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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA TOMADA DE DECISÕES DO DIRETOR DE ESCOLA E SUAS FUNÇÕES Sandra Aparecida Sai Locatelli Orientador(a): Antonio Vieira Ney ITUPEVA 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

TOMADA DE DECISÕES DO DIRETOR DE ESCOLA E SUAS

FUNÇÕES

Sandra Aparecida Sai Locatelli

Orientador(a): Antonio Vieira Ney

ITUPEVA

2013

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RAL

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

TOMADA DE DECISÕES DO DIRETOR DE ESCOLA E SUAS

FUNÇÕES

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

– Universidade Candido Mendes como requisito parcial

para obtenção do grau de especialista em Administração

Escolar

Por: Sandra Aparecida Sai Locatelli

2

AGRADECIMENTOS

A todos os mestres com os quais tive o

privilégio de interagir durante este curso, e

que nos incetivaram constantemente, para

que crescêssemos tanto como docentes

quanto pessoas....

3

DEDICATÓRIA

A minha mãe, Isaura Lopes Sai, e a meu pai,

Clovis Sai, pessoas que sempre estão ao meu

lado incondicionalmente.....

4

METODOLOGIA

A metodologia da pesquisa baseou-se em um estudo teórico através da pesquisa

bibliográfica que é segundo Gil (2007), aquela desenvolvida a partir de material já

elaborado, composto principalmente de livros e artigos científicos. Todo material

recolhido deve ser submetido a uma triagem, para estabelecer um plano de leitura.

O Gestor Escolar atual e moderno deve aliar conhecimento, habilidade, jogo de

cintura e até ousadia. Não deve se intimidar em inovar, em arriscar-se para obter

sucesso em seus empreendimentos como mostram os autores: Luck (2000), Paro

(2004) e Libaneo (2008).

5

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I - A História da Educação no Brasil 8

CAPÍTULO II - Um pouco da história da Administração Escolar 14

2.1. Administração Escolar 15

2.1.1. Elementos da Administração Escolar 16

2.1.2. Planejamento 17

2.1.3. Organização 17

2.1.4. Execução 17

2.1.5. Avaliação 18

2.2. Gestão 18

2.3. Tipos de Gestão Escolar 21

2.3.1. Gestão democrática 21

2.3.2. Gestão Participativa 24

CAPÍTULO III – Tomada de decisão – Conceitos e Lideranças 28

3.1. Conceitos 29

3.2. Tipos de Liderança 30

3.2.1.Liderança Autocrática 30

3.2.2.Liderança Democrática 31

3.2.3.Liderança Laissez-Faire 32

3.2.4.Liderança Participativa 32

3.2.5..Liderança Diretiva 34

3.3. Gestão escolar e liderança 34

3.4.Estilo e comportamento do líder 35

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39

6

INTRODUÇÃO

Este estudo trata dos assuntos relacionados com a Administração Escolar e

seus aspectos, através de orientações teóricas e práticas para uma forma positiva

de gestão. A Tomada de Decisão é de suma importância, assim como a evolução

desses conceitos que ocorreram na administração por haver medidas de importância

relacionadas ao fator humano. Para um conhecimento prático, este estudo abordará

também conceitos consistentes e concretos, que permeiam a função da

administração escolar envolvendo a delegação de poder e o Processo de Tomada

de Decisão.

O objetivo deste trabalho é mostrar o desenvolvimento da educação e a

tomada de decisão na gestão escolar. Assim sendo este estudo bibliográfico dividiu-

se em três capitulos, sendo que no primeiro capítulo é citada a evolução da

educação no Brasil mostrando que com a chegada dos padres jesuítas, sempre as

prioridades políticas e religiosas estiveram em primeiro plano, mostrando algumas

leis serem aprovadas entre elas a 4024/61 em 1960 e em 1971 as leis 5540/68 e

5692/71, que introduziram mudanças significativas na estrutura do ensino superior.

Outra mudança importante foi a Constituição 1988, que redemocratiza o país. A LDB

– Lei 9394/96, que prevê a flexibilidade permitindo que se atenda as peculiaridades

regionais e locais as diferentes necessidades do processo aprendizagem.

Já no segundo capítulo analisa-se que no início do século XX, os princípios

da organização do trabalho foram sistematizados estabelecendo funções de

planejamento, supervisão e execução da gestão admiistrativa. O administrador

escolar é um educador que coordena pessoas independentes, capazes de decidir

junto sua ação. Essa ação está dividida em autoridade, obediência, liderança,

disciplina e autonomia. Toda a ação precisa de um planejamento e organização

suficiente para não ser em vão e para ser avaliada e retomada quando necessário.

Há dois tipos de gestão que serão estudadas: a democrática e a participativa.

No terceiro e último capítulo verifica-se que a para a tomada de decisão é

necessário identificar o problema e descobrir alternativas possíveis para resolvê-los,

assim o gestor deverá ter determinados tipos de lideranças ou autocritica que é

ditatorial ou democrática trazendo equilíbrio entre direitos e responsabilidades. Há

também a liderança Laissez-faire que nada mais é que a atitude passiva do líder.

7

Este trabalho pode servir de instrumento para conscientizar as pessoas que a

boa escola começa com um bom gestor, que passa a ser peça principal para dar

movimento à escola, poder dar dinâmica motivando todos os envolvidos no processo

de aprendizagem e estar em sintonia com o mundo real e atual em suas

características principais.

8

CAPÍTULO I

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

“A alegria não chega apenas no encontro do achado,

mas faz parte do processo de busca. E ensinar e

aprender não pode dar-se ora da procura, ora da

boniteza e da alegria”.

Paulo Freire

O que dá sentido à vida é um colorido especial ou mesmo os afetos, as

emoções que vão sendo traduzidas pelos desejos, sonhos, emoções e sentimentos.

Enfim é o que faz uma pessoa continuar viver e ver graça nisto.

Inicia-se aqui, um pouco da história da Educaçao no Brasil, para que haja

consciência de sua importância. (ARCANJO&HANISHIRO,2010)

A História da Educação Brasileira não é uma História difícil de ser estudada e

compreendida. Ela evolui em rupturas marcantes porém de fácil observação.

Os jesuítas sempre foram movidos por um sentimento de propagação da fé

cristã, assim, durante 200 anos, foram praticamente os únicos educadores do Brasil.

O simples ensinar a ler não era prioridade para os jesuítas, foram expulsos de

Portugal e também das colônias e com isso houve a falta de escolaridade por um

longo período. O Marquês de Pombal tomou medidas para criação de Instituições de

subsídios literários mas não deu certo.(ARCANJO&HANISHIRO,2010)

Quando a família real veio pra o Brasil, conforme Arcanjo& Hanishiro(2010), a

educação e a cultura retomaram seu crescimento com o surgimento de instituições

científicas, de ensino técnico e dos primeiros cursos superiores, como medicina no

Rio de Janeiro e Bahia. Infelizmente a corte voltou-se para as necessidades

imediatas da corte portuguesa no Brasil. Continuou nesse momento a

marginalização do ensino primário. Já com a independência do país, em 1822,

associou-se o apoio à educação popular e a criação de mais universidades no

Brasil.

Surgiu pela primeira vez a frase: “instrução primária e gratuita a todos os

cidadãos”, isso aconteceu com a lei de 15 de outubro de 1827, que determinou a

criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e vilarejos,

envolvendo as três instâncias do Poder Público. A idéia das univervidades nesse

9

momento não prosperou, em 1934 comprometeu definitivamento o futuro da

educação básica, pois possibilitou que o governo central se afastasse da

responsabilidade de assegurar educação elementar para

todos.(ARCANJO&HANISHIRO,2010)

A Reforma Rivadávia Correa, de 1911, pretendeu que o curso secundário se

tornasse formador do cidadão e não como simples promotor a um nível seguinte.

