disciplina: equipamentos de proteção coletiva e individual...

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Faculdade Atheneu Fortaleza, 18 e 19 de junho de 2010 DISCIPLINA: Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual CH: 20h/a Professor: João Carlos da Silveira Costa é graduado em Engenharia Mecânica (1975) pela FEI Faculdade de Engenharia Industrial, São Bernardo do Campo – SP e pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho (1982) pela UFPE Universidade Federal de Pernambuco. Foi Delegado Regional no Ceará da ANIMASEG Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho e Professor da UNIFOR Universidade de Fortaleza no curso de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e Vice-Presidente da AESTEC Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho do Estado do Ceará. Atualmente é diretor da AESTEC Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho do Estado do Ceará, Idealizador e coordenador do FPLSTMAECE Fórum Permanente de Líderes da Segurança do Trabalho e Meio Ambiente do Estado do Ceará, Professor convidado da Faculdade Atheneu e da COOPSEN Cooperativa dos Profissionais do Serviço de Engenharia e Afins do Estado do Ceará/FACDADLS Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio no curso de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e diretor da J/Brasil, empresa especializada em produtos e serviços para SMS Segurança, Saúde e Meio Ambiente.

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Faculdade Atheneu

Fortaleza, 18 e 19 de junho de 2010

DISCIPLINA: Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual CH: 20h/a

Professor: João Carlos da Silveira Costa é graduado em Engenharia Mecânica (1975) pela FEI Faculdade de Engenharia Industrial, São Bernardo do Campo – SP e pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho (1982) pela UFPE Universidade Federal de Pernambuco.

Foi Delegado Regional no Ceará da ANIMASEG Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho e Professor da UNIFOR Universidade de Fortaleza no curso de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e Vice-Presidente da AESTEC Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho do Estado do Ceará.

Atualmente é diretor da AESTEC Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho do Estado do Ceará, Idealizador e coordenador do FPLSTMAECE Fórum Permanente de Líderes da Segurança do Trabalho e Meio Ambiente do Estado do Ceará, Professor convidado da Faculdade Atheneu e da COOPSEN Cooperativa dos Profissionais do Serviço de Engenharia e Afins do Estado do Ceará/FACDADLS Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio no curso de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e diretor da J/Brasil, empresa especializada em produtos e serviços para SMS Segurança, Saúde e Meio Ambiente.

A legislação

Atualmente a legislação brasileira possui inúmeras NR Normas Regulamentadoras relativas à Segurança e Medicina do trabalho.

Essas NR são de observância obrigatória por todas as empresas que possuam empregados regidos pela CLT Consolidação das Leis do Trabalho.

Essas NR nacionalmente são supervisionadas pela SSST Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE Ministério do Trabalho e Emprego, e regionalmente pela DRT Delegacia Regional do Trabalho.

NR 1 Disposições GeraisEstabelece o campo de aplicação de todas as NR Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho Urbano, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos Empregadores e dos Trabalhadores no tocante a este

tema especifico.A fundamentação legal ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência dessas NR, são os artigos

154 e 159 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho.

NR 6 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)Estabelece e define os tipos de EPIs a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus Empregados, sempre que as

condições de trabalho o exigir, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos Trabalhadores.A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 166

e 167 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho.A SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO através da PORTARIA Nº. 25, DE 15 DE OUTUBRO DE

2001, alterou a Norma Regulamentadora NR. 6 que trata de Equipamento de Proteção Individual, aprovada pela portaria Nº. 3.214, de 08 de junho de 1978.

EPI Considerações importantes

Convém relembrar o conceito técnico de acidente do trabalho, para entender que as proteções individuais não previnem o acidente-meio, mas evitam lesões, prevenindo o acidente-tipo, ou seja, o contato do agente agressivo com a pessoa. A função do equipamento de proteção individual é neutralizar ou atenuar a ação do agente agressivo contra o corpo da pessoa que o usa. Ex. uma ferramenta, ao cair do alto de um andaime, atingindo o capacete de um trabalhador. O capacete ficou danificado, mas o trabalhador saiu ileso; evidentemente foi evitado o contato da ferramenta com a pessoa, o acidente-tipo; a queda da ferramenta e o impacto contra o capacete não foram evitados, em suma o acidente ocorreu, a lesão foi prevenida.

Portanto, os equipamentos de proteção individual evitam lesões ou atenuam sua gravidade; também protegem o corpo e o organismo contra os efeitos nocivos e lentos de substâncias com características tóxicas, alergênicas ou outras das quais resultam doenças ocupacionais.

Quando as medidas de segurança de ordem geral não são suficientemente eficazes contra os riscos de acidentes, ou não são aplicáveis, lança-se mão do recurso da proteção individual: luvas, óculos, calçados, máscaras, capacetes, roupas especiais, etc.

Os equipamentos de proteção individual, usualmente identificados pela sigla EPI, formam em conjunto, recurso amplamente empregado para a segurança do trabalhador no exercício de suas funções. Não são porções mágicas para a solução dos acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. Alguns desses equipamentos serão citados nesse manual, todos relacionados com a construção civil em edifícios residenciais.

O EPI deverá ser utilizado como complemento de medidas de proteção coletiva (engenharia) adotadas, entretanto não satisfatórias.

A lei determina que os EPIs sejam fornecidos gratuitamente pelas empresas aos seus trabalhadores.

Determina, também, que cumpre aos empregados usar obrigatoriamente os EPIs, assim como os demais meios destinados a sua segurança.

São empregados, rotineira ou excepcionalmente, nas seguintes condições:

- Como único meio de proporcionar proteção ao trabalhador que se expõe diretamente ao risco: ex. uso de luvas para manuseio de produtos mecânico, física ou quimicamente agressivo, o uso de botas impermeáveis contra umidade, o uso de máscara respiratória apropriada para entrar em compartimentos nos qual o ar é contaminado por concentração de produtos tóxicos.

- Quando o trabalhador se expõe diretamente a riscos não controláveis por outros meios técnicos de segurança; ex. uso de máscaras, em operações com aparelhos de solda.

- Quando o trabalhador se expõe a riscos apenas parcialmente controlados por outros recursos técnicos; ex. uso de máscaras respiratórias apropriadas em cabines de pintura, mesmo que provida de ventilação/exaustão.

- Em casos de emergência, ou seja, quando a rotina de trabalho é quebrada por qualquer anormalidade, exigindo o uso complementar e temporário pelos trabalhadores envolvidos; ex. uso de mascaras respiratórias para reparos de vazamentos de contaminantes.

- A titulo precário, em período de instalação, reparos ou substituição de dispositivos para impedir o contato do trabalhador com o fator de risco; ex. uso de luvas de Kevlar para manipulação de peças quentes, enquanto não se dispõe de equipamentos para esse manuseio.

Não é lícito, porém, substituir a medida geral/coletiva que poderia ser tomada, por medida individual de proteção.

Aspectos técnicos e como selecionar o EPI

Devemos selecionar o EPI de maneira cuidadosa e criteriosa, pois além dos custos, estaremos envolvidos com pessoas, cada uma com suas próprias motivações e necessidades.

Com exceção das grandes empresas que possuem o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, a seleção do EPI, ocorre de maneira empírica, levando às experiências onerosas e de resultados pouco práticos.

Ressaltamos que existe grande dificuldade, na escolha do EPI adequado ao risco envolvido na atividade laboral. Na maioria dos casos, até mesmo o profissional de segurança, terá dificuldade em definir corretamente o equipamento; o mesmo deverá conhecer os riscos, os agentes presentes, a legislação e normas técnicas, quantificar e qualificar concentrações dos agentes, entre tantas outras avaliações necessárias.

A complexidade na seleção e escolha do EPI é muito grande, como por exemplo, se quisermos proteger a mão de um trabalhador, provavelmente teremos que usar luvas; a grande dificuldade está na escolha do tipo adequado (algodão sem e com pigmento de pvc, raspa, vaqueta, lona, PVC, kevlar, aço inox, etc.); a escolha do material, o perfeito acabamento do produto, as especificações de acordo com o CA do MTE são fatores importantíssimos para a qualidade.

Recomenda-se que o profissional de segurança também consulte outras empresas com a mesma situação de risco, adquirindo as experiências vivenciadas pela mesma.

São aspectos indispensáveis na seleção do EPI, o Cartão de Registro do Fabricante (CRF) ou Importador (CRI), o Certificado de Aprovação (CA); é importante destacar, que o EPI que não tiver o nome do fabricante e o número do CA impresso em caracteres indeléveis e visíveis, não é reconhecido como tal, e a empresa usuária e o fabricante, estão sujeitos às sanções previstas em lei.

As características e propriedades do EPI sejam compatíveis com os riscos envolvidos; por exemplo, trabalhadores em ambientes com o piso escorregadio, devem estar calçados com botas de solado antiderrapante.

São aspectos desejáveis na seleção do equipamento, que dizem respeito ao conforto, design, cultura, tradição, etc.; também é desejável que o fabricante possa prestar suporte técnico, por ocasião da escolha e implantação do EPI.

Para que o usuário acredite e possa confiar no EPI devem ser cumpridos à risca: a seleção ser feita por pessoal competente, conhecedor não só do equipamento, como também, das condições em que o trabalhador for executar suas funções; conhecer as características, qualidades técnicas e principalmente, a grande proteção que o equipamento deverá satisfazer; verificar a sua funcionalidade, pegar periodicamente uma amostra, para o devido teste.

Vários aspectos técnicos devem ser levados em consideração para a aplicação do EPI. Podem-se encontrar vários modelos do mesmo tipo, com variações de certas características, tais como formato, sistema de montagem, acabamento e material empregado, etc., isto é, o que melhor satisfaz sob o aspecto de segurança, levando em consideração diversos fatores entre eles: a capacidade de neutralização da agressividade do trabalho, o tempo de vida útil do equipamento e o conforto que deve proporcionar ao usuário. Não se pode deixar de avaliar laudos de ensaios laboratoriais, CA e também a opinião do usuário final do EPI.

Os ensaios que assumem maior importância para a aprovação final dos EPIs são os efetuados praticamente, pois determinam a segurança proporcionada com o conforto dos usuários. A capacidade para essa avaliação foge às técnicas e equipamentos dos laboratórios, embora estes possam contribuir em diversos casos para elucidar dúvidas, para confrontar qualidades de materiais e efetuar análises químicas, além de ensaios físicos de resistência de acordo com as especificações técnicas para testes dos EPIs.

