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DISCIPLINA TEOLÓGICADISCIPLINA TEOLÓGICADISCIPLINA TEOLÓGICA

REALIZAÇÃO:

Igreja Renovação em Cristo

REALIZAÇÃO:

Igreja Renovação em Cristo

EscatologiaEscatologiaEscatologia

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ITER – Instituto Teológico Renovação Escatologia 1

INSTITUTO TEOLÓGICO RENOVAÇÃO - ITER

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida sem autorização prévia por escrito do ITER - Instituto Teológico Renovação. Não poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, scaneados, gravação ou quaisquer outros, salvo breves citações com indicação direta da fonte.

CONSELHO DIRETOR

Chanceler:

Apóstolo Fábio Abbud

Reitor Presidente: Apóstolo Natanael Solís

Diretora Vice-Presidente:

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Diretor Executivo:

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ITER – Instituto Teológico Renovação Escatologia 2

Sobre o livro Didático Categoria - Teologia Sistemática - Escatologia Execução - 2017 1ª Edição Título Original: Escatologia

Todos os direitos reservados por

ITER- Instituto Teológico Renovação

Avenida Capitão Luiz Antônio Pimenta nº 354

São Vicente - SP

CEP 11330-200

Contatos: Pr. Abdón Solís

(13) 3466.7627 / (13) 97418.6972

(13) 99166.2290

Equipe de Realização Produção fotográfica:

Nathalia Alves Solís

Supervisão Geral:

Ap. Natanael Solís

Produção Editorial, Coordenação e Revisão Teológica:

Pr. Abdón Solís

Índice Catálogo Sistemático

1. Teologia Sistemática. 2. Escatologia. 3. Introdução

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INTRODUÇÃO

A Escatologia Bíblica é o ponto culminante da Teologia Sistemática. Não é apenas o

clímax, o desfecho e a consumação do estudo teológico, mas a apresentação da

escatologia é também a suprema demonstração de habilidade teológica. Aqui, mais

que em qualquer outro campo, exceto talvez na doutrina da pessoa de Cristo, estão

expostas as importantes ferramentas da exegese, da síntese, da hermenêutica e do

sistema teológico. Exige-se um julgamento refinado para discernir o que deve ser

interpretado à letra em contraposição ao que deve ser interpretado de forma

espiritual e alegórica. A coerência da revelação de Deus como um todo no Antigo e

no Novo Testamento deve ser mantida.

Os intricados pormenores da profecia devem ser relatados sem contradição. Uma

distinção cuidadosa deve ser observada entre o que é certa e simplesmente

revelado e o que permanece obscuro. Devemos distinguir os assuntos mais

importantes dos de menor monta. O campo da investigação deve necessariamente

compreender tanto as profecias cumpridas quanto as por cumprir, aquelas servindo

de guia importante para o caráter de predição adotado por estas.

A escatologia, mais que qualquer outro campo da teologia, tem sofrido muito nas

mãos dos intérpretes. Mesmo entre aqueles cuja confiança na Palavra inspirada de

Deus é inquestionável, existem escolas de interpretação amplamente divergentes.

Por essa razão, alguns teólogos se contentam com a apresentação de alguns

poucos acontecimentos da escatologia, como a ressurreição dos mortos, a segunda

vinda e o julgamento final, negligenciando vastas partes das Escrituras que tratam

de outras questões proféticas.

Apesar de muitos estudiosos terem escrito sobre os temas escatológicos para suprir

o que falta nas teologias modelares, poucos tentaram, quando foi o caso, uma

apresentação circunstanciada da escatologia pré-milenarista como a apresentada

nesta obra.

O trabalho como um todo merece ser classificado como texto abrangente sobre

escatologia bíblica e deve ser útil à nossa geração.

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ESCATOLOGIA

I. DEFINIÇÕES

1. ETIMOLOGIA

O termo “Escatologia” deriva-se do grego antigo εσχατος (eskatos) “último”, mais o

sufixo λόγος (logia) “palavra, razão, estudo”. Portanto, Escatologia é o estudo

sistemático das coisas que acontecerão nos últimos dias ou a “doutrina das últimas

coisas”. A Escatologia estuda temas como o Estado Intermediário, Arrebatamento da

Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno.

2. A PREOCUPAÇÃO COM O FIM DOS TEMPOS

Os discípulos de Jesus. Certa vez, os discípulos de Jesus fizeram a seguinte

indagação ao Mestre: “[...] Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da

tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3). Tanto os discípulos quanto os cristãos do

primeiro século desejavam saber a respeito do fim dos tempos, pois este é um

assunto que chama a atenção de crentes e não crentes. Já no primeiro século

algumas pessoas não acreditavam mais na segunda vinda de Jesus, pois Pedro fala

sobre os “escarnecedores” que dizem: “Onde está a promessa da sua vinda?”.

Infelizmente, hoje muitos também continuam achando que a Palavra de Deus não se

cumprirá e que o fim não virá (2Pe 3.3,4).

As previsões falsas sobre o futuro. O homem sempre se preocupou com o fim dos

tempos, por isso, o grande número de falsos profetas e falsas previsões quanto ao

futuro da humanidade. São inúmeras seitas e falsos profetas que já marcaram a data

da segunda vinda de Jesus e o fim de todas as coisas, pois todos erram.

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II. EVENTOS ESCATOLÓGICOS (Pré-tribulacionista/Pré-milenista) A Bíblia afirma categoricamente que os acontecimentos concernentes aos “últimos

dias” de fato, ocorrerão. Porém, ela não esclarece o tempo exato; e em muitos casos

não apresenta conclusivamente sua sequência cronológica nem a forma precisa como

se produzirão. A seguir, apresentamos a ordem cronológica (Prė-tribulacionista/Prė-

milenista) dos acontecimentos futuros:

EVENTO REF. BÍB. DESCRIÇÃO

Sinais dos

últimos

Tempos

Mt 24.3-14

Já estamos vivendo esta época. Aparecimento de enganadores, falsos

cristos, guerras, fome, terremotos, tribulações, falsos profetas, multiplicação

da iniquidade, esfriamento do amor, apostasia, etc.

Arrebatamento

da Igreja

1Ts 4.16,17;

1Co 15.51-

53

É a assunção deste mundo dos remidos por Cristo, exatamente antes do

começo da Grande Tribulação. Algumas características: encontro nos ares

(1Ts 4.17); receberemos corpos glorificados (1 Co 15.52-54); corpos como o

de Cristo (1Jo 3.2); os cristãos mortos precederão os vivos (1Ts 4.16,17);

esta ressurreição incluirá somente os santos da Igreja e será a primeira fase

da chamada “primeira ressurreição” (Ap 20.5-6). Estaremos com Cristo

durante 7 anos, onde ocorrerão 2 eventos primordiais: o Tribunal de Cristo e

as Bodas do Cordeiro.

Tribunal de

Cristo

Rm 14.10;

1Co 3.13-15;

2Co 5.10

Cristo julgará os salvos, imediatamente após o arrebatamento, com base na

sua conduta como crentes; entrega de galardões e perda de prêmios por

omissão.

Bodas do

Cordeiro

Ap 19.7-9

A Igreja, já julgada, será unida eternamente a Cristo como Sua noiva.

Ocorrerá entre o Arrebatamento e a Revelação de Cristo em poder.

Grande

Tribulação

Dn 9.23-27;

Mt 24.15-21

Período de 7 anos (Dn 9.23-27), começando após o arrebatamento, quando

o mundo (na terra) entra em juízo por seus pecados passados. Eis alguns

fatos: a) Israel restaurado, tendo passado pelo fogo do sofrimento para levar

os judeus a crerem no Messias (Zc 13.9); b) A 2ª metade deste período

será mais severa (Jr 30.7); c) Manifestação do reino do anticristo (2Ts

2.3,4; 1 Jo 2.18); d) Manifestação da Besta (Ap 13.11-18); e) Manifestação

do falso profeta; f) Manifestação do “Dia do Senhor” (Is 2.12; 13.6; Sf 1.14).

Revelação de

Cristo

2Ts 1.8;

Ap 19.14,15

Esta libertação realizada por Cristo ocorrerá depois que o anticristo tiver

vencido completamente a Israel. Cristo voltará à terra com uma

demonstração de grande poder.

Batalha do

Armagedom

Ap 16.16; Zc

14.2-4

Designação tirada de Ap 16.16; nomeia a batalha em Israel que traz ao

clímax a Grande Tribulação. Uma parte da luta acontecerá no Vale de

“Megido”. Simboliza a última luta escatológica entre as hostes de Deus e as

do mal.

Julgamento

dos Gentios

(Nações

Viventes)

Mt 25.31-46

Feito aqui na terra. O julgamento será por indivíduo; são os sobreviventes da

Grande Tribulação (Ap 20.4). Ocorrerá também a ressurreição dos santos do

Antigo Testamento e da Tribulação (Ap 20.4-6). Esta é a segunda fase da

“primeira ressurreição”, porque trata de santos e não de ímpios. Satanás

será aprisionado por mil anos no “abismo” de onde não terá mais acesso ás

mentes dos homens (Ap 20 1.3). O reino milenar é, portanto, estabelecido.

Milênio

Is 11.1-9;

65.17-25; Ap

20.2,3

Período de mil anos, começando logo após o julgamento dos gentios,

quando Cristo reinará em justiça perfeita e paz sobre o mundo aqui na terra.

Tribunal do

Grande Trono

Branco

Ap 20.11-14 Também chamado de Juízo Final. Segue-se ao Milênio. É a ocasião em que

os descrentes de todas as épocas receberão sua sentença de castigo eterno

ao “lago de fogo” pelos seus pecados. Aqui ocorrerá a 2ª ressurreição (dos

ímpios).

Entrada na

Nova

Jerusalém

(Novo Céu e

Nova Terra)

Ap 21.1-27;

Fp 3.20; 2

Co 5.1,2; 2

Pe 3.13

É a entrada nas moradas eternas com o nosso Senhor. “Ali jamais entrará

coisa imunda”. Amém.

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III. A MORTE

A morte é, antes de tudo, um fenômeno bio-fisiológico que, portanto, afeta todos os

seres vivos corpóreos, e consiste na cessação da vida. Esta cessação manifesta-se

pela extinção das atividades vitais: crescimento, assimilação e produção no domínio

vegetativo; consciência e apetite sensoriais, juntamente com o movimento destes,

resultante, no domínio sensitivo. Depois da morte, opera-se a decomposição mais ou

menos do organismo, ou seja, sua resolução nas matérias anorgânicas que dele fazia

parte. Estes processos visíveis mostram que ocorreu aquilo que constitui a verdadeira

essência da morte, a saber, que o princípio vital, a alma, se separou do corpo, porque

este, devido à idade, a doença ou a lesão (orgânica), não mais é capaz de ser

portador (sujeito) da vida. Com esta separação, as almas das plantas e dos animais

perecem, por não mais poderem existir sem o corpo; pelo contrário, a alma espiritual

do homem começa sua sobrevivência supra corporal, imortal, devido à qual, seu

pensar e querer já não aparecem ligados ao corpo, mas de nenhum modo deixam de

existir, porque a alma humana é imortalizável, embora, não seja imortal como querem

alguns. Somente Deus é imortal , a alma humana é imortalizável.

1. CONCEITOS ETIMOLÓGICOS

A parte da palavra hebraica muth e da grega thánatos, das quais nossa palavra

portuguesa “morte” é uma tradução exata, os hebreus e gregos usaram outras

palavras muito definidas para expressar a ideia da morte. Analisando estas palavras,

encontramos o verdadeiro significado da morte física.

