política ambiental

25
Política ambiental: princípios gerais e quadro de base A política ambiental europeia baseia-se nos princípios da precaução, da prevenção e da correcção da poluição na fonte, e no princípio do «poluidor-pagador». Os programas plurianuais de acção em matéria de ambiente criam o quadro para a acção futura em todos os domínios da política ambiental, estando integrados em estratégias horizontais e sendo tomados em consideração nas negociações internacionais em matéria de ambiente. Por último, mas não menos importante, é fundamental a sua execução. Base jurídica Artigos 11. o e 191. o a 193. o do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE). A UE tem competência para agir em todos os domínios da política ambiental, tais como a poluição atmosférica e da água, a gestão de resíduos e as alterações climáticas. O seu campo de actuação é, no entanto, limitado pelo princípio de subsidiariedade e pela exigência de unanimidade no Conselho em questões fiscais, do ordenamento do território, da utilização dos solos, da gestão quantitativa dos recursos hídricos, das opções ao nível das fontes de energia e da estrutura do aprovisionamento energético. Origem e evolução A política europeia do ambiente tem a sua origem no Conselho Europeu realizado em 1972, em Paris, no qual os Chefes de Estado e de Governo europeus (na sequência da primeira conferência das Nações Unidas sobre o ambiente) manifestaram a necessidade de uma política ambiental comunitária que acompanhasse a expansão económica, instando a um programa de acção. O Ato Único Europeu de 1987 introduziu um novo título «Ambiente», que constituiu a primeira base jurídica da política ambiental comum, com vista a preservar a qualidade do ambiente, proteger a saúde humana e assegurar uma utilização racional dos recursos naturais. As revisões posteriores do Tratado reforçaram o compromisso assumido pela Europa em matéria de protecção ambiental e o papel do Parlamento Europeu no respectivo desenvolvimento. O Tratado de Maastricht (1993) tornou o ambiente um domínio de acção oficial da UE, introduziu o procedimento de co-decisão e instituiu como regra geral a votação por maioria qualificada no Conselho. O Tratado de Amesterdão (1999) instituiu o dever de integrar a protecção do ambiente em todas as políticas sectoriais da UE, tendo em vista a promoção do desenvolvimento sustentável. Com o Tratado de Lisboa (2009), a «luta contra as alterações climáticas» tornou-se um objectivo específico, bem como o desenvolvimento sustentável nas relações com países terceiros. Uma nova personalidade jurídica permitiu à UE celebrar acordos internacionais. Princípios gerais A política ambiental da UE baseia-se nos princípios da precaução, da prevenção e da correcção da poluição na fonte, e no princípio do «poluidor-pagador». O princípio da precaução é um instrumento de gestão de riscos que pode ser invocado quando exista incerteza científica quanto à suspeita de risco para

Upload: susana

Post on 13-Sep-2015

2 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Direito do Ambiente. Perspectiva Jurídica.

TRANSCRIPT

  • Poltica ambiental: princpios gerais e quadro de base

    A poltica ambiental europeia baseia-se nos princpios da precauo, da preveno e da correco da

    poluio na fonte, e no princpio do poluidor-pagador. Os programas plurianuais de aco em matria de

    ambiente criam o quadro para a aco futura em todos os domnios da poltica ambiental, estando

    integrados em estratgias horizontais e sendo tomados em considerao nas negociaes internacionais

    em matria de ambiente. Por ltimo, mas no menos importante, fundamental a sua execuo.

    Base jurdica

    Artigos 11.o e 191.o a 193.o do Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia (TFUE). A UE tem

    competncia para agir em todos os domnios da poltica ambiental, tais como a poluio atmosfrica e da

    gua, a gesto de resduos e as alteraes climticas. O seu campo de actuao , no entanto, limitado

    pelo princpio de subsidiariedade e pela exigncia de unanimidade no Conselho em questes fiscais, do

    ordenamento do territrio, da utilizao dos solos, da gesto quantitativa dos recursos hdricos, das

    opes ao nvel das fontes de energia e da estrutura do aprovisionamento energtico.

    Origem e evoluo

    A poltica europeia do ambiente tem a sua origem no Conselho Europeu realizado em 1972, em Paris, no

    qual os Chefes de Estado e de Governo europeus (na sequncia da primeira conferncia das Naes

    Unidas sobre o ambiente) manifestaram a necessidade de uma poltica ambiental comunitria que

    acompanhasse a expanso econmica, instando a um programa de aco. O Ato nico Europeu de 1987

    introduziu um novo ttulo Ambiente, que constituiu a primeira base jurdica da poltica ambiental comum,

    com vista a preservar a qualidade do ambiente, proteger a sade humana e assegurar uma utilizao

    racional dos recursos naturais. As revises posteriores do Tratado reforaram o compromisso assumido

    pela Europa em matria de proteco ambiental e o papel do Parlamento Europeu no respectivo

    desenvolvimento. O Tratado de Maastricht (1993) tornou o ambiente um domnio de aco oficial da UE,

    introduziu o procedimento de co-deciso e instituiu como regra geral a votao por maioria qualificada no

    Conselho. O Tratado de Amesterdo (1999) instituiu o dever de integrar a proteco do ambiente em todas

    as polticas sectoriais da UE, tendo em vista a promoo do desenvolvimento sustentvel. Com o Tratado

    de Lisboa (2009), a luta contra as alteraes climticas tornou-se um objectivo especfico, bem como o

    desenvolvimento sustentvel nas relaes com pases terceiros. Uma nova personalidade jurdica permitiu

    UE celebrar acordos internacionais.

    Princpios gerais

    A poltica ambiental da UE baseia-se nos princpios da precauo, da preveno e da correco da

    poluio na fonte, e no princpio do poluidor-pagador. O princpio da precauo um instrumento de

    gesto de riscos que pode ser invocado quando exista incerteza cientfica quanto suspeita de risco para

  • a sade humana ou para o ambiente decorrente de uma determinada aco ou poltica. A ttulo

    exemplificativo, a fim de evitar danos para a sade humana ou para o ambiente em caso de dvida quanto

    a um efeito potencialmente perigoso de um produto, podem ser dadas instrues para que se ponha termo

    distribuio do produto em causa ou para que o mesmo seja retirado do mercado caso a incerteza

    subsista aps uma avaliao cientfica objectiva. Tais medidas no devem ser discriminatrias e

    desproporcionadas, devendo ser revistas assim que a informao cientfica esteja disponvel.

    O princpio do poluidor-pagador executado pela Directiva Responsabilidade Ambiental (da sigla inglesa

    ELD ), que visa a preveno ou, de algum modo, a reparao de danos ambientais causados a espcies e

    habitats naturais protegidos, gua e ao solo. Os operadores de determinadas actividades profissionais,

    como o transporte de substncias perigosas, ou de actividades que implicam descargas nas guas, devem

    tomar medidas preventivas em caso de ameaa iminente para o ambiente. Se os danos j tiverem ocorrido,

    os operadores so obrigados a tomar as medidas adequadas para reparar esses danos, devendo suportar os

    respectivos custos. O mbito de aplicao da directiva foi alargado trs vezes com o intuito de incluir a

    gesto de resduos das indstrias extractivas, a operao de locais de armazenamento geolgico e a

    proteco de operaes offshore de petrleo e gs, respectivamente.

    Alm disso, a integrao das preocupaes ambientais noutros domnios de aco da UE tornou-se um

    conceito importante na poltica europeia (actualmente consagrado no artigo 11.o do TFUE) desde que

    surgiu, pela primeira vez, de uma iniciativa do Conselho Europeu, realizado em 1998, em Cardiff (o

    Processo de Cardiff). Nos ltimos anos, os progressos mais significativos no que respeita integrao

    da poltica ambiental ocorreram, por exemplo, no domnio da poltica energtica, tal como ficou reflectido

    no desenvolvimento paralelo do pacote da UE em matria de energia e de clima ou no roteiro de transio

    para uma economia hipocarbnica competitiva em 2050, que analisa as formas mais eficientes em termos de

    custos para tornar a economia da UE mais respeitadora do clima e menos consumidora de energia. Este

    documento mostra como os sectores responsveis pelas emisses na Europa a produo de energia, a

    indstria, os transportes, os edifcios e a construo, assim como a agricultura podem fazer a transio

    para uma economia hipocarbnica nas prximas dcadas.

    Quadro de base

    A. Os programas de aco em matria de ambiente

    Desde 1973, a Comisso tem criado programas plurianuais de aco em matria de ambiente (PAA), que

    apresentam propostas legislativas e objectivos futuros da poltica ambiental da UE; as medidas concretas

    so posteriormente adoptadas em separado. O 6.o PAA, que determinou a poltica ambiental durante a

    dcada de 2002-2012, centrou-se nas quatro prioridades seguintes: alteraes climticas; biodiversidade;

    ambiente e sade; e recursos naturais e resduos. As medidas para essas prioridades foram descritas em

    pormenor nas sete estratgias temticas, que incidem em temas ambientais transversais e no em

    actividades econmicas ou poluentes. Em 2013, o Conselho e o Parlamento aprovaram o 7.o PAA para o

    perodo at 2020, intitulado Viver bem, dentro dos limites do nosso planeta. Com base numa srie de

    iniciativas estratgicas recentes (roteiro para uma utilizao eficiente dos recursos, estratgia de

  • biodiversidade para 2020 e roteiro para a transio para uma economia hipocarbnica em 2050), o 7.o PAA

    define nove objectivos prioritrios, entre os quais se destacam a proteco da natureza, uma maior

    resilincia ecolgica e um crescimento sustentvel, eficiente em termos de recursos e hipocarbnico, bem

    como a luta contra as ameaas ambientais sade. O programa sublinha igualmente a necessidade de

    uma melhor aplicao da legislao ambiental da UE, de conhecimentos cientficos mais atuais, de

    investimentos e da integrao de aspectos ambientais nas demais polticas.

