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Ano I Número 2 Janeiro-Fevereiro-Março/2009 Distribuição Gratuita

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Ano INúmero 2Janeiro-Fevereiro-Março/2009

DistribuiçãoGratuita

Abrimos este editorial sabendo que devemos es-clarecimentos aos leitores que carinhosamente recep-cionaram a nossa primeira edição, em julho passado. Como estava estabelecido, as edições seriam trimes-trais. Porém, por um ótimo motivo atrasamos esta edi-ção que agora disponibilizamos. Estávamos trabalhan-do no livro “Aquapaisagismo Introdução ao Aquário Plantado” que acabou sendo lançado no dia 22 de no-vembro de 2008, no grande Encontro de Aquaristas de Bauru - SP. Fase superada, direcionamos a atenção à Revista e optamos por lançar agora para que possamos voltar aos meses escolhidos anteriormente: janeiro, abril, julho e outubro.

Em julho, lançamos a Revista durante o III En-contro de quaristas de Londrina e Região, um evento de sucesso devido à grande participação dos amigos

aquaristas de todas as regiões brasileiras. Foi um momento para ficar em nossas memórias. Nada como ouvir preciosas dicas de personalidades do aquarismo, como Rony Suzuki e Vladimir Simões.

Também aproveitamos para divulgar o resultado da primeira edição do Concurso Paranaense de Aquapai-sagismo, o CPA. Contamos com 56 trabalhos inscritos por 42 aquapaisagistas, que representam 12 cidades es-palhadas por todo o Estado. Distribuímos uma revista

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com as fotos de todos os aquários inscritos no concurso. Um diferencial no Brasil. Os trabalhos foram julgados por uma qualifi-cada equipe: Luiz Carlos Galarra-ga, André Luiz Longarço, Erival-do Casado e Reinaldo Uherara. Os comentários sobre as principais montagens podem ser visuali-zados no site da Aquabase. Já podem ir se preparando que este ano teremos novamente o concurso.

Não há como não estar com uma grande sensação de euforia, com tantos eventos importantes ocorrendo para en-grandecer e desenvolver nosso hobby. Emprestando as pala-vras do amigo Lorson, o André da Aquabase, o lançamento do livro do Rony e do Maurício é

um divisor de águas, um marco na história do aquarismo nacional. Quem ainda não o leu, não sabe o prazer que o espera. Quem já leu, com certeza voltará a ler por muitas vezes.

Um abraço da Equipe Aqualon.

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Foto: Roberto Tino

Foto: Roberto Tino

Foto: Roberto Tino

Foto: Roberto Tino

Foto: Roberto Tino

Foto: Americo Guazzelli

Foto: Americo Guazzelli

Esquerda pra direita: Mauricio-Aquamazon (Patrocinador), Americo Guazzelli (Campeão do CPA 2008), Rony Suzuki (Organizador) e

Jair-Aquática Brazil (Patrocinador)

Mauricio e Rony dando autógrafos no lançamento nacional do livro realizado em Bauru-SP

Troféus para os primeiroscolocados

Aquário vencedor do CPA 2008

Foto: Roberto Tino

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Localizado a uma distância de 38 Km de Belém, no Pará, o município de Santa Izabel sempre me chegou aos ouvidos como um lugar de numerosos e belos igarapés. Apesar de já ter visitado vários igarapés da região, eu ainda não havia tido a oportunidade de confirmar o que me era contado pelos ami-gos. Confesso que se já soubesse da beleza que me esperava no lugar, não teria demorado tanto a planejar uma expedição para lá.

Ao contrário da maioria dos igarapés que já visitamos na região, que têm água barrenta e com pouca ou nenhuma visibi-lidade ou até águas mais claras, porém, tingidas com o Tanino dos galhos e folhas secas submersas, Santa Izabel nos presen-teou com uma água límpida, cristalina e de coloração surpre-endentemente esverdeada.

O primeiro contato com a água é difícil, a temperatura oscila entre 24 e 25 ºC, mas depois se torna um alívio ao calor do Pará, que mesmo abrandado pela densa vegetação em torno do igarapé ainda é bastante forte.

Depois de ter o corpo já acostu-mado à temperatura, chega a hora de arriscar alguns mergulhos. Com o auxílio de uma máscara de mergulho pode-se ver o espetáculo submerso que a natureza nos proporciona. O que logo nos chama a atenção são os grandes cardumes de Bryconops spp. nadando rapidamente em meia água e

Expedição em

Santa Izabel - ParáTexto e Fotografia de Dennis Quaresma

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até a superfície, passando bem por baixo da vegetação, levamos a rede para fora da água para podermos ver o resultado. Um dos mais numerosos foram os Sarapós (Brachyhypopo-mus brevirostris), peixes bem parecidos com o Ituí Cavalo (Gymnotus albifrons), belíssi-mas copeínas (Copella cf. metae) com um tom azulado bem definido e Nannostomus beckfordi mostrando uma bela coloração vermelha, além de Apistogrammas spp. e alguns Killifishes.

