eletiva- eca - estatuto da crianca e adolescente - ano 2012

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Eca – Estatuto da Criança e Adolescente Prof.: Audra Thomaz Bibliografia: 1) Guaraci Viana – 2) Antonio Fernando do Amaral e Silva – artigos disponíveis na internet 3) Tania da Silva Pereira – Um debate interdisciplinar sobre criança e adolescência e o Principio do Melhor Interesse 4) José Faria Tavares – Comentários no Estatuto da Criança e Adolescência 5) Carina Espozato - Direito Penal Juvenil 6) Norbeto Bobbio - A Era dos Direitos 7) Leonardo Boffio – O Cuidado como valor jurídico Rio, 08/08/2012 Tratamento jurídico concedido : - a infância ao longo da história: 1) Século XVI até Código Criminal do Império de 1830; Época da Colonização Ordenações Manoelinas só vigoram em Portugals e não no Brasil, aqui no território nacional eram as Ordenações Filipinas. Em 1930 tinha as penas corporais. As crianças eram tratadas com punho religioso muito forte, dos 17 aos 21 anos poderiam ser aplicadas penas e era de livre arbítrio do julgador ( se diminuísse : características: simplicidade, forma como era cometido o delito, a aparência do menor se o julgador achasse que o menor era um delinquente, levaria a pena máxima) – Livro V das ordenações Filipinas. Abaixo de 17 anos, se verificado se tivesse praticado delito de alta , seria aplicado a pena mais alta, ou teria o livre arbítrio do julgador ou poderia ser julgado na área de direito comum ( seria o código civil). Não tinha idade mínima. 2) Código Criminal do Império de 1830; Adotou-se o critério do discernimento ( o julgador iria verificar se o menor sabia distinguir o que era certo ou errado ). Idade penal: 14 anos. 1

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Page 1: Eletiva- ECA - Estatuto Da Crianca e Adolescente - Ano 2012

Eca – Estatuto da Criança e AdolescenteProf.: Audra Thomaz

Bibliografia:1) Guaraci Viana –

2) Antonio Fernando do Amaral e Silva – artigos disponíveis na internet

3) Tania da Silva Pereira – Um debate interdisciplinar sobre criança e adolescência e o Principio do Melhor Interesse

4) José Faria Tavares – Comentários no Estatuto da Criança e Adolescência

5) Carina Espozato - Direito Penal Juvenil

6) Norbeto Bobbio - A Era dos Direitos

7) Leonardo Boffio – O Cuidado como valor jurídico

Rio, 08/08/2012

Tratamento jurídico concedido :- a infância ao longo da história:

1) Século XVI até Código Criminal do Império de 1830;

Época da ColonizaçãoOrdenações Manoelinas só vigoram em Portugals e não no Brasil, aqui no território nacional eram as Ordenações Filipinas.Em 1930 tinha as penas corporais.As crianças eram tratadas com punho religioso muito forte, dos 17 aos 21 anos poderiam ser aplicadas penas e era de livre arbítrio do julgador ( se diminuísse : características: simplicidade, forma como era cometido o delito, a aparência do menor se o julgador achasse que o menor era um delinquente, levaria a pena máxima) – Livro V das ordenações Filipinas. Abaixo de 17 anos, se verificado se tivesse praticado delito de alta , seria aplicado a pena mais alta, ou teria o livre arbítrio do julgador ou poderia ser julgado na área de direito comum ( seria o código civil). Não tinha idade mínima.

2) Código Criminal do Império de 1830;Adotou-se o critério do discernimento ( o julgador iria verificar se o menor sabia distinguir o que era certo ou errado ).Idade penal: 14 anos.Se o menor tinha discernimento , fosse verificado isto, mandava o menor para as Casas de Correção ( estabelecimentos para tratamento dos menores infratores, ficavam o tempo que o julgador determinasse , mas não poderiam ultrapassar da idade de 17 anos neste local). Se baseou no Código Penal de 1803

3) Código Penal Republicano de 1890; ( Decreto 847)

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Ainda existia o critério do discernimentoIdade penal: 9 anosaté os 9 anos – o menor era inimputável De 9 aos 14 anos – verificar o discernimento, se sim aplicaria a penaVigorava: a repressão, segregação e o castigomenor abandonado ≠ de menor delinquente - mas não era diferenciado

4) 1º Código de Menores de 1927 → Decreto Federal n° 17943-A

Código de Mello Mattos – primeiro no país e primeiro na América Latina. O seu autor ( projeto) foi o primeiro juiz de Menores ( Jose Candido Albuquerque Mello Mattos). Idade penal: 14 anosO autor estabeleceu vários estabelecimentos que tinham como objetivo : a prevenção e assistência da criança.

