direito da crianÇa e do adolescente · • cuidado: aos jovens menores de 18 anos aplica-se o...
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DIREITO DA CRIANÇA
E DO ADOLESCENTE
Profª. Liz Rodrigues
Conceito de Criança e Adolescente e
Doutrina da Proteção Integral – Parte 1
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Art. 227, CF/88: “É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão”.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Doutrina da Proteção Integral: “conjunto de enunciados lógicos, que
exprimem um valor ético maior, organizado por meio de normas
interdependentes que reconhecem a criança e o adolescente como
sujeito de direitos” (Amin).
- Superação da Doutrina da Situação Irregular (Código de Menores).
- Responsabilidade conjunta da família, sociedade e Estado.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Documentos relevantes para a proteção da criança e do adolescente:
• 1988: Constituição da República Federativa do Brasil;
• 1989: Convenção dos Direitos da Criança (ONU);
• 1990: Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069).
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Com a doutrina da proteção integral, crianças e adolescentes passam
a ser efetivamente reconhecidos como sujeitos de direitos (e não
mais apenas um objeto da ação de outrem).
- São titulares de direitos específicos, sendo alguns distintos dos
titularizados pelos adultos e a sua proteção demanda respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Princípios fundamentais: melhor interesse da criança e prioridade
absoluta.
- Tríade: liberdade – respeito – dignidade.
- Proteção integral: prioriza o melhor interesse da criança e do
adolescente e assegura todos os meios e oportunidades para seu
desenvolvimento pleno.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Beneficiários: todas as pessoas menores de 18 anos,
independentemente de qualquer outra circunstância (esta proteção
inclui a fase pré-natal).
- Algumas medidas são destinadas à proteção da família e da gestante
– por seu intermédio, se protege melhor a criança e o adolescente.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Conceitos:
• Criança: pessoa de até 12 anos.
• Adolescente: pessoa de 12 a 18 anos.
• Jovem: pessoas entre 15 e 29 anos.
• Cuidado: aos jovens menores de 18 anos aplica-se o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90) e, excepcionalmente, o
Estatuto da Juventude (Lei n. 12.852/13).
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Prioridade absoluta: a expressão marca uma opção feita pelo
constituinte originário e o dispositivo constitucional indica que as
medidas necessárias para assegurar estes direitos devem ser
priorizadas em relação a outros interesses que, ainda que sejam
importantes, não foram entendidos como sendo “absolutamente
prioritários”.
- Esse dispositivo é vinculante – o administrador público não pode
“escolher” priorizar outro interesse.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- “Por absoluta prioridade entende-se que, na área administrativa,
enquanto não existirem creches, escolas, postos de saúde,
atendimento preventivo e emergencial às gestantes, dignas moradia
e trabalho, não se deveriam asfaltar ruas, construir praças,
sambódromos, monumentos artísticos etc., porque a vida, a saúde, o
lar, a prevenção de doenças são mais importantes que obras de
concreto que ficam para demonstrar o poder do governante”
(Liberati).
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- A noção de “absoluta prioridade” inclui:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância
pública;
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais
públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção à infância e à juventude.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Disposições preliminares (Lei n. 8.069/90):
- Art. 1º, ECA: “Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
adolescente”.
- Art. 2º, ECA: “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa
até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e
dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei,
aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e
vinte e um anos de idade”.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Disposições preliminares: regras e princípios que devem ser
observados na aplicação do Estatuto.
- Outros princípios são listados no art. 100 do ECA (medidas de
proteção) e em tratados internacionais que o Brasil é signatário
(Convenção dos Direitos da Criança).
- Princípios gerais: prioridade absoluta, melhor interesse e
municipalização.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Prioridade absoluta: primazia dos interesses da criança e do
adolescente em todas as esferas (judicial, administrativa, social,
familiar). A responsabilidade é de todos: família, comunidade,
sociedade em geral e Poder Público, em todas as esferas.
- Melhor interesse: independentemente de outras variáveis, tanto o
legislador quanto aquele que aplica a lei devem considerar,
prioritariamente, o melhor interesse da criança – eventualmente, até
contra a vontade da criança ou da família.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Municipalização: a CF/88 descentralizou e ampliou a política de
atendimento da criança e do adolescente. O município, dentre os
entes federativos, é quem melhor tem condições para assegurar a
eficácia e a eficiência da implementação da doutrina da proteção
integral.
Conceito de Criança e Adol. e Doutrina da Proteção Integral
- Aplicação do ECA a pessoas maiores de 18 anos: como regra geral,
isso não ocorre.
- Duas exceções: manutenção da aplicação de medida socioeducativa
até os 21 anos (desde que o ato infracional tenha sido praticado
enquanto o autor ainda era adolescente – veja o art. 121) e adoção
estatutária, para jovens de até 21 anos que, à época do pedido, já
estavam sob a guarda ou tutela do pretendente à adoção (art. 40).