Mas a surpresa mesmo veio com os inver-tebrados. Coletamos uma espécie de camarão fantasma diferente das que usualmente en-

contramos e que chegam até a 5 cm. Esta espécie tem tamanho adulto muito menor, aproximadamente 2 cm, o que pôde ser con-firmado com a coleta de fêmeas adultas e ovadas, nesse tamanho. As fotos mostradas aqui já são de

não o soltar, confirmando a voracidade desse peixe que só desistiu da já atordoada presa quando o pegamos na mão para ser fotografa-do. No momento não se pode observar perfei-tamente os detalhes do ani-mal, mas depois de ver as fotos ficamos muito admirados com a be-

leza dos olhos desse peixe. Um verde bem claro seguido de um fino anel vermelho e o círculo interno negro. Os olhos mais interessantes que eu já vi em peixes.

Hora de sair das partes mais abertas e coletar nas partes mais fecha-das e menos convidativas do Igarapé. Fazer o quê, se é sempre lá que estão alguns dos peixes mais interessantes?

Entramos num trecho bem estreito e com água na altura da cintura. As Ninféias são muito mais abundantes e por isso há uma dificuldade maior em passar a rede. Com al-gum esforço e levando a rede desde o fundo

principalmente nos trechos mais profundos do igarapé, o que dificulta a coleta de exem-plares da espécie.

Seguindo um pouco mais para as margens, em trechos mais rasos e sombreados pelas folhas das Ninféias se fazem mais abundan-tes os cardumes de Hyphessobrycon hete-rorhabdus. Vez ou outra alguns Apistogram-mas e indivíduos solitários ou em pequenos cardumes de outro peixe muito comum por aqui, o Satanoperca jurupari.

O visual é de tirar o fôlego. Ver os cardu-mes nadando em meio às Ninféias com os feixes de luz entrando na água é uma expe-riência incrível. O que dizer então de ter a sorte de ver o momento exato de um peixe predador caçando sua presa?

Tivemos o privilégio de ver, já fora da água, porém, numa parte bem rasa do iga-rapé, uma Traíra (Hoplias cf. malabaricus) caçar e abocanhar um Apistogramma e mes-mo depois de ser capturada pela nossa rede

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Copella cf. metae

Camarão Fantasma

Hoplias cf. brasiliensis

Bryconops spp.

alguns exemplares em aquário.O dia vai terminando e o cansaço co-

meça a chegar, porém, junto com ele, a mesma sensação que vem sempre depois de um dia de expedição: o sentimento de que fomos mais uma vez presenteados pela natureza com um lugar belíssimo e com uma diversidade tão abundante que nos proporciona uma imensa satisfação de estar onde estamos e de poder usufruir disso tudo. Sempre com res-peito à vida e tentando causar o mínimo impacto possível, para que nossos filhos e netos possam ter novamente essa sensação, que só um verdadeiro aquarista pode sentir.

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Revista Aqualon8 Revista Aqualon

Imagine-se em um ambiente reconfortante e acolhedor, após um longo dia de trabalho. Você começa a se tornar parte desse lugar quando sua audição se volta apenas para o som de movimentação de água. Ao abrir os olhos na quase penumbra o único foco que te atrai revela magníficas criaturas aquáticas se locomovendo de um lado a outro. Você olha para o lado e a cena se repete, diferenciando-se apenas pelos formatos e cores dos seres ali presentes, e o sentimento de paz se torna cada vez mais presente em sua alma.

Não, não é nenhum conto ou trecho de li-vro de Auto-ajuda, trata-se da sala de estar do nosso amigo Leonardo Abreu de Almeida, aquarista e Engenheiro Civil em Vitória-ES. Um sonho antigo que virou um projeto que foi ganhando forma com o tempo e hoje se transformou em uma das grandes atrações da

Internet, para os aquaristas e amantes da natureza. Ao ser construído junto com a casa, acabou se tornando parte importante dela e proporcio-nando condições para ade-quações técnicas e aprimo-ramento, seguindo o imenso bom gosto do idealizador.

O projeto inicial contava com um lago/aquário com aproximadamente 14000 litros, dividido para receber três grupos de peixes.

