faculdade sudoeste paulista fsp ice instituiÇÃo...

33
FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO CHADDAD DE ENSINO S/C LTDA ESTELA DE SOUZA BONINI TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO (IUE) ITAPETININGA- SP 2018

Upload: others

Post on 05-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA – FSP

ICE – INSTITUIÇÃO CHADDAD DE ENSINO S/C LTDA

ESTELA DE SOUZA BONINI

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA

URINÁRIA DE ESFORÇO (IUE)

ITAPETININGA- SP

2018

Page 2: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

ESTELA DE SOUZA BONINI

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA

URINÁRIA DE ESFORÇO (IUE)

Orientadora: Profa. Dra. Aline de Oliveira Netto Alves

ITAPETININGA – SP

2018

Trabalho de conclusão de curso

apresentado à Faculdade Sudoeste

Paulista– FSP unidade Itapetininga,

ao curso de Graduação em

Fisioterapia como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel

em Fisioterapia.

Page 3: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

BONINI, Estela de Souza

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM MULHERES COM

INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO (IUE) /Estela de Souza

Bonini – Itapetininga, 2018.

Monografia (Graduação) – FSP- Faculdade Sudoeste Paulista-

Fisioterapia

Orientador (a): Aline de Oliveira Netto Alves

1.Tratamento 2. Incontinência urinária de esforço 3. Fisioterapia

Page 4: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

ESTELA DE SOUZA BONINI

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA

URINÁRIA DE ESFORÇO (IUE)

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Sudoeste Paulista – FSP

unidade Itapetininga, ao curso de Graduação em Fisioterapia como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientadora: Profa. Dra. Aline de Oliveira Netto

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Orientadora Profa. Dra. Aline de Oliveira Netto

____________________________________________

Profa. Ms. Maria Eliege de Souza

_________________________________________________

Prof. Ms. Heverson Felipe Pranches Carneiro

Itapetininga 26 de novembro de 2018

Page 5: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

DEDICATÓRIA

“Dedico esse trabalho primeiramente a DEUS, por dar-me o dom da vida, a

Nossa Senhora Aparecida que me protege e segue a minha frente abrindo os

caminhos para meu desenvolvimento pessoal e profissional”.

“A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor e

Abençoada por Deus, agradeço por ter me dado a vida, me educado sempre me

ensinando o caminho da verdade e honestidade”.

“Ao meu AMADO Esposo, que há mais de trinta anos me acompanha em

todos os momentos de minha vida, sempre companheiro, dedicado e compreensivo

e disposto a caminhar ao meu lado em minha vida pessoal e profissional, em muitos

momentos deixou sua vida social para ficar ao meu lado em casa enquanto eu

estudava. TE AMO IMENSAMENTE VOCÊ É MINHA VIDA”.

“Aos meus filhos Michele e Marcos Felipe, que são uma Benção de Deus em

minha vida, agradeço por estarem sempre prontos a me estender as mãos para me

ajudar e agradeço a compreensão por todas as vezes que entenderam meu não.

AMO VOCÊS DO TAMANHO DO CÉU”.

“Aos meus netos (as) João Vitor, Larissa e Isadora paixões da minha vida,

sempre me dando carinho. Meu coração ficava em pedaços cada vez que chegavam

em casa e me diziam: “Vó estamos com saudades, nós podemos ficar com a

senhora hoje? Nós vamos ficar quietinhos para senhora estudar”. E infelizmente, eu

tinha que dizer “não”. Obrigada pela compreensão AMO VOCÊS DO TAMANHO DO

CÉU”.

“Dedico esse trabalho à memória de minha sobrinha e afilhada Priscila, minha

irmã Claudia e em especial minha irmã Maria que cuidava de mim como uma mãe

carinhosa cuida de um filho, continuar essa trajetória com sua ausência está sendo

muito difícil, sei o quanto você estava torcendo para que eu realizasse meu sonho.

Essa oração traduz as palavras que você me diria:

“A morte não é nada eu somente passei para o outro lado do caminho, eu sou

eu e vocês são vocês o que era para vocês eu continuo sendo me deem o nome que

vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram, vocês

continuam vivendo no mundo da criatura eu estou vivendo no mundo do criador, não

utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos,

rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.

Page 6: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum

tipo sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo que ela sempre

significou, o fio não foi cortado.

Porque eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de

suas vistas?

Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho...

Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como sempre

foi”.

Santo Agostinho

Page 7: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

AGRADECIMENTOS

“Aos meus irmãos (as), sobrinhos (as) e primos (as), tias, cunhadas e genro,

que sempre torceram por mim com palavras de incentivo e muito carinho”.

“Aos meus colegas da faculdade por me acolherem em suas vidas, aos meus

colegas de estágio que de um grupo acabaram sendo parte de minha família, em

especial a minha querida amiga Daniele que sempre está disposta a dividir comigo

seus conhecimentos e me auxiliar em nossos momentos de estudo. A minha amiga

Erica que nos meses que precisei me ausentar da faculdade estava sempre pronta

para me ajudar, me enviando as matérias da aula para eu estudar em casa”.

“Aos Mestres que disponibilizaram seu tempo, passando seus conhecimentos

e nos proporcionando ricos conhecimentos para a vida profissional, em especial a

minha Mestre e Orientadora Dra. Aline Netto que disponibilizou seu tempo me

auxiliando e orientando na realização desse sonho. Deus os abençoe!

