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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Curso de Pós-graduação Doutorado e Mestrado em Arquitetura e Urbanismo 1 Disciplina Política e Gestão Ambiental Profa Gilda Collet Bruna 1º semestre de 2014 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL - POLÍTICA E GESTÃO AMBIENTAL: O caso do conjunto Habitacional Flamenguinho em Osasco Helena Rodi Neumann 1 Verônica Polzer 2 Viviane Manzione Rubio 3 Wu Chiang Kuo Navarro 4 Resumo: Este artigo é resultado do trabalho dos alunos na disciplina Política e Gestão Ambiental, do Curso de Doutorado e Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ministrada pela Professora Dra. Gilda Collet Bruna. Na disciplina trabalhamos e discutimos as questões relativas à política e gestão ambiental nas cidades que levam ao sucesso e prosperidade ou ao fracasso absoluto e a degradação ambiental de uma comunidade e seu território. A bibliografia base contou com o livro COLAPSO - Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso - de Jared Diamond, o qual utilizamos como referência para a discussão do presente artigo. Dentro do programa da disciplina foram realizadas visitas às obras de implantação do Conjunto Habitacional Flamenguinho em Osasco e à Incubadora de empresas em Guarulhos de modo que pudéssemos observar as questões relativas a política e gestão ambiental implementadas pelos municípios e como estas estão sendo absorvidas pela população. De todo modo o objetivo deste artigo é o fechamento da disciplina com resumo das questões apresentadas pela disciplina e sua bibliografia base observadas em ações realizadas em municípios da Região Metropolitana de São Paulo. 1 Arquiteta formada Associação Escola da Cidade em 2010. Mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2013. Doutoranda do Curso de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 2 Arquiteta formada pela Faculdade Presbiteriana Mackenzie em 2006. Mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2012. Doutoranda do Curso de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie 3 Arquiteta formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 1986. Mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2011. Doutoranda do Curso de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 4 Arquiteta formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 2010. Mestranda do Curso de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Curso de Pós-graduação Doutorado e Mestrado em Arquitetura e Urbanismo

1

Disciplina Política e Gestão Ambiental

Profa Gilda Collet Bruna 1º semestre de 2014

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL - POLÍTICA E GESTÃO AMBIENTAL:

O caso do conjunto Habitacional Flamenguinho em Osasco

Helena Rodi Neumann1

Verônica Polzer2

Viviane Manzione Rubio3

Wu Chiang Kuo Navarro4

Resumo:

Este artigo é resultado do trabalho dos alunos na disciplina Política e Gestão Ambiental, do Curso de Doutorado e Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ministrada pela Professora Dra. Gilda Collet Bruna.

Na disciplina trabalhamos e discutimos as questões relativas à política e gestão ambiental nas cidades que levam ao sucesso e prosperidade ou ao fracasso absoluto e a degradação ambiental de uma comunidade e seu território.

A bibliografia base contou com o livro COLAPSO - Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso - de Jared Diamond, o qual utilizamos como referência para a discussão do presente artigo.

Dentro do programa da disciplina foram realizadas visitas às obras de implantação do Conjunto Habitacional Flamenguinho em Osasco e à Incubadora de empresas em Guarulhos de modo que pudéssemos observar as questões relativas a política e gestão ambiental implementadas pelos municípios e como estas estão sendo absorvidas pela população.

De todo modo o objetivo deste artigo é o fechamento da disciplina com resumo das questões apresentadas pela disciplina e sua bibliografia base observadas em ações realizadas em municípios da Região Metropolitana de São Paulo.

1 Arquiteta formada Associação Escola da Cidade em 2010. Mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2013. Doutoranda do Curso de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 2 Arquiteta formada pela Faculdade Presbiteriana Mackenzie em 2006. Mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2012. Doutoranda do Curso de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie 3 Arquiteta formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 1986. Mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2011. Doutoranda do Curso de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 4 Arquiteta formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 2010. Mestranda do Curso de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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Neste caso são apresentadas as especificidades da implantação de um Conjunto Habitacional de Interesse Social, as famosas HIS, do ponto de vista da política e da gestão ambiental, melhor dizendo o avanço, a estagnação e o retrocesso nos projetos e acompanhamento das comunidades quando da implantação e ocupação destes conjuntos onde se pretende a sustentabilidade física e social.

