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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A RELEVÂNCIA DA RESTRIÇÃO TRIPLA ALIADA AO GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS José Luiz da Silva e Souza Neto ORIENTADOR: Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A RELEVÂNCIA DA RESTRIÇÃO TRIPLA ALIADA AO

GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS

José Luiz da Silva e Souza Neto

ORIENTADOR: Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gerenciamento de Projetos/MBA. Por: José Luiz da Silva e Souza Neto

A RELEVÂNCIA DA RESTRIÇÃO TRIPLA ALIADA AO

GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS

Rio de Janeiro 2016

3

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo Seu misterioso projeto chamado vida, e sua total impossibilidade de pleno gerenciamento.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho às pessoas que bravamente ainda acreditam na vida como um inevitável trajeto a ser percorrido.

5

RESUMO

Este trabalho aborda a indispensável adequação da Restrição Tripla

de um projeto, o gerenciamento de escopo, prazo e custo, à outra área,

chamada: Gerenciamento dos Recursos Humanos.

Os gerentes são levados a construir padrões e a repetir equívocos

que reduzem ou elevam a importância de determinada área de conhecimento

em detrimento de outra. Sendo assim, é interessante pesquisar a relação entre

a Tripla Restrição e o Gerenciamento de Recursos Humanos, tendo em vista

que são áreas essenciais, apesar de receberem tratamentos distintos, dentro

dos projetos.

6

METODOLOGIA

Este trabalho teve como principal fonte de pesquisa o Guia

PMBOK® Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos - 5ª

edição - 2013. Além de pesquisa bibliográfica e citações acadêmicas.

Figura 01: PMBOK

www.oficinadanet.com.br/imagens/post/14643/pmbok.jpg

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

O Gerenciamento da Restrição Tripla 09

CAPÍTULO II

O Gerenciamento dos Recursos Humanos 28

CAPÍTULO III

A Análise da Relevância entre as Áreas 37

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 45

ÍNDICE DE FIGURAS 46

LISTA DE SIGLAS 48

8

INTRODUÇÃO

Todas as instâncias profissionais sofreram modificações por causa

da globalização e suas exigências que chegaram como uma enchente de

novas práticas, novas formas de identificar problemas, novas maneiras de

expor situações e de fazer as coisas acontecerem. Essa fase impõe

adaptações necessárias à sobrevivência das empresas e, consequentemente,

das pessoas. Sendo assim, a pesquisa contextualiza polarizações cada vez

mais visíveis em que parte busca especializações, enquanto outra parte sente-

se vencida pela enxurrada de modificações constantes, provenientes da época.

Uma das maneiras que as empresas têm encontrado para prolongar

sua estada no mercado é atrelar seus projetos a gerentes que saibam como

aplicar as melhores práticas existentes para contornar novas situações.

Dentre os pontos cruciais que necessitam de extrema atenção em

qualquer projeto, temos a chamada “Restrição Tripla”: escopo, prazo e custo.

Os três itens formam os pilares de todas as tentativas de

gerenciamento. Contudo, este trabalho pretende fazer uma análise sobre a

importância da relação praticada entre algumas áreas de conhecimento, na

tentativa de compartilhar o entendimento de que qualquer projeto depende de

uma avaliação humanizada, preocupada com as pessoas, fornecida por outra

área, chamada: Gerenciamento dos Recursos Humanos.

9

CAPÍTULO I

O GERENCIAMENTO DA RESTRIÇÃO TRIPLA

Figura 02: Restrição Tripla www.oneresultconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2010/11/A-arte-de-Gerenciar-Projetos.jpg

Restrições são fatores limitadores que afetam todas as fases da

maioria dos projetos.

Projetos apresentam escopo, prazo ou custo como vetores

prioritários. Funcionam como um pequeno cobertor que, para qualquer lado

que seja puxado, provavelmente afetará outro que ficará descoberto.

As negociações sempre passam por esses pontos que são dos mais

importantes. Três apoios que precisam ser claramente administrados, tendo

seus desdobramentos documentados, registrados e continuamente analisados

para sabermos se permanecem dentro do planejado, ao longo do processo.

O escopo precisa apresentar as solicitações acordadas, demarcando

nitidamente seus limites, de modo a não afetar o planejamento financeiro nem

o cronograma.

10

Vale lembrar que existem expressões recorrentes quando o assunto

é escopo e os envolvidos acham que algumas coisas ficam implícitas durante o

levantamento daquilo que será construído, mas nada deve ficar subentendido

no projeto. Tudo deve estar escrito. O que vai ser feito e – principalmente – o

que não vai.

Para atender aquela velha frase do cliente que diz “coloca só mais

isso”, é preciso abrir solicitação de mudança, avaliar impactos e registrar na

documentação.

O gerenciamento de projetos deve explicar para seus clientes que

qualquer solicitação extra pode impactar em pelo menos uma das três

variáveis: custo, tempo ou escopo, também conhecidas como "Triângulo das

Restrições ou Tríplice Restrição”.

Planejar o escopo significa favorecer o prazo e, possivelmente,

reduzir o custo, elaborando o controle para detectar falhas, estabelecendo

procedimentos que visem às correções.

KERZNER (2006) registra que “As empresas que obtiveram maior

sucesso com a gestão de projetos chegaram a esse resultado através de um

planejamento estratégico” e aponta, também, a importância da integração da

gestão de projetos com outros processos administrativos.