“Aos pacientes que atendi que mesmo em um momento de dor me permitiram

cuidar e auxiliar em sua reabilitação. Muito obrigada! ”

Page 8: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

RESUMO

Introdução: O aparelho urinário feminino é composto por alguns órgãos, dentre eles

está a bexiga urinária que é um órgão musculomembranoso, sendo o principal

componente do sistema urinário. O assoalho pélvico tem importante função

anatômica de suporte da bexiga urinária e outros órgãos pélvicos, ação de esfíncter

estreitando o diâmetro pélvico durante as contrações. A fraqueza dos músculos do

assoalho pélvico ou a disfunção do sistema urinário podem ocasionar incontinência

urinária. Objetivo: Avaliar o tratamento fisioterapêutico em mulheres com

incontinência urinária de esforço. Métodos: Através das bases de dados SciELO,

BIREME, Lilacs e Pubmed foi realizada uma revisão de literatura. Foram utilizadas

para pesquisa as seguintes palavras-chave: Tratamento, incontinência urinária de

esforço, fisioterapia e também na língua inglesa as palavras: Treatment, stress

urinary incontinence, physical therapy. Resultados: Após a busca foram

encontrados quarenta artigos que se encaixavam no critério de inclusão e

considerados adequados para escrita da revisão. Foram excluídos vinte e nove

artigos que não se encaixavam no contexto da pesquisa, sendo assim a revisão

seguiu com onze artigos. Conclusão: Atualmente a fisioterapia vem assumindo um

papel importante na área da ginecologia, com os estudos pode-se concluir que a o

tratamento fisioterapêutico em mulheres com incontinência urinária de esforço,

apresenta eficácia através do aumento de força muscular do assoalho pélvico,

utilizando a cinesioterapia, o biofeedback e cones vaginais como métodos de

tratamento.

Palavras chaves: Tratamento, incontinência urinária de esforço e fisioterapia.

Page 9: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

ABSTRACT

Introduction: The female urinary tract is composed of some organs, among them is

the urinary bladder that is a musculomembranous organ, being the main component

of the urinary system. The pelvic floor has important anatomical function of

supporting the urinary bladder and other pelvic organs, sphincter action narrowing

the pelvic diameter during contractions. Weakness of the pelvic floor muscles or

dysfunction of the urinary system can lead to urinary incontinence. Objective: To

evaluate the physiotherapeutic treatment in women with stress urinary incontinence.

Methods: A review of the literature was performed through the SciELO, BIREME,

Lilacs and Pubmed databases. The following keywords were used for research:

Treatment, stress urinary incontinence, physiotherapy and also in English the words:

Treatment, stress urinary incontinence, physical therapy. Results: After the search,

forty articles were found that fit the criterion of inclusion and were considered

adequate for writing the review. Twenty-nine articles that did not fit the context of the

survey were excluded, and the review was followed by eleven articles. Conclusion:

Physiotherapy has been playing an important role in the field of gynecology, and it

has been concluded that physical therapy in women with stress urinary incontinence

is effective through increased muscle strength of the pelvic floor using

kinesiotherapy, biofeedback and vaginal cone as treatment methods.

Keywords: Treatment, stress urinary incontinence, physiotherapy.

Page 10: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

Lista de quadros

Quadro 1 – Tratamento fisioterapêutico em mulheres com incontinência urinária de

esforço........................................................................................................................19

Page 11: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

Lista de abreviaturas e siglas

AP = Assoalho Pélvico

POP = Prolapso de órgãos pélvicos

EMG = Eletromiografia

MAP = Musculatura do assoalho pélvico

IU = incontinência urinária

IUU = incontinência urinária de urgência

IUE = incontinência urinária de esforço

IUM = Incontinência urinária mista

HZ = hertz

Page 12: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

Lista de símbolos

“ ” = Aspas

- = Hífen

() = parêntese

. = Ponto final

, = Vírgula

: = Dois pontos

; = Ponto e virgula

Page 13: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.................................................................................................14

2- METODOLOGIA..............................................................................................17

3- RESULTADOS................................................................................................18

4- DISCUSSÃO....................................................................................................25

5- CONCLUSÃO..................................................................................................28

REFERÊNCIAS....................................................................................................29

Page 14: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

14

1- INTRODUÇÃO

O aparelho urinário feminino é composto por alguns órgãos, dentre eles está

a bexiga urinária que é um órgão musculomembranoso, sendo o principal

componente do sistema urinário, sua função é de armazenar a urina que se vai

produzindo ao longo do dia. A bexiga é um órgão ímpar, está posicionada

anatomicamente na cavidade pélvica e está localizada atrás da sínfise púbica, sua

capacidade é em torno de 250 centímetros cúbicos, quando suas paredes se

estendem pode apresentar maior volume, chegando até 350 centímetros cúbicos. A

bexiga é dividida em ápice (anterior), fundo (posterior) e colo, com estrutura

composta por músculos liso, apresenta fibras entrelaçadas e possui o principal

musculo do sistema urinário que é o musculo detrusor (SOBOTTA, 2006).

A pelve possui a cavidade pélvica que é formada por duas paredes ósseas

laterais, os ossos ílio e ísquio, uma parede anterior limitada pela sínfise púbica e

outra posterior, limitada pelo osso sacro. Anatomicamente a pelve é dividida em

pelve maior e menor. Os ossos da pelve são unidos pelas articulações sacroilíacas,

posteriormente e pela sínfise púbica, anteriormente, os ossos permanecem fixos

pelos ligamentos, como os ligamentos vertebropelvicos que suportam as alterações

da pelve durante a locomoção e ligamento iliolombar que une o osso Ílio à vertebra

lombar (L5), pelos ligamentos sacroespinhal e sacrotuberal que une o sacro ao

ísquio, ligamento sacrilíaco anterior e posterior, os ligamentos pubovesicais que

fixam a base da bexiga urinária ao púbis e os ligamentos cervicais laterais que

atuam fixando o colo do útero na parede da pelve (MOORE; DALLEY, 2007).

