disciplina - proead · causados pelo atual modelo de desenvolvimento econômico. ações humanas e...

Maria das Graças Ouriques Ramos

Márcia Rejane de Queiroz Almeida Azevedo

Ecossistemas BrasileirosD I S C I P L I N A

Sustentabilidade

Autoras

aula

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Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

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Coordenadora Institucional de Programas Especiais – CIPE

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Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

Divisão de Serviços TécnicosFicha catalográfi ca elaborada pela Biblioteca Central – UEPB

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS) – UFRN

577

R175e

Ramos, Maria das Graças Ouriques.

Ecossistemas Brasileiros/ Maria das Graças Ouriques Ramos, Márcia Rejane de

Queiroz Almeida Azevedo. – Campina Grande; Natal: EdUEPB; EDUFRN Editora da

UFRN, 2010.

248 p. il.

ISBN 978-85-7879-049-3

1. Ecossistemas - Brasil. 2. Biodiversidade. 3. Equilibro Ecológico I. Azevedo, Márcia

Rejane de Queiroz Almeida II. Título.

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Apresentação

Após termos aprendido sobre o equilíbrio ecológico, onde os seres vivos em seu dinamismo interagem entre si e com o meio ambiente em uma sinfonia perfeita; vamos agora estudar o desequilíbrio ecológico e as modifi cações ocorridas no meio ambiente

causados pela intervenção humana, que através de suas ações danosas e impensadas, em busca do desenvolvimento econômico, tem preocupado muitas pessoas ao redor do mundo. Vamos ver também que muitas ações vêm sendo desenvolvidas por cientistas, grupos de pesquisa, entidades, empresas e governos, entre outros, para minimizar ou reverter os impactos causados pelo desenvolvimento econômico e buscando o desenvolvimento sustentável.

ObjetivosAo fi nal desta aula esperamos que você seja capaz de:

Entender o que é sustentabilidade e como podemos alcançá-la;

Conhecer os principais impactos causados no meio ambiente;

Identifi car as ações para a promoção do desenvolvimento sustentável;

Conhecer fontes alternativas de energia utilizadas para diminuir os impactos causados pelo aquecimento global;

Entender que cada um de nós é responsável e que devemos dar a nossa contribuição para preservar os recursos naturais do planeta, sob pena de extinguirmos a nós mesmos.

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Começando a nossa aula...Vamos iniciar falando um pouco sobre quando começou a preocupação com o meio

ambiente, e também quando se iniciaram as buscas por um desenvolvimento sustentável ou pela sustentabilidade.

Surgimento do discurso da sustentabilidade e da consciência ambiental

A consciência ambiental surgiu nos anos de 1960 com o livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson, e se expandiu nos anos de 1970, depois da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, em 1972. Naquele

momento é que foram assinalados os limites da racionalidade econômica e os desafi os da degradação ambiental ao projeto civilizatório da humanidade.

Na percepção da crise ecológica foi sendo confi gurado um conceito de ambiente como uma nova visão de desenvolvimento humano, que reintegra os valores potenciais da natureza, as externalidades sociais, os saberes subjugados e a complexidade do mundo negada pela racionalidade mecanicista, simplifi cadora, unidimensional e fragmentadora que conduziu ao processo de modernização.

A degradação ambiental se manifesta como sintoma de uma crise de civilização, marcada pelo modelo de modernidade regido pelo predomínio do desenvolvimento da razão tecnológica sobre a organização da natureza (LEFF, 2001).

O princípio de sustentabilidade surge no contexto da globalização como a marca limite e o sinal que reorienta o processo civilizatório da humanidade. A crise ambiental veio questionar a racionalidade e os paradigmas teóricos que impulsionaram e legitimaram o crescimento econômico, negando a natureza.

O termo desenvolvimento sustentável foi utilizado pela primeira vez, em 1983, por ocasião da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU. Presidida pela então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brudtland, essa comissão propôs que o desenvolvimento econômico fosse integrado à questão ambiental, estabelecendo-se, assim, o conceito de “desenvolvimento sustentável”.



Eco 92

Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada de 3 a 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro. Cujo objetivo principal foi buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.

