direito civil iv - 2º bimestre

DIREITO CIVIL IV (DIREITO DAS COISAS) 2 BIMESTRE 1

28/04/2014 Aes Possessrias, Autotutela e Heterotutela

O Estado permite em alguns casos fazer justia com as prprias mos. Na autotutela, o possuidor pode em

determinadas situaes realizar a proteo a possessria, defendendo o bem possudo quando este bem

estiver sendo atacado quando estiver na iminncia de ser atacado ainda quando este bem j foi atacado, j foi

perdida a posse o possuidor pode tomar a posse, mas deve ser rpido.

Art. 1.210 CC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbao, restitudo no de

esbulho, e segurado de violncia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

1 O possuidor turbado, ou esbulhado, poder manter-se ou restituir-se por sua prpria fora, contanto

que o faa logo; os atos de defesa, ou de desforo, no podem ir alm do indispensvel manuteno, ou

restituio da posse.

2 No obsta manuteno ou reintegrao na posse a alegao de propriedade, ou de outro direito

sobre a coisa.

A ameaa, a turbao e o esbulho justificam a autotutela prevista no par. 1 do artigo 1.210 do CC. Na

autotutela o poder pblico concede ao possuidor o poder de fazer justia comas prprias mos sem recorrer

ao judicirio por falta de tempo, tempo demais para se tentar fazer a defesa da posse.

Art. 1.210 par. 1 serve para quem estiver ameaado, turbado em sua posse,bem no caso de esbulho da

posse. O legislador vai exigir na autotutela, no caso da posse ser atacada,turbada ou na iminncia de o ser, a

autotutela ser sempre autorizada, j no caso de esbulho o direito permite tambm que ele haja de forma

rpida, a lei exige que o desforo imediato do possuidor ocorra logo.

O que e fazer logo? Expresso vaga cabe ao poder judicirio resolver caso a caso se esse desforo foi

realizado como logo ou no, vai depender do caso concreto, se por acaso passar a fase do logo e o antigo

possuidor resolver fazer justia com as prprias mos ser crime. Exerccio arbitrrio das prprias razes.

Logo aps significa j estar pacificado, e permitido o uso da autotutela, logo aps a cincia que ocorreu o

esbulho, logo que o possuidor tiver noticia da ocupao.

Para que aja a utilizao da autotutela lcita preciso que os meios empregados sejam proporcionais

ofensa, a ameaa, a turbao ou ao esbulho cometido. Tem que repelir esta injusta ameaa de invaso de

forma proporcional. A autotutela s ser licita se houver a utilizao moderada dos meios necessrios, no

podendo haver excesso. A verificao da existncia ou no de excesso passa pela anlise da

proporcionalidade entre os meios empregados pelo ofendido e a conduta realizada pelo ofensor.

Autotutela conferida pelo direito do possuidor. E o caseiro mero detentor que est na propriedade rural e

presencia uma invaso, uma turbao posse,ele pode exercer a reao de posse do patro? Pode sim, j que

umas das funes inerentes sua funo exatamente defender a posse de seu patro.

Em caso de turbao ou ameaa (invadindo a propriedade) admite-se a autotutela ou legtima defesa

realizada tanto pelo possuidor quanto por terceiros, mesmo sem o conhecimento do proprietrio. No caso de

esbulho, posse tomada,o desforo imediato,a tentativa de retomar a posse tem que ser organizada pelo

prprio possuidor. Pode no ir sozinho mas deve partir dele a autotutela.

O que ameaa, turbao e esbulho?

Ameaa so meros indcios do que a posse pode ser tomada.

Turbao o meio termo, j esto sendo praticados atos concretos contra a posse mas o possuidor ainda tem a posse, os invasores esto dentro dos limites da propriedade.

Esbulho ocorre quando j h tomada da posse pelos invasores, aquela pessoa que possui um bem que age como se fosse dono, o direito tem o interesse de ter aquela pessoa na posse. A lei ento d

direitos ao possuidor em defender sua posse pela autotutela, assim como o caseiro como sendo

mero detentor da posse pode fazer esse desforo para evitar a invaso.

Ocorre tambm no campo do direito penal como por exemplo, legitima defesa de terceiros, uma

extenso para a esfera civil.

Desforo imediato para esbulho posse j tomada.

