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TURMA REGULAR DIURNA PROF. TADEU VALVERDE ECA (ASPECTOS CÍVEIS) 23/05/2016 1 DIREITO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE Distinções básicas entre a “Doutrina da Situação Irregular” (Código de Menores) e a “Doutrina da Proteção Integral” (ECA): DSI: Aplicava-se apenas aos “menores” abandonados, carentes e infratores. DPI: Aplica-se a todas as crianças e adolescentes. DSI: O “menor” era objeto da intervenção estatal. DPI: Crianças e adolescentes são sujeitos de direitos. DSI: Não buscava prevenir lesões aos direitos dos “menores”. DPI: Busca prevenir lesões aos direitos de crianças e adolescentes. DSI: Confundia as medidas de proteção com as medidas de “punição”. DPI: Distingue as medidas de proteção das medidas socioeducativas. DSI: Era centralizadora e autoritária. DPI: É descentralizadora e aberta à participação da sociedade por meio dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA, CEDCA e CONANDA). DSI: Buscava realizar um controle social dos “menores” vítimas de omissão da família, da sociedade e do Estado. DPI: Busca a proteção integral de crianças e adolescentes. Fundamento Constitucional do Estatuto da Criança e do Adolescente: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)Princípio da proteção integral: É norteador do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), que dispõe em seu artigo 1º: Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

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ECA (ASPECTOS CÍVEIS) 23/05/2016

1

DIREITO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

Distinções básicas entre a “Doutrina da Situação Irregular” (Código de Menores) e a

“Doutrina da Proteção Integral” (ECA):

DSI: Aplicava-se apenas aos “menores” abandonados, carentes e infratores.

DPI: Aplica-se a todas as crianças e adolescentes.

DSI: O “menor” era objeto da intervenção estatal.

DPI: Crianças e adolescentes são sujeitos de direitos.

DSI: Não buscava prevenir lesões aos direitos dos “menores”.

DPI: Busca prevenir lesões aos direitos de crianças e adolescentes.

DSI: Confundia as medidas de proteção com as medidas de “punição”.

DPI: Distingue as medidas de proteção das medidas socioeducativas.

DSI: Era centralizadora e autoritária.

DPI: É descentralizadora e aberta à participação da sociedade por meio dos Conselhos de Direitos da

Criança e do Adolescente (CMDCA, CEDCA e CONANDA).

DSI: Buscava realizar um controle social dos “menores” vítimas de omissão da família, da

sociedade e do Estado.

DPI: Busca a proteção integral de crianças e adolescentes.

Fundamento Constitucional do Estatuto da Criança e do Adolescente:

“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao

adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à

educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à

convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de

negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada

Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)”

Princípio da proteção integral: É norteador do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei

8069/90), que dispõe em seu artigo 1º:

“Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.”

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A CRFB/1988, no artigo 227, §3º, aduz:

“Artigo 227...”

“§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º,

XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Redação dada Pela

Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na

relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação

tutelar específica;

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de

pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;

VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios,

nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou

abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao

jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº

65, de 2010)”

Princípios no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90): Estão elencados no artigo

100, PÚ, da Lei 8069/90.

Artigo 100...

Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas:

I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os

titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;

II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida

nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e

adolescentes são titulares;

III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos

assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos

por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas

de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de

programas por entidades não governamentais;

IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente

aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a

outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto;

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V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada

no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;

VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a

situação de perigo seja conhecida;

VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e

instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e

do adolescente;

VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação

de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada;

IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os

seus deveres para com a criança e o adolescente;

X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente

deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou

extensa ou, se isto não for possível, que promovam a sua integração em família substituta;

XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de

desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos

seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa;

XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia

dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm

direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de

proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente,

observado o disposto nos §§ 1o e 2

o do art. 28 desta Lei.

ASPECTO PRÁTICO DA PRIORIDADE ABSOLUTA (artigo 4º da Lei 8069/90):

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público

assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à

infância e à juventude.

Criança e adolescente:

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Distinção: Artigo 2º da Lei 8069/90

“Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade

incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.”

