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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ANALISE DA TEORIA DO MERCADO DE CAPITAIS SUAS OPERAÇÕES E TÓPICOS FUNDAMENTAIS Por: Amanda Ramos De Assis Pinto Orientador Professora Ana Claudia Morryssi Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ANALISE DA TEORIA DO MERCADO DE CAPITAIS SUAS OPERAÇÕES E TÓPICOS FUNDAMENTAIS

Por: Amanda Ramos De Assis Pinto

Orientador

Professora Ana Claudia Morryssi

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ANALISE DA TEORIA DO MERCADO DE CAPITAIS SUAS OPERAÇÕES E

TÓPICOS FUNDAMENTAIS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em finanças.

Por: Amanda Ramos De Assis Pinto

Rio de Janeiro

2013

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ANALISE DA TEORIA DO MERCADO DE CAPITAIS SUAS OPERAÇÕES E TÓPICOS FUNDAMENTAIS

Resultado ________________________________ Banca examinadora 1 - ________________________________________________________________________ 2 - ________________________________________________________________________ 3 - ________________________________________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Aos meus professores, com muita consideração.

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Dedicatória Ao meu pai e minha mãe astro e estrela-guia respectivamente, pela fé, Educação, motivação e exemplo.

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Epígrafe

“No sentido de preconizar o estudo dos mercados como estruturas sociais e não simplesmente como um mecanismo abstrato” (ABRAMOVAY, 2004: 58).

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RESUMO

O presente estudo tem por objetivo analisar a teoria do mercado de capitais e sua aplicação no Mercado, suas operações e tópicos fundamentais. Tal proposta é fundamentada em entender a flutuação das cotações de mercado dos ativos considerando-o como objeto de um interessante embate entre as diferentes correntes de pensamento que analisam o comportamento e a formação de preços de ativos no mercado de capitais Palavras-chaves: Variações dos preços,Teoria de Dow, Mercado, Estabilidade, Tendência Primária, Tendência Secundária, Tendência Terciária.

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METODOLOGIA

Será realizado um estudo bibliográfico com o objetivo de encontrar conceitos

e opiniões de diversos autores conceituados e especializados no tema em questão,

buscado em livros, artigos periódicos, na Internet, em relatórios estatísticos emitidos

por órgãos governamentais e em questões de conhecimentos sociais, culturais e do

contexto histórico.

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GLOSÁRIO

ANDIMA-Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro BC: Banco Central APIMEC - Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais ABCR - Associação Brasileira de Capital de Risco ABRAPP - Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada ABRASCA - Associação Brasileira das Companhias Abertas Adeval - Associação das Empresas Distribuidoras de Valores ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimento ANCOR - Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias ANDIMA - Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto ANIMEC-Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais BM&F - Bolsa de Mercadorias & Futuros BOVESPA - Bolsa de Valores de São Paulo BVRJ – Bolsa de Valores do Rio de Janeiro CNB - Comissão Nacional de Bolsas CVM – Comissão de Valores Mobiliários FEBRABAN - Federação Brasileira das Associações de Bancos FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo HME – Hipótese de Mercados Eficientes IBEF - Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBRI -Instituto Brasileiro de Relações com Investidores IGP-M-Índice Geral de Preços do Mercado IPCA- Índice de Preços do Consumidor Amplo IPEA-Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada IBMEC – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil IBRI - Instituto Brasileiro de Relações com Investidores SINDICOR-RJ - Sindicato das Sociedades e Corretores de Fundos Públicos e Câmbio do Município do Rio de Janeiro SINDCOR-SP – Sindicato das Corretoras de Valores e Câmbio do Estado de São Paulo. ORTN-Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional

PAF-Plano Anual de Financiamento

PIB-Produto interno bruto

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................11

1. MERCADOS FINANCEIROS E DE CAPITAIS......................................................14 1.1 O mercado de capitais brasileiro.........................................................................15 1.2 Principais legislações que regem o mercado de capitais brasileiro.....................17 1.3 As Falhas do Mercado.........................................................................................19 2 A EFICIÊNCIA DO MERCADO...............................................................................22 2.1 O que é preciso para o mercado ser eficiente......................................................23 2.2 Por que e como Investir no Mercado de Capitais.................................................24 2.3 Oferta e demanda.................................................................................................26 3. SÍNTESE DAS TEORIAS DE MERCADO..............................................................28 3.1 Hipótese de mercado eficiente (HME)..................................................................28 3.2 A eficiência do Mercado de Capitais na economia brasileira..............................31 3.3 ATeoria de Dow....................................................................................................35 3.3.1 Um importante Intermediário financeiro...........................................................36 CONCLUSÃO............................................................................................................39

REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................41

Quadro 1: Regulamentação do preço do monopólio natural......................................21

Quadro 2: A teoria de oferta e demanda ...................................................................27

Quadro 3: Hipótese de mercado eficiente (HME).......................................................29

Quadro 4: Valor Econômico S.A. © 2000 – 2012......................................................33

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INTRODUÇÃO

Este estudo tem como temática a teoria do mercado de capitais e sua aplicação

no Mercado, suas operações e tópicos fundamentais. Tal proposta é fundamentada

em entender a flutuação das cotações de mercado dos ativos considerando-o como

objeto de um interessante embate entre as diferentes correntes de pensamento que

analisam o comportamento e a formação de preços de ativos no mercado de

capitais.

De acordo com Fama (1970) os mercados de capitais são necessários para o

desenvolvimento econômico de um país por alocar os recursos disponíveis para

investimento, função que ao ser desenvolvida fornece sinais importantes à formação

dos preços dos títulos, que devem refletir as informações existentes no sistema

econômico a qualquer tempo. O autor (Pardes, 2007), explica que:

A economia neoclássica o mercado é entendido e definido como um mecanismo abstrato e asséptico onde ocorre a determinação dos preços das transaçõeSeconômicas, definidas e realizadas livremente pelos indivíduos. A ideia é de que há um “ambiente” – o mercado – que exerce um papel de coordenação entre oferta e demanda, ou seja, entre a transferência do direito de propriedade daquele que vende para aquele que compra, segundo a noção de um tipo de comportamento universal do homo economicus, baseado na racionalidade econômica (IPARDES, 2007, p.16).