Na turbao, existe a prtica de algum ato material contrrio posse, porm ainda no h a perda da

posse, se agride a posse mas no chega a ser concretizar o esbulho, exemplo, derrubada de cercas da

propriedade para facilitar a invaso.

No esbulho ocorre a perda total ou parcial da posse, exemplo: os invasores j tomaram o imvel e j

esto com sua posse.

Na ameaa h fortes indcios de que a posse ser turbada ou esbulhada exemplo: informaes de que um

grupo de pessoas marcham em direo a um determinado imvel para invadir.

Quando existe uma ameaa ou j existem atos materiais contra a posse, pode-se realizar a autotutela, j

passada a ameaa e j perdida a posse que pode fazer o desforo imediato desde que seja logo, passado o

logo no pode fazer justia com as prprias mos, o possuidor dever fazer uso da heterotutela, realizada


atravs das chamadas aes possessrias ou interditos possessrios.

No Brasil, s existem trs tipos de aes possessrias no caso de ter ocorrido esbulho j houve a perda da

posse o caminho a seguir e utilizar a ao chamada ao de reintegrao de posse.

Quando houver s a turbao ao de manuteno de posse.

Quando houver apenas ameaa o direito tambm confere ao possuidor usar o mecanismo chamado

interdito proibitrio. Essas trs so as nicas aes possessrias que existem no nosso pas a chamada

heterotutela. Ex, voc esta na sua propriedade e recebe a noticia que houve turbao da sua posse o que

fazer? muito difcil no caso concreto a pessoa saber qual o estgio dessa tomada da posse. Existe a

fungibilidade dos interditos possessrios, que significa que a propositura de uma ao por outra, no ser

caso de indeferimento se entrar com uma ao ao invs de outra que seria o correto para o estgio da tomada

da posse, independente de como ter sido o pedido do possuidor, depois que comeou o ato, no da para saber

se a posse j foi perdida, se existe somente ameaa ou turbao.

O direito reconhece essa realidade ftica, muito difcil descobrir, por isso se estabeleceu a regra da

fungibilidade recursal, art. 920 do CPC.

Art. 920 - CPC- A propositura de uma ao possessria em vez de outra no obstar a que o juiz conhea

do pedido e outorgue a proteo legal correspondente quela, cujos requisitos estejam provados.

Se entrou com ao de reintegrao de posse e o juiz v que houve turbao, ele poder dar reintegrao

da posse de acordo com a situao de fato diferente do pedido formulado pelo autor.

Quem no o dono da propriedade, ou seja, o verdadeiro proprietrio, no poder entrar com ao

possessria, ela inerente ao possuidor. O locador por exemplo, no poder entrar com possessria, somente

o proprietrio que no caso, tem a posse indireta.

Ao possessria se discute posse, o possuidor direto no poder discut-la no caso do locador, posse e

propriedade no so iguais.

E possvel que o autor de uma ao possessria mencione na petio inicial ter ocorrido turbao de sua

posse por conseqncia fazer um pedido de manuteno da posse, durante o curso do processo o juiz pode

constatar que aqueles fatos descritos na inicial como sendo de turbao no passam de mero receio,

decidindo ento por conceder um mandado proibitrio ao invs de uma ordem de manuteno de posse.

Possibilidade de cumulao de pedidos nas aes possessrias

Esta prevista no art. 921 do CPC.

Art. 921 - lcito ao autor cumular ao pedido possessrio o de:

I - condenao em perdas e danos;

Il - cominao de pena para caso de nova turbao ou esbulho;

III - desfazimento de construo ou plantao feita em detrimento de sua posse.

permitido ao autor da possessria cumular ao pedido possessrio os seguintes pedidos:

Condenao em perdas e danos;

Desfazimento de construo ou plantao;

Multa cominatria, de carter preventivo e que objetiva evitar novas invases. (essa multa no se confunde com as Astreintes) multa diria com carter sancionatria. Essa multa um valor fixo.

Nas aes possessrias admite que pode ser colocado no plo passivo pessoa indeterminadas no caso de

ameaa, esbulho ou turbao.