    B. Estratgias horizontais

    Em 2000, a Estratgia de Lisboa foi formulada com o objectivo de transformar a UE na economia

    baseada no conhecimento mais dinmica e competitiva do mundo, centrando-se essencialmente na

    promoo do crescimento e do emprego atravs do aumento da competitividade da UE. Um ano mais

    tarde, em Gotemburgo, esta estratgia foi complementada com uma dimenso ambiental, o que deu,

    assim, origem Estratgia da UE para o Desenvolvimento Sustentvel (EDS). A Estratgia Europa 2020, a

    mais recente estratgia de crescimento da UE, fixa, nomeadamente, um objectivo central em matria de

    clima e energia, tendente a definir um crescimento inteligente, sustentvel e inclusivo. No mbito desta

    estratgia, a iniciativa emblemtica Uma Europa eficiente em termos de recursos visa o crescimento

    sustentvel e apoia a transio para uma economia eficiente em termos de recursos e hipocarbnica.

    C. Avaliao de impacto ambiental e participao do pblico

    Determinados projectos individuais (privados ou pblicos) susceptveis de terem efeitos significativos no

    ambiente, como, por exemplo, a construo de uma auto-estrada ou de um aeroporto, esto sujeitos a

    uma avaliao de impacto ambiental (AIA). De igual modo, uma srie de planos e programas pblicos

    (por exemplo, referentes utilizao dos solos, aos transportes, energia, aos resduos ou agricultura)

    esto sujeitos a um processo semelhante, denominado avaliao ambiental estratgica (AAE). Aqui, as

    questes ambientais j esto includas na fase de planeamento e as eventuais consequncias so tidas

    em conta antes da aprovao ou autorizao de um projecto, de molde a assegurar-se um elevado nvel

    de proteco ambiental. Em ambos os casos, a consulta do pblico constitui um aspecto fulcral, o que

    remonta Conveno de Aarhus. Esta conveno foi assinada em 1998 pela UE sob os auspcios da

    UNECE (Comisso Econmica das Naes Unidas para a Europa), tendo, mais tarde, sido ratificada pela

    mesma. No mbito desta conveno, a participao do pblico na tomada de decises constitui um dos

    trs direitos garantidos ao pblico no domnio do ambiente. Os outros dois direitos so os seguintes: o

    direito de acesso informao sobre o ambiente na posse das autoridades pblicas (por exemplo, sobre o

    estado do ambiente ou da sade humana quando afectada pelo primeiro) e o direito de acesso justia,

    sempre que os outros dois direitos no sejam observados.

    D. Cooperao internacional em matria de ambiente

    A UE desempenha igualmente um papel fundamental nas negociaes internacionais em matria de

    ambiente. A ttulo de exemplo, na Dcima Conferncia das Partes na Conveno sobre a Diversidade

    Biolgica, realizada em Nagoia (Japo) em 2010, a UE deu um contributo importante para a consecuo

  • de um acordo sobre uma estratgia global para travar a perda de biodiversidade nos prximos dez anos.

    Do mesmo modo, a Unio participou na deciso de fixar objectivos de desenvolvimento sustentvel

    globais para todos os pases, decorrentes da Conferncia Rio+20 sobre desenvolvimento sustentvel,

    realizada em 2012. Tradicionalmente, a UE definiu igualmente regras durante as negociaes

    internacionais em matria de clima no contexto da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre

    Alteraes Climticas (Cqnuac), celebrando, por exemplo, acordos unilaterais para reduzir as emisses de

    GEE. Alm das negociaes a nvel mundial, a UE mantm acordos de parceria e estratgias de

    cooperao com uma srie de pases e regies, por exemplo no mbito da poltica europeia de vizinhana

    (pases da Europa Oriental e do Mediterrneo), enquanto factor susceptvel de resolver as questes que

    se colocam nas fronteiras externas da UE, nomeadamente as questes ambientais, como a qualidade da

    gua, a gesto de resduos, a poluio atmosfrica ou a desertificao.

    E. Aplicao, execuo e acompanhamento

    A legislao ambiental da UE tem vindo a ser consolidada desde 1970. Actualmente encontram-se em

    vigor vrias centenas de directivas, regulamentos e decises sobre esta matria. A eficcia da poltica

    ambiental da UE , no entanto, amplamente determinada pela sua aplicao escala nacional, regional e

    local. Porm, uma aplicao e execuo deficientes continuam a constituir uma questo de importncia

    capital. Alm disso, o acompanhamento fundamental, tanto do estado do ambiente como do nvel de

    aplicao da legislao ambiental da UE.

    Para contrabalanar a grande disparidade do nvel de aplicao verificada entre os vrios Estados-

    Membros, o Parlamento Europeu e o Conselho adoptaram, em 2001, a Recomendao 2001/331/CE, que

    estabelece critrios mnimos (no vinculativos) aplicveis s inspeces ambientais nos Estados-Membros.

    A reviso do quadro jurdico est prevista para 2014. A fim de melhorar a aplicao da legislao

    ambiental da UE, a Directiva 2008/99/CE, relativa proteco do ambiente atravs do direito penal, exige

    que os Estados-Membros prevejam sanes penais efectivas, proporcionadas e dissuasivas para a maior

    parte das infraces ambientais graves. Podem citar-se, por exemplo, a emisso ou descarga ilegal de

    substncias na atmosfera, na gua ou nos solos, o comrcio ilegal de espcies selvagens, o comrcio

    ilegal de substncias que empobrecem a camada de ozono e a transferncia ou descarga ilegais de

    resduos. Por ltimo, a Rede Europeia para a Implementao e Execuo da Legislao Ambiental (IMPEL) uma

    rede internacional composta de autoridades ambientais dos Estados-Membros da UE, dos pases em fase

    de adeso e dos pases candidatos, bem como da Noruega, criada com o intuito de impulsionar a

    execuo, mediante a disponibilizao de uma plataforma destinada aos decisores polticos, inspectores

    ambientais e agentes responsveis pela aplicao da lei para o intercmbio de ideias e melhores prticas.

    Em 1990 foi criada, em Copenhaga, a Agncia Europeia do Ambiente (AEA), com a finalidade de apoiar o

    desenvolvimento, a aplicao e a avaliao da poltica ambiental e de informar o pblico em geral sobre o

    assunto. A agncia da UE (aberta a pases no pertencentes UE) responsvel pela prestao de

    informaes fiveis e independentes acerca do estado e das perspectivas para o ambiente. Por

    conseguinte, compete a esta agncia a recolha, a gesto e a anlise de dados, e a coordenao da Rede

    Europeia de Informao e de Observao do Ambiente (Eionet). A fim de auxiliar os decisores polticos a

  • tomar decises fundamentadas e a desenvolver legislao e polticas no domnio do ambiente, a UE gere

    igualmente o Programa Europeu de Observao da Terra (Copernicus), que atende, entre outras, s

    preocupaes relacionadas com a Terra, os mares, a atmosfera e as alteraes climticas. Em relao

    aos poluentes libertados para a atmosfera, as guas e os solos, bem como s transferncias para fora do

    local de resduos e de poluentes em guas residuais, o Registo Europeu das Emisses e Transferncias

    de Poluentes (E-PRTR) fornece dados essenciais em matria ambiental de mais de 30 000 instalaes

    industriais da UE, assim como da Islndia, do Listenstaine, da Noruega, da Srvia e da Sua. O registo

    aplica o Protocolo da UNECE relativo aos PRTR no mbito da Conveno de Aarhus, assinado pela ento

    Comunidade Europeia em maio de 2003, e pode ser gratuitamente consultado pelo pblico na Internet.

    O papel do Parlamento Europeu

    O Parlamento Europeu desempenha um papel preponderante na definio da legislao ambiental da UE.

    Durante a sua 7.a legislatura (2009-2014), o Parlamento, co-legislando com o Conselho, aprovou

    designadamente legislao sobre as emisses dos veculos e as emisses industriais, os resduos

    electrnicos e os sacos de plstico com asas, etc.

    Alm disso, o Parlamento reconheceu reiteradamente a necessidade de melhorar a aplicao, enquanto

    prioridade fundamental. Numa resoluo de 2013 sobre como tirar melhor partido das medidas

    ambientais da UE: melhor conhecimento e reactividade para consolidar a confiana, criticou-se o nvel

    insatisfatrio da aplicao da legislao ambiental nos Estados-Membros e formularam-se vrias

    recomendaes tendentes a uma aplicao mais eficaz, como a divulgao das melhores prticas entre

    Estados-Membros e entre as autoridades regionais e locais. Na sua posio sobre o actual programa de

    aco em matria de ambiente (em vigor at 2020), o Parlamento realou igualmente a necessidade de

    velar pelo cumprimento da legislao ambiental da UE de forma mais rigorosa, insistindo no facto de que o

    7.o PAA deve contribuir para um elevado nvel de proteco ambiental e para a melhoria da qualidade de

    vida e do bem-estar dos cidados. O Parlamento apelou ainda para uma maior segurana nos

    investimentos que apoiam a poltica ambiental e os esforos de combate s alteraes climticas, e

    solicitou que se tivesse mais e melhor em conta as preocupaes ambientais noutras polticas.

    Numa resoluo de 2010, o Parlamento considerou que os aspectos ambientais da Estratgia

    Europa 2020 so, de um modo geral, demasiado insignificantes, cumprindo refor-los, e entendeu que

    necessrio integrar objectivos ambientais claros e mensurveis nos objectivos principais da estratgia,

    dando destaque a medidas que permitam travar a perda da biodiversidade.

