diretrizes da sindrome metabólica
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REVISTA DASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSO
REVISTA DASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSOI N
o4 I2004
I VOLUME 7
http://www.sbh.org.br
I DIRETRIZ BRASILEIRA DEDIAGNSTICO E TRATAMENTODA SNDROME METABLICA
Conceituao, Epidemiologia eDiagnstico
Preveno Primria
Tratamento No-Medicamentoso daSndrome Metablica
Tratamento Medicamentoso da
Hipertenso Arterial
Tratamento Medicamentoso doDiabetes mellitus
Tratamento Medicamentoso daDislipidemia
Tratamento Medicamentoso eCirrgico da Obesidade
Abordagem Teraputica Conjunta naSndrome Metablica
00 - Capa 04-2004.pm6 22/02/05, 10:321
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EDITORIALEDITORIAL
I Diretriz Brasileira de Diagnstico e Tratamento
da Sndrome Metablica
Reconhecida como uma entidade complexa que associa fatores de riscocardiovasculares bem estabelecidos, como hipertenso arterial,hipercolesterolemia, e diabetes, entre outros, com a deposio central de gordurae a resistncia insulina, a Sndrome Metablica j ganha a dimenso como umdos principais desafios da prtica clnica nesse incio de sculo. Afinal, suaconcomitncia com afeces cardiovasculares aumenta a mortalidade geral emcerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em aproximadamente 2,5 vezes.
Compreendendo a importncia do tema e coerente com os avanos maisatuais dos conhecimentos cientficos, a Sociedade Brasileira de Hipertenso,ento sob a presidncia do Dr. Ayrton Pires Brando, se empenhou naestruturao e realizao daI Diretriz Brasileira de Diagnstico e Tratamentoda Sndrome Metablica.
Para tanto, contou com o apoio e a participao efetiva de quatro outrasgrandes Sociedades mdicas de abrangncia nacional:
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Sociedade Brasileira de Diabetes. Associao Brasileira para Estudos da Obesidade.
Reunindo representantes de todas as instituies citadas, o programacientfico foi desenvolvido, sob a forma de Grupos de Trabalho, dentro de umesforo cooperativo de plena integrao multidisciplinar e de amplo intercmbiode experincia entre os quase 80 especialistas convidados. Foi um conjuntoexemplar de atividades correlatas que, no perodo de 12 a 14 de agosto de 2004,conseguiu somar o talento, a capacidade profissional e o interesse comum detodos os envolvidos em produzir um documento objetivo, prtico e de indiscutvelutilidade para o mdico brasileiro.
de se enfatizar que, aps as muitas sesses de trocas de opinies evivncias, coube Comisso de Redao a tarefa sempre rdua de organizar asinformaes discutidas e aprovadas para compor um texto claro, de fcilcompreenso e ao mesmo tempo consistente sob o ponto de vista cientfico:
Dr. Ayrton Pires Brando Dra. Andra Araujo Brando Dr. Armando da Rocha Nogueira Dr. Henrique Suplicy Dr. Jorge Ilha Guimares Dr. Jos Egdio Paulo de Oliveira.
Ao expressar nosso reconhecimento e nossa gratido a todos aqueles que dealgum modo se dispuseram a tornar essa iniciativa uma realizao de indiscutvelsucesso, particularizamos nossos aplausos Comisso Organizadora, Comisso de Redao e tambm s empresas farmacuticas que asseguraram osmeios materiais para a implementao do evento, a exemplo do laboratrioBoehringer Ingelheim do Brasil, patrocinador exclusivo da revista Hipertenso.
Dra Maria Helena Catelli de Carvalho
Editora
01 - Editorial.pm6 22/02/05, 10:33123
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124 HIPERTENSO
SUMRIOSUMRIO
EXPEDIENTE
Produo Grfica e Editorial - BG CulturalRua Ministro Nelson Hungria, 239 - Conjunto 5 - 05690-050 - So Paulo - SP
Telefax: (11) 3758-1787 / 3758-2197. E-mail: [email protected].
Mdico / Jornalista Responsvel: Benemar Guimares - CRMSP 11243 / MTb 8668.Assessoria Editorial: Marco Barbato.
As matrias e os conceitos aqui apresentados no expressam necessariamente
a opinio da Boehringer Ingelheim do Brasil Qumica e Farmacutica Ltda.
I DIRETRIZ BRASILEIRA DE
DIAGNSTICO E TRATAMENTO DASNDROME METABLICA
Conceituao, Epidemiologia e
Diagnstico ............................................................................................. 130
Preveno Primria .............. ................ ............... ................ ............... ...... 132
Tratamento No-Medicamentoso da
Sndrome Metablica .............................................................................. 133
Tratamento Medicamentoso da
Hipertenso Arterial ................................................................................ 136
Tratamento Medicamentoso do
Diabetes mellitus ....................... ............... ................ ................ ............... 140
Tratamento Medicamentoso da
Dislipidemia ............................................................................................ 143
Tratamento Medicamentoso e
Cirrgico da Obesidade ........................................................................... 146
Abordagem Teraputica Conjunta na
Sndrome Metablica .............................................................................. 149
Referncias Bibliogrficas ...................................................................... 154
Agenda .................................................................................................... 162
HIPERTENSORevista da Sociedade
Brasileira de Hipertenso
EDITORA
DRA. MARIA HELENA C. DE CARVALHO
EDITORES SETORIAIS
MDULOS TEMTICOS
DR. EDUARDO MOACYR KRIEGERDR. ARTUR BELTRAME RIBEIRO
CASO CLNICO
DR. DANTE MARCELO A. GIORGI
EPIDEMIOLOGIA/PESQUISA CLNICA
DR. FLVIO D. FUCHS
DR. PAULO CSAR B. VEIGA JARDIM
FATORES DE RISCO
DR. ARMNIO C. GUIMARES
AVALIAO DA PRESSO ARTERIAL
DRA. ANGELA MARIA G. PIERIN
DR. FERNANDO NOBRE
DR. WILLE OIGMAN
TERAPUTICA
DR. OSVALDO KOHLMANN JR.
BIOLOGIA MOLECULAR
DR. JOS EDUARDO KRIEGER
DR. AGOSTINHO TAVARES
DR. ROBSON AUGUSTO SOUZA SANTOS
PESQUISA BIBLIOGRFICA
CARMELINA DE FACIO
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5*0S o c i e d a d eB r a s i l e i r a d e
H i p e r t e n s o
DIRETORIA
Presidente
Dr. Ayrton Pires Brando
Vice-Presidente
Dr. Robson A. Souza dos Santos
Tesoureiro
Dr. Jos Mrcio Ribeiro
Secretrios
Dr. Dante Marcelo A. Giorgi
Dr. Armando da Rocha Nogueira
Presidente Anterior
Dr. Osvaldo Kohlmann Jr.
Conselho Cientfico
Dra. Angela Maria G. PierinDr. Armnio Costa Guimares
Dr. Artur Beltrame Ribeiro
Dr. Ayrton Pires Brando
Dr. Carlos Eduardo Negro
Dr. Celso Amodeo
Dr. Dante Marcelo A. Giorgi
Dr. Dcio Mion Jr.
Dr. Eduardo Moacyr Krieger
Dr. Elisardo C. Vasquez
Dr. Fernando Nobre
Dr. Hlio Csar Salgado
Dr. Hilton Chaves
Dr. Joo Carlos RochaDr. Jos Eduardo Krieger
Dr. Jos Mrcio Ribeiro
Dra. Luclia C. Magalhes
Dra. Maria Claudia Irigoyen
Dra. Maria Helena C. Carvalho
Dr. Osvaldo Kohlmann Jr.
Dr. Robson A. S. Santos
Dr. Wille Oigman
Sociedade Brasileira de Hipertenso
Tel.: (11) 3284-0215
Fax: (11) 289-3279
E-mail: [email protected]
Home Page: http://www.sbh.org.br
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126 HIPERTENSO
DIRETRIZ
Realizao
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSOPresidente: Ayrton Pires Brando
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIAPresidente: Antonio Felipe Simo
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIAPresidente: Valria Cunha Campos Guimares
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETESPresidente: Leo Zagury
ASSOCIAO BRASILEIRA PARA ESTUDOS DA OBESIDADE
Presidente: Giusepe Repetto
Coordenao Geral
Ayrton Pires Brando
Comisso de Redao
Ayrton Pires Brando Henrique Suplicy
Andra Araujo Brando Jorge Ilha Guimares
Armando da Rocha Nogueira Jos Egdio Paulo de Oliveira
Comisso Organizadora
Amlio Godoy-Matos Andra Araujo Brando Armando da Rocha Nogueira
Ayrton Pires Brando Cesar Cardoso de Oliveira Jos Egdio Paulo de Oliveira
Jucinia Oliveira Leo Zagury Lcia Maria Carraro Vivian Ellinger
Apoio
AstraZeneca do Brasil Ltda
Bayer S.A.
Biolab Sanus Farmacutica Ltda
Boehringer Ingelheim do Brasil Ltda
Biosinttica Farmacutica Ltda
Laboratrios Pfizer Ltda
Merck S.A.