Retomando a orientação positivista, prega a liberdade de ensino, entendendo-se

como a possibilidade de oferta de ensino que não seja por escolas oficiais, e de

freqüência. Além disso, prega ainda a abolição do diploma em troca de um

certificado de assistência e aproveitamento e transfere os exames de admissão ao

ensino superior para as faculdades. Os resultados desta Reforma foram desastrosos

para a educação brasileira.(BELLO,2001)

A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes no processo de

mudança das características políticas brasileiras. Foi nesta década que ocorreu o

Movimento dos 18 do Forte , a Semana de Arte Moderna e a Fundação do Partido

Comunista em 1922, a Revolta Tenentista em 1924 e a Coluna Prestes (1924 a

1927).(LIMA,1969)

Além disso, no que se refere à educação, foram realizadas diversas reformas

de abrangência estadual, como as de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923, a de

Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925, a de Francisco Campos e Mario Casassanta,

em Minas, em 1927, a de Fernando de Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de

Janeiro), em 1928 e a de Carneiro Leão, em Pernambuco, em 1928 .(BELLO,2001)

Em 1934 , segundo Bello (2001), a nova Constituição, que foi a segunda da

República, dispõe, pela primeira vez, que a educação é direito de todos, devendo

ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos. Ainda em 1934, por iniciativa

do governador Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São Paulo. A

primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das

Universidades Brasileiras de 1931.

Em 1935, o Secretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a

Universidade do Distrito Federal, no atual município do Rio de Janeiro, com uma

Faculdade de Educação na qual se situava o Instituto de Educação. Nessa época

ocorre avanços significativos para a educaçao no nosso país. (ROMANELLI,1991)

Em 1942, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, são reformados

alguns ramos do ensino. Estas Reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do

10

Ensino, e são compostas por Decretos-lei que criam o Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial – SENAI e valoriza o ensino profissionalizante.

O ensino ficou composto, segundo Lima(1969), neste período, por cinco anos

de curso primário, quatro de curso ginasial e três de colegial, podendo ser na

modalidade clássico ou científico. O ensino colegial perdeu o seu caráter de

preparatório para o ensino superior, e passou a se preocupar com a formação geral.

Apesar dessa divisão do ensino secundário, entre clássico e científico, a

predominância recaiu sobre o científico, reunindo cerca de 90% dos alunos do

colegial. (BELLO,2001)

Depois de 13 anos de acirradas discussões foi promulgada a Lei 4.024, em 20

de dezembro de 1961, sem a pujança do anteprojeto original, prevalecendo as

reivindicações da Igreja Católica e dos donos de estabelecimentos particulares de

ensino no confronto com os que defendiam o monopólio estatal para a oferta da

educação aos brasileiros. .(ARCANJO&HANISHIRO,2010)

Se as discussões sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional

foi o fato marcante, por outro lado muitas iniciativas marcaram este período como,

talvez, o mais fértil da História da Educação no Brasil, (ROMANELLI,1991)::

-1950, em Salvador, Bahia, Anísio Teixeira inaugura o Centro Popular de

Educação, dando início a sua idéia de escola-classe e escola-parque;

-1952, em Fortaleza, Ceará, o educador Lauro de Oliveira Lima inicia uma

didática baseada nas teorias científicas de Jean Piaget: o Método Psicogenético; -

-1953 a educação passa a ser administrada por um Ministério próprio: o

Ministério da Educação e Cultura

-1961 tem início uma campanha de alfabetização, cuja didática, criada pelo

pernambucano Paulo Freire, propunha alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos;

-1962 é criado o Conselho Federal de Educação, que substitui o Conselho

Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação e é criado o Plano

Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo Ministério da

Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire.

O movimento de 1964 interrompeu essa tendência. Em 1969 e 1971, foram

aprovadas respectivamente a lei 5.540/68 e 5692/71, introduzindo mudanças

significativas na estrutura do ensino superior e do ensino de 1º e 2º graus, cujos

diplomas vieram basicamente em ardor até os dias atuais.(BELLO,2001)

11

No fim do Regime Militar, cita Bello(2001), que a discussão sobre as

questões educacionais já haviam perdido o seu sentido pedagógico e assumido um

caráter político. Para isso contribuiu a participação mais ativa de pensadores de

outras áreas do conhecimento que passaram a falar de educação num sentido mais

amplo do que as questões pertinentes à escola, à sala de aula, à didática, à relação

direta entre professor e aluno e à dinâmica escolar em si mesma.

Impedidos de atuarem em suas funções, por questões políticas durante o

Regime Militar, profissionais de outras áreas, distantes do conhecimento

pedagógico, passaram a assumir postos na área da educação e a concretizar

discursos em nome do saber pedagógico.(BELLO,2001)

No bojo da nova Constituição, um Projeto de Lei para uma nova LDB foi

encaminhado à Câmara Federal, pelo Deputado Octávio Elísio, em 1988. No ano

seguinte o Deputado Jorge Hage enviou à Câmara um substitutivo ao Projeto e, em

1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta um novo Projeto que acabou por ser

aprovado em dezembro de 1996, oito anos após o encaminhamento do Deputado

Octávio Elísio.(BELLO,2001)

Neste período, conforme Bello(2001), do fim do Regime Militar aos dias de

hoje, a fase politicamente marcante na educação, foi o trabalho do economista e

Ministro da Educação Paulo Renato de Souza. Logo no início de sua gestão, através

de uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de Educação e criou o

Conselho Nacional de Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura.

Esta mudança tornou o Conselho menos burocrático e mais político.

É necessário reconhecer que, em toda a História da Educação no Brasil, a

partir do descobrimento, nunca houve execução de tantos projetos na área da

educação numa só administração.

Para fazer face aos problemas acumulados, surgiu a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação nacional (LDB – Lei 9394/96); a lei que institui o Fundo de Valorização

do Magistério (Fundef/Fundeb – Lei 9424/96; e, em dezembro de 2000, aprovado

pelo Congresso nacional o Plano Nacional de Educação (PNE). (LDB,1996)

A LDB prevê a flexibilidade no que se refere às formas de organização

escolar permitindo que se atenda às peculiaridades regionais e locais, às diferentes

clientelas e necessidades do processo de aprendizagem. A democratização da

escola a integração escola-comunidade, a participação de todos os integrantes no

processo decisório, um novo e mais humano relacionamento entre professores e

12

alunos e conteúdos, métodos mais apropriados, irão acarretar uma prática que

capacita o indivíduo a viver de forma autônoma e madura na sociedade, conviendo

de igual com seus semelhantes, formando cidadãos críticos e conscientes de seus

deveres e direitos. (COSTA,2009)

Experiências diversas tem sido desenvolvidas nos útimos anos, tanto de

escolas públicas quanto em particulares, buscando uma melhor aproximação entre a

escola e a comunidade.

A realização de atividades culturais, desportivas e de outra natureza entre a

comunidade escolar em sentido estrito e amplo, favorece o diálogo e colabora no

estabeleciemtno de um clima de confiança e compreensão mútua. A convivência

entre a escola e a comunidade requer boa vontade e interesse das partes

envolvidas.(COSTA,2009)

Quando isso ocorre, as coisas começam a acontecer. Muitos corais, teatros,

grupos de dança e outras formas de expressão artística surgem destas inciativas de

aproximação. A escola é revalorizada pela comunidade. A cultura da violência,

tantas vezes presente da escola, sede lugar a uma convivência social alegre e

pacífica. E esta é uma importante dimensão da função social da escola.

“o engajamento e a participação da sociedade civil na

formulação ,implementação e monitoramento de

estratégias para o desenvolvimento da educação, assim

como o desenvolvimento de sistemas de administração e

de gestão educacional que sejam participativos e

capazes de dar resposta e de prestar contas”.