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O primeiro com Ciclídeos, Barbus, Tetras, Labeos, Botias, etc. Na seqüência, teria pre-dadores como Arraias, Aruanãs, Óscares, Pirararas e Tucunarés e, finalmente, cairia em volta de um Bangalô com Kinguios e Carpas.

Filtragens Dry Wet, Areia Fluidi-zada, UV e mecânica interna.

Foi chamado de lago/aquário por ser externo, como um lago, e permi-tir, através de vidros, sua visualiza-ção pelo lado interno da casa, mais precisamente, da sala. Foram utiliza-dos 4 vidros de 12 mm e tamanho de 200 cm por 70 cm. Estes foram embutidos na parede de alvenaria onde havia cortes no reboco, apoiados em uma estrutura de concreto, lo-cal que recebeu pintura epóxi para permitir aderência, e colados com silicone industrial. O reboco serviu apenas para melhorar a ve-dação e permitir o encaixe dos vidros. Uma manta asfáltica foi utilizada para cobrir as paredes.

Para que pu-desse se mudar para a nova casa no mesmo mo-mento que os peixes, Leo ati-vou o sistema de filtragem pre-viamente para a instalação da

colônia de bactérias nitrificantes.Em 23 de setembro de 2005, Leonardo postou

no Forumaquario o seu projeto, visando colher opiniões que auxiliassem seu trabalho e pesqui-sa, além de nos possibilitar acompanhar todo o desenvolvimento em suas diversas fases.

A casa possui filtragem mecânica com o ar-mazenamento da água de chuva para fins diver-sos, inclusive reposição no aquário/lago.

Outra atitude ecologicamente correta foi a in-trodução de diversas plantas, tanto no jardim, quanto no aquário, o que acabou gerando um ambiente apropriado para a vida aquática ali presente. Foram utilizados no substrato terra, húmus, cascalho fino e cascalho grosso, sendo que as plantas maiores, como papiros e outras que se alastram muito, foram isoladas com plástico ou em vasos.

No dia 01 de março de 2006, Leo divulgou a conclusão do projeto. Enfim, o sonho se reali-

zava. Os primeiros peixes já desfilavam pela linda “passarela” concluída.

Se é que podemos chamar de problemas, os únicos que ocorreram foi o pH alcalino, que acabou estabilizando em 7,0/7,4, e algumas algas que surgiram na parte dois, que recebe mais sol, local que recebeu mais plantas de su-perfície para sombreamento natural. No mais, tudo saiu como o planejado.

O filtro UV foi utilizado por três meses e meio por causa de uma explosão inicial de al-gas, não sendo mais usado após este período. Após a retirada dos filtros mecânicos, a filtra-gem acabou ficando com 1 bomba de 10.000l/h ligada 24 horas por dia, movimentando a água para passar pelos dois filtros Dry Wet de 200l e pelo super filtro de areia fluidizada, com aguapés. Os aguapés foram retirados porque no momento da limpeza eles soltavam na água a sujeira que haviam retido com o tempo. Não foi necessário o uso de aquecedor no início em virtude do calor típico da cidade, mas, após

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um bom tempo de análise, a opção foi a instala-ção de um aquecedor que era acionado quando a temperatura caia para 21 ºC. Hoje o aqueci-mento mantém a água acima de 25 ºC devido à inserção de alguns discos. As sifonagens eram trimestrais na parte dois e não são mais utiliza-das, a sujeira se degrada, bóia e é captada pela superfície. As trocas são bimestrais de 25 % do volume total, com água de chuva armazenada e através de registros já instalados abaixo do substrato. Com menos de dez minutos o aquário coloca 30% do seu volume para fora. Depois é só abrir o registro da água de chuva. Essas trocas são feitas alguns dias após uma boa chuva, pois a sujeira está bem decantada e a água de ótima qualidade. Isso em época de chuvas, pois essa manutenção pode acabar es-perando por até 5 meses, dependendo da coleta de água. Leo acredita que seu maior acerto foi ter inves-tido bem na filtragem biológica, gerando grande estabilidade ao sistema. “Parece que meu subs-trato está vivo. Nada se acumula, é muita força biológica. Para se ter uma idéia, meus dry wets viraram verdadeiros minhocários. Estas se ali-mentam, reprodu-zem muito. Ainda viram uma ótima refeição”. Atualmente a fauna e flora se encontram assim:

Fauna da primeira parte:Labeos (todos), Botias (Azul, Skunk e Ma-cracantha) Discos (Selvagens, Red Turquesa e Snake Skin), Mato grosso, Melanoteanias (quase todas), Barbus Sumatranus, B. Arulius, B. Conchonius, Titéia, Tetra Foguinho, Cas-cudos Leopardo, L-1 e outros, Comedores-de-alga-chineses amarelos e marrons, Synodontis, Acará-jóia, Kribenses, Apistogramas, Severum Gold, Cruzeiros, Bala-shark, alguns tetras cap-turados, etc.Flora:Valisnérias, Sombrinhas-chinesas, Amazonen-ses, Anúbias, Microsoruns, Samambaias que descem suas folhas para dentro da água, entre outras não identificadas.

