dois métodos de controle de cupins

35
FLÁVIO URBANO BARBOSA MÉTODOS DE CONTROLE DE CUPINS SUBTERRÂNEOS EM ÁREAS URBANAS Monografia apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Pós- Graduação “Lato Sensu” em Plantas Ornamentais e Paisagismo, para obtenção do título de Especialista em Plantas Ornamentais e Paisagismo. Orientador

Upload: flavio-urbano

Post on 06-Jun-2015

23.643 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Esta monografia demonstra dois métodos de controle de cupins, um com tratamento líquido e outro com iscas.

TRANSCRIPT

Page 1: Dois Métodos de Controle de Cupins

FLÁVIO URBANO BARBOSA

MÉTODOS DE CONTROLE DE CUPINS SUBTERRÂNEOS EM ÁREAS URBANAS

Monografia apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Plantas Ornamentais e Paisagismo, para obtenção do título de Especialista em Plantas Ornamentais e Paisagismo.

OrientadorProfessor Jair Campos Moraes

Lavras - Minas Gerais2008

Page 2: Dois Métodos de Controle de Cupins

FLÁVIO URBANO BARBOSA

MÉTODOS DE CONTROLE DE CUPINS SUBTERRÂNEOS EM ÁREAS URBANAS

Monografia apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Plantas Ornamentais e Paisagismo, para obtenção do título de Especialista em Plantas Ornamentais e Paisagismo.

OrientadorProfessor Jair Campos Moraes

Lavras - Minas Gerais2008

Page 3: Dois Métodos de Controle de Cupins

FLÁVIO URBANO BARBOSA

MÉTODOS DE CONTROLE DE CUPINS SUBTERRÂNEOS EM ÁREAS URBANAS

Monografia apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Plantas Ornamentais e Paisagismo, para obtenção do título de Especialista em Plantas Ornamentais e Paisagismo.

Aprovada em 07 de março de 2008.

OrientadorProfessor Jair Campos Moraes

Lavras - Minas Gerais2008

Page 4: Dois Métodos de Controle de Cupins

À minha família, esposa e filha, Luciana e Gabriela.

Deus abençoe a todos.

Page 5: Dois Métodos de Controle de Cupins

Agradecimentos

À Universidade Federal de Lavras pela oportunidade de concluir um curso de Pós-Graduação em Plantas Ornamentais e Paisagismo.

Ao professor orientador Jair Campos Moraes que acreditou no meu potencial e pelo auxílio na elaboração deste trabalho.

Aos professores do curso de Pós-Graduação em Plantas Ornamentais e Paisagismo da Universidade Federal de Lavras pelos ensinamentos.

Aos colegas de curso que, apesar do pouco tempo de convivência, me auxiliaram no meu desenvolvimento mental, pessoal e espiritual.

Ao meu primo Ricardo pelo auxílio na elaboração textual.

À Impacto Controle de Pragas Urbanas pela pesquisa e apoio técnico.

Page 6: Dois Métodos de Controle de Cupins

Sumário

Resumo...............................................................i

1. Introdução.........................................................02

2. Revisão de literatura........................................04

2.1 Modo de vida e comportamento.....................042.2 Tipo de alimentação.........................................05

3. Métodos de controle.........................................05

3.1 Controle Químico.............................................06 3.2. Controle por iscas.............................................09

4. Considerações finais.........................................10

5. Referências bibliográficas................................11

6. Anexo.................................................................14

Page 7: Dois Métodos de Controle de Cupins

RESUMO

Barbosa, Flávio U. Métodos de controle de cupins urbanos em áreas urbanas. 2008. 19p. Monografia (Curso de Pós-Graduação “Latu Sensu” de Plantas Ornamentais e Paisagismo) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais.

