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Estatuto da criança e do adolescente atualizado

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  • 1. ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE 7 Edio 2010

2. A srie Legislao rene normas jurdicas, textos ou conjunto de textos legais sobre matrias especficas, com o objetivo de facilitar o acesso da sociedade legislao vigente no pas, pois o conhecimento das normas que regem a vida dos brasileiros importante passo para o fortalecimento da prtica da cida- dania. Assim, o Centro de Documentao e Informao, por meio da Coordenao Edies Cmara, cumpre uma das suas mais importantes atribuies: colaborar para que a Cmara dos Deputados promova a consolidao da democracia. Estatuto da Criana e do Adolescente Legislao Braslia | 2010 Cmara dos Deputados 7a edio EstatutodaCrianaedoAdolescente|7edio2010 3. Legislao Centro de Documentao e Informao Cedi Coordenao Edies Cmara Coedi Anexo II Praa dos Trs Poderes Braslia (DF) CEP 70160-900 Telefone: (61) 3216-5809; fax: (61) 3216-5810 [email protected] Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio Apresentao A Cmara dos Deputados, ao lanar esta edio do Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei 8.069, de 1990), cumpre funo institucional de elevado valor. Destacar normas e princpios, com foco numa cidadania crescente, permite-nos re- conhecer a importncia existente numa inovado- ra perspectiva que defenda condies ideais para a infncia e a juventude. Nesse intento, o Estatuto harmonizado com princpios constitucionais atua em diferentes campos temticos. Assim, o direito vida e sa- de; o direito liberdade, ao respeito e dignida- de; o direito convivncia familiar e comunitria; o direito educao, cultura, ao esporte e ao lazer; o direito profissionalizao e proteo no trabalho, numa relao ainda mais ampla de preceitos, revelam a abrangncia normativa pre- tendida, na certeza de que proteger a cidadania infanto-juvenil muito significa. Reafirm-la for- talecer a crena num futuro cada vez melhor para os brasileiros do amanh. MichelTemer Presidente da Cmara dos Deputados 4. Mesa da Cmara dos Deputados 53 Legislatura 4 Sesso Legislativa 2010 Presidente 1o Vice-Presidente 2o Vice-Presidente 1o Secretrio 2o Secretrio 3o Secretrio 4o Secretrio MichelTemer Marco Maia Antonio Carlos Magalhes Neto Rafael Guerra Inocncio Oliveira Odair Cunha Nelson Marquezelli 1o Suplente 2o Suplente 3o Suplente 4o Suplente Marcelo Ortiz Giovanni Queiroz Leandro Sampaio Manoel Junior Suplentes de Secretrio Diretor-Geral Srgio Sampaio Contreiras de Almeida Secretrio-Geral da Mesa MozartVianna de Paiva 5. Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 6. Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990, e legislao correlata. Centro de Documentao e Informao Edies Cmara Braslia | 2010 Cmara dos Deputados 7. CMARA DOS DEPUTADOS DIRETORIA LEGISLATIVA Diretor Afrsio Vieira Lima Filho CENTRO DE DOCUMENTAO E INFORMAO Diretor Adolfo C. A. R. Furtado COORDENAO EDIES CMARA Diretora Maria Clara Bicudo Cesar COORDENAO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS Diretor Sylvio Otvio Baptista de Carvalho 1a edio, 2000; 2a edio, 2000; 3a edio, 2001; 4a edio, 2003; 5a edio, 2006; 6a edio, 2008; 7 edio, 2010; 1 reimpresso, 2010. Cmara dos Deputados Centro de Documentao e Informao Cedi Coordenao Edies Cmara Coedi Anexo II Praa dos Trs Poderes Braslia (DF) CEP 70160-900 Telefone: (61) 3216-5809; Fax: (61) 3216-5810 [email protected] Coordenao Edies Cmara Projeto grfico Paula Scherre e Tereza Pires Diagramao Pablo Braz Ilustrao/capa Racsow Reviso Seo de Reviso e Indexao SRIE Legislao n. 25 Dados Internacionais de Catalogao-na-publicao (CIP) Coordenao de Biblioteca. Seo de Catalogao. Brasil. [Estatuto da criana e do adolescente (1990)]. Estatuto da criana e do adolescente. 7.ed. Braslia : Cmara dos Deputados, Edies Cmara, 2010. 225 p. (Srie legislao ; n. 25) ISBN 978-85-736-5344-1 Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990 e legislao correlata. 1. Brasil. [Estatuto da criana e do adolescente (1990)]. 2. Direitos da criana, legislao, Brasil. 3. Direitos do menor, Brasil. I. Ttulo. II. Srie. CDU 342.726-053(81)(094) ISBN 978-85-736-5344-1 (brochura) ISBN 978-85-736-5345-8 (e-book) 8. - SUMRIO - ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE LEI N 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 Dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente e d outras providncias.............11 LIVRO I Parte Geral..........................................................................................................11 Ttulo I Das Disposies Preliminares............................................................................11 Ttulo II Dos Direitos Fundamentais..............................................................................13 Captulo I Do Direito Vida e Sade ..........................................................................13 Captulo II Do Direito Liberdade, ao Respeito e Dignidade .......................................16 Captulo III Do Direito Convivncia Familiar e Comunitria.........................................17 Captulo IV Do Direito Educao, Cultura, ao Esporte e ao Lazer ...............................40 Captulo V Do Direito Profissionalizao e Proteo no Trabalho ...............................43 Ttulo III Da Preveno....................................................................................................45 Captulo I Disposies Gerais .........................................................................................45 Captulo II Da Preveno Especial....................................................................................46 LIVRO II Parte Especial......................................................................................................50 9. Ttulo I Da Poltica de Atendimento..............................................................................50 Captulo I Disposies Gerais .........................................................................................50 Captulo II Das Entidades de Atendimento......................................................................52 Ttulo II Das Medidas de Proteo..................................................................................61 Captulo I Disposies Gerais .........................................................................................61 Captulo II Das Medidas Especficas de Proteo .............................................................62 Ttulo III Da Prtica de Ato Infracional............................................................................69 Captulo I Disposies Gerais .........................................................................................69 Captulo II Dos Direitos Individuais ................................................................................70 Captulo III Das Garantias Processuais ..............................................................................71 Captulo IV Das Medidas Socioeducativas.........................................................................71 Captulo V Da Remisso .................................................................................................78 Ttulo IV Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsvel ............................................79 Ttulo V Do Conselho Tutelar........................................................................................80 Captulo I Disposies Gerais .........................................................................................80 Captulo II Das Atribuies do Conselho ........................................................................81 10. Captulo III Da Competncia ...........................................................................................83 Captulo IV Da Escolha dos Conselheiros .........................................................................83 Captulo V Dos Impedimentos ........................................................................................83 Ttulo VI Do Acesso Justia...........................................................................................84 Captulo I Disposies Gerais .........................................................................................84 Captulo II Da Justia da Infncia e da Juventude.............................................................85 Captulo III Dos Procedimentos........................................................................................89 Captulo IV Dos Recursos ...............................................................................................109 Captulo V Do Ministrio Pblico .................................................................................111 Captulo VI Do Advogado ..............................................................................................115 Captulo VII Da Proteo Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos ............116 Ttulo VII Dos Crimes e das Infraes Administrativas....................................................122 Captulo I Dos Crimes..................................................................................................122 Captulo II Das Infraes Administrativas ......................................................................130 Disposies Finais e Transitrias..............................................135 11. LEGISLAO CORRELATA LEI N 8.242, DE 12 DE OUTUBRO DE 1991 Cria o Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente (Conanda) e d outras providncias.............................................................................................143 LEI N 12.010, DE 3 DE AGOSTO DE 2009 Dispe sobre adoo; altera as Leis nos 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente), e 8.560, de 29 de dezembro de 1992; revoga dispositivos da Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Cdigo Civil), e da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943; e d outras providncias.............................................................................................147 LEI N 12.127, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009 Cria o Cadastro Nacional de Crianas e Adolescentes Desaparecidos..........................149 DECRETO N 99.710, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1990 Promulga a Conveno sobre os Direitos da Criana...................................................151 CONveno sobre os direitos da criana...........................152 DECRETO N 3.087, DE 21 DE JUNHO DE 1999 Promulga a Conveno Relativa Proteo das Crianas e Cooperao em Matria de Adoo Internacional, concluda em Haia, em 29 de maio de 1993............................183 Conveno Relativa Proteo das Crianas e Cooperao em Matria de Adoo Internacional......184 DECRETO N 5.007, DE 8 DE MARO DE 2004 Promulga o Protocolo Facultativo Conveno sobre os Direitos da Criana referente venda de crianas, prostituio infantil e pornografia infantil..........204 protocolo facultativo conveno sobre os direitos da criana referente venda de crianas, prostituio infantil e pornografia infantil.........205 DECRETO N 5.089, DE 20 DE MAIO DE 2004 Dispe sobre a composio, estruturao, competncias e funcionamento do Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente (Conanda) e d outras providncias.................................................................................................. 