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14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da ordem Isoptera, com cerca de 2.800 espécies catalogadas no mundo. No Brasil, as principais famílias encontradas são: Kalotermitidae, Termopsidae, Rhinotermitidae, Termitidae e Serritermitidae, entre as quais apenas Kalotermitidae, Rhinotermitidae e Termitidae são economicamente importantes (GALLO et al., 2002). Os cupins podem ser considerados insetos benéficos, pois atuam na decomposição da matéria orgânica e colaboram na ciclagem dos nutrientes e na aeração do solo. Entretanto, também podem se destacar como pragas de espécies florestais e algumas culturas agrícolas, como milho, cana-de-açúcar, arroz, mandioca, entre outras. O principal dano causado pelos cupins é conseqüência da sua capacidade de digerir celulose: são os principais agentes biológicos de degradação de madeira. Além disso, várias espécies de cupins são pragas agrícolas nos trópicos, alimentando-se de várias partes de plantas cultivadas, incluindo cana-de-açúcar, eucalipto, amendoim, frutíferas e outras. Sua expansão é facilitada pelo transporte de madeira pelo homem de uma região para outra e pelas condições favoráveis encontradas em cidades. O controle de cupins é feito quase que exclusivamente com produtos químicos com emprego de iscas atrativas, que baseiam-se no princípio da transmissão de agentes químicos ou microbianos diretamente para insetos atraídos, visando atingir toda a colônia (ALMEIDA et. al., 1994; 1998). Contrapondo-se a inúmeras vantagens apresentadas pela madeira e seus derivados, determinantes para a sua ampla utilização, existe a biodeterioração, pois segundo OLIVEIRA et al. (1986), a madeira é um material de origem orgânica e como tal está sujeita à deterioração por agentes biológicos (fungos, bactérias , insetos e brocas marinhas). Os organismos biodeterioradores apresentam

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Page 1: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

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INTRODUÇÃO

Os cupins ou térmita são insetos eusociais da ordem Isoptera, com cerca de

2.800 espécies catalogadas no mundo. No Brasil, as principais famílias encontradas

são: Kalotermitidae, Termopsidae, Rhinotermitidae, Termitidae e Serritermitidae,

entre as quais apenas Kalotermitidae, Rhinotermitidae e Termitidae são

economicamente importantes (GALLO et al., 2002). Os cupins podem ser

considerados insetos benéficos, pois atuam na decomposição da matéria orgânica e

colaboram na ciclagem dos nutrientes e na aeração do solo. Entretanto, também

podem se destacar como pragas de espécies florestais e algumas culturas agrícolas,

como milho, cana-de-açúcar, arroz, mandioca, entre outras.

O principal dano causado pelos cupins é conseqüência da sua capacidade de

digerir celulose: são os principais agentes biológicos de degradação de madeira.

Além disso, várias espécies de cupins são pragas agrícolas nos trópicos,

alimentando-se de várias partes de plantas cultivadas, incluindo cana-de-açúcar,

eucalipto, amendoim, frutíferas e outras. Sua expansão é facilitada pelo transporte

de madeira pelo homem de uma região para outra e pelas condições favoráveis

encontradas em cidades. O controle de cupins é feito quase que exclusivamente

com produtos químicos com emprego de iscas atrativas, que baseiam-se no

princípio da transmissão de agentes químicos ou microbianos diretamente para

insetos atraídos, visando atingir toda a colônia (ALMEIDA et. al., 1994; 1998).

Contrapondo-se a inúmeras vantagens apresentadas pela madeira e seus

derivados, determinantes para a sua ampla utilização, existe a biodeterioração, pois

segundo OLIVEIRA et al. (1986), a madeira é um material de origem orgânica e

como tal está sujeita à deterioração por agentes biológicos (fungos, bactérias ,

insetos e brocas marinhas). Os organismos biodeterioradores apresentam

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características morfológicas, fisiológicas e comportamentais especiais que os tornam

capazes de utilizar a material lignocelulolítico como substrato, abrigo e alimento.

Nesse contexto, destaque especial é dado aos cupins ou térmitas que, por causa da

capacidade de digerir celulose proporcionada por fauna microbiológica simbionte

presente em seu intestino, são atraídos por todo o material de origem celulósica,

como a madeira em seu estado bruto, papel, tecidos e outros (GRASSÉ, 1982;

OLIVEIRA et al., 1986).

Os danos causados, por cupins em construções, trazem enormes prejuízos,

pois, de maneira geral, são percebidos quando já causaram grande

comprometimento estrutural. Os custos, com o controle curativo e recuperação das

construções, é alto. No Brasil, existem poucas espécies de cupins considerados

prejudiciais cuja biologia é pouco conhecida, por isso, EDWARDS & MILL(1986),

LELIS (1995) e WALLER e LA FAGE (1986) torna-se portanto,a necessidade da

realização de estudos que contribuam para o conhecimento da biologia desses

insetos, sobre as principais espécies que causam danos em áreas urbanas, bem

como sobre as que apresentam potencial de se tornarem pragas, e a sua

distribuição.

Apesar dos térmitas pertencerem a um dos grupos animais mais bem-

sucedidos do planeta, poucas espécies têm tido sucesso na transição do ambiente

natural para o ambiente urbano e o sucesso de algumas espécies tem sido

relacionado a sua habilidade em se adaptar às mais variadas condições existentes

em meio urbano (ROBINSON, 1996). WALLER & LA FAGE (1986) alguns

pesquisadores acreditam que a eliminação de competição e a eliminação dos

predadores pelo homem facilitaram a proliferação dos térmites em áreas

urbanas.Segundo (LELIS 1999), a densidade e a proximidade das edificações em

grandes cidades, como ocorre em São Paulo, facilitam a infestação por cupins

subterrâneos que estão presentes em árvores de praças e jardins e em grandes

parques.

No Brasil, os ataques mais freqüentes às edificações urbanas têm sido

ocasionados por cupins pertencentes a dois grupos: cupins subterrâneos e cupins

de madeira seca (LELIS, 1976). As colônias de cupins de madeira seca, segundo

MARER (1991), pertencem à família Kalotermitidae e infestam madeira seca, não-

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apodrecida, estrutural, móveis, ramos de árvores vivas em locais sombreados,

árvores em pomares, postes e madeiras armazenadas. Com base nessas áreas,

reprodutores alados migram para novas construções e outras estruturas em dias

ensolarados nos meses chuvosos. Segundo MARER (1991), as colônias desses

cupins geralmente são pequenas e são capazes de viver em pequenas peças de

madeira que podem ser acidentalmente transportados pelo homem implicando na

sua ampla área de distribuição.

O uso de fungos como controle biológico contra pragas agrícolas vem se

intensificando nos últimos anos, uma vez que em muitas situações pode substituir

com vantagens o controle químico, devido a proibição do uso de inseticidas

clorados, a partir de 1985, outros produtos passaram a ser utilizados, além do

incremento na pesquisa de agentes de controle biológico, buscando um controle

mais racional e menos prejudicial ao homem e ao ambiente (ZANETTI et al., 2002).

Por outro lado o fungo Pycnoporus sanguineus é degradador de madeira

atuando principalmente na degradação da lignina, deixando ao final um complexo de

celulose, esbranquiçado em forma de faixas ou listras brancas, separadas por zonas

de madeira sã, de cor normal, sendo por isso chamado de fungo causador de

podridão branca (CASTRO E SILVA, 1996).

Vários estudos vêm sendo realizados sobre o potencial de uso de compostos

produzidos pelo P. sanguineus contra ação de bactérias patogênicas, vírus, para

biorremediação de solo poluídos e produção de enzimas de interesse industrial

(ZULFADHLY; MASHITAH; BHATIA, 2000). Uma nova fonte de -amilase foi

identificada em Pycnoporus sanguineus,(PUTZKE, 2002; SIAU, 1984; SJÖSTROM,

1981). Na realidade este fungo possui um “pool” enzimático que de acordo com

Castro e Silva et al, (1993), estudando uma cepa amazônica deste fungo é

composto por enzimas dos grupos das oxidativas e hidrolíticas como, por exemplo,

a lignina-peroxidase, peroxidase, lacase- Mn-peroxidades, -glicosidase, celulase e

xilanase

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Por tanto, a presente pesquisa objetiva avaliar o potencial térmiticida do

extrato bruto obtido a apartir do carpóforo de Pycnoporus sanguineus (L.F.) MURR,

utilizando diferentes solventes e metodologias de extração dos compostos bioativos.

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2 OBJETIVOS:

2.1 GERAL

Avaliar o potencial do extrato bruto obtido a partir do carpóforo do fungo

amazônico Pycnoporus sanguineus (L.F.) MURR em atividade térmiticida.

2.2 ESPECÍFICOS

Verificar a ação dos extratos aquoso e etanólico em diferentes concentrações

obtidos a partir do fungo Pycnoporus sanguineus em atividade termiticida.

Avaliar os diferentes processos de extração dos compostos bioativos do

carpóforo

Avaliar a toxicidade através da metodologia de pulverização do extrato , uso

de corpo de prova de material lignocelulósico e técnica de embebição dos

extratos.

Avaliar o potencial de repelência dos extratos através de construção de

arenas de acordo com a metodologia proposta por Rosales, (2001).

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 OS CUPINS

Todos os Isoptera conhecidos são eussociais e diferem dos outros insetos sociais

por apresentarem vários tipos morfológicos ou castas que apresentam divisão de

trabalho e funções biológicas diferentes, são de ambos os sexos, diplóides e

desenvolvimento hemimetábolo, onde os jovens também participam do trabalho

colonial (LELIS et al.,2001;COSTA-LEONARDO, 2002; GALLO et al., 2002).

A maioria das espécies de cupim não causa prejuízo ao homem, porque são

importantes invertebrados dominantes nos ambientes terrestres tropicais, desde

florestas úmidas até mesmo regiões áridas, degradando madeira, ciclando os

nutrientes e participando da manutenção e recuperação do solo (LEE e WOOD,

1971; FONTES, 1998).

Até o momento foram descritas 2 866 espécies, ocorrendo aproximadamente 550

espécies na região neotropical, divididas entre Termitidae (381 spp), Kalotermitidae

(130spp), Rhinotermitidae (29 spp), Serritermitidae (3 spp) e Termopsidae (1 spp).

Os cupins são pragas representados por aproximadamente 80 espécies no mundo

das quais cerca de 30espécies no Brasil, sendo 12 espécies agrícolas e 21 espécies

urbanas (CONSTANTINO,2009).

Os cupins ou térmitas são mais conhecidos por sua importância econômica

como pragas de madeira e de outros materiais celulósicos. Também têm atraído a

atenção de cientistas devido ao seu singular sistema social. Além de provocar

considerável dano econômico em áreas urbanas e rurais, esses insetos também são

importantes componentes da fauna de solo de regiões tropicais, exercendo papel

essencial nos processos de decomposição e de ciclagem de nutrientes ( KRISHNA e

WEESNER, 1970).

Os Kalotermitidae são cupins considerados primitivos, que são capazes de

viver em madeira seca sem contato com o solo e nunca constroem ninhos. As

colônias de cupins de madeira seca, segundo MARER (1991), pertencem à família

Kalotermitidae e infestam madeira seca, não-apodrecida, estrutural, móveis, ramos

de árvores vivas em locais sombreados, árvores em pomares, postes e madeiras

armazenadas.

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Com base nessas áreas, reprodutores alados migram para novas construções

e outras estruturas em dias ensolarados nos meses chuvosos e as colônias desses

cupins geralmente são pequenas e são capazes de viver em pequenas peças de

madeira que podem ser acidentalmente transportados pelo homem implicando na

sua ampla área de distribuição, cupins pertencentes a esse grupo têm baixo

requerimento de umidade e possuem grande tolerância às condições secas por

períodos prolongados (MARER, 1991).

A água pode ser obtida diretamente da madeira que, mesmo sendo em

pequena quantidade é o suficiente graças a mecanismos especiais desenvolvidos

para reduzir a perda de água (EDWARDS e MILL, 1986; WALLER e LA FAGE, 1986

e RUDOLPH et al., 1990).

Os Rhinotermitidae são na maioria subterrâneos e se alimentam de madeira,

e alguns deles são pragas importantes. Serritermitidae até recentemente continha

uma única espécie, Serritermes serrifer, que ocorre apenas no Brasil. A família

Termitidae é bastante diversificada, e compreende cerca de 85% das espécies de

cupins conhecidas do Brasil. Dentre os Termitidae, alguns atuam em madeira,

folhas, de húmus, e também cultivadores de fungo (que não ocorrem no Brasil), e

muitos constroem ninhos grandes e complexos ( BERTI-FILHO; 1995 e

Fontes;1998).

Nos ecossistemas naturais, os cupins ocupam a posição de consumidores primários,

pois atuam na trituração, decomposição, humificação e mineralização de uma

grande variedade de material orgânico de origem celulósica. Exercem um papel

fundamental no funcionamento de vários ecossistemas atuando na ciclagem de

nutrientes e disseminação de bactérias e fungos, além de servir de alimento para

uma grande variedade de animais, tais como formigas, aranhas, pássaros e

mamíferos, contribuindo para a formação da base da cadeia alimentar (FONTES,

1998; COSTA-LEONARDO, 2002; UNEP/FAO/GLOBAL,2008).

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3.2 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DOS CUPINS

Os cupins são insetos sociais polimórficos que constroem seus ninhos,

chamados cupinzeiros ou termiteiros, para proteção da colônia, armazenamento de

alimento e manutenção de condições ótimas para o desenvolvimento dos indivíduos.

Todas as espécies de cupins vivem em colônias mais ou menos populosas

(permanentes). As colônias são formadas por castas de indivíduos ápteros e alados.

Além das formas jovens, existem duas categorias de formas adultas. A primeira é

formada pelos reprodutores alados, machos e fêmeas, que abandonam o cupinzeiro

para fundar novas colônias.

A segunda categoria é composta por formas ápteras, de ambos os sexos,

mas estéreis, são os operários e os soldados. São insetos mastigadores que se

desenvolvem por paurometabolia. Os ovos são colocados soltos e as ninfas recém-

eclodidas são muito semelhantes nesse primeiro ínstar. A partir do segundo ínstar

no entanto, elas diferem em dois tipos principais: ninfas de cabeça pequena, que

darão origem aos indivíduos da casta reprodutora, e ninfas de cabeça grande, que

darão origem aos indivíduos estéreis das castas das operárias e soldados. Os

operários são de coloração branca ou amarelo pálida, geralmente desprovidas de

olhos compostos e de ocelos. Constituem a maior parte da população do cupinzeiro

e desempenham todas as funções da colônia, exceto a da procriação. Os soldados,

usualmente cegos, são semelhantes aos operários dos quais diferem por terem a

cabeça mais volumosa, de coloração marrom amarelada, e as mandíbulas mais

desenvolvidas, embora não sirvam para mastigação. A função dos soldados é a

defesa da colônia, colaborando também no trabalho dos operários. Em espécies

primitivas encontram-se apenas as formas sexuadas e os soldados, sendo que as

ninfas funcionam como operárias. ( BERTI-FILHO; 1995; e FONTES;1998).

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3.3 AS COLÔNIAS E CARACTERÍSTICAS DA ANATOMIA EXTERNA DOS

CUPINS

As novas colônias iniciam-se, de modo geral, com os reprodutores alados que

em revoada deixam a colônia-mãe, em igual número de machos e fêmeas

(permanecem no termiteiro por até 3 meses antes da revoada). Na época da

revoada os alados tornam-se fototropicos positivos e começam a abandonar o

termiteiro por aberturas laterais feitas pelas operárias (COSTA-LEONARDO, 2002)..

A época de revoada varia de acordo com a espécie e com a região onde

situa-se a colônia-mãe. Geralmente ocorrem no crepúsculo de dias claros ou em

dias chuvosos, nos meses de agosto a outubro. O alcance do vôo é pequeno,

algumas dezenas de metros, porém maiores distâncias podem ser alcançadas com

o auxílio do vento. O primeiro evento, após a aterrissagem dos alados, é a perda das

asas, que se quebram ao longo de uma linha basal de menor resistência. A revoada

de cupins difere de abelhas e formigas, pois os cupins alados, ao saírem do ninho,

ainda são sexualmente imaturos.

A primeira cópula só ocorre após os cupins terem perdido as asas e se

estabelecido num local. Depois de perderem as asas os cupins tornam-se

fototrópicos negativos e extremamente tigmotópicos, isto é, necessitam estar em

contato com madeira ou o solo. Após esta fase, cada fêmea, com seu macho,

formam o casal real, iniciando em seguida a escavação de uma galeria, que termina

numa cavidade mais ampla, chamada câmara nupcial, onde após alguns dias ocorre

a primeira cópula e a fêmea coloca os primeiros ovos.

Cerca de um mês depois, aparecem as primeiras formas jovens, que serão

criadas pelo casal real. Quando estas formas jovens começarem a se locomover, o

casal real passa a ter apenas a função de procriar e o macho fecunda a fêmea

periodicamente; o casal real permanece na câmara nupcial que é alargada pelos

operários para acomodar o corpo da fêmea, cujo abdômen pode atingir até 2.000

vezes o volume do resto do corpo.

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A capacidade de postura da rainha é variável com a espécie e a idade da

rainha. A taxa de oviposição pode variar de 12 ovos/dia nas espécies mais primitivas

a 30.000 nas espécies mais evoluídas. Quanto ao número de indivíduos na colônia,

também depende da espécie, cerca de 1.000 indivíduos nas espécies primitivas,

podendo chegar a milhões nas espécies mais evoluídas (como as da família

Termitidae).

A anatomia externa dos cupins é descrita em três partes ( BERTI-FILHO;1995

e FONTES; 1998).

Cabeça - livre, de forma e tamanho variáveis. Olhos compostos nas

formas aladas (com dois ocelos), e atrofiados nas formas áptera.

Antenas simples, monoliformes, contendo de 9 a 32 antenômeros,

inseridas nos lados da cabeça, acima das bases das mandíbulas.

Aparelho bucal mastigador, mandíbulas bem desenvolvidas

(principalmente nos soldados).

Tórax - um pouco achatado, pronoto com ou sem projeção anterior em

forma de sela, protórax distinto e livre, mesotórax e metatórax unidos.

Pernas ambulatóriais, tarsos pequenos de 4 artículos. Dois pares de

asas membranosas, com nervações simples, nos indivíduos alados.

Quando em repouso as asas ficam sobre o abdômen.

Abdômen - volumoso, aderente ao tórax, com 10 segmentos, 1 par de

cercos no último segmento e 1 par de estilhetes subanais no 9o

segmento, geralmente presente em todas as formas, exceto nas

formas aladas.

3.4 O USO DE INSETICIDAS ORGANOCLORADOS NO CONTROLE DE

TÉRMITAS

Nos levantamentos realizados pelo IAA/ PLASULCAR, em 1985 foram gastos

aproximadamente 150 toneladas de princípios ativos clorados para o controle de

térmitas que totalizaram aproximadamente 250.000 hectares e 83 ficam localizadas

nos Estado de São Paulo (PIZZANO,1995)

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Os produtos mais eficientes para o controle de térmitas têm como

características permanecerem no solo por longo período de tempo, daí a excelente

atividade dos produtos térmiticidas organoclorados. Depois da proibição da

fabricação, comercialização e uso dos organoclorados houve um incentivo nas

pesquisas voltado para o controle de térmitas. Posteriormente o desenvolvimento de

novos produtos e desenvolvimentos de iscas artificiais vem gradativamente

substituindo os mecanismos convencionais, aumentando a eficiência e praticidade

do controle e diminuindo custos (MACEDO et al., 1995).

Novos térmiticidas se destacam como é o caso o fipronil e o imidaclopride

que tem se revelado mais seguros para o ambiente que os produtos primeiramente

utilizados (BERTI FILHO,1995).

3.4.1 A utilização de iscas atrativas no controle de térmitas

Outra maneira para o controle de térmitas vem sendo bastante difundida que

é a de uso de iscas atrativas com inseticidas e/ou entomopatógenos. O uso de iscas

de ação lenta (slow acting) em armadilhas baseia-se em que uma colônia inteira de

térmitas possa ser eliminada com somente uma parcela das galerias tratadas,

devido o agente tóxico ser distribuído por toda a colônia graças a interação social

dos térmitas (trofalaxia e lambimento) com os operários expostos por ocasião do

forrageamento (SU et al., 1987)

Outro aspecto positivo é a redução drástica na quantidade de inseticida

utilizada isso em comparação com as aplicações de solo (SU E SCHEFFRAHN,

1991).

Novos produtos térmiticidas cujos princípios ativos apresentam características

diferentes dos organoclorados e bastante seguros ao meio ambiente , já encontram-

se a disposição no mercado brasileiro, estão devidamente registrados para seu

emprego na agricultura , como por exemplo o isasofos (Miral) e o fipronil (Regent )

(MACEDO, 1995).

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Como o método de iscas gasta-se o mínimo de inseticida e patógenos para

eliminar uma grande parcela de insetos que são atraídos pelas iscas (ALVES e

ALMEIDA,1995). Segundo estes autores em experimento de campo já se

demonstrou que uma unidade de armadilha TermitrapR pode atrair até 15000

insetos , entre operários e soldados .

3.5 OS NASUTITERMES

A grande maioria das espécies pertencentes ao gênero Nasutitermes

(termitidae) é endêmica, principalmente na região neotropical. São principalmente

xilófagos e forrageiam o solo à procura de madeira morta, preferencialmente seca e

em decomposição. As espécies que ocorrem na América do Sul nidificam em

qualquer tipo de formação vegetal ,matas, florestas, caatingas, parques, etc. (Pizano

et al. 1990)

Muitas espécies constroem ninhos arbóreos, que estão sempre em

comunicação com o solo, por meio de túneis que descem pelo tronco da árvore onde

seu ninho foi construído (MELO FILHO;1996)

Este comportamento demonstra evidências de evolução e especialização.

Poucas são as espécies deste gênero que modificam somente no solo. Algumas

espécies de Nasutitermes têm a tendência de construir ninhos vulgarmente

denominados cabeça de nego em galhos de árvores, indicando ser este o principal

local de formação da colônia, ainda que o casal real inicialmente nidifique no solo;

mais tarde a colônia acaba transferindo-se para locais acima do nível do mesmo

(FONTES ;1987)

Segundo Araújo (1958) esta praga foi constatada pela primeira vez no Brasil

em 1923. Portanto, trata-se de uma praga exótica. Atualmente, os grandes centros

urbanos do país, principalmente aqueles localizados em áreas litorâneas, estão

atualmente infestados por este cupim que ataca todo e qualquer tipo de material,

seja de origem vegetal ou não! Todavia, pouco se tem feito para controlá-lo.

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26

É necessário que as pessoas tomem conhecimento de que o cupim é como o

câncer, depois de instalado, a cura não é impossível, todavia, é muito difícil e

complicada.

Os cupins nativos têm sido um problema para a agricultura e o

reflorestamento. Entretanto, estão se adaptando às áreas urbanas, tanto é que

cidades históricas como Ouro Preto, Vassouras, Bananal, etc., já estão altamente

infestadas por Nasutitermes spp.

Assim sendo, os cupins do gênero Nasutitermes devem ser encarados como

mais uma preocupação para o homem, o qual tem contribuído demasiadamente

para o aumento das populações de colônias de espécies pertencentes a esse

gênero. Com a invasão do habitat natural desse cupim, o ser humano diminui a fonte

natural de seu alimento. Nesse sentido, em se tratando do gênero Nasutitermes, o

conceito de praga está equivocadamente adotado.

3.5.1 Nasutitermes tatarandae (Holmgren) (Termitidae)

Estudos de laboratório e de campo para realizar levantamentos de insetos

xilófagos e avaliar a durabilidade de espécies florestais da região Amazônica ao

ataque de insetos têm sido realizados pela Coordenação de Pesquisas de Produtos

Florestais do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, dentro do contexto da

caracterização tecnológica, com vistas a um melhor aproveitamento da madeira

(INPA/CPPF, 1991; 1993; Abreu & Bandeira, 1992; Jesus al., 1998; Abreu & Silva,

2000).

3.6 A MADEIRA

A madeira é uma fonte de carbono, rica em calorias que apresenta a

desvantagem de ser altamente insolúvel, devido ao alto grau de polimerização de

seus constituintes. Em vista disso, para que sirvam de fonte de energia para

microrganismos provocando manchas, emboloramentos, rachaduras e outras formas

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de degradação, estes constituites devem ser quebrados em moléculas menores e

solúveis em água (OLIVEIRA et al., 1986)

3.6.1 Preservação da madeira

A madeira pode ser deteriorada por agentes biológicos, por reações químicas

e muitos outros agentes. No decorrer de milhões de anos de evolução, a natureza

selecionou organismos que obtêm alimento direta ou indiretamente da madeira.

Entre eles, se incluem bactérias, fungos, insetos, moluscos e crustáceos, que

decompõem a madeira para utilizar os seus constituintes como fonte de energia.

Os agentes físicos e químicos atuam em conjunto com os biológicos na

madeira, acelerando o processo de deterioração. Destes agentes, os biológicos são

os de maior importância, sendo os fungos os responsáveis pela maior proporção de

danos causados à madeira.

3.6.2 Fatores que afetam a preservação de madeiras

De acordo com Castro e Silva, (2002), preservar uma madeira é, em primeira

análise, proporcionar o aumento da sua resistência frente aos organismos

deterioradores, através de aplicação de preservantes químicos. A seleção e a

aplicação adequada de um produto preservante é fundamental para conferir um

aumento na durabilidade natural da madeira (HENDERSON et al., 1997; PERALTA

et al., 2003; PERALTA et al., 2004; BRITO,2004).

Um produto químico para ser utilizado como preservativo de madeira tem de

satisfazer alguns requisitos:

a) Eficiência: deve apresentar-se tóxico à gama mais ampla possível de

organismos xilófagos. Deve ainda, para ser eficiente, permitir penetração profunda e

uniforme na madeira.

b) Segurança: deve apresentar toxidez baixa em relação a seres humanos e

animais domésticos, além de não aumentar as características de combustibilidade

inerentes à madeira.

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c) Permanência ou resistência à lixiviação: deve ser insolúvel em água ou

formar complexos insolúveis por meio de reação química com os componentes da

parede celular da madeira.

d) Custo: a madeira tem que apresentar competitividade com outros

materiais, dessa formas os preservativos devem ser eficientes e de baixo custo.

3.6.3 Estudos que visam o controle de térmitas no Brasil e no mundo

Estudos feitos por Green e colaboradores em 1997 avaliaram a diminuição do

dano de térmitas subterrâneos a concentrações de precipitados de cálcio

(naftaloilhidroxilaminas) em madeiras de Pinus sp., comparados à madeira tratada

com organoclorados. Os cupins causaram menos danos na madeira de Pinus em

concentração de 0,5% de precipitados de cálcio.

Métodos de campo estudados por Groot e colaboradores (1998) avaliaram o

declínio de estacas das madeiras de Pinus palustris, P. echinata, P. taeda e P.

elliottii pelo ataque de fungos e térmitas. Estes últimos parecem preferir atacar

inicialmente os tecidos jovens da madeira de todas as espécies testadas de Pinus,

degradando os tecidos mais antigos após os primeiros serem consumidos.

Mwalongo et al. (1999) em estudos na Tanzânia, avaliaram misturas de

extratos naturais como o tanino e composto derivado da semente da castanha de

caju, junto com pequenas quantidades de cobre. Os tratamentos foram suficientes

para conferir às madeiras uma boa resistência aos térmitas. As madeiras testadas

foram de Pinus ponderosa e de Populus tremuloide. Ambas, ao serem embebidas

com os produtos, tornaram-se resistentes ao ataque de cupins. Os autores

ressaltaram que os compostos não matam os cupins, mas são repelentes a eles.

Logo, por utilizar apenas uma pequena porção de produtos cúpricos, esta mistura

pode ser uma tecnologia ambientalmente correta, comparada aos produtos

convencionais de controle dos cupins.

Indrayan et al. (2000) avaliaram a resistência da madeira do pinheiro

indonésio (Pinus merkusii) e da madeira de pinheiro americano (Pinus taeda),

submetidas a dois tratamentos químicos (acetilação e tributiltin acrilato

Page 16: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

29

polimerizado), ao ataque de Cryptotermes cynocephalus (cupim-da-madeira-seca).

Como resultados obtidos, ambos os produtos foram eficientes no controle de

térmitas com percentagens de mortalidade média de 97,1 % para as amostras dos

ensaios com acetilação e de 100 % para as de tributiltin acrilato polimerizado, contra

apenas 40,89% de mortalidade para as amostras testemunha (sem aplicação de

nenhum produto).

Barillari (2002) observou a durabilidade de madeira de Pinus (P. elliottii, P.

caribaea, P. oocarpa e P. kesyia) submetidas a cinco diferentes tratamentos contra

agentes biológicos durante 21 anos no estado de São Paulo - BR. A autora

encontrou três famílias de cupins (Termitidae, Kalotermitidae e Rhinotermitidae)

atuando na degradação das madeiras tratadas. Os Pinus sem tratamento tiveram

uma vida média de menos de 1 ano. Os tratamentos com teores mais elevados de

inseticida proporcionaram maior durabilidade à madeira dos Pinus. Não houve

diferença de durabilidade referentes às espécies de pinheiros.

Smith et al. (2003) compararam o ataque do cupim subterrâneo “formosan

termite” (Coptotermes formosanus) à madeira de duas pináceas: Pinus sylvestris e

Picea abies, tratadas por aplicação de óleos a alta temperatura e apenas alta

temperatura. Os autores observaram que a madeira do Pinus foi a mais resistente

ao ataque, porém apenas as amostras que receberam óleo e temperaturas elevadas

tiveram alguma resistência ao cupim.

Estudos conduzidos por Brenton e Creffield (2004) em duas regiões de

campos na Austrália avaliaram a resistência da madeira de duas espécies de Pinus

(Pinus radiata e Pinus elliottii) ambas tratadas com deltamethrin e permethrin, contra

os danos do térmita Coptotermes acinaciformis, considerado uma das espécies

economicamente mais danosas do país. Em ambas regiões estudadas, todas as

amostras das madeiras apresentaram início de ataque do cupim; contudo, os

tratamentos mostraram-se eficientes, tendo apenas 0,002 a 0,02 % de massa

retirada pelos insetos.

Barros et al. (2006) compararam, em laboratório, a mortalidade de cupins

Cryptotermes brevis em madeira de Pinus sp. tratada com diferentes extratos de

plantas cítricas. Com alguns extratos houve mortalidade total dos cupins,

Page 17: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

30

demonstrando bom potencial como controlador alternativo de cupins-da-madeira-

seca.

Rech et al. (2006) observaram o efeito da repelência de concentrações

variadas de dois extratos industriais de ceras cítricas: um derivado de limeira-ácida

(Citrus latifolia) e o outro de laranjeira (Citrus sinensis), aplicados em cavacos de

Pinus sp. expostos à C. brevis. Os resultados mostraram efeito preservante de todas

concentrações do extrato da limeira-ácida, ao passo que todos os cavacos tratados

com extrato da laranjeira foram consumidos pelos cupins durante a pesquisa. Logo,

a cera de limeira-ácida apresenta potencial como repelente na resistência da

madeira de Pinus ao ataque de Cryptotermes brevis.

Stumpp et al. (2006) observaram o efeito de preservantes a base de

mineralizantes e extratos de plantas em madeiras de Araucaria angustifolia, Pinus

spp. e Eucalyptus grandis. Todos os produtos testados ocasionaram a mortalidade

dos cupins nos três gêneros de madeira testados, sendo que alguns ensaios

chegaram a 100 % de controle, como o óleo de mamona para o Pinus.

Madeiras de Pinus banksiana e de Pinus sylvestris foram submetidas a

amplitudes térmicas e também tratadas com um produto a base de cobre alcalino

quaternário objetivando a resistência a um fungo decompositor e ao cupim

subterrâneo Reticulitermes flavipes. As amostras de Pinus sylvestris submetidos

apenas a amplitudes térmicas não resistiram com sucesso ao ataque de térmitas

(Shi et. al. 2007).

3.7 OS FUNGOS

Os fungos são organismos eucariotos que diferem das bactérias em tamanho,

genoma e em muitas das suas funções celulares que são típicas de organismos

complexos ao invés de simples células bacterianas. Apresentam crescimento celular

vegetativo na forma de micélio seguido pela mudança da forma e estrutura

(morfogênese) com a formação de espórios assexuados e sexuados. Para a maioria

dos propósitos biotecnológicos fungos são crescimentos vegetativos associados

com a divisão nuclear mitótica (CASTRO E SILVA et al., 2002).

Page 18: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

31

Estão amplamente distribuídos na natureza, podendo ser encontrados na

água, no ar atmosférico, no solo, sobre os animais e vegetais vivos parasitando-os,

na matéria orgânica em decomposição, nos produtos alimentícios e produtos

industriais. São os mais efetivos biodegradadores de materiais lignocelulósicos na

natureza, mais especificamente os fungos causadores de decomposição (podridão)

branca, pois degradam todos os componentes da madeira (celulose, hemicelulose e

lignina). (CASTRO E SILVA e AGUIAR, 2001; OLIVEIRA et al., 1986).

De acordo com Silveira, (1981) os fungos utilizam três principais estratégias

na metabolização de compostos orgânicos:1-utilizam-se de reações de

transformações; 2- realizam a conversão de substâncias químicas orgânicas para

dióxido de carbono e 3- fazem a incorporação de químicos orgânicos como única

fonte de carbono e energia para crescimento e formação de dióxido de carbono.

Quase todos os fungos, quando cultivados em condições favoráveis e

abundância de alimentos de fácil assimilação, crescem rapidamente formando

abundante micélio, e quando as condições tendem a deter o crescimento por falta de

alimentação eles formam os corpos frutíferos (SILVEIRA, 1981).

Entre os fungos decompositores de madeira, existem aqueles que são únicos

entre os eucariotes por desenvolverem métodos não específicos para a degradação

da “lignina” (fungos de podridão-branca) encontrado na parede celular e em outras

estruturas das células xilemáticas (KIRK et al., 1976). A degradação da lignina é

essencialmente um processo metabólico secundário que não é necessário para o

principal processo de crescimento (os fungos de podridão-branca não usam a lignina

como fonte de carbono para o seu crescimento).

3.7.1 Os Basidiomycotas

São fungos de micélio septado, que se reproduzem por esporos exógenos

(basioósporos) formados sobre uma hifa especial denominada basídia. Em muitas

espécies, os basídios reúnem-se em corpos de frutificação com forma característica,

o basidiocarpo (conhecido popularmente como cogumelo), onde os basídios

constituem, juntamente com células estéreis, o himênio. Outras espécies não

Page 19: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

32

produzem basidiocarpos. Em muitas delas, o basídio sempre se desenvolve a partir

de um esporo que germina (SILVEIRA, 1981).

Os Basidiomicetos são divididos em três subclasses (Holobasidiomycetidae,

Phragmobasidiomycetidae e Teliomycetidae), de acordo com o tipo de basídio que

produzem. Os Holobasidiomycetidae possuem basídios inteiros, isto é, não-

septados, freqüentemente reunidos em basidiocarpos bem-desenvolvidos. Quase

todos os fungos comestíveis conhecidos e também inúmeros fungos venenosos

pertencem a essa subclasse. Entre os primeiros, podemos citar o tão apreciado

champignon (Agaricus sp.) e o parasol (Macrolepiota procera), entre os venenosos

as espécies de Amanita ou Inocybe patoullardi. Psilocybe mexicana produz os

alucinógenos psilocibina e psilocina, usados em rituais religiosos indígenas. Além

destes, as orelhas-de-pau, muitos fungos de micorriza e importantes fungos de

madeira, muitos dos quais causam enormes prejuízos econômicos, figuram entre os

Holobasidiomycetidae (SILVEIRA, 1981).

A última subclasse dos Basidiomicetos, Teliomycetidae, caracteriza-se pela

produção de esporos com parede espessada, os teliósporos, nos quais ocorre a

cariogamia. As duas ordens que constituem essa subclasse são de enorme

importância econômica, pois reúnem alguns dos principais patógenos das culturas

agrícolas. São as temidas ferrugens - dentre as quais merecem menção os gêneros

Puccinia, Gymnosporangium e Cronartium - e outros parasitas, entre eles o Ustilago

maydis, que ataca o milho e forma galhas características negro-pulverulentas, razão

pela qual recebe popularmente o nome de carvão de milho (SILVEIRA, 1981).

3.7.2 Os Fungos e suas Aplicações

Alguns fungos filamentosos têm em comum a habilidade de produzir enzimas

úteis na bioconversão da madeira, como por exemplo, no pré-tratamento biológico

de cavacos de madeira na indústria de papel e celulose, o que permite a economia

de energia no processo mecânico e termomecânico de produção de pasta

celulósica. Linhagens do fungo Chrysonilia sitophila, por exemplo, o qual exibe um

alto teor de proteína e atividades celulolíticas e ligninolíticas, têm sido testadas em

Page 20: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

33

estudos de produção de proteínas a partir de casca de arroz pré-tratadas e celulose

pré-tratada fotoquimicamente (DURÁN et. al., 1987; DURÁN et al., 1988).

Outro aspecto importante dos fungos filamentosos é o seu potencial para a

produção de antibióticos, tais como cefalosporina (Cephalosporium acremonium),

griseofulvina (Penicillum griseofulvis) e penicilinas (Aspergillus nidulans,

Cephalosporium acremonium).

Entre os fungos decompositores de madeira, existem aqueles que são únicos

entre os eucariotes por desenvolverem métodos não específicos para a degradação

da “lignina” (fungos de podridão-branca) encontrada na parede celular e em outras

estruturas das células xilemáticas (KIRK et al., 1976). A degradação da lignina é

essencialmente um processo metabólico secundário que não é necessário para o

principal processo de crescimento (os fungos de podridão-branca não usam a lignina

como fonte de carbono para o seu crescimento).

A despeito do grande potencial micológico da Amazônia pouco ou quase

nenhum estudo tem sido feito na área de enzimas com potencial industrial advindas

de fungos amazônicos. Atualmente, a medida que olhamos o ambiente como um

todo, temos a necessidade de compreender detalhe do funcionamento do “bio”

componente, o que por sua vez , tem possibilitado o desenvolvimento de novas

atividades industriais, referidas como biotecnologias ambientais” ( VANDEVIVERE e

VERSTRAETE, 2001).

3.7.3 O Pycnoporus sanguineus

O fungo Pycnoporus sanguineus, um orelha de pau, pertence à família

Polyporaceae. Esta família provavelmente, mais que qualquer outra, é responsável

pela maioria das podridões de madeira, contra o qual se ocupam os preservadores

da madeira que empregam grande quantidade do dinheiro da indústria

(ALEXOPOULOS, 1996).

Quanto a sua morfologia, o corpo frutífero do P. Sanguineus (Figura 01)

apresenta-se como carpóforo anual, semelhante à cortiça, mas bem delgado e tanto

flexível, apresentando um himênio enrugado, com tubos ou poros em sua face

Page 21: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

34

inferior, de aspecto vermelho-alaranjado, o que lhe dá o nome popular de laranjinha

(MADHOSING, 1942; GILBERTSON & RYVARDEN, 1987).

Figura 01: Corpo Frutífero de Pycnoporus

sanguineus

Foto: Andrey Azedo (2010)

Segundo Nobles e Frew (1962), o crescimento deste fungo em cultura, é em

média moderadamente rápido, as placas geralmente ficam completamente cobertas

em três semanas, raramente requerendo quatro semanas. A zona de crescimento é

plana levemente elevada e fofa como finos flocos de algodão, fina e transparente

com algumas áreas brancas opacas. Na maioria das culturas a cor começa a

aparecer após uma ou duas semanas, como grânulos ou poros vermelho-alaranjado

suave a alaranjado forte.

Page 22: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

35

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. COLETA DOS BASIDIOCARPOS

A linhagem utilizada neste estudo foi do fungo Pycnoporus sanguineus

(L.F.) MURR , pertencente a classe basidiomycota. A coleta do material biológico foi

durante o período de verão na Comunidade do Maranhão a aproximadamente 100

Km do Município de Parintins-AM ( Figura 02). Os carpóforos foram armazenados

em sacos de papel e mantidos em temperatura de 300C no Laboratório de Biologia

do CESP-UEA.

Figura 02: Mapa do município de Parintins, indicando o local da coleta dos

basidiocarpos.

Fonte: portalamazonia.globo.com

4.2 PREPARAÇÃO DOS EXTRATOS

Foi utilizado dois extratores (solventes) para retirada dos componentes

bioativos do carpóforo. Estes foram primeiramente selecionados e desidratados em

temperatura de 40 0C na estufa e posteriormente triturados em moinho de facas e

passados em peneira de 60 mesh. Para cada 100 gramas do material biológico

triturado foi acrescido 450 mL do solvente e utilizado extrator Soxhlet para extração

à quente, no tempo médio de 8 horas, utilizando-se solventes com diferentes

Page 23: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

36

gradientes de polaridade: etanol (C2H6O) e água (extrato aquoso) e em seqüência

crescente de polaridade ( Figura 03)

Figura 03: Extrator soxhlet contendo o carpóforo triturado.

Foto: Andrey Azedo ( 2010 )

Também foi realizada extração ultra sônica nas proporções de 100g do

material biológico triturado acrescido de 450 mL do solvente e levado ao ultra-som à

temperatura de 50 ºC (não foi usada temperatura maior do que 68ºC , devido a

movimentação da água, que quando entra em ebulição, diminui os efeitos do ultra-

som.) e testado os seguintes tempos: 15 min, 25min e 40min de extração ( Figura

04).

Figura 04: Extrator ultra-sônico contendo o carpóforo triturado.

Foto: Andrey Azedo ( 2010 )

Page 24: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

37

Para o extrato a frio foi obedecido as mesmas proporções de material

biológico e de solvente (100g para 450 ml) e deixado em repouso por um período de

72h em um recipiente âmbar para evitar as possíveis reações químicas com a luz

(Figura 05).

Figura 05: Extração á frio período de 72h.

Foto: Andrey Azedo ( 2010 )

Os extratos obtidos foram concentrados em evaporador rotativo à pressão

reduzida, observando-se o ponto de ebulição de cada solvente (etanol= 78,5 ºC,

água= 100 ºC), Após a evaporação rotativa dos extratos, isto para todos os

processos de extração dos princípios ativos do carpóforo (soxhlet; ultra-sônico e a

frio) os rendimentos, foram pesados, etiquetados e armazenados em câmara

refrigerada a temperatura de 4 ºC , até a realização dos bioensaios ( Figura 06).

Figura 06: Evaporador rotativo contendo os extratos .

Foto: AndreyAzedo (2010)

Page 25: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

38

4.3 REALIZAÇÃO DOS BIOENSAIOS.

Para a realização dos bioensaios utilizou-se cupins do gênero Nasutitermes

tatarandae, coletados no perímetro urbano do município de Parintins ,o

delineamento experimental foi inteiramente casualizado. As avaliações das

atividades dos extratos obtidos a partir de extratores e técnicas de extração

diferentes dos basidiocarpos dos fungos, afim de verificar a toxicidade e repelência

dos extratos frente a Nasutitermes tatarandae (Holmgren) (Termitidae), os bioensaio

ocorreram em triplicatas e as concentrações dos extratos testadas foram de: 0,5%,

1%, e 2% (Figura 07).

Figura 07: Preparo das concentrações dos extratos

0,5%,1% e 2%.

Foto: Andrey Azedo (2010)

4.3.1 Bioensaio 1 (Toxicidade dos extratos pulverizados)

Térmitas: Os cupins foram coletados de ninhos e partes diversas de árvores

de diferentes espécies, assim como de residências. Para evitar o estresse, os cupins

foram coletados somente próximos ao período do bioensaio e armazenados em

tubos de ensaio.

Page 26: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

39

Ensaio: O ensaio foi realizado em placas de Petri descartáveis, 90x15mm,

após acondicionar os cinquenta espécimes de térmitas por placa, foi pulverizado a

uma distancia de 15cm, 5ml dos extratos nas triplicatas para observação da

atividade dos extratos sendo que para todas as concentrações usadas, sempre

utilizou-se uma placa controle pulverizando na mesma proporção de água destilada.

Em seguida, as placas foram levadas para um termiteiro experimental medindo 1,5m

de altura, 2m de comprimento e 1m de diâmetro e dividido em seis prateleiras e todo

confeccionado em TNT para simular as condições reais de um termiteiro, onde

foram mantidas em 280C e umidade relativa em torno de 85-92%. Os bioensaios

ocorreram sob condições de laboratório com temperaturas ambiente de 28 2ºC e

umidade relativa em torno de 85-92%. Para avaliar o resultado da toxicidade dos

extratos pulverizados foi realizada contagem em um intervalo de tempo de 4 horas.

(Figura 08).

oxicidade

Figura 08: Termiteiro com o bioensaio 1 (toxicidade -

pulverização)

Foto: Andrey Azedo ( 2010 )

4.3.2 Bioensaio 2 (Toxicidade /corpo -de- prova)

Foram utilizados amostras de alburno da madeira da espécie Hura crepitans

(assacu), corpo-de-prova de 1x1x1cm que foram colocados em um Becker e

Page 27: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

40

acrescido 300ml de água destilada para a retirada dos compostos fenólicos

possivelmente presentes por um período de 48h. Após a retirada dos compostos o

cada corpo-de-prova foi levado a estufa a temperatura de 400C para secar por um

período de 72h em seguida os cubos foram embebidos por 5 minutos nos

diferentes extratos a serem avaliados nas concentrações de 0,5%, 1%, e 2%. Para

cada placa foram acondicionados 50 spp dos térmitas a serem avaliados e quatro

cubos do corpo-de-prova com produto colocados de forma eqüidistante para a

avaliação das atividades dos extratos, também foram realizados dois grupos

controle, o primeiro sem nada e no segundo com corpo-de-prova, sem o produto.

Após a aplicação foram feitas leituras em intervalos de 12h, de exposição dos

cupins ao extrato fúngico sem deixar de observar a quantidade de cupins vivos e

mortos em cada ensaio/tratamento.

Os bioensaios ocorreram sob condições de laboratório com temperaturas

ambiente de 28 2ºC e umidade relativa em torno de 85-92%. Para manter o

umidade relativa dentro do parâmetro do experimento (85-92%), utilizou-se a

metodologia proposta por Rosales, (2001) onde era acrescentado diariamente 10

gotas de água em uma placa de petri 90x15 contendo chumaço de algodão (Figura

09).

Figura 09: Bioensaio 2 toxicidade/ corpo-de-prova

Fonte: Andrey Azedo ( 2010 )

Page 28: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

41

4.3.3 Bioensaio 3 (repelência )

Com base no resultado da toxicidade e nas observações do comportamento

dos insetos sobreviventes, foram selecionados, para os testes de avaliação de

repelência, os extratos que apresentaram melhor resultado.

Os testes com chance de escolha foram realizados em arenas (Figura 10),

constituídas por placas de Petri descartáveis de 90x15cm e conectadas por tubos

plásticos de 3x16” medindo 5cm (ROSALES, 2001,adaptado) em todos os casos, os

térmitas foram liberados no centro dos recipientes, contendo dois discos de papelão

com extrato, em arranjos eqüidistantes, sendo dois deles tratados com os extratos e

dois sem nada (testemunha). O numero de espécimes por arena foi 50 espécimes

onde dois 48 eram operários e dois soldados, o período de avaliação foi 24 h . A

pós o período de 24h foi realizado a contagem dos cupins que estavam presentes

nas placas, tanto naquelas que continham o extrato a ser testado quanto ao

controle.

Figura 10: Arenas de testes de repelência em Nasutitermes tatarandae para extratos

obtidos a partir do fungo Pycnoporus sanguineus.

Foto: Andrey Azedo ( 2010 )

Page 29: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

42

O Índice de preferência (IP) foi calculado conforme a equação abaixo:

I.P = % IP - %IT

% IP + %IT

onde:

IP =nº de insetos presentes nos discos com produto

IT = nº insetos presentes nos discos testemunhas.

Os produtos compreendidos na variação de 10% do I.P. para o teste serão

considerados como neutros.

Para classificação do índice de Preferência utilizou-se os seguintes

parâmetros.

Repelentes : -1 < I.P. < -0,1

Neutro : - 0,1 < I.P. < + 0,1

Atraente: + 0,1 < I.P. < + 1

Os recipientes foram mantidos em condições controladas (27 2 ºC; 65-85%

U.R.), e observado a entrada ou não nas áreas tratadas e se os túneis construídos

para a passagem do orifício central para as laterais foram selados ou não.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado.

Page 30: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

43

5. RESULTADOS

5.1 Avaliação da toxicidade dos extratos.

Foram utilizados duas metodologias para testar a toxicidade dos extratos nas

diferentes concentrações. A primeira diretamente nos insetos conforme descrito no

item (4.3.1) e a segunda utilizando a metodologia de corpo-de-prova da madeira

Hura creptans, descrito no item ( 4.3.2) .

5.2 Atividade térmiticida dos extratos aquoso e etanólico obtido a partir do

extrator ultra-sônico, usando a técnica da borrifação.

A toxicidade das diferentes concentrações dos extratos aquoso e etanólico

obtidos a partir do método ultra-sônico e aplicados por borrifação é mostrado no

(Gráfico 1). Dezesseis horas após a aplicação do extrato aquoso na concentração

de 0,5% foi alcançado 100% de mortandade dos térmitas testados. Este índice de

100% de mortandade foi atingido na mesma concentração no extrato etanólico em

um tempo menor, 8 horas após a borrifação.

GRÁFICO 1: Percentual de mortandade dos térmitas submetidos aos extratos

aquoso e etanólico obtido a partir do método de extração ultra-sônica ,através da

técica de borrifação.

Page 31: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

44

Na concentração de 2% tanto para o extrato aquoso como o etanólico a

mortandade de 100% ocorreu também após oito horas após a borrifação. Ressalta-

se que oito horas após aplicação do extrato na concentração de 1% do extrato

aquoso foi alcançado um índice de 90% de mortandade dos indivíduos. De modo

geral, tanto para o extrato aquoso como para o extrato etanólico existe uma relação

positiva entre o aumento da concentração e o aumento do índice de mortandade.

Em síntese a obtenção do extrato bruto contendo os princípios ativos do

carpóforo através do método ultra-sônico mostrou que o extrato etanólico a 0,5%

apresentou a melhor desempenho no que diz respeito ao menor intervalo de tempo

para atingir o índice de 100% de mortandade dos indivíduos testados.

5.3. Atividade térmiticida dos extratos aquoso e etanólico obtido a partir do

extrator soxhlet, usando a técnica da borrifação.

No processo de extração dos compostos bioativos do carpóforo utilizando o

extrato obtido pelo método de extração em soxhlet, o extrato aquoso na

concentração 0,5% o índice de mortandade em 16h foi de aproximadamente 96%.

Nesta mesma concentração, mas no extrato etanólico a mortandade foi de 100% em

um menor intervalo de tempo de 12 horas (Gráfico 2). De modo geral, o extrato

aquoso obtido pelo método de extração a quente mostrou maior mortandade, 16

horas após a borrifação em todas as concentrações testadas. Resultado diferente foi

obtido no extrato aquoso obtido pelo método ultra-sônico onde o aumento da

concentração eleva o percentual da mortandade em um menor intervalo de tempo.

Page 32: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

45

Grafico 2: Percentual de mortandade dos térmitas submetidos aos extratos

aquoso e etanólico obtido a partir do método de extração em soxhlet, através da

técnica de borrifação.

5.4 Atividade térmiticida dos extratos aquoso e etanólico obtido a partir da

extração a frio, usando a técnica da borrifação.

Neste processo de extração a frio para a retirada dos compostos bioativos do

carpóforo foi onde ocorreu o maior percentual de mortandade no menor intervalo de

tempo (Grafico 3) . Na concentração de 0,5% do extrato aquoso, por exemplo, após

12 horas da borrifação ocorreu 100% de mortandade.

Para o menor concentração testada do extrato etanólico o percentual de

mortandade no periodo de 12 horas após a borrifação foi de 100%, resultado similar

á quele do processo á quente.

Na maior concentração testada, já se observa um percentual de

aproximadamente 98% de mortandade nas primeiras quatro horas após a

borrifação, resultado similar áquele dos processos de extração á quente, alcançando

100% de mortandade.

Page 33: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

46

Grafico 3:Percentual de mortandade dos térmitas submetidos aos extratos aquoso

e etanólico obtido a partir do processo de extração a frio, através da técnica de

borrifação.

5.5 Atividade dos extratos aquoso e etanólico, obtido a partir dos processos de

extração ultra-sônico, soxhlet e a frio, usando a metodologia do corpo-de-

prova.

Para esta metodologia utilizou-se dois controles: controle 1 sem a presença

do corpo-de-prova ( os térmitas foram colocados em placas de Petri 90x15cm sem

nenhuma fonte de alimento); controle 2: as placas de Petri continham corpo-de-

prova de madeira de Hura crepitans, mas que não estavam embebidos no extratos.

Para o extrato aquoso de todos os processos de extração dos compostos bioativos

(a frio, à quente e ultra-sônico) a mortandade alcançou 38% no quarto dia de

experimento na concentração de 0,5%. Para o processo a frio foi alcançado o

percentual de 100% de mortandade dos indivíduos no quinto dia (Gráfico 4).

Page 34: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

47

Gráfico 4: Porcentagem de mortandade de térmitas em diferentes metodologias de extração na

concentrações 0,5% Aq.Fr= Aquoso a frio. Aq.Sox.= Aquosos soxhlet. Aq. US= Aquoso ultra-sônico.

Interessantemente na mesma concentração do extrato aquoso obtido pelo

processo á quente no quinto dia do experimento também alcançou 100% de

mortandade dos térmitas.

Para o extrato aquoso obtido pelo processo ultra-sônico o percentual de

mortandade somente alcançou o patamar de 98% no décimo dia do experimento.

Situação diferente foi obtida para o extrato etanólico na concentração de 0,5%

(gráfico 5) , onde o maior percentual de mortandade de (100%) foi alcançado pelo

extrato obtido através do processo a quente no oitavo dia do experimento.

Grafico 5: Porcentagem de mortandade de térmitas em diferentes metodologias de extração na

concentração 0,5% Eta.Fr= Etanólico a frio.Eta.Sox.= Etanólico soxhlet. Eta. US= Etanólico ultra-

sônico.

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48

Para o extrato aquoso a 1% obtido a partir do processo ultra-sônico alcançou

mortandade de 100% dos indivíduos já no sexto dia de experimento, enquanto que o

extrato aquoso obtido através do processo á quente a morte de todos os indivíduos

ocorreu no sétimo dia. Por outro lado o extrato obtido pelo processo a frio o

percentual de 100% de mortandade dos indivíduos ocorreu somente no décimo -

primeiro dia de experimento (Gráfico 6).

Gráfico 6: Porcentagem de mortandade de térmitas em diferentes metodologias de extração na

concentração 1% Aq.Fr= Aquoso a frio. Aq.Sox.= Aquosos soxhlet. Aq. US= Aquoso ultra-sônico

O extrato etanólico obtido pelo processo a frio na concentração de 1% obteve

um percentual de mortandade de 93% ,no quinto dia de experimento alcançando

100% de mortandade no sexto dia (Gráfico 7).

Gráfico 7 : Porcentagem de mortandade de térmitas em diferentes metodologias de extração na

concentração 1% Eta.Fr= Etanólico a frio.Eta.Sox.= Etanólico soxhlet. Eta. US= Etanólico ultra-

sônico.

Page 36: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

49

Por outro lado o extrato obtido pelo processo a quente e ultra-sônico para

mesma concentração obtiveram mortandade de 100% no oitavo dia. Ressalta-se

,entretanto que o extrato ultra-sônico no quinto dia do experimento já alcançava

cerca de 90% de mortandade. Para o extrato aquoso a 2% obtido a partir do

processo a frio e ultra-sônico alcançaram um percentual de 100% de mortandade no

sexto dia do experimento, embora ambos no quinto dia já apresentassem um

percentual de 99% e 98% respectivamente de mortandade dos térmitas Nesta

concentração o extrato aquoso obtido pelo processo á quente no sétimo dia

apresentava 94% de mortandade, alcançando o percentual de 100% de mortandade

no nono dia do experimento. (Gráfico 8)

Gráfico 8 : Porcentagem de mortandade de térmitas em diferentes metodologias de extração na

concentração 2%% Aq.Fr= Aquoso a frio. Aq.Sox.= Aquosos soxhlet. Aq. US= Aquoso ultra-sônico

Para o extrato etanólico na concentração de 2% ,para todos os processos

utilizados na sua obtenção, no quinto dia já apresentavam percentual de mortandade

dos indivíduos em torno de 97% , alcançando a totalidade dos indivíduos no sexto

dia do experimento (Gráfico 9).

Page 37: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

50

Grafico 9: Porcentagem de mortandade de térmitas em diferentes metodologias de extração na

concentração 2% Eta.Fr= Etanlico a frio.Eta.Sox.= Etanólico soxhlet. Eta. US= Etanolico ultra-sônico

De modo geral, nesta concentração de 2% o extrato etanólico apresentou um

menor intervalo de tempo para alcançar 100% de mortandade (seis dias) enquanto

que para o extrato aquoso esse período chegou a nove dias, para o extrato obtido

pelo método ultra-sônico de extração.

5.6 Indice de Repelência em três concentrações do extrato etanólico obtido a

partir do método a frio.

O teste de repelência foi realizado com o extrato etanólico obtido a apartir do

processo de extração a frio usando metodologia de arenas arenas conforme

descrito no item (4.3.3)

Tabela 01: indice de repelencia em três concentrações do extrato etanólico obtido

a partir do método a frio.

CONCENTRAÇÃO I.P SITUAÇÃO

0,5% -0,78 REPELENTE

1% -1 REPELENTE

2% -1 REPELENTE

Page 38: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

51

A tabela 01 mostra o índice de repelência obtido no periodo de 24 horas para

as diversas concentrações testadas do extrato etanólico. Em todas concentrações o

extrato etanólico obtido do carpoforo do fungo P.sanguineus, mostrou-se repelente

aos térmitas .De certo modo esse resultado corrobora o potencial de mortandade

obtido nos testes de efeito tóxico dos compostos bioativos que Compõem os

extratos do carpóforo.

5.7 Indice de Repelência em três concentrações do extrato etanólico obtido a

partir do extrator ultra-sônico.

O índice de repelência obtido pelo método ultra-sônico (Tabela 02)

apresentou-se similar á aquele obtido pelo método a frio (Tabela 02)

Tabela 02: indice de repelencia em três concentrações do extrato etanólico obtido

a partir do método ultrassônico.

CONCENTRAÇÃO I.P SITUAÇÃO

0,5% -1 REPELENTE

1% -1 REPELENTE

2% -1 REPELENTE

Page 39: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

52

6.ANÁLISE ESTATÍSTICA

Na tentativa de se verificar a possibilidade de relação entre as variáveis tempo e

porcentagem de mortandade nas diversas concentrações e métodos de extração

dos compostos bioativos realizamos teste de regressão testando vários modelos

estatísticos para estimarmos o percentual de mortandade dos térmitas em função do

tempo de ação do produto. Neste sentido, foi realizado teste de regressão com

ajustamento de curvas para os seguintes modelos: linear (y=a+bx), logarítmico (y=

a+b*ln(x), exponencial (y=a*ebx) e geométrico (y=a*xb).

De modo geral, a relação é positiva e altamente significativa ao nível de 0,5% de

significância (p<0,5) mensurado pelo coeficiente de determinação (R2). O modelo de

regressão geométrico foi o que melhor apresentou resultado de coeficiente de

determinação. Entretanto, algumas concentrações apresentaram resultados

melhores para outros modelos (Gráfico 12;13;14;15). De modo geral, o modelo

geométrico apresentou-se como melhor estimador para o extrato etanólico em todas

as concentrações na metodologia de extração ultra-som.

A tabela 03 exemplifica a mortandade estimada pelas equações geradas pelos

modelos testados. Neste caso, as estimativas geradas por modelos que

apresentaram menos de 10% de diferença em relação ao valor mensurado são

melhores para se estimar a mortandade dos cupins em função do tempo de

aplicação do extrativo. Neste sentido, por exemplo, o extrato aquoso obtido pela

metodologia

Page 40: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

53

Tabela 03 Valores para percentual de mortandade dos térmitas usando o tempo como variável

independente através dos modelos testados. Mensurado após oito horas da aplicação dos extratos.

Gráfico 10: Percentual de mortandade do extrato aquoso na contração 0,5%, obtido a partir do

extrator ultra-sônico utilizando a técnica de borrifação.

Extrato Concentração Modelo Mensurado Predição Diferença Ext.

Aquoso/ultra-som

0,5% Y= 15,6798x0,6201 30,6% 56,0% 25,4

Ext. Etanólico/ultra-

som

1% Y=43,0274*x0,309 89,3% 81,8% 7,5

Ext. Aquoso/soxhlet

0,5% Y=16,35+4,9625x 57,3% 56,05% 1,25

Ext. Aquoso/soxhlet

1% Y=-8,1631+38,97*ln(x) 78% 72,87% 5,13

Ext. Aquoso/soxhlet

2% Y=8,8332+34,3413*ln(x) 100% 80,24% 19,76

Ext, aquoso/à frio

1% Y=20,119+30,0412*ln(x) 83,3 82,57% 0,73

R2=97,99%

Y=15.6798*X 0,6201

Page 41: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

54

Gráfico 11: Percentual de mortandade dos térmitas submetidos ao extrato etanólico na contração

1%, obtido a partir do extrator ultra-sônico utilizando a técnica de borrifação.

Gráfico 12 : Percentual de mortandade dos térmitas submetidos ao extrato aquoso na contração

0,5%, obtido a partir do extrator soxhlet utilizando a técnica de borrifação.

R2=99.24%

Y=43.0274*X0.3095

R2=99.70%

Y = 16.3500 +4.9625X

Page 42: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

55

Gráfico 13: Percentual de mortandade dos térmitas submetidos ao extrato aquoso na contração 1%,

obtido a partir do extrator soxhlet utilizando a técnica de borrifação.

Gráfico 14: Percentual de mortandade dos térmitas submetidos ao extrato aquoso na contração 2%,

obtido a partir do extrator soxhlet utilizando a técnica de borrifação

R2=97.56%

Y= -8.1631+38.9709*ln(X)

R2=88.35%

Y=8.8332+34.3413*ln(X)

Page 43: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

56

Gráfico 15: Percentual de mortandade dos térmitas submetidos ao extrato aquoso na contração 1%,

obtido a partir da extração a frio utilizando a técnica de borrifação

R2=97.20%

Y=20.1109+30.0412*ln(X)

Page 44: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

57

7. DISCUSSÃO

Os cupins ou térmitas possuem um aparelho bucal do tipo mastigador e vivem

em uma sociedade onde existem indivíduos morfofisiologicamente diferente que

compreendem as diferentes castas, responsáveis por tarefas. Os jovens os soldados

e todos os reprodutores são incapazes de se alimentar sozinhos e recebem dos

operários alimentação estomodeal ou proctodeal (LIMA e COSTA-LEONARDO

,2007). Neste sentido, em nosso experimento utilizamos 96% de indivíduos do tipo

“operários“ uma vez que ao causarmos sua morte estaríamos rompendo o ciclo de

vida e conseqüentemente verificaríamos a viabilidade dos compostos bioativos que

nos propomos a testar.

Outro aspecto de interesse foi as diferenças de métodos que utilizamos para

a preparação de extratos fúngicos. Considerando que o extrato em estudo apresenta

efeitos biológicos de interesse, procedemos a um método sistemático de observação

utilizando água e álcool etílico como solventes para a obtenção do extrato bruto.

Estes solventes permitem a separação das substâncias polares presentes no

material. A água, por exemplo, extrai açucares e outros componentes muito polares

presentes na amostra.

Os processos de extração utilizados na presente pesquisa também merecem

algumas considerações. Obtivemos os melhores resultados no teste de toxicidade

por borrifação para o processo de extração utilizando o extrator soxhlet e solvente

etanólico. Como o uso do aparelho soxhlet é continuamente renovado na câmara de

extração, por destilação. Ressalta-se, entretanto que o aquecimento contínuo do

extrato pode levar a decomposição química das substancias termicamente ou

quimicamente instáveis e de baixa polaridade (HOSTETTMANN et. al; 1997).

Por tanto, as substancias muito polares não podem sofrer tanto efeito da

temperatura o que nos leva a considerar que por esse método de extração o efeito

dessas substâncias é potencializado pelo aumento da concentração do extrato

testado . Isto é de certa forma corroborado pelo melhor resultado que obtivemos no

Page 45: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

58

teste de toxicidade através da borrifação, onde os extratos utilizando o etanol como

solvente extrator mostraram o maior percentual de mortandade dos cupins.

O processo de extração a frio, por não sofrer influencia de alta temperatura,

nos indica que as substancias bioativas que possam ter efeito de toxicidade nos

cupins estão em maior quantidade ou qualidade chamando-nos a atenção

principalmente nas baixas concentrações testadas para o teste de toxicidade

utilizando a técnica da borrifação.

No teste de borrificação todos os extratos mostraram potencial termiticida.

Entretanto, na concentração de 0,5% o extrato obtido utilizando-se etanol como

solvente mostrou-se mais efetivo em todas as metodologias de extração testadas.

Neste contexto, na metodologia ultra-sônica o efeito foi mais pronunciado.

Poderíamos atribuir esses resultados ao fato desse método proporcionar a redução

de partícula, o que aumentaria a superfície de contato entre o sólido e a fase líquida.

Neste particular, poderia a extração de compostos bioativos armazenados em

estruturas subcelulares, aumentando o rendimento dos compostos extraíveis (KIM,

1989), o que proporcionaria um efeito mais contundente nos cupins.

O método ultra-sônico poderia estar atuando na liberação desses compostos

de baixa polaridade presentes em baixa concentração. Isto de certa forma pode

estar contribuindo para uma ação mais rápida, talvez através de um efeito

sinergético do ocmpost5o no corpo do cupim. Os compostos bioativos estariam

atuando de forma mais rápida, quando presentes em pequenas quantidades, em

função da rápida absorção desses compostos no metabolismo celular do inseto.

Na presente pesquisa não foi mensurada o quanto de extrato estaria sendo

absorvido pelo cupim, sendo necessário levar-se em conta esse parâmetro para

uma melhor avaliação da eficácia do método de borrifação. Percebe-se, entretanto,

que nosso resultado mostra o potencial termiticida de biomoléculas presentes no

carpóforo do P. sanguineus.

Na concentração mais alta testada (concentração de 2%) todos os métodos

de extração mostraram comportamento similar, apresentando 100% de mortandade

Page 46: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

59

no período de oito horas, exceção do método de extração soxhlet utilizando água

como solvente de extração, onde a mortandade de 100% foi alcançada somente

dezesseis horas após aplicação do extrato. Percebe-se que nesta concentração

obviamente ocorre a liberação de compostos bioativos, que numa concentração

menor estão presentes em pequena quantidade, proporcionando dessa maneira

maior eficácia sobre a mortandade dos cupins.

De que maneira esses compostos bioativos retirados do carpóforo de P. sanguineus

estão atuando no metabolismo celular dos cupins não foi objeto da presente

pesquisa. Entretanto, esse fungo produz compostos como o ácido cinabarinico

(SMÂNIA; SMÂNIA JR.; LOGUEIRO-LEITE,1998; SMÂNIA et al., 1997), vários tipos

de enzimas (FANG et al.2005) e outros compostos que poderiam estar atuando no

metabolismo celular causando a morte dos cupins.

A ação dos compostos bioativos retirados do carpóforo foi maior no método

de borrifação do que no método de embebição da madeira com esses compostos.

No método da borrifação a ação dos compostos é direta no corpo do inseto, o que

com que seu efeito seja mais imediato, pois, a absorção do composto bioativo é

rápida e seu efeito ocorre em um curto intervalo de tempo.

Enquanto que no bioensaio de toxicidade através da borrifaçãao após 8 horas

já se tinha um percentual de 100% de mortandade, no teste com madeira esse

percentual só foi alcançado no final do experimento, ou seja, após onze dias. De

certo modo, esse era um resultado esperado uma vez que esse fungo tem no

material lignocelulósico uma fonte que alimento. Em alguns membros da família

Termitidae esse alimento passa pelo trato digestivo sem fazer a digestão

(DARLINGTON, 1994) e participam no metabolismo celular. Embora tivéssemos

utilizado amostra de madeira reconhecidamente susceptível ao ataque de térmitas

(CASTRO E SILVA, 2004) e utilizado o alburno após extração à frio de possíveis

compostos tóxicos, não podemos deixar descartada a possibilidade de que

compostos apolares que não foram retirados da madeira também participarem da

ação tóxica nos cupins.

Page 47: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

60

Os térmitas que tiveram blocos de madeira (Hura creptans), sem nenhum

tratamento químico, como alimento, a mortalidade pode estar relacionado ao

estresses durante a coleta e também nesse caso possivelmente em função de

algum composto químico natural presente na madeira que pode atuar como tóxico

para os cupins. Embora tivéssemos aplicado no corpo-de-prova o processo a frio

para a retirada dos extrativos da madeira usando água como solvente, os compostos

apolares não extraídos podem contribuir para algum resquício de atividade tóxica

conforme comentado anteriormente.

7.1 Testes de repelência em arenas

Em relação ao possível efeito de repelência dos extratos realizamos os testes

em arenas de preferência com o objetivo de quantificar a quantidade de insetos nos

discos tratados com diferentes concentrações dos extratos de Pycnoporus

sanguineus.

Ressalta-se que este método, em função dos hábitos sociais dos cupins,

apresenta um acerta limitação uma vez que esses insetos não manifestam uma

verdadeira capacidade individual de opção, já que se comportam mais como grupo

social. Rosales (2001), entretanto, ressalta que em função da capacidade dos cupins

de se comunicarem por meios de sinais químicos ou táteis, é válido estudar o

comportamento do grupo, desde que fique caracterizado rejeição por determinado

produto, provavelmente poderiam se utilizar de sinais para passar essas

informações para os outros indivíduos.

A observação dos insetos circulando dentro dos tubos de comunicação entre

as placas e dentro das placas com extrato e sem extrato, indica que os cupins

poderiam evitar aquelas que continham os extratos, ainda que sendo uma escolha

do grupo e não individual. A preferência dos cupins por um produto que lhes causa

mortalidade, é um tanto inesperada, mesmo que isso dependa do tipo de produto e

nem sempre é imediata conforme observa Rosales (2001).

Grace et al., (1992) testando inseticida de solo “silafluofen” observaram que

operários de Coptotermes formosanus conseguiram construir galerias até

Page 48: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

61

concentrações de 500 ppm, mas não construíram quando testada a concentração de

1000 ppm. Grace& Yales (1992), entretanto, avaliando outro inseticida comercial

“Margosan-O” mostraram que o mesmo não teve ação repelente de contato para C.

formosanus. Entretanto, observaram que a exposição ao produto por um maior

tempo provocou um aumento gradativo da rejeição. Nossos resultados para teste de

repelência foram obtidos 24 horas após o início do experimento, indicando que neste

caso ocorreu um lapso de tempo, depois do possível contato com os extratos

químicos, para que os cupins manifestassem repelência.

Page 49: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

62

8. CONCLUSÃO

O teste de toxicidade utilizando a técnica de borrifação mostrou que:

O extrato etanólico obtido pelo método ultra-som alcançou mortandade de

100% no período de oito horas. Mesmo resultado apresentou o extrato

aquoso na concentração de 2%.

O percentual de 100% de mortandade para o extrato etanólico obtido pelo

extrator soxhlet, ocorreu na concentração de 2% em oito horas.

O extrato etanólico obtido pela técnica de extração à frio alcançou índice

máximo de mortandade nas concentrações de 1% e 2% em oito horas.

Para o teste de toxicidade utilizando corpo-de-prova de madeira o melhor

resultado foi obtido para o extrato aquoso na concentração de 0,5% obtido pelos

métodos de extração à frio e soxhlet.

Page 50: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

63

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos na presente pesquisa mostraram lacunas que devem

ser preenchidas para melhor entendimento da possibilidade de formulação de um

produto de natureza orgânica. Dentre os possíveis variáveis para novas pesquisas,

podemos enumerar as seguintes necessidades:

1. Fracionamento dos extratos. È necessário o racionamento dos extratos com

outros solventes orgânicos a fim de se separar os compostos apolares que

não foram objetos da presente pesquisa;

2. Tempo de sonificação. È importante a avaliação do tempo na metodologia

de extração ultra-sônica.

3. Preparação de iscas com os extratos que obtiveram melhores resultados.

4. Consorcio de extratos fúngicos. É importante a avaliação de outros

extratos fúngicos, atuando em só extrato, para verificar o possível efeito

sinérgico das diferentes biomoléculas obtidas a partir de extratores diferentes.

5. Avaliar a morfologia dos insetos após o tratamento.

Page 51: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

64

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72

APÊNDICE

Page 60: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

73

Trabalhos Publicados Ano -2008

DAMASCENO, A. A. ; CARMO, C. C. ; TRINDADE, D. B. ; SILVA, A. C. E. ; FONSECA, M. D. P. ; SANTOS, J. C. . Extrato de Pycnoporus Sanguineus (L.:F) Murr como bioinseticida contra Térmitas. In: VI Congresso Latino Americano de Micologia, 2008, Mar del Plata/Argentina. VI Congresso Latino Americano de Micologia. Buenos Aires : ALMIC, 2008. v. 06. CARMO, C. C. ; SILVA, A. C. E. ; SANTOS, J. C. ; FONSECA, M. D. P. ; DAMASCENO, A. A. ; GARCIA E. . Atividade de Xilosidase do Fungo Amazônico Panus crinitus (L.ex. FR.) Singer. In: VI Congresso Latino Americano de Micologia, 2008, Mar del Plata/Argentina. VI Congreso Latino Americano de Micologia. Buenos Aires : ALMIC, 2008. v. 06. GRAÇA R. ; ZANOTTO, S. ; DAMASCENO, A. A. ; BRAGA C. ; SILVA, A. C. E. . ATIVIDADE ANTI-FORMICIDA DE EXTRATOS DA ESPÉCIE AMAZÔNICA Licararia puchur-Major. In: XI Encontro Nacional de Microbiologia Ambiental, 2008, Fortaleza/CE. Livro de Resumos ENAMA 2008. Fortaleza : ENAMA, 2008. v. 01. p. 373-375. CARMO, C. C. ; SILVA, A. C. E. ; SANTOS, J. C. ; FONSECA, M. D. P. ; DAMASCENO, A. A. . Atividade beta-glicosidase do fungo amazônico Pycnoporus sanguineus. In: 60 Reunião Anual da SBPC, 2008, Campinas/SP. Registros da 60 Reunião Anual da SBPC. Campinas/SP : UNICAMP, 2008. DAMASCENO, A. A. ; CARMO, C. C. ; SILVA, A. C. E. ; SANTOS, J. C. ; FONSECA, M. D. P. . Avaliação Inicial da Atividade Formicida de Fungo Amazônico. In: 60 Reunião Anual da SBPC, 2008, Campinas/SP. Registros da 60 Reunião Anual da SBPC. Campinas/SP : UNICAMP, 2008.

Page 61: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

74

Trabalhos Publicados Ano -2009

DAMASCENO, A. A. ; SILVA, A. C. E. ; CARMO, C. C. . USO DO EXTRATO DO FUNGO P. sanguineus COMO MICOINSETICIDA. In: 25 Congresso Brasileiro de Microbiologia, 2009, Porto de Galinhas PE. Resumo, 2009. DAMASCENO, A. A. ; CARMO, C. C. ; SILVA, A. C. E. ; KOIDE J P ; FONSECA, M. D. P. ; SANTOS, J. C. . OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CRESCIMENTO DO FUNGO AMAZÔNICO Panus fasciatus ( Bleter) SINGER 1965.. In: 25 Congresso Brasileiro de Microbiologia, 2009, Porto de Galinhas PE. Resumo, 2009 DAMASCENO, A. A. ; CARMO, C. C. ; SILVA, A. C. E. ; KOIDE J P ; PAULO SERRÃO . ESTUDO SOBRE OS PRINCIPAIS TIPOS DE MEDEIRAS COMERCIAIS AFETADAS PELA AÇÃO DO FUNGO AMAZONICO Pycnoporus sanguineus (L.F.) MURR NAS SERRARIAS DO MUNICIPIO DE PARINTINS /AM. 2009. (Apresentação de Trabalho/Congresso). SBPC 2009-Manaus -AM

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75

Trabalhos Publicados Ano -2010

O.MARINHO ; CORDEIRO, M.S.C.C. ; DAMASCENO, A. A. ; CARMO, C. C. . POTENCIAL TERMITICIDA DO EXTRATO DO CAULE E FOLHA DA Thevetia peruviana. In: SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGESSO DA CIENCIA, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010. C.VALENTE ; CARMO, C. C. ; DAMASCENO, A. A. ; KOIDE J P . AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DE FUNGO AMAZONICO COLETADOS NA REGIÃO DO MEDIO AMAZONAS. In: SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIENCIA, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010 V.TEIXEIRA ;PAULO SERRÃO ; CARMO, C. C. ; DAMASCENO, A. A. ; SILVA, A. C. E. . SELEÇÃO DE FUNGOS BASIDIOMYCETOS PARA PRODUÇÃO DA ENZIMA FENOLOXIDASE COM VISTAS AO USO NA BIORREMEDIAÇÃO DE AREAS DEGRADADAS. In: SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIENCIA, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010. D.COSTA ; CARMO, C. C. ; DAMASCENO, A. A. ; SILVA, A. C. E. . PRODUÇÃO DE BIOMASSA POR FUNGOS COLETADOS NA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS (MUNICIPIO DE PARINTINS/AM) EM MEIO SUPLEMENTADO COM FARINHA DE TUCUMÃ ( Astrocaryum aculeatum Meyer). In: SBPC, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010. DAMASCENO, A. A. ; CARMO, C. C. ; SILVA, A. C. E. ; R.VALENTE . ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DA CEPA AMAZONICA DO FUNGO Pycnoporus sanguineus.. In: SBPC, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010. SILVA, A. C. E. ; DAMASCENO, A. A. ; CAMARÃO TELES . INFLUENCIA DO SURFACTANTE NÃO-IÔNICO TWEEN-80 NA ATIVIDADE DE LIGNINA-PEROXIDASE(LIP). In: SBPC, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010. E.RIBEIRO ; DAMASCENO, A. A. ; CARMO, C. C. ; SILVA, A. C. E. . ATIVIDADE FORMICIDA DO FUNGO AMAZONICO Trametes sp. In: SBPC, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010. Paulo Serrão ; CARMO, C. C. ; DAMASCENO, A. A. ; CORDEIRO, M.S.C.C. ; SILVA, A. C. E. ; V.TEIXEIRA . ESTUDO DA OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CRESCIMENTO MICELIAL DO FUNGO Lentinus crinitus. In: SBPC, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010. KOIDE J P ; CARMO, C. C. ; DAMASCENO, A. A. ; C.VALENTE ; SILVA, A. C. E. . OTIMIZAÇÃO DAS CONDICÕES DE CRESCIMENTO DE FUNGOS APODRECEDORES DE MADEIRA ENCONTRADOS NO MUNICÍPIO DE PARINTINS. In: SBPC, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010.

Page 63: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

76

V.TEIXEIRA ; CORDEIRO, M.S.C.C. ; DAMASCENO, A. A. . IDENTIFICAÇÃO ESTRURAL DAS SUBSTANCIAS, ACOMPANHADO DE ATIVIDADE TOXICOLÓGICA DOS EXTRATOS E ÓLEOS ESSENCIAIS DA ESPÉCIE Coriandrum sativum.. In: SBPC, 2010, NATAL/RN. SBPC, 2010.

Page 64: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

77

TABELA 04. Mortandade de termitas em diferentes solventes e metodologias de extração no período de 16h.

TEMP (h)

US SOXHLET A FRIO

AQUOSO ETANOLICO AQUOSO ETANOLICO AQUOSO ETANOLICO

0,5%

1% 2% 0,5%

1% 2% 0,5%

1% 2% 0,5%

1% 2% 0,5%

1% 2% 0,5%

1% 2%

4 h 18% 44,6% 80% 71,6% 66,6% 76% 32,4% 44,0% 51,3% 47,3% 87,3% 98,6% 37,3% 60,6% 80% 76,0% 89,3% 98,6%

8h 30,6% 89,3% 100% 100% 81,3% 100% 57,3% 78,0% 91,3% 76,6% 98,6% 100% 92,6% 83,3% 100% 97,3% 100% 100%

12h 38,3% 100% ----- ------ 95,3% ----- 74,0% 85,3% 92,6% 100% 100% ----- 100% 98,6% ----- 100% ------ -----

16h 100% ----- ----- ------ 100% ------ 96,6% 100% 100% ----- ----- ------ ------ 100% ----- ----- ----- ------

Page 65: 14 INTRODUÇÃO Os cupins ou térmita são insetos eusociais da

78

TABELA 05. Modelos estatísticos para toxicidade.

MÉTODO R. LINEAR R. EXPONENCIAL R. LOGARITIMICA R. GEOMETRICA

US AQ 0,5%

R2=69,02%

Y=23+4,0667.x

R2=69,75%

Y= 29,4481*e^(0,0705.x)

R2=70,03%

Y=-13,0684+35,1865*ln(x)

R2=74,04%

Y=15,2927*x^0,6235

AQ 1%

R2+11,26%

Y=89,3333+-3,0833.x

25,92%

Y=13,87.1081*x^- 18498

AQ 2%

R2= 68,39%

Y=130+-8,5000x

R2= 70,86%

Y=25998,6725*x^-3,6326

ETA 0,5%

R2 = 62,07%

Y= 121,3333+-7,8500x

R2= 69,11%

Y= 20751,7713*x^-3,5433

ETA 1%

R2=84,77%

Y=57,3333+2,8500x

R2=80,42%

Y=59,6484*e^( 0,0350.x)

R2=87,43%

Y=31,6116+24,8632*ln(x)

R2=84,93%

Y=43,1691*x^0,3085

ETA 2%

R2=66,42

Y=126+-8,2000.x

R2= 70,30%

Y= 23936,3207*^-3,5999

SOXHLET AQ 0,5%

R2=96,48%

Y=13,3333+4,9667.x

R2=92,67%

Y= 27,4191*e^(0,0812.x)

R2=92,52%

Y= -25,1070+41,7767*ln (x)

R2=94,52%

Y= 13,2892*x^o,7045

AQ 1%

R2=85,34%

Y=33+4,3833.x

R2= 79,13%

Y= 38,4698*e^(0,0645.x)

R2= 91,46%

Y= -8,1751+389803*ln(x)

R2=88,66%

Y=20,4144*.x^0,5862

AQ 2%

R2=63,75%

Y= 47+3,6833.x

R2= 59,47%

Y= 47,9274*e^(0,0520.x)

R2= 75,43%

Y= 8,7773+34,4166*ln(x)

R2= 71,75%

Y= 27,6632*x^o,4903%

ETA 0,5%

R2=12,34%

Y=85,6667+-2,9667

R2=28,89%

Y=1636,7134*x^-1,9284

ETA 1%

R2=48,33%

Y=136,6667+-65167x

R2=40,35%

Y=5797,1043*x^-2,4075

ETA 2%

R2=79,43%

Y=148,6667+-9,9000x

R2=73,86%

Y=39181,2016*x^-3,7953

A FRIO AQ 0,5%

R2=7,87%

Y=83,6667+-2,6167x

R2=23,61%

Y=1109,5572*x^-1,7579

AQ 1%

R2=83,165

Y=52,3333+3,3333x

R2=78,48%

Y=55,0103*e^(0,0422x)

R2=91,34%

Y=20,2251+30,0079ln(x)

R2=88,14%

Y=36,3018*x^0,3841

AQ 2%

R2=68,04%

Y=130+-8,5000x

R2=70,79%

Y=25827,9385*x^- 3,6300

ETA 0,5%

R2=38,22%

Y=124,6667+-5,6333x

R2=37,78%

Y=4475,9530*x^-2,3062

ETA 1%

R2=74,41%

Y=139,3333+-9,2000x

R2=72,49%

Y=32310,0342*x^- 3,7188

ETA 2%

R2=79,43%

Y=148,6667+ - 9000x

R2=73,86%

Y=39181,2016*x^- 3,7953

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