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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Por: Maura de Araujo Pinto Rodrigues Orientador Prof. Vilson Sérgio Rio de Janeiro 2015 A RELAÇÃO AUTISMO, FAMÍLIA E ESCOLA... CAMINHOS PARA A INCLUSÃO DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Por: Maura de Araujo Pinto Rodrigues

Orientador

Prof. Vilson Sérgio

Rio de Janeiro

2015

A RELAÇÃO AUTISMO, FAMÍLIA E ESCOLA... CAMINHOS PARA A

INCLUSÃO

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicopedagogia.

Por: Maura de Araujo Pinto Rodrigues.

A RELAÇÃO AUTISMO, FAMÍLIA E ESCOLA... CAMINHOS PARA A INCLUSÃO.

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, aos meus pais,

familiares e amigos que estiveram me

apoiando e incentivando. As

entrevistadas que dedicaram seu

tempo a responderem algumas

questões e enriquecerem o trabalho.

Aos professores que passaram pela

minha vida acadêmica que muito me

ensinaram.

4

DEDICATÓRIA

Dedico a minha mãe Elma e ao meu pai

Mauro que estão sempre presentes na

minha vida, me ajudando em todos os

momentos.

5

RESUMO

Buscar compreender o autismo não é uma tarefa fácil, porém é necessária

quando se trata de famílias e escolas que lidam com autistas, querem ajuda-los

em seu desenvolvimento e na inclusão. Neste sentido essa obra teve por

objetivo trazer algumas informações sobre o autismo, com conceitos segundo

alguns autores através da pesquisa bibliográfica. Assim como mostra ser

importante a relação família- escola no processo de inclusão do autista nas

escolas, no desenvolvimento e na aprendizagem. Isso ocorreu também a partir

de uma pesquisa de campo por meio da realização de entrevistas com uma

representante da família e outras da Unidade Escolar de uma criança autista.

Trazendo reflexões sobre autismo, família e escola com ênfase na inclusão,

nos caminhos a serem percorridos. Sabendo que existem sim obstáculos

encontrados na inclusão dos autistas nas escolas, mas que podem ser

superados com apoio da família e da escola.

6

METODOLOGIA

O presente trabalho monográfico foi realizado por uma pesquisa Bibliográfica, em livros, artigos, manuais e cartilhas publicadas na internet

sobre o tema proposto a ser estudado. Algumas contribuições de alguns

autores foram apresentadas por meio de citações como de Cunha (2014),

Santos (2011), Rodrigues e Spencer (2010), entre outros.

Além de uma pesquisa de campo que foi realizada por meio de

breves entrevistas com representes da família e da escola de uma criança

autista, aluna de uma unidade escolar da prefeitura do Rio de Janeiro, de

Educação Infantil, estando matriculada numa turma de pré-escola, localizada

na Zona Norte da Cidade do Rio de Janeiro.

A entrevista feita com a avó da menina com Transtorno do Espectro

autista aconteceu na casa dela, em um espaço que ela preparou para a neta e

para receber também outras crianças.

Outra entrevista ocorreu com uma professora que foi a primeira a

trabalhar com essa criança quando ela chegou a essa unidade escolar e a

última com a coordenadora que também está lá desde que ela ingressou na

unidade.

Acredita-se ser importante para a pesquisa relatar um pouco de

informações a respeito dessa criança e depois a apresentação de uma breve

análise das falas dos entrevistados que lidam com essa menina no espaço

escolar e familiar.

As perguntas foram preparadas antecipadamente pela pesquisadora,

sendo elas semi-estruturadas. Para a avó foram apresentadas questões sobre

a criança, com intuito de apresentar algumas informações da menina ao leitor e

posteriormente as mesmas perguntas realizadas com a professora, com a

coordenadora, foram feitas com ela. Estas foram analisadas e comparadas.

7

A entrevistadora pretendeu ouvir o que elas têm a dizer sobre o

tema, sobre a criança, suas experiências com Transtorno do Espectro Autista e

a relação da inclusão, família e escola no caso dos autistas e a opinião delas

sobre as perguntas estabelecidas. Sendo tudo registrado por meio da escrita

em um caderno de campo.

Houve um cuidado da pesquisadora em não citar o local que a

criança autista está incluída, nem os nomes dos indivíduos envolvidos na

pesquisa com o intuito de preservá-los e por acreditar que não há necessidade

de expor esses dados.

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - Autismo e Inclusão 11

CAPÍTULO II - O Autismo, Família e

escola 20

CAPÍTULO III – Análise e Resultados 29

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 41

ANEXO 42

ÍNDICE 44

9

INTRODUÇÃO

O Autismo é um tema atual, que está sendo muito discutido no âmbito

da Educação. Porém ainda merece mais pesquisas e descobertas, pois

atualmente é grande o número de crianças autistas em diversas escolas e

ainda existem muitas indagações e desafios.

É relevante refletir sobre a inclusão de alunos autistas nas escolas, da

interação deles com toda a comunidade escolar, das práticas pedagógicas, do

papel do professor e da família nesse processo de inclusão, entre muitas

outras questões a cerca do tema proposto a ser estudado, buscando melhorias

na prática.

Pretende-se verificar como a família e escola em parceria podem

ajudar na inclusão e no desenvolvimento dos autistas. Além de buscar

compreender um pouco mais sobre a criança autista através da pesquisa.

Sendo assim são apresentados alguns conceitos considerados

importantes sobre o autismo, tipos de intervenções realizadas com autistas.

Acreditando necessária a inclusão destes alunos nas escolas, destacando-se a

importância da família e escola juntas no caminho da inclusão,

desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo com Transtorno do Espectro

Autismo (TEA)

Algumas reflexões são feitas também com a realização de entrevistas e

análise destas, onde pessoas que lidam com uma criança autista relatam

algumas experiências, buscando relacionar a teoria com a prática.

A escolha da abordagem desse tema ocorreu por acreditar que é

necessário que professores e pais tenham maiores informações sobre o

autismo, reflitam sobre seus papéis, sobre parecerias que podem ser feitas e

estímulos que podem oferecer aos autistas para assim contribuir no processo

de inclusão deles.

10

A família e a escola precisam buscar conhecimentos sobre esse

transtorno que ainda é desconhecido para algumas pessoas, para saber como

lidar com um autista. Compreendendo que a observação, o diálogo e a troca do

que ocorre em diversos espaços ajudam na realização de intervenções

adequadas.

A própria autora desta obra já teve uma aluna autista, por um pequeno

período de tempo no ano letivo de 2014. Gerando mais interesse em

aprofunda-se um pouco no estudo do autismo, refletir e possibilitar também

reflexões para outras pessoas. A menina citada nas entrevistas é esta aluna e

continua no Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) que a autora trabalha.

Pretender estudar o Autismo é uma posição pedagógica e acadêmica que traz consigo a necessidade do desenvolvimento de uma atitude de investigação, de estímulo a continuar pesquisando, analisando, discutindo com outros estudiosos, pois muito ainda precisa ser descoberto sobre esta síndrome, uma vez que pouco ainda se sabe. (RODRIGUES, SPENCER, 2010, p.122).