Outros especialistas dizem que há vários mecanismos para associar o

desenvolvimento do mercado de capitais com o crescimento econômico das nações,

Schumpeter 1984, por exemplo diz que:

“A função principal do mercado monetário ou de capital é o comércio de crédito com o propósito de financiar o desenvolvimento. O desenvolvimento cria e alimenta esse mercado. No curso do desenvolvimento é atribuída uma terceira função, o mercado das próprias fontes de rendimento”. (SCHUMPETER, 1984, p. 86).

Com base nestes pressupostos, pretende-se buscar respostas para a

seguinte questão da pesquisa; O mercado de capitais é importante mesmo para o

crescimento da economia?

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Justifica-se a realização deste pela escassez de material com o conteúdo

abordado, considerando a importância do mercado de capitais para o crescimento

da economia como tema se desdobra em inúmeros embates entre as diferentes

correntes de pensamento. Por esta razão será realizada uma abordagem analítica

para contribuir com a bibliografia, com o intuito de pacificar os debates e pontos

controvertidos existentes

Assim a presente pesquisa é relevante tanto do ponto de vista acadêmico

como do enfoque prático.

O objetivo geral deste trabalho é o de analisar a teoria do mercado de capitais e

sua aplicação no Mercado, suas operações e tópicos fundamentais.

Pretende-se, com os objetivos específicos, demonstrar a importância da teoria dos

mercados eficientes.

Entender a flutuação das cotações de mercado dos ativos.

Explicar o mecanismo e o processo de investimento.

Enfocar as diversas correntes de pensamento que analisam o comportamento e a

formação de preços de ativos no mercado de capitais.

A análise dos dados e a base teórica apóiam-se em pesquisa bibliográfica,

serão tratados como objetos de estudo, recentes artigos, revistas científicas, livros

textos, artigos de Internet e folders especializados no tema. Dado a relevância e

extensão do assunto, a exposição de alguns tópicos será sucinta, apenas com o

intuito de dar compreensão ao estudo proposto.

Buscados em autores como: (BARBERIS, N. 2001), (GERMAIN, L. 2001),

(PINDYCK, R. S.; RUBINFELD,2006), (SCHUMPETER, 1984) e (IPARDES, 2011),

dentre outros.

Para atender tal propósito, esta monografia apresenta-se estruturada em Três

capítulos, além da Introdução da Conclusão e das referências bibliográficas, que

inserem os principais enfoques do mesmo.

O primeiro capítulo será enfocado o de Mercados Financeiros e de capitais

considerando-o como um mecanismo de distribuição de valores, cujo propósito, é

prover a liquidez dos títulos que as empresas emitem, bem como promover a

capitalização dos mesmos. Abalizar-se-á ainda neste capítulo o mercado de capitais

brasileiro, mostrando as principais legislações que regem o mercado de capitais

brasileiro e suas falhas.

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O segundo capítulo reflete-se acerca da eficiência do mercado apontando o

que é preciso para o mercado ser eficiente, demonstrando o motivo e como Investir

no Mercado de Capitais.

No capítulo três será apresentado uma Síntese das teorias de mercado,

apresentar-se-á Hipótese de mercado eficiente (HME) e a eficiência do Mercado de

Capitais na economia brasileira e também uma analisa daTeoria de Dow e ainda os

Intermediários financeiros.

Por fim, apresentamos as conclusões do estudo e sugestões para futuras

pesquisas, bem como as referencias bibliográficas que serviram de apoio para este

trabalho.

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CAPÍTULO I

MERCADOS FINANCEIROS E DE CAPITAIS

O Mercado de capitais conforme BMF& BOVESPA (2010, p.13): “È um

sistema de distribuição de valores mobiliários que visa proporcionar liquidez aos

títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização”. É

constituído pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e “commercial papers” —, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscriçãode valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação.1

Ainda de acordo com a BOVESPA (2010, p.23) “A CVM é uma autarquia

especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com a responsabilidade de disciplinar,

fiscalizar e promover o mercado de valores mobiliários”. A função da CVM é

assegura o exercício das práticas ilegais, visando coibir qualquer tipo de

irregularidade nas negociações, este órgão surgiu em 1976.

Mercado de capitais é um mecanismo de distribuição de valores, cujo

propósito, é prover a liquidez dos títulos que as empresas emitem, bem como

promover a capitalização dos mesmos. Os principais organismos que compõem o

mercado de capitais são as bolsas de valores, as sociedades corretoras e as

instituições financeiras autorizadas. Os principais títulos negociados neste mercado

são as ações, ou seja, títulos que representam o capital de empresa; empréstimos

tomados por empresas, debêntures conversíveis em ação, bônus de subscrição e

“commercial papers”2

1 BOVESPA – http://www.bovespa.com.br – Acessado em 09/03/2013 2 Títulos de emissão de sociedades anônimas abertas, representativos de dívida de curto prazo (mínimo de 30 e máximo de 360 dias).

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1.1 O mercado de capitais brasileiro

Segundo RODRIGUES BERCITO, (2013) a cultura de investimento dos

brasileiros tem passado por processo de crescente amadurecimento, resultante não

só da existência de um ambiente econômico favorável, reduzindo a aversão ao risco

dos investimentos em renda variável, mas também dos esforços voltados à criação

de um ambiente de mercado justo e igualitário em relação ao tratamento de todos os

seus investidores. Aspectos tais quais o controle de divulgação de informações por

parte das empresas de capital aberto, e a preocupação constante com os direitos

dos acionistas minoritários, têm reduzido a desconfiança do brasileiro, que há

poucos anos via o ambiente do mercado de capitais como um “jogo de cartas

marcadas”. 3 A Lei n.4.728/65 (Lei de Mercado de Capitais) que regulamentava o mercado

de capitais brasileiro visava combater os principais problemas que afligiam o

mercado, e também incentivar a destinação da poupança pública para a

capitalização empresarial. De acordo com Bulhões Pedreira: “o desenvolvimento do

mercado dependeria da execução da lei, de se criar o sistema, buscando

investidores, expandindo a poupança, deslocando poupança dos imóveis e de outras

formas de aplicação” (ALMEIDA, 1984).

