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Instituto A Vez do Mestre O IMPACTO DO EXERCÍCIO DA LIDERANÇA PARA MOTIVAÇÃO DE EQUIPE NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO MARIA CLAUDIA ALVES RODRIGUES ORIENTADOR: PROF. ADÉLIA ARAÚJO BRASÍLIA ABRIL/2010 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Instituto A Vez do Mestre

O IMPACTO DO EXERCÍCIO DA LIDERANÇA PARA

MOTIVAÇÃO DE EQUIPE NO CONTEXTO

CONTEMPORÂNEO

MARIA CLAUDIA ALVES RODRIGUES

ORIENTADOR: PROF. ADÉLIA ARAÚJO

BRASÍLIA

ABRIL/2010

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Instituto A Vez do Mestre

O IMPACTO DO EXERCÍCIO DA LIDERANÇA PARA

MOTIVAÇÃO DE EQUIPE NO CONTEXTO

CONTEMPORÂNEO

MARIA CLAUDIA ALVES RODRIGUES

Apresentação de monografia à Universidade Cândido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em gestão de pessoas.

BRASÍLIA

ABRIL/2010

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter colocado anjos em meu caminho que ajudaram e estimularam para a concretização desse trabalho.

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DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho à minha mãe, que é minha grande amiga e a pessoa que mais me motiva, assim como ao meu filho que é minha inspiração e a razão da minha existência.

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RESUMO

Há muito se estuda o comportamento humano, suas necessidades e o

conceito de auto-realizações, que é tornar-se o melhor que podemos ser ou capaz

de ser.

A liderança hoje é valorizada e tivemos vários líderes no decorrer da história,

e todos praticaram a essência da liderança que é a habilidade de influenciar pessoas

para trabalharem com entusiasmo, para atingir um objetivo em comum.

As pessoas têm necessidades de serem estimuladas, motivadas e esse

movimento pode partir delas próprias, bem como de seus líderes. Mas há

treinamento para que as pessoas que almejam ser líderes consigam desenvolver

habilidades de ouvir e captar as necessidades de seus colaboradores, estimulando-

os para se tornarem o melhor que podem ser.

Tanto a motivação quanto a liderança podem ser estimuladas e

desenvolvidas por fatores externos. Não é uma regra em que líderes só são aqueles

que nascem com esse dom e que motivação só depende exclusivamente de cada

um.

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METODOLOGIA

A pesquisa é bibliográfica, uma vez que serão realizadas investigações

sobre materiais publicados em livros e endereços eletrônicos que subsidiam o

estudo do tema Liderança versus Motivação. Os dados são aqueles observados de

forma a atingir o objetivo do trabalho. Constam consultas às obras dos seguintes

autores: Ricardo Semler, Nuno Cobra, Vera Cavalcanti, Marcelo Carpilovsky, Myrian

Lund, Regina Arezynska, Harvard Business Review, Cecília Whitaker Bergamini,

Idalberto Chiavento, Abraham H. Maslow.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................8

I. EVOLUÇÃO E ASPECTOS TEÓRICOS DA LIDERANÇA ..................................................10

II. CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E HISTÓRICAS DA LIDERANÇA ...................................24

III. O IMPACTO DO EXERCÍCIO DA LIDERANÇA PARA A MOTIVAÇÃO DE EQUIPE NO

CONTEXTO CONTEMPORÂNEO ...................................................................................................37

CONCLUSÃO ......................................................................................................................................44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................46

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo mostrar como um líder pode influenciar,

motivando e ajudando seus colaboradores a saírem da área de conforto, como

também podem desmotivá-los, criticando-os severamente, deixando-os sentirem-se

incapazes de enfrentar os desafios, destruindo, assim, sua auto-estima.

Muitos acreditam que a motivação é uma força interior, ou seja, que está

dentro de cada um de nós de forma particular e que erramos em dizer que alguém

nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo.

De fato, todos nós temos objetivos e queremos conquistá-los e depende de

nós estarmos dispostos a construir essa ponte. No entanto, os fatores externos nos

influenciam e é preciso ver cada meta como algo grande e positivo que podemos e

devemos conseguir, porém a imagem que cada um tem de si mesmo é, em grande

parte, reflexo daquilo que os outros pensam sobre nós, ou, melhor dizendo, a

imagem que cada um tem de si mesmo é, em grande parte, o que queremos que os

outros pensem sobre nós.

Para um bom líder a percepção faz-se necessária, para descobrir o que há

de melhor em cada um, identificar talentos, criar espírito de equipe a fim de que o

desempenho de seus componentes seja superior à mera soma dos talentos

individuais. É, sem dúvida, uma tarefa árdua, pois os seres humanos são complexos,

mas, com certeza, é uma experiência enriquecedora, pois à cada luta diária

vencemos os desafios e buscamos ser melhor, tomamos muitas decisões,

conciliamos, nos superamos, buscamos as virtudes que não temos e que

observamos nos outros. Colaborar com os demais, buscando a união, é algo muito

generoso que faz brotar no interno muitas coisas boas e, assim, todos ganham.

Nem todos podem ser presidentes, mas todos podem ser o melhor

empregado, o melhor jogador, desde que sejam devidamente estimulados para se

tornarem o melhor que podem ser.

Esse fenômeno pode ser observado nos desportos, pois os treinadores

sabem que, em determinadas situações anímicas, os seus atletas rendem menos,

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assim como quando uma equipe de futebol joga com entusiasmo , os jogadores

desenvolvem-se de uma forma surpreendente e os corredores de fundo, os ciclistas

podem estar no limite da sua resistência pelo cansaço de uma grande corrida, mas,

com a aclamação do público, se superam, como se colocassem asas em seus pés.

O potencial das pessoas vai muito além daquele em que elas próprias

acreditam, e pesquisas mostram que a verdadeira crença do líder no potencial de

seus colaboradores faz com que eles aumentem sua produtividade.

Ser líder é dar o exemplo para que os outros saibam como se faz e se

esforcem para repetir a tarefa no mesmo nível ou ainda melhor. Essa é a única

liderança que se sustenta com o tempo.

E na própria história do mundo constatamos que, nas grandes revoluções,

há sempre um líder, todos grandes inspiradores, e que tinham por trás deles um

grande número de fiéis, se esforçando cada vez mais para atingir o objetivo em

comum.

Toda empresa tem por objetivo estar entre as melhores e, para isto, tem que

haver comprometimento e cumplicidade de seu quadro de pessoal. Uma equipe tem

de estar comprometida com o projeto que lhe é proposto, ou seja , tem que ser

cúmplice dos demais, ajudando, apoiando , participando, pois a meta, afinal, é a

mesma.

No primeiro capítulo viajaremos pela história da Administração e suas teorias

de liderança e motivação, destacando as contribuições de McGregor, Maslow e

Herzberg e perceberemos que há muito se estuda o temperamento, as aptidões, as

reações humanas assim como a forma de se estimular as pessoas, levando-as ao

sucesso ou ao insucesso.

No segundo capítulo descobriremos como os líderes são formados, a sua

importância na sobrevivência das empresas, sua força de lutar por uma causa , suas

habilidades de persuasão para alcançar seus objetivos com comprometimento e

motivação de equipe.

No último capítulo trataremos das aptidões humanas, de como podem ser

influenciadas por fatores externos, estimulando as pessoas a desempenharem seus

papéis cada vez melhor, com prazer, com coração e com alma.

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I. EVOLUÇÃO E ASPECTOS TEÓRICOS DA LIDERANÇA

Para a compreensão do que representa a liderança, nos dias atuais, faz-se

necessário o conhecimento prévio dos caminhos pelos quais passaram as teorias

administrativas ao longo do tempo.

Essencialmente, segundo Zimbardo e Ebbensen, “uma teoria é uma

representação abstrata do que se percebe como realidade. A teoria é um conjunto

de afirmação ou regras feitas para enquadrar alguma parte do mundo real”. (apud

MAXIMIANO, 2006, pg. 7)

Com o advento da “Teoria das Relações Humanas”, os conceitos antigos,

tais como organização formal, disciplina, departamentalização, passam por uma

mutação, dando lugar para novos conceitos, como organização informal, liderança,

motivação, grupos sociais, recompensas, etc.

As premissas da Teoria das Relações Humanas têm como objetivo buscar o

conhecimento das atividades e sentimentos dos trabalhadores, dando ênfase nas

pessoas e grupos sociais, sistemas psicológicos motivacionais, liberdade, autonomia

do empregado e confiança nas pessoas. Até então, os trabalhadores eram tratados

pela Teoria Clássica, de forma mecânica, que buscava a máxima eficiência.

A Teoria comportamental ou behaviorista desencadeou uma nova

concepção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa com a influência na

abordagem da ciência do comportamento, com o abandono das posições normativas

das teorias anteriores e com a adoção de novas proposições acerca da motivação

humana, buscando novas soluções democráticas, humanas e flexíveis para os

problemas organizacionais.

Segundo Chiavenato, “a teoria comportamental da Administração tem o seu

início com os autores Herbert Alexander Simon, Chester Barnard, Douglas Mc

Gregor, Rensis Likert, Cris Argyris que são os mais importantes dessa teoria. Dentro

do campo da motivação humana salienta-se Abraham Maslow, Frederick Herzberg e

David McClelland”. (CHIAVENATO, 2003, pg. 328)

A teoria comportamental surge, no final da década de 1940, com uma

mudança substancial dos conceitos administrativos: ao reavaliar as teorias

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anteriores, o behaviorismo na administração não somente redefine as abordagens

anteriores como amplia seu conteúdo e diversifica sua natureza. (CHIAVENATO,

2003, pg. 329)

Essa teoria tem como base o comportamento individual das pessoas e para

isto, torna-se necessário o estudo da motivação humana, para poder explicar o

comportamento das pessoas. Assim, um dos temas fundamentais da teoria

comportamental é a motivação humana.

