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Agrupamento de Escolas de Mértola Escola EB 2,3/ ES de São Sebastião de Mértola Ano Letivo: 2012/ 13 11ºB ; Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial- 2ºano Disciplina de Psicopatologia Geral Módulo 4 : Comportamentos Aditivos Docente : Professora Céu Kemp Trabalho realizado por: Ana Carrilho nº3 David Guerreiro nº9 Jéssica Costa nº11

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Agrupamento de Escolas de Mértola

Escola EB 2,3/ ES de São Sebastião de Mértola

Ano Letivo: 2012/ 13

11ºB ; Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial- 2ºano

Disciplina de Psicopatologia Geral – Módulo 4 : Comportamentos Aditivos

Docente : Professora Céu Kemp

Trabalho realizado por: Ana Carrilho nº3

David Guerreiro nº9 Jéssica Costa nº11

Neste trabalho iremos abordar dois temas muito falados na atualidade, devido à expansão de drogas, o cannabis e o álcool. Vamos apresentar individualmente os diferentes conceitos, também iremos colocar uns pequenos vídeos sobre os assuntos. Dentro de cada discrição dos temas vamos falar dos seguintes tópicos:

• Origem e composição das substâncias em causa

• Os consumidores

• Os mecanismos de ação, ou seja, os efeitos

• As consequências do consumo excessivo

• Efeitos no feto, no recém nascido e nas crianças

• O tratamento.

• As drogas são substâncias químicas, naturais ou sintéticas, que provocam alterações psíquicas e físicas a quem as consome e levam à dependência física e psicológica.

• ›Além das drogas tradicionais, os especialistas também incluem o tabaco e o álcool.

De origem holandesa ‘droog’.

• A toxicodependência define-se como uma dependência de um “tóxico” ou droga que provoca adicionalmente perturbações físicas e psicológicas no consumidor, levando a um comportamento aditivo.

• O consumo de substâncias psicoativas é um fenómeno civilizacional - sempre existiu em todas as culturas humanas o uso de substâncias que alteram o humor, os estados de consciência.

• Os comportamentos aditivos são qualquer atividade, substância, objeto ou comportamento que se tornou o centro ou foco principal da vida de alguém e afasta/exclui essa pessoa de outras atividades ou prejudicam-na física, mental ou socialmente.

• Existe uma situação de dependência quando se verifica um padrão de uso de determinada substância, que conduz a sofrimento clinicamente significativo e se manifesta em três (ou mais) dos seguintes critérios, durante o período de 12 meses.

1.

• Necessidade de quantidades progressivamente maiores da substâncias para adquirir o efeito desejado;

• Acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância.

2.

• Síndrome de abstinência caraterística para cada substância;

• A mesma substância (ou uma substância relacionada) é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência.

3. A substância é consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido;

4. Existe um desejo persistente ou esforços mal sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância;

5. Muito tempo é gasto em actividades necessárias para a obtenção de substância (por exemplo, consultas a múltiplos médicos ou fazer longas viagens de automóvel), na utilização da substância (por exemplo, fumar em grupo) ou na recuperação dos efeitos.

6. Importantes actividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância.

7. O uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente, que tende a ser causado ou aumentado pela substância: é a chamada compulsão.

• Quando os Árabes introduziram a técnica de destilação na Europa, na Idade Média, os alquimistas acreditaram que o álcool seria o remédio para todas as doenças.

• Atualmente, o valor terapêutico do álcool é extremamente limitado e a ingestão crónica, quando excessiva, é um problema médico social com sérias consequências.

• Na composição do álcool encontramos átomos dos seguintes elementos: hidrogénio, carbono e oxigénio.

• O representante mais importante do grupo é o álcool ordinário ou etílico, designado por etanol e obtido por fermentação dos glúcidos de muitos frutos, cereais, etc., ou por via química a partir do acetileno e do etileno.

• O consumo de álcool é um hábito generalizado nas sociedades ocidentais.

• Em Portugal, no Relatório Nacional do Fenómeno da Droga, em 1996, foi publicado o resultado dos dois estudos epidemiológicos e conclui-se que, entre os alunos com idade igual ou superior a 16 anos, a frequentar o 10º, 11º e 12º anos de escolaridade de ensino oficial, 79,1% dos estudantes já tinham consumido álcool, pelo menos uma vez ao longo da vida.