Os primeiros fundos de investimento surgiram no Brasil no final dos anos 50, mas só tomaram impulso após a criação dos Fundos de Ações DL 157, que criaram uma espécie de mercado cativo para a administração de fundos. Ou seja, o contribuinte do Imposto de Renda optava passivamente por aplicar parte do IR devido no fundo 157 administrado pela instituição financeira onde mantinha negócios. E como os recursos aplicados ficavam indisponíveis por muito tempo, o contribuinte transformado em condômino do fundo 157, tinha poucas condições e interesse de cobrar desempenho de tais fundos. Esses fundos incentivados estimularam as bolsas de valores e o mercado primário de títulos e, ao mesmo tempo, trouxeram bons retornos aos seus administradores, pelas seguintes razões: 1) desenvolveram a habilidade de administrar fundos voluntários de renda variável e fixa; 2) as taxas de administração eram, no geral, lucrativas; e 3) todos os

3 RODRIGUES BERCITO, Bruno. Direito do Mercado de Capitais: O papel das bancas de advocacia nas ofertas públicas de valores mobiliários no Brasil. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XI, n. 50, fev 2008. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=4507&revista_caderno=8>. Acesso em abr 2013.

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ativos de má qualidade eram “descarregados” nesses fundos, porque os condôminos não cobravam desempenho. (SOUSA, 1998, p.34).

As Características Gerais do Mercado Brasileiro são as seguintes:

• Mercado com identificação do beneficiário final das operações.

• Sujeito a regulação e fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários e do

Banco Central do Brasil

• As bolsas têm ampla autonomia para exercer seus poderes de auto-

regulamentação sobre as corretoras de valores que nela operam. Todas as

corretoras são registradas no Banco Central do Brasil e na CVM.

• Estrutura regulatória estabelecida para os investidores não residentes

• Resolução 2689/2000 do Conselho Monetário Nacional

• Representante local – registro junto aos órgãos reguladores e fiscalizadores

• Custodiante local – custódia e liquidação das operações

• Corretora local – serviços de execução de ordens

• Ambiente de livre alocação

• Ambiente de livre alocação

• Isenções de impostos sobre ganhos de capital para instrumentos negociados em

bolsa e títulos públicos para domicílios que não sejam qualificados como Paraiso

Fiscal.

• Depósito de garantia junto à DTCC (Depository Trust & Clearing Corporation) e

Euroclear para negociação no segmento Bovespa.4

De acordo com BMF& Bovespa (2010, p.13):

O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.5

Atualmente cabe ressaltar que Índice Bovespa é o mais importante indicador

do desempenho médio das cotações do mercado brasileiro.

4 BOVESPA – http://www.bovespa.com.br – Acessado em 09/03/2013 5 Idem

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1.2 Principais legislações que regem o mercado de capitais

brasileiro

Os mercados financeiro e de capitais no Brasil são regulados pelo Conselho

Monetário Nacional (CMN), pelo Banco Central do Brasil (Banco Central) e pela

Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Dispõem as principais legislações que regem o mercado de capitais brasileiro.

Lei n° 4.728 (Mercado de Capitais); Lei n° 6.385 (criação da CVM); Lei n° 6.404 (Lei

das S.A.) e a Lei n° 10.303.

A Lei de Mercado de Capitais n° 4.728 de 14 de julho de 1965, foi atribuída ao

Conselho Monetário Nacional e ao Banco Central do Brasil com o objetivo de

regulamentar e fiscalizar o mercado de capitais no país, conforme já comentado

anteriormente.

A Lei que formalizou o acesso ao mercado financeiro pelos investidores e

pelas empresas; as obrigações das companhias abertas; as sociedades e fundos de

investimentos.

A Lei n° 6.385 foi aprovada em 7 de dezembro de 1976, que foi responsável

pela criação da CVM, foi dado a este órgão a função de regulamentar e fiscalizar as

atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários. É também

responsabilidade da CVM, a veiculação de informações relativas ao mercado e às

pessoas que dele fazem parte.

Posterior à criação da CVM, foi aprovada a Lei das S.A em 15 de dezembro

de 1976, que descreveu uma empresa sociedade anônima e instituiu seus deveres e

obrigações como participante do mercado de capitais brasileiro. Esta Lei definiu as

condições necessárias para que uma empresa abra seu capital, diferenciou as

sociedades anônimas abertas e fechadas, firmou a autoridade da CVM como órgão

regulamentador e fiscalizador das S.A. Cabe ressaltar a definição da obrigatoriedade

de divulgação dos demonstrativos contábeis anuais, que objetiva exprimir com

clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no período,

também criada por essa lei.

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A CVM foi criada pela Lei 6385/76 e pela Lei das Sociedades por Ações

6404/76 com função de disciplinar e fiscalizar os integrantes do mercado, além de

normatizar as operações de valores mobiliários. A instrução n° 358 de 3 de janeiro

de 2002 tem a finalidade de regulamentar o uso e a divulgação dos fatos relevantes.

Às empresas de capital aberto, assim consideradas por possuírem valores

mobiliários de sua emissão admitidos à negociação no mercado de valores

mobiliários, incumbe observar as disposições da Lei das Sociedades Anônimas (Lei

6404/1976). Advêm, todavia, da Lei nº 6.385/1976 as normas mais elementares

aplicáveis ao mercado de capitais brasileiro, dentre as quais, a criação da agência

regulatória responsável pelo controle deste ambiente, a Comissão de Valores

Mobiliários, autarquia cuja função precípua, nos termos do artigo 8º da lei supra

referida é a de:

“I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias expressamente prevista nesta Lei e na lei de Sociedades por Ações

II – administrar os registros instituídos por esta Lei;

III – fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, de que trata o art 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participem, e aos valores nele negociados. (...)”

Como principais mudanças, esta Lei firmou o direito para as ações ordinárias, o

processo de fechamento de capital e fortaleceu a CVM como órgão regulador. Esta

Lei regulamentou ainda as assembléias de investidores e a formação do conselho

de administração das empresas sociedades anônimas.

Em 2007, o Ibri (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) e a

BM&FBOVESPA lançaram o Guia de Relações com Investidores para as

companhias de capital aberto que estivessem estruturando seus programas de RI e

para empresas fechadas com planos de abrir o capital. Cinco anos depois, as

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entidades reuniram-se novamente para atualizar o material e oferecer conteúdo

renovado para orientar os profissionais no dia a dia de suas atividades na empresa.6

A Lei nº. 6.404/1976: estabelece expressamente que as emissões de títulos e

ações de empresas deverão ser nominativas/registradas. A Instrução CVM nº

387/2003: também estabelece que as corretoras sejam obrigadas a manter o devido

registro de seus clientes e fornecer às bolsas e entidades de compensação

informações precisas dos clientes. A Instrução CVM nº 325/2000 e a Instrução CVM

nº 419/2005: determinam que as mesmas regras sejam aplicadas aos investidores

estrangeiros

O Novo Guia de Relações com Investidores conceitua o papel, as atribuições e

os objetivos do Departamento de RI na companhia, passa pela disseminação da

cultura de capital aberto e de governança corporativa, além de abordar as etapas

necessárias para montar um programa de RI alinhado às expectativas de um

mercado em evolução e estruturar as interfaces da área com os diferentes tipos de

investidores.7

Visando de fiscalizar e normatizar o mercado de capitais no Brasil, a Comissão

de Valores Mobiliários (CVM), é, de acordo a BOVESPA (2010, p.23) “A CVM é uma

autarquia especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com a responsabilidade de

disciplinar, fiscalizar e promover o mercado de valores mobiliários”. Criada em 1976,

a CVM assegura o exercício das práticas, a fim de coibir qualquer tipo de

irregularidade nas negociações.