Os cupins hoje representam um dos seres que mais causam prejuízos tanto na área urbana como na rural, sendo um problema de grande complexidade e que demanda novas pesquisas e recursos financeiros. O avanço dos centros urbanos, desmatamento, o sumiço de predadores naturais, o desaparecimento de madeiras “nobres” e utilização de madeiras derivadas de reflorestamento como compensados de pinus e eucalipto, eleva o poder de destruição dos cupins. Além disso, o desequilíbrio ambiental torna crítica a situação frente ao aparecimento de novos ataques de um inseto pequeno e causador de grandes catástrofes,. Dois métodos de controle contra cupins são destacados nesta revisão bibliográfica. O método mais comum, com barreiras químicas com princípio ativo fipronil (ou similar) bloqueando a entrada do inseto no local do ataque e outro método, o e iscagem, que usa como princípio ativo o hexaflumuron, agindo diretamente no modo de vida do inseto, acabando definitivamente com a colônia.

Page 8: Dois Métodos de Controle de Cupins

1 INTRODUÇÃO

Os cupins são também conhecidos por térmitas, formigas brancas (operários), siriris

ou aleluias (alados reprodutores). São insetos da ordem Isoptera (iso = igual; ptera =

asas).

Atualmente, existem cerca de 2.900 espécies de cupins identificadas, distribuídas

principalmente em regiões tropicais e subtropicais, com algumas espécies em lugares de

clima temperado e outras em regiões desérticas. Os cupins se alimentam de materiais

celulósicos e lignocelulósicos como: madeira viva (árvores), madeira morta (em

diferentes estágios de decomposição), gramíneas, raízes, sementes, fezes de herbívoros,

húmus, etc. A digestão da celulose é feita com auxílio de microorganismos simbiontes

intestinais: bactérias, fungos ou flagelados. As espécies que causam danos à madeira

são principalmente das famílias Kalotermitidae e Rhinotermidae. O número de espécies

importantes é relativamente pequeno, mas estas espécies tendem a apresentar

distribuição ampla. Sua expansão é facilitada pelo transporte de madeira pelo homem

de uma região para outra e pelas condições favoráveis encontradas em cidades

(Constantino, 1999).

Nas áreas urbanas, a semelhança do que ocorre nos ambientes naturais, também se

encontra cupins sem qualquer importância como praga. A maioria das espécies se

enquadra nesta categoria e sua presença, antes de ser deletéria, é benéfica ao ambiente

urbano. Porém, algumas espécies ganham destaque por serem pragas importantes da

madeira estrutural e do mobiliário (Milano & Fontes, 2002).

A falta de conhecimento do comportamento e da biologia de cupins é um dos

fatores que mais prejudica o seu controle pelo menos de maneira satisfatória. O

conhecimento dos cupins pragas urbanas ainda é muito deficiente em nosso país

(Fontes & Araújo, 1999) e até hoje, apesar de novas pesquisas, pode ser considerado

insuficiente.

Page 9: Dois Métodos de Controle de Cupins

Segundo Constantino (2008), durante muito tempo foram empregados inseticidas

organoclorados no controle de cupins. Esses inseticidas estão proibidos no Brasil e

banidos do mundo todo pela “Convenção de Estocolmo”, que entrou em vigor em 2004.

A utilização de produtos químicos como medida de controle e/ou prevenção é para

a população humana um método barato e rápido para eliminar imediatamente a

presença de cupins. No entanto, isso pode acarretar diversos problemas de saúde

pública, já que estes produtos estão sendo usados sem nenhuma proteção, e a maioria da

população não tem conhecimento dos riscos que eles trazem a saúde (Albuquerque et al,

2006).

Desta forma, vê-se claramente a necessidade de esclarecimento de novas técnicas e

conceitos relativos ao controle de cupins, os quais futuramente pode tornar-se uma das

principais pragas urbanas. A presente revisão bibliográfica tem o objetivo de

demonstrar informações básicas de métodos de controle de cupins subterrâneos

voltados para áreas urbanas.