“Esses fatores estão relacionados de tal forma que se algum deles

mudar, pelo menos outro fator provavelmente será afetado”. (PMBOK-PMI,

2013)

Os projetos contemporâneos apresentam-se em muitas formas e tamanhos. Alguns são de curta duração, empreendimentos baratos que duram apenas alguns dias e necessitam de recursos mínimos. Projetos de médio ou longo prazo, por outro lado, podem representar empreendimentos ambiciosos que se estendem por muitos anos e exigem grandes recursos financeiros e materiais, altos níveis de habilidade técnica e científica, e estruturas de administração complexas. (KEELLING, 2002, p.4)

11

O gerenciamento de projetos desenvolveu vantagens sobre as

outras formas de gerenciamento, sendo mais eficaz em conseguir resultados

dentro do prazo e do orçamento definidos pelo cliente. Não sendo restrito

apenas a grandes projetos, ele pode ser aplicado em vários empreendimentos

com complexidades, orçamentos e tamanhos diferenciados.

Segundo KEELLING (2002), a diferença entre a empresa comum e a

que obtém excelência em gestão de projetos está na maneira pela qual as

etapas de crescimento e maturidade do ciclo de vida da gestão de projetos são

implementadas. É neste ponto que a aplicação dos conceitos tem seu maior

impacto.

Para POSSI (2006), o bom gerenciamento garante que o

compromisso assumido pelo profissional seja cumprido com respeito aos

acordos contratuais, aos requisitos de qualidade do cliente, aos aspectos

ambientais e à manutenção dos relacionamentos técnicos e profissionais

envolvidos.

As empresas que optam por utilizar uma metodologia de gestão de

projetos, logo percebem que o benefício existente é bem maior do que o

original visto como possível.

De acordo com DAYCHOUM (2005), dentre os principais benefícios,

destacam-se:

• Redução de surpresas durante a execução dos trabalhos

• Desenvolvimento de diferenciais competitivos e novas técnicas,

uma vez que toda a metodologia está sendo estruturada

• Antecipação das situações desfavoráveis que poderão ser

encontradas, para que ações preventivas e corretivas possam ser tomadas

antes que essas situações se consolidem como problemas

• Adaptação dos trabalhos ao mercado consumidor e ao cliente

• Disponibilização dos orçamentos antes do início dos gastos

12

• Agilidade nas decisões, já que as informações estão estruturadas e

disponibilizadas

• Aumento do controle gerencial de todas as fases a serem

implantadas

• Facilidade nas revisões da estrutura do projeto, melhorando sua

capacidade de adaptação

• Aperfeiçoamento da alocação de pessoas, equipamentos e

materiais necessários

• Documentação das estimativas e melhores práticas para futuros

projetos.

Figura 03: Gerenciamento

https://i9people.files.wordpress.com/2014/05/gerenciamento-de-projetos-1024x5601.jpg

13

1.1. Gerenciamento do Escopo

Figura 04 Fonte: PMBOK-PMI, 2013, p.106

14

Segundo o PMBOK (2013), o gerenciamento do escopo deve

assegurar que o trabalho necessário seja finalizado conforme estipulado. Os

processos interagem com a definição e controle daquilo que está e do que não

está incluso no projeto.

Uma linha de base é usada como um ponto de comparação durante

a execução dos processos: Validar e controlar o escopo, bem como outros

processos de controle.

Para MAXIMIANO (2002) o processo de gerenciamento do escopo

tem dois níveis: Planejamento e Definição. O primeiro é uma declaração do que

será fornecido pelo projeto, enquanto o segundo deve contemplar uma relação

detalhada dos produtos que serão entregues.

O escopo do projeto é descrito como “A soma dos produtos, serviços

e resultados a serem fornecidos na forma de projeto.” (PMBOK-PMI, 2013,

p.542)

Figura 05: Escopo

www.gestaoporprocessos.com.br/wp-content/uploads/2015/05/desenvolver-um-

soft.png

15

É importante lembrar que o escopo do projeto é diferente do escopo

do produto. O escopo do projeto define o trabalho necessário para fazer o

produto e o escopo do produto define os recursos do produto que está sendo

criado. (SOTILLE, 2011)

A determinação do escopo é tarefa minuciosa que requer absoluta

clareza na comunicação entre as partes. Qualquer falta de entendimento pode

afetar áreas sensíveis e gerar futuros conflitos. Muitas vezes, o gerente acha

que deixou claro, enquanto o cliente acha que se fez entender e assim por

diante. Por causa de tantas deduções, as boas práticas recomendam o registro

adequado de todas as solicitações inseridas e retiradas.

Os processos usados para gerenciar o escopo do projeto, bem como as ferramentas e técnicas de suporte, podem variar por projeto. A linha de base do escopo para o projeto é a versão aprovada da especificação do escopo do projeto, da estrutura analítica do projeto (EAP), e o respectivo dicionário da EAP. Uma linha de base só pode ser alterada através de procedimentos formais de controle de mudança. (PMBOK-PMI, 2013, p.105)

Figura 06 Fonte: PMBOK-PMI, 2013, p.107

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1.2. Gerenciamento do Custo

Figura 07 Fonte: PMBOK-PMI, 2013, p.194

Gerenciar os custos talvez seja a incumbência mais árdua, dentre as

três áreas do conhecimento, inseridas nesse capítulo.

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Os custos despertam fundamental interesse, principalmente dos

investidores que tomam decisões difíceis para empregar suas verbas neste ou

naquele projeto. Devido a isso, qualquer redirecionamento ou elevação deste

tópico, inicia um processo de intensa averiguação e dúvida sobre os novos e

incertos rumos a serem traçados.

O gerente de projeto, normalmente é avaliado mais severamente

pelo acerto ou afastamento das previsões de retorno do investimento de cada

empreendimento. Prolongar o prazo sem maiores comprometimentos, adaptar

o escopo para melhores resultados são alterações geralmente mais aceitas

que onerar o custo.

Segundo o PMBOK (2013), gerenciar custos inclui processos

envolvidos em planejamento, estimativas, orçamentos, financiamentos e

controle, de maneira que o projeto atinja seu objetivo, dentro do orçamento

aprovado.