1.3 As Falhas do Mercado.

O noticiário do Valor Econômico S.A alerta diz que nem tudo são flores no

mercado. Pois a existência de um prêmio de controle é explicada pelos especialistas

pela apropriação de benefícios privados pelos controladores.

Uma dessas benesses aos donos seria um salário maior do que aqueles pagos em empresas com propriedade difusa. Não é o que tem acontecido no Brasil. Estudo feito pelo Instituto Brasileiro de

6 BOVESPA – http://www.bovespa.com.br – Acessado em 09/03/2013 7 Idem

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Governança Corporativa (IBGC), com base nas remunerações auferidas pelas diretorias estatutárias em 2011, mostra o oposto. As empresas de capital pulverizado apresentaram remuneração média de R$ 3,432 milhões, bem superior às das empresas de controle compartilhado (R$ 2,025 milhões), familiares (R$ 1,722 milhão) e de capital estrangeiro (R$ 2,168 milhões). De acordo com o levantamento, há sete companhias de capital pulverizado, dentre elas a incorporadora PDG (PDGR3). Não se pode dizer que essa companhia vêm apresentando resultados brilhantes que corroborem essa remuneração extraordinária. PDGR3 negociava ao redor de R$ 10 em outubro de 2010. Em 20/03/13, fechou a R$ 2,75. Essa questão da remuneração já preocupa a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como mostra reportagem do Valor de 27/06/12 quando a ex-presidente Maria Helena Santana comentou: a “remuneração dos executivos está começando a ser um problema no Brasil”, especialmente nas empresas de controle pulverizado. Ao menos nas empresas de controle concentrado “tem o dono ali, alguém com interesse econômico relevante naquela empresa, fazendo o papel de supervisão de perto”. (...)retomada do mercado de capitais brasileiro a partir de 2004 trouxe progressos importantes como o aparecimento de diversas empresas com base acionária formada apenas por ações ordinárias. Isso contribuiu para impulsionar as ofertas de ações, ampliando as fontes de financiamento das empresas. Por outro lado, a remuneração dos gestores de algumas empresas de capital pulverizado parece fugir ao bom senso8

Uma das diversas falhas do Mercado é o monopólio natural, as externalidades

positivas e os bens públicos. Tal fato decorre devido a economias de escala. Isto é

quando uma firma pode produzir para todo o mercado com um custo menor por

unidade que duas ou mais firmas. Apenas uma empresa consegue ser eficiente

explorando economias de escala. Conforme explicado no quadro abaixo pelos

autores, (PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L.; 2006).

8IBMEC,Disponível em < http://ibmeclabrpmcom.com.br/> acesso em 01 abr 2013.

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Para atuar no mercado de capitais torna-se necessário harmonizar três

aspectos em suas aplicações: retorno, prazo e proteção. Deste modo é preciso levar

em conta a rentabilidade, a liquidez e o grau de risco em que o ativo está exposto.

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CAPÍTULO II

A EFICIÊNCIA DO MERCADO

O mercado eficiente pode ser classificado em três tipos de eficiência: forma

fraca; forma semiforte e; forma forte, conforme demonstra (FAMA , 1970):

Forma fraca de eficiência: Nenhum investidor pode obter retornos anormais

(em excesso) baseados na expectativa de que preços passados são bons

sinalizadores dos preços futuros. Ou seja, informações de preços passados, não são

úteis ou relevantes para atingir retornos em excesso.

Forma semiforte de eficiência: Nenhum investidor pode obter retornos

anormais (em excesso) com base em alguma informação pública disponível, pois os

preços se ajustam rapidamente às novas informações divulgadas.

Forma forte de eficiência: índica que os preços refletem todas as informações

existentes no mercado (históricas, públicas e privadas). Assim, nenhum investidor.

De maneira geral a preocupação com o mercado de capitais está vinculada a

eficiência dos preços das ações, pois os mesmos afetam o modo como o capital é

alocado na economia. Os preços do mercado de ações provêem sinais importantes

que indiretamente alocam capital a vários setores da economia.

Num mercado eficiente, as variações de preço comportam-se como um Randon Walk ou caminho aleatório. Esses preços refletem, quase instantaneamente, todas as informações novas que chegam ao mercado. Como essas informações novas, por definição, não podem ser deduzidas de informações anteriores, elas devem ser independentes ao longo do tempo e, portanto, aleatórias, sem um padrão definido. (COSTA JR. et al., 2000).

Segundo Fama (1991, p.1575) a eficiência de mercado é o enunciado simples

de que os preços dos ativos refletem completamente toda a informação disponível.

Assim sugere que a eficiência do mercado de capitais está baseada na suposição

de que os preços dos ativos embutem todas as informações disponíveis de uma

forma lógica e instantânea.

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2.1 O que é preciso para o mercado ser eficiente

Para FAMA (1991), a evidência mais clara da eficiência de mercado vem dos

estudos de eventos, especialmente estudo de eventos em retornos diários. Assim,

esses estudos podem dar uma clara visão da velocidade de ajuste dos preços à

informação. A eficiência de mercado fundamenta-se em três hipóteses sobre a

racionalidade dos investidores. A primeira diz que todos os investidores são

racionais e, portanto, avaliam os títulos racionalmente. A segunda considera que

nem todos os investidores são racionais, o que significa dizer que suas negociações

com títulos são aleatórias e, portanto eliminam umas às outras sem alterar os preços

dos títulos. A terceira hipótese considera que os investidores são irracionais, mas

que a presença de arbitradores eliminaria a influência de tais investidores no preço

dos títulos.