Outro aspecto importante da Teoria comportamental é que todo indivíduo é

um tomador de decisão e faz-se necessário conhecer os mecanismos motivacionais

para poder atingir adequadamente as pessoas.

Os estudos detectaram a relevância dos administradores conhecerem as

necessidades humanas para melhor compreender o comportamento humano e

utilizar a motivação humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida

dentro das organizações.

A corrente dos autores que enfatizam as pessoas, e seu bem-estar, tem

antecedentes muito antigos. Para o seu estudo é importante considerar que essa

corrente ganhou grande força durante a revolução industrial. As condições de

trabalho nesse período eram tão difíceis que motivaram algumas pessoas e

instituições a tentar melhorá-las. (MAXIMIANO, 2006, pg. 211)

Chester Barnard contribuiu com o pensamento de muitos autores. Segundo

Barnard, as organizações surgem, essencialmente, como sistemas cooperativos. Os

empregados cooperam para atingir o objetivo da organização, que é um conjunto de

atividades ou funções de duas ou mais pessoas coordenadas conscientemente. O

comprometimento é alcançado quando há equilíbrio entre os benefícios que a

organização oferece para o indivíduo e o esforço que o indivíduo dá para a

organização. (MAXIMIANO, 2006, pg. 212)

Um dos eventos mais importante da história do enfoque comportamental na

Administração foi a experiência de Hawthorne, desenvolvida pelo professor Elton

Mayo, de Harvard, e seus colaboradores, realizada no período de 1927 a 1933 e que

durou até 1947, pesquisando o efeito das condições ambientais, da iluminação

sobre a produtividade do pessoal, com o intuito de enfatizar a importância do fator

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humano na organização e a necessidade de humanização e democratização das

organizações.

“Esse experimento fez nascer a chamada escola das relações humanas,

porque demonstrou que entre os fatores mais importantes para o desempenho

individual estão as relações com os colegas e os administradores.” (MAXIMIANO,

2006, pg. 213)

Nos primeiros estudos pensavam que quanto maior a iluminação, maior

seria a produtividade. Daí montou-se dois grupos de operários para testarem a

experiência, onde um trabalharia sob condições especiais de iluminação, e o outro,

sob condições normais.

Perceberam, então, que a iluminação não teve tanto impacto; os grupos

tiveram aumento na produtividade e, surpreendidos com o resultado, decidiram

ampliar suas experiências e, durante um ano e meio, melhoraram as condições de

trabalho de um dos grupos de operários, que tiveram resultados surpreendentes e

daí resolveu-se voltar tudo ao que era antes, achando que a produtividade

diminuiria. Surpresos, perceberam que a produção aumentou. Constataram que os

operários se sentiam estimulados com a atenção que lhes era dada, sentiam-se

integrantes da empresa, e não como indivíduos isolados. (CHIAVENATO, 2003, pg.

103).

A nova idéia proposta por Mayo, e seus colaboradores, não mudou a

estrutura do modelo construído por Ford e Taylor. Porém, cooperou para modificar

as atitudes dos Administradores em relação aos trabalhadores, exercendo efeito

importante no sentido de alterar pensamentos a respeito das organizações, dos

ativos e do papel dos administradores. (MAXIMIANO, 2006, pg. 213).

Principais conclusões de Elton Mayo:

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Efeito Hawthorne - A qualidade do tratamento dispensado

pela gerência aos trabalhadores

influencia fortemente seu desempenho.

- Bom tratamento por parte do

Administrador reforçando o sentido de

grupo, produz bom desempenho.

- O efeito positivo do tratamento da

Administração sobre o desempenho

humano ficou conhecido como efeito

Hawthorne por causa do nome do

experimento.

Lealdade ao grupo - O sistema social formado pelos grupos

determina o resultado do indivíduo, que

pode ser mais leal ao grupo do que à

administração.

- Alguns grupos não atingem os níveis

de produção esperados pela

administração, porque há entre seus

membros uma espécie de acordo que

define uma quantidade “correta”, que é

menor, a ser produzida.

- O efeito Hawthorne não funciona em

todos os casos.

Esforço Coletivo - Por causa da influência do sistema

social sobre o desempenho individual, a

administração deve entender o

comportamento dos grupos e fortalecer

as relações com os grupos, em vez de

tratar os indivíduos como seres isolados.

- A responsabilidade da Administração é

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desenvolver as bases para o trabalho

em equipe, o autogoverno e a

cooperação.

Conceito de autoridade - O supervisor de primeira linha não

deve ser um controlador, mas um

intermediário entre a administração

superior e os grupos de trabalho.

- O conceito de autoridade deve basear-

se não na coerção, mas na cooperação

e na coordenação.

Fonte: MAXIMIANO, 2006, pg. 214.

Os pensamentos de Mayo e seus colaboradores não foram os primeiros a

aparecerem, mas seu trabalho ajudou decisivamente para propagá-los e para traçar

uma das bases do enfoque comportamental na Administração.

A teoria comportamental veio com novos conceitos sobre motivação,

liderança e comunicação que mudavam completamente os rumos da teoria

administrativa, transformando-se em mais humana e amigável.

São muitas as teorias sobre motivação. A teoria tradicional da motivação

nasceu de um movimento científico da administração, na virada do século,

fundamentando-se na hipótese de que o dinheiro é o principal instrumento de

motivação. Porém, Mayo diverge da afirmação de Taylor de que a motivação básica

do empregado era salarial.

“(...) por fim eu chamo a atenção para a questão de níveis de pagamento e tipos de pagamento. O que é realmente importante é o fato de que há muitos tipos de pagamento que não pagamento em dinheiro, e que o dinheiro passa-se a atribuir cada vez menos importância, enquanto as formas mais elevadas de pagamento passam a ter mais importância. Além disso mesmo nos lugares em que o dinheiro parece continuar a ser importante, normalmente não o é em seu caráter literal e concreto, mas sim como símbolo de status, sucesso, auto-estima com a qual conquistamos amor, admiração e respeito.” - Abraham Maslow, dissertação pessoal sobre a teoria Z. (MASLOW, 2000, pg. 84)

A teoria e a prática da motivação tem estado conosco por muito tempo. A

motivação pode causar aumentos substanciais na produtividade e na satisfação do

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trabalho, além de reduções substanciais nas faltas, nos atrasos, nos agravos e daí

por diante.

Abraham H Maslow foi um escritor produtivo e o trabalho que o consagrou

foi, talvez, o desenvolvimento de sua hierarquia das necessidades.

Apesar das pesquisas terem quase que igualado Maslow à sua teoria da

hierarquia das necessidades, descobriu-se em sua obra um aglomerado de

pesquisas e idéias que estavam decênios adiante dos tempos. Seu trabalho pioneiro

no campo da gerência, criatividade e inovação nos mostram hoje uma perspectiva

que torna o trabalho e o pensamento atuais parecerem obsoletos. (MASLOW, 2000,

pg. XIX).

Maslow acreditava que os seres humanos aspiravam tornarem-se auto-

realizados. Ele visualizava o potencial humano como um território vastamente

subestimado e inexplicado. (MASLOW, 2000, pg. XXV).

Abraham Maslow é conhecido como o pai da psicologia de terceira força. A

terceira força foi um aglomerado de conhecimentos e teorias distintas dos

movimentos behavioristas e freudianos. Em sua vida, Maslow propagou uma nova

filosofia de humanidade para auxiliar a reconhecer e desenvolver a capacidade

humana de compaixão, criatividade, ética, amor, espiritualidade e outras

características humanas. (MASLOW, 2000, pg. 3)

Maslow arrancou de cena a descrença e as imagens negativas que

cercavam o conceito de natureza humana. Ele tinha quase certeza de que o

freudianismo clássico ou as novas abordagens freudianas à natureza humana não

eram apropriadas. Talvez suas palavras mais famosas possam resumir a psicologia

de terceira força:

“Um músico deve fazer música, um artista deve pintar, um poeta deve escrever, se quiser ficar, em última instância, em paz consigo mesmo. O que um homem pode fazer, ele deve fazer. Esta necessidade podemos chamar de auto-realização (...). Ela se refere ao desejo de auto-realização do homem, ou seja, a tendência de se tornar verdadeiramente o que ele é potencialmente, de se tornar tudo que alguém pode se tornar(...)”. (MASLOW, 2000, pg. 3.)

O entendimento prático da Teoria de Maslow é, obviamente, que as pessoas

podem ser motivadas por alguma coisa. O motivador é um sentido, é algo que

estimula o movimento da pessoa a querer ir à direção, à ação.

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Maslow estendeu sua teoria, propondo que a organização construísse uma

ponte entre as necessidades básicas e as de auto-realização dos indivíduos.

Maslow apresentou uma teoria da motivação segundo o qual as

necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, em uma hierarquia

de importância e de influenciação. Essa hierarquia de necessidades pode ser

visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades mais

baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as

necessidades de auto-realização). (CHIAVENATO, 2003, pg. 329)

A hierarquia das necessidades, segundo Maslow, é composta pela

necessidade secundária que abrange as necessidades de auto-realização,

necessidades de estima e necessidades sociais, e pela necessidade primária que é

composta pelas necessidades de segurança e fisiológica.

Fonte: <http://www.qualidade.wikidot.com/lideranca-e-motivacao>. Acessado em

22.03.2010.

