direito do trabalho - legale.com.br · convenção coletiva resulta de um poder normativo do...
TRANSCRIPT
NEGOCIAÇÃO COLETIVA( Em conformidade com a Lei 13.467/2017)
DIREITO DO TRABALHO
Aula 4
Professora Bianca Bastos
DIREITO DO TRABALHO
Convenção Coletiva;
Acordo Coletivo;
Vigência, prorrogação e denúncia das
normas coletivas;
Teoria da Flexibilização;
Incorporação de cláusulas normativas nos
contratos individuais
Aula 4
Convenção coletiva é o negócio jurídico através do qual
sindicatos ou outros sujeitos devidamente legitimados
estipulam condições de trabalho (Octávio Bueno Magano)
Convenção Coletiva do Trabalho:
conceito (Art. 611 da CLT)
Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de
trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho.
Ato bilateral que gere
acordo de vontades;
Cria normas genéricas e
abstratas
Necessária existência
de relação de interesse
individual entre
integrantes dos grupos
C
A
R
A
C
T
E
R
E
S
Qdo o artigo 611 CLT diz condições (...) aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, informa: as normas
são aplicáveis tanto a associados como não associados.
Estendem-se até mesmo àqueles que não integravam a
categoria na época de sua edição. Ex.: empregados
admitidos posteriormente
Convenção Coletiva do Trabalho:
conceito (Art. 611 da CLT)
Isto é RELEVANTE, diante dos termos da Lei
13.467/2017
REPRESENTAÇÃO : significa TODA A CATETGORIA!!!
Hoje, mesmo que o empregado não seja associado
(SINDICALIZADO), ele é beneficiado pelas normas
coletivas entabuladas pelo sindicato
Convenção coletiva resulta de um poder normativo do
sindicato, em representação de vontades privadas. É um contrato-lei
(...) a convenção coletiva é um contrato normativo.Normativo, sim, mas contrato e não lei (Orlando Gomes)
(...) natureza jurídica complexa, mescla elementos
característicos de contrato e de norma (José Augusto
Rodrigues Pinto)
Convenção Coletiva do Trabalho:
natureza jurídica/ sujeitos
Associações sindicais
representativas das
categorias de trabalhadores e
empregadores
Sujeitos
Art. 611 e §1º : o sindicato é o sujeito da negociação
coletiva;
Pode celebrar CONVENÇÕES e ACORDOS
COLETIVOS;
Art. 611, §2º : federações e confederações celebram
CONVENÇÕES e ACORDOS, quando a categoria não
tiver sindicato;
É comum negociação coletiva realizada por FEDERAÇÕES
e CONFEDERAÇÕES, quando a empresa têm abrangência
interestadual ou nacional.
Ex: CEF/Bco do Brasil
Convenção Coletiva do Trabalho:
sujeitos
Então: sujeitos da CCT são sindicatos representativos de
empregadores e empregados. Todos?
Convenção Coletiva do Trabalho:
SETOR PÚBLICO
- SUJEITOS-
Não. No setor público, a CF não previu negociação coletiva. Só permitiu a organização sindical e o direito de
greve (Art. 37, VI e VII da CF).
Direta = entes públicos
(U/E/M)Administração
pública
Na prática tem sido admitida a
negociação, salvo com entes da
administração pública direta.
Indireta= fundação/autarquia<>personalidade jurídica de direitopúblico
Indireta= empresa pública e sociedadede economia mista <> personalidadejurídica de direito privado
Há um projeto de EC n. 369/2005 (nova tentativa de reforma
sindical) em que haverá uma nova redação ao inciso VII do
art. 37 da CF/88, com inclusão da negociação coletiva . Isto
para adequar a CF ao texto da Convenção 154 da OIT (da
qual o país é signatário) e que é abrangente de todos os
sujeitos negociais
Administração Pública : EC
369/2005
Mas, por enquanto, prevalece a posição restritiva ao setor público:
OJ 5 SDC. Dissídio coletivo contra pessoa jurídica de direito público. Impossibilidade jurídica. Aos servidores públicos não foi assegurado o
direito ao reconhecimento de acordos e convenções coletivas de trabalho, pelo que, por conseguinte, também não lhes é facultada a via
do dissídio coletivo, à falta de previsão legal.
