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Resumo Sobre Direito Previdenciario

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RESUMO AULA 0101. Origem e Evoluo da Seguridade Social (Mundo):- At meados do sculo XIX (1850), a proteo social era ofertada exclusivamente pela prpria famlia ou pelas casas de assistncia;- No final do sculo XIX (entre 1880 e 1900) o Estado comeou a ser mais participativo. Em vrias partes do mundo os governos comearam a elaborar normas protetivas aos trabalhadores;- Surgimento da Previdncia Social no mundo (1883), na Alemanha, com a Lei de Bismark. Era um seguro contra doenas financiando pelo empregador e pelo trabalhador (algo prximo do nosso atual sistema, o RGPS);- Ainda na Alemanha, promulgada a Constituio de Weimar, em 1919, que trouxe em seu texto disposies previdencirias (Welfare State Estado do Bem-Estar Social);- Em 1935, nos EUA, criado o Social Security Act, que institui a Previdncia Social para os norte-americanos;- Em 1942, na Inglaterra, institudo o Plano Beveridge, que foi uma ampla e profunda reforma previdenciria. Foi o ponto alto do Welfare State, com introduo de inmeros benefcios aos trabalhadores.02. Origem e Evoluo da Seguridade Social (Brasil):- Em 1919 surge o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), entretanto ainda era um benefcio privado, ou seja, era pago pelo empregador;- O marco inicial da Previdncia Social no Brasil foi em 1923, com a Lei Eloy Chaves (LEC), que previa que cada empresa de estradas de ferro deveria criar e custear parcialmente a sua Caixa de Aposentadoria e Penso (CAP);- Com o tempo, a LEC foi expandida para outras empresas. Em suma, foram criadas inmeras CAP no Brasil;- Por questes estruturais e financeiras, em 1930, o governo Getlio Vargas unificou as CAP em Institutos de Aposentadoria e Penso (IAP), sendo um IAP para cada categoria profissional (ferrovirios, bancrios, comercirios, etc.);- Em 1960, foi criada a Lei Orgnica da Previdncia Social (LOPS), que unificou toda a legislao previdenciria das IAP;- Em 1966, foi criado o Instituto Nacional da Previdncia Social (INPS), que unificou todas as IAP. Agora, o Brasil tem apenas uma instituio de Previdncia Social;- Em 1967 o SAT se torna um benefcio pblico;- Em 1977, de forma pretenciosa, criado o Sistema Nacional de Previdncia Social (SINPAS), composto pelas seguintes entidades:Instituto Nacional de Previdncia Social (INPS)Instituto Nacional de Assistncia Mdica da Previdncia Social (INAMPS)Fundao Legio Brasileira de Assistncia (LBA)Fundao Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM)Empresa de Processamento de Dados da Previdncia e Assistncia Social (DATAPREV)Instituto de Administrao Financeira da Previdncia e Assistncia Social (IAPAS)Central de Medicamentos (CEME)- O SINPAS nunca funcionou de maneira efetiva e exemplar, sendo extinto em 1988, sob a gide da CF/1988;- No incio da dcada de 1990, houve uma reforma na estrutura previdenciria, com a extino de algumas entidades (INAMPS, LBA, FUNABEM e CEME) e a fuso de outras (INPS + IAPAS = INSS);- Agora, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) era a entidade responsvel pelo custeio da Seguridade, bem como pela concesso de benefcios previdencirios;- Em 2004, foi criada a Secretaria da Receita Previdenciria (SRP), que ficou responsvel pelo custeio da Seguridade Social. Nesse momento, o INSS ficou responsvel apenas pela concesso dos benefcios;- Em 2007, acontece a fuso entre a SRP e a Secretaria da Receita Federal (SRF), que gerou a Receita Federal do Brasil (RFB), que ficou responsvel, desde ento, pelo custeio da Seguridade Social. A parte da concesso de benefcios contnua sendo realizada pelo INSS.03. Direito Previdencirio o ramo do direito pblico que estuda a organizao e o funcionamento da Seguridade Social. Especificamente no Brasil, a Seguridade Social tratada na Constituio Federal de 1988, em captulo prprio, entre os artigos 194 e 204, o que demonstra grande preocupao do constituinte originrio de 1988 quanto previdncia social, a assistncia social e a sade.04. A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social. De forma mnemnica: Seguridade Social = Previdncia + Assistncia Social + Sade = PAS05. Princpios Constitucionais da Seguridade Social:Princpios Constitucionais da Seguridade Social

1UCAUniversalidade da Cobertura e do Atendimento

2UEBSUniformidade e Equivalncia dos Benefcios e Servios s populaes urbanas e rurais

3SDBSSeletividade e Distributividade na prestao dos Benefcios e Servios.

4IRRVBIrredutibilidade do Valor dos Benefcios.

5EFPCEquidade na Forma de Participao no Custeio.

6DBFDiversidade da Base de Financiamento.

7DDQCarter Democrtico e Descentralizado da administrao, mediante gesto Quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados.