De acordo com Maslow (CHIAVENATO, 2003, pg. 263), são válidas as

seguintes premissas:

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As necessidades básicas manifestam-se em primeiro lugar, e as pessoas

procuram satisfazê-las antes de se preocupar com o nível mais elevado.

Uma necessidade de uma categoria qualquer precisa ser atendida antes que

a necessidade de uma categoria seguinte se manifeste.

Uma vez atendida, a necessidade perde sua força motivadora, e a pessoa

passa a ser motivada pela ordem seguinte de necessidades

Quanto mais elevado o nível das necessidades, mais saudável a pessoa é.

O comportamento irresponsável é sintoma de privação das necessidades

sociais e de estima. O comportamento negativo é conseqüência de má

administração.

Há técnicas de Administração que satisfazem ás necessidades fisiológicas,

de segurança e sociais. Os gerentes podem trabalhar no sentido de possibilitar que

as outras sejam satisfatoriamente atendidas.

As pesquisas não chegaram a sustentar cientificamente a teoria de Maslow

e algumas delas até mesmo tiraram seu valor. Contudo, sua teoria é bem aceita e

oferece um esquema orientador e útil para a atuação do administrador.

(CHIAVENATO, 2003, pg. 331).

Em 1968, Maslow esperava desenvolver novo solo no campo da teoria

gerencial com a teoria Z. A teoria Z dava a entender que as pessoas, uma vez que

alcançavam um nível de segurança econômica lutariam por uma vida baseada em

valores, uma vida de trabalho onde a pessoa fosse capaz de criar e produzir.

Embora Maslow tenha morrido antes de finalizar o seu trabalho sobre a teoria Z, hoje

vemos que sua teoria estava décadas à frente de seu tempo. (MASLOW, 2000, pg.

84).

Frederick Herzberg, psicólogo, consultor americano e professor de

administração da Universidade de Utah, articulou a teoria dos dois fatores para dar

conhecimento do seu pensamento sobre o comportamento das pessoas em situação

de trabalho. Para ele existem dois fatores que orientam o comportamento das

pessoas: Higiênicos e Motivacionais (CHIAVENATO, 2003, p. 334).

Fatores higiênicos ou extrínsecos estão fora do controle das pessoas, pois

são controlados e determinados pela empresa. Os principais fatores higiênicos são:

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salário, benefícios sociais, tipo de chefia ou supervisão, condições físicas e

ambientais do trabalho, políticas e diretrizes, clima de relacionamento, regulamentos

internos, etc.

Fatores motivacionais ou intrínsecos estão sob o domínio do indivíduo, pois

estão arrolados com aquilo que ele faz e desempenha. Há um conjunto de

sentimentos como: crescimento individual, reconhecimento profissional e auto-

realização, e dependência das tarefas que o indivíduo realiza no trabalho.

A teoria dos dois fatores esclarece que o ambiente de trabalho e o próprio

trabalho interagem para produzir motivação. (CHIAVENATO, 2003, pg. 267).

A teoria dos dois fatores deixou claro de que motivação vem do trabalho e

não do ambiente.

Os fatores motivacionais atendem a necessidades que estão no topo da

hierarquia das necessidades, já os fatores higiênicos atendem a necessidades que

estão na base da pirâmide.

Em suas pesquisas, Herzberg, descobriu que, de forma geral, as pessoas

mostravam-se satisfeitas com os fatores intrínsecos e insatisfeitos com os fatores

extrínsecos.

As teorias de motivação de Maslow e Herzberg espelham pontos de

concordância. Os fatores higiênicos de Herzberg estão ligados com as necessidades

primárias de Maslow (necessidades fisiológicas) enquanto os fatores motivacionais

com as necessidades secundárias (necessidade de estima).

Em 1960, Douglas McGregor destacou a importância da compreensão dos

relacionamentos entre a motivação e o comportamento. Acreditava na teoria de que

os líderes motivam os seguidores através de duas abordagens básicas denominadas

Teoria X (Gerentes Autoritários) e Y (pessoas colaboradoras). A visão básica da

Teoria X supõe que os líderes devem coagir, controlar e ameaçar os colaboradores

para poder motivá-los. A filosofia alternativa da natureza humana era o da Teoria Y

que crê que as pessoas são capazes de ser responsáveis. Elas não precisam ser

coagidas ou controladas pelo gerente (líder) para ter um bom desempenho. Cada

pessoa é um general, contribuindo ao máximo para alcançar as metas, sem

distinção entre lideres e seguidores.

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Os termos teoria X e teoria Y foram criados baseados no conjunto de

pressupostos que acreditavam sobre pessoas. Grande parte do pensamento de Mc

Gregor sobre a teoria X e a teoria Y era baseada na teoria da hierarquia das

necessidades de Abraham Maslow. Muitos dizem que o trabalho de McGregor

tornou famosas as teorias de Maslow. Em seu diário Maslow faz referência a

McGregor. (MASLOW, 2000, pg. 81).

Douglas McGregor escreveu o livro The Human Side of Enterprise em 1960.

Com isto tornou-se conhecido como pai da teoria X e teoria Y – teorias de

liderança gerencial que apontaram os gerentes como autoritários (teoria X) ou como

pessoas colaboradoras e confiáveis (teoria Y). Ao delinear a teoria X, McGregor

aderiu claramente à visão da natureza humana de Maslow. Na verdade, ele usou

muito a pesquisa de Maslow sobre a hierarquia de motivação para gerar

pressuposições do gerente da teoria Y. (MASLOW, 2000, pg. 19).

Depois que os dois se conheceram grandes debates começaram. Ambos

morreram pedindo humildemente que os líderes tivessem um auto-conhecimento

para questionar seus pressupostos.

McGregor compara dois estilos diferentes de administrar: de um lado, um

estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista e pragmática (a que deu o nome de

Teoria X), e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do

comportamento humano (a que deu o nome de Teoria Y). A Teoria X é a concepção

tradicional de Administração que tem como base convicções errôneas e incorretas

sobre o comportamento humano. A teoria X mostra um estilo de Administração da

Administração Científica de Taylor, da Teoria Clássica de Fayol e da Teoria da

Burocracia de Weber em diferentes etapas da Teoria Administrativa: bitolamento da

iniciativa individual, aprisionamento da criatividade, estreitamento da atividade

profissional por meio do método e da rotina de trabalho. A teoria Y é a moderna

concepção de Administração de acordo com a teoria comportamental. A teoria Y

acreditava na concepção e premissas atuais e sem preconceito a respeito do

comportamento humano. A teoria Y expõe um estilo de Administração aberto,

dinâmico e democrático, por meio do qual administrar torna-se um processo de

criação de oportunidades, liberação de potenciais, remoção de obstáculos,

encorajamento do crescimento individual e orientação dos objetivos. (CHIAVENATO,

2003, pgs. 337-338).

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TEORIA X TEORIA Y

A teoria X caracteriza-se por ter um

estilo autocrático que pretende que as

pessoas façam exatamente aquilo

que a organização pretende que elas

façam, do jeito similar que a

Administração científica de Taylor, a

clássica de Fayol e a burocrática de

Weber.

As convicções sobre o

comportamento humano são as

seguintes:

• O homem é indolente e

preguiçoso por natureza, não

gosta de assumir

responsabilidades e prefere ser

dirigido.

• O homem é fundamentalmente

egocêntrico e seus objetivos

pessoais opõem-se , em geral,

aos objetivos da organização.

Resiste a mudanças.

• A sua dependência o torna

incapaz de autocontrole e

disciplina

A administração, segundo a Teoria X,

caracteriza-se pelos seguintes

aspectos:

É a moderna concepção de

Administração; baseia-se na

eliminação de preconceitos sobre a

natureza humana. Seus principais

aspectos são:

• O homem não tem desprazer

em trabalhar a aplicação do

esforço, físico ou mental; em

seu trabalho é tão natural jogar

quanto descansar.

• As pessoas não são restritas

às necessidades da empresa.

• As pessoas têm motivação

básica e padrões de

comportamento adequados e

capacidade para assumir

responsabilidades.

• Elas não só aceitam

responsabilidades como

também as procuram.

• A capacidade de imaginação e

de criatividade na solução de

problemas é distribuída entre

as pessoas.

A Teoria Y desenvolve um estilo

altamente democrático através do

qual administrar é um processo de

criar oportunidade e proporcionar

orientação quanto ao objetivo.

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• Responsabilidade pelos

recursos da empresa

(organização)

• Processo de dirigir os esforços

das pessoas (controle das

ações para modificar o seu

comportamento)

• Políticas de persuasão,

recompensas e punições (suas

atividades são dirigidas em

função dos objetivos e

necessidades da empresa)

• Remuneração como um meio

de recompensa

A administração se caracteriza pelos

seguintes aspectos:

• É responsabilidade da

Administração proporcionar

condições para que as pessoas

reconheçam e desenvolvam

características como

motivação, potencial de

desenvolvimento,

responsabilidade.

• Criar condições

organizacionais e métodos de

operações por meio dos quais

possam atingir seus objetivos

pessoais e dirigir seus esforços

em direção aos objetivos da

empresa

Pressupostos das Teorias X e Y de Mc Gregor

TEORIA X TEORIA Y

• As pessoas encaram o trabalho

como “um mal necessário”.

• Os trabalhadores evitam as

responsabilidades.

• Os trabalhadores não apreciam

mudanças

• Os trabalhadores não tomam

iniciativas.