Esses trs pedidos podem ser cumulados em pedidos possessrios. No total so quatro que podem ser

cumulados na petio. Desde que a ao possessria seja intentada em um ano e um dia depois de ocorrido a

turbao, o esbulho, pode intentar a ao de forca nova, passado mais de um ano e um dia, ser ao de fora

velha, no d direito a liminar como ocorre na posse de fora nova.

E possvel que haja liminar na fora velha atravs da antecipao da tutela, mas difcil o juiz conceder.

Caracterstica da ao possessria

Segunda caracterstica, so aes de natureza dplice, so aquelas que no admitem reconveno art. 922

do CPC.

Art. 922 - lcito ao ru, na contestao, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteo

possessria e a indenizao pelos prejuzos resultantes da turbao ou do esbulho cometido pelo autor.

Ao dplice aquela em que as posies de autor e ru no processo se confundem, sendo que por essa

razo no poder o ru ingressar com reconveno, porem na prpria pea contestatria poder ele pedir


proteo possessria e indenizao por perdas e danos.

12/05/2014

EXCEO DE DOMNIO

A ao possessria ao de quem tem posse, do possuidor, aquele que teve sua posse atacada que pode

manejar a ao possessria.

A ao para reaver propriedade ao reivindicatria, do proprietrio, o possuidor pode se valer da ao

possessria.

Art. 923 do cdigo de processo civil, na pendncia de uma ao que se discute posse proibido assim ao

autor como o ru intentar ao de reconhecimento de domnio. Ex. Bem imvel onde A o possuidor e B

proprietrio, B ao invs de ingressar com reivindicatria em face de A, ele vai l e invade o terreno. O A tem

ao possessria, poder ingressar com essa ao.

Art. 923 - Na pendncia do processo possessrio, defeso, assim ao autor como ao ru, intentar a ao

de reconhecimento do domnio.

Art. 1.210. CC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbao, restitudo no de

esbulho, e segurado de violncia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

1 O possuidor turbado, ou esbulhado, poder manter-se ou restituir-se por sua prpria fora, contanto

que o faa logo; os atos de defesa, ou de desforo, no podem ir alm do indispensvel manuteno, ou

restituio da posse.

2 No obsta manuteno ou reintegrao na posse a alegao de propriedade, ou de outro direito

sobre a coisa.

O julgamento da posse no pode ser distorcido pela mera invocao da propriedade. Se no exemplo, B

quiser reaver seu bem em relao a A, o proprietrio dever entrar com a ao reivindicatria.

A ao possessria muito rpida, tem concesso de liminar. Em caso de esbulho, turbao ou ameaa o

possuidor dever usar esses remdios para proteger sua posse.

A reivindicatria demora mais tempo para produzir resultado na vida do proprietrio.

Via de regra, vai ser julgado sem liminar esse tipo de ao.

A ao possessria de fora nova tem liminar, a reivindicatria no tem.

No adianta alegar em defesa de possessria a propriedade, serve para quem tem posse, no proprietrio,

a ao que ele tem de reaver a coisa a ao reivindicatria.

No se admite a exceo de domnio como defesa na ao possessria.

Obs. Se fosse permitida a exceo de domnio como defesa na possessria bastaria que o proprietrio

tomasse a fora a coisa e quando sofresse a ao possessria por parte do esbulhado alegasse domnio em sua

defesa, se o direito admitisse isso, ocorreria o estmulo a justia privada.

Observaes finais sobre ao possessria

- foro competente para processar e julgar ao possessria depende do tipo de bem, para bens imveis,

foro competente o foro da situao da coisa, se o imvel est localizado em jacarezinho, o foro competente

ser esta cidade.

Se for bem mvel, o foro competente o foro do domiclio do ru.

- a petio inicial da ao possessria deve observncia aos requisitos do artigo 282 do CPC. Com algumas

tolerncias, o autor de uma ao possessria o possuidor, algum certo, o ru quem invadiu ou quase est

invadindo ou ameaa invadir, o ru pode ser indeterminado. O plo passivo pode ser incerto ou

indeterminado, ser a citao por edital, quando o ru conhecido, ser qualificado.

Na ao possessria deve ser plenamente descrito e individualizado o bem, a coisa, seno estiver escrito o

juiz manda emendar, s persistir vai indeferir a petio.

- a ao possessria de fora nova e fora velha.