Na parte inferior da pelve encontramos uma estrutura conhecida como

assoalho pélvico (AP), formado por músculos que se dividem em camadas profunda

e superficial. Na camada profunda encontramos o músculo levantador do ânus

(união entre músculos puborretal, pubococcigeo e iliococcigeo), um dos principais

músculos dessa região; músculo coccígeo, obturador interno, piriforme, transverso

profundo do períneo e esfíncter estriado uretral. Na camada superficial encontramos

o músculo isquiocavernoso, transverso superficial do períneo, bulbocavernoso e

esfíncter do ânus (STOKER; HALLIGAN; BARTRAM, 2001).

O assoalho pélvico é dividido em três regiões: região anterior formada pela

uretra e bexiga, região média formada pela vagina e útero e região posterior formada

pelo reto. Essas estruturas são sustentadas por ligamentos, músculos e fáscias

pélvicas (HEALY et al., 1997).

Page 15: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

15

Segundo Higa; Lopes; Reis (2008), o assoalho pélvico tem importante função

anatômica de suporte da bexiga urinária e outros órgãos pélvicos, ação de esfíncter

estreitando o diâmetro pélvico durante as contrações, sendo essencial na prevenção

da eliminação continente de urina, fezes e atividade sexual.

Procedimentos cirúrgicos ginecológicos podem ocasionar prejuízos na

vascularização da pelve, fraqueza nos músculos do assoalho pélvico, disfunção do

sistema urinário, ocorrência de prolapsos de órgãos pélvicos (POP) e incontinência

urinária (IU), decorrente de desequilíbrios na musculatura responsável em manter

esses órgãos posicionados corretamente (KAYA et al,2004). No POP ocorre o

deslocamento de um ou mais órgãos pélvicos de seu local anatômico, pode ser

parcial ou total, sendo classificado em retocele (prolapso do reto), enterocele

(prolapso do intestino delgado entre o reto e o útero), prolapso uterino (prolapso do

útero) e/ou cistocele (prolapso da bexiga) (DELANCEY, 2005). A cistocele está entre

os fatores causadores de incontinência urinaria (IU) (RAMOS, 2006).

Segundo a International Continence Society (ICS) a incontinência urinária (IU)

é descrita como a eliminação involuntária de urina, atingindo negativamente a vida

da mulher, causando problemas, alterações sociais, psicológicas e de limitações

físicas das atividades de vida diária (AVD’s), sendo vista como um problema de

saúde pública mundial e epidemiológicamente importante (LOPES.; HIGA, 2006).

Segundo Lopes e Higa (2006) 7% das mulheres com idade entre 20 e 39

anos apresentam incontinência urinária, 17% entre os 40 e 59 anos de idade, 23%

entre 60 e 79 anos de idade e 32% em mulheres com 80 anos de idade ou mais,

esse predomínio se dá em mulheres decorrente do aumento da expectativa de vida.

A incontinência urinária é classificada em três tipos: incontinência urinária de

esforço (IUE), sua ocorrência se dá por desequilíbrio vésico-esfincteriano, que é

quando a pressão vesical fica maior que a pressão uretral máxima, inatividade do

músculo detrusor da bexiga, causando pressão intra-abdominal (GROSSE;

SENGLER, 2002; MOREIRA et al., 2004). A Incontinência urinária de urgência (IUU),

causa perda involuntária de urina acompanhada de urgência para urinar, ocorre pela

hiperatividade da bexiga urinária e fraqueza da musculatura do assoalho pélvico

(MAP), aumentando a frequência de eliminação de urina. E a incontinência urinária

mista (IUM) que é associação da IUE com a IUU (MARINKOVIC, 2004; PAULS et al,

2007).

Page 16: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

16

Segundo DiNubile (1991), o pioneiro no tratamento de incontinência urinária

por meio de exercícios foi Arnold Kegel que, em 1948 preconizou uma sequência de

contrações dos músculos do assoalho pélvico. Kegel recomendava a realização

diária de contrações repetitivas simples dos músculos do assoalho pélvico e obteve

um índice de melhora em 70% após um ano de tratamento. Os exercícios para

assoalho pélvico baseiam-se em contrações voluntárias retidas onde ocorre o

aumento da força muscular e a continência decorrente da ativação do esfíncter

uretral. Os exercícios para assoalho pélvico são benéficos para tratamento de

incontinências urinárias e disfunções sexuais, onde são realizados exercícios de

fortalecimentos e estímulos da funcionalidade da MAP, exercícios de relaxamento

para os músculos do períneo, adutores da coxa, obturador interno, piriforme,

glúteos, abdominais e lombares. Segundo Neumann et al. (2005) o tratamento

fisioterapêutico para incontinência urinária é indicado devido ao baixo custo e

menores riscos para a paciente.

Visto sua importância, o objetivo desta pesquisa foi a avaliar o tratamento

fisioterapêutico em mulheres com incontinência urinária de esforço.

Page 17: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

17

2- METODOLOGIA

Através das bases de dados Scielo, BIREME, Lilacs e Pubmed foi realizada

uma revisão de literatura no período de junho a novembro de 2018. Foram utilizadas

para a busca as seguintes palavras-chave: Tratamento, incontinência urinária de

esforço, fisioterapia e também na língua inglesa as palavras: treatment, stress

urinary incontinence and physical therapy.

