distúrbios do na+ - perc.ufc.brºrbios-do-na+.pdf · quadro clínico a hiponatremia, por si só,...
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Principais problemas clínicos na emergência;
Cuidado com pacientes críticos: ◦ Grande queimado;
◦ Trauma;
◦ Sepse;
◦ ICC e IRA;
◦ Iatrogenia.
Sódio
◦ Íon mais importante do espaço extracelular;
◦ Responsável pela manutenção do volume do líquido extracelular;
◦ Valor de referência normais: Na+ = 135 a 145 mEq/L.
Fisiologia A natremia é o principal determinante da osmolaridade dos nossos fluídos!
NORMAL - Na+ 135-145 mEq/L
Osmolaridade plasmática:
2x[ Na+ ] + Glic/18 + [Ur]/6 → 2x 140+90/18+30/6=290
Sódio é responsável por 280 dos 290 da osmolaridade.
ADH produzido no hipotálamo ( centro osmorregulador) e armazenado na neuro-hipófise
Nos protege da hiperosmolaridade ao promover a concentração da urina, ao fazer o rim “guardar” água limpa livre de solutos
Mecanismo sensível (alterações de 1-2%).
Osmolaridade plasmática: < 275 deixa de ser liberado; >275 é liberado proporcionalmente.
Atua no nefron distal (túbulo coletor) estimulando a incorporação de aquaporinas
Resposta do ADH não dependente de osmolaridade: ↓ volemia >8%
A Sede
Grupo de neurônios no hipotálamo anterior ativados por aumentos da osmolaridade sérica acima de 290 mOsm/L.
É o principal fator protetor contra osmolaridade
Quando a perda de água é grande, o aumento da absorção de água pelo rim não é suficiente para reestabelecer a volemia →ESTÍMULO A INGESTÃO HÍDRICA.
Fatores de risco idade avançada (> 75 anos);
sexo feminino;
uso de vários medicamentos;
insuficiência renal;
e presença de comorbidades.
Etiologia e Fisiopatologia Medicamentos
◦ Diuréticos tiazídicos.
◦ Antipsicóticos (clássicos e atípicos).
◦ Antidepressivos tricíclicos, tetracíclicos e atípicos.
◦ Inibidores da recaptação de serotonina.
◦ Estabilizadores do humor e anticonvulsivantes: lítio, carbamazepina, ácido valproico, gabapentina e lamotrigina.
◦ Benzodiazepínicos: lorazepam, alprazolam, clonazepam e outros.
◦ Opioides.
◦ Clorpropramida.
◦ Clofibrato.
◦ Ciclofosfamida.
◦ Vincristina.
Etiologia e Fisiopatologia Estados edematosos
◦ sinais de aumento do volume do espaço extracelular.
◦ hiponatremias hipervolêmicas.
◦ Insuficiência cardíaca, insuficiência hepática, insuficiência renal e síndrome nefrótica.
Etiologia e Fisiopatologia Desidratação
◦ sinais ou sintomas de desidratação.
◦ Hiponatremia hipovolêmica.
◦ Investigar minha perda de sódio.
Etiologia e Fisiopatologia
Renal Extrarrenal
Sódio urunário > 20 mEq/L <10 mEq/L
Quadros diuréticos, hiperglicemia com diurese osmótica, insuficiência adrenal, nefropatia perdedora de sal ou acidose tubular renal.
diarreia, vômitos, hemorragia, perda de fluidos para terceiro espaço, esmagamento muscular ou queimaduras.
Etiologia e Fisiopatologia Hiperglicemia
◦ Aumento da osmolalidade.
◦ Diurese osmótica.
◦ Pode-se corrigir o sódio, por hiperglicemia, com a seguinte fórmula:
Na+ corrigido: Na
+ medido + variação da glicemia.
Etiologia e Fisiopatologia Volemia normal
◦ Tem hipotireoidismo?
◦ Tem insuficiência adrenal?
◦ E transtorno psiquiátrico?
◦ Se negativo, pensar em SSIADH
Medicamentos, doenças do SNC, doenças pulmonares, câncer e pós-operatório.
INVESTIGAÇÃO DA CAUSA DA HIPONATREMIA
1) Pode ser uma pseudo-hiponatremia?
2) Quais medicamentos o paciente usa? Ele(s) pode(m) causar hiponatremia?
3) Há sinais de aumento do volume extracelular?
4) Há sinais de desidratação ou hipovolemia? Se positivo, avaliar o sódio urinário; pode ser renal ou extrarrenal.
5) Há hiperglicemia?
6) Pode ser transtorno psiquiátrico?
7) Sempre pensar em hipotireoidismo e insuficiência adrenal.
