distancia transacional

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Page 1: Distancia transacional

UM PAPO SOBRE DISTÂNCIA TRANSACIONAL MARCOS MENDES ([email protected])

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1. A AUTONOMIA DO ALUNO

Começamos pela premissa de que o universo de ensino consiste em duas famílias de comportamentos de ensino, a que nos referimos como "ensino contíguos" e "ensino à distância (MOORE, 1972 - tradução nossa)

Esta frase inicia o texto de Michael Moore, “Learner Autonomy”, publicado em

1972, em que postula que o universo da instrução consiste em duas famílias de

ensino. Uma presencial, a qual denomina de “Ensino Contíguo”, e outra não-

presencial, por ele denominada “Ensino a Distância”. Estas duas possibilidades de

aprendizagem levam o aluno a aprender, mas suas diferenças fundamentais são

evidenciadas através da figura do professor, que, dependendo da modalidade

escolhida, pode ou não estar no mesmo lugar que o aluno. É esta diferença que

atende a várias necessidades, e, àqueles que não podem freqüentar o ensino

contíguo (presencial), a Educação à Distância se sobressai como a única opção

disponível.

Na primeira parte de seu texto, Moore descreve o ensino contíguo: O Ensino contíguo, é mais conhecido e mais pesquisado, e faz uso de leituras, seminários e métodos clássicos de sala de aula. Estes métodos o professor e os alunos estão próximos fisicamente, e a comunicação é quase sempre através da voz, instantânea e muitas vezes espontânea, e é motivada pela interação entre alunos e professor, e freqüentemente entre alunos e alunos (MOORE, 1972 - tradução nossa)

Neste primeiro tipo de ensino, o qual ele denomina “Ensino Contíguo”, os

processos de ensino ocorrem no mesmo tempo que os processos de aprendizagem,

onde, para o autor, o melhor aprendizado seria através da pesquisa em sala de aula,

fazendo uso de livros, práticas de seminários e intervenções do professor, que é o

responsável pela ministração das aulas. Neste método, segundo Moore (1972), os

ensinos são imediatos, por causa da proximidade física entre professor e seus alunos,

que permite a comunicação instantânea entre professor e alunos, e entre os próprios

alunos. Esta forma de aprendizagem, se poderia dizer que é o método que

encontramos na sala de aula presencial.

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O outro componente da família foi denominado por Moore (1972) como “Ensino

à Distância”, e é descrito como A família de métodos de instrução em que os processos de ensino são executados à parte dos processos de aprendizagem, inclusive em relação àqueles do ensino contíguo, que poderiam ser realizados na presença do aluno, de modo que a comunicação entre o professor e o aluno seja facilitada por materiais impressos, eletrônicos, mecânicos, ou outros aparelhos.

Neste método de ensino, chamado Ensino à Distância, os processos de ensino

e aprendizagem ocorrem em momentos diferentes, a partir dos materiais didáticos e

de acordo com a disponibilidade do aluno. Isso não implica em uma total auto-gestão

por parte do aluno, mas sim, uma possibilidade de adaptar seu cotidiano ao

cronograma do curso. Neste contexto, ao contrário do ensino contíguo, o aluno não

tem o professor presente no momento de sua aprendizagem, embora possa contactá-

lo nos momentos de dúvidas, através de recursos eletrônicos e mecânicos, ou outros

aparelhos. Este método ocorre em duas dimensões, que ocorrem em momentos

distintos, e estão intrisecamente ligados, de tal forma que as dimensões são

complementares umas às outras.

Um enfoque a ser considerado no texto de Michael Moore, é quando ele enfatiza

que este método a distância pode ser utilizado complementar ao ensino contíguo,

fazendo uso das tecnologias do ensino a distância complementares ao ensino

presencial.

Se observa ainda, que este texto foi escrito em 1972, época que ainda não

estavam disponíveis as tecnologias de internet e de celular. Quando se referiu a

recursos eletrônicos, estavam no auge o telefone, o vídeo-cassete e a fita K-7, que

permitiam a distribuição de aulas, e se utilizava da impressão tipográfica para os

conteúdos didáticos. Pela visão que tinha em relação a Educação à Distância e a

tecnologia, Michael Moore sabia que haveria outras tecnologias a serem inventadas,

e para isso, citou “outros aparelhos”.