• Para conseguir que os

trabalhadores se engajem no

• O esforço físico e mental no

trabalho é tão natural quanto

as atividades de lazer

• Os trabalhadores aprendem

não só a aceitar

responsabilidades, mas

também a procurá-las

• Os trabalhadores apreciam o

desafio

• Os trabalhadores são capazes

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trabalho é preciso utilizar um

sistema de controle e punição

de imaginação e criatividade,

na resolução de problemas.

• Os trabalhadores buscam

satisfazer suas necessidades

de estima e realização e,

portanto, estão dispostos a

autodirigirem-se e a

autocontrolarem-se no alcance

de objetivos com os quais

estão comprometidos.

Fonte: HERING, 1996.

No fundo, a teoria X se baseia em crenças errôneas a respeito do

comportamento humano e declara um estilo de administração em que a fiscalização

e o controle rígido (por meio de fatores que garantam o cumprimento do horário de

trabalho, a exata execução das tarefas por meio dos métodos ou rotinas e

procedimentos de operação, avaliação do resultado do trabalho, regras e

regulamentos e medidas disciplinares pela sua não obediência, etc.) constituem

mecanismos para visualizar a desconfiança da empresa nas pessoas que nela

trabalham, já que por sua natureza as pessoas evitam esforços, são preguiçosas,

fogem da responsabilidade e somente trabalham quando recebem uma recompensa

econômica (o salário) para tanto. (CHIAVENATO, 2003, pg. 339).

O desafio, portanto, das pessoas que concordam com as teorias de Maslow

e McGregor não está em motivar as pessoas, mas em construir um ambiente onde

as pessoas se sintam motivadas e desejem contribuir o máximo. Talvez o primeiro

passo seja analisar as políticas e os procedimentos das organizações. (MASLOW,

2000, pg. 83).

A mais antiga explicação de liderança é a abordagem genética, a crença de

que a habilidade de liderança é transmitida geneticamente. A frase “um líder é nato,

não feito”, resume essa abordagem. A força da abordagem genética é que ela

prontamente explica as origens da liderança. Se você é um líder é porque você

herdou genes de liderança ou de sua mãe, ou de seu pai, ou de ambos.

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“A Teoria Genética” desapareceu porque o mundo mudou. Com base em

vários estudos, as dimensões de liderança são conhecidas como orientação para a

tarefa e orientação para os seguidores. A orientação para a tarefa consiste em

ações tomadas pelo líder para realizar o trabalho; por exemplo, atribuir tarefas e

organizar o trabalho, supervisionar e avaliar o desempenho dos seguidores. A

orientação para o seguidor consiste em ações que caracterizam a maneira como o

líder se relaciona e se aproxima dos seguidores; um exemplo é a quantidade e o tipo

de interesse que um líder mostra para seus comandados. Os estudos

comportamentais da liderança parte do movimento das relações humanas na teoria

da Administração que enfatiza o indivíduo e não a tarefa. Também focava que a

liderança pode ser aprendida e deveria ser flexível, e que não existe um estilo certo

de liderança.

A liderança é um processo chave em todas as organizações. O

administrador deveria ser um líder junto com às pessoas que militam com ele. A

liderança é uma ferramenta de influência e ainda que “a motivação“ seja o desejo de

exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos organizacionais,

há que observar-se o comportamento que visa satisfazer objetivos individuais. A

motivação está diretamente ligada à direção (objetivos), força e intensidade do

comportamento (esforço), duração e persistência. (CHIAVENATO, 2003, p.122).

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II. CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E HISTÓRICAS DA LIDERANÇA

O tema liderança tem ocupado um lugar em destaque e é um dos temas

mais pesquisados e estudados nas últimas décadas. A fórmula mágica de alcançar

resultados por meio das pessoas tornou-se um aspecto importante a ser

considerado para avaliar a maneira pela quais as empresas se desenvolvem,

sobrevivem e prosperam.

Não há dúvida de que estamos em tempos de mudança: mercados globais,

tecnologia da informação, ambientes ambíguos, concorrência acirrada,

consumidores exigentes, obsessão pela qualidade, incerteza, caos, estresse, fim do

emprego tradicional, envelhecimento da população, deterioração do meio ambiente,

e tantas outras, e, por isso, vários questionamentos são levantados no mundo

corporativo, como, por exemplo: O que fazer para que todos estejam envolvidos,

motivados e comprometidos? Qual seria o papel do líder? A liderança faz mesmo a

diferença?

Não há respostas simples, é tudo bem complexo, mas torna-se necessário

uma atenção especial nos comportamentos e atitudes gerenciais para que esses

sejam revistos de tempos em tempos.

O anseio pelo poder é inerente ao homem e à mulher. Na evolução da

humanidade tem-se presente a idéia de que o homem é um líder nato, de que a

liderança parece pressupor pessoas dotadas de virtudes extraordinárias, tornando-

as pessoas diferentes porque têm soluções mágicas de influenciar outras.

De fato, algumas pessoas são líderes não por causa de suas habilidades,

mas porque possuem o dom nato de liderar, outras porque gostam de liderar e

possuem a necessidade do poder, e com isto, conseguem atrair a atenção e

admiração dos outros. Essas pessoas que têm esta predisposição tendem a ser

dominantes e com certeza, conseguem evocar a lealdade e a inspiração por parte

de seus liderados. Porém, se esta pessoa se tornar um egocêntrico, e deixar que

sua ambição o cegue, satisfazendo sua ansiedade pelo poder à custa do domínio de

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seus liderados, sem se preocupar com a satisfação dos mesmos, pode não ter um

resultado satisfatório e, como diz o ditado, o “feitiço virar contra o feiticeiro”.

A real capacidade de um líder não está atrelada em suas posses ou

carismas, mas em quem ele é como pessoa. Quanto mais amor houver neste

processo mais êxito este líder terá.

Um líder ganancioso não é verdadeiramente um líder. Hitler foi ambicioso.

Mussolini também: queria poder a qualquer preço, queria acumular, tanto que ele

tinha uma estética voltada exatamente para essa condição. (CORTELLA; MUSSAK,

2009, pg. 87)

A liderança não pode ser vista apenas como uma habilidade pessoal, que

torna alguma pessoa mais apta a influenciar outras, mas como um processo pelo

qual um indivíduo tem autoridade sobre o outro para realizar os objetivos desejados.

Dentro de uma empresa, o processo de liderança tem a forma de um gerente que

propaga domínio, que conduz as ações dos colaboradores a realizarem os objetivos

definidos pela alta gerência e,muitas vezes, esses gerentes precisam ter muito “jogo

de cintura”, muita sensibilidade para perceber a necessidade, a capacidade e as

limitações de cada um de sua equipe para poder extrair o que há de melhor sem

mesmo ter muitos recursos a oferecer. Daí a grandeza de um líder que consegue

contagiar as pessoas com sua mensagem.

As empresas possuem missões importantes e com propósitos positivos, mas

nunca devemos esquecer que as pessoas, em primeiro, aderem ao líder antes de da

declaração de missão da empresa. Daí aderindo ao líder com certeza irá aderir a

qualquer declaração que o líder propuser. (HUNTER, 2004, pg 130)

A maioria das empresas possui as premissas de valorização do ser humano,

respeito à diversidade, transparência, ética, reconhecimento, valorização das

pessoas, eficiência e inovação nos serviços, mas não capacitam seus líderes e nem

suas diretorias caminham lado a lado para, de fato, aplicar cem por cento dessas

premissas.

Desde que o mundo é mundo existe o preconceito e está enraizado na

cultura do ser humano e não é apenas o racismo de que tanto se prega, mas há

diversos tipos e o pior deles é o preconceito social e muitas vezes dentro de uma

equipe, dentro de uma empresa temos uma grande diversidade de pessoas com

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valores, com conceitos diferentes e aí o papel de uma líder é muito importante para

desmistificar, demolir, ou melhor, lapidar esse diamante, para que ele deixe de ser

uma pedra bruta e passe a ser aquela jóia que dará muitos lucros.

É pobre o líder que pensa que: “Minha equipe está sempre à minha

disposição”. Os líderes que se destacam são aqueles que afirmam o oposto: ”Estou

sempre à disposição da minha equipe”. Até porque quem trabalha é a equipe, ela é

a base da pirâmide. Isto é liderar: atingir objetivos com a colaboração das pessoas.

(CORTELLA; MUSSAK, 2009, pg 86)

A palavra liderança por si só tem seu próprio brilho, tendo como princípio de

que, sendo uma coisa boa, está sempre em ordem. De fato, todos os grupos

humanos, tribos, através do tempo, têm necessidade de alguma liderança. Mas se a

liderança é algo imposto, devemos saber como distinguir a sua presença da sua

ausência; da mesma forma, se existem situações especiais que exigem liderança,

devemos distingui-las de outras situações sociais.

Liderança pede um entendimento mais vasto do processo social, não é

familiar, comum ou facilmente captada pelo senso comum ou pelas ciências sociais.

É um fenômeno que ilude a ambos. Os feitos dos líderes dificilmente se evidenciam

por si.

É importante distribuirmos desafios aos nossos liderados, isto é, tarefas que

exigem esforços e competência maiores daquelas que já possuem. Este movimento

de dar atividades que obrigam habilidades maiores do que os subordinados

possuem, de um modo geral, os motivam a buscar meios de se desenvolverem para

conquistarem o objetivo estabelecido e, se desenvolvendo, as pessoas se sentem

realizadas e motivadas dentro das organizações, com alma e coração, porém isto

pode não ter o resultado esperado, e ao longo do processo, o bom líder tem que

ficar observando como este liderado está lidando com a situação, pois isto pode

causar um efeito contrário e até provocar um trauma.