    Recentemente, o Parlamento aprovou uma actualizao da directiva relativa avaliao do impacto

    ambiental, a fim de clarificar o texto, incluir a biodiversidade e as alteraes climticas, e assegurar que as

    autorizaes dos projectos no esto sujeitas a conflitos de interesses. Durante as negociaes com o

    Conselho, o Parlamento conseguiu elevar as normas de qualidade para fins de proteco da sade

    humana e do ambiente. Apesar de ter tido de ceder quanto s avaliaes de impacto ambiental

    obrigatrias para a prospeco e a extraco de gs de xisto, os riscos para a sade humana ou para o

    ambiente tero, no entanto, de ser tidos em conta nos novos projectos de gs.

  • Biodiversidade, natureza e solos

    A Conferncia das Naes Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento de 1992 representou um grande

    passo em frente para a preservao da biodiversidade e a proteco da natureza graas adopo da

    Conveno sobre a Diversidade Biolgica (CDB). Em 2011, a UE assumiu o compromisso de travar a

    perda de biodiversidade e a degradao dos servios ecossistmicos na UE at 2020. Ainda no foram

    atingidos outros objectivos previstos na Directiva Habitats ou na Conveno sobre o Comrcio

    Internacional das Espcies de Fauna e Flora Selvagens Ameaadas de Extino (CITES). Desde 1992, o

    Programa LIFE tem sido o instrumento financeiro mais importante para a proteco da biodiversidade-

    Base jurdica

    Artigos 3., 11., e 191. a 193. do Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia (TFUE).

    Realizaes

    A UE tem desempenhado um papel importante escala internacional na procura de solues para a perda

    de biodiversidade, as alteraes climticas e a destruio das florestas tropicais. A Conferncia da ONU

    sobre Ambiente e Desenvolvimento (CNUAD), realizada no Rio de Janeiro em 1992, levou adopo da

    Conveno-Quadro sobre as Alteraes Climticas e da Conveno sobre a Diversidade Biolgica, bem

    como da Declarao do Rio, de uma declarao de princpios sobre as florestas e do programa Agenda

    21. Na Cimeira de Gotemburgo de 2001, a Unio Europeia decidiu pr termo ao declnio da

    biodiversidade na UE at 2010 e recuperar os habitats e os ecossistemas. A Assembleia-Geral das

    Naes Unidas declarou 2010 Ano Internacional da Biodiversidade. No entanto, o relatrio intitulado As

    3.as perspectivas mundiais sobre a biodiversidade, publicado pelo secretariado da CDB, demonstra que a

    meta relativa biodiversidade para 2010 no foi atingida. Na reunio que decorreu em Nagoia (Japo), em

    Outubro de 2010, a Conferncia das Partes (COP) da CDB adoptou um plano estratgico revisto que inclui

    novas metas em matria de biodiversidade para o perodo ps-2010. O objectivo consiste em

    empreender urgentemente uma aco eficaz no sentido de pr termo perda de biodiversidade, a fim de

    assegurar que, at 2020, os ecossistemas se tornem resilientes e continuem a prestar os servios

    essenciais, garantindo desse modo a variedade das formas de vida do planeta. A adopo do Protocolo

    de Nagoia relativo ao acesso aos recursos e partilha dos benefcios constituiu um resultado crucial da

    COP de Nagoia. Uma partilha justa e equitativa dos benefcios decorrentes da utilizao dos recursos

    genticos um dos trs objectivos da CDB, que define regras relativas partilha dos resultados da

    investigao e dos lucros comerciais.

    A. Planos de aco para a biodiversidade

    Em maio de 2006, a Comisso aprovou uma comunicao intitulada Travar a perda de biodiversidade at

    2010 e mais alm Preservar os servios ecossistmicos para o bem-estar humano que inclui um

  • plano de aco escala da UE para alcanar a proteco necessria da biodiversidade. Em 2008, a

    Comisso publicou um relatrio intercalar sobre a execuo do plano de aco, concluindo que era

    improvvel que a UE alcanasse a sua meta de travar a perda de biodiversidade at 2010. A Comisso

    adoptou uma nova estratgia, em Junho de 2011, a fim de atingir a meta estipulada pelo Conselho

    Ambiente de Maro de 2010, de travar a perda de biodiversidade e a degradao dos servios

    ecossistmicos na UE at 2020 [...] e recuperar essa biodiversidade e esses servios, intensificando

    simultaneamente o contributo da UE para evitar a perda de biodiversidade ao nvel global. Alm do

    objectivo de 2020, a nova estratgia de biodiversidade da UE para 2020 define a viso para 2050: At

    2050, a biodiversidade da Unio Europeia e os servios ecossistmicos que por ela prestados o seu

    capital natural so protegidos, valorizados e adequadamente recuperados pelo valor intrnseco da

    biodiversidade e pela sua contribuio essencial para o bem-estar humano e a prosperidade econmica,

    de modo a serem evitadas alteraes catastrficas causadas pela perda de biodiversidade.. Em

    Dezembro de 2011, o Conselho aprovou a Estratgia para a Biodiversidade 2020, com os seus seis

    objectivos: a plena aplicao da legislao da UE sobre natureza, visando proteger a biodiversidade;

    proteco mais eficaz dos ecossistemas e utilizao mais intensiva da infra-estrutura ecolgica; agricultura

    e silvicultura mais sustentveis; melhor gesto das unidades populacionais de peixes; controlo mais

    rigoroso das espcies exticas invasoras; e um maior contributo da UE para evitar a perda global de

    biodiversidade.

    B. Convenes internacionais para a proteco da fauna e da flora

    Segundo o Programa das Naes Unidas para o Ambiente (PNUA), cerca de 24 % das espcies

    pertencentes a grupos como as borboletas, as aves e os mamferos j desapareceram completamente do

    territrio de alguns pases europeus. De acordo com dados publicados pela Unio Internacional para a

    Conservao da Natureza (IUCN) desde 2007, na Europa, 23 % dos anfbios, 19 % dos rpteis, 15 % dos

    mamferos e 13 % das aves encontram-se ameaados. A Unio Europeia parte nas seguintes

    convenes: Conveno de Ramsar sobre a conservao de zonas hmidas (1971); Conveno CITES

    (3 de Maro de 1973); Conveno de Bona relativa Conservao de Espcies Migratrias e de Animais

    Selvagens (23 de Junho de 1979); Conveno de Berna relativa conservao da vida selvagem e dos

    habitats naturais da Europa (1982); Conveno do Rio de Janeiro sobre a Diversidade Biolgica (1992); e

    convenes de natureza mais regional como a Conveno de Helsnquia sobre o Mar Bltico (1974), a

    Conveno de Barcelona sobre o Mediterrneo (1976) e a Conveno sobre Proteco dos Alpes (1991).

    C. Instrumentos financeiros

    Desde 1992, o instrumento de financiamento da UE consagrado ao ambiente tem sido o programa LIFE. A

    conservao da natureza e a biodiversidade foram includas nos subprogramas para as quatro fases j

    concludas. A Comisso gere o programa LIFE, que apoia projectos em Estados-Membros e pases no

    pertencentes Unio. A quinta fase (o Regulamento (UE) n. 1293/2013 do programa LIFE relativo ao

    perodo 2014-2020) foi publicada em Dezembro de 2013 e consiste em dois subprogramas,

    respectivamente, em matria de alteraes climticas e de ambiente. Ser disponibilizado um oramento

  • de 1 155 milhes de euros para a natureza e a biodiversidade, que integram o subprograma Ambiente;

    o financiamento total para o LIFE 2014-2020 eleva-se a 3 456 milhes de euros. Os Estados-Membros

    podem utilizar outras oportunidades de financiamento para apoiar a consecuo dos objectivos em matria

    de biodiversidade, no mbito da Poltica Agrcola Comum, da Poltica Comum das Pescas, dos Fundos de

    Coeso e Estruturais e do Stimo Programa-Quadro de Investigao.

    Objectivos

    A. Preservao dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens

    A Directiva Habitats (Directiva 92/43/CEE, relativa preservao dos habitats naturais e da fauna e da

    flora selvagens, alterada pela Directiva 97/62/CE) criou a rede europeia Natura 2000. Esta rede inclui

    stios de interesse comunitrio/zonas especiais de conservao, designadas pelos Estados-Membros

    nos termos da Directiva, e zonas de proteco especial classificadas de acordo com a Directiva

    79/409/CE, relativa conservao das aves selvagens. Com uma superfcie total superior a 850 000 km2,

    esta a maior rede coesa de zonas protegidas do mundo. A Directiva Habitats tem por principal

    objectivo fomentar a conservao da biodiversidade, tomando simultaneamente em considerao

    exigncias de ordem econmica, social, cultural e regional. A Directiva Aves abrange a proteco, a

    gesto e o controlo das aves (selvagens), incluindo regras para uma caa sustentvel.

    B. Espcies exticas invasoras

    Um dos seis objectivos da estratgia de biodiversidade 2020 da UE consiste no controlo mais rigoroso das

    espcies exticas invasoras. As espcies exticas invasoras podem causar danos que se elevam a

    milhares de milhes de euros anuais na UE, no apenas aos ecossistemas mas tambm s culturas e

    pecuria, perturbando a ecologia local e prejudicando a sade humana. Em abril de 2014, o Parlamento

    adoptou a sua posio em primeira leitura relativa proposta de regulamento sobre a preveno e gesto

    da introduo e propagao de espcies exticas invasoras, com base no texto acordado com o Conselho.

    O regulamento visa atravs da preveno, do alerta precoce e da resposta rpida - proteger a

    biodiversidade autctone e minimizar e atenuar o impacto de tais espcies na sade humana e na

    economia. Os Estados-Membros, em particular, tero de criar sistemas de vigilncia e planos de aco.

    C. Acesso e Partilha dos Benefcios

    Na sequncia da adopo do Protocolo de Nagoia em matria de Acesso e Partilha dos Benefcios, a

    Comisso apresentou uma proposta, em Outubro de 2012, com vista a definir requisitos vinculativos para

    o acesso aos recursos genticos no pas de origem e assegurar que os benefcios so partilhados de

    forma justa e equitativa. Um acordo entre o Parlamento e o Conselho levou adopo do texto final em

    abril de 2014. No quadro do regulamento adoptado, os recursos genticos e o conhecimento tradicional

    relacionado com tais recursos pode apenas ser transferido e utilizado em consonncia com as condies

  • mutuamente acordadas entre os utilizadores (empresas, coleccionadores privados e instituies) e as

    autoridades do pas de origem.

