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Leia mais: Convocação de juiz para substi- tuição de desembargador deve ter critérios objetivos. Pág. 03 Ronidalva de Andrade Melo fala sobre Judiciário e Impu- nidade. Págs. 06 e 07 TJPE elege pelo voto direto de todos os desembargadores par- te da Corte Especial. Pág. 05 CNJ suspende arredondamento de notas em concurso para juiz O CNJ determinou, no último dia 13 de junho, ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a suspensão da nomeação dos candidatos que, por meio de decisão administrativa daquele Tribunal, tiveram arredondamento de nota na segunda fase do Concurso para Juiz Substituto, regido pelo edital 01/2000. A suspensão da decisão administrativa do TJPE foi pleiteada pela AMEPE. Pág. 03 Critérios objetivos para designação e substituição de juízes substitutos TJPE edita resolução adotando critérios para de- signação e substituição de juízes. Esta é mais uma bandeira da AMEPE que, objetivando a preserva- ção de vários princípios constitucionais, neles in- cluindo-se o da inamovibilidade e o do juiz natu- Gestão Participativa? Palestrantes brilhantes e debates de excelente nível marcaram o encontro da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) com os juízes de Pesqueira, município do Agreste do Estado, e região. Realizado de 14 a 16 de junho, no Hotel Estação Cru- zeiro, em Pesqueira, o encontro também foi presti- giado por estudantes, advogados, promotores e por integrantes do Poder Municipal. Confira todos os de- talhes. Págs. 08 a 12 AMEPE instala Coordenadoria Regional em Pesqueira ral, ajuizou, via AMB, uma ADIN contra legislação de Pernambuco, com pedido de liminar ainda por ser apreciado. A resolução que ainda não foi apli- cada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, pre- cisa ser complementada . Pág. 04 A atual gestão do Tribunal de Justiça de Pernambuco está utilizando o slogan de “Gestão Participativa”, procurando passar a imagem de que todos os segmentos do Ju- diciário estadual serão ouvidos nas suas crí- ticas ou sugestões à administração do TJPE. O slogan está estampado em várias capas do Diário Oficial. Nesta edição, o Judicatura faz, em seu editorial, uma abordagem sobre o tema. Pág. 02

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Page 1: CNJ suspende arredondamento de notas em concurso para juiz · TJPE elege pelo voto direto de todos os desembargadores par-te da Corte Especial. Pág. 05 CNJ suspende arredondamento

Leia mais:Convocação de juiz para substi-tuição de desembargador deve ter critérios objetivos. Pág. 03

Ronidalva de Andrade Melo fala sobre Judiciário e Impu-nidade. Págs. 06 e 07

TJPE elege pelo voto direto de todos os desembargadores par-te da Corte Especial. Pág. 05

CNJ suspende arredondamento de notas em concurso para juiz

O CNJ determinou, no último dia 13 de junho, ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a suspensão da nomeação dos candidatos que, por meio de decisão administrativa daquele Tribunal, tiveram arredondamento de nota na segunda fase do Concurso para Juiz Substituto, regido pelo edital 01/2000. A suspensão da decisão administrativa do TJPE foi pleiteada pela AMEPE. Pág. 03

Critérios objetivos para designaçãoe substituição de juízes substitutos

TJPE edita resolução adotando critérios para de-signação e substituição de juízes. Esta é mais uma bandeira da AMEPE que, objetivando a preserva-ção de vários princípios constitucionais, neles in-cluindo-se o da inamovibilidade e o do juiz natu-

Gestão Participativa?

Palestrantes brilhantes e debates de excelente nível marcaram o encontro da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) com os juízes de Pesqueira, município do Agreste do Estado, e região. Realizado de 14 a 16 de junho, no Hotel Estação Cru-zeiro, em Pesqueira, o encontro também foi presti-giado por estudantes, advogados, promotores e por integrantes do Poder Municipal. Confira todos os de-talhes. Págs. 08 a 12

AMEPE instala Coordenadoria Regional em Pesqueira

ral, ajuizou, via AMB, uma ADIN contra legislação de Pernambuco, com pedido de liminar ainda por ser apreciado. A resolução que ainda não foi apli-cada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, pre-cisa ser complementada . Pág. 04

A atual gestão do Tribunal de Justiça de Pernambuco está utilizando o slogan de “Gestão Participativa”, procurando passar a imagem de que todos os segmentos do Ju-diciário estadual serão ouvidos nas suas crí-ticas ou sugestões à administração do TJPE. O slogan está estampado em várias capas do Diário Oficial. Nesta edição, o Judicatura faz, em seu editorial, uma abordagem sobre o tema. Pág. 02

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Presidente:Dr. Airton Mozart Valadares Vieira Pires

1º Vice-Presidente:Dr. Laiete Jatobá Neto2º Vice-Presidente

Dr. Emanuel Bonfim Carneiro Amaral FilhoSecretária Geral

Dra. Maria das Graças Serafim CostaSecretário Geral-Adjunto

Dr. Andréa Epaminondas Tenório de BritoDiretor de Finanças e Patrimônio

Dr. Edvaldo José PalmeiraDiretor de Finanças e Patrimônio-Adjunto

Dr. Fernando Menezes Silva

CONSELHO FISCALDr. Antônio Medeiros de Souza

Dr. Cícero Bittencourt de MagalhãesDr. Inês Maria de Albuquerque Alves

Dr. Fernanda Moura de CarvalhoDr. João Alberto Magalhães de Siqueira

Diretoria Cultural:Dr. Carlos Magno Cysneiros Sampaio – Diretor

Juíza Cristina Reina Montenegro de Albuquerque – Diretora-Adjunta

Diretoria de Esportes:Dr. Arnóbio Amorim Araújo Júnior – Diretor

Dr. José Valdmir de Oliveira Chaves – Diretor-AdjuntoDiretoria Jurídica:

Dr. Eudes dos Prazeres França – DiretorDr. José Marcelon Luiz e Silva – Diretor-Adjunto

Diretoria de Informática:Dr. Rafael José de Menezes

Diretoria Social:Dr. Clicério Bezerra e Silva – Diretor

Dra. Andréa Duarte Gomes – Diretora-AdjuntaDiretoria CAMPE:

Dr. Danilo Galvão Martiniano LinsDr. Luiz Gustavo Mendonça Araújo

Dr. Paulo Henrique Martins Machado

Judicatura é uma publicação da Associação dos Magistrados de Pernambuco - AMEPE

Rua do Imperador D. Pedro II, 207 - Santo AntônioE-mail: [email protected] - Fone: (81) 3224-3251

Produção:G&M ComunicaçãoJornalistas Responsáveis:Giovana Mesquita DRT/PE – 2138 / Guida Vanderlei DRT/PE – 2914 / Mariana Dantas DRT/PE - 3614

Projeto Gráfico e Diagramação: Sebastião CorrêaImpressão: CCS Gráfica - Tiragem: 1000 exemplares

Os artigos assinados refletem, exclusivamente, a opinião dos seus autores.

Participar – Dicionários da língua portuguesa definem o verbo participar como a ação de ter ou tomar parte, entre outros significados. O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que ficou conheci-do pelas campanhas contra a fome e a miséria no Brasil, um dia definiu parti-cipação desta forma: “participação é um dos cinco princípios da democracia. Sem ela, não é possível transformar em reali-dade, em parte da história humana, ne-nhum dos outros princípios: igualdade, liberdade, diversidade e solidariedade”.

A atual gestão do Tribunal de Justiça de Pernambuco está utilizando o slogan de “Gestão Participativa”, procurando passar a imagem de que todos os segmentos do Ju-diciário estadual serão ouvidos nas suas críticas ou sugestões à administração do TJPE. O slogan está estampado em várias capas do Diário Oficial.

Não custa lem-brar que democra-cia não é dádiva, é conquista da sociedade e, em nosso caso, da magistratura. Essa conquista decorre de muitos embates, por vezes com sacrifícios pessoais.

O simples chamado para opinar sem dúvida constitui um avanço, mas a reali-zação da democracia reclama participação nas decisões substanciais do Poder. Esse nível de participação ainda não alcança-mos no âmbito do Tribunal de Justiça de Pernambuco, razão pela qual a AMEPE está investindo na capacitação de seus quadros, objetivando conhecer, de modo a influenciar, a proposta orçamentária do Poder Judiciário e a sua execução.

Em que pese não termos logrado êxito na obtenção das informações solicitadas ao Presidente do Tribunal, estamos envi-dando esforço para obter os dados que in-teressam à magistratura pernambucana.

Embora não tenha sido chamada a participar da comissão de elaboração

do anteprojeto do Código de Organiza-ção Judiciária (COJE), cuja composição contemplou unicamente os integrantes da chapa vencida na última eleição para Diretoria da AMEPE - numa total in-versão da vontade da magistratura per-nambucana – a Associação constituiu comissão e vai apresentar propostas visando ao aperfeiçoamento daquele instrumento, a despeito de já contem-plar algumas bandeiras da magistratu-ra, defendidas expressamente pela atual diretoria da AMEPE ao longo de vários anos.

A comissão instituída pela AME-PE compareceu à audiência pública,

realizada na ci-dade do Recife no último dia 25 de julho, oportu-nidade em que o Desembargador BARTOLOMEU BUENO, presi-dente da Comis-são de Organi-zação Judiciária do Tribunal de Justiça, convi-dou a comissão da AMEPE para

discutir o anteprojeto, antes da apre-sentação do parecer da comissão por ele presidida.

As dificuldades de relacionamento da AMEPE com a direção do Tribu-nal de Justiça se devem, certamente, a sua luta em defesa da magistratura e do interesse público, consubstancia-da, especialmente, na observância dos princípios da moralidade e da impesso-alidade.

O combate ao nepotismo, o respeito à inamovibilidade dos juízes substitutos e do princípio do juiz natural, a adoção de critérios objetivos na movimentação da carreira do magistrado e a crítica construtiva a alguns equívocos cometi-dos pelo TJPE, como o arredondamento de notas no último concurso para juiz, com o objetivo de beneficiar candida-tos reprovados, são alguns exemplos da nossa participação na administração do Tribunal.

A Diretoria

Gestão Participativa?

Não custa lembrar que democracia não é dádiva, é conquista da sociedade e, em nosso caso, da magistratura.

Essa conquista decorre de muitos embates, por vezes

com sacrifícios pessoais.

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006

Editorial

Page 3: CNJ suspende arredondamento de notas em concurso para juiz · TJPE elege pelo voto direto de todos os desembargadores par-te da Corte Especial. Pág. 05 CNJ suspende arredondamento

O Conselho Nacional de Jus-tiça, através da conselheira Ruth Carvalho, determinou, no último dia 13 de junho, ao Tribunal de Justiça de

Pernambuco (TJPE), a suspensão da nomeação dos candidatos que, por meio de decisão administrativa da-quele Tribunal, tiveram arredonda-mento de nota, na segunda fase do Concurso para Juiz Substituto, regido pelo edital 01/2000.

A anulação da decisão adminis-trativa do TJPE foi pleiteada pela As-sociação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) que, cum-prindo seu papel de zelar pela ética no Judiciário e defender os interesses da magistratura pernambucana, encami-

CNJ determina que TJPE suspenda arredondamento de notas do último concurso

nhou, em maio, uma representação ao Conselho Nacional de Justiça.

Fundamentando-se no princípio da igualdade, o TJPE determinou o arredonda-mento de nota para 5,00, com a finalidade de beneficiar candidatos não aprovados. O Pleno decidiu pelo arredondamento, justi-ficando que a nota 5,00 era a nota mínima concedida a alguns candidatos pela Co-missão Revisora. No entanto, o “suposto arredondamento” realizado pela comissão constituiu uma revisão da prova, com apre-ciação de mérito. Apenas dois requerentes tiveram, após precisa avaliação do conteú-do das provas, as notas aumentadas. Como as notas não foram arredondadas e sim reti-ficadas, a AMEPE entendeu que era injusti-ficada a aplicação do princípio da isonomia para favorecer outros candidatos e entrou com a reclamação junto ao CNJ.

A gravidade do caso levou a relatora Ruth Carvalho a conceder de ofício a li-minar. “Muito embora não exista na peça inicial, qualquer pedido de liminar, as infor-mações trazidas pela AMEPE aos autos são suficientes para o reconhecimento de que a tutela jurisdicional ou administrativa – de segurança cautelar transcende aos limites do exclusivo interesse da parte para se submeter aos interesses maiores e prevalentes do Esta-do”, destacou Ruth Carvalho, na decisão.

Para o presidente da AMEPE, juiz Mozart Valadares Pires, a decisão do CNJ significa que foram restaurados os

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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou, no últi-mo dia 19 de junho, mais uma resolução que atende aos in-teresses da magistratura comprometida com a ética no Poder Judiciário. De acordo com a Resolução nº 17, a substituição de membros dos Tribunais deverá ser realizada por decisão da maioria, com a adoção de critérios objetivos, que assegu-rem a impessoalidade da escolha. Os Tribunais têm o prazo de 90 dias para adequar os seus Regimentos Internos à deter-minação, devendo encaminhar as alterações ao CNJ.

O CNJ decidiu adotar a medida depois de verificar a disparidade existente nos Regimentos Internos quanto à regulamentação da convocação de magistrados para subs-tituição dos membros dos Tribunais. O Conselho também

constatou a falta de critérios que atenda aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade administrati-va e do juiz natural.

No Estado de Pernambuco, o Tribunal de Justiça, que estabelece uma lista de juízes convocáveis a cada biênio, mas sem critérios objetivos nessa formação, terá que refor-mular a última lista.

A medida imposta pelo CNJ representa mais uma conquista para a atual Diretoria da AMEPE, que sempre contestou a falta de critérios objetivos na substituição temporária de desembargadores do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

princípios da moralidade, da ética e da impessoalidade, que devem nortear todo concurso público. “Esperamos que não só o TJPE, mas os demais tribunais do país, pautem suas decisões sempre pelos princípios da administração pública. As reiteradas decisões do CNJ, revogando decisões administrativas de diversos tribunais de justiça do País, exigem da cúpula do Judiciário um maior zelo na condução da coisa pública”, destacou o presidente da AMEPE.

Pedido de esclarecimento – Para evitar um entendimento dúbio da li-minar do CNJ, atingindo os candida-tos regularmente aprovados, e alguns dos quais já nomeados e vitaliciados, a AMEPE encaminhou no dia 22 de ju-nho ao Conselho um pedido de escla-recimento, garantindo, dessa forma, que a liminar seja válida somente para candidatos que, por meio de decisão administrativa do TJPE, tiveram arre-dondamento de nota na segunda fase do Concurso para Juiz Substituto. Sem prejuízo para os demais aprovados.

No dia 10 de julho, a conselheira Ruth Carvalho respondeu o pedido de esclarecimento da AMEPE, informan-do que “fossem suspensas as nomea-ções de todos os candidatos ainda não ingressos, não alcançando àqueles que porventura já tenham tomado posse até a data em que foi proferida a decisão aclarada”.

Conselho publica resolução determinando a adoção de critérios objetivos na convocação de juiz para substituição de desembargador

Representação foi encaminhada para Ruth Carvalho

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - �

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Até a presente data não se tem notícia de que as sugestões oferecidas pela AMEPE tenham merecido qualquer considera-ção do Tribunal de Justiça.

Vale ressaltar que, embora vigente desde 12.06.2006, a Resolução 198/2006 não vem sendo observada, haja vista o ato nº 1781/2006, do TJPE, publicado no Diário do Poder

Judiciário de 27.06.2006, que designou para a comarca de Inajá o juiz que atuava nas comarcas de Belo Jardim e Sa-nharó.

Destaque-se, ainda, que a tabela de substituição automática de juiz substituto prevista no art. 8º, da mencionada resolução, até o fechamento desta edição não tinha sido publicada.

P or provocação da AMEPE, a AMB ajuizou em 30.11.2004 a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3358, distribuída para o Ministro Gilmar Men-des, objetivando preservar os princípios do juiz na-tural e da inamovibilidade de magistrados, especial-

mente em relação à movimentação horizontal de juiz substituto.

A tese defendida pela AMEPE foi corroborada com o pa-recer do professor doutor Marcelo Neves e, posteriormente, do então Sub-Procurador da República, Antônio Fernando Souza, hoje Procurador Geral da República.

Não obstante tenha sido por diversas vezes instado a pronunciar-se sobre o pedido de liminar para a suspensão da legislação estadual questionada, o relator da referida ADI ainda não se manifestou a respeito.

No dia 12 de junho do corrente ano, o Tribunal de Justi-ça de Pernambuco editou a Resolução 198/2006, que dispõe

sobre a adoção de critérios objetivos para a designação e a substituição de juízes.

De acordo com a resolução, sua funda-se na preser-vação dos princípios da legalidade, da impessoalidade e do juiz natural.

A providência adotada pelo TJPE importa no reco-nhecimento da procedência do pedido formulado pela AMB, fato que será levado a conhecimento do Ministro Relator daquela ADI.

Em que pese o reconhecimento das hipóteses de vio-lação dos princípios do juiz natural e da inamovibilida-de, a referida resolução ainda reclama aperfeiçoamento. Nesse sentido, a AMEPE, imbuída de sua missão institu-cional, apresentou ao Presidente do TJPE, via ofício nº 313/2006, de 19.06.2006, cujo texto se encontra no site da AMEPE, as seguintes sugestões:

SUGESTÃO 01Art. 3º - caput - inserir a expressão “por ato motivado”, entre o “dar-se-á” e o “de acordo”. No inc. I, suprimir

o termo “titular”. No Parágrafo único, fundir os incs. I e II, apresentando a seguinte redação: “substituto até o provimento por remoção ou promoção do respectivo cargo vago ou retorno do titular”. O inc. III passa a ser o inc. II, e acrescentar ao final da frase, a expressão “por ato motivado”.

SUGESTÃO 02Art. 4 º - caput – suprimir a expressão “mesma região”. No § 1º, inc. I, suprimir a expressão “da mesma re-

gião”. No § 1º, inc. II, suprimir a expressão “da região”. Suprimir o § 2º, POIS regra constante do art. 2º.SUGESTÃO 03Art. 5º - caput – suprimir a expressão “a ser escolhido”. No § 1º, substituir a expressão “dispensa a ob-

servância” por “observar-se-á o requisito previsto no inc. II.”SUGESTÃO 04Art. 6º - No caput, acrescentar: “observar a proporcionalidade das unidades existentes“; Inserir incisos VII,

VIII, IX e X, indicando para a capital, também, as seguintes áreas de especialização. A) Infância e Juventude, Fazenda, Entorpecentes, Família. No § 4º, substituir a expressão “mais antigo” por “mais moderno”.

SUGESTÃO 05Art. 7º - Substituir a expressão “condição de titular”, por “condição de substituto” e suprimir, “mais adiante”,

no mesmo texto a expressão “na condição de substituto”. § 2º suprimir a expressão “não”;SUGESTÃO 06 Art. 10 – caput, desdobrar o inc. I em incs. I e II: I – Com data retroativa; II – Contrariando a substituição

automática; O antigo inc. II, passa a ser o III. SUGESTÃO 07Art. 12 – Suprimir o inc. I. O inc. II, passa a ter a seguinte redação: “encontrando-se vaga a unidade ou

estando afastado do exercício o seu titular”. O inc. III passa a ser o II. Par. Único – Suprimir a expressão “na condição de titular ou substituto”.

Inamovibilidade de juiz substituto: TJPE reconhece a procedência do pedido da AMEPE

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006

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N o último dia 19 de junho, quatro desembargadores do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) fo-ram eleitos pelo voto dire-

to para a Corte Especial. São eles: Eloy d’Almeida, Fernando Ferreira, Helena Caúla e Bartolomeu Bueno.

A eleição de membros da Cor-te pelo voto é uma luta antiga da atual Diretoria da AMEPE, que se transformou em realidade no último dia 30 de maio, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a Resolução n. 16. A resolução de-termina que todas as vagas abertas nos Órgãos Especiais dos tribunais, a partir de 1º de janeiro de 2005 (data da promulgação da emenda 45/2004), deverão ser preenchidas por eleição até que metade do cole-

Quatro desembargadores são eleitos para Corte Especial pelo voto direto

giado seja composto por desembar-gadores eleitos.

Em vigor desde o dia 31 de maio, os tribunais devem fazer alterações em seus regimentos internos, mes-mo antes da edição do novo Estatuto da Magistratura, para se adequarem às novas regras estabelecidas pelo CNJ. O ato do Conselho também es-tabelece mandato de dois anos para cada membro eleito, sendo permiti-da uma reeleição. A mudança deve oxigenar as cortes especiais de todo o Brasil.

Segundo o presidente da AMEPE, juiz Mozart Valadares Pires, essa foi uma das prioridades da AMB na Reforma do Judiciário. “Essa é uma grande conquista. Mais um mecanis-mo de democracia interna, que nos

dá esperança de que outros meca-nismos de democratização cheguem ao Judiciário”, afirmou. Segundo Valadares, outra luta que continua é a participação dos juízes na escolha do presidente do Tribunal de Justi-ça, como já acontece, por exemplo, a participação dos advogados na esco-lha da lista sêxtupla para a vaga nos Tribunais no quinto reservado para a OAB e o Ministério Público.

Corte - Os outros 11 desembargado-res que compõem a Corte Especial do TJPE são os seguintes: Jeovaldo Nunes, substituindo o Desembarga-dor Etéreo Galvão, Ozael Rodrigues, Macêdo Malta, Antônio Camarotti, Fausto Freitas, Zamir Fernandes, Ivonaldo Miranda, Og Fernandes, Jones Figueiredo, Rivadavia Brayner e José Fernandes.

C iente de que profissionais capacitados aumentam a pro-dutividade de uma entidade e melhoram a qualidade dos serviços prestados, a atual

Diretoria da Associação dos Ma-gistrados do Estado de Pernambu-co (AMEPE), promoveu, no mês de maio do ano passado, um concurso para a contração de novos funcioná-rios.

Desde a realização da seleção, cinco candidatos já foram chamados e, atualmente, quatro deles integram o quadro da AMEPE. O concurso foi promovido com base na Resolução nº 4/2004 da atual Diretoria, que exige seleção prévia de aptidão no processo de contratação. A resolução também proíbe a contratação de cônjuge, com-panheiro ou parente de magistrado.

Na época, o concurso promovido pela AMEPE exigiu nível superior para todos os candidatos. A vaga ofe-recida foi para o cargo de secretário executivo. O cargo foi ocupado pela primeira colocada, Edcleide Maria da Silva – que hoje não integra mais o quadro da Associação, por ter sido

Quadro da AMEPE conta com novos profissionais concursados

posteriormente aprovada em concur-so para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Além de preencher o cargo, o con-curso da AMEPE teve como objetivo criar um banco de candidatos para futuras vagas. O banco já resultou na

contratação de outros profissionais: a secretária executiva Alessandra Mei-ra da Silva (gerente operacional), a bacharela em Direito Poliana Soa-res Ferreira (assistente jurídica), a jornalista Nadja Cristina Pedrosa de Vasconcelos (assistente de eventos e comunicação) e a secretária executi-va Luciana Patrícia Marques da Silva (secretária). O processo de seleção da Associação incluiu prova objetiva e

redação. Para a contratação do apro-vado, a Diretoria analisa o seu cur-rículo, para aferir a sua aptidão para o cargo oferecido, e realiza com ele uma entrevista.

“A realização de concursos evita que pessoas não capacitadas ocupem funções importantes em uma insti-tuição. Fiz a seleção e hoje tenho a oportunidade de mostrar o meu tra-balho”, afirma a funcionária Luciana Marques, formada em Secretariado Executivo.

Para a gerente Operacional Ales-sandra Meira, a AMEPE, além de se preocupar em contratar profissionais preparados, oferece aos seus funcio-nários uma excelente estrutura. “Me identifiquei muito com o ambiente de trabalho. Estou satisfeita em trabalhar em um local com esta infra-estrutu-ra”, disse Alessandra, que é a mais nova funcionária AMEPE, contratada em abril deste ano. “Todos que parti-ciparam foram convocados, no último mês de fevereiro, para novas entrevis-tas. Como tinha experiência na área, tive a chance de ser contratada”, ex-plica.

O concurso promovido pela AMEPE exigiu nível superior para todos os

candidatos

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - �

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JUDICATURA - A senhora acha que o discurso de que a impunidade no Brasil é culpa do Judiciário é falso ou verdadeiro? Ronidalva Melo - Embora não me considere uma caçadora de culpas, ad-mito que reconhecer a participação do Judiciário na situação de impunidade que o país vivencia é dever de todo brasileiro lúcido. Contudo, sem que-rer justificar uma imputação pequena de responsabilidade para o Judiciário, que possa transformá-lo em partíci-pe menor nessa prática social dano-sa, quero deixar claro que envolvo a “culpa” do Judiciário no meio de uma ação maior da qual participam um sem número de outros atores, pois com-preendo o fenômeno da impunidade como uma característica da nossa so-ciedade, que se organiza distribuindo os cidadãos num processo hierárqui-co gerador de uma cidadania vítima do tratamento desigual, da situação social de apartheid e do estabeleci-mento de privilégios para uma mino-ria e negação de direitos para a grande maioria. Observando só essa variável do problema já se pode inferir que a punição não existe para todos, visto que alguns manuseiam muito bem os instrumentos e estratégias de burla da punição, enquanto outros, os suspeitos de sempre, estão, pela situação social

Ronidalva Melo fala sobre Judiciário e Impunidade

em que se acham inseridos, vulnerá-veis ao castigo e à invariável vingança social. Usando esse raciocínio, nota-se com clareza que a impunidade, não só em seu aspecto estritamente penal, obedece a essa formatação social dos passíveis de punição e dos isentos da mesma, em várias dimensões da vida em sociedade. Há muita benevolência com o cidadão de bens, em toda a es-trutura de coercitividade que a socie-dade utiliza. Para eles toleram-se com muita freqüência as atitudes de desres-peito à urbanidade, à sociabilidade, às incivilidades e assim, atitudes que são socialmente condenáveis passam sem nenhuma coerção social, sendo credi-tada às extravagâncias ou ao discreto charme da rebeldia. Para outros, no entanto, os que têm sonegado os direi-tos fundamentais e mínimos às oportu-nidades na educação, na habitação, na situação de emprego e outras carências básicas, essa tolerância não existe, e tudo absolutamente assume a feição de crime como forma de estreitar cada vez mais as possibilidades de inclusão que vetam o estado de pertencimento. No entanto, é preciso entender que essa é apenas uma face do problema.

JUDICATURA - Nossa legislação atual colabora ou atrapalha a atua-ção do Judiciário?

RM - A legislação brasileira é pos-suidora de vasta tendência à ambigüi-dade. Se de um lado temos no nosso ordenamento leis que nos colocam en-tre os países mais civilizados e mais eticamente equipados para a solução de conflitos sociais, temos nessas mes-mas leis normas que permitem lacunas por onde a inaplicabilidade se exerce possibilitando a frustração do exercí-cio do bom direito. No que concerne especificamente à atuação do Judiciá-rio, acredito que algumas leis no seu excesso de cuidado processual têm-se incompatibilizado com a necessidade de urgência para a punição, intimidan-do assim a proliferação de atos crimi-nosos. Vejo, porém, que, não obstante os atrapalhos que as leis processuais podem acarretar, uma melhoria na gestão do aparelho Judiciário e uma determinação de cunho individual do magistrado, comprometido com a via-bilização do ideal de justiça, é possí-vel fazer desse poder uma instância de confiabilidade social, de estrutura sedimentada dirigida à justiça e paz social.

JUDICATURA - Contrapondo-se ao descrédito que se institucionalizou no País frente aos escândalos envol-vendo membros dos poderes Execu-tivo e Legislativo, o Judiciário deu

O JUDICATURA publica nesta edição a segunda entrevis-ta da série sobre o XIX Congresso Brasileiro de Magistrados, que acontece de 15 a 18 de novembro, em Curitiba (PR), tendo como tema Desenvolvimento: uma questão de justiça. Nesta entrevista, Ronidalva de Andrade Melo fala sobre Ju-diciário e Impunidade.

Ronidalva é formada em Direito, mestre em Serviço Social e doutoranda em Serviço Social, pela Universidade Federal de Pernambuco. Pesquisadora do Instituto de Pes-quisa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), trabalha na área Direitos Humanos, Violência e Criminalidade, Prisão, Segurança Pública e Defesa Social.

Entre outras atividades, é coordenadora Geral do Projeto Oficina de Justiça, Segurança e Cidadania, em parceria com a Associação Juízes para a Democracia, com os Delegados Pela Cidadania e com o Instituto Latino Americano de Defe-sa e Proteção dos Direitos Humanos, da Rádio Capibaribe e da Fundação Joaquim Nabuco. A seguir, a entrevista:

Entrevista

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006

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que pode acontecer com a prática da magistratura. O principal fato é a re-tirada da independência do juiz. Um magistrado que julga atrelado a de-veres para com o tráfico de influência não poderá jamais ser considerado um aplicador da justiça. Tampouco o será aquele que julga preocupado com a perda de vantagens com medo de ser mal interpretado por pessoas que lhe fizeram favores, aqueles que precisam seguir uma conduta de praxe que é a esperada para os que hipotecam obe-diência cega aos mandatários da vez. Uma magistratura livre e comprome-tida com uma interpretação justa da

ordem normatizada é para mim a única via para a cidadania confiar e apostar no Estado democrático e de direito. JUDICATURA - Alguns juízes cogi-taram em adotar o sistema difundido na Colômbia, apelidado de “juiz sem rosto”, uma decorrência natural do medo, considerando-se que o Estado muitas vezes não oferece segurança para policiais, magistrados e outros agentes públicos. A senhora acha que o medo da violência e a falta de ga-rantias pelo Estado colaboram para que seja instaurada a impunidade? RM - Acredito que o medo pode ser uma desculpa para um exercício da justiça que está se caracterizando pela ausência de transparência e publiciza-

Ronidalva Melo fala sobre Judiciário e Impunidadepassos importantes como a decisão pelo fim do nepotismo. Há uma rela-ção entre nepotismo e impunidade?RM - Eu chamo essas lutas de bata-lhas pela Democratização do Judiciá-rio. Alguns estudiosos dos problemas que transpassam o sistema de justiça e segurança já, há algum tempo, denun-ciam que esse sistema é o reduto na-cional do autoritarismo e da ausência da democracia. Não é à toa que tanto se discute sobre o acesso ao Judiciário ou sobre o tratamento que é dispensado ao cidadão nas delegacias de polícia, ou familiar do preso nas prisões. Tais atitudes são indicadores de que a de-mocracia parece ter dificuldades para se implantar nesses espaços. Entretan-to, a sociedade tem conseguido alguns avanços nesse campo. A luta contra o nepotismo, parcialmente vitoriosa, é, sem dúvida, um deles. Tenho a clareza de que esse não foi um avanço do Judi-ciário, mas uma vitória da sociedade, uma vez que o fim do nepotismo é an-seio do povo brasileiro, que considera injusta essa prática do privilégio con-sangüíneo. O embate que se estabele-ceu dentro do próprio Judiciário, a bri-ga através de liminares, deixam nítida a resistência que o poder apresentou à nova ordem e o interesse que demons-trava para dar continuidade a essa prá-tica que a sociedade, como um todo, condena. É preciso, a meu ver, saber separar bem esse passo positivo que se estabeleceu no âmbito da magistratura, mas não perder de vista que isso não significa o fim do nepotismo. Quando digo isso, pergunto-me como anda o funcionamento dessa prática nos ou-tros poderes, e mesmo dentro do Judi-ciário, será que podemos falar em fim do nepotismo ou apenas se atacaram os laços consangüíneos? Para os laços afetivos e de amizade será que sofreu descontinuidade com a nova conduta adotada? Creio que não temos como saber isso. Talvez a solução segura fosse acabar com a existência do cargo de confiança. Ainda assim, é preciso não esquecer: a luta pela democratiza-ção do Judiciário é muito mais ampla e requer muitos outros respeitos à socie-dade dos quais o nepotismo é apenas uma faceta. Quanto a relação entre o nepotismo e a impunidade, creio que o nepotismo se associa a tudo de ruim

ção. Sou daquelas pessoas que defen-dem que o bem tem que fazer barulho, ter visibilidade. Não acredito que os juízes não sejam capazes de encon-trar formas de trabalho que os permi-tam desenvolver suas obrigações sem ter que se esconder, com medo. Não consigo conceber um conjunto de ma-gistrados, de policiais que receberam minimamente instruções sobre seu fazer social, agindo com um raciocí-nio embutido, sem condições de de-senvolver estratégias inteligentes para se apresentar como guardiões de uma sociedade que manifesta claramen-te, pela sua maioria, a disposição de apoiar a defesa da ordem e da vida pa-cífica. Acredito na inteligência huma-na, e, por isso, creio que ter coragem para enfrentar os verdadeiros focos da violência, entre eles, a corrupção em todos as escalas do Estado, especial-mente no sistema de justiça e segu-rança, a coragem para exigir controle absoluto do estado sobre a criminali-dade aprisionada, controle sobre tráfi-co de drogas, armas e seres humanos, são fundamentos indispensáveis para recuperar o direito de mostrar o rosto do juiz como autoridade e defensor da sociedade. Basta de permitirmos que a criminalidade dê as ordens. O escon-derijo do juiz pelo medo é uma forma de obedecer e se submeter ao crime. Eu me recuso a acreditar que todos vamos ter que jogar a toalha e nos en-colhermos reconhecendo uma incapa-cidade de enfrentar inteligentemente e vencer.

JUDICATURA - O que se pode fazer para acabar com a impunidade em nosso País? RM - É claro que não sou ingênua para difundir a idéia de que basta encontrar uma saída majestosa, imponente, pa-nacéia para todos os males, como, por exemplo, acabar o nepotismo. É pre-ciso muito mais, é preciso trabalhar com a visão de que estamos num rede-moinho de complexidade, de práticas sociais estranhas e incompatíveis com a teleologia do bem comum como fim último. Por isso, é fundamental que a inteligência seja superlativa, que a coragem seja irredutível, e que a ética seja mais que uma bandeira, seja efeti-vamente prática de vida.

“Se de um lado temos leis que nos colocam entre os países mais

eticamente equipados para a solução de

conflitos sociais, temos nessas mesmas leis

normas que permitem lacunas por onde a inaplicabilidade se

exerce possibilitando a frustração do exercício

do bom direito ”

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Palestrantes brilhantes e debates de excelente nível marcaram o encontro da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) com os juízes de Pesqueira, município do Agreste do Estado, e região. Realizado de 14 a 16 de junho, no Hotel Estação Cruzeiro, em Pesqueira, o encontro também foi prestigiado por estudantes, advogados, promotores e por integrantes do Poder Municipal. “Reforma do Judiciário: entre atalhos e tocaias” foi o tema da palestra de abertura, proferida pelo desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho (TJ/RJ) e ex-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O tema “Transação Penal: Questões Polêmicas” foi debatido pelo juiz Teodomiro Noronha Cardoso, titular da primeira Vara Criminal do município de Paulista, Região Metropolitana do Recife. “Revi-são Constitucional” foi o assunto da palestra do deputado federal Roberto Magalhães (PFL/PE), que teve como debatedor o advogado Eduardo Pugliesi. A última palestra do evento foi proferida pela juíza Fernanda Moura de Carvalho, do Tribunal do Júri da Capital, que falou sobre “Questões Polêmicas do Tribunal do Júri”. O Painel Cultural do encontro foi ministrado pelo poeta paraibano Jessier Quirino. No

último dia do encontro, a AMEPE instalou na cidade a sua 4ª Coordenadoria Regional. O juiz Nehemias de Moura Tenório foi o eleito para ser o elo dos magistrados da região com a Associação. Nas próximas páginas, o JUDICATURA traz os principais detalhes do evento.

“R eforma do Judiciário: en-tre atalhos e tocaias”. Este foi o tema da palestra do desembargador do Tribu-

nal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, ex-presi-dente da Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro e da Associação dos Ma-gistrados Brasileiros (1998/1999). Pri-meiro palestrante do encontro da AME-PE com os magistrados de Pesqueira e região, o desembargador falou sobre a atual situação política do Brasil, sobre democracia e sobre as grandes questões que envolvem o Judiciário nacional.

“Estamos numa situação de penúria moral, penúria de crença. Não sabemos mais se temos um sistema político vi-ável”, declarou Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, no início da sua palestra. Sobre a escolha do tema, o desem-bargador foi enfático. “Essa reforma possibilita certas tocaias e eu não es-tou falando do umbigo do Judiciário, mas da democracia”, afirmou. Entre as tocaias, está a constatação de que a reforma do Judiciário tem que atender aos interesses do sistema financeiro e do mercado, por ser uma prioridade do documento 319 do Banco Mundial.

Ao longo da explanação, o desem-bargador citou grandes questões do Judiciário hoje que, para ele, não se resume ao voto aberto e fundamentado nas promoções e remoções de juízes. “Esse tema é importante, mas não é o centro do problema”. Para Luiz Fer-nando, uma das grandes questões que deve ser discutida é o papel do Con-

Sucesso marca encontro da AMEPE em Pesqueira

Entre atalhos e tocaias: desembargador fala sobre Reforma do Judiciário

selho Nacional de Justiça. “Ninguém é contra, evidentemen-te que ele tem que existir, mas até que ponto ele pode inva-dir a Federação?. O tema Federação tem sido menosprezado. O CNJ não é só im-portante para o Judi-ciário, mas para a so-ciedade em geral”.

Outro ponto que, se-gundo o desembargador, também merece ser dis-cutido é a Súmula Vin-culante, a súmula com força de lei. Para ele, a Súmula Impeditiva de Recurso desafogaria o Judiciário do mesmo jeito. “Somos contra a Súmula Vinculante”, declarou. Luiz Fernando também explanou sobre temas que estão em discussão na Re-forma Constitucional ainda em tramitação, referentes ao Judiciário. A proibição do ne-potismo foi um dos destaques. “A proibição do nepotismo, já acolhida na Resolução nº 07 do CNJ, deve abranger os três poderes – nada justifica que não seja aplicada para os outros poderes. Não deve ser o Judiciário responsabilizado sozinho pelo nepotismo, mas ele tem uma responsabilidade moral muito grande nessa matéria”. Assim é que, segundo ele, a matéria deveria ser tratada no capítulo da administração pública, e não no capítulo do Poder Judiciário.

A eleição para presidente do Tribunal de Justiça com a par-

Desembargador Luiz Fernando Ribeiro, ex-presidente da AMB

ticipação dos juízes também foi discutida pelo desembargador. “A cúpula dos nossos tribunais tem erupções cutâneas grandes quando se fala em eleição direta”. Outro assunto abordado foi o que contém no artigo 125, parágrafo oitavo, da proposta de Reforma Constitu-cional, que prevê que os Tribunais de Justiça criem ouvidorias para receber críticas de qualquer inte-ressado. A proposta da AMB é que a ouvidoria seja um elo do Judici-ário com o cidadão. “Não vamos desperdiçar um instrumento que pode ser a carta de alforria de um déficit antiqüíssimo do Judiciário. Nunca houve um contato direto entre o Poder e o jurisdicionado”, concluiu.

Especial Pesqueira

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006

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Palestrantes brilhantes e debates de excelente nível marcaram o encontro da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) com os juízes de Pesqueira, município do Agreste do Estado, e região. Realizado de 14 a 16 de junho, no Hotel Estação Cruzeiro, em Pesqueira, o encontro também foi prestigiado por estudantes, advogados, promotores e por integrantes do Poder Municipal. “Reforma do Judiciário: entre atalhos e tocaias” foi o tema da palestra de abertura, proferida pelo desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho (TJ/RJ) e ex-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O tema “Transação Penal: Questões Polêmicas” foi debatido pelo juiz Teodomiro Noronha Cardoso, titular da primeira Vara Criminal do município de Paulista, Região Metropolitana do Recife. “Revi-são Constitucional” foi o assunto da palestra do deputado federal Roberto Magalhães (PFL/PE), que teve como debatedor o advogado Eduardo Pugliesi. A última palestra do evento foi proferida pela juíza Fernanda Moura de Carvalho, do Tribunal do Júri da Capital, que falou sobre “Questões Polêmicas do Tribunal do Júri”. O Painel Cultural do encontro foi ministrado pelo poeta paraibano Jessier Quirino. No

último dia do encontro, a AMEPE instalou na cidade a sua 4ª Coordenadoria Regional. O juiz Nehemias de Moura Tenório foi o eleito para ser o elo dos magistrados da região com a Associação. Nas próximas páginas, o JUDICATURA traz os principais detalhes do evento.

Transação Penal é tema de debate

Sucesso marca encontro da AMEPE em Pesqueira

O juiz Teodomiro Noro-nha Cardozo, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca do Paulista, município da Região Metropolitana do

Recife, foi o escolhido pela AMEPE para falar sobre o tema “Transação Penal: questões polêmicas”. Estudio-so do Direito Penal há dez anos, o juiz mostrou em sua palestra todo o domínio sobre o tema, trazendo mui-ta informação para os presentes ao evento.

O juiz é autor do livro “Tran-sação Penal: a despenal ização no caso concre-to”, que trata de temas como o sistema penal, medidas despe-nalizadoras do Juizado Especial Criminal, con-ceito de transa-ção penal, sentença homologatória de transação penal e a despenalização no caso concreto. Durante sua explana-ção, o juiz falou sobre muitos temas tratados em seu livro, resultado de anos de estudo sobre o assunto.

Para Teodomiro, hoje é a socieda-de quem define o que é e o que não é crime. “O jogo do bicho, por exemplo, há uma adequação social. Ninguém quer que o bicheiro vá para a cadeia, porque ele não precisa ser ressocia-

lizado”. Outro assunto discutido foi a questão da representação. “O prazo para a representação conta-se da data do fato. A minha tese é de que ela só pode ocorrer na audiência preliminar, depois de frustrada a possibilidade de acordo”, declarou.

Em seu livro, Teodomiro diz que a crise da dogmática jurídico-penal deslegitima o sistema e provoca mu-danças de paradigma na mentalidade dos juristas. Ele afirma que a pena privativa de liberdade causa sofri-

mento ao preso e não ressocializa. Segundo ele, as medidas des-p e n a l i z a d o r a s no âmbito do Juizado Espe-cial Criminal de que trata a Lei 9.099/95 são: a composição dos danos cíveis, a representação, a

transação penal e a suspensão condi-cional do processo (para crimes com pena mínima de até um ano).

A Transação Penal para Teodomiro é um instrumento de despenalização e tem natureza civil, bilateral e sina-lagmática. “Na seara do Juizado Es-pecial Criminal, o Ministério Público é o órgão legitimado para a proposta de transação penal nos crimes que se procedem mediante ação penal pública e o particular nos crimes que se pro-

Teodomiro Noronha é estudioso do Direito Penal

“O juiz diz que a crise da dogmática jurídico-

penal deslegitima o sistema e provoca

mudanças de paradigma na mentalidade dos

juristas”

cedem mediante ação privada”, infor-ma em seu livro. Segundo Teodomiro, o descumprimento da transação penal não pode render oportunidade à con-versão em pena de prisão, nem, muito menos, a retomada do procedimento com abertura de inquérito policial e o oferecimento da denúncia. A execução do acordo deve ser feita, como título judicial, no juizado especial cível.

Ao final da sua palestra, o juiz foi muito elogiado. “Mesmo conhecendo Teodomiro de perto, fiquei impres-sionado com seu domínio da matéria. Sua palestra foi brilhante”, afirmou Mozart Valadares Pires, presidente da AMEPE.

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - �

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Roberto Magalhães fala sobre Reforma Constitucional

A dvogado, doutor em Direito Privado; titular da Comissão Especial da Reforma Política e da Comissão de Constitui-ção, Justiça e de Cidadania da

Câmara Federal; foi prefeito do Recife e governador de Pernambuco. Com um currículo invejável, o deputado federal Roberto Magalhães (PFL/PE) foi o es-colhido pela AMEPE para proferir a palestra sobre Revisão Constitucional, assunto, aliás, que o deputado domina como ninguém.

Roberto Magalhães é um defensor da revisão. Durante sua palestra, fez questão de expor a visão política de como nasceu a idéia da revisão, falou sobre sua importância e sobre os seus principais pontos. Segundo o deputado, em junho de 2003, ao iniciar a atual le-gislatura, ele fez um pronunciamento à Câmara condenando o que denominou “infindável ciclo de reforma da Consti-tuição”. Já na época, a Constituição ha-via sido alterada por 39 emendas (hoje, segundo ele, são mais de 50).

No mesmo ano, surgiu “a luz no fim do túnel”, como afirma o próprio depu-tado – a Proposta de Emenda à Cons-tituição 157 (do deputado Luiz Carlos

Santos – PFL/SP), com o objetivo de instalar uma Assembléia de Re-visão Constitucional, em fevereiro do próxi-mo ano. “Nós precisa-mos de uma revisão que estanque essa orgia de reformas constitucio-nais. Hoje, são mais de mil PECs em andamen-to”, declarou.

O deputado foi o relator do Substitutivo à PEC 157-A, que pre-vê o seguinte:

Art. 1º Será instala-da, no dia 1º de fevereiro de 2007, Assembléia de Revisão Constitucional, formada pelos membros da Câmara dos Deputa-dos e do Senado Fede-ral, com o objetivo de revisar a Constituição;

§ 1º O parlamentar mais idoso insta-lará a Assembléia de Revisão Constitu-cional no dia 1º de fevereiro de 2007 e dirigirá a sessão de eleição de seu Pre-sidente.

§ 2º Na Revisão Constitucional, as discussões e os encaminhamentos de votação serão feitos em sistema unica-meral.

§ 3º A Assembléia de Revisão Cons-titucional elaborará o Regimento Inter-no de seus trabalhos.

Art. 2º A Revisão Constitucional, consubstanciada em ato único, será pro-mulgada após a aprovação do seu texto, em dois turnos de discussão e votação, por maioria absoluta de votos de cada Casa integrante da Assembléia de Revi-são Constitucional e de referendo popu-lar a ser realizado no primeiro domingo de abril de 2008.

Parágrafo único. A Revisão Cons-titucional observará o disposto no art. 60, § 4º, desta Constituição, sendo-lhe vedado suprimir ou restringir os direitos sociais e os instrumentos de participa-ção popular previstos no art. 14, incisos I e II, e no art. 61, § 2º.

Art. 3º A Revisão Constitucional terá por objeto as seguintes matérias:

I - a organização dos Poderes;

II - o sistema eleitoral e partidário;III - o sistema tributário nacional e

as finanças públicas;IV - a organização e as competên-

cias das unidades da federação; V - o sistema financeiro nacional.Art. 4º A Assembléia de Revisão

Constitucional terá prazo máximo de doze meses de duração, contado da data de sua instalação.

Art. 5º A Assembléia de Revisão Constitucional decidirá sobre a possibi-lidade de autorização de Revisões peri-ódicas da Constituição, com intervalos não inferiores a cinco anos.

Para o deputado Roberto Magalhães, a Revisão Constitucional poderá reduzir a enxurrada de mudanças pontuais da Carta, buscando introduzir alterações im-portantes de forma sistêmica e racional.

Segundo o deputado, o constituinte originário previu a revisão constitu-cional realizada em 1993, mas não ve-dou a possibilidade de outras revisões. Para ele, não seria justo que o cons-tituinte de determinada época impeça que gerações futuras, baseadas em uma nova realidade social, façam as adap-tações necessárias à sua Carta Políti-ca. Roberto Magalhães lembra, ainda, que o projeto de revisão constitucional em tramitação no Congresso Nacional preserva as cláusulas pétreas.

Debate – O advogado Eduardo Pugliesi debateu o tema exposto pelo deputado federal Roberto Magalhães. Para ele, o Congresso vai aprovar a re-forma possível, não a sonhada. Segun-do o advogado, as reformas, isolada-mente consideradas, não resolvem os problemas do país. Pugliesi acredita em duas alternativas que podem ajudar a desconstruir os males que existem na nossa Constituição: a adoção do mo-delo semi-presidencialista – para o advogado, o sistema presidencialista concentra muitos poderes na figura do presidente, o que não é bom; e a reserva normativa de governo - para ele, o governo não pode administrar sem Medidas Provisórias, no entanto, esse instrumento não pode ser ilimita-do. “Criar um modelo normativo que tenha controle é uma opção”.

Especial Pesqueira

10 - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006

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Após palestras e debates que ti-veram como objetivo trazer mais in-formação e cultura para os juízes das comarcas de Pesqueira e região, a AMEPE promoveu uma reunião com os magistrados para prestar contas de suas ações e discutir a implantação da Coordenadoria Regional da entidade na área. O encontro foi realizado no domingo, 16 de julho. “Estamos rea-lizando encontros e prestando contas e nos colocando à disposição para re-ceber críticas e sugestões que tenham como objetivo melhorar a gestão. Vie-mos aqui para ouvir e debater o nosso

AMEPE presta contas e inaugura Coordenadoria Regionalórgão de classe”, declarou o presiden-te da AMEPE, juiz Mozart Valadares Pires.

Valadares explicou aos presentes a função das coordenadorias regio-nais, que estão sendo criadas para aproximar o magistrado do interior da Associação, e sugeriu o nome do juiz da Comarca de Pesqueira, Nehemias de Moura Tenório, para ser o elo entre os associados do in-terior e a AMEPE. Sugestão dada, sugestão acatada por unanimidade pelos juízes presentes ao evento.

Como representante eleito, Nehemias falou sobre a importân-cia da regionalização da Associação e já fez sugestões para o início do trabalho. “Nós precisamos conver-sar sobre questões pontuais da nos-sa região, dividir as dificuldades do dia-a-dia jurídico. Precisamos de

E ficiência na oxigenação da forma de se fazer justiça – decisão revista, pensada, discutida – reflexo de uma maturação do sentimento so-

cial. É assim que a juíza do Tribunal do Júri da Capital, Fernanda Mou-ra de Carvalho, define o Tribunal do Júri. Durante sua palestra, que encerrou as discussões do encon-tro da AMEPE com os magistrados de Pesqueira e região, a juíza falou sobre as questões polêmicas do Tri-bunal, comparou o sistema utilizado no Brasil com os de outros países, como Portugal e Estados Unidos, e fez uma avaliação geral do funcio-namento desse órgão especial do Ju-diciário.

Segundo Fernanda, as pessoas que querem acabar com o Tribunal do Júri dizem que falta cientificis-mo nos procedimentos. “Que cienti-ficismo é esse que vem sem ideolo-gia. O estigma de achar que decisões condenatórias são o reflexo da Justi-ça é equivocado”, afirmou. Para ela, esse mito de que o Tribunal do Júri absolve não é verdadeiro. Fernanda define o Tribunal do Júri como a re-

Fernanda Moura defende Tribunal do Júri

palestras sobre qualidade de vida”, declarou.

A Coordenadoria Regional ficará sedia-da em Pesqueira e vai abranger os seguintes municípios: Poção, Belo Jardim, Alagoi-nha, Pedra, Venturosa, Buíque, Arcoverde, Ibimirim, Pesqueira, Sanharó, Inajá, São Bento do Una, Tacaratu e Petrolândia.

Informes - O diretor Financeiro da Associação, juiz Edvaldo Palmeira, tam-bém participou do encontro, e falou sobre algumas ações que estão sendo realizadas pela entidade. Entre os informes, a cria-ção da Lista de Discussão, que já está disponível no site da Associação (www.amepe.com.br); o envio dos cadernos da pesquisa sobre o Judiciário, realizada pela AMEPE com os seus associados, para os mesmos; e a criação de uma comissão pela entidade de classe para levantar su-gestões para o anteprojeto do Código de Organização Judiciária (COJE).

novação do sentimento dinâmico da sociedade.

“Inglaterra, Espanha, Portugal, Es-tados Unidos – todos têm Tribunal do Júri, porque o Brasil não pode ter?”, questiona. Ela falou sobre as diferenças de procedimentos, comparando princi-palmente o Tribunal do Brasil com o de Portugal e o dos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, Fernan-da informou que o réu pode não querer ser julgado pelo Tribunal do Júri, no Brasil ele não tem escolha. “O Tribunal do Júri foi criado no Brasil para pro-cessar e julgar apenas crimes dolosos contra a vida”, informou.

Uma das sugestões dada por Fernan-da para modernizar o Tribunal do Júri é o fim do sigilo de votação. “Os jurados têm que discutir a decisão”. Questiona-da sobre a possibilidade de capacitação dos escolhidos para jurados com infor-mações jurídicas básicas, a juíza foi enfática. “Não queremos um corpo de jurados elitizado. Eu tenho que brigar contra isso. Não sou a favor de intelec-tualizar o conselho de sentença, sou a favor da mudança de procedimentos. O juiz tem que ser um facilitador – nada

de falar bonito – ele tem que ser um fa-cilitador da consciência dos jurados”, declarou.

Para concluir, a juíza Fernanda Moura de Carvalho defendeu mais uma vez o Tribunal do Júri. “Vamos ter uma postura mais avançada sobre o Tribunal do Júri, elastecer a sua competência. Porque não utilizar o Tribunal do Júri para crimes contra a ordem econômica, contra a economia popular”, finalizou.

Fernanda Moura define Tribunal do Júri

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - 11

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Painel CulturalArquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção. Assim se define Jessier Quirino, poeta paraibano que foi convidado pela AMEPE para proferir o painel cultural do encontro da Associa-ção com os magistrados de Pesqueira e região. Interessado na cau-sa poética nordestina, pesquisa fatos e histórias sertanejas e os leva para os shows que apresenta. Na área artística, é autodidata como instrumentista (violão) e fez cursos de desenho artístico e desenho arquitetônico. Na área da literatura, não fez nenhum curso e trabalha a prosa, a métrica e a rima como um mero domador de palavras. O poeta chama a atenção pela presença de palco, por uma memória extraordinária e pela diversidade de histórias, que vão desde a poesia matuta, impregnada de humor, neologismos, sarcasmo, amor e ódio, até causos, piadas e textos de nordestinidade apurada. Com tantas qualidades, sua palestra não poderia ter tido um resultado diferente: o sucesso foi total, o público ficou empolgado e encantado com Jessier, que, ao final da apresentação, foi aplaudido de pé.

Depoimentos Pesqueira

“Achei o encontro muito inte-ressante, porque proporciona a integração entre as pessoas que estão no poder com os que estão iniciando na profis-são”, Luciana Maria Tenório Leite, estudante de Direito da Faculdade de Caruaru.

“O encontro foi muito válido, pelas discussões que nos foram trazidas e pela integração. Esse é um desejo antigo nosso, que a AMEPE está tornando realidade. É importante para os pro-fissionais do interior, que não tem tantas oportunidades de ir para a capital”, Hélder Valença, advogado, presidente da OAB – Seccional Pesqueira.

“A iniciativa da AMEPE foi muito feliz em promover um encontro dessa natureza. Primeiro, porque integra os magistrados da região. Segundo, porque permite também ao magistrado uma reciclagem referente aos conhecimentos jurídicos”, juiz Caio Neto Freire, Comarca de Pedra.

“Essa iniciativa da AMEPE é de grande valor, pois procu-ra unir os juízes do interior com os colegas da capital – assim podemos trocar idéias e nos integrar mais”, juíza Mônica Wanderley Cavalcanti Magalhães, Comarca de Buíque.

Especial Pesqueira

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Esportes

Eleições Limpas

O lançamento da Campanha Eleições Limpas, em Pernambuco, acontece no Recife no próximo dia 25 de agosto. Na programação, estão previstas palestras, debates e atividades de interação com a sociedade, como a distribuição da cartilha da campanha entre estudantes da rede pública. A campanha também será discutida no encontro regional, que acontece no mesmo dia, em Ga-ranhuns. Além da magistratura pernambucana, dos diretores e do presidente da AMEPE, Mozart Valadares Pires, as atividades contarão com a presença do presidente da AMB, Rodrigo Collaço. Lançada no último dia 10 de maio, em Brasília (DF), a campanha Eleições Limpas atinge todo o território nacional, através de parcerias com as associações estaduais.

Lista de discussão

A AMEPE inaugurou, no último mês de junho, a sua Lista de Discussão on-line. No espaço, restrito aos associados, os magistrados podem trocar co-nhecimentos sobre diversos temas, sem nenhum tipo de restrição. Entretanto, não é recomendável o envio de mensagens com anexos pesados, para evitar vírus e não sobrecarregar a caixa postal dos juízes. Para participar, basta se cadastrar no site da associação (www.amepe.com.br), clican-do no banner Lista de Discussão, localizado no lado direito da página. Após cadastrado, escreva uma mensagem para [email protected], que a mesma será automaticamente encaminhada para todos os magistrados participantes. A cria-ção da Lista de Discussão faz parte dos compro-missos de campanha da atual gestão.

Cadernos da Pesquisa

A AMEPE encadernou e já está distribuindo com os seus associados o resultado completo da pes-quisa sócio-política sobre o Judiciário realizada com os magistrados pernambucanos. O caderno segue com as 92 perguntas realizadas, e os re-sultados obtidos, além da análise da consultoria INGT e de professores do Mestrado em Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco. Tribunal de Justiça, OAB e Conselho Nacional de Justiça também estão recebendo a publicação.

Torneio de Tiro

Já estão abertas as inscrições para o 1º Tor-neio de Tiro Esportivo, que acontece no dia 26 de agosto, no Caxangá Golf & Country Club. Os interessados devem se inscrever, até o dia 18 de agosto, com Alessandra ou Adel-mo, na AMEPE do Fórum Rodolfo Aureliano (Joana Bezerra). Telefones: 3412-5901 ou 3222-7379. Mais informações sobre o even-to no site da AMEPE - www.amepe.com.br

“S er, ouvir e abrir o coração para as sensações”. Esse foi um dos ensinamentos compreendidos pelo ma-gistrado Marcus Vinícius

Nonato Rabelo, que, entre os dias 28 de abril e 06 de junho, realizou com milhares de outros peregrinos o Caminho de Santia-go de Compostela (Espanha). “Li esta frase em um dos lugares por onde passei. Du-rante todo o percurso, pude interagir com a natureza, abrir a minha percepção para os verdadeiros sentidos da vida”, afirmou o juiz, que atua como titular da 1ª Vara da Fa-zenda Pública de Jaboatão dos Guararapes (Região Metropolitana do Recife).

Na companhia do seu pai, o magistra-do Marcus Rabelo caminhou cerca de 750 quilômetros, da cidade de Roncesvale até Santiago. Conhecido como “caminho fran-cês”, o itinerário é uma das opções para os peregrinos e pode ser percorrido à pé, de bicicleta ou à cavalo. “Gosto de praticar exercícios físicos, mas esta não foi a minha única motivação. Há dois anos comecei a planejar a viagem e conhecer, através de livros e reportagens, um pouco mais so-bre o Caminho de Santiago. Descobri que o caminho possibilita uma renovação de conceitos, uma total desconexão com o su-perficial. Esta também é uma grande opor-tunidade, principalmente para os católicos, de percorrer um caminho milenar, rico em histórias e crenças”, explica o juiz.

Além de praticar exercícios regu-larmente, o magistrado procurou levar

Juiz faz Caminho de Santiago de Compostela e se emociona

pouca bagagem na mochila para en-frentar o percurso, evitando distensões musculares e dores fortes. Junto com o seu pai, Marcos Rabelo percorreu, em média, 30 quilômetros por dia. “O pe-regrino não deve carregar mais do que 10% do seu peso. A minha mochila pe-sava sete quilos e continha o extrema-mente necessário. Também usei botas para superar melhor a diversidade do clima e do terreno”, explicou.

De acordo com Marcus Rabelo, mesmo com toda a precaução, é difí-cil evitar pequenas dores musculares e bolhas na sola dos pés, mas tudo facil-mente superável diante das maravilhas oferecidas pelo percurso. “Os peregri-nos e os moradores das localidades são muito solidários. Existe um espírito de irmandade, onde todos se ajudam”.

História - Após a crucificação de Jesus, o apóstolo Tiago resolveu pre-gar o evangelho na Galícia, região que aprendeu a amar. De regresso a Jerusa-lém, foi decapitado pelo Rei Herodes. Segundo a lenda, seus restos mortais foram levados de volta à Espanha, transportado por dois discípulos, sendo enterrado na Galícia. No inicio deste milênio, um camponês chamado Pe-layo, guiado por muitas estrelas, teria encontrado a sepultura do apóstolo. A notícia correu o mundo, lançando uma legião de cristãos a peregrinar até San-tiago de Compostela, cidade que se for-mou na região.

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - 1�

Social / Institucional

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São João para lá de animado

Uma noite de muita animação. Assim foi a festa de São João promovida pela Associação dos Magistrados do Estado de Per-nambuco (AMEPE), no início de junho, na sede social de Can-deias. Para animar a noite, não faltaram atrações. Subiram ao palco Lampiões e Maia Bonita, Trio Macambira e Arlindo dos Oito Baixos. Um espetáculo a parte foi a apresentação do alu-no da Escola de Sanfona de Custódia, município do interior do Estado. Mesmo com pouca idade, Netinho, 9 anos, animou o salão com sucessos do Rei Luiz Gonzaga. Como toda boa festa junina, não faltou comida típica da época, quadrilha e o autên-tico forró pé-de-serra.

Juiz Clicério Bezerra e sua esposa, Tereza Nunes

Juiz aposentado Júlio Pereira e filha

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Arlindo dos Oito Baixos (sentado) e banda animaram o São João 2006 da AMEPE

Magistrados caem no forró na quadrilha improvisada

1� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006

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JURISCOOPE

JURISCOOPE participa de inaugurações de Coordenadorias Regionais da AMEPE

“A JURISCOOPE é a nossa carta de alforria do Sistema Financeiro”. Foi as-sim que o presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE), juiz Mozart Valadares Pires, definiu a Coopertiva de Crédito do Ju-diciário. A declaração foi dada durante

evento com os magistra-dos do Sertão do Pajeú, realizado no município de Triunfo, no último mês de maio.

Representantes da JURISCOOPE estiveram presentes nas inaugura-ções das Coordenadorias Regionais da AMEPE de Garanhuns (realizada em abril), Afogados da Inga-zeira (no mês de maio, em Triunfo) e Pesqueira (ju-

lho). Durante os eventos, os consultores da JURISCOOPE informaram aos ma-gistrados como funciona a Cooperativa, suas vantagens e como fazer parte dela.

No evento de Triunfo, o diretor Ad-ministrativo da Juriscoope, juiz Gabriel

de Oliveira Cavalcanti Filho (foto), fez uma explanação sobre o papel da Co-operativa. Ele falou também da saúde financeira da JURISCOOPE, que hoje possui capital próprio de R$ 1,6 milhão e cerca de R$ 9 milhões em emprésti-mos. “O nosso objetivo é ser um órgão que atende as necessidades do seu asso-ciado”, declarou durante o evento, afir-mando também que outras metas para o segundo semestre são a implementação do sistema TOTALBANCO, que faci-litará um maior uso da informática nos serviços prestados, como também atin-girmos o número de 1000 cooperados.

Pesqueira – Em Pesqueira, nos dias 14, 15 e 16 de julho, foi a vez da gerente de Negócios, Emília Maranhão, tirar as dúvidas dos magistrados sobre o funcionamento da Cooperativa e as van-tagens que ela pode oferecer.

No último dia 18 de julho, foi a vez da Associação dos Defensores Públicos receber a visita das gerentes da JU-RISCOOPE, Emília Maran-hão (Negócios) e Cristiana Lins e Silva (Atendimento). A visita foi realizada a con-vite do diretor Jurídico da

entidade, Jõao de Almeida Gaspar, e da conselheira Fis-cal, Elda Benvinda Caldas. Aproximadamente 15 asso-ciados participaram do even-to. Eles tiveram a oportuni-dade de conhecer um pouco mais sobre os serviços ofer-ecidos pela JURISCOOPE.

O que éA JURISCOOPE é uma cooperativa de crédito, instituição financeira sem fins lucrativos, criada em junho de 2002. Sua finalidade é prestar serviços de natureza econômica, social e educativa para funcionários do Poder Judi-ciário.

O que ofereceA JURISCOOPE tem os mesmos serviços que um banco pode oferecer – con-ta corrente, poupança, cheque, empréstimos, entre outros, mas com muito mais vantagens. Os empréstimos, por exemplo, podem ser adquiridos com juros abaixo dos praticados no mercado. Outra vantagem é que as sobras anuais poderão ser reinvestidas, fortalecendo seu patrimônio.

Como funcionaÉ muito simples se associar. Basta depositar, no ato da inscrição, o valor de R$ 200, em uma ou duas parcelas mensais e, para aumento contínuo do seu Capital, depositar, mensalmente, meio por cento da sua renda bruta.

A JURISCOOPE tem hoje mais de 960 cooperados. Você não pode ficar de fora. Estamos à sua disposição. Endereço: Avenida Montevidéu, 260 – Boa Vista – Recife (PE). Telefones: (81) 3092-9511 / 9504 / 9506 . O atendimento funciona de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h. E-mail: [email protected]. Site: www.juriscoope.com.br

JURISCOOPE: Mais que um Banco, melhor pra você.

Os gerentes de Atendimento da JURISCOOPE, Luciano Soares Coelho e Cristiana Lins e Silva, visitaram a As-sociação dos Magistrados Trabalhistas (AMATRA), 6ª Regional, no último dia 26 de maio, com o objeti-vo de levar informações da Cooperativa para os asso-ciados AMATRA. A visita

foi realizada a convite do presidente da Associação, o juiz trabalhista Edmilson Alves da Silva. Cerca de 20 associados participaram da reunião, ocorrida na sede da Associação, no bairro da Boa Vista. O encontro foi bastante proveitoso e outra reunião ficou marcada para o dia 28 de julho.

Cooperativa visita Associação dos Magistrados Trabalhistas

Defensores Públicos conhecem serviços da JURISCOOPE

JURISCOOPE NotíciasInformativo da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Magistrados, Membros do Ministério Público, Procuradores e Defensores Públicos, seus Servidores e Servidores do Judiciário em Pernambuco

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- Que o tempo máximo de tolerância de atraso nas consultas odontológicas é de 15 minutos? Caso o associado não consiga chegar no horário e não apre-sente justificativa, ele terá que remarcar a consulta. Também é importante lem-brar que as multas aos associados que faltam às consultas, sem justificativa, em prejuízo aos direitos dos demais, continuam sendo aplicadas.

- Que o tempo de espera para marca-ção de consulta é de, em média, uma semana, com exceção dos casos de emergência? Para atender melhor aos associados, o horário de atendimento funciona em três expedientes: das 7h às 11h (manhã), das 11h às 15h (interme-diário) e das 15h às 19h (tarde/noite). Para marcar uma consulta, basta entrar em contato com a CAMPE através do te-lefone 3227.7681.

- Que as solicitações para liberação de processos cirúrgicos devem ser efe-tuadas, no Departamento de Contas Médicas da CAMPE, no mínimo cinco dias úteis antes da data prevista para a cirurgia ? O prazo é necessário para que a CAMPE providencie a liberação junto à clínica ou ao hospital indicado, evitan-do transtornos para os seus usuários.

- Que junto ao pedido de reembolso, o usuário não pode esquecer de enviar para a CAMPE os documentos necessá-rios, como o recibo da consulta, a espe-cialidade do profissional e, nos casos de exames, a solicitação médica? Já em re-lação aos atendimentos odontológicos, o associado deve apresentar a descri-ção de todo o procedimento realizado pelo dentista.

Caixa de Assistênciados Magistrados de Pernambuco

Diretoria Diretor – Juiz Danilo Galvão Martiniano LinsDiretores adjuntos – Juízes Gustavo Mendonça Araújo e Paulo Henrique Martins Machado

Rua Comendador Bento Aguiar, 250Madalena - RecifeCEP 50750-390Fone/Fax: 81 3227-7681

Expediente:

Diretoria da CAMPE presta contas do semestre

Nas tabelas abaixo, o usuário poderá conferir o balanço de despesas e rendimentos da Caixa de Assistência dos Magistrados de Pernambuco (CAMPE) referente ao primeiro semestre de 2006 (janeiro a junho). De acordo com a Diretoria da CAMPE, a análise mostra que a entidade não sofreu déficit, mas as despesas com contas médicas (consultas, exames e cirurgias) aumentaram significativamente. No mês de abril, por exemplo, a despesa relacionada com procedimentos médicos foi de R$ 286.102,44. Em junho, o gasto correspondeu a R$ 412.539,45, praticamente o dobro do valor. Ainda segundo a Diretoria, o coeficiente positivo nas contas da CAMPE deve-se, principalmente, aos rendimentos obtidos com as aplicações financeiras realizadas pela Caixa dos Magistrados. “A nossa gestão tem a preocupação de ser transparente com os magistrados. É importante mostrar para o associado a evolução das contas da CAMPE”, afirmou o diretor Danilo Martiniano.

Magistrados e familiares R$ 2.829.534,83Funcionários da CAMPE R$ 6.169,74 TJPE Odonto R$ 88.481,01Pré- Pagamento (reembolso) R$ 41.738,13Provisão de Risco R$ 43.837,35Rendimento de Aplicações Financeiras R$ 266.887,17

TOTAL DE RECEITAS R$ 3.193.335,08

Despesas Administrativas R$ 567.354,96Despesas Financeiras R$ 49.134,14Eventos Indenizáveis Líquidos R$ 2.484.058,64contas médicas (Assistência Médica e Odontológica)

TOTAL DE DESPESAS R$3.100.547,74

Total de Receitas R$ 3.193.335,08Total de Despesas R$ 3.100.547,74

RESULTADO FINAL EM 30.06.06 R$ 92.787,34

Demonstração de resultado do exercíciode Jan/06 À Jun/06

Resumo de receitas

Resumo de despesas

Resumo Final

Você Sabia?