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HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL - POLÍTICA E GESTÃO AMBIENTAL:

O caso do conjunto Habitacional Flamenguinho em Osasco

Introdução

Construir habitação para a população de baixa renda, bem como as policitas voltadas para a

urbanização de assentamentos precários, nem sempre foi objetivo de políticas de estado e tão

pouco do mercado imobiliário no país.

Mas a questão da moradia adequada já vinha sendo discutida desde o início do século XX,

frente à crescente urbanização das cidades europeias e a crise habitacional que se acentuou

principalmente após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

No Brasil no período da República Velha (1889-1930) não havia preocupação com questão da

habitação, com a predominância de ações públicas voltadas ao embelezamento das áreas

centrais e a definição de regras de edificação ligadas à higiene e a salubridade. É a partir da

década 1930, no chamado Estado Novo (1937-1945), que o governo passa a prover a habitação

popular, em função da intensa demanda social advinda do processo de urbanização.

No entanto, enquanto o Estado define a localização da habitação social, por meio da

construção de conjuntos habitacionais distantes das áreas centrais, a intensidade de

crescimento populacional nas cidades, principalmente a partir da década de 1950, combinado

com o processo de industrialização do país, acentua as disparidades sociais e territoriais.

Paralelamente, a política predominante em relação aos assentamentos precários, era a de

remoção. As favelas, vistas como um entrave ao modelo de desenvolvimento urbano

pretendido, eram removidas e seus moradores levados para conjuntos habitacionais

construídos que, por sua vez, não davam conta de atender a crescente demanda.

A partir da década de 1980, programas e ações para a urbanização de favelas entram na

agenda da política nacional. Principalmente com a Constituição Federal de 1988, com a

democratização do País, a urbanização de favelas passa a fazer parte da agenda das políticas

públicas urbanas em diversos municípios brasileiros.

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Os anos de 1990 marcaram o reconhecimento do protagonismo da cidade, onde diversos

eventos significativos no âmbito mundial irão discutir a questão da moradia no meio urbano.

Se por um lado as cidades representavam, na ocasião, um quadro crítico e problemático, uma

vez que a “quinta parte da população mundial encontrava-se sem moradia nem acesso a

infraestrutura básica”, por outro lado, as cidades passam a representar a alternativa dinâmica,

positiva e competitiva para o desenvolvimento humano e social (ALVIM, 2009).

A partir do ano de 2007 com os programas implementados pelo Governo Federal como

Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e Minha Casa Minha Vida – PMCMV, fases I e

II, as prefeituras puderam atuar mais fortemente nesta questão.

O conjunto Habitacional Flamenguinho faz parte da política habitacional da Prefeitura de

Osasco, a qual desde o ano de 2005 tem como objetivo a qualificação da moradia da

população de baixa renda na cidade.

Este conjunto possibilitará o assentamento de famílias que hoje moram em alojamentos e

assentamentos precários da cidade, conforme figura 1. O total de 402 unidades habitacionais

com aproximadamente 50,00 m² de área, contam com 02 dormitórios, sala, cozinha, banheiro

e área de serviço. Além das acomodações unifamiliares o conjunto oferece a possibilidade do

convívio entre as famílias em suas áreas comuns, internas e externas. (vide figura 2)

É certo que há a necessidade de um trabalho de acompanhamento das famílias no

reassentamento neste conjunto, uma vez que, hoje moram em áreas que apresentam

diferentes características, ou seja, com hábitos comunitários diversos deste que a vida em

condomínio oferecerá.

O presente artigo não aprofunda as questões relativas a este trabalho, nem tão pouco as

questões relativas a política habitacional da Prefeitura de Osasco, mas apresenta um

panorama geral das questões que envolvem o planejamento, a utilização de recursos sob

As fotos, figura 3 e 4 são do andamento da obra, em estrutura de concreto convencional,

moldado in loco e bloco celular para as vedações. Os edifícios são de 5 andares, sem elevador,

com todo o acesso através de escadas de concreto. Não há subsolos, e toda a área externa não

construída garante a permeabilidade da área.