Page 10: Dois Métodos de Controle de Cupins

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Modo de vida e comportamento de cupins

Na sociedade dos cupins existem indivíduos morfofisiologicamente diferentes,

que compreendem as diferentes castas responsáveis por diferentes tarefas (Figuras 1A e

2A). A casta estéril é representada pelos operários e soldados, sendo que os primeiros

são os responsáveis pela busca e consumo imediato do alimento. Já os soldados, atuam

na defesa, enquanto a casta fértil, representada pelo casal real (rei e rainha), está

envolvida nas atividades reprodutivas (Lima & Costa-Leonardo, 2007).

O par real, depois de fundar a colônia, permanece junto ocorrendo várias

cópulas durante a vida. Com a morte do rei, da rainha ou de ambos, pode haver

substituição. Assim, uma colônia de cupins seria teoricamente perene. No entanto,

parece que isto não ocorre de fato. Sabe-se que para uma dada espécie, a colônia

apresenta uma longevidade que não é indefinida e, mesmo encontrando-se em condições

ambientais ótimas, passados tantos anos (até décadas), a colônia entra em senescência e

morre (Foto 3A) (Potenza, 2001).

Os cupins podem construir vários tipos de ninhos, como galerias e câmaras

simples (cupins de madeira seca), ninhos subterrâneos (Rhinotermitidae), ninhos

arborícolas (túneis cobertos) ou de montículos (“murunduns”) (Foto 7 A), como em

Termitidae (Moraes, 2004).

2.2 Tipos de alimentação

Existem diferentes tipos de alimentação entre os cupins. Os jovens, soldados e

todos os reprodutores são incapazes de se alimentar sozinhos e recebem dos operários

alimentação estomodeal ou proctodeal. A alimentação estomodeal pode ser a saliva, que

é o único nutriente dos reprodutores funcionais (rei e rainha), ou alimento regurgitado.

Os soldados são, em grande parte, nutridos com alimento regurgitado, mas certos

Termitidae têm uma dieta exclusivamente líquida (saliva). A coleta de alimento pelos

Page 11: Dois Métodos de Controle de Cupins

operários, tanto para uso próprio quanto para prover castas dependentes, é o recurso

energético básico da colônia. A dieta xilófaga é mantida não somente pela maioria dos

cupins, mas também por quase todos os Termitidae, com exceção dos representantes da

subfamília Apicotermitinae. Contudo, a condição da madeira (viva ou morta, sã ou

decomposta) parece ser importante para a determinação se ela é ou não adequada como

recurso alimentar para as espécies de cupins. Pode-se constatar que existe uma ampla

variedade de recursos alimentares que são explorados pelos Isopteras. Essa grande

variedade permitiu aos cupins ocuparem quase todas as regiões quentes e temperadas da

Terra, ocorrendo em praticamente todos os ambientes terrestres, naturais ou

modificados pela espécie humana (Lima & Costa-Leonardo, 2007).

2.3 Métodos de controle de cupins

Nas cidades, raras são as pessoas que não tiveram suas residências e mobiliários

atacados ou destruídos pela ação dos térmitas. O prato predileto dos cupins é a celulose

dos vegetais. Eles podem destruir uma árvore ou uma peça de madeira atacando

silenciosamente o seu miolo, sem serem percebidos, até que o desastre seja visível. A

comunidade internacional está cada vez mais empenhada em estudar meios e formas de

controlar estas pragas que atuam no campo e nas cidades (Radiobrás, 1998).

Segundo Constantino (2002), a aplicação de inseticidas depende de

conhecimento e treinamento, devendo ser realizada apenas por profissionais habilitados.

É importante lembrar que cupins são insetos sociais, fazendo-se necessário eliminar a

colônia ou criar barreiras para que ela não tenha acesso à edificação.

Na última década, em grande parte devido à proibição do uso dos inseticidas

organoclorados em 1985, até então usados com eficiência no controle desta praga,

diversas pesquisas vem sendo conduzidas, na maioria envolvendo cupins de pastagens e

cupins subterrâneos. O objetivo principal é encontrar alternativas de controle. Assim

sendo, novos produtos cupinicidas vem sendo rigorosamente testados para o emprego

Page 12: Dois Métodos de Controle de Cupins

na agricultura, com características totalmente diferentes dos organoclorados, entre os

quais o isasofós (Miral®) e fipronil (Regent®) (Melo e Veiga, 1998).