    D. Explorao e comrcio de espcies de fauna e flora selvagens

    A Conveno CITES, que entrou em vigor em 1975, regulamenta o comrcio internacional,

    nomeadamente a (re)exportao e importao de animais e plantas vivos ou mortos e dos seus derivados,

    com base num sistema de licenas e certificados. O regulamento de base, o Regulamento n. 338/97,

    relativo proteco de espcies da fauna e da flora selvagens atravs do controlo do seu comrcio, aplica

    os objectivos, os princpios e as disposies da Conveno CITES no Direito da UE. Em Junho de 2009,

    entrou em vigor o Regulamento (CE) n. 398/2009, que altera o Regulamento (CE) n. 338/97, relativo

    proteco de espcies da fauna e da flora selvagens atravs do controlo do seu comrcio. No que respeita

    proteco da fauna marinha, o Regulamento (CE) n. 348/81 estabelece um regime comum aplicvel s

    importaes dos produtos extrados dos cetceos e a Deciso 1999/337/CE, relativa assinatura pela

    Comunidade Europeia do Acordo sobre o programa internacional de conservao dos golfinhos, ajuda a

    reduzir a mortalidade acidental de golfinhos nas pescarias do atum. A Directiva 83/129/CEE, prorrogada,

    sem limite de tempo, pela Directiva 89/370/CEE, probe a importao para a Unio Europeia de produtos

    derivados de bebs-foca; em 2009, o Regulamento (CE) n. 1007/2009 introduziu condies ainda mais

    rigorosas para a importao de produtos derivados da foca. Em 1991, o Conselho adoptou o Regulamento

    armadilhas de mandbulas (Regulamento (CE) n. 3254/91 do Conselho), que probe a utilizao de

    armadilhas de mandbulas, bem como a importao para a UE de peles e produtos manufacturados de

    certas espcies de animais selvagens originrias de pases que utilizam estes mtodos de captura. A

    Deciso 98/596/CE da Comisso permite a importao para a UE de peles originrias do Canad, da

    Rssia e dos EUA em resultado do compromisso assumido por esses pases no sentido de aplicarem

    normas de armadilhagem sem crueldade. A Directiva Aves contm regras e orientaes para uma caa

    sustentvel das aves (selvagens).

    E. Biodiversidade relacionada com o bem-estar dos animais

    A Directiva 1999/22/CE estabelece normas mnimas relativas instalao e ao tratamento de animais em

    jardins zoolgicos e refora o papel destes ltimos na preservao da biodiversidade, bem como na

    educao e na investigao. A Comisso lanou o Plano de Aco relativo Proteco e ao Bem-Estar

    dos Animais 2006-2010 (COM(2006)0013), em apoio ao princpio dos trs R (Replacing, Reducing and

    Refining substituio, reduo e aperfeioamento da utilizao de animais na investigao). A

    Directiva 2010/63/UE, relativa proteco dos animais utilizados para fins cientficos (que revoga a

    Directiva 86/609/CEE), baseia-se no mesmo princpio e entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2013.

    F. Biodiversidade marinha

    A biodiversidade marinha est abrangida pelo mbito de aplicao dos planos de aco em matria de

    biodiversidade nos domnios da conservao dos recursos naturais e das pescas. A reviso da estratgia

    da UE em matria de biodiversidade salienta a importncia de um bom estado ecolgico dos mares e

    zonas costeiras para apoiar a biodiversidade. Alm disso, a Estratgia da UE de Proteco e de

  • Conservao do Meio Marinho de 2002 (COM(2002)539) prope uma abordagem baseada nos

    ecossistemas para garantir a conservao e a utilizao sustentvel da biodiversidade. Em 2005, a

    Comisso props a adopo de uma estratgia temtica para a proteco e conservao do meio

    marinho, na sequncia das disposies do Sexto Programa de Aco em matria de Ambiente. A

    estratgia temtica que se seguiu, a Directiva-Quadro Estratgia Marinha (2008/56/CE), entrou em vigor

    em Julho de 2008. Visava garantir o bom estado ambiental das guas marinhas da UE at 2020 e proteger

    a base de recursos de que dependem as actividades econmicas e sociais relacionadas com o mar.

    G. Florestas

    As florestas representam quase 30 % da superfcie da rede Natura 2000, havendo diversas medidas

    que visam a sua proteco. Os Regulamentos (CEE) n.os 3528/86 e 2158/92, relativos proteco das

    florestas da UE contra, respectivamente, a poluio atmosfrica e os incndios (caducados em 2002),

    foram integrados no Regulamento (CE) n. 2152/2003, relativo ao acompanhamento das florestas e das

    interaces ambientais na Comunidade (Forest Focus). O Regulamento (CEE) n. 1615/89 do Conselho

    instaurou um Sistema Europeu de Informao e de Comunicao Florestais (EFICS), estabelecendo um

    sistema de informao sobre as florestas. A resoluo do Conselho, de 15 de Dezembro de 1998, relativa

    a uma estratgia florestal para a UE estabeleceu um quadro de aco em prol da gesto sustentvel das

    florestas (GSF). Em Junho de 2006, foi adoptada uma Comunicao sobre um plano de aco da Unio

    Europeia para as florestas (COM(2006)302). O Parlamento Europeu apoiou, em Julho de 2010, uma

    proposta da Comisso para impedir a colocao no mercado da UE de madeira ou produtos de madeira

    extrados ilegalmente, e uma Comunicao da Comisso sobre medidas para reduzir a desflorestao,

    que entraram em vigor em 2012.

    O papel do Parlamento Europeu

    Em Setembro de 2010, o Parlamento aprovou uma resoluo sobre a aplicao da legislao da UE em

    matria de proteco da biodiversidade, tendo em vista o objectivo ps-2010. Manifestou a sua profunda

    preocupao com a falta de sentido de urgncia em travar a perda de biodiversidade na agenda poltica

    internacional, e apelou para uma melhor governao em matria de biodiversidade, tanto nas relaes

    internas como externas.

  • Consumo e produo sustentveis

    O crescimento sustentvel constitui um dos principais objectivos da Unio Europeia. Perante a escassez

    global de recursos naturais, fazer mais com menos tornou-se no repto mais importante para os

    produtores e consumidores. A fim de superar este desafio, a UE adoptou um conjunto de polticas e

    iniciativas destinadas ao consumo e produo sustentveis, atravs do qual se pretende melhorar o

    desempenho ambiental global dos produtos ao longo do seu ciclo de vida, aumentar a procura de produtos

    e tecnologias de produo melhores e ajudar os consumidores a fazer escolhas mais informadas.

    Base jurdica

    Artigos 191. a 193. do Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia

    Realizaes

    A. Plano de aco para um consumo e uma produo sustentveis

    Em Julho de 2008, a Comisso Europeia props um pacote de aces e propostas sobre consumo e

    produo sustentveis (CPS) e poltica industrial sustentvel (PIS) (COM(2008)0397), com vista melhoria do

    desempenho ambiental dos produtos ao longo do seu ciclo de vida, sensibilizao dos consumidores, ao

    aumento da procura de produtos e tecnologias de produo mais sustentveis, promoo da inovao

    na indstria da UE e resoluo das questes internacionais. Essas propostas assentam em polticas da

    UE existentes como a poltica integrada de produtos (PIP), a primeira a introduzir oficialmente o conceito

    de ciclo de vida (Life Cycle Thinking LCT) nas polticas europeias, e complementam-nas. O objectivo do

    LCT consiste em identificar potenciais melhorias a realizar em produtos e servios que podero reduzir o

    impacto no ambiente e a utilizao de recursos em todas as fases do ciclo de vida desses produtos ou

    servios (matrias-primas/cadeias de abastecimento/utilizao de produtos/fim de vida til: as

    consequncias da eliminao e as possibilidades de reutilizao ou reciclagem). O plano de aco para

    um consumo e uma produo sustentveis resultou na realizao de iniciativas nas seguintes reas:

    alargamento do mbito da Directiva relativa concepo ecolgica dos produtos, reviso do regulamento

    sobre o rtulo ecolgico, reviso do regulamento sobre o sistema de ecogesto e auditoria, legislao em

    matria de contratos pblicos ecolgicos, roteiro de eficincia de recursos e plano de aco para a

    inovao ecolgica (ver infra).

    Tais instrumentos constituem uma parte integrante da Nova Estratgia da UE para o Desenvolvimento

    Sustentvel renovada, cuja reviso intensificou o compromisso h muito existente de superar os desafios

    impostos pelo desenvolvimento sustentvel, reconhecendo ao mesmo tempo a importncia de uma

    cooperao reforada com os parceiros extracomunitrios, por exemplo atravs do processo de

    Marraquexe das Naes Unidas.

  • B. Roteiro para uma Europa eficiente na utilizao de recursos

    No seguimento da iniciativa emblemtica Uma Europa eficiente em termos de recursos, no quadro da

    Estratgia Europa 2020, que apela para a definio de objectivos de mdio e longo prazo no que diz

    respeito eficincia de recursos e dos meios para a atingir, foi publicado em 2011 o Roteiro para uma

    Europa eficiente na utilizao de recursos, no qual foram propostas modalidades para aumentar a

    produtividade dos recursos e dissociar o crescimento econmico da respectiva utilizao e do seu impacto

    ambiental. (ver 5.4.7. sobre eficincia de recursos e resduos).

    C. Rotulagem ecolgica e energtica

    A rotulagem fornece informaes essenciais que ajudam o consumidor a fazer escolhas mais informadas.