(UNESCO, 2000, n.8 III e IV)

Esses elementos contribuem para novas relações entre escola e

comunidade, assim como para dimensionar sua função social.

A escola ,segundo Godotti (2005), é um lugar com momentos coletivos de

estudo e de trabalho, como planejamentos, avaliações, conselhos de diversos tipos

para troca de ideias e decisões coletivas, para isso deve-se ter um bom gestor. Se

as circunstâncias não são bem utilizadas, perdem-se ótimas oportunidades de

construção de um projeto político pedagógico discutido e adequado para a escola e

alunos, assim como de intervenções mais rápidas e eficazes após a análise dos

rendimentos dos alunos no ano letivo.

13

“...teórico-prático, conhecimento e uso de novos

instrumentos de produção e comunicação entre os

Homens. É preciso dar instrução, sim, mas como

Instrumento concreto de conhecimento, de capacidade

Operativa, Produtiva e de capacidade Cognoscitiva.”

(MANOCORDA, 1986, p. 60)

Até os dias de hoje muito se tem mudado o planejamento educacional, mas a

educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do

mundo, mas mesmo com a consciência dos professores, gestores, com o

relacionamento com os alunos e a comunidade, estão revelando e construindo

saberes e valores, que é mais o de manter o "status quo", para aqueles que

frequentam os bancos escolares e menos o de oferecer conhecimentos básicos,

para serem aproveitados pelos estudantes em suas vidas

práticas.(MANOCORDA,1986)

Concluindo pode-se dizer que a História da Educação Brasileira tem um

princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. Ela é feita em

rupturas marcantes, onde em cada período determinado teve características

próprias.

14

CAPÍTULO II

UM POUCO DA HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

“Educar é semear com sabedoria e colher com

paciência”

Augusto Cury

A escola é uma abertura para o futuro do ser humano. Por isso a

organização escolar precisa proporcionar um ambiente favorável ao

desenvolvimento do dia-a-dia escolar, contribuindo para seu crescimento. As

instituições abordam essa estrutura como: administração escolar, a qual é

constituída de atividades de planejamento, organização, direção, coordenação,

professores e avaliação. (PARO,2004)

De acordo com Paro (2004), a administração geral pode ser vista, tanto da

teoria quanto na prática, dois campos se interpenetram, a racionalização do trabalho

e a coordenação, levando em conta respectivamente, os elementos materiais e

conceituais de um lado, e o esforço humano coletivo de outro.

Portanto o recorte histórico, mostra que a teoria da administração cientifica é

fruto do racionalismo, sendo que os primeiros teóricos a tratar do assunto foram

Frederick Winslow Taylor -engenheiro norte-americano e Henri Fayol-engenheiro

francês, no princípio do século XX. Taylor sistematizou os princípios da organização

do trabalho, estabelecendo as funções de planejamento, supervisão e execução, a

ideia de hierarquia dentro da empresa e a realização do trabalho por tarefas.

(PARO,2004)

Sua obra , segundo Paro(2004),foi completada por Fayol, que centrou suas

preocupações no trabalho do administrador, levantando princípios de administração,

dentre os quais a ideia de que existe um homem certo para cada lugar, legitimando

desta forma a noção de que uns nascem para administrar e outros para executar. Na

educação, o primeiro trabalho surge em 1913 com Franklin Bobbit, que aplica os

princípios de Taylor à administração da escola, definindo a função do diretor como

identificador e distribuidor das tarefas inerentes à organização escolar. No Brasil,

15

Querino Ribeiro, em 1938, escreve trabalho pioneiro sobre o fayolismo na

administração da escola pública.

A partir de estudos sobre relações humanas, na década de 30, Elton Mayo,

introduz novas variáveis a já sistematizada teoria da organização formal. São os

componentes da organização informal, tais como motivação, liderança, satisfação no

trabalho e moral. Na educação surgem trabalhos que destacam a necessidade

vivencia de valores democráticos nas relações internas da escola. (PARO,2004)

No entanto, cita Paro(2004), é só a partir de estudos sobre o

comportamentalismo que se aprofunda a preocupação com a construção da teoria

da administração educacional, derivada de princípios gerais que pudessem ser

aplicados à ação administrativa em qualquer tempo e em qualquer espaço. Há a

substituição do enfoque normativo e prescritivo pelo analítico e experimental. Vale

lembrar que, para o comportamentalismo, o comportamento humano é observável,

mensurável e pode ser reproduzido e moldado através de condicionamentos ou

estímulos positivos ou negativos.

As contribuições anteriores não passavam de mera transposição da teoria

geral da administração para ambito da organizaçao escolar. Agora, alguns

problemas específicos da administração educacional são apontados: a inexistência

de um significado claro sobre o que é a teoria da administração escolar e a falta de

comunicação entre teóricos e práticos para a conciliação de diferentes pontos de

vista. (PARO,2004)

2.1.Administração Escolar

A administração escolar ou gestão, para assumir uma função crítica, deve

retomar alguns pontos(SAVIANI,2005):

- A administração escolar tem sua especificidade, relacionada à própria

educação: ela forma pessoas em sua totalidade e não produtos que devem

apresentar determinadas competências para ajustar-se a sociedade; pessoas não só

se ajustam, mas também mudam a sociedade;

- A natureza do processo educativo não se confunde com a natureza do

processo produtivo. Ela não se fundamenta na racionalidade funcional, na hierarquia

na impessoalidade, mas nas relações entre sujeitos;

16

- Ao se aceitar a possibilidade de transformação do sujeito que aprende, do

sujeito que ensina, da situação escolar e da situação economica-social e não

apenas a reprodução das relações visando ajustamento e conservação das coisas

como estão, emerge a politização da açao educativa, com base na busca da

democratização do saber.

Assim, conforme Saviani(2005), a teoria deixa de ser um conjunto de

verdades prontas e inquestionáveis, elaboradas por uma elite do saber, para ser um

conjunto de proposições que resultam do confronto do sujeito com o objeto, numa

dada época e numa determinada situação.

Ela é parcial, dinâmica, histórica, fruto de uma construção coletiva e do

confronto com situações reais. (SAVIANI,2005)

O administrador ou gestor escolar é, antes de tudo, um educador, voltado

para a organizaçao do trabalho na escola como um coordenador de pessoas

independentes, capazes de decidir juntas sua ação. Em última análise, desvia-se o

enfoque da organização para a educação.

Paro (2004) assim se expressa quanto a Administração Escolar:

“Se a ótica quem estabelece a política educacional

prioriza o intelectualismo e o professor como centro do

processo educacional, tem-se uma educação tradicional.

Se prioriza o aluno ativo e centro do progresso

educativo, tem-se uma educação escolar novista. Se

prioriza o aluno concreto, projeto político na sociedade

tem-se uma educação progressita. “

2.1.1 Elementos da Administração Escolar

Em qualquer grupo social, podem estar presentes, em maior ou menor

proporção, os seguintes ingredientes: autoridade, obediência, liderança, disciplina e

autonomia. Esses elementos combinados em várias dosagens influenciam no

comportamento das pessoas, nas fam´lias, nos grupos, nas organizações e nas

sociedades. (SAVIANI,2005)

17

Partindo desse pressuposto, pode-se pensar sobre a administração escolar e

destacar os elementos que caracterizam os modelos paricipativo ou diretivo de

gestão.

2.1.2 Planejamento

O planejamento tem como ponte de partida o conhecimento da realidade

onde o processo educativo se desenvolverá. (GODOTTI,2005)

Para isso, conforme Godotti(2005), torna-se necessário fazer coletas de

informações sobre os aspectos significativos da realidade, seguindo-se a análise e

interpretação das mesmas sabendo que o resultado será subsídio ao planejamento.