Merck Sharp & Dohme Farmacutica Ltda
Novartis Biocincias S.A.
Produtos Roche Qumicos e Farmacuticos S.A.
Sankyo Pharma Brasil Ltda
Solvay Farma Ltda
I DIRETRIZ BRASILEIRA DE DIAGNSTICO ETRATAMENTO DA SNDROME METABLICA
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A Sndrome Metablica (SM) um transtorno complexo representado por um
conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados deposiocentral de gordura e resistncia insulina, devendo ser destacada a sua importn-
cia do ponto de vista epidemiolgico, responsvel pelo aumento da mortalidade
cardiovascular estimada em 2,5 vezes.
Conscientes da importncia do assunto, os Presidentes da Sociedade Brasileira
de Hipertenso (SBH), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), da Sociedade Brasileira de
Diabetes (SBD) e da Associao Brasileira para o Estudo sobre a Obesidade
(ABESO), juntaram esforos para elaborar a I Diretriz Brasileira de Diagnstico
e Tratamento da Sndrome Metablica.
Estabeleceu-se que o documento final deveria expressar a opinio conjunta dos
especialistas das diversas reas envolvidas e que o nvel de evidncia cientfica ado-
tado seria aquele recomendado pelo Oxford Centre for Evidence-based Medicine(maio 2001), incorporado pela Associao Mdica Brasileira (AMB) e pelo Conse-
lho Federal de Medicina (CFM).
Foi ento criada uma Comisso Organizadora constituda por representantes
das cinco Sociedades envolvidas, que definiu as estratgias polticas, cientficas,
logsticas e de apoio financeiro que permitissem a consecuo do objetivo final.
Os grupos de trabalho encarregados de elaborar os tpicos cientficos foram
compostos por representantes das cinco reas, sempre com um coordenador, um
coordenador adjunto e diferentes profissionais da rea da sade, num total aproxi-
mado de dez membros para cada grupo. Foram criados nove grupos, sendo oito
dedicados a temas pontuais da SM e um dedicado especificamente abordagem
conjunta da Sndrome Metablica.
A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como sede do evento, que ocorreu no
perodo de12 a 14 de agosto de 2004.
A Sndrome Metablica ainda carece de uma definio bem estabelecida, mas
h uma indicao consensual de que o aumento da presso arterial, os distrbios do
metabolismo dos glicdios e lipdios e o excesso de peso esto, de forma definitiva,
associados ao aumento da morbimortalidade cardiovascular, fato observado no s
nos pases desenvolvidos mas tambm, e de uma forma preocupante, nos pases em
desenvolvimento e subdesenvolvidos.
Portanto, a oportunidade de se ter em documento nico uma abordagem con-
junta desses fatores de risco, de modo que possa ser utilizado no s por especialis-
tas das reas, mas tambm pelo conjunto de profissionais da rea da sade, uma
iniciativa pioneira no nosso meio, e esperamos que ele alcance esse objetivo.
Finalmente, gostaria de agradecer a todos os colegas que participaram da reali-
zao deste documento e, de uma maneira especial aos Presidentes das Sociedades,
que pessoalmente ou atravs das suas lideranas estiveram presentes durante todo o
evento.
A Comisso Organizadora
APRESENTAO
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HIPERTENSO
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C o o r d e n a d o r :R a u l D . S a n t o s
C o o r d e n a d o r A d j u n t o :
M a r i a E l i a n e C a m p o s M a g a lh e s
P a r t i c i p a n t e s :
n A r m n i o C o s t a G u i m a r e s
n E d g a r P e s s o a d e M e l lo F i l h o
n F r a n c i s c o B a n d e i r a
n F r a n c i s c o H . F o n s e c a
n J o s iv a n G o m e s d e L i m a
n R o s e l e e P o z z a n
n V i v i a n E l l i n g e r
G R U P O 8
C o o r d e n a d o r :H e n r i q u e S u p l i c y
C o o r d e n a d o r A d j u n t o :
R o s a n a B e n t o R a d o m i n s k i
P a r t i c i p a n t e s :
n A l f r e d o H a l p e r n
n C e s a r C a r d o s o d e O l iv e i r a
n
H i lt o n d e C a s t r o C h a v e sn I s t n i o F e r n a n d e s P a s c o a l
n J o s R i b a m a r S a b i a d e A z e v e d o
n J u c i n i a d e O l iv e i r a
n L c ia M a r ia C a r r a ro
n M a r i a E d a K o w a l s k y
G R U P O 9
C o o r d e n a d o r :A y r t o n P i r e s B r a n d o
C o o r d e n a d o r A d j u n t o :
P a u l o C s a r V e ig a J a r d i m
P a r t i c i p a n t e s :n A n d r a A r a u j o B r a n d o
n A n t o n i o R o b e r t o C h a c r a
n A r t u r B e l tr a m e R i b e i r o
n E m l i o H . M o r ig u s h i
n F l v i o D a n i F u c h s
n N e l s o n R a s s i
n P r o t s i o L e m o s d a L u z
G R U P O 1
C o o r d e n a d o r :A r m a n d o d a R o c h a N o g u e i r a
C o o r d e n a d o r A d j u n t o :
K t i a V e r g u e t t i B l o c h
P a r t i c i p a n t e s :
n H e n o L o p e s
n L a r c i o J o e l F r a n c o
n L e i l a A r a j o
n M a r ia C l a u d i a I r ig o e n
n R o b s o n S o u z a S a n t o s
n S a n d r a C o s t a F u c h s
n W a l m i r C o u t in h o
G R U P O 2
C o o r d e n a d o r :M r c i o C . M a n c i n i
C o o r d e n a d o r A d j u n t o :
M a r i a E d n a d e M e lo
P a r t i c i p a n t e s :
n C l u d i o G i l S o a r e s d e A r a jo
n D a n t e M a r c e l o A . G i o rg i
n
L u i s C a r lo s B o d a n e s en P e r s e u S e i x a s d e C a r v a l h o
n S r g i o D i b
n V a l r ia C u n h a C a m p o s G u i m a r e s
n E l i s a r d o V a s q u e z
G R U P O 3
C o o r d e n a d o r :A d r i a n a C o s t a F o r t i
C o o r d e n a d o r A d j u n t o :
L u c ia n a B a h i a
P a r t i c i p a n t e s :n A m l i o G o d o y - M a t o s
n A n t o n i o C a r l o s P a l a n d r i C h a g a s
n L u i z A p a r e c i d o B o r to l o to
n M a r li a B r i t o G o m e s
n M a r io F r i t s c h N e v e s
n T a n i a M a r t i n e z
G R U P O 4
C o o r d e n a d o r :C a r l o s E d u a r d o N e g r o
C o o r d e n a d o r A d j u n t o :
L u c ia n a D i n i z N a g e m J a n o t M a t o s
P a r t i c i p a n t e s :
n A l ta m i r o R e i s d a C o s t a
n A n a C l a u d ia R a m a l h o
n n g e l a M a r ia P . P i e r in
n G i l F e r n a n d o S a l l e s
n J o r g e I lh a G u i m a r e s
n J o s e p h i n a B r e s s a n M o n t e i ro
G R U P O 5
C o o r d e n a d o r :A n t o n i o F e l i p e S a n j u l i a n n i
C o o r d e n a d o r A d j u n t o :
O s w a l d o K o h l m a n n J u n i o r
P a r t i c i p a n t e s :
n G u s t a v o C a l d a s
n J o s F r a n c i s c o K e r r S a r a i v a
n
J o s P r i c l e s E s t e v e sn M a r c o A n t o n i o M o t a G o m e s
n M a r i a T e r e z a Z a n e l l a
n M i l t o n C s a r F o s s
n T h o m a s C r u z
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C o o r d e n a d o r A d j u n t o :
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n C a r l o s A l b e r t o M a c h a d o
n D a n i e l G i a n e l a N e t o
n L l ia n S o a r e s d a C o s t a
n R o b e r to P o z z a n
n R o b e r to d e S C u n h a
n W i ll e O i g m a n
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A m e d i d a d a c i r c u n f e r n c i a a b d o m i n a l t o m a d a
n a m e t a d e d a d i s t n c i a e n t r e a c r i s t a i l a c a e o r e -
b o r d o c o s t a l i n f e r i o r 1 3 .
N v e i s d e p r e s s o a r t e r i a l ( Q u a d r o 1 ) . D e v e - s e a f e -
r i r n o m n i m o d u a s m e d i d a s d a p r e s s o p o r c o n -
s u l t a , n a p o s i o s e n t a d a , a p s c i n c o m i n u t o s d e
r e p o u s o 1 8 , 1 9 .
A l m d e s t e s d o i s d a d o s o b r i g a t r i o s d e v e r e s t a r
d e s c r i t o n o e x a m e f s i c o d e s t e s p a c i e n t e s :
P e s o e e s t a t u r a . D e v e m s e r u t i l i z a d o s p a r a o c l -
c u l o d o n d i c e d e m a s s a c o r p o r a l a t r a v s d a f r -
m u l a : I M C = P e s o / A l t u r a 2 .
E x a m e d a p e l e p a r a p e s q u i s a d e a c a n t o s en i g r i c a n s . E x a m i n a r p e s c o o e d o b r a s c u t n e a s .