Social Econômica

Ambiental

Sócio-econômica

Sócio-ambiental

Econômico-ambiental

Sustentável

Os trabalhos foram concluídos em 1987, com a apresentação de um diagnóstico dos problemas globais ambientais, conhecido como “Relatório Brundtland”. Na Eco-92 (Rio-92), essa nova forma de desenvolvimento foi amplamente difundida e aceita, e o termo ganhou força. Nessa reunião, foram assinados a Agenda 21 e um conjunto amplo de documentos e tratados cobrindo biodiversidade, clima, fl orestas, desertifi cação e o acesso e uso dos recursos naturais do planeta.

“O conceito de sustentabilidade ambiental refere-se às condições sistêmicas segundo as quais, em nível regional e planetário, as atividades humanas não devem interferir nos ciclos naturais em que se baseia tudo o que a resiliência do planeta permite e, ao mesmo tempo, não devem empobrecer seu capital natural, que será transmitido às gerações futuras”. (MANZINI & VEZZOLI, 2005.)

A dimensão correta da sustentabilidade é o desenvolvimento de atividades economicamente viáveis, socialmente justas e ecologicamente corretas (Figura 1). Essa defi nição carrega uma nova percepção do que seja sustentável para o futuro de nossa espécie. Através dela fi ca claro que se não atendermos aos três aspectos, econômico, social e ambiental, não seremos sustentáveis para nós,para o meio ambiente e para o planeta.

Figura 1 – Dimensões da sustentabilidade

Para que possamos alcançar o objetivo de desenvolvimento sustentável precisamos empreender determinadas ações como:

» Utilizar racionalmente os recursos naturais;

» Combater o desmatamento ilegal de matas e fl orestas;

» Combater a ocupação irregular em regiões de mananciais;

» Fazer coleta seletiva de lixo;



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» Reciclar;

» Descartar substâncias contaminantes (baterias de celulares, pilhas, etc.) em locais apropriados;

» Tratar os efl uentes domésticos e industriais;

» Gerar energia limpa;

» Diminuir a utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel) e substituí-los por biocombustíveis;

» Utilizar técnicas agrícolas que não prejudiquem o meio ambiente;

Para você o que é desenvolvimento sustentável?

Pesquise sobre a “Eco 92” ou “Rio 92” e faça uma síntese sobre as propostas elaboradas com fi ns a sustentabilidade do Planeta.



Continuando a nossa aula...Como já sabemos como, quando e onde surgiu a preocupação com o meio ambiente e

com o futuro do planeta, vamos agora estudar alguns impactos ambientais e desequilíbrios causados pelo atual modelo de desenvolvimento econômico.

Ações humanas e Impactos Ambientais

O impacto ambiental ou a degradação ambiental é a alteração do meio ou em algum de seus componentes resultado de acidentes naturais ou decorrentes de ações ou atividades desenvolvidas pelo homem.

Os principais impactos ambientais da atualidade são:

» A Devastação das fl orestas que ocorre com conseqüência das ações de:

– Extração da madeira para fi ns comerciais;

– Instalação de projetos agropecuários;

– Implantação de projetos de mineração;

– Construção de usinas hidrelétricas;

– Propagação do fogo resultante de incêndios.

» Os Impactos ambientais em ecossistema agrícolas tais como:

– Poluição da água e do solo e contaminação de alimentos pelo uso de agrotóxicos;

– Erosão;

– Compactação do solo pelo uso de maquinário pesado

» A potencialização do Efeito Estufa;

» A Destruição da camada de ozônio;

» A descarga de efl uentes domésticos, industriais e hospitalares sem tratamento nos solos e nos recursos hídricos;



» O descarte de resíduos sólidos de variadas fontes e toxicidades, sem tratamento, em lugares inadequados, etc.

Iniciaremos o nosso estudo falando sobre um dos principais problemas da atualidade, o aquecimento global (potencialização do efeito estufa), que é resultado principalmente da queima de combustíveis fósseis, principal fonte de energia utilizada em vários países do mundo e em vários setores. Logo em seguida mostraremos as alternativas para a sustentabilidade energética do mundo.