5) Código Penal de 1940;

Idade Penal: Artigo 228 CRFB/88 – critério meramente biológico

6) 1964 → FUNABEM *( Lei n° 4.513) → FEBEM→FCBIA* ( 1990) → DEGRASE ( 1993) → SINASE ( 2012) – Lei 12994

Funabem – fundação nacional do bem estar do menor.( órgão central)Órgão vinculado a presidência da republica, depois para o ministério da previdência.Objetivo: tentar de forma gradual acabar com a segregação de menores, através de programas educativos ( desenvolver o intelecto).

Em 1990, a Funabem foi transformada em FCBIA ( fundação centro brasileiro para infância e adolescência

Objetivo: acabar com os internatos, com uma visão baseada que o menor é um sujeito de direitos e garantias fundamentais e pessoa em desenvolvimento ( essência do ECA).

Febem - fundação estadual do estar do menor ( ramificação do Funabem)ultimo estado a criar , foi o o Rio Grande do Sul

Degrase ( Departamento Geral de Ações Sócio Educativas)6 estabelecimento de internação16 – medidas sócios educativas Ex.: Instituto Padre Severinowww.ispi.com.br Objetivo: facilitar as medidas sócio educativas do ECA

Sinase ( Sistema Nacional de Atendimento Sócio Educativo )Leis: 12594/2012;12650/2012 (acrescentou o inciso 5 do CP – prescrição) / 12696/2012 – alteração do ECA- Conselho Tutelar

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7) Código Penal de 1969→ não entrou em vigor

Criar retornar com o critério do discernimento, artigo 33Código Penal Militar - artigo 263 ( Decreto 1001/69)Idade Penal : 18 anos ; se tiver 16 anos, e for caracterizado discernimento poderia ser aplicado pena, contudo não foi recepcionado pela Constituição Federal.

8) 2ª Código de Menores 1979 → lei federal n° 6697

Com este código, tratou com a doutrina jurídica da situação irregular Situações Irregulares:

- Falta de assistência e representação legal;- Desvio de Conduta ( menor rico na sociedade que praticava delito);- Pratica de Infração Penal ( ato) ;- Abandono ( não era apenas o familiar, do estado e da sociedade – qualquer falta de assistência )Institui estabelecimentos para o cumprimento destas penas .Quem praticava os atos ( infração penal) : advertência verbal ; encaminhado aos pais ou outro responsável ou pessoa idônea que assinasse termo de compromisso; lar substituto ; internação ( o magistrado tinha o prazo máximo de 2 anos , se o menor completasse a idade de 21 anos e não tivesse sido revogado a internação , este menor ficava sob a jurisdição do magistrado – infinitamente na internação) ; semiliberdade; liberdade assistida. Esse código vigorou até o advento do ECA.

9) Lei n° 8.069/90 (*)→ (*¹) ECA

(*) convenção internacional da ONU sobre Direito das Crianças ( 1989)Traz a criança como pessoa em desenvolvimento (artigo 6º do ECA - norma guia) (*¹) declaração universal sobre os direitos da criança ( 1959)

Oriundo da redação do artigo 227 da Constituição Federal , c/c Lei 8069/90 – artigo 4º e 5º

Artigo 2º do ECACriança – até 12 anos de idade incompletoAdolescente – 12 à 18 anos de idade

O Eca veio com a doutrina jurídica da Proteção Integral , origem é da Inglaterraveio com o Principio do Melhor Interesse .Conflito de interesse o que deve prevalecer é o direito da criança

Livro: Estatuto da Criança e do Adolescente Guilherme Freire de Melo Barros

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Editora: JusPODIVM – 4ª edição.

→Doutrina da proteção integral : a Lei tem o objetivo de tutelar a criança e o adolescente de forma ampla, não se limitando apenas a tratar de medidas repressivas contra seus atos infracionais. Pelo contrário, o Estatuto dispõe sobre direitos dos jovens, formais de auxiliar sua família, tipificação crimes praticados contra o jovem, infrações administrativas, tutela coletiva etc. enfim, por proteção integral deve-se compreender um conjunto amplo de mecanismo jurídicos voltados à tutela da criança e do adolescentes.