Gava – Esta palavra é hebraica e significa “espirar”, “dar o último suspiro”. Com este

sentido é que usa-se em Gênesis 6.17.

Teleute – Esta palavra é grega e significa “fim” ou “término de tudo” nesta terra.

Figura em Mt 2.15, onde se diz que Jesus esteve no Egito “até a morte de Herodes”, é

dizer, até o fim da vida de Herodes.

Mavet – Esta é outra palavra hebraica e significa “separação” e implica sobre tudo a

ideia de separação entre alma e corpo. Em Gn 25.11 diz: “e aconteceu depois da

morte de Abraão...”, isto é, depois que separou a alma do corpo de Abraão.

Anairesis – Esta é outra palavra grega e significa “elevação”, ou seja, “levantamento”.

Em At 8.1 diz: “E Saulo consentia na morte de Estêvão”, isto é, Saulo sem pensar e

sem querer consentia no “levantamento” ou “elevação” de Estêvão a outra vida.

2. A MORTE FÍSICA

A Bíblia nos ensina que, tanto a morte física como a morte espiritual, é resultado do

pecado (Hb 9.27).

Se olharmos para trás, a morte física pode ser considerada o fim de uma carreira,

mas se olharmos para o futuro, a morte física pode ser considerada o início de uma

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carreira. Na realidade, a morte física não é o início nem o fim de uma vida, senão

apenas uma experiência na vida.

A morte fecha uma porta para a numa esfera, mas abre outra porta em outra esfera.

Convém notar que para o crente, a morte deixa de ser uma pena ou um castigo, como

acontece com o descrente, isto é, para o crente, a morte perde o “aguilhão” (1Co

15.55-57). Para o crente, ela se torna uma serva (Fp 1.21-23). Os pensamentos e as

experiências relativas à morte nos são muito dolorosos, os pensamentos relativos à

Vinda de Cristo nos são muito valiosos (Tt 2.13).

A morte vem como nosso grande inimigo. Cristo vem como nosso grande amigo (Pv

14.27). Satanás tem o poder da morte, mas Cristo é o príncipe da vida (Hb 2.14).

Tanto Jesus como os apóstolos, não ensinou que devemos aguardar a morte, mas

sim, a Sua Vinda.

Para o crente que morreu a morte voluntária (morte do ego ou do velho homem) não

há porque temer a morte necessária – porque já venceu a morte.

3. PARA ONDE VÃO OS ESÍRITOS APÓS A MORTE

Com a morte física no Antigo Testamento, tanto o espírito do crente como o descrente

iam para o Hades. Já no Novo Testamento não é a mesma coisa. Algumas seitas

fazem confusão com respeito à “sepultura” e o Hades. Sepultura é o local para onde

vão os corpos. Hades é o local para onde vão os espíritos.

Os católicos romanos creem que há três lugares onde vão as almas dos que morrem.

a) Os que morrem “em sinal de santidade” segundo eles, vão diretamente para o céu.

b) Os remarcadamente maus, vão diretamente para o inferno.

c) Os que não são nem totalmente maus, nem totalmente santos, vão, para o que eles chamam

de “purgatório”, isto é, um lugar intermediário entre o céu e o inferno, e que após passar ali um

determinado período, serão trasladados para o céu.

Não existe em nenhum lugar na Bíblia onde se refere a tal lugar chamado

“purgatório”, mas, para consolar a família de quem se foi, a igreja católica inventou

essa doutrina que também dá um grande lucro financeiro para os romanos na

celebração da missa do sétimo dia, a fim de atenuar a situação do defunto no além.

Para os Adventistas, a coisa é um tanto diferente. Eles ensinam uma doutrina

complicada que em última análise faz entender que com a morte, o espírito se desfaz,

e que no futuro Deus refaz estes espíritos novamente na ressurreição. Isso significa

que Deus cria o homem duas vezes.

As chamadas Testemunhas de Jeová têm uma doutrina um tanto parecida com os

Adventistas, mas negam redondamente a existência da alma, e ao serem

interrogados acerca do destino da alma, eles dizem que não vai a lugar nenhum

porque alma não existe. Mas em At 7.59 Estêvão, na hora da sua morte, disse:

“Senhor, recebe o meu espírito”. E Paulo em Fp 1.21-23 disse: “Para mim o viver é

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Cristo e o morrer é lucro”. E o malfeitor da cruz pediu a Jesus que lembrasse dele

quando entrasse no seu Reino, e Jesus lhe disse: “Na verdade te digo que hoje

mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23.42,43).

Se não existe alma nem espírito, então será que Jesus estava enganado?

4. HADES

Existem muitas heresias com respeito ao Hades. No caso das Testemunhas de

Jeová, dizem que o Hades é a própria sepultura, insinuando que a vida termina na

sepultura, e que além dela não há outro lugar. Mas não é isso que a Bíblia diz.

Em Mateus 16.18 Jesus mencionou “as portas do inferno” (Hades no grego) lugar

que merece um estudo profundo e detalhado dentro das Escrituras. Este lugar é

chamado de “o mundo invisível”.

Tanto no Antigo como no Novo Testamento, encontramos constantes referências

sobre este lugar chamado “inferno”, que em hebraico é Seol e em grego é Hades.

Ambas as palavras significam “o mundo invisível”, o lugar para onde vão os espíritos

dos falecidos. Essas palavras nunca são usadas na Bíblia para se referir a um lugar

onde os espíritos passarão a eternidade, e nem tão pouco se refere à sepultura que

no Hebraico é queber. As Escrituras apresentam o Hades (grego) ou Seol (hebraico)

como sendo um lugar para onde vão os espíritos, tanto dos justos quanto dos ímpios

(Is 14.19; Lc 16.23). A morte de um patriarca é descrita como sendo “reunido” ao seu

povo (Gn 25.8; 35.29; Nm 27.13). A morte de um santo era uma descida da alma a

um determinado lugar abaixo (Gn 37.35; 42.38; Nm 16.33). Os ímpios também são

enviados para lá (Is 5.14).

A confusão existe, por causa de um problema de tradução; onde o Hades ou Seol às

vezes é confundido com o “lago de fogo”; e o queber (hebraico) que é sepultura, e

que somente tem a ver com cadáver, é confundido com o inferno, que é um lugar

habitado por espíritos maus, e Abismo, que em hebraico é Abaddon.

No Antigo Testamento encontramos o Hades sendo habitado tanto por justos como

por ímpios. O Hades é um todo, isto é, uma região dividida em duas partes, onde de

um lado habitam os justos e do outro os injustos. Encontramos isto com muita clareza

na parábola do rico e do mendigo Lázaro (Lc 16.19-31). O rico podia ver o mendigo

Lázaro de um lado, e do outro lado do abismo ele clamava por misericórdia.

O inferno é um lugar de suplício onde os ímpios aguardam o Juízo do Grande Trono

Branco, de onde sairão para serem destinados ao lago do fogo ardente (Ap 20.14).

Em Is 5.14, diz que os ímpios descem a boca aberta do Seol (não “sepultura” como

traduzida na Versão Almeida). Nas passagens de Gênesis temos Jacó pensando em

sua morte, dizendo: “...descerei meu filho à sepultura” (a palavra no hebraico é Seol e

não queber , outro caso de má tradução). Jacó pensava que seu filho José estivesse

no Seol. Em Nm 16.33, Coré Datã e Abirão “descem vivos ao abismo”. A terra

literalmente os tragou. Nesta passagem a palavra “abismo” no original hebraico é

Seol.

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Por essa e por outras passagens bíblicas, alguns teólogos acreditam que o Seol ou

Hades estão localizados num determinado lugar abaixo da superfície da terra. Veja Ez

31.16; 18.32; 32.18. Em 1Sm 28.13,14, o velho da capa (suposto Samuel) foi visto

pela pitonisa “subindo da terra”.

A parte do Hades ou Seol onde estavam Abraão e Lázaro é o paraíso de que Jesus

falou ao malfeitor crucificado ao seu lado em Lc 23.43, dizendo que ali estaria com ele

naquele dia. A palavra “paraíso” é de origem persa e significa uma espécie de jardim,

usada simbolicamente quanto ao lugar dos justos mortos. Após a sua morte Jesus

esteve três dias e três noites no coração da terra (Mt 12.40; At 2.27). Paulo descreve

este lugar como as regiões inferiores da terra (Ef 3.9). Conforme 1Pe 3.18-20 e 4.6,

Jesus desceu a este lugar para pregar o evangelho aos espíritos que ali estavam.

Conforme Ef 4.8-10 muitos teólogos acreditam que o paraíso foi transferido para um

lugar mais sublime que Paulo chama de “terceiro céu”. Em Mt 16.18, Jesus disse que

“as portas do Hades” (lugar de detenção) não prevaleceriam contra a igreja e não

prevaleceram mesmo! É de se acreditar que os mortos que ressuscitaram em Mt

27.52-53 foram os antigos habitantes do Hades, e que na ressureição de Jesus eles

também ressuscitaram e foram levados ao paraíso celestial deixando vazio o antigo

paraíso localizado no Hades.

O paraíso continua sendo o lugar para onde vão os espíritos dos justos que morrem

no Senhor, só que agora não é mais no Seol como antes, mas na presença do

Senhor Jesus (2Co 5.8; Fp 1.23). Se Cristo está na presença do Pai, logo então os

que morrem em Cristo estão também na presença imediata do Pai (Hb 12.2; Ap 2.21;

6.9). Pelo que depreendemos destes textos, nem os justos, nem tão pouco os ímpios

dormem na morte porque estão em um estado de consciência (Lc 16.24; Ap 6.9-10).

O sono referido em 1Ts 4.14 e Jo 11.11, não é do espírito, mas do corpo sem espírito.

Lamentavelmente, as palavras Seol e Hades têm sido traduzidas incorretamente em

algumas versões das Escrituras. A palavra hebraica Seol consta 65 vezes no AT e a

palavra grega Hades consta 11 vezes no NT (Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At

1.18; 6.8; 20.13; 1Co 15.55). Exemplos da palavra Seol no AT: Gn 37.35; 42.38; Nm

16.30,33; Sl 30.3; 89.48; 16.10; 86.13; Jó 11.18; Pv 9.18; 15.24; Is 5.14; 14.4-20; Ez

32.21.

A palavra hebraica queber usada no AT e traduzida corretamente por “sepultura”,

“cova” ou “túmulo” é usada no plural 29 vezes. Existe somente um Seol, enquanto

existem muitos queber. Queber é escrito sempre no plural, enquanto Seol e Hades

aparecem no singular. A Bíblia menciona 37 vezes o queber recebendo os cadáveres.

(1Rs 13.30), enquanto o Seol jamais recebe cadáver. Acredita-se que o queber é

localizado abaixo da terra, nas profundezas (2 Sm. 3.32; 2Co 16.14). Encontramos 44

vezes escrito onde há um queber para cada indivíduo, enquanto o Seol é um lugar

para muita gente. O homem coloca os corpos no queber, (33 vezes) 2Sm 21.14, mas

somente Deus envia o homem ao Seol (Lc 16.22-23). O homem escava o queber

(6 vezes), mas jamais escava o Seol. O homem apalpa o queber em Gn 50.5 (5

vezes), mas jamais apalpa o Seol. O queber acolhe o cadáver enquanto o Seol acolhe

o espírito.

