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_______________________________________________________________________________________ Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil. Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: fb.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis 1ª PARTE (TGP 1/2) Formas de Solução dos Conflitos Trabalhistas 1.1. Introdução. Definição de conflito individual, coletivo e difuso. 1.2. Formas de solução dos conflitos. 1.2.1. Autotutela 1.2.2. Autocomposição. Conciliação e Mediação. CCP. 1.2.3. Heterocomposição. Arbitragem e jurisdição. BASE PRINCIPIOLÓGICA MÍNIMA Mauricio Godinho Delgado - 16ª Edição – LTr 2017 _________________________________________________________________________ “… o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho”, deve ser equilibrado! Art. 5º - CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: “Todos são iguais perante a lei…”, e quando não forem iguais? Princípio Protetivo!

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_______________________________________________________________________________________

Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil.

Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: fb.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis

1ª PARTE (TGP 1/2)

Formas de Solução dos Conflitos Trabalhistas

1.1. Introdução. Definição de conflito individual, coletivo e difuso.

1.2. Formas de solução dos conflitos.

1.2.1. Autotutela

1.2.2. Autocomposição. Conciliação e Mediação. CCP.

1.2.3. Heterocomposição. Arbitragem e jurisdição.

BASE PRINCIPIOLÓGICA MÍNIMA

Mauricio Godinho Delgado - 16ª Edição – LTr 2017 _________________________________________________________________________

“… o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho”, deve ser equilibrado!

Art. 5º - CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

“Todos são iguais perante a lei…”, e quando não forem iguais? Princípio Protetivo!

Do Princípio da Norma Mais Favorável.

Demonstrar o conflito de normas, prevalecendo aquela mais favorável ao trabalhador. Hierárquia das Normas:

a) Constituição, Emendas a CF, Tratados Internacionais (OIT); b) Leis Complementares, Leis Ordinárias; c-) Medidas Provisórias; d-) Decretos; e-) Convenções e Acordos Coletivos; f-) Sentenças Normativas; g-) Regulamento Interno de Empresa, e h-) Contrato Individual de Trabalho.

FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS DO TRABALHO

• Conflitos individuais – Relação de Trabalho e Relação de Emprego Titular do direito plenamente identificado. Resulta de um contrato de trabalho. Pode conter um ou mais individuos. Homogêneos ou não.

• Conflitos coletivos Titulares não identificados, mas identificáveis. Titulares ligados entre si por uma relação jurídica ou de fato. Representação sindical.

• AUTOTUTELA Greve Lockout (Art. 17 Lei 7783/89)

• AUTOCOMPOSIÇÃO Mediação Conciliação

• HETEROCOMPOSIÇÃO Arbitragem Jurisdição

AUTOTUTELA – A parte busca, isoladamente, resolver o conflito.

Art. 9º CF - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

• Consiste na solução do conflito pela imposição da vontade de um sobre o outro. • Forma mais primitiva de solução dos conflitos. • De regra, vedada no ordenamento jurídico. • Aceita em hipóteses expressamente autorizadas: Greve Lockout (vedado)

Crítica: Em geral não solucionam o conflito. Apenas forçam a solução por um dos outros meios que estudaremos. Jurisprudência:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PETROBRAS. PRÁTICA DE CONDUTAS ANTISSINDICAIS. VIOLAÇÃO AO DIREITO DE GREVE. I - A greve é direito social expressamente previsto na Carta Maior, em seu artigo 9º. Trata-se, portanto, de meio de autotutela, utilizado pelos trabalhadores, através do ser coletivo por eles constituído, o sindicato profissional, único modo de igualar a relação jurídica mantida com o empregador, aptos naturalmente a produzirem atos coletivos. Assim, é por excelência o modo de expressão dos trabalhadores, mecanismo necessário para que a democracia atinja às relações de trabalho. II- Nesse sentido, ao empregador não é dado impedir ou utilizar de meios que dificultem ou impeçam o exercício de tal direito, garantido constitucionalmente. DANO MORAL COLETIVO. CARACTERIZAÇÃO. I - No caso de direitos individuais homogêneos, a conduta ilícita do empregador além de ser apta a geral o dano moral individual, também pode repercutir não somente sobre os trabalhadores diretamente envolvidos, mas sobre toda a coletividade. II- No caso em apreço, mostrou-se cabível a indenização por danos morais coletivos, eis que a conduta da reclamada, de práticas antissindicais, acarreta dano a toda a sociedade. III- Nesse contexto, afigura-se pertinente a imposição da indenização postulada pelo Ministério Público, com fins repressivo e pedagógico, em favor do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00008915920115010203 RJ (TRT-1) - Data de publicação: 23/01/2014

Efeitos da Greve no Contrato Individual do Trabalho:

Suspensão do contrato de Trabalho Art. 7º Lei nº 7.783 /1989 - Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.

Rescisão do Contrato de Trabalho Durante a Greve

Parágrafo único. É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14.

Exceção Art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento. Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.

Jurisprudência:

DIREITO DE GREVE - SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO - DESCONTOS SALARIAIS RELATIVOS AO PERÍODO SEM LABOR - LEGALIDADE. Em consonância com o art. 7º da Lei nº 7.783 /1989, a "participação em greve suspende o contrato de trabalho". Ausente acordo de vontades, elaborado entre as partes, suspende-se, correlatamente, o dever de contraprestação laboral dos dias não trabalhados. Sendo assim, não são devidos os salários relativos ao período de greve, sendo passíveis de descontos, inexistindo qualquer ilegalidade no ato. Tal entendimento não nega que o direito de greve é um dos instrumentos fundamentais na luta dos trabalhadores; também não obstaculiza seu exercício. Isto porque, conforme leciona Ives Gandra da Silva Martins, "o trabalhador grevista sabe os riscos que corre no caso de optar pela ruptura da normalidade na prestação dos serviços", devendo arcar, assim como o empregador, pelas consequências da auto-tutela exercida. Termos em que se nega provimento ao recurso do Sindicato-autor. TRT-9 - 2160320073900 PR 21603-2007-3-9-0-0 (TRT-9) - Data de publicação: 18/09/2009

Lockout (vedado)

Art. 17 da Lei nº 7.783 /1989 - Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout). Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação.

AUTOCOMPOSIÇÃO – Quando há diálogo entre as partes!

• A autocomposição é a solução do litígio pelas próprias partes envolvidas. • Sob a ótica social e filosófica, é a melhor forma de solução dos conflitos, eis que

encontrada pelas próprias partes.

NOVIDADE REFORMA TRABALHISTA – LEI 13.467/2017 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO VIA ACORDO

Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: I - por metade: a) o aviso prévio, se indenizado; e b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990; (20%) II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. § 1o A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos. § 2o A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.

PDV – PDI – DISPENSA INDIVIDUAL, PLURIMA OU COLETIVA

Art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.

OJ 270 SDI-1 - PROGRAMA DE INCENTIVO À DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. TRANSAÇÃO EXTRAJUDICIAL. PARCELAS ORIUNDAS DO EXTINTO CONTRATO DE TRABALHO. EFEITOS (inserida em 27.09.2002) A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho ante a adesão do empregado a plano de demissão voluntária implica quitação exclusivamente das parcelas e valores constantes do recibo.

Há, entretanto, decisão do STF em sentido contrário:

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sessão plenária do dia 30/4/2015, que, nos planos de dispensa incentivada (PDI) ou voluntária (PDV), é válida a cláusula que dá quitação ampla e irrestrita de todas as parcelas decorrentes do contrato de emprego, desde que este item conste de Acordo Coletivo de Trabalho e dos demais instrumentos assinados pelo empregado. A decisão reforma entendimento do TST, consolidado na Orientação Jurisprudencial 270 da Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), no sentido de que os direitos trabalhistas são indisponíveis e irrenunciáveis e, assim, a quitação somente libera o empregador das parcelas especificadas no recibo, como prevê o artigo 477, parágrafo 2º, da CLT.