No curso pesquisado, de acordo com o projeto pedagógico, há a necessidade

de uma preparação dos cursistas no uso do ambiente virtual, como forma de minimizar

as dificuldades no acesso ao curso, e por conseguinte, diminuir os índices de evasão

do curso. Percebe-se então que se fez uso do ensino contíguo apenas na formação

inicial, onde foi desenvolvido um treinamento para os cursistas aprenderem a utilizar

a plataforma. Contudo, com exceção deste treinamento inicial, no decorrer do curso

pesquisado se fez uso do ensino a distância, através do Ambiente Virtual Moodle.

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1.1 Primeira dimensão: ensino a distância

Em 1973, na conferência do Conselho Internacional de Educação à Distância,

foi explicado que o desenvolvimento de novos métodos para atender a uma nova

demanda precisava de critérios técnicos e específicos que estruturassem a Educação

à Distância como teoria de aprendizagem. Estes critérios se referem a fazer a

descrição e definição da área a ser abordada, realizar a identificação dos parâmetros

que compõem esta área, e estabelecer quais são os elementos críticos das várias

formas de ensino e aprendizado, e somente a partir disso, iniciar a elaboração da

estrutura teórica que irá catalisar toda a área da Educação à Distância. (MOORE;

KEARSLEY, 2008).

Esta observação confirmava a pesquisa “Aprendizagem Autônoma”9, publicada

em 1972 por Michael Moore, que instituía a Educação à Distância como a metodologia

em que o ensino e a aprendizagem ocorrem em momentos diferentes. Neste método,

o ensino ocorre quando a equipe de professores se reúne para planejar o curso,

produzir o material didático e formular as avaliações, de acordo com os objetivos do

curso, e com foco no público-alvo que se quer alcançar. Por conseguinte, a

aprendizagem ocorre quando o aluno tem acesso ao material didático, e de acordo

com o cronograma estabelecido pelo professor, desenvolve suas atividades de estudo

e avaliação.

No primeiro momento da pesquisa, Moore (1972) desenvolveu uma pesquisa

baseada em estudos já realizados. No labor da pesquisa, Moore percebeu que haviam

poucas obras disponíveis sobre a “distance teaching”, o que o levou a se basear em

relatos de outras experiências já realizadas.

Após a pesquisa bibliográfica, Moore (1972) passou a desenvolver diversas

experiências, a fim de obter dados que permitissem entender o processo de

aprendizagem à distância. No trilhar de sua investigação, em uma das pesquisas

efetuadas, fez a descrição do uso da Televisão como meio para ensino da língua

inglesa como segunda língua para mulheres não-alfabetizadas no Senegal. O Autor

também realizou uma experiência com uso do telefone como meio, através da

comparação, em que, no primeiro momento o professor fazia a leitura em sala de aula,

e em segundo momento, o professor fazia a leitura através do telefone. A comparação

abrangeu também o uso de gravações da aula do professor em fita K-7, para posterior

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uso como aulas de reforço. Estas gravações também foram utilizadas para

transmissão via linha telefônica, em que o aluno marcava o horário mais conveniente

para receber a ligação e ouvir a aula.

Com os resultados, foi estabelecido que os processos de aprendizagem feitos

em cursos à distância, ocorrem de duas formas: “individualizada” ou “não-

individualizada”. A individualizada ocorre quando o aluno efetua seus estudos,

gerenciando o tempo necessário para aprender, e desenvolvendo as atividades de

avaliação. A não-individualizada ocorre quando o aluno compartilha seus

conhecimentos com outros alunos, e ainda, quando participa de trabalhos em grupo.

Estes dois processos de aprendizagem podem fazer uso de duas formas de

comunicação: dialógica e não-dialógica. A dialógica se refere às interações tanto entre

alunos e professores, quanto entre os próprios alunos. A não-dialógica se refere à

interação entre aluno e material didático ofertado pelo curso.

