domingo, 13 de julho de 2014 nº 162 sÉrie iii...

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Um homem muito rico ficou viúvo e casou-se novamente, tendo uma filha, Isabel, muito linda e crescia a cada dia se tornando numa jovem ainda mais linda. A madrasta já não gostava da menina e quando teve uma filha que não era nada bonita comparada com Isabel, tomou-se de ódio. O homem tinha muitas proprie- dades espalhadas pelo país e viajava muito para cuidar e dirigir os negó- cios. Ficava muito pouco tempo em casa e nesse tempo Isabel era feliz e vivia como uma princesa. Quando o pai saía a madrasta maltratava-a. A caminho do rio, onde ia lavar a roupa encontrava sempre uma vel- hinha muito boa, a quem Isabel re- solveu contar a sua triste história e o silêncio para não magoar o pai. A vel- hinha animava-a com suas palavras dóceis. A madrasta continuava cada vez mais bruta e violenta, e Isabel re- solveu fugir de casa. Contou sua ideia à velhinha e ela concordou. Aconselhou-a muito, deu-lhe a bênção e também uma varinha pequenina, branca como prata, dizendo: Leva esta varinha e quando estiveres em perigo, des- ejo ou sofrimento, diz: "minha va- rinha de condão pelo condão que Deus te deu dá-me". E tudo sucederá como pedires. Isabel fez uma grande capa de palha entrançada com um capuz, como a velha lhe ordenou onde só se viam os olhos e fugiu vestindo aquilo. Chegada a uma cidade im- portante foi pedir emprego num palácio e recebeu um "não", mas ao sair o empregado lembrou-se que precisavam de alguém para limpar as salas, corredores e es- cadas, e limpar os aposentos da criadagem. Isabel aceitou e gra- ças a sua roupa estranha a cha- mavam de "Palhaça". O palácio pertencia a um príncipe jovem e bonito que estava na idade de casar. Noutro palácio iam realizar festas por três dias. Só se falavam do baile e do esplendor das três noites elegantes. Chegou a primeira noite do baile. Pelos orifícios da sua más- cara Isabel olhava o príncipe e apai- xonava-se a cada dia. Rondava dis- cretamente ansiando por uma ordem dele. A tardinha, sem mais emprega- da por ali, o príncipe gritou: Palhaça! Traz-me uma bacia com água... Isabel levou a bacia, o príncipe la- vou o rosto, e foram todos ao baile. Sozinha no seu quarto, Isabel tirou a capa, pegou a varinha e fez como a velhinha lhe ensinara: - Minha varinha de condão pelo condão que Deus te deu dá-me uma carruagem de prata, um vestido da cor do campo com to- das as suas flores. Tudo aconteceu e foi para o baile, onde causou sensação. o príncipe correu a saudá-la e só dançou com ela, não permitindo a aproximação dos outros jovens. Perguntou onde ela morava e Isabel respondeu: - Moro na rua das Bacias de água. À meia em ponto, com o pretexto de apanhar ar correu para a carrua- gem e desapareceu na estrada, dei- xando o príncipe desconsolado que logo em seguida saiu da festa. No dia seguinte os criados co- mentavam os detalhes da festa e a princesa misteriosa e mais formo- sa da festa. O príncipe enviou cria- dos a procura da Rua das Bacias de Água sem sucesso. Nesta tarde o príncipe pediu a Pal- haça uma toalha. Sairam para a fes- ta, Isabel pegou a varinha e pediu uma carruagem de ouro e um vesti- do da cor do mar com todos os seus peixes e foi ao baile. Reconhecida e aclamada por todos, logo à entrada o príncipe não se afastou dela e insis- tiu no endereço, ao que ela respon- deu que se mudara para a Rua das Toalhas e com a mesma desculpa fu- giu e perdeu-se na noite. No último dia do baile o príncipe pediu a Palhaça um pente. Desta vez pediu à varinha uma carrua- gem de diamantes e um vestido da cor do céu e todas as suas es- trelas. Como uma rainha entrou no baile, o príncipe se tornou sombra dela de tão apaixonado que esta- va. Isabel lhe disse que se mudara para a rua dos Pentes definitiva- mente. Dançaram muito. O príncipe mandou colocar uma armadilha no portão para que a ca- rruagem caísse nela, mas a única coisa que caiu foi o sapato de Isa- bel. Como os endereços não apa- reciam , mandou reunir todas as jo- vens, para experimentarem o sapa- to. O pé em que coubesse seria a encantadora mulher do baile. De- pois de todas as jovens chegou a vez de Palhaça para gozo dos de- mais. Pediram que experimentasse o sapato, e com a varinha na mão pediu que aparecesse