Figura 08: Gráfico

http://pmkb.com.br/uploads/14768/custos3.jpg

18

Segundo MAXIMIANO (2002), O orçamento é a estimativa dos

custos do projeto. A informação relativa ao orçamento pode ser apresentada

em dois formatos principais.

• Orçamento global: uma relação dos custos totais, item a item, ou

seja, um valor para cada item da lista de atividades.

• Cronograma de desembolso: programação das despesas ao longo

do ciclo de vida do projeto. Nos contratos, o cronograma de desembolso

estipula o número e o valor das parcelas a serem pagas pelo cliente.

O orçamento, em qualquer formato é também o principal instrumento

de controle financeiro do projeto. Podendo ser apresentado de diversas

maneiras, como gráficos ou tabelas. O orçamento é um planejamento resumido

das operações que a empresa deve adotar em determinado nível de atividade.

Para tanto, na sua elaboração é recomendado o envolvimento de todas as

pessoas responsáveis pela execução e controle.

Por ser um plano deve ser acompanhado e ajustado, passando por

revisões periódicas, a fim de atender aos diferentes níveis de atividade do

projeto.

Para KEELLING (2002), o orçamento tem o objetivo de estabelecer

compromissos com metas a serem atingidas, cria responsabilidades com o

resultado projetado ou desejado, estipulando limites aos gastos e diretrizes nos

diversos níveis.

Todo projeto tem certo grau de incerteza que favorece o

desconhecimento do resultado, ou do caminho para chegar a ele, ou ambos.

Quanto maior o desconhecimento, maior a incerteza e mais elevado é o risco.

A principal consequência da incerteza é a dificuldade de fazer

previsões mais próximas de resultados futuros. Devido a isso, definições

imprecisas no início de um projeto, certamente vão impactar nos resultados do

mesmo.

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Segundo MAXIMIANO (2002), a incerteza inerente a todos os tipos

de projetos é responsável pelo descumprimento de prazos e orçamentos. Um

dos casos em que isso aconteceu em grande escala, foi o do túnel do Canal da

Mancha, que começou com orçamento de 7 bilhões de dólares e terminou

custando 14 bilhões de dólares. Outro exemplo foi o da barragem de Três

Gargantas, na China, para a construção de uma hidrelétrica que foi orçada em

8 bilhões de dólares, chegando a 30 bilhões na sua conclusão.

Para VARGAS (2005, p.33) Ao se comparar a incerteza do risco com a quantidade arriscada, tem-se que, no início do projeto, o nível de incerteza é elevado, porém a quantidade arriscada é pequena, uma vez que se está em uma fase inicial do projeto. Com o seu desenrolar, a incerteza a respeito do risco diminui, enquanto a quantidade arriscada aumenta, já que o projeto se encontra em fase avançada de execução.

Para KEELLING (2002), a complexidade de uma situação mede-se

pelo número de variáveis que ela contém. Projeto complexo é aquele que

apresenta grande número de variáveis a serem administradas. A complexidade

também é apresentada em escala. Projetos com baixa complexidade exigem

poucas pessoas de uma única disciplina ou profissão, durante pouco tempo,

mesmo que estejam separadas por grandes distâncias. Por outro lado, projetos

que exigem muitas pessoas de profissões diferentes, durante muito tempo,

mesmo que estejam trabalhando juntas, são projetos de alta complexidade.

Seguem abaixo, algumas variáveis que normalmente fazem parte de

um projeto complexo, de acordo com MAXIMIANO (2002):

• Multidisciplinaridade

• Tipo e número de pessoas envolvidas

• Distância geográfica

• Dispersão das equipes

• Diversidade e volume de informações

• Número de organizações envolvidas

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• Volume de informação

• Condições de risco e segurança

Em projetos com menor escopo, a estimativa e orçamento de custos

estão tão interligados que podem ser vistos como um processo único. Porém,

as ferramentas e técnicas são diferentes para cada um deles. A definição inicial

do escopo influencia o custo mais diretamente.

Dentre ferramentas e técnicas de entradas, sempre devemos contar

com:

• Opiniões de especialistas que acumulem e compartilhem

informações históricas e dados de projetos similares.

• Técnicas analíticas que serão utilizadas para tomadas de decisão,

tais como: período de reembolso, retorno sobre o investimento, taxa interna de

retorno, fluxo de caixa descontado e valor presente líquido.

• Reuniões para desenvolver o plano de gerenciamento dos custos.

Para o PMBOK (2013), planejar o gerenciamento dos custos é o

processo de estabelecer políticas, procedimentos e documentação necessários

para o planejamento, gerenciamento, despesas, e controle dos custos do

projeto.

O principal benefício deste processo é o fornecimento de orientação

e instruções sobre “como” os custos do projeto deverão ser gerenciados.

Gerenciar os custos, normalmente significa lidar com a parte mais

sensível do projeto. Não há nada mais vigiado que o próprio dinheiro investido.

Em conseqüência disto, as expectativas são bem maiores em torno de

resultados financeiros.

Estimar custos, levando em consideração a instabilidade da nossa

economia, se torna uma tarefa arriscada por causa da constante oscilação.

Sabe-se que boa parte dos nossos custos está atrelada a moedas estrangeiras

21

e aos indicadores internacionais. Traçar qualquer percurso baseado no

momento da economia nacional é como fazer um voo sem instrumentos,

adotando premissas otimistas, quase sempre enfraquecidas pela realidade de

países ainda tão dependentes e vulneráveis em vários aspectos, como o Brasil.