Ainda segundo Fama (1991), um mercado eficiente pode ser definido como:

Um mercado onde haja um grande número de agentes racionais maximizadores de lucros competindo ativamente e tentando prever o valor futuro de mercado dos títulos individuais e onde informações importantes estejam disponíveis para todos os participantes a um custo próximo de zero. Em um mercado eficiente, a competição entre muitos participantes inteligentes conduz a uma situação onde, em qualquer momento no tempo, os preços reais dos ativos individuais já refletem os efeitos de informações, tanto com base em eventos que já tenham ocorrido no passado ou em eventos que o mercado espera que ocorram no futuro. Em outras palavras, em um mercado eficiente o preço de um ativo será uma boa estimativa do seu valor intrínseco em qualquer momento. , p.1575

Haugen diz que para que o mercado seja eficiente, é preciso que apresente as

seguintes características de acordo com (HAUGEN, 2001, p.580):

• Os preços dos ativos devem responder rapidamente e acuradamente à chegada

de nova informação relevante para a valoração;

• As mudanças em retornos esperados dos ativos de um período para outro devem

estar relacionadas somente a mudanças no nível da taxa de juros livre de risco e

a mudanças no nível do risco premium associado ao ativo;

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• Deve ser impossível, examinando as características de investimentos correntes,

discriminar entre investimentos lucrativos e não lucrativos no futuro (lucrativo no

sentido de se obter retornos maiores do que normalmente se esperaria, dado o

risco);

• Se separar investidores profissionais de investidores comuns, deve-se descobrir

que não há uma diferença significativa entre a performance média de

investimento dos dois grupos; além disso, as diferenças de performance de

investidores individuais dentro de um mesmo grupo devem ser insignificantes. Ou

seja, diferenças de performance intra ou extra grupos devem ser devidas ao

acaso, e não serem sistemáticas e permanentes. Pra ser verificada a eficiência do mercados Segunda Fama (1970) é preciso está

atento a três condições suficientes:

1) Inexistência de custos de transação nas negociações de títulos;

2) Todas as informações são disponibilizadas sem custos para todos os

participantes do mercado;

3) Concordância geral nas expectativas dos investidores quanto aos efeitos das

informações sobre os preços atuais das ações, assim como sobre suas distribuições

futuras.

Torna-se necessário deixar claro que tais condições são suficientes, ainda

que não necessárias. prova disso é que o modelo pode ser eficiente mesmo que

apenas um número parcial de investidores tenha acesso à informação.

Assim sendo, é possível afirmar que mercados eficientes correspondem de fato

que os preços dos títulos refletem a totalidade das informações disponíveis.

2.2 Por que e como Investir no Mercado de Capitais

De acordo com a BOVESPA (2009), a medida que cresce o nível de

poupança individual e a poupança das empresas (LUCRO) constituem a fonte

principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos são o

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motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com

conseqüente aumento da poupança e do investimento, assim por diante.9

Ainda segundo a BOVESPA as empresas, à medida que se expandem,

carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio de,

Empréstimos, Empréstimos, Participação de acionistas.

Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em um investimento: retorno, prazo e proteção. Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez e grau de risco. A rentabilidade está sempre diretamente relacionada ao risco. Cabe ao investidor definir o nível de risco que está disposto a correr em função de obter maior ou menor lucratividade. BOVESPA,(2009).10

Neste sentido vale seguir o conselho da edição de Novembro/2012 da revista

da APIMEC[2] (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do

Mercado de Capitais), órgão que há dois anos assumiu por credenciamento da CVM

a função de autoreguladora do mercado, Recomenda que: “Como a nova realidade

dos juros baixos analistas e gestores têm de sair da zona de conforto e encontrar

caminhos novos para remunerar bem os investimentos”.

Diante da situação crítica da economia do mundo desenvolvido, e das incertezas na economia nacional - na qual os juros caíram, mas o crescimento continua baixo com todos os incentivos que têm sido dados pelo governo para aquecer o PIB -, os modelos conhecidos de análise não estão funcionando, não estão dando as respostas, os analistas e gestores precisam sair da inércia, serem mais criativos Desde que começaram as grandes intervenções na economia, temos observado que a cada intervenção, menos os modelos conhecidos de análise funcionam.E em época de repressão financeira, em que o rendimento nos títulos de renda fixa está sendo corroído pela inflação, restou um grande desafio sobre as decisões de investimentos.Afinal, como migrar o capital para a bolsa de valores sem que os modelos de avaliação estejam funcionando de forma adequada?Se os modelos conhecidos de análise não estão funcionando e dando as respostas necessárias, que modelo então utilizar que forneça as estratégias de investimentos a seus clientes?.11

9 BOVESPA – http://www.bovespa.com.br – Acessado em 09/03/2013 10 IDEM. 11 IDEM.

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Dessa forma percebe-se que quanto maior é o desenvolvimento de uma

economia, maior é a atividade do seu mercado de capitais. Haja vista que o Mercado

de Capitais é um meio fundamental para captar recursos, sendo capaz de gerir o

desenvolvimento das empresas, criando novas oportunidades de empregos e

contribuindo para o progresso de um País, e também se constitui de uma importante

opção de investimento para pessoas e instituições.

2.3 Oferta e demanda

Segundo Vasconcellos (2002), a Lei da Oferta e Demanda é considerada

como um dos princípios básicos, quase um sinônimo, da teoria econômica A teoria

de oferta e demanda explica os preços e as quantidades dos bens transacionados

numa economia de mercado e as respetivas variações. Na teoria microeconômica

em particular, refere-se à determinação do preço e quantidade num mercado de

concorrência perfeita, que tem um papel fundamental na construção de modelos

para outras estruturas de mercado, como monopólio, oligopólio e competição

monopolística) e para outras abordagens teóricas. Quanto a Demanda de Mercado,

a mesma é definida pela quantidade de determinado bem ou serviço que os

consumidores desejam adquirir, num dado período. É considerada como um fluxo,

pois deve ser determinada em um certo período de tempo.

O desejo dos indivíduos determinará a magnitude da demanda e a produção

das empresas determinará a magnitude da oferta. O equilíbrio entre demanda e a

oferta será sempre atingido pela flutuação do preço.

A partir dela, é possível descrever o comportamento preponderante dos

consumidores na aquisição de bens e serviços em determinados períodos, em

função de quantidades e preços. Nos períodos em que a oferta de um determinado

produto excede muito à procura, seu preço tende a cair. Já em períodos nos quais a

demanda passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço.