Responsabilidade do líder, que tem a intenção de uma liderança, seja em

que área for não é simplesmente, mandar nas pessoas, mas procurar fazer com que

elas realizem o trabalho de uma maneira alegre, feliz, prazerosa e significativa.

(CORTELLA; MUSSAK, 2009, pg 88)

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Qualquer que seja o papel a ser desempenhado, ou seja, como pai,

treinador, cônjuge, professor, tem que se ter em mente que liderar não é chefiar,

mas sim servir, daí teremos o líder de que todos precisam e merecem.

Há uma expressão francesa que diz que a “vida é como a cebola onde a

descascamos chorando”. Por analogia, podemos aplicá-la no caso dos líderes, pois

há, na verdade, um preço a pagar, por ter que se dispor a servir, e a dedicação em

sentir as reais necessidades daqueles que lideram. Porém a colheita tende a ser

perfeita.

O papel de Líder não poderia ser diferente e ele, sem dúvida, paga o preço

do poder que é a responsabilidade. E o grau de responsabilidade é multiplicado pelo

número de liderados. Isto fica bem claro num time, seja de futebol, de basquete, de

vôlei, a culpa ou responsabilidade do fracasso está sempre nas costas de seu

treinador, que aqui exerce o papel do líder.

O grande ensinamento é de que não devemos desmoronar quando

perdemos uma luta, mas acima de tudo, devemos saber levantar depois de cair,

prevalecendo a perseverança e motivação. (REZENDE, 2006, pg. 28)

Muitas empresas tendem a fazer com que seus líderes estejam mais

voltados para as prioridades do momento, ignorando a busca das pessoas por um

trabalho que dê significado. João Alfredo Biscaia, em seu artigo “Por favor, não

roubem de seus colaboradores”, diz que só existe um único pecado que qualquer

profissional pode cometer no exercício de cargos de liderança que é não dizer, de

forma explícita , clara e descritiva , como percebe e sente os desempenhos e

comportamentos das pessoas com quem trabalha.(BISCAIA, 2007.

http://www.rhportal.com.br).

O Líder tem que ter a habilidade de equilibrar razão com emoção e cercar-se

de subsídios que o levarão a fazer com que as coisas desabrochem, andem,

funcionem, com a arte de agregar, tendo como verdade o conceito principal de

equipe e a sua percepção.

Há varias vantagens em se trabalhar em equipe, como agilidade na

captação de informação e o seu uso, e as idéias são mais ricas, mais elaboradas,

por se basearem em visões diferentes e normalmente tem tendência em assumir

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mais riscos por ter a responsabilidade compartilhada e o comprometimento.

(VERGARA, 2007, pg 193)

Para Mussak existem três qualidades importantes que estão interligadas,

dando suporte uma à outra: ambição, competência e integridade, ou seja, se alguém

tiver no seu perfil ambição e competência, mas não tiver integridade, será

provavelmente um tirano. Se tiver competência e integridade, mas não tiver

ambição, será no máximo um tecnocrata. Se tiver ambição e integridade, mas não

tiver competência, não passará de um visionário. É necessário que o líder tenha no

seu perfil essas três qualidades. Destacando que a ambição contribuiu no sentido de

realizar, de motivar, porque muitos confundem ambição com desejo de ganhar

dinheiro. (CORTELLA; MUSSAK, 2009, pg. 87)

Em toda relação, seja qual for a sua natureza, o alicerce é construído com

base na confiança e respeito mútuo e para que ele não seja corrompido, a

comunicação verdadeira é fundamental e esta permite a prática do feedback.

Feedback é um processo delicado, mas de muita importância, de interação

que permite a troca entre duas pessoas ou de um grupo de pessoas, podendo ser

verbal ou não, expondo seus sentimentos em relação à conduta ou ao

comportamento de ambos com o intuito de ajudar a melhorar seu desempenho para

atingir seus objetivos com mais facilidade e eficiência.

Há uma dinâmica utilizada que funciona da seguinte forma: reúnem-se os

colaboradores e líder e um grande rolo de barbante é passado de mão em mão. A

pessoa que primeiro recebe o rolo entrega-o a alguém de sua escolha e faz um

comentário, uma crítica, um elogio, uma sugestão, enfim, o que quer dizer à outra

pessoa. Esta, por sua vez repete o ritual e assim o rolo vai passando até que todos

tenham a oportunidade de falar. No final está formada a “rede” que, de certa forma,

representaria o elo que há entre todos – o trabalho de equipe. (REZENDE, 2006, pg.

85)

Infelizmente não é um processo utilizado com muita freqüência e que as

vezes só aparece nos extremos, ou seja, quando o serviço fica em destaque ou

quando ele não teve o êxito que se esperava e aí se perde etapas que podiam ser

vivenciadas para o bom desempenho das tarefas.

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Isto traduz o despreparo de alguns gestores para lidar com a complexidade

da realidade, tomando postura apenas de apagar os incêndios, sem perceber como

os diferentes problemas, em níveis diferentes, estão interligados.

Portanto neste processo é relevante e é necessário que os fatos estejam

sempre bem claros, tomando cuidado para não utilizar uma postura crítica, para que

não haja erro de interpretação por parte de quem está recebendo o feedback, e,

assim, não provoque reações de mágoa, pois senão, o que seria uma oportunidade

de conhecimento, crescimento e aperfeiçoamento, transforma-se num conjunto de

desentendimentos e ressentimentos.

Não podemos esquecer que o homem é um ser especialíssimo, carregado

de emoções, provido de uma infinidade de sentimentos, que podem ser nobres ou

desastrosos, dependendo do exercício que se faça deles. O que se exercita se

desenvolve; o que não se exercita, atrofia, é a lei da natureza. (COBRA, 2006, pg.

75)

Eugênio Mussak (Revista Vida Simples, Julho/2007) é enfático ao afirmar

que feedback é uma questão de respeito e consideração para com a outra pessoa. E

respeito é primordial neste processo de liderança.

É primordial que neste tipo de processo não apenas os lideres, mas os

colaboradores também estejam abertos a romper barreiras estabelecidas, sendo

francos, expondo suas impressões sem perder o foco de que o intuito é o

crescimento pessoal e profissional de cada um e não puxar o tapete de ninguém.

Como exemplo de um mau feedback recorremos a uma situação comum

entre mães e filhos, onde aquelas repreendem seus filhos quando estes exprimem

algum sentimento de medo, que para elas não tem muita importância e estão

tomando o seu tempo. Com essa ação as crianças sentem-se tolhidas de

expressarem seus sentimentos, desejos, idéias. Com isto, a mãe perde a

oportunidade de receber feedback dos filhos e situações idênticas repetem-se no dia

a dia de qualquer organização.

O elogio talvez seja o ato de maior força na sociedade, porém não é o mais

utilizado e deveria, salientando as inúmeras vitórias que conquistamos no dia-a-

dia,dando notas altas somente as coisas boas e aí percebemos como os

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colaboradores se tornam mais eficazes e felizes. Cara feia, mau humor, críticas em

demasia só vão levar para o caminho errado. (COBRA, 2006, pg 55 e 56)

Carlos Alberto de Faria, em seu Boletim eletrônico semanal – Bess

apresenta cinco definições de liderança. (Disponível em:

<http//:www.merkatus.com.br/10_boletim/73.htm>. Acessado em 12.11.2009)

1. Liderar é conectar os seus empregados ao negócio

2. Liderar é obter e manter empregados que agem e trabalhem como

proprietários

3. Liderança é a arte de fazer com que os outros tenham vontade de fazer

algo que você está convencido que deva ser feito

4. Liderança é a arte de mobilizar os outros a batalhar por aspirações

compartilhadas

5. Liderança é a arte de obter resultados desejados, acordados e

esperados através de empregados engajados

O grande desafio dos lideres é perceber que as pessoas querem

oportunidades para colocar seu conhecimento, talento e competências em prática e

sentirem-se importantes e envolvidas, fazendo parte de um único corpo. O pior tipo

de relacionamento que podemos praticar, seja no trabalho ou não, é o do silêncio. O

silêncio fala por si só. Diz muita coisa, e gera uma relação paranóica, muita

ansiedade e enorme frustração.

Em toda e qualquer definição de liderança, que utilizarmos terá um ou dois

vocábulos que expressarão o conceito de aderência e comprometimento do

empregado à empresa. Pertencer a um agrupamento que faça a diferença e liderar

é, também, dar um significado ao trabalho que propicie o engajamento voluntário

dos empregados, regado com legitimidade, credibilidade e sinceridade.

O líder eficaz não é alguém amado e admirado. É alguém cujos seguidores

fazem as coisas certas. Mas, muitas vezes, os líderes tornam-se autoritários e são

motivados pela necessidade de controlar, temem soltar as rédeas do poder pela

dificuldade em confiar nas pessoas e, às vezes, pelo medo de perder o poder. A

relação com seus colaboradores são impessoais e reflete a baixa preocupação com

as necessidades individuais.

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É essencial que o líder tenha sua auto-estima alta, para que possa angariar

a consideração, o enlevo de seus comandados, deixando claro que esse sentimento

de deleite não vem sozinho, ele faz parte da base do tripé, que é composta também

pela confiança e respeito. Os três componentes são de suma importância para

qualquer relação bem-sucedida.

Em muitas organizações a troca de informações sobre experiências,

conhecimentos e habilidades encontram barreiras hierárquicas e barreiras

funcionais. A conseqüência é a ineficácia organizacional.

O novo paradigma para as organizações pressupõe troca, participação, rede

de relações, aprendizagem individual e coletiva, favorecendo a conexão afetiva e

intelectual entre as pessoas, tornando o trabalho um vínculo de satisfação.