Foram considerados adequados os artigos que relacionavam tratamento

fisioterapêutico em mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE) e excluídos

os artigos que não abordavam o tema.

Page 18: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

18

3- RESULTADOS

Após a busca foram encontrados 40 artigos considerados adequados para a

escrita da revisão. Foram excluídos trinta artigos que não se encaixavam no

contexto da pesquisa, sendo assim, a revisão seguiu com 10 artigos. Os resultados

são apresentados no Quadro 1.

DESCRITORES

“Incontinência urinária de esforço”,

“Fisioterapia” “Reabilitação”

SciELO

34

LILACS

1

PubMed

3

BIREME

2

Artigos analisados

40

1 Artigos excluídos

30

1 Artigos selecionados

10

1

Page 19: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

19

Quadro 1 – Tratamento fisioterapêutico em mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE).

AUTOR/ANO TÍTULO TIPO DE

ESTUDO

OBJETIVO POPULAÇÃO INTERVENÇÃO RESULTADOS

RETT et al,

2007

Qualidade de

vida em

mulheres após

tratamento da

incontinência

urinária de

esforço com

fisioterapia

Ensaio

clínico não

controlado

Comparar a

qualidade de

vida antes e

depois do

tratamento

fisioterapêutico

de mulheres

com IUE

Estudo

realizado com

vinte e seis

mulheres com

idade entre 31 e

52 anos, que

apresentavam

IUE com

hipermobilidade

do colo vesical

Foi realizado avaliação

ginecológica e estudo

urodinâmico. A

fisioterapia se baseou

em exercícios para

fortalecimento dos MAP

associada com

biofeedback

eletromiográfico.

Foram realizadas 12

sessões de tratamento,

duas vezes por semana,

seis semanas

consecutivas. As

sessões foram

individuais com duração

de 45 minutos.

Ao final do

tratamento as

mulheres não

apresentavam

mais sintomas e a

qualidade de vida

de mulheres com

IUE tratadas com

fisioterapia

melhorou em

diversos aspectos.

Page 20: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

20

ZANETTI et al,

2007

Impacto da

supervisão

fisioterapêutica

aos exercícios

do assoalho

pélvico para

tratamento da

incontinência

urinária de

esforço

Estudo

randomizad

o

Comparar os

resultados do

tratamento em

mulheres com

incontinência

urinária de

esforço por

meio de

exercícios de

fortalecimento

do assoalho

pélvico com

acompanhamen

to

fisioterapêutico

Foi realizado

um estudo com

44 mulheres

para tratamento

da incontinência

urinária de

esforço.

Foi realizado

cinesioterapia perineal

por três meses

consecutivos, divididas

em um grupo com

acompanhamento

fisioterapêutico e outro

sem acompanhamento.

Foram avaliadas, antes

e depois do tratamento,

pelo diário miccional,

"pad test", questionário

de qualidade de vida (I-

QoL), força muscular

perineal e também por

avaliação subjetiva.

O

acompanhamento

fisioterapêutico

proporcionou

melhores

resultados

subjetivos e

objetivos no

tratamento da

incontinência

urinária de esforço

feminina pela

cinesioterapia do

assoalho pélvico.

SANTOS et

al., 2009

Eletroestimula

ção funcional

do assoalho

pélvico versus

terapia com

cones vaginais

para

tratamento de

incontinência

urinária de

esforço

Estudo

clínico

randomizad

o

Comparar o

efeito da

eletroestimulaçã

o funcional do

assoalho

pélvico e da

terapia com

cones vaginais

em mulheres

com

incontinencia

urinária de

esforço (IUE)

Foram

selecionadas 45

pacientes com

IUE

Foi avaliado o efeito da

eletroestimulação

funcional do assoalho

pélvico no tratamento

de IUE em 24 mulheres,

pad test e questionário

de qualidade de vida.

Foram realizadas em

duas semanas com 20

minutos de duração

cada sessão, durante

quatro meses. Outras

21 pacientes realizaram

tratamentos com cones

A eletroterapia e

os cones vaginais

foram efetivos no

tratamento de

mulheres com

incontinencia

urinária de

esforço.

Page 21: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

21

vaginais durante duas

semanas com duração

de 45 minutos.

BEUTTENMÜ

LLER, L et al.,

2011

Contração

muscular do

assoalho

pélvico de

mulheres com

incontinência

urinária de

esforço

submetidas a

exercícios e

eletroterapia:

um estudo

randomizado.

Estudo

longitudinal

do tipo

experimenta

l

Avaliar os

exercícios

associados ou

não a

eletroterapia

sobre a

contração da

MAP de

mulheres com

IUE

Foram

avaliadas 80

mulheres com

diagnóstico

clínico de IUE

Questionário de

avaliação, exame físico

de inspeção e

mensuração da

contração da MAP

realizando toque

bodigital. A paciente foi

orientada a realizar

contrações da MAP

simultânea ao estimulo

elétrico utilizando o

aparelho Dualpex Uro

com uma sonda

introduzida na vagina

com frequência de 50

Hz Corrente de tensão

média nula alternada ou

bifásica, largura de

pulso de 0,2 a 0,5 ms e

tempo de repouso 2x o

tempo de passagem da

corrente on: off 6:12

seg, intensidade

tolerada pela paciente,

com duração de 20

minutos

O estudo permitiu

analisar o efeito

dos exercícios

associados à

eletroterapia e dos

exercícios

isoladamente

quanto à

contração

muscular do AP

de mulheres com

diagnóstico clínico

de IUE,

demonstrando

que ambas as

terapêuticas são

efetivas com taxas

de sucesso

semelhantes.