Rio, 15/08/2012

→ Normativa Atual do ECA – lei 8069/90

1) Prevalência dos Direitos Fundamentais;

Dignidade da pessoa humana precisa ser preservado ao máximo e o ECA tem como prevalência : questões pedagógicas, protetivas. - Princípio do Melhor Interesse ( artigo 6 ECA) – medida civil ou penal precisa se adequar as condições peculiares da criança;- Princípio da ponderação de interesse – sempre prevalece o interesse da criança e adolescente. - Medidas de proteção – 111 ECA / medidas sócio educativas - 112 ECA

2) parágrafos do artigo 5º da CRFB/88;3)Incidência da doutrina da Proteção Integral e do Princípio do Melhor Interesse;4) medidas de caráter protetivo; 5) oposição ao cunho repressivo e o castigo como melhor solução;

→ Documentos Internacionais Influenciadores:

6) Declaração de Genebra de 1924;Primeiro documento internacional que diz que a criança precisa de proteção em todos os sentidos

7) Declaração Universal dos direitos humanos das Nações Unidas de 1948;Ratificou o que foi dito pela Declaração de Genebra. Proteção da criança .

8) Declaração Universal sobre os Direitos das crianças de 1959;Artigo 3 ECA

9) Pacto São José da Costa Rica, artigo 19 ( Decreto 648/92);Ratificado no Brasil pelo decreto Principio do Melhor interesse da criança – Sociedade e pais responsáveis

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10) Convenção Internacional sobre os direitos das crianças ( Decreto 99710/90 / resolução 33.1) - 1989 ;Brasil aderiu em 1990

11) Regras de BEIJYNG ( Resolução 40.33);

Melhor administração da justiça. Como as crianças devem ser tratadas.Prevê expressamente a questão peculiar de criança e adolescente como pessoa em desenvolvimento Prevenção da delinquência juvenil

12) Regras mínimas das Nações Unidas;

Normas que previam o tratamento já do adolescente privado de liberdade

→ Dos Direitos Fundamentais assegurados 13) Direito à vida e à saúde , artigo 7 ECA;14) Direito ao respeito, dignidade e liberdade – artigo 15 e 16 ECA;

15) Direito a convivência familiar e comunitária – artigos 19 a 24 ECA;Na pratica : pais não podem abondar os filhos

Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3o A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em programas de orientação e auxílio, nos termos do parágrafo único do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil,

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assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

16) Deveres inerentes aos pais – artigo 22 ECA ( guarda/educação/alimentos);

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

17) Carência material – artigo 23 ECA ;

Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de auxílio.

18) Perda do poder familiar - artigo 24 ECA c/c artigo 1635 a 1638 CC/02;

Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: I - pela morte dos pais ou do filho; II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único; III - pela maioridade; IV - pela adoção; V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.

Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro. Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros que casarem ou estabelecerem união estável.

Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha. Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho em abandono; III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;

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IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.

19) Família natural – artigo 25 ECA;

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

20) Família ampliada – artigo 25, §único ECA;Família natural + parentes

21) Colocação em família substituta – artigo 28 ECA; a) guarda ( artigo 33 ECA - §1 §2 §4); b) tutela ( artigo 36 ECA); - artigo 1728 CC c) adoção (artigo 39 ECA) e adoção internacional - artigo 51 ECA; Medida excepcional e irrevogável - sentença constitutiva de adoção, surte efeito após transito em julgado e não cabe recursos. Rompe qualquer vínculo , inclusive assistência material 42§6 ECA

22) Direito ao lazer, cultura – artigo 53 ECA;23) Trabalho – artigos 60 e 62 ECA;

Artigo 70 ECA – prevenção

24) Venda proibida –artigo 81 ECA;25) Lugar proibido – artigo 82 ECA;26) Autorização para viajar – artigo 83 a 85 ECA O ECA é contido de normas pragmáticas – diretrizes de direito, não traz relações concretas. Artigo 06 - Norma guia – preconiza que a criança e adolescente são seres em peculiar desenvolvimento

Rio, 22/08/2012

- Documentário: Justiça - adultos praticando atos infracionais.