• Concluiu também que o sexo masculino apresenta uma prevalência mais elevada no consumo de álcool ao longo da vida, de 80,2%.

• Em 1994, a percentagem de consumidores semanais nos países da CE dava a Itália como o país com maior prevalência do álcool no grupo etário dos 11 aos 15 anos, em quarto lugar encontrava-se Portugal.

• Em 1997, a situação piora ainda mais, e Portugal atinge o primeiro lugar mundial e europeu em termos de consumo de álcool, com 11,3 litros, e também o primeiro lugar mundial e europeu para o consumo de vinho com 61 litros.

• Estes números não são de surpreender num país onde culturalmente o consumo de bebidas alcoólicas é considerado um hábito normal e quase obrigatório em reuniões de família, de trabalho e de festas, como por exemplo as semanas académicas, tão populares entre alunos universitários e onde a norma é o excesso, nesta matéria.

• O etanol é constituído por pequenas moléculas que são solúveis tanto nos lípidos como na água, assim o álcool pode distribuir-se em todo o corpo, como o plasma, espaços intersticiais e espaços intracelulares e pode facilmente atravessar a barreira hemática cerebral e exercer os seus efeitos.

• O cérebro é o órgão mais afectado, os efeitos do sistema nervoso central são responsáveis pela euforia e os efeitos tóxicos.

• Este ácido é o maior inibidor de neurotransmissão no cérebro e é o neurotransmissor mais vulgarmente afectado pelo álcool.

• O álcool aumenta também a transmissão de produção de dopamina, norepinefrina e serotinina ao atravessar a barreira hemática cerebral.

• A embriaguez leva a: alucinações, delírios, alterações de conduta e por vezes de até amnésia.

• A intoxicação aguda pode levar ao coma, a termorregulação desaparece durante o coma alcoólico.

• A pele apresenta vasoconstrição periférica com cianose e daí o grande perigo de morte pelo frio.

• Os vómitos frequentes podem causar pneumonia por aspiração.

• Os grandes consumidores apresentam frequentemente crises hipoglicémicas com angústia e suores vagotónicos e xanturenuria por carência piridoxínica.

• Em 1973, Jones Smith e colegas descreveram pela primeira vez os efeitos teratogénicos do álcool, reconhecidos como Síndroma Alcoólica Fetal:

- Atraso de crescimento pré ou pós-natal ou ambos; - Envolvimento no sistema nervoso central; - Traços dismórficos craniofaciais específicos.

• Os efeitos do álcool no desenvolvimento do feto podem ser agrupados em quatro grupos:

- complicações no anteparto e na prematuridade; - anomalias congénitas; - atraso de crescimento; - transtornos de comportamento neurológico.

• Algumas crianças de mães alcoólicas mostram parte da síndroma e acabam por desenvolver os chamados efeitos alcoólicos fetais.

• As crianças com SAF são em média 700g e mais leves ao nascer que as restantes crianças, e o atraso de crescimento tende a persistir na infância.

• Noutro estudo de Jones e colegas demonstrou que as crianças de mães alcoólicas que beberam continuadamente durante a gravidez apresentavam não só baixo peso ao nascer, mas também menor comprimento e menor perímetro craniano.

• A intoxicação aguda exige, por vezes, lavagem gástrica e ingestão de café ou analépticos cardiorrespiratórios.

• A intoxicação crónica aconselha ou exige internamento, com apomorfina, prednisona, dieta de proteção hepática e nervosa.

• É de grande importância proceder contato com estes doentes; usar por vezes interrogatórios e submete-los a psicoterapia.

Desde a mais remota antiguidade que se usa e abusa do haxixe

para procura do prazer, do esquecimento, da fantasia e da exaltação religiosa.

Há informações do seu uso pelos Assírios, Citas, Chineses, Indianos e, sobretudo, pelos Árabes – a célebre seita dos Haxixans dos séculos XI e XII, que se embriagavam com haxixe em reuniões místicas, durante as quais se cometiam assassínios e outras ciladas cruéis.

É extraído da bolota do cânhamo-índico, denominado

Cannabis sativa, uma substância resinosa contendo cerca de sessenta compostos chamados canabinóides.

A inalação da marijuana na forma de cigarros é processo mais vulgar do uso da droga.

A média dos pacotes vendidos nos EUA contém cerca de 1% THC.

Por comparação, o haxixe (ou resina cannabis) que é vendido em forma de cubos castanho-esverdeados.