O estudo do autismo deve ser contínuo, muitas informações já podem

ser encontradas a partir de pesquisas já realizadas por diversos

pesquisadores, mas ainda é um tema que envolve muitos questionamentos e

possíveis descobertas a serem feitas.

Aqui a ênfase é a relação autismo, família e escola por acreditar que é

possível que a família e a escola de autistas contribuem na inclusão, na

aprendizagem e no desenvolvimento deles, quando caminham em pareceria.

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CAPÍTULO I

AUTISMO E INCLUSÃO

1.1. Alguns conceitos importantes sobre o autismo

É importante a compreensão de alguns conceitos sobre o espectro autismo, pois muitas vezes faltam informações adequadas sobre o que envolve

o transtorno e acaba gerando alguns preconceitos por parte de algumas

pessoas em relação ao comportamento da criança ou adolescente autista por

desconhecimento.

Conforme Bordini, Gadia e Portolese na Cartilha Autismo e Educação

(2013), a procura por orientação e informações tem crescido devido às leis que

exigem a inclusão de autistas nas escolas.

Pode-se constatar que o número de diagnóstico de autismo também

está crescendo ultimamente.

Crianças e adolescentes com um dos Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) têm sido identificados com maior frequência do que ocorria até poucos anos atrás. Estima se, atualmente, que a prevalência seja de um indivíduo afetado em cada 100 pessoas, aumento significativo em relação às taxas observadas há algumas décadas. O aumento da identificação ocorre, possivelmente, porque essas condições são mais conhecidas atualmente e porque os critérios diagnósticos são mais abrangentes. (SCHWARTZMAN, 2014, p.6).

Entretanto as causas ainda são desconhecidas pelos pesquisadores.

Alguns sintomas podem ajudar no diagnostico e intervenções podem ser

realizadas o quanto antes, podendo ajudar no desenvolvimento do autista. “O

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diagnóstico precoce é importante para poder iniciar a intervenção educacional

especializada o mais rapidamente possível.” (Mello, 2005, p.23).

De acordo com Mello (2005) os sistemas mais comuns para

diagnosticar o autismo são a Classificação Internacional de Doenças da

Organização Mundial de saúde (CID-10, na décima versão) e o Manual de

Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de

Psiquiatria (DSM-IV).

O autismo é classificado no CID- 10 como um dos Transtornos

Invasivos do Desenvolvimento, segundo Cunha (2014). O autor ressalta ainda,

que a nomenclatura Transtorno do Espectro Autista que é usada atualmente,

engloba os diferentes níveis do Transtorno, que pode ser leve, moderado e

severo.

Conforme Fernandes e Orrico (2011) o espectro autista apresenta

falta de contato visual direto, gestos e posturas corporais que acaba

dificultando a interação social. Além de poder existir um atraso ou inexistência

total no desenvolvimento da linguagem falada e de comunicação por meio de

gestos ou mímicas, quando há desenvolvimento da linguagem ela acontece de

maneira repetitiva, ecolálica e em terceira pessoa. Estes autores consideram o

transtorno sendo de comunicação, sua acessibilidade refere-se a essa área.

Já relacionado ao comportamento Fenandes e Orrico (2011) dizem

que o espectro apresenta resistência as mudanças, padrões repetitivos e

restritos. “Cerca de 40% dos autistas possui um déficit de inteligência associado e

quanto mais presente o déficit maior são as dificuldade de interação”. (Fernandes e

Orrico, 2011, p.122).

Alguns sintomas podem aparecer visivelmente nos indivíduos com

autismo. “Crianças, adolescentes e adultos diagnosticados com autismo podem apresentar

menor habilidade no controle muscular e exibir comportamentos estranhos como movimentos

repetitivos sem nenhum motivo aparente”. (GADIA, BORDINI, POTOLESSE, 2013 p.18).

13

Em relação às causas do autismo conforme Mello (2005. p.17):

As causas do autismo são desconhecidas. Acredita-se que a origem do autismo esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Além disso, admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto.

Segundo Cunha (2014) os sintomas do autismo no geral surgem

aproximadamente aos três anos de idade, mas ele pode surgir desde os

primeiros meses da criança.

É importante ressaltar que é necessário o diagnóstico do autista o

quanto antes, embora ainda não exista cura, as intervenções realizadas são

necessárias.

De acordo com Gadia, Bordini e Portolese na Cartilha Autismo e

Educação (2013, p.10):

Até o momento não há nenhuma cura comprovada, mas, ao longo das últimas décadas, pesquisas bem documentadas têm mostrado que as crianças com autismo respondem muito bem à intervenção precoce e intensiva (antes dos cinco anos), às estratégias de manejo dos comportamentos e ações educacionais e de saúde integradas.

1.2. A inclusão de autistas nas escolas

Como visto anteriormente neste trabalho, o número de crianças com diagnóstico do Transtorno Espectro Autista vem aumentando,

consequentemente as escolas também estão cada vez mais recebendo essas

14

crianças. Pois é um direito garantido pela legislação de estarem incluídos em

escolas regulares, sendo em classes comuns ou especiais, além do acesso a

sala de recursos, ao atendimento educacional especializado.

A inclusão de aluno com necessidades educacionais especiais em

escola regular é importante, pois possibilita o convívio com as diferenças. Para

Santos (2011), todos se beneficiam: os alunos com deficiência, os outros

alunos da escola, os educadores, as famílias e toda a comunidade. Sendo as

classes comuns espaço de muitas experiências e diversas situações.

A escola precisa trabalhar com as diferenças, com o respeito a elas

desde a Educação Infantil, que é a primeira etapa da Educação Básica e

extremamente importante no desenvolvimento da criança e espaço de muitas

interações.

Com as leis inclusivas muitos avanços ocorreram em relação aos

direitos das pessoas com deficiência, politicas públicas foram criadas.

Sem conhecer as interações não há como incluir crianças e jovens, numa perspectiva de humanização necessária para subsidiar políticas públicas e práticas educativas solidárias e inclusivas, entre crianças, jovens e adultos, com ações coletivas e elos capazes de gerar o sentido de pertencer, fica agora a tarefa e o desafio da escola em assumir efetivamente, em parceria com os pais (família em geral), a função de proporcionar aos alunos, inclusive aos alunos autistas, oportunidades de evoluir como seres humanos. (SANTOS, 2011, p.36).

As escolas regulares começaram a se preparar para receberem

os alunos com necessidades educacionais especiais a partir da imposição das

leis que garantem a matrícula destes alunos nas escolas regulares.

De acordo com Santos (2011) a educação inclusiva é um direito

estabelecido pela Constituição Federal de 1998 e pela Lei de Diretrizes e

Bases da Educação (LDB) 9394 de 1996 que definiu as diretrizes da Educação

15

Especial como sendo uma modalidade oferecida preferencialmente na rede

regular de ensino, no capitulo V.

Para Santos (2011) a inclusão de alunos com deficiência na escola

regular teve inicio com a Declaração de Salamanca em 1994 que foi publicada

pela ONU (Organizações das Nações Unidas). Essa Declaração, a Convenção

sobre os direitos da Criança (1988) e a Declaração Mundial sobre a Educação

para todos (1990) são importantes e almejam a inclusão social.