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Além do queber e do Seol, a Bíblia nos fala também de outro lugar invisível chamado

em hebraico de Abaddon, e grego Abussos. Em algumas passagens do AT esse lugar

é traduzido por “destruição” e no NT por “abismo” (Jó 26.6; 28.22; 31.12; Pv 15.11;

27.20; Sl 88.11; Lc 8.31; Rm 10.7; Ap 9.1-11; 17.8; 20.1-3). Segundo alguns eruditos,

o abismo é um lugar mais profundo que o Seol ou Hades e que é morada de uma

espécie de demônios altamente ferozes, onde aguardam o Juízo final. É de se

acreditar que o tártaro (do grego tártaro) mencionado em 2Pe 2.4, onde habita uma

leva de anjos malignos, seja o mesmo “abismo”, onde os habitantes desse lugar

aguardam o Grande Dia do Juízo Final para serem lá enviados ao lago de fogo

ardente (Ap 20.13-15; 21.8).

5. LAGO DE FOGO ARDENTE

O lago de fogo ardente no AT é chamado de tofete (Is 30.33; Jr 7.31,32) e no NT ele é

chamado de geena (Mt 5.22; 29,30; 10.26; 23.14,15,33). Geena se refere literalmente

ao vale de Hinon. Esse vale ficava fora da cidade de Jerusalém e servia de lixeira da

cidade. Ali queimavam também os cadáveres de criminosos e de animais. Ali havia

constantemente fogo aceso, por isso era figurado como o lago de fogo ardente onde o

sofrimento é sem fim. Ali os israelitas apóstatas queimavam seus filhos ao deus

Moloque. O termo geena é empregado por Jesus 11 vezes e sempre no sentido literal

(Mt 25.41). os primeiros a serem lançados no lago de fogo serão a besta, o anticristo

e o falso profeta, e em seguida, o próprio diabo (Ap 19.20; 20.10) e por último, serão

lançados ali os ímpios (Mt 25.41; Ap 10.6; 14.9-11; 19.3; 20.11).

Veja no gráfico onde é apresentado o Hades, o inferno, o paraíso, a sepultura e o

poço do abismo:

Entrada no paraíso Entrada no inferno

Sepultura ou queber (Ex 14.11; 1Rs 13.30)

Saída do Hades para o

paraíso celestial (3º céu)

PARAÍSO – SEIO DE ABRAÃO

HADES OU SEOL

(Gn 37.35; Sl 30.3; Lc 16.22)

Esse lugar hoje se encontra vazio pois os

que aqui estavam foram levados por

Jesus para o Paraíso celestial, o terceiro

céu.

(Ef 4.8; Mt 27.52,53)

POÇO DO

ABISMO

(Lc 16.26)

(Jd 6; 2Pe 2.4;

Ap 9.1-11)

Aqui está o anjo

do abismo que

será solto no

período da

Grande

Tribulação.

Sepultura ou queber

Saída do Hades para o

geena (lago de fogo)

INFERNO (lugar de tormentos)

HADES OU SEOL

(Mt 25.41; Lc 16.24)

Inferno, mundo dos espíritos ou lugar

sombrio onde as almas ficam a vagar.

Esse lugar hoje é habitado pelos

ímpios que aguardam o Dia do Juízo

do Grande Trono Branco para, depois

de julgados serem lançados no geena,

que é o lago de fogo ardente

(Ap 20.14,15).

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IV. A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO

A Bíblia menciona dez casos de ressurreição. Porém, no presente estudo, o termo

“ressurreição” significa o surgimento do corpo liberto dos poderes da morte, redivivo,

ficando de pé de novo. Devemos notar que, a doutrina da ressurreição estudada no

NT não é a mera doutrina da ressuscitação, ou seja, a ressurreição do corpo, ou das

funções físicas desta vida, mas sim, a transformação em um corpo glorioso que não

poderá mais morrer.

A Bíblia nos fala de duas ressurreições conhecidas como: a primeira e a segunda. A

primeira é para a vida, e a segunda é para o juízo (Dn 12.2; Jo 5.28,29; 1Co 15.22,23;

1Ts 4.14-17; Ap 20.4-6; 11,13). Essas duas ressurreições aparecem na Bíblia sendo

separadas uma da outra por um período de mil anos (Ap 20. 5,6).

1. PRIMEIRA RESSURREIÇÃO

A primeira ressurreição aparece na Bíblia dividida em duas etapas. A primeira se dará

no Arrebatamento da Igreja e a segunda, se dará no período da Grande Tribulação.

Só farão parte da primeira etapa da primeira ressurreição aqueles que estiverem

preparados para o grande dia do encontro de Jesus com a Igreja. Os que não subirem

no Arrebatamento da Igreja ficarão para a segunda etapa da primeira ressurreição

que só ocorrerá quando Cristo voltar para estabelecer o Milênio. Ali ressurgirão os

mártires da Grande Tribulação (doutrina pré-tribulacionista).

1) Primeira etapa da primeira ressurreição (1Ts 4.13-17; 1Co 15.51,52).

2) Segunda etapa da primeira ressurreição (Ap 6.9-11; 20.24).

2. SEGUNDA RESSURREIÇÃO

A respeito da segunda ressurreição, a Bíblia não dá nenhuma esperança, pois ela é

apresentada somente no plano de condenação eterna. Nessa ressurreição só

aparecem os ímpios sendo julgados pelo que está escrito nos livros das obras e

destinados ao lago de fogo ardente (geena). Essa ressurreição se dará um dia no final

do milênio no Juízo do Grande Trono Branco (Ap 20.5; 11-15).

3. RESSURREIÇÃO DOS SANTOS DO AT

A respeito da ressurreição dos justos do AT há duas teorias que merecem um estudo

profundo e detalhado. Certos teólogos acreditam que os justos do AT farão parte da

primeira etapa da primeira ressurreição, argumentando que, se os crentes do AT

estão no paraíso junto com os que hoje morrem em Cristo, então não há motivo para

eles não fazerem parte do Arrebatamento da Igreja com os santos da presente

dispensação.

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V. O ARREBATAMENTO DA IGREJA

O Arrebatamento da Igreja será no momento mais palpitante para nós, pois se trata

de nossa eterna redenção. A palavra “arrebatar” significa “tirar para fora com ímpeto”,

e é exatamente o que Jesus fará com aqueles que prometeu vir buscar (Jo 14.1-3;

1Ts 4.16,17; 1Co 15.51-53). A respeito desse glorioso evento, vale a pena

verificarmos algumas teorias defendidas por vários estudiosos da Bíblia.

Até o começo do século XIX, os crentes que discutiam o Arrebatamento da Igreja

acreditavam que ocorreria junto com a volta de Cristo no fim do período da Grande

Tribulação.

MID-TRIBULACIONISMO

Harold John Ockenga foi líder de um movimento evangélico que se desenvolveu nos

Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial. Num breve testemunho pessoal

em Christian Life (Vida Plena) em fevereiro de 1955, ele citou muitas dificuldades

associadas com o Pré-Tribulacionismo. Estas incluíram o aspecto secreto do

Arrebatamento, o reavivamento a ser experimentado durante a Tribulação, a despeito

da remoção do Espírito Santo e a redução da importância da Igreja envolvida na

Escatologia Dispensacionalista. Outros líderes evangélicos acrescentaram suas

críticas à posição pre-tribulacionista. As modificações que defendiam eram

superficiais, incluindo a limitação da ira de Deus contra o mundo (Ap 16-18) aos

primeiros três anos e meio da Batalha do Armagedom. Influenciados pela menção

repetida de três anos e meio (quarenta e dois meses) em Dn 7.9,12 e Ap 11.3; 12.6,

argumentavam a favor de um período abreviado de tribulação. Como apoio deste

argumento citavam Dn 7.25 que indica que a Igreja estará sujeita ao governo do

anticristo durante três anos e meio. Daniel 9.27 também indica que o governo mundial

do fim dos tempos fará um acordo com os cristãos e os judeus dando garantia de

liberdade religiosa, mas que passará depois a levar a efeito a segunda etapa do seu

plano e suprimirá as observâncias religiosas. Acreditava-se que várias passagens do

NT apoiavam o Mid-Tribulacionismo, incluindo Dn 12.14, que prediz uma fuga da

Igreja para o deserto durante os primeiros três anos e meio do período da Tribulação.

Além disso, os mid-tribulacionistas acreditavam que o ponto de vista deles se

encaixava no discurso do Monte das Oliveiras (Mt 24; Mc 13 e Lc 12) melhor do que a

interpretação pré-tribulacionista que diz que a Igreja não passará pela Grande

Tribulação.

Os mid-tribulacionistas declaram que o Arrebatamento deve ocorrer depois de certos

sinais preditos e da fase preliminar da tribulação, conforme a descrição em Mt 24.10-

27. O evento não será secreto, mas sim, acompanhado por uma demonstração

impressionante, incluindo um alto brado e o ressoar da trombeta (1Ts 4.16; Ap 11.15;

14.12). Este sinal dramático atrairá a atenção das pessoas não salvas e, quando elas

perceberem que os cristãos desapareceram, virão para Cristo em número tão grande

que haverá um reavivamento em grande escala (Ap 7.9,14). Em síntese, a Igreja será

arrebatada no meio da Grande Tribulação.

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PÓS-TRIBULACIONISMO

Essa linha de pensamento ensina que Cristo arrebatará a Igreja no final da Grande

Tribulação e no mesmo tempo implantará o seu Reino milenar. São citadas

numerosas passagens bíblicas com Mt 24.27,29. Argumentam que a Vinda de Cristo

deve ser visível, pública e posterior à Tribulação. O argumento baseava-se no fato de

que os conselhos dados nas Escrituras às igrejas no tocante aos últimos dias não

fazem sentido se a Igreja não tiver de passar pela Tribulação. Por exemplo, a Igreja é

ordenada a fugir para as montanhas quando ocorrerem certos eventos, tais como o

estabelecimento do abominável da desolação no lugar santo (Mt 24.15-20). Porém,

aqueles que entendem estas palavras meramente históricas entendem que isso já se

cumpriu na destruição de Jerusalém no ano 70 da nossa era.

Muitos argumentos sugeridos pelos pós-tribulacionistas são em oposição aos pré-

tribulacionistas que apresentam interpretação geralmente mais sustentada entre os

pré-milenistas norte-americanos do século XX. Incluídas nestas críticas há sugestões

de que a volta iminente de Cristo não requer um arrebatamento pré-tribulacionista. Os

pós-tribulacionistas também indicam a dificuldade em resolver quais passagens das

Escrituras se aplicam a Israel, e quais delas são relevantes para a Igreja. Além disso,

argumentam que há uma falta notável de ensinos explícitos no NT a respeito do

arrebatamento.

Os defensores da posição pós-tribulacionista diferem entre si quanto à aplicação das

Escrituras proféticas e aos pormenores da volta de Cristo. John Walvoord detectou

entre eles quatro escolas de interpretação:

1. A primeira delas, o pós-tribulacionismo clássico, é representada pela obra

de J. Barton Payne, que ensinou que a Igreja sempre tem estado na tribulação

e, portanto, a Grande Tribulação já foi cumprida em sua maior parte.

2. O segundo grupo principal dos pós-tribulacionistas é o que mantém a posição

semi-clássica que se acha na obra de Alexander Reese. Entre a variedade

de crenças sustentadas por essas pessoas, a mais comum é a de que todo o

curso da história da Igreja é uma era de tribulação, mas que, além dela, haverá

um período futuro de grande tribulação.

3. Uma terceira categoria de interpretação pós-tribulacionista é chamada

futurista, e é apresentada de modo competente nos livros de George E. Ladd.