Fauna da segunda parte:Midas, Red-Flowerhorn, Papagaio, Jack Dempsey, Pangassius comuns, Pangassius Hi-fin, Aruanã, Arraia Motoro, Óscares (Al-binos, Tigre, Red-Tiger), Geophagus Surina-mense, Geophagus Brasiliense, Paratilapia Poleni, Comedor-de-algas-chinês de quase 25 cm, Catfishes Albinos, Lepisosteus, Tamba-qui 50 cm, Tamboatá, Jacundá Red-Tapajós, Jaguar, vários Cascudos Tigres, L-1 e outros não identificados.Flora:Ninféias, Papiros, Sombrinha-Chinesa, Mus-go-de-java, Petecas, Valisnérias.

Fauna da Terceira parte:Nishikigoi, Kinguios, tartarugas Tigre d’água, uns 10 casais de Guppys (recente-mente introduzidos), Barbos Schwanefeldi retirados da parte 2, Tamboatá, Cascudos e milhões de Melanoteanias, que se repro-duzem na parte 1 e os filhotes aparecem na parte 3. Flora:Lírio-da-paz. Vários, bem grandes, somen-te com as folhas quase todas para fora.

Etapa concluída, Leo agora está se dedi-cando a um novo desafio: um aquário ma-rinho de Anjos e Corais. 1000L com corais SPS e LPS e peixes Imperator, Centropige Bicolor, Centropige, Coral Beauty, e ou-tros que virão.

Este relacionamento com a natureza que pessoas como ele têm, sempre querendo propiciar condições de apreciar a evolução da vida dentro do nosso hobby, é digno de reverência. O aquarismo agradece!

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Nome Popular: Jordanela Família: Cyprinodontidae Origem: América do Norte. Flórida, Estados Unidos.Tamanho: Aproximadamente 6 cm.Comportamento: Nadam na parte intermediária e fundo do aquário.Sociabilidade: Preferem viver aos pares ou um macho para várias fême-as.Agressividade: Pacífico com outras espécies. Somente na época da repro-dução torna-se um pouco agressivo. O macho costuma formar territórios, não deixando nenhum outro macho da mesma espécie se aproximar.

Nome Popular: Dojô, Cobrinha.Família: CobitidaeOrigem: ÁsiaTamanho: Aproximadamente 25 cm.Comportamento: Gostam de nadar na parte inferior do aquário, inclusive se enterrando no substrato.Sociabilidade: Preferem viver em grupos, mas não formam cardumes.Agressividade: Peixe pacífico.Manutenção: Fácil. Ideal para ini-ciantes. Pelo fato de gostar de se enterrar, não coloque cascalho que possuem arestas retas, pois elas irão machucar o peixe. Deixe o aquário sempre bem tampado, pois ele tem o péssimo hábito de pular fora do aquá-rio.

Manutenção: Aquário com muitas plantas para que possam se esconder.Temperatura: 18 a 24 °C pH: 7 a 7,5Alimentação: Variada, desde rações industrializadas até alimentação viva. Forneça alimento à base de vegetais.Dimorfismo sexual: Os machos são mais coloridos. A fêmea possui uma mancha negra no final da nadadeira dorsal.Método de reprodução: Ovíparos. A reprodução é fácil de ser obtida. Desovam entre as plantas próximas ao substrato. Após a desova, retire a fêmea. O macho protege os ovos que

eclodem cerca de 7 a 10 dias após a desova.

Temperatura: 5 a 25 °CpH: 6,6 a 7,6Alimentação: Variada, desde rações industrializadas até alimentação viva. Só se alimenta no fundo.Dimorfismo sexual: Os machos pos-suem nadadeiras peitorais maiores. Método de reprodução: Difícil de reproduzir em aquários. Na natureza eles costumam desovar em lugares la-macentos quando o nível da água sobe durante a época das cheias. O macho irá se entrelaçar na fêmea, estimulan-do-a a liberar os ovos e ao mesmo tempo o ele libera o esperma fecun-dando os ovos que ficam no substrato. Os pais não cuidam da desova.