Conforme as Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com

Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) (2013), o governo brasileiro através

de políticas públicas vem procurando oferecer melhorias na vida das pessoas

com deficiência, com aumento do acesso à saúde, educação, trabalho e outros.

Segundo essas Diretrizes (2013) institui-se a Política Nacional de

Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista,

considerando o individuo com (TEA) pessoa com deficiência para todos os

efeitos legais. Destacando-se que as associações de pais de pessoas com

esse transtorno e entidades estão contribuindo para conquista de direitos para

eles.

As escolas precisam ser inclusivas, e ela é um direito de todos,

devendo ser democrática. “Uma sociedade democrática é uma sociedade para

todos; uma escola democrática é uma escola para todos. Inclusão é, antes de tudo,

uma questão ética.” (SANTOS, 2011, p.61).

Além do diagnóstico precoce, ser fundamental nos casos do

Transtorno no Espectro Autista (TEA), e a realização de intervenções

adequadas, as ações educacionais também são importantes.

Quando as necessidades educacionais de crianças com TEA são atendidas, respeitando a condição espectral do transtorno, ações educacionais poderão garantir que alcancem o nível universitário (especialmente aquelas que não apresentam deficiência intelectual importante), assim como qualidade de vida individual e familiar e inserção social no mercado de trabalho, sempre que as condições fenotípicas da doença possibilitem.

16

(Manejo comportamental de crianças com Transtornos do Espectro do Autismo em condição de inclusão escolar, p.25).

Segundo Santos (2011) numa escola inclusiva o professor e o gestor

precisam levar em consideração ao planejarem aulas e projetos, o tempo,

espaço, materiais diversos, organização do coletivo e estabelecer rotinas.

Para se construir um currículo na escola para o autista é preciso

primeiro ser realizada uma avaliação para identificar as habilidades que

precisam ser alcançadas, devem-se ser priorizadas as habilidades naturais.

(CUNHA, 2014),

É preciso trabalhar com as habilidades do aluno, com suas

potencialidades, estimulando-os naquilo que eles são capazes de fazer no

momento, observando e buscando perceber seus interesses para assim propor

atividades significativas para vida deles, onde provavelmente irá ocorrer

aprendizagem.

E incluir o aluno com deficiência, não é apenas o matricular na

escola regular, é preciso atender as suas necessidades de acordo com

especificidades, fazendo as adaptações que forem precisas, como as do

espaço escolar, as curriculares e as avaliações.

[...] A instituição escolar precisa redefinir sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias, reorganizando grades curriculares, proporcionando maior ênfase à formação humana dos professores, e afinando a relação família-escola, propondo uma prática pedagógica coletiva, dinâmica e flexível para atender esta nova realidade educacional (SANTOS, 2011, p.26).

Segundo Cunha (2014) a escola deve possibilitar que os autistas

vençam obstáculos que lhe geram dependência, eles apresentam dificuldades

na realização de funções comuns no cotidiano.

17

Com o aluno autista a preocupação em relação ao ensino-

aprendizagem, vai além de conteúdos. É preciso ajudá-los a conseguirem

realizar tarefas que eles apresentam dificuldades, como por exemplo, trabalhar

a questão da autonomia e hábitos comuns diários.

A formação do professor também é importante no processo de

inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, é preciso que

ele busque conhecimentos e reflita sobre como ele irá trabalhar e lidar com os

seus alunos, no caso de um estudante com Transtorno do Espectro Autista,

faz-se necessários conhecimentos sobre esse transtorno para receber essa

criança ou adolescente da melhor maneira possível, tentando atender suas

necessidades.

De acordo com Santos (2011) a inclusão na escola não é apenas

a reorganização de espaços físicos e de processos ensino-aprendizagem, é

também o professor estar preparado para trabalhar com as diferenças. Ele

ressalta que para a escola regular ser eficiente na inclusão, tem que ter

também gestores, auxiliares, e pessoas que trabalham na parte administrativa

que sejam preparadas para atender adequadamente o aluno que está sendo

incluído naquele espaço.

Pois não é apenas o professor que lida com a criança ou

adolescente no ambiente escolar, e sim os outros funcionários que atua no

local, e que em muitos casos podem não possuírem nenhum tipo de

informação sobre o TEA, desconhecer algumas características comuns em

autistas.

A esquipe pedagógica da instituição, seja a coordenação ou a

direção são importantes nesse processo de inclusão, elas em conjunto podem

trabalhar com os profissionais da escola oferecendo informações e

possibilidades de estudos sobre o transtorno e construir coletivamente

caminhos para que ocorra com sucesso a inclusão.

A inclusão de crianças autistas é valida e traz benefícios em seu

desenvolvimento, pois desde as primeiras etapas da educação ela está

inserida em lugar onde convive com outras pessoas, brinca com outras

18

crianças, dependendo do caso e já vão ocorrendo algumas intervenções.

“Quando a criança encontra desde cedo, uma forma alternativa de manter relações e

trocas com o meio, ela tende a perder menos em seu processo de desenvolvimento

cognitivo”, (Santos, 2011, p.57).

O autista inserido em uma escola regular não está apenas

convivendo com os adultos, como também com outros alunos, com seus pares.

E o adulto acaba procurando fazer uma mediação nesse processo de

socialização, ele pode buscar a partir de brincadeiras ou de outras atividades,

possibilitar que haja aproximação entre eles, e uma inclusão de fato seja

realizada.

1.3. Alguns tipos de intervenções

É importante que a criança com Transtorno do Espectro Autista

além de estar incluído na escola, tenha um acompanhamento multidisciplinar,

podendo ser atendido por fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo,

neurologista, terapeuta ocupacional, entre outros. É necessário que esses

profissionais criem redes, e dialoguem entre si sobre o indivíduo com o qual

estão trabalhando, acompanhando e avaliando o seu desenvolvimento.

Uma educação adequada também se faz imprescindível. “Por não

existir cura para o distúrbio do espectro autista, o tratamento é baseado em educação

de apoio para ajudar a criança a alcançar seu potencial”. (SANTOS, 2011, p.27).

Sabe-se que o Transtorno do Espectro Autista tem vários níveis e

existem diferenças de um individuo para o outro, é preciso então avaliar qual

poderá ser a intervenção mais adequada para ser realizada.

Conforme Santos (2011) o uso da tecnologia atualmente

proporciona formas alternativas de comunicação, como o uso de computadores

e dispositivos que auxiliam a vida de autistas. Para o autor, intervenções e

19

técnicas para trabalhar com eles passam pela comunicação. “... Comunicação

é um conceito amplo e deve ser analisado quando em grupos sociais. Para a

comunicação ocorrer não é necessário que haja fala, nem linguagem...”.

(Santos, 2011, p.42).

Após terem sido abordados alguns conceitos de Autismo e a

importância do diagnóstico, agora serão apresentados ao leitor alguns tipos de

intervenções que podem ser realizadas;

Segundo Santos (2011) o TEACCH (Tratamento e Educação para

Crianças com Autismo e com Distúrbios Correlatados na Comunicação) foi

desenvolvido nos Estados Unidos nos anos 60, sendo usado hoje em vários

países. Para o autor (2014) esse tratamento auxilia o autista a ter maior

autonomia e se desenvolver na comunicação, sendo um programa que busca

responder as necessidades dos autistas.