Segundo KERZNER (2006), existem algumas armadilhas que

dificultam um bom planejamento de custos e devem ser evitadas pelo gerente

de projetos. São elas:

• Má interpretação do documento de especificação do projeto

• Escopo com omissões e/ou mal definido

• Cronograma falho e/ou muito otimista

• Estrutura Analítica do Trabalho pouco detalhada

• Recursos com perfil inadequado

• Falha na identificação dos riscos

• Falha na contabilização dos diversos tipos de custos

• Escolha errada das diferentes técnicas da estimativa de custos

O gerenciamento de projetos é um conjunto de ferramentas gerenciais que permite que a empresa desenvolva habilidades, incluindo conhecimento e capacidades individuais, destinados ao controle de eventos não repetitivos, únicos e complexos, dentro de um cenário de tempo, custo e qualidade predeterminados. (VARGAS, 2005, p.7)

Em relação aos itens acima citados, é importante perceber que

todos eles são constituídos por pessoas ou pelas informações geridas por elas.

Quem especifica a documentação, quem trata do escopo, quem discute sobre

o cronograma, quem constrói a EAP, quem identifica os riscos, quem

contabiliza, quem escolhe e aplica as técnicas de estimativas de custos, todas

essas são questões que nascem a partir do gerenciamento dos recursos

humanos.

22

O gerenciamento dos custos possibilita a redução dos gastos, bem

como a realização do mesmo escopo a um custo menor.

Monitorando o desempenho dos custos conseguimos identificar os

motivos das variações positivas ou negativas do plano.

Figura 09: Custos x Índices

http://plataformapoliticasocial.com.br/wp-content/uploads/2015/02/Wall-Street-1.jpg

Devemos assegurar que as mudanças estejam devidamente

registradas na linha de base de custos. Além de manter os custos esperados

de acordo com limites aceitáveis.

“Determinar o orçamento é o processo de agregação dos custos

estimados de atividades individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer

uma linha de base dos custos autorizada” (PMBOK-PMI, 2013, p.193)

23

1.3. Gerenciamento do Tempo/Prazo

Figura 10 Fonte: PMBOK-PMI, 2013, p.143

Segundo o PMBOK (2013), o gerenciamento do tempo do projeto

inclui processos necessários para gerenciar o término do projeto no prazo

estipulado.

24

POSSI (2006) afirma que gestão e gerenciamento não são coisas

novas. As grandes obras das antigas civilizações, tais como, as pirâmides do

Egito, os jardins suspensos da Babilônia, o templo de Salomão, o Coliseu, etc.

certamente necessitaram de coordenação e planejamento. Miguel Ângelo ao

construir a Basílica de São Pedro, enfrentou todos os problemas de um

gerente: especificações incompletas, mão-de-obra insuficiente, verbas

vacilantes, cliente influente, entre outros que fazem parte dos problemas que

enfrentamos ao gerenciar um projeto.

Há um freqüente equívoco dentre os escritórios de projetos que é o

pensamento de que quanto mais ferramentas adquirirem para controlar os

cronogramas, melhores resultados obterão. As ferramentas trabalham

perfeitamente com dados inseridos, retirados, movidos ou alterados. Mas, esse

procedimento não garante produtividade, porque as ferramentas admitem ser

enganadas, com informações nem sempre claras ou reais.

Em relação às pessoas, essas mesmas ferramentas provocam

aumento da sensação de controle sobre suas vidas, cobranças no tocante a

tarefas extras, mais relatórios a serem extraídos e apresentados. Enfim, esse

excesso de ferramentas no escritório de projetos, normalmente traz mais

tensão e vigilância que produtividade.

Para MAXIMIANO (2002), o gerenciamento de projetos tem por

objetivo, entre outros, reduzir custos, minimizar riscos e evitar erros nos

processos produtivos. Sua validação, no entanto, se dá a partir de indicadores

de eficácia de desempenho na gestão de seus fluxos de trabalho.

Além dos prazos dos projetos serem inicialmente comprimidos,

administrar e controlar este tempo para cumpri-los, dentro dos custos pré-

determinados, é tarefa cada vez mais preocupante para o gerente. O ritmo de

desenvolvimento de um projeto não depende apenas da dinâmica interna de

sua realização, mas, sim, de todos os fatores que influenciam nos resultados.

Fatores como integração, gestão do escopo, disponibilidade dos recursos

necessários, fornecedores, comunicações, partes interessadas, riscos,

qualidade, entre tantos outros negligenciados durante o percurso.

25

Figura 11: Tempo x Pessoas

http://blogtek.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Group-Businesspeople-by-renjith-krishnan.jpg

Quanto maior for o tempo gasto com o planejamento, em todas as

fases do ciclo de vida do projeto, maiores as chances de sucesso. (CLELAND,

2002)

Os principais processos do gerenciamento de tempo do projeto

apresentados pelo PMBOK (2013), são:

• Planejamento do gerenciamento do cronograma

• Definição de atividade: É a Identificação das atividades específicas

do cronograma que precisam ser realizadas para produzir as várias entregas

do projeto.

• Sequência de atividades: É a Identificação das atividades

específicas do cronograma que precisam ser realizadas para produzir as várias

entregas do projeto.

26

• Estimativas de recursos da atividade: É estimativa do tipo e das

quantidades de recursos necessários para realizar cada atividade do

cronograma.

• Estimativa de duração da atividade: É a estimativa do número de

períodos de trabalho que serão necessários para terminar as atividades

individuais do cronograma.

• Desenvolvimento do cronograma: É a análise dos recursos

necessários, restrições do cronograma, durações e seqüências de atividades

para criar o cronograma do projeto.

• Controle do cronograma

De acordo com Xavier (2006), quando se vai gerenciar um projeto,

um grande desafio é definir claramente os produtos e/ou serviços relacionados

aos seus objetivos que, por sua vez, serão entregues ao patrocinador/cliente,

estabelecendo o escopo de trabalho que deverá ser realizado pela equipe.

POSSI (2006) define gerenciamento como a realização de uma

missão através de três elementos básicos: Habilidades Técnicas, Habilidades

Interpessoais e Habilidades Administrativas.