Aquecimento globalMuito se tem falado ultimamente sobre o aquecimento global. Mas o que signifi ca? Qual

a sua infl uência sobre nós e sobre o planeta? Quais as causas? O que podemos fazer para combatê-lo?

O aquecimento global está diretamente relacionado ao chamado efeito estufa que é um fenômeno natural que ocorre no planeta Terra. É ele que mantém a temperatura em condições ideais para a sobrevivência das espécies que a habitam; mantendo a Terra aquecida ao impedir que os raios solares sejam refl etidos para o espaço e que o planeta perca seu calor. Caso não existisse, a temperatura da superfície seria cerca de 34°C mais baixa, praticamente impedindo a vida na Terra.

O fenômeno natural ocorre da seguinte maneira:

Os raios solares ao serem emitidos para a Terra têm dois destinos: parte deles (65%) são absorvidos e transformados em calor, mantendo o planeta quente; outra parte (35%) são refl etidos e direcionados ao espaço, como radiação infravermelha. Esse fenômeno ocorre porque a Terra possui uma camada de gases que a circunda onde alguns deles refl etem e outros absorvem os raios solares que incidem sobre ela. Aqueles que têm a capacidade de absorver e reter o calor do sol na atmosfera são denominados gases do efeito estufa (dióxido de carbono (CO2); metano (CH4); clorofl uorcarbonetos (CFC) e óxido nitroso (N2O)). Portanto, o Efeito Estufa consiste, basicamente, na ação do dióxido de carbono e outros gases sobre os raios infravermelhos refl etidos pela superfície da terra, reenviando-os para ela, mantendo assim uma temperatura estável no planeta.

Após a Revolução Industrial (meados do Século XVIII) a concentração dos gases de efeito estufa aumentou, fruto do aumento populacional e das atividades humanas: indústria, agricultura, transportes e energia entre outros.

Alguns gases, como o CO2 (dióxido de Carbono), criam uma espécie de barreira, exatamente igual a uma estufa, daí o nome do efeito. Essa barreira deixa passar livremente os raios solares, mas impede que o calor saia.



Uma parte da radiação solar é refletida de

volta para o espaço.

A radiação solar atravessa a atmosfera.

A maior parte da radiação é absorvida

pela superfície terrestre e aquece-a.

Outra parte da radiação infravermelha é refletida pela superfície da Terra mas não

consegue deixar a atmosfera.Ela é refletida novamente em

direção à Terra e de novo absorvida pela camada de

gases que envolve a atmosfera.

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Um aumento no nível de CO2 na atmosfera aumentará a quantidade de calor aprisionado. Esse aumento de temperatura pelo efeito estufa é a causa primária do fenômeno do aquecimento global.

O CO2 é responsável por cerca de 64% do efeito estufa e é formado pela queima incompleta dos combustíveis fósseis, entre eles, o petróleo, gás natural, carvão e a desfl orestação.

Veremos através da Figura 2, a seguir, o esquema do efeito estufa provocado pelo homem.

Figura 2 – Efeito estufa provocado pela ação antrópica.

Nas ultimas décadas, contudo, a concentração natural desses gases isolantes tem sido aumentada demasiadamente pela ação do homem, através da queima de combustíveis fósseis, do desmatamento e pela ação das indústrias. O aumento dessa camada está fazendo com que parte desses raios, não consiga voltar para o espaço, provocando uma elevação na temperatura de todo o planeta, o aquecimento global. Por isso, o nome estufa é usado para descrevê-lo.

Na verdade, o verdadeiro problema não é o efeito de estufa, mas sim, o reforço do efeito de estufa natural, que poderá aumentar a temperatura média da Terra.

Os efeitos mais devastadores - e também os mais difíceis de ser previstos – pelo aumento da temperatura no planeta - seriam os efeitos na biodiversidade. Muitos ecossistemas são delicados, e a mais sutil mudança pode matar várias espécies, assim como quaisquer outras que delas dependam. A maioria dos ecossistemas é interconectada, então a reação em cadeia dos efeitos seria imensurável.