Aceita um período futuro de três anos e meio, ou sete anos de tribulação entre

a presente era e a segunda vinda de Cristo. Foi levada esta conclusão por uma

interpretação literal de Ap 8-18.

4. Um quarto ponto de vista é o de Robert H. Gundry, que Walvoord chama de

Interpretação pós-tribulacional dispensacional. Gundry combina de modo

original os argumentos pré-tribulacionistas com a aceitação do arrebatamento

pós-tribulacionista.

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ARREBATAMENTO PARCIAL

Além dos pontos de vista pré-tribulacionista, mid-tribulacionista e pós-tribulacionista

do arrebatamento, tem havido aqueles que argumentam a favor de uma teoria do

arrebatamento parcial. Este pequeno grupo ensina que somente os que forem fiéis na

igreja serão arrebatados no início da tribulação. Os demais serão arrebatados durante

o período de sete anos, ou no fim dele. Segundo estes intérpretes, aqueles que forem

mais leais a Cristo serão levados primeiro e os mais mundanos serão arrebatados

mais tarde. Embora este ponto de vista seja condenado pela maioria dos pré-

tribulacionistas, o respeitado G.H. Lang o defendia.

PRÉ-TRIBULACIONISMO

A doutrina do pré-tribulacionismo foi criada por John Nelson Darby (1800 – 1882),

que mudou a visão escatológica de muitos ao ensinar que a Volta de Cristo se daria

em duas etapas, sendo que a primeira é para buscar seus santos (Igreja) no

Arrebatamento e a segunda com seus santos para governar o mundo no final da

Grande Tribulação. Segundo esta interpretação das profecias bíblicas, entre esses

dois eventos seria cumprida a septuagésima semana predita por Daniel (Dn 9.24-27)

e o anticristo viria com poder. Com a Igreja saindo de cena, Deus reativaria naquele

tempo seu tratamento com Israel.

As ideias de John Nelson Darby tiveram ampla influência na Grã Bretanha e nos

Estados Unidos. Muitos evangélicos tornaram-se pré-tribulacionistas através da

pregação dos evangelistas internacionais nos séculos XIX e XX. A Bíblia de Scofield

bem como os principais institutos bíblicos e faculdades de teologia, tais como o

Seminário Teológico de Dallas, o Seminário Talbot e o Seminário Teológico Grace,

também contribuíram para a popularidade deste ponto de vista. Durante os tempos

conturbados da década de sessenta houve um reavivamento do ponto de vista pré-

tribulacionista num nível popular através dos livros de Hal Lindsey e dos ministérios

dos pregadores e ensinadores bíblicos que empregaram os meios eletrônicos de

comunicação.

Samuel P. Tregelles, membro do movimento Irmãos de Plymouth, assim como

Derby, alegou que o dito ponto de vista teve sua origem num culto carismático dirigido

por Adward Irving em 1862. Outros estudiosos afirmam que o novo modo de

entender o Arrebatamento resultou de uma visão profética dada a uma jovem

escocesa, Margaret MacDonald, em 1830. Ela alegava ter introspecção especial

quanto à Segunda Vinda começando a compartilhar com outros o seu ponto de vista.

Sua conduta extática e seus ensinos apocalípticos provocaram uma renovação

carismática na Escócia. Impressionado pelos relatos de um novo Pentecoste, Darby

visitou o cenário do reavivamento. De acordo com seu próprio testemunho dado em

anos posteriores, ele conheceu Margaret Mac Donald, mas rejeitou as alegações

quanto a um novo derramamento do Espírito Santo. A despeito da sua oposição à

abordagem geral de Margaret Mac Donald, alguns escritores acreditam que Darby

aceitou o conceito dela quanto ao Arrebatamento e o adaptou ao seu sistema.

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Muitos estudiosos acham que o sistema escatológico de Darby está certo, porque ele

apresenta a Igreja como entidade completamente separada de Israel. Sendo que ao

ser arrebatada deste mundo, começará o cumprimento das profecias referente a

Israel. O anticristo subirá ao poder por meio de promessas de paz à terra, e fará um

acordo de proteção ao Estado Judaico. Mas os judeus serão traídos pelo seu novo

“benfeitor” que repentinamente suspenderá as cerimônias tradicionais e exigirá que

lhe prestem culto conforme Dn 9.24-27.

Outro argumento oferecido pelos pré-tribulacionistas é que a influência

constrangedora do Espírito Santo deve ser removida antes do anticristo poder ser

revelado (2Ts 2.3-8). Sendo que o Espírito santo está intimamente associado com a

Igreja, segue-se que a Igreja estará fora de cena depois de o Espírito Santo ser

retirado.

Os pré-tribulacionistas apoiam-se também em Ap 3.10, onde se entende que a Igreja

será tirada da terra antes da Tribulação: “... também eu te guardarei da hora da

provação que há de vir sobre o mundo inteiro...”. Porém, outros interpretam esse

versículo como a Igreja sendo preservada na Tribulação e não tirada da mesma. E

para isto citam Daniel sendo guardado por deus na cova dos leões e não guardado da

cova. Apresentam também Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sendo preservados na

fornalha e não livres dela.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PRÉ-TRIBULACIONISTAS

1. O livro do Apocalipse – Em geral, o livro do Apocalipse trata dos últimos anos

do atual século entendido na Septuagésima Semana revelada por Daniel (Dn

9.27). E nos capítulos 9 a 19 encontramos o período da Grande Tribulação. É

de se admirar que em nenhum desses trechos a Igreja seja apresentada

passando pela Grande Tribulação. Acredita-se que os 24 anciãos sentados

sobre tronos em volta do trono de Deus (Ap 4.4) representam a Igreja

arrebatada. E em 19.18, a Igreja aparece voltando à terra com Cristo para

reinar.

2. A promessa à igreja em Tiatira – “... dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã” (Ap

2.28). E em Ap 22.16, Jesus se refere a Ele mesmo como sendo a brilhante

“estrela da manhã”. Sendo assim, o recebimento da “estrela da manhã” será

antes do levantar do sol, que nesse caso representa o início do reino milenal. A

estrela da alva é sempre vista de madrugada, antes da aurora. Em Malaquias

4.1-2 encontramos essa promessa sendo feita a Israel e esse nascer do sol

para Israel ocorrerá logo após a noite mais escura na história de Israel que é a

Grande Tribulação. Assim, quando esse novo dia, o milênio, se despontar, a

“estrela da manhã” já terá aparecido e a Igreja terá sido recolhida à presença

de Cristo para com Ele participar da inauguração do Reino, que será o Sol da

Justiça.

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3. A promessa à igreja em Filadélfia – “porque guardaste a palavra da minha

perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir

sobre o mundo inteiro...” (Ap 3.10). A igreja de Filadélfia é vista profeticamente

como sendo a fiel igreja que será arrebatada antes da Tribulação.

4. A Grande Tribulação é um período de juízo – A Igreja não está destinada a

nenhum juízo divino conforme Jo 5.24; Rm 5.9; 1Ts 1.10; 5.9).

5. O período da Igreja – É o período entre a 69ª e a 70ª semana (de anos)

mencionada em Dn 9.25-27. A morte de Cristo (o Ungido) deu-se depois da 69ª

semana (Dn 9.26). Neste ponto teve início a Igreja. A 70ª semana (sete anos) é

o período da grande tribulação de Jacó (Dn 12.1; Jr 30.7; Ap 12.7-9). E antes

disso, a Igreja já terá sido arrebatada para estar com o Senhor.

6. O ensino de Jesus em Lc 21.25-36 – Essa passagem deixa bem claro que o

destino da sua Igreja é escapar do castigo que o mundo sofrerá. No v. 28 di:

“Ora, ao começarem estas coisas a suceder (os sinais no sol, na lua e nas

estrelas, a angústia das nações, etc.), exultai e erguei a vossa cabeça; porque

a vossa redenção se aproxima”. O termo “redenção” refere-se à “redenção do

corpo” mencionada pelo apóstolo Paulo em Rm 8.22-23 que é a transformação

e a trasladação do crente no momento do Arrebatamento.

7. O ensino típico do AT apresenta a José como tipo de Cristo – José casou-

se com Asenate, uma gentia durante o tempo de sua rejeição por parte de seus

irmãos e antes dos sete anos de fome (Gn 41.45). Semelhantemente, Cristo

receberá Sua Noiva, que na sua maioria também é gentílica, durante o tempo

da sua rejeição por parte de seus irmãos segundo a carne, isto é, Israel.

Enoque sempre foi considerado como tipo dos crentes arrebatados antes da

Tribulação, pois a sua trasladação se deu antes do dilúvio (Jd 14-16; Gn 5.24).

Em Lc 17.26-30, Jesus fez uma comparação entre os dias de Noé no tempo do

dilúvio e os dias de Ló na destruição de Sodoma e Gomorra. Assim como Ló e

Noé foram preservados da destruição, acredita-se que a Igreja seja também

preservada da Tribulação.

8. Outro fator importante argumentado pelos pré-tribulacionistas – É a

iminência do Arrebatamento. Se o mesmo ocorrer a qualquer momento, antes

de qualquer sinal prévio da Tribulação ou da aparição do anticristo, a Batalha

do Armagedom e a abominação desoladora no templo de Jerusalém.

CARACTERÍSTICAS DO ARREBATAMENTO

A Vinda de Cristo para arrebatar a Igreja será invisível – Nesse período ocorrerá o

desaparecimento de todos os crentes salvos da face da terra. Esse desaparecimento

será simultâneo e instantâneo.

Será de surpresa – (Mt 24.36). Todos serão apanhados de surpresa conforme o

próprio Jesus explicou na parábola das dez virgens (Mt 25.1-13). Todas eram virgens,

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todas esperavam o noivo, todas dormiram, todas tinham lâmpadas, todas se

levantaram e prepararam as suas respectivas lâmpadas, mas somente cinco tinham

azeite no reservatório. Somente quem tem experiência (azeite) com Deus poderá

participar com alegria desse glorioso evento.

A noite é fria e longa, e o momento de trevas, total. Ninguém esperava que o cortejo

fosse começar nesta hora, porque esta é a hora do melhor sono, e não de estar

acordado. Mas o noivo disse que a qualquer momento chegaria, ainda que fosse meia

noite.

A crise da meia noite revela a diferença entre as duas classes. Uma diferença que a

calma do dia não pode revelar. Enfim, no clamor da meia noite saberemos quem é

quem. Será espantoso para alguém que era “quase” salvo, porém, ainda perdido.

Será horrível ouvir o baque da porta se fechando.

Como receberemos esse clamor? O clamor da meia noite será de angustia ou de

alegria? A preparação prévia é que determina qual forma será.

Será como ladrão - (Mt 24.42,43). O ladrão leva pouco e deixa muito – leva somente

o que tem valor – executa toda a operação com muita rapidez. Jesus tirará a Igreja da

face da terra em um abrir e fechar de olhos (1Co 15.52).

A Vinda de Cristo para estabelecer o Milênio será visível - Nesse período Jesus

fara juízo contra as nações que guerrearam contra Jerusalém (Zc 4.4,12). A sua

presença aterrorizará os reis da terra ao vê-lo descer nas nuvens montado em um

cavalo branco (Ap 19.11-16). A Vinda de Cristo para estabelecer o Milênio é chamada

em grego de parousia que significa “presença” ou “aparecimento” (Mt 24.30; Ap 1.7).

É sempre bom lembrar que o Arrebatamento será de forma invisível (1Co 15.52; 1Ts

4.13-17).