Na esfera do curso pesquisado, se observa as duas formas de comunicação. Na

aprendizagem dialógica, por se tratar de cursos á distância, os cursistas aprendem

através dos Fóruns, que contam com a participação de todos, e sempre mediada pelo

professor. A não-dialógica ocorre com frequência, em virtude do uso intenso dos

textos e vídeo-aulas disponíveis para o cursista.

Infográfico 05: Dicotomia do aprendizado a distância. (MOORE, 1972)

Neste quadro, é possível entender que nos processos de aprendizagem feitos

na forma Individualizada, o aluno pode se comunicar com os professores em visitas

à instituição ou por meio dos correios. Os contatos com o material didático ocorrem

com o envio de livros e vídeo-aulas, de acordo com o cronograma, ou através do uso

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do computador, em que o aluno pode ter acesso ao conteúdo didático através de

disquetes ou cd-rom.

Na forma Não-Individualizada, o aluno interage com seus colegas por meio do

telefone, e o acesso ao material didático é ampliado para o uso de fitas k7, programas

via rádio, e vídeo-aulas através de canais de televisão.

Estas duas possibilidades foram observadas no curso pesquisado, em

momentos pré-determinados pelo Tutor. De acordo com o projeto pedagógico,

algumas atividades são feitas de forma individual, tanto a leitura quanto a postagem,

e outras, de acordo com o tema estudado, devem ser desenvolvidas em grupos,

organizados pelo Tutor. Neste caso, as interações dos grupos ocorrem através do

Ambiente Virtual, através de Fóruns e de CHat´s, e são supervisionados pelo Tutor.

Na forma Individualizada, o diálogo ocorre por email, através da internet, ou

mensagem privada, através do Ambiente Virtual Moodle. A não-dialógica, foi

identificada no uso dos textos indicados para a aprendizagem dos alunos.

Na forma não individualizada, o diálogo ocorre preferencialmente através dos

recursos do ambiente virtual do curso, embora, de acordo com o professor-tutor,

poderia ser feito através de MSN ou celular. A não-dialógica, dentre as previstas por

Moore (1972), apenas o vídeo foi utilizado.

1.2 Segunda Dimensão: Autonomia do Aluno

A pesquisa de Michael Moore (1972), se desdobrava em 02 dimensões. A

primeira, estudada no tópico anterior, descrevia os processos de aprendizagem, e a

segunda, aqui descrita, tratava da autonomia do aluno, e através das pesquisas de

Moore, este teve subsídios para que estipulasse as 03 etapas na autonomia do

aprendizado do aluno que estuda à distância: preparação, execução e avaliação. O

quadro abaixo permite uma visualização organizada desta dimensão.

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Infográfico 06: Componentes de ensino e aprendizagem (Moore, 1972)

Na etapa da Preparação, a “identificação dos problemas”, e o “estabelecimento

de metas” é feito pelo aluno através de um cronograma de estudos. Com base nos

objetivos do curso e o cronograma que o aluno faz, ele traça as “estratégias” que

desenvolverá para seus estudos. Estas estratégias representam o tempo diário

destinado aos estudos, o aparato tecnológico que precisará, quais livros precisarão

ser adquiridos, etc.

Esta etapa foi identificada no curso por ocasião do treinamento do Ambiente

Virtual, feito presencialmente. Neste momento, houve a sensibilização quanto ao

tempo diário necessário aos estudos, divulgação do cronograma de cada módulo, e

tira-dúvidas quanto ao acesso à internet.

Na etapa da Execução, é a etapa da aprendizagem, em que o aluno faz uso do

material didático e precisa do apoio do professor. A “Organização dos dados,

informações e Idéias” é quando o aluno faz uso do material didático, e com base nas

orientações do professor, começa a estudar os conteúdos didáticos. A partir desta

ação, o aluno irá desenvolver “Experiências e testes das estratégias”, momento em

que irá verificar se o que planejou está de acordo com o que está sendo realizado. A

“Implantação das estratégias” é a consolidação do que está de acordo com o

planejado.