Vários cientistas apontam que esse aumento poderá ocasionar dentre outros:



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» Derretimento das calotas polares que ocasionará aumento no nível dos oceanos e causarão inundações em cidades litorâneas.

» Mudança nos regimes de chuvas, podendo chover menos em determinadas regiões e mais em outras.

» Tufões, furacões, maremotos e enchentes poderão ocorrer com mais intensidade.

» Doenças que hoje são tipicamente de regiões tropicais como a malária e a febre amarela poderão atingir regiões onde hoje não são encontradas.

» A agricultura será seriamente afetada, isto porque a agricultura depende muito do clima, com a mudança, estas regiões que hoje são propicias para a pratica da agricultura, poderão se tornar áridas.

» Aquecimento das Grandes Cidades. Com o aumento do efeito estufa, essas temperaturas vão subir mais do que são hoje, o que poderá afetar a saúde da população.

» Falta de Energias. Países como o Brasil, que tem na energia hidrelétrica sua maior fonte de energia, poderão sofrer com a falta de chuvas, o que acarretará menos águas nos reservatórios.

» Extinção de espécies animais e vegetais, Desertifi cação.

» Grandes Incêndios. Com o aquecimento da terra, os grandes incêndios fl orestais vão se tornar cada vez mais comuns.

Diferencie o efeito estufa natural, do efeito estufa promovido pelas ações humanas.

Qual a importância do efeito estufa natural para o planeta?

Como foi visto, o aumento da temperatura do planeta poderá ocasionar desequilíbrios em vários ecossistemas. Dentre as modifi cações citadas no texto, você consegue identificar no presente algumas dessas modifi cações ou impactos no meio ambiente?



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Dando continuidade a nossa aula....

Todos os aspectos da nossa vida diária envolvem o uso de energia: o transporte, a indústria, a produção de alimentos, o abastecimento de água, entre muitos outros. Para esses fi ns, os combustíveis fósseis, tais como o petróleo, o carvão e o gás natural são

os mais empregados. Vimos que estas fontes de energia deverão ser substituídas por outras que sejam limpas e que não tragam impactos para o meio ambiente e não comprometa a vida na Terra.

Diante do que já foi visto resta-nos agora estudar as fontes alternativas de energia para que possamos continuar nos desenvolvendo sustentavelmente.



Figura 3 – Aerogeradores

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Fontes alternativas de energiaAs fontes alternativas de energia que vamos estudar são:

1) Energia eólica;

2) Energia solar;

3) Bioenergia (Energia de biomassa);

Energia EólicaA Energia Eólica é a energia que provém do vento. É renovável, limpa e utilizada para

substituir fontes de combustíveis fósseis, auxiliando na redução do efeito-estufa. É considerada hoje uma das mais promissoras fontes naturais de energia. Na atualidade, utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores - grandes turbinas colocadas em lugares de muito vento (Figura 3). Essas turbinas têm a forma de um cata-vento ou um moinho. Um aerogerador é um dispositivo que aproveita a energia eólica e a converte em energia elétrica.

Com a atual crise energética as perspectivas de utilização da energia eólica são cada vez maiores no panorama energético geral, pois apresentam um custo reduzido em relação a outras opções de energia.

Embora o mercado de usinas eólicas esteja em crescimento no Brasil, ele já movimenta 2 bilhões de dólares no mundo. Existem 30 mil turbinas eólicas de grande porte em operação no mundo, com capacidade instalada da ordem de 13.500 MW.



A energia eólica pode garantir 10% das necessidades mundiais de eletricidade até 2020. Pode reduzir a emissão global de dióxido de carbono na atmosfera em mais de 10 bilhões de toneladas.

Os campeões de uso dos ventos são a Alemanha, a Dinamarca e os Estados Unidos, seguidos pela Índia e a Espanha.

No Brasil, a participação da energia eólica na geração de energia elétrica ainda é pequena. O estado do Ceará destaca-se por ter sido um dos primeiros locais a realizar um programa de levantamento do potencial eólico, que já é consumido por cerca de 160 mil pessoas.

