discussão dos resultados - uv - vis
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.2. Espectroscopia Eletrônica na Região do Ultravioleta-Visível
A análise por espectroscopia de absorção na região do ultravioleta/visível é
bastante útil para a caracterização do complexo em estudo, pois na região do visível
as porfirinas possuem absorções características [74, 75]. A porfirina tanto na sua
forma base livre quanto metalada apresentam uma forte absorção em 415 nm ( ~
105) referente à transição Soret, o qual é característico de sistemas aromáticos. A
porfirina base-livre apresenta também mais quatro absorções de menor intensidade,
denominadas de bandas Q, em 512, 545, 587 e 642 nm [76]. As intensidades e a
posição destas bandas são dependentes do solvente bem como de suas
concentrações (Figura 13).
Figura 13. Espectro eletrônico na região do UV-visível, da porfirina base livre (TPyP)
em diclorometano.
As bandas Q observadas na região do visível são devido ao tipo de simetria
apresentada pela porfirina, que no caso da base livre é C2h, onde o orbital eg está
desdobrado em dois (Figura 14).
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Figura 14. Diagrama de orbital molecular (orbital ) da porfirina considerando simetrias C2h e D4h.
Após a metalação da porfirina, observa-se uma diminuição no número de
transições: das quatro bandas Q antes observadas, agora observam-se somente
duas. Essa diminuição no número de transições é devido ao ganho de simetria da
porfirina, passando de uma simetria C2h para D4h quando metalada.
Tabela 1. Dados do espectro eletrônico da porfirina (H2TPyP), 1,0 x 10-5 mol . L-1
em diclorometano.
5,10,15,20-(tetrapiridil)porfirina
max(nm) (mol-1 L cm-1)
415
512
545
587
642
3,3 x 105
1,3 x 104
6,1 x 103
4,2 x 103
3,4 x 103
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O espectro eletrônico do complexo periférico cis-[RuIICl2(dppb)(bqdi)] (Figura
15), apresenta uma banda de absorção em 232 nm atribuída a transição interna nos
grupos aromáticos do ligante bifosfínicos [77] e uma banda em 544 mn atribuída a
transição de transferência de carga do tipo metal–ligante (MLCT),
p*(bqdi) dRuII) [78, 79] presente nos complexos de rutênio.
Figura 15. Espectro eletrônico, na região do UV-visível, do complexocis-[RuIICl2(dppb)(bqdi)], em diclorometano.
Tabela 2. Dados do espectro eletrônico do complexo de rutênio cis-
[RuIICl2(dppb)(bqdi)] 1,0 X 10-5 mol . L-1 em diclorometano.
cis-[RuIICl2(dppb)(bqdi)]
max(nm) (mol-1 L cm-1)
232
544
8,7 x 103
3,3 x 103
No espectro eletrônico da porfirina polirutenada em estudo, observa-se uma
soma do espectro eletrônico da porfirina com o espectro do complexo periférico de
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rutênio (Figura 16). Isso sugere que os complexos periféricos não interferem na
simetria local da porfirina.
Figura 16. Espectro eletrônico na região UV-visível, da porfirina polirutenada {H2TPyP[RuIICl(dppb)(bqdi)]4}4+, 5,0 x 10-6 mol. L-1, em diclorometano.
Como pode ser observado na figura acima, o espectro da espécie
{H2TPyP[RuIICl(dppb)(bqdi)]4}4+ apresenta uma banda em 230 nm, que foi atribuída
a transições eletrônicas internas do ligante bifosfínico, provenientes das transições
nos grupos aromáticos, a banda soret em 418 nm, e a banda em 517 nm, foi
atribuída a soma das bandas Q e a transição de transferência de carga do tipo
metal–ligante (MLCT), p*(bqdi) dRuII , dos complexos de rutênio.
Tabela 3. Dados do espectro eletrônico da espécie sintetizada
{H2TPyP[RuIICl(dppb)(bqdi)]4}4+ , 1,0 X 10-5 mol . L-1 em diclorometano.
{H2TPyP[RuIICl(dppb)(bqdi)]4}4+
max(nm) (mol-1 L cm-1)
230
418
517
1,9 x 105
3,7 x 105
7,4 x 104
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?. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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New York, 1992.
75. Sessler, J. L.; Weghorn, S. J., Expanded, Contracted & Isomeric Porphyrins,
Elsevier, 1997.
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Springer, New York, 2006.
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Mono e Binucleares”, Tese de Doutorado, Instituto de Química de Araraquara,
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, 1999.
78. Belser, P; Zelewsky, A. V.; Zehnder, M.; Inorganic Chemistry, 20, 3098, 1981.
79. Rein, F. N.; Rocha, R. C.; Toma, H. E.; Journal of Eletroanalytical Chemistry,
541, 103, 2003.
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