O planejamento deverá considerar os múltiplos aspectos que deverão ser

atingidos pela ação administrativa. O planejamento não trará benefícios aos alunos

como também por toda a sociedade.

2.1.3 Organização

É o ato de compor a estrutura da instituição escolar. Estruturação das

unidades operacionais colocando-os no setor correspondente. Seleçao de pessoal

capaz de desempenhar satisfaztoriamente as tarefas. (PARO,2004)

Estabelecimento claro das funções de cada um, especificando as inter-

relações hierárquicas. Elaboração de documentos, o manual de organizaçao que

contenha todas as informações necessárias ao bom funcionamento da instituição.

Providências quanto aos recursos físicos, materiais e financeiros que garantam o

êxito do empreendimento. A estrutura do sistema educacional já está estabelecida e

qualquer alteração necessita da aprovação do Poder Legislativo. (PARO,2004)

2.1.4 Execução

Nesta fase, muito importante, o administrador deve utilizar-se dos melhores

recursos a comunicação, bom senso, da empatia, e, acima de tudo, integra-se ao

grupo, pois o autoritarismo e a omissão são abomináveis. A execução do

planejamento envolve todos os processos envolvidos deverm assumir a consciência

18

da importância da excecução, para que tudo o que foi planejado realmente torne-se

realidade e o administrador deve orientar seus colaboradores para que tudo

aconteça de acordo com o planejado. (PARO,2004)

O administrador, conforme Paro(2004), durante a execução deve manter uma

postura de acompanhamento, apoio e mediação, bem como de coordenação de

esforços visando ao alcance de objetivos comuns.

2.1.5 Avaliação

É realizada sobre os aspectos quantitativos e qualitativos. Em termos

qualitativos são sonsiderados: número total de matrículas, frequência, rendimento

escolar, evasão e repetência, recursos financeiros aplicados, cumprimento de

cronograma. Em termo qualitativo a avaliação se traduz na credibilidade que a ação

educativa adquiriu no seio do sistema social em que se desenvolveu, em face da

satisfação, das necessidades e expectativas do mesmo, sem deixar de estabelecer

critérios de parâmetros, valores de concepções educativas que venham atender

somente as classes dominantes e as classes popolares. (HORA,1999)

Estabelecidos os objetivos e desencadeadas as ações, cita Hora (1999), é

preciso saber se realmente as ações se dirigem para os objetivos e até que ponto

esses objetivos estão sendo alcançados na educação.

Durante muito tempo a administração da educação, construiu uma tarefa

bastante rudimentar. As transformações que surgiram, tanto no interior do sistema

de ensino, quanto no meio social provocaram mudanças na concepção da

educação, do papel da escola na sociedade bem como do seus gestores.

(HORA,1999)

2.2. Gestão

O conceito está associado ao fortalecimento da democratização do processo

pedagógico, à participação responsável de todos nas decisões necessárias e na sua

efetivação mediante a um compromisso coletivo com resultados educacionais cada

vez mais significativos.(VEIGA,2001)

Gestão é uma expressão, conforme Veiga(2001), que ganhou destaque no

contexto educacional acompanhando uma mudança de paradigmas no caminho das

19

questões desta área, ou seja, é caracterizada pelo reconhecimento da importância

da participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a

orientação e planejamento do seu trabalho.

A tomada de consciência política reveste de importância fundamental para a

participação e a criação de um sistema com consciência crítica que não da

espontaneamente, mais ocorre em uma ação organizada, assim a gestão como um

novo modo de ser do novo intelectual que deve consistir ativamente na vida

prática.(VEIGA,2001)

Como construtor e organizador permanente. Um bom gestor muda uma

escola. Uma direção motivada, orientada por metas claras compartilhadas com

professores, pais e alunos é onde tudo começa.

Se o diretor for uma pessoa dinâmica, acolhedora e que conversa com sua

equipe, seus alunos e pais, atrai pessoas da comunidade para apoiar a escola com

pessoas motivadas e unidas pelas amizades e o carisma do gestor.

A gestão escolar, conforme Veiga(2001), numa perspectiva democrática, tem

caracteristicas e exigências próprias. Torna-se necessário exercer funções que

fortalecem a presença e a atuação das pessoas envolvidas. Portanto o bom gestor

precisa administrar a instituição, sendo justo com todos, desmistificando o caráter de

liderança, atuando num estilo mais cooperativo e solidário. Considerando já o

exemplo exposto, pode-se afirmar que ser administrador não é a razão da existência

da escola, mas sim o ser espaço – tempo da prática pedagógica em que a criança e

o jovem relacionam-se entre si, com os professores, ideias, valores, ciências e arte

cultural, livros, equipamentos, problemas e desafios, concretizando a missão da

escola de criar a oportunidade para que eles se desenvolvam, contruam e

reconstruam o saber.

Não será a eliminação dos especialistas, nem a abertura ou delegação de

suas funções específicas a todos os professores, ou ainda a eleição direta pra

diretor de escola a garantia de sucesso no alcance de resultados satisfatórios da

prática pedagógica de sua gestão democrática.

Caminhar na direção da democracia na escola, na construção de sua

identidade como espaço-tempo como organização de um projeto político pedagógico

próprio, com base nas convicções que envolvem o processo como construção

coletiva assim supõe ser necessário:(VEIGA,2001)

- rompimento com as estruturas mentais e organizacionais fragmentadas;

20

- definição clara e princípios e diretrizes contextualizadas, que projetem o vir

a ser da escola;

- envolvimento e vontade política da comunidade escolar para criar a utopia

pedagógica que rompe com o individualismo e estabelece a parceria e o diálogo

franco;

- conhecimento da realidade escolar baseado em diagnóstico sempre

atualizado e acompanhado;

- análise e avaliação diagnóstica para criar soluções às situações – problemas

da escola, dos grupos, dos indivíduos;

- planejamento participativo que aprofunde compromissos, estabeleça metas

claras e exequíveis e crie consciência coletiva com base nos diagnósticos: geral, das

áreas, por componentes curriculares, por setor escolar, por grupos de professores

por pessoas nos grupos;

Diante das suposições do autor, pode-se afirmar o quão e preciso pensar que

existe uma administração escolar instalada, e que essa é conduzida por

profissionais autorizados a um exercício legal com o mínimo de processo decisório.

Sobre o que e a partir de que o administrador decide e o que deverá ser visto como

as decisões mais frequentes do gestor da escola são as do ponto de vista técnico,

segundo Silva Junior (1990), são decisões operativas que dizem respeito apenas ao

modo de execução de deliberações estabelecidas em instância mais altas do

sistema.

O que se observa é que mais uma vez o diretor de escola decide como será a

atuação mais aceitável que virá colaborar para que a administração do sistema

resolva seus próprios problemas. (SILVA JUNIOR,1990)

Ainda hoje, conforme Silva Junior(1990), na administração escolar,

encontram-se gestores exercendo sua própria autoridade, misturando os diversos

modelos e estilos de gestão, quando o trabalho está voltado para uma participação

coletiva o que tornará mais abrangente o processo de tomada de decisões.