Outro tipo de modelo é ABA (Análise Aplicada do Comportamento-

Applied Behavior Analysis) de acordo com Santos (2011) esse é de longa

duração e atua com comportamentos que já foram identificados e observados.

Este método pode ser utilizado após treinos por professores, pais e outras

pessoas que lidam com a criança autista.

Já os autores Rodrigues e Spencer (2010), dizem que a principal

crítica a esses métodos mencionados é a de uma educação mecanicista, que

está mais voltada a robotizar do que promover potencialidades. Elas se

consolidam na psicologia behaviorista

Os PECS (Sistemas de Comunicação Através da Troca de Figuras),

de acordo com Santos (2011) é um completo sistema de comunicação, sendo o

método mais usado com crianças e com adultos autistas. Com este é possível

desenvolver a fala, através de imagens e sequência de frases que possibilita a

criança a criar enunciados, pode ser utilizado por pais, terapeutas e

professores sem ter alto custo.

Segundo Rodrigues e Spencer (2010) os PECS, avalia as

capacidades e habilidades da pessoa para depois estimular o aprendizado de

20

habilidades de comunicação. Este método se baseia nos estudos da

Psicolinguística.

Cunha (2014) ressalta que o método TEACCH, ABA e o PECS, são

algumas intervenções comportamentais eficazes no tratamento de autistas, que

oferecem algumas técnicas para ser aplicadas na escola juntamente com a

família.

Estas são algumas intervenções que podem ser eficazes quando

trabalhadas com autistas, é necessário que seja escolhida a mais adequada de

acordo com o caso, e é importante que exista um diálogo da família com a

escola sobre o método que está sendo trabalhado com o aluno.

21

CAPÍTULO II

O AUTISMO, FAMÍLIA E ESCOLA

2.1. A relação família e escola

Uma boa relação entre a família e a escola, onde existem diálogos,

parceria e cumplicidade é fundamental para a educação e aprendizagem dos

estudantes, podendo trazer muitas vantagens para eles.

Neste capitulo será abordada esta relação, com o autismo mais

especificamente, mas vale ressaltar que ela se faz necessária independente de

um aluno ter algum transtorno ou não.

A família, a escola, incluindo os professores que lidam

constantemente com o aluno, são pessoas imprescindíveis e fundamentais no

processo de inclusão de uma criança ou adolescente com Transtorno do

Espectro Autista (TEA) no ambiente escolar e familiar. Estes em conjunto

poderão contribuir para o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo do autista.

O autismo é uma condição neurológica complexa com peculiaridades individuais que requerem o envolvimento ativo de pais e professores na elaboração de um plano de ação que promova uma melhor aprendizagem, adaptabilidade e inclusão social do indivíduo com autismo no ambiente escolar. (CARTILHA AUTISMO E EDUCAÇÃO, 2013, p.75).

O processo de inclusão, como já abordado no capitulo anterior, visa

à integração do aluno autista na escola, e a garantia do seu direito a educação.

Em alguns casos a criança já chega a Educação Infantil tendo um diagnóstico

de TEA, mas em outros, pode-se começar a observar nesse espaço algumas

22

características do transtorno, sendo realizado um encaminhamento da criança

para um especialista.

Geralmente é difícil para as famílias aceitarem o diagnóstico, pode

haver resistência a essa aceitação, e até mesmo ocorrer de quererem isolar a

criança por medo, pelo preconceito que ainda existe por parte de algumas

pessoas, pela falta de informações e de conhecimento dos direitos do

indivíduo.

De acordo com Cunha (2014) existe um isolamento social, dor

familiar, e exclusão escolar muitas vezes em casos de autismo. Este autor

acredita ser normal a preocupação dos pais, pois ocorrem alterações no meio

familiar.

É importante que a escola respeite a decisão da família de

quererem que seja exposto o diagnóstico do TEA ou não.

Segundo as autoras Bruni, Macedo na Cartilha Autismo e Educação,

é possível que o professor realize atividades em sala de aula, de

conscientização do autismo sem expor o diagnóstico para a comunidade

escolar. Algumas famílias preferem que essa informação não seja revelada.

Mas é importante compartilhar o diagnóstico com professores que trabalham

com o aluno, para que se planeje e se faça intervenções.

Faz se necessário à escola receber essa criança autista com muito

carinho, respeitando-a e buscando acolher também a sua família, entendendo

assim seus anseios, dúvidas, medos e os desafios que ela enfrenta.

Para Cunha (2014) a realização de uma educação adequada

requer que a escola inclua a família na atuação psicopedagógica e na sua

atenção além do aluno. O autor acrescenta que: “O entendimento das

dificuldades de aprendizagem do aluno implica um olhar extensivo à família, para

uma melhor aplicação de todas as etapas do processo da sua educação”. (CUNHA,

2014, p.88).

23

Cunha (2014) destaca a importância da escola em compreender os

impactos que o espectro autista gera na família. São necessários muitos

cuidados, atendimentos especializados, consequentemente gastos financeiros.

Conforme o autor o olhar da escola não é apenas para o aluno, mas sim

também, para a família.

Segundo Bruni, Macedo na Cartilha Autismo e Educação (2013) a

troca de informações entre casa-escola é mais importante ainda nos casos de

autistas, pois eles possuem dificuldades de comunicação se tornando mais

difícil que esse próprio aluno apresente informações importantes sobre seu

cotidiano.

De acordo com a Cartilha Autismo e Educação (2013), não existe

uma fórmula pronta de como a criança aprende melhor, mas o inicio do

processo é a confiança estabelecida com pais e professores, ressaltando a

relevância de cada um.

As trocas de informações da criança entre a família e a escola são

válidas, assim como a busca por conhecimento por ambas no que diz respeito

ao Transtorno do Espectro Autista, e da compreensão das especificidades de

cada individuo. A família e escola desempenham importantes papéis.

Para Rodrigues e Spencer (2010) é necessário que a família

conheça o individuo, participe de palestras, cursos de formação, estabeleça

comunicação com outras famílias, trocando experiências e aprendendo como

ajudar os filhos.

Os autores (2010) defendem que grupos de estudos sejam

formados, organizações criadas para adquirirem mais conhecimentos e

reivindicações de direitos possam ser feitas através de discussões politicas.

Assim escola e família na busca constante por informações e

maneiras de como auxiliar o autista poderão contribuir para sua aprendizagem.

24

2.2. Família e escola, no desenvolvimento e na aprendizagem

de Autistas.

Entende-se a necessidade de trocas, compartilhamento de

informações da família e escola do aluno com TEA, de se saber o que

acontece com esse individuo em diversos ambientes, de haver comunicação,

sendo estabelecidas as mesmas maneiras de fazer intervenções no ambiente

familiar e escolar.

Tudo isso agora será relacionado à aprendizagem, ao

desenvolvimento dessa criança com contribuições, da família, da escola,

incluindo os professores.

A escola está inserida na educação entre família e a sociedade, onde se adquire princípios e regras estabelecidas para o convívio. Ainda que seja normal existir em qualquer aluno posturas comportamentais diferentes em casa e na escola, no autismo, isto poderá trazer grande prejuízo. Por isso, é necessário que os pais e os profissionais da escola trabalhem da mesma forma, estabelecendo os mesmo princípios que permitirão uma articulação harmoniosa na educação. (CUNHA, 2014, p.93).

A família estar atenta ao comportamento e desenvolvimento da

criança em casa e em outros espaços, além de passar informações relativas a

isto à escola será importante no planejamento da escola em buscar atividades

pedagógicas para realizar com o aluno.

Um ambiente familiar e escolar precisam ter objetivos e práticas

educativas parecidas, embora fisicamente sendo diferentes, para Cunha

(2014), que ainda ressalta que isso é um desafio para que ocorra êxito das

intervenções e na educação de alunos autistas.

Mesmo esses ambientes sendo diferentes fisicamente, eles precisam

caminhar juntos em busca da inclusão. “... Entretanto, a escola e família precisam

25

ser concordes nas ações e nas intervenções na aprendizagem, principalmente porque

há grande suporte na educação comportamental” (CUNHA, 2014, p.89)

É positivo que escola e família trabalham juntos em casos de autismos.

O conhecimento dos relatos da família, desde os estágios do desenvolvimento das crianças até as questões de aquisição de hábitos, habilidades, atitudes, fixações, manias ou quaisquer outras informações, constitui uma fonte ilustrativa de troca de experiências e referências para o planejamento das possíveis atividades pedagógicas e educacionais que podem ser desenvolvidas com eles. (RODRIGUES, SPENCER, 2010, p.123)

Para Cunha (2014) Os alunos autistas geralmente possuem o

mesmo comportamento na escola e na família, pois algumas vezes não

conseguem ter um divisor do seu comportamento nesses espaços.

Segundo as autoras da Cartilha Autismo e Educação (2013) O

compartilhamento de informações entre pais e professores de maneira positiva,

também poderá servir para comunicar os ganhos comportamentais do indivíduo

nos diversos ambientes. Essas informações em conjunto possibilitam a

formação de um quadro mais preciso das necessidades de aprendizagem da

criança.

Compreender as necessidades da criança é fundamental para poder

intervir de acordo com o que é preciso, e auxiliar na maneira de como lidar com

ela.

Segundo Cunha (2014) quando a escola e a família não estão em

harmonia e apresentam uma postura diferente em relação às práticas

educativas se torna mais difícil o aprendizado.

Por isso, para facilitar a aprendizagem do individuo autista é

importante que exista harmonia entre escola e família, com as mesmas

posturas em suas praticas, como foi dito pelo autor.

26

Cunha (2014) destaca que se deve ser semelhante no ambiente

escolar e familiar os estímulos que são dados ao autista, assim como a

maneira dele comer, de se vestir e dele manusear os objetos.

De acordo com os estudos feitos por Rodrigues e Spencer (2010),

pode se concluir que para eles é importante um ambiente que ofereça aos

autistas estímulos e a participação ativa em situações da família.

Segundo Cunha (2014) as relações familiares com enfoque na

comunicação, na interação social, e afeto auxiliam independente do grau de

severidade o sujeito com autismo.

Ambientes escolares e familiares que estimulem a criança a se

desenvolverem em diversos aspectos também contribuem com esse individuo.

É importante que tanto a escola como a família utilizem atividades lúdicas e

prazerosas para estimular um comportamento correto através de momentos

que sejam ativos. (CUNHA, 2014).

[...] Quando a pessoa autista permanece muito tempo em um espaço social limitado, convivendo exclusivamente com as pessoas da família, sem uma estimulação psicopedagógica adequada, seu comportamento pode apresentar comprometimentos bem mais complicados referentes às manias, aos movimentos ritualísticos, à excitação emocional, aproximando-se de possíveis reações agressivas e regressivas. (RODRIGUES, SPENCER, 2010, p. 23).

Então quando o autista está inserido no ambiente escolar ele tem

mais possibilidades de receber estimulações adequadas.

Segundo Cunha (2014) as relações na família e na escola que

estimulam, são as mediadas por amor.

A criança, o adolescente e o adulto autista aprendem, sim, e gostam de estar perto de pessoas que as abracem, mas o que acontece em certos casos é a dificuldade

27

com relação à sensação tátil, devido às anormalidades neurológicas, então a aproximação deve acontecer gradualmente. (RODRIGUES, SPENCER, 2010, p.125).

Compreender um pouco como é o autista sendo ele criança,

adolescente ou adulto ira ajudar em saber como lidar com ele nas mais

diversas situações, e se aproximar dele sabendo respeitar sua vontade

também é importante.

Rodrigues, Spencer (2010) ressaltam que o autista necessita de

um espaço de estímulos que sejam planejados individualmente e que possam

ser realizados no individual ou coletivo, a partir de uma metodologia flexível,

sociointeracionistas e cognitivistas. Visando o progresso do aluno, respeitando

os ritmos do seu desenvolvimento e suas diferenças.

Cada indivíduo é de um jeito, os níveis do Transtorno Espectro

Autista são diferentes.

Para Rodrigues e Spencer (2010), é indicado um planejamento

pedagógico individual para se trabalhar com um autista devido à

individualidade dos casos, levando em consideração a importância dos

contextos que interferem no aprendizado, tais como: sociofamiliares,

econômicos e culturais. As interferências são diferentes dependendo de cada

individuo, segundo ele depende do estágio de desenvolvimento, grau de

comprometimento da patologia e a idade.

O professor tem um papel fundamental na inclusão do aluno

autista na escola, ele se faz mediador nesse processo e que com diálogo com

os pais do auno, no planejamento de suas ações, poderá avançar com ele,

possibilitando uma aprendizagem maior no ambiente escolar ao individuo.

A execução de experiências concretas vivenciadas no ambiente sociointeracionista, integrando as práticas de desenvolvimento cognitivo indispensáveis, passa a assumir grande valor educativo na relação entre ensino e aprendizagem, é nestes instantes que a ação participativa do professor-

28

mediador representa o diferencial positivo para ajudar o aluno autista na organização da consciência sobre si mesmo, e ter a percepção do corpo ocupando espaços na realidade externa e, posteriormente, a ter a consciência de que existem pessoas interagindo (RODRIGUES, SPENCER, 2010, p. 72).

Ao que se refere ao papel do professor em relação à educação do

individuo autista, Cunha (2014) ressalta que, o professor precisa trabalhar a

concentração do aluno autista durante as atividades, pois o déficit de atenção

é o que mais prejudica a aprendizagem desse aluno.

De acordo com a Cartilha Autismo e Educação (2013) os autistas

apresentam comportamentos no ambiente doméstico que possibilitam dicas

para os professores de como trabalhar melhor com eles em sala de aula..

Os autistas, conforme Cunha (2014), geralmente tem

dificuldades com sentimentos e limites na família e os pais por se sentirem

inseguros acabam deixando para que a escola faça uma intervenção

comportamental mais exigente, mesmo que as situações cotidianas no lar

precisem ser pedagógicas. (Cunha, 2014).

De acordo com Cunha (2014), os autistas normalmente se fixam

em rotinas, e elas devem ser quebradas quando podem prejudicar, mas podem

ser favorável quando usada para organização das tarefas do dia por pais e

professores.

Sendo assim, ressalta-se a importância das contribuições da

família e da escola no processo de aprendizagem da criança com TEA, quando

agem coletivamente o beneficiam. Os espaços familiares e escolares precisam

estar de acordo.

No próximo capitulo com base no tema proposto, serão

apresentadas algumas informações das entrevistas realizadas com a avó, uma

professora e a coordenadora de uma criança com diagnóstico de Transtorno do

Espectro Autismo.

29

CAPÍTULO III

ANÁLISE DE RESULTADOS

3.1. Algumas informações sobre a criança autista que a avó, a

coordenadora e uma professora da escola foram

entrevistadas.

Neste último capítulo será abordado um pouco sobre a relação

família e escola, com ênfase no caso de uma menina autista, com base nos

resultados das entrevistas.

Essa criança tem seis anos de idade e está matriculada em uma

Unidade Escolar de Educação Infantil da prefeitura da Cidade do Rio de

Janeiro, ela chegou nesse espaço no Maternal II e hoje está na Pré-escola,

fazendo três anos dela nesta Unidade.

As entrevistas foram realizadas com a sua avó, com a coordenadora

e uma professora desta escola. A seguir serão apresentadas algumas

informações que foram obtidas na entrevista com a sua avó, com o intuito de

contextualizar o leitor sobre a criança para depois analisar as respostas dadas

pelas entrevistas.

A avó narra que a neta começou a falar com onze meses, com um

ano e três meses ela deixou de falar, e parece que ela acordou outra criança.

Com um ano e seis meses a menina já começou a ir à psicóloga, que segundo

a avó foi muito importante, pois foi trabalhada a confiança com ela.

O diagnóstico da criança aconteceu aproximadamente quando ela ia

completar três anos de idade, sendo o Transtorno do Espectro Autista (TEA),

moderado.

30

A mãe e o pai tiveram dificuldade em aceitar que a filha é autista no

início. A menina começou a ser atendida por fonoaudióloga, terapeuta

ocupacional, musicoterapeuta, psicopedagoga, endocrinologista, neurologista e

possui uma dentista especial.

A entrevistada diz que começou a observar que a neta não sentia dor,

que ela não chorava quando se queimava, parecia não processar a dor. Mas

quando ela nasceu a avó achava que seu desenvolvimento era normal.

Segundo a avó a neta não tem nenhuma outra síndrome. Interage

bem, conversa, observa bem, gosta de livros, de escolher os que quer comprar

e é organizada. Também gosta de ajudar na cozinha, de fazer bolo.

A entrevistada acrescenta que costuma dizer que ela é uma bomba

relógio, pois tem sintomas de crise, dificuldade de respiração, e dá sintomas do

que está lhe incomodando.

Para a avó é importante Impor limites, justificar o não, o porquê, pedir

a criança uma coisa em vez de impor.

Ela conta de uma ideia que teve de distribuir pirulitos de coração para

as pessoas na rua, a neta sempre gostou muito desses pirulitos, e a avó leu

uma frase “Seja compreensível”, e quis colocar essa frase no pirulito: “Seja

compreensível. Sou autista. Não sou mal-educado”. E assim ela ficou

conhecida como a avó do pirulito querendo dar um conforto para neta.

A entrevistada acrescenta que a neta precisa de interação social e

que a leva na rua, para almoçar fora, ir ao shopping. No inicio a criança não

olhava nos olhos, a vó diz que ela olha agora e que há interação social. “Eu

sou uma pessoa que entrei no mundo dela” e diz que é pessoa que mais

consegue acalma-la quando ela está em crise.

A vó relata que fez terapia de toque com ela, através de amor e

carinho. Hoje ela abraça e beija os outros.

Sobre intervenções a Vó conta que trabalha com PECS e que a fala da

menina foi se desenvolvendo a partir de conversas.

31

Em relação à trajetória da menina por escolas a vó relata o seguinte:

A primeira escola que ela esteve foi em uma escola particular pequena, nesta

época ainda não sabia que ela é autista. Ela interagia e se adaptou bem.

Logo em seguida ela foi para uma escola Municipal, que segundo a

avó ela ficava sem comer, porque não comia sozinha e não souberam lidar

com ela, atrapalhando um pouco. No ano seguinte ela foi para uma escola

particular, em outro bairro e ela já estava com psicóloga na época. Sendo que

segundo a avó a criança ficava sozinha o tempo todo na escola. Depois disso,

ela foi para onde ela está até hoje que é um Espaço de Desenvolvimento

Infantil (EDI).

Essa avó é formada em Pedagogia e fez cursos paralelos, inclusive de

Arteterapia, antes mesmo de sua neta nascer. Hoje ela ministra palestras em

escolas, busca muitos conhecimentos na área do Autismo e procura passar o

que ela sabe para outras pessoas. A avó criou um espaço em sua casa de

Arteterapia e Estimulação Lúdica para Autistas, onde possui diversos materiais

como livros infantis, jogos, materiais de pinturas e alguns brinquedos.

3.2. Análise das entrevistas

Os tópicos a seguir foram feitos a partir das respostas dadas as

questões apresentadas na entrevista com a avó, a coordenadora e uma

professora da menina no Maternal II, com o objetivo de compará-las e ampliar

as reflexões do tema proposto com as experiências de quem lida com uma

criança autista e vivenciam um pouco essa realidade.

- Inclusão de alunos autistas nas escolas atualmente

32

A vó relatou na entrevista que acha falha e muito difícil à inclusão, as escolas e os profissionais não estão preparados e mesmo quando tem um

mediador para a criança, o professor acaba não sabendo lidar com ela.

A professora diz que deve haver inclusão sim, que ela é muito

importante. Não só para a criança, mas para quem a recebe, que começa a ver

de outra forma. As dificuldades estão relacionadas à estrutura, recurso

humano, e a capacitação, que para ela, todos os educadores deveriam ter

independente de ter uma criança especial ou não.

Para a terceira entrevistada, a coordenadora da Unidade, existe um

esforço da Secretaria de Educação para a inclusão dessas crianças. Ela

considera um avanço, pois as crianças estão sendo atendidas em turma

regular. Existem dificuldades em relação à formação do professor, é um desafio

para ele trabalhar com essa criança e para ela toda classe que tem a criança

especial precisa de uma ajuda, de um apoio.

Pode-se constatar pela fala das entrevistadas que para elas ainda

existem dificuldades sim em relação à inclusão de alunos autistas nas escolas,

e também em relação à preparação dos profissionais que trabalham com essa

criança, mas é importante ressaltar com a fala da coordenadora, que também

há avanços.

- Importância da parceria entre família e escola na inclusão

Para a avó a pareceria da família com a escola é importante, porque a

criança se desenvolve bem quando trabalham juntos, não confundindo a

criança. Ela destaca a importância de chegar à escola e dizer o que ela quer

dela, explicar, dizer o que está acontecendo em casa e a escola dizer o que

está acontecendo também. E a interação família-escola é o para o bem da

criança.

A professora diz que sem dúvida é importante, que é o elo que devemos

ter para acompanhar o crescimento e desenvolvimento, é importante ter troca,

33

o comprometimento dos pais, eles precisam saber que a inclusão não é feita só

na escola.

É totalmente, muito importante e necessária para a coordenadora. Sem

essa parceria a escola fica com dificuldades em avançar com o aluno. A família

que dará o retorno, a escola precisa passar como a criança está na escola, e

dar encaminhamento se for o caso.

Fica claro com essas respostas que as três participantes da entrevista

acreditam ser importante a parceria da família e escola na inclusão de alunos

autistas.

- Como funciona a parceria família-escola e o auxilio ao

autista no seu desenvolvimento e inclusão

Para a avó entrevistada funciona com a comunicação, é participando

sempre das reuniões. O que tiver de diferente a escola tem que chamar a

família, falar das atividades para ter em casa também. Ela acrescenta que às

vezes falta comunicação na agenda por parte da escola.

A professora acha boa a relação quando a família aceita que a

criança é especial, quando a família não aceita é difícil lidar e trabalhar com a

criança. Fazendo uma troca constante de seus avanços, conquistas ou

retrocessos. Também ressalta que é importante a troca com outros

profissionais.

Segundo a coordenadora é importante dar o retorno para a família,

saber da caminhada da criança em casa, é sempre uma via de mão dupla,

saber o que ela descobriu aqui e ali, na linguagem, na questão social e todas

as áreas. É importante levar também os dados do desenvolvimento dela para

os profissionais de outras áreas, nada pode ser perdido em relação ao que ela

faz. E para ajudar no desenvolvimento da criança é promovendo as atividades

especificas estimulando de acordo com a necessidade dela. A parte afetiva

34

também é muito importante, procurar ver as novas descobertas que ela faz e a

partir disso estimular outras coisas,

Para ambas as participantes das entrevistas comunicação, a troca

de informações sobre a criança autista entre a família e escola é importantes

contribuem para o desenvolvimento e inclusão dela. E ressaltando ainda sobre

essa troca também com outros profissionais que trabalham com a criança.

- Papel da família e da escola na inclusão de autistas

Segundo a avó o papel da família é aceitar e procurar aprender para

poder passar e lidar com isso. Aceitar que tem o filho especial e que tem que

ser incluído na vida. O da escola é não esquecer que tem uma criança especial

ali, fazer prova diferenciada sem esquecer que ela existe.

Já para a professora, o papel da escola é mediar à interação da

criança com o mundo. A família tem a mesma função. É obrigação dos dois.

A coordenadora diz que a palavra principal que vem na cabeça dela é

o respeito ao tempo e as necessidades da criança. O papel da escola, é

respeitar, é trabalhar no tempo dela, saber acolher, saber cuidar, trazer para si

esse ser, mas nem todos sabem fazer isso. A escola tem que aceitar e

trabalhar acolhendo ela, respeitando, educando. O Da família é também ter

muita coragem, sem medo dos seus desafios, respeitar a criança sabendo e

encarando as dificuldades, ela tem que defender seu filho em todo momento,

garantindo todos os direitos a seu ele, que é uma criança que tem todos os

direitos.

A avó da menina e a coordenadora relatam o papel da família e da

escola, para a professora a família e a escola possuem o mesmo papel na

inclusão. Ressalta-se que tanto o papel da família como o da escola é

imprescindível para inclusão das crianças autistas nas escolas.

35

- Sobre o desenvolvimento da criança desde que ela entrou na

escola

A avó percebe mudanças e desenvolvimento da neta, mas diz que

como trabalha com ela em casa, acelera muito esse processo e não é possível

identificar o que aconteceu no desenvolvimento dela em casa e na escola.

A professora diz que ela se desenvolveu muito, amadureceu, e está

mais sociável, ela já olha mais nos olhos. E conta sobre uma apresentação que

teve no Maternal II, quando ela era sua aluna e não queria ensaiar, mas no dia

dançou muito bem com as outras crianças.

Segundo a coordenadora é impressionante o progresso dessa

criança, é a prova viva que a aprendizagem é possível, ela tem um

desenvolvimento grande na linguagem e na leitura, que é visível e no

desenvolvimento social. Embora o autista tenha dificuldade de interação, ela já

cumprimenta, dá beijinho. O cognitivo e o social se desenvolveram, criou-se um

laço afetivo dela com a escola.

Pode-se observar por meio dos relatos obtidos durante a entrevista

que essa criança autista tem se desenvolvido em diversas áreas, a avó, a

coordenadora e professora estão percebendo os avanços dessa criança. E ela

é estimulada em casa e na escola.

- Adaptação e inclusão dessa criança na escola

A avó conta que assim que a neta entrou na escola que está

atualmente, ela conversou com a professora, dizendo como lidar com a

menina, deu alguns artigos para ela. E acrescenta que a menina se adaptou

bem, a professora e as crianças lhe receberam bem.

36

Para a professora a adaptação foi difícil por não ter orientação,

nenhum tipo de estudo e apoio. E diz que foi a avó que lhe trouxe algumas

informações, lembra que foram materiais e pesquisas de como lidar com

autista. Segundo ela, a família da menina foi importante fundamental no

desenvolvimento e na inclusão dessa criança.

De acordo com a coordenadora a adaptação demorou um pouquinho.

O grupo de profissionais que trabalhava criança precisou de um período para

aprender a lidar com ela. A entrevista acrescenta que a equipe que era do

Maternal II fez um excelente trabalho quando ela chegou á escola, usaram

diversos tipos de materiais, como tinta, fizeram vários de brinquedos e

brincadeiras. Estimularam muito a menina.

É possível constatar que a adaptação da criança na unidade escolar

foi positiva, mesmo que tenha demorado um pouco e algumas dificuldades

tenham aparecido. A ajuda da avó foi fundamental nessa inclusão.

37

CONCLUSÃO

Ao concluir esse trabalho pode-se dizer que a relação família-

escola onde existe comunicação, diálogos, trocas de informações e

experiências sobre a criança é fundamental no processo de inclusão dela no

espaço escolar.

A família e a escola possuem papéis importantíssimos no

desenvolvimento das crianças, quando elas a estimulam. Como já foi

apresentado também existem várias intervenções psicopedagógicas, cabe

identificar qual é a mais adequada para ser usada. Lembrando que cada caso

de autismo é um caso, e que existem vários métodos de trabalhar com eles na

escola e em casa.

Outro fato importante é observar os sintomas que a criança apresenta e

buscar um diagnóstico médico o quanto antes. A escola e a família podem ser

os primeiros a perceber sintomas do Espectro, sendo as observações feitas

pela família e pela escola de grande relevância.

A aceitação da família também é importante, mesmo sendo difícil para

algumas pessoas no início. Uma rede de profissionais para atender essa

criança autista é imprescindível para que ela tenha mais possibilidades de

aprendizagem e de se devolver, tais como: Neurologista, Fonoaudiólogo,

Psicólogo, Psicopedagogo, entre outros que também se fazem necessários.

É possível perceber que pesquisas sobre Autismo estão sendo

realizadas, mas os pesquisadores ainda desconhecem as causas e a cura do

Autismo.

Sobre a inclusão de alunos autistas nos espaços escolares, acredita-se

que é muito importante e as escolas precisam receber esses alunos de acordo

com a legislação, mas também precisam estar preparadas para incluir esse

aluno. Assim como os professores e demais profissionais que estão neste

espaço e vão lidar com o educando precisam de conhecimentos sobre o

38

Transtorno do Espectro Autista, aprenderem a lidar com o autista, e inclui-lo de

fato nas atividades propostas da escola e estimula-lo o máximo.

Fazer avaliações e adaptações curriculares também é importante, a

escola precisa conhecer o aluno, observar para poder fazer as intervenções

necessárias, percebendo e compreendendo as especificidades de cada um.

. De acordo com os dados apresentados obtidos através de entrevistas

com avó de uma criança autista, coordenadora e uma professora. Contata-se

que a relação família-escola se faz necessária e contribui sim para a inclusão e

desenvolvimento da criança.

A menina autista citada nas entrevistas é um exemplo de uma

interação da família com a escola, e que tanto a escola como a sua família

tiveram papéis fundamentais no seu desenvolvimento. Que é possível

constatar através do que foi dito pelas as entrevistada. A menina tem avançado

bastante inclusive na interação com outras pessoas, o que é difícil para uma

criança autista.

A avó dessa criança foi fundamental no processo de inclusão dela,

como se pode observar pelos dados das entrevistas. Ela é Pedagoga, fez

vários cursos, tem interesse em buscar novos conhecimentos, de apreender e

passar informações para outras pessoas sobre autismo. Essa avó foi

aprendendo a lidar com a neta, buscando técnicas, e maneiras de contribuir

para aprendizagem e desenvolvimento dela, ela fez um trabalho em paralelo

com a escola, mas buscando o diálogo com esta.

O trabalho da família não anula o trabalho da escola, e vice versa, mas

ambos devem se complementar. O estímulo oferecido aos autistas nos dois

espaços é extremamente importante.

Foi feita referência a avó da menina, pois ela foi a pessoa da família

entrevistada, mas os pais também estão presentes e fazem parte do processo

de inclusão e desenvolvimento da filha.

Assim no caso da menina trazida pela coleta de dados, é de uma inclusão

na escola que deu certo, mesmo com algumas dificuldades que ainda são

39

encontradas. As professoras buscaram aprender a trabalhar com ela, a

oferecer o que podiam. Assim como sua família, e com essa parceria

contribuíram muito com essa criança. Além dos atendimentos que ela faz com

diversos profissionais.

É possível sim que aconteça uma pareceria entre a família e a escola,

que haja troca e uma relação que favoreça a criança em seu processo de

inclusão, na aprendizagem e desenvolvimento nas diversas áreas.

A inclusão do autista também é possível, como foi visto nas respostas da

entrevista, embora ainda precise de alguns ajustes por parte das escolas e

preparação dos professores para receber e trabalhar adequadamente com o

aluno autista incluído.

A criança ou adolescente autista possui todo direito a educação, uma

educação de qualidade que venha contribuir com a sua aprendizagem, inclusão

e desenvolvimento.

A revisão bibliográfica e os dados coletados por meio das entrevistas

foram com o intuito de trazer algumas reflexões sobre a Relação Autismo,

família e escola na perspectiva da inclusão. Mas é necessário que seja mais

aprofundado o tema, com mais pesquisas na área.

O objetivo aqui não foi trazer soluções para problemas da educação

inclusiva, que é notório que existem. Mas trazer a reflexão de que a família em

parceria com a escola pode ajudar nesse processo, no caminho que a criança

vai percorrer para ser incluída tanto nos espaços escolares como em outros.

40

BIBLIOGRAFIA

CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão: psicopedagogia e práticas

educativas na escola e na família. 5ª edição. Rio de Janeiro: WAK editora,

2014.

FERNANDES, Edicléa Mascarenhas; Orrico, Helio Ferreira. Acessibilidade e

Inclusão Social. Rio de Janeiro: Editora Deescubra, 2011.

RODRIGUES, Janine Marta Coelho; SPENCER, Eric. A Criança Autista: um

estudo psicopedagógico. Rio de Janeiro: WAK editora, 2010.

SANTOS, José Ivanildo Ferreira dos. Educação Especial: inclusão escolar

da criança autista. São Paulo: All Print Editora, 2011.

41

WEBGRAFIA

BRUNI, Ana Rita. et.al. Cartilha Autismo e Educação. Autismo e Realidade.

São Paulo, 2013. Disponível em: http://autismoerealidade.org/wp-

content/uploads/manuais/Cartilha-AR-Out-2013.pdf. Acesso em: 06 de julho de

2014.

MELLO, Ana Maria Serrajordia Ros de. Autismo Guia Prático. Associação de

Amigos Autistas. Disponível em:

http://www.ama.org.br/site/images/stories/Voceeaama/downloads-

imagens/7guia%20pratico.pdf. Acesso em: 04 de julho de 2015.

MELLO, Ana Maria Serrajordia Ros de. E al. Diretrizes de Atenção à

Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo. Associação

de Amigos Autista. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:

http://www.autismo.org.br/site/images/Downloads/RetratoDoAutismo-

20131001.pdf Acesso em: 06 de abril de 2015.

SCHWARTZMAN, José Salomão. et al. Manejo comportamental de crianças

com Transtornos do Espectro do Autismo em condição de inclusão escolar:

guia de orientação a professores. São Paulo: Memnon, 2014. Disponível em:

http://memnon.com.br/proesp2/assets/proesp2.pdf. Acesso em: 11 de julho de

2015.

42

ANEXO

Roteiro para entrevistas

Perguntas semi-estruturadas

Perguntas realizadas apenas com a avó da criança:

1- Idade da criança?

2- Quando a criança chegou à escola?

3- Qual foi a primeira escola dela?

4- Com quantos anos de idade ela foi diagnóstica?

5- Qual é o parecer médico da criança?

6- A criança é atendida por profissionais fora da escola? Quais?

7- Qual a importância desses profissionais na vida dessa criança?

Perguntas realizadas tanto para a avó, coordenadora e uma professora

que trabalhou com a criança:

Como você definiria a inclusão de alunos autistas nas escolas atualmente?

Você acredita que a pareceria família- escola é importante para a inclusão de

autistas? Por quê?

Para você como funciona essa parceria família e escola?

Como a escola em parceria com a família pode ajudar o autista no seu

desenvolvimento e inclusão na escola?

Para você qual o papel da escola e o da família na inclusão de crianças

autistas?

43

Você já pode observar algum desenvolvimento da criança autista desde

quando ela entrou na escola? Tiveram mudanças? Quais? Algo permaneceu?

O que?

Como você descreveria a adaptação e inclusão da criança na escola?

44

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

AUTISMO E INCLUSÃO 11

1.1 – Alguns conceitos importantes sobre o autismo 11

1.2 – A inclusão de autistas nas escolas 13

CAPÍTULO II

O AUTISMO FAMÍLIA E ESCOLA 21

2.1- A relação família e escola 21

2.2- Família e escola, no desenvolvimento e

na aprendizagem de autistas 24

CAPÍTULO III

ANÁLISE E RESULTADOS 29

3.1- Algumas informações sobre a criança

Autista que a avó, a coordenadora e uma

professora da escola foram entrevistadas 29

3.2- Análise das entrevistas 31

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 41

45

ANEXO 42

ÍNDICE 44

46