E x a m e c a r d i o v a s c u la r.
3 . E x a m e s l a b o r a t o r i a i s n e c e s s r i o s p a r a o d i a g n s t i c o
d a S M :
G l i c e m i a d e j e j u m ( Q u a d r o 1 ) . A S M , d e f in i d a
p e l o s c r i t r i o s d o N E C P - A T P I I I , r e c o m e n d a p a r a
o d i a g n s t i c o d a s a l t e r a e s d a t o l e r n c i a g l i c o -
s e a p e n a s a a v a l i a o l a b o r a t o r i a l d e j e ju m , n o
e x i g i n d o t e s t e d e t o l e r n c i a o r a l g l i c o s e ( T O T G )
n e m m t o d o s a c u r a d o s d e a v a l i a o d a i n s u l i n o -r e s is t n c i a ( c l a m p e u g l i c m i c o , H O M A I R ) .
D o s a g e m d o H D L - c o le s t e r o l e d o s t r i g l i c e r d e o s
( Q u a d r o 1 ) .
O u t r o s e x a m e s l a b o r a t o r i a i s a d i c i o n a i s p o d e r o s e r r e a -l i z a d o s p a r a m e l h o r a v a l i a o d o r i s c o c a r d i o v a s c u l a r g l o b a l ,
t a i s c o m o : c o l e s t e r o l t o t a l , L D L - c o l e s t e r o l , c r e a t i n i n a , c i d o
r i c o , m i c r o a l b u m i n r i a 2 0 , p r o t e n a C r e a t i v a 2 1 ( B , 2 B ) , T O T G
( g l i c e m i a d e j e j u m e a p s d u a s h o r a s d a i n g e s t o d e 7 5 g d e
d e x t r o s o l ) , e l e t r o c a r d i o g r a m a . A p r e s e n a d e L D L a u m e n t a -d o n o f a z p a r t e d o s c r i t r i o s d i a g n s t i c o s d a s n d r o m e m e -
t a b l i c a , p o r m , f r e q e n t e m e n t e , o s p a c i e n t e s p o r t a d o r e s
d e r e s i s tn c i a i n s u l i n a e s n d r o m e m e t a b l i c a a p r e s e n t a m
a u m e n t o d a f r a o p e q u e n a e d e n s a d o L D L - c o l e s t e r o l q u e
t e m u m p o t e n c i a l a t e r o s c l e r t i c o m a i o r 2 2 ( C , 4 ) .
1 5 0 m g /d L
H D L C o l e s t e r o l
H o m e n s < 4 0 m g /d L
M u lh e r e s < 5 0 m g /d L
P r e s s o r t e r il 1 3 0 m m H g o u 8 5 m m H g
G lic e m i d e je ju m 1 1 0 m g /d L
A p r e s e n d e D ib e te s m e llitu s n o e x c lu i o d ig n s tic o d e S M
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A s n d r o m e m e t a b l ic a c o m p r e e n d e , n a s u a d e f in i o ,
d o e n a s c r n i c a s c o m o a h i p e r t e n s o a r t e r i a l , d i a b e t e s m e l l i tu s
e d i s l ip i d e m i a q u e , i s o l a d a m e n t e , a p r e s e n t a m c o n t r o l e p o u c o
s a t is f a t r i o , d e v i d o b a i x a a d e s o a o t r a t a m e n t o 7 4 , 7 5 .
E s f o r o s d e v e m s e r c o n j u g a d o s n o s e n t i d o d e o t i m i z a r
r e c u r s o s e e s t r a t g i a s , c o m p a r t i c i p a o a t i v a d o p a c i e n t e e
m a n u t e n o d a s u a q u a l id a d e d e v i d a , v is a n d o m i n im i z a r o u
e v i t a r e s s a p r o b l e m t i c a t o f r e q e n t e .
A a t u a o i n t e g r a d a d o s m e m b r o s d a e q u i p e d e s a d e :
m d i c o , n u t r i c i o n i s t a , p r o f e s s o r d e e d u c a o f s ic a , e n f e r m e i -
r o p s i c l o g o , a s s i s te n t e s o c i a l , f a r m a c u t i c o , v i s a n d o a s s i s -
t n c i a a o p a c i e n t e , o g r a n d e p a s s o p a r a c o n q u i s t a s f u t u r a s 7 6
( D , 5 ) .
R e c o m e n d a e s a d i c i o n a i s
R e c o m e n d a - s e a l m d a i m p l e m e n t a o d e u m p l a n o
a l i m e n t a r a d e q u a d o e r e a l i z a o d e e x e r c c i o f s i c o , a i n -
c l u s o d e o u t r o s i t e n s , t a i s c o m o , c o n t r o l e d a s s i t u a e se s t r e s s a n t e s , c e s s a o d o f u m o e c o n t r o l e n a i n g e s t o d e
b e b i d a a l c o l i c a .
P a r a o c o n s u m o d e b e b i d a s a l c o l i c a s , o l i m i t e m x i m o
r e c o m e n d a d o d e 3 0 g d e e t a n o l a o d i a p a r a o s e x o m a s c u l i n o
e m e t a d e p a r a a s m u l h e r e s 1 8 , 1 9 ( A , 1 A ) .
E v i d n c i a s m o s t r a m q u e a c i m a d e s s e l i m i te s h e l e v a o
n o s n v e i s d a p r e s s o a r t e r i a l , a l m d e i n f l u e n c i a r n a c a r g ac a l r i c a t o t a l . N a s n d r o m e m e t a b l i c a , p a r a a s m u l h e r e s e
p a r a o s p a c i e n t e s c o m e l e v a o d o s n v e i s d e t r ig l i c r i d e s e d o
p e s o c o r p o r a l e s s e s v a l o r e s d e v e m s e r r e d u z i d o s m e t a d e .
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(A, 1A).
S endo a sndrome metab lica constituda de in meros
fatores de risco cardiovascular, deve-se considerar o tratamento
farmacolgico da hipertenso arterial nela presente a partir
de 14 0 /9 0 mmH g ou 13 0 /8 5 mmH g na presena de diabetes
mellitus19,93-96 (A, 1A).
Meta de reduo da
presso arterial
R eduo da presso arterial para cifras inferiores a
130mm g/8 5mm g pode ser til empacientes comelevadorisco cardiovascular94-96.N os pacientes diabticos, recomen-da-se redu es da presso arterial para nveis inferiores a13 0 /8 0mm g1,1e para os pacientes comproteinria maiorque 1g/2 4h, cifras inferiores a 120 /7 5mm g devero serameta1,95-99 (A, 1A).
P ara os pacientes portadores de doena cardiovascu-
lar estab elecida e com idade superior a 5 0 anos, recomen-
da-se atingir essa meta em menos de seis meses. P ara isso,
pode ser utiliz ada a maioria dos hipotensores, no havendo
diferenas entre eles em relao aos b enefcios cardiovas-
culares79,84,85,87,10-13 (A, 1A).
Tratamento farmacolgico
N os Q uadros 4 e 5 encontram-se, respectivamente, os prin-cpios gerais a seremseguidos para o tratamento farmacolgi-co da hipertenso arterial na S Me, sintetizados, os principaisanti-hipertensivos utilizados no B rasil1.
Escolha do medicamento
anti-hipertensivo
Diurticos
S o efica z es n o tra ta m en to d a h ip erten s o a rterial, ten -
d o sid o com p rov a d a a sua ef icc ia n a red u o d a m orb id a -
d e e d a m orta l id a d e ca rd iov a scular, in clusiv e em p a cien tes
com d ia b etes77-79,87,95,102 (A, 1A). Em funo dos m ltiplos
mecanismos q ue induz em reteno de sdio nos pacien-
tes portadores da S M, freq entemente torna-se necess rio
o uso de diur ticos para se ob ter a meta de reduo da pres-
so arterial.
l S e r e f i c a z p o r v i a o r a l
l S e r b e m t o l r a d o p e l p a c i e n t e
l P e r m i t i r a a d m i n i s t r a o d o m e n o r n m e r o p o s s v e l d e
t o m a d a s d i r i a s , c o m p r e f e r n c i a p a r a a q u e l s c o m p o -
s o l g i a d e d o s e n i c a d i r i a
l I n i c i a r o t r a t a m e n t o c o m a s m e n o r e s d o s e s e f e t i v a s p r e -
c o n i z a d a s p a r a c a d a s i t u a o c l n i c a , p o d e n d o s e r a u -
m e n t a d a s g r a d a t i v a m e n t e ( c o n s i d e r a r q u e q u a n t o m a i o r
a d o s e , m a i o r e s s o a s p r o b a b i ld a d e s d e s u r g i r e m e f e i -
t o s i n d e s e j v e i s )
l C o n s i d e r a r o u s o c o m b i n a d o d e m e d i c a m e n t o s a n t i - h i -
p e r t e n s i v o s
l R e s p e i t a r u m p e r o d o m n i m o d e 4 s e m a n a s , s a l o e m
s i t u a e s e s p e c i a i s , p a r a p r o c e d e r a o a u m e n t o d a d o s e ,
s u b s t i t u i o d a m o n o t e r a p i a o u m u d a n a d a a s s o -
c i a o d e f r m a c o s
l I n s t r u i r o p a c i e n t e s o b r e a d o e n a , s o b r e a n e c e s s i d a d e
d o t r a t a m e n t o c o n t i n u a d o , s o b r e o s e f e i t o s c o l t e r a i s d o s
m e d i c a m e n t o s u t i lz a d o s e s o b r e a p l n i f i c a o e o s o b -
j e t i v o s t e r a p u t i c o s
l C o n s i d e r a r a s c o n d i e s s o c i o e c o n m i c a s d o p a c i e n t e
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138 HIPERTENSO
Como anti-hipertensivos, recomendam-se os diurticos
tiazdicos e similares em baixas doses. As doses altas de diu-
rticos no implicam necessariamente em benefcio hipoten-
sor adicional, mas certamente potencializam efeitos colate-
rais tais como a hipocalemia e desajustes metablicos
glicdicos e lipdicos.