É importante notar que a ideia de gestão educacional desenvolve-se

associada a outras ideias globalizantes e dinâmicas em educação, como por

exemplo, o destaque a sua dimensão política e social, a ação para a transformação,

participação, práxis, cidadania, etc. (SILVA JUNIOR,1990)

Pela crescente complexidade das organizações e dos processos sociais

caracterizados pela diversificação e pluralidade de interesses que envolvem a

21

dinâmica das interações, não se pode aceitar que essas organizações sejam

administradas dentro de uma visão conceitual da administração cientítica, onde a

organização e as pessoas que nela atuam, são consideradas como componente de

uma máquina manejada e controlada de fora para dentro. Ainda segundo esse

enfoque os problemas decorrentes seriam encarados como insumos em

desconsideração ao seu processo e dinamização de energia social. (SILVA

JUNIOR,1990)

Os estabelecimentos de ensino, como unidades sociais, são organismos vivos

e dinâmicos e como tal devem ser entendidos ao se caracterizarem por uma rede de

relações entre os elementos que nelas interferem, direta ou indiretamente, a sua

direção demanda um novo enfoque de organização. E é essa necessidade que a

gestão responde. (SILVA JUNIOR,1990)

2.3. Tipos de Gestão Escolar

Há dois tipos de gestão escolar: Gestão Democrática e Gestão Participativa

2.3.1. Gestão democrática

Nas escolas sempre houve a administração autocrática, centralizada, na qual

todas as decisões e todo o poder estavam nas mãos do diretor. Com a LDB

9394/96, ficou estabelecido a democratização. A gestão escolar busca a apropriação

coletiva das salas de aula pelos pais, professores, funcionários e alunos, que

possuem liberdade na tomada de decisão e no processo educacional, para melhorar

a qualidade de ensino. (LIBANEO, 2008)

Atualmente a gestão democrática tem por objetivo envolver as partes

interessadas na construção de propostas coletivas de educação.

Assim os processos de gestão da escola vão além da gestão administrativa.

Esses processos procuram estimular a participação de diferentes pessoas e articular

aspectos financeiros, pegagógicos e administrativos para atingir um objetivo comum:

uma educação de qualidade.

22

“...que abranja os processos formativos que se

desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,

no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e

nas manifestações culturais”

(LDB 9394/96, art. 1º)

Acreditando nessa concepção de educação como formação humana contida

no texto da LDB é interessante colocá-la em prática nas escolas.

Pensando nesta gestão democrática, em uma administração colegiada, a

educação é tarefa de todos, família, governo e sociedade, para tanto é necessário o

envolvimento de todos os sujeitos participantes do processo coletivo, pois é

dinâmico e exige ações concretas. (LIBANEO,2008)

Para tanto, cita Libaneo(2008), é necessário que a gestão democrática seja

vivenciada no dia-a-dia das escolas, seja incorporada ao cotidiano e se torne tão

essencial à vida escolar, quanto é a presença de professor e alunos. Com isso a

escola será transformada num lugar onde se desenvolvam novas experiências e

competências, pois a democracia supõe a convivência e o diálogo entre pessoas

que pensam de modo diferente e querem coisas distintas.

A participação, segundo Ciseski(1997), é um processo educativo tanto para a

equipe gestora quanto pra os demais membros das comunidades escolar. Portanto,

na gestão democrática é importante a presença organizada da sociedade na escola,

acompanhando e participando do processo educional, onde o diretor com o poder

descentralizado distribui responsabilidades para todos. Outro fator importante é a

estrutura física, pois em um ambiente agradável a aprendizagem torna-se eficaz,

contribuindo para que o aluno permaneça na escola. Para isso é necessário também

criar condições.

“condições essas que implicam entre outras

providências, em: Construção cotidiana e permanente de

sujeitos sócio-políticos capazes de atuar de acordo com

as necessidades desse novo que fazer pedagógico

político, redefinição de tempos e espaços escolares que

sejam adequados a participação, condições legais de

encaminhar e colocar em prática propostas inovadoras,

respeito aos direitos elementares dos profissionais da

23

área de ensino: plano de carreira, política salarial e

capacitação profissional”

(Ciseski, 1997)

Em uma gestão democrática todas as pessoas ligadas a escola podem fazer-

se representar e decidir sobre os aspectos administrativos, financeiros e

pedagógicos. Isto ocorre devido a integraçao da sociedade com a escola mediante a

efetivação do Conselho Escolar com representações da comunidade.

A autonomia da escola pública é produto de um processo que se constrói a

partir de três eixos fundamentais: a capacidade de identificar os problemas e de

apresentar alternativas para solucioná-las e a capacidade de administrar recursos

financeiros próprios consonantes com as alternativas, ou seja, trata-se de elaborar

um planejamento que gere as condições necessárias para o exercício de uma

gestão democrática e participativa, na qual o colegiado tem poder relevante, sendo

que o êxito da gestão depende de seu pleno funcionamento. Assim o colegiado não

torna-se somente um canal de participação, mais um instrumento de gestão da

própria escola.

A democratização da gestão escolar aponta alguns preceitos e alguns

parâmetros que possibilitam uma escola de melhor qualidade como: capacitar todos

os seguimentos, que por sua vez as secretárias de educação deve se

responsabilizar com a capacitação dos indivíduos interno e externo da escola,

consultar a comunidade escolar, institucionalizar a gestão; agilização das

informações e transparências nas negociações.

A democratização da gestão escolar e de grande importância no início de

uma jornada transformadora, para melhoria na qualidade no desempenho escolar,

lembrando que não é o único caminho, pois alumas condições legais, políticas e

estruturais devem ocorrer em um ambiente favorável, com apoio dos secretários de

educação, bem como não esquecer que para este processo acontecer com

significância e preciso a motivação e a capacitação das pessoas.

O processo de gestão democrática não é simples, de curto prazo, mais

também não é tão complexo ou irrealizável, de prazo indeterminado. Constituem-se

em uma ação, uma prática a ser construída pela escola, que para acontecer deve

associar-se a elaboração do projeto político pedagógico da escola, à implantação do

conselho escolar, pois os mesmos efetivamente influenciam a gestão escolar como

24

um todo, por fim comas medidas que garantam a autonomia pedagógica e financeira

da escola, sem eximir o Estado de suas obrigaçoes do ensino público.

2.3.2. .Gestão Participativa

Muito se fala em gestão participativa com o objetivo de constribuir para a

transformação social:

“...todos os países que estão se dando bem fizeram um

grande esforço para aperfeiçoar a educação, em todos

os níveis e, em particular, resolveram o desafio de

oferecer uma educação básica de qualidade a

praticamente, todos os seus cidadãos.”

(Castro, 1992)

Alguns autores analisaram essa gestão participativa na construção de uma

educação que venha cumprir seu objetivo social, dando ênfase a complexidade do

campo educacional. Pode-se afirmar que para o sucesso deste processo necessita-

se de: conscientização, investimento e determinação.

Segundo Luck (2000), a gestão escolar se constitui uma dimensão e um

enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a

articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o

avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino

orientadas para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a

torná-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade

globalizada e da economia centrada no conhecimento.

Portanto, a flexibilidade de pessoas e organização permite a dignidade do

grupo, e de cada um, se faz pelo respeito mútuo.

Para Marques (1981), a participação de todos nos diferentes níveis de

decisão e nas sucessivas fases de atividades é essencial para assegurar o eficiente

desempenho da organização.

Portanto, a gestão participativa caracteriza-se por uma força de atuação

consciente, pela qual os membros da escola reconhecem e assumem seu poder de

25

influenciar na determinaçao da dinâmica dessa unidade chamada escola, de sua

cultura e de seus resultados.

Segundo Prais (1990), para acontecer a Administração Participativa na escola

é preciso que o diretor, professores, alunos e pais se proponham a isso. O diretor

pode estimular ou entravar o processo, mais o êxito da experiência dependerá do

aprendizado vivencial de participação construtiva de cada um e de todos os

componentes da Instituição. Para tanto o que importa não é o resultado obtido a

curto ou a médio prazo mas sim, o esforço empregado para se alcançar o resultado

desejado.

A descentralização dos processos de gestão ficam assim vinculados a

tomada de decisão em educação, a democratização dos processos de gestão da

escola, estabelecido na Constituição Nacional, e a consequente construção da

autonomia da escola demando o desenvolvimento de espírito de equipe e noção de

gestão compartilhada nas instituições de ensino em todos os níveis. (MARQUES

,1981).