A utilização de produtos químicos como medida de controle e/ou prevenção é

para a população um método barato e rápido para eliminar imediatamente a presença de

cupins. Mas isso pode acarretar em diversos problemas de saúde pública, já que estes

produtos químicos estão sendo usados sem nenhuma proteção, e a maioria da população

não tem conhecimento dos riscos que eles trazem a saúde (Albuquerque et al.2006).

ALVES (1998) menciona que não existe produto químico inócuo ao homem.

Cita que o qualificativo de “menos tóxico” não significa que tal produto não ofereça

riscos e, por isto, o uso adequado é essencial para preservar o homem e o ambiente de

efeitos danosos.

2.3.1 Controle químico

O tratamento químico vem sendo utilizado há aproximadamente 50 anos.

Consiste em proteger o imóvel contra a entrada e movimentação de cupins que causam

a destruição das madeiras fixas em estruturas. Neste tratamento, cupincidas líquidos são

aplicados nos pontos críticos, protegendo-os, mas não garantindo a eliminação da

colônia pertinente a este ataque (Foto 5A) (Termitek, 2008).

Os novos cupinicidas diferem dos organoclorados por serem menos nocivos ao

ambiente, como os isasofós e o fipronil. Outro produto disponível é o endossulfan

desenvolvido para proteção da construção civil dos cupins, que é caracterizado por ter

liberação lenta (Macedo et al., 1995).

O inseticida clorpirifós age por contato e ingestão. Como todo inseticida

organofosforado, o clorpirifós liga-se ao centro esterásico da acetilcolinesterase

(AChE), impossibilitando-a de exercer sua função, ou seja, hidrólise do

neurotransmissor acetilcolina (ACh), em colina e ácido acético. Nos insetos, interfere

na transmissão dos impulsos nervosos, levando-os à paralisia e morte. Os ingredientes

ativos permetrina e deltametrina, que são piretróides, agem por contato e ingestão,

Page 13: Dois Métodos de Controle de Cupins

atuando nos canais de sódio da membrana de axônios, diminuindo e retardando a

condutância de sódio para o interior da célula e suprimindo o fluxo de potássio.

Também podem inibir a adenosina trifosfatase (ATPase), o que afeta a condução de

cátions na membrana axonal. O resultado final é uma diminuição do potencial de ação e

da geração de impulsos nervosos repetitivos. Além disso, a deltametrina, como outros

piretróides do tipo 2, interfere na ligação do GABA e do ácido glutâmico nos sítios

receptores (Fersol, 2008).

Os inseticidas, em suas diferentes doses, mostraram aos 28 dias, eficiência

acima de 90%. Nas avaliações subseqüentes (60, 108 e 154 dias), o tratamento com o

fipronil, na dose de 300g/100L de água, teve eficiência praticamente semelhante do

primeiro ao último levantamento aos 158 dias. O fipronil apresentou eficiência de

controle de Cornitermes cumulans e Cornitermes bequaerti de 100% de mortalidade

(Valério et al., 1998).

De acordo com MILLER (2002), o ingrediente ativo fipronil é especial pelo fato

de poder ser transferido de um cupim para outro através de contato ou trofalaxia

(alimentação comunitária). Isso permite que atinja mais cupins do que aqueles que

entram em contato direto com o produto químico. A vantagem deste produto é a sua

eficácia no solo a longo prazo. Testes demonstram que fipronil pode ser eficaz por mais

tempo após a aplicação inicial que outros cupinicidas líquidos. Uma desvantagem é que

Termidor (nome comercial) pode ser mais caro que outros cupinicidas líquidos.