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Figura 1: Imagem atual do Alojamento Piratininga. Fonte: Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano -

SEHDU-OSASCO, 2014.

Figura 2: Imagens do Projeto para o Conjunto habitacional Flamenguinho. Fonte: Projeto Arquiteto Hector

Vigliecca e Associados; SEHDU-OSASCO, 2007.

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Figura 3: Imagem da obra para a implantação do Conjunto habitacional Flamenguinho. Fonte: Secretaria de

Habitação e Desenvolvimento Urbano - SEHDU-OSASCO, 2013.

Figura 4: Imagens do Conjunto habitacional Flamenguinho. Fonte: Visita a campo em abril. POLZER, 2014.

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1. ASPECTOS DA POLITICA E DA GESTÃO AMBIENTAL NA IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO

1.1. Atração de imigrantes de baixa renda e sem teto

Em geral quando um assentamento recebe o benefício do projeto e obras para urbanização ou

reassentamento há um movimento natural de atração e de adensamento do assentamento

objeto do projeto. Isto não é privilégio do munícipio de Osasco e tão pouco do Conjunto

Flamenguinho.

O alojamento ao lado do Flamenguinho que vai ser assentado foi implantado para atender um

número total de 75 famílias, removidas de uma área pública ocupada em outra região de

Osasco. Ao longo de aproximadamente 05 anos, período compreendido entre a implantação

do alojamento e o início da obra, este número foi aumentando, passando para 86 com os

desdobros das moradias, e no momento inicial da construção do conjunto totalizavam 137

famílias.

1.2. Decréscimo da qualidade ambiental com escassez de água com baixa qualidade do

ar local e sazonal área

A área ocupada pelo assentamento, no caso um alojamento provisório implantado pela

Prefeitura para a acomodação destas, localiza-se lindeira a área da implantação do conjunto

de 402 unidades habitacionais, sendo ambas as áreas onde a ação antrópica de transformação

do território aconteceu quando da implantação da Rodovia Presidente Castelo Branco.

Portanto, quando da implantação do alojamento a área já estava em avançado processo de

degradação ambiental.

Cabe ressaltar que a área em questão está localizada a 114,00m da margem direita do Rio

Tietê, dentro da Zona de Ocupação Dirigida – ZOD, da APA da Várzea do Rio Tietê, considerada

pelo Conselho Gestor da APA como sendo área urbana consolidada, estando fora da atuação

deste último.

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1.3. Rejeitos tóxicos e rejeitos sólidos

O efluente sanitário produzido pelas famílias é lançado “in natura” no córrego lindeiro ao

assentamento, quando do reassentamento das famílias no conjunto o alojamento será

removido e o córrego será canalizado para a implantação de área de lazer pública.

Já o conjunto foi concebido com a previsão da instalação de redes de abastecimento de água e

esgotamento sanitário de acordo com as normas técnicas e a legislação pertinente.

Os materiais recicláveis gerados pelas famílias do assentamento são depositados de modo

inadequado na frente do assentamento, sem instalações apropriadas (vide figura 5). O ideal

seria a construção de um galpão com uma área destinada ao recebimento desse material,

outra área para a realização da triagem em plásticos, metais, vidros e papéis, e por fim a área

de estoque onde o material seria armazenado em forma de fardos, preparados para serem

comercializados.

Figura 5: Imagens dos resíduos acumulados em frente ao conjunto em construção e ao alojamento. Fonte: Visita a

campo em abril. POLZER, 2014.

O problema dos resíduos sólidos nos centros urbanos sempre existiu, mas foi nas últimas

décadas que o tema ganhou maiores proporções e importância política. A geração de resíduos

é agravada pelo crescimento populacional e econômico por isso é tão importante o

desenvolvimento e a colocação em prática de um plano de gerenciamento integrado de

resíduos sólidos. Nas cidades brasileiras a destinação dos resíduos sólidos constitui-se em um

problema ainda maior devido a falta da implementação de um plano de gerenciamento eficaz

que contemple questões ainda não resolvidas como a coleta seletiva dos materiais recicláveis

e a compostagem, os catadores, as estações de triagem de materiais recicláveis e por fim a

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logística reversa. Apesar de muitas cidades e regiões consorciadas terem entregue seus planos

em agosto de 2012 observa-se que ainda não foram colocados em prática.