A própria concepção de gestão educacional como um processo de

mobilização do talento e da energia humana é capaz de promover nas instituições

educacionais experiências positivas e promissoras demandada da realização de

trabalhos conjuntos e integrado, considerando que a sinergia do grupo constitui-se

em um forte elemento cultural.(PRAIS ,1990)

O papel do diretor neste processo é muito importante, isso se ele acreditar

que não há administração sem a participação de todos, e de que não haverá

participação condizente de todos, sem o papel de mediador. Para que aconteça

essa participação é preciso que o gestor se proponha, conscientemente, a sugerir o

menos possível; a aceitar a amorosidade de um processo participativo; a superar o

medo de ser julgado e ainda de perder alguns privilégios; a de ter de conviver com

ideias diferentes ou contraditórias as suas e a de conter sua tendência mais ou

menos centralizadora, individualista ao tomar decisões.(PRAIS ,1990)

A prática individualizada e mais ainda individualista e competitiva empregadas

em nome da defesa de área e territórios, expressadas de forma camuflada, deve ser

superada gradativamente em nome de uma ação coletiva pela qual no final, todos

ganhem no aprimoramento do exercício da democracia ativa e da socialização como

um caminho para o desenvolvimento individual.(MARQUES ,1981).

26

Vale ressaltar que a participação não é o resultado de processos automático

espontâneo, mais sim uma conquista diária e consequência do fortalecimento do

sentido de responsabilidade dos indivíduos.

A descentralização dos processos de direçao e de tomada de decisão em

educação bem como a democratização dos processos de gestão da escola,

demandam o desenvolvimento de espírito de equipe e noção de gestão

compartihada nas instituições de ensino, em todos os níveis.

Para nós é um grande desafio mudar o estilo de gestão atual para os modelos

aqui em discusão. Os gestores em sua maioria, passam muitos anos usando as

abordagens autocráticas que vivenciaram e aprenderam, logo um diretor com muitos

anos de experiências de administração escolar tradicionais, precisará de um tempo

para livrar-se desses hábitos. Os conceitos de liderança, implicados nesses modelos

precisará de um longo período de tempo para orientaçao e

treinamento.(MARQUES,1981).

A própria concepção de gestão educaicional como um processo de

mobilizaçao de talento, promove nas instituições educacionais experiências positivas

e promissoras de formação de seus jovens alunos, demandando a realizaçao de

trabalhos, conjuntos e integrados.

Por outro lado, o diretor da escola como líder da comunidade escolar, é o

instrumento essencial no processo de mudança na instituição escolar. Por possuir

um papel essencial na qualidade da educação oferecida na escola. Uma forma

importante pela qual o diretor pode efetuar mudanças nos estilos de gestão é

tornando-se um “modelo”. Ao dar o exemplo, este gestor estimula outros

participantes do processo a experimentar as novas concepções de administração.

(MARQUES ,1981).

Como construção social que é, a escola constrói a si mesma ao mesmo

tempo em que constrói os instrumentos de seu trabalho único. O que preocupa as

escolas é a questão do trabalho, fundamentalmente, encontrar as formas de

encaminhamento de seus alunos ao mundo do trabalho. A escola é um local de

trabalho, e como tal, tem que se concebida, organizada e administrada sem usar o

seu próposito critérios e caráter geral. Ela deve ser pensada a partir desses

conceitos no que se refere ao esforço humano, coletivo e em prol da finalidade.

Cabe lembrar , conforme Marques(1981),que democracia se aprende em

muitas instâncias sociais, mas é tarefa da escola promover esse aprendizado de

27

forma sistemática, por que somente uma Escola Democrática é capaz de formar

pessoas democráticas, portanto mudas apenas a denominaçao, em si, nada

significa, acima de tudo é necessário que a nova forma de representação da escola

e de gestão denote originalidade e a efetiva atuação.

28

CAPÍTULO III

TOMADA DE DECISÃO – CONCEITOS E LIDERANÇAS

“O projeto da escola depende, sobretudo, da ousadia

dos seus agentes, a ousadia de cada um assumir-se

como tal, partindo da “cara”que tem, com o seu cotidiano

e o seu tempo-espaço, isto é, o contexto histórico em

que ela insere. Projetar significa”lançar-se para frente”,

antever um futuro diferente do presente. Projeto

pressupõe uma ação intencionada com um sentimento

definido, explícito, sobre o que se quer inovar. “

(Gadotti,2005)

Trabalhar coletivamente, apesar de ser muito mais vantajoso, para a escola

como um todo, não é uma tarefa fácil sempre. Mas é pela ação coeltiva que a escola

se fortalece, revelando sua capacidade de se organizar e produzir um trabalho

pedagógico de melhor qualidade. (GADOTTI,2005)

Porém, observa-se que o conhecimento é um recurso de grande valia para a

organização, sendo importante para o sucesso escolar.

Na organização escolar, que se quer democrática o dialógo é um dos

mecanismos mais eficientes que o gestor deve usar para as tomadas de decisões,

pois a participação de todos no processo educativo é a abertura interativa da escola

para o desenvolvimento democrático e as relações:

professor/aluno,servente/professor, diretor/ secretária, diretor/ merendeira,

diretor/professor/aluno. Com isso a participação e o relacionamento fazem a

diferença na tomada de decisões. (HORA,1999)

Portanto, organização escolar, que se quer democrática, em que a

participação é elemento inerente à consecução dos fins, em que se busca e se

deseja participar coletivas e individuais baseia-se em decisões tomadas e

assumidas pelo coletivo escolar, exigi-se da equipe diretiva, que é parte desse

coletivo, liderança e vontade firme para coordenar, dirigir e comandar o processo

decisório como tal e seus desdobramentos da execução.

29

Liderança e firmeza no sentido de caminhar e viabilizar decisões pedagógica,

com ética e profissionalização para assegurar e respaldar pedagógicamente e

teoricamente os agentes organizacionais. (HORA,1999)

3.1.Conceitos

A partir da década de 1930 a gestão, vem sendo estudada pela ciência

administrativa, vem recebendo diferentes apreciações e tratamento e, hoje, ainda

concentra grande parte da atenção dos estudiosos da administração.

Assim, o processo de tomada de decisão exerce o topo da pirâmide da

interação, pois controla o grupo, coordena as decisões aproximando as normas

concretas, abstratas, desenvolvendo resultados e promovendo o equilíbrio com a

sua liderança. (HORA ,1999)

Portanto, o processo de tomada de decisão pode ser analisado em dois

momentos:

- Tomada – é uma conquista para fins industriais.

- Decisão – é firmeza ou coragem na sentença ou resolução.

Segundo reflexões pode-se dizer que Tomada de Decisão é um ato que exige

firmeza ou coragem na resolução do problema, objetivando conquistar resultados

positivos tanto pessoal quanto econômico.

Assim segundo Ferreira (1988), Tomada de Decisão é o ato ou efeito de

tomar, de decidir, resolução, determinação, deliberação, desembaraço, disposição,

coragem, capacidade de decidir.

Paradigmaticamente Kazmier (1975), afirma que:

“a habilidade em tomar decisões é a chave para o

planejamento bem sucedido em todos os níveis da

gestão. Isto envolve mais que uma simples Seleção de

planos de ação que assume pelo menos três fases:

diagnóstico; descobertas de alternativas e análises”.

Para o mesmo o diagnóstico é a primeira fase do Processo de Tomada de

Decisão que tem como função de identificar e aclarar o problema. Descobertas de

alternativas e a criatividade do administrador é muito importante. A análise, a qual

inclui a comparação dos possíveis cursos de ação e a escolha de uma das

alternativas influi na decisão a ser tomada com sucesso.(ALONSO,1988)

30

O processo de tomada de decisão vai ser arrolada, segundo Alonso(1988),

nos campos da liderança. A história reflete tentativa para explicar a natureza da

liderança. Alguns autores tem dado ênfase a teoria do grande homem, conforme

esta teroria as principais tendências da sociedade tiveram inicio por grandes

homens. A teoria da liderança de que a época produzia o homem é defendida pelos

defensores que concluíram que os chamados grandes homens eram o produto do

seu tempo de condições e tendências culturais, no qual eles vieram trabalhando.