Para GORGES (2007, p.8) um escritório de projetos pode fornecer

ferramentas e orientar sobre as melhores práticas para a gestão de projetos,

mas jamais poderá determinar uma regra única e inflexível. Um projeto tem

outra característica determinante, que é o fato de possuir um período ou

marcos de início e término determinados. Todas estas características juntas é

que definem a diferença entre projeto e operação. Na maioria das vezes, ao

término do projeto terá início a operação onde as tarefas são repetitivas e não

têm um fim estabelecido.

“O Gerenciamento de Tempo do Projeto inclui os processos

necessários para gerenciar o término pontual do projeto“ (PMBOK-PMI, 2013,

p.141)

27

De acordo com KEELLING (2002) é fundamental entender o

ambiente de projeto para o sucesso do mesmo. A equipe precisa conhecer os

aspectos econômicos, sociais, culturais e outras características que estejam

envolvidas no projeto. Se negligenciados, leis, costumes e o ambiente político

podem afetar negativamente o andamento e o sucesso do projeto.

Figura 12: Ambiente

https://altostatus.files.wordpress.com/2015/07/economia_verde.jpg

Fazer um novo projeto não é como uma fábrica que produz sempre

o mesmo bem, do mesmo modo. As características do projeto que o

diferenciam dos demais devem orientar as adaptações na sua gestão. O

gerenciamento de projetos precisa respeitar o conhecimento e os regulamentos

da área de aplicação, seja um departamento funcional da empresa ou um setor

de mercado.

Espera-se do gerente de projetos que ele seja pessoa proativa e com grande habilidade de comunicação. Em muitos casos sai mais caro protelar uma decisão do que tomá-la. Sempre que estiver diante de uma decisão a tomar e pretender decidir em outro momento, avalie o custo de não decidir naquele momento. (GORGES, 2007, p.9)

O bom gerente de projetos deve estar preparado para resolver

problemas e tomar decisões, mesmo sem todas as informações desejadas

para análise das alternativas.

28

CAPÍTULO II

GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS

Figura 13 Fonte: PMBOK-PMI, 2013, p.257

Segundo o PMBOK (2013), o gerenciamento dos recursos humanos

do projeto inclui os processos que organizam, gerenciam e guiam a equipe do

29

projeto. A equipe do projeto consiste das pessoas com papéis e

responsabilidades designadas para completar o projeto.

Gerenciar e liderar a equipe do projeto inclui, mas não se limita, a:

. Influenciar a equipe do projeto

O gerente de projetos deve gerenciar os fatores ligados aos recursos

humanos que possam impactar o projeto: ambiente da equipe, localizações

geográficas de cada um, comunicações entre as partes interessadas, questões

políticas internas e externas, questões culturais, exclusividade organizacional e

outros fatores que possam alterar o desempenho do projeto.

. Comportamento profissional e ético

A equipe de gerenciamento de projetos deve assumir o

compromisso para tentar garantir que todos os membros da equipe tenham um

comportamento ético.

Figura 14: Grupo

http://www.gatewayconsultoria.com.br/imagens/uploads/noticia/119/20130911094405npyxrNZIZV.jpg

30

Os especialistas americanos: Dave Ulrich, Norm Smallwood e Kate

Sweetman apresentam no livro “O código da liderança” (Bestseller, 2009),

cinco dimensões de um líder.

• Visão

• Capacidade de execução

• Gestão de talentos

• Gestão de competências empresariais

• Autoconhecimento.

Em “gestão de competências empresariais”, os autores destacam

que um líder se preocupa em fomentar o capital humano, desenvolvendo

também a próxima geração de líderes na organização.

Cada indivíduo é um observador, ele diz que não sabemos as coisas

como as coisas são, somente sabemos como observamos ou como

interpretamos. Vivemos num mundo interpretativo. Distintas emoções

predispõem as pessoas a observar certos eventos e não outros. Distintas

competências fazem algumas pessoas observarem fatos que outros não são

capazes de observar. O mundo que uma pessoa vê a sua frente é somente o

mundo que observa, e cada indivíduo observa mundos distintos. Não existe

um só mundo, mas tantos quantos são os observadores. A forma como

atuamos no mundo depende do observador particular que somos.

(ECHEVERRIA, 2005)

Para CHIAVENATO (1999), gerir recursos humanos implica planejar,

organizar, desenvolver, coordenar e controlar os métodos necessários a

promover o desempenho eficaz das pessoas. Significa atrair pessoas para a

organização e mantê-las em suas funções constantemente com desempenho

de alta qualidade. Para fazer frente a essas mudanças, as organizações

precisam tratar as pessoas, como parceiros estratégicos, que contribuem com

31

seus conhecimentos, competências e habilidades, possibilitando tomada de

decisões, gerando ações que fazem à dinâmica das organizações.

A produtividade oferecida por cada recurso escolhido está

intimamente ligada às principais teorias de motivação que reafirmam a

anunciada importância do gerenciamento de pessoas em todo o processo.

Para citarmos algumas delas:

TEORIAS DE MOTIVAÇÃO

Teoria da hierarquia das necessidades de Maslow

Figura 15: Pirâmide de Maslow

http://abacoti.com.br/cnv/wp-content/uploads/2014/10/piramide600.png

32

TEORIA DAS EXPECTATIVAS DE VROOM

Baseia-se na suposição de que as pessoas escolhem entre

comportamentos diferentes, de acordo com as expectativas:

• Esforço x Desempenho – Quem se esforça mais, possivelmente

desempenha melhor sua função.

• Desempenho x Recompensa – Quem desempenha melhor sua

função, provavelmente sai recompensado.

• Validade ou atratividade da recompensa – Abordagem sobre o real

valor que o recurso dá à recompensa.

TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG

Frederick Herzberg, psicólogo clínico e professor de Gestão,

identificou os fatores que provocam atitudes positivas ou negativas no trabalho.

Ele sugeriu que era necessário distinguir os conceitos de motivação e

satisfação. Desta forma, buscando explicar o comportamento das pessoas

neste ambiente, classificou estes fatores em duas categorias diferentes,

independentes entre si. Chamou-as de fatores higiênicos e fatores

motivacionais.

Fatores HIGIÊNICOS: são extrínsecos porque se localizam no

ambiente que rodeia as pessoas e abrangem as condições dentro das quais

elas desempenham seu trabalho. Como estas condições são administradas e

decididas pela empresa, as necessidades higiênicas estão fora de controle das

pessoas. Os fatores higiênicos, se presentes, não chegam a causar satisfação,

porém se ausentes, são capazes de causar insatisfação. É o que afirma

Bergamini (2006).

Fatores extrínsecos ao trabalhador fazem apenas com que as

pessoas se movimentem para buscá-los, ou se disponham a lutar por eles,

quando os perdem. Não é apenas a presença que motiva.

33

Conforme CHIAVENATO (1995), a expressão “higiene” possui um

caráter preventivo e serve para mostrar que esses fatores se destinam a

afastar as condições desagradáveis. Como exemplo de necessidades

higiênicas destaca-se:

• Salários

• Segurança no cargo

• Benefícios sociais

• Relações com a chefia

• Condições de trabalho e conforto

• Políticas e diretrizes da empresa

• Clima de relacionamento entre a empresa e funcionários

• Regulamentos internos

Fatores MOTIVACIONAIS: são intrínsecos e dizem respeito aos

sentimentos de auto-realização e reconhecimento. No trabalho, estão

relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que a

pessoa executa. Ao contrário das necessidades higiênicas, as necessidades

motivadoras estão sob controle do indivíduo, pois estão relacionadas com

aquilo que ele faz e desempenha. Envolvem sentimentos de crescimento

individual e reconhecimento profissional, e dependem das tarefas que o

indivíduo realiza no seu trabalho. Se presentes, causam satisfação. Se

ausentes, não chegam a causar insatisfação.

Ainda segundo CHIAVENATO (1995), o termo “motivação” envolve

sentimentos de realização, de crescimento e de reconhecimento profissional,

manifestados por meio de exercícios das tarefas e atividades que oferecem

suficiente desafio e significado para o trabalho. Como exemplo de

necessidades motivacionais destaca-se:

• Delegação de responsabilidade

34

• Liberdade de decidir como executar o trabalho

• Promoção

• Uso pleno das habilidades pessoais

• Estabelecimento de objetivos e avaliação

• Simplificação do cargo pelo próprio ocupante

• Ampliação ou enriquecimento do cargo, horizontal ou verticalmente

TEORIA DA REALIZAÇÃO

Teoria das Necessidades Adquiridas, de McClelland

Baseando-se nas mesmas questões de Maslow, o psicólogo

americano David McClelland classificou as necessidades em três categorias:

• Necessidades de Realização: Os indivíduos com predomínio

desse tipo de necessidade pretendem, mais que obter sucesso individual, obter

o reconhecimento positivo do grupo. Esforçam-se para alcançar difíceis

padrões de sucesso, domínios de tarefas complexas e superação de outras,

gostam de assumir responsabilidades e de correr riscos. Querem retorno

concreto sobre seu desempenho e não são motivados apenas por dinheiro.

• Necessidades de Afiliação: As pessoas com predominância

destas necessidades desejam estabelecer relacionamentos pessoais mais

próximos, evitam conflitos e cultivam amizades. Esta é uma necessidade

social, de companheirismo e apoio, para desenvolvimento de relacionamentos

significativos.

• Necessidades de Poder: A predominância desta necessidade

evidencia o desejo de influenciar ou controlar outras pessoas, ser responsável

pelo grupo e ter autoridade sobre os outros, sempre procurando posições de

liderança. Esta tendência para o poder está associada a atividades

35

competitivas, bem como ao interesse de obter e manter posições de prestígio e

reputação.

TEORIAS DO COMPORTAMENTO HUMANO

Teorias X e Y, de McGregor

Douglas McGregor tornou-se mais conhecido pelas teorias de

motivação X e Y, em que compara um estilo de administração mecanicista

(tradicional na década de 50) a outro, baseado nas modernas concepções a

respeito do comportamento humano.

• Teoria X: caracteriza-se por ter um estilo autocrático que pretende

que as pessoas façam exatamente aquilo que a organização pretende. Indica

que as pessoas são supostamente preguiçosas e que necessitam de

motivação, pois encaram o trabalho como um mal necessário para ganhar

dinheiro. Desta teoria, surgem duas estratégias básicas de ação: uma implica

na compensação das deficiências humanas pela coação do comportamento,

através de ameaças, punições, disciplina e fiscalização. A outra consiste em

persuadir através de gratificações, elogios e permissões.

• Teoria Y: baseia-se no pressuposto de que as pessoas querem e

necessitam trabalhar. São esforçadas e gostam de ter o que fazer. Procuram e

aceitam responsabilidades, porque precisam exercitar suas criatividades e

competências.

Segundo SILVA (1996), a questão de ser X ou Y tanto pode se

referir ao “ser” do próprio indivíduo como ao “ser” do gestor que o observa e

avalia. Em outras palavras, o trabalhador pode não ser X, mas pode ser visto

como tal pelo gestor. Assim como pode não ser Y, mas ser classificado desta

maneira.