Fora nova: a ao em que o esbulho, turbao ou ameaa nela descrito tiver ocorrido

At 1 ano e 1 dia atrs, extremamente clere, corre por rito especial, com possibilidade de concesso de

liminar, s pelo fato de esbulho, ameaa ou turbao de 1 dia j confere a liminar.

Fora velha: quando o esbulho, turbao ou ameaa tiver ocorrido h mais de 1 ano e 1 dia u mais. Essa

ao corre pelo rito ordinrio, sem concesso de liminar. Pode pleitear tutela antecipada, mas difcil

conseguir.

1 - O principal efeito da posse a proteo possessria atravs dos interditos possessrios.


OUTROS EFEITOS DA POSSE

2 - Um segundo efeito da posse - o direito percepo dos frutos da coisa.

Quem tem posse em direito a perceber os frutos produzidos pela coisa, pelos bens.

Frutos so utilidades produzidas pela coisa cuja percepo se d sem que haja detrimento da substncia da

coisa. Ex: tem uma posse onde tem um fruto caf, colher o fruto do caf no altera a substncia da coisa.

Outro ex: aluga um bem, os aluguis so os frutos civis da coisa, no altera a coisa.

Exemplo: colheitas, crias de animais, produo das fbricas, juros, aluguis, etc.

Art. 1.214 do CC - ento afirma que o possuidor de boa-f tem direito aos frutos percebidos.

Art. 1.214. O possuidor de boa-f tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.

Pargrafo nico. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-f devem ser restitudos, depois de

deduzidas as despesas da produo e custeio; devem ser tambm restitudos os frutos colhidos com

antecipao.

E os frutos colhidos antecipadamente?

O que o legislador quis proteger, foi o possuidor de boa-f que tem direito aos frutos e o possuidor de m-

f no tem direito, deve restitu-los.

Quando o possuidor for de m-f a situao diferente art. 1.216 do CC - responde por todos os frutos

colhidos e percebidos.

Art. 1.216. O possuidor de m-f responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos

que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de m-f; tem direito s

despesas da produo e custeio.

3 - direito a indenizao das benfeitorias.

As Benfeitorias so teis, necessrias e volupturias.

- Possuidor de boa-f: tem direito s benfeitorias necessrias e teis devero ser indenizadas ao

possuidor de boa-f, em relao s volupturias poder levant-las desde que seja possvel, ou seja, poder

lev-la consigo.

- Possuidor de m f: s ser ressarcido sobre o valor que tiver gasto para a execuo das benfeitorias

necessrias; as teis e as volupturias so perdidas por ele sem qualquer direito a indenizao.

Esse possuidor de m-f em relao s benfeitorias necessrias pode ser ressarcido pelo valor que foi

gasto ou pelo valor atual? A escolha cabe ao reivindicante, se vai ser pelo valor atual ou que gastou.

4 - efeito da posse - responsabilidade pela deteriorizao ou perda da coisa. Art. 1.217

Art. 1.217. O possuidor de boa-f no responde pela perda ou deteriorao da coisa, a que no der

causa.

Se o possuidor de boa-f ele no responde pela perda ou deteriorizao a que no der causa, ou seja, se

causar perda ou deteriorao por ele, vai responder, se no der causa, no responde.

Se possuidor de m-f, responde por perda ou deteriorizao mesmo se decorrentes de caso fortuito ou

fora maior. Ex. Caiu m raio e deteriorou a coisa vai ter que responder.

A nica possibilidade do possuidor de m-f escapar a esta responsabilidade se demonstrar que os fatos

se verificariam da mesma forma caso estivessem na regular posse do reivindicante. O objetivo do cdigo

colocar o possuidor de m-f em uma situao difcil para aprender.

5 - o possuidor pode vi a adquirir a propriedade da coisa pela usucapio, posse que se prolongou no

tempo.

6 - a posio no processo do possuidor mais favorvel (o nus da prova cabe ao adversrio do

possuidor.

DA PROPRIEDADE

A raiz histrica do instituto do direito da propriedade remonta poca do direito romano, nos primrdios

em Roma a propriedade era tido como propriedade da polis, das cidades, era entendida como algo coletivo,

do grupo houve uma evoluo e comeou a conceber a propriedade como do grupo familiar na figura do

pater familias, quem geria esse patrimnio em nome desse grupo familiar.