A evolução destes conceitos ocorreu no conteúdo e no conceito de

administração, sendo acompanhada por modificações no conteúdo e no conceito de

liderança. À medida que a importância do fator humano fazia-se sentir em

administração, as técnicas de lideranças tiveram que passar por revisão, por conta

disso foram feitas pesquisas rigorosas no campo do comércio e da indústria,

estudando as reações dos indivíduos através de observação e resgistro com relação

aos vários tipos de liderança.(ALONSO,1988)

O líder deve valorizar o trabalho dos indivíduos e das equipes, ressaltando os

aspectos positivo do que foi realizado e influindo na construção de um ambiente

estimulante para a realização das atividades, portanto produção não depende

apenas de qualidade da matéria-prima e da perfeição do funcionamento das

modernas máquinas, a produtividade em geral de um grupo tem correlação com

determinados tipos de liderança. (ALONSO,1988)

3.2 .Tipos de Liderança

3.2.1.Liderança Autocrática

É o tipo de liderança ditatorial. O ato de liderar está centralizado na pessoa do

líder. O cuidado e as condições para com os sentimentos das pessoas subalternas

não existem. Espera-se a máxima produção de cada indivíduo isoladamente, sem

nehuma atenção para com as vantagens que poderiam resultar de um bem

organizado trabalho de grupo. (POSSI,2006)

As técnicas empregadas, conforme Possi(2006), resumem unicamente ao ato

de dar ordens, de dizer as pessoas o que devem fazer e ao ato de fiscalização e de

controle, como verificação realativamente ao cumprimento de ordens.

31

Dentro de um ambiente rígido exercido pela liderança autocrática, os

colaboradores não tem oportunidades para desenvolverem o espírito de iniciativa.

As pessoas assim dirigidas não sentem estímulo para o desenvolvimento de susas

próprias qualidades de liderança. O líder oficial dá a tarefa em partes, exigindo o

cumprimento de uma parte sem revelar qual o passo seguinte. Explicações sobre os

porquês e objetivos não são dadas.(LUCK,2000)

Nas relações pessoais entre os membros do grupo e o líder constatou um

certo grau de agressividade. Observou-se também que os comandados entre si,

desenvolveram gradualmente um comportamento de irritabilidade e agressividade.

Quanto á produção, verificou-se que, durante a ausência do líder, o grupo não

tomava a iniciativa de começar um trabalho novo, nem de terminar tarefas

incompletas. (POSSI,2006)

3.2.2. Liderança Democrática

As principais características desse tipo de liderança são representadas pela

equidade de equilíbrio entre direitos e responsabilidades. O líder democrático

procura sempre que possível a participação dos membros do grupo na formulação

de programas de ação.(CHIAVENATO,2006)Estimula e orienta discussões e

decisões dá a todos os participantes ampla perspectiva da razão e da continuidade

das atividades sugerindo uma melhor excecução do trabalho, faz de maneira a

sempre permitir alternativas. Os participantes do grupo conhece o padrão que se

estabeleceu para a avaliação do seu produto e compreendem as razões da

necessidade de alcançar esse padrão.

O líder não procura educar e instruir cada subordinado isoladamente. Sua

ambição é estimular e orientar cada pessoa no sentido de que ela passa realizar-se

em sua plena potência e sentir-se membro importante do grupo. Para exercer a

liderança deve ter como objetivo maior planejar, orientar, coordenar e mediar os

esforços de todos a fim de que em conjunto possam alcançar seus objetivos mais

eficientes, trazendo sempre situações favoráveis para que cada se desenvolva ao

máximo, para que todos alcancem o sucesso esperado. (CHIAVENATO,2006)

Em geral é necessário que o líder faça longos discursos sobre o tipo de

liderança que adota, pois a sua maneira de agir fala mais alto do que demoradas

32

explicações, revelando principalmente pela teoria e pela ação de que palavras,

apenas não são convincentes.

3.2.3. Liderança Laissez-Faire

Esta liderança se caracteriza, segundo Possi (2006), pela postura passiva do

líder. O líder é sempre amistoso, aquele que não é crítico, que confia as decisões a

cada pessoa individualmente, se abstendo de dar sugestões.

Portanto, esta liderança costuma levar o grupo de trabalho ao

descontentamento para com a sua própria produçao e eficiência. Um grupo de

trabalho necessita ver em seu líder a manifestação de firmeza e de clareza de

propósitos. Atitudes de incerteza e de confussão por parte do líder geram o

descontentamento entre o grupo. (POSSI,2006)

3.2.4. Liderança Participativa

O conhecimento é um recurso de grande valia para a organização sendo de

suma importância para o sucesso escolar. É um tipo de liderança onde o Gestor

deve proporcionar, no ambiente escolar, ações que viabilizem a participação de

todos os envolvidos, de forma compartilhada. É a chave para liberar a riqueza do ser

humano que está pressa dentro do sistema de ensino. Baseada em bom senso a

delegação de autoridades aqueles que estão envolvidos na produção de serviços

educacionais é construída à partir de modelos de liderança compartilhada, que são

os padrões de funcionamento de organizações em todo o mundo, com alto grau de

desempenho.

O líder participativo tem como característica, ser um facilitador e estimulador

da participação dos pais, alunos, professores e demais funcionários, na tomada de

decisão e implementações de ações; promotor da comunicação aberta.

Demonstrador de orientação pró-ativa; construtor de equipes participativas;

incentivador da capacitação e desenvolvimento dos funcionários e de todos os da

escola; criador de clima de confiança e receptividade; mobilizador de energia,

dinamismo e entusiasmo. Também criar e comunicar uma visão compartilhada,

ganhar a confiança e o comprometimento organizacional, utilizar as competências

da organização, desenvolver as equipes da organização e motivá-las.

33

Os aspectos comuns identificados na liderança participativa, segundo

Luck(2000) são: apoio, ênfase no objetivo, facilitação do traballho, facilitação da

interação, confiança que é fundamental para manter uma organização unida,

podendo facilitar a boa comunicação assim como, corrigir ações ocorridas em

momentos inoportunos, possiblitando assim o entendimento de objetivos criando

condições para o sucesso organizacional.

Sem confiança, desentendimentos rotineiros são Interpretados como traições;

ordens simples se tornam expressões ríspidas; os planos mais bem concebidos

fracassam, os indivíduos tomam como pessoais as críticas e buscam esconder os

pontos fracos em seu desempenho, também a comunicação torna-se pouco objetiva,

vaga e defensiva, na medida em que os indivíduos brigam sobre questões que

devem ser abertamente discutidas, caso a organização deseje ser eficaz. Sem

confiança, assumir riscos, buscar inovações e ter criatividade ,são ações

sufocadas.(LUCK,2000)

O relacionamento entre lideres e liderados é complexo e recíproco, bons

líderes são formados a partir dos impulsos positivos dos seus liderados, caso

tenham a oportunidade, irão geralmente selecionar bons líderes e demandar que

eles mantenham um alto padrão de desempenho. (CHIAVENATO,2006)

Muita burocracia educacional rígida, torna mesmo flexível para evoluções no

relacionamento entre líder e liderado. A comunidade eficaz é tida como base para

criação de confiança da interação entre o grupo. O líder tem que ser confiavel,

previsível e justo na sua relação, essa confiança pode ser construída se os líderes

delegarem poder aos seus liderados, fortalecendo o seu pessoal e a instituição

através de um estilo eficaz de relacionamento.