Page 22: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

22

SARTORI, D.

V. B. 2011

Efeito da

eletroestimulaç

ão e exercícios

perineais em

mulheres com

incontinência

urinária de

esforço

Estudo de

caso

Analisar os

efeitos da

eletroestimulaçã

o endovaginal e

dos exercícios

perineais em

pacientes do

sexo feminino

com queixa de

incontinência

urinária de

esforço

Foram

avaliadas 18

mulheres com

idade entre de

30 e 70 anos,

com diagnóstico

médico de

incontinência

urinaria de

esforço

Foi realizado um

tratamento com 20

sessões de

eletroestimulação e um

protocolo de

cinesioterapia.

Conclui-se que os

exercícios

perineias

associados à

eletroestimulação

são eficazes no

tratamento da IUE

na mulher.

ALVES;

NUNES;

GUIRRO,

2011

Comparação

de diferentes

procedimentos

de estimulação

elétrica

neuromuscular

utilizados no

tratamento da

incontinência

urinária de

esforço

feminina

Ensaio

clínico

randomizad

o

Avaliar os

procedimentos

da

Eletroestimulaç

ão

neuromuscular

(EENM)

intravaginal no

tratamento de

mulheres com

IUE

Participaram do

estudo 20

voluntárias com

idade média de

55,55±6,51

anos, com

diagnóstico

clínico de IUE.

As voluntárias

foram divididas

aleatoriamente

em dois grupos

As voluntárias foram

divididas em grupo 1

(G1), que recebeu

EENM com corrente de

média frequência e

grupo 2 (G2), com

corrente de baixa

frequência.

A avaliação funcional

dos músculos do

assoalho pélvico (MAP)

foi realizada por meio

de perineometria, e

sintomas da IUE foi

avaliada, objetivamente,

pelo pad test de uma

hora e, subjetivamente,

Os procedimentos

de EENM

utilizados neste

estudo foram

igualmente

eficazes no

tratamento da

IUE.

Page 23: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

23

pela Escala Visual

Analógica (EVA), que

mediu o desconforto

causado pela IUE.

FITZ et al.,

2012

Impacto do

treinamento

dos músculos

do assoalho

pélvico na

qualidade de

vida em

mulheres com

incontinência

urinária

Ensaio

clínico tipo

prospectivo

Avaliar o

impacto do

treinamento dos

músculos do

assoalho

pélvico (TMAP)

na qualidade de

vida (QV) em

mulheres com

incontinência

urinária de

esforço (IUE).

Foram

estudadas 36

mulheres com

diagnóstico

médico de IUE

confirmado no

estudo

urodinâmico.

Protocolo de exercícios

para os músculos do

assoalho pélvico

realizando contrações

lentas, seguidas de

contrações rápidas

realizadas nas posições

de decúbito dorsal,

sentada e posição

ortostática, três vezes

na semana, por um

período de três meses,

Questionnaire (KHQ),

diário miccional e

palpação digital para

avaliar a função dos

músculos do assoalho

pélvico, durante a

avaliação inicial e após

os três meses de

tratamento.

O treinamento

muscular do

assoalho pélvico

proporcionou

melhora

significativa na QV

de mulheres com

IUE.

PINHEIRO et

al, 2012

Fisioterapia

para

consciência

perineal: uma

Ensaio

clínico

randomizad

o

Comparar os

efeitos da

cinesioterapia,

toque digital e

O estudo foi

desenvolvido

com 11

pacientes do

Aplicado ficha de

anamnese, exame físico

com palpação e

inspeção, testes de

Observou-se que

a cinesioterapia

com toque digital

ou com auxílio de

Page 24: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

24

comparação

entre as

cinesioterapias

com toque

digital e com

auxílio do

biofeedback.

biofeedback

para

consciência

perineal de

mulheres com

incontinência

urinária de

esforço

sexo feminino,

com idades

entre 50 e 66

anos com

diagnostico

clínico de

incontinência

urinaria de

esforço.

reflexo e avaliação dos

MAP utilizando o teste

Perfect realizando toque

bidigital e pedindo para

contrair os MAP,

exercícios com

biofeedback Perina com

biofeedback (Perina®)

com a sonda inserida na

vagina da paciente e

realizando oito

contrações rápidas com

tempo de 1:2 entre

contrações e

relaxamento.

biofeedback são

eficientes para

ganho

consciência

perineal

FITZ et al.,

2012

Efeito da

adição do

biofeedback

ao treinamento

dos músculos

do assoalho

pélvico para

tratamento da

incontinência

urinária de

esforço.

Prospectivo

randomizad

o

Verificar o efeito

da adição do BF

ao treinamento

dos MAP para

tratamento de

IUE

Foram

randomizadas

40 mulheres no

grupo controle e

grupo BF

O protocolo de TMAP

com equipamento BF foi

constituído de três

séries de dez

contrações lentas com

manutenção de 6 a 8

segundos em cada

contração rápida duas

vezes na semana

totalizando 12 sessões

A adição de BF ao

TMAP para

tratamento de IUE

contribuiu para

melhora das

funções dos MAP,

redução dos

sintomas urinários

e melhora da

qualidade de vida.