A marijuana é encarada como uma substância muito segura, que proporciona um «high» e efeito desinibitório suficiente para satisfazer a maioria dos consumidores.

Nos EUA, a juventude apresenta taxas crescentes de consumo de marijuana, que ao contrario da cocaína é considerada uma droga muito mais segura.

Os indicadores principais ou precoces são as mortes e os elementos relativos às urgências hospitalares pelo consumo de droga.

As detenções seguem-se estes indicadores precoces, e as admissões para tratamento tendem a ser indicadores tardios.

Olhos avermelhados, pupilas dilatadas e boca seca.

Défice da atenção e da memória para os fatos recentes.

Algumas pessoas podem apresentar alucinações, sobretudo visuais.

Diminuição dos reflexos.

Em altas doses, pode haver ansiedade intensa, pânico, quadros psicológicos graves (loucura).

O uso contínuo prolongado pode levar a uma síndrome motivacional.

Em doses elevadas a imagem corporal pode ser alterada, com despersonalização, desorientação, paranóia, e ainda, acentuada distorção de sensações.

Com a marijuana podem ocorrer delírio e alucinações, mas isso poderá ser também o resultado da adição de outras drogas adulterantes.

Os efeitos cardiovasculares incluem taquicardias.

Os efeitos a longo prazo da marijuana na função pulmonar tem sido definidos.

Vulgarmente o fumo de marijuana pode induzir broncodilatação.

Pode também ser causa de cancro pulmonar, embora o número de cigarros de marijuana fumados seja geralmente menor do que o tabaco.

A abstinência tem sido associada com sintomas moderados, como irritabilidade, insónia e fraqueza geral.

O tratamento é puramente de suporte.

Em regra, consiste em tranquilizar o doente, se ele parecer ansioso ou em pânico.

Se o THC for ingerido, o carvão ativado e um purgante podem ajudar a reduzir a absorção sistémica, mas quando a marijuana é fumada, estas medidas pouca ajuda poderão dar.

O uso de marijuana pode ter um efeito negativo no desenvolvimento fetal;

Visto que a marijuana é solúvel nas gorduras e tem uma grande recirculação êntero- hepática, a quantidade ingerida de uma só vez pode levar a trinta dias a ser excretada, com uma média de sete dias.

Assim uma única toma de marijuana pode expor o feto a uma exposição prolongada.

Fumar marijuana também pode afetar o feto indiretamente, elevando os níveis de monóxido de carbono ao seu sangue.

O fumo da marijuana comparado com o do tabaco, produz um aumento dos níveis sanguíneos de carboxiemoglobina cerca de cinco vezes maior, presumivelmente por causa do maior volume e profundidade da inalação e o tempo de retenção do fumo.

O fumo de marijuana pode impedir a oxigenação fetal, com a consequente perturbação do crescimento.

O desenvolvimento do feto pode ainda ser prejudicado pela tendência da marijuana aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial da mãe, reduzindo assim o fluxo de sangue da placenta ao feto.

Zuckerman e colaborados levaram a cabo o estudo dos efeitos no desenvolvimento do feto, causados por marijuana tomada durante a gravidez da mãe.

Conclui-se que o número de consumidores de marijuana pode ser subestimado, e algumas mães que a consomem podem ser consideradas não consumidoras.

As mulheres referidas na amostra são maioritariamente pobres, pertencendo a grupos étnica e socialmente desfavorecidos, pelo que o efeito do consumo de marijuana noutros grupos socioeconómicos pode ser diferente, ate porque se sabe que o consumo de uma droga anda sempre associada ao de outras drogas.

Embora este estudo não demostre uma relação direta de causa e efeito, as mulheres devem ser avisadas de que o consumo de marijuana durante a gravidez está associado a perturbações do desenvolvimento fetal.

As mulheres deviam ser prevenidas não só do perigo de substâncias específicas mas também do aumento do risco devido a um estilo de

vida que tem múltiplos hábitos adversos a saúde.

• Com este trabalho ficamos a conhecer a composição de cada uma das substâncias abordadas e quais os seus efeitos.

• Aprendemos também alguns factos interessantes sobre diversos aspetos perigosos relacionados com o seu consumo excessivo.

• Em relação ao perigo para o feto ou crianças, ficamos impressionados com as consequências que provoca e com a mentalidade que algumas mães têm.

• No geral, gostamos de realizar este trabalho, os temas são interessantes.

• Fichas entregues pela professora.