Em setembro de 2003 havia apenas 6 centrais eólicas em operação no País, perfazendo uma capacidade instalada de 22.075 kW. Entre essas centrais, destacam-se Taíba e Prainha, no Estado do Ceará, que representam 68% do parque eólico nacional. Outras medições foram feitas também no Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, litoral do Rio de Janeiro e de Pernambuco e na ilha de Marajó. A capacidade instalada no Brasil é de 20,3 MW, com turbinas eólicas de médio e grande porte conectadas à rede elétrica.

Energia solarO Sol é uma poderosa fonte de energia. A energia solar é a fonte principal de vida na

Terra e é a origem da maioria das fontes de energia renováveis: energia eólica, hidrelétrica, da biomassa e das ondas e correntes marinhas.

A energia solar absorvida pela Terra em um ano é equivalente a 20 vezes a energia armazenada em todas as reservas de combustíveis fósseis no mundo e dez mil vezes superior ao consumo atual.

De acordo com a revista ERA SOLAR nº. 98, a energia solar pode ser aproveitada de diversas maneiras. Além das formas simples empregadas para secar produtos, esquentar água ou aquecer edifícios (o que é conhecido como energia térmica solar) pode-se utilizar a energia do sol para produzir eletricidade (eletricidade solar ou energia fotovoltaica).

Pode-se obter calor mediante coletores térmicos e eletricidade por meio de células fotovoltaicas (Figura 4), apesar dos processos terem diferentes tecnologias e aplicações. Fotovoltaica é a energia solar gerada por células fotoelétricas, capazes de transformar a luz em um potencial elétrico sem sofrer um efeito térmico (aproveita-se entre 9% e 14% da energia do Sol). Por outro lado, a energia térmica é obtida com coletores solares ou placas solares térmicas, que transformam em calor cerca de 40% a 60% da matéria-prima recebida.



Figura 4 – Painel fotovoltaico

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O coletor solar (Figura 5) é composto por tubulações ou superfícies de cobre unidas entre si por canais paralelos de menor diâmetro. Estes últimos levam aletas de cobre que transmitem o calor para o tubo pelo qual circula um fl uido (normalmente água com anticongelante) que o transporta. Para atingir maior rendimento, todo o conjunto é apoiado sobre uma lâmina de cobre escurecida que absorve a energia. Todo este conjunto é introduzido em uma caixa, com um cristal na face superior e um isolamento na face inferior, que diminui a perda de energia para o exterior. Estima-se que um sistema de quatro metros quadrados de placa solar e um boiler (200 litros) da energia gerada é sufi ciente para cobrir o consumo de água quente de uma família de quatro pessoas.

Figura 5 – Coletor solar

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A energia solar fotovoltaica é uma solução para o problema da eletrifi cação rural por suas vantagens em relação a outras alternativas. Não contamina nem produz ruídos, não precisa de combustível nem de manutenção e, embora com menor rendimento, os sistemas solares funcionam também nos dias nublados, captando a luz fi ltrada através das nuvens.



Watt (W) - É a unidade em sistema internacional para medir potência

Kilowatt (kw) - É uma unidade de medida correspondente a 103 watts.

Megawatt (MW) - É uma unidade de medida correspondente a 106 watts

Bioenergia (Energia de biomassa)Bioenergia é a energia gerada a partir de material vegetal (biomassa).

Um dos primeiros empregos da biomassa pelo ser humano para adquirir energia teve início com a utilização do fogo como fonte de calor e luz. O domínio desse recurso natural trouxe ao homem a possibilidade de exploração dos minerais, minérios e metais, marcando novo período antropológico. A madeira do mesmo modo foi por um longo período de tempo a principal fonte energética, com ela a cocção, a siderurgia e a cerâmica foram empreendidas.

Óleos de fontes diversas eram utilizados em menor escala. O grande salto da biomassa deu-se com o advento da lenha na siderurgia, no período da Revolução Industrial.