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A teoria de oferta e demanda .Fonte VASCONCELLOS. 2002.

O modelo de oferta e demanda descreve com os preços variam de acordo

com o equilíbrio entre a disponibilidade e a procura. O gráfico mostra um aumento

na demanda de D1 para D2 e o consequente aumento no preço e na quantidade

necessário para se atingir um novo ponto de equilíbrio na curva de oferta (S).

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CAPÍTULO III

SÍNTESE DAS TEORIAS DE MERCADO

A função do mercado de capitais é promover a transferência dos recursos

eficientemente entre os poupadores ou quem empresta e os tomadores ou

produtores. Sabe-se que um mercado é eficiente em alocação quando os preços são

determinados de uma maneira que se igualam à taxa de retorno marginal (ajustada

para risco) de todos os produtores e poupadores. De acordo com Fama, em termos

geais:

O ideal é um mercado em que preços forneçam sinais precisos para alocação de recursos: isto é, um mercado em que empresas podem tomar decisões de produção-investimento, e investidores podem escolher entre os títulos que representam propriedade de empresas sob a suposição que preços de títulos em algum tempo “refletem totalmente” todas a informações disponíveis. Um mercado em que preços sempre “refletem totalmente” as informações disponíveis é chamado de “eficiente”. (FAMA, 1970).

A teoria dos mercados eficientes encontra-se imbricada em::

“Um mercado financeiro eficiente...é um mercado competitivo onde há plena distribuição de informações entre poupadores, investidores e intermediários financeiros de forma que os preços dos ativos financeiros refletem totalmente todas as informações relevantes” ou Um mercado financeiro eficiente...é um mercado competitivo onde há plena distribuição de informações entre poupadores, investidores e intermediários financeiros de forma que os preços dos ativos financeiros refletem totalmente todas as informações cujos custos marginais de obtenção sejam inferiores ao benefíciomarginal de utilizá-la” (FAMA, 1970).

3.1 Hipótese de mercado eficiente (HME)

Haugen (2001, p.580) aponta três formas distintas da Hipótese de Eficiência

de Mercado, são elas, Forma fraca da Hipótese de Eficiência de Mercado, Forma

semi-forte da Hipótese de Eficiência de Mercado e Forma forte da Hipótese de

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Eficiência de Mercado o autor ressalta que em cada uma delas, são assumidos

quais os tipos diferentes de informação estão refletidos nos preços dos ativos.

Fama (1970), também a ponta a operacionalização da eficiência está de

acordo com a informação disponível, classificando-se em três subtipos: eficiência

fraca, semi-forte e forte.

Fama (1970), explica ainda que;

O pressuposto fundamental dessa forma de eficiência é o de que os retornos esperados em condições de equilíbrio são formados a partir do conjunto de informações passadas. Ou seja, “(...) retornos anormais não podem ser obtidos baseados nas expectativas de que os preços passados são bons sinalizadores dos preçosfuturos.

Conforme pode ser percebido na figura abaixo:

(Hipótese de mercado eficiente (HME).HAUGEN, 2001)

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Haugen explica ainda que na Forma fraca da Hipótese de Eficiência de

Mercado:

Os preços das ações refletem toda a informação que pode estar contida no histórico passado de preços. Ou seja, se torna impossível predizer preços futuros baseando-se em análises de preços históricos, já que qualquer padrão reconhecido pelo mercado seria imediatamente precificado. Se se confirma a forma fraca de eficiência de mercado, significa que a análise técnica ou grafismo se torna inútil, uma vez que um grafista plota movimentos dos preços das ações no tempo. Toda informação que consta no gráfico já foi analisada por milhares de grafistas em todo lugar, e eles já agiram em cima do que encontraram, logo o preço da ação já se estabilizou em um nível que reflete toda a informação útil embutida nos preços históricos (Haugen, 2001. p. 575-576).

Haugen aponta a Forma semi-forte da Hipótese de Eficiência de Mercado

como toda:

A informação pública disponível está refletida nos preços dos ativos; isso inclui informação sobre as séries de preços das ações, balanços financeiros da empresa, os balanços de empresas competidoras, informações sobre a economia em geral e qualquer outra informação pública que seja relevante para a avaliação da empresa. Se se confirma a forma semi-forte de eficiência de mercado, significa que nenhum tipo de análise baseado em dados públicos será útil para se avaliar investimentos lucrativos e não lucrativos. Por exemplo, um balanço já foi analisado por milhares de analistas, e como eles já agiram em cima do que encontraram, logo o preço da ação já se estabilizou em um nível que reflete toda a informação útil contida em balanços (Haugen, 2001, p.575-576).

E por fim Haugen explica a Forma forte da Hipótese de Eficiência de

Mercado:

Seria o extremo da hipótese de eficiência de mercado; ou seja, toda a informação relevante está refletida no preço das ações, inclusive informações privadas ou confidenciais ou internas à empresa, assim como informações públicas. Sob essa forma, aqueles que adquirem a informação agem em cima dela, ou seja, compram ou vendem ações; logo suas ações refletem no preço e este rapidamente se ajusta para refletir a informação privada. Se se confirma a forma forte de eficiência de mercado, significa que um investidor profissional não tem valor de mercado, já que nenhuma forma de procurar ou processar

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informação produzirá consistentemente retornos superiores (Haugen, 2001, p.575-576).

As principais falhas da Hipótese dos Mercados Eficientes é perceber a

impossibilidade para os investidores obterem retornos maiores do que a média

esperada de equilíbrio do mercado por longos períodos de tempo ou seja, os erros

sistemáticos serão corrigidos pelo mercado:

1. Não é possível extrair informação dos erros do passado para tirar proveito de

movimento de preços no futuro;

2. Não é possível obter maior retorno do que o médio com informações públicas;

3. Finalmente, mesmo informações disponíveis apenas a

grupos privilegiados de investidores serão ncorporadas aos preços dos ativos.

Assim, entende-se por mercado de capitais eficiente como aquele onde o

preço da ação sempre reflete todas as informações disponíveis e é igual ao valor

justo ou valor intrínseco de mercado da empresa. A Hipótese de Eficiência de

Mercado sem dúvida uma das teorias mais conhecidas e mais polêmicas da

moderna teoria de finanças. Enquanto alguns pesquisadores e estudiosos a

defendem veementemente, outros a contradizem.