Outra característica marcante do trabalho do líder participativo é identificar

perspectivas de construção e construir com o envolvimento e competência dos

outros. (CHIAVENATO,2006)

A motivação, segundo Chiavenato(2006) ,é a alavanca que estimula as

pessoas a agirem e a se superarem. Abre a porta para o desempenho com

qualidade em qualquer situação. Compreender a dinâmica geral da motivação é

fundamental para uma gestão eficaz, logo este gestor deve compreender e ser

capaz de aplicar os princípios básicos da motivação humana, ação-reflexão-ação. A

motivação funciona em estrutura organizacional em três âmbitos: o indivíduo, o

grupo imediato de trabalho e a organização como um todo.

34

Uma atmosfera de equipe pode ser um grande fator motivador, pois fortalece

o comprometimento profissional e organizacional, bem como a identidade

profissional. Ela também aumenta as posssibilidades de troca profissional e de

aprendizagem.

3.2.5.Liderança Diretiva

É aquele onde os líderes tendem a funcionar de maneira autônoma, tomando

decisões sozinho e dando instruções específicas sobre o que fazer e como executar

determinadas tarefas. Define objetivos, resolve problemas e, normalmente, preferem

que os subordinados sigam regras e regulamentos específicos, baseando-se

fortemente em recompensas, punições e fonte legítima de poder para motivar os

funcionários.

Há situação em que o estilo de liderança diretiva é necessário para se atingir

um objetivo desejado, e particularmente, apropriado em situações de emergência.

Contudo, líderes que são, exclusivamente diretivos tendem aser consumidos pelo

excesso de trabalho e stress, ao mesmo tempo que cerceiam a observação de

responsabilidade pelos seus funcionários, diminuindo o desempenho do funcionário

muito abaixo da sua capacidade normal.

Portanto, hoje a democratizaçao na escola é um desafio que vem se tentando

alcançar, porém já é passada a hora de enfrentar este desafio com determinação,

comprometimento e competência para que não seja desperdiçado mais um século

de lutas sem resultados.

3.3.Gestão escolar e a liderança

As necessidades de capacitação e adquirir as habilidades necessárias e

ainda delegar autoridade de descentralizar o poder, pois as instituições de ensino

atuais necessitam de lideres capazes de trabalhar e facilitar a resolução dos

problemas.

Atualmente nosso mundo é marcado pela emergência de novas estruturas

organizacionais que são, significativamente mais democráticas, criativas ,

potencialmente mais produtivas do que foram em qualquer estágios anteriores da

história. Segundo Luck (2000), a humanidade vive no meio da terceira onda de

35

administraçao, as décadas finais do século XX marcaram o surgimento de uma

revolução no pensamento administrativo. Nos dias de hoje, os líderes eficazes de

escolas concentram os seus esforços em liberar a energia escondida das escolas e

das outras organizações, pela construção de equipes participativas. Tem que haver

uma mudança de baixo para cima, porque as pessoas do grupo expressem os

problemas, confiando uns nos outros e resolvendo os problemas juntos, isto

contribui para uma atitude de se sentir capaz e livre para fazer as coisas.

3.4 . Estilo e comportamento do líder

Teorias administrativas escolares identificam quatro estilos de comportamento

do líder, que variam de acordo com as necessidades individuais ou grupais de

direcionamento e apoio, são: diretivo, de instrução, auxiliador e delegador.

a)Liderança diretiva:

Este estilo mostra um líder regulador de um caminho, plano, negócio ou de

um procedimento, isto é, ele não proporciona o diálogo e a troca de experiências.

Ele decide o que é certo ou errado.

b)Liderança de instrução

Este estilo permite participação limitada e evita os excessos da liderança

diretiva. Ao invés de proporcionar um alto grau de dimensionamento, a liderança de

instrução combina alguns direcionamentos com encorajamento pessoal para

desenvolver a confiana dos subordinados. O seu líder decide, após considerar os

objetivos, então, explica os motivos da sua decisão e tenta persuadir a todos a levá-

la adiante.

c)Liderança de auxílio:

O líder auxiliador se baseia em objetivos desafiadores para motivar os

liderados. Este estilo é apropriado para profissionais gerenciais. Os integrantes da

equipe são convidados a influenciar no processo de tomada de decisão, onde é

apresentado o problema, as informações históricas relevantes sobre o mesmo e

pede que o grupo sugira alternativas para sua superação. O líder, então, seleciona

as soluções desejadas.

d)Liderança Delegada

36

O líder que delega, envolve, como companheiro de trabalho, todos os

funcionários, no processo de toma de decisão, criando também, desta forma, seu

comprometimento com as decisões tomadas. Trata-se de uma açao criadora de

elevada sinergia, isto é, de força conjunta dinamizadora de ações coletivas.

Ao participar do processo decisório, o líder concorda em mudar de opiniao de

acordo com a decisão do grupo, além disso, os líderes hábeis em delegar são

capazes de maiores conquistas, pois sua delegação de autoridade desenvolve

habilidades e o comprometimento dos integrantes da equipe.

Portanto, o líder eficaz pode, em diferentes momentos e em direntes

circuntâncias estar agindo adequadamento, usando qualquer um dos estidos de

liderança citado anteriormente. O que deve ser evdente é que a seleção do estilo

adequado depende da natureza do problema, da situaçao, como também dos

indivíduos e da natureza dos seus relacionamentos. É importante reconhecer que,

dada a dinâmica social, estas condições não são fixas num mesmo grupo, variando

de momento a momento, cabendo portando ao líder fazer uma análise da siltuação

vivenciada e assim adequar-se ao estilo de liderança que julgar ser a mais correta.

37

CONCLUSÃO

Conclui-se que a gestão participativa é o meio de se assegurar a democracia

da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de

mada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso,

proporciona um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura

organizacional e de sua dinâmica, das relações da escola com a comunidade, e

favorece uma aproximação maior entre professores, alunos, pais.

Esta participação se fundamenta na autonomia, que significa a capacidade de

pessoas e dos grupos de livre determinação de sim próprios, isto é, de conduzirem

sua própria vida e se constituir em uma gestão democrática mais eficiente e eficaz.

O trabalho feito por uma equipe que trabalha de forma colaborativa e

solidária, visa a formação e a aprendizagem dos alunos. Para produzir melhores

resultados de aprendizagem e organização precisa ficar bem claro a distribuição de

responsabilidades, a cooperação, o dialógo o modo de agir, a confiança para

possibilitar as mudanças necessárias, como também o rompimento com o

individualismo.

A participação dos pais na organização da escola corresponde a novas

formas de relaçoes entre escola, sociedade e trabalho, que repercutem na escola

nas práticas de descentralizaçao, autonomia, correspondensabilização,

interculturalismo. De fato, a escola não pode ser mais uma instituição isolada em si

mesma, separada da realidade circundante, mas integrada numa comunidade que

interage com a vida social mais ampla. A escola tem funções sociais explícitas,

objetivos próprios, projeto político pegadogico, estrutura de gestão, formulados de

forma coletiva e pública, dentro do critério do respeito aos papéis e competências.

Isso significa que não se pode pôr em dúvida o espaço específico e autônomo dos

professores mas, por outro lado, se estes são seguros do seu papel, sua dignidade

profissional não ficará abalada com a discussao pública sobre o seu trabalho, já que

o envolvimento dos pais é não só legítimo como necessário, só assim poderão

encontrar soluções de acordo mútuo e de ajuda recíproca, melhorando a

organização do trabalho escolar e o trabalho dos professores em função da

qualidade cognitiva, operativa, social e ética dos processos de ensino

aprendizagem.

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Enfim, uma escola democrática é de extrema importância para o crescimento

do ser humano pois a medida que o ser humano se conhece, conhece o outro que

anda com ele e vai em busca do seu desenvolvimento completo e sadio .

39

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