# Medidas aplicáveis a crianças e adolescentes

Medidas de proteção aplicáveis à criança e ao adolescente (artigo 101 da Lei 8069/90):

# O rol do artigo 101 da Lei 8069/90 é taxativo?

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente

poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

IV - inclusão em programa oficial ou comunitário de proteção, apoio e promoção da família

da criança e ao adolescente; (Redação da Lei 13.257/16)

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou

ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de

2009) Vigência

IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais,

utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para

colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009) Vigência

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§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou

abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou

adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará

na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de

procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício

do contraditório e da ampla defesa.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam

programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de

Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre

outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se conhecidos;

(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência; (Incluído pela

Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei

nº 12.010, de 2009) Vigência

IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009) Vigência

Acolhimento: Consiste na inserção da criança ou adolescente em instituição ou em outra família

previamente qualificada, é medida provisória e excepcional, aplicável apenas em casos extremos,

pois configura violação do direito à convivência familiar.

Institucional (101, VII/8069/90)

Espécies

Familiar (101, VIII, 8069/90)

Prazo de duração: No máximo 2 anos

Periodicidade da reavaliação: No máximo a cada 6 meses

# O prazo de duração é prorrogável?

# O prazo de reavaliação é prorrogável?

# Disserte sucintamente sobre as características da medida de acolhimento.

# Qual a natureza jurídica do acolhimento?

# Quem é a autoridade competente para efetuar o acolhimento?

# O que são “audiências concentradas”? Quando e onde elas devem ser realizadas?

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# Pode ser formulado pedido de destituição do poder familiar nos autos do processo de “medida de

proteção” onde se efetua o acompanhamento da criança em acolhimento?

# Criança encontra-se em acolhimento há um ano sem qualquer possibilidade de reinserção familiar,

seja na família natural, seja na família extensa. O Juiz encaminha os autos ao MP, que entende não

ser caso de DPF. O Defensor Público tem legitimidade para ajuizar tal demanda? Quando o MP não

ajuíza a DPF, entendendo o magistrado que tal demanda atenderia ao interesse da criança, o que o

mesmo pode fazer?

Medidas pertinentes aos pais ou responsável (artigo 129 da Lei 8069/90):

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:

I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e

promoção da família; (Redação da Lei 13.257/16)

II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

alcoólatras e toxicômanos;

III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento

escolar;

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

VII - advertência;

VIII - perda da guarda;

IX - destituição da tutela;

X - suspensão ou destituição do poder familiar.

Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo,

observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.

# As medidas aplicáveis aos pais ou responsável são punitivas ou de apoio?

# O Ministério Público ajuíza representação, por suposta infração administrativa prevista no artigo

249 da Lei 8069/90, cumulada com pedido de destituição do poder familiar. Em sua inicial o autor

formula os seguintes pedidos:

A aplicação das medidas previstas no artigo 129 da Lei 8069/90;

A destituição do poder familiar;

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A aplicação da multa prevista no artigo 249 da Lei 8069/90.

Os pais, réus no aludido processo, procuram o Defensor Público, restando claro que são

pessoas extremamente pobres, contudo narram que todos os seus filhos moram em sua companhia e

fazem os seguintes questionamentos:

1) O que poderá ser alegado em seu favor?

2) Qual o prazo para manifestação, considerando que os pais não foram citados, mas apenas

“intimados” há 11 dias?

3) Qual peça você elaboraria?

Afastamento do agressor da moradia da criança ou adolescente (artigo 130 da Lei 8069/90):

Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais

ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento

do agressor da moradia comum.

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de

que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415,

de 2011)

# Em caso de violência doméstica contra criança, aplica-se a Lei 11.340/06 ou a Lei 8069/90?

Conselho Tutelar (artigo 131 e seguintes da Lei 8069/90):

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional,

encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente,

definidos nesta Lei.

Art. 132 Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no

mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto

de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida

1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha. Redação da Lei 12.696/12

Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes

requisitos:

I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um anos;

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III - residir no município.

Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento

do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é

assegurado o direito a:

I - cobertura previdenciária;

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da

remuneração mensal;

III - licença-maternidade;

IV - licença-paternidade;

V - gratificação natalina.

Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão

dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação

continuada dos conselheiros tutelares. Redação da Lei 12.696/12

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e

estabelecerá presunção de idoneidade moral. Redação da Lei 12.696/12

Atribuições do Conselho Tutelar Artigo 136 da Lei 8069/90

# Quais medidas previstas no artigo 129 da Lei 8069/90 podem ser aplicadas pelo Conselho

Tutelar?

Revisão das decisões do Conselho Tutelar Artigo 137 da Lei 8069/90

Escolha dos Conselheiros Tutelares Artigo 139 da Lei 8069/90

Impedimentos dos Conselheiros Tutelares Artigo 140 da Lei 8069/90

Critério territorial de competência aplicável aos Conselheiros Tutelares Artigo 138 ECA

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DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Crianças e

adolescentes são titulares de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo

da proteção integral.

# Quais direitos estão especificamente previstos na Lei 8069/90?

PREVENÇÃO (artigo 70 e seg da Lei 8069/90): De acordo com o artigo 70 da Lei 8069/90.

“Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da

criança e do adolescente.”

Prevenção especial: Visa regular situações específicas, evitando que crianças ou adolescentes

sofram lesões aos seus direitos, em razão de serem pessoas em desenvolvimento.

Algumas hipóteses:

Acesso a espetáculos públicos

Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.

Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.

Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária.

Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.

Acesso a programas de rádio e televisão

Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.

Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.

Acesso a filmes

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Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.

Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.

Acesso a revistas e publicações

Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.

Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.

Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Acesso a estabelecimento em que existam apostas

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.

Acesso a produtos

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:

I - armas, munições e explosivos;

II - bebidas alcoólicas;

III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida;

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;

V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.

OBS: A Lei 13.106/15, que alterou a Lei 8069/90, passou considerar crime a venda de bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes. Também foi criada uma nova infração administrativa, prevista no artigo 258-C da Lei 8069/90.

Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica:

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Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.

Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:

Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);

Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o recolhimento da multa aplicada.

Acesso a serviços

Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.

Autorização para viajar

Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial.

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;

b) a criança estiver acompanhada:

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida.

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

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ACESSO À JUSTIÇA (artigos 141 e seguintes da Lei 8069/90):

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao

Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.

§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de

defensor público ou advogado nomeado.

§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de

custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.

# A criança ou adolescente necessita da anuência dos seus pais para demandar judicialmente?

Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e

menores de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação

civil ou processual.

Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente,

sempre que os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de

representação ou assistência legal ainda que eventual.

# A redação do artigo 142 da Lei 8069/90 está correta?

+ Atuação da Curadoria Especial:

LC 80/94

Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:

XI – exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da criança e do adolescente, do idoso, da pessoa portadora de necessidades especiais, da mulher vítima de violência doméstica e familiar e de outros grupos sociais vulneráveis que mereçam proteção especial do Estado;

XVI – exercer a curadoria especial nos casos previstos em lei;

ADOÇÃO

Conceito: É a forma mais completa de colocação em família substituta ou extensa, pela qual se

estabelece um vínculo socioafetivo de filiação, trazendo para a família do adotante, na condição de

filho, pessoa que geralmente lhe é estranha.

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# Qual ou quais leis tratam do regime jurídico da adoção?

+ Possibilidade de adoção entre parentes

“Art. 42.

§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.”

# Criança é adotada por família substituta, que após alguns anos a abandona. Os avós biológicos

podem pleitear a adoção desta criança?

# Criança é adotada por família substituta, sendo que os pais que adotaram são destituídos do poder

familiar em razão de graves agressões físicas praticadas contra o filho, que foi inserido em

acolhimento institucional. Os pais biológicos podem pleitear a adoção desta criança?

# Caso uma pessoa pretenda “criar” uma criança ou um adolescente, que seja seu descendente ou

irmão, o que deverá fazer?

# O Defensor Público ajuíza ação de destituição do poder familiar cumulada com pedido de adoção.

O MP ajuíza ação de destituição do poder familiar com a mesma causa de pedir e versando sobre a

mesma criança parte na adoção. Pergunta-se:

1) Há litispendência?

2) Há continência?

3) Algum dos processos deve ser suspenso?

4) Pode haver assistência?

+ Família substituta, extensa e natural:

adoção

Família substituta tutela

(Artigo 28)

guarda

adoção

Família extensa tutela

(Art 25, par. único)

guarda

Família natural guarda

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(Artigo 25)

# Em nosso sistema legal qual é a prioridade? A família natural, a família extensa ou a família

substituta?

# Existindo membro integrante da família extensa interessado em assumir a guarda da criança e uma

pessoa não pertencente à família pretendendo a adoção. Qual medida de proteção mais se adequa

aos preceitos introduzidos pela Lei 12010/09?

# Tio ajuíza demanda visando a adoção do sobrinho Tício, que possui dois anos de idade, enquanto

o avô ajuíza ação buscando a guarda de seu neto Tício. Qual das medidas, em tese, atenderá o

melhor interesse de Tício?

+ Natureza jurídica da adoção

+ Principais distinções entre adoção, tutela e guarda:

Adoção: Pressupõe a destituição ou extinção do poder familiar

Tutela: Pressupõe a destituição, extinção ou suspensão do poder familiar

Guarda: É compatível com o poder familiar

Adoção: Cria vínculo de filiação

Tutela: Não cria parentesco

Guarda: Não cria parentesco

Adoção: É medida definitiva e irrevogável

Tutela: É medida precária e revogável

Guarda: É medida precária e revogável

Adoção: Adotante tem o poder de gerir a pessoa e os bens do filho

Tutela: Tutor tem o poder de gerir a pessoa e os bens do tutelado

Guarda: Guardião tem o poder de gerir a pessoa, contudo não possui poder de gestão patrimonial

Adoção: Adotantes não prestam contas da administração dos bens do filho

Tutela: Tutor presta contas da administração dos bens do tutelado

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Guarda: Guardião não presta contas

Adoção: Modifica o patronímico e pode alterar o prenome do adotado

Tutela: Não altera patronímico nem o prenome do tutelado

Guarda: Não altera patronímico nem o prenome da pessoa sob guarda

Adoção: Ascendentes e irmãos não podem adotar

Tutela: Não há restrição de parentesco na tutela

Guarda: Não há restrição de parentesco na guarda

Adoção: Exige diferença mínima de 16 anos de idade entre quem a adota e quem é adotado

Tutela: Não exige diferença de idade

Guarda: Não exige diferença de idade

+ Poder familiar (art. 1630 e seg CC):

Conceito: É o conjunto de direitos e obrigações que recaem sobre os pais, exercidos em igualdade

de condições por ambos, visando os interesses e a proteção dos filhos menores.

+ Finalidade do poder familiar

# O poder familiar autoriza a aplicação de castigos físicos?

# Caso haja discordância dos pais em relação ao exercício do poder familiar o que deverá ser feito?

# A separação ou o divórcio alteram o exercício do poder familiar?

# Havendo novo casamento ou união estável o atual cônjuge ou companheiro adquire o poder

familiar em relação aos filhos de seu consorte?

Conteúdo do poder familiar na esfera pessoal: É indelegável, compreendendo os seguintes

poderes-deveres (artigo 1634 CC e 22/8069/90).

I - dirigir-lhes a criação e a educação;

II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;

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III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;

IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;

V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município;

VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;

VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;

VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;

IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.”

Conteúdo do poder familiar na esfera patrimonial (1689 e seg CC): Em regra os pais tem o

direito administrar e usufruir dos bens dos filhos menores, salvo as exceções a seguir descritas, que

estão previstas no artigo 1693 CC:

Pais não terão nem a administração nem o usufruto dos bens dos filhos menores se:

1) Os bens forem adquiridos pelo filho antes do reconhecimento da maternidade ou da

paternidade;

2) Os bens forem adquiridos com o fruto de atividade laborativa exercida pelo filho com

dezesseis anos ou mais;

3) Os bens oriundos de sucessão ou doação contiverem cláusula afastando o usufruto e a

administração dos pais;

4) Os bens forem recebidos por sucessão pelo filho em razão dos pais terem sido excluídos da

sucessão.

# Os pais podem ser destituídos do poder familiar em razão de não possuírem condições econômicas

de criar os filhos?

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# Pais podem praticar atos de disposição de bens do filho menor?

# Se os pais alienarem imóvel de filho incapaz sem autorização judicial o negócio será válido?

Suspensão do poder familiar (1637 CC): Os pais podem ser privados temporariamente de todos ou

alguns atributos inerentes ao poder familiar em casos de exercício abusivo, má administração de

bens dos filhos, etc. Tem a natureza de pena civil.

OBS: Os fundamentos para suspensão do poder familiar estão genericamente previstos no caput do

artigo 1637 CC. O parágrafo único do artigo 1637 CC trata especificamente da hipótese de

condenação criminal irrecorrível em que a pena exceda a dois anos de prisão.

Perda ou destituição do poder familiar: Os pais são privados definitivamente de todos os atributos

do poder familiar. Tem natureza de pena civil.

Os fundamentos para a destituição do poder familiar estão previstos no artigo 1638

CC, que prevê o castigo imoderado dos filhos, o abandono dos filhos, a prática de atos imorais ou

atentatórios aos bons costumes, etc.

# As hipóteses de perda do poder familiar previstas no artigo 1638 CC são taxativas?

Extinção do poder familiar: É definitiva, contudo não tem natureza de pena, decorre de um fato ou

de um ato jurídico, como o alcance da maioridade, a morte do filho menor, a morte dos pais, a

concessão dos pais por instrumento público, etc. Está prevista no artigo 1635 CC.

+ Distinção entre a suspensão, a perda e a extinção do poder familiar.

# Pode haver perda ou suspensão do poder familiar sem processo judicial? # E a extinção do poder

familiar?

# Pais que cometem crime doloso punido com reclusão contra filho sofrem alguma conseqüência no

tocante ao exercício do poder familiar?

# Pai que foi destituído do poder familiar pode ser condenado a pagar alimentos para o filho?

# Em ação de destituição de poder familiar em que os réus possuem domicílio ignorado, basta a

citação por edital para que ocorra a regular formação da relação jurídica processual?

# Mulher grávida não faz qualquer acompanhamento pré-natal e usa drogas. Pode ocorrer a

destituição do poder familiar no decorrer da gravidez com base em tal comportamento?

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+ A destituição do poder familiar como requisito para adoção:

# Com fulcro no artigo 45, caput, e §1º, da Lei 8069/90 responda:

1) É necessária a DPF quando os pais consentem com a adoção?

2) É necessária a DPF quando os pais são desconhecidos?

3) Nas hipóteses em que a DPF é desnecessária há alguma utilidade prática na formulação deste

pedido na petição inicial?

+ A adoção no Código Civil de 1916, no Código Civil de 2002 e na Lei 8069/90:

# O CC de 1916 tratava da adoção (artigo 368 e seg), bem como o CC de 2002 (artigo 1618 e seg) e

a Lei 8069/90 (artigo 39 e seg). A adoção do CC de 1916 ainda vigora? E a adoção no CC de

2002?

# Existe ação de restabelecimento do poder familiar?

Adoção simples: Era regida pelo Código Civil de 1916 nos artigos 368 e seguintes.

Possuía as seguintes características:

* Era revogável (373 e 374 CC/16)

* Exigia a idade mínima do adotante de 30 anos (368 CC/16)

* Se os adotantes fossem casados se exigia o decurso de cinco anos após o casamento (368, PÚ,

CC/16)

* O adotante devia ser dezesseis anos mais velho que o adotando (369 CC/16)

* Quando feita por duas pessoas se exigia que as mesmas fossem casadas (370 CC/16)

* O parentesco só se estabelecia entre adotante e adotado (376 CC/16)

* Quando o adotante tinha filhos “não adotivos” a adoção não compreendia o direito à sucessão

hereditária (377 CC/16)

* Aperfeiçoava-se com a elaboração de escritura pública (375 CC/16)

+ Constitucionalização da adoção simples

Adoção plena: É a regida pela Lei 8069/90 nos artigos 39 e seguintes.

Possui as seguintes características:

* É irrevogável (39,§1º/8069/90)

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* Exige a idade mínima do adotante de dezoito anos (42/8069/90)

# Um casal em que apenas um dos cônjuges tenha atingido tal idade poderá adotar?

* Podem adotar os cônjuges e os companheiros (42, §2º/8069/90)

# E quanto aos concubinos?

* O adotante deve ser dezesseis anos mais velho que o adotando (42, §3º/8069/90)

* Divorciados, separados judicialmente e ex companheiros poderão adotar, desde que acordem sobre

a guarda e a visitação e o “estágio de convivência” tenha sido iniciado no período de convivência, e

que seja provada a existência de vínculos de afetividade e de afinidade com o não detentor da guarda

(42, §4º/8069/90)

* O parentesco, em relação ao adotado, envolve todos os parentes do adotante (41/8069/90)

* Há direito à sucessão hereditária como se o adotado fosse filho biológico (41, §2º/8069/90)

* Dá-se por sentença judicial (47/8069/90)

# Qual é a natureza desta sentença?

* É exigido o consentimento do adotando, se o mesmo possuir mais de 12 anos, bem como de seus

pais ou responsável, salvo se os pais forem desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder

familiar (45, caput, e §§ 1º e 2º /8069/90)

# Para a adoção se exige o consentimento dos pais ou do representante legal da criança ou do

adolescente, salvo se os pais forem destituídos do poder familiar ou desconhecidos. Tal

consentimento pode ser revogado?

# Documento escrito de autoria dos pais contendo a anuência com a adoção é válido? Há alguma

forma específica para que a concordância seja válida?

# Pais podem ser estimulados a concordar com a adoção?

# Pode a mãe biológica no curso da gravidez concordar com o pedido de adoção formulado pelos

autores, em audiência, conforme exige o artigo 166, §1º, da Lei 8069/90?

# De acordo com o artigo 45, §2º, da Lei 8069/90, se o adotando tiver mais de 12 anos de idade será

necessário o seu consentimento. Se o mesmo tiver menos de 12 anos sua opinião será considerada?

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* Adotando deve possuir, no máximo, 18 anos à data do ajuizamento da petição inicial

(40/8069/90)

# A morte dos pais adotivos restabelece o poder familiar dos pais naturais?

# Poderá o adotado incluir o patronímico do adotante? E o prenome?

# O tutor ou o curador pode adotar o pupilo ou o curatelado?

# A adoção é irrevogável (39, §1º/8069/90). É anulável?

Toque de recolher: É a proibição de permanecer em locais públicos, aplicada a crianças e

adolescentes, a partir de determinado horário, quando desacompanhados do responsável.

# O toque de recolher é considerado legal?

“Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar,

mediante alvará:

§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a

caso, vedadas as determinações de caráter geral.”

HABILITAÇÃO, CADASTRO E ADOÇÃO:

Lei 8069/90 Artigo 50...

§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando:

I - se tratar de pedido de adoção unilateral;

II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não

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seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.

# Estrangeiro pode requerer adoção sem estar cadastrado?

# O que é parentesco?

O artigo 1593 do Código Civil dispõe:

Art. 1593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade

ou outra origem.

A expressão “outra origem” tem sido o fundamento do chamado “parentesco

socioafetivo”.

# O §13 dispensa o cadastro. A habilitação também é dispensada?

§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.

# Em processo de adoção os avós biológicos devem ser intimados?

# Pode existir litisconsórcio em processo de adoção? E intervenção de terceiros?

# A guarda formal de uma criança pertence a avó materna, porém um casal que está efetivamente

cuidando do infante ajuíza a ação de adoção em face dos pais biológicos. O juiz determina a emenda

da inicial para que se inclua o litisconsorte necessário com base no artigo 115, PÚ, do CPC.

Comente a questão.

# O que é adoção intuitu personae?

Convivência familiar de criança ou adolescente com pais privados de liberdade

(Lei 12.962/14):

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# Distinga suspensão, perda e extinção do poder familiar.

# A destituição do poder familiar importa em extinção do parentesco?

Art. 19...

§ 4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por

meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.

# As alterações promovidas pela Lei 12.962/14 revogaram tacitamente o artigo 1637,

parágrafo único, do CC?

# A suspensão do poder familiar dos pais privados de liberdade, prevista no artigo

1637, parágrafo único, do Código Civil impede a convivência familiar com os seus

filhos? Se possível a convivência familiar, há necessidade de autorização judicial?

# Em ação de destituição do poder familiar é deferida a tutela antecipada para

suspender o poder familiar dos pais. Tal decisão impede a visitação dos mesmos ao

seu filho, que encontra-se em acolhimento institucional?

Art. 23. ...

§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o

adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de auxílio.

§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na

hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha.

# O artigo 92, II, do CP, aduz que no caso de condenação criminal por ilícito doloso

punido com reclusão contra filho, um dos efeitos da condenação será a perda do poder

familiar, porém é imprescindível que tal efeito seja previsto na sentença, eis que não é

automático, conforme esclarece o parágrafo único do artigo 92 do CP. Após a

alteração promovida pela Lei 12.962/14, que inseriu o § 2º, no artigo 23 da Lei

8069/90, ainda é exigida a previsão expressa na sentença penal para a produção deste

efeito?

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# O artigo 92, II, do CP ainda vigora após a alteração promovida no artigo 23,§2º, da

Lei 8069/90?

# Quem tem legitimidade ativa para propor a ação de destituição de poder familiar?

# Pode haver perda ou suspensão do poder familiar sem processo judicial? # E a extinção do poder

familiar?

# A destituição do poder familiar como consequência da condenação penal abrange todos os filhos

ou só a vítima do ilícito?

# Há prazo máximo para conclusão da ação de destituição ou suspensão do poder familiar?

Art. 158. ...

§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização.

§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.

# O réu preso é defendido necessariamente por Curador Especial?

# É correto concluir que o réu preso tem sua defesa elaborada por Curador Especial

(art.9º, II, CPC), por isso não precisa ser citado pessoalmente?

# O que é esgotamento dos meios para a citação pessoal?

Súmula nº. 292 TJRJ “Para a citação por edital não se exige a expedição de ofícios,

mas apenas a certidão negativa no endereço declinado na petição inicial e constante nos

documentos existentes nos autos e, ainda, a pesquisa nos sistemas informatizados do

TJRJ.”

# Qual a consequência da realização da citação por edital sem o esgotamento dos

meios para a citação pessoal?

Art. 159. ...

Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.

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“Art. 161. ...

§ 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua

apresentação para a oitiva.”

# Em ação de destituição do poder familiar é designada audiência, o autor da

demanda, o Ministério Público, alega que como os pais estão privados de liberdade

não é necessária sua oitiva, eis que a representação dos mesmos será feita pela

Curadoria Especial. Por tal motivo o juiz intima pessoalmente para a audiência o

Curador Especial, porém não requisita os pais. Agiu o magistrado corretamente?

# O disposto no artigo 161, §5º, da Lei 8069/90, já estava previsto no ECA de

maneira implícita ou explícita?

Art. 100... Parágrafo único.

XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1

o e 2

o do art.

28 desta Lei.

Prioridade na tramitação da adoção (Lei 12.955/14):

“Artigo 47

§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica.” # Antes da alteração promovida pela Lei 12.955/14 os processos previstos na Lei 8069/90 possuíam prioridade?

Políticas públicas para a primeira infância (Lei 13.257/16):

# Quando a criança encontra-se na primeira infância?

# Como devem ser elaboradas e executadas as políticas para a primeira infância?

# Quais são as áreas prioritárias para as políticas públicas para a primeira infância?

O artigo 8º, §10, da Lei 8069/90 (incluído pela Lei 13.257/16), dispõe:

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“§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.” # É correta a afirmação de que crianças e adolescentes tem o direito de ser criados em ambiente livre de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes?

O artigo 92, §7º, da Lei 8069/90 (incluído pela Lei 13.257/16), dispõe:

Ҥ 7

o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial

atenção à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como prioritárias.”

Foi incluído na Lei 8069/90 o artigo 265-A, pela Lei 13.257/16, que dispõe:

“Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comunicação social.

Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos.”

# Entre crianças e adolescentes quem possui tratamento mais prioritário?

# Para obtenção de licença paternidade ou maternidade em decorrência de adoção é imprescindível

sentença?