O posicionamento foi adotado no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 590415, com repercussão geral reconhecida, e, segundo informado na sessão, deverá ser

aplicado em mais de 2 mil processos sobre o mesmo tema que estavam sobrestados aguardando o posicionamento do STF.

Orientação Anamatra, sentido contrário ao STF.

EFEITOS DE PAGAMENTOS EFETUADOS FORA DA ESFERA JUDICIAL. INDECLINABILIDADE DE JURISDIÇÃO. ART. 5º, XXXV DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ARBITRAGEM INDIVIDUAL. QUITAÇÃO PERIÓDICA, DISTRATO. PROGRAMA DE DEMISSÃO INCENTIVADA. ARTS. DA CLT 507-A, 507-B, 484-A E 477-B. EFEITOS LIMITADOS AOS VALORES PAGOS. AUSÊNCIA DE QUITAÇÃO GERAL. QUITAÇÃO LIMITADA A VALORES. DIREITO DE ACIONAMENTO DO JUDICIÁRIO TRABALHISTA PARA RESGUARDO DE LESÕES. Os pagamentos efetuados por conta de termo de compromisso arbitral, quitação anual de obrigações trabalhistas, extinção do contrato por mútuo acordo e plano de demissão voluntária ou incentivada podem produzir eficácia liberatória limitada aos valores efetivamente adimplidos. Em aplicação à garantia constitucional de acesso à jurisdição (art. 5º, XXXV), mantém-se pleno direito de acesso ao Judiciário para solucionar situações conflituosas, inclusive para satisfação de diferenças sobre rubricas parcialmente pagas.

QUITAÇÃO ANUAL DO CONTRATO DE TRABALHO NO SINDICATO

Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria. Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas.

COMISSÃO DE EMPREGADOS

TÍTULO IV-A DA REPRESENTAÇÃO DOS EMPREGADOS Art. 510-A. Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. § 1º A comissão será composta: I – nas empresas com mais de duzentos e até três mil empregados, por três membros; II – nas empresas com mais de três mil e até cinco mil empregados, por cinco membros; III – nas empresas com mais de cinco mil empregados, por sete membros. § 2º No caso de a empresa possuir empregados em vários Estados da Federação e no Distrito Federal, será assegurada a eleição de uma comissão de representantes dos empregados por Estado ou no Distrito Federal, na mesma forma estabelecida no § 1º deste artigo.

Atribuições da Comissão:

Art. 510-B. A comissão de representantes dos empregados terá as seguintes atribuições: I – representar os empregados perante a administração da empresa; II – aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus empregados com base nos princípios da boa-fé e do respeito mútuo; III – promover o diálogo e o entendimento no ambiente de trabalho com o fim de prevenir conflitos; IV – buscar soluções para os conflitos decorrentes da relação de trabalho, de forma rápida e eficaz, visando à efetiva aplicação das normas legais e contratuais; V – assegurar tratamento justo e imparcial aos empregados, impedindo qualquer forma de discriminação por motivo de sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical; VI – encaminhar reivindicações específicas dos empregados de seu âmbito de representação; VII – acompanhar o cumprimento das leis trabalhistas, previdenciárias e das convenções coletivas e acordos coletivos de trabalho. § 1º As decisões da comissão de representantes dos empregados serão sempre colegiadas, observada a maioria simples. § 2º A comissão organizará sua atuação de forma independente.

Eleição da Comissão: Art. 510-C. A eleição será convocada, com antecedência mínima de trinta dias, contados do término do mandato anterior, por meio de edital que deverá ser fixado na empresa, com ampla publicidade, para inscrição de candidatura. § 1º Será formada comissão eleitoral, integrada por cinco empregados, não candidatos, para a organização e o acompanhamento do processo eleitoral, vedada a interferência da empresa e do sindicato da categoria. § 2º Os empregados da empresa poderão candidatar-se, exceto aqueles com contrato de trabalho por prazo determinado, com contrato suspenso ou que estejam em período de aviso prévio, ainda que indenizado. § 3º Serão eleitos membros da comissão de representantes dos empregados os candidatos mais votados, em votação secreta, vedado o voto por representação. § 4º A comissão tomará posse no primeiro dia útil seguinte à eleição ou ao término do mandato anterior. § 5º Se não houver candidatos suficientes, a comissão de representantes dos empregados poderá ser formada com número de membros inferior ao previsto no art. 510-A desta Consolidação. § 6º Se não houver registro de candidatura, será lavrada ata e convocada nova eleição no prazo de um ano.

Do Mandato: Art. 510-D. O mandato dos membros da comissão de representantes dos empregados será de um ano. § 1º O membro que houver exercido a função de representante dos empregados na comissão não poderá ser candidato nos dois períodos subsequentes. § 2º O mandato de membro de comissão de representantes dos empregados não implica suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, devendo o empregado permanecer no exercício de suas funções.

§ 3º Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o membro da comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. § 4º Os documentos referentes ao processo eleitoral devem ser emitidos em duas vias, as quais permanecerão sob a guarda dos empregados e da empresa pelo prazo de cinco anos, à disposição para consulta de qualquer trabalhador interessado, do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho.

Comissão X Dirigente Sindical Art. 510-E. A comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de defender os direitos e os interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas, hipótese em que será obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas de trabalho, nos termos do incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição.(Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)

MEDIAÇÃO – Quando as partes perderam o diálogo. Na mediação, busca-se recuperar o diálogo entre as partes, sem participação ATIVA do Mediador. As técnicas de abordagem do mediador tentam primeiramente restaurar o diálogo para que posteriormente o conflito em si possa ser tratado. Só depois pode se chegar à solução. Na mediação não é necessário interferência, ambas partes chegam a um acordo sozinhas, se mantém autoras de suas próprias soluções.

• Nos Conflitos Individuais, terceiro aproxima as partes para alcançar a conciliação que não foi possível sem sua participação. Não impõe a solução da lide.

• Para Conflitos Coletivos: Ministério do Trabalho (“mesa redonda”). • TAC – MTE

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até 200 empregados.........................................................................2%; II - de 201 a 500.....................................................................................3%; III - de 501 a 1.000.................................................................................4%; IV - de 1.001 em diante. ........................................................................5%.

CONCILIAÇÃO Quando as partes perderam MAIS que o diálogo, daí a participação ATIVA do Conciliador. A conciliação é indicada quando há uma identificação evidente do problema, quando este problema é verdadeiramente a razão do conflito - não é a falta de comunicação que impede o resultado positivo (mediação).

Diferentemente do mediador, o conciliador tem a prerrogativa de sugerir uma solução.

• São diametralmente opostas as orientações no que tange à conciliação de conflitos trabalhistas, consoante sua natureza (coletiva ou individual).

CONCILIAÇÃO DE CONFLITO INDIVIDUAL

• Nos conflitos individuais, há enorme resistência quanto à conciliação, principalmente em face à hipossuficiência do empregado e ao Princípio da Irrenunciabilidade de Direitos. CONTUDO, tende a diminuir face a nova realidade do processo do trabalho (Lei 13.467/2017).

NOVIDADE REFORMA TRABALHISTA

CAPÍTULO III-A DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA PARA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. § 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum. § 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria. Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6º do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8º art. 477 desta Consolidação. Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença. Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.