    Criado em 1992, o rtulo ecolgico europeu um regime voluntrio que visa incentivar as empresas a

    comercializarem produtos e servios que cumpram determinados critrios ambientais. A elaborao e

    reviso dos critrios competem ao Comit do Rtulo Ecolgico da Unio Europeia (CREUE), que

    igualmente responsvel pelos requisitos de avaliao e verificao desses critrios. Os critrios so

    publicados no Jornal Oficial da Unio Europeia e os produtos e servios aos quais foi atribudo o rtulo

    ecolgico exibem o logtipo em forma de flor, que permite a sua fcil identificao pelos consumidores,

    sejam os compradores pblicos ou privados. At data, o rtulo foi atribudo a produtos de limpeza,

    electrodomsticos, produtos de papel, vesturio, produtos de casa e jardim, lubrificantes e servios tais

    como alojamentos tursticos. Os critrios aplicveis ao rtulo ecolgico no se baseiam num nico factor,

    mas em estudos que analisam o impacto dos produtos e servios no ambiente ao longo do seu ciclo de

    vida. A reviso de 2008 do Regulamento (CE) n. 66/2010, relativo a um sistema de rtulo ecolgico da

    UE, tem como objectivo incentivar a utilizao do sistema voluntrio de rtulo ecolgico, atravs da

    formulao de regras menos dispendiosas e burocrticas.

    A Directiva 92/75/CEE introduziu um sistema de rotulagem energtica escala da UE de aparelhos

    domsticos (produtos de linha branca), segundo o qual os rtulos e as informaes apresentadas nas

    brochuras dos produtos fornecem aos potenciais consumidores indicaes sobre o consumo energtico de

    todos os modelos disponveis. Desde a sua aplicao, em 1995, a rotulagem energtica da UE tornou-se

    num guia amplamente reconhecido e respeitado para fabricantes e consumidores. Em Junho de 2010,

    a Directiva Rotulagem Energtica (2010/30/CE) foi revista a fim de alargar o seu mbito a uma gama

    mais vasta que inclusse produtos que consomem energia e outros produtos energticos. A Comisso

    deve avaliar a eficcia dessa directiva e apresentar um relatrio ao Parlamento e ao Conselho at ao final

    de 2014.

    D. Concepo ecolgica

    A Directiva Concepo Ecolgica assegura as melhorias tcnicas dos produtos. A Directiva 2005/32/CE

    cria um quadro para definir os requisitos de concepo ecolgica dos produtos que consomem energia

    (PcE), altera as Directivas 92/42/CEE, 96/57/CE e 2000/55/CE sobre os requisitos de rendimento

    energtico para produtos como caldeiras, computadores e televisores. Foram entretanto adoptadas pela

    Comisso diversas medidas de aplicao da directiva de 2005 ao abrigo de um procedimento de

    comitologia. A reviso efectuada em 2009 directiva de 2005 (Directiva 2009/125/CE) alargou o seu

  • mbito de aplicao aos produtos que consomem energia e a outros produtos relacionados com o

    consumo de energia. Estes produtos so os que no consomem energia durante a utilizao, mas tm um

    impacto indirecto no respectivo consumo, como os dispositivos consumidores de gua, as janelas e os

    materiais de isolamento. Em 2012, a Comisso publicou uma reviso da Directiva 2009/125/CE, na qual se

    concluiu que no era necessria uma reviso imediata da Directiva Concepo Ecolgica ou o

    alargamento do seu mbito de aplicao aos produtos que consomem energia. Contudo, a Comisso

    props que fossem includos aspectos especficos da Directiva Concepo Ecolgica que pudessem ser

    considerados desactualizados na reviso seguinte da Directiva Rotulagem Energtica.

    E. Ecogesto e auditoria (EMAS)

    O Sistema Europeu de Ecogesto e Auditoria (EMAS) um instrumento de gesto de avaliao, elaborao

    de relatrios e melhoria do desempenho ambiental para empresas e outras organizaes. O sistema est

    disponvel s empresas desde 1995, mas inicialmente restringia-se a empresas dos sectores industriais.

    No obstante, partir de 2001, o EMAS foi aberto a todos os sectores econmicos, incluindo servios

    pblicos e privados. Em 2009, o Regulamento (CE) n. 1221/2009, relativo participao voluntria de

    organizaes num sistema comunitrio de ecogesto e auditoria (EMAS), foi revisto e alterado com o

    objectivo de incentivar as organizaes a efectuar o registo no EMAS. Esta reviso do regulamento

    relativo ao EMAS melhorou a aplicabilidade e a credibilidade do sistema e aumentou a sua visibilidade e o

    seu mbito. Em 2007, o Parlamento obteve a certificao ISO 14001.2004 e recebeu o registo EMAS.

    F. Contrato pblico ecolgico (CPE)

    O contrato pblico ecolgico (CPE) consiste numa poltica voluntria de apoio s autoridades pblicas na

    aquisio de produtos, servios e empreitadas, com um impacto ambiental reduzido. O conceito de CPE

    tem vido a ser amplamente reconhecido nos ltimos anos como uma ferramenta til na introduo de

    produtos e servios ecolgicos no mercado e na reduo do impacto ambiental das actividades das

    autoridades pblicas. Os Estados-Membros procedem aplicao do CPE atravs dos planos de aco

    nacionais. As Directivas 2004/18/CE e 2004/17/CE, adoptadas em 2004, relativas adjudicao de

    contratos, foram as primeiras a conter referncias especficas possibilidade de incorporar consideraes

    ambientais nos processos de adjudicao de contratos, nomeadamente atravs da incluso de requisitos

    ambientais em especificaes tcnicas, da utilizao de rtulos ecolgicos ou da aplicao de critrios de

    adjudicao com base em caractersticas ambientais. As trs directivas adoptadas em Fevereiro de 2014

    no mbito da reforma dos processos de adjudicao de contratos ao abrigo do Ato para o Mercado nico

    a Directiva 2014/24/UE (Directiva Clssica), a Directiva 2014/25/UE (Directiva Servios) e a Directiva

    2014/23/UE (Directiva Concesses)) simplificaro os procedimentos relevantes atravs da melhoria das

    condies de inovao das empresas e do incentivo a uma adjudicao de contratos pblicos realizada de

    forma ecolgica, apoiando assim a mudana para uma economia mais eficiente na utilizao de recursos e

    com baixo consumo de carbono.

    Em 2008, a Comisso publicou uma Comunicao intitulada Contratos pblicos para um ambiente melhor

    (COM(2008)0400), que estabelece um conjunto de medidas destinadas a apoiar a aplicao do CPE pelos

    Estados-Membros e pelas entidades adjudicantes. Em resultado, os critrios CPE da UE foram definidos

  • tendo em conta o carcter voluntrio do CPE. At data, foram publicados 21 grupos de critrios CPE

    aplicveis aos sectores seleccionados, tais como transportes, equipamento informtico de escritrio,

    produtos e servios de limpeza, construo, isolamento trmico e produtos e servios de jardinagem.

    G. Plano de aco para a inovao ecolgica

    O Plano de aco para a inovao ecolgica, lanado pela Comisso Europeia em Dezembro de 2011, o

    sucessor do Plano de Aco sobre Tecnologias Ambientais (ETAP) (COM(2004)0038), e baseia-se na

    experincia adquirida com este ltimo. O ETAP destinava-se a promover o desenvolvimento e a utilizao

    das tecnologias ambientais e a aumentar a competitividade europeia neste domnio.

    O Plano de aco para a inovao ecolgica est principalmente ligado iniciativa emblemtica Unio da

    Inovao, no quadro da Estratgia Europa 2020, que tem como objectivo alargar o mbito das polticas

    de inovao por forma a abranger as tecnologias e a inovao ecolgicas, bem como destacar o papel

    fundamental da poltica ambiental para o crescimento econmico. Alm disso, pretende eliminar barreiras

    e criar oportunidades no mbito da inovao ecolgica, nomeadamente as que no esto abrangidas

    pelas polticas de inovao mais gerais.

    O Plano de aco para a inovao ecolgica constitui um quadro poltico abrangente, que pode ser

    financiado por vrias fontes. De 2014 a 2020, a principal fonte de financiamento ser o Programa

    Horizonte 2020, o Programa-Quadro de Investigao e Inovao (2014-2020). Os Fundos Estruturais e os

    fundos de investimento europeus, tais como o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, o Programa

    para o Ambiente e a Aco Climtica (LIFE), o Programa para a Competitividade das Empresas e das

    Pequenas e Mdias Empresas (COSME) e a poltica agrcola comum, constituem outras fontes de

    financiamento. Uma proporo significativa de financiamento para as empresas no mbito da inovao

    tecnolgica ser proveniente de novos instrumentos financeiros desenvolvidos pela Comisso, com vista a

    proporcionar-lhes mecanismos de dvida e de capitais prprios.

    O papel do Parlamento Europeu

    O Parlamento manifestou o seu apoio, em muitas ocasies, relativamente ao Plano de aco para um

    consumo e uma produo sustentveis e aos seus componentes. Na reviso de 2009 da Directiva

    Concepo Ecolgica, o Parlamento reforou com sucesso o conceito de anlise do ciclo de vida e,

    especialmente, a noo de eficincia de recursos e materiais O Parlamento logrou igualmente introduzir

    disposies circunstanciadas aplicveis s pequenas e mdias empresas, bem como disposies sobre

    informao dos consumidores. O alargamento do mbito de aplicao da Directiva por forma a incluir

    produtos que consomem energia tambm mereceu o forte apoio do Parlamento.

    O Parlamento desempenhou ainda um papel decisivo na introduo de disposies tendentes

    adjudicao mais ecolgica de contratos nas directivas relativas a esta matria. Na ltima reviso das

    directivas relativas adjudicao de contratos, adoptada em 2011, o Parlamento apoiou inter alia a

    introduo do critrio da proposta economicamente mais vantajosa nos processos de adjudicao. Tal

    permitir s autoridades pblicas atribuir mais importncia qualidade, s consideraes ambientais, aos

  • aspectos sociais e inovao, tendo em conta, ao mesmo tempo, o preo e o custo do ciclo de vida do

    que adjudicado.