- Documentário: Juízo – Maria Augusto Ramos - tratamento em relação aos adolescentes.- 2 pontos extras para P1

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Inicio do documentário : 1) narrativa dos fatos que o menor cometeu, interrogou-o a respeito da veracidade dos fatos. Pedido : para que o menor respondesse em liberdade. mas a juíza enquanto não ouvisse a vítima não iria conceder. Juíza fala a respeito da família e sobre as consequências dos atos, quando se tornar maior as consequências seriam maiores e não importaria com a família. - Descumpriu a medida, estava estudando ( 4ª série). -Tribunal de justiça , vara da infância e juventude Menores chegam para depor : 2) um deles estava no ato com uma arma de fogo ( não estuda, e trabalha como carroceiro) – será internado. Desistência voluntária , pois poderia ter efetuado disparo – parou os atos executórios. - vão para o internato; são postos em situações constrangedoras. ) Menores ( 2 adolescentes) – disseram: que furtaram para alimentar o filho. Já tiveram uma liberdade assistida mas continuaram cometendo o mesmo delito.4) MP : Remissão: haja vista que o ato praticado foi de baixa gravidade. Processo se extingue, e será matriculada em uma escola.Não aceitando, o processo prossegue.A menor prefere continuar internada, porque se voltar pra casa as coisas são piores, posteriormente a menor muda de ideia e prefere aceitar. As condições no qual os menores convivem são precárias. 5) o menor matou o pai dormindo: pois ele batia nele e em sua mãe.

Rio, 29/08/2012

Continuação dos Direitos:1) Artigo 53- direito à educação, cultura, esporte e lazer ;

- Normas contidas no ECA são contidas, auto explicativas

2) artigo 60/62 – trabalho;3) Artigo 70 – prevenção;4) Artigo 81 – proibição de frequentar determinados lugares;5) Artigo 83 a 85 – autorização para viajar;6) Artigos 86 a 87 – políticas de atendimento;

Políticas Públicas

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- Vigência no ECA Leoberto Narciso Brancher

Política de Prevenção Primária

Política de Prevenção Secundária

Política de Prevenção Terciária

Como colocar em prática a política básica não afrontando o princípio da intervenção mínima do direito penal ?

Rio,05/09/2012

ECA –

Novo Paradigma brasileiro de proteção à população juvenil – o cuidado com valor jurídico

→ Cuidado como valor jurídico;

O reflexo da importância do “cuidado” como fator de desenvolvimento humano e social trazido pelas modificações introduzidas pelos diplomas internacionais, sobretudo pelo advento do Estatuto da Criança e Adolescente foram de relevante importância, pois deslocou a visão jurídica da infância como espectador de direito para sujeito de direito.

Assegurados direitos fundamentais e garantias processuais.

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- Política Básica : artigo 4º ECA:

a) Educação;b) Saúde;

c) Habitação;d) Profissionalização;

e) Alimentação;f)Lazer;

Política de Proteção EspecialArtigos 101, 19, 23 §único, 34 ECA

Programas de atendimento e assistência familiar prevenção de

maus-tratos ; programas de drogadição; apoio temporário;

regresso escolar; abrigo

Políticas Sócio educativasArtigos 112 e 129 ECA

Medidas Sócio educativas

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Prevalência doutrina da proteção integral e do principio do melhor interesse- são seres em condição peculiar de desenvolvimento (art 6 ECA ) – detentores de prioridade absoluta.

Substituição da situação irregular pela proteção integral.

→ Estamos longe do ideal, mas um caminho começou a ser trilhado;

Segundo Leonardo (BOFF, 1999, p. 23): o “cuidado” deve ser observado como forma de preservação da essência humana, é neste sentido que aborda o cuidado como critica à nossa civilização agonizante e igualmente como princípio inspirador de um novo paradigma de convivialidade.

Ora, nos dizeres de Boff, vive-se em um mundo em que a falta de cuidado constitui um estigma do nosso tempo o que só poderá levar à degradação;

( súmula 498 – stj – procurar) – respeito ao ato infracional .

→ Enfrenta-se uma crise geral, daí a necessidade de um novo paradigma de convivência baseado no respeito e na preservação.