A essência tem que mudar, ou seja, a linha do “não se mexe em time que

está ganhando” não pode se eternizar. Há um ditado árabe que diz que a alma viaja

a camelo. Ou seja, não adianta tentar concorrer com a tecnologia.

A verdade é que muitos colaboradores são tratados como adolescentes e

eles reagem de acordo, como por exemplo, empresas que revistam operários no

final do expediente. Não vale a pena trabalhar com pessoas a quem não se confia.

Existem maneiras de se fazer tal coisa sem constranger as pessoas, caso haja

necessidade.

Ao longo do tempo verificou-se que empregado, quando tem confiança e é

comprometido com a empresa , obtém mais e melhores resultados do que aquele

vigiado e mandado.

A liderança inteligente cria indivíduos autônomos, que têm auto-motivação,

que não dependem permanentemente da presença física do líder, do chefe.

(CORTELLA; MUSSAK, 2009, pg. 76)

A relação do líder com sua equipe deve se dar não de forma impessoal e

unilateral, mas em um constante fluxo, no qual sonhos, aspirações , visões e valores

são compartilhados para gerar o comprometimento necessário à realização das

metas organizacionais. Vale ressaltar, conforme Mussak, que o líder é aquele que

faz com que as pessoas se sintam abraçadas por ele.

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Destaque-se, aqui, uma analogia desenvolvida por João Alfredo Biscaia em

seu artigo “Por favor, não roubem seus colaboradores” de uma passagem do livro “O

caçador de pipas”, de Kharled Hosseini, onde, numa conversa entre o pai e seu filho

Amir, aquele afirma que existe apenas um pecado no mundo: o do roubo. .(BISCAIA,

2007. http://www.rhportal.com.br).

Como decorrência dessa assertiva, João Alfredo Biscaia relata os inúmeros

roubos praticados nas organizações, em atitudes que praticamos no dia a dia e não

enxergamos como estamos “roubando” nossos subordinados, e, entre esses, a

equipe em si. .(BISCAIA, 2007. http://www.rhportal.com.br).

É fácil afirmar que é imprescindível haver respeito e consideração com todas

as pessoas com quem convivemos, quer no plano pessoal ou profissional.

Pensar e falar são coisas fáceis, o grande desafio está no agir, no fazer, no

praticar aquilo que se diz ou pensa, como sendo o correto nas relações entre as

pessoas.

Constata-se a chegada do século XXI com um déficit de líderes capacitados

para lidar com os contemporâneos.

A liderança pode ser aprendida e ensinada sim, mas a principal

característica dos líderes é a existência de liderados. Se não há liderados não há

lideres e para haver liderados é necessário transmitir e obter confiança, pois

ninguém segue pessoas nas quais não se deposita confiança, fé recíproca.

Um aspecto importante, também, a ser considerado, é que os líderes

conhecem a direção para onde sopram os ventos, possuem até mesmo os recursos,

a tecnologia e os modelos que os apóiam para chegar lá. No entanto, em muitos

casos, ainda estão apegados aos pensamentos, sentimentos e aos modelos do

passado, pertencentes à chamada era dos insubstituíveis, no qual o chefe se

percebia como o único capaz de resolver os problemas e encontrar as melhores

soluções e no argumento de que ninguém é perfeito, o que não deixa de ser

verdade, ninguém é perfeito, inclusive o chefe. Um bom líder é aquele que conhece

a si mesmo e que não permite que seus colaboradores disparem sem saber para

onde ir; ele faz com que seus subordinados pensem e decidam ir a um lugar que

valha a pena.

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Percebe-se, então, que, em um treinamento as habilidades são facilmente

transmitidas e incorporadas. O conhecimento também é relativamente fácil de ser

transmitido e incorporado, mas nas atitudes é que residem os problemas, ou seja,

nelas é que se forma e se identifica o líder.

A respeito da área de Recursos Humanos, para a mudança e incorporação

de atitudes, há necessidade de “treinamento” constante, onde a sala de aula é

transferida para o teatro da vida e o professor é o líder, que prepara o líder de

amanhã. E o que se quer são pessoas que, abraçando uma causa, mobilizem outros

a fim de que o conteúdo dessa causa se torne realidade.

Existem três teorias de liderança: de traços de personalidade, de estilos de

liderança e contingencial.

A Teoria dos traços enfatiza que existem pessoas que nascem com

determinados traços de personalidade que influenciam indivíduos e grupos. E essas

pessoas seriam líderes e quem não os tivesse seriam os liderados. Porém, essa

teoria não se sustentou. A liderança não é nata, é possível aprender a ser um líder.

A Teoria conhecida como de estilos, possui três tipos: autoritária, liberal e

democrática.

Na liderança autoritária, o líder centraliza as decisões e impõem suas ordens

ao grupo. Neste estilo o grupo mostra forte tensão, frustração e agressividade, de

um lado, e de outro, nenhuma espontaneidade, nem iniciativa, sem formação de

grupos de amizade, onde prevalece o célebre ditado: “manda quem pode, obedece

quem tem juízo”. Este estilo pode degenerar e torna-se patológico, transformando-se

no autoritarismo. A arbitrariedade, o despotismo e a tirania representam violências

contra os liderados.

Na liderança liberal (laissez-faire), o líder delega totalmente as decisões ao

grupo e o deixa completamente à vontade e sem controle algum. Notou-se pouco

respeito ao líder e produção medíocre. É aquele conhecido na intimidade por deixar

rolar.

Na liderança democrática, o líder conduz e orienta o grupo e incentiva a

participação democrática das pessoas. Notou-se formação de grupos de amizade, o

líder e os subordinados desenvolveram comunicação espontânea, franca e cordial.

Ele busca a participação e, às vezes, faz crer que só há direitos, sem deveres.

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Tal como a teoria dos traços, a dos estilos de liderança é considerada frágil,

mas sinaliza-nos para a questão das situações. Surgindo, então, a teoria situacional.

(VERGARA, 2007,pg 77)

A teoria contingencial ou situacional está baseada em três pilares: líder,

seguidores e situação. É, portanto, uma teia. (VERGARA, 2007, pg 78)

No líder destaca-se a questão da autoridade e a da personalidade. E o fato

de alguém ter autoridade não significa que terá liderança. Assim como sua

personalidade pode facilitar ou criar obstáculos em sua liderança.

No caso dos seguidores destaca-se suas expectativas, seus interesses e

sua motivação, e aquele que as satisfizer exercerá o poder de liderança.

E, por fim, a teoria destaca a situação que nada mais é do que o local, o

cenário onde as coisas acontecem, ou até mesmo a tarefa que está sendo

executada. O líder que é venerado em uma localidade pode ser detestado em outra.

A liderança também pode desaparecer quando desaparecem as circunstâncias que

a sustentam ou justificam.

Muitos afirmam que liderança não é uma recompensa, é um constante

desafio, é ação, é a arte em perceber quando e como utilizar os estilos de liderança

para ter êxito em impulsionar seus colaboradores, provocar mudanças e, para isto, é

valioso ter coragem, persistência, relevância, vontade e intenção de mudar, crescer

e melhorar.

As pessoas em geral não gostam de mudanças, querem ficar do jeito que

estão, mesmo que esteja horrível! O ser humano tem um medo extraordinário de

novidade, de qualquer coisa que saia do padrão que está acostumado e aí o líder

tem que saber atuar para tornar seus colaboradores mais arrojados no sentido de

tentar outras coisas, descobrir novos horizontes. (COBRA, 2006, pg 177)

Desempenhar o papel de um líder quando tudo vai bem é fácil, difícil é

quando começa o tiroteio, onde aí é que se vê até que ponto os líderes são bons. É

importante compreender as experiências de frustração e sofrimento, buscando

minimizá-los e aprender a lidar com as diferenças, com o inesperado, percebendo a

singularidade de cada colaborador, encontrando significado no trabalho e permitindo

que os outros também encontrem. É fundamental que o líder atue sempre de forma

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autêntica, levando os demais a não esmorecer, sendo alguém que ilumina, abrindo

se para si mesmo e para os outros.

E a motivação do líder está ligada ao trabalho, à reprodução de idéias,

ações, com a capacidade de projetar e partilhar sonhos.

O ser humano é estimulado por duas motivações essenciais: não sofrer e ter

prazer e quase tudo que fazemos tem essas duas vertentes que nos motiva.

(CORTELLA; MUSSAK, 2009, pg. 52).

O sonho pode ser um grande combustível para um líder, desde que seja

exeqüível, possa ser realizado e, antes de anunciá-lo, é verificada a sua viabilidade.

Eugênio Mussak afirma que um verdadeiro líder, se sonha um sonho

impossível, mostra sua liderança ao criar a possibilidade, daí faz-se necessário o

pensamento estratégico com inteligência para ligar o momento atual e o futuro

desejado.

A mais valiosa das recompensas de se liderar é a alegria. Destacamos, aqui,

que a alegria é um sentimento profundo que independe de fatores externos e trás a

satisfação interior e a convicção de saber que estamos em sintonia com o princípio

de que liderar é servir ao outro e isto livra o líder das algemas do ego e da

concentração em si mesmo. (HUNTER, 2004, pg 133)

É primordial ter a sensibilidade para perceber seus liderados, acredita-se

que melhores gerentes são melhores observadores, que possuem uma percepção

visual e auditiva mais precisa, e isto é uma importante ferramenta que facilita para

distinguir, pois assim como os dedos da mão que são todos diferentes, as pessoas

também são, e cada uma tem suas características e habilidades que difere uma das

outras e, tendo esta análise bem feita, fica fácil para o líder extrair o de melhor de

cada um e ter um conjunto de habilidades para realizar seus sonhos e fazer com que

eles compartilhem também, tornando-se um sonho único. Nada como se trabalhar

em equipe, onde todos erram e todos acertam. Não importa muito quem marca o

ponto, todos ficarão igualmente orgulhosos.