RECOMENDAÇÃO GP/CR Nº 1/2017

Disponibiliza os Centros Judiciários de Solução de Conflitos para receber e realizar audiências nos processos a que alude o Capítulo III-A, do Livro X, da Consolidação das Leis do Trabalho. O PRESIDENTE E A CORREGEDORA REGIONAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO, no uso de suas atribuições legais e regimentais; CONSIDERANDO o disposto nos artigos 855-B a 855-E, da Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, na redação determinada pelo artigo 1º, da Lei 13.467/2017, CONSIDERANDO a existência de estrutura física e de pessoal tecnicamente preparado para inclusão em pauta e análise dos processos de jurisdição voluntária para homologação dos acordos nos Centros Judiciários de Solução de Conflitos da Justiça do Trabalho – CEJSC-JT,

CONSIDERANDO que o sistema PJe-JT, na versão atual (1.16) já contempla funcionalidade que permite o deslocamento do processo aos Centros de Solução e seu simultâneo acompanhamento pela unidade remetente, RESOLVEM: RECOMENDAR aos magistrados do trabalho da 2ª região que encaminhem aos CEJUSC-JT, conforme a competência normativa, os processos de jurisdição voluntária para análise na forma estabelecida pelo artigo 855-D, da CLT. Publique-se. São Paulo, 13 de novembro de 2017.

WILSON FERNANDES

Desembargador Presidente do Tribunal

JANE GRANZOTO TORRES DA SILVA Desembargadora Corregedora Regional

Passo a Passo 1º - Protocolizar a Petição de Acordo Extrajudicial, no PJE, como um processo comum; 2º - Escolher a classe Homologação de Transação Extrajudicial; 3º - Será distribuído para uma Vara do Trabalho como se fosse um processo comum; 4º - Qualificar as partes e os advogados(as) que deve ser 01 advogado(a) para cada parte; 5º - Ao receber as petições, os juízes, PODERAM encaminhar para os CEJUSCs; 6º - A petição inicial DEVE indicar: Pessoa Física – nome, CPF, RG, CTPS, PIS-PASEP ou NIT, nome da mãe, endereço complete com CEP, Valor da Causa, identificação dos advogados. Pessoa Jurídica – CNPJ, CEI, Cópia do contrato social. Fatos: A natureza do acordo (com ou sem vínculo de emprego), verbas de natureza salarial ou indenizatórias, cláusula penal (multa), identificação das parcelas e valores, identificação do responsável pelos recolhimentos fiscais e previdenciários e a discriminação das parcelas (valores e data de pagamento). 7º - Juízo de Admissibilidade das Petições de Acordo que não serão acolhidas quando forem ilegais ou inadmissíveis. Ilegal/Inadimissível quando versarem sobre direitos INdisponíveis, a saúde, a integridade física e interesses de terceiros. 8º - Reconhecimento de Vínculo de Emprego, só na contenciosa. 9º - Vencida a admissibilidade o processo é incluído em pauta, com designação de audiência com os conciliadores (CEJUSC) que poderá ser homologada imediatamente ou

encaminha para homologação do juízo. 10º - A Sentença de Homologação do Acordo, conterá: valor do acordo, tempo e modo de pagamento, cláusula penal (multa), Discriminação das Verbas, Extensão da Quitação (apenas das parcelas ou do CT), Recolhimentos fiscais e previdenciários, Custas e a necessidade de intimar a União. A sentença NÃO LIBERARÁ FGTS E SD. 11º - Indeferimento do pedido de acordo, cabe R.O. ou RT (contencioso) - PRESCRIÇÃO 12º - Não cumprido o Acordo a execução deve ser direcionada para a Vara do Trabalho e não para o CEJUSC. CCP – Comissão de Conciliação Prévia

• Sua instituição é facultativa. • Pode ser no âmbito empresarial ou entre sindicatos. • Só pode conciliar conflitos envolvendo empregados da respectiva categoria e

desde que não envolva apenas verbas rescisórias. (Portaria 329/2002).

TÍTULO VI-A DA COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Art. 625-B § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. Art. 625-E Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.

I-) DA NÃO SUBMISSÃO À COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. Em relação à desnecessidade da utilização da Comissão de Conciliação Prévia, temos que o artigo 625, letra "D" da CLT foi suspenso LIMINARMENTE em 13/MAI/09, por maioria de votos do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) nas ADIN's (Ação Declaratória de Inconstitucionalidade) n°s 2139 e 2160,

razão pela qual, toda e qualquer arguição da Reclamada no sentido de impugnar o curso da presente demanda DEVE ser rechaçado por este Douto Juízo, face a fundamentação exposta, o que por ora se requer.

CONCILIAÇÃO DE CONFLITOS COLETIVOS

• A exaustiva tentativa de conciliação tem sido considerada pelo TST como condição da ação para os dissídios coletivos.

• Se frutífera gera convenção coletiva ou acordo coletivo. • Convenção Coletiva: Entre sindicatos. Aplicabilidade para toda categoria

profissional e patronal. • Acordo Coletivo: Entre sindicato e uma ou mais empresas. Aplicabilidade restrita.

Art. 114 § 1º CF - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

NOVIDADE REFORMA TRABALHISTA

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, observados os incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017)

Orientação Anamatra:

CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. ADEQUAÇÃO DA AUTONOMIA DA VONTADE DIANTE DE DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS. ANÁLISE DA LEGALIDADE. VERIFICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL PELA AUDITORIA FISCAL DO TRABALHO. I- Normas autônomas devem integrar a legislação trabalhista a partir do princípio norteador da norma mais favorável. A autonomia da vontade coletiva, enunciada no art. 8º, paragrafo 3º da Lei nº 13.467/17, não pode se sobrepor a direitos fundamentais nem a preceitos constitucionais, tais como a valorização do trabalho, o respeito à dignidade humana e à saúde e segurança dos trabalhadores. II- Prevalece em todo caso em relação à matéria negociada, os princípios da proteção, da norma mais favorável e da inafastabilidade da tutela jurisdicional. III- A Auditoria Fiscal do Trabalho possui o dever de exigir o cumprimento das normas laborais mais favoráveis ao trabalhador, sejam elas constitucionais, infraconstitucionais ou negociadas, o que inclui a possibilidade de verificação da aplicabilidade ou não de convenções e acordos coletivos de trabalho sob aquela sistemática.

I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; II – banco de horas anual;

Banco de Horas. Continua cmo era antes da Reforma, via CCT ou ACT e validade de 01 ano:

Art. 59, § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.

TODAVIA AGORA, existe a possibilidade de Banco de Horas entre Empregado e Empregador via Acordo Escrito.

Prazo Máximo = 06 meses.

§ 5º O banco de horas de que trata o § 2º deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de SEIS MESES.

Mesmo que as Horas Extras sejam Habituais, ainda haverá a possibilidade do Banco de Horas.

Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.

Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Na hipótese de RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.

Art. 59, § 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2º e 5º deste artigo, o trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;

A Reforma Trabalhista NÃO alterou a CLT:

Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo

em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

O que sofreu alteração foi a Indenização pela NÃO Fruição:

Art. 71 § 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Orientação Anamatra:

Direitos trabalhistas garantidos por normas de ordem pública, relativos a medidas de higiene, saúde e segurança do trabalho, são infensos à redução ou supressão mediante negociação coletiva, consoante a interpretação conjunta dos incisos XXII e XXVI do art. 7º da Constituição. É, portanto, inconstitucional a previsão do art. 611-A, III e XII, da CLT (com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017). IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº 13.189, de 19 de novembro de 2015;

III - Proteção do Salário PSE - Programa Seguro-Emprego – Lei 13.456/2017 Possibilidade de reduzir, inclusive o salário-nominal?