Todas essas teorias estão, de alguma forma, relacionadas aos

diferentes tipos de poder, que são:

36

• Poder Legítimo ou Formal

• Poder de premiação ou recompensatório

• Poder de punição ou penalização

• Poder do especialista

• Poder de referência

A gestão dos recursos humanos, cada vez mais essencial, deve

estar alinhada ao planejamento estratégico. Desta forma, é necessário

desenvolver o conceito de competências: um conjunto de características

detectadas nas pessoas, envolvendo conhecimento, habilidade e atitude,

fatores que agregam valor aos projetos e valor social aos indivíduos.

De acordo com CHIAVENATO (2004), a motivação funciona de

maneira cíclica e repetitiva. O ciclo motivacional é comporto por fases que se

alteram e se repetem. O organismo humano tende a um equilíbrio dinâmico

que se rompe quando surge uma necessidade. A área de gestão de pessoas

deve focar seu trabalho no intuito de fazer com que o indivíduo inserido num

projeto, sinta desejo de realizá-lo da melhor maneira possível.

37

CAPÍTULO III

A ANÁLISE DA RELEVÂNCIA ENTRE AS ÁREAS

Figura 16: Valorização do Grupo

https://ricardoalopes.files.wordpress.com/2015/04/processos_gestao_pessoas.j

pg

Esta análise evidencia a dependência entre a restrição tripla e os

recursos humanos. Diante da conquista pelo consumidor e a necessidade pela

excelência no mercado global, somente conseguirão sobreviver, organizações

que dedicarem relevante atenção para seu capital humano, o bem mais valioso

de qualquer empresa.

“Reconhece-se o recrutamento e seleção como ferramentas

importantes e integradas na estratégia de negócios da empresa. Se a empresa

necessita passar por mudança e renovação, deverá buscar e atrair pessoas

com tal potencial”. (FRANÇA E ARELLANO, 2002)

É necessário que a Gestão de Projetos acompanhe cautelosamente

a Gestão de Recursos Humanos de maneira estratégica, possibilitando o

engajamento e o sucesso de cada uma das pessoas.

38

O sucesso da área de RH depende das atitudes desses recursos e

de suas capacidades de solução. Qualquer gerente que ignore esse fato estará

correndo sérios riscos de não obter bons resultados.

Trata-se de uma equação a resolver, envolvendo contratação ou

alocação de pessoas-chave nos projetos, uma vez que todos possuem início,

meio e fim determinados. O propósito é fazer com que as pessoas estejam

interessadas nos resultados, motivadas com suas possíveis conquistas e

desenvolvendo seus conhecimentos nos locais certos.

A motivação de cada recurso é um elemento essencial para a saúde

dos projetos e específico para cada uma dessas pessoas.

A diversidade de interesses percebidos entre os indivíduos autoriza aceitar, de forma razoavelmente convincente, que, como as pessoas não fazem as mesmas coisas pelos mesmos motivos, tratá-las em pé de igualdade significa negar a realidade das diferenças individuais, portanto incidir no maior erro que se possa cometer quando se interage com elas. Ninguém pode negar que uma simples ação de quem quer que seja possa ter inúmeras explicações diferentes. Passou-se a considerar o ser humano no trabalho como pertencente a um grupo de pessoas que estão motivadas por um conjunto mais complexo de fatores que se combinam de maneira diferente em cada uma delas, para determinar assim a sua identidade pessoal e motivacional. BERGAMINI (2008, p.9)

Parece complexo compatibilizar diretrizes estratégicas. Mas, na

prática, percebemos um desafio à vontade empresarial somado aos

procedimentos administrativos. A área de Recursos Humanos deve ser capaz

de criar constante valorização das pessoas envolvidas.

Independentemente da complexidade de aspectos assumidos em

cada situação peculiar, as relações de trabalho são determinadas pelas

características das relações sociais, econômicas e políticas da situação

abrangente. (FISCHER, 1985)

Um dos principais papéis do RH é criar um elo entre as cadeias

produtivas e os consumidores, cada vez mais exigentes e informados tornando-

se paralelamente responsáveis pelas mudanças no comportamento do

segmento.

39

Devido à dinâmica do processo de atualização vigente no mercado,

cabe ao RH ações que possam representar vantagens competitivas,

envolvendo diferentes empresas e pessoas.

Antes dessa relação intrínseca entre o gerenciamento dos recursos

humanos com todas as outras áreas, o foco estava apenas na redução dos

prazos em relação à multiplicação dos lucros. Porém, o aprimoramento dos

gerentes de projetos e suas lições aprendidas passaram a influenciar

diretamente os padrões de atualização de processos, levando em consideração

o recrutamento de pessoas certas e motivadas para resultados de

produtividade com satisfação.

Figura 17: Pessoas

https://administradoresy.files.wordpress.com/2012/04/64587ykq91cq9qn_renjith

-krishnan.jpg

Cabe ao Gerenciamento do RH, através da contratação de pessoas

certas, adequar o mercado consumidor, fornecedores, clientes sob sua

influência à valorização das pessoas, uma vez que são elas as responsáveis

diretas pelo sucesso do todo.

Chiavenato, Herzberg e Maslow comprovam e fundamentam essa

valorização do capital humano, desde o mais simples colaborador ao mais

importante fornecedor. Tal gerenciamento revela-se uma área extremamente

sensível, uma atividade com papel desafiante na interação entre o profissional

satisfeito e a organização produtiva.

40

Desta forma, a tarefa não seria apenas recrutar, treinar e manter

pessoas, mas criar e praticar políticas que gerem satisfação, motivação, boa

comunicação na integração e coordenação dos recursos para que todo

conjunto se transforme em bons resultados. Na visão de Chiavenato, todos os

recursos financeiros, humanos e administrativos estão interligados e

apresentam um painel da atuação do RH.

Quando se fala em gerenciamento de Recursos Humanos, toma-se

como referência, pessoas que participam dos processos, pois estas passam a

maior parte do seu tempo trabalhando em prol deste ou daquele projeto. Por

isso, essa atuação não pode ser desenvolvida por pessoas desmotivadas ou

que enfrentem qualquer forma de desvalorização.