A determinação sensata do equipamento a ser adquirido para proteção individual dos trabalhadores favorece tanto a esses, que terão maior segurança, como a empresa, que atenderá melhor seus objetivos da prevenção de acidentes do trabalho de maneira a não desperdiçar recursos financeiros, materiais e humanos.

A aquisição do EPI não deve ficar a critério de qualquer setor. São equipamentos especializados, que assumem grande responsabilidade em face ao fim a que se destinam e que requerem, portanto, que um setor ou pessoa especializada determine e especifique o equipamento que realmente deve ser comprado. Embora a maioria das empresas adotem na compra o regime de concorrência de preços, apenas devem ser comprados os EPIs aprovados pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT; os resultados anotados e conseguidos pelo SESMT nos testes, é que devem prevalecer.

Aspectos educacionais e psicológicos

Aspectos Educacionais

Desde que o homem nasce, inicia-se um intenso processo de descobertas e aprendizagem.

Os primeiros ensinamentos ocorrem dentro da família, por meio de contato direto com nossos pais, familiares e do próprio meio social que nos cerca.

Num segundo momento, a escola é a responsável por uma parcela significativa de conceitos, normas e postulados. Em níveis mais avançados, a escola já se auto-relaciona com a vocação e com a nossa própria tomada de decisão, quanto ao aspecto profissional.

O terceiro estágio bem definido e propício para o desenvolvimento educacional é a empresa. Nela as pessoas aprendem e aplicam seus conhecimentos, visando atingir objetivos específicos e predefinidos de interesse mútuo.

O processo formal de educação dentro da empresa é chamado de treinamento.

O treinamento é a atividade responsável que se dedica à transmissão de conhecimentos objetivando suprir deficiências, estimular e desenvolver habilidades/potencialidades, visando a um crescimento tanto no aspecto profissional/cultural do individuo como da empresa, no que tange à obtenção e manutenção de uma mão de obra mais qualificada e preparada para assimilar e superar desafios.

Este conceito necessariamente implica uma mudança de atitudes e comportamentos.

É de relevante importância à educação das pessoas que usam ou irão usar os EPIs. Embora tudo seja feito para a compra de equipamentos mais adequados, é necessário e imprescindível que os mesmos sejam usados de forma adequada para a obtenção de melhores resultados, tanto econômicos como para a efetiva segurança do trabalhador.

Os usuários dos EPIs devem ter consciência da sua finalidade, da maneira correta de usá-los e de como conservá-los em condições de uso. Cabe ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT emitir instruções sobre o uso correto dos mesmos, incluindo nessas as contra-indicações. Nos casos mais sérios, que requerem treinamentos específicos, como o uso de máscaras respiratórias, esse treinamento deve ser ministrado e conforme o caso, revisado periodicamente. Em geral, o uso do equipamento sempre recomenda treinamento e instruções.

As instruções referentes ao uso correto dos equipamentos devem ser estendidas aos supervisores imediatos das pessoas que os usam, pois a supervisão cabe o papel mais importante para que os EPIs sejam adequadamente usados, mantendo a disciplina quanto ao uso correto dos mesmos.

A NR 18 é clara e diz “Todos os empregados devem receber treinamentos admissional e periódico, visando garantir a execução de suas atividades com segurança”.

O termo treinado significa habituado, acostumado.

Treinar um empregado significa habituá-lo ou acostumá-lo a desenvolver determinada tarefa ou ação de forma correta e segura.

Para que esse desempenho seja completo o empregado deve ser informado, entre outras tantas coisas, a forma de ter sua segurança garantida, tarefa destinada a seus superiores ou, no caso de SESMT, do profissional legalmente habilitado para esse fim.

Ninguém poderá realizar bem e com segurança uma tarefa, se não estiver preparado para realizá-la.

O acidente do trabalho chama a atenção para a importância que o treinamento exerce dentro de uma organização por sua contribuição para uma melhoria contínua e desenvolvimento profissional. É um item de responsabilidade social empresarial, uma vez que a empresa não só prepara o trabalhador para si, mas para torná-lo mais competitivo no mercado de trabalho. Num processo em que ele tenha se acidentado, a comprovação da falta de treinamento em SST pode representar fator decisivo para o Judiciário condenar o empregador displicente ou descuidado de suas obrigações.

As empresas que aplicam cursos corretos são beneficiadas pela valorização profissional, auto-estima, redução de falhas que minimizam os acidentes com lesões, aumento da produtividade e diminuição das reclamações trabalhistas e ações cíveis.

Se a empresa deseja resultados positivos em segurança, qualidade e produtividade o caminho mais fácil é o treinamento. Ao capacitar os funcionários, a organização demonstrará que cumpre as leis e não ficará sujeita às punições, alem de transmitir uma imagem positiva não só aos seus colaboradores, mas aos seus clientes e à sociedade.

Aspectos psicológicos

Outro ponto importante a ser levado em consideração, para o sucesso da aplicação do EPI é o aspecto psicológico do seu uso. Nos treinamentos ou medidas educacionais com o fim de orientar o uso correto dos equipamentos devem sempre ser levados em consideração os aspectos psicológicos do assunto.

Se apenas se fornece o EPI à pessoa, sem que esta consciência da sua real utilidade, sem que conheça pelo menos razoavelmente os motivos que justificam seu uso, ela poderá usá-lo, porém, contrariada, aceitando-o como imposição, originando-se daí uma condição psicológica negativa ao trabalhador.

Psicologicamente preparado, entendendo o equipamento como algo indispensável à sua segurança, em face das condições e agressividades do trabalho, o trabalhador usará sem restrição o equipamento adequado a sua atividade; por outro lado, sem motivação, poderá sentir-se mal com um simples óculos e não usá-lo.

Controle, conservação e descarte

Os EPIs devem ser adquiridos, guardados e distribuídos criteriosamente sob controle, quer do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT ou de outro setor competente. Não se devem fornecer a esmo esses equipamentos, para que não ocorram emprego de equipamento inadequado ou de forma inconveniente e para evitar excessos, que facilmente acontecem com respeito a luvas, calçados, etc.

Do ponto de vista legal o trabalhador também pode ser responsabilizado por sua própria segurança. O empregador pode se valer, além de treinamentos, palestras, workshops, etc., de documentos tais como Diálogo Diário de Segurança (DDS), Declaração de Responsabilidade e o termo de Responsabilidade de uso Correto e Guarda, conforme NR 1.

A empresa pode cobrar do empregado o valor correspondente ao EPI perdido, desviado ou danificado propositadamente.

A conservação do EPI é outro ponto-chave para a segurança do indivíduo e para a economia da empresa. Trata-se de proteção individual; portanto, cada um deve ter o seu equipamento. Cabe a cada trabalhador a responsabilidade de conservá-lo. Para isso deve receber instruções: onde guardar, como guardar, até que ponto usar, quando e como substituir, como higienizar, etc.

Lembramos que é totalmente condenável o uso coletivo do EPI, como, por exemplo, apenas um par de óculos para uso de todos os que forem realizar determinada operação.

Certos equipamentos podem ser usados por outros trabalhadores, depois de recuperados e devidamente lavados e higienizados.

Fator de grande importância a higienização do EPI normalmente é relegado a um plano inferior. O EPI possui especificação de higienização próprio, para cada tipo de material componente; o fabricante do mesmo deverá transmitir instruções para a realização da referida higienização.

O EPI danificado, sujo e maltratado gera depressão, aumenta o desconforto, perde as suas características de projeto e depõem contra o ambiente de trabalho.

Alguns exemplos de conservação de EPI:

- Tecidos de fibras vegetais – resguardá-lo da umidade. Armazenar sempre em local seco e arejado.

- Respiradores e filtros – após o uso, devemos desmontar o equipamento e secá-los ao ar em lugar limpo; limpar e desinfetar com solução neutra e montá-los e armazená-los em local seco e limpo.

- Protetor facial e óculos de segurança – após o uso os protetores faciais e os óculos devem ser limpos com água e sabão neutro, e depois posto a secar em lugar limpo.

- Luvas de borracha – é desaconselhável, manter por longo período em estoque produtos fabricados com esse material, a fim de evitar-se perda de flexibilidade, criação de fungos, etc. Quando necessário armazená-los, recomenda-se que sejam envolvidos em talco e armazenados em ambientes secos. Quando forem usados, após cada jornada de trabalho, deverão ser lavados e secados.

- Calçados de couro – a maior preocupação é preservá-los da umidade. Recomenda-se de tempo em tempo, passar graxa com flanela limpa.

- Calçados com solado de poliuretano (PU) – é desaconselhável, manter por mais de 3 meses em estoque produtos fabricados com esse material, a fim de evitar-se a hidrolização do PU, trincando ou escamando a superfície do mesmo.

É bom salientar que a conservação/manutenção do equipamento é um fator econômico bastante vantajoso, quer se processe pela empresa consumidora, quer por firmas especializadas. Deve-se ter em conta, porém, que essa manutenção deve ir somente até o ponto em que não comprometa a segurança do trabalhador, que é o objetivo principal do EPI.

O descarte do EPI, hoje, é outro ponto importante devido às novas legislações federais, estaduais e municipais vigentes relativas ao Meio Ambiente e exigências ao cumprimento da ISO e outras normas Nacionais e Internacionais. Deve-se dar especial atenção e seguir as recomendações desses órgãos.

Aspectos legais relevantes

O que diz a NR 1

Deveres do Empregador:

Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

Divulgar as obrigações de proibições que os empregados devam conhecer e cumprir;

Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas;

Determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;

Adotar medidas determinadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego;

Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de trabalho.

Informar aos trabalhadores sobre:

Os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;

Os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;

Os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos.

O que diz a NR 6

Devemos considerar Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

O equipamento de proteção individual EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

As obrigações

A empresa é obrigada a fornecer aos seus empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

c) para atender a situações de emergência.

Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e observado o disposto no citado acima, a empresa devera fornecer aos seus trabalhadores os EPI adequados.

Quem define o uso do EPI

Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.

Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI adequado à proteção do trabalhador.

Cabe ao empregador quanto ao EPI

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

Cabe ao empregado quanto ao EPI

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

O Certificado de Aprovação - CA

Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

Restauração, lavagem e higienização de EPI

Os EPIs passíveis de restauração, lavagem e higienização, serão definidos pela comissão tripartite constituída, na forma do disposto no item 6.4.1, desta NR, devendo manter as características original.