Nos anos que compreenderam o século XIX, com a revelação da tecnologia a vapor, a biomassa passou a ter papel primordial também para obtenção de energia mecânica com aplicações em setores na indústria e nos transportes. A despeito do início da exploração dos combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o petróleo, a lenha continuou desempenhando importante papel energético, principalmente nos países tropicais. No Brasil, foi aproveitada em larga escala, atingindo a marca de 40% da produção energética primária, porém, para o meio-ambiente um valor como esse não é motivo para comemorações, afi nal, o desmatamento das fl orestas brasileiras aumentou nos últimos anos.

Durante os colapsos de fornecimento de petróleo que ocorreram durante a década de 1970, essa importância se tornou evidente pela ampla utilização de artigos procedentes da biomassa como álcool, gás de madeira, biogás e óleos vegetais nos motores à explosão. Não obstante, os motores à combustão interna foram primeiramente testados com derivados de biomassa, sendo praticamente unânime a declaração de que os combustíveis fósseis só obtiveram primazia por fatores econômicos, como oferta e procura, nunca por questões técnicas de adequação.

Para obtenção das mais variadas fontes de energia, a biomassa pode ser utilizada de maneira vasta, direta ou indiretamente. O menor percentual de poluição atmosférica global e localizado, a estabilidade do ciclo do carbono e o maior emprego de mão-de-obra, podem ser mencionados como alguns dos benefícios de sua utilização.



Igualmente, em relação a outras formas de energias renováveis, a biomassa, como energia química, tem posição de destaque devido à alta densidade energética e pelas facilidades de armazenamento, câmbio e transporte. A semelhança entre os motores e sistemas de produção de energia de biomassa e de energia fóssil é outra vantagem, dessa forma a substituição não teria um efeito tão impactante nem na indústria de produção de equipamentos nem nas bases instituídas para transporte e fabricação de energia elétrica.

A energia advinda da biomassa é considerada durável a partir do momento que em que se pode, através do manejo correto, garantir seu ciclo, por exemplo, garantindo o refl orestamento ou replantio. E é renovável no sentido de que toda a energia obtida da biomassa veio de processos biológicos que aproveitaram a energia solar. Essa energia quando não é aproveitada pelos humanos acaba retornando ao ambiente através da digestão e da putrefação das plantas.

A Importância da bioenergia está em garantir a disponibilidade de energia nos próximos séculos; contribuir para a redução do CO2 na atmosfera, e consequentemente a redução do efeito estufa; aproveitar o lixo; reduzir a importação de energia.

Dependendo da técnica de conversão, a bionergia pode ser transformada nos seguintes produtos: eletricidade, calor e combustíveis.

Há uma grande variedade de produtos que podem servir de matéria-prima na produção de biomassa, tais como:

» Casca de Arroz;

» Galhos e folhas;

» Lenha;

» Papéis e Papelão;

» Pó de serra.

Dependendo da técnica de conversão (combustão, gasifi cação ou fermentação), a bionergia pode ser transformada nos seguintes produtos: eletricidade, calor e combustíveis.

De acordo com a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), alguns exemplos de produtos derivados da biomassa são:

» Bio-óleo: Líquido negro obtido por meio do processo de pirólise cujas destinações principais são aquecimento e geração de energia elétrica.

» Biogás: Metano obtido juntamente com dióxido de carbono por meio da decomposição de materiais como lixo, alimentos, esgoto e esterco em digestores de biomassa.

» Biomass to liquids: Líquido obtido em duas etapas. Primeiro é realizado um processo de gasifi cação. Pode ser empregado na composição de lubrifi cantes e combustíveis líquidos para utilização em motores de ciclo diesel.



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» Etanol Celulósico: etanol obtido alternativamente por dois processos. Em um deles a biomassa, formada basicamente por moléculas de celulose, é submetida ao processo de hidrólise enzimática, utilizando várias enzimas, como a celulase, celobiase e �-glicosidase. O outro processo é composto pela execução sucessiva das três seguintes fases: gasifi cação, fermentação e destilação.

» Bioetanol "comum": Feito no Brasil à base do sumo extraído da cana de açúcar (caldo-de-cana). Há países que empregam milho (Estados Unidos) e beterraba (França) para a sua produção. O sistema à base de cana-de-açúcar empregado no Brasil é mais viável do que o utilizado pelo americano e francês.