    Em 24 de Janeiro de 2006, o Parlamento assinou uma Declarao EMAS, comprometendo-se a garantir

    que as suas actividades so coerentes com as melhores prticas de gesto ambiental. Em 2007, o

    Parlamento obteve a certificao ISO 14001.2004 e recebeu o registo EMAS. Alm disso, o Parlamento

    realiza processos de adjudicao de contratos de forma ecolgica e, em 2014, prev-se que um grupo de

    trabalho administrativo apresente mais propostas a fim de melhorar esses processos, em estreita

    cooperao com o frum dos contratos pblicos do Parlamento Europeu.

    O Parlamento congratulou-se com o Plano de aco para a inovao ecolgica na sua resoluo de 17 de

    Outubro de 2013 e salientou os potenciais efeitos de sinergia da inovao ecolgica na criao de

    emprego sustentvel, na proteco do ambiente e na reduo da dependncia econmica. Alm disso, a

    resoluo frisava a natureza transversal s polticas da inovao ecolgica e a necessidade de integr-la

    em todos os domnios polticos. Neste contexto, o Parlamento acolheu favoravelmente as possibilidades

    de financiamento da inovao ecolgica ao abrigo dos programas Horizonte 2020 e COSME e da poltica

    agrcola comum, realando o papel dos instrumentos emergentes da UE na difuso das iniciativas

    emblemticas Unio da Inovao e Uma Europa eficiente em termos de recursos, no quadro da

    Estratgia Europa 2020.

    Durante as negociaes sobre o Quadro Financeiro Plurianual 2014-20202, o Parlamento instou a um

    aumento no prximo oramento da UE no longo prazo para o perodo 2014-2020, tendo em conta as

    metas ambiciosas definidas na Estratgia Europa 2020 para um crescimento e emprego sustentveis. Nas

    negociaes sobre programas especficos, o Parlamento logrou a incluso da inovao ecolgica nas

    prioridades de investimento elegveis para financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento

    Regional.

  • Avaliao de Impacte Ambiental

    Instrumentos > Avaliao de Impacte Ambiental A Avaliao de Impacte Ambiental ou "AIA" um instrumento de carcter preventivo da poltica do

    ambiente, sustentado na realizao de estudos e consultas, com efectiva participao pblica e anlise de

    possveis alternativas, que tem por objecto a recolha de informao, identificao e previso dos efeitos

    ambientais de determinados projectos, bem como a identificao e proposta de medidas que evitem,

    minimizem ou compensem esses efeitos, tendo em vista uma deciso sobre a viabilidade da execuo de

    tais projectos e respectiva ps-avaliao.

    Tem por objectivos:

    Avaliar, de forma integrada, os possveis impactes ambientais significativos, directos e indirectos,

    decorrentes da execuo dos projectos e das alternativas apresentadas, tendo em vista suportar a

    deciso sobre a viabilidade ambiental dos mesmos;

    Definir medidas destinadas a evitar, minimizar ou compensar tais impactes, auxiliando a adopo de

    decises ambientalmente sustentveis;

    Instituir um processo de verificao, a posteriori, da eficcia das medidas adoptadas,

    designadamente, atravs da monitorizao dos efeitos dos projectos avaliados;

    Garantir a participao pblica e a consulta dos interessados na formao de decises que lhes

    digam respeito, privilegiando o dilogo e o consenso no desempenho da funo administrativa.

    Legislao Aplicvel

    Instrumentos > Avaliao de Impacte Ambiental > Legislao Aplicvel A AIA encontra-se consagrada, enquanto princpio, no artigo 18 da Lei de Bases do Ambiente (Lei n.

    19/2014, de 14 de abril).

    O actual regime jurdico de avaliao de impacte ambiental (AIA) encontra-se institudo pelo Decreto - Lei

    n. 151-B/2013, de 31 de Outubro, que transpe para a ordem jurdica interna a Directiva n. 2011/92/UE,

    do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Dezembro de 2011, relativa avaliao dos efeitos de

    determinados projectos pblicos e privados no ambiente (codificao da Directiva n. 85/337/CEE, do

    Conselho de 27 de Junho de 1985).

    O Decreto - Lei n. 151-B/2013 reflecte tambm os compromissos assumidos pelo Governo Portugus no

    quadro da Conveno sobre Avaliao dos Impactes Ambientais num Contexto Transfronteirio

    (Conveno de Espoo), aprovada pelo Decreto n. 59/99, de 17 de Dezembro.

    Este diploma, que entrou em vigor a 1 de Novembro de 2013, revoga o Decreto - Lei n. 69/2000, de 3 de

    maio, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n. 197/2005, de 8 de Novembro. Contudo, at publicao e

    entrada em vigor das portarias previstas no Decreto - Lei n. 151-B/2013, mantm-se em vigor as

    seguintes portarias:

    Portaria n. 330/2001, de 2 de abril, que fixa as normas tcnicas para a elaborao da Proposta de

    Definio de mbito (PDA), Estudo de Impacte Ambiental (EIA), Relatrio de Conformidade

  • Ambiental do Projecto de Execuo (RECAPE), critrios para a elaborao de Resumos No

    Tcnicos do EIA (RNT) e estrutura dos Relatrios de Monitorizao;

    Portaria n. 1102/2007, de 7 de Setembro, alterada pela Portaria n. 1067/2009, de 18 de Setembro,

    que fixa os valores das taxas a cobrar no mbito do processo de AIA.

    O Decreto-lei n. 47/2014 de 24 de Maro procedeu a uma primeira alterao ao Decreto-lei n. 151-

    B/2013 de 31 de Outubro.

    O Decreto - Lei n. 151-B/2013 no se aplica aos procedimentos de definio do mbito do Estudo de

    Impacte Ambiental (EIA), de avaliao de impacte ambiental e de verificao de conformidade ambiental

    do projecto de execuo com a Declarao de Impacte Ambiental (DIA) que se encontravam j em curso

    data da sua entrada em vigor.

    Aplicabilidade do Regime Jurdico de AIA

    Instrumentos > Avaliao de Impacte Ambiental > Aplicabilidade do Regime Jurdico de AIA O regime jurdico de avaliao de impacte ambiental (AIA), estabelecido pelo Decreto-lei n 151-B/2013,

    aplicvel aos projectos pblicos e privados susceptveis de produzirem efeitos significativos no ambiente.

    Esto sujeitos a AIA, os seguintes projectos:

    - os projectos tipificados no anexo I ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante;

    - os projectos tipificados no anexo II ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante, que:

    i) estejam abrangidos pelos limiares fixados; ou

    ii) se localizem, parcial ou totalmente, em rea sensvel e sejam considerados como susceptveis de

    provocar impacte significativo no ambiente em funo da sua localizao, dimenso ou natureza, de

    acordo com os critrios estabelecidos no anexo III ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante

    (por deciso da autoridade de AIA); ou

    iii) no estando abrangidos pelos limiares fixados nem se localizando em rea sensvel, sejam

    considerados como susceptveis de provocar impacte significativo no ambiente, em funo da sua

    localizao, dimenso ou natureza, de acordo com os critrios estabelecidos no anexo III (por deciso

    da entidade licenciadora, ouvida obrigatoriamente a autoridade de AIA);

    - os projectos que em funo da sua localizao, dimenso ou natureza sejam considerados, por deciso

    conjunta do membro do Governo competente na rea do projecto em razo da matria e do membro do

    Governo responsvel pela rea do ambiente, como susceptveis de provocar um impacte significativo no

    ambiente, tendo em conta os critrios estabelecidos no anexo III.

    - qualquer alterao ou ampliao de projectos, nos termos do n4 do artigo 1 do presente decreto-lei;

    - os projectos do anexo I que se destinem exclusiva ou essencialmente a desenvolver e ensaiar novos

    mtodos ou projectos e que no sejam utilizados durante mais de dois anos, considerados com base em

    anlise caso a caso como susceptveis de provocar impacte significativo no ambiente.

    Definio de mbito

    Instrumentos > Avaliao de Impacte Ambiental > Definio de mbito A definio de mbito de um Estudo de Impacte Ambiental (EIA) uma fase de carcter facultativo.

  • Trata-se de uma fase preliminar do processo de avaliao, com o objectivo de assegurar que o EIA

    contm toda a informao relevante ao nvel dos aspectos abaixo elencados:

    - impactes do projecto, designadamente os mais significativos;

    - as alternativas do projecto;

    - outros aspectos.

    O resultado deste processo estabelece o mbito da informao ambiental a submeter autoridade de

    competente e os termos de referncias do estudos ambientais a desenvolver para suporte a essa

    informao.

    Para este efeito, o proponente pode apresentar autoridade de AIA, previamente ao incio do

    procedimento de AIA, uma Proposta de Definio de mbito (PDA) do EIA.

    A autoridade de AIA desencadeia o procedimento de apreciao da PDA que integra:

    - Constituio da Comisso de Avaliao (CA), qual submete a PDA do EIA para anlise e emisso do

    parecer tcnico,

    - Solicitao de parecer a entidades externas cujas competncias o justifiquem ou que detenham

    conhecimento tcnico relevante, se necessrio.

    - Realizao de consulta pblica, a pedido do proponente ou mediante deciso da autoridade de AIA.

    A autoridade de AIA emite deciso sobre os aspectos a integrar no EIA, com base no parecer emitido pela

    CA.

    A definio do mbito do EIA vincula o proponente, a autoridade de AIA e as entidades externas

    consultadas quanto ao contedo do EIA, pelo perodo de dois anos, salvo quando se verifiquem, durante

    este perodo, alteraes circunstanciais de facto e direito que manifesta e substancialmente contrariem a

    deciso.