A parousia será visível (Zc 14.4; Mt 24.30; Ap 19.11-16; 2Ts 1.7-9)

CONCLUSÃO

Aquele que for mid-tribulacionista, pré-tribulacionista ou pós-tribulacionista, deve

tomar muito cuidado em suas considerações para não confundir teoria com doutrina

fundamental, e assim não venha causar danos doutrinários na boa fé daqueles que

recebem o Evangelho do Cristo Divino.

É bom lembrar que a maioria das igrejas ocidentais, principalmente as pentecostais

nos Estados Unidos e no Brasil professam a doutrina pré-tribulacionista.

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VI. O TRIBUNAL DE CRISTO

O Tribunal de Cristo será o julgamento da Igreja. Ali serão julgadas as nossas obras.

Neste julgamento seremos avaliados. Não será para saber se seremos salvos ou não,

pois já fomos arrebatados. Ali seremos analisados se somos verdadeiros no íntimo. O

resultado desse julgamento será recompensa ou detrimento (1Co 3.12-15; 4.5; 2Co

5.10).

A Bíblia nos fala de sete julgamentos que diferem um do outro sobre quatro aspectos

gerais:

a) Com respeito aos que irão ser submetidos ao juízo.

b) Com respeito ao lugar do juízo.

c) Com respeito ao tempo do juízo.

d) Com respeito ao resultado do juízo.

TIPOS DE JULGAMENTOS NA BÍBLIA

1. O julgamento dos pecados. Tempo: 30 AD. Lugar: cruz do calvário. Resultado:

salvação para o mundo (Jo 19.17,18; 1Pe 3.18).

2. O autojulgamento do crente. Tempo: a qualquer momento. Local: em qualquer lugar.

Resultado: correção (1Co 11.31,32).

3. O julgamento das obras do crente. Época: quando Cristo voltar. Local: nos ares.

Resultado: recompensa ou detrimento, mas o tal será salvo (1Co 3.14,15).

4. O julgamento das nações. Época: quando vier o Filho do Homem na sua glória (Mt

25.31,32; 13.40,41). Local: vale de Josafá (Jl 3.1,14). Resultado: separação de Israel

como povo privilegiado.

5. O julgamento de Israel (Ez 20.33-38; Rm 11.26).

6. O julgamento dos anjos decaídos. Época: antes do Juízo Final e depois do Milênio

(Ap 20.10; 2Pe 2.4). Ali estaremos associados com o nosso Mestre nesse julgamento

(1Co 6.3).

7. O Juízo Final. O do Grande Trono Branco. Época: um dia depois do Milênio (At 17.31;

Ap 20.5-7). Local: perante o Grande Trono Branco. Resultado: “E aquele que não foi

achado escrito no Livro da vida, foi lançado no lago de fogo ardente”.

OS GALARDÕES

Os crentes que comparecerem ao Tribunal de Cristo receberão o seu galardão que

serão distribuídos pelo próprio Jesus. Ali todos receberão pelo menos, um louvor da

parte de Deus.

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“Eis que cedo venho! O meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”

(Ap 21.12)

“E digo isto: que o que semeia pouco, pouco também ceifará, e o que semeia com fartura,

com fartura também ceifará” (2Co 9.12). Veja ainda Mt 5.11,12; Tg 1.12.

TIPOS DE GALARDÕES

Haverá diferentes tipos de galardões simbolizados por coroas. Não se trata de coroas

literalmente, mas de diferentes tipos de gratuidades.

1. Coroa da Vida. (Ap 2.10; Tg 1.12). Esse galardão será para aqueles que foram

fiéis ao Senhor.

2. Coroa da Vitória. (1Co 9.25). Esse é o galardão dos que vencem o mundo, a

carne, e são moderados, temperantes e que andam segundo o Espírito.

3. Coroa da Glória. (1Pe 5.2-4). Esse é o galardão dos ministros e dos obreiros

em geral dependendo do cuidado pelo rebanho e da promoção do Reino de

Deus, entendendo que as ovelhas não são deles, mas do Senhor Jesus Cristo.

4. Coroa da Justiça. (2Tm 4.7-8). Esse é o galardão dos heróis da fé,

combatentes do Senhor e que desejam ardentemente a sua volta.

5. Coroa de Gozo. (1Ts 2.19,20; Fp 4.1). Esse é o galardão do ganhador de

almas (Pv 11.30; Dn 12.3), e quem presta esse trabalho é sábio. Esse galardão

só será recebido por aqueles que trabalharam por amor na obra do Mestre sem

esperar recompensa na terra.

VII. A GRANDE TRIBULAÇÃO

A Grande Tribulação será um período de muito sofrimento que ocorrerá no mundo

inteiro (Ap 3.10) especialmente para a nação de Israel, razão porque é chamada de

“Tribulação de Jacó” (Jr 30.7). É dado o nome “Grande” porque nunca houve e nunca

haverá outra igual (Mt 24.21; Dn 12.1,2; Ap 7.14).

OUTROS NOMES

1. Ira ou Cólera de Deus. (Ap 15.7).

2. Hora do seu juízo. (Ap 14.7)

3. Indignação do Senhor. (Is 34.2)

4. Dia de trevas e de tristeza / Dia de nuvens e de densas trevas. (Sf 1.14-18).

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COMO SERÁ ESSA GRANDEZA?

1. Será grande em extensão, isto é, no mundo inteiro. Não ocorrerá em local isolado

como em épocas passadas (Dn 12.1).

2. Será grande em sofrimento, pois nunca houve e nunca haverá outra de tamanha

envergadura. Sempre houve sofrimento no meio da humanidade, mas igual a

esse nunca haverá (Mt 24.21; Dn 12.1,2).

QUANDO SERÁ?

Segundo a teoria pré-tribulacionista, a Grande Tribulação começará logo após o

arrebatamento da Igreja e o início do governo do anticristo. Essa teoria coaduna com

a teoria do pré-milenismo dispensacionalista. Mas, de acordo com a teoria pós-

tribulacionista, a Igreja sempre passou por tribulação e a Grande Tribulação será

apenas ima intensificação nos últimos dias desses sofrimentos que ela tem passado.

É bom lembrar que grande parte das igrejas norte-americanas e brasileiras professa

como doutrina o pensamento de que a Tribulação terá início logo após o

arrebatamento da Igreja.

QUANTO TEMPO DURARÁ?

Com respeito ao tempo de duração da Grande Tribulação, é necessário expor

algumas teorias:

1. Teoria dos 40 anos – Alguns renomados teólogos pensam que a Grande

Tribulação terá quarenta anos e não sete como muitos afirmam. Acreditam que os

sete anos apresentados no livro de Daniel (Dn 9.24-27; Ap 11.1) não são o

período total da Tribulação, mas, apenas os dias mais críticos dela. Alegam

também que o número sete possa ser um número místico e não o tempo exato da

tribulação.

O número 40: aqueles que defendem que a Tribulação durará 40 anos baseiam-

se no número 40, que é entendido como sendo um número bíblico-simbólico-

místico. Exemplos: o dilúvio durou 40 dias; Israel foi provado 40 anos no deserto;

Moisés esteve no monte 40 dias e 40 noites quando recebeu a Lei; a pregação de

Jonas em Nínive durou 40 dias; Jesus esteve no deserto 40 dias para ser tentado.

Entende-se que seria muito estranho se a maior provação de todas não durasse o

tempo tradicional e espiritual, isto é, quarenta, e neste caso, tal número de anos.

2. Teoria dos sete anos – A teoria de que a Grande Tribulação terá sete anos de

duração baseia-se em Dn 9.24-27, onde trata das setenta semanas. As setenta

semanas de Daniel são interpretadas como sendo semanas e anos e não de dias

(Lv 25.8), ou seja, 490 anos. As setenta semanas estão divididas nos vs. 25 e 26,

em três períodos. Sendo que o primeiro período começou no reinado do rei

Artaxerxes, no mês de Nisã (abril) de 445 a.C., data da saída da ordem para

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restaurar e para edificar Jerusalém (v. 25). Esse primeiro período durou “sete

semanas” ou quarenta e nove anos: o período em que a cidade e os muros de

Jerusalém foram edificados.

O segundo período é o período das “sessenta e duas semanas” (434 anos) até

ser tirado o Messias (v. 26), até ser exterminado o Ungido. E foram exatamente

483 anos, isto é, 49 anos do primeiro período e mais 434 do segundo, desde a

restauração de Israel até a crucificação de Cristo no mês de Nisã.

O terceiro período é o tempo que resta para completar os 490 anos, o qual foi

interrompido após a morte de Cristo e o nascimento da Igreja. Sendo assim, a

última semana que restava para cumprir toda a profecia foi empurrada para o

futuro, ficando a Igreja nesse intervalo de tempo, visto que a profecia era para

Israel e não para a Igreja. Com o arrebatamento da Igreja, Deus voltará a tratar

com Israel, e é nesse período que a 69ª semana se ligará à 70ª semana.

Essa última semana poderá ter inicio a qualquer momento, pois o tempo dos

gentios terminará. E isto ocorrerá com o arrebatamento da Igreja, e logo se

iniciará a Grande Tribulação que visará especialmente Israel (Dn 12.1).

Conforme Dn 9.27, o anticristo firmará um concerto com muitos por uma semana

(a septuagésima), e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta no

templo. Certamente os judeus recusarão a adorá-lo e será ai que o anticristo

desencadeará uma terrível perseguição contra eles. Com respeito a isso, Jesus

disse que nenhuma carne se salvaria se aqueles dias não fossem abreviados (Mt

24.15-22).

DE ONDE VIRÁ?

A Grande Tribulação virá de duas fontes, a saber: de Deus (Ap 6.1-16; 8.1-13; 9 1-21)

e do diabo (Ap 13.11-17). Nesse tempo, a humanidade estará dividida em dois

grupos. Só haverá duas religiões na terra: os adoradores da besta (Ap 13 11-18) os

adoradores do Grande Deus: “...todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os

pobres, os livres e os escravos” (Ap 13.16). Os que servirem a Deus nesse tempo

estarão livres dos flagelos que virão da parte de Deus (Ap 7.3), mas não estão isentos

da perseguição da besta e do anticristo (Ap 13.11-18). Nesse tempo a humanidade só

terá duas opções: o sinal da besta ou o selo do Deus vivo (Ap 14. 8-11). A Escritura é

muito específica. O falso profeta vai exigir uma “marca” em sinal de lealdade e

devoção à besta, e essa marca será “sobre a mão direita” – não a esquerda – “ou

sobre a fronte” (Ap 13.16).

Do meio para o fim, a Grande Tribulação será mais densa, tanto que as potências que

controlam o globo serão abaladas e a terça parte da terra será destruída totalmente

(Ap 8.12; Mt 24.29).

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HAVERÁ PREGAÇÃO DO EVANGELHO NA GRANDE TRIBULAÇÃO?

Na Grande Tribulação haverá um poderoso avivamento evangelístico através do

ministério dos anjos (Ap 14. 6-12), das duas testemunhas (Ap 11.3) e dos cento e

quarenta e quatro mil judeus (Ap 7.3-8). Os anjos pregarão o Evangelho eterno. Há

muitas ideias a respeito do “evangelho eterno” pregado pelos anjos no período da

Grande Tribulação, mas conclui-se que o Evangelho será o mesmo, porém, com

várias advertências em contraste ao evangelho do falso profeta induzindo o povo à

adoração da besta.

AS DUAS TESTEMUNHAS

Alguns supõem que as duas testemunhas sejam Elias e Enoque, visto que ambos não

passaram pela morte (Gn 5.24; 2Rs 2.11), e conforme Hb 9.27 eles deverão retornar

para exercer um novo ministério e após isso, passar pela morte.