SILVA.;

FREITAS,

Tratamento

fisioterapêutico

da

incontinência

Relato de

caso

Descrever

através de um

prontuário

fisioterapêutico

Relato de caso

de uma

paciente de 66

anos de idade

Foram realizadas 10

sessões de fisioterapia,

incluindo reeducação

dos hábitos de vida,

Após as dez

sessões, a

paciente

apresentou grau

Page 25: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

25

2014 urinária de

esforço.

o tratamento de

uma paciente

com diagnóstico

de Incontinência

Urinária de

Esforço.

com diagnostico

de IUE

alongamento da

musculatura do

assoalho pélvico (MAP)

cinesioterapia e

utilização do aparelho

Biofeedback Perina

(marca Quark) para

fortalecimento e

conscientização.

de força muscular

5 na AFAP, tônus

muscular normal e

a sua contração

muscular tônica

teve duração de

10 segundos e o

tratamento de

incontinência

urinária de esforço

contribuiu para a

melhora da

qualidade de vida

da paciente.

Page 26: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

26

4- DISCUSSÃO

As pesquisas sobre a fisioterapia na área ginecológica, principalmente no

tratamento fisioterapêutico de mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE)

ainda estão caminhando. Visto a importância da atuação do profissional de

fisioterapia nas alterações de assoalho pélvico e urinárias, Rett et al. (2007)

realizaram um estudo comparando a qualidade de vida antes e depois do tratamento

fisioterapêutico de mulheres com IUE com hipermobilidade do colo vesical, que

realizaram avaliação ginecológica, estudo urodinâmico, exercícios para

fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico (MAP) associados com

biofeedback eletromiográfico. Os autores constataram ao final do tratamento que as

mulheres não apresentavam mais sintomas de IUE e apresentaram melhora na

qualidade de vida.

Corroborando esses achados Zanetti et al. (2007) realizaram um estudo

randomizado comparando o tratamento fisioterapêutico em mulheres com IUE por

meio de exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico. Foi realizado tratamento

com cinesioterapia perineal por três meses consecutivos, com ou sem

acompanhamento fisioterapêutico. Ao final do tratamento observaram que o

acompanhamento fisioterapêutico proporcionou melhores resultados para os

quadros de incontinência urinária de esforço feminina.

Segundo Montellato., Baracat., Arap., (2000) a cinesioterapia proporciona

fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico aumentando os tônus e a

resistência perineal, sendo eficiente no tratamento de mulheres com incontinencia

urinária de esforço.

Santos et al. (2009) realizaram um estudo clínico randomizado avaliando 45

pacientes com IUE, comparando o efeito da eletroestimulação funcional do assoalho

pélvico e da terapia com cones vaginais nessas pacientes. Foi constatado que o

tratamento com cones vaginais e eletroterapia em mulheres com IUE mostraram-se

efetivos. Os cones vaginais estimulam as fibras de contração lenta (tipo I) e

contração rapida (tipo II) proporcionando estímulos proprioceptivos e aumentando a

força dos músculos do assoalho pélvico MATHEUS; MAZZARI; MESQUITA, 2006).

Beuttenmüll et al. (2011) realizaram um estudo longitudinal tipo experimental

avaliando 80 mulheres com diagnóstico clínico de IUE. Foram realizados inspeção e

mensuração da contração da MAP com toque bidigital. A paciente foi orientada a

Page 27: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

27

realizar contrações da MAP simultânea ao estímulo elétrico. Os resultados

demonstraram efetividade através dos exercícios associados à eletroterapia e dos

exercícios isoladamente quanto à contração muscular do AP de mulheres com

diagnóstico clínico de IUE, evidenciando que ambas as terapêuticas obtiveram taxa

de sucesso semelhantes. Achados também encontrado por Sartori (2011) que

analisou 18 mulheres com idade entre de 30 e 70 anos, com diagnóstico médico de

IUE utilizando a eletroestimulação endovaginal e os exercícios perineais. Foi

realizado um tratamento com 20 sessões de eletroestimulação e um protocolo de

cinesioterapia. Os resultados encontrados foram satisfatórios, pois apresentou-se

que os exercícios perineias associados à eletroestimulação são eficazes no

tratamento da IUE na mulher.

A eletroterapia aumenta a resistência uretral através da força dos MAP,

estimulando através de eletrodos com intensidade para atingir o nervo motor

proporcionando contrações favorecendo o fortalecimento do MAP (HERRMANN.;

BEDONE.; PALMA, 1995).

Alves e Nunes (2011) realizaram um ensaio clínico randomizado com vinte

voluntárias que apresentavam diagnóstico clínico de IUE. As voluntárias foram

divididas aleatoriamente em dois grupos sua intervenção: grupo 1 (G1), que recebeu

EENM com corrente de média frequência e grupo 2 (G2), com corrente de baixa

frequência. A avaliação funcional dos músculos do assoalho pélvico (MAP) foi

realizada por meio de perineometria e os sintomas da IUE foi avaliada,

objetivamente, pelo pad test de uma hora. Seus resultados apresentaram que os

procedimentos de EENM utilizados neste estudo foram igualmente eficazes no

tratamento da IUE.

Fitz et al. (2012) realizaram um ensaio clínico tipo prospectivo avaliando o

impacto do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) na qualidade de

vida (QV) com 36 mulheres IUE. Aplicaram um protocolo de exercícios para os

músculos do assoalho pélvico realizando contrações lentas, seguidas de contrações

rápidas realizadas nas posições de decúbito dorsal, sentada e ortostática. O

treinamento muscular do assoalho pélvico proporcionou melhora significativa na QV

de mulheres com IUE. O treinamento muscular do assoalho pélvico proporcionou

melhora significativa na qualidade de vida das mulheres que apresentavam

diagnóstico de IUE.