3.2 A eficiência do Mercado de Capitais na economia brasileira

Segundo o IBMEC no Brasil, o mercado financeiro em seu sentido restrito de

mercado de intermediação bancária ou de extensão de crédito experimentou nos

últimos anos um significativo crescimento. A relação crédito privado/PIB evoluiu de

pouco mais de 30% no início da década passada para cerca de 50% em Junho de

2012. O avanço é significativo mas o número ainda é pequeno quando confrontado

com os de outros países desenvolvidos como os Estados unidos, de 60 a 70% do

PIB, a Alemanha, cerca de 100% ou o Japão, na faixa de 200%.

A economia brasileira, como um todo, vem sofrendo ainda os efeitos da crise mundial e novos caminhos tem sido buscados para permitir ao Brasil se posicionar entre as economias que irão liderar o crescimento econômico mundial do Século XXI.

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Temos todas as condições para exercer esse papel mas teremos que reequacionar o binômio poupança-investimento.

Sem o aumento da formação de poupança de longo prazo não teremos como aumentar nossos investimentos de longo prazo. O Brasil precisa de mais poupança previdenciária em regime de acumulação que permita a seus trabalhadores participarem, através dos investimentos, dessa poupança, nos resultados desse novo ciclo de desenvolvimento.

O regime de concessões de serviços de infraestrutura, e o crescimento das empresas nacionais, desde as menores empresas, geradoras de inovação, às maiores empresas com grandes projetos de expansão, são oportunidades que se apresentam para esses investimentos via mercado de capitais.

O mercado de capitais brasileiro é hoje um dos mais bem regulados do mundo com produtos que atendem a todas as demandas de financiamento da economia nacional, além de mobilizar cerca de 75% da poupança financeira nacional. Mas, apesar disso, participa com apenas 11,5% do financiamento dos investimentos privados e de 18,3% do exigível financeiro das empresas. (IBMEC, 2013).12

Segundo o IBMEC, o ano de 2012 foi marcado pelo agravamento da crise

econômica e social mundial. Já não há mais como esconder os problemas, pois

estes deixaram a dimensão de um país do porte da Grécia e já tem tomado as

principais economias mundiais como a Itália e Espanha. Somam-se a isto o conflito

social e político no Oriente Médio, preocupações com o abismo fiscal nos Estados

Unidos, alta taxa de desemprego nas economias desenvolvidas, a forte

desaceleração econômica nos BRICS, entre tantos outros problemas.

Isto provocou uma empreitada global dos bancos centrais e políticos para estimular a economia e resgatar os mercados financeiros, comprometendo bilhões de dólares, euros, ienes, reais e outras moedas.

Medidas e mais medidas foram tomadas, desde o oferecimento de dinheiro farto e a juros baixos, redução de impostos, do preço de energia, dois afrouxamentos quantitativos, dois LiTROs, entre outras medidas.

12 IBMEC,Disponível em < http://ibmeclabrpmcom.com.br/> acesso em 01 abr 2013.

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Com tantas intervenções, qualquer um poderia pensar que estes tecnocratas bem sabem o que estão fazendo, certo?

Mas então por que, a despeito de todas essas ações, a crise continua a evoluir atingindo países maiores e mais importantes da economia mundial?

Dentro deste cenário, em que políticos e tecnocratas não apresentam renovações no repertório contra a crise, insistindo nas mesmas medidas que não estão resolvendo os problemas, o que esperar então deste ano de 2013?13

De acordo com o Valor Econômico S.A 2013. o volume negociado na

BM&FBovespa está estagnado desde 2008. O que é necessário para reverter este

quadro? Por que o investidor está alheio ao mercado acionário? Falta de novas

companhias? Rentabilidade pouco atraente da bolsa nos últimos anos?14

13 IBMEC,Disponível em < http://ibmeclabrpmcom.com.br/> acesso em 01 abr 2013. 14 Idem

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Fonte. Valor Econômico S.A. © 2000 – 2012

De acordo com as informações contidas no gráfico o volume financeiro da

bolsa brasileira negociado anualmente cresceu 24,5% desde a crise de 2008 de R$

1,2 trilhão para R$ 1,5 trilhão. Contudo se formos mais atentos, ajustando esses

números pelo IPCA do período, vemos que o volume em 2012 foi similar ao de 2008

— ao redor de R$ 1,5 trilhão.15

Com a queda do número de novas empresas abrindo o capital na bolsa (apenas 3 em 2012), têm surgido iniciativas como a do PAC-PME para trazer novas companhias para a bolsa. Essas ações são louváveis, pois a bolsa brasileira ainda é muito concentrada em poucos setores, como os de commodities e financeiro. Faltam alternativas em consumo e infraestrutura, por exemplo. Mas além de trazer novas empresas, os agentes de mercado têm de seduzir a pessoa física. Sem ela não haverá demanda para as novas ações, pois muitas dessas novas empresas terão liquidez reduzida, não atraindo investidores globais. Além disso, a bolsa com alta concentração de investidores estrangeiros, como ocorre hoje, tende a ser mais instável. Não é possível que tenhamos apenas 140 mil investidores ativos em um universo de declarantes do imposto de renda de 25 milhões. Diversas ações são necessárias. Uma delas é derrubar o mito de que o desempenho do Ibovespa representa a performance da bolsa. Novos indicadores precisam ser criados de forma a mitigar as deficiências do Ibovespa. Muitos investidores podem ter evitado o mercado acionário por ter considerá-lo pouco atrativo. Mas enquanto o Ibovespa se valorizou 7,4% em 2012, os fundos de ações carteira livre apresentaram retorno médio de 19%. Os bolsos desses cotistas sabem que a bolsa brasileira não é o Ibovespa. Mas e o resto dos investidores? Não resta alternativa a não ser a educação.16

Assim, o mercado de capitais torna-se uma ferramenta importante para a

consolidação do desenvolvimento econômico. Por ele circundam várias transações

estratégicas para acelerar o crescimento da economia.

3.3 ATeoria de Dow

15 IBMEC,Disponível em < http://ibmeclabrpmcom.com.br/> acesso em 01 abr 2013. 16 IBMEC,Disponível em < http://ibmeclabrpmcom.com.br/> acesso em 01 abr 2013.

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Formulada por Charles Henry Dow formulou em 188, a Teoria de Dow aborda

a movimentação dos preços de ações e fornece uma base técnica para sua análise

é conhecida como chartismo.