com o vesti- do da última noite do baile e o ou- tro sapato. Meteu o pé no sapatin- ho e lhe coube perfeitamente. Mal podiam crer no que viam. o prínci- pe chamou a mãe, apresentou a nora e logo se casaram. J.M. CONSELHOS CONTOS POPULARES ANGOLANOS De Palhaça maltratada a linda princesa PROVÉRBIO ADIVINHAS Soluções: 1. A pereira tinha 3 peras: o homem comeu uma, trouxe outra e deixou ainda outra na pereira; 2. Pessoa com dentes, dedos, olhos, ouvidos, nariz e língua; 3. Panela, feijão e colher. As motos e os motoqueiros Esta cartinha é dirigida a todos os motoqueiro de Angola e princi- palmente os da cidade de Luanda. A todos amiguinhos que têm um irmão ou outro parente que anda de moto, a todos que têm um familiar polícia, eu peço em nome de todas as crianças que po- nham ordem nas estradas, porque há muitas crianças a serem atro- peladas assim como adultos por causa do desrespeito às regras de trânsito pelos motoqueiros. Se os motoqueiros têm carta de condução, eles também devem respeitar as regras de trânsito. Devem parar nos semáforos e res- peitar as passadeiras porque esta pertence aos peões. Uma pes- soa não pode ser atropelada na passadeira ou no passeio por um motoqueiro porque ele não respeita o semáforo ou tem pressa de chegar ao seu destino, isto está errado e devem se tomar medidas duras contra estas pessoas, para o mal ser estancado. As pessoas correm o risco de ser atropeladas mais rápido por uma moto do que por um carro e isto não pode continuar. Um cidadão organi- zado garante uma cidade arrumada. EDUINA SANTANA |13 ANOS |MÁRTIRES 1. Subiu a uma pereira um homem por lhe ver peras, ele peras não comeu, também a ninguém deu peras. Não botou peras no chão, consigo não trouxe peras, mas consta que na pereira também não ficaram peras. Pergunta-se agora a todos como foi isto das peras? Quem quiser dar neste enigma decerto tem para peras. 2. Uma torre fechada com trinta moleiros, dez carreteiros, duas vigias, duas escutas, dois cheiradores, e uma vassoura. 3.Parte sou duma cadeia, que não tira a liberdade, adorno aquele que prendo, e se o aperto é amizade. «Vomela vukulu mutunda ovayo avola polé kamutundi ondaka yavola. Trad.: Na boca do velho sai dentes podres, não sai palavra podre. Domingo, 13 de Julho de 2014 Nº 162 SÉRIE III |11 Como escrever para o “Recreio” O nosso endereço é: Recreio - Página Infantil do Jornal de Angola - Rua Rainha Ginga, 18/26 - Luanda, ou para o e-mail: [email protected]. R R ecreio ecreio Suplemento infantil do Jornal de angola BRINCAR E APRENDER CARTAS DOS AMIGUINHOS ANa época medieval andar sujo era normal. Nessa época, o banho era considerado prejudicial se fosse tomado em ex- cesso. Por “banhar-se em excesso”, entenda-se: mais de duas ou três vezes por ano. AQuando tomavam os banhos era em uma única tina(ba- nheira), cheia de água quente e todos os membros da famí- lia se banhava com a mesma água. Primeiro vinha o chefe da família, que tinha o privilégio de se banhar em água limpa. ADepois dele, sem trocar a água, era a vez dos outros ho- mens da casa, por ordem de idade. Depois, vinham as mu- lheres, também de acordo com a idade e por último, as crianças e os bebés tomavam seus banhos. S S A A B B I I A A S S Q Q U U E E . . . . . . Agora está mais frio Há doenças, que durante o ca- cimbo requerem mais cuidados. Por isso as pessoas que são: cardíacas, hipertensas, idosas, diabéticas e crianças devem re- dobrar os cuidados com a saúde. Quando a queda de temperatura é acentuada. Hábi- tos como manter o ambiente ventilado, conservar as roupas de cama limpas, beber líquidos, agasalhar-se bem, lavar sempre as mãos e ter as vacinas em dia são eficazes na prevenção de doenças nesta época. CASIMIRO PEDRO VAMOS COLORIR

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Um homem muito rico ficou viúvoe casou-se novamente, tendo umafilha, Isabel, muito linda e crescia acada dia se tornando numa jovemainda mais linda. A madrasta já nãogostava da menina e quando teveuma filha que não era nada bonitacomparada com Isabel, tomou-se deódio. O homem tinha muitas proprie-dades espalhadas pelo país e viajavamuito para cuidar e dirigir os negó-cios. Ficava muito pouco tempo emcasa e nesse tempo Isabel era feliz evivia como uma princesa. Quando opai saía a madrasta maltratava-a.