8) HIV? Uso de tiazídico?
9) Tudo acima negativo? Pode ser uma SSIADH. Avaliar pulmão, sistema nervoso central ou câncer.
Quadro clínico
A hiponatremia, por si só, pode se manifestar com: ◦ Sintomas sistêmicos: fraqueza, adinamia, anorexia, fadiga, vômitos, mal-
estar.
◦ Manifestações neurológicas: costumam ser progressivas e dependem do valor do sódio sérico e da velocidade de instalação. Incluem: sonolência, confusão, convulsões e coma.
De acordo com a etiologia: ◦ Insuficiência cardíaca: dispneia, edema de membros inferiores,
hepatomegalia dolorosa, turgência jugular, B3, crepitações pulmonares etc.
◦ Insuficiência hepática:ascite,edema de membros inferiores,telangiectasias,eritema palmar, ginecomastia, circulação colateral etc.
◦ Diarreia aguda: desidratação, hipotensão, taquicardia.
Exames laboratoriais
sódio sérico, sódio urinário e glicemia
Medida direta da osmolalidade plasmática
Concentração urinária de sódio
Outros exames: ◦ Dosagem de TSH;
◦ Cortisol sérico basal e pós-estimulação com cortrosina (ACTH).
◦ Radiografia ou tomografia de tórax: avaliar doenças pulmonares.
◦ Tomografia de crânio: doenças neurológicas.
Diagnóstico diferencial intoxicações agudas;
hipoglicemia;
hipóxia;
hematoma subdural crônico;
epilepsia;
tumores
do sistema nervoso central;
acidente vascular cerebral;
sepse;
hipercalcemia.
Tratamento Suporte clínico: corrigir distúrbios hemodinâmicos, hipoxemia, infecções etc.
Tratar a causa de base.
Aumento do sódio sérico com muita cautela mediante fórmula de correção do sódio.
Variação máxima do sódio sérico: 0,5 a 1 mEq/L/ hora ou 12 mEq em 24 horas. (3mEq/3horas + 9 mEq/21horas).
Estados edematosos: restrição de água para 800 a 1.000 mL em 24 horas. Se necessário, pode-se associar furosemida.
Em pacientes com hiponatremia associada a perda de volume (desidratação), a prioridade é soro fisiológico, até restaurar boa perfusão periférica e renal.
SSIADH: soro hipertônico e furosemida
Complicações Desmielinização osmótica do SNC: variação rápida da osmolalidade do SNC
Quadro clínico: tetraparesia espástica, paralisia pseudobulbar, labilidade emocional, agitação, paranoia, depressão, coma, alterações pupilares, ataxia, parkisonismo, incontinência urinária.
2-6 dias após reposição de sódio
Hipernatremia Concentração sérica de sódio maior que 145 mEq/L.
Determinante da osmolaridade sérica.
Etiologia e Fisiopatologia Hiperosmolaridade;
células acumulam solutos;
Causas diversas;
Cuidado com Diabetes Insípidus: desidratação importante
Achados clínicos Profunda desidratação com mucosas ressecadas;
sede intensa, fraqueza muscular, confusão, déficit neurológico focal, convulsões e coma.
Sintomas da hipernatremia ou da doença desencadeante? Na dúvida, faz TC!
Achados clínicos Paciente muito desidratado com quadro neurológico proporcional à osmolaridade:
◦ Maior que 320 mOsm/L: há confusão mental.
◦ Maior que 340 mOsm/L: paciente em coma.
◦ Maior que 360 mOsm/L: pode levar o paciente a apneia.
Diagnóstico O diagnóstico é feito pela dosagem sérica do sódio (> 145 mEq/L).
Osmolalidade sérica, urinária e sódio sérico: avaliar diabetes insípidus.
Glicemia: diabete melito.
Potássio e cálcio séricos: podem ocasionar diabetes insípidus.
Tomografia de crânio: avaliar tumores, traumas, AVC.
Tratamento Hidratação do paciente; manter a volemia e corrigir instabilidade hemodinâmica é a mais.
Não permitir a redução rápida e brusca do sódio para evitar lesões adicionais no SNC.
Tratar a causa de base (doença desencadeante).
Complicações As principais complicações são decorrentes:
◦ Da própria hipernatremia: em razão da desidratação do SNC, pode haver ruptura de vasos.
◦ Da correção rápida do sódio: leva a edema cerebral, convulsões e coma. Por isso, corrigir o sódio com cautela.
◦ Da excessiva quantidade de volume: edema agudo de pulmão.
◦ Da doença de base do paciente (exemplo: acidente vascular cerebral com pneumonia aspirativa).