06. A lei (complementar) poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou expanso da seguridade social, obedecido ao disposto no art. 154, I da CF/1988. Em resumo:06.01. A criao das Contribuies Sociais Residuais se dar por meio de Lei Complementar;06.02. As contribuies devero ser no cumulativas;06.03. O fato gerador (FG) ou a base de clculo (BC) dessas novas contribuies devero ser diferentes do FG e da BC das contribuies sociais existentes, e;06.04. O STF tem o entendimento que as contribuies sociais residuais podem ter o mesmo FG ou a mesma BC dos impostos existentes. Esse entendimento importante!07. Nenhum benefcio ou servio da seguridade social poder ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.08. As Contribuies Sociais para a Seguridade Social s podero ser exigidas aps decorridos 90 dias da data da publicao da lei que as houver institudo ou modificado, no se lhes aplicando o disposto no art. 150, inciso III, alnea b da CF/1988 (Anterioridade Anual).09. So isentas (imunes) de contribuio para a seguridade social as entidades beneficentes de assistncia social (EBAS) que atendam s exigncias estabelecidas em lei.10. As contribuies sociais do Empregador podero ter alquotas ou bases de clculo diferenciadas, em razo da Atividade econmica, da Utilizao intensiva de mo de obra, do Porte da empresa ou da condio estrutural do Mercado de trabalho. Percebeu as letras que esto em negrito? um mnemnico! A+U+P+M, ou reordenando, PUMA! =)11. A sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao.12. A previdncia social ser organizada sob a forma de regime geral (Regime Geral da Previdncia Social RGPS), de carter contributivo e de filiao obrigatria, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial.13. assegurado o reajustamento dos benefcios previdencirios para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei.14. Regras Constitucionais sobre Aposentadoria:Aposentadoria por Tempo de Contribuio.Regra Geral:Homem: 35 anos de Contribuio.Mulher: 30 anos de Contribuio.Professores (Educao Infantil, Ensino Fundamental e Mdio):Homem: 30 anos de Contribuio.Mulher: 25 anos de Contribuio.Aposentadoria por Idade:Regra Geral:Homem: 65 anos de Idade.Mulher: 60 anos de Idade.Trabalhadores Rurais (Produtor Rural, Garimpeiro ou Pescador Artesanal):Homem: 60 anos de Idade.Mulher: 55 anos de Idade.15. A assistncia social ser prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuio seguridade social.16. A competncia para legislar sobre Seguridade Social privativa da Unio, podendo ser delegado aos Estados o poder de legislar sobre questes especficas.17. A competncia para legislar sobre Previdncia Social concorrente entre a Unio, os Estados e o Distrito Federal.17.01. Compete a Unio definir as normas gerais de Previdncia Social;17.02. Os Estados podem suplementar as normas gerais;17.03. Na falta de normas gerais por parte da Unio, os Estados podero editar normais gerais sobre previdncia Social (Competncia Legislativa Plena), e;17.04. A supervenincia de lei federal sobre normas gerais de previdncia Social suspende a lei estadual editada por meio da Competncia Legislativa Plena supracitada.18. A legislao previdenciria composta de todos os atos legais, atos com fora de lei e atos infralegais que tratam, no todo ou em parte, de assunto correlato ao Direito Previdencirio.19. A expresso Fontes do Direito utilizada para descrever a origem e o processo de formao das normas jurdicas. No Brasil, as classificaes mais importantes para tais fontes so as seguintes:Fontes Materiais x Fontes Formais:Fontes Materiais: Atos e fatos sociais que inspiraram a criao de novos atos normativos (necessidade das camadas menos abastadas)Fontes Formais: Atos normativos criados em funo dos atos e fatos sociais (Programa Bolsa Famlia)Fontes Diretas x Fontes Indiretas:Fontes Diretas ou Imediatas: Aquelas com fora jurdica para se tornarem regra jurdica entre os cidados. So as Leis e os Costumes.Fontes Indiretas ou Mediatas: Aquelas sem fora jurdica para se tornarem regra, mas que podem servir de inspirao para a criao de fontes diretas. So a Doutrina e a Jurisprudncia.Fontes Principais x Fontes Secundrias:Fontes Principais: a lei e os atos com fora de lei. So a Constituio Federal, as Emendas Constitucionais, as Leis Complementares, as Leis Ordinrias, as Leis Delegadas, as Medidas Provisrias, os Decretos Legislativos, as Resolues da Cmara dos Deputados, as Resolues do Senado Federal e, em regra, os Tratados Internacionais, quando recepcionados com fora de Lei Ordinria.Fontes Secundrias: So os atos infralegais. So os Decretos, as Portarias, as Instrues Normativas, etc.20. Teoria Monista: O Direito Previdencirio mero ramo do Direito do Trabalho. Teoria Dualista: O Direito Previdencirio autnomo, e no se confunde com o Direito do Trabalho. Essa a posio adotada atualmente pela legislao e pela doutrina.21. Aplicao das Normas Previdencirias:1. Hierarquia: Norma superior prevalece sobre norma inferior (lei x decreto).2. Especialidade: Norma especfica prevalece sobre norma genrica.3. Cronologia: Caso haja duas normas em vigncia tratando sobre o mesmo tema, o que no normal, vale a norma mais nova.22. Vigncia das Normas Previdencirias, de forma resumida:Validade: A lei vlida aquela que foi publicada em dirio oficial e encontra-se inserida no ordenamento jurdico.Vigncia: A lei vigente aquela que deve ser observada, cumprida e respeitada por toda a sociedade.Eficcia: A lei eficaz aquela que produz todos os seus efeitos financeiros.23. Hierarquia das Normas Previdencirias, de forma resumida:1. Normas Constitucionais (CF, EC e TDH-EC).2. Normas Supralegais (TDH-LO).3. Normas Legais (LC, LO, LD, MP, T-LO etc.).4. Normas Infralegais (Decretos, Portarias, etc.).24. Interpretao x Integrao, de forma resumida:Interpretao: Utilizada quando a norma apresenta mais de um sentido, sendo que devemos encontrar o real sentido para ser aplicado ao caso concreto.Integrao: Utilizada quando a norma apresenta uma lacuna em seu texto, impossibilitando a sua aplicao ao caso concreto.

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