Cabe ao órgão regional do MTE:

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;

b) recolher amostras de EPIs; e,

c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento desta NR.

Proteção do crânio

O elemento mais importante de que dispomos, para proteção do crânio, é o capacete de segurança. Capacetes são os protetores mais comuns contra impactos em geral, mas principalmente nos casos de quedas de lugares elevados. Portanto a função do capacete é neutralizar a ação agressiva nos casos de ¨batidas contra....¨, ¨batidas por....¨e ¨queda de objetos¨.

Esse meio de proteção tem larga aplicação nas atividades onde há trabalhos em níveis diferentes, onde objetos elevados possam cair acidentalmente ou onde o próprio meio em que a pessoa se movimenta possibilita batidas na cabeça. Esta é a razão da obrigatoriedade do uso de capacetes nos trabalhos da construção civil.

Trata-se de um dispositivo rígido, usado para dar proteção à cabeça ou parte dela, contra impacto e penetração de partículas ou objetos volantes.

Plásticos, alumínio e algumas resinas são os materiais usualmente empregados na fabricação de capacetes. Para eletricistas, os capacetes devem ser isentos de qualquer peça metálica.

Oferece ainda alguma proteção contra choques elétricos, queimaduras, respingos de ácidos ou líquidos quentes.

Varia no formato, no tamanho da copa, sendo preferível a que é mais folgada na cabeça, tanto por possuir maior espaço para amortecer o impacto, como para a circulação de ar. Esse espaço vazio nunca deve ser usado para acondicionar objetos pessoais, como maços de cigarro, por exemplo. Outra característica que varia é a existência ou não de nervuras, cuja ausência não compromete a segurança se o material for boa qualidade e resistir aos testes especificados. O que pode comprometer são nervuras que dificultem o resvalamento de objetos que caem sobre o capacete e que podem aumentar a pressão do impacto contra a cabeça e coluna dos usuários.

Os principais componentes são: casco, suspensão e barbicacho ou jugular. O capacete abre a possibilidade de acoplar (slot) outros protetores e acessórios como máscara de solda, abafador, protetor térmico e facial, lanterna, sistema de comunicação, etc., o que em termos financeiros e de praticidade pode ser vantajoso. Essas adaptações, no entanto, necessitam ser feitas pelo fabricante que, para cada uma delas deverá solicitar um CA certificado de aprovação especifico junto ao MTE.

Existem capacetes para variados tipos de atividades e locais de labor, úteis contra colisões, perfurações e contato com eletricidade e a maioria dos produtos químicos. Eles são separados em classes A, B e C e sua composição se da em alumínio, fibra de vidro e plástico.

Os de classe A são indicados para ambientes em que ocorre o risco de impacto de objetos e choques de baixa voltagem (até 2,2 mil volts). Já os da classe B àqueles com risco de impacto de objeto e de choques de alta voltagem (até 20 mil volts), enquanto que os da classe C não têm isolamento contra corrente elétrica, mas protegem contra impacto de objetos.

Outro ponto que varia é a existência de aba completa ou apenas uma aba frontal. Com a aba completa proporciona maior área de proteção nos casos de queda de objetos, pois a aba auxilia no amortecimento do impacto ou serve, em alguns casos, para desviar do corpo alguns objetos que caem, alem de ser mais recomendável nos trabalhos executados ao sol.

Assume importância especial a parte do capacete que assenta a cabeça. A suspensão ou carneira que se ajusta ao contorno da cabeça por meio de um sistema de regulagem e pela coroa de sustentação, também regulável. Entre a carneira e o contorno do capacete deve haver uma folga para efeito de ventilação e entre a coroa e a copa deve haver espaço vazio a fim de evitar, pela elasticidade que a coroa deve ter, que a cabeça sofra o impacto através do capacete e que o segmento cervical da coluna vertebral venha a ser afetado pelo mesmo impacto. À suspensão deve-se dar especial atenção, pois que ela é a responsável maior pela absorção de energia durante o impacto. O conjunto casco e suspensão não devem transmitir uma força superior a 400 kgf à cabeça do usuário.

Barbicacho ou jugular é uma tira ajustável, ligada diretamente ao casco, passando sob o queixo, para prender o capacete à cabeça.

Qualquer acidente que envolva o capacete em uso no momento implica na posterior e imediata substituição por outro, mesmo que no caso esse não apresente ter sofrido dano de qualquer natureza após o acidente.

Recomenda-se o seguinte cronograma para substituição: do casco do capacete, cinco anos; da suspensão/carneira e jugular, um ano.

Este EPI aparentemente, basta mantê-lo na cabeça para estar protegido; porem algumas advertências deverão ser cumpridas conforme abaixo:

- O capacete de segurança fornece proteção limitada. Ele reduz o efeito da força da queda de objetos que batem no topo do casco; a vida útil do mesmo é afetada por calor, frio, substâncias químicas e luz solar;

- Nunca altere ou modifique o casco ou o sistema da suspensão/carneira exceto quando as instruções do fabricante permitir

- Nunca carregue ou coloque objetos entre a suspensão e o casco ou entre a suspensão e a sua cabeça. Este espaço é necessário quando o conjunto casco/suspensão absorve a força de impacto.

- Vista o capacete corretamente. Quando do tipo aba frontal, com a aba virada para a frente, não o utilize inclinado ou de outra maneira.

- Manter a suspensão/carneira e a coroa devidamente reguladas; verifique a flexibilidade da mesma; não permita a utilização da suspensão quando esta apresentar rachaduras, componentes fragilizados ou tiras desfiadas. Substitua a mesma imediatamente se isso ocorrer;

- Nunca regular a coroa muito alta sob o pretexto de firmar mais o capacete à cabeça, pois esta não deve ficar muito próxima à copa;

- Se for necessário manter o capacete de modo que não venha a cair, é preferível usar a cinta jugular;

- Quando houver necessidade de acoplar algum acessório ao capacete, utilize somente peças originais do fabricante e siga corretamente as instruções do mesmo;

- Evite contato com fios elétricos;

- Não usar tinta, solventes, produtos químicos, adesivos, gasolina ou substâncias similares na superfície do capacete pois estas substâncias podem destruir a resistência ao impacto e outras propriedades mecânicas e prejudicar o isolamento do equipamento;

- Não fazer buracos para ventilação;

- Antes do uso, verificar o aparecimento de buracos, trincas, rachaduras, amassados e alterações de cor e textura;

- Manter afastado de luz solar direta e fontes de aquecimento;

- Conservar o capacete, lavando-o periodicamente com suas peças componentes; lavar com água morna e sabão neutro; nunca usar solvente na lavagem; limpar tiras com esponja macia e detergente.

O crânio poderá ser ferido também pelo arrancamento de cabelos, ou mesmo do couro cabeludo se os cabelos forem apanhados por máquinas, peças de rotação, etc. Nos trabalhos onde isso pode ocorrer, os cabelos longos devem ser cobertos por touca ou rede que mantenha os cabelos presos.

Normas Técnicas estabelecidas pela Portaria n°. 48 de 25.03.03 da SIT/DSST/MTE

Capacete de SegurançaP/ Uso na Indústria Classe A / Classe BNorma Técnica Riscos

NBR 8221/1983 Proteção contra impactos de objetos sobre o crânio / contra choques elétricos

Proteção facial e visual

Em determinadas situações de trabalho, verificamos com certa evidência a necessidade de fazer uso de protetores para a face e olhos.

Proteção facial

Os protetores para o rosto são conhecidos pelo nome genérico de ¨protetor facial¨ e proporcionam proteção contra arremessados, queimaduras e ação de radiação calorífica ou luminosa, etc.

De forma geral, protegem também os olhos, mas não são protetores específicos para esses órgãos.

Deve-se ter especial cuidado ao limpar o visor, pois normalmente o material do qual é feito pode ter pouca resistência à abrasão, podendo estragar-se na própria operação de limpeza.

São vários os tipos existentes de protetor facial. A maioria dos modelos consiste em um anteparo específico, articulado numa coroa regulável que se ajusta à cabeça.

- com visor de resinas plásticas;

- com visor de tela;

- com visor de anteparo aluminizado;

- mascara de soldador;

- escudo de soldador.

a) com visor de resinas plásticas – o anteparo desse tipo de protetor facial é todo transparente, motivo pelo qual é chamado de visor ou viseira. Este geralmente é de acrílico ou policarbonato, perfeitamente transparente sem ondulações. Com dimensões diversas presta-se a proteger o rosto e de modo parcial os olhos. Quando a finalidade é também proteger contra radiação luminosa, o visor poderá ser verde, na tonalidade adequada. Em trabalhos em instalações elétricas, por exemplo, este protetor evita ferimentos por arcos voltaicos.

Também, aqui, temos, como principais riscos, o impacto de partículas volantes, radiações prejudiciais, respingos de ácidos ou substâncias quentes, etc.

No que se refere a impactos de partículas volantes, a proteção eficiente feita através de lentes ou escudos transparentes com materiais que lhes conferem maior resistência mecânica a impactos e penetrações.

b) máscara de soldador – este protetor facial é de uso específico dos soldadores. Tem a finalidade de proteger o rosto contra radiação calorífica e luminosa do arco produzido pela operação de soldagem, assim como contra os respingos de metal fundido e as fagulhas próprias da solda.

O anteparo desse protetor é de resina ou fibra escura que veda totalmente a passagem de luz. A acomodação à cabeça e a articulação, assemelham-se à dos protetores faciais. No visor retangular são colocados vidros comuns que protegem o filtro de luz contra os respingos de metal e as fagulhas.

Contra a ação das radiações infravermelhos e ultravioletas, encontradas em solda a gás, solda elétrica, etc., os protetores oculares devem ser providos de filtros com tonalidades que variam de 1 a 14. Estes filtros devem ter trasmitância baixa nos comprimentos de ondas prejudiciais e altas nos correspondentes à luz visível. Em particular, nas situações onde temos uma predominância de radiações ultravioletas, uma melhor proteção deve ser oferecida à face do trabalhador feita através de escudos opacos. Exemplos típicos são encontrados em operações de solda de arco elétrico.

A tonalidade dos filtros varia para solda varia de 5 a 14. É muito comum o soldador escolher na prática a tonalidade do filtro, embora seja a amperagem de trabalho que esta se trabalhando que se define.

c) escudo de soldador – este tem as mesmas características protetoras da máscara de soldador, só que o soldador o segura com uma das mãos para proteger o rosto, enquanto a outra mão executa a solda. É muito usado para serviços rápidos de solda.