Art. 2o Podem aderir ao PSE as empresas de todos os setores em situação de dificuldade econômico-financeira que celebrarem acordo coletivo de trabalho específico de redução de jornada e de salário. (Redação dada pela Lei nº 13.456, de 2017) Art. 5o O acordo coletivo de trabalho específico para adesão ao PSE, celebrado entre a empresa e o sindicato de trabalhadores representativo da categoria da atividade econômica preponderante da empresa, pode reduzir em até 30% (trinta por cento) a jornada e o salário. Art. 6o A empresa que aderir ao PSE fica proibida de: I - dispensar arbitrariamente ou sem justa causa os empregados que tiverem sua jornada de trabalho temporariamente reduzida enquanto vigorar a adesão ao PSE e, após o seu término, durante o prazo equivalente a um terço do período de adesão;

V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; VI – regulamento empresarial; VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho; VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; X – modalidade de registro de jornada de trabalho; XI – troca do dia de feriado;

XII - enquadramento do grau de insalubridade; XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017)

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 808

XII – enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia, afastada a licença previa das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;

Orientação Anamatra:

Direitos trabalhistas garantidos por normas de ordem pública, relativos a medidas de higiene, saúde e segurança do trabalho, são infensos à redução ou supressão mediante negociação coletiva, consoante a interpretação conjunta dos incisos XXII e XXVI do art. 7º da Constituição. É, portanto, inconstitucional a previsão do art. 611-A, III e XII, da CLT (com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017). XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo; XV – participação nos lucros ou resultados da empresa. § 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação. Art. 8º, § 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

HETEROCOMPOSIÇÃO - Implica na solução do conflito imposta por um terceiro.

• Pode ser Privada (Arbitragem) ou Pública (Jurisdição).

ARBITRAGEM – Lei 9.307/96

Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

A arbitragem surge no momento em que as partes não resolveram de modo amigável a questão. As partes permitem que um terceiro, o árbitro, especialista na matéria discutida, decida a controvérsia.

A decisão do Juízo Arbitral tem a força de uma sentença judicial e não admite recurso.

Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário.

NOVIDADE REFORMA TRABALHISTA – LEI 13.467/2017

Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.

(R$ 5.531,31 X 2 = R$ 11.062,62) Enunciado Anamatra:

CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM NAS RELAÇÕES DE TRABALHO. ART. 507-A DA CLT. IMPOSSIBILIDADE DE SER INSTITUÍDA EM SE TRATANDO DE CRÉDITOS DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO, À LUZ DO ARTIGO 1º DA LEI 9.307/96, ART. 100 DA CF/88, ART. 1707 DO CC E ART. 844, § 4º, II DA CLT. CARÁTER ALIMENTAR DO CRÉDITO TRABALHISTA. INDISPONIBILIDADE E INDERROGABILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS.

Seja como for, a jurisdição já aceitava mesmo antes da reforma. Jurisprudência:

COMPROMISSO ARBITRAL. SOLUÇÃO DE CONFLITOS INDIVIDUAIS. CABIMENTO. CARACTERIZAÇÃO DE COISA JULGADA. Pugna o Recorrente pela reforma do decisum proferido pelo MM. a quo, que extinguiu sem resolução do mérito os pleitos articulados na incoativa sob o fundamento de que se operara coisa julgada no feito, em virtude do compromisso arbitral celebrado entre as partes litigantes. Se não há nos autos prova passível de demonstrar que o Reclamante optou pelo compromisso arbitral em virtude de coação, não há que se falar na fraude alegada, confirmando-se, no particular, a r. sentença recorrida. TRT-5 - RECURSO ORDINARIO RO 465004320065050037 BA 0046500-43.2006.5.05.0037 (TRT-5) Data de publicação: 09/10/2007

• Requisitos: Agente capaz e direito disponível. • Árbitro: um ou mais (sempre ímpar), “ad hoc” ou institucional. • Critérios: “de direito” ou “de eqüidade”. • Instituição: cláusula compromissória (extrajudicial) ou compromissória arbitral

(judicial). • Prazo: Fixado pelas partes. No silêncio – 6 meses. • Resultado: • Sentença arbitral. • Não sujeita a recurso. • Vale como título executivo judicial. • Sujeita-se a ação anulatória e não rescisória.

• O MPT pode atuar como árbitro (Art. 83, XI, Lei Complementar 75/93), inclusive de

propostas finais.

Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho: XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho;

VANTAGENS:

• Pressupõe alguma convergência de vontade (escolha do árbitro, critérios da arbitragem, etc.).

• Maior celeridade na solução dos conflitos, já que a decisão não está sujeita a recursos.

APLICABILIDADE DA ARBITRAGEM NOS CONFLITOS COLETIVOS

• Nos conflitos coletivos, tem preferência à solução jurisdicional (art. 114, §2º, CF).

Art. 114, § 1º CF - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

• Pode ser instituída com fundamento no art. 613, V, CLT.

Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos;

• Embora a Lei 9.307/96 não preveja a aplicação para conflitos trabalhistas, há expressa previsão constitucional.

JURISDIÇÃO

• Jurisdição é forma heterônoma estatal de solução dos conflitos. • Provém da expressão latina juris dictio que significa “dizer o direito”. • É definida como o Poder/dever do Estado de dizer o direito no caso concreto,

solucionando o conflito. • É um poder eis que, uma vez instaurada, a sua solução vincula as partes envolvidas

no conflito, apresentando-se, assim, como uma das faces da jurisdição. • É um dever porque o Estado impede a autotutela e, ao faze-lo, assume para si o

ônus de solucionar todo conflito que lhe for apresentado.

• A todo dever corresponde um direito. • Qual o direito que corresponde ao dever de jurisdição? • É o direito de ação, que se define como a faculdade geral e abstrata de provocar a

jurisdição.

ESTADO (JUIZ)

Pedido de entrega de tutela jurisdicional. É o pedido IMEDIATO. D. Processual.

RECLAMANTE X RECLAMADO

Pedido Imediato é a entrega da tutela jurisdicional (D. Processual).

Pedido Mediato é a própria pretensão resistida. (D. Material). D. Processual: Ramo do direito que rege a forma pela qual o Estado entregará a tutela Jurisdicional. Ritos: Sumário – Sumaríssimo e Ordinário.

2ª PARTE (TGP 2/2)

3. Jurisdição e o direito de ação.

3.1. Definição de Direito de ação

3.2. Condições da ação

3.2.1. Legitimidade de parte

3.2.2. Interesse de agir

3.2.3. Possibilidade jurídica do pedido

3.3. Pressupostos Processuais

3.3.1. Juiz Competente

3.3.2. Capacidade de ser parte (Civil e postulatória).

3.3.3. Uma demanda regularmente formulada.

4. Nulidades processuais

JURISDIÇÃO E O DIREITO DE AÇÃO

Jurisdição Termo que se origina do latim juris dictio e significa “dizer o direito”. Jurisdição é o Poder/Dever do Estado de Dizer o direito solucionando o conflito no caso concreto.

• É um Poder porque a solução estatal é vinculativa. Seu cumprimento não depende da vontade das partes

• É um Dever, na medida em que o Estado impede a autotutela. Ao assim fazer, atrai para si a obrigação de solucionar o conflito.

• A toda obrigação corresponde um direito. • Ao dever do Estado de prestar jurisdição é correspondente o direito de ação

concedido a todo cidadão. • A jurisdição é una e indivisível, como o próprio Poder Soberano. Dizer que sobre

um mesmo território existem várias jurisdições é o mesmo que admitir a existência de várias soberanias.

• Competência é a Limitação da Jurisdição.

Art. 337, II CPC - incompetência absoluta art.114 CF e relativa art. 651 da CLT

EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA:

Art. 240 CPC - A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).

A incompetência pode ser ABSOLUTA ou RELATIVA. A Incompetência Absoluta, no processo do trabalho, é estabelecida em razão da matéria (art. 114 da CF), não podendo ser derrogada por convenção entre as partes (artigo 62 CPC). A incompetência absoluta pode ser reconhecida pelo juiz e/ou alegada pela parte, a qualquer tempo e grau de jurisdição - (artigo 64, §1º CPC).

Art. 64, § 1º do CPC - A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.