219 12. Estatuto da Criana e do Adolescente 13. 11 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio - Lei n 8.069, de 13 de julho de 19901 - Dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente e d outras providncias. O Presidente da Repblica Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: LIVRO I P A R T E G E R A L Ttulo I Das Disposies Preliminares Art. 1 Esta lei dispe sobre a proteo integral criana e ao adolescente. Art. 2 Considera-se criana, para os efeitos desta lei, a pes- soa at doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Pargrafo nico. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep- cionalmente este Estatuto s pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. 1 Publicada no Dirio Oficial da Unio, Seo 1, de 16 de julho de 1990, p. 13563, e retificada no Dirio Oficial da Unio, Seo 1, de 27 de agosto de 1990, p. 18551. 14. 12 Srie Legislao Art. 3 A criana e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes pessoa humana, sem pre- juzo da proteo integral de que trata esta lei, asse- gurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento fsico, mental, moral, espiritual e social, em condies de liberdade e de dignidade. Art. 4 dever da famlia, da comunidade, da sociedade em geral e do poder pblico assegurar, com absoluta prio- ridade, a efetivao dos direitos referentes vida, sade, alimentao, educao, ao esporte, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respei- to, liberdade e convivncia familiar e comunitria. Pargrafo nico. A garantia de prioridade compreende: a)primazia de receber proteo e socorro em quais- quer circunstncias; b)precedncia de atendimento nos servios pblicos ou de relevncia pblica; c)preferncia na formulao e na execuo das polti- cas sociais pblicas; d)destinao privilegiada de recursos pblicos nas reas relacionadas com a proteo infncia e juventude. Art. 5 Nenhuma criana ou adolescente ser objeto de qual- quer forma de negligncia, discriminao, explora- o, violncia, crueldade e opresso, punido na for- ma da lei qualquer atentado, por ao ou omisso, aos seus direitos fundamentais. 15. 13 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio Art. 6 Na interpretao desta lei levar-se-o em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigncias do bem comum, osdireitosedeveresindividuaisecoletivos,eacondio peculiar da criana e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Ttulo II Dos Direitos FUNDAMENTAIS CAPTULO I Do Direito Vida e Sade Art. 7 A criana e o adolescente tm direito a proteo vida e sade, mediante a efetivao de polticas sociais pblicas que permitam o nascimento e o desenvolvi- mento sadio e harmonioso, em condies dignas de existncia. Art. 8 assegurado gestante, atravs do Sistema nico de Sade, o atendimento pr e perinatal. 1 A gestante ser encaminhada aos diferentes nveis de atendimento, segundo critrios mdicos especficos, obedecendo-se aos princpios de regionalizao e hie- rarquizao do Sistema. 2 A parturiente ser atendida preferencialmente pelo mesmo mdico que a acompanhou na fase pr-natal. 3 Incumbe ao poder pblico propiciar apoio alimentar gestante e nutriz que dele necessitem. 16. 14 Srie Legislao 2 4 Incumbe ao poder pblico proporcionar assistncia psicolgica gestante e me, no perodo pr e ps- natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequncias do estado puerperal. 3 5 A assistncia referida no 4 deste artigo dever ser tambm prestada a gestantes ou mes que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoo. Art. 9 O poder pblico, as instituies e os empregadores propiciaro condies adequadas ao aleitamento ma- terno, inclusive aos filhos de mes submetidas a medi- da privativa de liberdade. Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de ateno sade de gestantes, pblicos e particulares, so obri- gados a: I manter registro das atividades desenvolvidas, atravs de pronturios individuais, pelo prazo de dezoito anos; II identificar o recm-nascido mediante o registro de sua impresso plantar e digital e da impresso digi- tal da me, sem prejuzo de outras formas normati- zadas pela autoridade administrativa competente; III proceder a exames visando ao diagnstico e terapu- tica de anormalidades no metabolismo do recm- nascido, bem como prestar orientao aos pais; IV fornecer declarao de nascimento onde constem necessariamente as intercorrncias do parto e do desenvolvimento do neonato; 2 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 3 Idem. 17. 15 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio V manter alojamento conjunto, possibilitando ao ne- onato a permanncia junto me. 4 Art. 11. assegurado atendimento integral sade da criana e do adolescente, por intermdio do Sistema nico de Sade, garantido o acesso universal e igualitrio s aes e servios para promoo, proteo e recuperao da sade. 1 A criana e o adolescente portadores de deficincia re- cebero atendimento especializado. 2 Incumbe ao poder pblico fornecer gratuitamente queles que necessitarem os medicamentos, prteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitao ou reabilitao. Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento sade devero proporcionar condies para a permanncia em tem- po integral de um dos pais ou responsvel, nos casos de internao de criana ou adolescente. Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmao de maus-tratos contra criana ou adolescente sero obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva locali- dade, sem prejuzo de outras providncias legais. 5 Pargrafo nico. As gestantes ou mes que manifestem in- teresse em entregar seus filhos para adoo sero obrigatoria- mente encaminhadas Justia da Infncia e da Juventude. Art. 14. O Sistema nico de Sade promover programas de assistncia mdica e odontolgica para a preveno das enfermidades que ordinariamente afetam a populao 4 Caput com redao dada pela Lei n 11.185, de 7-10-2005. 5 Pargrafo nico acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 18. 16 Srie Legislao infantil, e campanhas de educao sanitria para pais, educadores e alunos. Pargrafo nico. obrigatria a vacinao das crianas nos casos recomendados pelas autoridades sanitrias. CAPTULO II Do Direito Liberdade, ao Respeito e Dignidade Art. 15. A criana e o adolescente tm direito liberdade, ao respeito e dignidade como pessoas humanas em pro- cesso de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituio e nas leis. Art. 16. O direito liberdade compreende os seguintes aspectos: I ir, vir e estar nos logradouros pblicos e espaos comunitrios, ressalvadas as restries legais; II opinio e expresso; III crena e culto religioso; IV brincar, praticar esportes e divertir-se; V participar da vida familiar e comunitria, sem discrimi- nao; VI participar da vida poltica, na forma da lei; VII buscar refgio, auxlio e orientao. Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade fsica, psquica e moral da criana e do adolescente, abrangendo a preservao da imagem, da 19. 17 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio identidade, da autonomia, dos valores, ideias e cren- as, dos espaos e objetos pessoais. Art. 18. dever de todos velar pela dignidade da criana e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatrio ou cons- trangedor. Captulo III Do Direito Convivncia Familiar e Comunitria Seo I Disposies Gerais Art. 19. Toda criana ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua famlia e, excepcionalmente, em famlia substituta, assegurada a convivncia fami- liar e comunitria, em ambiente livre da presena de pessoas dependentes de substncias entorpecentes. 6 1 Toda criana ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional ter sua situao reavaliada, no mximo, a cada seis meses, devendo a autoridade judiciria competente, com base em relatrio elaborado por equipe interpro- fissional ou multidisciplinar, decidir de forma funda- mentada pela possibilidade de reintegrao familiar ou colocao em famlia substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta lei. 7 2 A permanncia da criana e do adolescente em pro- grama de acolhimento institucional no se prolongar 6 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 7 Idem. 20. 18 Srie Legislao por mais de dois anos, salvo comprovada necessida- de que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciria. 8 3 A manuteno ou reintegrao de criana ou adoles- cente sua famlia ter preferncia em relao a qual- quer outra providncia, caso em que ser esta includa em programas de orientao e auxlio, nos termos do pargrafo nico do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta lei. Art. 20. Os filhos, havidos ou no da relao do casamento, ou por adoo, tero os mesmos direitos e qualificaes, proibidas quaisquer designaes discriminatrias rela- tivas filiao. Art. 21. O poder familiar9 ser exercido, em igualdade de con- dies, pelo pai e pela me, na forma do que dispuser a legislao civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordncia, recorrer autoridade ju- diciria competente para a soluo da divergncia. Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu- cao dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no inte- resse destes, a obrigao de cumprir e fazer cumprir as determinaes judiciais. Art. 23. A falta ou a carncia de recursos materiais no consti- tui motivo suficiente para a perda ou a suspenso do poder familiar10 . Pargrafo nico. No existindo outro motivo que por si s autorize a decretao da medida, a criana ou o adolescente 8 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 9 Expresso alterada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 10 Idem. 21. 19 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio ser mantido em sua famlia de origem, a qual dever obriga- toriamente ser includa em programas oficiais de auxlio. Art. 24. A perda e a suspenso do poder familiar11 sero decre- tadas judicialmente, em procedimento contraditrio, nos casos previstos na legislao civil, bem como na hiptese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigaes a que alude o art. 22. Seo II Da Famlia Natural Art. 25. Entende-se por famlia natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. 12 Pargrafo nico. Entende-se por famlia extensa ou amplia- da aquela que se estende para alm da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes prximos com os quais a criana ou adolescente convive e mantm vnculos de afinidade e afetividade. Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento podero ser reco- nhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no prprio termo de nascimento, por testamento, me- diante escritura ou outro documento pblico, qual- quer que seja a origem da filiao. Pargrafo nico. O reconhecimento pode preceder o nas- cimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes. Art. 27. O reconhecimento do estado de filiao direito per- sonalssimo, indisponvel e imprescritvel, podendo ser 11 Expresso alterada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 12 Pargrafo nico acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 22. 