Protetores para os olhos

Desde os primórdios do movimento em favor da segurança industrial, especial atenção tem sido dada à proteção dos olhos.

Como resultados, foram aperfeiçoados diversos tipos de lentes de segurança, com grande resistência ao impacto, fabricadas de acordo com especificações prescritas por órgãos especializados.

Essas lentes podem ser feitas de cristal ótico temperado, resinas ou policarbonato, sendo que podem ser fornecidas com ou sem grau, conforme o trabalhador necessite ou não de lentes corretivas.

As lentes de segurança são adaptadas à armação adequadas constituindo os óculos de segurança, dos quais existe uma grande variedade, para as mais diversas finalidades.

Na maioria das indústrias, não é necessário que todos os empregados usem a proteção dos olhos em caráter permanente.

A proteção dos olhos é um dos pontos mais importantes da prevenção de acidentes. Esses órgãos preciosos e frágeis devem ser protegidos contra impactos, estilhaços, partículas volantes, fagulhas, respingos de produtos químicos e metais fundentes, assim como contra efeitos perniciosos de radiações luminosas e caloríficas.

Para a proteção de gases e vapores irritantes à conjuntiva ocular, usam-se óculos com armação de PVC, plásticos de engenharia, etc., com sistema de vedação completa, para que não se permita a penetração desses gases. Já nos casos de aerodispersóides (poeiras, fumos, fumaça, etc.) tais óculos podem vir acompanhados também com tratamentos antiembaçantes.

Em muitas situações de trabalho, podemos encontrar associados, de formas diferentes, todos os riscos apresentados. Nestes casos, o elemento protetor deve conter todas as características correspondentes aos riscos presentes, ou ainda, o uso de protetores sobrepostos, específicos para cada risco.

As lentes dos óculos devem estar sempre limpas. Para tanto se deve facilitar ao máximo ao trabalhador, colocando numa parede suporte para produtos especiais de limpeza das lentes (policarbonato, cristal, acrílico), líquidos antiembançantes e papel, por exemplo de seda siliconado. Pode-se usar água e sabão neutro dependendo das características das lentes; recomenda-se sempre pedir orientação ao fabricante.

As armações podem ser de acetato, propianato de celulose ou de nylon. Podemos ter armação com meia haste e elástico. Alguns desses óculos tem articulação na ponte, para torná-los auto ajustáveis ao rosto.

Os óculos chamados de ampla visão são para uso geral, embora pouco recomendável para uso permanente. São, muitas vezes, sobrepostos a óculos com lentes graduadas, quando estas não são de segurança, ou mesmo para proteger as lentes de segurança, contra o ataque de fagulhas de solda de esmeril, etc.

São muitos os modelos de óculos existentes, embora sejam apenas variantes do mesmo tipo. São equipamentos fáceis de usar e não é difícil se acostumar com eles, desde que sejam bem adaptados ao rosto, para proporcionar conforto, e que os usuários estejam convictos da sua utilidade para a proteção dos olhos.

Campanhas de esclarecimento/treinamento devem ser promovidas sistematicamente e todo o rigor deve ser mantido na observância do uso dos óculos de segurança.

Normas Técnicas estabelecidas pela Portaria n°. 48 de 25.03.03 da SIT/DSST/TEM

Óculos de SegurançaNorma Técnica Riscos

ANSI.Z.87.1/1989 Proteção contra impactos de partículas volantes e contra luminosidade intensa, radiação ultravioleta ou radiação infravermelha

Protetor Facial de SegurançaNorma Técnica Riscos

ANSI.Z.87.1/1989 Proteção contra impactos de partículas volantes e contra radiação infravermelha, ultravioleta ou contra luminosidade intensa

Máscara de SoldaNorma Técnica Riscos

ANSI.Z.87.1/1989 Proteção contra impactos de partículas volantes e contra radiação ultravioleta, radiação infravermelha e luminosidade intensa

Proteção respiratória

A finalidade do sistema respiratório é absorver oxigênio do ar e transferi-lo para o sangue. Durante a respiração, o ar penetra pelo nariz ou boca, e através da traquéia atinge os pulmões. Nos pulmões o ar passa pelos bronquíolos, até chegar aos alvéolos, onde o oxigênio é transferido para a corrente sanguínea.

Quando a necessidade básica de respirar está prejudicada, e a exposição prolongada do trabalhador num ambiente de trabalho que contenha contaminantes sem o devido uso de EPI, que lhe garante eficiente proteção respiratória, resultará em sérios danos à sua saúde, em alguns casos até a morte, torna-se necessária a proteção respiratória. Naturalmente, deve-se ressaltar que, quando possíveis, tais ações de proteção sejam medidas de alcance coletivo (EPC).

Os EPRs equipamentos de proteção respiratória são, entre os EPIs, os que assumem maior responsabilidade na preservação da integridade física dos trabalhadores. A máscara é a peça básica do protetor respiratório.

Apenas lembrando, foi somente com a publicação da Instrução Normativa IN 1/1994, que se definiu como selecionar o EPI adequado para a proteção respiratória em qualquer situação de exposição do trabalhador. Esse conjunto de medidas estabelecido, ficou conhecido como Programa de Proteção Respiratório PPR. O programa estabelece, também, a obrigatoriedade do Ensaio de Vedação (procedimento para eleger o respirador mais adequado ao formato do rosto do usuário), treinamentos e procedimentos de limpeza, higienização e armazenamento.

Qualquer tipo de mascara deve permitir vedação perfeita nas áreas de contato com o rosto. O modelo, as características de moldagem do material e as dimensões da mascara são fatores que favorecem a boa adaptação ao rosto. O sistema de sustentação na cabeça, com elástico, presilhas e fivelas também é muito importante para a boa vedação.

Algumas características são importantes na escolha do EPR: conforto, selagem, fácil utilização, baixa manutenção, fácil comunicação e eficiência.

Peça semi facial filtrante – o respirador é constituído de um corpo de PVC, silicone, neoprene, etc.; apresentando válvulas de inalação exalação, contando ainda com tirantes de elástico para fixação. Os elementos filtrantes são montados junto às válvulas de inalação, sendo que o ar inalado passa inicialmente pelo elemento filtrante também chamado de cartucho.

Peça semi facial (mascara descartável) – a peça é o próprio meio filtrante feito de material fibroso, por onde passa o ar inalado. O respirador possui dois tirantes elásticos fixos em vários pontos. Pode ou não possuir uma válvula e possui uma tira metálica flexível que permite a moldagem ao septo nasal do usuário. Geralmente apresentam revestimentos internos e externos para proteção das camadas filtrantes.

Os riscos que requerem proteção respiratória na construção civil são:

- Contaminantes ambientais – são os gases ou formas gasosas e aerodispersóides (poeiras, fumos, névoas, etc.); os equipamentos de proteção para esse caso purificam o ar ambiente antes de ser inalado; dois tipos de filtros destacam-se:

- Filtros químicos - usados em geral para gases e vapores; não devem como regra geral, ser empregados em determinadas concentrações de contaminantes no ambiente quando forem muito elevadas.

- Filtros mecânicos – protegem as vias respiratórias das substâncias em suspensão (fumos, névoas, poeiras, etc.), as quais são aprisionadas em materiais porosos, entre os quais se escolhe o mais adequado ao grau de subdivisão do material em partículas.

Em ambas as classes de riscos, as máscaras protetoras podem ser do tipo semi facial ou facial completa (cobrindo totalmente o rosto). Estas últimas asseguram também a proteção dos olhos, além de garantir maior hermeticidade.

Também devemos ter muito cuidado com a colocação adequada do respirador, sua higienização e guarda. A limpeza da semi máscara facial ou facial completa logo após o uso, evita um desgaste prematuro. Não utilizar solventes orgânicos ou inorgânicos. Limpar com água morna e detergente universal; sempre observar as prescrições do fabricante; após lavá-las cuidadosamente em água corrente; não exceder a temperatura de 60 graus Celsius.

Instruções de uso

Peça semi facial filtrante para proteção contra partículas sólidas (somente para uso contra aerossóis e de líquidos base água) conforme NBR13698/1996.

Observar antes da utilização:

- Não utilizar nas operações de limpeza com abrasivos – por exemplo jato de areia.

- O teor de oxigênio no ar deve ser superior a 18% em volume.

- Não usar em atmosferas onde a concentração de contaminantes excede a concentração máxima para uso do respirador.

- Não usar a peça semi facial se não forem conhecidas à forma e a concentração da substância nociva.

- Não utilizar em ambiente IPVS (imediatamente perigosa à vida ou a saúde).

- Não utilizar contra aerossóis gotejantes, substâncias cancerígenas e radioativas, microorganismos, enzimas, gazes e vapores.

- Não utilizar em locais onde a concentração de contaminantes for superior a 10 (dez) vezes o limite de tolerância.

- Verificar a vedação do respirador antes da utilização. A existência de barbas ou cicatrizes pode afetar a hermeticidade.

- O usuário da peça semi facial deve saber como utilizá-la. Observar as prescrições e os regulamentos nacionais como por exemplo o PPR e a IN N.01.

- Apenas uma única utilização (no caso das descartáveis).

- Não efetuar quaisquer alterações na peça semi facial.

- Guardar a peça semi facial na embalagem original protegida da ação direta de umidade e sujeira em alguns casos em embalagens especiais. Normas Técnicas Estabelecidas pela Portaria n°. 48 de 25.03.03 da SIT/DSST/TEM

Respirador Purificador de Ar Tipo Peça Semifacial Filtrante para Partículas com FBC1

Norma Técnica Riscos NBR 13698/1996NBR 13696/1996

Proteção contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos / contra vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50 ppm

Respirador Purificador de Ar Tipo Peça Semifacial Filtrante para Partículas PFF1 / PFF2 / PFF3

Norma Técnica Riscos

NBR 13698/1996 Proteção contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos

Proteção auditiva

O ruído é um elemento que atua sobre o ser humano, produzindo distúrbios psicológicos ou fisiológicos, quando da exposição a níveis acima dos limites de tolerância estabelecidos na NR 15.

Nestes casos surge a necessidade de uma proteção aos ouvidos dos trabalhadores, através de um controle da fonte ou meio. Deve-se tentar eliminar ou reduzir os ruídos na fonte (medidas coletivas) antes de aplicar a proteção individual.

Quando os métodos de proteção coletiva falham, o último recurso é a adoção do equipamento de proteção auditivo. Os tipos mais freqüentes são os seguintes:

Protetores de inserção

Podem ser do tipo moldável ou moldado. Os primeiros são confeccionados em material mole e conformam-se ao canal auditivo. Os moldados, geralmente em polímero ou silicone, são bastante flexíveis, porém já vêm com forma definitiva.

Embora tais protetores de inserção possam trazer problemas de infecções em ouvidos sãos, quando não observadas as condições de higiene pessoal ou do protetor, são bastante confortáveis em ambientes quentes, exercendo acentuada vantagem sobre os do tipo concha, neste último aspecto.

Protetores de tipo concha

Os protetores concha têm sua aplicação por apresentarem uma vida útil longa, serem confortáveis em ambientes frios e dispensarem grandes ajustes na colocação.

Basicamente constituem-se normalmente por duas cavidades elípticas, ligeiramente triangulares, presas entre si por meio de uma haste.

Pela própria forma esses têm sua eficiência bastante diminuída, quando usados sobre óculos, cabelos longos ou outros objetos, tendo em vista que a máxima vedação acústica é obtida, quando as conchas assentam-se sobre superfícies relativamente macias e lisas.

Algumas observações importantes:

- A escolha dos protetores deve obedecer a critérios de conforto do usuário, e não só a alta atenuação de ruído.

- Deve-se recorrer à participação do usuário no momento da escolha dos protetores.

- Deve-se ter muito cuidado com a colocação adequada do protetor auditivo, obedecendo a critérios indicados pelos fabricantes, sua higienização e guarda.

Na escolha do protetor auditivo devemos considerar: selagem, eficiência, conforto, fácil utilização e compatibilidade com outros EPIs.

Os protetores auditivos deverão ser ajustados e usados, limpos e arrumados de acordo com a informação do fabricante. Certas substâncias químicas poderão prejudicar o EPAs equipamentos de proteção auditiva. Inspecione sempre os EPAs para verificar se precisam de alguma reparação. Os mesmos deverão ser substituídos sempre que haja indicação de deterioração, fissuras, esgarçamento, rasgo ou qualquer outra alteração. Para uma utilidade máxima antes e depois de uso, arrume os protetores na

caixa original do fabricante à temperatura ambiente. Os mesmos não devem ser pintados nem limpos com solventes.

Os protetores devem ser guardados limpos para evitar doenças, inclusive de pele. A higienização deverá ser feita com água morna e sabão suave; siga sempre as instruções do fabricante. Em alguns casos se faz necessária a desinfecção; nesse caso, recomenda-se a imersão dos protetores reutilizáveis em uma solução de hipoclorito de sódio a 50 ppm (aproximadamente ½ colher por litro de água), por dois minutos, seguido de enxágüe completo com água abundante; lembrando que agentes de limpeza e higienização muito concentrados e diversos tipos de solventes podem danificar os componentes de borracha e de outros elastômetros do protetor.

O PCA programa de conservação auditiva é muito complexo; por essa razão exige um bom programa de treinamento para a obtenção de resultados satisfatórios na prevenção da perda auditiva, evitando que os protetores sejam utilizados de maneira incorreta. É muito comum encontrá-los impropriamente inseridos ou ajustados em conseqüência do pouco conforto oferecido por alguns modelos ou pela falta de treinamento e motivação para a utilização. O ideal é que após algumas horas de uso esses equipamentos sejam retirados e recolocados, fora da área de risco, de modo que sejam ajustados novamente. Deve-se ter muita atenção na prática de modificar os protetores para obtenção de maior conforto, por exemplo a dilatação da haste nos protetores concha para reduzir a tensão, cortes nos plugs para utilizá-los em tamanho menor, ou modificação dos furos nos protetores de espuma, etc.. Essas alterações modificam e até anulam o resultado preventivo atribuído aos protetores.

Normas Técnicas Estabelecidas pela Portaria n°. 48 de 25.03.03 da SIT/DSST/TEM

Protetor AuditivoNorma Técnica Riscos

Método B – Método do Ouvido Real – Colocação pelo Ouvinte

Proteção contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR 15 – Anexos I e II

Proteção para o tronco

A proteção para o tronco, parte do corpo humano compreendida entre os membros inferiores e superiores, é oferecida por aventais, capas e blusões, muito embora os próprios macacões de trabalho confeccionados em brim, por si só já sejam uma proteção contra poeiras, óleos, graxas, etc.

Tais EPIs atingem plenamente sua finalidade, quando, além das características de confecção de cada material, esses obedecem a alguns requisitos básicos:

- devem ser confortáveis e próprios à temperatura em que devem ser usados;

- o ajuste deve ser perfeito, para que não haja interferência nos movimentos do trabalhador;

- devem ser duráveis.

As características específicas de cada material vão depender dos riscos envolvidos na associação destes. Assim, se temos uma necessidade de proteção contra fagulhas incandescentes ou peças cortantes, o couro tem oferecido excelentes resultados, por exemplo, em operações de solda.

Novas fibras foram desenvolvidas em laboratório tais como Nomex, Kevlar, Modacrilico, etc., por exemplo, para aplicações específicas, anti chamas para proteção do arco elétrico e fogo nas brigadas de incêndio.

Se o problema são respingos de substâncias químicas ou manuseio de produtos da cadeia de hidrocarbonetos, o PVC tem demonstrado ser bastante resistente, etc.

Contra riscos leves de cortes e atritos, são usados aventais de lona. Contra riscos mais sérios de cortes e atritos, tais como manuseio de chapas grandes com arestas cortantes, usam-se aventais de raspa de couro, kevlar e até de aço inox.

Apesar de simples, o uso de aventais não deve ser indiscriminado. Seu uso é totalmente condenável onde possam ser presos por peças de máquinas em movimento.

Uma característica imprescindível para todos os aventais é o tipo de cadarço para mantê-lo preso ao pescoço e a cintura. A resistência desses cadarços deve ser suficiente somente para manter o avental no corpo; deve quebrar-se facilmente se o avental enroscar, para não arrastar ou segurar o usuário.

Quando o risco são os mesmos, mas é todo ou quase o corpo que esta sujeita ao perigo, usam-se vestimentas especiais. Como exemplo as roupas anti chama para eletricista (arco elétrico) para atender a NR 10.

Normas Técnicas Estabelecidas pela Portaria n°. 48 de 25.03.03 da SIT/DSST/MTE

Vestimenta de SegurançaTipo Avental / Bata / Blusa / Blusão / Calça / Camisa / Capa / Capote / Casaco / Conjunto / Corpo Inteiro / Guarda-pó / Jaleco / Japona / Jaqueta / Jardineira / Macacão / Paletó,resistentes à água

Norma Técnica Riscos BS 3424/1982BS 1774/1961BS 3546/1974

Proteção contra umidade proveniente de operações com uso de água

Vestimenta de SegurançaTipo Avental / Bata / Blusa / Blusão / Calça / Camisa / Capa / Capote / Casaco / Conjunto / Corpo Inteiro / Guarda-pó / Jaleco / Japona / Jaqueta / Jardineira / Macacão / Paletó / Manga / Mangote / Braçadeira / Perneira / Capuz / Touca / Bonéde couro ou tecidoNorma Técnica Riscos

EN 470/1995BS 2653/1960

Proteção contra agentes abrasivos e escoriantes, para uso em soldagem e processos similares

Vestimenta de Segurança Tipo Avental de elos de aço

Norma Técnica Riscos EN 412/1993 Proteção contra agentes cortantes

Proteção para os membros superiores

Os membros superiores estão sujeitos a sofrer lesões no trabalho, mais que outras partes do corpo. Seus terminais - as mãos - são, no entanto, as partes mais freqüentemente afetadas por acidentes. Isto em virtude da participação constante e obrigatória das mãos no preparo ou execução do trabalho. Sem dúvida alguma, a proteção mais evidente para os membros superiores é a luva de segurança. Como implemento, existe ainda as mangas, os punhos e os cremes de segurança.

Assim, os seguintes itens devem ser levados em conta, quando da escolha do material adequado para esses EPIs:

- grau de proteção que requer o empregado (dedos, mãos, antebraço, braço);

- requisitos de sensibilidade para realizar determinados trabalhos;

- composição química das substâncias que o trabalhador vai manusear;

- condições de umidade e temperatura.

Para atender às exigências acima, existe uma série de materiais, tais como: couro, látex, neoprene, PVC policloreto de vinila, Kevlar, tecidos, malha de aço, etc., com características de resistência a golpes, cortes, abrasão, substâncias químicas, choque elétrico, etc.

Desta forma, se, por exemplo, tivermos que proteger as mãos de um trabalhador que manuseia objetos quentes e escoriantes a luva adequada deverá conter basicamente uma mistura de kevlar/couro.

O uso compulsório das mãos faz com que elas se exponham contundentes, abrasivas, cortantes, perfurantes, térmicas, químicas, etc.

Essas agressividades devem ser neutralizadas por luvas adequadas, específicas em alguns casos.

a) Trabalhos de solda – trabalhos de solda requerem luvas para proteção do soldador contra agressividade do calor, respingos incandescentes e do efeito da radiação UV e IV. São geralmente luvas de raspa de couro, com punhos que cobrem todo o antebraço. A proteção dos membros superiores do soldador deve estender-se, em certos casos, até cobrir os ombros, por meio de mangas adicionais que interliga na altura do ombro por meio de correias, ou pelo prolongamento do próprio punho.

b) Trabalho com materiais cortantes – luvas confeccionadas com materiais diversos podem sem empregados contra a agressividade de materiais cortantes, tais como chapas metálicas, vidros planos cortantes, peças metálicas com rebarbas e outros. Para certos trabalhos leves, luvas de lona de boa qualidade podem ser suficientes; para outros casos, em que necessária também isolação contra produtos líquidos, luvas de PVC policloreto de vinila dão bons resultados. Casos de arestas cortantes longas, como de chapa de aço, por exemplo, requerem luvas mais resistentes a cortes, por exemplo, luvas de grafatex. Luvas de couro ou raspa de couro também servem em muitos casos. Nos mais agressivos o couro pode receber reforços metálicos.

c) Trabalhos rudes – os mesmos tipos de luvas descritos no item b servem para proteger as mãos contra a agressividade de outros trabalhos rudes, como manuseio de peças rústicas, abrasivas, com pontas certas; mais leves ou mais pesadas, com ou sem reforço, com punho curto ou longo, etc.; a escolha pode ficar a juízo de quem tiver capacidade para discernir a respeito ou pode resultar de experiências na prática.

d) Trabalhos com produtos químicos líquidos – entre os líquidos com os quais as mãos podem ter contato durante a execução de muitos trabalhos, encontram-se alguns corrosivos, tais como ácidos ou solução de soda cáustica alergênicas, como muitos produtos petroquímicos, venenosos, como soluções contendo cianetos, etc., nesses casos usam-se luvas de PVC policloreto de vinila, látex, neoprene, nitrílicas, etc.