Corroborando com o elucidado acima Anazeguete Sieiro Paixão ( BOFF, 199, p 34): “mudar os paradigmas é a parte mais desafiante do drama humano. De fato, são muito poucos aqueles que, em sua área de atuação, são capazes de mudar a maneira de ver, entender e agir”.Como adequar características objetivas do estatuto com as características do ser humano?

O caminho para o “salvamento” depende de mudanças de hábitos familiares, institucionais, culturais, políticos, sociais, jurídicos..

→ E qual deverá ser então essa nova ótica? Aquela que se opõe à falta de cuidado, violência em todas as suas formas, descaso, abandono, abuso, agressão, negligência, opressão... Artigo 227 CRFB/88

É neste sentido que se deve pautar o cuidado como valor jurídico acampando multiplicidade de sentidos: buscas, compartilhar, acolher, apontar e estreitar laços, colocar-se à disposição, ouvir, transmitir, sonhar, chegar ao outro, sensibilizar, partilhar, aconselhar, trocar...

Nessa seara de inovações trazidas principalmente pelo ECA em observância aos ditames constitucionais do artigo 227 é que vem construindo o “cuidado” como valor jurídico, não se pode esquecer, segundo as palavras de Caio Mário ( PEREIRA, 1997, o. 79) de que acima do Direito codificado pairam conceitos criadores de uma superlegalidade a que tende irresistivelmente o desejo universal e uma convivência de harmonia e paz.

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A justiça está acima das codificações. Princípio da adequação social. Analise do caso concreto com uma intepretação harmônica pra ver qual

medida melhor se aplica

→ Prima-se o cuidado com valor jurídico pela eficácia da doutrina protetista e em vista da efetividade do princípio do melhor interesse da criança e, outro não pode ser o papel do poder judiciário, neste sentido Josiane Rose Petry ( VERONESE, 1994, p 207);

“À justiça da infância e da juventude está reservado , a partir do advento do

ECA, importante papel na solução de conflitos em torno dos direitos das crianças e dos adolescentes, sempre que esses direitos forem de alguma forma violados ou ameaçados por ação ou omissão da sociedade ou do estado, ou por falta, omissão, o ainda, abuso dos pais ou responsáveis. Desta forma, não havendo um cumprimento adequado dos deveres da família, da sociedade ou do estado, faz-se pertinente o recurso à justiça, a quem compete a resolução do litígio )..._

→ Pode-se afirma que o cuidado como valor jurídico viu seus contornos concretizados com o advento do ECA em que se tem uma verdadeira harmonia de “ente” ( estado, sociedade e família..) pela preservação do sistema de garantias de direitos das crianças e adolescentes.

Um novo olhar ( paradigma) para a realidade da criança e do adolescente. É nesse sentido que há uma mobilização em torno desse novo conceito, em

vista de trazer par ao Direito esta proposta e incluí-la como paradigma no ordenamento jurídico; notadamente em 2008/2009 – sete decisões do TJ de São Paulo e duas do TJ do Rio de Janeiro mencionando o cuidado como valor jurídico a ser observado e preservado, o que demonstra a nova direção a ser seguida.Tempo rege a ação.

Daí a importância de se ter um atendimento como parâmetro no cuidado voltado às propostas pedagógicas ( ou medida terapêutica) aos adolescentes infratores, em que as medidas devem seguir esse panorama do cuidado como valor jurídico, que somente estará sendo colocado em pratica se os pressupostos norteadores previstos no ECA forem observados ao serem aplicados.

Pelas políticas públicas do ECA deve cada medida socioeducativa ser adequada à condição peculiar do infrator.

É corroborando com esse entendimento que Leonardo ( BOFF, 1999, p. 41) se manifesta: “ a ética do cuidado completa a ética da justiça. Elas não se opõem, mas se compõem na construção de uma convivência humana fecunda, dinâmica, sempre aberta a novas relações e carregada de sentimento de solidariedade, afetividade e de amorosidade”.

E é por isso que segundo Leonardo ( BOFF, 1999, p.73) : “ o modo de ser cuidado revela de maneira concreta como é o ser humano”.

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“Nossa cultura, infelizmente, não é das melhores em matéria de cuidado com a infância... O advento do ECA não tem o condão mágico de fazer uma mudança cultural instantânea... Contudo, muito já se tem a comemorar. Hoje a criança [e a matéria obrigatória nas pautas políticas de educação e cultura, nos orçamentos públicos e os conselhos de Direito e Tutelares se aperfeiçoam para melhor cumprirem o seu papel social “ ( Des. Sire Darlan de Oliveira, ex- juíza da Vara da Infância e Juventude, entrevista concedida à Tribunal do Advogado – setembro de 2009, p.28).