As vantagens dos termiticidas líquidos são: direcionados a suprirem proteção

imediata a estrutura; relativamente baratos comparados a sistemas de iscas; persistem

vários anos no solo e, como não são repelentes, eliminam o problema de térmitas que

encontram ''falhas'' no tratamento.

Entretanto, apresentam algumas desvantagens, tais como: dificuldades para

instalar uma barreira química livre de ''falhas'' (Falhas em aplicações de repelentes

termiticidas podem mais tarde permitir o acesso de térmitas); termiticidas líquidos

aplicados dentro de uma distância de 15 metros de um corpo d'água, poço ou cisterna, é

Page 14: Dois Métodos de Controle de Cupins

um fator de risco de contaminação da água. (Contudo, o uso de termiticidas líquidos

nestas áreas não é considerado ilegal); um método de tratamento no qual o solo em volta

de uma estrutura é removido, tratado, seco e recolocado é freqüentemente utilizado, com

possibilidades de contaminação da água (Em áreas com potencial de contaminação da

água a utilização de iscas é uma opção melhor).

2.3.2 Controle por iscas

Os inseticidas inibidores de crescimentos de insetos estão divididos em dois

grupos: hormonais e não-hormonais. Os primeiros são análogos aos hormônios dos

insetos, provocando retardo no desenvolvimento das larvas e sua morte. Pertencem a

este grupo: metoprene, hidroprene, piriproxifen e o fenoxicarb. Já os não-hormonais

agem sobre a formação do exoesqueleto dos insetos. Pertencem a este grupo as

benzofeniluréias (fluazuron, diflubenzuron, triflumuron, exaflumurom e o lufenuron)

que inibem a síntese de quitina, e as diaminotriazinas (ciromazinas) que endurecem a

cutícula do inseto (Fernandes, 2007).

O controle de cupins subterrâneos por meio de iscas tem sido pesquisado há

várias décadas. Sendo os cupins insetos sociáveis, teoricamente existe a possibilidade

de que uma colônia inteira possa ser eliminada se os cupins operários, de hábito

forrageiro, se alimentarem de uma substância ativa e potencialmente letal àquela

sociedade, e a distribuírem por toda colônia (Nakasaki, 2007).

O inseticida hexaflumuron foi o primeiro cupinicida registrado nos Estados

Unidos em 1994. Sua estrutura química é usada para inspeção, monitoramento e

iscagem. O ingrediente ativo registrado no EPA (U.S. Environmental Protection

Agency) é colocado como um pesticida de baixo risco ao meio ambiente e a saúde

humana. O modo de ação do produto é sobre o crescimento do inseto, inibindo a de

síntese de quitina. Sendo os cupins insetos sociais de hábito forrageiro, eles trocam o

material contaminado e distribuem para toda a colônia, contaminando-a com o produto

inibidor de crescimento (Foto 6 A) (NPTN, 2008).

Page 15: Dois Métodos de Controle de Cupins

Potenza et al. (2004), após as determinações da área de forrageamento e

tamanho da colônia, iniciaram o controle em 04/01/99, distribuindo duas iscas de 20g

cada, à base de hexaflumuron (Recruit* II – 0,5% p/p). Após 64 e 84 dias, constataram-

se 28,57 e 54,14% de redução da atividade termítica, respectivamente. Aos 105 dias,

85,7% das estações de monitoramento não mais apresentavam atividade. Aos 119 dias a

atividade havia cessado na área tratada. O monitoramento nas estacas de madeira foi

realizado por 6 meses após o término da atividade termítica em todas as estações de

monitoramento, não sendo detectada nova infestação. O uso de iscas a base de

hexaflumuron demonstrou ser efetivo para o controle do cupim de hábito subterrâneo H.

tenuis, obtendo-se a eliminação da colônia aos 119 dias após o início do tratamento.