Page 28: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

28

Fitz et al (2012) realizaram um estudo prospectivo randomizado onde eles

avaliaram 40 mulheres em grupo controle e grupo biofeedback (BF), utilizaram o

protocolo de TMAP com equipamento BF foi constituído de três séries de dez

contrações lentas com manutenção de 6 a 8 segundos em cada contração rápida.

Obtiveram os resultados que a adição de BF ao TMAP para tratamento de IUE

contribuiu para melhora das funções dos MAP, redução dos sintomas urinários e

melhora da qualidade de vida

Pinheiro et al (2012) em seu ensaio clínico comparou os efeitos da

cinesioterapia, toque bidigital e biofeedback para consciência perineal que

apresentavam diagnóstico de IUE. Em sua intervenção eles realizaram avaliação

dos MAP utilizando o teste Perfect que avalia os diferentes graus de força da MAP

realizando toque digital na vagina da paciente e pedindo para contrair os MAP,

exercícios com biofeedback (Perina®). Observou-se que a cinesioterapia com toque

digital ou com auxílio de biofeedback mensurando os graus de contração que a

paciente apresenta apresentou resultados eficientes para ganho consciência

perineal.

Corroborando os estudos, Silva e Freitas (2014) realizaram um estudo de

caso com uma paciente de 66 anos de idade com diagnóstico de IUE. A paciente

realizou 10 sessões de fisioterapia, incluindo reeducação dos hábitos de vida,

alongamento da musculatura do assoalho pélvico (MAP) cinesioterapia e utilização

do aparelho Biofeedback Perina® para fortalecimento e conscientização. Os autores

observaram que após as dez sessões, a paciente apresentou grau de força

muscular 5, tônus musculares normais e a sua contração muscular tônica teve

duração de 10 segundos e o tratamento de incontinência urinária de esforço

contribuiu para a melhora da qualidade de vida da paciente.

DiNubile (1991) realizou uma pesquisa baseada nos exercícios de Arnold

Kegel, que é uma sequência de contrações dos músculos do assoalho pélvico de

maneira diária realizando quatro contrações lentas com duração de cinco segundos

e intervalo de 10 segundos, após as contrações lentas realizar oito contrações

rápidas sem relaxamento com esses exercícios obteve estimulo das fibras

musculares e fortalecendo o assoalho pélvico.

Page 29: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

29

5- CONCLUSÃO

O tratamento fisioterapêutico em mulheres com incontinência urinária de

esforço (IUE) parece ser uma alternativa eficaz por promover o aumento da força

muscular do assoalho pélvico através da cinesioterapia, toque bidigital, biofeedback

e eletroestimulação, além de exercícios com cones vaginais.

Devido os artigos ainda serem escassos nessa temática, faz se necessário

mais estudos com a finalidade da indicação e orientação para os fisioterapeutas na

realização de protocolos de tratamento específicos.

Page 30: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

30

REFERÊNCIAS ALVES, P. G. J. M.; NUNES, F. R.; GUIRRO, E. C. O. Comparação de diferentes procedimentos de estimulação elétrica neuromuscular utilizados no tratamento da incontinência urinária de esforço feminina. Rev Bras Fisioter. v. 15, n. 5, p. 393-398, aug, 2011. BERNARDES, N. O. et al. Métodos de Tratamento Utilizados na Incontinência Urinária de Esforço Genuína: um Estudo Comparativo entre Cinesioterapia e Eletroestimulação Endovaginal. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. v. 22, n. 1, p. 49-54, 2000. BEUTTENMÜLLER, L et al. Contração muscular do assoalho pélvico de mulheres com incontinência urinária de esforço submetidas a exercícios e eletroterapia: um estudo randomizado. Fisioter Pesqu. v. 18, n. 3, p. 210-6, jul/set, São Paulo, 2011. DELANCEY JO. The hidden epidemics of pelvic floor dysfunction: achievable goals for improved prevention and treatment. Am J Obstet Gynecol. v. 192, n. 5, p. 1488-95, may, 2005. DINUBILE, N. A. “Strength training”. Clin Sports Med. v. 10, p. 33-62, 1991. FÁTIMA, F. F. et al. Impacto do treinamento dos músculos do assoalho pélvico na qualidade de vida em mulheres com incontinência urinária. Rev Assoc Med Bras. v. 58, n. 2, p. 155-159, 2012.

FITZ, F. F. et al. Efeito da adição do biofeedback ao treinamento dos músculos do assoalho pélvico para tratamento da incontinência urinária de esforço. Rev Bras Ginecol Obstet. v. 34, n. 11, p. 505-10, 2012.

GLISOI, S. F. N; GIRELLI, P. Importância da fisioterapia na conscientização e aprendizagem da contração da musculatura do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária. Rev. Soc. Bras. Cli. Med. v. 9, n. 6, p. nov/dez, 2011. GROSSE D, SENGLER J. Reeducação perineal: concepção, realização e transcrição em prática liberal e hospitalar. v. 25, n. 3, São Paulo, Manole, jul/set, 2002.

HERRMANN, V. et al. Eletroestimulação transvaginal do assoalho pélvico no tratamento da Incontinência urinária de esforço: avaliações clínica e ultrassonográfica. Rev Assoc Med Bras. v. 49, n. 4, p. 401-5, 2003.