No curso pesquisado, esta etapa foi difícil para muitos alunos, mas apenas no

início, e requereu muita dedicação por parte dos professores assistentes, quando os

cursistas precisavam acessar os textos que estavam no formato PDF, e não tinham o

programa necessário. Sanados estes primeiros entraves, os cursistas já estavam

familiarizados com o acesso aos conteúdos didáticos. Outro ponto difícil nesta etapa

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foi na época das postagens dos trabalhos, que requeriam certo domínio no uso do

ambiente virtual. Como é de se esperar em cursos on-line de duração prolongada,

estes problemas são sanados nas primeiras semanas do curso, mas tendem a

estabilizarem no decorrer do curso.

Na etapa da avaliação, o aluno faz suas “Conclusões” a respeito do que tem

estudado, através do envio das avaliações e dúvidas, que representam a “Resolução

de Problemas”. Ao final, a partir das notas obtidas, o aluno irá fazer a “Aferição das

Metas alcançadas”.

Moore (1972) alerta que estas etapas devem ser claramente abordadas com o

aluno, para que ele não se acomode. Segundo ele: "Existem programas que fazem o

que é possível para o aluno a definir seus próprios objetivos e problemas, e avaliar o

seu progresso" (tradução nossa). Este alerta implica em orientar o aluno a definir suas

metas, resolver os problemas e avaliar os progressos que tem obtido no curso.

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2 TEORIA EDUCACIONAL DA EAD

Através da obra “Distance Education Theory”, em 1991 Michael Moore

estabeleceu um marco na literatura da educação á distância.

Este texto foi publicado após sua visita à Universidade do Oeste da Virgínia,

ocasião em que foi convidado a falar sobre a conceituação da Educação à Distância.

Moore (1991) trazia para si a responsabilidade de organizar alguns conceitos sobre a

Educação à Distância, enquanto modalidade de ensino, e para o autor, “a questão não

é que os conceitos de educação à distância ainda não foram definidos e explorados”,

e sim, que a modalidade de ensino ainda não estava formatada como Teoria

Educacional, e sim, ainda naquele tempo, era mais uma tecnologia de aprendizagem.

Por este motivo, um dos primeiros aspectos abordados na Teoria de Moore (1991), foi

a importância de se conhecer a Teoria, que ele definia como o resumo e síntese do que é conhecido sobre um campo do saber. É a redução do conhecimento em idéias básicas, e a explicação das referências obtidas em pesquisas, de forma que nos permita falar com um vocabulário comum. A teoria também nos ajuda a entender o que nós não conhecemos e, portanto, é o único guia para a investigação. Pesquisa que não se baseia na teoria é desperdício. (...) Relacionando-se com a teoria, no entanto, aumenta a sua capacidade para resolver outros problemas em diferentes épocas e lugares diferentes. (MOORE, 1991 - tradução nossa)

Este argumento sobre conhecer a Teoria é importante em todos os contextos de

pesquisas sobre a Educação à Distância, e traz em suas entrelinhas a informação de

que o cotidiano do aluno autônomo estava em observação, para que se pudesse

entender o processo de aprendizagem auto-dirigida, em que o aluno estuda de acordo

com seu planejamento, e seguindo o cronograma estabelecido pela instituição

provedora do curso.

Outro aspecto observado por Moore (1991), foi a relação existente entre aluno e

professor, que mesmo separados no tempo e no espaço, estão intrinsecamente

ligados através do curso. Entendia como Importante ressaltar que quando falamos de educação à distância estamos nos referindo a uma distância que é mais que simplesmente uma separação geográfica de alunos e professores. É uma distância de entendimentos e percepções, causada em parte pela distância geográfica, que deve ser superada pelos professores, alunos e instituições de ensino (tradução nossa)

Esta distância deve ser ponderada pelas instituições de ensino, que provêm

cursos à distância, uma vez que o sucesso do programa de ensino está condicionado