(1) Dissídio Coletivo ajuizado em face da Fundação Parque Zoológico de São Paulo.Impossibilidade jurídica do pedido. As pessoas jurídicas de direito público, integrantes daadministração indireta, estão submetidas às regras da administração pública, nos aspectospatrimonial, orçamentário e financeiro, consoante a previsão dos arts. 37, 41 e 163 e 169da CF, bem como às regras específicas de gestão de pessoal, conforme dispõem leis emvigor. (...) RO-2006-62.2006.5.02.000. Data de julgamento: 13.09.2010, Relatora Ministra:Dora Maria da Costa, SDC. Pu/DEJT 24.09.2010.
(2) Recurso Ordinário. Dissídio Coletivo. Fundação. Análise das cláusulas sociais. Vedaçãoconstitucional à análise das cláusulas de natureza econômica. A jurisprudência destaCorte é no sentido de restringir a legitimidade das entidades de caráter público parafigurar no pólo passivo de dissídio coletivo de natureza econômica. Isso porque aspessoas jurídicas de direito público integrantes da administração indireta sujeitam-se àsregras constitucionais referentes aos servidores públicos, notadamente a exigência de leiespecífica para alteração da remuneração (art. 37, X, Cf/88), dever ser observados, aindaos limites dos arts. 39 e 169 da Carta Magna. Ressalte-se que tal entendimentoindepende de o regime adotado pela entidade para seus servidores serem celetista ouestatutário. Entretanto essa restrição é válida apenas para as cláusulas de conteúdoeconômico, em razão da expressa vedação constitucional, sendo possível a análise dascláusulas sociais.
Administração Pública : negociação
coletiva x jurisprudência
Convenção Coletiva do
Trabalho:conteúdo (Art. 613 da
CLT)
Diante da liberdade sindical impugna-se a aplicação do Art.
611 da CLT (quorum), sustentando-se que a assembleia
deve obedecer previsão do estatuto do sindicato. E o
mesmo em relação ao conteúdo da CCT: Art. 613 CLT
Mas o conteúdo do Art. 613 é atual e orienta requisitos básicos do ato jurídico. Prevê:
Identificação dos convenentes;categorias ou segmentosalcançados;
Termo do início e final devigência;
Prevê a transcrição dascondições ajustadas
Disposição sobre forma deprorrogação ou de revisão dasnormas;
Estabelecimento de direitose obrigações de empregadose empresas;
Penalidades em caso deviolação do texto
Convenção Coletiva do
Trabalho:conteúdo (Art. 613 da
CLT)
Texto coletivo = 8 requisitos:
Designação dos Sindicatosconvenentes e Sindicato eempresas acordantes;
Prazo de vigência;
Categorias ou classes detrabalhadores abrangidos;
Condições ajustadas parareger relações individuaisdurante a vigência;
Normas para a conciliaçãodas divergências surgidas emrazão do cumprimento dasnormas;
Disposições sobre oprocesso de prorrogação ourevisão;
Direitos e deveres deempregados e empresas;
Penalidades
Convenção Coletiva do
Trabalho:tipos de cláusulas
Há diversidade de natureza das cláusulas da CCT:
Cláusulas normativas: fixam condições genéricas e abstratas a serem observadas na celebração
dos contratos individuais
econômicas: retribuição ao
trabalho. Ex.: reajuste
salarial/valor hora
noturna/duração jornada
sociais: apoio social ao
empregado. Ex.: assistência
médica e odontológica,
manutenção de creches, etc
Cláusulas obrigacionais
Tratam de obrigações recíprocas entre as associações convenentes
Cláusulas de garantiaAsseguram eficácia e cumprimentoda CCT. Ex.: duração, iníciovigência, etc
CCT: vigência/ duração
As normas coletivas, uma vez vigentes, são de
cumprimento obrigatório, para os integrantes das
categorias representados pelos celebrantes
Vigência: na primeira negociação se estabelece a data base (escolha de uma data para início de vigência). A partir
de então, as sucessivas CCTs deverão observar o início de
vigência, segundo a data base.
Qual a duração de uma Convenção Coletiva do
Trabalho?