O desafio do gerenciamento de resíduos é articular todas as áreas envolvidas determinando o

papel de cada agente de forma que os resíduos possam trabalhar num ciclo fechado e que

voltem para a indústria na forma de matéria prima e para que isso ocorra é necessário operar

em três eixos principais: educação ambiental, infraestrutura e logística reversa.

Referente a educação ambiental, é necessário que toda a sociedade participe ativamente,

desta forma, o plano de gerenciamento de resíduos terá sucesso e os resíduos serão

destinados adequadamente. Já em relação a infraestrutura, é fundamental que o governo

promova as condições necessárias para que o fluxo de resíduos na cidade ocorra de maneira

eficiente, com menor impacto ambiental possível e por fim, a logística reversa, através da

Política Nacional de Resíduos Sólidos, determina o papel dos fabricantes, distribuidores e todo

o setor privado em garantir que os produtos e suas embalagens possam retornar às indústrias

como matéria prima, dentro de um ciclo fechado.

Na elaboração do plano de gerenciamento integrado de resíduos sólidos é necessário levar em

consideração as diferenças sociais, econômicas, culturais e espaciais que existem nas cidades

brasileiras de forma que seja possível obter sucesso na implantação do plano contando

também com a participação da sociedade durante todas as fases de desenvolvimento, desde o

diagnóstico até a operação e manutenção do plano.

1.4. Ausência de controle das comunidades, ONGs e Conselhos.

O município de Osasco, em sua Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano – SEHDU,

possui uma equipe técnica social que trabalha junto a população residente em assentamentos

precários e é responsável por realizar desde a sua identificação, assim como, atuar no

fortalecimento da identidade e no acompanhamento dentro dos programas oferecidos pela

municipalidade.

Vale ressaltar também que o município possui o Conselho de Habitação de Interesse Social,

onde participam moradores e demais membros da sociedade civil.

O município incentiva e trabalha junto as ONGs e instituições governamentais e de diversas

naturezas, para a melhoria da qualidade de vida da população de baixa renda.

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Um dos exemplos é a implantação de uma Casa de Cultura e Cidadania em um dos

assentamentos no munícipio. Este equipamento faz parte do trabalho de responsabilidade

social da AES ELETROPAULO, que trabalha a educação estendida das crianças e jovens, através

de cursos de música, dança, dentre outros, bem como na alfabetização dos adultos moradores.

Figura 6: Imagem do Alojamento Piratininga. Fonte: Visita a campo em abril. POLZER, 2014.

1.5. Pouca ou nenhuma interferência Regional (Estado) e de suas políticas

Neste caso o Governo do Estado iria repassar R$ 20.000,00 para cada unidade, mas que não foi

efetivado em função de inúmeras questões, inclusive de articulações inter setorial e política.

1.6. Falta de coordenação com a Política Federal de Habitação, com Estado e com o

Município

Neste caso os recursos para a construção das unidades vem do Programa Minha Casa Minha

Vida do Governo Federal. Assim como inúmeros projetos implantados pela Prefeitura

Municipal de Osasco.

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1.7. Movimentação das famílias de fora para dentro (novas invasões) e de dentro para

fora (gentrificação)

Este assunto será objeto de análise de pesquisa pós-ocupação a partir do reassentamento das

famílias no conjunto, devendo ser comentado que há um acompanhamento das famílias pela

Caixa Econômica Federal nesta etapa, no que diz respeito a documentação dos contratos de

repasse e da documentação de propriedade que somente será entregue no momento da

quitação dos valores relativos a construção da unidade, o que deve minimizar este tipo de

efeito (gentrificação).

1.8. Gestão local (Prefeitura) + Representante da comunidade

Como mencionado anteriormente a Prefeitura de Osasco possui em sua secretaria de

habitação e desenvolvimento urbano uma equipe técnica de trabalho social que atua junto a

população residente em assentamentos precários desde a identificação, no fortalecimento da

identidade e no acompanhamento dentro dos programas oferecidos pela municipalidade.

1.9. Ruído Urbano

Conjuntos habitacionais foram construídos em terreno disponibilizado pela prefeitura de

Osasco para resolver o problema de habitação dos moradores que se encontram em

alojamento provisório, porém essas edificações estão em terreno localizado muito próximo da

rodovia Presidente Castelo Branco onde há um volume de tráfego intenso tanto no período de

pico pela manha como à tarde. O tráfego nessa rodovia é constituído em grande parte por

caminhões o que torna o local muito ruidoso. Os veículos de carga são responsáveis não só

pela emissão de ruído pela vibração da carroceria e pelo som de baixa frequência emitido pelo

motor a diesel, mas também pela vibração decorrente de sua grande massa em movimento

que é transmitida pelo solo até o conjunto habitacional.

Esses edifícios, porém não tem o devido afastamento de 200 metros para as áreas sensíveis

como proposto pela lei complementar nº 206, 09/05/2011 de Município de Osasco, Cap. I Art.

3 Item. XVII.

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“Zona sensível a ruídos ou zona de silêncio: aquela que, para atingir seus propósitos, necessita que lhe seja assegurado um silêncio excepcional e definida pela faixa determinada pelo raio de 200 metros de distância de hospitais, escolas, creches, bibliotecas, unidades de saúde, asilos e no interior das áreas de preservação ambiental.” (OSASCO, 2011)

De acordo com a Organização Mundial de Saúde “O ruído é a segunda maior causa de doenças

no mundo”, e, portanto é de suma importância levar em consideração os fenômenos acústicos

na concepção do projeto, influenciando no planejamento e na escolha dos materiais a serem

utilizados. Essa é a forma mais eficaz e econômica para tratar a questão de acústica. Uma vez

o problema já está consolidado, é muito mais custoso e nem sempre a solução é eficiente.

Com o aumento da distância entre a fonte e o receptor, a intensidade sonora diminui

conforme a Lei do Inverso do Quadrado da Distância. No caso do Conjunto Habitacional

Flamenguinho, foram feitas as medições in loco, onde se constatou que a pressão sonora

equivalente está entre 54.4 dB(A) a 60.3 dB(A) e a pressão sonora de pico está entre 64 dB(A) a

72 dB(A) em ambiente interno, como nos dormitórios. Nas áreas externas as medições

indicam de a pressão sonora equivalente igual a 59.3 dB(A) a pressão sonora de pico igual a 68

dB(A).

A norma ABNT NBR 10.151 (na tabela 1) estabelece os níveis aceitáveis em área urbana de 55

dB(A) no período diurno e 50 dB(A) no período noturno, enquanto que para ambiente interno

a ABNT NBR 10.152 estabelece de 35 dB(A) a 45 dB(A) no interior do dormitório,(na tabela 2).

Tabela 1 – NBR 10.151 - FONTE: ABNT, 2000.

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Residências

Dormitórios 35 – 45

Sala de estar 40 – 50

Tabela 2 – NBR 10.152 - FONTE: ABNT, 2000.

No entanto os resultados obtidos foram todos superiores aos indicados na norma, e, portanto

os habitantes estarão submetidos à exposição desses níveis de ruído, o que poderá causar

dano à saúde dos futuros moradores. A exposição ao ruído pode provocar problemas de saúde

de fisiológicos e psico-cognitivos. (FIORINI, 2014; SOUZA, 2014)

Para evitar que isso ocorra é necessário a interposição de um obstáculo para atenuação do

som que vem da rodovia. Devido às condições do local é mais adequada à instalação de uma

barreira acústica na trajetória de propagação sonora para atenuar ruído e seus efeitos.

Levando também em consideração o fenômeno da difração do som no topo, nas abordas da

barreira e nos vãos entre a fixação dos painéis e as estruturas.

O conjunto de medidas deve incluir também a absorção de ruído pelo solo, utilizando-se uma

cobertura que seja absorvente e não refletiva. De acordo com NIEMEYER (1998), solo natural

com vegetação densa (grama, vegetação rasteira, etc.), tem um coeficiente de absorção igual a

0,7, o que contribui à redução do ruído.

1.10. Espaço confinado entre rio e rodovia

O terreno objeto da implantação faz divisa com a Rodovia Presidente Castelo Branco, o que

traz transtornos de diversas naturezas, mencionados ao longo do artigo.

1.11. Gerenciar cadastro de famílias e unidades habitacionais para elas

A equipe técnica social da SEHDU cadastrou, em 2007, as famílias residentes no alojamento

que serão reassentadas no conjunto, porém, demais famílias cadastradas de outros

assentamentos precários serão reassentadas no conjunto também.

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1.12. Localização de trabalho junto à habitação

O conjunto está sendo construído em um terreno de propriedade pública, localizado em área

urbana consolidada, portanto com acesso a rede de transporte público facilitando o acesso das

famílias as demais áreas da cidade.

Cabe ressaltar que das 402 unidades habitacionais do conjunto aproximadamente 140 serão

aquelas moradoras do alojamento vizinho.

1.13. Áreas verdes e lazer

O conjunto está sendo implantado em parcelamento de solo aprovado pelo GRAPROHAB, que

inclui áreas verdes, além disso, na área onde está o alojamento, que é contigua ao conjunto,

será construída uma área de lazer para a prática de esportes assim que as famílias forem

removidas.

1.14. Transportes coletivos

Como já mencionado o terreno está localizado a Av. Edmundo Amaral, onde existem linhas de

transporte público que levam as famílias aos demais bairros da cidade, portanto viabilizando o

acesso ao centro e demais áreas da cidade, lembrando que por volta de 140 delas são aquelas

que moram hoje no alojamento vizinho, portanto já utilizam dos serviços existentes no local.

1.15. Gestão e impacto ambiental

O município de Osasco apresenta 0,62m2 de área verde por habitante, valores muito abaixo do

que a Organização Mundial de Saúde – OMS que preconiza, o que significa que a ocupação dos

lotes é praticamente de 100%, portanto quase nenhuma área permeável é deixada nos lotes,

intensificando ainda mais a possibilidade de inundações.

Para minimizar este problema sempre que a SEHDU implanta um projeto procura definir e

incluir áreas verdes e permeáveis que facilitem a absorção das águas pluviais.

O projeto do conjunto habitacional Flamenguinho possui áreas permeáveis que foram

definidas no projeto de parcelamento que estão de acordo com a porcentagem exigida pela

legislação ambiental estadual.

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1.16. Seres humanos

Em geral sempre que há um projeto para habitação social famílias não originarias das áreas

são atraídas pela equivocada ideia de possibilidade de atendimento que este projeto inclui.

Deste modo esta população acaba se adaptando e construindo de forma precária suas

moradias, permanecendo nessa condição por muito anos. Além de aumentar a demanda que

deverá ser absorvida por estes ou demais projetos, contribui para o aumento da precariedade

da localidade onde se instala.

A área que é planejada para receber um número cadastrado e previsto de famílias precisa ter o

projeto ou ações de reassentamento revistas para por vezes dobrar o número de unidades a

fim de receber não só as famílias que moravam no local, mas seus desdobramentos, como

parentes com outras famílias, que ou moravam juntos ou vieram de outros locais em busca

dessa oportunidade, da casa própria.

1.17. Como a sociedade enfrenta os problemas

O descompasso entre a demanda estabelecida para o projeto e aquela observada no momento

do reassentamento, provocada pela ausência de gestão no impedimento do aumento das

famílias moradoras provoca consequências graves para a sociedade em função da necessidade

de mais infraestrutura, bem como a produção incrementada de resíduos provocando o

aumento da densidade de maneira desordenada induzindo a inadequação da mobilidade, do

saneamento básico, da coleta de resíduos sólidos, além da falta de moradia, dentre outros

problemas.

1.18 Gestão Ambiental de Comunidades

Na visita observou-se que apesar de haver coleta de água pluvial, que é armazenada em um

reservatório parcialmente enterrado, localizado no pátio central dos edifícios, essa água é

represada e depois solta no sistema público, sem reaproveitamento no condomínio.

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1.19. Baixo crescimento vegetal

É nítido que apesar de o projeto incluir áreas verdes e vegetação, a região onde este se localiza

carece de parques, praças e áreas verdes em geral.

1.20. Custo da produtividade e custo de vida

O custo de vida na região metropolitana de São Paulo em geral é alto, apesar de Osasco ainda

servir de refúgio para aqueles que fogem da especulação imobiliária, naquela cidade o custo

de vida já se apresenta como um empecilho para a implantação de conjuntos habitacionais

para a população de baixa renda.

1.21. Vantagens

• Melhoria da qualidade de vida para a população local;

• Aumento da oferta de moradia popular;

• Inserção de conjuntos habitacionais em áreas já consolidadas;

• Atendimento as necessidades da comunidade alojada provisoriamente na região.

1.22. Desvantagens

• Falta de uma política para aproveitamento de água pluvial e reaproveitamento de

águas cinzas;

• Falta de um local adequado para realizar a triagem dos resíduos recicláveis e também

de armazenamento de forma seletiva no local em três frações: resíduos orgânicos,

recicláveis e rejeitos;

• Faltas de áreas verdes na região onde se localiza o condomínio e em todo o município;

• Necessidade de barreira acústica devido a grande poluição sonora, em função da

proximidade com a Rodovia Presidente Castelo Branco, o que causa graves danos a

saúde dos moradores, dependendo do nível e do tempo de exposição.

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1.23. Conflitos da água

O condomínio localiza-se a 114 metros do Rio Tietê, sendo o esgoto coletado lançado em rede

da SABESP que segue sem tratamento lançando os efluentes diretamente neste corpo d’água,

enquanto a implantação de coletor tronco que será ligado a estação de Tratamento de Barueri.

Existe a proposta para a implantação de parque linear para aumentar a área permeável da

cidade, bem como proporcionar que o rio vire de frente para a área em questão, que depende

ainda de processos de desapropriação e do levantamento de recursos para a efetivação.

Também não há preocupação com a gestão da água pois toda a água pluvial coletada é

armazenada em uma caixa de retardo e não é aproveitada. Não há reaproveitamento de água

cinzas para usos não potáveis e muito menos tratamento de esgoto (águas negras).

Se houvesse uma política que visasse reduzir o desperdício, aproveitar a água pluvial,

reaproveitar as águas servidas e tratar o esgoto com certeza haveria muitos benefícios para a

comunidade como: econômicos, sociais e ambientais.

1.24. Ameaças à comunidade

Existe a preocupação com a gentrificação ao se construir edifícios habitacionais sociais o que

implica numa série de medidas para coibir essa prática, mas também permitir que a família

que habita esse tipo de unidade tenha a oportunidade de conquistar seus sonhos, melhorar de

vida e aí sim mudar para uma habitação melhor, deixando essa para uma outra família que

está começando a luta. O objetivo final é que a população se desenvolva economicamente e

melhore de vida, de forma sustentável, assim todos ganham.

Algumas ações serão implementadas pela Caixa Econômica Federal que é o operador do

empreendimento para coibir que as famílias deixem o conjunto, bem como pela Prefeitura de

Osasco que fará o trabalho de pós-ocupação para orientar os moradores na forma de morar

em condomínios.

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2. A POLITICA E A GESTÃO AMBIENTAL QUE SE QUER

Os aspectos esperados relativos a política e a gestão ambiental em implantação de habitação

de interesse social seriam aqueles que promovessem o desenvolvimento físico e social

sustentável, de forma a considerar:

• No projeto e construção a observação e a incorporação de elementos como a

mobilidade, a acessibilidade, do uso sustentável dos recursos, como a gestão do uso e

reaproveitamento da água e dos resíduos sólidos, do conforto térmico e acústico,

dentre outros;

• A participação popular mais efetiva de forma que o projeto da unidade habitacional

seja adequado às necessidades da população beneficiada;

• A observação da Implantação dos conjuntos junto a equipamentos de educação como

creches e escolas, de saúde, as unidades básicas de saúde - UBS, e comércio e serviços,

possibilitando o usufruto da urbanidade da cidade a estas famílias e,

• A observação da necessidade de implementar dentro e fora dos conjuntos espaços e