O cuidado como valor jurídico deve substituir o chamado “Mito da marginalização” que, tem seu fundamento na criminalização da pobreza e, por consequência, nos discursos criminalizantes que vêm incidindo nos últimos anos orientando erroneamente as intervenções do Poder Público e o comportamento dos setores dominantes na sociedade.

O “abandono” , principalmente, do Estado decorre de sempre haver um olhar de discriminação e não de cuidado, de direitos.

Como resolver a questão? Recrudescer o tratamento repressivo à infância resolve?

Uma coisa é certa o olhar deve mudar: “.. os efeitos pauperizantes do penitenciário não se limitam apenas aos detentos, e seu perímetro de influencia estende-se bem além dos muros, na medida em que a prisão exporta sua pobreza, desestabilizando continuamente as famílias e os bairro.. de modo que o tratamento carcerário da miséria (re)produz sem cessar as condições de sua própria extensão: quanto mais se encarceram pobres, mais estes têm certeza, se não ocorrer nenhum imprevisto, de permanecerem pobres por bastante tempo, e por conseguinte, mais oferecem um alvo cômodo à politica de criminalização da miséria; A gestão penal da insegurança social alimenta-se assim de seu próprio fracasso programado”. ( Loic Wacquant, as prisões .... )

Rio, 12/09/2012

ECA – Lei 8069/90

Modelo Jurídico da Responsabilidade Penal

O ECA pode ser tido pode ser tido como modelo jurídico da responsabilidade, nem por isso deixa-se de prever um sistema penal especial e especifico para os adolescentes, baseado no conceito legal de inimputabilidade , mas o que é inimputabilidade? O Estatuto Penal não estabelece o conceito de imputabilidade, mas somente o de inimputabilidade penal no artigo 27: “Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeito às normas estabelecidas na legislação especial”.

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O Estatuto Penal ratifica preceito constitucional do artigo 228: “ São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.” Assim , as normas estabelecem que os menores de 18 anos de idade são isentos de pena, por presunção absoluta, isto é , não levando-se em conta o critério de “discernimento” no ato da conduta

Sanção penal é gênero, dividida em duas espécies:

a) Pena;Pressuposto : culpabilidade

b) Medida ;b.1) segurança – artigo 96 CP ;b.2) sócio educativa - artigo 112 ECA)

Pressuposto: periculosidade

- Artigo 60 CRFB - procurar ;§4 – modificar apenas para melhorar , não para prejudicar.

A inimputabilidade penal – mantida a inimputabilidade aos 18 anos de idade com a reforma penal de 1984, opção apoiada em critérios de política criminal.

Segundo René Ariel ( DOTTI, 2001, p.43) a inimputabilidade pode ser definida como a “incapacidade de culpa”, ou seja, segundo Francisco Conde ( MUÑOZ, 1988, p.137), se imputabilidade é a capacidade de culpabilidade, é a aptidão para ser culpável e , sendo o carecedor desta capacidade, por não ter maturidade suficiente, não pode ser declarado culpado e, por conseguinte, não pode ser responsável penalmente por seus atos, por mais que sejam típicos e antijurídicos, isto é, por política criminal em razão de presunção legal absoluta, o menor de 18 anos é mentalmente imaturo e, consequentemente , incapaz de culpabilidade, ou melhor, na antiga terminologia adotada antes da reforma penal de 1984, irresponsável penalmente.

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- o único critério utilizado é relacionado a idade (política criminal) , pois a menoridade é um excludente de culpabilidade .

- Responsabilidade penal é específica, pois em momento algum o adolescente ficará “impune” ( impunidade – sem nenhuma sanção penal), pois existe o ECA.

→ ECA modelo de responsabilidade jurídica, pois trás uma legislação especial para tratamento de adolescente infrator – conflito com a lei ( Artigo 103 ECA), e quem incide é o ECA com medidas sócio educativas como forma de sanção penal.

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- antes da reforma, o menor era chamado de ‘irresponsável penalmente. “

A idade, por si só, determina a inimputabilidade brasileira do agente em conflito com a lei.

