precipitado em contato com diluentes bacteriostáricos e alumínio.

Bolus 2 mg/mL 6 dias TA/AL

EpirrubicinaInfusão 0,5 a 2 mg/mL

SG5% / SF 7 dias SR/AL Âmbar sim sim xBolus 2 mg/mL

VimblastinaInfusão

0,003 a 1 mg/mL SG5% / SF / RL28 dias SR

sim sim

A administração IT é fatal. Proteger da luz.

Bolus 24h TA

Vincristina

Infusão 0,01 a 1 mg/mL

SG5% / SF 7 dias SR/AL Âmbar sim

A administração intratecal pode ser fatal. Pode causar sérios danos teciduais em caso de extravasamento.

Bolus 0,025 a 1 mg/mL

Ambiente de Manipulação

� Sala Limpa

� Central de Ar Classificado

� Fluxo Laminar Vertical

Classe II B2: Para estes equipamentos 100% do ar insuflado na área de trabalho são retirados do ambiente (sala), e este volume de ar somado aos 30% que formam a cortina de ar sob a janela, são totalmente exauridos para o meio ambiente (fora da sala), não havendo recirculação de ar. Equipamento adequado para a manipulação de produtos químicos nocivos, radioisótopos e voláteis tóxicos em baixos níveis.

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Estrutura Física - Farmácia

Exigências RDC Anvisa 67/07:

� Sala de paramentação com câmaras fechadas, preferencialmente com dois ambientes (barreira sujo/ limpo) para troca de roupa;

� Sala para limpeza e higienização de medicamentos classe ISO 8 (100.000 partículas/ pé cúbico de ar) contínua à sala de manipulação;

� Sala destinada à manipulação, independente e exclusiva, em área ISO Classe 7 (10.000 partículas) e cabine de segurança biológica ISO Classe 5(100 partículas).

�Pressão negativa em relação às salas adjacentes.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI S)

� Roupa estéril (avental Tyvek)

� Óculos Proteção

� Luva sem talco estéril

� Mascara PFF2

� Degermante para assepsia de mãos (Clorexidine 2%)

� Coletor rígido - PVC

Preparo da Quimioterapia

Antes da Manipulação

� Lavagem de Mãos

� Paramentação do Manipulador

� Higienização e Montagem do Fluxo

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Lavagem de Mãos

Paramentação

Montagem do Fluxo

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Durante a Manipulação

� Técnica segura de manipulação� Atentar para aferição das seringas� Atentar para as características físico-químicas de cada

droga� Atentar para tipo e volume adequado dos reconstituintes

de cada droga (ABD e NaCl 0,9%)� Atentar para tipo e volume adequado dos soros diluentes

de cada droga (SF 0,9%, SG 5%, SGF 1:1)� Atentar para tipo de equipo de acordo com a droga, forma

e tempo de infusão (infusão gravitacional ou BIC, bolus, push, IM, IV)

Técnica Segura para Manipulação de

Quimioterapia

� Prevenir formação de aerossóis usando gaze estéril;

� Equilibrar pressão existente no interior dos frascos de drogas;

� Evitar movimentos bruscos e não retirar as mãos do interior do fluxo;

� Troca do segundo par de luvas a cada 2 horas de manipulação ininterrupta;

� Uso seguro do fluxo laminar;

� Manutenção periódica do fluxo laminar

Medicamentos e drogas de risco também podem contaminar o ambiente e o manipulador

Substância (droga)

Produto (medicamentos, saneantes, desinfectantes)

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RISCO OCUPACIONAL DE EXPOSIÇÃO AOS MEDICAMENTOS DE RISCO (ASHP)

� Medicamentos e drogas de risco manuseadas como inócuos (vitaminas, antineoplásicos (VINCRISTINA, CICLOFOSFAMIDA e outros)), levam à contaminação do manipulador e do meio ambiente

� Da contaminação resulta a absorção pelos profissionais de saúde. A absorção é pequena, exceto em situações de grande exposição

� O dano é cumulativo. Profissionais que preparam ou administram esses medicamentos por longos períodos de tempo (veterinários; enfermeiros-oncologistas e de transplantes, farmacêuticos dos centros de soluções intravenosas) são os mais expostos

CARACTERÍSTICAS DOS MEDICAMENTOS QUE PODEM DETERMINAR O RISCO OCUPACIONAL (AMERICAN SOCIETY OF HEALTH PHARMACIST –

ASHP)

� GENOTOXICIDADE (mutagenicidade e clastogenicidade)

� CARCINOGENICIDADE (indução tumoral em modelo animal, pacientes humanos ou ambos)

� TERATOGENICIDADE (alterações sobre a reprodução, alterações da fertilidade, má-formações congênitas no feto)

� TOXICIDADE SÉRIA E SELETIVA SOBRE ÓRGÃOS E SISTEMAS (em baixa dose em modelo animal e em pacientes tratados)

Reação a Exposição de Antineoplásicos

Manipulador exposto a Bleomicina

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Transporte

� Recipiente isotérmico exclusivo;

� Garantia de conservação;

� Treinamento do colaborador para gerenciamento de riscos e acidentes.

Segurança Ambiental

� Kit de derramamento identificado e disponível em todas as áreas onde são realizadas atividades de manipulação, armazenamento, administração e transporte;

� Composição do Kit: luvas de procedimento, avental, compressas absorventes, proteção respiratória, proteção ocular, sabão, descrição do procedimento e formulário de notificação, recipiente para recolhimento dos resíduos;

� Classificação de acidentes: pessoal, na cabine, ambiental.

Plano de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde

� De acordo com a Resolução RDC Nº 306/04 da ANVISA,o gerenciamento de RSS constitui uma ação de gestão,envolvendo recursos materiais, físicos e humanos,devendo ser planejada e implementadafundamentando-se em bases científicas e técnicas,normativas e legais. Os objetivos desta ação sãominimizar a geração dos resíduos e fornecer umadestinação segura a eles, proporcionando a prevençãode agravos à saúde e ao meio ambiente além deproteção dos trabalhadores.

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A Resolução nº 283 do CONAMA define o PGRSS

� Documento integrante do processo de licenciamentoambiental, baseado nos princípios da não geração deresíduos e na minimização da geração de resíduos, queaponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, noâmbito dos estabelecimentos mencionados no art. 2º destaResolução, contemplando os aspectos referentes à geração,segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento,transporte, tratamento e disposição final, bem como aproteção à saúde pública. O PGRSS deve ser elaborado pelogerador dos resíduos e de acordo com os critériosestabelecidos pelos órgãos de vigilância sanitária e meioambiente federais, estaduais e municipais.

PGRSS

Deve contemplar todas as etapas adequadas ao manejo dos resíduosde serviços de saúde de acordo com as especificações contidas nalegislação. As etapas de acordo com a RDC nº 306/04 são:� segregação,� acondicionamento,� identificação,� transporte interno,� armazenamento temporário,� tratamento,� armazenamento externo,� coleta,� transporte externo e destinação final

Identificação e Classificação dos Resíduos

Os resíduos sólidos gerados podem ser classificados em 05 grupos abaixo definidos:

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Grupo B – Resíduos Químicos

� Resíduos contendo substancias químicas que apresentam risco à saúde pública ou ao meio ambiente.

� É identificado por meio de símbolo de risco associado.

Grupo D – Resíduos Comuns

� Resíduos gerados nos serviços de saúde que não necessitam de processos diferenciados:

- paramentação;

- Filtros;

- sobras ambulatoriais não contaminadas;

- papeis;

- descartáveis;

- embalagens em geral;

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Grupo E – Perfurocortantes

� Agulhas

� Ampolas vazias

� Seringas

Resíduos gerados na área

� Grupo B: medicamentos quimioterápicos com data de validade expirada, bolsas e equiposcontendo tais medicamentos.

� Grupo D contaminado com grupo B: Frascos vazios de medicamentos quimioterápicos, paramentação, bolsas e equipos vazios contaminados.

� Grupo E contaminados com Grupo B: agulhas, seringas e ampolas (vazias) contaminadas.

Obrigada!

Eliana Testa CRF/SP 20298

[email protected]

www.farmasintese.com.br

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MUITO OBRIGADO!!

Prof. Carlos Eduardo [email protected]

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Manejo e Descarte dos Quimioterápicos:

Cuidados que são negligenciados

Biosegurança

É um conjunto de procedimentos, ações ,técnicas, metodologias, equipamentos edispositivos capazes de eliminar ou minimizarriscos inerentes as atividades de pesquisa,produção, ensino, desenvolvimento tecnológico eprestação de serviços, que podem comprometera saúde do homem, dos animais, do meioambiente ou qualquer dos trabalhosdesenvolvidos.

Grupos de Riscos

� Físico

� Químico

� Ergonômico

� Biológicos

� Acidentes

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Riscos Químicos

� Substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo por via respiratória, absorvidos pela pele ou por ingestão, na forma de gases, vapores, neblinas, poeiras ou fumos.