20 Srie Legislao exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qual- quer restrio, observado o segredo de Justia. Seo III Da Famlia Substituta Subseo I Disposies Gerais Art. 28. A colocao em famlia substituta far-se- mediante guarda, tutela ou adoo, independentemente da si- tuao jurdica da criana ou adolescente, nos termos desta lei. 13 1 Sempre que possvel, a criana ou o adolescente ser previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estgio de desenvolvimento e grau de compreenso sobre as implicaes da medida, e ter sua opinio devidamente considerada. 14 2 Tratando-se de maior de doze anos de idade, ser ne- cessrio seu consentimento, colhido em audincia. 15 3 Na apreciao do pedido levar-se- em conta o grau de parentesco e a relao de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequncias decorrentes da medida. 16 4 Os grupos de irmos sero colocados sob adoo, tute- la ou guarda da mesma famlia substituta, ressalvada a comprovada existncia de risco de abuso ou outra situ- ao que justifique plenamente a excepcionalidade de 13 Pargrafo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 14 Idem. 15 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 16 Idem. 23. 21 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio soluo diversa, procurando-se, em qualquer caso, evi- tar o rompimento definitivo dos vnculos fraternais. 17 5 A colocao da criana ou adolescente em famlia substituta ser precedida de sua preparao gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a servio da Justia da Infncia e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos tcni- cos responsveis pela execuo da poltica municipal de garantia do direito convivncia familiar. 18 6 Em se tratando de criana ou adolescente indgena ou proveniente de comunidade remanescente de quilom- bo, ainda obrigatrio: 19 I que sejam consideradas e respeitadas sua identida- de social e cultural, os seus costumes e tradies, bem como suas instituies, desde que no sejam incompatveis com os direitos fundamentais reco- nhecidos por esta lei e pela Constituio Federal; 20 II que a colocao familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; 21 III a interveno e oitiva de representantes do rgo federal responsvel pela poltica indigenista, no caso de crianas e adolescentes indgenas, e de an- troplogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que ir acompanhar o caso. Art. 29. No se deferir colocao em famlia substituta a pes- soa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade 17 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 18 Idem. 19 Inciso acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 20 Idem. 21 Idem. 24. 22 Srie Legislao com a natureza da medida ou no oferea ambiente familiar adequado. Art. 30. A colocao em famlia substituta no admitir trans- ferncia da criana ou adolescente a terceiros ou a en- tidades governamentais ou no governamentais, sem autorizao judicial. Art. 31. A colocao em famlia substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissvel na modalidade de adoo. Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsvel prestar compromisso de bem e fielmente desempenhar o en- cargo, mediante termo nos autos. Subseo II Da Guarda Art. 33. A guarda obriga a prestao de assistncia material, moral e educacional criana ou adolescente, confe- rindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. 1 A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, po- dendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoo, exceto no de ado- o por estrangeiros. 2 Excepcionalmente, deferir-se- a guarda, fora dos casos de tutela e adoo, para atender a situaes peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsvel, po- dendo ser deferido o direito de representao para a prtica de atos determinados. 25. 23 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 3 A guarda confere criana ou adolescente a condio de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdencirios. 22 4 Salvo expressa e fundamentada determinao em con- trrio, da autoridade judiciria competente, ou quan- do a medida for aplicada em preparao para adoo, o deferimento da guarda de criana ou adolescente a terceiros no impede o exerccio do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que sero objeto de regulamentao especfica, a pedido do interessado ou do Ministrio Pblico. 23 Art. 34. O poder pblico estimular, por meio de assistncia jurdica, incentivos fiscais e subsdios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criana ou adolescente afas- tado do convvio familiar. 1 A incluso da criana ou adolescente em programas de acolhimento familiar ter preferncia a seu acolhimen- to institucional, observado, em qualquer caso, o car- ter temporrio e excepcional da medida, nos termos desta lei. 2 Na hiptese do 1 deste artigo a pessoa ou casal ca- dastrado no programa de acolhimento familiar poder receber a criana ou adolescente mediante guarda, ob- servado o disposto nos arts. 28 a 33 desta lei. Art. 35. A guarda poder ser revogada a qualquer tempo, me- diante ato judicial fundamentado, ouvido o Minist- rio Pblico. 22 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 23 Artigo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 26. 24 Srie Legislao Subseo III Da Tutela 24 Art. 36. A tutela ser deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de at dezoito anos incompletos. Pargrafo nico. O deferimento da tutela pressupe a pr- via decretao da perda ou suspenso do poder familiar25 e implica necessariamente o dever de guarda. 26 Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer docu- mento autntico, conforme previsto no pargrafo nico do art. 1.729 da Lei n 10.406, de 10 de janei- ro de 2002 (Cdigo Civil), dever, no prazo de trinta dias aps a abertura da sucesso, ingressar com pedi- do destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta lei. Pargrafo nico. Na apreciao do pedido, sero observa- dos os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta lei, somen- te sendo deferida a tutela pessoa indicada na disposio de ltima vontade, se restar comprovado que a medida vanta- josa ao tutelando e que no existe outra pessoa em melhores condies de assumi-la. Art. 38. Aplica-se destituio da tutela o disposto no art. 24. Subseo IV Da Adoo 27 Art. 39. A adoo de criana e de adolescente reger-se- segun- do o disposto nesta lei. 24 Caput com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 25 Expresso alterada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 26 Artigo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 27 Idem. 27. 25 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 1 A adoo medida excepcional e irrevogvel, qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manuteno da criana ou adolescente na famlia natural ou extensa, na forma do pargrafo nico do art. 25 desta lei. 2 vedada a adoo por procurao. Art. 40. O adotando deve contar com, no mximo, dezoito anos data do pedido, salvo se j estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. Art. 41. A adoo atribui a condio de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessrios, desligando-o de qualquer vnculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. 1 Se um dos cnjuges ou concubinos adota o filho do ou- tro, mantm-se os vnculos de filiao entre o adotado e o cnjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. 2 recproco o direito sucessrio entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descenden- tes e colaterais at o 4 grau, observada a ordem de vo- cao hereditria. 28 Art. 42. Podem adotar os maiores de dezoito anos, indepen- dentemente do estado civil. 1 No podem adotar os ascendentes e os irmos do ado- tando. 29 2 Para adoo conjunta, indispensvel que os adotan- tes sejam casados civilmente ou mantenham unio es- tvel, comprovada a estabilidade da famlia. 28 Caput com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 29 Pargrafo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 28. 26 Srie Legislao 3 O adotante h de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. 30 4 Os divorciados, os judicialmente separados e os ex- companheiros podem adotar conjuntamente, contan- to que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estgio de convivncia tenha sido iniciado na constncia do perodo de convivncia e que seja comprovada a existncia de vnculos de afinidade e afetividade com aquele no detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concesso. 31 5 Nos casos do 4 deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefcio ao adotando, ser assegurada a guar- da compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Cdigo Ci- vil). 32 6 A adoo poder ser deferida ao adotante que, aps ine- quvoca manifestao de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentena. Art. 43. A adoo ser deferida quando apresentar reais vanta- gens para o adotando e fundar-se em motivos legtimos. Art. 44. Enquanto no der conta de sua administrao e saldar o seu alcance, no pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. Art. 45. A adoo depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. 30 Pargrafo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 31 Idem. 32 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 29. 27 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 1 O consentimento ser dispensado em relao criana ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou te- nham sido destitudos do poder familiar33 . 2 Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, ser tambm necessrio o seu consentimento. Art. 46. A adoo ser precedida de estgio de convivncia com a criana ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciria fixar, observadas as peculiaridades do caso. 34 1 O estgio de convivncia poder ser dispensado se o adotando j estiver sob a tutela ou guarda legal do ado- tante durante tempo suficiente para que seja possvel avaliar a convenincia da constituio do vnculo. 35 2 A simples guarda de fato no autoriza, por si s, a dis- pensa da realizao do estgio de convivncia. 36 3 Em caso de adoo por pessoa ou casal residente ou do- miciliado fora do pas, o estgio de convivncia, cum- prido no territrio nacional, ser de, no mnimo, trinta dias. 37 4 O estgio de convivncia ser acompanhado pela equi- pe interprofissional a servio da Justia da Infncia e da Juventude, preferencialmente com apoio dos tcnicos responsveis pela execuo da poltica de garantia do direito convivncia familiar, que apresentaro relat- rio minucioso acerca da convenincia do deferimento da medida. 33 Expresso alterada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 34 Pargrafo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 35 Idem. 36 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 37 Idem. 30. 28 Srie Legislao Art. 47. O vnculo da adoo constitui-se por sentena judi- cial, que ser inscrita no registro civil mediante man- dado do qual no se fornecer certido. 