O mesmo princípio já citado de proteção dos braços e antebraços aplica-se nos casos de agressividades químicas.

e) Trabalhos em altas tensões – as luvas de eletricistas, para trabalhos em altas voltagens, são as que assumem maior responsabilidade na proteção do trabalhador. Elas não servem apenas para proteger as mãos, embora sirvam também para isso, mais protegem contra eletrocussão. São especiais em suas especificações. São de borracha de textura e espessura adequadas e devem proporcionar o mínimo requerido de flexibilidade para permitir o manuseio das ferramentas próprias dos profissionais que as usam.

Não devem ter quaisquer defeitos, arranhaduras, perfurações ou desgastes; para evitar tudo isso elas são usadas com luvas de vaqueta ou pelica sobrepostas.

Não devem ter contato com produtos químicos de qualquer espécie. Quando não estão em uso devem ser mantidas guardadas, de preferência em caixa de madeira, sem umidade, protegidas com talco.

Apesar do certificado de teste que possam apresentar, é recomendável que essas luvas sejam submetidas a ensaios antes de entrarem em serviço. Ensaios anuais também são recomendáveis. Dependendo da idade da luva ou se houver qualquer suspeita, devem-se efetuar ensaios mais freqüentes.

Mais uma vez, os braços e antebraços requerem proteção quando o trabalho os expõe ao risco de ter contato com linhas energizadas.

As luvas, assim como outros equipamentos, requerem conhecimento por parte do usuário. São elementares como EPI, mas é necessário conhecer seu emprego correto para se obter os melhores resultados de segurança. É necessário, entre outras coisas, saber quando o uso de luvas é contra-indicado, como por exemplo, nos trabalhos com certas máquinas, onde elas podem constituir grande risco.

Normas Técnicas Estabelecidas pela Portaria n°. 48 de 25.03.03 da SIT/DSST/TEM

Luva de Segurança à base de Borracha NaturalNorma Técnica Riscos

NBR 13393/1995 Proteção em atividades domésticas e industrias - contra agentes químicos e mecânicos

Luva de Segurança contra Agentes Abrasivos e Escoriantes – uso geral (couro e tecido)Norma Técnica Riscos

NBR 13712/1996 Proteção contra agentes abrasivos e escoriantes

Luva de Segurança contra Agentes Mecânicos Norma Técnica Riscos

EN 388/1994 Proteção contra agentes abrasivos, escoriantes, cortantes e perfurantes (abrasão, corte, rasgo e perfuração).

Luva de Segurança contra Agentes Químicos

Norma Técnica Riscos MT 11/1977EN 374/1994

Proteção contra agentes químicos

Luva de Segurança de Malha de Aço

Norma Técnica Riscos AFNOR NF. S.75-002/1987 Proteção contra agentes cortantes

Luva de Segurança Isolante de BorrachaNorma Técnica Riscos

NBR 10622/1989 Proteção contra choques elétricosDedeira de Segurança

Norma Técnica Riscos NBR 13599/1996 Proteção contra agentes abrasivos e

escoriantesManga de Segurança Isolante de Borracha

Norma Técnica Riscos NBR 10623/1989 Proteção contra choques elétricos

Cremes protetores para as mãos

A pele humana é formada de três camadas – protéica, lipídica e aquosa – constitui-se na principal barreira natural de proteção na atividade diária. É importante se considerar que o contato e/ou a exposição a agentes físicos ou químicos pode determinar a desnaturação da camada protéica, desestruturando a pele. Podem ocorrer reações entre agentes externos e as outras duas camadas, como hidrólise e saponificação de gorduras.

Ação do creme protetor

O contato constante com substâncias químicas agressivas remove o manto lipídico e celular da camada córnea da pele e ocasiona desta forma, o ressecamento da pele, rachaduras e sangramentos que dificultam as funções habituais.

O creme protetor age formando uma barreira protetora que impede a entrada de agentes químicos na pele. Eles têm a função de proteger a pele e não somente as mãos e braços. O creme protetor deve apresentar as seguintes características:

- não irritabilidade, nem sensibilização;

- proteção eficiente;

- facilidade de aplicação;

- permanência (devem resistir aos movimentos sem se desprender);

- compatibilidade com os diversos tipos de pele;

- facilidade de remoção.

Princípios básicos do creme

O princípio básico do creme de proteção é devolver a hidratação natural da pele, ou seja, manter a camada de gordura, que é a sua proteção natural, bem como formar uma barreira de proteção. Por isso, os cremes protetores são também conhecidos como cremes-barreira, uma espécie de barreira físico-química que impede a entrada de agentes químicos.

A pele faz a absorção do creme-barreira onde se dá sua ancoragem. As moléculas do creme formam uma rede que protege o organismo contra os agentes químicos.

Quando usar

- em toda situação na qual o trabalhador tiver contato com agente químico insalubre, é obrigatória a utilização deste EPI;

- o creme protetor oferece proteção nos mais diversos tipos de situações sem causar desconforto ocasionado pelo uso das luvas.

- o creme deve ser utilizado também sob luvas, pois, em situações em que o funcionário utiliza uma luva de algodão e manuseia uma peça oleada, por exemplo, o produto químico penetra pela luva e entra em contato com a pele.

- a própria luva pode ocasionar dermatite, como é o caso da luva de látex, nitrílica, de PVC policloreto de vinila ou borracha.

- o creme protetor deve seu utilizado em qualquer parte do corpo que tenha contato com o agente químico, e não só nas mãos e braços.

Na atividade da construção civil são freqüentes os procedimentos que envolvem o manuseio de produtos químicos. Como conduta de proteção, recomenda-se o uso de luvas ou cremes, estes nos casos em que as luvas possam oferecer riscos durante as operações.

Classificação

Os cremes de proteção são divididos, geral e mundialmente em três classificações. A legislação e os fabricantes de cremes brasileiros reconhecem a existência de três tipos enquadrados nos grupos:

- Grupo 1 ou A: água-resistentes – são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário, não são removíveis com água; os mesmos protegem a pele contra óleo emulsificados e solventes, líquidos refrigerantes, névoas e spray de banho alcalino, cimento, água, soluções aquosas e cal.

- Grupo 2 ou B: óleos-resistentes – são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário, não são facilmente removíveis na presença de óleos ou substâncias apolares; os mesmos protegem a pele contra óleo, graxas, tintas, negro de fumo e vários outros irritantes e não aquosos.

- Grupo 3 ou C: cremes especiais – são aqueles com indicações e usos definidos e especificados pelo fabricante. Os mesmos englobam os diferentes cremes que têm ação individual contra agentes físicos e químicos.

Seleção

Deve-se observar a conduta para seleção do creme de proteção ideal frente aos agentes químicos:

- Ensaio no próprio trabalhador, colocando o creme nas mãos e observando o comportamento.

- Ensaio laboratorial, que simula o contato entre o creme e o agente, fornecendo resultados imediatos e indicativos fiéis de comportamento, caracterizando se houve preservação da integridade e da uniformidade da barreira formada pelo creme.

Independentemente da classificação em grupo de atuação, do ensaio preditivo da eficiência da proteção e da verificação de reações prováveis, o laboratório é extremamente útil no controle dos cremes protetores, através de:

- Determinação das características físicas – pH, solubilidade, densidade, faixa de fusão, teor de voláteis;

- Concentração dos solutos e do solvente;

- Análise microbiológica, responsável por vezes pela identificação da queda de uniformidade do creme.

Além do aspecto estabilidade, a microbiologia torna-se importante para resguardar o trabalhador de riscos de contaminação bacteriana.

O cimento, a massa de cimento e o concreto, quando em contato freqüente com a pele dos trabalhadores sensíveis pode:

- Ressecar, irritar ou ferir a pele no local do contato, seja nas mãos, nos pés ou em qualquer local da pele onde a massa de cimento permanecer por certo tempo.

- Produzir reações alérgicas, e isto depende do contato do cimento com estas partes.

Se suas mãos ou pés estiverem feridos ou irritados após contato com o cimento faça o seguinte:

- Procure o serviço médico da empresa; se não existir procure o posto de saúde mais próximo da sua residência ou de seu trabalho.

- Nesta fase, evite o contato com cimento até as mãos ou os pés melhorarem.

- Use luvas e/ou botas.

A Dermatose ocorrida no serviço equipara-se ao acidente do trabalho.

Normas Técnicas Estabelecidas pela Portaria n°. 48 de 25.03.03 da SIT/DSST/MTE

Creme Protetor de SegurançaNorma Técnica Riscos

Portaria SSST nº. 26, de 29/12/1994

Proteção contra agentes químicos

Proteção dos membros inferiores

Os membros inferiores também necessitam de proteção contra condições ou agentes agressivos do trabalho. Os protetores para os pés são mais comuns por serem essas às partes dos membros inferiores mais atingidas pelos acidentes.

Os calçados usados pelos trabalhadores são classificados em três tipos:

- Calçados de proteção com biqueiras de resistência mínima de 100 J (joules);

- Calçados de segurança com biqueiras de resistência mínima de 200 J (joules);

- Calçados de trabalho, sem biqueiras.

Basicamente, todo calçado nacional é elaborado com produtos que geram grande resistência na fuga de correntes, sendo que o calçado antiestático é fabricado somente sob pedido.

Calçados de vários tipos são usados para proteger os pés contra impactos (principalmente de quedas de objetos), contra riscos ou desconforto térmico, contra produtos químicos, umidade, etc.

Contra queda de objetos pesados, o tipo de calçado recomendado é o conhecido como calçado de segurança, o que possui uma biqueira de aço capaz de resistir a fortes impactos, isentando os artelhos de ferimentos; existem calçados que, além da biqueira de aço, possuem protetores também de aço sobrepostos aos calçados, os protetores metatarsianos.