Considerando-se que a monoterapia anti-hipertensiva di-
ficilmente promover o controle da presso arterial dos pa-
cientes com sndrome metablica e que a maioria dos hiper-
tensos necessitar de associaes medicamentosas101,102, su-
gere-se que esse hipotensor seja associado a drogas que blo-
queiam o sistema renina-angiotensina e minimizam a
hipocalemia
Inibidores da enzima conversora da angiotensina
So eficazes no tratamento da hipertenso arterial. Tam-
bm reduzem a morbidade e a mortalidade cardiovascular dos
pacientes hipertensos82,83,85 com sndrome metablica e eleva-
do risco para doena aterosclertica84; dos pacientes com doen-as cardiovasculares84,104,105e ainda retardam o declnio da fun-
o renal em pacientes com nefropatia diabtica106-109 (A, 1A).
Em pacientes diabticos, alguns estudos mostraram que
estes agentes foram superiores em prevenir eventos cardio-
vasculares quando comparados aos bloqueadores de canais de
clcio110 e diurticos/betabloqueadores83. Entretanto, o estudo
ALLHAT102 no registrou diferenas nos resultados cardio-
vasculares encontrados entre os pacientes diabticos tipo 2 que
utilizaram diurticos ou antagonistas de canais de clcio ou
inibidores da enzima conversora da angiotensina (A, 1B).
Esses hipotensores no possuem efeitos deletrios ao
metabolismo lipdico e glicdico e alguns estudos83,84 mostra-
ram reduo na incidncia de novos casos dediabetes mellitus
tipo 2 (A, 1A).
Antagonistas do receptor AT1
da angiotensina II
So eficazes no tratamento do paciente hipertenso. So
reconhecidamente nefro e cardioprotetores nos pacientes dia-
bticos do tipo 2 com nefropatia estabelecida97,98 (A, 1A).
Em pacientes hipertensos portadores de elevado risco
cardiovacular, um estudo87 que utilizou um antagonista do re-
ceptor AT1
da angiotensina II demonstrou que este agente foi
superior ao betabloqueador na reduo da morbidade e damortalidade cardiovascular. Mais ainda, estudos recentes87,111
demonstraram que o tratamento com BRAs se acompanhou
de menor incidncia de novos casos de diabetes (A, 1A).
Antagonistas dos canais de clcio
Esses hipotensores so bastante eficazes em reduzir a
presso arterial e no provocam alteraes no metabolismo
lipdico e no de carboidratos112,113. Isto se aplica tanto aos dii-
dropiridnicos quanto aos no-diidropiridnicos, embora seus
efeitos em longo prazo em relao progresso da nefropatia
diabtica ainda no tenham sido determinados.
Fundamentadas por um conjunto de evidncias89,96,102,111,
essas drogas, pela sua potente ao hipotensora, proporcio-
nam proteo cardiovascular semelhante s outras drogas anti-hipertensivas. Lembrar que esse grupo de frmacos tem me-
nor capacidade de prevenir insuficincia cardaca comparado
aos diurticos e IECA114 (A, 1A).
Betabloqueadores
So eficazes no tratamento da hipertenso arterial ten-
do tambm sido comprovada a sua eficcia na reduo da
morbidade e da mortalidade cardiovascular77,78,80,81. Esto es-
pecia lmente indicados como a primeira opo para o trata-
mento da hipertenso arterial associada doena corona-
riana18,115 (A, 1A).
Do ponto de vista metablico, podem induzir ao au-mento de peso95,112,116, intolerncia glicose117,118 e au-
mentar o risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus
tipo 2119,120, hipertrigliceridemia e reduo do HDL-coles-
terol121 e ainda menor capacidade para a realizao de exer-
ccios fsicos (B, 2A).
Os betabloqueadores so formalmente contra-indicados
em pacientes com asma brnquica, doena pulmonar obstru-
tiva crnica e bloqueio atrioventricular de 2o e 3o graus. De-
vem ser utilizados com cautela em pacientes com doena vas-
cular de extremidades.
Inibidores adrenrgicos
A sndrome metablica usualmente se acompanha de
hiperatividade simptica e os inibidores adrenrgicos podem
auxiliar na obteno da meta de reduzir a presso arterial nes-
ses pacientes.
Os simpaticolticos de ao central (alfametildopa, clo-
nidina, moxonidina, rilmenidina) tm efeitos metablicos neu-
tros, porm seus efeitos colaterais limitam seu uso clnico,
ficando reservados como auxiliares para os pacientes que no
respondem adequadamente aos demais hipotensores. A expe-
rincia favorvel para o binmio materno-fetal recomenda a
alfametildopa como medicamento de escolha para o tratamento
da hipertenso durante a gravidez (B, 2C).
Os bloqueadores alfa-1 apresentam baixa eficcia como
monoterapia, devendo ser utilizados em associao com ou-
tros anti-hipertensivos. Apresentam a vantagem de propiciar
melhora da sensibilidade insulnica122,123 . No entanto, o estu-
do ALLHAT102,comparando um alfabloqueador, a doxazosina,
com o diurtico clortalidona, mostrou uma maior ocorrncia
de eventos cardiovasculares, especialmente a insuficincia
cardaca congestiva, no grupo que usou a doxazosina. Isto re-
-
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139
fora a recomendao de que os bloqueadores alfa-1 no so
drogas de primeira linha para o tratamento de hipertenso ar-
terial sistmica na SM (B, 2C).
Associao de hipotensores
A associao de anti-hipertensivos deve obedecer pre-
missa de no se associar frmacos com mecanismos similaresde ao. Esta associao pode ser feita mediante o emprego
de hipotensores em separado ou combinados em doses f ixas.
As seguintes associaes de classes distintas de anti-hi-
pertensivos so atualmente reconhecidas como eficazes: be-
tabloqueadores e diurticos; IECA e diurticos; BRA e diur-
ticos; antagonistas dos canais de clcio e betabloqueadores;
antagonistas dos canais de clcio e IECA19. Para os casos de
hipertenso resistente dupla terapia, podem-se associar trs
ou mais medicamentos. Nessa situao, o uso de diurticos
fundamental (B, 2C).
Esquema teraputico
O esquema teraputico nos pacientes hipertensos com SM
est centrado na meta da reduo da presso arterial em curto
prazo de tempo (de trs a seis meses), utilizando-se a monote-
rapia ou a associao de frmacos como sugerido na Figura 1.
Considerando-se que 75% dos pacientes necessitam da
associao de hipotensores, sugere-se este esquema desde o
incio do tratamento. J para os pacientes com Diabetes mellitus
e SM, sugere-se a utilizao de bloqueadores do sistema re-
nina-angiotensina como parte do esquema teraputico.
Diante de leso renal com proteinria acima de 1g/dia,
devem-se reduzir os nveis tensionais a cifras inferiores a
120mmHg/75mmHg, sendo que o esquema teraputico deve
incluir compulsoriamente um bloqueador do sistema renina-
angiotensina (A, 1A).
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1 2 6 m g /d L B , 2 A A , 1 A
In to le rn te o je ju m B , 2 B A , 1 A
( > 1 1 0 m g /d L e
< 1 2 6 m g /d L )
In to le rn te p s - B , 2 A A , 1 A
s o b r e c r g d e g lic o s e
( > 1 4 0 m g /d L e
< 2 0 0 m g /d L )
Diabetes mellitus
Quando os pacientes com hiperglicemia no respondemou deixam de responder adequadamente s medidas no-me-dicamentosas, devem ser inseridos um ou mais agentes anti-diabticos, com a finalidade de controlar a glicemia e promo-ver a queda da hemoglobina glicada (B, 2A).
Os valores de glicemia para o diagnstico deDiabetesmellitus (DM)124 esto apresentados no Quadro 6. O diagns-tico de DM deve ser confirmado pela repetio do teste emoutro dia, a no ser que haja hiperglicemia inequvoca com
descompensao metablica aguda ou sintomas bvios de DM.A tolerncia diminuda glicose pode ser identif icada no je-jum e tambm aps sobrecarga com 75g de glicose124.
