direito processual penal anotaÇÕes (salvo automaticamente)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL Inquérito Policial. 1 Conceito. É o procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade de policia judiciária, consistente em um conjunto de diligencias realizadas para a apuração da materialidade e autoria da infração penal, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 2 natureza jurídica do inquérito policial. O inquérito policial não é processo judicial nem processo administrativo. Ele é apenas um procedimento administrativo. EVENTUAIS VÍCIOS CONSTANTES DO INQUÉRITO POLICIAL NÃO CONTAMINAM O PROCESSO A QUE DERAM ORIGEM. NO ENTANTO, EM SE TRATANDO DE PROVAS ILÍCITAS, ELAS, MESMO COLHIDAS EM SEDE DE INQUÉRITO POLICIAL CONTAMINARÃO O PROCESSO. EX. CONFISSÃO OBTIDA MEDIANTE TORTURA. 3 FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL E A COLHEITA DE ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO QUANTO À AUTORIA E MATERIALIDADE DO FATO DELITUOSO. Elementos de informação Prova (art. 155 CPP) Esses elementos de informação são aqueles produzidos na fase investigatória (sem o crivo do contraditório e da ampla defesa). Quanto a eles não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa. Não é necessária a participação do advogado na ouvida do indiciado. Porém é facultado ao advogado sua participação. A prova em regra é produzida na fase judicial. Existem provas cautelares antecipadas e não repetíveis que podem ser produzidas tanto na fase investigatória como judicial. Quanto à prova, é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa, devendo ser produzida na presença do juiz, podendo ser uma presença direta – o juiz presente em audiência,

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Page 1: DIREITO PROCESSUAL PENAL ANOTAÇÕES (Salvo Automaticamente)

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Inquérito Policial.

1 Conceito. É o procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade de policia judiciária, consistente em um conjunto de diligencias realizadas para a apuração da materialidade e autoria da infração penal, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.

2 natureza jurídica do inquérito policial. O inquérito policial não é processo judicial nem processo administrativo. Ele é apenas um procedimento administrativo.

EVENTUAIS VÍCIOS CONSTANTES DO INQUÉRITO POLICIAL NÃO CONTAMINAM O PROCESSO A QUE DERAM ORIGEM.

NO ENTANTO, EM SE TRATANDO DE PROVAS ILÍCITAS, ELAS, MESMO COLHIDAS EM SEDE DE INQUÉRITO POLICIAL CONTAMINARÃO O PROCESSO. EX. CONFISSÃO OBTIDA MEDIANTE TORTURA.

3 FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL E A COLHEITA DE ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO QUANTO À AUTORIA E MATERIALIDADE DO FATO DELITUOSO.

Elementos de informação Prova (art. 155 CPP)

Esses elementos de informação são aqueles produzidos na fase investigatória (sem o crivo do contraditório e da ampla defesa).

Quanto a eles não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa.

Não é necessária a participação do advogado na ouvida do indiciado. Porém é facultado ao advogado sua participação.

Quanto a esses elementos de informação, eles são produzidos sem a presença do juiz, salvo quando houver necessidade de intervenção do Poder Judiciário.

A destinação/finalidade desses elementos é servir como fundamento para a decretação de medidas cautelares e auxiliar na formação da convicção do titular da ação penal. (opinio delicti é a convicção do titular da ação penal).

Os elementos de informação exclusivamente não podem fundamentar a decisão

A prova em regra é produzida na fase judicial.

Existem provas cautelares antecipadas e não repetíveis que podem ser produzidas tanto na fase investigatória como judicial.

Quanto à prova, é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa, devendo ser produzida na presença do juiz, podendo ser uma presença direta – o juiz presente em audiência, ou remota, o juiz conduzindo a audiência por meio de vídeo conferência (remota).

Principio da identidade física do juiz: em regra, o juiz que presidiu a instrução deverá proferir sentença. (art. 399, § 2 CPP e 132 CPC). A doutrina tem entendido que se aplica subsidiariamente os dispositivos do CPC.

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condenatória do juiz. Eles servirão como fundamentos complementares.

Exclusivamente (advérbio): elementos informativos isoladamente considerados não podem fundamentar uma sentença condenatória. Porém não devem ser desprezados, podendo se somar a prova produzida em juízo para formar a convicção do magistrado.

4. Atribuição para a presidência do inquérito policial.

4.1. Crime militar – a competência pode ser da justiça militar da União ou da Justiça Militar dos Estados.

Se o crime for praticado no âmbito da justiça militar da União que investigará será a policia judiciária militar da União, por meio do IPM. Quem preside o IPM será o encarregado.

Se o crime for praticado pelos militares estaduais quem investigará será a própria PM ou BM.

4.2 crime de competência da justiça federal. Quem investigará será a PF.

4.3 crime da justiça eleitoral é de competência investigativa da PF. Caso nas comarcas que não tenha PF, quem investigará será a Policia Civil.

4.4 crimes de competência da justiça estadual, via de regra, o competente para investigar será a policia civil. Porém, a policia federal também pode investigar crime de competência da justiça estadual. Ex. receptação de cargas ou crimes praticados pela internet.

5. características do IP.

5.1Procedimento escrito – art. 9 – CPP; obs. A doutrina tem entendido que o inquérito pode ser gravado em áudio visual.

5.2 procedimento dispensável. (art.27 e 39 § 5 CPP) Se o titular da ação penal contar com elementos de informação oriundos de procedimento investigatório diverso, o IP será dispensável.

5.3 É um procedimento sigiloso. Inquérito policial é um procedimento administrativo em relação ao qual a surpresa é fundamental para a sua própria eficácia.

Publicidade ampla diz respeito aos processos judiciais. A regra da publicidade dos atos não se aplica ao IP.

A quem não se opõe o sigilo do IP. O juiz e o MP terão acesso aos autos do IP.

O Advogado também tem acesso ao IP. De acordo com o STF o advogado tem acesso aos autos do IP caso a diligencia já tenha sido documentada. PORÉM SE A DILIGENCIA AINDA NÃO FOI

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REALIZADA OU ESTIVER EM ANDAMENTO O ADVOGADO NÃO TEM O DIREITO DE SER COMUNICADO. O ADVOGADO, COMO REGRA, NÃO PRECISA DE PROCURAÇÃO PARA TER ACESSO AOS AUTOS. TODAVIA, HAVENDO INFORMAÇÕES SIGILOSAS NO IP SOMENTE O ADVOGADO COM PROCURAÇÃO PODERÁ TER ACESSO AOS AUTOS. SÚMULA 14 STF.

A) Caso o delegado negue o acesso do advogado aos autos do IP, poderá este impetrar MS em nome do advogado, tendo em vista que é o próprio EAOB que assegura em seu art. 7 o direito do advogado de acesso aos autos do IP.

B) Reclamação perante o STF para assegurar o cumprimento das decisões perante o STF.C) Também cabe HC: havendo risco potencial a liberdade de locomoção do investigado

será cabível a impetração de HC, desde que seja cominada pena privativa de liberdade para o delito. Tanto se o indiciado estiver solto ou preso. Obs: desde que seja cominada pena privativa de liberdade.

5.4 IP É UM PROCEDIMENTO INQUISITORIAL. DESSA FORMA, NÃO É OBRIGATÓRIA A OBSERVÂNCIA DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. No caso do inquérito para expulsão do estrangeiro haverá contraditório e ampla defesa. (Lei 6.815).

5.5 procedimento discricionário. A fase preliminar de investigações é conduzida de maneira discricionária pela autoridade policial, que deve determinar o rumo das diligencias de acordo com a peculiaridades do caso concreto. Obs: discricionariedade significa a liberdade para atuar de acordo com o preceituado na lei. Obs: art. 14: essa discricionariedade não tem caráter absoluto. PARA OS TRIBUNAIS HÁ DILIGENCIAS QUE DEVEM SER OBRIGATORIAMENTE REALIZADAS, TAIS COMO EXAME DE CORPO DE DELITO NOS CRIMES QUE DEIXAM VESTÍGIOS E A OITIVA DO INVESTIGADO. (STJ HC 69405/08).

5.6 procedimento oficioso. Tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada a autoridade policial é obrigada a agir de ofício, independentemente de provocação da vítima.

Nos demais casos, ação penal publica condicionada e ação penal de iniciativa privada será necessário o prévio requerimento da vitima.

5.7 IP É UM PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL. DELEGADO NÃO PODE ARQUIVAR O IP.

5.8 IP também se trata de um procedimento temporário. Ou seja, existe um prazo. Em se tratando de investigado solto:30 dias; em se tratando de investigado preso: 10dias. EM SE TRATANDO DE INDICIADO SOLTO, A DOUTRINA ENTENDE QUE O PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO PODE SER SUCESSIVAMENTE PRORROGADO. (STJ HC 96.666).

5.9 Formas de instauração do IP.

6 NOS CRIMES DE CÃO PENAL PUBLICA INCONDICIONADA, A PRIMEIRA FORMA DE INSTAURAÇÃO SERÁ DE OFICIO. NESSE CASO, A PEÇA INAUGURAL SERÁ UMA PORTARIA DO DELEGADO.

6.1 a segunda forma de instauração será mediante requisição do Juiz ou MP. Nesse caso, a peça inaugural será a própria requisição do MP ou Juiz.

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DE ACORDO COM A DOUTRINA, DE MODO A SE PRESERVAR A IMPARCIALIDADE DO JUIZ, NÃO PODE ELE DIRETAMENTE REQUISITAR A INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO.

6.3 a terceira forma de instauração de IP será a requerimento do ofendido ou de seu representante legal (peça inaugural será a portaria). Antes de se instaurar o IP o delegado deve verificar a procedência das informações. O delegado pode indeferir o requerimento da vitima. No caso de indeferimento, cabe recurso para o chefe de polícia – secretário de segurança pública ou delegado geral. Obs: na prática, o melhor caminho a ser seguido pelo ofendido em caso de indeferimento do seu pedido de abertura de IP seria o requerimento para o próprio MP.

6.4 quarta forma de instauração de IP será a notícia oferecida por qualquer do povo.(portaria). Antes de instaurar o IP deverá o delegado analisar as informações contidas na noticia.

6.5 quinta forma será mediante Auto de Prisão em Flagrante.(APF) No CPPM o auto de prisão em flagrante pode dispensar o IP. (art. 27). No caso militar, após o APF e estando todos os elementos elucidados, o mesmo já irá diante mão para o MP.

6.6. No caso de crimes de ação penal publica condicionada ou ação privada, a instauração do IP somente poderá ser feita havendo requerimento do ofendido ou de seu representante legal.

Se o inquérito policial for instaurado através de portaria do delegado eventual HC deve ser apreciado pelo juiz de 1° instancia; se houve requisição do MP, a autoridade coatora será o promotor de justiça. Quem será competente para apreciar o HC será o TJ.

7. notitia criminis: é o conhecimento espontâneo ou provocado por parte da autoridade policial a cerca de um fato delituoso. Espécies de notitia criminis.

7.1 De cognição imediata: quando a autoridade policial toma conhecimento de um crime por meio de atividades rotineiras.

7.2 De cognição mediata: a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de um expediente escrito. Pode ser requerimento da vítima, noticia oferecida por qualquer do povo.

7.3 De cognição coercitiva: a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso através da apresentação de individuo preso em flagrante.

8. Delatio criminis: é uma espécie de notitia criminis caracterizada pela comunicação feita à autoridade policial por qualquer do povo.

9. Notitia criminis inqualificada: é vulgarmente conhecida como denúncia anônima.

Para o STF uma denúncia anônima por si só não serve para fundamentar a instauração de IP. Porém a partir dela a policia pode realizar diligencias preliminares para apurar a veracidade das informações e então instaurar o IP. (HC 95244).

10. identificação criminal. No primeiro momento ela é feita através da fotografia. A segunda é a identificação datiloscópica. A identificação criminal é um procedimento feito por um técnico.

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Ou seja, é um procedimento de caráter científico. Esse procedimento é diferente do procedimento de reconhecimento de pessoas e coisas.

Antes da CF/88 a identificação criminal era a regra. Ou seja, todo o investigado era submetido a esta.

No entanto, após a CF 88, art. 5°, LVII, a identificação criminal passou a ser exceção. Ela somente poderá ser feita nas hipóteses previstas em lei.

Leis que tratam da identificação criminal.

Lei 8.069/90 – art. 109 ECA.

Lei 9.034/95 – art. 5°. Lei de organização criminosa. Nesse caso, o participante será compulsoriamente identificado criminalmente.

Lei 10.054/00 – art. 3. O STJ passou a entender por conta desse artigo, que p art. 5 acima está revogando tacitamente por esta lei. (RHC 12.965 STJ).

Lei 12.037/09 – esta lei revogou a lei acima, 10.054/00. Desse modo, o entendimento prevalecente é que somente essa lei é que trata da identificação criminal.

Caso tenha sido absolvido ou rejeitado a denúncia, pode o indiciado requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo.

11. incomunicabilidade do indiciado preso.

CPP – art. 21. A doutrina entende que esse artigo não foi recepcionado pela CF88, tendo em vista que nesta, no art. 136, § 3 – IV, veda a incomunicabilidade do preso.

Lei 10.792/03. Criou o RDD, previsto na LEP. A tenção para o artigo 52, inciso 3 da LEP. Essa regime não estabelece a incomunicabilidade do preso. (STJ HC 40.300).

12 – indiciamento.

Indiciar é apontar alguém como provável autor de um delito.

Para haver o indiciamento deve existir prova da existência do crime e indícios de autoria.

A atribuição do indiciamento é privativa da autoridade policial.

Para os tribunais, não havendo elementos probatórios é possível a impetração de HC buscando-se o desindiciamento.

Quem pode ser indiciado?

Pelo menos em regra qualquer pessoa pode ser indiciada.

Quem não pode ser indiciado?

A) Membros do MP; Lei orgânica do MP, art. 41. Caso no curso da investigação seja demonstrado indicio de crime praticado por membro do MP, a autoridade policial

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deverá imediatamente remeter os autos, sob pena de responsabilidade para o PGJ ou PGR.

B) Juiz - mesmo raciocínio do MP.C) Para o STF, a partir do momento em que titular de foro por prerrogativa de função

passa a figurar como suspeito em procedimento investigatório, é necessária autorização do tribunal para o prosseguimento das investigações, autorização esta que também é necessária para o indiciamento. (questão de ordem inq. 2401)

13. Conclusão do IP.

13.1 – prazo para conclusão do IP. Esse prazo vai variar se o cidadão está preso ou solto.

Lei Preso Solto

CPP 10 dias

No caso desse prazo a maioria da doutrina entende que ele não pode ser prorrogado.

30 dias

Em se tratando de indiciado solto esse prazo pode ser prorrogado.

Nesse caso, entende-se ser prazo de natureza processual penal.

Inquérito Policial Federal no âmbito da Justiça FEDERAL

15 dias podendo ser prorrogado por mais 15.

30 dias

IPM 20 dias 40 dias

Lei de drogas 30 mais 30 dias 90 dias mais 90 dias

Crimes contra a economia popular

10 dias 10 dias

Prisão temporária em Crimes hediondos e equiparados

30 mais 30 dias

OBS: PRAZO DE NATUREZA PROCESSUAL COMEÇA A CONTAR DO PRIMEIRO DIA APÓS A INTIMAÇÃO. JÁ O PRAZO PENAL COMEÇA A CONTAR NA DATA DA INTIMAÇÃO.

13.2 Relatório da autoridade policial.

O relatório deve ter caráter descritivo, ou seja, deve-se descrever quais foram as diligencias realizadas.

O relatório da autoridade policial não deve fazer juízo de valor. Porém no caso da lei de drogas, o delegado deve se manifestar sobre a conduta do indiciado.

Não se trata de peça obrigatória.

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13.3 Destinatário dos autos do IP.

De acordo com CPP, o autos do IP são remetidos ao Poder Judiciário.

Obs: resolução de n 63 do conselho da justiça federal. Ela estabelece a tramitação direta dos autos do IP para o MP, salvo se houver necessidade de medidas cautelares.

13.4 providências a serem adotados após a remessa do IP.

A) ação penal de iniciativa privada. O juiz deixará os autos no cartório aguardando-se a iniciativa do querelante. Art. 19 CPP.

B) ação penal pública. O juiz remeterá para o MP. Este poderá oferecer denúncia ou pedir o arquivamento do IP.

C) requisição de diligências requerida pelo MP, desde que indispensáveis ao oferecimento da denúncia. Essas diligências devem ser requisitadas diretamente à autoridade policial.

Se o juiz indefere o retorno dos autos cabe correição parcial.

d) Pedido de declinação da competência. Se o promotor entender que o juízo não é dotado de competência deve requerer a remessa dos autos ao juiz natural.

e) O Promotor pode suscitar conflito de competência. Se já havia prévia manifestação de outro juízo deve ser suscitado um conflito.

Conflito de competência (conflito entre autoridades judiciárias) entre juiz do juizado especial federal e juiz federal. Quem compete julgar tal conflito será o respectivo TRF. A súmula 348 do STJ foi revogada, vigorando agora a súmula 428. “Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária”.

f) Promotor suscitar conflito de atribuições (conflito entre órgãos administrativos do MP).

Nesse caso, conflito entre promotor do mesmo ministério público quem decidirá será o PGJ.

Conflito entre Promotor de Estado e Procurador da Republica. Nesse caso, haverá um conflito virtual de competência. O STF entende que se o conflito é apenas entre promotores, quem decidirá será o STF.art. 102,F, CF.

14. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL. O arquivamento do IP é sim decisão judicial. Há inicialmente o pedido feito pelo MP ao juiz, podendo este acatar ou não o arquivamento.

Fundamentos do arquivamento.

a) Ausência de pressupostos processuais ou condições da ação (ex. falta de representação); - coisa julgada formal, removido o defeito ou vício, será possível o oferecimento de denúncia;

b) Falta de justa causa (falta de lastro probatório quanto a prática do delito); coisa julgada formal.

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c) Atipicidade formal ou material da conduta delituosa (principio da insignificância); - coisa julgada formal e material.(HC 84 156)

d) Existência manifesta excludente da ilicitude; - coisa julgada formal e material. e) Manifesta causa excludente da culpabilidade (salvo na hipótese de inimputabilidade

do 26 caput.) nesse caso deve ele ser denunciado, mas o promotor deverá pedir sua absolvição por meio de sentença absolutória imprópria. - coisa julgada formal e material.

f) Causa extintiva da punibilidade - coisa julgada formal e material. Certidão de óbito falsa é perfeitamente possível nova denúncia pelo MP.

Coisa julgada na decisão de arquivamento.

Coisa julgada formal é a imutabilidade da decisão no processo em que foi proferida. Ou seja, essa imutabilidade só existe no processo em que a decisão foi proferida, não se confundindo desse modo com a coisa julgada material.

Coisa julgada material: é a imutabilidade da decisão fora do processo em que foi proferida.

Atenção para o HC 95 211. O STF entendeu que seria possível o oferecimento de denúncia com base em provas novas.

HC 87 395. Vê.

14. 1 – desarquivamento (reabrir as investigações deverá haver noticia de provas novas.) e oferecimento de denúncia.

Para o desarquivamento do IP basta a noticia de provas novas, consistindo o desarquivamento de uma decisão de natureza administrativa por meio da qual as investigações são abertas.

Uma vez desarquivado o IP caso surjam provas novas, capazes de alterar o contexto probatório dentro do qual foi proferida a decisão de arquivamento, será possível o oferecimento de denúncia. Sumula 524 STF.

15. procedimento do arquivamento.

Procedimento do arquivamento na justiça estadual.

Juiz concorda com o pedido de arquivamento feito pelo MP – arquiva-se.

Juiz discorda do pedido (principio da devolução) remete para o PGJ.

O PJG próprio oferece a denúncia; requisita diligências; ou insistir no arquivamento; designa outro órgão do MP para atuar no caso. A maioria da doutrina entende que o promotor designado estará obrigado o oferecer denúncia.

16. Procedimento do arquivamento na justiça federal, justiça comum do DF e na justiça militar da união.

Justiça militar da união - MPM

Justiça comum do DF – MPDFT

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Justiça federal – MPF

Mais o MPT compõem o Ministério Púbico da união.

Nesse caso, tratando-se da esfera federal, quando o MPF pede o arquivamento do inquérito ao Juiz federal, este ao invés de remeter para o PGR, envia os autos para a Camara de Coordenação e Revisão. Esta é um órgão de estrutura dentro do MPF dotada de competência para analisar os pedidos de arquivamento. Ela se pronuncia apenas de maneira opinativa. Após essa manifestação, os autos serão remetidos ao PGR, que tem competência para decisão final sobre o pedido de arquivamento.

16.1 Procedimento do arquivamento nas hipóteses de atribuição originária do PGR ou PGJ.

Em regra, o procedimento do arquivamento ocorre mediante decisão judicial. Porém quando se tratar de atribuição originária do PGR ou PGJ não é necessário que a decisão do MP seja submetida a análise do Poder Judiciário, quando esta tiver efeito apenas de coisa julgada formal(ex. pedido de arquivamento por falta de provas), salvo na hipótese em que a decisão de arquivamento for capaz de fazer coisa julgada formal e material. Nesse caso, para que o pedido de arquivamento surta os dois efeitos será imprescindível a ratificação do pedido pelo Poder Judiciário. (IQ 2054 e 2341).

17. Arquivamento implícito. (não é admitido pela jurisprudência).

Ocorre quando o MP deixa de incluir na denuncia algum co-réu ou algum fato delituoso, não se manifestando quanto o arquivamento. Nessa hipótese, caso o juiz não aplicasse o art. 28, teria havido o arquivamento implícito. Esse arquivamento implícito não é admitido pela jurisprudência, que também não admite o oferecimento de ação penal priva subsidiária da pública.

18. Arquivamento indireto.

Se o órgão do MP ao invés de oferecer denuncia requer a declinação de competência e o juiz não concorda, essa manifestação deve ser entendida como um pedido indireto de arquivamento, aplicando-se por analogia o art. 28 do CPP.

19. Recorribilidade da decisão de arquivamento.

Em regra a decisão de arquivamento é irrecorrível, não cabendo se quer ação penal privada subsidiária da pública. Esta só é cabível diante da inércia do MP.

Exceções:

1° crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública, há previsão de recurso de ofício.

2° no caso das contravenções do jogo do bicho e corrida de cavalos fora do hipódromo, há previsão legal do RESE.

3° na hipótese de arquivamento de investigação por parte do PGJ, caberá pedido de revisão ao colégio de procuradores.

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Se o juiz arquivar o IP de ofício caberá correição parcial.

20. Trancamento do IP.

Trata-se de medida de natureza excepcional que só é possível nas seguintes hipóteses.

1) Manifesta atipicidade formal ou material;2) Presença de causa extintiva da punibilidade;3) Instauração de inquérito em crime de ação penal privada ou crime de ação penal

pública condicionada a representação sem prévio requerimento do ofendido ou seu representante legal;

Em regra, o instrumento usado para tal trancamento será o HC, desde que haja risco para liberdade de locomoção.

Caso não haja risco de liberdade de locomoção, o instrumento que deverá ser usado será o MS.

21. investigação pelo MP.

ARGUMENTOS CONTRÁRIOS A INVESTIGAÇÃO DO MP.

A investigação atenta contra o sistema acusatório, pois cria-se um desequilíbrio entre acusação e a defesa.

A CF dotou o MP do poder de requisitar diligencias ou a instauração de IP, mas não a atribuição para presidir investigações.

Falta de previsão legal dessas investigações.

ARGUMENTOS FAVORÁVEIS A INVESTIGAÇÃO PELO MP.

Teoria dos poderes implícitos (MC CULLOCH VS MARYLAND, 1819). A CF ao conceder uma atividade fim a determinado órgão ou instituição implícita e simultaneamente também concede a ele todos os meios necessário para atingir esse objetivo. Logo se o MP é o titular da ação penal pública deve-se outorgar a ele os meios necessários para formar seu convencimento.

Não há violação ao sistema acusatório, pois os elementos colhidos pelo MP terão o mesmo valor daqueles colhidos no IP.

Procedimento investigatório criminal (PIC). É o instrumento de natureza administrativa e inquisitorial instaurado e presidido pelo MP, com a finalidade de apurar a ocorrência de infrações penais de natureza pública, fornecendo elementos para o oferecimento ou não da denúncia. Previsto na resolução N 13 do CNMP.

POSIÇÃO JURISPRUDENCIA ACERDA DO ASSUNTO.

No STJ o entendimento é pacifico no sentido de que o MP pode investigar .

Nesse sentido é o enunciado da súmula 234:

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“A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia”.

No âmbito do STF, esta corte também é favorável a investigação ser feita pelo MP.

HC 91.661 e HC 89.837.

22. Controle externo da atividade policial pelo MP.

Conceito. É o conjunto de normas que regulam a fiscalização exercida pelo MP em relação a policia, na prevenção, apuração e investigação de fatos delituosos, na preservação dos direitos e garantias dos presos e na fiscalização do cumprimento das determinações judiciais.

Esse controle externo decorre do sistema de freios e contra pesos previstos pela CF. desse controle externo não resulta relação de subordinação ou hierarquia.

O controle pode ser exercido de duas formas:

Controle difuso: é aquele exercido por todos os membros do MP com atribuição criminal, no controle de ocorrências policiais, prazos de inquéritos policiais, qualidade do IP, em relação aos bens apreendidos e a propositura de medidas cautelares.

Controle concentrado: é exercido através de membros do MP com atribuição específica para o controle externo da atividade policial.

As medidas que podem ser adotadas pelo MP no controle externo:

Ação de improbidade administrativa; procedimentos de investigação criminal; requisições, recomendações e TAC; visitas às delegacias e unidades prisionais e controle de comunicações de prisão em flagrante.

Esse controle externo está regulamentado pela resolução n 20 do CNMP.

AÇÃO PENAL

CONCEITO: Ação penal é o direito público subjetivo de se pedir ao estado juiz a tutela jurisdicional relacionada ao caso concreto. Em regra, a ninguém é dado o direito de fazer justiça com as próprias mãos.

CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL. Elas devem ser preenchidas para que haja o exercício regular o direito de ação.

1 Elas se subdividem em condições genéricas e condições específicas da ação penal.

Condições genéricas:

A) Possibilidade jurídica do pedido – o pedido formulado deve se referir a uma providencia admitida pelo direito objetivo. No âmbito do processo penal deve ser analisado se a imputação formulada na peça acusatória refere-se a fato típico, ilícito e culpável praticado por cidadão com 18 anos completos ou mais. Ex. suponha-se que uma denúncia seja oferecida contra menor de 18 anos pela prática de crime, pedindo a

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imposição de pena privativa de liberdade. Nesse caso, usando de maneira subsidiária o CPC, pode-se requerer a extinção do processo sem resolução do mérito. Nesse verificada a falta de possibilidade jurídica, o juiz pode rejeitar a peça acusatória com base no artigo 395, inciso II.

B) Legitimidade para agir: É a pertinência subjetiva da ação. A legitimidade para agir dividi-se em legitimação ativa e passiva. Nos crimes de ação penal pública, a legitimidade ativa é do MP; já nos crimes de ação penal privada a legitimidade será do ofendido ou de seu representante legal.Ex. durante a propaganda eleitoral, ticio pratica o crime de calunia contra mévio, o qual oferece queixa crime dentro do prazo decadencial. Analise o caso concreto. Nesse caso, o crime sendo praticando dentro do período eleitoral passa a ser crime eleitoral. Dessa forma, os crimes eleitorais são crimes de natureza publica incondicionada. Ou seja, se o crime de calunia foi praticada no período eleitoral ele será crime eleitoral e sua natureza será de ação penal publica incondicionada. Nesse caso, haverá falta de legitimidade para mévio, haja vista o crime ser de ação penal publica incondicionada.

Ticio praticou o crime de injuria racial(Lembrar crimes de futebol: raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, condição de pessoa idosa, portadora de necessidades especiais ) contra Mévio no dia 30 de agosto de 2009. No dia 30 de outubro de 2009 mévio ajuizou queixa crime contra tício. Mévio tem legitimidade para ocupar o pólo ativo? Sim. Pois quando uma lei processual de caráter material mais maléfica entra em vigor, aplica-se o critério da irretroatividade ou ultra-atividade nos casos concretos. Antes da lei 12.033/09, o crime de injuria racial era de iniciativa privada. Porém depois dessa lei, que entra em vigor dia 30 de setembro de 2009, passando a ser o crime de ação penal pública condicionada à representação.A alteração produzida pela lei 12.033 tem reflexos no direito material, pois priva o acusado de 3 possíveis causas extintivas da punibilidade aplicáveis apenas aos crimes de ação penal privada: renúncia, perdão e perempção.

C) 1.Interesse de agir: necessidade: no processo penal a necessidade é presumida, pois não há pena sem processo, salvo no caso dos juizados, tendo em vista a transação penal. 2. Adequação: em se tratando de ação penal condenatória, a adequação é irrelevante, pois não há diferentes espécies de ações penais condenatórias. Esse requisito se mostra aplicável nas espécies de ações penais não condenatórias. Obs: o HC em se tratando do crime capitulado no art. 28 da lei de drogas, em regra não é o instrumento adequado para ser manejado para ajudar seu cliente, tendo em vista que a pena cominada não prevê a possibilidade de prisão. Nesse caso, o remédio constitucional adequado seria o MS. 3. Utilidade: a utilidade consiste na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do autor. (PRESCRIÇÃO EM PERSPECTIVA – VIRTUAL, HIPOTÉTICA – É O RECONHECIMENTO ANTECIPADO DA PRESCRIÇÃO, EM VIRTUDE DA CONSTATAÇÃO DE QUE NO CASO DE POSSÍVEL CONDENAÇÃO, EVENTUAL PENA QUE VENHA A SER IMPOSTA AO ACUSADO SERÁ INEVITAVELMENTE ATINGIDA PELA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA RETROATIVA, TORNANDO INÚTIL A INSTAURAÇÃO DO PROCESSO PENAL. Para a

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doutrina ao invés de oferecer denúncia deveria o promotor requerer o arquivamento por ausência do interesse de agir.)PARA OS TRIBUNAIS NÃO SE ADMITE O RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO VIRTUAL. SÚMULA 438 STJ.Mudanças no tocante a prescrição: art. 109, VI. Os crimes que antes prescreviam em 2 ano, antes de 2010, após esse ano, a prescrição passou a se dar em 3 ano. Lei 12.234/06/05/2010. Desse modo, Poe ser uma lei mais gravosa, se o crime foi praticado antes dessa data não incidirá a prescrição de 3 anos, mas sim de 2 anos.A lei 12.234 pôs fim à prescrição da pretensão punitiva retroativa entre a data do fato delituoso e o recebimento da peça acusatória. (art. 110, § 1).

D) Justa causa: é a existência de lastro probatório mínimo para a instauração de um processo penal.

CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA AÇÃO PENAL. Essas condições são necessárias em relação a certos delitos. 1. Representação do ofendido.2. Requisição do Ministro da Justiça (ex. crime contra a honra do presidente).3. Laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial que deixarem vestígios.

(art. 525 CPP.)4. Qualidade de militar no crime de deserção. _______________________________________________________________________

E) Legitimidade passiva: legitimidade passivo é o provável autor do fato delituoso, com 18 anos completos ou mais. (STF HC 72451 – caso de homônimo)

F) Legitimidade da Pessoa Jurídica no Processo Penal:Legitimação ativa. ex. crime de difamação. A PJ pode oferecer queixa crime contra o praticante desse crime.Legitimidade Passiva: Teoria da dupla imputação. Os tribunais tem admitido o oferecimento de denuncia contra a PJ pela prática de crimes ambientais, desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou benefício.(HC 92921)(crime própria – exige qualidade especial do agente.ex. peculato, não é qualquer pessoa que pode praticar; crime de mão própria: além de exigir qualidade especial do agente nenhuma outra pessoa pode praticar, senão o próprio agente).Interesse de agir:

SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA NOS CRIMES FALIMENTARES: NA ANTIGA LEI DE FALÊNCIA, A SENTENÇA DECLARATÓRIA ERA CONDIÇÃO ESPECÍFICA DA AÇÃO PENAL; NA NOVA LEI CUIDA-SE DE CONDIÇÃO OBJETIVA DE PUNIBILIDADE.

Essas condições não se confundem coma as condições de proceguibilidade.

Diferenças entre condição de proceguibilidadede e

Procedibilidade: são sinônimos da condição de ação. São condições necessárias para o início do processo, ou seja, o processo ainda não teve início e essa condição deve ser implementada

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para que o processo possa começar. Nesse caso o processo ainda não teve início. Ver art. 88, lei 9099/95. Ou seja, após essa lei, o crime de lesão corporal leve e lesões corporais culposas passaram a exigir representação.

Condição de proceguibilidade: é uma condição necessária para o prosseguimento do processo, ou seja, o processo já está em andamento e uma condição deve ser implementada para que o processo possa seguir seu curso normal.

Obs: quanto aos processos penais que ainda não tinham tido início quando da entrada em vigor da lei 9099, a representação funcionou como condição de procedibilidade, em relação aos crimes de lesão leve e lesão culposo; quanto aos processos que já estavam em andamento a representação funcionou como condição de proceguibilidade.

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS CONDENATÓRIAS:

Ação penal pública: o titular da ação penal pública é o MP. (art. 129,I), tendo como peça acusatória inicial a denúncia.

1ª espécie: Ação penal Pública Incondicionada. A atuação do MP independe do implemento de qualquer condição. Essa modalidade de ação é a regra. Ou seja, se a lei não disser nada, deve-se presumir que está se tratando de ação penal pública.

Obs: em regra o crime de furto é de natureza publica incondicionada. Art. 155. No entanto, deve-se observar o art. 182 e 183.

2° espécie de ação penal publica é a APP condicionada. A atuação do MP está subordinada ao implemento de uma condição. Nesse caso, o MP fica dependendo de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.

3° ação penal publica subsidiária da publica.

Ex1. DCL, 20/67, art. 2 §2°. Se o MP estadual não agir, pode-se solicitar providencia do MPU, na pessoa do PGR. Obs. Maioria da doutrina entende que esse dispositivo não foi recepcionado pela CF88, pois atenta contra a autonomia dos MPs estaduais.

Ex.2 Código eleitoral: art. 357 §3 e 4. Nas cidades pequenas, a função de promotor eleitoral é do MPE. Em caso de inércia do promotor não efetuando a denuncia, quem atuará no caso será o PRE – Procurador Regional Eleitoral. Que é Membro do MPU. Por esse motivo, doutrinadores defendem que há uma ação penal publica subsidiária da publica, pois o caso sai do âmbito do MPE e varia parar no MPU. Esse dispositivo está em pleno vigor.

Ex.3 incidente de deslocamento de competência: prevista na CF, art. 109, V-A, §5°. Quando o caso não puder ser resolvido pela justiça estadual, pode-se pedir o deslocamento de competência para a Federal.

AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA

Nesse caso, o titular da ação penal de iniciativa privada será o ofendido ou seu representante legal.

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A ação penal de natureza privada , sua peça acusatória é a Queixa-Crime.

ESPECIES DE AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA.

1. Espécie: ação penal exclusivamente privada. Nessa espécie é possível a sucessão processual. Caso a vitima morra, o direito é transmitido aos sucessores.

2. Ação penal privada personalíssima. Nessa modalidade não é possível a sucessão processual. Caso a vitima morra o direito não se transmite aos sucessores o direito de prosseguir com a ação. Ex. o único delito está no art. 236 do CP, no crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento. (induzir em erro essencial o outro contraente. Casar dizer gostar de mulher, mas gostar de homem).

Obs: a morte da vitima extingue a punibilidade? Resposta: depende do tipo de ação. Se for a ação penal privada personalíssima, por não haver possibilidade de sucessão processual, haverá a extinção da ação.

3. Ação penal privada subsidiária da pública: somente é cabível diante da inércia do MP.

PRINCIPOS DA AÇÃO PENAL.

PRINCIPIOS DA AÇÃO PENAL PUBLICA

1. Ne procedat iudex ex officio (principio da inércia da jurisdição). Ao juiz não é dado iniciar processo penal condenatório de oficio.

Obs: o processo judicialiforme ou ação penal ex oficio: antes da CF88, era possível que o juiz desse inicio a um processo penal condenatório de oficio, nos crimes culposos de lesão corporal, homicídio e contravenção penal. (o art. 26, que dispunha sobre essa redação, não foi recepcionado pela CF/88, haja vista o art. 129, I, CF que atribui à titularidade da ação penal ao MP).

Todavia, em se tratando de processo penal não condenatório, o juiz pode agir de oficio. Ex. HC, que pode ser concedido de oficio pelo juiz. (art. 644, § 2 CPP). 2. Ne bis in idem processual: ninguém pode ser

processado duas vezes pela mesma imputação. Principio previsto no pacto de san Jose da costa rica. Art. 8, § 4°.

3. Obs: decisão absolutória ou declaratória extintiva da punibilidade, ainda que proferida com vício de incompetência, é capaz de transitar em julgado e produzir efeitos, impedindo que o

PRINCIPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA

1. Ne procedat iudex ex officio (principio da inércia da jurisdição). Ao juiz não é dado iniciar processo penal condenatório de oficio.

Obs: o processo judicialiforme ou ação penal ex oficio: antes da CF88, era possível que o juiz desse inicio a um processo penal condenatório de oficio, nos crimes culposos de lesão corporal, homicídio e contravenção penal. (o art. 26, que dispunha sobre essa redação, não foi recepcionado pela CF/88, haja vista o art. 129, I, CF que atribui à titularidade da ação penal ao MP).

Todavia, em se tratando de processo penal não condenatório, o juiz pode agir de oficio. Ex. HC, que pode ser concedido de oficio pelo juiz. (art. 644, § 2 CPP). 2. Ne bis in idem processual: ninguém pode ser

processado duas vezes pela mesma imputação. Principio previsto no pacto de san Jose da costa rica. Art. 8, § 4°.

3. Obs: decisão absolutória ou declaratória extintiva da punibilidade, ainda que proferida com vício de incompetência, é capaz de transitar em julgado e produzir efeitos, impedindo que o acusado seja

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acusado seja novamente processado pela mesma imputação perante a justiça competente. (STF HC 8666).

4. Principio da intranscendência: a denúncia ou queixa só podem ser oferecidas contra o suposto autor do fato delituoso. A pena não passará da pessoa do condenado.

5. Princípio da obrigatoriedade – também chamado de principio da legalidade processual. Presentes as condições da ação penal e havendo justa causa, o MP é obrigado a oferecer denúncia. Porem esse princípio não impede o pedido de absolvição do acusado.

Exceções ao princípio da obrigatoriedade:A) Transação penal: principio da

discricionariedade regrada ou obrigatoriedade mitigada.

B) Acordo de leniência: é a delação premiada nos crimes contra a ordem econômica. (art. 35 C, lei 8884/94).

C) Termo de ajustamento de conduta. A celebração desse termo não impede o oferecimento de denúncia na hipótese de reiteração da conduta delituosa. (STF HC 92921).

D) Parcelamento do débito tributário. Art. 9, lei 10.684/03. Parcelado o débito tributário, não pode o MP oferecer denúncia contra o devedor. Suspende a pretensão do jus puniende e a prescrição.

6. Principio da indisponibilidade: se o MP é obrigado a oferecer denúncia, também não pode desistir do processo em andamento.

Exceção ao principio da indisponibilidade:

Suspensão condicional do processo. Quando o crime tem pena mínima de um ano.

Alguns doutrinadores entendem que na ação penal publica vigora o principio da indivisibilidade.

As bancas entendem, conforme posição adotada pelo STF, que na ação pública vigora o principio da

novamente processado pela mesma imputação perante a justiça competente. (STF HC 8666).

4. Principio da intranscendência: a denúncia ou queixa só podem ser oferecidas contra o suposto autor do fato delituoso.

5. Principio da oportunidade ou conveniência: cabe ao ofendido ou ao seu representante legal o juízo de oportunidade acerca do oferecimento ou não da queixa crime. Caso o ofendido não queira exercer seu direito de queixa, há duas possibilidades:

A) Decadência: consiste na perda do direito de queixa ou de representação pelo seu não exercício dentro do prazo legal. Prazo de seis meses.

B) Renúncia: ocorre quando o ofendido abra mão do seu direito de queixa.

6. Principio da disponibilidade: em crimes de ação penal exclusivamente privada ou personalíssima, o querelante pode dispor do processo em andamento.

Formas de disposição:

A) Perdão do ofendido; B) Perempção; (abandonar o processo)C) Conciliação e desistência da ação no

procedimento dos crimes contra a honra processados em juízo singular.

7. Principio da indivisibilidade: o processo penal de um obriga ao processo penal de todos. (art. 48).

Renuncia concedida a um dos autores do delito estende-se aos demais.

Perdão concedido a um dos querelados estende-se aos demais, desde que haja aceitação.

O fiscal do principio da indivisibilidade é o MP.

Obs: se a omissão do querelante foi voluntária, terá havido renúncia tácita, beneficiando todos os envolvidos no crime;

Se a omissão foi involuntária, o querelante deverá ser intimado para aditar a queixa crime para incluir os coautores, sob pena de renúncia tácita.

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divisibilidade.

Para o Supremo o MP pode oferecer denuncia contra alguns coautores, sem prejuízo do prosseguimento das investigações quanto aos demais. (STJ REsp 388473.)

4. Ação penal pública condicionada: a atuação do MP depende de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.Ex. os crimes contra a liberdade sexual, que antes eram de natureza privada, passaram a ser ação penal condicionada à representação.

4.1 Representação do ofendido: é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do autor do fato delituoso.Em relação à representação do ofendido, vigora o principio da oportunidade ou conveniência.Não há necessidade de formalismo quanto à representação. (os tribunais não exigem formalismo na representação).(HC 86122 STF).

A) Natureza jurídica da representação: a representação, em regra, funciona como condição específica da ação penal. Para os processos que ainda não tiveram início.Se no entanto, o processo já estava em andamento e a lei passou a exigir representação, trata-se de condição de prosseguibilidade. Ex. art. 91, da lei dos juizados criminais.

B) Destinatário da representação: Art. 39 CPP. Juiz, MP ou Autoridade policial. Obs: o ideal é retirar a figura do juiz da faze investigatória, tendo em vista a imparcialidade que este deve ter, quando for aplicar a lei.

C) Titularidade para o oferecimento da representação ou queixa crime:O OFENDIDO COM 18 ANOS OU MAIS; obs: quando o ofendido completa 18 anos já é plenamente capaz, não sendo possível que seu direito seja exercido por representante legal. Dessa forma, está tacitamente cancelada a sumula 594 do STF. Obs: o código civil não produziu alterações no âmbito do direito penal. Art. 115. (CP) O menor de 21 à época do delito, tem os prazos prescricionais reduzidos pela metade, bem como o maior de 70 anos. Nesse caso, também funcionará como atenuante, art. 65,I do CP.

O OFENDIDO COMO MENOS DE 18 ANOS, MENTALMENTE ENFERMO OU RETARDADO MENTAL: nesse caso, seu direito será exercido por seu representante legal.

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Para os tribunais, qualquer pessoa que seja responsável pelo menor pode oferecer a representação.

OBS: INÉRCIA DO REPRESENTANTE LEGAL E DECADENCIA DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO: Duas correntes: 1° cuidando-se de incapaz o prazo decadencial não flui enquanto não cessar a incapacidade, já que não se pode falar em decadência de um direito que não pode ser exercido.2° o representante legal exerce na plenitude o direito de queixa ou de representação. Portanto havendo decadência pra ele estará extinta a punibilidade, ainda que o menor não tenha completado 18 anos. O OFENDIDO COMO MENOS DE 18 ANOS, MENTALMENTE ENFERMO OU RETARDADO MENTAL, QUE NÃO TEM REPRESENTANTE LEGAL OU QUANDO HOUVER COLISÃO DE INTERESSES. Nesse caso, deve ser nomeado curador especial pelo juiz. Art. 33 CPP. Obs: o curador especial não é obrigado a oferecer a representação ou queixa.

PESSOA JURIDICA.(nos crimes de crime contra a honra objetiva) Nesse caso, deverão ser representadas por quem os contratos ou estatutos designarem e no silêncio, por seus diretores ou sócio gerente.

O OFENDIDO MAIOR DE 16 E MENOR DE 18 ANOS CASADO. Nesse caso, embora haja o instituto da emancipação, esse cidadão não fica dotado de capacidade para oferecer representação ou queixa crime. Haverá duas soluções: nomeação de curador especial ou aguarda-se que a vitima complete 18 anos, quando então poderá exercer o seu direito.

MORTE DA VÍTIMA: nesse caso, acontecerá a chamada sucessão processual. Ou seja, o direito da vitima será transmitido para seus sucessores. Art. 24, §1. C (cônjuge ou companheiro)-A(ascendente)-D(descendente)-I(irmão).

Obs: há uma ordem preferencial no CADI.(art. 36 CPP).Havendo divergência entre os sucessores, prevalece a vontade daquele que deseja dar início à persecução penal. O sucessor terá direito ao prazo decadencial restante, sendo que seu prazo só começa a fluir a partir do momento que tomar conhecimento da autoria.

PRAZO DECADENCIA PARA O OFERECIMENTO DA REPRESENTAÇÃO/QUEIXA CRIME.Art. 38 CPP: o prazo é decadencial de 6 meses. A decadência é causa extintiva da punibilidade.

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A contagem desse prazo de 6 meses deve ser feita incluindo o dia do começo/início(art. 10). Fato dia 22/03/2011 – representação até: 21/09/2011 às 23:59 minu. Dessa forma, diminui-se um dia.Esse prazo decadencial não está sujeito a interrupção ou suspensão.

O inquérito policial não interrompe o prazo decadência para a representação da queixa crime. *O prazo decadencial começa fluir em regra a partir do conhecimento da autoria. Atenção: art. 236 do CP. O crime de erro ou impedimento só poderá iniciar sua persecução penal após transitar em julgado a sentença que anule o casamento.

LEI DE IMPRENSA: EMBORA TENHA SIDO DECLARADA INCONSTITUCIONAL, DEVE-SE OBSERVAR O ART. 41. Nessa lei o prazo decadencial era de 6 meses. Ele estava sujeito a duas suspensões.

RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO: Retratar-se significa voltar atrás, arrepender-se, pressupondo o prévio exercício de um direito. ESSA RETRATAÇÃO PODE OCORRER ATÉ O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. (art. 25 CPP).

Obs: a lei usa a expressão renúncia de maneira equivocada, (art. 16 lei Maria da penha), pois não se pode renunciar a um direito que foi exercido. Onde o referido art. Diz renuncia, leia-se retratação. Ela pode ser feita até o recebimento da denúncia.

RETRATAÇÃO DA RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO. (OFERECIMENTO DE NOVA REPRESENTAÇÃO.) A maioria da doutrina entende ser possível, desde que seja oferecida dentro do prazo decadencial de 6 meses.

EFICÁCIA OBJETIVA DA REPRESENTAÇÃO.

Feita a representação contra apenas um dos coautores, esta se estende aos demais agentes. Por outro lado, feita a representação em relação a um delito, o MP não pode oferecer denúncia em relação a outros crimes cuja representação não tenha sido oferecida.

5.0 REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA.Requisição é a manifestação da vontade do ministro da justiça no sentido de que possui interesse na persecução penal do fato delituoso. Obs: a requisição também funciona como uma condição específica da ação penal. Requisição não é sinônimo de ordem.

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O titular da ação penal pública continua sendo do MP. A requisição do MJ não está sujeita a prazo decadencial. Porém está sujeita a prazo prescricional o delito, previsto no art. 109 do CP.

RETRATAÇÃO DA REQUISIÇÃO. 2 correntes:1° não é possível a retratação da requisição;2° a que prevalece, que é cabível a retratação da requisição até o oferecimento da denúncia.

6.0

AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA.

Tem acento constitucional. Art. 5, LIX.

Nomeclaturas: ação penal acidentalmente privada ou supletiva;

Esse tipo de ação só é cabível diante da inércia do MP. Ou seja, quando ele não fizer absolutamente nada.

Só se pode falar em ação penal privada subsidiária da pública se o delito conta com um ofendido individualizado.

Ex. trafico de drogas, porte ilegal de arma e embriaguez ao volante, por serem classificados como crime de perigo, quando não existe vítima individualizada, não pode ser objeto de ação penal subsidiária.

Exceções: CDC 8078/90, art. 80. Tanto os procons como as adecons pode ajuizar queixa crime subsidiária, quando os crimes envolverem relação de consumo, caso a denúncia não seja intentada no prazo legal.

Lei 11.101/05. Lei de falências: art. 184§ único: prescreve que caso o MP não ofereça denúncia no prazo legal, qualquer credor habilitado ou administrador judicial poederá oferecer ação penal subsidiária, observado o prazo decadencial.

PRAZO DECADENCIAL:

Também está sujeita ao prazo decadencial de 6 meses, contados do dia em que se esgotar o prazo do MP.

Obs: Como o crime é de ação penal pública, a decadência não irá acarretar a extinção da punibilidade. Nesse caso, denomina-se DECADÊNCIA IMPRÓPRIA. Quando ela se opera, mas não acarreta a extinção da punibilidade. Há a perca do direito de propositura da ação penal subsidiária da pública, mas sua perda não acarretará a extinção da pretensão punitiva.

Prazo de direito material(penal) é improrrogável. De direito processual, exclui-se o primeiro, inclui o do vencimento.

8. PODERES DO MP NA AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA.

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A) Opinar pela rejeição da peça acusatória, caso presente uma das hipóteses do art. 395.

B) Aditar a queixa crime, tanto para incluir coautores, como também para incluir outros fatos delituosos. Diferentemente da ação penal privada exclusiva e da personalíssima, onde o MP não tem legitimidade para praticar os atos descritos alhures.

C) Pode o MP repudiar a queixa crime, hipótese em que é obrigado a oferecer DENÚNCIA SUBSTITUTIVA. É a denúncia que substitui a queixa repudiada pelo MP.

D) Intervir em todos os termos do processo: propor meios de prova, interpor recursos.E) Verificando-se a inércia ou negligencia do querelante deve o MP retomar o processo

como parte principal. Nesse caso, dar-se-á uma AÇÂO PENAL INDIRETA.

9. AÇÃO PENAL POPULAR(QUALQUER DO POVO). O Habeas Corpus pode ser impetrado tanto por pessoa física como jurídica,

independentemente de capacidade. A faculdade de qualquer cidadão oferecer denúncia(noticia criminis) contra agentes

políticos pela pratica de crimes de responsabilidade.

10. AÇÃO PENAL ADESIVAOcorre no direito alemão. Em crimes de ação pena privada, é possível que o MP promova a ação penal, desde que visualize interesse público. Nesse caso, o ofendido ou seu representante legal pode intervir como assistente.

11. AÇÃO DE PREVENÇÃO PENAL.É aquela ajuizada com o objetivo de aplicação de medida de segurança ao inimputável do art. 26 do CP.

12. AÇÃO PENAL SECUNDÁRIA: Ocorre na hipótese em que a lei estabelece uma espécie de ação penal para determinado crime, porem passa a prever secundariamente uma nova espécie de ação penal se presentes determinadas circunstancia especiais.

13. AÇÃO PENAL NOS CRIMES DE LESÃO CORPORAL LEVE PRATICADAS COM VIOLENCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER.

Por maioria de votos, vencido o presidente, ministro Cezar Peluso, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente, na sessão de hoje (09), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4424) ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto aos artigos 12, inciso I; 16; e 41 da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006).

A corrente majoritária da Corte acompanhou o voto do relator, ministro Marco Aurélio, no sentido da possibilidade de o Ministério Público dar início a ação penal sem necessidade de representação da vítima.

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O artigo 16 da lei dispõe que as ações penais públicas “são condicionadas à representação da ofendida”, mas, para a maioria dos ministros do STF, essa circunstância acaba por esvaziar a proteção constitucional assegurada às mulheres. Também foi esclarecido que não compete aos Juizados Especiais julgar os crimes cometidos no âmbito da Lei Maria da Penha.

14. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA (AÇÃO PENAL PRIVADA)Em regra os crimes contra a honra são crimes de ação penal de iniciativa privada.

EXCEÇÕES: CRIME CONTRA A HONRA PRATICADA CONTRA A HONRA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E CHEFES DE ESTADOS ESTRANGEIROS. Nesse caso, a ação penal será publica condicionada a requisição do Ministro da justiça.CRIMES CONTRA A HONRA DURANTE A PROPAGANDA ELEITORAL. Ação é penal publica incondicionada. FUNCIONÁRIO PÚBLICO EM RAZÃO DA FUNÇÃO. SUMULA 714 STF. ESSA SUMULA TRAZ A POSSIBILIDADE DE LEGITIMAÇÃO ALTERNATIVA. Para o Supremo, uma vez oferecida a representação pelo ofendido, autorizando o MP a agir, não será mais possível o oferecimento de queixa crime. Portanto, não se trata de legitimação concorrente mas sim legitimação alternativa. CRIME DE INJURIA REAL: É AQUELA PRATICADA ATRAVÉS DAS VIAS DE FATO. EX. TAPA NA CARA DE UM HOMEM. JOGAR COPO DE AGUA EM SEU ROSTO. Se praticada mediante vias de fato, ação penal privada. Se resultar lesão corporal leve, ação penal publica condicionada a representação. Se resulta lesão grave ou gravíssima, ação penal publica incondicionada. CRIMES MILITARES CONTRA A HONRA. SÃO CRIMES DE AÇÃO PENAL PUBLICA INCONDICIONADA. EXISTE AÇÃO PENAL PRIVADA NO COM? Existe ação penal privada subsidiária da pública. INJÚRIA RACIAL: ART. 140,3°. QUANTO A ESSE DELITO DE INJURIA RACIAL, ANTES DA LEI 12033/09, ESSE CRIME ERA DE AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA. APÓS ESSA LEI, TRANSFORMOU-SE DE AÇÃO PENAL PRIVADA PARA AÇÃO PENAL PUBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO. A injuria racial não se confunde com o delito de racismo. (STF HC 90187)

15. AÇÃO PENAL NOS CRIMES AMBIENTAIS:São ações penais publicas incondicionadas.PESSOA JURIDICA: Chamada teoria da dupla imputação. Para os tribunais é possível o oferecimento de denuncia em face de pessoa jurídica pela prática de crimes ambientais, desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício.

16. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL.

ANTES DA LEI 12.015 / 10/08/2009 VIGENCIA. EM REGRA CRIMES SEXUAIS COMETIDOS

DEPOIS DA LEI 12.015A regra passa a ser ação penal publica condicionada a representação. (ART. 225

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ANTES DA VIGÊNCIA DESSA LEI ERAM DE NATUREZA DE AÇÃO PENAL PRIVADA. ATÉ MESMO OS COMETIDOS COM VIOLÊNCIA PRESUMIDA. (A nova mudança no tocante ao tipo de ação penal, por ser mais gravosa, não pode retroagir.)EXCEÇÂO

A) Se a vitima for pobre, a ação penal seria publica condicionada a representação, ainda que houvesse defensoria publica na comarca.(permanece vigente com a mesma regra).

B) Crime cometido com abuso do poder familiar. Nesse caso a ação seria publica incondicionada, caso esteja dentro das duas regras da nova lei. Se não estiver, a ação será pública condicionada à representação.

C) Quando o crime fosse qualificado pela lesão grave ou morte, também era crime de ação penal publica incondicionada.(maioria da doutrina entende permanecer o mesmo tipo de ação)(ADI 4.301).

D) Quando o crime fosse cometido com emprego de violência real. A ação penal era publica incondicionada. Sumula 608. Ainda que resulte apenas lesão corporal leve. Violência real é o emprego de força física sobre o corpo da vitima, como forma de constrangimento. PORÉM A DOUTRINA ENTEDE AGORA QUE ESSE TIPO PENAL DEVE SEGUIR A REGRA, OU SEJA, É AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO. QUANTO A SUMULA, O ENTENDIMENTO É QUE ESTÁ ULTRAPASSADA.

E) Crime praticado com violência

DO CP).EXCEÇÕES: (QUANDO SERÁ PÚBLICA INCONDICIONADA):

a) Se o crime for cometido contra menor de 18 anos. Nesse caso, a ação penal será pública incondicionada.

b) Se o crime for cometido contra pessoa vulnerável. (art. 217 A).Menor de 14 anos ou pessoa que por enfermidade ou deficiência mental não tenha discernimento ou que por qualquer outra causa não possa oferecer resistência.

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presumida. Era crime de ação penal privada.(AGORA PASSAOU A SER PÚBLICA INCONDICIONADA).

17. PEÇA ACUSATÓRIA.

Ela é chamada de denúncia nos crimes ação penal pública. (titular MP)Nos crimes de ação penal privada, queixa crime.(a peça ofertada pelo ofendido deve ser subscrita por um advogado).

Quando um ofendido vai até uma delegacia, ele faz uma noticia criminis, que é a comunicação à autoridade policial a cerca do cometimento de um delito.

17.1 REQUISITOS DA PEÇA ACUSATÓRIA (ART. 41 DO CPP)

1° EXPOSIÇÃO DO FATO CRIMINOSO COM TODAS AS SUAS CIRCUNSTÂNCIAS: No processo penal prevalece o entendimento de que o acusado defende-se dos fatos que lhe são imputados.

O que aconteceu?Onde aconteceu?Quando aconteceu?Como aconteceu?Resultado da conduta delituosa.

ELEMENTOS ESSENCIAIS DA PEÇA ACUSATÓRIA:

SÃO AQUELES ESSENCIAIS PARA IDENTIFICAR A CONDUTA COMO FATO TÍPICO, CUJA AUSÊNCIA É CAUSA DE NULIDADE ABSOLUTA. NÃO BASTA FAZER APENAS MENÇÃO À MODALIDADE DA CULPA. DEVE-SE FAZER MENÇÃO AO QUE CONSISTIU ESSA MODALIDADE.

ELEMENTOS ACIDENTAIS:

SÃO IMPORTANTES PARA INDIVIDUALIZAR O ACONTECIMENTO HISTÓRICO, OU SEJA, SÃO AQUELES LIGADOS AS CIRCUNSTANCIAS DE TEMPO E ESPAÇO.SE ESSES ELEMENTOS ACIDENTAIS SÃO CONHECIDOS, DEVERÃO CONSTAR DA PEÇA ACUSATÓRIA. PORÉM, CASO TAIS ELEMENTOS NÃO SEJAM CONHECIDOS, ISSO NÃO IMPEDE O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA.

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Pode oferecer denuncia contra alguém sem saber a data do fato criminoso? Pode sim, isso não impede o oferecimento da denúncia.

DENÚNCIA GENÉRICA EM CRIMES SOCIETÁRIOS OU CRIMES DE GABINETE: são crimes praticados sob o manto protetor de uma pessoa jurídica. Para o STF entendia-se possível o oferecimento de denúncia genérica, desde que demonstrado que os acusados eram de algum modo responsáveis pela condução da sociedade. (HC 85579).Hoje prevalece o entendimento de que não é cabível denúncia genérica em relação a crimes societários: a denúncia deve estabelecer o vínculo do administrador ao ato ilícito que lhe está sendo imputado. (STJ HC 171976).

Acusação geral: 1 fato delituoso atribuído a todos os acusados. Nessa acusação não há prejuízo a defesa.

Ocorre quando o mesmo fato delituoso é imputado a todos os acusados, independentemente das funções por eles exercidas na empresa ou sociedade.

Acusação genérica: ocorre quando vários fatos típicos são imputados a todos os acusados integrantes da sociedade, sem que se possa saber quem praticou o quê. Nesse caso há violação a ampla defesa.

INÉPCIA DA PEÇA ACUSATÓRIA:

É o não preenchimento de seus requisitos obrigatórios, tais como a exposição do fato delituoso e a qualificação do acusado. (nesse caso ela será inepta, autorizando por conseguinte a sua rejeição).

Ela é uma causa de rejeição da peça acusatória.

Art. 395 do CPP, inciso I.

Ou seja, o fato delituoso deve ser devidamente narrado.

A jurisprudência entende que ela só pode ser argüida até o momento da sentença.

O crime de formação de quadrilha é autônomo, devem seus fatos e circunstâncias ser devidamente narradas. O simples fato de estarem os agentes praticando ações criminosas não pressupõe a existência de quadrilha.

CRIPTO IMPUTAÇÃO: é uma denúncia ou queixa contaminada por grave deficiência na narrativa do fato delituoso, como ocorre com a simples menção dos elementos do tipo abstrato. (doutrina. Prof. Antonio Scaranz Fernandes.Reação defensiva a imputação).

ART. 385. OS TRIBUNAIS ENTENDEM QUE O JUIZ PODE RECONHECER AGRAVANTES MESMO QUE ELAS NÃO TENHAM SIDO ELENCADAS NA PEÇA ACUSATÓRIA. (HC 93211 STF)

17.2. QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO OU ESCLARECIMENTOS PELOS QUAIS SE POSSA IDENTIFICÁ-LO. (ART. 41 CPP E 259).

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17.3 CLASSIFICAÇÃO DO CRIME:

Não é requisito indispensável, pois o acusado defende-se dos fatos que lhe são imputados, independentemente da classificação.

Dois aspectos importantes no tocante a esse instituto:

EMENDATIO LIBELLI(correção de classificação) (modifica-se o artigo.) ocorre quando o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na peça acusatória, atribui a ele classificação diversa. Ex. o réu ser denunciado por estelionato, mas o juiz entender que o crime foi de furto mediante fraude. ELE MODIFICARÁ A IMPUTAÇÃO CRIMINAL FEITA.

De acordo com o CPP, esse instituto deve ser feito no momento da prolação da sentença. Todavia, existem divergências. Vejamos:

1. corrente: prevalecendo o entendimento de que ao juiz não é dado fazer a emendatio libelli no momento do recebimento da denúncia. Somente quando da prolação da sentença.

2. CORRENTE MINORITÁRIA: NÃO É POSSIVEL QUE O ACUSADO SEJA PRIVADO DE DIREITOS E GARANTIAS POR CONTA DE EXCESSO DA ACUSAÇÃO. PORTANTO, DE MANEIRA INCIDENTAL E PROVISÓRIA DEVE O JUIZ FAZER A ADEQUADA CLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA DELITUOSO NO MOMENTO DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA.

MUTATIO LIBELLI. Ocorre quando durante a instrução processual surgem provas de elementares ou circunstancias não contidas na peça acusatória. Nesse caso, deve o MP aditar a peça acusatória para que o acusado possa então se defender.

Nesse caso, o juiz remeterá os autos para o MP, a fim de que este faça a mudança(aditamento) dos fatos.

Após isso, a defesa se pronunciará sobre o aditamento.

Haverá nova instrução. Depois será prolatada sentença com a nova imputação.

17.4 ROL DE TESTEMUNHAS.

1. Para a acusação e querelante, o rol de testemunhas deve ser apresentado no momento da denúncia, se necessário, sob pena de preclusão.

Caso o MP não apresente a denúncia com o rol de testemunhas, prevalece o entendimento que o juiz deverá ouvir as testemunhas como sendo informantes do juízo.

Número de testemunhas:

1. Procedimento comum ordinário: são 8 testemunhas.2. Procedimento comum sumário: são 53. Procedimento comum sumaríssimo: 3 ou 54. 1ª fase do júri: até oito testemunhas.5. 2ª fase do júri(plenário): até 56. Procedimento da lei de drogas: até 5.

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Prevalece o entendimento de que esse tipo de testemunha varia de acordo com a quantidade de fatos delituosos.

17.5 REDAÇÃO EM VERNÁCULO:

A denúncia deve ser redigida em português. O processo é publico. A denúncia deve dar ao acusado ciência do fato delituoso pelo qual o mesmo está sendo acusado.

17.6 A PEÇA ACUSATÓRIA DEVE SER SUBSCRITA PELO PROMOTOR OU ADVOGADO DO QUERELANTE.

18. PROCURAÇÃO DA QUEIXA CRIME (art. 44 CPP).

É necessário procuração com poderes especiais onde haja menção ao fato delituoso.

Os tribunais entendem que para suprir a menção do fato criminoso basta citar o artigo da lei. Ex. 139.

Para o STF eventuais irregularidades da procuração podem ser supridas a qualquer momento, mesmo após o decurso do prazo decadencial.

PRAZO PARA O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA: (ART. 46CPP)

RÉU PRESO: 05 DIAS, CONTADOS DA EM QUE O ÓRGÃO DO MP RECEBER OS AUTOS DO INQUÉRITO;

RÉU SOLTO OU AFIANÇADO: 15 DIAS. HAVENDO DEVOLUÇÃO DOS AUTOS A AUTORIDADE POLICIAL, CONTARSE-Á O PRAZO DA DATA EM QUE O MP RECEBER NOVAMENTE OS AUTOS.

De acordo com a lei de drogas, ela prevê o prazo de 10 dias para oferecimento da denúncia, não fazendo distinção entre réu preso e réu solto. Ou seja, são dez dias em ambas as situações.

No CPPM, o prazo para o oferecimento da denúncia é o mesmo do CPP.

A lei que define os crimes contra a economia popular, o prazo é de 2 dias.

A lei de abuso de autoridade , o prazo é de 48 horas para o oferecimento da denúncia. Obs: para que o prazo seja contado em horas, do mandado de intimação deve contar a hora da intimação. Caso não conste a hora, deverá ser automaticamente ser convertido para dois dias.

O código eleitoral prevê o prazo de 10 dias para o oferecimento de denúncia, sem diferenciar réu preso ou solto.

Conseqüências da inércia do MP.

Promotor recebe o inquérito, estando o indivíduo solto, decorre os 15 dias e não oferece a denúncia.

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Nesse caso, haverá o cabimento de ação penal privada subsidiária da pública.

Haverá perda do subsidio. Doutrina diz que o art. 801 não foi recepcionado pela CF88.

Se o acusado estiver preso e o excesso for abusivo, a prisão deve ser relaxada, sem prejuízo da continuidade do processo.

DENÚNCIA GENÉRICA

PRINCIPIO DO JUIZ NATURAL – ninguém será julgado ou processado senão por autoridade competente, bem como não haverá juiz ou tribunal de exceção.

COMPETENCIA

CONCEITO: é a medida e o limite da jurisdição, dentro dos quais o órgão jurisdicional pode dizer o direito.

ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA:

A) Ratione Materiae – estabelecida em razão da natureza do delito. B) Ratione Funcionae – estabelecida em razão das funções desenvolvidas pelo agente. C) Ratione loci – em razão do local do delito.

D) Competência funcional: é aquela fixada conforme a função que cada um dos órgãos jurisdicionais exercem no processo.

A) Competência funcional por fase do processo: a competência é fixada de acordo com a fase em que o processo se encontra.

Ex. procedimento do Júri.

1ª FASE: (sumário da culpa)JUDICIUM ACUSSATIONIS

Oferecimento da peça acusatória denúncia;Defesa do acusado;Podendo terminar com uma das quatro possibilidades:PRONÚNICA;IMPRONÚNCIA;ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA;DESCLASSIFICAÇÃO.

NESSA PRIMEIRA FASE, QUE ATUA É O

2ª FASE JUDICIUM CAUSAE

Após a pronúncia, começa com a preparação do processo, para julgamento em plenário.

Nesse caso, o órgão jurisdicional será o juiz presidente, com a participação dos 7 jurados.

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JUIZ SUMARIANTE.

B) Competência por objeto do juízo:

Cada órgão jurisdicional exerce a competência sobre determinadas questões a serem decididas no processo.

C) Competência funcional por grau de jurisdição:É aquela que divide a competência entre órgãos jurisdicionais superiores e inferiores. (competência recursal).

Doutrina divide essa competência funcional em horizontal e vertical.

Competência funcional horizontal: quando não há hierarquia entre os órgãos jurisdicionais. Ex. Competência funcional por fase, quando os órgãos jurisdicionais se encontram em mesmo grau hierárquico.

Competência vertical: quando há hierarquia entre os órgãos jurisdicionais. É o que acontece na competência por grau de jurisdição.

COMPETENCIA ABSOLUTA E COMPETENCIA RELATIVA.

o interesse que está sendo tutelado e protegido é de natureza pública;

Ela é imodificável, ou seja, não admite modificações;

Violação a regra de competência absoluta: nesse caso, haverá uma nulidade absoluta.

Características: ela pode ser argüida a qualquer momento.

Pode ser argüida uma nulidade absoluta depois do transito em julgado? Qual o meio a ser utilizado? Pode sim, desde que seja em favor do acusado, tendo em vista que não há revisão criminal pro societate. Os meios a serem utilizados são: O HC e a Revisão criminal.(em se tratando de sentença

O interesse tutelado é o preponderante das partes.

É uma competência modificável, decorrogável, ou seja, admite modificações.

A violação de dessa competência gera nulidade relativa.

Ela deve ser argüida no momento oportuno, sob pena de preclusão.

O prejuízo não é presumido, devendo ser comprovado.

EX.

COMPETENCIA TERRITORIAL

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condenatória ou absolutória imprópria, uma nulidade absoluta pode ser argüida mesmo após o transito em julgado, seja por meio de revisão criminal, seja por meio de HC.)

Numa nulidade absoluta o prejuízo é presumido.

EX. RATIONE MATERIAERATIONE PERSONAECOMPETENCIA FUNCIONAL

ESSES TRÊS EXEMPLOS SÃO DE COMPETENCIA ABSOLUTA.

COMPETENCIA POR DISTRIBUIÇÃOCOMPETENCIA POR PREVENÇÃO (SUMULA 706 STF).CONEXÃO E A CONTINÊNCIA

A INCOMPETENCIA ABSOLUTA PODE SER RECONHECIDA DE OFICIO PELO JUIZ, ENQUANTO O MAGISTRADO EXERCER JURISDIÇÃO NO PROCESSO ELE PODE RECONHECER SUA INCOMPETENCIA. (ART. 463).

NA INCONPETENCIA RELATIVA TAMBÉM PODE SER RECONHECIDA DE OFICIO PELO JUIZ. ELA PODE SER RECONHECIDA DE OFICIO ATÉ O INICIO DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL.

SUMULA 33 DO STJ: SOMENTE É VÁLIDA PARA O PROCESSO CIVIL.

OBSERVAR SUMULA 107 DO STJ.

O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA INTERROMPE A PRESCRIÇÃO.

EM SEDE DE INCOMPETENCIA DE JURISDIÇÃO, ESSA NÃO PODE RECONHECER A PRESCRIÇÃO.

GUIA DE FIXAÇÃO DE COMPETENCIA.

1ª PASSO A SER SEGUIDO É SABER QUAL A JUSTIÇA COMPETENTE?

2ª COMPETENCIA ORIGINÁRIA? O ACUSADO É TITULAR DE FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO.

3ª COMPETENCIA TERRITORIAL. QUAL É A COMARCA COMPETENTE?

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4ª COMPETENCIA DE JUÍZO. QUAL É A VARA COMPETENTE ?

5ª COMPETENCIA INTERNA. QUAL É O JUIZ COMPETENTE?

6ª COMPETENCIA RECURSAL. PRA ONDE VAI O RECURSO?

DECISÃO PROFERIDA POR JUIZADO ESPECIAL DA MULHER, LEIA-SE, VARA, POIS NÃO SE APLICA A LEI 9099 NESSE TIPO DE CRIME, QUEM JULGARÁ EVENTUAL RECURSO SERÁ O TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NÃO A TURMA RECURSAL.

18. COMPETÊNCIA DE JUSTIÇA.

18.1 JUSTIÇA ESPECIAL E JUSTIÇA COMUM

18.2. JUSTIÇA ESPECIAL:

JUSTIÇA MILITAR

JUSTIÇA ELEITORAL

JUSTIÇA DO TRABALHO

JUSTIÇA POLÍTICA/EXTRAORDINÁRIA(JUSTIÇA EXERCIDA PELO SENADO PARA JULGAR CRIME DE RESPONSABILIDADE).

18.2 JUSTIÇA COMUM

JUSTIÇA COMUM FEDERAL

JUSTIÇA COMUM ESTADUAL - essa justiça tem competência residual, ou seja, o que não for julgada pelas demais justiças, será de competência da justiça estadual.

19. COMPETENCIA DA JUSTIÇA MILITAR

Justiça Militar da União (art. 124 CF)

Compete Julgar os Crimes Militares. (previstos no CPM).

Abuso de autoridade praticado por militar em serviço, quem julga?Abuso de autoridade não é crime militar, pois ele não está previsto no CPM. Desse modo, quem julga é a justiça comum.

Justiça Militar dos Estados (art. 125 § 4 e 5 CF).

Compete julgar os crimes militares e as ações judiciais (cível) contra atos disciplinares militares.Ação de improbidade contra PM é da competência da justiça comum do estado. (entendimento do STJ).

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(Federal – ex. militar do exército. Estadual - PM).

Súmula 172 do STJ. (COMPETE A JUSTIÇA COMUM PROCESSAR E JULGAR MILITAR POR CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE, AINDA QUE PRATICADO EM SERVIÇO.)

Crimes previstos no estatuto do desarmamento.

Esse crime não está previsto no CPM. Portanto, não se trata de crime militar. Ainda que tivesse sido praticado dentro do quartel e o mesmo estivesse fardado.

Sumula 47 do STJ: COMPETE A JUSTIÇA MILITAR PROCESSAR E JULGAR CRIME COMETIDO POR MILITAR CONTRA CIVIL, COM EMPREGO DE ARMA PERTENCENTE A CORPORAÇÃO, MESMO NÃO ESTANDO EM SERVIÇO.

ESSA SÚMULA ESTÁ ULTRAPASSADA, diante da lei 9.299/96.

Súmula 75: COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O POLICIAL MILITAR POR CRIME DE PROMOVER OU FACILITAR A FUGA DE PRESO DE ESTABELECIMENTO PENAL.

Obs: SE O ESTABELECIMENTO FOR DE NATUREZA PENAL COMUM, A COMPETENCIA SERÁ DA JUSTIÇA COMUM (FEDERAL OU ESTADUAL); SE O ESTABELECIMENTO PENAL FOR DE NATUREZA MILITAR, O CRIME SERÁ O DO ART. 178 DO CPM, DA COMPETENCIA DA JUSTIÇA MILITAR.

CRIME MILITAR CONEXO AO CRIME COMUM: nesse caso, o crime militar será julgado pela justiça militar e o crime comum será julgado pela justiça comum. Ou seja, haverá a separação dos processos e do julgamento.

Sumula 90 do STJ: COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL MILITAR PROCESSAR E JULGAR O POLICIAL MILITAR PELA PRATICA DO CRIME MILITAR, E A JUSTIÇA COMUM PELA PRATICA DO CRIME COMUM SIMULTANEO AQUELE.

Civil pode ser julgado pela justiça militar? Caso o acusado esteja sendo processo pela justiça militar da União, ela tem competência para julgar civil. Ou seja, ela pode julgar qualquer pessoa. Ex. estelionato de civil praticado em detrimento de bens militares.

O STF TEM INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA QUANTO A JMU PARA JULGAR CIVIS.

PARA SER JULGADO PELA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL, ELA SÓ JULGA OS MILITARES DO ESTADO – BM E PM.

Guarda Municipal não é militar do estado.

CIVIL NÃO PODE SER JULGADO PELA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL, AINDA QUE ELE TENHA PRATICADO O CRIME EM COAUTORIA.

Súmula 53: COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR CIVIL ACUSADO DE PRATICA DE CRIME CONTRA INSTITUIÇÕES MILITARES ESTADUAIS.

Dessa forma, a justiça militar estadual só pode julgar os militares dos estados.

A condição de militar estadual deve ser aferida à época do delito.

Crime militar praticado por militar estadual praticado em outro estado. Ex. força nacional de segurança. Nesse caso, ele será julgado no estado de sua corporação.

SÚMULA 78 DO STJ:

COMPETE A JUSTIÇA MILITAR do estado de origem, PROCESSAR E JULGAR POLICIAL DE CORPORAÇÃO ESTADUAL, pela prática de crime militar, AINDA QUE O DELITO TENHA SIDO PRATICADO EM OUTRA UNIDADE

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A justiça militar da união não tem competência cível.

FEDERATIVA.

COMPETENCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA ELEITORAL.

A justiça eleitoral julga os crimes eleitorais e conexos de competência da justiça estadual.

Crimes eleitorais são aqueles previstos no código eleitoral e os que a lei defina como eleitorais.

CRIME ELEITORAL CONEXO A CRIME DOLOSO CONTRA ÁVIDA.

O crime eleitoral será julgado pelo crime eleitoral.

O crime doloso contra a vida será julgado pelo Tribunal do Júri.

Nesse caso haverá uma separação de processos.

COMPETENCIA “CRIMINAL” DA JUSTIÇA DO TRABALHO – art. 114, inciso IV da CF.

Competência da justiça do trabalho para julgar HC, quando o ato questionado envolver matéria sujeita a jurisdição trabalhista.

O melhor exemplo era o da prisão do depositário infiel decretada por juiz do trabalho. Hoje não existe mais.

ADI 3684. O SUPREMO ENTENDEU QUE A EC45 NÃO ATRIBUIU COMPETENCIA CRIMINAL GENÉRICA A JUSTIÇA DO TRABALHO. OU SEJA, ELA NÃO JULGA NENHUM TIPO DE CRIME, ANTE A FALTA DE NORMATIVIDADE QUE ALTORIZE TAL COMPETENCIA.

JUSTIÇA POLÍTICA OU JURISDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 52 da CF, CRIME DE RESPONSABILIDADE EM SENTIDO ESTRITO. ESSA COMPETENCIA NÃO É DE JULGAR CRIME EM SENTIDO AMPLO, MAS SIM O JULGAMENTO DE INFRAÇÃO DE NATUREZA POLÍTICO ADMINISTRATIVA).

Ela corresponde à atividade jurisdicional exercida por órgão políticos, alheios ao poder judiciário, com o objetivo de afastar o agente público que cometeu crimes de responsabilidade.

Essa justiça política está ligada aos chamados crimes de responsabilidade.

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A DOUTRINA DEFENDE QUE A EXPRESSÃO CRIME DE RESPONSABILIDADE PODE SER USADA:

CRIME DE RESPONSABILIDADE EM SENTIDO AMPLO: são aqueles em que a qualidade de funcionário público é uma elementar do delito. (ex. peculato, prevaricação, condescendência criminosa etc.)

CRIME DE RESPONSABILIDADE EM SENTIDO ESTRITO: são aqueles que somente determinados agentes políticos podem praticar. Não tem natureza jurídica de infração penal, mas sim de infração político administrativa.

20. COMPETENCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL(ART. 109, IV E SEGUINTES)

ATRIBUIÇÕES INVESTIGATÓRIAS DA POLÍCIA FEDERAL.

As atribuições investigatórias da PF são mais amplas que a competência criminal da justiça federal. (lei 10.446/2002 – lei que prevê crimes de repercussão interestadual).

20.2 ANÁLISE DO ART. 109, INCISO IV DA CF.

A) crimes políticos: esses crimes políticos antes da CF88, eram julgados pela justiça militar. Por esse motivo, a CF retirou tal competência da justiça militar. (crimes políticos: Lei 7.170/83).

PARA SER CRIME POLÍTICO É NECESSÁRIO MOTIVAÇÃO POLÍTICA. Lembrar de lula batendo uma bolinha na banheira.

O art. 30, da lei 7.170/83 não foi recepcionado pela CF. Ele atribuía a competência para julgar os crimes eleitorais à justiça militar.

Desse modo, crimes políticos são julgados pela justiça FEDERAL, não mais pela justiça militar.

OBS: CASO UM JUIZ FEDERAL PROFIRA SENTENÇA CONDENATÓRIA DE CRIME POLÍTICO, QUAL SERÁ O RECURSO CABÍVEL ? NÃO CABERÁ APELAÇÃO.

Nesse caso, conforme a CF88, art. 102, inciso II,B, o RECURSO A SER INTERPOSTO SERÁ O RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL, E TERÁ COMO ORGÃO COMPETENTE PARA RECEBER TAL RECURSO, O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ROC.

OU SEJA, A DEFESA SAI DO JUIZ DE PRIMEIRA INSTANCIA E VAI DIRETO PARA O STF, ATRAVÉS DO ROC.

CRIMES PRATICADOS EM DETRIMENTO DE BENS, SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO(ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA), AUTARQUIAS FEDERAIS OU EMPRESAS PÚBLICAS FEDERAIS.

BENS: correspondem ao patrimônio de cada uma dessas entidades.

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SERVIÇOS: correspondem ao serviço público prestado por cada uma dessas entidades.

INTERESSES: para que a competência seja da justiça federal, o interesse deve ser direto e imediato. Quando se tratar de interesse genérico ou remoto, a competência será da justiça estadual.

AUTARQUIAS FEDERAIS: INSS, INCRA, BANCO CENTRAL, IBAMA, DNIT, DNER. Via de regra, quando crimes forem cometidos contra esses entes, havendo lesão específica, a competência será da justiça federal.

Súmula 107 do STJ: COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR CRIME DE ESTELIONATO PRATICADO MEDIANTE FALSIFICAÇÃO DAS GUIAS DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIARIAS, QUANDO NÃO OCORRENTE LESÃO A AUTARQUIA FEDERAL.

EMPRESAS PÚBLICAS FEDERAIS: CORREIOS, BNDES, CAIXA.

Assalto a agência dos correios, de quem é a competência?

SE A VITIMA DESSE ASSALTO FOR UMA FRANQUIA DOS CORREIOS, A COMPETENCIA SERÁ DA JUSTIÇA ESTADUAL.

TODAVIA, CASO TENHA SIDO OS CORREIOS MESMO SEM SER FRANQUIA, A COMPETENCIA SERÁ DA JUSTIÇA FEDERAL.

ASSALTO A CASA LOTÉRICA:

Casa lotérica é um PJ de direito privado permissionária de serviço público, logo, competência da justiça estadual.

CRIME CONTRA BENS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA:

Nesse caso, o STJ entende que a competência é da justiça estadual.

CRIME CONTRA CONSULATO ESTRANGEIRO:

É da competência da justiça estadual, pois a CF, em seu art. 109 não o elenca como sendo de competência federal.

BENS TOMBADOS:

Se o bem for tombado pela união, IPHAN, competência da justiça federal; se o bem foi tombado por um estado membro ou por um município, competência da justiça estadual.

DESVIO DE VERBAS ORIUNDAS DE CONVENIOS FEDERAIS:

Se a verba estiver sujeita a prestação de contas perante órgão federal, competência da justiça federal; se a verba já estiver incorporada ao patrimônio municipal, competência da justiça estadual.

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SÚMULA 208 DO STJ: COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL (TRF) PROCESSAR E JULGAR PREFEITO MUNICIPAL POR DESVIO DE VERBA SUJEITA A PRESTAÇÃO DE CONTAS PERANTE ORGÃO FEDERAL.

SÚMULA 209: COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL (TJ) PROCESSAR E JULGAR PREFEITO POR DESVIO DE VERBA TRANSFERIDA E INCORPORADA AO PATRIMONIO MUNICIPAL.

CONTRABANDO OU DESCAMINHO:

CONTRABANDO: (importar ou exportar mercadoria proibida)

DESCAMINHO: (iludir no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria) – ou seja, introduzir no país mercadoria sem a nota fiscal.

Nesse caso, a competência será da justiça federal.

CRIME DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO, A COMPETENCIA É DO JUÍZO FEDERAL DO LOCAL DA APREENSÃO DOS BENS.

Súmula STJ nº 151: A COMPETENCIA PARA O PROCESSO E JULGAMENTO POR CRIME DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO DEFINE-SE PELA PREVENÇÃO DO JUIZO FEDERAL DO LUGAR DA APREENSÃO DOS BENS.

EMISSÃO DE MOEDA FALSA:

Compete a união emitir moeda, desse modo, a falsificação, por ser crime em detrimento do interesse da união, a COMPETENCIA SERÁ DA JUSTIÇA FEDERAL.

FALSIFICAÇÃO DE MOEDA ESTRANGEIRA:

Compete ao banco central fiscalizar a circulação de moeda estrangeira no território nacional. Dessa forma, a falsificação de moeda estrangeira é um crime em detrimento de um serviço prestado pela união. POR ESSE MOTIVO, COMPETENCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.

OBS: A FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA DE MOEDA, NÃO CONFIGURA O CRIME DE FALSIFICAÇÃO DE MOEDA FALSA, LEVANDO À TIPIFICAÇÃO DE ESTELIONATO, CASO ENGANE A PESSOA QUE RECEBER A MESMA.

SÚMULA 73 STJ: A UTILIZAÇÃO DE PAPEL MOEDA GROSSEIRAMENTE FALSIFICADO CONFIGURA, EM TESE, O CRIME DE ESTELIONATO, DA COMPETENCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.

DESENVOLVIMENTO CLANDESTINO DE TELECOMUNICAÇÕES(RÁDIO PIRATA).

LEI.9.472. ART. 183.

NESSE CASO, A COMPETENCIA E DA JUSTIÇA FEDERAL.

RECEPÇÃO CLANDESTINA DE SINAL DE TV A CABO.

Obs: o STF entende ser uma conduta atípica.

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Esse crime era de competência da justiça estadual. (informativo 623 STF).

CRIMES PRATICADOS EM PROGRAMA DE TELEVISÃO

São da competência da justiça estadual.

CRIME PREVISTO NO ESTATUTO DO DESARMAMENTO

Crimes previstos no estatuto do desarmamento são julgados pela justiça estadual, mesmo que a arma de fogo seja de uso restrito das forças armadas.

CRIMES PRATICADOS CONTRA FUNDAÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.

Essas fundações publicas federais são consideradas espécies do gênero autarquia federal. Ex. FUNASA. Desse modo, a competência será da JUSTIÇA FEDERAL.

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA:

Eventuais crime praticado contra ela será de competência da justiça estadual.

Ex. Petrobrás, e BB.

Súmula do STJ n° 42: COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR AS CAUSAS CIVEIS EM QUE E PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E OS CRIMES PRATICADOS EM SEU DETRIMENTO.

CRIMES CONTRA ENTIDADES DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL E CONTRA A OAB(ADI 3.026)

Por serem equiparadas a autarquias federais, a competência para julgamento é da JUSTIÇA FEDERAL.

Obs: mas para que seja de competência da justiça federal, o crime tem que lesar diretamente o interesse das entidades.

Ex. de crime praticado contra a OAB. Falsificação de carteira da OAB.

21. CRIMES PRATICADOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA FEDERAL, DO TRABALHO, ELEITORAL E MILITAR DA UNIÃO.

Todas essas justiças fazem parte do poder judiciário da União. Nesse caso, a justiça competente será da União.Súmula 165.

22. CRIME PRATICADO POR OU CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO FEDERAL

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Deve se observar se existe nexo funcional ou propter oficium. O crime deve guardar relação com a função do agente. (não basta apenas o crime ter sido praticado contra funcionário federal, ele deve está atuando).Roubo praticado contra funcionário federal, a competência será da justiça estadual, pois não há interesse da União em jogo.

(obs. Existe tribunal do júri federal, nos casos de crimes dolosos contra a vida, contra funcionários federais em razão das suas funções).

Sumulas do TFR: 98; 254Sumula 147 STJ;

Exemplos: Crime praticado contra dirigente sindical: competência da justiça estadual, visto que ele não é funcionário federal;

Crime praticado contra servidor do TJDFT: embora a união mantenha financeiramente esse órgão, não avoca a competência para a justiça federal. Desse modo, a competência será da justiça comum do DF.

Erro na execução: a competência é fixada com base em critérios objetivos. Portanto, deve ser considerada a pessoa sobre a qual recaiu a conduta delituoso, independentemente da chamada vitima virtual.

STJ 27.368. conflito de competência.

23. CRIMES PRATICADOS CONTRA O MEIO AMBIENTE.

Súmula do STJ n° 91. Ela está cancelada desde 2000.

Crimes ambientais em regra são julgados pela justiça estadual, salvo se praticados em detrimentos de bens, serviços ou interesses da União, Autarquias Federais ou Empresas Públicas Federais.

Exemplo:

Manutenção em cativeiro de animais da fauna exótica sem autorização legal. Nesse caso, a competência é da justiça federal, pois compete ao IBAMA a emissão da autorização para a criação desse tipo de animais.

Pesca do Camarão no período do defeso no mar territorial. Nesse caso, a competência será da justiça federal, pois o crime foi praticado em detrimento de bens (mar territorial que é o sujeito passivo) da União.

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Extração ilegal de recursos minerais em propriedade particular: a competência é da justiça federal, ainda que o crime esteja sendo praticado em propriedade privada, visto que os recursos minerais, conforme art. 20 inc. IX, são de propriedade da União, inclusive os do subsolo.

Crime ambiental relacionado a organismos geneticamente modificados: nesse caso, o STJ entende que é de competência da justiça federal, pois a comissão que autoriza tal cultivo está ligada diretamente à presidência da república.

Extração ilegal de palmito praticado na mata atlântica: art. 225,§ 4 CF. obs. Patrimônio nacional não se confunde com patrimônio da União. Desse modo, crimes praticados na floresta amazônica são de competência da justiça estadual.

STF RE. 349.189.

24. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA.

1. Regra: em se tratando de crime de falsificação, em qualquer uma de suas modalidades, a competência será determinada em virtude do órgão responsável pela confecção do documento. Ex. falsificação de moeda falsa. Tendo em vista que o órgão que emite essa tipo de papel é a União, sua falsificação será de competência da justiça federal julgar.

Ex. CNH: quem emite é o DETRAN, órgão estadual. Dessa forma, a competência pra julgar o delito é da justiça estadual.

Ex. CPF: quem emite esse documento é a SRF. Portanto quem julgará a falsificação de CPF será a justiça federal.

Ex. Falsificação de Arraes Amador: o STF entende que, apesar desse documento ser emitido pela marinha, a competência para julgar será não da justiça militar, MAS SIM DA JUSTIÇA FEDERAL.

2. Regra: em se tratando de uso de documento falso, por terceiro, que não tenha sido responsável pela falsificação do documento, a competência será determinada em virtude da PF ou PJ prejudicada pelo uso, pouco importando a origem do documento.

Ex. CNH falsa apresentada em blitz da PRF. Nesse caso, a competência será da justiça federal, visto que o lesado está sendo a União.

Ex. Falsificação de imposto de renda apresentado em consulado. A competência será da justiça estadual.

3. Regra: em se tratando de falsificação ou uso de documento falso, cometidos como meio para a prática de estelionato, sendo por este absorvidos, a

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competência será determinada em virtude do sujeito passivo do crime patrimonial (estelionato).Sumula 17 do STJ.

Sumulas relacionadas a competência para julgar crimes contra a fé pública.

Sumula 31 – TFR. Compete a justiça estadual o processo e julgamento de crime de falsificação ou de uso de certidão de conclusão de curso de 1ª e 2ª grau. Desde que não se refira a estabelecimento federal de ensino ou a falsidade não seja de assinatura de funcionário federal.

Falsificação de diploma superior de faculdade particular, competência da justiça federal.

Sumula 104 STJ: compete a justiça estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.

SUMULA 62 STJ. COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O CRIME DE ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL, ATRIBUÍDO A EMPRESA PRIVADA.(A FIM DE LUDIBRIAR EMPRESA PRIVADA)

SE A FALSA ANOTAÇÃO TIVER SIDO PRODUZIDA COM O OBJETIVO DE GERAR EFEITOS PERANTE A PREVIDENCIA SOCIAL – INSS ( POR EXEMPLO, A FIM DE SE APOSENTAR), A JUSTIÇA FEDERAL CABERÁ O JULGAMENTO DO CRIME DO AT. 297, § 3ª INCISO 2ª; CASO CONTRÁRIO, A COMPETENCIA SERÁ DA JUSTIÇA ESTADUAL.

STJ. CC 58.443.

25. EXECUÇÃO PENAL

A competência do juízo das execuções é determinada em virtude da natureza do estabelecimento prisional.

SUMULA 192. A sumula resume o seguinte: se o preso está em estabelecimento prisional estadual, mesmo que tenha sido julgado pela justiça federal, a competência será do juízo das execuções penais estaduais. De outro lado, caso o sentenciado tenha sido julgado pela justiça estadual, caso seja transferido para presídio federal, a competência será do juízo das execuções penais federal.

Lei 11.671.

Artigo 4, § 1. (competência do juízo das execuções penais federal quando o preso estiver em presídio federal.)

26. CONTRAVENÇÕES PENAIS E ATOS INFRACIONAIS

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Contravenções penais e atos infracionais são julgados pela justiça estadual, mesmo que praticados contra a união ou em conexão com crimes federais.

SUMULA 38 STJ.

Ex. jogo de bicho (contravenção) e evasão de divisas (remessa de dinheiro para o exterior).Nesse caso, mesmo conexo, o jogo do bicho será julgado pela justiça estadual e a evasão será julgada pela justiça federal.

Exceção é o caso de um juiz federal que pratica uma contravenção. Nesse caso, ele será julgado pelo TRF a qual estiver subordinado. (foro por prerrogativa – em razão da função).

Aula 9. 2H. 35 MIN.