Neste mesmo tema, vemos modernas empreitadas enfrentando

problemas sociais negativos, como degradação das relações profissionais, em

favor da pressa ou da maximização dos lucros. Tudo isso caminha no sentido

contrário à preocupação dos gerentes mais experimentados.

Desde a Revolução Industrial, as corporações perceberam que o

capital humano é muito valioso. Claro que estamos falando de toda cadeia de

pessoas envolvidas com a produção. Obviamente que esses dados refletem no

desenvolvimento dos projetos e seus respectivos gerenciamentos.

Consolidando a relação entre a restrição tripla e o gerenciamento do

RH, notamos uma exigência extremada no cumprimento de metas a atingir, em

tempos de desarmonia econômica, inflação, insegurança, prazos emergenciais

e compartilhamento de recursos para diferentes projetos. Desta forma, as

pessoas continuam sendo alvos de alguns gerentes ambiciosos e sedentos por

cortes ou resultados superficiais, e acabam sofrendo com as constantes

reduções de despesas.

A iniciativa acima descrita traz ainda mais prejuízos. Os cortes

acabam afastando recursos experientes e produtivos, apagando históricos e

conhecimentos irrecuperáveis. Tudo isso, desestabiliza profissionalmente os

que ficam e abala o bem-estar daqueles que foram desligados.

41

Qualquer projeto é formado por uma cadeia de pessoas e dela

depende para o cumprimento dos objetivos. Também são meio para que os

recursos atinjam seus desejos pessoais, uma vez que este trabalho representa

a soma dos esforços, um conjunto, como parceiros num negócio, mesmo que

temporariamente.

A atuação do gerenciamento do RH é fundamental e deve detectar

necessidades e desejos que são propulsores do ciclo motivacional dos

contratados para fazer valer os investimentos feitos tanto pelos clientes quanto

pelos colaboradores. A área deve estar atenta não só para os fatores

motivacionais, mas para uma boa seleção de treinamentos, através de um

diagnóstico que identifique as reais necessidades desses profissionais para

que possam verdadeiramente fazer parte do todo.

42

CONCLUSÃO

Este trabalho teve por fundamento o seguinte problema: A maioria

dos gerentes privilegia o custo como principal fator. Outros entendem que o

importante é entregar no prazo, mesmo consumindo mais verbas. Existem

também aqueles que deixam claro que o interessante é não fugir do escopo.

Porém, todos eles deveriam concordar que o que realmente está atrelado a

todos os processos, de maneira indiscutível, são as pessoas.

Independente de função, cargo, responsabilidades, conhecimentos

ou outras atribuições, são as pessoas que estão no alicerce de todas as áreas.

Esta pesquisa confirma a extrema importância na escolha e no tratamento dos

recursos humanos que podem maximizar, facilitar, priorizar ou não, os

caminhos que levam à conclusão e ao sucesso dos projetos.

Para gerenciar projetos e, consequentemente, gerir pessoas, é

importante estar atento ao real valor de cada um, dentro de cada papel a ser

desempenhado. É saber avaliar o quanto podem contribuir e o quanto podemos

retribuir a cada uma dessas pessoas, conciliando necessárias expectativas, de

maneira mais eficiente para ambos.

Quando o gerenciamento de recursos humanos é entendido como

matriz participante de todas as outras áreas, os impactos do projeto como um

todo são automaticamente favorecidos com percentuais de sucesso, em

direção a melhores resultados esperados.

As pessoas devem se sentir verdadeiramente escolhidas e inseridas

em seus projetos, independente do seu nível hierárquico ou tarefa. Todas que

estão distribuídas nos níveis gerenciais, nos níveis intermediários ou nos

operacionais, constituem um único recurso vivo, dinâmico que representa muito

mais que apenas a soma das partes.

43

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XAVIER, Carlos Magno da Silva. Gerenciamento de Projetos - Como definir e

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45

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 00 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I O Gerenciamento da Restrição Tripla 09 1.1 Gerenciamento do Escopo 13 1.2 Gerenciamento do Custo 16 1.3 Gerenciamento do Tempo 23 CAPÍTULO II O Gerenciamento dos Recursos Humanos 28 CAPÍTULO III A Análise da Relevância entre as Áreas 37 CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA 43 ÍNDICE 45 ÍNDICE DE FIGURAS 46 LISTA DE SIGLAS 48

46

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – PMBOK 06

Figura 2 – Restrição Tripla 09

Figura 3 – Gerenciamento 12

Figura 4 – 5-1 Visão Geral do Gerenciamento do Escopo do Projeto

(PMBOK-PMI, 2013, p.106) 13

Figura 5 – Escopo 14

Figura 6 – 5-2 Planejar o gerenciamento do escopo: entradas,

ferramentas e técnicas, e saídas (PMBOK-PMI, 2013, p.107) 15

Figura 7 – 7-1 Visão Geral do Gerenciamento dos Custos do Projeto

(PMBOK-PMI, 2013, p.194) 16

Figura 8 – Gráfico 17

Figura 9 – Custos x Índices 22

Figura 10 – 6-1 Visão Geral do Gerenciamento do Tempo do Projeto

(PMBOK-PMI, 2013, p.143) 23

Figura 11 – Tempo x Pessoas 25

Figura 12 – Ambiente 27

Figura 13 – 9-1 Visão Geral do Gerenciamento dos Recursos Humanos

(PMBOK-PMI, 2013, p.257) 28

Figura 14 – Grupo 29

Figura 15 – Pirâmide de Maslow 31

47

Figura 16 – Valorização do Grupo 37

Figura 17 – Pessoas 39

48

LISTA DE SIGLAS

RH – Recursos Humanos