CCT: prazo mínimo x PAZ SOCIAL
Prazo mínimo: 1 ano (?) x CLÁUSULA DE PAZ SOCIAL:
respeito ao acordado e período em que o empresário tem a
garantia de não ter que enfrentar instrumentos de pressão:
greve e dissídio coletivo
Tem um prazo de 3 dias após o depósito para registro no
MTE para início de vigência (Art. 614, §1º CLT)
CCT: vigência/ duração –
Alteração da Lei 13.467/2017
OJ 322 – SDI 1 - Acordo coletivo de trabalho. Cláusula determo aditivo prorrogando o acordo para prazoindeterminado. Inválida. (DJ 09.12.2003)Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de
vigência dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, éinválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula determo aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivooriginário por prazo indeterminado.
Art. 614 ,§ 3º da CLT - Não será permitido estipular duração de
Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos, sendo vedada a ultratividade.
O prazo de 2 anos é inferior ao prazo da sentença
normativa <> fonte heterônoma <> (até 4 anos – Art. 868,
pu CLT). Por quê? Para fomentar a negociação.
CCT: vigência/ duração –
Alteração da Lei 13.467/2017
OJ 322 – SDI 1 - Acordo coletivo de trabalho. Cláusula determo aditivo prorrogando o acordo para prazoindeterminado. Inválida. (DJ 09.12.2003)Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de
vigência dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, éinválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula determo aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivooriginário por prazo indeterminado.
Art. 614 ,§ 3º da CLT - Não será permitido estipular duração de
Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos, sendo vedada a ultratividade.
O prazo de 2 anos é inferior ao prazo da sentença
normativa <> fonte heterônoma <> (até 4 anos – Art. 868,
pu CLT). Por quê? Para fomentar a negociação.
Súmula 277 do TST
Previsão legal do princípio da temporalidade
Teoria da incorporação
Teoria da aderência limitada por revogação
Vantagem individual adquirida
Lei 13.467/2017
Jurisprudência do TST
Princípio da temporalidade:
previsão legal
O Art. 613 da CLT adota o princípio da temporalidade dasnormas coletivas: elas vigem no período de sua vigência;
não possuem ultratividade; possuem caráter temporário.
Isto está escrito no item II do art. 613 da CLT, que
estabelece que a CCT deve ter prazo de vigência
§ 3° Não será permitido estipular duração de convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos,
sendo vedada a ultratividade. (Parágrafo alterado pela Lei n.°13.467/2017 - DOU 14/07/2017 - entrará em vigor 120 dias após
sua publicação)
E o Art. 614, §3º - Lei 13.467/2017
Teoria da incorporação
As condições estabelecidas nas normas coletivas se
incorporarão ao patrimônio individual contratual do
empregado.
Mas há uma outra teoria: teoria da incorporação!
Essa teoria, mesmo antes da Lei 13.467/2017, não tinha
aceitação
A jurisprudência estava CONFLITUOSA antes
da REFORMA
Na verdade: as normas coletivas regem direitos da
categoria, portanto não são capazes de gerar direitoadquirido pelos indivíduos (trabalhador) da categoria
profissional. O direito adquirido no campo coletivo é
referente à categoria, em si, e não aos trabalhadores a
ela pertencentes.
Cláusulas coletivas e cláusulas individuais possuem
fontes de natureza jurídica distintas. Na negociação
coletiva, há igualdade de condições, que é passível de
mudança pela própria autonomia privada coletiva.
No contrato individual pode ser aplicado o princípio da
inalterabilidade contratual lesiva (Art. 468 da CLT), que
não incide em cláusulas coletivas.
Incorporação das normas coletivas
nos contratos individuais
Teoria da ADERÊNCIA LIMITADA
por revogação
Primeiramente, havia orientação pelo princípio da
temporalidade;
Em 14.09.2012, quando a Súmula 277 foi alterada pela
Resolução nº 185/2012, DeJT 25.09.2012); passou a vigorar a
ultratividade;
Daí houve liminar do STF em 17.04.2017(Reclamação
26256- Ministro Luiz Fux) para sobrestar os efeitos de decisão
do TST que manteve em curso processo no qual foram
preservados os efeitos de decisão de instância inferior que
aplica o princípio da ultratividade das normas coletivas.
Entendeu que ofende liminar concedida por Gilmar Mendes a
ADPF 323
Teoria da ADERÊNCIA LIMITADA
por revogação
A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF)323, que determinou a suspensão de todos os
processos e efeitos de decisões no âmbito da Justiça do
Trabalho que tratem de ultratividade de normas de acordos e
convenções coletivas, teve liminar em data anterior:
14.10.2016
E agora a Lei 13.467/2013, consolida o princípio da
temporalidade;
Vejamos
277. Sentença normativa, convenção ou acordo coletivos.Vigência. Repercussão nos contratos de trabalho. (Res.10/1988, DJ 01.03.1988) (Redação alterada na sessão do TribunalPleno em 16.11.2009 - Res. 161/2009) I – As condições de trabalhoalcançadas por força de sentença normativa, convenção ou acordocoletivos vigoram no prazo assinado, não integrando, de formadefinitiva, os contratos individuais de trabalho.
Incorporação das normas coletivas
nos contratos individuais
Como era a redação antes de 14.09.2012, quando a Súmula foi
alterada pela Resolução nº 185/2012, DeJT 25.09.2012)
SÚMULA 277 do TST – redação
antiga
ULTRATIVIDADE
Alteração da Lei 13.467/2017
277. Convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho.
Eficácia. Ultratividade. (Res. 10/1988, DJ 01.03.1988) (Redação alterada
na sessão do Tribunal Pleno em 16.11.2009 - Res. 161/2009 - Redação
alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012 pela
Resolução nº 185/2012, DeJT 25.09.2012)
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.
Súmula 277 do TST – Teoria ultratividade condicionada
Essa Súmula é incompatível com a decisão do STF e a Reforma
Trabalhista (Lei 13.467/2017)
CCT: prorrogação/ jurisprudência
do Plantão do TRT: feriados
Caso: para trabalhar em feriados comércio local deve ter autorização de norma coletiva. Sindicato dos comerciário distribui ação civil pública e obtém
antecipação de tutela para impedir o funcionamento do comércio em SP (lojas e hipermercados) no dia 12.10.2010. Empresas entram com mandado
de segurança para cassar a antecipação de tutela e garantir o funcionamento.
Solução: concessão de liminar em mandado de segurança no Plantão doTRT/SP garantindo o funcionamento do comércio e excluindo a previsão demulta. Fundamento: O prazo do §3º do Art. 614 da CLT tem como finalidade
recolocar as partes em negociação. Esta finalidade foi atingida, pq a inicialda ação civil pública relata impasse na fixação de reajuste salarial. Avigência da norma não pode ser usada como instrumento de pressão, pqpara isto é previsto a greve e o dissídio coletivo.
Não há prorrogação automática. Para não atrofiar o
diálogo. Veja OJ anterior.
CCT: prorrogação/ jurisprudência
do Plantão do TRT: feriados
Haviam várias empresas na ação civil pública: E aquelas que nãoimpetraram mandado de segurança? Ficam prejudicadas? Revoga-sea tutela antecipada para uma e para outra não?
Solução processual: Art. 509 do CPC <> efeito expansivo subjetivodos recursos. É aplicável no MANDADO DE SEGURANÇA, diante doprincípio da irrecorribilidade das interlocutórias.
Desembargadora responsável pelo Plantão Judiciário: Dra. BiancaBastos
CCT: vinculação a categorias
diferenciadas
A vinculação às normas coletivas se dá pelo enquadramento sindical da empresa. Este se faz pela
categoria econômica preponderante. No caso de categoria diferenciada, o que soluciona é a existência de representação da empresa na norma coletiva específica
da categoria diferenciada.
Súmula 374 do TST: já vista
Exemplos:
Médicos
Engenheiros
Advogados
Acordo Coletivo
O ACORDO COLETIVO pode ser celebrado diretamente
com a empresa ou empresas e o sindicato dos
trabalhadores. A diferença está na área subjetiva:
CCT:
Sindicato trabalhadores x
Sindicato de empregadores Acordo Coletivo:
Sindicato trabalhadores x
Empresas
Acordo Coletivo
A diferença subjetiva reflete no alcance objetivo da
estipulação: fica restrito às relações individuais
envolvendo as empresas signatárias e não a categoria
econômica.
É um ajuste de caráter normativo pelo qual uma ou mais
associações sindicais representativas de categorias
profissionais estipulam diretamente com empresa ou
empresas condições gerais de trabalho aplicáveis às
relações individuais mantidas com integrantes da categoria
no âmbito destas.
Acordo Coletivo e Art. 8º, VI CF/88
Mas o Art. 8º, VI da CF não dispôs no sentido de que é
obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho? Como fica no caso
dos Acordos Coletivos?
O dispositivo constitucional vista prestigiar a repesentação
sindical dos trabalhadores, a fim de elevá-lo a ente coletivoe assim superar a sua hipossuficiência econômica. O
mesmo não ocorre com as empresas, que, isoladamente,
constituem entes coletivos.
O regramento do Acordo Coletivo é idêntico ao da CCT
Vantagem individual adquirida
O que é vantagem individual adquirida? Representa
exceção ao princípio da temporalidade das normas
coletivas?
É compatível com a nova redação do §3º do art. 614 da
CLT, com a nova redação que lhe deu a Lei 13.467/2017.
Trata-se de situação prevista individualmente ao
trabalhador em norma coletiva, e que se incorpora em
seu contrato de trabalho, com efeitos que se projetam
após a vigência da norma coletiva.
Incorporação das normas coletivas
nos contratos individuais:
vantagem individual adquirida
A vantagem individual adquirida é tratada como exceção
ao §3º do Art. 614 da CLT, que contempa o princípio da
temporalidade.
Exs.: estabilidades previstas a grupos de funcionários (doençaprofissional/ em razão da idade/ em privatizações, etc); prêmio a serpago em 48 parcelas mensais; assistência médica por 1 ano apósalta médica
O trabalhador satisfaz os requisitos da cláusula durante
sua vigência, e o prazo de usufruir a vantagem é superior
ao previsto para duração da norma coletiva!
Trata-se de situação prevista individualmente ao
trabalhador em norma coletiva, e que se incorpora em
seu contrato de trabalho, com efeitos que se projetam
após a vigência da norma coletiva.
Incorporação das normas coletivas
nos contratos individuais:
vantagem individual adquirida
A vantagem individual adquirida é tratada como exceção
ao §3º do Art. 613 da CLT - princípio da temporalidade.
Exs.: estabilidades previstas a grupos de funcionários (doençaprofissional/ em razão da idade/ em privatizações, etc); prêmio a serpago em 48 parcelas mensais; assistência médica por 1 ano apósalta médica
O trabalhador satisfaz os requisitos da cláusula durante
sua vigência, e o prazo de usufruir a vantagem é superior
ao previsto para duração da norma coletiva!
Flexibilização: hierarquia entre fontes
normativas
Questão: o negociado prevalece sobre o legislado?
A autonomia privada coletiva passou a ser considerada sob a
ótica da GLOBALIZAÇÃO. Então surgiram 2 (duas) propostas:
Desregulamentação: retirada da proteção estatal ao
trabalhador, permitindo que a autonomia privada, individual
ou coletiva regule as condições de trabalho e os direitos e
obrigações advindos da relação de emprego, colocando-se
tais questões ao inteiro alvedrio dos particulares
Flexibilização “traduz-se numa atenuação do nível de proteção
emprestado aos trabalhadores”, sem contudo implicar em
desproteção por completo do trabalhador
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS
TRABALHISTAS
Novo regramento da Lei
13.467/2017
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Artigo incluído pela Lei n.°13.467/2017 - DOU 14/07/2017 - entrará em vigor 120 dias após sua publicação)
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
II - banco de horas anual;
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para
jornadas superiores a seis horas;
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei n° 13.189,
de 19 de novembro de 2015;
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal
do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como
funções de confiança;
VI - regulamento empresarial;
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho;
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS
Novo regramento da Lei 13.467/2017
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalênciasobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Artigo incluído pela Lei n.°13.467/2017 - DOU 14/07/2017 - entrará em vigor 120 dias após sua publicação)
(...)
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas peloempregado, e remuneração por desempenho individual;
X-modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI-troca do dia de feriado;
XII-enquadramento do grau de insalubridade;
MP 808 – XII -enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação da jornada emlocais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia, afastada a licençaprévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, naintegralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ounormas regulamentadoras do Ministério do Trabalho
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia dasautoridades competentes do Ministério do Trabalho;
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS
TRABALHISTAS
Novo regramento da Lei
13.467/2017
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têmprevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Artigoincluído pela Lei n.° 13.467/2017 - DOU 14/07/2017 - entrará em vigor120 dias após sua publicação)
(...)
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa.
§ 1° No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivode trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3°do art. 8° desta Consolidação.
§ 2° A inexistência de expressa indicação de contrapartidasrecíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalhonão ensejará sua nulidadepor não caracterizar um vício do negócio jurídico.
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS
TRABALHISTAS
Novo regramento da Lei
13.467/2017
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalênciasobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Artigo incluído pela Lei n.°13.467/2017 - DOU 14/07/2017 - entrará em vigor 120 dias após sua
publicação)(...)
§ 3° Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convençãocoletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dosempregados contra dispensa imotivada durante o prazode vigência do instrumento coletivo.
§ 4°Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convençãocoletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusulacompensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébit
o.
§5° Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo detrabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individualou coletiva, que tenhacomo objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos.
MP 808 §5º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo detrabalho participarão, como litisconsortes necessários em ação coletiva que tenhacomo objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos, vedada a apreciação poração individual
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS
TRABALHISTAS
Novo regramento da Lei
13.467/2017
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordocoletivo de trabalho, exclusivamente, a supressãoou a redução dos seguintes direitos: (Artigo incluído pela Lei n.° 13.467/2017 -DOU 14/07/2017 - entrará em vigor 120 dias após sua publicação)
I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira deTrabalho e Previdência Social;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo deGarantia do Tempo de Serviço (FGTS);
IV - salário mínimo;
V - valor nominal do décimo terceiro salário;
VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retençãodolosa;
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS
TRABALHISTAS
Novo regramento da Lei
13.467/2017
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordocoletivo de trabalho, exclusivamente, a supressãoou a redução dos seguintes direitos: (Artigo incluído pela Lei n.° 13.467/2017 -DOU 14/07/2017 - entrará em vigor 120 dias após sua publicação)
(...)VIII - salário-família;
IX - repouso semanal remunerado;
X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50%(cinquenta por cento) à do normal;
XI - número de dias de férias devidas ao empregado;
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a maisdo que o salário normal;
XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias;
XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei;
XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivosespecíficos, nos termos da lei;
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS
TRABALHISTAS
Novo regramento da Lei
13.467/2017
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordocoletivo de trabalho, exclusivamente, a supressãoou a redução dos seguintes direitos: (Artigo incluído pela Lei n.° 13.467/2017 -DOU 14/07/2017 - entrará em vigor 120 dias após sua publicação)
XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo detrinta dias, nos termos da lei;
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ouem normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ouperigosas;
XIX - aposentadoria;
XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador;
XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, comprazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, atéo limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios deadmissão do trabalhador com deficiência;
XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS
TRABALHISTAS
Novo regramento da Lei
13.467/2017
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordocoletivo de trabalho, exclusivamente, a supressãoou a redução dos seguintes direitos: (Artigo incluído pela Lei n.° 13.467/2017 -DOU 14/07/2017 - entrará em vigor 120 dias após sua publicação)
XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo detrinta dias, nos termos da lei;
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ouem normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ouperigosas;
XIX - aposentadoria;
XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador;
XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, comprazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, atéo limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios deadmissão do trabalhador com deficiência;
(...)
Previsão de CCT e Acordo Coletivo
Lei 13.467/2017, art. 620
Alteração da aplicação do princípio da NORMA MAIS BENÉFICA
Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempreprevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva do trabalho
QUESTÕES
(1) Jurisprudência: interpretação das normas coletivas – princípio do
conglomerado = benefício é visto diante da interpretação total do instrumento;
(2) Conteúdo do acordo coletivo – análise, porque o acordo negocia a situação
local e a convenção as demandas da categoria;
(3) O sindicato adquiriu mais poder de negociação? Sua função negocial foi
valorizada pela Lei 13.467/2017?