áreas verdes, através de praças, parques e reservas não só para a população

beneficiada, mas também para o conjunto da população residente na cidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sob o ponto de vista das políticas publicas para o atendimento da população de baixa renda

seja na adequação da moradia ou na diminuição do déficit habitacional, o Brasil avançou muito

nas ultimas três décadas, seja na inserção dos capítulos sobre a política habitacional e urbana

no texto da Constituição Federal de 1988, seja na mudança político administrativa dos poderes

do estado nas três esferas de governo. Mas é importante ressaltar que do ponto de vista da

política e gestão ambiental no âmbito dos projetos e da implantação de conjuntos

habitacionais há um longo caminho a percorrer para que se possa alcançar a tão desejada

sustentabilidade socioambiental.

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Deverá ser considerado já na concepção do projeto o tripé da sustentabilidade, quais sejam, os

aspectos econômicos, os ambientais e os sociais. Entendendo como aspectos econômicos não

só aqueles que barateiam o custo final das unidades e sua infraestutura, mas também aqueles

que proporcionarão a economia dos recursos naturais do ambiente e materiais da população

beneficiada.

A dotação de acessibilidade, de conforto térmico e acústico, da gestão do uso da água, e da

destinação dos resíduos sólidos e líquidos, devem ser planejados desde o projeto. Entende-se

esta ser a forma mais econômica e mais eficiente de prevenir as consequências indesejadas e

os custos para modificações e reparação dos problemas após a implantação.

Quanto às questões especificas do Conjunto Flamenguinho, entende-se de suma importância a

construção de barreira acústica ao longo da rodovia Presidente Castelo Branco na divisa com o

empreendimento, além de complementação no tratamento paisagístico do uso de solo natural

e vegetação (grama, vegetação rasteira e arbusto) para redução de ruído de trafego

rodoviário.

No acompanhamento pós-ocupação da população atendida deve ser implementado os

conceitos da educação ambiental para a implantação de sistema de coleta seletiva de resíduos

sólidos observando o trabalho já executado pelos moradores do Alojamento Pirantininga,

separando os recicláveis do lixo orgânico e no futuro próximo implementar a compostagem

para o tratamento das áreas vegetadas.

Essas medidas são importantes para a conscientização dos moradores da importância da

observação do uso dos recursos naturais e da disposição adequada do lixo produzido, que

pode trazer benefícios inclusive de economia e acréscimo dos recursos financeiros do conjunto

para a manutenção futura.

No que diz respeito à redução das enfermidades causadas pelo ruído que afetaram os

moradores de forma lenta e gradual, verifica-se ser urgente a implantação da barreira sonora,

o que trará economia a municipalidade, uma vez que haverá redução do acessos as unidades

de saúde publica, além de proporcionar o bem estar físico e emocional aos futuros moradores.

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Como última consideração acerca do Conjunto Flamenguinho observa-se que a implementação

de sistema de captação de água pluvial para o reuso é uma medida importante, uma vez que a

escassez de recursos hídricos na Grande São Paulo já é uma realidade, talvez permanente, bem

como a possibilidade da economia de água potável tratada para o conjunto trará benefícios

inclusive financeiros aos moradores.

Por fim entende-se que não só é importante tratar do déficit habitacional nos municípios,

brasileiros, mas também da forma como serão implantados e geridos, sendo importante

observar as especificidades de cada localidade, tanto ambientais e sociais, bem como da

qualidade dos projetos tanto do ponto de vista técnico e da adequação as necessidades de

seus futuros usuários.

A sustentabilidade socioambiental tão almejada mundialmente, somente será alcançada se

forem observados seus aspectos específicos desde a concepção das políticas urbanas e

habitacionais sejam quais forem as unidades administrativas em foco

BIBLIOGRAFIA

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PREFEITURA DO MUNICIPIO DE OSASCO. Lei Complementar nº 206 de 09/05/2011 – Dispõe sobre a ordenação da paisagem e controle sonoro no meio ambiente urbano do município de Osasco.

_________________________Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano. - SEHDU dados, informações e imagens do projeto e da obra do conjunto habitacional Flamenguinho em Osasco. 2007, 2014.

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POLZER, V. Imagens da visita ao conjunto habitacional Flamenguinho em Osasco. Março, 2014