Page 31: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

31

HEALY, J. C. et al. Patterns of prolapse in women with symptoms of pelvic floor weakness: assessment with MR imaging. Radiology. v. 203, n. 1 p. 77-81, apr, 1997. HERRMANN, V., BEDONE, A. J., PALMA, P. C. R. Ultrasonografia transperineal

versus uretrocistografia miccional na investigação da incontinência urinária de

esforço RBM. Ginecol Obstet. v. 5, p. 296-301, 1995.

HIGA, R; LOPES, M.H.B.M; REIS, M.J. Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Rev Esc EnfermUSP. v. 42, n. 1, p. 187-192, 2008. KAYA, H et al. Intrafascial versus extrafascial abdominal hysterectomy: effects on

urinary urge incontinence. J Pelvic Floor Dysfunct. v. 15, n. 3, p. 171-174, 2004.

KNORST et al. Influência da intervenção fisioterapeutica ambulatorial sobre a musculatura do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária. Braz J Phys Ther. v. 17, n. 5, p. 442-449, sept/oct, 2013. LOPES, M.H. B. M. et al. Pelvic floor rehabilitation program. Rev Bras Enferm. v. 70, n. 1, p. 219-23, 2017.

LOPES, M. H. B. M, HIGA, R. Restrições causadas pela incontinência urinária à vida da mulher. Rev Esc Enferm USP. v. 40, n. 1, p. 34-41, 2006.

MORENO. A. L. Fisioterapia em Uroginecologia. 1º ed. São Paulo: Manole,2004. MARINKOVIC, S. P, STANTON, S. L. Incontinence and voiding difficulties associated with prolapse. J Urol. v. 171, n. 3, p. 1021-8, 2004. MATHEUS LM, MAZZARI CF, MESQUITA RA, et al. Influência dos exercícios

perineais e dos cones vaginais, associados à correção postural, no tratamento da

incontinência urinaria feminina. Rev Bras Fisioter. v. 10, p. 387-92, 2006.

MOREIRA, S. F. S et al. Mobilidade do colo vesical e avaliação funcional do assoalho pélvico em mulheres continentes e com incontinência urinária de esforço consoante o estado hormonal. Revista Brasileira Ginecologia Obstetrícia. v. 24, n. 6, p. 365-370, 2002.

Page 32: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

32

MOORE, K. L., DALLEY, A. F. Anatomia Orientada para a Clínica. 5ª. Edição. Editora Guanabara Koogan 2007.

MONTELLATO, N., BARACAT, F., ARAP, S. Uroginecologia. Editora Roca, 2000.

NEUMANN, P. B et al. Physioterapy for female stress urinary incontinence: a multicentre observational study. Aust N Z J Obstet Gynaecol. v. 45, n. 3, p. 226-32, 2005. PAULS, R. N. et al. Sexual function after vaginal surgery for pelvic organ prolapse and urinary incontinence. Am J Obstet Gynecol. v. 197, n. 6, p. 622 e 1-7, 2007. PINHEIRO, F. B et al. Fisioterapia para consciência perineal: uma comparação entre as cinesioterapias com toque digital e com auxílio do biofeedback. Fisioter Mov. v. 25, n. 3, p. 639-48, jul/set, 2012. RODRIGUES, N. C et al. Exercícios perineais, eletroestimulação e correção postural na incontinência Urinária. Rev. Fisioterapia em Movimento, v. 18, n. 3, p. 23-29, jul/set, 2005. RETT, M. T et al. Qualidade de vida em mulheres após tratamento da incontinência urinária de esforço com fisioterapia. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. v.29, n.3, Rio de Janeiro, Mar, 2007. RAMOS, J. G. L. Tratamento da incontinência urinária. Rotinas em ginecologia. Porto Alegre: Artmed, p. 195-207, 2006. SARTORI, D. V. B. Efeito da eletroestimulação e exercícios perineais em mulheres com incontinência urinária de esforço. Ciências Biológicas. v. 15, n. 4, 2011.

SILVA, G. C.; FREITAS, A. O. tratamento fisioterapêutico da incontinência urinária de esforço. Revista UNILUS Ensino e Pesquisa. v. 11, n. 25, 2014.

SANTOS, P. F. D et al. Eletroestimulação funcional do assoalho pélvico versus terapia com cones vaginais para o tratamento de Incontinência urinaria de esforço. Rev. Bras Ginecol Obstet. v. 31, n. 9, p. 447-52, 2009. STOKER, J.; HALLIGAN.; BARTRAM, C. I. Pelvic floor imaging. Radiology. v. 218, n. 3, p. 621-41, 2001.

Page 33: FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE INSTITUIÇÃO …unifsp.edu.br/itapetininga/wp-content/uploads/2019/... · “A minha QUERIDA MÃE, uma pessoa maravilhosa de coração acolhedor

33

SOBOTTA, Atlas de Anatomia Humana. 22ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. SANTOS, P. F. D et al. Eletroestimulação funcional do assoalho pélvico versus terapia com cones vaginais para tratamento de incontinencia urinária de esforço. Rev Bras Ginecol Obstet. v. 31, n. 9, p. 447-52, 2009.

STOKER, J; HALLIGAN, S; BARTRAM, C. I. Pelvic floor imaging. Radiology v. 218, n. 3, p. 621.41, mar, 2001. ZANETTI, M. R. D et al. Impacto da supervisão fisioterapêutica aos exercícios do assoalho pélvico para tratamento da incontinência urinária de esforço. Med. J. v.125, n.5, p.265-269, São Paulo, 2007.