Aqueles que pensam se tratar de Elias e Enoque dizem que Elias representa os

crentes da antiga aliança, e Enoque representa a Igreja.

Outros dizem que Elias representa os profetas e Moisés, a Lei. No monte da

transfiguração foram esses dois profetas que apareceram com Jesus (Mt 17.4), na

visão que anunciava a vinda do Senhor em glória para estabelecer o seu Reino. Há

quem interprete Dt 18.15 como o retorno de Moisés antes da chegada do Messias, e

há quem afirme que se trata de Elias e Moisés, por causa dos prodígios que eles

fizeram. Moisés teve poder sobre a água e Elias sobre o fogo. O pensamento mais

correto é de que o profeta mencionado em Dt 18.15 seja o próprio Messias.

A BESTA

A palavra “besta” no grego é therion para designar a palavra “fera”. Esse termo era

usado na literatura grega para indicar animais perigosos, seres animalescos de

natureza sobrenatural. Na literatura antiga representava um dragão monstruoso. O

dragão representa o anti-Deus, a besta, o anti-Cristo, e o falso profeta, o anti-Espírito.

Cristo veio ao mundo não para condená-lo, mas para salvá-lo (Jo 1.17). A besta virá

ao mundo a fim de condená-lo eternamente. A besta é o próprio anticristo. O que

resta saber é qual das duas: a que emerge do mar ou a que a emerge da terra.

A BESTA QUE EMERGE DA TERRA

Os intérpretes disputam nas seguintes teorias: se o anticristo será a besta que sai da

terra (Ap 13.11) ou a que sairá do mar (Ap 13.3). O pensamento mais correto é que o

anticristo seja a besta que sai do mar e a besta que sai da terra seja o seu

“precursor”, isto é, o falso profeta, porque virá depois.

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Satanás ofereceu a Cristo os reinos deste mundo (Mt 4.8), mas o Senhor repeliu essa

oferta. Essa mesma oferta será feita ao anticristo. Assim sendo, somente a besta que

sai do mar teria estatura suficiente para ser uma figura universal e para cumprir o

papel previsto para o anticristo com seu reino universal de maldade e apostasia (Ap

19.19). Alguns intérpretes entendem que a “terra” da qual a segunda besta sairá

refere-se à Palestina. Dali surgirá o falso profeta (a besta que sai da terra) e também

o anticristo (a besta que sai do mar, isto é, das nações). É certo crer que o anticristo

seja um judeu, pois fará um pacto com eles por sete anos. Jamais crerão em nenhum

messias que não seja judeu.

O NÚMERO DA BESTA

Em Ap 13.18 encontramos o número 666 que é o sinal da besta. O texto sacro afirma

que esse é número de homem. Muitos comentários têm surgido para identificar o

número 666. Os intérpretes têm feito seus cálculos usando valores latinos ou gregos,

e até mesmo, hebraicos, pelo que soluções largamente são atingidas.

Nos alfabetos grego e hebraico, toda letra tem um número correspondente. Então, se

somarmos todas as letras do seu nome, teremos um código numérico.

“A” vale 1 e “N” vale 50. Exemplo: Anna, então, seria 102.

Se escrever o nome do imperador Nero Cesar no alfabeto hebraico, a equação fica:

200+60+100+50+6+200+50=666.

Veja o exemplo:

Neron Caesar (César Nero) em grego vertido para o hebraico dá 666:

N V R N R S Q

50 + 6 + 200 + 50 + 200 + 60 + 100 = 666

Com a chegada da Reforma protestante, alguns reformadores viam no papa, a

figura do anticristo, a besta do Apocalipse. A propósito, a palavra Italika Ekklesia

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daria o número 666. O que fazia muitos pensar que a besta sairia dessa igreja. Lutero

chegou a conjecturar: “São seiscentos e sessenta e seis anos; é o tempo que já dura

o papado secular”.

Em seu livro “Guerra e Paz”, Leon Tolstoi especula em torno da ideia de Napoleão ser

a besta com o número 666. O teólogo Petrelli aplicou esse número a Joseph Smith,

fundador do mormonismo, Diocleciano, Lutero, Calvino, Hitler e outros foram

igualmente vítimas dos matemáticos do Apocalipse. O último grande nome cogitado

para engrossar essa lista foi o senhor Bill Gates, dono da Microsoft, que segundo

dizem também daria 666.

A MARCA DA BESTA

A marca deve ser algum tipo de tatuagem ou estigma, semelhante às que recebiam

os soldados, escravos e devotos dos templos na época de João.

Alguns se perguntam por que foi usado um termo tão específico para designar a

marca do anticristo. Essa marca parece ser uma paródia do plano de Deus,

principalmente no que se refere aos 144.000 “selados” de Apocalipse 7. O selo de

Deus sobre Suas testemunhas muito provavelmente é invisível e tem o propósito de

protegê-las do anticristo. Por outro lado, o anticristo oferece proteção contra a ira de

Deus – uma promessa que ele não tem condições de cumprir – e sua marca é visível

e externa. Como os que receberem a marca da besta o farão voluntariamente, é de

supor que as pessoas sentirão um certo orgulho de terem, em essência, a Satanás

como seu dono. O Dr. Thomas afirma: “A marca será visível e identificará todos os

que se sujeitarem à besta”.

Além de servir como indicador visível da devoção ao Anticristo, a marca será a

identificação obrigatória em qualquer transação comercial na última metade da

Tribulação (Ap 13.17). Este sempre foi o sonho de todos os tiranos da história –

exercer um controle tão absoluto sobre seus vassalos a ponto de decidir quem pode

comprar e quem pode vender. O historiador Sir William Ramsay comenta que

Domiciano, imperador romano no primeiro século, “levou a teoria da divindade

Imperial ao extremo e encorajou ao máximo a ‘delação’ de modo que, de uma forma

ou de outra, cada habitante das províncias da Ásia precisava demonstrar sua lealdade

de modo claro e visível, ou então era imediatamente denunciado e ficava

impossibilitado de participar da vida social e de exercer seu ofício”. No futuro, o

anticristo aperfeiçoará esse sistema com o auxílio da moderna tecnologia. Essa

hipótese é reforçada pelo emprego da palavra grega dunétai – “possa” (Ap 13.17),

que é usada para transmitir a ideia do que “pode” ou “não pode” ser feito. O anticristo

não permitirá que alguém compre ou venda se não tiver a marca, e o que possibilitará

a implantação desta política será o fato da sociedade do futuro não usar mais o

dinheiro vivo como meio de troca. O controle da economia, ao nível individual, através

da marca, encaixa-se perfeitamente no que a Bíblia diz a respeito do controle do

comércio global pelo anticristo delineado em Apocalipse 17 e 18.

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O principal propósito de alertar os crentes sobre a marca é permitir que eles saibam

que, quando em forma de número, o “nome” da besta será 666. Assim, os crentes que

estiverem passando pela Tribulação, quando lhes for sugerido que recebam o número

666 na fronte ou na mão direita, deverão rejeitá-lo, mesmo que isso signifique a

morte. Outra conclusão que podemos tirar é que qualquer marca ou dispositivo

oferecido antes dessa época não é a marca da besta que deve ser evitada.

A TRINDADE SATÂNICA

O diabo tem procurado ser um grande imitador de Deus. Desde a queda no Éden,

sempre houve “um Caim para cada Abel”, “um Janes e Jambres para cada Moisés”,

“uma Babilônia para cada Jerusalém”, “um Herodes para cada João Batista” e “um

Nero para cada Paulo”. Assim, há um satanás que deseja ser Deus, um anticristo

querendo destruir o mundo que Cristo quer salvar e um anti-Espírito Santo para

operar astutamente no coração dos homens, onde ele anela completar a obra de

Deus. O Espírito Santo sela os crentes para o dia da redenção (Ef 1.13-14; Ap 7.1-8;

14.1-3). O falso profeta sela seus seguidores para o dia da perdição (Ap 13.16; 14.9-

11). Deus usou Elias para fazer fogo cair do céu (Ap 13.13). Cristo é visto em Ap

19.12 com muitos diademas (símbolo de realeza). A besta é vista no capítulo 13 com

dez diademas. Cristo aparece no capítulo 19 montado num cavalo branco. A prostituta

aparece no capítulo 17 montada numa besta. Cristo morreu e ressuscitou. A besta

será ferida de morte (Ap 13) mas, receberá vida do dragão.

O ANTICRISTO

Assim como Cristo foi a encarnação do que há de melhor neste mundo, o anticristo

será a encarnação do que há de pior entre as nações. Se existe homem ímpio e

violento, o anticristo será prodigiosamente violento e desavergonhadamente ímpio. O

anticristo é a própria besta que emerge do mar em Ap 13. O mar representa a grande

e desassossegada massa da espécie humana (Ap 17.15). O anticristo fará oposição a

tudo quanto é direito; haverá de exaltar-se acima de tudo que é chamado Deus (2Ts

2.3) e exigirá adoração tal como os antigos imperadores exigiam no “culto ao

imperador”. Por alguns chegaram a pensar ser ele, o próprio Nero que haverá de

reencarnar como o homem do pecado. Seu aparecimento será no poder de satanás e

ele fará muitos prodígios de mentira (2Ts 2.9,10). Ele ocupará o templo de Deus em

Jerusalém e exigirá adoração. No anticristo haverá, destilada, a própria essência da

blasfêmia.

Ele operará muitos “milagres científicos”, os quais supostamente eliminarão a

necessidade de crer-se ou prestar lealdade a qualquer deus “invisível”, já que ele será

o falso “cristo de satanás”. É certo que ele procurará eliminar qualquer necessidade

de conhecer ao Cristo de Deus. Por essa razão, perseguirá a Igreja (os crentes que

ficarem para a Grande Tribulação) e até os judeus piedosos serão objetos de sua

cólera pervertida. Ele será o grande enganador da humanidade, pois muitos,

especialmente a juventude, o seguirão com um senso de realização. Assim como

Jesus Cristo foi Deus encarnado, assim também o anticristo será quase

universalmente aceito pela humanidade.

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Assim como Cristo saiu a fazer o bem, do mesmo modo o anticristo sairá ao redor

praticando a maldade. Cristo chamou satanás de “príncipe deste mundo” (Jo 12.31;

14.30; 16.11) e no tempo da tribulação isso será uma verdade claríssima, pois

satanás virá a ser adorado diretamente, mas também indiretamente por meio do seu

anticristo.

O anticristo será tão feroz que todos os ímpios do passado serão como crianças

inocentes em comparação a ele. Atuará com uma inteligência imensa e por isso terá o

controle de tudo. Vivemos na era da informática e através da internet ele controlará

tudo, até mesmo a religião será controlada ao ponto de não poder haver outra, senão

a adoração à besta. A princípio, os judeus serão favorecidos por ele por meio de uma

aliança com duração de sete anos (Dn 9.27). Entretanto, como o diabo não tem

palavra e enganar é o seu ponto forte, nomeio dos sete anos ele quebrará a aliança e

desencadeará uma terrível perseguição contra os judeus que serão socorridos por

Cristo, que descerá dos céus montado em um cavalo branco (Ap 19.11-16) no final da

Grande Tribulação.

O anticristo exibirá milagres científicos que deixarão atônitas as mentes dos homens.

Sua inteligência será tão grande que reis e nações se prostrarão diante dele. Suas

realizações pessoais e diplomáticas (2Ts 2.4). Ele ridicularizará o mito de “cristo”

insultando a fé dos santos. Antíoco Epifânio sacrificou uma porca sobre o altar de

Deus no templo de Jerusalém para insultar a fé dos judeus. Mas o anticristo será a

própria porca que procurará substituir o altar dedicado a Deus. Em Ap 13.3, a besta

(anticristo) será restaurada de uma chaga mortal. Muitos comentaristas acham que

ele ressuscitará da morte, a fim de cumprir o seu pérfido intento de levar a

humanidade a crer que ele tem poder sobre a morte com o intuito de ridicularizar o

Cristo de Deus.

VIII. A GUERRA DO ARMAGEDOM

A Bíblia nos mostra como ainda haverá no mundo duas grandes guerras. A primeira é

do anticristo contra Cristo (Ap 16.16; 19.11-21; 2Ts 2.8) e a segunda será do próprio

satanás contra Deus (Is 35.4; Ap 20.7-10). Esta batalha do Armagedom será a

penúltima. Existem muitas interpretações com respeito à palavra Armagedom. Esse

local é mencionado uma só vez na Bíblia (Ap 16.16), onde João descreve o sexto

flagelo. Nesse lugar, os reis do mundo inteiro serão reunidos sobre a inspiração dos

espíritos de demônios (Ap 16.14) a fim de pelejarem. Embora a explicação do profeta,

dizendo que este nome é hebraico, vise ajudar o intérprete, os estudiosos em geral

têm concordado com J. Jeremias na sua conclusão de que o enigma de Har Magedon

ainda aguarda uma solução.

O problema principal é que o nome Armagedom não aparece em qualquer escrito

hebraico existente. A solução mais popular é que aqui temos uma referência ao

monte (har) de Megido (Magedon). Há mérito na ideia pelo fato de Megido ter sido

uma fortaleza militar (Js 12.21; 17.11; Jz 1.27; 2Rs 8.27) e de muitas batalhas

famosas terem sido travadas naquela área: entre Israel e Sísera (Jz 5.19,20), bem

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como entre Josias e o faraó Neco (2Rs 23.29). É certo que o termo Amagedom está

ligado a guerras multinacionais (Jl 3.9-15; Zc 14.1-5; Sf 3.8; Mc 13.7, 14,24).

Em Ap 19.11-21, os exércitos do céu travam batalha contra os reis da terra lutando

pelo reino milenar. Por isso, a rebelião contra Deus e seu Messias será a marca

registrada do fim dos tempos.

Alguns intérpretes veem na palavra Armagedon uma transliteração do hebraico

Armegido, que significa “colina ou montanha de Megido”. É também “lugar das

multidões” ou também “destruição final”.

Na verdade, esse é um dos lugares no mundo onde mais sangue já foi derramado. A

Batalha do Armagedom será o encerramento da Grande Tribulação. O anticristo (a

besta) convocará todas as nações do mundo para, neste lugar, destruir toda a nação

de Israel. Mas, no prelúdio desta batalha, Israel se converterá em escala nacional (Zc

12.10; 13.1; Is 4.3; Rm 9.29; 11.25-27).

Nesse dia haverá uma mortandade tão grande que João viu um anjo convidando as

aves do céu para um grande banquete (Ap 19.17-18).

A batalha de Armagedom – na verdade Jerusalém – será o combate mais

anticlimático da história. À medida que João descreve os exércitos reunidos de ambos

os lados, esperamos testemunhar um conflito épico entre o bem e o mal. Mas não

importa quão poderoso alguém seja na terra, tal indivíduo não é páreo para o poder

de Deus.

IX. O MILÊNIO

Com a vitória de Cristo sobre o anticristo na Batalha do Armagedom, se seguirá o

Milênio. O Milênio terá início exatamente no final da Grande Tribulação, onde as

nações serão julgadas e Israel será exaltado.

A palavra milênio vem do latim mile e annus, portanto, mil anos. Às vezes é usada a

palavra grega quiliasmo originária de uma doutrina oriunda em Ap 20.1-10, onde o

diabo aparece sendo aprisionado por mil anos.

O milenismo (doutrina do milênio) tem aparecido dentro das tradições, tanto cristãs

quanto não cristãs. Os teólogos e sociólogos têm encontrado a crença milenista entre

povos não ocidentais, mas têm debatido se estes aparecimentos da doutrina são ou

não baseados na influência da pregação cristã. A maioria dos teólogos cristãos

acredita que o milenismo baseia-se em matéria escrita por autores judaico-cristãos,

especialmente nos livros de Daniel e Apocalipse. O milenismo varia bastante, por isso

vale a pena apresentarmos aqui algumas dessas variantes:

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AMILENISMO

O amilenismo declara que a Bíblia não prediz um período de reinado de Cristo na

terra antes do último juízo. Segundo esse ponto de vista, haverá um desenvolvimento

do bem e do mal no mundo até a segunda Vinda de Cristo, quando então, os mortos

serão ressuscitados e o juízo, levado a efeito.

Os amilenistas acreditam que o Reino de Deus está presente no mundo agora, pois o

Cristo vitorioso está reinando sobre sua Igreja mediante a Palavra e o Espírito Santo.

Eles acreditam que o reino futuro, glorioso e perfeito refere-se à nova terra e à vida no

céu. Assim, Apocalipse 20 é uma descrição das almas dos crentes mortos reinando

com cristo no céu. A teoria amilenista interpreta Ap 20.4ss, como sendo algo

simbólico e não literal. Para os amilenistas, não haverá nenhuma era áurea na terra.

Alguns amilenistas veem o Milênio como um símbolo do descanso eterno no céu. A

fraqueza dessa teoria é que ela ignora as predições do Antigo Testamento.

PÓS MILENISMO

A teoria pós-milenista enfatiza os aspectos atuais do Reino de Deus que chegarão à

frutificação no futuro. Os pós-milenistas ensinam que o Milênio virá mediante a

pregação do Evangelho. Acreditam que essa nova era (o Milênio) em essência, não

será diferente da atual, e que ela virá a existir à medida que um número cada vez

maior de pessoas se converter a Cristo. Dizem os pós-milenistas que o mal não será

totalmente eliminado no Milênio, mas será reduzido ao mínimo, à medida que a

influência espiritual aumentar. O pós-milenismo afirma que a Igreja terá maior

importância no milênio, e que os problemas sociais e econômicos serão solucionados.

A teoria pós-milenista ensina que Cristo voltará no final do Milênio (apesar de que o

Milênio pode ser mil anos literalmente, mas também um número simbólico) para a

ressurreição dos mortos e para o Juízo Final.

PRÉ MILENISMO

O pré-milenismo crê que a volta de Cristo será antecedida por sinais que incluem

guerras, terremotos, fomes, a pregação do Evangelho a todas as nações, uma grande

apostasia, o aparecimento do anticristo e a Grande Tribulação. Esses eventos

culminam na Segunda Vinda que resultará num período de paz e justiça, quando

então, Cristo e seus santos controlarão o mundo. Esse domínio é estabelecido

repentinamente através de métodos sobrenaturais, ao invés de, gradativamente, no

decurso de um longo período de tempo por meio da conversão de indivíduos. Os

judeus figurarão com destaque na era futura, pois o pré-milenista acredita que serão

convertidos em grande número e voltarão a ter um lugar de destaque na obra de

Deus. A maldição será removida da natureza e até mesmo o deserto produzirá safras

abundantes. Cristo refreará o mal durante essa era pelo emprego de poder autoritário.

No final dessa era de ouro haverá uma rebelião dos ímpios contra Cristo e seus

santos. Essa revelação da iniquidade será esmagada por Deus. Os mortos não

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cristãos serão ressuscitados, o Juízo Final será realizado e os estados eternos do céu

e o inferno serão estabelecidos. Muitos pré-milenistas têm ensinado que durante os

mil anos os crentes mortos ou martirizados serão ressuscitados com corpos gloriosos

(Ap 20.4-6) e conviverão com os outros habitantes da terra. Mas, outros entendem

que tais crentes que ressuscitarão no final do Milênio se ajuntarão a todos os santos

de todas as épocas num reino espiritual.

O PRE MILENISMO – PRE TRIBULACIONISMO

Os pré-milenistas-pré-tribulacionistas acreditam que primeiro ocorrerá o

Arrebatamento da Igreja, depois a Grande Tribulação e no final da Grande Tribulação,

com a derrota do anticristo realizada por Cristo, será estabelecido o Milênio. Serão mil

anos de paz e prosperidade na terra. No final do Milênio ocorrerá a segunda

ressurreição e o Juízo Final. Cremos nisso com base bíblica. O grande problema do

pré-milenismo está em explicar como será o reino milenal: um reino espiritual

(invisível) ou um reino físico (visível). Alguns pré-milenistas acreditam que o Reino de

Cristo junto à sua Igreja no Milênio será invisível.

Alguns fatos no Milênio

1. Revelação universal de Jesus Cristo. (Ap 19.11ss; Dn 7.13-14). Cristo

reinará. A nação de Israel se converterá a Ele. Todas as nações lhe prestarão

lealdade (Am 9.11-15; Is 14.1,2; 61.6-11; 62.1-7).

2. O novo paraíso. Toda a vida, em seu aspecto científico, social e espiritual,

fará progressos impressionantes. O mal será removido da face da terra. A

duração da vida dos homens será fantasticamente aumentada (Is 65.20).

3. Jerusalém será a capital do mundo (Is 2.2; 66.20; Jr 3.17; Sf 3.13-20; Zc 14.16).

4. Nova alegria no Senhor (Is 9.3; 12.1-6; 35.10; 65.18).

5. O mau não será tolerado (Is 2.4; 11.4; 60.12).

6. A guerra será eliminada (Is 2.4; Zc 9.10).

7. Toda oposição a Deus será neutralizada (1Co 15.24-28).

8. Haverá paz sem fim (Is 9.7; 19.21-25).

9. Justiça para todos (Sl 72.2-4; 12,14; Is 11.4,5).

10. Restauração e fertilidade da terra (Sl 72.16; Am 9.13,14).

11. Adoração universal (Is 66.23; Zc 14.17).

12. Reconstrução do templo (Ez 37.27,28).

13. A terra será renovada e a paz governará junto com a santidade (Is 2.3,4).

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PROPÓSITOS DO MILÊNIO

1. Evitar a destruição total do globo terrestre e sua população.

2. Estabelecer o Reino de Cristo sobre a terra e seu conhecimento, e assim, o

pleno conhecimento de Deus entre todos os povos.

3. Quebrar o poder do mal (satanás).

4. Prover um teste final para a humanidade.

5. Levar Israel ao seu lugar legítimo e profetizado.

X. GOGUE E MAGOGUE - A ÚLTIMA GRANDE GUERRA

“Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem dirige o teu rosto contra Gogue, terra de

Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal, e profetiza contra ele. E dize: Assim diz o Senhor

Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Mesque e de Tubal; E te farei voltar, e

porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos

vestidos com primor, grande multidão, com escudo e rodela, manejando todos a espada”. (Ez. 38.1-4).

“E sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuní-las

para a peleja. O número dessas é como a areia do mar” (Ap 20.8).

Gogue e Magogue. Esses nomes aparecem somente no Apocalipse. O significado

deles se torna evidente quando examinamos as outras passagens bíblicas que falam

de Gogue e Magogue. Este símbolo vem de Ezequiel 38 e 39. No capítulo 36, Deus

prometeu a restauração de Israel. No capítulo 37, outras mensagens reforçam esta

promessa. De repente, no capítulo 38, Gogue de Magogue ajunta um exército das

nações ímpias e invade Israel restaurada. Deus peleja contra Gogue e suas nações e

os ímpios são destruídos e enterrados no capítulo 39. A comparação das nações

citadas em Ezequiel 38.2-6, 13 com as linhagens dos povos em Gênesis 10 mostrará

que não são descendentes de Sem, o antepassado do povo santo. O uso destes

nomes representa os povos ímpios que se levantam contra o Reino do Senhor e

contra o seu povo escolhido. O resultado naquele contexto foi a derrota total de

Gogue e seus aliados.