1 A inscrio consignar o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes. 2 O mandado judicial, que ser arquivado, cancelar o registro original do adotado. 38 3 A pedido do adotante, o novo registro poder ser la- vrado no Cartrio do Registro Civil do Municpio de sua residncia. 39 4 Nenhuma observao sobre a origem do ato poder constar nas certides do registro. 40 5 A sentena conferir ao adotado o nome do adotan- te e, a pedido de qualquer deles, poder determinar a modificao do prenome. 41 6 Caso a modificao de prenome seja requerida pelo adotante, obrigatria a oitiva do adotando, observado o disposto nos 1 e 2 do art. 28 desta lei. 42 7 A adoo produz seus efeitos a partir do trnsito em julgado da sentena constitutiva, exceto na hiptese prevista no 6 do art. 42 desta lei, caso em que ter fora retroativa data do bito. 43 8 O processo relativo adoo assim como outros a ele relacionados sero mantidos em arquivo, admitindo- se seu armazenamento em microfilme ou por outros 38 Pargrafo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 39 Idem. 40 Idem. 41 Idem. 42 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 43 Idem. 31. 29 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio meios, garantida a sua conservao para consulta a qualquer tempo. 44 Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biol- gica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais inciden- tes, aps completar dezoito anos. Pargrafo nico. O acesso ao processo de adoo poder ser tambm deferido ao adotado menor de dezoito anos, a seu pe- dido, assegurada orientao e assistncia jurdica e psicolgica. Art. 49. A morte dos adotantes no restabelece o poder fami- liar45 dos pais naturais. Art. 50. A autoridade judiciria manter, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianas e adolescentes em condies de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoo. 1 O deferimento da inscrio dar-se- aps prvia consul- ta aos rgos tcnicos do juizado, ouvido o Ministrio Pblico. 2 No ser deferida a inscrio se o interessado no satisfi- zer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hip- teses previstas no art. 29. 46 3 A inscrio de postulantes adoo ser precedida de um perodo de preparao psicossocial e jurdica, orientado pela equipe tcnica da Justia da Infncia e da Juventude, preferencialmente com apoio dos tcni- cos responsveis pela execuo da poltica municipal de garantia do direito convivncia familiar. 44 Artigo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 45 Expresso alterada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 46 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 32. 30 Srie Legislao 47 4 Sempre que possvel e recomendvel, a preparao referida no 3 deste artigo incluir o contato com crianas e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condies de serem adotados, a ser realizado sob a orientao, superviso e avaliao da equipe tcnica da Justia da Infncia e da Juventude, com apoio dos tcnicos responsveis pelo programa de acolhimento e pela execuo da poltica municipal de garantia do direito convivncia familiar. 48 5 Sero criados e implementados cadastros estaduais e na- cional de crianas e adolescentes em condies de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados adoo. 49 6Haver cadastros distintos para pessoas ou casais resi- dentes fora do pas, que somente sero consultados na inexistncia de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no 5 deste artigo. 50 7 As autoridades estaduais e federais em matria de ado- o tero acesso integral aos cadastros, incumbindo- lhes a troca de informaes e a cooperao mtua, para melhoria do sistema. 51 8 A autoridade judiciria providenciar, no prazo de quarenta e oito horas, a inscrio das crianas e ado- lescentes em condies de serem adotados que no ti- veram colocao familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitao adoo nos cadastros estadual e nacional referidos no 5 deste artigo, sob pena de responsabilidade. 47 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 48 Idem. 49 Idem. 50 Idem. 51 Idem. 33. 31 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 52 9 Compete Autoridade Central Estadual zelar pela manuteno e correta alimentao dos cadastros, com posterior comunicao Autoridade Central Federal Brasileira. 53 10. A adoo internacional somente ser deferida se, aps consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados adoo, mantido pela Justia da Infncia e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros estadual e nacio- nal referidos no 5 deste artigo, no for encontrado interessado com residncia permanente no Brasil. 54 11. Enquanto no localizada pessoa ou casal interessado em sua adoo, a criana ou o adolescente, sempre que pos- svel e recomendvel, ser colocado sob guarda de fam- lia cadastrada em programa de acolhimento familiar. 55 12. A alimentao do cadastro e a convocao criteriosa dos postulantes adoo sero fiscalizadas pelo Ministrio Pblico. 56 13. Somente poder ser deferida adoo em favor de can- didato domiciliado no Brasil no cadastrado previa- mente nos termos desta lei quando: I se tratar de pedido de adoo unilateral; II for formulada por parente com o qual a criana ou adolescente mantenha vnculos de afinidade e afe- tividade; III oriundo o pedido de quem detm a tutela ou guarda legal de criana maior de trs anos ou adolescente, 52 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 53 Idem. 54 Idem. 55 Idem. 56 Idem. 34. 32 Srie Legislao desde que o lapso de tempo de convivncia compro- ve a fixao de laos de afinidade e afetividade, e no seja constatada a ocorrncia de m-f ou qualquer das situaes previstas nos arts. 237 ou 238 desta lei. 57 14. Nas hipteses previstas no 13 deste artigo, o can- didato dever comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessrios adoo, con- forme previsto nesta lei. 58 Art. 51. Considera-se adoo internacional aquela na qual a pessoa ou casal postulante residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto no artigo 2 da Con- veno de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa Proteo das Crianas e Cooperao em Matria de Adoo Internacional, aprovada pelo Decreto Legis- lativo n 1, de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto n 3.087, de 21 de junho de 1999. 59 1 A adoo internacional de criana ou adolescente bra- sileiro ou domiciliado no Brasil somente ter lugar quando restar comprovado: I que a colocao em famlia substituta a soluo adequada ao caso concreto; II que foram esgotadas todas as possibilidades de co- locao da criana ou adolescente em famlia subs- tituta brasileira, aps consulta aos cadastros men- cionados no art. 50 desta lei; III que, em se tratando de adoo de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu est- gio de desenvolvimento, e que se encontra prepa- 57 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 58 Caput com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 59 Pargrafo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 35. 33 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio rado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos 1 e 2 do art. 28 desta lei. 60 2 Os brasileiros residentes no exterior tero preferncia aos estrangeiros, nos casos de adoo internacional de criana ou adolescente brasileiro. 61 3 A adoo internacional pressupe a interveno das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matria de adoo internacional. 62 4 (Revogado.) 63 Art. 52. A adoo internacional observar o procedimento pre- visto nos arts. 165 a 170 desta lei, com as seguintes adaptaes: I a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criana ou adolescente brasileiro, dever formular pedido de habilitao adoo perante a Autorida- de Central em matria de adoo internacional no pas de acolhida, assim entendido aquele onde est situada sua residncia habitual; II se a Autoridade Central do pas de acolhida consi- derar que os solicitantes esto habilitados e aptos para adotar, emitir um relatrio que contenha in- formaes sobre a identidade, a capacidade jurdica e adequao dos solicitantes para adotar, sua situ- ao pessoal, familiar e mdica, seu meio social, os motivos que os animam e sua aptido para assumir uma adoo internacional; 60 Pargrafo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 61 Idem. 62 Pargrafo revogado pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 63 Artigo com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 36. 34 Srie Legislao III a Autoridade Central do pas de acolhida enviar o relatrio Autoridade Central Estadual, com cpia para a Autoridade Central Federal Brasileira; IV o relatrio ser instrudo com toda a documenta- o necessria, incluindo estudo psicossocial elabo- rado por equipe interprofissional habilitada e cpia autenticada da legislao pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigncia; V os documentos em lngua estrangeira sero devida- mente autenticados pela autoridade consular, ob- servados os tratados e convenes internacionais, e acompanhados da respectiva traduo, por tradutor pblico juramentado; VI a Autoridade Central Estadual poder fazer exi- gncias e solicitar complementao sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro adoo, j realizado no pas de acolhida; VII verificada, aps estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da legislao estrangeira com a nacional, alm do preenchimen- to por parte dos postulantes medida dos requisi- tos objetivos e subjetivos necessrios ao seu deferi- mento, tanto luz do que dispe esta lei como da legislao do pas de acolhida, ser expedido laudo de habilitao adoo internacional, que ter va- lidade por, no mximo, um ano; VIII de posse do laudo de habilitao, o interessado ser autorizado a formalizar pedido de adoo perante o Juzo da Infncia e da Juventude do local em que se encontra a criana ou adolescente, conforme indi- cao efetuada pela Autoridade Central Estadual. 37. 35 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 1 Se a legislao do pas de acolhida assim o autorizar, admite-se que os pedidos de habilitao adoo internacional sejam intermediados por organismos credenciados. 2 Incumbe Autoridade Central Federal Brasileira o cre- denciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de habilitao adoo internacional, com posterior comunicao s Autoridades Centrais Estaduais e publicao nos rgos oficiais de imprensa e em stio prprio da internet. 3 Somente ser admissvel o credenciamento de organis- mos que: I sejam oriundos de pases que ratificaram a Conven- o de Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central do pas onde estiverem sediados e no pas de acolhida do adotando para atuar em adoo internacional no Brasil; II satisfizerem as condies de integridade moral, competncia profissional, experincia e responsa- bilidade exigidas pelos pases respectivos e pela Au- toridade Central Federal Brasileira; III forem qualificados por seus padres ticos e sua formao e experincia para atuar na rea de ado- o internacional; IV cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamen- to jurdico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira. 4 Os organismos credenciados devero ainda: I perseguir unicamente fins no lucrativos, nas con- dies e dentro dos limites fixados pelas autorida- 38. 