    Ps - Avaliao

    Instrumentos > Avaliao de Impacte Ambiental > Ps - Avaliao A Ps-avaliao inicia-se com a emisso de uma deciso sobre os projectos sujeitos a Avaliao de

    Impacte Ambiental e aplica-se s fases de construo, explorao ou desactivao desses projectos.

    Este procedimento tem por objectivo avaliar a eficcia das medidas fixadas para evitar, minimizar ou

    compensar os impactes negativos e potenciar os efeitos positivos, definindo, se necessrio, a adopo de

    novas medidas.

    Assim, a Ps-avaliao visa assegurar que os termos e as condies de aprovao de um projecto,

    estabelecidas na Declarao de Impacte Ambiental (DIA) ou na Deciso sobre a Conformidade Ambiental

    do Projecto de Execuo (DCAPE), so efectivamente cumpridas.

    A fase de ps-avaliao gerida pela Autoridade de AIA, com a participao das entidades cujas

    competncias o justifiquem ou que detenham conhecimento tcnico relevante.

    Tal como definido no Decreto-Lei n. 151-B/2013, de 31 de Outubro, a Ps-avaliao compreende trs

    actividades fundamentais:

    - Anlise dos relatrios de monitorizao e de outra documentao relevante;

    - Realizao de visitas ao local ou locais de implantao do projecto;

    - Realizao de auditorias por verificadores qualificados pela APA.

  • Monitorizao Entende-se por monitorizao o processo de observao e recolha sistemtica de dados sobre o estado

    do ambiente ou sobre os efeitos ambientais de determinado projecto e a descrio peridica desses

    efeitos por meio de relatrios.

    As monitorizaes so realizadas pelo proponente em consonncia com os Programas de Monitorizao

    aprovados, sendo os respectivos relatrios enviados Autoridade de AIA, que envolve as entidades

    competentes na sua apreciao.

    Para a emisso dos pareceres sectoriais pelas entidades com competncias especficas foi desenvolvido

    o Modelo de Parecer Sectorial.

    Participao Pblica

    A Avaliao de Impacte Ambiental (AIA) um instrumento preventivo da poltica de ambiente e do

    ordenamento do territrio, que permite assegurar que as provveis consequncias sobre o ambiente de

    um determinado projecto de investimento sejam analisadas e tomadas em considerao no seu processo

    de aprovao.

    A sua aplicao compreende:

    - a preparao de um Estudo de Impacte Ambiental (EIA), da responsabilidade do proponente;

    - a conduo de um processo administrativo - o processo de AIA propriamente dito - da responsabilidade

    do Ministrio do Ambiente, do Ordenamento do Territrio e Energia (MAOTE) atravs das seguintes

    Autoridades de AIA: Agncia Portuguesa de Ambiente (APA) - Autoridade Nacional de AIA; Comisses de

    Coordenao e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e

    Algarve.

    Este processo, regulado pelo Decreto-Lei n. Decreto-Lei n. 151-B/2013, de 31 de Outubro inclui,

    obrigatoriamente, uma componente de participao pblica, da responsabilidade de cada uma das

    Autoridades de AIA, que assume uma particular relevncia em todo o processo, constituindo um contributo

    para a tomada de deciso.

    Para uma participao ativa e eficaz dos cidados essencial garantir o acesso informao. A

    participao e a informao em matria de ambiente so condies inerentes promoo do direito do

    ambiente, tal como reconhecido pela Constituio da Repblica Portuguesa e por instrumentos jurdicos

    internacionais, nomeadamente a Conveno de Aarhus.

    A Consulta Pblica o procedimento integrado no mbito da participao pblica que visa a recolha de

    opinies, sugestes e outros contributos dos interessados sobre cada projecto sujeito a AIA. Compete

    Autoridade de AIA definir a metodologia de Consulta Pblica (CP) e a sua forma de concretizao. Como

    entidade responsvel pela CP, a Autoridade de AIA tem como competncias: promover e assegurar o

    apoio tcnico participao pblica; responder s solicitaes que sejam apresentadas por escrito no

    mbito da participao pblica; elaborar o Relatrio da Consulta Pblica e publicitar os documentos

    relativos AIA.

    De salientar que a Participao Pblica, uma componente fundamental do processo de AIA,

    intersectando transversalmente vrias fases do mesmo: Definio do mbito do EIA e Procedimento de

    AIA.

  • Como ter acesso informao?

    O Estudo de Impacte Ambiental ou o RECAPE Relatrio de Conformidade Ambiental do Projecto de

    Execuo com a Declarao de Impacte Ambiental encontram-se disponveis nas Cmaras Municipais e

    nas Comisses de Coordenao e Desenvolvimento Regional da rea de localizao do projecto e na

    Agncia Portuguesa do Ambiente.

    Encontram-se tambm disponveis nos stios da internet das respetivas autoridades de AIA.

    Quem pode participar?

    Todos os cidados interessados, tal como definidos nas alneas q) e r) do 151-B/2013, de 31 de Outubro,

    nomeadamente: os titulares de direitos subjetivos ou de interesses legalmente protegidos, no mbito das

    decises tomadas no procedimento administrativo de AIA, bem como o pblico afetado ou suscetvel de

    ser afetado por essa deciso, designadamente as organizaes no governamentais de ambiente

    (ONGA).

    Como participar?

    Aps consultar a informao disponvel nos locais indicados, os interessados podero emitir as suas

    opinies, sugestes ou reclamaes por escrito e dirigidas ao presidente da Autoridade de AIA

    competente. Apenas podero ser contempladas as exposies que se relacionem com o projecto em

    avaliao.

    Quando participar?

    A Consulta Pblica aberta por um determinado perodo de tempo, indicado em anncios afixados nas

    Cmaras Municipais, CCDR e Juntas de Freguesia abrangidas pelo projecto e no stio da internet da

    autoridade de AIA. durante este perodo que os interessados podero emitir as suas

    exposies/opinies. Todas as que forem entregues fora do prazo podero no ser tidas em considerao.

    Para qu participar?

    Toda a participao entregue dentro dos prazos, ser contemplada no Relatrio de Consulta Pblica e

    analisada pela Comisso de Avaliao. Esta participao servir como complemento de avaliao sendo

    as questes pertinentes integradas no parecer final da Comisso de Avaliao. Atravs deste

    procedimento pretende-se que sejam tidos em considerao na tomada de deciso as preocupaes

    manifestadas e os valores envolvidos (sociais, culturais, patrimoniais, econmicos e ambientais).

    Estes dois documentos (Relatrio de Consulta Pblica e Parecer da Comisso de Avaliao) serviro de

    base Declarao de Impacte Ambiental. A DIA tem caracter vinculativo.

    Como saber o resultado?

    Aps terminar o processo de AIA, a Declarao de Impacte Ambiental ficar disponvel na Autoridade de

    AIA.

  • Avaliao Ambiental Estratgica

    Instrumentos > Avaliao Ambiental Estratgica A Avaliao Ambiental Estratgica (AAE) um instrumento de apoio tomada de deciso que visa a

    promoo do Desenvolvimento Sustentvel.

    De acordo com a legislao nacional e comunitria trata-se de contribuir para a integrao das

    consideraes ambientais na preparao e aprovao de Planos e Programas, com envolvimento de

    pblico e autoridades ambientais.

    A Avaliao Ambiental requer basicamente:

    Preparao de um Relatrio Ambiental (RA) (efeitos significativos sobre o ambiente e alternativas

    identificadas)

    A realizao de consultas (autoridades ambientais, pblico e eventualmente outros Estados Membros

    Que o RA e os resultados das consultas sejam tidos em conta antes da aprovao do plano ou programa

    Depois da aprovao do plano ou programa a informao relevante seja disponibilizada aos interessados

    Eventuais efeitos significativos da execuo do plano ou programa sejam controlados e corrigidos.

    A Comisso Europeia considera que a Directiva AAE est a contribuir de modo estruturado e sistemtico

    para a integrao das consideraes ambientais no planeamento. O primeiro relatrio sobre a Eficcia da

    Aplicao da Directiva 2001/42 foi publicado em 2009 e refere um conjunto de benefcios, identificados

    pelos Estados-Membros:

    A integrao das consideraes ambientais na tomada de deciso torna os planos e programas mais

    verdes

    A melhor cooperao entre diferentes autoridades (planeamento, ambiente e sade)

    Aumento de transparncia na tomada de deciso, devido ao envolvimento da sociedade, a vrios nveis

    A contribuio da AAE para melhorar a conformidade de polticas ambientais especficas (para planos e

    programas que se aplicam directamente a sectores ambientais)

    Planos e Programas sujeitos a AAE

    Instrumentos > Avaliao Ambiental Estratgica > Planos e Programas sujeitos a AAE A legislao nacional no inclui uma lista dos planos e programas para os quais a AAE obrigatria, mas

    contem regras para escrutinar quais os que se enquadram no seu mbito de aplicao.

    A Avaliao Ambiental:

    No se aplica a planos e programas financeiros e oramentais nem a planos e programas destinados

    unicamente defesa nacional ou proteco civil.

    S se aplica a planos e programas pblicos, isto , planos e programas preparados ou adoptados por

    uma autoridade (nacional, regional ou local) e que resultem de exigncia legal, regulamentar ou

    administrativa.

    obrigatria para planos para os sectores da agricultura, florestas, pescas, energia, indstria,

    transportes, gesto de resduos, gesto das guas, telecomunicaes, turismo, ordenamento urbano

  • e rural ou utilizao dos solos e que constituam simultaneamente enquadramento para a futura

    aprovao de projectos abrangidos pelo regime de Avaliao de Impacte Ambiental.

    obrigatria para planos e programas que caream de avaliao no mbito da legislao relativa a

    Habitats.

    Para as alteraes aos planos e programas obrigatoriamente abrangidos ou no caso de se tratar de

    outros planos e programas (que constituam enquadramento para a futura aprovao de projectos)

    necessrio determinar se so ou no susceptveis de ter efeitos significativos no Ambiente. Para tal

    necessrio aplicar, caso a caso, os critrios de determinao da probabilidade dos efeitos significativos,

    definidos no Anexo do Decreto-Lei n232/2007, de 15 de Junho. Estes critrios atendem quer s

    caractersticas dos planos e programas quer s caractersticas dos impactes e da rea susceptvel de ser

    afectada.

    Sempre que se trate de alteraes no significativas de planos e programas ou sempre que sejam

    abrangidas pequenas reas sem interesse estratgico deve evitar-se o recurso aplicao automtica da

    Avaliao Ambiental, sendo necessrio fundamentar devidamente que no so provveis efeitos

    significativos no Ambiente.

    As decises de qualificao ou no de um plano ou programa, fundamentadas com base na aplicao dos

    critrios do Anexo ao Decreto-Lei 232/2007, so disponibilizadas na internet pela entidade responsvel

    pela respectiva elaborao.

    No caso dos planos e programas integrados num sistema que compreende uma hierarquia na tomada de

    deciso ficam excludos do mbito da Avaliao Ambiental os eventuais efeitos ambientais que sejam

    susceptveis de ser mais adequadamente avaliados a propsito da avaliao ambiental de planos ou

    programas situados em nveis diferentes desse sistema.

    Responsabilidades

    Instrumentos > Avaliao Ambiental Estratgica > Responsabilidades A legislao nacional estabelece claramente que cabe entidade responsvel pela elaborao do plano

    ou programa:

    Avaliar da sujeio, ou no, a AAE

    Determinar o mbito da AAE e o alcance e nvel de pormenorizao da informao a incluir no

    Relatrio Ambiental

    Elaborar e sujeitar a consulta o plano e programa com o respectivo Relatrio Ambiental

    Elaborar a verso final do plano ou programa, assim como a respectiva Declarao Ambiental,

    disponibilizando-os publicamente na internet e informando as entidades consultadas

    Avaliar e controlar os efeitos no ambiente da aplicao e execuo do plano ou programa, a fim de

    corrigir os efeitos negativos imprevistos, divulgando electronicamente os resultados desse controlo

    com uma periodicidade de actualizao no mnimo anual, e comunicando ainda os resultados APA

    A Agncia Portuguesa do Ambiente responsvel pelo tratamento global da informao relativa

    Avaliao Ambiental. Cabe tambm APA a interlocuo com a Comisso Europeia e a responsabilidade

    pelas Consultas Pblicas, no nosso pas, de planos e programas de outros Estados-Membros da Unio

    Europeia.

  • Qualidade da AAE

    Instrumentos > Avaliao Ambiental Estratgica > Qualidade da AAE A qualidade dos Relatrios Ambientais constitui obrigao legal expressa no n2 do Art12 da Directiva

    2001/42. A legislao nacional atribui Agncia Portuguesa do Ambiente a responsabilidade pela

    apreciao global da conformidade dos Relatrios Ambientais.

    A qualidade em AAE pode ser encarada de modo abrangente, recorrendo a critrios que reflectem boas

    prticas.

    Em 2002 a International Association for Impact Assessment (IAIA) adoptou critrios de desempenho para a

    AAE, que deve ser: Integrada, Orientada para a sustentabilidade, Focada, Verificvel, Participativa e

    Iterativa

    A AAE um instrumento de apoio e a sua aplicao deve ser til a uma tomada de deciso transparente a

    nvel estratgico. Numa perspectiva de desenvolvimento sustentvel o que importa contribuir para

    escolha da melhor opo para o desenvolvimento do plano ou programa. A componente tcnica da

    avaliao expressa no Relatrio Ambiental tem de concentrar-se nesse objectivo e a escala da anlise no

    deve descer a aspectos de pormenor que dispersem a ateno das questes estratgicas.

    Balano da aplicao da AAE

    Instrumentos > Avaliao Ambiental Estratgica > Balano da aplicao da AAE O primeiro balano sobre a AAE em Portugal, publicado pela Agncia Portuguesa do Ambiente em

    Dezembro de 2010, evidencia os pontos fortes e as fragilidades da aplicao da legislao.

    A anlise incidiu no perodo de Junho de 2007 a Dezembro de 2009 e o universo da amostra compreende

    a informao disponvel na APA sobre Relatrios Ambientais (incluindo Resumos No Tcnicos e

    Declaraes Ambientais), correspondente a 30 planos sectoriais e de ordenamento do territrio. Foi

    desenvolvida uma metodologia de anlise tendo por base os critrios de desempenho para a AAE da IAIA.

    Atendeu-se conformidade legal, mas tambm forma como so adoptadas boas prticas.

    Os Instrumentos de Gesto Territorial (IGT), a nvel municipal, representam a larga maioria do universo

    analisado e mais de 50% so planos de pormenor.

    Os resultados apontam para o seguinte:

    Avaliaes Ambientais realizadas no incio da aplicao da legislao nacional sobre AAE existiu a

    preocupao em cumprir os requisitos legais em vigor, mas nem sempre se recorreu a boas prticas.

    Existe uma clara diferenciao entre os panos sectoriais, onde a situao mais animadora, e

    instrumentos de gesto territorial, onde em geral no foram adoptadas orientaes estratgicas.

    A larga maioria das Avaliaes Ambientais seguiu uma abordagem tradicional de AIA, ao contrrio

    das recomendaes de boa prtica.

    Foram identificadas dificuldades no acesso informao sobre AAE, nomeadamente a ausncia ou

    disperso no registo de planos e programas, particularmente evidente no caso dos IGT.

    Haver ainda que percorrer algum caminho at que a sociedade portuguesa tire o melhor partido deste

    instrumento cujas potencialidades se comeam a esboar.

  • Responsabilidade Ambiental (RA)

    Instrumentos > Responsabilidade Ambiental (RA) Responsabilidade Ambiental O DecretoLei n. 147/2008, de 29 de julho (Diploma da Responsabilidade Ambiental) alterado pelo

    Decreto-Lei n. 245/2009, de 22 de setembro, pelo Decreto-Lei n. 29-A/2011, de 1 de Maro e pelo

    Decreto-Lei n. 60/2012, de 14 de Maro, estabelece o regime jurdico da responsabilidade por danos

    ambientais e transpe para a ordem jurdica nacional a Directiva n. 2004/35/CE, do Parlamento Europeu e

    do Conselho, de 21 de Abril de 2004, que aprovou, com base no princpio do poluidor-pagador, o regime

    relativo responsabilidade ambiental aplicvel preveno e reparao dos danos ambientais, com a

    alterao que lhe foi introduzida pela Directiva n. 2006/21/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,

    relativa gesto de resduos da indstria extrativa e pela Directiva 2009/31/CE do Parlamento Europeu e

    do Conselho, de 23 de Abril, relativa ao armazenamento geolgico de dixido de carbono.

    O regime da responsabilidade ambiental aplica-se a:

    Danos ambientais, nos termos do definido na alnea e) do n. 1 do art. 11. do diploma;

    Ameaas iminentes desses danos, definidas na alnea b) do n. 1 do art. 11. do diploma;

    causados em resultado do exerccio de uma qualquer actividade desenvolvida no mbito de uma

    actividade econmica, independentemente do seu carcter pblico ou privado, lucrativo ou no,

    abreviadamente designada actividade ocupacional.

    Os operadores que se considerem abrangidos pelo Anexo III do Diploma RA, excetuando os que j se

    encontrem registados no SIRAPA, devero efetuar o preenchimento da tabela, base de dados_actividades

    ocupacionais, e proceder ao seu envio para o endereo de email: [email protected]

    Relatrio sobre a eficcia da aplicao da Directiva n. 2004/35/CE, de 21 de Abril de 2004

    Nos termos do art. 14 da Directiva n. 2004/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril

    de 2004, relativa responsabilidade ambiental em termos de preveno e reparao de danos ambientais,

    foi adoptado pela Comisso Europeia, em 12 de Outubro de 2010, o Relatrio sobre a eficcia da

    aplicao referida directiva em termos de reparao efectiva dos danos ambientais, assim como sobre a

    disponibilidade a custos razoveis e sobre as condies dos seguros e outros tipos de garantia financeira

    para as actividades abrangidas pelo Anexo III.

    O teor do relatrio e respetivas concluses encontram-se, nesta data, em apreciao por parte desta

    Agncia, no mbito das suas competncias enquanto autoridade para aplicao do regime da

    responsabilidade ambiental a nvel nacional.

    A verso em ingls do relatrio pode ser consultada no site da Comisso Europeia atravs do

    endereo:http://ec.europa.eu/environment/legal/liability/index.htm.

    Seminrio Responsabilidade Ambiental Contexto Nacional e Comunitrio, 30 de Maio de 2011

    No mbito da visita a Portugal da equipa da Comisso Europeia responsvel pelo acompanhamento da

    Directiva 2004/35/CE, de 21 de Abril de 2004 (Directiva RA), transposta para o direito interno atravs do

    Decreto-Lei n. 147/2008, de 29 de Julho, e com o objectivo de divulgar o ponto de situao da

    implementao da mesma a nvel nacional e europeu, decorreu no dia 30 de Maio de 2011, no Auditrio

  • da Agncia Portuguesa do Ambiente (APA), o Seminrio subordinado ao tema A Responsabilidade

    Ambiental Contexto Nacional e Comunitrio.

    O Seminrio contou com a presena da Comisso Europeia e teve como objectivo promover a partilha de

    experincias e conhecimentos entre diferentes entidades dos sectores com participao na

    operacionalizao do Regime Jurdico da Responsabilidade Ambiental.

    As apresentaes dos intervenientes e as notas finais do Seminrio podem ser consultadas em "Anexos".