No final do Milênio, satanás será solto. Então ele seduzirá todos os reinos da terra a

fim de saquear Jerusalém pela grande riqueza que foi acumulada no período do

Milênio, riquezas que foram tributadas pelas nações da terra. Satanás enganará os

homens com muita facilidade, pois esse é o seu ponto fraco (cobiça), porém, Deus

fará fogo descer do céu e destruirá o diabo com toda a sua organização (Ap 20.7-9).

O fogo descerá do céu, mas não destruirá apenas satanás, mas também todo este

mundo em que ele introduziu o pecado (Is 31.9; 66.15,16; 2Ts 1.8; 2Pe 3.7). Somente

aí é que virá o fim do mundo (Ap 20.10,11).

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XI. O JUÍZO FINAL E A SEGUNDA RESSURREIÇÃO

“Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e

o céu, e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11).

João tomara por empréstimo a cena de um tribunal para ensinar uma grande verdade

espiritual no tocante ao juízo. O Rei de todos é agora o Juiz de todos. Deus aparece

sentado e os culpados, os acusados, acham-se de pé diante dEle.

O Trono aparece isolado - Essa cena espiritual não menciona qualquer presença de

anjos ou hostes celestiais. Todos os olhos se fixarão diretamente sobre o Trono. O

vasto e rebrilhante trono ocupa todo o espaço da visão. Os próprios céus e a terra

não mais podem ser vistos, ou porque deixaram realmente de existir, em antecipação

à nova criação, ou porque, por causa da visão do Grande Trono Branco, o resto da

criação se tornou como nada em comparação da infinita grandeza do Trono.

O Trono é grande – É de vastíssimas dimensões, enchendo o campo inteiro de

nossa visão; expulsa de vista todos os outros elementos. Trata-se de um infinito

julgamento diante do qual está o que é finito (o pecador).

O Trono é branco – Resplandece de pureza e de santidade divina, o que exige

justiça, castigo, julgamento, purificação e retribuição. O Trono de Deus é visto nesse

novo aspecto, algo inteiramente diverso de tudo quanto antes fora dito, tanto no

Antigo quanto no Novo Testamento.

O juízo será inflexível em sua justiça – O que temos agora à frente não é todo um

processo de julgamento, mas a declaração da sentença divina contra aqueles que já

foram declarados culpados. O grau da punição de cada um, entretanto, será

determinado pelas usas obras (Ap 20.13).

“... fugiram a terra e o céu...” – Provavelmente isso deve ser entendido literalmente

como o fim da antiga criação (Ap 21.1; 2Pe 3.12). não se pode pensar em mera

“renovação por meio do fogo”. Antes, o que é antigo desaparecerá de vez, e uma

criação inteiramente nova virá à existência.

“ ... e não se achou lugar para eles” – Em outras palavras, nenhum espaço será

achado para a antiga criação, nem mesmo os antigos lugares celestiais. A nova

criação será exatamente isso, algo total e radicalmente novo. E isso será precedido

pelo colapso da criação antiga, incluindo o julgamento final. O apóstolo João em sua

visão, não se preocupou com argumentos razoáveis que expliquem a dificuldade do

Trono existir em um vácuo, não haverá mais nem céus e nem terra, ou onde se

assentarão os que estiverem sendo julgados, pois parece que isso será em um

tribunal celeste. Tudo isso, porém, está fora de lugar, pois João alude à renovação de

tudo nos termos mais absolutos. Logo após o julgamento do Grande Trono Branco e a

destruição do mal, começarão as eras intermináveis da eternidade. Até esse tempo,

se computarão as coisas pelo seu começo e o seu fim, mas de agora em diante se

iniciará a eternidade futura.

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XII. A NOVA JERUSALÉM

Assim como a antiga Jerusalém se tornara capital da terra durante o milênio, assim

também agora, no estado eterno, haverá uma capital. A Nova Jerusalém será morada

eterna dos salvos e foi ela a verdadeira esperança de Abraão (Hb 11.8-10). Acidade

foi mostrada a João quando estava na ilha de Patmos (Ap 21.2). ele conta que viu um

objeto quadrangular aparecer no céu, a princípio não parecia muito rande, mas na

medida em que foi se aproximando dele, começou a perceber a enormidade e a

magnificência da cidade na forma de um grande edifício.

E agora? O que seria aquilo? Ele deve ter pensado... Para que seria? Mas logo veio a

resposta (Ap 21.3-8). Ele agora começava a entender que era a morada dos santos.

Logo após, João foi arrebatado por um anjo e levado para um alto monte, talvez um

planeta, porque de outra maneira ele não poderia contemplar a grandeza de toda a

cidade por causa do seu tamanho descomunal, medindo 2.200 km, tanto de altura

como de largura e de comprimento. A cidade tem a glória de deus, sendo Jesus

O que Deus tem preparado para nós só pode ser algo que ainda não foi descrito ou

decifrado humanamente em palavras, como o próprio apóstolo Paulo nos disse em

Coríntios 2.9: ''Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não

ouviu, e não subiram ao coração homem, são [todas] as [coisas] que Deus preparou

(fez e as deixou prontas) para que os que o amam [que são aqueles que O mantêm

em profunda reverência em amor, obedecendo-O prontamente e, com ações de

graça, reconhecendo os benefícios que Ele os deu por honra].''

Se é que teríamos condições de descrever tudo isso, diríamos que se trata de uma

felicidade eterna. Alguns autores definem a Eternidade como um momento infindável

de felicidade. Mas não é somente um momento, mas sim um local físico de infindável

felicidade. Haverá, então, uma dissolução dos céus e a terra atuais no final do

Milênio, conforme apontam as Escrituras.

Poderíamos aqui enumerar ainda outros detalhes da descrição da Eternidade, porém,

agora é com você, amado leitor. Sugerimos que leia Apocalipse 21 e 22 para que

você mesmo descubra outros detalhes e comece a refletir o quanto Deus é

maravilhoso e quão grande é Seu amor, a ponto de preparar algo tão lindo e

maravilhoso para aqueles que O amam.

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CONCLUSÃO

Ao final deste estudo, amado leitor, o nosso desejo é que o mesmo seja um

instrumento para você se fortalecer persistir, nunca desviar ou desistir do Evangelho,

Nosso objetivo é alertar a igreja de que ela precisa ser restaurada, curada e adomada

adequadamente para receber o Noivo (Jesus Cristo) dignamente. Ora, Ester não

passou um ano se adornando para receber bem o rei Assuero (Ester 2.12)? O livro de

Ester é exatamente uma figura do que a Noiva de Cristo tem que fazer no final dos

tempos.

“Mas em todas estas coisas, somos mais do que vencedores, por aquele que nos

amou”. (Rm. 8.37).

BIBLIOGRAFIA

SETAD – Curso de Escatologia.

CHAMBERS, Joseph. A Palace for the Antichrist: Saddam Hussein’s Drive to Rebuild

Babylon and Its Place in Bible Prophecy. Green Forest, AR: New Leaf Press, 1996.

LINDSEY, Hal. O extinto grande planeta terra.

PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Escatologia. Seminário Bíblico Palavra da Vida –

Atibaia.

PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. São Paulo: Editora Vida, 1998.

CABRAL, Elienai. O Arrebatamento. Ministério Cristocêntrico.

http://www.chamada.com.br

http://escoladominical.assembleia.org.br/licao-1-escatologia-o-estudo-das-ultimas-

coisas/

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

16º MÓDULO BACHAREL: Setembro / Outubro 2017

DISCIPLINA: Escatologia

DOCENTE: Ap. Natanael Solís

NÚCLEO: El Shaddai - SP

DIA/AULA: Quarta-feira

DATA

AULA

PÁG.

CONTEÚDO

OBS.

13/09/17

3 - 4

* Apresentações

* Leitura do Plano de Ensino

Introdução

I. Definições e Conceitos

5

II. Eventos Escatológicos

20/09/17

6 - 11

III. A Morte

IV. A Doutrina da Ressurreição

12 - 18

V. O Arrebatamento da Igreja

VI. O Tribunal de Cristo

27/09/17

19 - 26

VII. A Grande Tribulação

27 - 30

VIII. A Guerra do Armagedom

IX. O Milênio

04/10/17

31 - 32

X. Gogue e Magogue

XI. O Juízo Final

33 - 34

XII. A Nova Jerusalém

Conclusão

Avaliação e Entrega de Trabalho

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ITER - PLANO DE ENSINO - CURSO DE TEOLOGIA (BACHAREL)

DISCIPLINA: ESCATOLOGIA DOCENTE: Ap. Natanael Solís CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA

EMENTA: A disciplina contém: Objetivos Gerais e Específicos, Conteúdo Programático, Metodologia, Sistema de Avaliação,

Cronograma de Desenvolvimento da Disciplina e Bibliografias Gerais, Especificas e Anexas ou Complementares.

DESCRIÇÃO: Um curso com uma abordagem detalhada dos eventos escatológicos à luz da Bíblia. PROPÓSITO Despertar no aluno um desejo de estudar Escatologia; capacitá-lo a entender com clareza as profecias sobre os eventos dos finais dos tempos visando edificação da sua fé, firmeza na sua esperança de vida eterna e desafiá-lo a viver em santidade através desta esperança gloriosa prometida por Jesus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Ao final do curso o aluno deverá ser capaz de:

o Entender e descrever com clareza as profecias bíblicas no contexto escatológico. o Entender com clareza os pontos de vistas escatológicos divergentes. o Escolher e defender seu ponto de vista escatológico através de um estudo detalhado à luz do que aprendeu. o Descrever com clareza e argumentos convincentes, os eventos escatológicos em ordem cronológica.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

o INTRODUÇÃO

I. Definições II. Eventos Escatológicos III. A Morte IV. A Doutrina da Ressurreição V. O Arrebatamento da Igreja VI. O Tribunal de Cristo VII. A Grande Tribulação VIII. A Guerra do Armagedom IX. O Milênio X. Gogue e Magogue – a Última Grande Guerra XI. O Juízo final e a Segunda Ressurreição XII. A Nova Jerusalém o CONCLUSÃO

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

o PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. São Paulo: Editora Vida, 1998.

o WOOD, Leon J. A Bíblia e os Eventos Futuros – Panorama da Escatologia Bíblica. São Paulo. Ed. Batista Regular, 2003.

METODOLOGIA DE ENSINO As aulas serão ministradas obedecendo a seguinte metodologia:

o Expositivo-dialogais. o Leituras e análises de textos selecionados. o Audiovisuais (Slide/Multimídia/Vídeos). o Trabalhos escritos pesquisas/resenhas.

SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO:

A Avaliação será baseada nos seguintes critérios: Seminários\dinâmicas em grupos\pesquisas escritas\ participação\ trabalho em classe\aulas expositivas\vídeo aula e pesquisa de campo e Provas.

AVALIAÇÃO E TRABALHOS:

o Elaboração de Trabalho estipulado pelo professor. Trabalho Individual ou em Grupo. o Siga as orientações da Metodologia Científica a serem adotadas no trabalho. Serão enviadas ao aluno via e-mail. o Avaliação e entrega de Trabalho previstas para quarta-feira 04/10/2017.