Os pontos básicos da Teoria de Dow são:

1. Os índices descontam tudo. Todos os possíveis fatores que afetam a cotação

dos preços dos ativos (ações) são descontados por esses índices que

consideram todas as notícias, resultados contábeis e financeiros, acidentes e etc.

2. Os mercados se movem em tendências. As tendências podem ser de alta ou

de baixa. Por sua vez, as tendências podem ser primárias, secundárias e

terciárias, segundo sua duração.

3. Princípio de confirmação. Para confirmar uma tendência é necessário que os

índices coincidam com a tendência.

4. Volume convergente. Quando o mercado for mudar a tendência, irá haver um

aumento expressivo volume nas negociações. Dow acreditava que volumes

menores eram apenas algum vendedor ou comprador agressivo, para mudar

uma tendência precisava que um bom volume o confirmasse. Enquanto não

houver um volume alto confirmando a mudança de tendência, vale a tendência

anterior.

5. Utiliza as cotações de fechamento para o cálculo das médias. Não leva em

conta os máximos e mínimos para o cálculo de seus índices.

6. A tendência é vigente até que seja substituída por outra oposta. Até que os

índices se confirmem, considera-se que a tendência antiga segue em vigor,

apesar dos sinais aparentes de mudança. Este princípio procura evitar a

prematura troca de posição (comprada ou vendida).

Dessa forma percebe-se que todas as informações do mercado são

descontadas no preço da ação, tão logo

uma notícia é divulgada o mercado de capitais já corrige o preço da

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ação. O preço reflete todas as expectativas do mercado, humores,

ganância e medo de todos no mercado. Isso define bem a briga eterna

entre compradores e vendedores.17

3.3.1 Intermediários financeiros

Segundo Pinheiro (2002, p. 62), o Banco Central “Pode ser considerado um

órgão intermediário entre o CMN e as demais instituições financeiras do País, cuja

finalidade é executar e fiscalizar o cumprimento de todas as normas criadas pelo

Conselho Monetário Nacional.”

Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil: I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional (Vetado) II - Executar os serviços do meio-circulante; III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condições por ele determinadas, podendo: (Incluído pela Lei nº 7.730, de 31.1.1989) a) adotar percentagens diferentes em função: 1. das regiões geoeconômicas; 2. das prioridades que atribuir às aplicações; 3. da natureza das instituições financeiras; b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros favorecidos e outras condições por ele fixadas. IV - Receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso anterior e, ainda, os depósitos voluntários à vista das instituições financeiras, nos termos do inciso III e § 2º do art. 19. (Renumerado com redação dada pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias e as referidas no Art. 4º, inciso XIV, letra " b ", e no § 4º do Art. 49 desta lei; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei;(Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas

17 Teoria de Dow - InvestEducar Cursos e Treinamentos de Finanças Pessoais, Bolsa de Valores, Investimentos e Finanças Corporativas Disponível em<: http://www.investeducar.com.br> acesso em 01 abri 2013.

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últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional; (Redação dada pelo Del nº 581, de 14/05/69) (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam: (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) a) funcionar no País; b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior; c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários; e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento; f) alterar seus estatutos. g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário. (Incluído pelo Del nº 2.321, de 25/02/87) XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) XIII - Determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem os cadastros das firmas que operam com suas agências há mais de um ano.(Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89).

Deste modo, o Banco Central uma entidade autárquica vinculada ao

Ministério da Fazenda, é o órgão máximo dos intermediários financeiros, sua função

é executiva, cabendo-lhe fazer cumprir as disposições que regulam o CMN e a

legislação vigente, assegurando a estabilidade do poder de compra da moeda.

O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Integram o CMN o Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central do Brasil. Dentre suas funções estão: adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;

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zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna eexterna. (www.bcb.gov.br, 2013, on-line)

Vale ressaltar que é por meio do Banco Central que o Estado atua

diretamente no sistema financeiro e indiretamente na economia nacional. Este órgão

atua regulando e fiscalizando todos os intermediários financeiros do Sistema

Financeiro Nacional, podem-se citar entre eles, os bancos múltiplos, bancos

comerciais, caixas econômicas entre outros.

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CONCLUSÃO

Face ao exposto pode-se comprovar que o mercado financeiro e de capitais é

regido por relações de confiança entre os seus participantes, as quais são

fundamentais para o desenvolvimento desse mercado. Nesse sentido, o regulador

estatal tem papel de extrema importância na regulamentação e normatização

dessas relações. Já que o mercado de capitais é considerado por alguns autores

uma ferramenta importante para a consolidação do desenvolvimento econômico e

por ele circundam várias transações estratégicas para acelerar o crescimento da

economia.

Pela bibliografia pesquisada ficou claro que a função do mercado de capitais

é promover a transferência dos recursos eficientemente entre os poupadores ou

quem empresta e os tomadores ou produtores, dessa forma ressalta-se que para

que um Mercado de Capital seja eficiente é necessário que sejam adotadas

práticas de divulgação e informações que permitam aos investidores e potenciais

investidores tomar decisões de compra, venda ou manutenção de posições a partir

do fornecimento de informações disponibilizadas simultaneamente para todos.

Torna-se necessário destacar que as principais falhas da Hipótese dos

Mercados Eficientes é perceber a impossibilidade para os investidores obterem

retornos maiores do que a média esperada de equilíbrio do mercado por longos

períodos de tempo ou seja, os erros sistemáticos serão corrigidos pelo mercado. Ou

seja, a Hipótese de Eficiência de Mercado sem dúvida uma das teorias mais

conhecidas e mais polêmicas da moderna teoria de finanças. Enquanto alguns

pesquisadores e estudiosos a defendem veementemente, outros a contradizem.

Em relação ao Mercado Brasileiro de acordo com a pesquisa realizada

conclui-se que o ano de 2012 no Brasil foi marcado pelo agravamento da crise

econômica e social mundial. Já não há mais como esconder os problemas, pois

estes deixaram a dimensão de um país do porte da Grécia e já tem tomado as

principais economias mundiais como a Itália e Espanha. Ainda assim houve

crescimento de mercados de capitais na economia do nosso país.m

er Por fim, percebe-se que quanto maior é o desenvolvimento de uma

economia, maior é a atividade do seu mercado de capitais. Haja vista que o Mercado

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de Capitais é um meio fundamental para captar recursos, sendo capaz de gerir o

desenvolvimento das empresas, criando novas oportunidades de empregos e

contribuindo para o progresso de um País, e também se constitui de uma importante

opção de investimento para pessoas e instituições.

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