36 Srie Legislao des competentes do pas onde estiverem sediados, do pas de acolhida e pela Autoridade Central Fe- deral Brasileira; II ser dirigidos e administrados por pessoas qualifica- das e de reconhecida idoneidade moral, com com- provada formao ou experincia para atuar na rea de adoo internacional, cadastradas pelo Departa- mento de Polcia Federal e aprovadas pela Autorida- de Central Federal Brasileira, mediante publicao de portaria do rgo federal competente; III estar submetidos superviso das autoridades com- petentes do pas onde estiverem sediados e no pas de acolhida, inclusive quanto sua composio, funcionamento e situao financeira; IV apresentar Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, relatrio geral das atividades desenvol- vidas, bem como relatrio de acompanhamento das adoes internacionais efetuadas no perodo, cuja cpia ser encaminhada ao Departamento de Polcia Federal; V enviar relatrio ps-adotivo semestral para a Auto- ridade Central Estadual, com cpia para a Autori- dade Central Federal Brasileira, pelo perodo mni- mo de dois anos. O envio do relatrio ser mantido at a juntada de cpia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do pas de acolhida para o adotado; VI tomar as medidas necessrias para garantir que os adotantes encaminhem Autoridade Central Fede- ral Brasileira cpia da certido de registro de nasci- 39. 37 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio mento estrangeira e do certificado de nacionalida- de to logo lhes sejam concedidos. 5 A no apresentao dos relatrios referidos no 4 deste artigo pelo organismo credenciado poder acar- retar a suspenso de seu credenciamento. 6 O credenciamento de organismo nacional ou estran- geiro encarregado de intermediar pedidos de adoo internacional ter validade de dois anos. 7 A renovao do credenciamento poder ser concedida mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos sessenta dias anteriores ao trmino do respectivo prazo de validade. 8 Antes de transitada em julgado a deciso que conce- deu a adoo internacional, no ser permitida a sada do adotando do territrio nacional. 9 Transitada em julgado a deciso, a autoridade judiciria determinar a expedio de alvar com autorizao de viagem, bem como para obteno de passaporte, cons- tando, obrigatoriamente, as caractersticas da criana ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventu- ais sinais ou traos peculiares, assim como foto recente e a aposio da impresso digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cpia autenticada da de- ciso e certido de trnsito em julgado. 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poder, a qualquer momento, solicitar informaes sobre a situ- ao das crianas e adolescentes adotados. 11. A cobrana de valores por parte dos organismos cre- denciados, que sejam considerados abusivos pela Au- toridade Central Federal Brasileira e que no estejam 40. 38 Srie Legislao devidamente comprovados, causa de seu descreden- ciamento. 12. Uma mesma pessoa ou seu cnjuge no podem ser representados por mais de uma entidade credenciada para atuar na cooperao em adoo internacional. 13. A habilitao de postulante estrangeiro ou domicilia- do fora do Brasil ter validade mxima de um ano, podendo ser renovada. 14. vedado o contato direto de representantes de orga- nismos de adoo, nacionais ou estrangeiros, com di- rigentes de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com crianas e adolescentes em condies de serem adotados, sem a devida autoriza- o judicial. 15. AAutoridadeCentralFederalBrasileirapoderlimitar ou suspender a concesso de novos credenciamentos sempre que julgar necessrio, mediante ato adminis- trativo fundamentado. 64 Art. 52-A. vedado, sob pena de responsabilidade e descreden- ciamento, o repasse de recursos provenientes de orga- nismos estrangeiros encarregados de intermediar pe- didos de adoo internacional a organismos nacionais ou a pessoas fsicas. Pargrafo nico. Eventuais repasses somente podero ser efe- tuados via Fundo dos Direitos da Criana e do Adolescente e estaro sujeitos s deliberaes do respectivo Conselho de Direitos da Criana e do Adolescente. 64 Artigo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 41. 39 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 65 Art. 52-B. A adoo por brasileiro residente no exterior em pas ratificante da Conveno de Haia, cujo processo de adoo tenha sido processado em conformidade com a legislao vigente no pas de residncia e atendido o disposto na alnea c do artigo 17 da referida Con- veno, ser automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil. 1 Caso no tenha sido atendido o disposto na alnea c do artigo 17 da Conveno de Haia, dever a sentena ser homologada pelo Superior Tribunal de Justia. 2 O pretendente brasileiro residente no exterior em pas no ratificante da Conveno de Haia, uma vez rein- gressado no Brasil, dever requerer a homologao da sentena estrangeira pelo Superior Tribunal de Justia. 66 Art. 52-C. Nas adoes internacionais, quando o Brasil for o pas de acolhida, a deciso da autoridade competente do pas de origem da criana ou do adolescente ser co- nhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitao dos pais adotivos, que comunicar o fato Autoridade Central Federal e determinar as providncias necessrias expedio do Certificado de Naturalizao Provisrio. 1 A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministrio Pblico, somente deixar de reconhecer os efeitos da- quela deciso se restar demonstrado que a adoo ma- nifestamente contrria ordem pblica ou no atende ao interesse superior da criana ou do adolescente. 2 Na hiptese de no reconhecimento da adoo, prevista no 1 deste artigo, o Ministrio Pblico dever ime- 65 Artigo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 66 Idem. 42. 40 Srie Legislao diatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da criana ou do adolescente, comunican- do-se as providncias Autoridade Central Estadual, que far a comunicao Autoridade Central Federal Brasileira e Autoridade Central do pas de origem. 67 Art. 52-D. Nas adoes internacionais, quando o Brasil for o pas de acolhida e a adoo no tenha sido deferida no pas de origem porque a sua legislao a delega ao pas de acolhida, ou, ainda, na hiptese de, mesmo com deci- so, a criana ou o adolescente ser oriundo de pas que no tenha aderido Conveno referida, o processo de adoo seguir as regras da adoo nacional. Captulo IV Do Direito Educao, Cultura, ao Esporte e ao Lazer Art. 53. A criana e o adolescente tm direito educao, vi- sando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, prepa- ro para o exerccio da cidadania e qualificao para o trabalho, assegurando-se-lhes: I igualdade de condies para o acesso e permann- cia na escola; II direito de ser respeitado por seus educadores; III direito de contestar critrios avaliativos, podendo recorrer s instncias escolares superiores; IV direito de organizao e participao em entidades estudantis; 67 Artigo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 43. 41 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio V acesso escola pblica e gratuita prxima de sua re- sidncia. Pargrafo nico. direito dos pais ou responsveis ter cin- cia do processo pedaggico, bem como participar da definio das propostas educacionais. Art. 54. dever do Estado assegurar criana e ao adolescente: I ensino fundamental, obrigatrio e gratuito, inclu- sive para os que a ele no tiveram acesso na idade prpria; II progressiva extenso da obrigatoriedade e gratuida- de ao ensino mdio; III atendimento educacional especializado aos porta- dores de deficincia, preferencialmente na rede re- gular de ensino; IV atendimento em creche e pr-escola s crianas de zero a seis anos de idade; V acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pes- quisa e da criao artstica, segundo a capacidade de cada um; VI oferta de ensino noturno regular, adequado s con- dies do adolescente trabalhador; VII atendimento no ensino fundamental, atravs de programas suplementares de material didtico-esco- lar, transporte, alimentao e assistncia sade. 1 O acesso ao ensino obrigatrio e gratuito direito p- blico subjetivo. 44. 42 Srie Legislao 2 O no oferecimento do ensino obrigatrio pelo poder pblico ou sua oferta irregular importa responsabili- dade da autoridade competente. 3 Compete ao poder pblico recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, jun- to aos pais ou responsvel, pela frequncia escola. Art. 55. Os pais ou responsvel tm a obrigao de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamen- tal comunicaro ao Conselho Tutelar os casos de: I maus-tratos envolvendo seus alunos; II reiterao de faltas injustificadas e de evaso esco- lar, esgotados os recursos escolares; III elevados nveis de repetncia. Art. 57. O poder pblico estimular pesquisas, experincias e novas propostas relativas a calendrio, seriao, curr- culo, metodologia, didtica e avaliao, com vistas insero de crianas e adolescentes excludos do ensino fundamental obrigatrio. Art. 58. No processo educacional respeitar-se-o os valores culturais, artsticos e histricos prprios do contexto social da criana e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criao e o acesso s fontes de cultura. Art. 59. Os municpios, com apoio dos estados e da Unio, estimularo e facilitaro a destinao de recursos e espaos para programaes culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infncia e a juventude. 45. 43 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio Captulo V Do Direito Profissionalizao e Proteo no Trabalho 68 Art. 60. proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condio de aprendiz. Art. 61. A proteo ao trabalho dos adolescentes regulada por legislao especial, sem prejuzo do disposto nesta lei. Art. 62. Considera-se aprendizagem a formao tcnico-profis- sional ministrada segundo as diretrizes e bases da legis- lao de educao em vigor. Art. 63. A formao tcnico-profissional obedecer aos seguin- tes princpios: I garantia de acesso e frequncia obrigatria ao ensino regular; II atividade compatvel com o desenvolvimento do ado- lescente; III horrio especial para o exerccio das atividades. 69 Art. 64. Ao adolescente at quatorze anos de idade assegura- da bolsa de aprendizagem. 70 Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, so assegurados os direitos trabalhistas e previdencirios. Art. 66. Ao adolescente portador de deficincia assegurado trabalho protegido. 68 O art. 7, inciso XXXIII, da Constituio, com redao dada pela Emenda Constitucional n 20, de 16-12-1998, assim disciplina o trabalho de menores: proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos. 69 Idem. 70 Idem. 46. 44 Srie Legislao Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa- miliar de trabalho, aluno de escola tcnica, assistido em entidade governamental ou no governamental, vedado trabalho: I noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; II perigoso, insalubre ou penoso; III realizado em locais prejudiciais sua formao e ao seu desenvolvimento fsico, psquico, moral e social; IV realizado em horrios e locais que no permitam a frequncia escola. Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho edu- cativo, sob responsabilidade de entidade governamen- tal ou no governamental sem fins lucrativos, dever assegurar ao adolescente que dele participe condies de capacitao para o exerccio de atividade regular remunerada. 1 Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigncias pedaggicas relativas ao desen- volvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. 2 A remunerao que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participao na venda dos produtos de seu trabalho no desfigura o carter educativo. Art. 69. O adolescente tem direito profissionalizao e pro- teo no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros: 47. 45 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio I respeito condio peculiar de pessoa em desen- volvimento; II capacitao profissional adequada ao mercado de trabalho. Ttulo III Da Preveno Captulo I Disposies Gerais Art. 70. dever de todos prevenir a ocorrncia de ameaa ou violao dos direitos da criana e do adolescente. Art. 71. A criana e o adolescente tm direito a informao, cul- tura, lazer, esportes, diverses, espetculos e produtos e servios que respeitem sua condio peculiar de pessoa em desenvolvimento. Art. 72. As obrigaes previstas nesta lei no excluem da pre- veno especial outras decorrentes dos princpios por ela adotados. Art. 73. A inobservncia das normas de preveno importar em responsabilidade da pessoa fsica ou jurdica, nos termos desta lei. 48. 46 Srie Legislao Captulo II Da Preveno Especial Seo I Da Informao, Cultura, Lazer, Esportes, Diverses e Espetculos Art. 74. O poder pblico, atravs do rgo competente, regu- lar as diverses e espetculos pblicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etrias a que no se recomendem, locais e horrios em que sua apresenta- o se mostre inadequada. Pargrafo nico. Os responsveis pelas diverses e espetculos pblicos devero afixar, em lugar visvel e de fcil acesso, en- trada do local de exibio, informao destacada sobre a natu- reza do espetculo e a faixa etria especificada no certificado de classificao. Art. 75. Toda criana ou adolescente ter acesso s diverses e espetculos pblicos classificados como adequados sua faixa etria. Pargrafo nico. As crianas menores de dez anos somente podero ingressar e permanecer nos locais de apresentao ou exibio quando acompanhadas dos pais ou responsvel. Art. 76. As emissoras de rdio e televiso somente exibiro, no horrio recomendado para o pblico infantojuvenil, programas com finalidades educativas, artsticas, cul- turais e informativas. Pargrafo nico. Nenhum espetculo ser apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificao, antes de sua transmis- so, apresentao ou exibio. 49. 47 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio Art. 77. Os proprietrios, diretores, gerentes e funcionrios de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programao em vdeo cuidaro para que no haja ven- da ou locao em desacordo com a classificao atribu- da pelo rgo competente. Pargrafo nico. As fitas a que alude este artigo devero exi- bir, no invlucro, informao sobre a natureza da obra e a faixa etria a que se destinam. Art. 78. As revistas e publicaes contendo material imprprio ou inadequado a crianas e adolescentes devero ser co- mercializadas em embalagem lacrada, com a advertn- cia de seu contedo. Pargrafo nico. As editoras cuidaro para que as capas que contenham mensagens pornogrficas ou obscenas sejam pro- tegidas com embalagem opaca. Art. 79. As revistas e publicaes destinadas ao pblico infanto- juvenil no podero conter ilustraes, fotografias, legen- das, crnicas ou anncios de bebidas alcolicas, tabaco, armas e munies, e devero respeitar os valores ticos e sociais da pessoa e da famlia. Art. 80. Os responsveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congnere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apos- tas, ainda que eventualmente, cuidaro para que no seja permitida a entrada e a permanncia de crianas e adolescentes no local, afixando aviso para orientao do pblico. 50. 48 Srie Legislao Seo II Dos Produtos e Servios Art. 81. proibida a venda criana ou ao adolescente de: I armas, munies e explosivos; II bebidas alcolicas; III produtos cujos componentes possam causar depen- dncia fsica ou psquica ainda que por utilizao indevida; IV fogos de estampido e de artifcio, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano fsico em caso de utiliza- o indevida; V revistas e publicaes a que alude o art. 78; VI bilhetes lotricos e equivalentes. Art. 82. proibida a hospedagem de criana ou adolescente em hotel, motel, penso ou estabelecimento cong- nere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsvel. Seo III Da Autorizao para Viajar Art. 83. Nenhuma criana poder viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou responsvel, sem expressa autorizao judicial. 1 A autorizao no ser exigida quando: 51. 49 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio a)tratar-se de comarca contgua da residncia da criana, se na mesma unidade da Federao, ou includa na mesma regio metropolitana; b)a criana estiver acompanhada: 1 de ascendente ou colateral maior, at o terceiro grau, comprovado documentalmente o paren- tesco. 2 de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, me ou responsvel. 2 A autoridade judiciria poder, a pedido dos pais ou responsvel, conceder autorizao vlida por dois anos. Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorizao dispensvel, se a criana ou adolescente: I estiver acompanhado de ambos os pais ou respon- svel; II viajar na companhia de um dos pais, autorizado ex- pressamente pelo outro atravs de documento com firma reconhecida. Art. 85. Sem prvia e expressa autorizao judicial, nenhuma criana ou adolescente nascido em territrio nacional po- der sair do pas em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. 52. 50 Srie Legislao LIVRO II P arte E special Ttulo I Da Poltica de Atendimento Captulo I Disposies Gerais Art. 86. A poltica de atendimento dos direitos da criana e do adolescentefar-se-atravsdeumconjuntoarticuladode aes governamentais e no governamentais, da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios. Art. 87. So linhas de ao da poltica de atendimento: I polticas sociais bsicas; II polticas e programas de assistncia social, em car- ter supletivo, para aqueles que deles necessitem; III servios especiais de preveno e atendimento m- dico e psicossocial s vtimas de negligncia, maus- tratos, explorao, abuso, crueldade e opresso; IV servio de identificao e localizao de pais, res- ponsvel, crianas e adolescentes desaparecidos; V proteo jurdico-social por entidades de defesa dos direitos da criana e do adolescente; 53. 51 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 71 VI polticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o perodo de afastamento do convvio fa- miliar e a garantir o efetivo exerccio do direito convivncia familiar de crianas e adolescentes; 72 VII campanhas de estmulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianas e adolescentes afastados do convvio familiar e adoo, especificamente inter- racial, de crianas maiores ou de adolescentes, com necessidades especficas de sade ou com deficin- cias e de grupos de irmos. Art. 88. So diretrizes da poltica de atendimento: I municipalizao do atendimento; II criao de conselhos municipais, estaduais e nacio- nal dos direitos da criana e do adolescente, rgos deliberativos e controladores das aes em todos os nveis, assegurada a participao popular paritria por meio de organizaes representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais; III criao e manuteno de programas especficos, ob- servada a descentralizao poltico-administrativa; IV manuteno de fundos nacional, estaduais e mu- nicipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criana e do adolescente; V integrao operacional de rgos do Judicirio, Ministrio Pblico, Defensoria, Segurana Pblica e Assistncia Social, preferencialmente em um mes- mo local, para efeito de agilizao do atendimento 71 Inciso acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 72 Idem. 54. 52 Srie Legislao inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional; 73 VI integrao operacional de rgos do Judicirio, Ministrio Pblico, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execuo das polticas sociais b- sicas e de assistncia social, para efeito de agilizao do atendimento de crianas e de adolescentes in- seridos em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rpida reintegrao famlia de origem ou, se tal soluo se mostrar comprovadamente invivel, sua colocao em fa- mlia substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta lei; 74 VII mobilizao da opinio pblica para a indispensvel participao dos diversos segmentos da sociedade. Art. 89. A funo de membro do conselho nacional e dos con- selhos estaduais e municipais dos direitos da criana e do adolescente considerada de interesse pblico rele- vante e no ser remunerada. Captulo II Das Entidades de Atendimento Seo I Disposies Gerais Art. 90. As entidades de atendimento so responsveis pela manuteno das prprias unidades, assim como pelo planejamento e execuo de programas de proteo e 73 Inciso com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 74 Inciso acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 55. 53 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio socioeducativos destinados a crianas e adolescentes, em regime de: I orientao e apoio sociofamiliar; II apoio socioeducativo em meio aberto; III colocao familiar; 75 IV acolhimento institucional; V liberdade assistida; VI semiliberdade; VII internao. 76 1 As entidades governamentais e no governamentais devero proceder inscrio de seus programas, espe- cificando os regimes de atendimento, na forma defini- da neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, o qual manter registro das inscries e de suas alteraes, do que far comu- nicao ao Conselho Tutelar e autoridade judiciria. 77 2 Os recursos destinados implementao e manuten- o dos programas relacionados neste artigo sero pre- vistos nas dotaes oramentrias dos rgos pblicos encarregados das reas de Educao, Sade e Assistn- cia Social, dentre outros, observando-se o princpio da prioridade absoluta criana e ao adolescente preco- nizado pelo caput do art. 227 da Constituio Federal e pelo caput e pargrafo nico do art. 4 desta lei. 75 Inciso com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 76 Pargrafo nico renumerado para 1 pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 77 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 56. 