É como uma jogada de basquete, onde o pivô, que passa a bola para o

homem que é bom “marcador de cestas” merece exatamente o mesmo crédito do

que coloca a bola na cesta. Ou seja, o que dá prazer para um, dá prazer para o

outro e acabam todas as diferenças e podemos dizer que essas pessoas são

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identificadas e, em determinadas formas teóricas funcionais, tornaram-se uma única

unidade. Pode-se dizer que significa em, certo aspecto, que diferentes pessoas

podem ser tratadas como diferentes, mas como se fossem uma única pessoa, como

se estivessem reunidas, aglomeradas ou fundidas em um novo tipo de unidade.

Todos são apenas um com diferenças que dão um colorido todo especial ao grupo.

Quanto mais estrutura de equipe houver, mais as pessoas contarão uma

com as outras, mais confiarão umas nas outras, e assim por diante: isto é o mesmo

que dizer haverá sinergia, que é definida como o efeito ativo e retroativo do trabalho

ou esforço coordenado de vários subsistemas na realização de uma tarefa

complexa, ou seja, a somatória de esforços em prol do mesmo fim: esta é a essência

da liderança baseada em princípios. Ela catalisa, unifica e libera os poderes

existentes dentro das pessoas.

O efeito resultante da ação de cada um desse grupo que atua de forma

coordenada para um objetivo em comum tem um valor superior ao valor dessas

pessoas se atuassem individualmente, sem esse objetivo comum, previamente

estabelecido. Podemos, então, afirmar, que a sinergia funciona, é o trabalho em

equipe, a criação conjunta, o desenvolvimento da unidade e da criatividade junto

com outros seres humanos.

Isto pode ser observado em diversos setores, até mesmo numa novela, onde

há um grupo de atores atuando, mas se cada um extrair o máximo de cada um,

trabalharem de fato com o espírito de equipe, a obra no final ficará muito mais rica,

apesar de um se destacar mais do que outro, mas haverá essa sinergia, essa

energia em prol de um objetivo em comum. E sem dúvida nenhuma, é muito

gratificante para aqueles que participam desses trabalhos, movidos por essa cultura

de equipe, que não podemos dizer que é algo comum, chegarem ao final com o

gostinho de vitória.

Quando este tipo de sinergia se rompe, você fatalmente terá uma equipe

perdedora.

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III. O IMPACTO DO EXERCÍCIO DA LIDERANÇA PARA A

MOTIVAÇÃO DE EQUIPE NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO

As características que fazem uma empresa resistir ao tempo e às

turbulências externas são apenas três.

Ricardo Semler (SEMLER, 2000, pg. 60) aponta três condições, sine qua

non, para a sobrevivência, a longo prazo, que parecem ser:

a) Capacidade de enxergar a necessidade de mudanças a tempo, com

coragem para implementá-las antes que seja tarde demais.

b) Fazer a empresa funcionar através da efetiva participação de seus

funcionários e ter uma linha de conduta administrativa flexível e aberta às

transformações.

c) Ter uma cultura própria e definida, que não seja adaptada às condições do

momento, mas, sim, perene em suas crenças básicas.

O empresário, por definição, é um bicho conservador, que tem pavor de

perder o que já conseguiu. Gosta de fórmulas comprovadas, e odeia ser rato de

laboratório. (SEMLER, 2000, pg. 61)

Grande parte dos empresários não percebe que seus funcionários são

partícipes da empresa, e são o maior ativo do empreendimento, que são peças

fundamentais para o êxito e que devem estar sempre lubrificadas.

Por outro lado, quase todos os funcionários acham que são tratados com

insuficiente atenção e respeito, sem espaço para falar o que pensam e acham que

os dirigentes vivem numa ilha da fantasia, sabendo pouco do que acontece na

empresa.

A verdade é que o funcionário de empresa moderna tem pouco para se

sentir satisfeito, muito menos realizado. Muitas empresas de hoje não tem tempo,

nem interesse em ouví-lo, e não tem recursos suficientes para treiná-lo para coisas

melhores. O treinamento permanente á uma das maneiras de motivação, fazendo

com que o funcionário se sinta valorizado, investindo em si próprio, adquirindo novos

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conhecimentos saindo da inércia. As informações não devem ser negadas, deixando

bem claro para o comandado da sua importância para a equipe; assim, desta

maneira, eleva-se a auto-estima da pessoa e faz com que ele produza mais do que o

esperado. Porém, as empresas exigem uma penca de atributos e retribui com um

salário insuficiente, e é implacável na dispensa se ele começar a ficar velho, ou tiver

queda de desempenho temporário. Além de mandá-lo para a aposentadoria, com

amargas recordações de injustiças, ou com a sensação de que poderia ter ajudado

muito mais se alguém tivesse pedido sua opinião.

Que tipo de motivação se pode esperar de milhares de funcionários cuja

opinião nunca é pedida, a quem explicações raramente são dadas, e que sabem que

as decisões que realmente interessam, e que vivamente vão influenciar suas vidas,

são tomadas pelos “homens” lá de cima?

O que significa realmente motivação?

Quem é responsável pela motivação das pessoas dentro de um ambiente

organizacional? Deve ser a própria pessoa que deve se auto-abastecer de

motivação pessoal ou a motivação é uma função gerencial?

Os processos sociais e comportamentais da motivação e da liderança estão

interligados. A ligação inseparável entre o líder e as motivações dos liderados

permite afirmar que toda liderança é transacional, sempre há um processo de troca

entre o líder e os liderados.

A análise transacional é um método psicológico criado em 1958, pelo

psiquiatra Eric Berne, de origem canadense, onde são estudadas as trocas de

estímulos e respostas entre indivíduos. Ele diferencia caráter e personalidade, onde

caráter são as tendências que trazemos, como por exemplo, lealdade, passividade,

rebeldia, etc. Já a personalidade constitui-se da educação e da sociedade, provém

do meio externo. E, neste estudo, ficam evidentes que as pessoas podem modificar

seus sentimentos, pensamentos e escolhas pelo autoconhecimento e

desenvolvimento pessoal.

O ser humano carrega em si a capacidade criativa, e fazendo-se uma

metáfora, comparando – o a uma árvore, teria a seiva que passa pelo seu interior

construtivo, a forma de seu tronco seria a personalidade e, a madeira, que constitui

essa forma, seria o seu caráter.

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Gorbatchev, em seu livro Perestroika (apud WEIL, 1997 pg. 44), conta uma

história bastante conhecida em programa de treinamento gerencial, que ilustra o

sentido que o trabalho pode ter para as pessoas:

“Certo dia, um transeunte observa a seguinte cena: dois operários construindo um muro; no mesmo muro, porém, havia uma diferença notável entre os pedaços de muro construídos por um e outro; o do primeiro estava bem baixinho enquanto o do outro era três vezes maior; o primeiro estava com ar resignado, carrancudo, com evidente má vontade; o outro , ao contrário, cantava feliz e alegre.

O transeunte, intrigado, pergunta ao primeiro: O que é que você está fazendo? Ele responde: Estou construindo um muro, não está vendo? E ele torna a perguntar: E para que você está fazendo isto? E ele responde: Ora para ganhar a vida. Perguntando a mesma coisa ao outro operário, ele respondeu, com um grande sorriso nos lábios: Estou construindo uma Catedral.”

Constata-se no texto que a motivação e o envolvimento das pessoas

independem da importância da atividade. A motivação, quando presente, libera uma

fantástica energia que conduz as pessoas à realização.

Destaque-se que para se realizar algo válido na transformação das pessoas

é imprescindível o gostar permanente, que o trabalho enquanto trabalho, por mais

técnico e perfeito que seja, não se resolve sem doação contínua e permanente.

Vários relatos confirmam que o fixar do controle das emoções tornam as

pessoas mais confiantes nas suas possibilidades, trazendo auto-estima suficiente

para proporcionar mais confiança em suas ações na empresa.

A emoção é a rainha da vida e, quando colocada a nosso serviço, nos

permite realizar algo sempre além do que a princípio julgávamos capazes; e quando

acreditamos que podemos, podemos. Não precisa ser necessariamente o melhor,

basta acreditar que pode ser o melhor.

A motivação baseia-se em dois pilares:

a) O primeiro deles é a necessidade. Se você precisa vai “correr atrás” e se

dedicar.

b) O segundo é a paixão; se você gosta, ama o que faz, vai querer melhorar

sempre.

O nome vem da mitologia grega. Pigmaleão era escultor de Chipre, e foi

influenciado por Vênus, a fazer uma estátua de uma mulher perfeita, chamando-a de

Galactea. Porém apaixonou-se por ela e o escultor queria tanto que sua obra tivesse

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vida para poder casar-se, que Vênus, a Deusa do amor, atendeu seu pedido. Eles

se casaram e tiveram filhos e netos. Ou seja, a parábola mostra a capacidade de

mudança que uma pessoa interessada no relacionamento com outra pode provocar,

transformando-a em algo que ela não seria.

Aqueles que se sentem eficazes recuperam-se mais depressa dos

fracassos, não se perturbam demasiado pelo fato de que as coisas possam correr

mal; pelo contrário, fazem-nas o melhor que podem e procuram a maneira de fazê-

las ainda melhor na vez seguinte. O fracasso não pode ser visto como uma derrota,

mas como um grande amadurecimento.