Estudos epidemiolgicos sustentam a hiptese de umarelao direta e independente entre os nveis sanguneos deglicose e a doena cardiovascular125-147 (A, 1A). A ausncia deum limiar glicmico em diabticos e a persistnciadesta relao em no-diabticos sugerem que a glice-mia uma varivel contnua de risco, da mesma for-ma que outros fatores de risco cardiovascular125-155
(Quadro 7). Sendo assim, o tratamento deve objetivara normoglicemia e a sua manuteno em longo pra-zo. importante ressaltar que no se tem um estudocomprobatrio sobre a reduo da mortalidade na sn-drome metablica com a utilizao dos agentes anti-diabticos existentes. Estes medicamentos esto in-dicados no tratamento da hiperglicemia quando osvalores encontrados no jejum e/ou ps-sobrecarga es-tiverem acima dos requeridos para o diagnstico dodiabetes mellitus124,145-147.
Antidiabticos orais
Antidiabticos orais so substncias que tm a fi-nalidade de baixar e manter a glicemia normal (Jejum
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em 1% 1,5%, enquanto que a acarbose reduz a ve-
locidade de absoro intestinal de glicose, portanto
agindo mais na glicemia ps-prandial, com reduo
de 0,7% 1% na A1c124,145-147,161,165,167-169 .
Medicamentos que aumentam a oferta de insulina:
So os secretagogos de insulina. Compreendem assulfonilurias que desenvolvem uma ao hipoglice-
miante mais prolongada (clorpropamida, glibencla-
mida, gliclazida, glipizida, e glimepirida) que promo-
vem queda de 1,5% a 2% na A1c e as metglitinidas
ou glinidas, com menor tempo de ao, cobrindo prin-
cipalmente o perodo ps-prandial, com reduo de
A1c de 1% com a nateglinida e de 1,5% a 2% com a
repaglinida124,145-147,148-151,158,159.
Escolha do medicamento
A escolha do medicamento vai depender dos valores das
glicemias no jejum e ps-prandial da hemoglobina glicada, do
peso, da idade, de complicaes e doenas associadas. Ainda,
as possveis interaes com outros medicamentos, reaes
adversas e as contra-indicaes devero ser analisadas. Com
glicemia inferior a 150mg/dL, esto indicados os medicamen-
tos que no promovam aumento na secreo de insulina, prin-
cipalmente se o paciente for obeso124,145-147 (D, 5). Quando a
glicemia de jejum for superior a 150mg/dL, mas inferior a
270mg/dL, a indicao da monoterapia antidiabtica oral de-pender do predomnio entre insulino-resistncia ou insulino-
deficincia124,145-147(D, 5).
Na maioria das vezes, verificado no incio clnico do
diabetes, a presena de obesidade, hipertrigliceridemia, HDL
colesterol baixo, hipertenso arterial, entre outros estigmas
observados na sndrome metablica. Eles indicam a presena
de resistncia insulina e, neste caso, so mais apropriadas as
drogas anti-hiperglicemiantes, que iro melhorar a atuao da
insulina endgena, com melhor controle metablico, evitando
ganho ponderal excessivo124,144-148 (A,1A) (Quadro 8). J a
associao perda de peso e hiperglicemia, revela a deficincia
de insulina. Nesta circunstncia, os medicamentos secreta-
gogos devem ser os mais indicados (sulfonilurias ou
glinidas)124,145-147,150,151 (D, 5).
-G L IC O S ID A S E ( P o s o lo g i m g ) 3 t o m d s / d i
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146 HIPERTENSO
3 0 k g /m 2) o u c o m e x c e s s o d e p e s o ( I M C e n tr e 2 5 k g /m 2
e 3 0 k g /m 2) d e s d e q u e o m p h o d e c o m o r b id e s e q u e
n o t e n h p e r d id o 1 % d o p e s o i n ic i p o r m s , s u m
tr s m e s e s d e t r tm e n to n o - m e d ic m e n to s o (D , 5 ) .
H , u m e n t e , c in c o m e d i c e n t o s re g is tr o s n o B r
s il p o t r e n to d o b e s id e : d ie tilp r o p io n ( fe p r
m o n , f e m p r o p o r e x , m i n d o l , s ib u tr in e o r lis t ( Q u
d r o 1 4 ) .
A s ib u tr in fo i te s t e m v r io s e s tu d o s . U m e s tu d o
b e m c o n t r o l o , c o m d u r o d e d o is o s , d e m o n s tr o u q u e
e s te m e d ic m e n to e f ic z n p e r d d e p e s o c o m m e lh o r
d o s p r m e tr o s m e t b lic o s , b o to le r ilid e e s e g u r -
81 ( B , 2 B ) . A d o s e p r e c o n i z v id e 1 0 m g 2 0 m g p o r
d i E f e ito s c o l e r s : b o c s e c c o n s tip o in te s t in , in s -
n i, ir r itb ilid d e e c e f l i . A u m e n to s m d io s d e p r e s s o r -
te r i s is t lic e d i t lic e d e f re q n c i c d t b m
t m s id o r e l o s 18 2. R e c o m e n d se c o n t r o l e r ig o ro s o d p r e s -
s o te r i e d f re q n c i c d e u s t e d m e d ic o
ti- h ip e r te n s iv q u d o n e c e s s rio .
E s tu d o s r e iz o s e m d u p l o - c e g o , c o m p d o o r lis t
e p l e b o , e m p ie n t e s o b e s o s , c o m o u s e m f o r e s d e r is c o
d e f in id o s c o m o d i e te s , h ip e r te n s o e d is lip id e m i r e v e l
r m o r p e r d d e p e s o , m u te n o d o p e s o p e r d id o e m u -
QUADRO 14 TRATAMENTO FARMACOLGICO DA OBESIDADE
MEDICAMENTOS CLASSE POSOLOGIA TOMADAS EFEITO COLATERAL
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veda aos mdicos a prescrio simultnea dedrogas do tipo anfetaminas com um ou mais dos seguintes
frmacos: benzodiazepnicos, diurticos, hormnios e laxan-
tes, com a finalidade de emagrecimento .
Na maior parte das vezes, os m dicos q ue utilizam f r-
mulas no tratamento da obesidade prescrevem drogas
anorexgenas em doses acima das preconizadas, e no obede-
cem R esoluo do CF M . Como no B rasil so encontrados
vrios anorexgenos e em v rias dosagens, recomenda-se q ue
no se utilizem formula es magistrais no tratamento da obe-
sidade (D, 5).
Tratamento cirrgico
O tratamento cirrgico da obesidade temcomo objetivodiminuira entrada de alimentos no tubo digestivo (cirurgiarestritiva), diminuira sua absor o (cirurgia disabsortiva) ouambos (cirurgia mista).
O s critrios para a realiz ao das cirurgias bari tricasforamdefinidos emmaro de 19 9 1, pelo US NationalInstitute of Health Consensus Development Conference
Panel1 88 (B, 2A).
A cirurgia deve ser considerada para o paciente
obeso m rbido (I M C > 40 k g/m2), ou obeso com
I M C > 3 5 k g/m desde q ue apresente comorbidades
clnicas importantes, e somente ap s ter sido subme-
tido a tratamento clnico adeq uado, mas sem resultados.
O paciente s dever ser operado se estiver bem in-
formado sobre o tratamento, motivado e se apresen-
tar risco operat rio aceit vel.
O paciente deve ser selecionado para a cirurgia, ap s
cuidadosa avalia o por eq uipe multidisciplinar es-
pecializ ada e composta por endocrinologistas ou cl-
nicos, intensivistas, cirurgi es, psiq uiatras ou psic -
logos e nutricionistas.
A opera o deve ser feita por um cirurgi o ex perien-
te no procedimento e q ue trabalh e com eq uipe e emlocal com suporte adeq uado para todos os tipos de
problemas e necessidades q ue possam ocorrer.
Ap s a opera o, deve h aver acompanh amento m di-
co de longo praz o.
As mulh eres f rteis devem ser alertadas de q ue s po-
dero engravidar depois da cirurgia q uando estiverem
com o peso estabiliz ado e com o seu estado metab li-
co e nutricional normaliz ado19 (B, 2C).
E m condi es especiais, a cirurgia pode ser considerada
em adolescentes1 0 (C, 4), em crian as11(C, 4), em idosos1 2
(C, 4) e em pacientes com complica es graves da sndromemetab lica e IM C < 3 5k g/m.
Tipos de cirurgias
recomendadas
1. Cirurgias restritivas
Banda g strica ajust vel
U ma banda de silicone, colocada por via laparos-
c pica, envolve o est mago, criando acima dela
uma bolsa g strica com capacidade de 3 0 ml a
50 ml. A banda tem um reservat rio infl vel, q ue
pode ser ajustado mediante a coloca o ou retira-da de solu o salina, por um dispositivo colocado
prof undamente na parede abdominal.
G astroplastia vertical com banda
N esta t cnica, introduz ida por M ason em 19 8 2,
realiz ada uma sutura mec nica do est mago, crian-
do uma bolsa g strica com capacidade m x ima de
3 0 ml e q ue se esvaz ia no est mago remanescente
por meio de um orif cio com um di metro entre
8 mm e 15mm, refor ado por uma banda de mate-
rial sint tico.
2. Cirurgias disabsortivas
Deriva o bileopancre tica, Switch duodenal ou
Scopinaro
Consiste em gastrectomia subtotal, deixando um
coto gstrico com capacidade de 2 0 0 ml a 5 0 0 ml,
sendo a reconstruo gastrintestinal feita pela tc-
nica de de R oux. O segmento utilizado para man-
ter o trnsito alimentar corresponde aos ltimos
2 ,5 m do intestino delgado, e o conte do biliopan-
cretico q ue drena do coto duodenal encontra o
-
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148 HIPERTENSO
b o l o a l i m e n t a r p o r u m a a n a s t o m o s e f e i ta n o s lt i -m o s 5 0 c m d o l e o t e r m i n a l .
3. Cirurgias mistas
D e s v i o g s tr ic o c o m Y d e R o u x , c o m o u s e m a n e l
d e e s t r e i t a m e n t o ( F o b i , C a p e l l a o u b y p a s s g s t r i -c o ) c o m s e g m e n t o i n t e s t i n a l v a r iv e l d e a c o r d o
c o m o I M C e a c r i tr i o d o c i r u r g i o . N e s t a c i r u r -
g i a r e a l iz a d a s e c o d o e s t m a g o p r o x i m a l c o m
g r a m p e a d o r e s l i n e a r e s c o r t a n t e s , d e f o r m a a
c o n s t r u i r u m a p e q u e n a c m a r a v e r t i c a l j u n t o
c r d i a . E s t a c m a r a g s t r i c a d e a p r o x i m a d a m e n t e1 0 m l a 2 0 m l d e v o l u m e a n a s t o m o s a d a a u m s e g -
m e n t o p r o x im a l d o j e ju n o ( d e r iv a o g a s t r o j e ju n a l
e m Y d e R o u x ) , d e i x a n d o o r e s ta n t e d o e s t m a g o
e o d u o d e n o f o r a d o t r n s i t o a l i m e n t a r . I n m e r a s
v a r i a n t e s t m s i d o p r o p o s t a s , s e n d o a s p r i n c i p a i sa s t c n i c a s d e C a p e l l a , F o b i e W i t t g r o v e .
Benefcios e efetividade
da cirurgia baritrica
A s c i r u rg i a s b a r i t r i c a s i m p l i c a m e m p e r d a d e p e s o q u e
v a r i a d e 2 0 % a 7 0 % d o e x c e s s o d e p e s o . o m t o d o m a i s
e f i c a z e d u r a d o u r o p a r a a p e r d a d e p e s o , c o m m e l h o r a n t id a
d o s c o m p o n e n t e s d a s n d r o m e m e t a b l ic a .
O e s t u d o l o n g i t u d i n a l , p r o s p e c t i v o , c o n t r o l a d o , n o - r a n -d o m i z a d o , m a i s c o n s i s t e n t e a t o m o m e n t o , o S O S ( S w e d i s hO b e s e S u b j e c t s) , q u e c o m p a r o u o b e s o s s u b m e t id o s a t ra t a m e n -t o c i r r g i c o c o m o b e s o s s u b m e t i d o s a t r a t a m e n t o c l n i c o , d e -
m o n s t r a n d o m a i o r d i m i n u i o e m a n u t e n o d o p e s o p e r d i d o ,
c o m m e l h o r a d o s p a r m e t ro s m e t a b l ic o s , n o s o b e s o s s u b m e -
t id o s c i r u r g i a 1 9 3 (B, 2A).
O s u c e s s o e a e f e t iv i d a d e d a c i r u r g i a b a r i t r ic a d e f i n i -
d o p o r u m I M C < 3 5 k g /m 2 o u p o r u m a p e r d a m a i o r q u e 5 0 %
d o e x c e s s o d e p e s o p r - o p e r a t r i o 1 9 4
Riscos e complicaes das
cirurgias baritricas
A m o r t a l id a d e d o d e s v i o g s t r i c o c o m Y d e R o u x v a r i ae n t re 0 , 5 % e 1 , 5 % e a s c o m p l ic a e s d o p s - o p e r a t r io s o d e
a p r o x i m a d a m e n t e 1 0 % 1 9 5 O S O S r e f e r i u m o r t a l id a d e d e 0 , 2 2 %
r e u n i n d o o s v r i o s t ip o s d e c i r u r g i a .
T o d o s o s t i p o s d e p r o c e d i m e n t o c i r r g i c o p o d e m o c a s i o -n a r m n u tr i o , s e n d o n e c e s s r ia s r e p o s i e s c o m s u p l e m e n -
t o s v i ta m n i c o s . P o d e h a v e r t a m b m c o m p l ic a e s a b d o m i -
n a i s c o m o d u m p i n g e c o l e l i t a s e , e n t r e o u t r a s .
Q u a n t o m o d a l i d a d e , a s c i ru r g i a s p o d e m s e r a b e r ta s o u
l a p a r o s c p i c a s , n o h a v e n d o d e f i n i o c o n c r e t a e d e lo n g o p r a z os o b r e a s r e a i s v a n ta g e n s d e u m a m o d a l i d a d e s o b r e a o u t r a 1 9 6 .
-
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149
Sem nenhuma dvida, a sndrome metablica engloba
variveis que aumentam o risco para as doenas cardiovascu-
lares4,5,197 (B, 2A). No so encontrados ainda estudos
prospectivos especficos da sndrome metablica que permi-
tam a elaborao de uma tabela de estimativa do risco cardio-
vascular, semelhante que foi proposta, por exemplo, pelo
Abordagem Teraputica Conjunta
na Sndrome Metablica
estudo de Framingham. Neste estudo, as variveis utilizadas
para a montagem da equao que permitiu a elaborao da
tabela foram: idade, sexo, colesterol total, HDL-colesterol,
nveis de presso arterial, presena ou no de diabetes e taba-
gismo. A considerao destas variveis permitiu a formao
de um escore de risco197 (Quadro 15).
PASSO 1
QUADRO 15 ESTRATIFICAO DE RISCO PELOS ESCORES DE FRAMINGHAM
PASSO 2
2 8 0 3 3
PASSO 3
6 0 - 1 - 3
PASSO 4 *
1 6 0 1 0 0 3 3
PASSO 5 E 6
PASSO 7
PASSO 8 VEJA O RISCO ABSOLUTO NAS TABELAS
-2 1
0 3 - 1 2
1 3 0 2
2 4 1 2
3 5 2 3
4 7 3 3
5 8 4 4
6 1 0 5 4
7 1 3 6 5
8 1 6 7 6
9 2 0 8 7
1 0 2 5 9 8
1 1 3 1 1 0 1 0
1 2 3 7 1 1 1 1
1 3 4 5 1 2 1 3
1 4 5 3 1 3 1 5
1 4 1 8
1 5 2 0
1 6 2 4
1 7 2 7
V o re s e s tim o s p o r is c o d e m o r te o u in f to d o m io c r d io e m 1 0 o s
(N C E P A T P III 2 0 0 1 ).
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150 HIPERTENSO
A tabela de Framingham foi construda para avaliar o ris-co cardiovascular da sua populao, mas tem sido largamenteaplicada tambm para outras populaes, desde que sejamusadas as mesmas variveis de risco. No caso da sndromemetablica, independentemente da sua classificao, as vari-veis que a compem no so exatamente as mesmas da tabe-
la de Framingham e, portanto, ela seria em princpio inaplic-vel. Contudo, na populao de Framingham, a presena ape-nas da sndrome metablica, classificada de acordo com o IIINCEP174, foi capaz de predizer cerca de 25% dos novos casosde doena cardiovascular observados em oito anos de segui-mento. Aplicando-se a tabela de Framingham sndrome me-tablica, na ausncia de diabetes, o risco para doena corona-riana variou entre 10% e 20% em dez anos171.
Por outro lado, os investigadores de Framingham, utili-zando mtodos estatsticos especficos171, no encontraramdiferena significativa da estimativa do risco cardiovascularquando agregaram ao algoritmo de Framingham197, valores dasndrome metablica, considerados no todo ou em separado,
tanto em pacientes diabticos como em no-diabticos. Por-tanto, os resultados desta anlise mostram que no h aumen-to do risco cardiovascular pela adio dos fatores de risco dasndrome metablica no contemplados na tabela ao clculodo escore de Framingham. provvel que a maior parte dorisco associado sndrome metablica seja marcado pela ida-de, pela presso arterial, pelo colesterol total, pelo diabetes e
pelo HDL-colesterol, j includos na tabela de Framingham.Alm desses, a obesidade, os triglicerdeos e a glicose eleva-da, excludo o diabetes, no teriam poder de aumentar signifi-cativamente o risco cardiovascular171.
No entanto, quando foi analisado o risco para incio re-
cente de diabetes na populao de Framingham, em ambos ossexos, a sndrome metablica, classificada de acordo com oIII NCEP174, foi capaz de explicar quase a metade do riscopara diabetes atribudo populao171.
Assim sendo, a considerao do risco cardiovascular glo-bal do indivduo, levando-se em considerao a idade e as va-riveis que compem os diferentes fatores de risco cardiovas-cular extremamente atrativa na avaliao do portador de sn-drome metablica. A aplicao da tabela de Framingham uma ferramenta til neste sentido171 ( B , 2 A ) . Entretanto, peloseu alto potenci al pr ognsti co desfavor vel1,4,5, a sndrome me-tablica deve ser sempre vigorosamente tratada, juntamentecom os demais fatores de risco que eventualmente estejam
presentes, buscando diminuir o signif icativo risco cardiovas-cular associado a esta condio.
As metas a serem alcanadas com a abordagem terapu-tica desta associao so aquelas descritas no Quadro 16. Paraalcanar estes objetivos so necessrias medidas teraputicasno-medicamentosas e medicamentosas.
QUADRO 16 METAS PARA O TRATAMENTO DA SNDROME METABLICA
GLICEMIA PLASMTICA (mg/dL)
COLESTEROL (mg/dL)
TRIGLICERDEOS(mg/dL) < 150 mg/dL
PRESSO ARTERIAL (mmHg)*
PESO (kg) Perda sustentada de 5% 10%
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151Volume 7 / N mero 4 / 2004
Tratamento no-medicamentoso
H g randes dificu ldades na abordagemterapu tica con-junta de v rias comor idades no mesmo indiv d o. As pri-meiras e mais importantes medidas a seremrecomendadasv isama interv irno estilo de v ida do paciente. O excesso depeso, o sedentarismo e u ma alimentao inadeq uada so fato-res para o determinismo da sndrome metab lica freq ente-mente observados na pr tica clnica. nfase deve serdada perda de peso, correo das anormalidades metab licas e ativ idade fsica regu lar,14 (A, 1A) .
A ado o de u ma dieta b alanceada u ma das principais
medidas a ser preconiz ada em indiv du os com sndrome me-
tab lica, indiv idu aliz ada para a necessidade de cada paciente
(Q u adro 2). A dieta dev e estar direcionada para a perda de
peso e da g ordu ra v isceral, com o ob jetiv o de normaliz a o
dos nv eis press ricos, da corre o das dislipidemias e da h i-
perg licemia e conseq entemente a redu o do risco cardio-
v ascu lar. As ev id ncias fav orecem as dietas ricas em f ib ras,pob res em g ordu ras satu radas e colesterol e com redu z ida q u an-
tidade de a cares simples9,5-5, 62 (A, 1A). A dieta do tipo
M editerr neo71-72mostrou -se capaz de redu z ir ev entos cardio-
v ascu lares e a dieta DAS H5-5 mostrou -se eficaz na redu o
da presso arterial (A, 1B).
A princpio u ma dieta q u e atenda a todos estes req u isitos
torna-se de difcil aceita o e, em conseq ncia, menor ade-
so pelo paciente. P or esta raz o a orienta o alimentar dev e
sempre q u e possv el atender aos h b itos socioecon mico-cu l-
tu rais de cada indiv du o. N este contex to, o au x lio de u m(a)
nu tricionista pode ser til para se conseg u ir u m melh or plane-
jamento diet tico e u ma maior adeso ao tratamento. O v alor
cal rico total dev e ser calcu lado para q u e se atinja a meta depeso definida, lemb rando-se q u e mesmo u ma redu o de 5%
a 10 % do peso est associada melh oria dos nv eis press ri-
cos, do controle metab lico e at mesmo da mortalidade rela-
cionada ao diab etes 5 ,51,55,5 .
A ativ idade fsica dev e tamb m ser enfaticamente esti-
mu lada, sempre adeq u ada faix a et ria e ao condicionamento
fsico de cada indiv du o. A pr tica de ex erccios moderados,
3 0 4 0 minu tos por dia, est sem d v ida associada ao b enef-
cio cardiov ascu lar (Q u adro 3 ). Ativ idades f sicas mais inten-
sas so em g eral necess rias para indu z ir maior perda de peso,
mas neste caso, tanto para o tipo como para a intensidade do
ex erccio, os pacientes dev em ser av aliados de forma indiv idu a-
liz ada, e ev entu almente, com pr v ia av alia o cardiov ascu lar.
A ing esto ex cessiv a de b eb idas alco licas est relacio-
nada ao au mento da presso arterial, dos nv eis de trig licerdeos
e da carg a cal rica total1,60 (A, 1A). R ecomenda-se limitar a
ing esto de b eb idas alco licas a 3 0 ml/dia de etanol para h o-
mens e a metade para mu lh er. Isso corresponde para o h omem
a 7 20 ml de cerv eja, 24 0 ml de v inh o e 6 0 ml de b eb ida destila-
da. E v id ncias mostram q u e acima desse limites h elev a o
nos nv eis da presso arterial e de trig licerdeos, al m de in-
f lu enciar na carg a cal rica total. Aos pacientes q u e no conse-
g u em respeitar estes limites, su g ere-se o ab andono do consu -
mo de b eb idas alco licas1 . N a sndrome metab lica, para as
mu lh eres e para os pacientes com elev a o dos nv eis de tri-
g lic rides e do peso corporal, esses v alores dev em ser redu z i-
dos metade (A, 1A).
E mb ora no seja parte integ rante da sndrome metab li-
ca, a proib i o do h b ito de fu mar dev e ser fortemente esti-
mu lada face su a enorme import ncia como fator de risco
cardiov ascu lar.
P or f im, dev e ser ressaltado q u e a g rande dif icu ldade
no tratamento continu a sendo a adeso do paciente, princi-
palmente no q u e tang e mu dan a do estilo de v ida. P or
esta raz o, a atu a o integ rada de u ma eq u ipe mu ltidiscipli-
nar composta por m dico, nu tricionista, professor de edu ca-
o f sica, enfermeiro, psic log o, assistente social, f arma-
c u tico, v isando o tratamento do paciente, altamente dese-
j v el, e sem d v ida , u m g rande passo para conq u istas fu tu -ras76 (D, 5). N este sentido, prog ramas edu cativ os q u e ab or-
dem as medidas prev entiv as em escolas, clu b es, empresas e
comu nidades podem contrib u ir def initiv amente para a
prev en o da S M 44 (B, 2C).
Tratamento medicamentoso
O tratamento medicamentoso na sndrome metab licaestar sempre indicado q uando no se conseg u irresu ltado comas medidas de mdanas do estilo de v ida, situ ao mito fre-q ente na pr tica clnica.
Hipertenso arterial
O mais importante ob jetiv o do tratamento da h ipertensoarterial a redu o da presso arterial e com isso a morb imor-talidade cardiov ascu lar e renal.
As I V Diretriz es Brasileiras de Hipertenso Arterial1
recomendam q u e q u alq u er u ma das cinco principais clas-ses de drog as anti-h ipertensiv as (diu r ticos, b etab loq u ea-dores, antag onistas de c lcio, inib idores da enz ima conv er-sora de ang iotensina (I E CA) e b loq u eadores dos receptoresde ang iotensina II (BR A) podem ser u tiliz adas como trata-mento inicial da h ipertenso arterial (F ig u ra 1), no h av en-do diferenas entre eles em rela o aos b enefcios cardio-v ascu lares79 ,84 ,85,87 ,10-13 (B, 2A ). E ntretanto, ao t rmino deg rande parte dos estu dos q u e av aliaram o controle da pres-
so arterial (P A), a maioria dos pacientes u tiliz ou associa-
o dos h ipotensores92,93 (A, 1A).
N a presen a de sndrome metab lica, se o diab etes esti-
v er presente, o b loq u eio do sistema renina ang iotensina tem
se mostrado til1 . E stu dos clnicos t m demonstrado b enef-
cio para a prote o renal na nefropatia diab tica com protei-
n ria, em diab ticos do tipo 1 (IE CA) e do tipo 2 (BR A)1,85,95-
99 (A, 1A).
03 - Sndrome Metabolica 01.pm6 24/02/05, 08:58151
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HIPERTENSO
Nos hipertensos com PA 160mmHg/100mmHg, a asso-ciao de drogas deve ser considerada para o incio do trata-mento anti-hipertensivo. Em cerca de dois teros dos pacienteshipertensos, so necessrias duas ou mais drogas para a obten-o do controle pressrico, especialmente quando os nveis pres-sricos so mais elevados ou se as metas a serem atingidas so
mais rigorosas. Quando a associao de drogas for empregada,o diurtico deve ser utilizado (B, 2C).
Em pacientes com sndrome metablica, a reduo dapresso arterial para cifras inferiores a 130mmHg/85mmHgpode ser til, considerando-se o elevado risco cardiovascularassociado94-96. No paciente com diabetes tipo 2, a presso arte-rial deve ser reduzida abaixo de 130mmHg/80mmHg, noimportando que associao de drogas seja necessria para sealcanar este objetivo19 (A, 1A). A presena de nefropatia comproteinria importante implica em reduo da presso arterialpara valores abaixo de 120mmHg/75mmHg95 (A, 1A). Para ospacientes portadores de doena cardiovascular estabelecida ecom idade superior a 50 anos, recomenda-se atingir essa meta
em menos de seis meses.
A associao de anti-hipertensivos, utilizando-se hipo-tensores em separado ou combinado em dose fixa, deve obe-decer premissa de no se associar drogas com mecanismosde ao similares.
Nos Quadros 4 e 5 encontram-se, respectivamente, os prin-cpios gerais a serem seguidos para o tratamento farmacolgi-co da hipertenso arterial na SM e sintetizados os principaisanti-hipertensivos utilizados no Brasil19.
Tratamento do diabetes tipo 2
A maioria dos pacientes com hiperglicemia no res-ponde ou deixa de responder adequadamente ao tratamentono-medicamentoso, e nesses casos, devem ser iniciadosum ou mais agentes hipoglicemiantes com a finalidade decontrolar a glicemia e promover a queda da hemoglobinaglicada A1c.
O diabetes atualmente considerado uma molstia car-diovascular124153. Esta mudana de paradigma implica numnovo direcionamento no tratamento da doena. Alm do obje-tivo de normalizao da glicemia, fundamental a necessida-de de serem desenvolvidas estratgias dirigidas para a dimi-nuio da incidncia de eventos cardiovasculares. A adoo demetas mais rgidas, no s dos valores glicmicos, como tam-bm dos outros fatores de risco associados, deve ser persegui-da124,126128. Em relao aos agentes orais utilizados no trata-mento do diabetes tipo 2, a droga ideal deve ter alm do efeitoanti-hiperglicemiante, uma ao antiaterognica.
O diabetes tipo 2 decorrncia de dois defeitos bsi-cos: resistncia insulnica e deficincia insulnica. Nas fasesiniciais da molstia, predomina o fator resistncia, sendo in-
dicado o uso de drogas sensibilizadoras da ao insulnica:metformina e glitazonas. Acarbose tambm pode ser utilizadanesta situao.
A histria natural do diabetes tipo 2 evidencia, com opassar dos anos, uma deteriorao progressiva da glicemia
decorrente da instalao mais acentuada do fator def icinciainsulnica. Nessa fase, as sulfonilurias podem ser associadasaos sensibilizadores de insulina. A deficincia de insulina podese acentuar, ocorrendo ento a necessidade de associao deinsulina aos agentes orais e finalmente insulinizao plena(Figura 2).
As glinidas e a acarbose so drogas auxiliares indicadasno tratamento da hiperglicemia ps-prandial.
Combinaes teraputicas de metformina e glitazonas,metformina e sulfonilurias, e glitazonas e sulfoniluriastm sido amplamente utilizadas. Alm dessas combinaes,outras podem ser vistas no Quadro 9 assim como tambm
as drogas atualmente disponveis no mercado brasileiro(Quadro 8).
Em relao s metas a serem alcanadas no tratamentodo diabetes do tipo 2, recomenda-se uma glicose de jejum deat 110mg/dL, ps-prandial inferior a 140mg/dL e hemoglo-bina glicosilada (%) at o limite superior do mtodo.
necessrio ressaltar, mais uma vez, a importncia de setratar o diabetes no contexto dos outros componentes da sn-drome metablica. Todas as estratgias necessrias para a di-minuio da aterosclerose devem ser implementadas.
Tratamento da dislipidemia
As alteraes do metabolismo lipdico apresentam umarelao freqente com a aterognese e, conseqentemente, coma aterosclerose e a elevada morbimortalidade cardiovascu-lar170,171.
As metas lipdcas a serem atingidas com o tratamento dopaciente portador de sndrome metablica esto apresentadasno Quadro 10. Convm enfatizar que apesar de os nveis deLDL-colesterol no constiturem um dos critrios diagnsti-cos desta sndrome, as evidncias de estudos clnicos controla-dos apontam para a necessidade da reduo do LDL-colesterol
como meta primria a ser alcanada com o tratamento, conco-mitantemente com a correo dos nveis do HDL-colesterol edos triglicrides172-176.
As estatinas so os medicamentos de escolha para redu-zir o LDL-C em adultos (Quadro 11). Estudos de prevenoprimria e secundria mostram que as estatinas diminuem oseventos coronarianos, a incidncia de acidente vascular ence-flico e a necessidade de revascularizao do miocrdio e amortalidade cardiovascular total173,174 (A, 1A).
03 - Sndrome Metabolica 01.pm6 24/02/05, 08:58152
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153Volume 7 / Nmero 4 / 2004
Os fibratos demonstraram benefcio na reduo de even-tos cardiovasculares em indivduos com HDL-C abaixo de40mg/dL, componente freqente da sndrome metablica. Osfibratos so tambm indicados para o tratamento da hipertri-gliceridemia quando a dieta e a atividade fsica no forem su-ficientes para corrigi-la (Quadro 12). Os cidos graxos mega-
3 podem ser usados como terapia coadjuvante da hipertrigli-ceridemia ou em substituio aos fibratos em caso de intole-rncia a estes178 (Quadro 13).
O cido nicotnico de liberao intermediria pode au-mentar o HDL-C e, segundo alguns estudos contribui para re-duo de eventos cardiovasculares179 (Quadro 13).
O ezetimiba associado s estatinas permite acentuadareduo do LDL-C e a sua utilizao pode ser consideradapara atingir as metas lipdicas preconizadas180 (Quadro 13).
A teraputica combinada de estatinas com fibratos oucom o cido nicotnico pode ser uma opo atrativa nos
indivduos com sndrome metablica que apresentem ele-vao do LDL-colesterol e dos triglicerdeos e reduo doHDL-colesterol.
Obesidade
Caso as medidas no-medicamentosas recomendadas noconsigam induzir perda de pelo menos 1% do peso inicialpor ms, aps um a trs meses, deve-se considerar a introdu-o de drogas adjuvantes da dieta para os indivduos comIMC 30kg/m2 ou ainda, naqueles com IMC entre 25kg/m2
e 30kg/m2 desde que acompanhado de comorbidades (D, 5).
As drogas mais indicadas so a sibutramina e o orlistat(Quadro 14). Estudos tm demonstrado seus efeitos favor-
veis para a perda de peso e melhora dos parmetros metabli-cos, com boa tolerabilidade e segurana181-184 (B, 2B). As dro-gas da classe noradrenrgica185,186 so eficazes na perda de peso,mas os seus estudos so antigos e de curto prazo184 (C, 4). Osinibidores seletivos de recaptao de serotonina usados comoantidepressivos, podem tambm proporcionar perda de
peso186,187 (C, 4). No so recomendadas as frmulas manipu-ladas face falta de controle de qualidade das mesmas (D, 5).
O tratamento cirrgico tem como objetivo diminuir a en-trada de alimentos no tubo digestivo (cirurgia restritiva), di-minuir a sua absoro (cirugia disabsortiva) ou ambas (cirur-gia mista)188-196. A cirurgia baritrica pode estar indicada parapacientes diabticos ou com mltiplos fatores de risco comIMC >35kg/m2, resistentes ao tratamento conservador, rea-lizado continuamente por dois anos (Portaria 196/GM/MSde 29/2/2000).
As cirurgias baritricas implicam em perda de peso quevaria de 20% a 70% do excesso de peso193 (B, 2A). o mtodo
mais eficaz e duradouro para perda de peso e com melhorantida dos componentes da sndrome metablica. Complica-es incluem mortalidade em torno de 1%, m nutrio,dumping e colelitase195,196.
Estado pr-coagulante e pr-inflamatrio
A sndrome metablica se associa a elevaes do fibri-nognio, do PAI-1 e possivelmente de outros fatores de coa-gulao, caracterizando um estado pr-trombtico.
Para os indivduos com sndrome metablica de mdio ealto risco (risco de DAC 10%) pelo escore de Framingham,
deve ser recomendado o uso contnuo de AAS em baixas do-ses171 (D, 5).
03 - Sndrome Metabolica 01.pm6 24/02/05, 08:58153
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154 HIPERTENSO
1. LAKKA HM, LAAKSONEN DE, LAKKA TA, NISKANEM LK,KUMPUSALO E, TUOMILEHTO J et al. The metabolicsyndrome and total and cardiovascular disease mortality inmiddle-aged men.JAMA, v. 288, p. 27092716, 2002.
2. FORD ES, GILES WH. A comparison of the prevalence of the
metabolic syndrome using two proposed definitions.DiabetesCare, v. 26, p. 575581, 2003.
3. HAFFNER S, TAEGTMEYER H. Epidemic obesity and themetabolic syndrome.Circulation, v. 108, p. 15411545, 2003.
4. GANG H, QIAO Q, TUOMILEHTO J, BALKAU B, BORCH-JOHNSEN K, PYORALA K for the DECODE Study Group.Prevalence of the metabolic syndrome and its relation to all-cause and cardiovascular mortality in nondiabetic Europeanmen in women.Arch Intern Med, v. 164, p. 10661076, 2004.
5. GIRMAN CJ, RHODES T, MERCURI M, PYRL K,KJEKSHUS J, PEDERSEN TRet al. for the 4S Group and theAFCAPS/TexCAPS Research Group. The metabolic syndromeand risk of major coronary events in the ScandinavianSimvastatin Survival Study (4S) and the Air Force/TexasCoronary Atherosclerosis Prevention Study (AFCAPS/TexCAPS).Am J Cardiol, v. 93, p. 136141, 2004.
6. AGUILAR-SALINAS CA, ROJAS R, GMEZ-PEREZ FJ,VALLES V, RIOS-TORRES JM, FRANCO A et al. High
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