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ao aprendizado do aluno. O aluno aprende através do material didático enviado, e

cumpre prazos estabelecidos para envio das atividades. No decorrer do cronograma

do curso, o professor pode ser consultado pelo aluno, de acordo com as necessidades

e através das tecnologias de comunicação disponibilizadas pela instituição. O tempo

decorrente a partir da necessidade do aluno até a resposta do professor, Moore (1991)

denominou “Distância Transacional”, em que as transações compreendem o universo

de comunicação entre professor e aluno, uma vez que estão em locais diferentes, e

por não estarem face-a-face, o aluno tem que se manifestar ao professor, ao invés da

sala presencial, em que o professor percebe se o aluno precisa de orientação. Pelo

fato da comunicação aluno-professor ocorrer durante todo o curso, a Distância

Transacional é um processo contínuo, e sua intensidade vai depender dos recursos

de comunicação ofertados ao aluno,

A pesquisa de Moore (1991) revelou duas categorias da Distância Transacional:

o diálogo e estrutura. O diálogo é a comunicação entre alunos e professores, e a

estrutura é o meio pela qual a comunicação é estabelecida.

2.1 Diálogo

O diálogo, conceitualmente, é quando 02 ou mais pessoas estabelecem algum

tipo de comunicação. Em programas de Educação à Distância, o diálogo é fator

preponderante no cotidiano do curso, devido à ausência do professor no processo da

aprendizagem, o que pode despertar dúvidas no aluno em relação ao conteúdo, aos

prazos, às avaliações ou outros assuntos inerente ao curso. Quando o aluno endereça

estas dúvidas ao professor, está iniciando um diálogo com o professor, que vai

respondendo à medida da necessidade do aluno.

Este aspecto deve ser observado no desenvolvimento do curso, de forma que

sejam previstos os meios de comunicação entre aluno e professor, e também entre

aluno e instituição. Quanto maior o tempo de resposta ao aluno, maior será a distância

transacional referente ao diálogo. Em que pese a responsabilidade da instituição em

implantar estratégias de comunicação, ao professor cabe tanto a escolha do tipo de

diálogo que desenvolverá com seus alunos, quanto a freqüência em que o aluno

poderá fazer contato, e o tempo que utilizará para responder às orientações.

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No âmbito desta pesquisa, o diálogo professor-aluno e aluno-aluno, ocorreu

através do ambiente virtual, em que a equipe de Tutoria acessava diariamente o curso,

de forma a atender às postagens dos alunos, a ainda, gerenciar o acesso e conduta

discente por parte dos cursistas. Ao contrário dos Tutores, os cursistas não tinham a

obrigatoriedade de acessar diariamente a plataforma do curso, mas sua ausência

acima de 01 semana despertava a atenção do Tutor, que utilizava estratégias

específicas para manter o aluno presente no curso.

2.2 Estrutura

A Estrutura diz respeito aos meios utilizados para estabelecer o diálogo, e, de

acordo com o público-alvo a ser alcançado, este aspecto tem que ser minuciosamente

planejado e implantado, para que não se utilize recursos em excesso, onerando o

aluno, nem em contenção, o que acarretaria um problema no diálogo. A estrutura é o

conjunto de recursos de comunicação pelo qual o diálogo entre aluno e professor

ocorre. Quanto mais estrutura, mais possibilidades de diálogo serão ofertadas ao

aluno, que poderá obter respostas em menos tempo, o que implicaria em uma menor

distância transacional.

Por suas especificidades, a distância transacional está relacionada à autonomia

do aluno. Segundo Moore (1991), “quanto maior a distância transacional, maior será

a autonomia do aluno”. Por isso a importância em observar a realidade do público-

alvo do curso, para que se supere as dificuldades de comunicação, com foco no

diálogo. Se em uma determinada região não há acesso à rede telefônica, o professor

poderá optar pela correspondência. Se o aluno tem acesso à vídeo-conferência, o

professor poderá descartar a possibilidade da correspondência, pelo fato da vídeo-

conferência permitir a resposta imediata à dúvida.

Na investigação ora apresentada, a estrutura ofertada ao cursistas era

fundamentalmente os recursos próprios do ambiente virtual Moodle, que permite

utilizar Fórum, CHAT e mensagem privada. Ocasionalmente, e por iniciativa do próprio

Tutor, o aluno podia comunicar com o Tutor através de telefone ou MSN.

Abaixo, é possível visualizar o processo Diálogo/Estrutura, em que quanto mais

diálogo, menor a distância transacional

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Infográfico 07: critérios para apurar a distância transacional (Mendes, 2010)