» Biodiesel é feito do dendê, de mamona, de soja, de pinhão, etc.

» Óleo vegetal: Pode ser usado em motores diesel.

Observe a fi gura abaixo e responda as perguntas que se seguem:

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A que tipo de problema a fotografi a nos remete?

Qual a origem desse problema?

Aponte as soluções para o problema.



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Concluindo a nossa aula...

Chegamos ao fi m da nossa nona aula e esperamos que você tenha aprendido o que é sustentabilidade e entendido que ela é importante para a nossa sobrevivência e a do planeta. Aprendemos nesta aula as formas como podemos alcançá-la e principalmente,

esperamos que você, agora, que tem um conhecimento mais profundo sobre a questão do desenvolvimento sustentável, promova as ações de que é capaz, em defesa da Terra.



ResumoNesta nossa sexta aula tivemos a oportunidade de aprender sobre a sustentabilidade. Vimos como ela é importante para a manutenção da vida na Terra e para a sobrevivência do planeta. Identifi camos quais os principais impactos e desequilíbrios causados pelo homem na busca do desenvolvimento econômico. Verifi camos através desta aula que é preciso modifi car o nosso atual modelo de desenvolvimento, buscando a sustentabilidade entre o meio ambiente e o crescimento econômico e social. E por fi m mostramos quais as soluções, na esfera energética, já desenvolvidas e postas em prática por alguns países com vistas a diminuir os impactos e melhorar a qualidade de vida não comprometendo a sobrevivência das futuras gerações.

Leituras complementaresPara maior aprofundamento sobre a aula que tivemos sugerimos que você visite os sites

indicados:

http://www.suapesquisa.com/cienciastecnologia/fontes_energia.htm

Para você ampliar seus conhecimentos sobre os diversos tipos de energia disponíveis no planeta.

www.cepa.if.usp.br

www.inee.org.br

Para que você possa enriquecer o seu conhecimento sobre energia de biomassa.

http://www.suapesquisa.com/efeitoestufa/

Neste site você poderá tirar as suas dúvidas obre o efeito estufa



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Auto-avaliaçãoPara saber se você atingiu os objetivos propostos nesta aula, responda as questões que

se seguem. Caso tenha dúvidas, procure ajuda voltando ao texto, visitando os sites sugeridos ou de outra forma que lhe convier.

Produza um texto, sobre sustentabilidade, com base nas informações conseguidas nesta aula, como também das leituras complementares sugeridas.

Teça comentários identifi cando os pontos positivos de sua aprendizagem e também os aspectos nos quais você deverá melhorar. Avalie seu desempenho como aluno (a) nesta aula.

ReferênciasDINIZ, N.; SILVA, M.; VIANA, G. O desafi o da sustentabilidade. Um debate sócio-ambiental no Brasil. Editora da Fundação Perseu Abramo, São Paulo. 2001.

LEFF, E. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Vozes. Petrópolis, RJ. 2001.

MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

NORDESTE. Manual de impactos ambientais: orientações básicas sobre aspectos ambientais de atividades produtivas. Fortaleza. Banco do Nordeste, 1999.



Anotações


EMENTA

Introdução a princípios, conceitos e fatores ecológicos; defi nição de ecossistema; equilíbrio ecológico e sustentabilidade; ecossistemas brasileiros: Caatinga, Cerrado, Pantanal, Litorâneo, Amazônico, Floresta de Serras.

Ecossistemas Brasileiros – GEOGRAFIA

AUTORAS

> Maria das Graças Ouriques Ramos

> Márcia Rejane de Queiroz Almeida Azevedo

AULAS

01 Introdução a princípios e conceitos ecológicos

02 Fatores ecológicos

03 Defi nição de ecossistemas

04 Ecossistemas aquáticos

05 Equilíbrio ecológico

06 Sustentabilidade

07 Estrutura física do Brasil

08 Ecossistemas do cerrado e da caatinga

09 Ecossistemas da Amazônia

10 Ecossistema do Pantanal

11 Ecossistema litorâneo

12 Ecossistema de fl oresta de serras

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