Inimputabilidade penal não é sinônimo de impunidade, isto é, ausência de responsabilidade penal

Na verdade, no caso de adolescente em conflito com a lei o que se tem é responsabilidade penal especial pela legislação específica.

A punição especial do adolescente em conflito com a lei é através das medidas socioeducativas do artigo 112.

Assim, o adolescente não está isento da responsabilidade penal, na medida em que responde por seus atos de acordo com a legislação específica e especial, isto é , ECA.

A intenção do ECA é adequar a sanção estatal à capacidade de tolerá-la, ou seja, a especial medida é em vista do incompleto desenvolvimento do agente; porém, resultou até hoje na visão social estigmatizada da falta de punição.

É dessa forma que, a delinquência juvenil, que deveria ser tratada como conceito jurídico, é grande parte das vezes concebida como conceito psicopatológico, o que permite que a resposta estatal oscile erroneamente entre os caminhos da indulgencia e da severidade ( TRINDADE, 1996, p.67).

No sistema dualista de sanções – nas lições de Karyna Sposato, a inimputabilidade é o instituto que fundamenta a existência de um sistema dualista de sanções, pois enquanto a pena tem como pressuposto de aplicação a culpabilidade; as medidas destinadas aos adolescentes, assim como as medidas de segurança, tem como pressuposto a periculosidade.

- Artigo 96 CP – olhar.

Assim a culpabilidade e a periculosidade são tidos como os pontos de conexão do atual sistema de reação estatal frente o cometimento de um fato típico e antijurídico, pois o fato típico e antijurídico de um autor culpável dará ensejo à

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– Adolescente como inimputável em relação a presunção legal, não quer dizer que este seja impune, que não sofra sanção penal. A sanção penal é especial e específica, pois é um ser em desenvolvimento biopsicossocial, ou seja, é uma estrutura física, psíquica e social - através de medida.

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imposição de sanção penal, ou melhor, a uma pena; o fato típico e antijurídico de um autor acima ou abaixo da idade estabelecida, porem perigoso, dará lugar à imposição de uma medida. ( SOTOMAYOR, 1996, p. 9)

A dificuldade de afastamento da ideia de repressão pela via do castigo como melhor solução dá-se ao longo da história pelo modelo jurídico da responsabilidade penal adotado.

Segundo acertadamente Zaffaroni, o sistema penal ( BATISTA, 1990,.p.25), se caracteriza pela existência de um controle social punitivo institucionalizado, é nesse diapasão que se construiu ao longo da história em relação à infância e juventude, inclusive, e principalmente no Brasil, um sistema penal repressivo.

- seria mais fácil para sociedade excluir, do que socializar.

O modelo jurídico de responsabilidade penal adotado funciona?

Embora o ECA seja legislação completa e referencia aos demais países, o sistema penal aplicado, principalmente, aos adolescentes , é em muito equivocado, na medida em que sofre demasiada intervenção estatal baseada na errônea aplicação de resposta pautada na periculosidade, o que não isenta sua escamoteada aplicação pratica acertada.

Em conclusão, é por politica criminal a opção de imposição aos adolescentes das medidas socioeducativas que praticaram atos infracionais, haja vista que as condutas são as mesmas praticas por adultos; o que os distingue é a fase desenvolvimento incompleto da personalidade, o que faz justificar a criação e a aplicação de medidas e programas especiais e específicos de responsabilidade penal.

Ressalta-se mais uma vez que, essa opção não se confunde com a descriminalização das condutas quiçá impunidade se praticadas por menores de 18 anos de idade. Na verdade, o que ocorre é sua ‘penalização’ de forma sui generis, ou seja, por maio especial e específico, que são as medidas socioeducativas do artigo, 112.

Rio, 19/09/2012

O aprisionamento é uma das punições mais empregadas no ocidente, porquê?

- Mundialização do capital ( globalização) – livre comércio; - Declínio do Estado do bem-estar social e ascensão do Estado Penal;- Precariedade das relações de trabalho – corrosão das garantias trabalhistas;- Estado mínimo – privatização das estatais;- Diminuição da máquina pública;

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- Redução dos gastos sociais; - Crescimento da pobreza e desigualdade social; - Violência em todas as suas formas : aumento dos níveis de criminalidade e desordem social nas cidades;

Fato é que a recrudescência do aprisionamento – segue sendo a “rainha das penas” ( Thompson, 2001)

A grande questão: Como chegar ao equilíbrio entre o Estado social e o Estado penal?