� Avaliação quantitativa e qualitativa

Riscos Químicos na Manipulação de Antineoplásicos

� As atividades de risco são as capazes de proporcionar DANO,DOENÇA ou MORTE

Riscos Químicos na Manipulação de Antineoplásicos

Conceitos:

� É importante que, fique clara a diferença entre risco e perigo.

� Existe perigo na manipulação de determinados produtos químicos ou biológicos,

� Porém o risco dessa atividade pode ser considerado baixo se forem observados todos os cuidados necessários e utilizados os equipamentos de proteção adequados

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Riscos Químicos na Manipulação

de Antineoplásicos

Riscos presentes na produção e preparo de medicamentos

Medicamento

ManipuladorMeio ambiente

O que diz a Lei:

� Resolução 288/96 (21/03/96)� CFF – Compete ao farmacêutico assegurar

condições adequadas de formulação, preparo, armazenagem, conservação, transporte e segurança quanto ao uso de drogas antineoplásicas, ratificando como “atribuição privativa do farmacêutico a competência para o exercício da atividade da manipulação de drogas antineoplásicas e similares nos estabelecimentos de saúde”.

RDC 220 e a Manipulação de Quimioterápicos

• RESOLUÇÃO - RDC Nº 220, DE 21 DE SETEMBRO DE 2004.

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REGULAMENTO TÉCNICO DE FUNCIONAMENTO PARA OS SERVIÇOS

DE TERAPIA ANTINEOPLÁSICA

� Este Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para o funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica (STA)

Condições Gerais

A Terapia Antineoplásica (TA) deve abranger, obrigatoriamente, as seguintes etapas:

� Observação clínica e prescrição médica.� Preparação: avaliação da prescrição, manipulação,

controle de qualidade e conservação.� Transporte.� Administração.� Descarte.� Documentação e registros que garantam

rastreabilidade em todas as etapas do processo.

Farmácia

� Deve atender às Boas Práticas de Preparação da TA (Anexo III);

� Medicamentos e materiais devem atender a especificação técnica detalhada pela EMTA (Equipe Multiprofissional de Terapia Antineoplásica);

� Fornecedores de medicamentos e materiais devem ser qualificados;

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Armazenamento

� Todos os medicamentos destinados a TA devem ser separados dos demais, armazenados sob condições apropriadas, de modo a preservar a identidade e integridade dos mesmos.

� No caso de medicamentos que exijam condições especiais de temperatura, deve existir registro e controle de temperatura que comprovem o atendimento as exigências.

Análise da Prescrição Médica

� Conhecer as propriedades físico-químicas das drogas antineoplásicas;

� Conhecer os protocolos de QT e a farmacologia das drogas antineoplásicas;

� Checar todos os itens da prescrição identificando todas as drogas ligadas à quimioterapia (antineoplásicos, pré e pós QT e outras)

Análise da Prescrição Médica

� Calcular todas as doses em ml de acordo com as tabelas de quimioterapia que são preparadas e revisadas periodicamente pelo farmacêutico;

� Verificar compatibilidade entre droga/soro;

� Verificar estabilidade pela relação de concentração droga(mg) / soro(ml);

Ex: Carboplatina estabilidade 0,5 a 10mg/ml

� Preparar rótulos de identificação e advertência.

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Características Físico-Químicas

� Etoposídeo ( Concentração Estabilidade)� Genuxal (Difícil reconstituição)� Taxol (Apresenta sorção por PVC)� Cisplatina (Estabilidade dependente dos íons Cl-,

necessita hidratar bastante o paciente devidoelevada nefrotoxicidade, incompatível com SG 5%)

� Carboplatina (Estabilidade com SF 0,9%)� Carmustina (Reconstituição hidroalcóolica)� Antibióticos Antitumorais (cardiotoxicidade)

PRESCRIÇÃO E ESTABILIDADE DE ANTINEOPLÁSICOS

Fármaco Administração Estabilidade Diluente

Estabilidade

Equipo Vesicante Irritante Observaçõesapós manipulação

AsparaginaseInfusão 20 a 5000 UI/mL SG5% / SF

8h SR

Descartar soluções turvas. Não agitar vigorosamente.

Bolus (IM) 5000 UI/mL SF

Bleomicina

Infusão

0,015 a 15 UI/mL SF 7 dias SR

A estabilidade após diluição em TA é de 24 horas. Proteger da luz.

Bolus (IM, IV, SC)

Carboplatina Infusão 0,5 a 10mg/mL SG5% 24h SRDegrada em contato com alumínio. Tem melhor estabilidade em SG5%.