O calçado de segurança diferencia-se de um calçado comum, por fazerem parte de sua construção elementos que oferecem a proteção adequada. Assim se estamos falando do risco de queda de objetos sobre os artelhos dos pés, o elemento protetor, montado no calçado de segurança, é a biqueira de aço, que deve ser resistente ao impacto ou a compressão deles. Hoje se dá importância também a qualidade, o conforto, o design e a durabilidade.

Na construção civil, por exemplo, para inibição do risco de perfurações por pregos sob a palma do pé, o calçado de segurança vem acompanhado de uma palmilha de aço. Esta deve ter resistência à penetração, ainda que o usuário exerça todo o seu peso sobre o elemento agressivo (pontiagudo).

Quanto aos componentes dos calçados, devem ser observados alguns aspectos importantes.

Solados – existem solados de PU que apresentam uma resistência a derivados de petróleo, ácidos e bases não muito fortes. Os mesmos podem trabalhar com densidades menores sem perder abrasão e temperaturas altas e baixas. Os nitrílicos não apresentam absorção de hidrocarbonetos e resistem a altas temperaturas (450 graus por 3,5 min).

Cabedal – o tipo de construção do mesmo é fundamental para que o conjunto palmilha, cola, sola caracterize o tipo de calçado. A espessura do couro e características de flor são fundamentais para que o calçado resista à ação de diversos agentes físicos, mecânicos e químicos.

Contraforte – material que não se decomponha quando em contato com líquidos ou perca a rigidez quando estiver em contato com temperaturas mais elevadas.

Ilhoses – utilizar produtos que resistam à oxidação e que sigam os padrões quanto ao tamanho interno e externo. Utilizar ilhoses de gancho em áreas específicas em que tenha a necessidade da lingüeta fechada para proteção contra penetração de agentes químicos, óleos ou fagulhas.

Almas – em função da mudança acentuada do solado, principalmente do material de PVC para poliuretano poliéster, as almas não são exigidas. Em função das características de dureza e resiliência do PU, os calçados com espessura superior a 6 mm utilizam almas de polipropileno. As almas de aço estão sendo utilizadas somente em calçados de PVC e nitrílicos.

Palmilhas – utilizar sempre raspa cilindrada com esp. 2,5 mm. No processo strobel utiliza-se sintéticos e palmilhas higiênicas antifungos.

Couro – há alguns anos atrás o couro bovino utilizado para o calçado de segurança era aquele que não tinha saída para os curtumes. Atualmente, os fabricantes de couro têm divisões especificas para o desenvolvimento de couros para os calçados de segurança. As novas tecnologias possibilitam utilizar couros hidrofugados, emborrachados, alcalinos e convencionais.

Para se ter longevidade do calçado de couro, o indicado seria que o usuário tivesse dois pares, sendo que a cada três dias o mesmo trocasse o par, para que haja tempo de evaporação da umidade excessiva ocasionada pelo suor, dando ao couro condições de estabelecer características iniciais de durabilidade.

Algumas recomendações de fabricantes quanto a calçado de couro:

Armazenar em lugar arejado, sem incidência de calor;

Não armazenar por prazo superior a 360 dias;

Fazer manutenção periódica, escovando-o e engraxando-o;

Mantê-lo sempre limpo e seco a fim de aumentar sua vida útil;

Ao lavar o calçado deixe-o secar naturalmente, à sombra sem a incidência do sol ou calor artificialmente e engraxe-o em seguida;

Utilizá-lo em condições normais e adequadas para não perder a garantia de fábrica.

Contra produtos químicos agressivos, tais como ácidos, solução de soda cáustica, etc., as botas impermeáveis são as adequadas. As mesmas devem ser escolhidas de acordo com a necessidade, isto é, de acordo com o tipo de agressividade existente no trabalho.

Para isolação simples da umidade do piso é necessário ter tanto cuidado, sendo adequados mesmo os tipos mais leves. Às vezes simples galochas são suficientes.

As perneiras também têm sua importância, quando existem riscos de batidas, cortes, queimaduras para as pernas do trabalhador.

As perneiras, com algumas variações de detalhes, dimensões e material dos quais são feitas, são os protetores ordinários para as pernas.

São mais frequentemente usadas contra riscos de queimaduras, tanto em trabalhos de solda como em trabalhos de fundição e demais metalurgias pesadas.

De acordo com o risco, as perneiras cobrem só a perna ou chegam até a coxa. As longas são mais empregadas em trabalhos com produtos químicos, líquidos e corrosivos. Em todos os casos há sempre uma pala sobre os pés, protegendo contra a entrada de materiais agressivos pelas possíveis frestas do calçado.

Apesar de ser equipamento simples, também requer escolha criteriosa e uso adequado para satisfazer plenamente ao objetivo da segurança.

Normas Técnicas Estabelecidas pela Portaria n°. 48 de 25.03.03 da SIT/DSST/MTE

Calçados de SegurançaNorma Técnica Riscos

NBR 12594/1992EN Proteção contra impactos de quedas de

344/1992 Antiestático, condutivo, isolamento ao frio, contra calor de contato, contra óleos e combustíveis

objetos sobre os artelhos / contra choques elétricos / contra agentes térmicos / contra agentes cortantes e escoriantes / contra umidade proveniente de operações com uso de água / contra respingos de produtos químicos

Calçados de Segurança Impermeáveis Construídos em materiais Elastoméricos e Poliméricos (Borracha / PU / PVC)Norma Técnica Riscos

EN 345/1992EN 347/1992BS 5145/1989

Proteção contra umidade proveniente de operações com uso de água / contra respingos de produtos químicos / contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos / contra agentes térmicos / contra agentes cortantes e escoriantes

Proteção contra quedas

As quedas em trabalhos de altura, principalmente em construção civil, representam a maior causa de mortalidade por acidentes não apenas no Brasil, mas provavelmente em todo o mundo. As medidas de proteção coletivas contra quedas de altura são obrigatórias e prioritárias. Em local onde isso não for possível, o trabalhador deve usar o cinto de segurança do tipo pára-quedista.

Para um acidente ocorrer, muitos são os fatores desencadeantes, em especial no caso de quedas em altura, destacamos:

• Grau de compreensão dos trabalhadores;• Valores e cultura dos trabalhadores (não visualizam o risco);• Problemas de saúde dos trabalhadores que os tornam inaptos a este tipo de trabalho (epilepsia,

dependência química, hipertensão, diabetes, labirintite, etc.);

• Equipamentos de Proteção Individual (EPI) incômodos (pesados, difíceis de montar, não utilização de EPIs adequados, etc.);

• Equipamento de fixação de EPIs mal dimensionados e que dificultam o trabalho (mal instalados, faltando partes, inexistentes nos pontos de passagem e transferência);

• Falta de qualificação dos trabalhadores (falta de treinamento, orientações, etc.);• Falta de qualificação da supervisão (falta de conhecimento de tipos de superfícies, telhas,

passagem de cabos, primeiros socorros, retiradas de emergência);• Questão ergonômica (excesso de jornada de trabalho que exige esforço físico, concentração e

constante preocupação – fadiga que induz a erros de apreciação e falhas).

Os cinturões de segurança, em contraposição a todos os EPIs até agora vistos, não têm a finalidade de proteger uma determinada parte do corpo humano de modo específico. São utilizados, quando empregados corretamente, para inibir riscos manifestados sob a forma de quedas do solo ou outro nível inferior.

Dependentes da sustentação do trabalhador se são estática ou dinâmica, existem dois tipos de cinturões adequados a essas situações.

Para a sustentação estática usa-se o cinturão com talabarte, que possibilita o apoio do trabalhador, para a realização de seu trabalho, além de oferecer proteção contra quedas. É o caso, por exemplo, da manutenção em linhas de transmissão elétrica ou ainda em redes telefônicas.

Se a finalidade é apenas aparar a queda, o cinturão com corda, é o tipo mais indicado. Neste caso o cinturão só será solicitado em caso de acidente. A corda presa nas costas do indivíduo forçará o corpo a dobrar-se no sentido normal para frente, evitando maior esforço ou impacto na espinha dorsal da pessoa.

O cinto de segurança tipo abdominal somente deve ser utilizado em serviços de eletricidade em situações que funcione como limitador de movimentação.

O cinto de segurança tipo pára-quedistas deve ser utilizado em atividades a mais de 2 m de altura do piso, nas quais haja risco de queda do trabalhador.

O cinto de segurança deve ser dotado de dispositivo trava-quedas e estar ligado a cabo de segurança independente da estrutura de queda por ex. andaime.

Os cintos de segurança tipo abdominal e pára-quedistas devem possuir argolas e mosquetões de aço forjado, ilhoses de material não ferroso, fivela de aço forjado ou material de resistência e durabilidade equivalentes.

Recomendações importantes:

- Antes de cada utilização, convém fazer um exame visual detalhado, assegurando assim que o cinto encontra-se em perfeito estado de utilização.

- Sempre que possível, recomenda-se que o cinto tenha o mesmo usuário com fim de limitar os ajustes e controlar a freqüência de uso.

- Selecione sempre um ponto de ancoragem que esteja acima da argola dorsal, descartando qualquer estrutura cuja resistência seja duvidosa. Utilize preferencialmente os pontos de ancoragem estruturais previstos para este, ou outros cuja resistência seja maior que 2.250 kg (por trabalhador).

- Todo cinto que tenha sofrido uma queda, deve ser destruído.

- Durante o uso, tente tomar todas as precauções para proteger o cinto dos perigos inerentes e as intervenções realizadas (queimaduras, cortes, ataques químicos, etc.).

- Nenhuma modificação será feita no cinturão com relação as costuras, as fitas e as argolas.

A conservação e limpeza são importantes. Deve-se limpar com água e sabão neutro; em caso algum utilizar dissolventes ácidos ou bases fortes. Deixe secar em lugar ventilado e na sombra.

Observações: Deve ser garantido ao trabalhador, o treinamento sobre a correta utilização do cinto de segurança e torná-lo obrigatório nas atividades a mais de 2,00 m (dois metros) de altura do piso de trabalho.O trabalhador também deverá ser informado sobre as condições de trabalho, o meio ambiente de trabalho assim como os riscos inerentes a esta função específica.

Normas Técnicas Estabelecidas pela Portaria n°. 48 de 25.03.03 da SIT/DSST/MTE

Cinturão tipo Abdominal c/ talabarte de segurança

Norma Técnica Riscos NBR 11370/2001 Proteção contra risco de queda no

posicionamento em trabalhos em alturaCinturão Tipo Pára-quedista c/ talabarte de Segurança

Norma Técnica Riscos NBR 11370/2001 Proteção contra risco de queda em

trabalhos em altura

Exemplo de EPIs indicados por função na indústria da construção civil:

A relação abaixo mostra, para as funções que os empregados executam na obra, quais os EPIs indicados:

• administração em geral - calçado de segurança; • almoxarife – calçado de segurança, luva de raspa; • armador - óculos de segurança contra impacto, avental de raspa, mangote de raspa, luva de raspa, calçado de segurança; • azulejista - óculos de segurança contra impacto, luva de PVC, látex ou nitrilica; • carpinteiro - óculos de segurança contra impacto, protetor facial, avental de raspa, luva de raspa, cinto de carpinteiro; calçado de segurança; • carpinteiro (serra) - máscara descartável, protetor facial, avental de raspa, cinto de carpinteiro, calçado de segurança; • eletricista - óculos de segurança contra impacto, roupa anti- chama, luva de borracha para eletricista, luva de cobertura, calçado de segurança, cinturão de segurança para eletricista; • encanador - óculos de segurança contra impacto, luva de PVC, látex ou nitrilica, calçado de segurança; • equipe de concretagem - luva de raspa, luva de PVC, látex ou nitrilica, calçado de segurança; • equipe de montagem (grua torre, guincho, montagens) - óculos de segurança - ampla visão, máscara semi facial, protetor facial, avental de PVC, luva de PVC, látex ou nitrilica, calçado de segurança; • operador de betoneira - óculos de segurança - ampla visão, máscara semi facial, protetor facial, avental de PVC, luva de PVC, látex ou nitrilica, calçado de segurança; • operador de compactador - luva de raspa, calçado de segurança; • operador de empilhadeira – luva de algodão tricotada com pigmento, calçado de segurança, colete refletivo; • operador de guincho - luva de raspa, calçado de segurança; • operador de máquinas móveis e equipamentos - luva de raspa, calçado de segurança; • operador de martelete - óculos de segurança contra impacto, máscara semi facial, máscara descartável, avental de raspa, luva anti vibração, luva de raspa, calçado de segurança;

• operador de policorte - máscara semi facial, protetor facial, avental de raspa, luva de raspa, calçado de segurança; • pastilheiro - óculos de segurança - ampla visão, luva de PVC, látex ou nitrilica, calçado de segurança; • pedreiro - óculos de segurança contra impacto, luva de raspa, luva de PVC, látex ou nitrilica, botas impermeáveis, calçado de segurança;

• pintor - óculos de segurança - ampla visão, máscara semi facial, máscara descartável, avental de PVC, luva de PVC, látex ou nitrilica, calçado de segurança; • poceiro - óculos de segurança - ampla visão, luva de raspa, luva de PVC, látex ou nitrilica, botas impermeáveis, calçado de segurança; • servente em geral - calçado de segurança, (deve sempre utilizar os equipamentos correspondentes aos da sua equipe de trabalho); • soldador - óculos para serviços de soldagem, máscara para soldador, escudo para soldador, máscara semi facial, protetor facial, avental de raspa, mangote de raspa, luva de raspa, perneira de raspa, calçado de segurança; • vigia - colete refletivo.

Nota: os EPIs grifados são de uso eventual; os demais, de uso obrigatório.

Observações: • o capacete é obrigatório para todas as funções;

• a máscara facial completa deve ser utilizada pelos trabalhadores cuja função apresentar necessidade de proteção facial e respiratória, em atividades especiais; • o protetor auricular é obrigatório a qualquer função quando exposta a níveis de ruído acima dos limites de tolerância da NR 15; • a capa impermeável deve ser utilizada pelos trabalhadores cuja função requeira exposição a garoas e chuvas;

• o cinturão de segurança tipo pára-quedista deve ser utilizado pelos trabalhadores cuja função obrigue a trabalhos acima de 2m de altura; • o cinto de segurança limitador de espaço deve ser utilizado pelos trabalhadores cuja função exigir trabalho em beiradas de lajes, valas etc.;

- o creme protetor deve ser utilizado pelos trabalhadores cuja função se já necessário.

EPC

• É toda medida ou dispositivo, sinal, imagem, som, instrumento ou equipamento destinado à proteção de uma ou mais pessoas.

• É utilizado para prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho, a ciência e as tecnologias colocam à nossa disposição uma série de medidas e equipamentos de proteção coletiva.

• As medidas e os equipamentos de proteção coletiva visam, além proteger muitos trabalhadores ao mesmo tempo, à otimização dos ambientes de trabalho, destacando-se por serem mais rentáveis e duráveis para a empresa.

• O equipamento de proteção coletiva serve para neutralizar a ação dos agentes ambientais, evitando acidentes, protegendo contra danos à saúde e a integridade física dos trabalhadores.

• Exs.• Ventilação / exaustão • Enclausuramento acústico• Proteção das partes móveis de máquinas e equipamentos• Sinalização de segurança• Extintores de incêndio

• Cabina de pintura• possui tripla cortina d´água

• Constituída de câmara desmontável com painéis de aço parafusados entre si, possui cortina frontal removível, para fácil acesso à câmara de lavagem e à bateria de bicos pulverizadores, incorporando tripla cortina d´água com bico de náilon de alto impacto e tanque superior com nivelamento da cortina d´água independente. Dispõe de elementos filtrantes para proteção da bomba de entupimentos, controle de nível do tanque inferior externo à cabina para evitar desregulagem da bóia por impregnação de tinta e defletores (water blaffes) para retenção de gotículas, sem quebra de pressão. Conta com exaustor tubo-axial com motor blindado TFVE, acoplado externamente.

• CORTINA DE SOLDA proteção para os mais diversificados ambientes de trabalhos e processos de soldagem. A cortina de solda GW Escudo possui alta resistência, de fácil colocação, protege ambientes externos a exposição de raios UV emitidos durante a soldagem e respingos de solda (respingos não aderem na cortina). Ideal para isolar e demarcar os locais de processo de solda. Permite total integração entre soldador e equipe (Visibilidade da execução do processo). Confeccionada em material antichamas e retardo de propagação. Minimiza a claridade causada pelos raios no processo de soldagem.

• Proteção para processos de soldagem a arco elétrico em diversas amperagens. • Nas cores laranja ou verde • Proteção contra radiações nocivas do processo de soldagem. • Fabricado com material com retardo de propagação

• Maior espessura 0,4 mm • Alta durabilidade • Medida 1,22 x 1,78 m

• Limpeza e organização dos locais de trabalho.Isolamento ou afastamento de máquina muito ruidosa.Colocação de aterramento elétrico nas máquinas e equipamentos.Proteção nas escadas através de corrimão, rodapé e pastilha antiderrapante.Instalação de avisos, alarmes e sensores nas máquinas, nos equipamentos e elevadores.SAÍDA DE EMERGÊNCIA

• Limpeza ou substituição de filtros e tubulações de ar-condicionado.Instalação de pára-raios.Iluminação adequada.Colocação de plataforma de proteção em todo o perímetro da face externa dos prédios nas obras de construção, demolição e reparos. *manual do sindusconIsolamento de áreas internas ou externas com sinalização vertical e horizontal.

Conclusão:

Apesar de todo o desenvolvimento da tecnologia e a velocidade na transferência do conhecimento, temos que ter como foco principal o desenvolvimento de profissionais ligados à prevenção dando ênfase aos EPC-EPI, aos aspectos de projeto, tecnologia, design, uso, regulamentação, especificação e manutenção.

A gama de EPC-EPI colocados atualmente à disposição do mercado, o nível de especificidade de uso de cada um deles, o arcabouço jurídico desenvolvido para responsabilizar governos, fabricantes, empresas, entidades e trabalhadores pelas praticas seguras de labor foram fundamentais para alcançar o patamar geral de proteção que temos hoje.

É preciso agora difundir com maior ênfase a cultura de prevenção destinada a todas às partes do corpo humano do trabalhador.

Os usuários desses EPC-EPI têm necessidade de esclarecimentos especiais sobre a importância desse tipo de proteção, e mesmo de treinamento, que deve ser providenciado pelo serviço de segurança, em conjunto com o setor especializado em treinamento e ministrado preferencialmente pelos próprios supervisores dos empregados.

Cabe às pessoas responsáveis pela adoção e determinação do uso de proteções, considerarem que o ser humano sempre terá uma resistência natural ao uso dos EPC-EPI oferecidos, mesmo sabendo que será utilizado para a sua proteção, por isso se torna fundamental o envolvimento e a participação do maior número de trabalhadores quanto à decisão da proteção ideal.Isso gera, inclusive, um compromisso por parte deles, que muito mais facilmente compreenderão a necessidade de acatar uma determinação para uso das proteções.

Alguns outros EPC-EPI poderiam ser citados. Muitos detalhes deixam de ser relatados, pois esse não é um trabalho que visa esgotar o assunto. Contudo, os principais foram apresentados e o conhecimento destes, aliado ao bom senso de quem irá determinar o uso do EPC-EPI, é suficiente para que se consigam resultados satisfatórios contra agressividade dos acidentes ou doenças ocupacionais.

Os serviços de segurança devem ter autoridade para determinar o uso dos equipamentos adequados que os diversos riscos requeiram. O mesmo serviço deve instruir trabalhadores e supervisores quanto ao uso adequado dos EPC-EPI. Deve preparar treinamento, emitir instruções e fiscalizar o seu uso correto. Deve também participar direta ou indiretamente do controle, reparos, conservação e descarte dos mesmos.

Referências:

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego, Normas Regulamentadoras (NR).

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ILO – International Labour Organization, Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.

OIT – Organização Internacional do Trabalho.

OMS - Organização Mundial da Saúde.

MTASE - Ministério de Trabajo y Assuntos Sociales da Espanha.

NTI - Normas Técnicas Internacionais diversas, EN, NIOSH, OSHA, NFPA.

Revistas especializadas dos Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Anotações de diversos cursos, congressos, seminários, seminários e palestras; A+A (Alemanha), Discovery (EUA) e FISP (Brasil).

Fundacentro - Livros, manuais, CDs e fitas VHS.

MT - Monografias e teses de mestrado de diversas Universidades Brasileiras.

Leonidio Francisco Ribeiro Filho - Equipamentos de Proteção Individual.