A competência absoluta não preclui e, já era arguida em preliminar de contestação, pois não suspende o processo. A Incompetência Relativa é prorrogável, EXIGINDO-SE, portanto, da Reclamada, expressa manifestação, do contrário, o juízo tornar-se competente. Ela é estabelecida em razão do critério territorial, (art. 651 CLT) podendo ser modificada de acordo com as circunstâncias de cada caso. REDAÇÃO REVOGADA:

Art. 800 – Apresentada a exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos autos ao exceto, por 24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir.

Momento de apresentação da Exceção de Incompetência em Razão do Local: Art. 64 do CPC – A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.

NOVA REDAÇÃO:

Art. 800. Apresentada exceção de INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que signalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. § 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.

§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. § 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. § 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.

POSSIBILIDADE DE RECORRER DA DECISÃO QUE ACOLHE A EXCEÇÃO?

Art. 799, § 2º CLT - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final.

Exceção: TST, SUM-214 - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE INCOMPETENCIA EM RAZÃO DO LUGAR. IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA. Na Justiça do Trabalho, a decisão que acolhe a exceção de incompetência territorial não enseja recurso imediato, salvo na hipótese de decisão que remete os autos para o Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante disposto no art. 799, § 2º, da CLT (inteligência da sumula 214, TST). (TRT-5 - AIRO: 898402020085050311 BA 0089840-

20.2008.5.05.0311, Relator: SÔNIA FRANÇA, 3ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 11/11/2009) E a Competência no CPC. Novidades? IN 39 do TST

Art. 2º Sem prejuízo de outros, NÃO SE APLICAM AO PROCESSO DO TRABALHO, em razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Processo Civil: I - art. 63 (modificação da competência territorial e eleição de foro);

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

Exceções ao Exercício da Jurisdição: Jurisdição exercida pelo Senado Federal para processor e julgar algumas autoridades por crimes de responsabilidade – (CF art. 52, I e II) Compromisso Arbitral.

AÇÃO A ação é o direito subjetivo, do jurisdicionado, correspondente ao dever de jurisdição do Estado, que impede a autotutela. A concepção moderna da teoria da ação a define como um direito público, subjetivo e abstrato de provocar a jurisdição.

• Público porque exercido contra o Estado. • Subjetivo porque está no campo da facultas agendi, já que seu exercício pelo

jurisdicionado é uma faculdade e não uma obrigação. • Constitucional porque está expressamente amparado pela Constituição Federal.

(Art. 5º, XXXV). XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

• Abstrato porque sua existência não está relacionada com a existência do direito material nela perseguido.

• O direito de ação existe ainda que improcedente o resultado final. Logo, o direito de ação é o direito de postular em juízo para aguardar a entrega da tutela jurisdicional que solucionará o conflito, tendo ou não o autor direito a esta pretensão. Portanto, no Plano Constitucional, o Direito de Ação é enfocado de forma ampla, subjetiva e abstrata. Diversamente, no Plano Processual, o Direito de Ação está relacionado a uma pretensão, sendo o seu exercício condicionado a certos requisitos, com destaque às condições da ação. ELEMENTOS DA AÇÃO A ação é identificada por meio de três elementos essenciais.

Partes, elementos Subjetivos. Causa de Pedir e Pedido, são os elementos Objetivos.

Trata-se de questão relevante para verificar, por exemplo, a existência de litispendência e de coisa julgada entre duas ações (art. 337, §§ 1º a 4º, do CPC), bem como para examinar a conexão e continência entre ações, para fins de competência (arts. 55 e 56 do CPC). A causa de pedir engloba os fatos e fundamentos jurídicos, dos quais decorre o pedido. A causa de pedir pode ser próxima (fundamentos jurídicos) e remota (fatos).

INICIAL TRABALHISTA - § 1º art. 840 CLT X

INICIAL CÍVEL art. 319 CPC Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS - art. 840, § 1º da CLT X

CAUSA DE PEDIR - art. 319 do CPC Art. 319. NCPC - A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

O pedido é o objeto do processo, ou seja, a pretensão formulada. A exposição dos fatos DEVE ser simples e sintética, enquanto a causa de pedir é acoplada à formulação da pretensão, da exigência de algum direito e da motivação. O adjetivo “breve” do § 1º do art. 840 da CLT, não foi lançado a esmo pelo legislador e objetiva realmente desonerar o empregado de maiores detalhamentos técnicos. Tanto que se admite o Pedido Implícito: 1ª – hipótese - Multa do artigo 467, CLT: Jurisprudência:

PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO. MULTA DO ART. 467 DA CLT. A possibilidade de aplicação do "Princípio da Extrapetição" encontra amparo no parágrafo 4º do artigo 461 do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho nos termos do art. 769 da CLT. E, fato é que referido princípio autoriza o juiz a conferir, de oficio, pedidos não constituídos na inicial, mas que, pela autorização do legislador, podem ser exercidas dentro do seu poder dispositivo, sendo exemplos, a condenação em litigância de má-fé, a multa do artigo 467 da CLT, a correção monetária e os juros. TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00006904420135020373 SP 00006904420135020373 A28 (TRT-2) Data de publicação: 10/10/2014

Art. 537 CPC - A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada

na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.

2ª hipótese - Pagamento da reintegração, quando esta se tornar inviável (art. 496, CLT; Súmula 396, II, TST);

Súmula nº 396 do TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO "EXTRA PETITA" II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT.

3ª hipótese - Juros legais e Correção monetária (Súmula 211, TST);

Súmula nº 211 do TST JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação.

DICA: Sessão da Tarde – Prof. Joseval Martins Viana e Custódio Nogueira. https://www.youtube.com/watch?v=SBR2BgfFDqw&t=120s

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES

A ação pode ser de conhecimento, ação de execução, ação cautelar (atualmente prevista como tutela provisória de urgência de natureza cautelar) e as ações mandamentais. A ação de conhecimento é aquela na qual se pleiteia que o mérito da pretensão seja julgado, por meio da atuação do Direito objetivo no caso concreto. A Ação de Conhecimento se subdivide em ação declaratória, constitutiva e condenatória. 1.) AÇÃO DECLARATÓRIA tem como objetivo declarar a existência ou inexistência de relação jurídica, bem como a autenticidade ou falsidade de documento. Exemplificando, a ação cujo pedido seja de declaração da existência da relação de emprego, ou a declaração da nulidade absoluta do contrato de trabalho, em razão de o objeto ser ilícito.

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABALHISTA

Art. 11 da CLT A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. § 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 9.658, de 5.6.1998)

1.1-) AÇÃO CONSTITUTIVA, pode ser positiva ou negativa, visa constituir ou desconstituir (extinguir) uma relação jurídica. Como exemplo, na ação rescisória, um dos pedidos é de desconstituição da decisão de mérito transitada em julgado. O inquérito (judicial) para apuração de falta grave também tem natureza constitutiva negativa, pois tem como objetivo pôr fim ao contrato de trabalho do empregado estável. 1.2) AÇÃO CONDENATÓRIA é aquela em que o pedido se volta à condenação do réu à obrigação de pagar, entregar coisa, fazer ou não fazer. Objetiva-se a imposição de sanção ou determinação ao réu, a ser cumprida sob pena de execução. Ex.: condenação do réu a pagar horas extras, devolver algum instrumento de trabalho, anotar a Carteira de Trabalho e Previdência Social. 2.-) AÇÃO DE EXECUÇÃO tem como objetivo a satisfação concreta do direito reconhecido no título executivo judicial ou extrajudicial, isto é, a efetivação do direito constante do título executivo. Sentença Normativa! 3.-) AÇÃO CAUTELAR, na atualidade prevista como tutela provisória de urgência de natureza cautelar (arts. 294 e 301 do CPC), tem natureza instrumental, pois visa assegurar o resultado útil do processo (quanto ao pedido principal), quando houver perigo em razão da demora deste, e probabilidade do direito material alegado (art. 300 do CPC).

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

4.-) AÇÃO MANDAMENTAL é aquela que dá origem a uma decisão com natureza de ordem judicial, a ser cumprida pelo réu. É o que se verifica no mandado de segurança, no qual a decisão judicial, com natureza de ordem (mandamento), deve ser cumprida pela autoridade coatora ou pelo demandado, independentemente de instauração de novo processo de execução.

CONDIÇÕES DA AÇÃO Tradicionalmente se estudava as seguintes condições da Ação: Legitimidade de Parte, o Interesse de Agir e a Possibilidade Jurídica do Pedido. O CPC/2015, assim trata do tema:

Art. 17 do CPC - Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 330 do CPC - A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; II - a parte for manifestamente ilegítima; III - o autor carecer de interesse processual;

Quanto a Possibilidade Jurídica do Pedido, passou a integrar o Mérito, pois o juízo analisará a pertinência do pedido, conhecendo do mérito, nos termos do art. 487 do CPC.

Art. 487 do CPC - Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.

1º-) Legitimidade de Parte: Legitimidade Ordinária - devem figurar na relação jurídica processual aqueles que foram sujeitos da relação jurídica material, ou seja, as partes que viveram a relação à ser discutida no processo. Legitimidade Extraordinária - o autor não figurou na relação de direito material e, agora, defende direito alheio, em nome próprio.

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.

Da Legitimidade Ativa na RT quando da morte do trabalhador:

Lei 6.858/80 - Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento.

Jurisprudência: (Declaração Dependentes do INSS)

RECURSO PATRONAL. HERDEIROS DO EXEQUENTE FALECIDO. HABILITAÇÃO INCIDENTE. Os dependentes regularmente habilitados junto à Previdência Social são legitimados para receber o crédito trabalhista do reclamante, falecido no curso do processo. Somente na falta deles serão chamados os sucessores previstos na Lei Civil, independentemente da existência de inventário ou arrolamento. Tal critério decorre da Lei nº 6.858/1980, que estabelece ordem especial de vocação sucessória, destinada ao recebimento dos valores não recebidos em vida pelo empregado. O falecimento do empregado, com a consequente sucessão nos autos, não altera a natureza alimentar do crédito objeto do litígio. Apelo a que se nega provimento. TRT-1 - Inteiro Teor. Recurso Ordinário: RO 892000420065010471 RJ Data de publicação: 05/05/2015

Da Legitimidade Passiva na RT? 1ª Hipótese: Pessoa Física – Lei Civil. (herdeiros, no limite do quinhão)

Art. 779 do CPC - A execução pode ser promovida contra: II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;

Jurisprudência: (Espólio, morte do empregador!) EMPREGADOR PESSOA FÍSICA. FALECIMENTO. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. AUSÊNCIA DE SUCESSÃO PELO ESPÓLIO. Com a morte do empregador pessoa física, extingue-se o contrato de trabalho, não havendo como se pretender tenha este continuidade relativamente aos herdeiros. O que pode haver é o estabelecimento de novo vínculo contratual. Recurso do reclamante a que se nega provimento. TRT-6 - Recurso Ordinário RO 00015766020125060181 (TRT-6) Data de publicação: 08/04/2014

2ª Hipótese: Pessoa Jurídica - (art. 448 e 448-A da CLT) Sucessão de Empregadores – Raciocínio do Reclamante. Pessoa Jurídica:

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

NOVIDADE – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.

Orientação Anamatra:

SUCESSÃO TRABALHISTA. A teor do art. 1.146 do Código Civil, aplicável ao Direito do Trabalho (CLT, art. 8º), é solidária a responsabilidade do sucedido e do sucessor pelos créditos trabalhistas constituídos antes do trespasse do estabelecimento, independentemente da caracterização de fraude.

Art. 1.146 do CCB - O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

Adquirente = (novo empregador) é solidariamente responsável pelas dívidas anteriores à transferência, desde que contabilizados. Devedor Primitivo (retirante=empregador original) é solidariamente responsável pelas dívidas vencidas e VINCENDAS, existentes na empresa no momento da averbação do trespasse, pelo prazo de 01 (um) contados da seguinte forma: Dívidas JÁ Vencidas na Alienação – A partir da publicação da alienação na Junta Comercial. Dívidas NÃO Vencidas na Alienação – A partir dos respectivos vencimentos. Contrato de Trabalho é obrigação que se renova no tempo! Mais Fundamentação Legal para configuração da Responsabilidade da Sucedida:

Art. 124 do CTN - São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; Art. 233 Lei 6.404/76 (S.A.) - Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão. Enuciado 4 da Anamatra (2007) - SUCESSÃO TRABALHISTA. Aplicação subsidiária do Direito Comum ao Direito do Trabalho (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, art. 8º, parágrafo único). Responsabilidade solidária do sucedido e do sucessor pelos créditos trabalhistas constituídos antes do trespasse do estabelecimento (CLT, arts. 10 e 448, c/c Código Civil, art. 1.146)

Jurisprudência:

SUCESSÃO TRABALHISTA. NECESSÁRIA RESPONSABILIZAÇÃO DA EMPRESA SUCEDIDA PELO ADIMPLEMENTO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS DECORRENTES DO CONTRATO DE TRABALHO CONSTITUÍDOS ANTES DO TRESPASSE DO ESTABELECIMENTO. Considerando que o julgador deve se orientar com base no espírito da norma a ser aplicada, atentando-se às necessidades socioeconômicas que o cercam, nos termos do art. 5º da LINDB, agregando-se a isto a interpretação teleológica dos artigos 10 e 448 da CLT, destinados à ampliação da solvabilidade do crédito trabalhista, em aplicação combinada dos artigos 100, parágrafo 1º, da CRFB, e 186 do CTN, que caracterizam a natureza alimentar da parcela trabalhista, devendo ser acobertada pelas mais diversificadas garantias da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor,

montante e disponibilidade em benefício do empregado, é inevitável asseverar que o instituto da sucessão trabalhista permite ao empregado voltar-se, simultaneamente, contra a empresa sucedida e sucessora. Reforçando essa linha de entendimento, invoca-se o art. 124, I, do CTN, aplicável à seara trabalhista por força dos art. 8º da CLT, segundo o qual "são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal". Portanto, a imputação de responsabilidade solidária ao sucedido pelos créditos em questão tem amparo expresso na norma legal em apreço, pois que patente o interesse comum da sucedida e sucessora em relação à prestação dos serviços do empregado, que constitui, no Direito do Trabalho, o fato gerador dos créditos trabalhistas. Outra norma legal que imputa explicitamente a responsabilidade da sucedida é a prevista no art. 233, da Lei n. 6.404/76 (Dispõe sobre as Sociedades por Ações). Desse modo, ao disciplinar uma das formas de sucessão empresarial (cisão), o comando legal retro citado atribui à companhia cindida a responsabilidade pelo adimplemento de todas as obrigações legais, incluindo-se as trabalhistas. Em suma, com supedâneo na visão conglobante, sistêmica e teleológica do ordenamento jurídico, havendo a sucessão de empregadores, a responsabilização pelo passivo trabalhista é solidária as empresas envolvidas. Nesse sentido, segue o Enunciado n. 4 da 1ª Jornada Nacional sobre execução na Justiça do Trabalho. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região TRT-2 – RECURSO ORDINÁRIO: RO 00026037920135020076 SP 00026037920135020076

TESE CONSTITUCIONAL – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NA VIA DIFUSA

Art. 448-A da CLT

X

Art. 1.146 do CCB, Art. 124 do CTN e Art. 233 Lei 6.404/76 (S.A.) Qual é a Norma mais Favorável ao empregado? O direito Material do Trabalho é marcado pela desigualdade entre as partes, daí o princípio protetivo na vertente NORMA MAIS FAVORÁVEL, servir para equilibrar a relação de Direito Material. TESE PRINCIPAL, pedir a aplicação do art. 448-A da CLT, conforme a CF, ou seja, conforme o “caput” do art. 5º CF, eis que Art. 1.146 do CCB, Art. 124 do CTN e Art. 233 Lei 6.404/76 (S.A.), são normas mais favoráveis ao empregado. Tese Subisidária: Controle de Constitucionalidade na Via Difusa:

Art. 5º CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Art. 5º, XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito

Controle de Constitucionalidade na Via Difusa

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

2ª Hipótese: Pessoa Jurídica - (art. 448 e 448-A da CLT) Sucessão de Empregadores – Raciocínio da Reclamada. Ideia de NÃO Continuidade. Provar que a empresa nova NÃO mantém a mesma atividade OU que NÃO mantém TODO o patrimônio da sucedida (equipamentos = corpóreo / mesmo nome fantasia = incorpóreo). Jurisprudência:

SUCESSÃO EMPRESARIAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. No caso concreto, convenço-me de que não ocorreu qualquer tipo de sucessão da Trattoria Delicatessen Ltda. pela ora agravante, seja por fusão, incorporação, cisão ou qualquer outro meio. Os elementos probatórios trazidos à colação, inclusive o contrato de locação juntado às fls. 156-9, demonstram que não houve transferência do estabelecimento da primeira executada para a ora agravante, incluída no pólo passivo da demanda já na fase de execução. A segunda não se beneficiou dos bens corpóreos ou incorpóreos da primeira empresa. Aliás, é importante destacar que houve solução de continuidade no exercício da atividade econômica, porquanto, a despeito de a empregadora do exequente ter encerrado suas atividades em novembro de 2007, conforme certidão da fl. 130, verso, a ora agravante somente em 26-03-2008, como se verifica do conteúdo da alteração contratual acostada às fls. 151-5, por meio da qual a sociedade empresária ora agravante constituiu uma filial. Para que exista a sucessão de empregadores, dois são os requisitos indispensáveis: - que um estabelecimento, como unidade econômico-jurídica, passe de um para outro titular; - que a prestação de serviço pelos empregadores não sofra solução de continuidade. Por fim, entendo cabível uma digressão. É certo que o intuito do Direito do Trabalho, que é pautado em princípios protetivos, é preservar o trabalhador e seus créditos, das variações na estrutura jurídico-administrativa das sociedades empresárias para as quais presta seus serviços. Isso fica claro da leitura dos arts. 10 e 448 da CLT. Contudo, entendo que o espírito da lei não é avançar sobre o patrimônio de empresários que nenhuma relação mantêm com os empregadores desse trabalhador; que não compraram o ponto comercial, assim entendido o estabelecimento com seu aviamento ou fundo de comércio. Assim fosse, imóveis localizados em pontos estratégicos, uma vez ocupados por uma sociedade empresária que explorava determinada atividade econômica, jamais poderiam ser locados por outras sociedades empresárias que desejassem desenvolver atividades relacionadas.

Entendo que a finalidade da lei é evitar que o trabalhador, continue ele ou não a prestar serviços para a sociedade empresária que aliena um estabelecimento, tenha a percepção de seus créditos prejudicada, ou que sofra prejuízo em seu contrato de trabalho, porque, nesse caso, a empresa que compra o estabelecimento, adquire não somente o ativo como também o passivo do vendedor. Porém, isso, de fato, não se verifica no caso presente, em que as duas empresas mencionadas apenas locaram o mesmo imóvel. Diante tais argumentos, dou provimento ao agravo para determinar a exclusão da empresa Restaurante El Mexicano do pólo passivo da execução. Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região TRT-12 - AGRAVO DE PETICAO: AP 06859200703612001 SC 06859-2007-036-12-001

REFORMA TRABALHISTA MANTÉM:

Art. 10- Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.

NOVA REDAÇÃO: Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: I – a empresa devedora; II – os sócios atuais; e III – os sócios retirantes. Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.

3ª Hipótese: Pessoa Jurídica Terceirização: Legitimidade de Parte no Terceiro Contratante = Tomador de Serviços

(Súmula 331 do TST X Lei 13.429/17)

Lei Terceirização - Lei 13.429/2017.

Reforma Trabalhista alterou dispositivos também da Lei de Terceirização:

Prestadora dos Serviços a Terceiros:

1ª Hipótese de Vínculdo de Emprego na Terceirização.

Art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos.

Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

Contratante = Tomadora:

Art. 5º-A – Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos. Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal.

2ª Hipótese de Vínculo de Emprego na Terceirização.

Art. 4º-A, § 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.

3ª Hipótese de Vínculo de Emprego na Terceirização. Art. 5ª- A, § 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços.

Responsabilidade: § 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.

Quarteirização:

§ 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. § 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante.

2º-) Interesse de Agir: Necessidade, adequação e cabimento da, possível, tutela jurisdicional. O Poder Judiciário não é órgão de consulta. Impossibilidade da autotutela.

O interesse de agir é a, efetiva, necessidade da tutela jurisdicional postulada, face a adequação da situação de fato apresentada que possibilitará, ou não, a entrega da tutela jurisdicional. O interesse agir, nasce quando o direito do autor não é observado pela outra parte, deixando de satisfazê-lo voluntariamente. Jurisprudência:

CONDIÇÕES DA AÇÃO. INTERESSE DE AGIR. No caso em tela, a pretensão do Autor não atende a todos os requisitos, pois não há necessidade na declaração jurisdicional. O Autor pretende que o Poder Judiciário investigue se a empresa ré cumpriu ou se está cumprindo as disposições da Lei nº 8.213/91, no tocante à admissão de pessoas portadoras de deficiência. Com efeito, a pretensão do sindicato deve ser levada a cabo pelos órgãos de fiscalização do trabalho, pois cabe a esse a atividade fiscalizadora e investigativa do cumprimento das normas de proteção ao trabalho, e não ao Poder Judiciário. TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00032596720135020001 SP 00032596720135020001 A28 (TRT-2) Data de publicação: 16/01/2015

PROCESSO

O processo é o meio pelo qual se materializa o direito de ação, podendo ser definido como uma série de atos ordenados em relação de causa e efeito cujo objetivo é atingir a entrega da tutela jurisdicional. A teoria moderna aponta o processo como instrumento da jurisdição, ou seja, a forma pela qual o Estado deve atuar na pacificação dos conflitos sociais. Daí porque a tendência, não só do Processo do Trabalho mas também do Processo Civil, é a redução do formalismo e a busca da efetividade do processo. Processo - Pressupostos Processuais

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;

São os requisitos necessários à constituição ou validade do processo. 1º-) Juiz Competente: Atender as regras de competência em razão da matéria e do local. 2º-) Capacidade Processual de quem pretende. A capacidade processual em nada se relaciona à legitimidade de parte. A parte pode ser legítima, mas não ter capacidade processual. A capacidade de ser parte deve ser vista sob duas óticas: A Capacidade Civil, a parte deve contar com direitos civis para propor a ação. Se não for será representada ou assistida pelo responsável legal. (Representada = atuar. Assistir =

atuar com). Capacidade é a aptidão do ser humano de adquirir direitos e contrair obrigações. No Direito Civil:

Art. 5o CCB - A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Art. 3o CCB - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Art. 4o CCB - São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.

No Direito do Trabalho:

Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos. Parágrafo único - O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente Capítulo, exceto no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor, observado, entretanto, o disposto nos arts. 404, 405 e na Seção II. Art. 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida.

Aos 14 anos é possível a contratação do menor como aprendiz, para a execução de trabalho por tempo determinado não superior a dois anos. A Capacidade Postulatória, em regra, não se admite ao leigo a postulação em Juízo, sendo o “jus postulandi” privativo dos advogados (Art. 1º da Lei 8.906/94).

Art. 1º São atividades privativas de advocacia: I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)

Exceções: Justiça do Trabalho, Juizado Especial e “Habeas Corpus”. E o jus postulandi face ao limite de postular!

Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.

Limite: Súmula nº 425 do TST - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. O jus

postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

Não esquecer que os vícios de representação são sanáveis e, portanto, é preciso conceder prazo razoável para a regularização antes da extinção (art. 76, CPC/2015).

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. § 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. § 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. Súmula nº 456 do TST - REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO. INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE. (inseridos os itens II e III em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016 I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem elementosque os individualizam. II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (art. 76, § 1º, do CPC de 2015). III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de2015).

Não saneado o vício: Ao autor: Nulo é o processo que será extinto sem resolução do mérito. Ao réu: Decreta-se a revelia. 3º-) Uma demanda regularmente formulada = Provocação da parte na forma prevista em Lei. (ne procedat iudex ex officio);

Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.

NULIDADES PROCESSUAIS As questões relativas às nulidades processuais devem ser discutidas, sempre, antes do mérito da pretensão. Estão ligadas à impossibilidade de entrega da tutela jurisdicional pretendida e, portanto, precedem a discussão quanto ao resultado desta entrega (positiva = procedência ou negativa = improcedência). O objetivo do processo é garantir a eficácia do Direito Material. Se for possível ao processo produzir este efeito, então não há nulidade a ser declarada. Prejudicialidade: O ato processual não contém finalidade em si mesmo. Existe para que um efeito seja alcançado. Portanto, a ausência da prática do ato e/ou sua prática de forma irregular não será considerada como nulidade processual se destes vícios não houver nenhum prejuízo às partes. Está incorporado no art. 794 da CLT que assim dispõe:

Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

Ressalte-se que o prejuízo a que se refere o dispositivo é de natureza processual e não de natureza econômica, financeira, moral, etc., ligadas intimamente ao Direito Material a que se refere a própria lide. O prejuízo deve ser “manifesto”. Trata-se de prejuízo de monta que seja suficiente, por si só, a impedir que o processo alcance ao fim desejado. Verificando-se que, por outros meios, o resultado do processo seria o mesmo a nulidade não deve ser declarada. Ex: Falta de citação. Por outros meios a ré tomou ciência da ação, compareceu à audiência e apresentou defesa. Convalidação (Preclusão) Assim como no direito material (Direito do Trabalho) o ato nulo prescreve (analisar conjuntamente os artigos 9º e 11 da CLT), no Direito Processual do Trabalho o ato nulo preclui.

Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

Com efeito o art. 795 da CLT estabelece:

Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.

A parte deve provocar a declaração da nulidade, no momento adequado, pois não o fazendo, sofrerá preclusão de praticar o ato (direito processual), não sendo possível ao Poder Judiciário, de ofício, declarar a nulidade. Em que momento deve ser caracterizada a “primeira vez” que tiver que falar nos autos? Depende. Se o ato ocorre em audiência, na própria audiência. Se fora da audiência, na primeira oportunidade que é concedida à parte o direito de manifestação. Pelo rito tradicional, a parte tem primeira oportunidade de manifestação em razões finais. Entretanto, se o ato é praticado “fora” de audiência, a primeira oportunidade pode ser um prazo judicialmente concedido à parte. Como manifestar o inconformismo? O inconformismo pode ser manifestado de qualquer forma, pois não há previsão legal para tanto. A “práxis” consagrou o uso do termo “protesto” ou “protesto anti-preclusivo”. A jurisprudência tem aceito que o simples uso da expressão isoladamente, em geral, é suficiente para evitar a preclusão. A cautela, entretanto, exige que a apresentação dos “protestos” venha acompanhada de fundamentação, ainda que breve, a caracterizar a nulidade. De qualquer sorte, é preciso “renovar” esta manifestação de inconformismo quando da interposição de recurso ordinário, nas razões recursais, em preliminar em face ao efeito devolutivo do recurso (“tantum devolutum quantum apelatum”) Jurisprudência:

ALEGAÇÃO DE AMIZADE ÍNTIMA. ACOLHIMENTO DE CONTRADITA DE TESTEMUNHA. AUSÊNCIA DE OPORTUNOS PROTESTOS. PRECLUSÃO. PRELIMINAR REJEITADA. As nulidades relativas devem ser alegadas na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, nos termos do artigo 795 da CLT ("As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüí-las à primeira vez em que tiverem de falarem audiência ou nos autos"). E por primeira

oportunidade, no caso, entenda-se a própria sessão de audiência na qual a parte silenciou em face do acolhimento da contradita da testemunha que compareceu perante o Juízo a seu rogo. Com efeito, como se denota da ata da audiência de fls.246/250, nada consta acerca da irresignação da parte ante o indeferimento da oitiva da sua 1ª testemunha. Importante, dizer, ademais, que foi amplamente garantida a oportunidade de produção de provas orais, tanto assim que foi ouvida outra testemunha a pedido do demandante. Outrossim, consta expressamente da ata que "as partes declaram que não têm outras provas a produzir e requerem o encerramento da instrução processual", tornando descabido o esforço de tornar nulo a processado para produzir prova da qual a parte abriu mão. Preliminar de nulidade rejeitada. TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 8485420125020 SP 00008485420125020076 A28 (TRT-2) Data de publicação: 30/10/2013

ATOS PROCESSUAIS A forma não deve ser desprezada, sob pena de se levar ao caos e à insegurança entre os litigantes. Entretanto, a forma não deve sufocar o processo. Os sistemas podem ser rígidos ou flexíveis. No Brasil o sistema é rígido. Estabeleceu-se o procedimento comum, chamado ordinário. Os demais foram estabelecidos para atender a situações peculiares, em face às relações materiais existentes entre as partes, incompatíveis ao procedimento comum. Exigências quanto à forma: Do Lugar: Os atos processuais cumprem-se normalmente na sede do Juízo, salvo por sua natureza ou disposição legal. (Citação, penhora, etc.). Do Tempo: É o prazo para sua realização. Os prazos podem ser legais (fixados em Lei), judiciais (a cargo do Juiz) e convencionais (acordado entre as partes). Os prazos são ordinatórios (em benefício das partes) e podem ser alterados, estendidos, reduzidos ou peremptórios, que não podem ser modificados. Vencidos, entretanto, ocorre a preclusão. REFORMA TRABALHISTA. COMO ERA:

Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.

COMO FICOU:

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. § 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I - quando o juízo entender necessário; II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. § 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.

Ultrapassado o prazo SEM a prática do ato, ocorrerá a preclusão, que vem a ser a perda de um direito, poder ou faculdade de praticar um ato processual. A inércia da parte não pode prejudicar a marcha do processo. A preclusão pode ser:

Temporal: Quando decorrido o prazo fixado sem a prática do ato.

Simples perda de prazo. Lógica: Quando a prática do ato é incompatível com a de outro, já praticado.

Advogado(a) é intimado para apresentar cálculos de liquidação. Contudo, não houve intimação da sentença do conhecimento e a parte perdeu prazo do R.O. Se a parte, apenas, contestar os cálculos e nada falar sobre a ausência da intimação, haverá a preclusão lógica quanto a eventual interposição do recurso ordinário.

Consumativa: Quando a faculdade processual já foi validamente praticada. (Art. 507, CPC).

A parte interpôs R.O. no 6ª dia do prazo, depois, percebeu que poderia recorrer de outro pedido. Não poderá ‘complementar’ o recuro, eis que operou-se a preclusão consumativa.

Art. 507. É vedado á parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão.