direito do trabalgho - parte 2

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PROC. TRT/15ª REGIÃO Nº 00200-2005-010-15-00-0 RECURSOS ORDINÁRIOS DA VARA DO TRABALHO DE RIO CLARO 1º RECORRENTE: COTEL COMERCIAL E TÉCNICA DE ELETRICIDADE LTDA. 2º RECORRENTE: JOÃO BATISTA OLIVEIRA E OUTROS 2 RECORRIDA: TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S.A. - TELESP ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ELETRICITÁRIO. LABOR EM EMPRESA CONSUMIDORA DE ENERGIA ELÉTRICA. CABIMENTO. A Lei nº 7.369/85 instituiu adicional de 30% sobre o salário para os empregados de setor de energia elétrica que trabalham em condições perigosas. Regulamentando a norma legal, o Decreto nº 93.412/86 estabeleceu, em quadro anexo, as atividades cujo exercício geram direito à percepção da remuneração adicional e as condições exigidas para seu recebimento, aduzindo que o direito ao adicional independe do cargo, categoria ou ramo da empresa. Dessa forma, a norma regulamentadora não delimitou quais as empresas que possuem empregados trabalhando em condições perigosas, mas, sim, quais atividades desenvolvidas pelos trabalhadores são consideradas perigosas e em que condições. Registre-se, mais uma vez, que o direito ao adicional não depende do cargo, categoria ou ramo da empresa em que trabalha o funcionário, mas exclusivamente das funções que exerce. Assim, a “atividade no setor de energia elétrica”, mencionada pela Lei nº 7.369/85, não significa apenas atividade consistente em produção ou distribuição de energia elétrica, mas toda e qualquer atividade em sistema elétrico de potência que represente risco ao trabalhador, ainda que em empresa consumidora de energia elétrica, estando tal entendimento em consonância, ainda, com a Orientação Jurisprudencial SDI-1 nº 324 do Tribunal Superior do Trabalho, cuja redação restou mantida, na íntegra, após o encerramento dos trabalhos de revisão

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Trabalho escolar sobre direito do trabalho.

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Page 1: Direito Do Trabalgho - Parte 2

PROC. TRT/15ª REGIÃO Nº 00200-2005-010-15-00-0RECURSOS ORDINÁRIOS DA VARA DO TRABALHO DE RIO CLARO1º RECORRENTE: COTEL COMERCIAL E TÉCNICA DE ELETRICIDADE LTDA.2º RECORRENTE: JOÃO BATISTA OLIVEIRA E OUTROS 2RECORRIDA: TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S.A. - TELESP

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ELETRICITÁRIO. LABOR EM EMPRESA CONSUMIDORA DE ENERGIA ELÉTRICA. CABIMENTO.A Lei nº 7.369/85 instituiu adicional de 30% sobre o salário para os empregados de setor de energia elétrica que trabalham em condições perigosas. Regulamentando a norma legal, o Decreto nº 93.412/86 estabeleceu, em quadro anexo, as atividades cujo exercício geram direito à percepção da remuneração adicional e as condições exigidas para seu recebimento, aduzindo que o direito ao adicional independe do cargo, categoria ou ramo da empresa. Dessa forma, a norma regulamentadora não delimitou quais as empresas que possuem empregados trabalhando em condições perigosas, mas, sim, quais atividades desenvolvidas pelos trabalhadores são consideradas perigosas e em que condições. Registre-se, mais uma vez, que o direito ao adicional não depende do cargo, categoria ou ramo da empresa em que trabalha o funcionário, mas exclusivamente das funções que exerce. Assim, a “atividade no setor de energia elétrica”, mencionada pela Lei nº 7.369/85, não significa apenas atividade consistente em produção ou distribuição de energia elétrica, mas toda e qualquer atividade em sistema elétrico de potência que represente risco ao trabalhador, ainda que em empresa consumidora de energia elétrica, estando tal entendimento em consonância, ainda, com a Orientação Jurisprudencial SDI-1 nº 324 do Tribunal Superior do Trabalho, cuja redação restou mantida, na íntegra, após o encerramento dos trabalhos de revisão realizados pela Comissão de Jurisprudência e de Precedentes Normativos do C. TST, publicado no DJ em 20/04/2005.

Trata-se de um recurso ordinário interposto pela empresa Cotel comercial e técnica de eletricidade Ltda. e João Batisata e outros. Cuja primeira sentença foi julgada positiva em partes para o empregado.

Do recurso ordinário da primeira reclamada, primeira recorrente.

Page 2: Direito Do Trabalgho - Parte 2

O ponto de partida pelo qual o empregador requer a reforma da sentença se deve ao fato de que os reclamantes abordavam exclusivamente na rede de telefonia e não na rede elétrica.

Mas de acordo com a lei nº 7.369/85 razão não lhe assiste

Pois o adicional não depende do cargo, categoria ou ramo da empresa em que trabalha o funcionário, mas exclusivamente das funções que exerce.

Confirmando ainda mais a decisão a favor do adicional de periculosidade, consigna o perito. “Durante sua jornada diária de trabalho, além de atuar nos postes, por meio de escadas, onde estavam presentes as redes aéreas energizadas de alta e baixa tensão (...)”.

Dos honorários periciais – valor arbitrário

O empregador alegando crise pede a redução do valor dos honorários periciais. Mais uma vez o pedido não foi aceito. Pois o juiz entende que o valor estipulado condiz com a realidade dos fatos.

Do recurso ordinário do reclamante, segundo recorrente.

Do adicional de periculosidade - base de calculo

Pediu que entre na base de calculo alguns serviços por fora, bem horas extras. Razão não lhe assiste.

Pois o art. 193 da CLT preceitua que a incidência seja calculado sobre o salario, excluindo-se as parcelas relativas as gratificações, prêmios e participações de lucro.