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Nome Popular: Many-banded shell-dweller, Multie.Família: CichlidaeOrigem: África. Endêmico do lago Tanganika.Tamanho: Aproximadamente 4 cm.Comportamento: Nadam na parte inferior do aquário. Nunca saindo de perto das conchas.Sociabilidade: Gostam de viver em grandes colônias, mas cada par pos-sui sua própria concha.Agressividade: Pacíficos.Manutenção: Não é aconselhado co-locar juntos a espécies de grande por-te. Não é necessário aquários grandes, pois essa espécie não se aventura a ir longe da proteção das conchas.

Temperatura: 24 a 26 °CpH: 8Alimentação: VariadaDimorfismo sexual: Difícil distinguir. Quando adultos, os machos são maio-res.Método de reprodução: Os pais de-sovam no interior da concha, poucos ovos, cerca de 6 a 9. Não será neces-sário separar os pais, pois eles não comem a cria, inclusive chegam a desovar novamente antes mesmo dos filhotes da primeira leva se tornarem adultos, formando uma outra geração que vive perfeitamente em harmonia com as demais.

Família: HydrocharitaceaeOrigem: ÁsiaHábito: Submersa fixaTamanho: 10 a 30 cm de alturaTemperatura: 20 a 28 °CIluminação: Moderada a intensapH: 6 a 8Manutenção: MédioCrescimento: Rápido sob iluminação moderada.Propagação: Sua reprodução se dá atra-vés do corte e replantio do ramo.Plantio: Parte intermediária do aquá-rio. Como é uma planta bem volumosa, aconselho plantá-la em ramos indivi-duais com espaçamento de 5 cm entre eles.

Família: LythraceaeOrigem: ÁsiaHábito: Aquática emergenteTamanho: 40 a 60 cm de alturaTemperatura: 18 a 30 °CIluminação: Moderada a intensapH: 5 a 8Manutenção: FácilCrescimento: RápidoPropagação: Se reproduz através do corte e replantio do ramo.Plantio: Planta para área intermediária e fundo do aquário. Melhor se plantada em molhos com 3 ramos e espaçamento de uns 3 cm.

Planta muito bonita e versátil, ideal para a área de transição entre a frente e a parte de trás do aquário, onde formam moitas espetaculares. Com uma iluminação intensa ela tende a ficar com uma coloração acastanhada e o seu crescimento fica mais lento, já sob uma iluminação mais moderada, seu crescimento é rápido e fica com uma colora-ção verde, bonita e vistosa. Quando começa a soltar a haste floral para a superfície, a muda se enfraquece, muitas vezes pode-se perdê-la por este motivo. A haste floral só consegue alcançar a superfície em aquários bem baixos e, mesmo assim, com muita dificuldade. Deve-se arrancar essas hastes.

A Rotala rotundifolia é uma das melhores plantas para fundo. Quando bem podada, for-ma uma moita compacta e atraente. Também pode ser usada como planta intermediária, para isso, bastam podas com mais freqüência. Pelo seu porte, serve para aquários de di-versos tamanhos, desde os de pequeno até os de grande porte. Planta que não necessita de cuidados especiais. Sob forte iluminação pode adquirir uma tonalidade rosada muito atraente. Planta fácil e ideal para iniciantes.

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O layout é a materialização da proposta que temos para todos os elementos que irão compor o aquário plantado, a disposição física. Para tanto, é necessário o esboço visual de um pro-jeto que temos em mente. Isto serve para mos-trar como deve ou pode ser a distribuição de diversos itens que irão compor o produto final do projeto. Como nosso objetivo é descobrir a melhor maneira que poderemos alocar estes elementos, buscando harmonia, podemos efe-tuar alterações a qualquer momento, evitando maiores intervenções no projeto final. É após a definição do layout que decidiremos qual o tamanho do display que irá conter a montagem. No aquapaisagismo ele pode ser esboçado atra-

vés de computação gráfica, riscos em um pa-pel ou apenas na imaginação. Muitos acreditam que para isso é necessário apenas a inspiração e o dom natural. É claro que isto pode diferenciar e destacar alguns poucos aquapaisagistas, mas a busca pelo co-nhecimento através de leituras e observações, apoiada na dedicação, pode transformar qual-quer aquarista num aquapaisagista de bom nível. Há o costume de se elogiar e admirar belas montagens e pensar que isto seria impossível para nós. Este conformismo impede a evolu-ção. Devemos elogiar, admirar, mas, acima de tudo, analisar. Por que aquela montagem é tão

bela? Quais elementos se destacam? Qual o posicionamento das plantas? Que parte cha-ma mais a atenção? Estas respostas nos servi-rão como guia para futuras montagens. É possível analisar um plantado de 2 metros e usá-lo como base para um cubo de 30 cm. Isto pode parecer estranho, mas basta esco-lher uma determinada área do “gigante” e, a partir dela, executar o projeto no cubo. É só utilizar aquela parte que mais nos agradou. Dispomos de uma infinidade de exemplos de montagens em fotos espalhadas pela In-ternet, todas à espera de olhos curiosos que possam desvendar seus segredos e técnicas utilizadas.

tura, por exemplo. Para aplicar em aquários, devemos vê-lo como o retângulo que é, dividindo-o em duas partes. Basta dividir seu comprimento por 1,618 e traçar um risco neste local. Está identi-ficado o primeiro ponto de ouro. Nesta divisão podemos deixar a parte maior do lado esquer-do ou do direito, dependendo do nosso projeto. A partir deste ponto ainda podemos continu-ar com a proporção e determinar diversos lo-cais que deveremos utilizar na elaboração do

layout. Podemos criar belas montagens mesmo utilizando esquemas de layouts mais comuns. Estes são parâmetros que seguimos no momen-to de distribuir os elementos pelo aquário. Temos o layout triangular, onde dispomos as plantas, pedras e troncos no aquário, seguindo o desnível formado por essa figura geométrica. Existe a montagem seguindo o formato da letra “U”, que consiste em plantar os dois lados do aquário, deixando um espaço vago, preferen-cialmente no ponto de ouro. Também podemos elaborar nossos projetos com base no layout

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Devemos ter em mente que em concursos não só o layout é analisado pelos juízes. Outros itens são considerados, como a saúde das plantas, entre outros. Por este motivo pode-mos encontrar um trabalho que agrade mais aos nossos olhos, em colocação inferior a outros. Outro caminho para chegar ao tão preten-dido layout é a observação da natureza. Exis-tem incontáveis lugares naturais que podem ser utilizados como base ou ponto de partida para nossos projetos. Basta observar bem. Se não puder ser ao vivo, podemos, novamente, nos servir das fotos disponíveis na net. Não é da noite para o dia que faremos isso. É preci-so estudar o exemplo até conseguir imaginar os elementos que serão necessários para esta reprodução. Por este motivo, é interessante co-nhecer vários tipos de plantas para facilitar a visualização do layout. Como é através dos nossos olhos que capta-mos as informações para decidir qual imagem nos agrada, faz-se necessário conhecer uma técnica que consiste em dispor elementos em pontos estratégicos que são identificados por nosso cérebro como harmoniosos. É a “Propor-ção Áurea” ou “Ponto de Ouro”. Esta propor-ção foi descoberta a partir de uma seqüência de números criada por Fibonacci (Leonardo Pisano, 1170-1250) e pode ser comprovada na natureza, nos animais e até mesmo em nossas mãos, orelhas e demais partes do corpo. É utili-zada na construção de instrumentos e na pin

em forma de “ilha”. Neste, o hardscape e as plantas ficam centralizados, deixando um es-paço livre ao seu redor, que poderá ser ocupa-do por plantas que formem carpetes.

mente aquáticas. Existem muitas fichas dessas plantas que nos fornecerão todos os dados que precisamos ter para utilizá-las. Isto é importan-tíssimo para a correta disposição das mesmas no layout, visto que não devemos colocar uma planta de fundo na frente do aquário. A seqüen-cia normal a ser seguida é a frente do display ser composta por plantas baixas que formam carpetes e que serão escolhidas considerando o tamanho da montagem. Depois, as plantas de meio e, por fim, as mais altas. *Em aquários baixos podemos optar por utilizar plantas de meio na parte traseira sem perder a harmonia, mas corre-se o risco de um juiz de concurso de aquapaisagismo não ter a mesma sensibilida-de e criticar a utilização da planta fora da área adequada.

Lifescape: Encontrei este termo na Internet e achei que combinaria com os anteriores. Este designa os habitantes do aquário plantado. Em sua maioria, os peixes. Ao contrário do que costumamos fazer no aquarismo, onde monta-mos o aquário para uma determinada espécie

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Nossas montagens serão compostas por di-versos elementos, alguns imprescindíveis, ou-tros opcionais. Temos o hardscape, softscape e o lifescape.

Hardscape: Raízes, ramos e troncos de árvo-res, pedras e outros elementos que a criativida-de possa buscar. As pedras deverão ser neutras para que não interfiram nos parâmetros e qua-lidade da água. Buscam-se aquelas que apre-sentam faces irregulares e cores que melhor integrem o layout pretendido. O tamanho delas deverá ser proporcional ao tamanho do aquário e a disposição se dará de forma que se crie uma harmonia entre elas. A madeira a ser utilizada deve ser tratada para evitar “colorir” a água do aquário ou acidificá-la em demasia. Opta-se por troncos de aroeira e outras que sejam bem duras, secas e escuras. Outras opções podem ser utilizadas, desde que não se dispense o tra-tamento necessário.

Softscape: Seriam as plantas que podem viver em forma subsmersa, palustres ou verdadeira-

de peixes que desejamos manter, no aquapai-sagismo deixamos a escolha dos habitantes para o final. Estes não deverão ser em quan-tidade e tamanho que possam poluir visual-mente a montagem.

Trata-se de um item que também é analisa-do pelos juizes de concursos, onde verificam se estão compondo o layout harmoniosamen-te, em tamanho, cores e características da es-pécie. Peixes cardumeiros são mais interes-santes por viverem em grupo e conferir um ar de naturalidade, sendo preferíveis aqueles que nadam em school, ou seja, que nadam agrupados. Até mesmo o ponto em que estão localizados no momento da foto influencia no resultado de todo o conjunto.

Com base nestas informações podemos iniciar nosso processo criativo e liberar a criatividade. Ainda que o primeiro projeto não satisfaça completamente nosso objetivo, devemos continuar seguindo este caminho, pois será através das tentativas e erros que chegaremos aos acertos, que serão recom-pensadores.

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Quem nunca viu ou ouviu falar em Killifi-shes e sabe um pouco de inglês logo traduz o nome como “peixe matador” ou “matador de peixes”, tendo uma falsa impressão de que são peixes agressivos. Na verdade a palavra killi-fish vem do Holandês antigo do início da co-lonização dos Estados Unidos, onde os primei-ros habitantes chamavam peixinhos pequenos em geral de “peixes de poça”, ou “peixes de riachos”, que na linguagem deles era Killifish. Assim, a tradução correta da palavra é peixe de poça ou de pequenos riachos.

Os killis, sem dúvida, são alguns dos mais belos e coloridos peixes de água doce e têm uma enorme variedade de formas.

Seu tamanho varia de três até os vinte cen-tímetros e estão distribuídos pelas América e África, principalmente, mas também ocorrem na Ásia e Europa, em menor número. Até o momento não foram descritos na Oceania.

As espécies chamadas Killifishes estão super adaptadas aos mais variados nichos ecológicos e a viver e se reproduzir em condições extre-mas onde outras espécies não sobreviveriam nem por alguns minutos. Por essa resistência a ambientes extremos, em alguns locais são o único tipo de peixe existente.

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Há três tipos principais de ambientes aquá-ticos onde se encontram: os permanentes, os semipermanentes e os temporários ou anuais.

Ambientes permanentes são riachos em meio a florestas com água mole, ácida e com matéria vegetal em decomposição que lhes dão uma cor de chá. Nesses ambientes podemos encontrar, na África, os Aphyosemion e Epy-platis. Nas Américas, os Rivulus.

Os peixes de riachos geralmente têm, como os demais Killis, cores brilhantes e desovam nas raízes ou pequenas folhas de plantas aquá-ticas. Normalmente a incubação leva de quinze a vinte e cinco dias.

Ambientes semipermanentes são riachos ou pequenos lagos que em época deseca dimi-nuem muito o volume de suas águas, chegando

eventualmente a ficar apenas com umidade no solo. Nesses ambientes pode-se encontrar, na África, os Fundulopanchax, que desovam em raízes, de prefe-rência junto ao fundo. Têm um período de incubação de vinte dias até cerca de quatro meses, dependendo das condições, pois na natureza esperaram a época propícia para nascer e se desen-volverem.

Ambientes anuais são aque-les que anualmente passam por um período de seca, geralmen-te desaparecendo toda a água. É nessas condições adversas que a natureza usou toda sua sabedoria para criar formas de vida capazes de suportar tais condições. No período das chuvas, quando os pequenos lagos se enchem, os ovos dos killis anuais incubados em meio ao substrato do fundo eclodem emquestão de horas, jun-

tamente com o surgimento de pequenos or-ganismos unicelulares que se alimentam das plantas e outros materiais que começam a se decompor. À medida que crescem, começam a se alimentar das larvas de mosquitos que tam-bém desovam nessas poças, desempenhando assim o papel de controlador natural das po-pulações desses insetos. Têm um desenvolvi-mento acelerado e em quatro a seis semanas já estão adultos e aptos à reprodução. Logo que atingem a maturidade sexual já estão a depo-sitar seus ovos no fundo da poça, pois logo vem a seca e os peixes adultos morrem. No entanto, a nova geração já está preservada no substrato do lago, onde ficam de dois até nove meses esperando a próxima estação chuvosa para darem continuação a este fantástico ciclo

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da vida. Os peixes desse grupo, além dessa fantás-tica estratégia de sobrevi-vência, são extremamente coloridos. Na África temos os Nothobranchius e nas Américas as Cynolebias, Simpsonichthys, Pterole-bias, Pituna, Nematole-bias, entre outros. Em al-gumas regiões do Brasil os killis são conhecidos como peixes das nuvens, pois, como eles aparecem em poças que ficaram secas por meses a fio, a população acha que eles vêm juntos com as gotas das chuvas.

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ERRATAPor um erro de digitação, na edição nº 1 da Revista Aqualon, citamos na pági-na 9, no artigo O aquário plantado, “As plantas necessitam, ainda, de luz ade-quada pra que, durante a fotossíntesse, possam transformar o t em açúcares(...)”, sendo o correto substituir o “t” por CO2.

Seja um aquarista consciente:* Não solte peixes, plantas ou qualquer outro ani-mal aquático nos rios ou lagos. A soltura desses animais pode causar impactos ambientais muito sérios, prejudicando fauna e flora nativa!

* Não superalimente os seus peixes, pois o ex-cesso de alimento pode poluir a água do seu aquário.

* Não compre rações vendidas em saquinhos plásticos transparentes. A luz retira todas as vi-taminas e proteínas da ração. Estas também não possuem prazo de validade. Procure comprar ra-ções de boa qualidade que você notará a diferen-ça na saúde de seus animais.

* Não Superpovoe o aquário, pois o excesso de peixes debilitará todo o sistema de filtragem do aquário, podendo levar seus peixes à morte.

* Não compre peixes que estejam em aquários que tenham peixes doentes ou mortos. Eles po-dem transmitir doenças para todos os peixes que você já possui em seu aquário.

* Não compre peixes por impulso. Pesquise antes a respeito da espécie. Muitas podem ser incom-patíveis com o seu aquário, seja por agressivida-de, parâmetros da água ou tamanho do aquário.

* Não coloque juntas espécies de peixes de pH diferentes. Certamente uma delas será prejudica-da, podendo adquirir doenças e contaminar todo o restante.

* Não inicie o hobby se não estiver disposto a dis-pensar os cuidados básicos que os peixes exigem. Com pouco tempo de dedicação obterá sucesso e isto se transformará em lazer.

* Seja observador. É preciso conhecer o comporta-mento dos habitantes de seu aquário para se ante-cipar aos problemas que possam surgir.

* Lembre-se: Peixes são seres vivos e não merca-dorias que podem ser descartadas a qualquer mo-mento. Preserve a vida!

* Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos usar a internet como uma forte aliada para alcan-çar um aquarismo saudável e consciente. Temos vários sites/fóruns que pregam a prática correta do aquarismo. Citaremos apenas alguns dos mais confiáveis, em ordem alfabética:

www.aquahobby.comwww.aquaonline.com.brwww.forumaquario.com.br

EXPEDIENTE:

Revista Aqualon é uma publicação da Aqualon - Aqua-rismo em Londrina. Com distribuição gratuita, visa di-vulgar o aquarismo em todos os seus segmentos, desde os aquários propriamente ditos até os aspectos ecológi-cos que o hobby abrange.

Editor: Rony SuzukiCoordenação: Americo Guazzelli Rony SuzukiProjeto gráfico e diagramação: Evandro Romero Rony SuzukiPeriodicidade: TrimestralTiragem: 2000 exemplaresRevisão: Americo GuazzelliFotografia: Rony SuzukiColaboraram nessa edição: Americo Guazzelli Dennis Quaresma Gleidson Magno Leonardo Abreu Rony Suzuki

Para anunciar na revista: [email protected] (43) 3026 3273 - Rony Suzuki Colaborações e sugestões: Somente através do e-mail: [email protected]

As matérias aqui publicadas são de inteira responsa-bilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião da Revista Aqualon. Não publicamos artigos pagos, apenas os cedidos gratuitamente para desenvol-ver o aquarismo.

Permite-se a reprodução parcial ou total dos artigos e outros materiais divulgados na revista desde que seja solicitada sua utilização e mencionada a fonte.

A Revista Aqualon, poderá ser baixada gratuitamente em arquivo PDF pela internet através dos sites:

www.aquahobby.comwww.aquamazon.com.brwww.aquaonline.com.brwww.forumaquario.com.brwww.xylema.net/