Carmustina Infusão 0,1 a 3,3 mg/mL SG5% / SF 48h SR/AL Âmbar simReage com PVC e EVA.

Ciclofosfamida

Infusão

0,1 a 20 mg/mL SG5% / SF

6 dias SRExige agitação intensa para dissolução. Atenção ao risco de contaminção biológica.Bolus 48h TA

Cisplatina Infusão 0,01 a 1 mg/mL

SF / SGF 24h TA/AL

Âmbar sim

Não deve ser refrigerada. Interage com alumínio. Proteger da luz.

Manitol / SF + Manitol

48h TA/AL

Doxorrubicina

Infusão 0,1 a 2 mg/mL

SG5% / SF

6 dias SR/AL

Âmbar sim

Pode ser inativada por Cloreto de Sódio 5% . Ocorre a formação de precipitado em contato com diluentes bacteriostáricos e alumínio.

Bolus 2 mg/mL 6 dias TA/AL

EpirrubicinaInfusão 0,5 a 2 mg/mL

SG5% / SF 7 dias SR/AL Âmbar sim sim xBolus 2 mg/mL

VimblastinaInfusão

0,003 a 1 mg/mL SG5% / SF / RL28 dias SR

sim sim

A administração IT é fatal. Proteger da luz.

Bolus 24h TA

Vincristina

Infusão 0,01 a 1 mg/mL

SG5% / SF 7 dias SR/AL Âmbar sim

A administração intratecal pode ser fatal. Pode causar sérios danos teciduais em caso de extravasamento.

Bolus 0,025 a 1 mg/mL

Ambiente de Manipulação

� Sala Limpa

� Central de Ar Classificado

� Fluxo Laminar Vertical

Classe II B2: Para estes equipamentos 100% do ar insuflado na área de trabalho são retirados do ambiente (sala), e este volume de ar somado aos 30% que formam a cortina de ar sob a janela, são totalmente exauridos para o meio ambiente (fora da sala), não havendo recirculação de ar. Equipamento adequado para a manipulação de produtos químicos nocivos, radioisótopos e voláteis tóxicos em baixos níveis.

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Estrutura Física - Farmácia

Exigências RDC Anvisa 67/07:

� Sala de paramentação com câmaras fechadas, preferencialmente com dois ambientes (barreira sujo/ limpo) para troca de roupa;

� Sala para limpeza e higienização de medicamentos classe ISO 8 (100.000 partículas/ pé cúbico de ar) contínua à sala de manipulação;

� Sala destinada à manipulação, independente e exclusiva, em área ISO Classe 7 (10.000 partículas) e cabine de segurança biológica ISO Classe 5(100 partículas).

�Pressão negativa em relação às salas adjacentes.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI S)

� Roupa estéril (avental Tyvek)

� Óculos Proteção

� Luva sem talco estéril

� Mascara PFF2

� Degermante para assepsia de mãos (Clorexidine 2%)

� Coletor rígido - PVC

Preparo da Quimioterapia

Antes da Manipulação

� Lavagem de Mãos

� Paramentação do Manipulador

� Higienização e Montagem do Fluxo

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Lavagem de Mãos

Paramentação

Montagem do Fluxo

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Durante a Manipulação

� Técnica segura de manipulação� Atentar para aferição das seringas� Atentar para as características físico-químicas de cada

droga� Atentar para tipo e volume adequado dos reconstituintes

de cada droga (ABD e NaCl 0,9%)� Atentar para tipo e volume adequado dos soros diluentes

de cada droga (SF 0,9%, SG 5%, SGF 1:1)� Atentar para tipo de equipo de acordo com a droga, forma

e tempo de infusão (infusão gravitacional ou BIC, bolus, push, IM, IV)

Técnica Segura para Manipulação de

Quimioterapia

� Prevenir formação de aerossóis usando gaze estéril;

� Equilibrar pressão existente no interior dos frascos de drogas;

� Evitar movimentos bruscos e não retirar as mãos do interior do fluxo;

� Troca do segundo par de luvas a cada 2 horas de manipulação ininterrupta;

� Uso seguro do fluxo laminar;

� Manutenção periódica do fluxo laminar

Medicamentos e drogas de risco também podem contaminar o ambiente e o manipulador

Substância (droga)

Produto (medicamentos, saneantes, desinfectantes)

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RISCO OCUPACIONAL DE EXPOSIÇÃO AOS MEDICAMENTOS DE RISCO (ASHP)

� Medicamentos e drogas de risco manuseadas como inócuos (vitaminas, antineoplásicos (VINCRISTINA, CICLOFOSFAMIDA e outros)), levam à contaminação do manipulador e do meio ambiente

� Da contaminação resulta a absorção pelos profissionais de saúde. A absorção é pequena, exceto em situações de grande exposição

� O dano é cumulativo. Profissionais que preparam ou administram esses medicamentos por longos períodos de tempo (veterinários; enfermeiros-oncologistas e de transplantes, farmacêuticos dos centros de soluções intravenosas) são os mais expostos

CARACTERÍSTICAS DOS MEDICAMENTOS QUE PODEM DETERMINAR O RISCO OCUPACIONAL (AMERICAN SOCIETY OF HEALTH PHARMACIST –

ASHP)

� GENOTOXICIDADE (mutagenicidade e clastogenicidade)

� CARCINOGENICIDADE (indução tumoral em modelo animal, pacientes humanos ou ambos)

� TERATOGENICIDADE (alterações sobre a reprodução, alterações da fertilidade, má-formações congênitas no feto)

� TOXICIDADE SÉRIA E SELETIVA SOBRE ÓRGÃOS E SISTEMAS (em baixa dose em modelo animal e em pacientes tratados)

Reação a Exposição de Antineoplásicos

Manipulador exposto a Bleomicina

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Transporte

� Recipiente isotérmico exclusivo;

� Garantia de conservação;

� Treinamento do colaborador para gerenciamento de riscos e acidentes.

Segurança Ambiental

� Kit de derramamento identificado e disponível em todas as áreas onde são realizadas atividades de manipulação, armazenamento, administração e transporte;

� Composição do Kit: luvas de procedimento, avental, compressas absorventes, proteção respiratória, proteção ocular, sabão, descrição do procedimento e formulário de notificação, recipiente para recolhimento dos resíduos;

� Classificação de acidentes: pessoal, na cabine, ambiental.

Plano de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde

� De acordo com a Resolução RDC Nº 306/04 da ANVISA,o gerenciamento de RSS constitui uma ação de gestão,envolvendo recursos materiais, físicos e humanos,devendo ser planejada e implementadafundamentando-se em bases científicas e técnicas,normativas e legais. Os objetivos desta ação sãominimizar a geração dos resíduos e fornecer umadestinação segura a eles, proporcionando a prevençãode agravos à saúde e ao meio ambiente além deproteção dos trabalhadores.

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A Resolução nº 283 do CONAMA define o PGRSS

� Documento integrante do processo de licenciamentoambiental, baseado nos princípios da não geração deresíduos e na minimização da geração de resíduos, queaponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, noâmbito dos estabelecimentos mencionados no art. 2º destaResolução, contemplando os aspectos referentes à geração,segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento,transporte, tratamento e disposição final, bem como aproteção à saúde pública. O PGRSS deve ser elaborado pelogerador dos resíduos e de acordo com os critériosestabelecidos pelos órgãos de vigilância sanitária e meioambiente federais, estaduais e municipais.

PGRSS

Deve contemplar todas as etapas adequadas ao manejo dos resíduosde serviços de saúde de acordo com as especificações contidas nalegislação. As etapas de acordo com a RDC nº 306/04 são:� segregação,� acondicionamento,� identificação,� transporte interno,� armazenamento temporário,� tratamento,� armazenamento externo,� coleta,� transporte externo e destinação final

Identificação e Classificação dos Resíduos

Os resíduos sólidos gerados podem ser classificados em 05 grupos abaixo definidos:

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Grupo B – Resíduos Químicos

� Resíduos contendo substancias químicas que apresentam risco à saúde pública ou ao meio ambiente.

� É identificado por meio de símbolo de risco associado.

Grupo D – Resíduos Comuns

� Resíduos gerados nos serviços de saúde que não necessitam de processos diferenciados:

- paramentação;

- Filtros;

- sobras ambulatoriais não contaminadas;

- papeis;

- descartáveis;

- embalagens em geral;

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Grupo E – Perfurocortantes

� Agulhas

� Ampolas vazias

� Seringas

Resíduos gerados na área

� Grupo B: medicamentos quimioterápicos com data de validade expirada, bolsas e equiposcontendo tais medicamentos.

� Grupo D contaminado com grupo B: Frascos vazios de medicamentos quimioterápicos, paramentação, bolsas e equipos vazios contaminados.

� Grupo E contaminados com Grupo B: agulhas, seringas e ampolas (vazias) contaminadas.

Obrigada!

Eliana Testa CRF/SP 20298

[email protected]

www.farmasintese.com.br