Para Miller (2002), os sistemas de iscas para térmitas profissional

apresentam as seguintes vantagens: a) iscas são muito seguras para o meio

ambiente por introduzirem bem menos do ingrediente ativo em comparação às

centenas de litros de inseticida diluído utilizados em tratamentos líquidos; b)

Iscas termiticidas são ideais para utilização em volta de estruturas habitadas por

pessoas com sensibilidade a produtos químicos e c) em situações nas quais a

estrutura infestada fica a uma distância de 15 metros de um poço ou 30 metros de

um corpo d'água, iscas termiticidas podem ser a única opção de tratamento.

Entretanto, pode-se citar algumas desvantagens, como: a) não há meios de

conduzir os térmitas até as estações que estão sendo monitoradas, podendo levar meses

até que o sistemas de iscas possa começar; b) sistemas de iscas profissionais são

geralmente mais caros que tratamentos com barreiras devido às inspeções mensais e)

sistemas de iscas termiticidas quando utilizados sozinhos não protegem a estrutura

diretamente. Térmitas que se alimentam próximos à estrutura continuarão se

alimentando até que a colônia seja eliminada ou até que sejam controlados por uma

estação acima do solo.

Page 16: Dois Métodos de Controle de Cupins

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Visto que cada tipo de infestação requer uma estratégia diferente e que certas

colônias são de difícil erradicação, o estudo detalhado da situação em que se encontra o

ataque por cupins faz-se muito importante.

A utilização de iscas é uma vantagem muito boa, visto a segurança do

equipamento e a eficácia do produto exterminando a colônia definitivamente quando

utilizado adequadamente, sendo uma característica do futuro no controle de cupins.

Já a utilização de produtos líquidos, apesar da eficiência do produto (90% de

eficácia ) de controle, ainda gera um desconforto ambiental muito grande levando em

consideração a segurança baixa em relação a envenenamentos com terceiros.

Com as novas tecnologias e profissionais mais qualificados, fica claro que para

o controle de cupins a procura de equipamentos e produtos de qualidade é importante e,

além disso, o custo e o meio ambiente são pontos importantes na escolha do método

que será utilizado.

Page 17: Dois Métodos de Controle de Cupins

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, A. C, Levantamento de Cupins (Insecta: Isoptera) e Métodos de Controle Realizados pela População no Bairro de Casa Amarela, Recife – PE,O Biológico V.68, SUPLEMENTO 2, 2006 p.300-3006

ALMEIDA, J. E. M.; ALVES, S.B.; MOINO JR., A. et al. Controle de cupim subterrâneo Heterotermes tenuis (Hagen) com iscas termitrap impregnadas com inseticidas e associadas ao fungo entomopatogênico Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 27, n. 4, p. 639 - 644, 1998.

CAMPOS, Maria Bernardete Silva de. Aspectos biológicos de Heterotermes tenius ( Isoptera Rhinotermidade) em cana-de-açúcar/ Maria Bernardes Silva de Campos-São Carlos. USFCAR, 2004. 109p

CONSTANTINO, R. Chave ilustrada para identificação dos gêneros de cupim (Isoptera) que ocorrem no Brasil. Papéis Avulsos de Zoologia. São Paulo, v 40, n25, p 387-448, junho 1999.

COSTA-LEONARDO, A M.& THORNE, B. Iscas e outras metodologias alternativas para controle de cupins. In: Berti Filho, E. & Fontes, L. R. Alguns aspectos atuais da biologia e controle de cupins. Piracicaba: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz- FEALQ, 1995, p 89-94.

FERNANDES, A. T. Controle Integrado de Pragas. disponível em < http://www.ccih.med.br/pragas.html > acesso em 23 de out. 2007.

FONTES, Luiz R. e BERTI FILHO, Evôneo, Editores. Cupins - o desafio do conhecimento [Termites: the challenge of learning of them]. Piracicaba, FEALQ, 512 p., il

FERSOL. Ficha técnica Permetrina 384. disponível em < http://www.fersolna.com.br/fersol/produtos_permetrina_384.asp> acesso em 28 de jan. 2008.

Page 18: Dois Métodos de Controle de Cupins

ALVES, B. V. Resíduos de Pesticidas Organoclorados em Sedimentos da Bacia do Rio Cuiabá – Mato Grosso. Cuiabá, UFMT, 1998. 92 p. (Dissertação de Mestrado– ISC – UFMT).

LIMA, J.T and Costa-Leonardo, A.M. Recursos alimentares explorados pelos cupins (Insecta: Isoptera). Biota Neotrop. May/Aug 2007 vol. 7, no. 2. Disponível em < http://www.biotaneotropica.org.br/v7n2/pt/abstract?article+bn04007022007 ISSN 1676-0603) >

MELO, R.M. e Veiga A F.S.L.,COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Eficiência do Fipronil no Controle do Cupim de Montículo,Nasutitermes sp. (Isoptera: Termitidae) em Cana-de-Açúcar, Março 1998.

MORAES, Jair Campos e Carvalho , Geraldo Andrade. Pragas de Plantas Ornamentais. Lavras: UFLA/FAEPE – 2004, 39p.

MACEDO, N.; BOTELHO, P.S.M.; CACERES, N.T. et al. Novos cupinicidas no controle de Heterotermes tenuis (Hagen) em cana de açúcar. In: Congresso de Entomologia, 15, 1995, Caxambu. Anais... Caxambu, MG, 1995. p. 451.

MILLER, D.M.; Subterranean Termite Treatment Options.Virginia Cooperative Extension. Publication Number 444-500, Fev. 2002. Disponível em: <http://www.ext.vt.edu/pubs/entomology/444-500/444-500.html#L7 > acesso em 8 out. 2007.

NATIONAL PESTICIDE TELECOMUNICATIONS Network. Hexaflumuron, Technical Fact Sheet. Disponível em < http://www.npic.orst.edu/factsheets/hextech.pdf > acesso em 29/01/2008.

PAIVA, Celso Lago, 1999. Características gerais de edificações coloniais e imperiais com relação ao ataque por cupins. Disponível na rede mundial: http://www.geocities.com/lagopaiva/cuppatri.htm. 4 abr. 1999.

POTENZA, M.R..Instituto Biológico; Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Pragas e Doenças em Plantas Ornamentais, pg. 70-80. São Paulo 2001. 1 CD-ROM.

POTENZA, M.R.; F.J. ZORZENON, J. JUSTI JUNIOR, S.L. DE ALMEIDA. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.71, n.2, p.189-195, abr./jun., 2004

RADIOBRÁS.Cupins Infestarão todo o país em vinte anos. Disponível em < http://www.radiobras.gov.br/ct/2001/materia_020201_1.htm >

Page 19: Dois Métodos de Controle de Cupins

TERMITEK. Qualidade ISSO 90012000. Tratamento Químico. disponível em <http://www.termitek.com.br/tratamento-quimico.html> acesso em 28 de jan. 2008.

VALÉRIO, R. J.; SANTOS, A.V.; SOUZA, A.P. et al. Controle químico e mecânico de cupins de montículo em pastagens. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 27, n. 1, p. 125 - 131, 1998.

Page 20: Dois Métodos de Controle de Cupins

ANEXOS

Page 21: Dois Métodos de Controle de Cupins

Figura 1 - Ciclo de uma colônia de cupim

Page 22: Dois Métodos de Controle de Cupins

Foto 2 – Diferença de Cupins

Foto 3 – No sentido horário: Rainha de cupim, canal em madeira, estrutura danificada, colônia de cupins (Foto: UNITED NATIONS FOOD AND AGRICULTURE

ORGANIZATION).

Page 23: Dois Métodos de Controle de Cupins

Foto 4 – Rainha de cupim (Instituto Biológico)

Page 24: Dois Métodos de Controle de Cupins

Foto 5 – Aplicação com inseticida líquido (Foto Dowagro)

Foto 6 – Kit Sistema Sentricon Dowagro (Foto Dowagro)

Page 25: Dois Métodos de Controle de Cupins

Foto 7 – Montículo de Cupim de solo (UNITED NATIONS FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION)