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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A relação educador-educando: requer humildade e criatividade Simone Silva de Paula Orientador Prof. Pablo Silva Machado Bispo dos Santos Rio de Janeiro Março, 2012 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A relação educador-educando:

requer humildade e criatividade

Simone Silva de Paula

Orientador

Prof. Pablo Silva Machado Bispo dos Santos

Rio de Janeiro

Março, 2012 DOCUMENTO P

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EITO A

UTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A relação educador-educando:

requer humildade e curiosidade

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Docência de Ensino Superior.

Por: Simone Silva de Paula

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Deus Eterno.

À memória de minha família: mamãe, Lili e Tio Waldomiro.

Agradeço minha irmã Débora, que aniversaria hoje.

Agradeço aos docentes da pós-graduação lacto-sensu.

Agradeço ao orientador Pablo Silva Machado dos Santos.

Agradeço aos amigos que direta ou indiretamente influenciaram no trabalho.

Agradeço aos colegas da Turma T207813 pela interação.

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Dedico à pedagoga Laura Valim pelo

discernimento, apoio e amizade.

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Assim como os perfumes alegram a vida

as amizades sinceras dão ânimo para viver.

(Pv 27:9)

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Resumo

Não há docência sem discência. “Quem ensina aprende ao ensinar e quem

aprende ensina ao aprender." (FREIRE, Paulo - 1995)

A hipótese que norteia o trabalho tenta problematizar o ato de ensinar como não

somente transferir conhecimentos, uma relação vertical. A proposta é de uma educação

horizontal aberta ao diálogo e pensar a prática docente como uma aventura criadora.

Este contexto de troca possibilita ao educando ter seu conhecimento valorizado. O

resultado desta prática são indivíduos que se abrem para o mundo desenvolvendo a

criatividade, a curiosidade e a troca de saberes.

O trabalho foi fundamentado nas reflexões de Paulo Freire acerca da educação

em diálogo com o filme Uma Professora Muito Maluquinha. Este, baseado no livro

homônimo do escritor brasileiro Ziraldo, 1995.

O que busco depreender do objeto são as diversas formas de ensinar e de como

tornar o processo ensino-aprendizagem algo estimulante e criativo. Após as devidas

investigações tento defender a proposição de que no filme podemos perceber uma

relação educador-educando, em que predomina uma postura horizontal, dialógica e

aberta à criação.

Na contramão, ciente de que não esgotarei o assunto, sem a pretensão de traçar

juízo de valores e tão pouco consolidar certezas, lanço o seguinte questionamento no

intuito de gerar reflexão: uma prática pedagógica vertical em que o professor assume

em sala de aula uma postura de detentor do conhecimento é eficaz?

Esta aberta a questão e uma das possibilidades de resposta é fundamentada,

como dito, nos argumentos de Paulo Freire e na análise estrutural de algumas cenas do

filme. O trabalho pretende estudar a prática pedagógica da educação horizontal,

acreditando que esta possibilita um caminho assertivo no processo de aprendizagem e

troca. Assim como, a busca pela criatividade e pela inovação no contexto da sala de

aula.

Por fim, favos discutir a eficácia de tais práticas no ensino superior.

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O filme é uma ficção, e a escolha é provocativa, visto que a trama desenvolve-se

na década de quarenta com alunos da terceira série do ensino fundamental com idade

não superior a dez anos.

Afinal, “eterno aprendiz”, acredito, somos.

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Metodologia

O trabalho apresenta o seguinte problema: a prática pedagógica da educação

vertical em sala de aula é eficaz?

A justificativa seria que, não somente na relação educador-educando, mas,

sobretudo nas trocas interpessoais, este é um problema que já vem sido discutido por

educadores, pedagogos e outros profissionais da área de humanas.

Durante a investigação e do estudo das possíveis respostas, caminhos e portas de

leituras e pesquisas foram abertos, visto que, temos à disposição, uma gama de teóricos

e de linhas pedagógicas. Sendo assim, o trabalho não tem a intenção de esgotar o

assunto. E sim, de deixar uma singela contribuição e reflexão, cujo método foi

administrado da seguinte forma:

1. As disciplinas do curso de Pós Graduação lacto-sensu em Docência do

Ensino Superior e suas respectivas bibliografias e conteúdos.

As disciplinas estão discriminadas abaixo de forma sucinta e na ordem

do cronograma. Curso ministrado na Instituição Universidade Cândido

Mendes, Campus Tijuca.

• Didática do Ensino Superior, ministrada pelo Mestre em Psicologia da

Educação, Marcelo Saldanha da Gama, que discutiu questões como: a

importância da empatia e afetividade em sala de aula;

• Prática de Ensino, ministrada pela Especialista em Psicopedagogia, Geni

de Oliveira Lima, que discutiu questões como: a competência do

professor em sala de aula;

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• Direito e Legislação, ministrada pela Mestre em Educação, Adriana

Mograbi, em conjunto com Políticas Educacionais, ministrada pela

Mestre em Educação, Sheila Rocha, que nos apresentou as leis e

diretrizes que regem, sobretudo, o ensino superior;

• Fundamentos Psicológicos da Educação, ministrada pelo Doutor em

Ecologia Social, Vilson Sérgio de Carvalho, que abordou questões como:

prática pedagógica, inteligências múltiplas, abordagens e linhas

pedagógicas, papel intelectual do professor nos dias atuais, os recursos à

disposição desse professor e a importância do prazer em ensinar. Nesta

etapa do curso, a autora do trabalho proposto, iniciou seu processo de

aprofundamento ao trabalho monográfico.

• Dinâmica de Grupo, ministrada pela Mestre em Ciências Pedagógicas,

Dina Lúcia Chaves Rocha. Esta apresentou a força que as dinâmicas de

grupo oferecem para proporcionar a integração em sala de aula e,

consequentemente, facilitar as relações do educador-educando.

• Fundamentos Biológicos da Educação, ministrada pelo professor Doutor

Vasco Manuel Martins do Amaral, que contribui para a importância de

percebermos como os aspectos biológicos interferem no processo ensino-

aprendizagem, e, como o educador pode ser um mediador desses

conflitos hormonais na busca por um equilíbrio em sala de aula.

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2. Muitos foram os debates e os textos lidos. No entanto, o trabalho

escolheu como foco e fundamento a leitura de Pedagogia do Oprimido,

FREIRE, Paulo (2006). Com ênfase na importância do diálogo nas

relações e na concepção “bancária” da educação.

3. A leitura do livro Pedagogia da Autonomia, FREIRE, Paulo (1995).

Ênfase na reflexão: “Ensinar exige criatividade”.

4. Filme: Uma Professora Muito Maluquinha.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 12

CAPÍTULO 1 - Relação horizontal, dialógica:

Requer humildade 14

CAPÍTULO 2 - Ensinar exige criatividade 26

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 38

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Introdução

O trabalho foi inspirado no filme Uma Professora Muito Maluquinha (2012),

com estreia no Rio de Janeiro em quinze de outubro, no Rio de Janeiro, uma

homenagem ao dia do professor. O filme é uma adaptação do livro homônimo do

escritor brasileiro Ziraldo, 1995.

O enredo: uma professora chamada Catarina Roque, “Dona Caty”. Esta adota

como postura pedagógica uma relação horizontal e dialógica com seus alunos e uma

prática baseada no despertar da curiosidade, o uso da criatividade e uma convivência

amorosa em sala de aula. O resultado é uma colheita de aprendizagem e

desenvolvimento de seus alunos frente aos conteúdos apresentados.

A professora Catarina utilizava métodos para praticar a docência que não visava

apenas transferir conhecimento. Pequenos detalhes em sala de aula transformava-se em

uma aventura criadora, o que causava estranhamento, inclusive, em seus pares docentes.

Sua frase de efeito diante das situações inesperadas ou conflituosas: “tive uma ideia”.

Conquistou seus alunos com seu modo de ser e suas atividades criativas.

O livro aborda diversas formas de ensinar com criatividade, que serão divulgadas

no trabalho proposto. Também mostra como a docente estabelecia com seus alunos uma

relação de respeito e empatia.

Qual o principal objetivo do ensino superior? Não seria, dentre outros fatores,

contribuir para a construção de cidadãos críticos e do estímulo à pesquisa? E, para

despertar o interesse pela pesquisa, nada como despertar a curiosidade, e,

consequentemente, estimular a criatividade dos educandos.

Assim, apesar do filme ter como personagens crianças que não ultrapassam da

faixa dos dez anos, nos é útil na abordagem do ensino superior ao nos apresentar

caminhos e práticas pedagógicas que podem contribuir na formação do docente e na

possibilidade de uma relação interativa e assertiva entre educador e educando.

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“Não há, por outro lado, diálogo,

se não há humildade.

A pronúncia do mundo,

com que os homens o recriam permanentemente,

não pode ser um ato arrogante.”

(Paulo Freire)

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Capítulo 1

Relação horizontal, dialógica: requer humildade.

A abordagem teoria/prática educativa é um gesto oriundo de um pensamento

crítico. Uma oportunidade que indivíduos podem aproveitar de ser estabelecido um

diálogo com a educação. Digo indivíduos, pois o diálogo com a prática educativa não é

restrita somente à sala de aula, mas, sobretudo, aos interessados em refletir sobre as

relações interpessoais e desenvolvimento humano, que, transita pelos caminhos da

prática pedagógica.

Uma das ferramentas que se pode utilizar nesse processo dialógico é a palavra.

Palavra essa que propõe um universo de trocas, reflexões, ações e, é nestes dois últimos

itens que vamos discursar. A palavra pode passear, pois dois universos: o da ação e da

reflexão. Ação em detrimento à reflexão pode nos levar ao mero ativismo, ação por

ação, e, minimizada esse processo de pensamento, diminuir ou até mesmo impossibilitar

a construção do diálogo.

Reflexão em detrimento da ação, por sua vez, pode nos conduzir ao verbalismo,

“blábláblá” e tornar oca essa palavra. (FREIRE, 2005)

Quaisquer dessas dicotomias citadas acima em desiquilíbrio podem promover o

desencontro dos seres. E, a proposta do trabalho é discutir a relação educador-educando.

Como humanos, somos seres relacionais, e, uma das essências dessa relação, é o

diálogo.

Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo

pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos

pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar.

Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho,

na ação-reflexão. (FREIRE 1 (2005, p. 90)

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Quem ensina aprende ao ensinar e que quem aprende ensina ao aprender. Não há

docência sem discência. Seres humanos primeiro aprenderam para depois ensinarem.

Essa fala alternada entre duas ou mais pessoas, é um processo de constante troca de

opiniões, vivências, que possibilita o encontro entre os homens.

Mas, como estabelecer o diálogo se não considero o meu semelhante,

semelhante? Se não percebo o outro como parecido, conforme, análogo, símile e não

busco com ele uma relação de interesse? Cito o pedagogo:

...se não amo os homens, não é possível o diálogo.

Não há, por outro lado, diálogo, se não há humildade.

A pronúncia do mundo, com que os homens o recriam permanentemente,

não pode ser um ato arrogante. (FREIRE, 2005, p. 92)

Relação horizontal como que uma linha circular que limita o campo da

observação visual, e na qual o céu parece encontrar-se com a terra ou o mar. Essa forma

de relaciona-se possibilita um encontro e contribui para que a relação educador-

educando alcance o objetivo, que é o da aprendizagem.

E, um dos alicerces dessa relação horizontal entre educador-educando é a

humildade. Como é de conhecimento da maioria, a palavra humildade é de origem

latina, do radical húmus, que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparadas para

receber a semente. O contrário de humildade é o orgulho. Este é soberbo, julga-se

superior e deixa-se embriagar pela vaidade. Ora, a humilde é a porta de entrada para o

desejo de aprender, como possui um bom solo, recebe com bom grado as sementes que

a vida lhe oferece. O orgulho, por sua vez, parece incompatível com o coração

aprendiz. O raciocínio acima é afirmado por Paulo Freire:

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A autossuficiência é incompatível com o diálogo. Os homens que não

têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não

podem ser seus companheiros de pronúncia do mundo. Se alguém não é

capaz de sentir-se e saber-se tão homem quanto os outros, é que lhe falta

ainda muito que caminhar, para chegar ao lugar de encontro com eles.

Neste lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem sábios

absolutos: há homens que, em comunhão, buscam saber mais.

(FREIRE, 2005, p. 93)

A hipótese é pensarmos em um conceito equilibrado do conhecimento que se

tem. Vislumbrar um autêntico estado de aprendiz, mas que é firme, seguro, sóbrio.

Como um dos recursos para se estudar a relação educador-educando foi o filme Uma

professora muito maluquinha, vejamos a seguir algumas transcrições e comentários de

cenas relevantes para representação de prática pedagógica. Como dito, a ideia não é

criar juízo de valor e sim, percebermos e refletirmos em alguns toques de humildade,

que pode, quiçá, contribuir para estabelecer-se uma boa relação educador educando.

Na ficção em seu primeiro dia de aula a professora Catarina esquece a chamada.

Algo banal. Mas que é notado pelos discentes. Esta escolhe o caminho da flexibilidade e

do jogo de cintura, tratando o fato como, inclusive, uma forma de aproximação entre

alunos e mestre: deve haver uma maneira melhor de fazer isso (uma simples chamada),

e, eu vou descobrir.

Primeiro dia de aula, Professora Catarina se apresenta aos alunos, segue então a

transcrição do diálogo estabelecido:

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“- Meu nome é Catarina, Catarina Roque.

- Mas, podem me chamar de ‘Caty’ .

Alunos olham para ela surpresos e ela corrige:

- Dona ‘Caty’.

- Onde é que eu coloquei mesmo a lista de chamada?

Após alguns rápidos segundos de reflexão pergunta aos alunos:

- Vocês sabem ler?

- Crianças: (todas juntas):_ Ler e escrever.”

Catarina dirige-se a uma aluna:

- Qual é o seu nome?

- Cibele.

Professora: - Cibele, distribui estes papéis. (entregou na mão da

educanda e disse com firmeza na voz):

Cada um de vocês vai escrever o próprio nome e colocar aqui na

mesa pra mim.

Reflete alguns segundos, olha para Cibele e exclama:

- Pode parar, pode parar!

Vocês vão escrever o nome todo sim, mas do colega do lado.

Alunos exclamam: - ham?!

Professora responde com ar entusiasmado:

- Que graça tem saber escrever o próprio nome.”

Um equívoco foi cometido, a mestre esqueceu a chamada no primeiro dia de aula

em que tais formalidades são por vezes exigidas. No entanto, podemos encontrar meios

de realizar o que foi proposto, no caso, o simples ato de fazer a chamada e momento de

ser estabelecido um primeiro contato.

Pode parecer algo simplista. Mas, nos detalhes estão os aprendizados da vida. O

desejo da perfeição pode por vezes controlar uma situação de forma a gerar uma tensão

que pode paralisar e trazer desequilíbrio para o ambiente, sobretudo em sala de aula.

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Quando o docente encara com flexibilidade e criatividade os seus próprios erros,

tende a transmitir uma mensagem oculta ao outro: “Você também pode cometer erros

que serão aceitos, e, juntos, vamos buscar uma forma de acertar.”

Diz-se que a primeira impressão é a que fica. Se este dito condiz com a

realidade, a primeira impressão da docente Catarina foi um gesto de humildade que

marcou a vida daqueles discentes e foi o primeiro passo para uma relação que

provavelmente alcançará seu objetivo pedagógico, a aprendizagem. Como educadores,

perceber e desenvolver esse currículo oculto pode vir a ser um diferencial que ficará

marcado nas instituições que transitaremos, sobretudo, na vida dos educandos.

• Comentários e transcrição do primeiro conflito observado em aula:

Em sala de aula, eis que surge o primeiro conflito. A turma coloca

um “ovo de passarinho” para cadeira de um dos discentes.

Quando este vai sentar-se, senta em cima do “ovo” e a turma

começa a caçoar do jovem.

A professora Catarina questiona o que está acontecendo.

Os alunos começam a colocar a culpa um no outro e atribuir a

docente um papel quase que detetive da situação.

Qual foi a estratégia desenvolvida pela docente para solucionar tal conflito?

Veremos a resposta a seguir. Cabe-nos antes uma breve reflexão.

Na prática docente é possível administrar os conflitos que surgem naturalmente

quando estabelecemos relações interpessoais. Desenvolver um bom relacionamento

interpessoal com os educandos, não significa dizer que a função primeira do professor é

ocupar-se exclusivamente dos conflitos dos alunos, que surgem, a partir de momento

que eles estão em constante convívio.

Diante dos conflitos uma possível armadilha para o docente é acreditar que para

que seja estabelecida uma boa relação educador-educando, seja necessário em algumas

situações assumir o personagem de detetives, policiais, advogados, mães, pais e outros

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papéis que acabam por sobrecarregar e gerar uma carga que na verdade não pertence à

função.

O discente possui a sua própria autonomia, uma vez que carrega em si suas

próprias vivências e experiências. Reconhecer que o outro possui ferramentas e

reflexões suficientes, para que, caminhando pela estrada de sua própria autonomia, seja

capaz de criar suas soluções, pode ser um exercício assertivo em sala de aula.

Em alguns momentos nesta relação com o discente, o docente pode assumir uma

postura de distanciamento da queixa, para poder assim, promover uma escuta analítica.

Tal postura contribui para que o educando assuma suas próprias responsabilidades.

Logo, ser humilde não significar ser paternalista, e sim, promover a democratização das

ideias.

Vejamos então qual foi a solução criada pela docente Catarina diante da situação

de conflito:

A docente Catarina tem a ideia de criar um júri:

Os alunos questionaram o significado da palavra:

“- Júri?

- Julgamento, disse a professora.”

E, nesse julgamento os alunos foram

elegendo-se: réu, vítima, advogado de defesa,

advogado de acusação e um clima de leveza e

reconciliação instalou-se em aula.

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Professora Catarina mostrou-se então disposta a ouvir a opinião dos alunos e não

simplesmente assumir a total autoridade e estabelecer, por seu próprio juízo, o

veredicto.

Neste gesto sugere à prática docente, diante de conflitos, desenvolver estratégias

para problematizar o convívio e as relações interpessoais, mostrando ao sujeito que ele é

responsável pela sua própria autonomia.

Nem sempre teremos todas as respostas. E, neste processo, acontece a troca.

Afinal, quem ensina aprende ao ensina e, quem aprende ensina ao aprender. Não há

docência sem discência.

• Segundo conflito para ilustrar a teoria descrita acima:

Ao término da aula, a docente “Cibele”, foi procurar a professora

Catarina:

“- Professora Catarina, posso falar com a senhora?”

Catarina mostra-se acessível. A aluna tem estatura menor que a

docente. Esta se curva para ficar no mesmo tamanho da discente.

Considerando que uma relação dialógica não é constituída apenas do verbal, a

cena acima adquire relevância para fundamentar a ideias presentes neste trabalho.

Pensar no que é dito pelos gestos, olhares, movimentos. A linguagem corporal aparece

como um importante ingrediente para a reflexão. O distanciamento pode acontecer em

um ato de tentativa de aproximação.

Como é de conhecimento da maioria, a postura de uma pessoa pode denunciar

que ele não está aberto ao diálogo. Sinais como: não olhar nos olhos, remexer bolsas e

cadernos enquanto o outro está se pronunciando, ou até mesmo, “sair andando”, são

atitudes que, dependendo do contexto, podem indicar inacessibilidade.

O objetivo de descrever tais posturas, não é o de criar julgamentos, mas sim,

como docentes, sermos conscientes sobre nossas atitudes, posturas e falas nas relações

interpessoais, sobretudo na relação educador-educando.

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Segue o diálogo:

“- Dona Caty, eu precisava muito falar com a senhora.

. - Professora, sabe o Luizinho?

- O Antônio, o Paulo e o Nilton vão bater nele lá atrás da igreja.”

A cena termina sem outras frases. Prossegue-se então para a cena seguinte onde

acontece o duelo prometido entre os alunos. Cibele, uma das protagonistas da trama

profere o seguinte argumento:

“- Não sejam covardes... uns meninos tão bem educados.

Um dos meninos diz:

- Vamos dar uma lição nesse capiau.

Cibele acrescenta:

- Três contra um...

- Seguinte! Vocês conhecem a história dos três mosqueteiros?”

Os meninos olharam admirados diante da pergunta de Cibele. Naquele momento

a briga, que mal começara, terminou. O que seria uma “batalha sangrenta”, como o

próprio aluno narra na história do filme, transformou-se em uma bela amizade.

Forma-se naquele momento um grupo de quatro mosqueteiros e uma

“mosqueteira”, que, unidos, seguem, até o final da narrativa. A docente não precisou

assumir uma postura de onipresença afirmando a autonomia da discente.

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Na trama, a partir da cena descrita acima, percebe-se uma quebra da

agressividade entre alunos, que passam a conviver de forma mais amistosa.

Durante a prática docente, Dona Caty também tinha uma estratégia: a prática do

elogio. Diante de uma resposta positiva dos alunos esta sempre exclamava: “Mas eles

estão sabidos demais.”

Uma postura de não ter receios de considerar o outro como superior também.

Claro que o elogio não pode ser falso, vir em disfarce de bajulação, adulação. Mas,

reconhecer o bem feito do outro, é um bom exercício de humildade e uma prática

pedagógica, que, se adotada, tem efeitos benéficos quando pensamos em uma prática

educativa transformadora cujo objetivo seja o de valorizar o conhecimento e a vivência

do aluno.

. Ao final da narrativa, que coincide com o final do ano letivo, Catarina decide

homenagear seus alunos com uma celebração de “entrega de medalhas”. Contudo, a

avaliação não é com o intuito de parabenizar e medir atributos acadêmicos.

O objetivo é parabenizar o ser humano.

• Comentário sobre a cena: “entrega das medalhas”:

“- Primeiro lugar em simpatia... (ao parabenizar uma aluna)

Vocês são o primeiro lugar, aqui ó, no meu coração.”

Não há também diálogo, se não há uma intensa fé nos homens. Fé no seu

poder de fazer e de refazer. De criar e recriar. Fé na sua vocação de ser

mais, que não é privilégio de alguns eleitos, mas direito dos homens.

(FREIRE p. 93, 2005)

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Nas palavras de Paulo Freire, fé e humildade caminham juntas.

E, não se trata de uma fé ingênua, uma vez que parto do principio de que a

verdadeira humildade é firme, segura e sóbria. Se humildade tem relação com uma terra

fértil, pronta para receber a semente e assim dar uma grande colheita, quem planta com

este espírito, também assim o recebe de volta. Logo, se como docente, semeei, plantei

com dedicação, acreditando nos frutos, tenho fé, que cedo ou tarde, no tempo certo, a

colheita será feita no coração e na vida dos homens com que me permiti a troca.

Sem fé nos homens o diálogo é uma farsa.

Na prática pedagógica docente-discente é preciso que haja um crédito depositado

a partir de todas as vias envolvidas nesta estrada do encontro.

24

Investigar

Aprender

Viver

(Simone de Paula)

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CAPÍTULO 2

Ensinar exige criatividade

Na relação educador-educando é importante considerar que a paixão em ensinar

e a vontade de aprender são ingredientes importantes na busca por uma prática docente

que tenha curiosidade e a criatividade.

Quem está com vontade de ensinar, de despertar nos alunos um motivo que os

levem a uma ação como resposta desse processo ensino-aprendizagem, vai à busca, pelo

mundo afora, de ferramentas, de métodos e vivências que despertarão o interesse do

aluno. A este processo de busca podemos dar o nome de criatividade.

Contudo, a própria palavra aluno já nos paralisa diante da ideia de propor novos

paradigmas. Do latim “a”, negação e “lune”, sem luz. Aluno, no sentido literal da

palavra seria um ser “sem luz”. Mas, vamos mudar esta concepção que a carga da

palavra aluno nos traz, para que sejam evitados os preconceitos e estereótipos de que

aluno é aquele que não pensa. Propõe-se dar um crédito aos educandos, e tal abordagem,

foi comentada no capítulo anterior quando discutimos sobre educar ser um ato de fé.

É necessário, como docente termos a consciência de que ensinar não se resume

apenas em transmitir conhecimento, e sim, semear em um ambiente e utilizar

ferramentas que nos possibilitem colher os frutos dessa produção de conhecimentos.

Esta será, sobretudo, uma colheita construída junto com os saberes dos discentes, que

também tem algo a contribuir.

Ora, quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Não há

docência sem discência. Aprender é primário, o ato de ensinar é secundário.

E, este aprender pode e é necessário que seja um aprender criticamente. É o estar

com a mente aberta para novas possibilidades e estar apto para questionar novas

realidades. Carregar em si um desejo de ver, informar-se, aprender, pesquisar as

realidades.

Mas, para que este processo de novas descobertas se instale nessa relação

educador-educando, é interessante que o líder mediador, podemos assim chamar a figura

do educador, assuma uma postura adequada para que se instale um ambiente em que a

26

exposição dessas descobertas encontre um colchão de espuma para poder cair e

desenvolver-se.

Assim, o educador pode optar em assumir uma postura democrática em sala de

aula, construindo assim um ambiente que irá despertar, aguçar, e reforçar a capacidade

critica e curiosidade do educando. Munido da consciente importância da criatividade na

prática pedagógica ensino-aprendizagem, o educador compreende que sua real tarefa

não é só ensinar conteúdos e sim, estimular à pesquisa, à descoberta do belo que há no

mundo do conhecimento. Afinal, ensino caminha lado a lado com a pesquisa. São como

um casal de enamorados que a todo o momento descobrem-se um ao outro. O saber

oriundo da curiosidade.

Para que tal atmosfera de pensamento crítico seja criada é um fato a se

considerar, que o educador possa desenvolver e trabalhar a sua habilidade em incentivar

à curiosidade. Sim, com o bom senso de estabelecer limites éticos para que a

curiosidade não invada o espaço alheio. Mas, uma curiosidade com objetivo

pedagógico, curiosidade que se origina na criticização.

Quem nunca se viu com sua imaginação aguçada diante de uma situação em que

sua curiosidade foi despertada. Imagina um cheiro, por exemplo, pode provocar uma

vontade de investigar. Desperta o sentido, o olfato. Pode despertar outro sentido, o

paladar. Pensemos algo simples e cotidiano como o ato de estar adormecido e de repente

levantar por sentir um “cheiro de café”. Tais sensações podem levar o sujeito a desejar

investigar mais profundamente a origem de todas aquelas experiências sensoriais.

Mesmo diante do sono, no despertar lento da manhã, ele pode sair do seu ambiente

aconchegante e, dirigir-se até a cozinha, cambaleando. Pode então surgir a interação, dar

um “bom dia” para quem preparou o café, dividir um bom diálogo naquele momento,

compartilharem mutuamente alguma notícia do dia, enfim, despertar e prosseguir rumo

a outras experiências.

Satisfeita uma curiosidade, a capacidade de inquietar-me e buscar

continua de pé. Não haveria existência humana sem a abertura de

nosso ser ao mundo, sem a transitividade de nossa consciência.

(FREIRE p. 88, 1995)

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Curiosidade desperta o conhecimento. Curiosidade nos faz despertar para o

mundo. Quando bem alimentados ficamos de pé, mais dispostos. Não somente nosso

corpo é saciado com o alimento. Nossa mente também é saciada com o delicioso doce

do conhecimento. Sim, o conhecimento, o ato de aprender, de pesquisar pode ser um

“doce”, que desce saboroso e lentamente pela mente e vida afora. A consciência de que

o estímulo da curiosidade do educando nos move, nos inquieta, aprendemos e

ensinamos.

Essa vontade de investigar o mundo nos torna seres, criativos. Afinal, munidos

de informações fruto dos nossos questionamentos, temos agora mais ferramentas para

criar alternativos e novos métodos de ensino-aprendizagem.

E, criatividade, esta capacidade de criar, movida pela paixão de ensinar e

aprender, é uma das marcar da Professora Caty.

Sua frase de efeito diante de uma situação inesperada:

“Tive uma ideia!”

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Discursamos sobre curiosidade em detrimento da criatividade. Visto que é o

título do capítulo, parece um tanto quanto incoerente. Contudo, criatividade não se

explica, aplica-se. É uma ação movida pela reflexão. É o fruto do diálogo, com o mundo

e suas adversidades. É “levantar, jogar a poeira e dar a volta por cima”, como diz o dito

popular. É preciso criatividade, não somente para a realidade do docente, mas para

driblar as surpresas que a vida nos oferece e ter sempre uma resposta.

Então, vamos trocar vivências com as práticas pedagógicas da professora

Catarina. Seguem-se alguns exemplos retirados do filme.

• Criatividade ao estimular a leitura:

Catarina escreveu no quadro:

“Debaixo da última carteira tem um presente.

Quem ler esta frase primeiro pode ir lá pegar o presente”.

Uma aluna, sendo a primeira a ler, vai e pega o presente. Seus

colegas a olham sem nada compreender.

Catarina parabeniza a aluna e mostra a frase no quadro e segue

com o seguinte comentário:

“-Viu só, não gostam de ler. Mas agora vão gostar, e muito”.

Como é de conhecimento da maioria, nota-se em salas de aula uma resistência à

leitura. O que para alguns, remete a ideia de cansaço, algo trabalhoso, complicado. A

docente munida da habilidade de exercer a empatia sabia disso.

Buscou formas de motivar seus alunos. Ensinar com paixão e criar uma

motivação são alguns ingredientes do currículo oculto.

Nas palavras do discente que narrava a ficção:

“E, ela continuava inventando coisas

novas para a gente entender a vida”.

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Os momentos finais deste singelo trabalho busca refletir sobre a prática docente

como uma aventura criadora em algumas disciplinas presentes no ensino fundamental I

que aparecem no objeto escolhido.

Encaro-os como estímulo ao nosso potencial criador.

• Criatividade ao ensinar geografia: professora Caty solicita aos alunos que

procurem no globo terrestre um país chamado “Cubalã”, que, como é de se

imaginar, não exite no mapa. Um dos discentes faz a seguinte narração

comentando o gesto da discente:

“Olha, vejam só, procurando um país que não existe, você pode

descobrir um monte de país de verdade”.

• Aprendizagem fora de sala de aula: Catarina levou os alunos para fora do âmbito

escolar. Convidou-os para participarem de um pic nic ao ar livre. Como

convidado tiveram um professor de Geografia. Este como os recursos que a

própria paisagem oferecia, pediu aos alunos que desenhassem tudo o que era

observado. Dessa forma os alunos foram aprendendo o que era colina, picos,

lagos, ilha e outras informações pertinentes ao ensino da disciplina.

“-A sala de aula poderia ser do tamanho

do mundo inteiro!”

30

• Criatividade ao ensinar matemática: inspirados na cantiga de roda “Pai

Francisco”, os discentes acompanhados da docente criam uma paródia para a

temida tabuada:

Pensar em desenvolver criatividade e estimular a curiosidade em sala de aula,

requer do educador uma postura investigativa diante da vida e muito amor. Mais um dos

comentários dos educandos:

“A professora Catarina inventava coisas novas

para que os alunos entendessem a vida.”

• Uma professora muito maluquinha vai ao Egito: professora Catarina decidiu

levar seus alunos ao cinema e deixa a seguinte mensagem no quadro:

“Estamos no Egito.”

31

Diante do filme sobre o Egito foi despertado o interesse dos alunos sobre a

cultura deste país. Uma das discentes pediu à Catarina que levasse livros para eles

investigarem mais sobre o local em que viveu “a rainha do Nilo”.

Tão grande interesse originou uma peça de teatro, inspirada e elaborada pelos

próprios alunos. “Eles fizeram tudo sozinho, não ajudei em nada”, diz a discente diante

da excelência dos alunos ao apresentarem a peça teatral sobre o Egito.

Podemos pensar que uma relação dialógica, baseada na humildade e criatividade,

pode possibilitar o desenvolvimento de um ambiente em que a prática pedagógica, o

processo de ensino aprendizagem pode conquistar então o seu objetivo: a construção de

novos saberes.

A criatividade de um docente pode estimular a curiosidade de seus educandos, e,

nessa atmosfera de inquietação indagadora, impulsionar o motor que nos move em

direção à viagem que é a descoberta de novos saberes.

32

CONCLUSÃO

Qual é o principal objetivo da educação superior? Estamos preocupados em

formar cidadãos críticos? Nossas aulas e conteúdos programáticos promovem esta

atmosfera de pesquisa e extensão do conhecimento? Estão abertas as questões que não

necessariamente possuem uma resposta pragmática e ou dogmática.

O objeto escolhido para problematizar a relação educador-educando e a prática

pedagógica é um filme leve, lúdico e simples, sem muitas pretensões teóricas. Destaca-

se pelo bom relacionamento estabelecido entre docente–discente assim como a marca do

amor pela atividade educativa.

Percebe-se como resultado o estímulo à curiosidade por novos saberes e as

diversas abordagens criativas executadas pela docente. A marca do filme é simplicidade

e a criatividade presentes em sala de aula. O que possibilita o diálogo com o ensino

superior, sobretudo nas redes privadas de ensino, com aulas ministradas para alunos que

muitas vezes conciliam trabalho e estudo. O desafio deste tipo de cenário, me parece

ser, muito mais do que formar diplomados em busca de um lugar no mercado de

trabalho, identificar e reconhecer esforços individuais deixando fluir o espírito

investigativo para além da sala de aula.

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esse olhar investigativo é

necessário para que sejam adquiridos conhecimentos que depois serão trocados. Mas,

não podemos esquecer do ingrediente humildade. Esta permite que seja criado nesta

relação docente-discente, um elo de confiança, que possibilite os erros e os acertos. E, se

não o chamaremos “erro”, podemos substituir pela palavra “diversidade”. O respeito aos

saberes construído no cotidiano, convivência, e vivência de cada sujeito.

Ou seja, uma relação horizontal na contramão de uma visão ‘bancária’ da

educação, em que o “saber’ é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada

saber. (FREIRE, p. 22, 2006).

Prosseguindo nas palavras do pedagogo:

33

O educador é que educa; os educandos, os que são educados;

O educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem;

O educador é o que pensa; os educandos, os pensados;

O educador é o que diz a palavra; os educandos, os que escutam

docilmente;

O educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados;

O educador escolhe o conteúdo programático;

os educandos, jamais ouvidos nesta escolha,

se acomodam a a ele;

O educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade

funcional, que opõe antagonicamente a liberdade dos educandos;

estes devem adaptar-se as determinações daquele;

O educador, finalmente, é o sujeito do processo;

os educandos, meros objetos.

(FREIRE, p. 15, 2005)

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Em Uma Professora muito maluquinha os educandos: sabem, pensam, são

ouvidos, fazem parte do processo, tem autonomia e são educados para a vida. Estes são

os ingredientes utilizados ao longo deste singelo trabalho para pensarmos a prática

educativa, seja para crianças, seja para adultos no ensino superior.

Acredito que o discente é um indagador, por vezes, silencioso. Criar um bom

ambiente para o questionamento e criar uma atmosfera favorável para esta troca ensino-

aprendizagem é um desafio em meio a tantas vozes.

O aluno de ensino superior, considerando, por exemplo, o ensino presencial da

graduação em faculdades privadas, pode estar matriculado naquela instituição movido

por diferentes objetivos. Considerar essa diversidade possibilita ao educador criar

espaços para troca de experiências e vivências, estimulando a dimensão coletiva da ação

educativa.

Na disciplina Dinâmica de Grupo ministrada por Diná Lúcia Rocha no curso de

pós-graduação Docência do Ensino Superior, realizamos diversas atividades que provou

que estes tipos de exercícios são úteis enquanto prática pedagógica e que possibilitam a

humildade e a criatividade. Ao aplicar uma dinâmica de grupo como a técnica de

apresentação, por exemplo, o docente possibilita naquele momento o reconhecimento

das identidades, além de promover a integração e estimular a inclusão.

É possível aprender e ensinar de forma prazerosa e curiosa. O lúdico não é

dádiva somente da educação infantil. É claro, adequando às respectivas faixa etária, o

que nos encaminha mais uma vez para a pesquisa e para a criatividade.

Para que essa relação docente-discente alcance os objetivos esperados é

importante questionar seus objetivos enquanto docente. Um questionamento que pode

ser um passo inicial: qual é o papel da minha disciplina na formação do graduando?

Como posso tornar esse “saber” atrativo e útil para que ensinando o docente possa estar

aprendendo, e aprendendo, possa estar ensinando?

As ferramentas utilizadas pela educação à distância também podem ser usadas

em sala de aula. O uso dos recursos da Tecnologia da Informação e Comunicação, como

“blogs”, “chats”, e, inclusive, as redes sociais, podem ser estratégias que promovam a

inclusão, a integração, despertem a curiosidade e a prática da criatividade na divulgação

e troca do conhecimento.

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As relações humanas exigem dedicação constante. É como o trabalhado de um

agricultor, que semeia de manhã, semeia à tarde, por não saber se todas as sementes

darão frutos. O bom semeador é incansável e sabe esperar, com paciência, pela colheita

preciosa. Que os docentes, discentes, educadores, educandos, seres em geral nunca se

cansem de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, colheremos quando chegar o tempo.

O fim de uma coisa vale mais do que o seu

começo. (Rei Salomão)

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Referências Bibliográficas

Aulas e referências bibliográficas problematizadas no curso de pós-graduação lacto

sensu em Docência do Ensino Superior. Turma T207813, 2011/2012

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro, Paz e Terra,1995 ZIRALDO. Uma Professora Muito Maluquinha. São Paulo, Cia,1995

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WEBGRAFIA

http://www.hermanubis.com.br/artigos/BR/ARBRAHumildade.htm

http://www.ebah.com.br/content/ABAAABriIAF/analise-obra-pedagogia-autonomia-

paulo-freire

Acesso em: 24/03/2012.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

RESUMO 6

METODOLOGIA 8

INTRODUÇÃO 12

CAPÍTULO 1 14

CAPÍTULO 2 25

CONCLUSÃO 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36

WEBGRAFIA 37

ÍNDICE 38