A violação da lei pelo agente confere ao Estado (ius puniendi) o direito e a obrigação de punir legitimamente. A resposta estatal deve ser proporcional ao ato lesivo praticado, face à ruptura do contrato.

Na seara do adolescente a punição tem cunho pedagógico/terapêutico face a sua condição especial e específica de ser humano em desenvolvimento.

Ius puniendi = Direito objetivo , opositivo – titular é o Estado ( privativo) ; princípio da proporcionalidade.

Pedagógico/terapêutico – caráter educativo – doutrina da proteção integral.

Atuação policial na proteção dos direitos humanos da infância e juventude.

O adolescente deve ser informado de seus direitos e do responsável por sua apreensão: “ cidadão eu sou ( posto/graduação + nome), serviço da área de segurança pública. Você está apreendido por ( falar o ato infracional ou a existência do mandado). Você tem o direito de permanecer calado, tem direito à assistência familiar e à assistência de advogado” – artigo 106 do ECA;

Mas o que é ato infracional? Artigo 103 do ECA - “ Considera-se ato

infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”;

O tratamento penal concedido à criança não é o mesmo do adolescente, pois o artigo 2º do ECA assevera: “ Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade.”

Assim, a criança ou adolescente comete crime? Não. Ao praticarem ato ilícito e antijurídico cometem ato infracional.

Teoria Bipartida – adotada pelo Supremo – ato ilícito

Teoria Tripartido - 39 min

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Qual o tratamento penal concedido às crianças? São as intituladas medidas de proteção do artigo 101 do ECA , conforme estabelece o artigo 105 do aludido diploma legal: “ Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no artigo 101”

Qual o tratamento penal concedido aos adolescentes? São as intituladas medidas socioeducativas do artigo 112 ECA;

Quem informar no ato da apreensão de adolescente? Dispõe o artigo 107 d o ECA: “ A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada”.

O adolescente deve ser algemado? Não. O uso de algemas somente é permitido em caso de justificada necessidade, eis o teor da Súmula vinculante n° 11 do STF ( DOU 22/08/2008): “ Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

Qualquer prejuízo que o estado venha causar, não previsto no ordenamento é passível indenização em face do Estado. 58 min.

Como é realizada a identificação do adolescente? Artigo 109 do ECA: “ o adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.”

Segue regramento constitucional , artigo 5º, LVIII: “ O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”;

Como efetuar a condução correta do adolescente em conflito com a lei? A condução deve ser feito à especializada DPCA- Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente.

Assevera-se o artigo 178 do ECA: “ O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco á sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade”.

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Teoria: conduzido em compartimento separados , mas na pratica são todos juntos.

Índice de criança/adolescente como vitima é quase 10 vezes maior do que adolescente ou criança com conflito com a lei.

E em caso de vítimas de violência? Deve haver uma avaliação do ambiente para averiguar a possibilidade de repetição de atos;

A averiguação in locu é importante para colher informações de : quem é o possível agressor, grau de intimidade com a vítima, ser caso de reincidência, utilização de substancias que tirem capacidade de discernimento, utilização de armas de fogo ou branca, eventuais ameaças de lesão, morte...

É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar com absoluta prioridade seus direitos; mas, o que são direitos humanos?

A socióloga Lynn Hunt em “ A invenção dos direitos humanos – Uma história relata tendo como pano de fundo nas declarações de independência americana ( 1779), na França pré-revolucionária ( 1789) e na declaração Universal dos direitos humanos ( 1948) que, a igualdade é idéia nova na história da humanidade.

Hunt destaca que foi necessário construir uma nova sensibilidade para tornar a idéia possível, pois os direitos humanos somente aparecem no horizonte da causa concreta quando o cidadão abandona o horizonte de uma vida tradicional e se torna capaz de enxergar o outro e sofrer com suas injustiças, mesmo que ocorram a milhares de distancia, mas machucam e fazem sofrer porque podem ser imaginadas.

Daí a analise na obra dos impactos sociais causados pela literatura dos romances populares, o que ocasionava nos leitores o sentimento da mesma emoção interna vivia pelos personagens.

“Conhecemos o significado dos direitos humanos porque nos afligimos quando são violados” ( HUNT, 2009, p.216).

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