Éden percebeu que essa teoria funciona perfeitamente em vários setores da

vida. No mundo corporativo, pesquisas mostram que a verdadeira crença do líder no

potencial de seus colaboradores faz com que eles aumentem sua produtividade, ou

seja, rotular as pessoas é totalmente contra producente.

A maioria dos pais sabe que as expectativas que um professor (que não

deixa de ser um líder) tem sobre cada criança se tornam profecias auto-realizáveis.

Se um professor acha que a criança é lenta, a criança passará a acreditar que o é e,

de fato, vai aprender mais lentamente. A criança felizarda, que aos olhos do

professor parece genial, perceberá tal expectativa e tentará fazer jus á mesma. É um

fato tantas vezes confirmado, e em situações tão variadas, que nem é debatido.

Profecias auto-realizáveis são tão presentes no trabalho quanto nas salas de

aulas. Se um líder estiver convencido de que os membros de sua equipe são os

melhores, estes de fato superarão, porém uma equipe cujo líder acredite no inverso,

ainda que o talento nato se apresente de forma similar nos dois grupos, o resultado

será o inverso.

Quando a emoção é colocada a nosso favor, nos permite realizar algo

sempre além do que julgamos capazes. E quando acreditamos que podemos,

podemos. Mas também não adianta todo o restante do mundo acreditar que é capaz

e a própria pessoa não. Esse acreditar tem que ser absoluto. (COBRA, 2006, pg. 47)

Não devemos desconsiderar o talento de qualquer um dos colaboradores,

embora, sejam astros cuja luminosidade se torna mais acentuada quando formam

uma constelação, equipe. (REZENDE, 2006, pg. 25)

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A peça Pigmalião, de George Bernard Shaw, explora a tese de que a forma

como uma pessoa trata a outra pode provocar transformações para melhor ou para

pior. Nesta peça, Eliza Doolittle explica: “Veja, a verdade é que, à parte aquilo que

qualquer um pode perceber (a maneira de vestir, a forma correta de falar, e por aí

vai), a diferença entre uma dama da sociedade e uma florista não é como ela se

comporta, mas como é tratada. Sempre serei um florista para o professor Higgins

porque ele sempre me trata como uma florista e sempre me tratará assim. Mas sei

que sou uma dama para você porque você sempre me trata como uma dama e

sempre me tratará assim”. (LIVINGSTON, 2000, p. 57)

A poderosa influência das expectativas de uma pessoa no comportamento

de outra foi reconhecida há muito por médicos e cientistas comportamentais e, mais

recentemente, por professores. Até agora, porém, a importância das expectativas do

líder para o desempenho de indivíduos e grupos não foi amplamente entendida.

Graças aos casos e a outras evidências disponíveis baseadas em pesquisas

científicas, sabe-se hoje que:

• A expectativa do líder em relação aos subordinados e o tratamento

dispensado aos mesmos determinam em grande parte o desempenho e

o progresso da carreira dos funcionários.

• Uma característica singular dos melhores líderes é a capacidade de criar

expectativas altas de desempenho às quais os subordinados

correspondam.

• Líderes menos eficientes não conseguem desenvolver expectativas

similares e,em conseqüência , a produtividade de seus subordinados cai.

• Os subordinados, na maioria dos casos, parecem fazer aquilo que julgam

ser esperado deles.

Constata-se que os líderes têm armas perigosas para motivar, ou não, seus

subordinados, e, esses não podem perder o foco de que estão tratando com

pessoas e não podem ter uma postura autoritária. É uma demanda de nosso tempo,

em que a interdependência, a transformação e a ética passam a ser especialmente

considerados.

“A motivação é definida como uma inclinação para a ação que tem origem

em um motivo. Complementa argumentando que “a motivação, portanto, nasce

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somente das necessidades humanas e não daquelas coisas que satisfazem essas

necessidades”. (BERGAMINI et.al., 1997, pgs. 14-15)

O homem tem que aprender a ser cooperativo e, por conseguinte, aprender

a trabalhar em equipe. O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas

perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro e

admirar suas qualidades.

E as organizações têm um grande papel nisto, pois apesar das tantas teorias

e técnicas mencionadas e estudadas, há muito mais a ser motivado do que a

aplicação dessa motivação e isto é uma filosofia que deve ser emanada de cima e

espalhada para toda a organização.

Essa filosofia é descoberta analisando as necessidades e desejos de cada

empregado e é a engrenagem, criadora do ambiente de trabalho que o permite

dedicar-se, como indivíduo, à tarefa de melhorar seu desempenho.

Em ambiente de trabalho, dinheiro é tipicamente visto como a poderosa

motivação denominada como indireta (a ação satisfaz um objetivo intermediário), e a

satisfação com o trabalho e um ambiente agradável são motivações denominadas

diretas (a ação satisfaz a necessidade). Porém a motivação depende muito das

emoções e do tipo de aprendizagem de pessoa para pessoa. Apesar, de hoje, o

dinheiro ser a mola do mundo, ter até o lugar de “Deus” (tudo se resolve com

dinheiro), necessariamente ele não traz realização profissional, e nos dias atuais

está ocorrendo uma grande corrida para ganhar-se bem e ter segurança no trabalho,

sem um retorno de fato para a organização. O empregado tem a motivação de

galgar os cargos mais bem remunerados, mas não há a contrapartida em ter um

excelente desempenho para a realização de projetos das organizações. Estas têm

que ter ferramentas para perceber essas situações a fim de que não caiam na

armadilha de ter os custos altos sem um retorno compatível.

Esse tipo de situação também acarreta em um quadro de colaboradores

desmotivados, pois muitas vezes não há um plano de cargo de salários decente,

com meios de ascensão lícita e aqueles que de fato colocam a mão na massa,

dando todo o seu suor, não é tão bem remunerado quanto aquele que quer apenas

o status dentro da organização.

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Outro ponto que deve ser destacado é que as teorias convencionais da

motivação preocupam-se predominantemente com a satisfação das pessoas, sem

abordar explicitamente o stress. No entanto, a correlação entre o stress e o trabalho

é evidente. Atividades que requerem exaustivo esforço físico, ou que são alienantes,

ou realizadas em ambientes de tensão, produzem efeitos psicológicos negativos,

mesmo que a pessoa esteja fisicamente bem. O stress depende da capacidade de

adaptação, que envolve o equilíbrio entre a exigência que a tarefa faz a quem a

realiza e a capacidade da mesma que a realiza. Equilíbrio produz o bem-estar. Sem

equilíbrio, resultam diferentes graus de incerteza, conflito e sensação de desamparo.

O equilíbrio, ou desequilíbrio, pode ser produzido não apenas pela tarefa, mas por

uma conjuntura. (MAXIMIANO,2006, pg. 271)

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CONCLUSÃO

Com certeza, em muitas empresas, há inúmeros chefes, até mesmo uma

simples dona de casa ou mesmo uma mãe pode ser um chefe, mas o essencial é

que sejamos líderes independente do papel que desempenhamos, pois assim

seremos seguidos com maior entusiasmo, amor, dedicação, admiração.

Concluímos que o líder é aquele que orienta, apóia, motiva, guia, dá

segurança e ajuda cada um a alcançar o melhor de si mesmo, sem perder o foco de

que são uma equipe e que quando um ganha todos ganham ou quando um perde

todos perdem.

O senso de equipe é muito importante e o líder que consegue despertar

esse sentimento entre seus colaboradores, faz com que eles se sintam importantes

no contexto, constrói um ambiente de autoconfiança mútua, e mesmo sem sua

presença, tudo funciona. O trabalho em equipe é uma experiência gratificante.

É importante que o líder desenvolva a habilidade de fazer com que todos

aprendam a ouvir e a falar com empatia, saiba ser firme e justo em suas decisões,

saiba facilitar os processos de comunicação, estimule o diálogo e o desenvolvimento

das habilidades de uma equipe. Seu trabalho deve estar focado na idéia de que o

líder não sabe tudo, o colaborador sabe muitas coisas; de que o líder deve ouvir; de

que cada indivíduo é diferente um do outro e, assim, ele terá um ambiente com

criatividade e respeito, liberdade e elogio, sem contar que ele aprende a liderar com

flexibilidade.

Em toda a história temos nomes renomados e que foram reconhecidos como

líderes, e o que eles mais tinham era o poder da palavra e aí concluímos também

que a motivação pode ser estimulada, que não é apenas um sentimento interno e

que apenas o indivíduo pode se auto-abastecer mas que o líder tem um grande

poder.

Portanto não podemos descartar a importância de um líder, e a relevância

de disseminar uma cultura corporativa que estimule seus colaboradores à realização

pessoal por meio do trabalho, aumentando assim seus índices de produtividade.

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Apesar de inúmeras pesquisas e teorias, comprovadas ou não, tanto as

organizações quanto as pessoas, de um modo geral, são resistentes às mudanças,

têm medo de arriscar, mas é preciso um amadurecimento de ambas as partes para

perceberem que temos que ousar e que, com essas mudanças, sem perder o foco

final, todos tendem a ganhar, descobrindo o quanto podemos ser criativos e

produtivos e sentindo-se mais realizados como profissional e como pessoa, trazendo

para o ambiente de trabalho um clima agradável e cooperativo.

É ideal essa conscientização para que as empresas se empenhem em

produzir um ambiente propício para o desenvolvimento das atividades, para que as

pessoas tenham um ótimo relacionamento e tornem-se fiéis ao “cumprimento” de

suas atividades, garantindo sua remuneração justa, obtendo prazer e

enriquecimento de idéias, de atitudes, de alegrias, de realizações, de decisões,

enfim, de valores inestimáveis.

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