54 Srie Legislao 78 3 Os programas em execuo sero reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, no mximo, a cada dois anos, consti- tuindo-se critrios para renovao da autorizao de funcionamento: 79 I o efetivo respeito s regras e princpios desta lei, bem como s resolues relativas modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criana e do Adolescente, em todos os nveis; 80 II a qualidade e eficincia do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministrio Pblico e pela Justia da Infncia e da Juventude; 81 III em se tratando de programas de acolhimento insti- tucional ou familiar, sero considerados os ndices de sucesso na reintegrao familiar ou de adaptao famlia substituta, conforme o caso. Art. 91. As entidades no governamentais somente podero funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, o qual co- municar o registro ao Conselho Tutelar e autoridade judiciria da respectiva localidade. 82 1 Ser negado o registro entidade que: a)no oferea instalaes fsicas em condies ade- quadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurana; 78 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 79 Inciso acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 80 Idem. 81 Idem. 82 Pargrafo nico renumerado para 1 pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 57. 55 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio b)no apresente plano de trabalho compatvel com os princpios desta lei; c)esteja irregularmente constituda; d)tenha em seus quadros pessoas inidneas; 83 e)no se adequar ou deixar de cumprir as resolues e deliberaes relativas modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criana e do Adolescente, em todos os nveis. 84 2 O registro ter validade mxima de quatro anos, ca- bendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Crian- a e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabi- mento de sua renovao, observado o disposto no 1 deste artigo. 85 Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhi- mento familiar ou institucional devero adotar os se- guintes princpios: 86 I preservao dos vnculos familiares e promoo da reintegrao familiar; 87 II integrao em famlia substituta, quando esgota- dos os recursos de manuteno na famlia natural ou extensa; III atendimento personalizado e em pequenos grupos; IV desenvolvimento de atividades em regime de coe- ducao; 83 Alnea acrescida pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 84 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 85 Caput com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 86 Inciso com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 87 Idem. 58. 56 Srie Legislao V no desmembramento de grupos de irmos; VI evitar, sempre que possvel, a transferncia para ou- tras entidades de crianas e adolescentes abrigados; VII participao na vida da comunidade local; VIII preparao gradativa para o desligamento; IX participao de pessoas da comunidade no proces- so educativo. 88 1 O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional equiparado ao guardio, para todos os efeitos de direito. 89 2 Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional remetero autoridade judiciria, no mximo a cada seis meses, re- latrio circunstanciado acerca da situao de cada crian- a ou adolescente acolhido e sua famlia, para fins da reavaliao prevista no 1 do art. 19 desta lei. 90 3 Os entes federados, por intermdio dos Poderes Executivo e Judicirio, promovero conjuntamen- te a permanente qualificao dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucional e destinados colocao familiar de crianas e adolescentes, incluindo mem- bros do Poder Judicirio, Ministrio Pblico e Con- selho Tutelar. 91 4 Salvo determinao em contrrio da autoridade judici- ria competente, as entidades que desenvolvem progra- 88 Pargrafo nico renumerado para 1 pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 89 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 90 Idem. 91 Idem. 59. 57 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio mas de acolhimento familiar ou institucional, se neces- srio com o auxlio do Conselho Tutelar e dos rgos de assistncia social, estimularo o contato da criana ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. 92 5 As entidades que desenvolvem programas de acolhi- mento familiar ou institucional somente podero re- ceber recursos pblicos se comprovado o atendimen- to dos princpios, exigncias e finalidades desta lei. 93 6 O descumprimento das disposies desta lei pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional causa de sua destituio, sem prejuzo da apurao de sua responsa- bilidade administrativa, civil e criminal. 94 Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimen- to institucional podero, em carter excepcional e de urgncia, acolher crianas e adolescentes sem prvia de- terminao da autoridade competente, fazendo comu- nicao do fato em at vinte e quatro horas ao Juiz da Infncia e da Juventude, sob pena de responsabilidade. 95 Pargrafo nico. Recebida a comunicao, a autoridade ju- diciria, ouvido o Ministrio Pblico e se necessrio com o apoio do Conselho Tutelar local, tomar as medidas necess- rias para promover a imediata reintegrao familiar da criana ou do adolescente ou, se por qualquer razo no for isso pos- svel ou recomendvel, para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional ou a famlia substituta, observado o disposto no 2 do art. 101 desta lei. 92 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 93 Idem. 94 Caput com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 95 Pargrafo nico acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 60. 58 Srie Legislao Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internao tm as seguintes obrigaes, entre outras: I observar os direitos e garantias de que so titulares os adolescentes; II no restringir nenhum direito que no tenha sido objeto de restrio na deciso de internao; III oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos; IV preservar a identidade e oferecer ambiente de res- peito e dignidade ao adolescente; V diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservao dos vnculos familiares; VI comunicar autoridade judiciria, periodicamen- te, os casos em que se mostre invivel ou impossvel o reatamento dos vnculos familiares; VII oferecer instalaes fsicas em condies adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurana e os objetos necessrios higiene pessoal; VIII oferecer vesturio e alimentao suficientes e ade- quados faixa etria dos adolescentes atendidos; IX oferecer cuidados mdicos, psicolgicos, odontol- gicos e farmacuticos; X propiciar escolarizao e profissionalizao; XI propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; XII propiciar assistncia religiosa queles que deseja- rem, de acordo com suas crenas; XIII proceder a estudo social e pessoal de cada caso; 61. 59 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio XIV reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo mximo de seis meses, dando cincia dos resulta- dos autoridade competente; XV informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situao processual; XVI comunicar s autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de molstias in- fectocontagiosas; XVII fornecer comprovante de depsito dos pertences dos adolescentes; XVIII manter programas destinados ao apoio e acompa- nhamento de egressos; XIX providenciar os documentos necessrios ao exerc- cio da cidadania queles que no os tiverem; XX manter arquivo de anotaes onde constem data e circunstncias do atendimento, nome do adolescen- te, seus pais ou responsvel, parentes, endereos, sexo, idade, acompanhamento da sua formao, relao de seus pertences e demais dados que pos- sibilitem sua identificao e a individualizao do atendimento. 96 1 Aplicam-se, no que couber, as obrigaes constantes deste artigo s entidades que mantm programas de acolhimento institucional e familiar. 2 No cumprimento das obrigaes a que alude este artigo as entidades utilizaro preferencialmente os recursos da comunidade. 96 Pargrafo com redao pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 62. 60 Srie Legislao Seo II Da Fiscalizao das Entidades Art. 95. As entidades governamentais e no governamentais referidas no art. 90 sero fiscalizadas pelo Judicirio, pelo Ministrio Pblico e pelos Conselhos Tutelares. Art. 96. Os planos de aplicao e as prestaes de contas sero apresentados ao estado ou ao municpio, conforme a origem das dotaes oramentrias. Art. 97. So medidas aplicveis s entidades de atendimento que descumprirem obrigao constante do art. 94, sem prejuzo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos: I s entidades governamentais: a)advertncia; b)afastamento provisrio de seus dirigentes; c)afastamento definitivo de seus dirigentes; d)fechamento de unidade ou interdio de programa. II s entidades no governamentais: a)advertncia; b)suspenso total ou parcial do repasse de verbas p- blicas; c)interdio de unidades ou suspenso de programa; d)cassao do registro. 97 1 Em caso de reiteradas infraes cometidas por entida- des de atendimento, que coloquem em risco os direi- 97 Pargrafo nico renumerado para 1 pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 63. 61 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio tos assegurados nesta lei, dever ser o fato comunicado ao Ministrio Pblico ou representado perante autori- dade judiciria competente para as providncias cab- veis, inclusive suspenso das atividades ou dissoluo da entidade. 98 2 As pessoas jurdicas de direito pblico e as organiza- es no governamentais respondero pelos danos que seus agentes causarem s crianas e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princpios norte- adores das atividades de proteo especfica. Ttulo II Das Medidas de Proteo Captulo I Disposies Gerais Art. 98. As medidas de proteo criana e ao adolescente so aplicveis sempre que os direitos reconhecidos nesta lei forem ameaados ou violados: I por ao ou omisso da sociedade ou do Estado; II por falta, omisso ou abuso dos pais ou responsvel; III em razo de sua conduta. 98 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 64. 62 Srie Legislao Captulo II Das Medidas Especficas de Proteo Art. 99. As medidas previstas neste captulo podero ser aplica- das isolada ou cumulativamente, bem como substitu- das a qualquer tempo. Art. 100. Na aplicao das medidas levar-se-o em conta as neces- sidades pedaggicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vnculos familiares e comunitrios. 99 Pargrafo nico. So tambm princpios que regem a apli- cao das medidas: I condio da criana e do adolescente como sujeitos de direitos: crianas e adolescentes so os titulares dos direitos previstos nesta e em outras leis, bem como na Constituio Federal; II proteo integral e prioritria: a interpretao e apli- cao de toda e qualquer norma contida nesta lei deve ser voltada proteo integral e prioritria dos direitos de que crianas e adolescentes so titulares; III responsabilidade primria e solidria do poder p- blico: a plena efetivao dos direitos assegurados a crianas e a adolescentes por esta lei e pela Cons- tituio Federal, salvo nos casos por esta expressa- mente ressalvados, de responsabilidade primria e solidria das trs esferas de governo, sem prejuzo da municipalizao do atendimento e da possibili- dade da execuo de programas por entidades no governamentais; 99 Pargrafo nico e incisos acrescidos pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 65. 63 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio IV interesse superior da criana e do adolescente: a interveno deve atender prioritariamente aos in- teresses e direitos da criana e do adolescente, sem prejuzo da considerao que for devida a outros interesses legtimos no mbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; V privacidade: a promoo dos direitos e proteo da criana e do adolescente deve ser efetuada no res- peito pela intimidade, direito imagem e reserva da sua vida privada; VI interveno precoce: a interveno das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situao de perigo seja conhecida; VII interveno mnima: a interveno deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituies cuja ao seja indispensvel efetiva promoo dos direi- tos e proteo da criana e do adolescente; VIII proporcionalidade e atualidade: a interveno deve ser a necessria e adequada situao de perigo em que a criana ou o adolescente se encontram no momento em que a deciso tomada; IX responsabilidade parental: a interveno deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus de- veres para com a criana e o adolescente; X prevalncia da famlia: na promoo de direitos e na proteo da criana e do adolescente deve ser dada prevalncia s medidas que os mantenham ou reintegrem na sua famlia natural ou extensa ou, se isto no for possvel, que promovam a sua integra- o em famlia substituta; 66. 64 Srie Legislao XI obrigatoriedade da informao: a criana e o adoles- cente, respeitado seu estgio de desenvolvimento e capacidade de compreenso, seus pais ou responsvel devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a interveno e da forma como esta se processa; XII oitiva obrigatria e participao: a criana e o ado- lescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsvel ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsvel, tm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definio da medida de promoo dos direitos e de proteo, sendo sua opinio devidamente considerada pela autoridade judiciria competente, observado o dis- posto nos 1 e 2 do art. 28 desta lei. Art. 101. Verificada qualquer das hipteses previstas no art. 98, a autoridade competente poder determinar, dentre outras, as seguintes medidas: I encaminhamento aos pais ou responsvel, median- te termo de responsabilidade; II orientao, apoio e acompanhamento temporrios; III matrcula e frequncia obrigatrias em estabeleci- mento oficial de ensino fundamental; IV incluso em programa comunitrio ou oficial de auxlio famlia, criana e ao adolescente; V requisio de tratamento mdico, psicolgico ou psiquitrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; VI incluso em programa oficial ou comunitrio de auxlio, orientao e tratamento a alcolatras e toxicmanos; 67. 65 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 100 VII acolhimento institucional; 101 VIII incluso em programa de acolhimento familiar; 102 IX colocao em famlia substituta. 103 1 O acolhimento institucional e o acolhimento fami- liar so medidas provisrias e excepcionais, utilizveis como forma de transio para reintegrao familiar ou, no sendo esta possvel, para colocao em famlia substituta, no implicando privao de liberdade. 104 2 Sem prejuzo da tomada de medidas emergenciais para proteo de vtimas de violncia ou abuso sexual e das providncias a que alude o art. 130 desta lei, o afasta- mento da criana ou adolescente do convvio familiar de competncia exclusiva da autoridade judiciria e importar na deflagrao, a pedido do Ministrio P- blico ou de quem tenha legtimo interesse, de proce- dimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsvel legal o exerccio do contradit- rio e da ampla defesa. 105 3 Crianas e adolescentes somente podero ser enca- minhados s instituies que executam programas de acolhimento institucional, governamentais ou no, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciria, na qual obrigatoriamente cons- tar, dentre outros: I sua identificao e a qualificao completa de seus pais ou de seu responsvel, se conhecidos; 100 Inciso com redao dada pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 101 Idem. 102 Inciso acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 103 Pargrafo nico renumerado para 1 pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 104 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 105 Idem. 68. 66 Srie Legislao II o endereo de residncia dos pais ou do responsvel, com pontos de referncia; III os nomes de parentes ou de terceiros interessados em t-los sob sua guarda; IV os motivos da retirada ou da no reintegrao ao convvio familiar. 106 4 Imediatamente aps o acolhimento da criana ou do adolescente, a entidade responsvel pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborar um plano individual de atendimento, visando rein- tegrao familiar, ressalvada a existncia de ordem escrita e fundamentada em contrrio de autoridade judiciria competente, caso em que tambm dever contemplar sua colocao em famlia substituta, ob- servadas as regras e princpios desta lei. 107 5 O plano individual ser elaborado sob a responsabi- lidade da equipe tcnica do respectivo programa de atendimento e levar em considerao a opinio da criana ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsvel. 108 6 Constaro do plano individual, dentre outros: I os resultados da avaliao interdisciplinar; II os compromissos assumidos pelos pais ou respon- svel; e III a previso das atividades a serem desenvolvidas com a criana ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsvel, com vista na reintegrao familiar 106 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 107 Idem. 108 Idem. 69. 67 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamen- tada determinao judicial, as providncias a serem tomadas para sua colocao em famlia substituta, sob direta superviso da autoridade judiciria. 109 7 O acolhimento familiar ou institucional ocorrer no local mais prximo residncia dos pais ou do res- ponsvel e, como parte do processo de reintegrao familiar, sempre que identificada a necessidade, a fa- mlia de origem ser includa em programas oficiais de orientao, de apoio e de promoo social, sendo faci- litado e estimulado o contato com a criana ou com o adolescente acolhido. 110 8 Verificada a possibilidade de reintegrao familiar, o responsvel pelo programa de acolhimento familiar ou institucional far imediata comunicao autoridade judiciria, que dar vista ao Ministrio Pblico, pelo prazo de cinco dias, decidindo em igual prazo. 111 9 Em sendo constatada a impossibilidade de reintegra- o da criana ou do adolescente famlia de origem, aps seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitrios de orientao, apoio e promoo social, ser enviado relatrio fundamentado ao Ministrio Pblico, no qual conste a descrio pormenorizada das providncias tomadas e a expressa recomendao, subscrita pelos tcnicos da entidade ou responsveis pela execuo da poltica municipal de garantia do di- reito convivncia familiar, para a destituio do po- der familiar, ou destituio de tutela ou guarda. 109 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 110 Idem. 111 Idem. 70. 68 Srie Legislao 112 10. Recebido o relatrio, o Ministrio Pblico ter o prazo de trinta dias para o ingresso com a ao de destitui- o do poder familiar, salvo se entender necessria a realizao de estudos complementares ou outras pro- vidncias que entender indispensveis ao ajuizamento da demanda. 113 11. A autoridade judiciria manter, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo informaes atu- alizadas sobre as crianas e adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua responsa- bilidade, com informaes pormenorizadas sobre a si- tuao jurdica de cada um, bem como as providncias tomadas para sua reintegrao familiar ou colocao em famlia substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta lei. 114 12. Tero acesso ao cadastro o Ministrio Pblico, o Con- selho Tutelar, o rgo gestor da Assistncia Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criana e do Adolescente e da Assistncia Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementao de polticas pblicas que permitam reduzir o nmero de crianas e adoles- centes afastados do convvio familiar e abreviar o per- odo de permanncia em programa de acolhimento. Art. 102. As medidas de proteo de que trata este captulo sero acompanhadas da regularizao do registro civil. 1 Verificada a inexistncia de registro anterior, o assen- to de nascimento da criana ou adolescente ser feito vista dos elementos disponveis, mediante requisio da autoridade judiciria. 112 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 113 Idem. 114 Idem. 71. 69 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio 2 Os registros e certides necessrios regularizao de que trata este artigo so isentos de multas, custas e emo- lumentos, gozando de absoluta prioridade. 115 3 Caso ainda no definida a paternidade, ser deflagra- do procedimento especfico destinado sua averigua- o, conforme previsto pela Lei n 8.560, de 29 de dezembro de 1992. 116 4 Nas hipteses previstas no 3 deste artigo, dispen- svel o ajuizamento de ao de investigao de pater- nidade pelo Ministrio Pblico se, aps o no com- parecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuda, a criana for encaminhada para adoo. Ttulo III Da Prtica de Ato Infracional Captulo I Disposies Gerais Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contraveno penal. Art. 104. So penalmente inimputveis os menores de dezoito anos, sujeitos s medidas previstas nesta lei. Pargrafo nico. Para os efeitos desta lei, deve ser considerada a idade do adolescente data do fato. 115 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.010, de 3-8-2009. 116 Idem. 72. 70 Srie Legislao Art. 105. Ao ato infracional praticado por criana correspondero as medidas previstas no art. 101. Captulo II Dos Direitos Individuais Art. 106. Nenhum adolescente ser privado de sua liberdade se- no em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciria competente. Pargrafo nico. O adolescente tem direito identificao dos responsveis pela sua apreenso, devendo ser informa- do acerca de seus direitos. Art. 107. A apreenso de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido sero incontinente comunica- dos autoridade judiciria competente e famlia do apreendido ou pessoa por ele indicada. Pargrafo nico. Examinar-se-, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberao imediata. Art. 108. A internao, antes da sentena, pode ser determinada pelo prazo mximo de quarenta e cinco dias. Pargrafo nico. A deciso dever ser fundamentada e base- ar-se em indcios suficientes de autoria e materialidade, de- monstrada a necessidade imperiosa da medida. Art. 109. O adolescente civilmente identificado no ser sub- metido a identificao compulsria pelos rgos po- liciais, de proteo e judiciais, salvo para efeito de confrontao, havendo dvida fundada. 73. 71 Estatuto da Criana e do Adolescente 7 edio Captulo III Das Garantias Processuais Art. 110. Nenhum adolescente ser privado de sua liberdade sem o devido processo legal. Art. 111. So asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias: I pleno e formal conhecimento d