A caminho do rio, onde ia lavar aroupa encontrava sempre uma vel-hinha muito boa, a quem Isabel re-solveu contar a sua triste história e osilêncio para não magoar o pai. A vel-hinha animava-a com suas palavrasdóceis. A madrasta continuava cadavez mais bruta e violenta, e Isabel re-solveu fugir de casa.Contou sua ideia à velhinha e ela

concordou. Aconselhou-a muito,deu-lhe a bênção e também umavarinha pequenina, branca comoprata, dizendo: Leva esta varinha equando estiveres em perigo, des-ejo ou sofrimento, diz: "minha va-rinha de condão pelo condão queDeus te deu dá-me".

E tudo sucederá como pedires.Isabel fez uma grande capa de

palha entrançada com um capuz,como a velha lhe ordenou onde sóse viam os olhos e fugiu vestindoaquilo. Chegada a uma cidade im-portante foi pedir emprego numpalácio e recebeu um "não", masao sair o empregado lembrou-seque precisavam de alguém paralimpar as salas, corredores e es-cadas, e limpar os aposentos dacriadagem. Isabel aceitou e gra-ças a sua roupa estranha a cha-mavam de "Palhaça". O palácio pertencia a um príncipe

jovem e bonito que estava na idade

de casar. Noutro palácio iam realizarfestas por três dias. Só se falavam dobaile e do esplendor das três noiteselegantes. Chegou a primeira noitedo baile. Pelos orifícios da sua más-cara Isabel olhava o príncipe e apai-xonava-se a cada dia. Rondava dis-cretamente ansiando por uma ordemdele. A tardinha, sem mais emprega-da por ali, o príncipe gritou: Palhaça!Traz-me uma bacia com água...Isabel levou a bacia, o príncipe la-

vou o rosto, e foram todos ao baile.Sozinha no seu quarto, Isabel tirou acapa, pegou a varinha e fez como avelhinha lhe ensinara: - Minha varinhade condão pelo condão que Deus te

deu dá-me uma carruagem de prata,um vestido da cor do campo com to-das as suas flores.Tudo aconteceu e foi para o baile,

onde causou sensação. o príncipecorreu a saudá-la e só dançou comela, não permitindo a aproximaçãodos outros jovens. Perguntou ondeela morava e Isabel respondeu:- Moro na rua das Bacias de água.À meia em ponto, com o pretexto

de apanhar ar correu para a carrua-gem e desapareceu na estrada, dei-xando o príncipe desconsolado quelogo em seguida saiu da festa.No dia seguinte os criados co-

mentavam os detalhes da festa e aprincesa misteriosa e mais formo-sa da festa. O príncipe enviou cria-dos a procura da Rua das Baciasde Água sem sucesso.Nesta tarde o príncipe pediu a Pal-

haça uma toalha. Sairam para a fes-ta, Isabel pegou a varinha e pediuuma carruagem de ouro e um vesti-do da cor do mar com todos os seuspeixes e foi ao baile. Reconhecida eaclamada por todos, logo à entradao príncipe não se afastou dela e insis-tiu no endereço, ao que ela respon-deu que se mudara para a Rua dasToalhas e com a mesma desculpa fu-giu e perdeu-se na noite.

No último dia do baile o príncipepediu a Palhaça um pente. Destavez pediu à varinha uma carrua-gem de diamantes e um vestidoda cor do céu e todas as suas es-trelas. Como uma rainha entrou nobaile, o príncipe se tornou sombradela de tão apaixonado que esta-va. Isabel lhe disse que se mudarapara a rua dos Pentes definitiva-mente. Dançaram muito. O príncipe mandou colocar uma

armadilha no portão para que a ca-rruagem caísse nela, mas a únicacoisa que caiu foi o sapato de Isa-bel. Como os endereços não apa-reciam , mandou reunir todas as jo-vens, para experimentarem o sapa-to. O pé em que coubesse seria aencantadora mulher do baile. De-pois de todas as jovens chegou avez de Palhaça para gozo dos de-mais. Pediram que experimentasseo sapato, e com a varinha na mãopediu que aparecesse com o vesti-do da última noite do baile e o ou-tro sapato. Meteu o pé no sapatin-ho e lhe coube perfeitamente. Malpodiam crer no que viam. o prínci-pe chamou a mãe, apresentou anora e logo se casaram.

J.M.

CONSELHOS

CONTOS POPULARES ANGOLANOS

De Palhaça maltratada a linda princesa

PROVÉRBIO

ADIVINHAS

Soluções:1. A pereira tinha 3 peras: o homem comeu uma, trouxe outra e deixou ainda outra napereira; 2. Pessoa com dentes, dedos, olhos, ouvidos, nariz e língua; 3. Panela, feijão e colher.

As motos e os motoqueirosEsta cartinha é dirigida a todos os motoqueiro de Angola e princi-palmente os da cidade de Luanda. A todos amiguinhos que têmum irmão ou outro parente que anda de moto, a todos que têm umfamiliar polícia, eu peço em nome de todas as crianças que po-nham ordem nas estradas, porque há muitas crianças a serem atro-peladas assim como adultos por causa do desrespeito às regrasde trânsito pelos motoqueiros.Se os motoqueiros têm carta de condução, eles também devemrespeitar as regras de trânsito. Devem parar nos semáforos e res-peitar as passadeiras porque esta pertence aos peões. Uma pes-soa não pode ser atropelada na passadeira ou no passeio por ummotoqueiro porque ele não respeita o semáforo ou tem pressa dechegar ao seu destino, isto está errado e devem se tomar medidasduras contra estas pessoas, para o mal ser estancado. As pessoascorrem o risco de ser atropeladas mais rápido por uma moto doque por um carro e isto não pode continuar. Um cidadão organi-zado garante uma cidade arrumada.

EDUINA SANTANA |13 ANOS |MÁRTIRES

1. Subiu a uma pereira um homem por lhe ver peras, ele perasnão comeu, também a ninguém deu peras. Não botou perasno chão, consigo não trouxe peras, mas consta que na pereiratambém não ficaram peras. Pergunta-se agora a todos comofoi isto das peras? Quem quiser dar neste enigma decerto tempara peras.2. Uma torre fechada com trinta moleiros, dez carreteiros,duas vigias, duas escutas, dois cheiradores, e uma vassoura.3.Parte sou duma cadeia, que não tira a liberdade, adornoaquele que prendo, e se o aperto é amizade.

«Vomela vukulu mutunda ovayo avola polékamutundi ondaka yavola. Trad.: Na boca dovelho sai dentes podres, não sai palavra podre.

Domingo, 13 de Julho de 2014Nº 162 SÉRIE III

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Como escrever para o “Recreio”O nosso endereço é:Recreio - Página Infantil do Jornalde Angola - Rua Rainha Ginga,18/26 - Luanda, ou para o e-mail:[email protected].

RRecreioecreioSuplemento infantil do Jornal de angola

RecreioSuplemento infantil do Jornal de angola

BRINCAR E APRENDERCARTAS DOS AMIGUINHOS

ANa época medieval andar sujo era normal. Nessa época, obanho era considerado prejudicial se fosse tomado em ex-cesso. Por “banhar-se em excesso”, entenda-se: mais deduas ou três vezes por ano.AQuando tomavam os banhos era em uma única tina(ba-nheira), cheia de água quente e todos os membros da famí-lia se banhava com a mesma água. Primeiro vinha o chefe dafamília, que tinha o privilégio de se banhar em água limpa. ADepois dele, sem trocar a água, era a vez dos outros ho-mens da casa, por ordem de idade. Depois, vinham as mu-lheres, também de acordo com a idade e por último, ascrianças e os bebés tomavam seus banhos.

SSAABBIIAASS QQUUEE......

Agora está mais frioHá doenças, que durante o ca-cimbo requerem mais cuidados.Por isso as pessoas que são:cardíacas, hipertensas, idosas,diabéticas e crianças devem re-dobrar os cuidados com asaúde. Quando a queda detemperatura é acentuada. Hábi-tos como manter o ambienteventilado, conservar as roupasde cama limpas, beber líquidos,agasalhar-se bem, lavar sempreas mãos e ter as vacinas emdia são eficazes na prevençãode doenças nesta época.

CASIMIRO PEDRO

VAMOS COLORIR