Mas depois, comea a ter comutaes privadas, a propriedade comeou a ser valorada e foi evoluindo ao

longo do tempo.

Na Idade Mdia a propriedade teve grande importncia, exemplo, os feudos, as grandes navegaes,

descobrimento de territrios, as capitanias que passaram para propriedades de determinadas pessoas, mas que


com o passar do tempo foram subdivididas at chegar como est hoje e no mundo atual, a propriedade

privada hoje, a mais difundida no mundo, confere poderes ao titular de um conjunto ou domnio de bens.

Poder pblico propriedade mas numa gama bem menor em relao aos privados.

Esse conceito de propriedade no absoluta em todas as suas dimenses, a maior parte dos pases do

mundo respeitam os direitos coletivos e no Brasil art. 5 da CF trata a propriedade como algo particular,

individual desde que respeite a funo social, art. 22 e 23 da CF.

Os bens de uma forma geral como objeto de direito de propriedade deve ter uma utilizao voltada a

atender a necessidade scio-econmico, a funo social da propriedade est ligada ao exerccio de direito e

propriedade, que no absoluto nem ilimitado, tenho que dar a minha propriedade na funo social, no tem

que trazer vantagens apenas para mim, mas para toda a coletividade, gerando respeito ao meio ambiente

equilibrado.

Por isso com alguns autores renomados que defendem esse posicionamento, a propriedade um direito

bifronte, duas fontes fundamentais, uma face voltada para o individuo, dono da propriedade, outra voltada

para a sociedade.

Deve haver uso adequado da propriedade que assim ser plena e no haver sua perda, passa a ser vista

como direito-dever, ao mesmo tempo que ela me angaria possibilidades como dono, ela tambm me impe

obrigaes de exerccio social dessa propriedade.

FUNDAMENTOS LEGAIS DO DIREITO DE PROPRIEDADE

Art. 1.218. O possuidor de m-f responde pela perda, ou deteriorao da coisa, ainda que acidentais,

salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.

O Cdigo Civil de 2002 no trouxe um conceito de direito de propriedade, ele acabou explicando

enunciando quais so os poderes inerentes propriedade.

Dentre esses poderes do proprietrio se faz meno ao jus utendi, jus famendi, jus abutendi, usar, gozar,

dispor ou direito de buscar a coisa nas mos de quem injustamente a detm (sequela).

Quando vou utilizar o direito de sequela vou fazer o uso da ao reivindicatria, no domnio.

O direito de propriedade o mais ampla direito de senhorio sobre uma coisa, o poder mximo, a

plenitude do direito sobre uma coisa, um bem.

Propriedade a mesma coisa que domnio.

PROPRIEDADE o direito que a pessoa fsica ou jurdica tem dentro dos limites da lei, de usar, gozar e

dispor de um bem, bem como de reivindic-lo das mos de quem injustamente o detm.

19/05/14

Direitos:

- Usar;

- Gozar;

- Dispor;

Reivindicar: direito de sequela

No nosso cdigo de 1916, a propriedade era considerada direito absoluto, numa sociedade rural, coronelista,

machista, onde o poder do dinheiro estava devidamente protegido. Se a gente pegar o conceito de

propriedade do cdigo atual j moldado nos termos da CF de 88, a propriedade hoje entendida como algo

que gere beneficio para o titular bem como para coletividade.

O proprietrio tem o direto de usar, gozar e dispor e de reaver a coisa das mos que a injustamente o detm.

Usar o direito que o titular da propriedade tem de tirar da coisa todos os servios que ela pode prestar, todas

as utilidades que ela possa realizar sem que haja modificao de sua essncia. No apenas tirar vantagem

da coisa mas tambm ter a coisa a sua disposio.

Ex. uma casa, o direito de propriedade com poder de suar significa habitar, morar na casa, fazer uso

residencial.

O segundo poder inerente ao domnio o direito de gozar ou jus fruendi, o direito frui de aproveitar da coisa.

Esse um direito que se realiza com a percepo dos frutos da coisa, frutus civis ou frutos naturais. Direito

de gozar significa a possibilidade de retirar da coisa seus frutos e rendimentos. Art. 1232 CC.

Ex. uma casa, o direito de gozar significa aluga-la, colher os frutos civis decorrentes.

Terceiro direito, direito de dispor, jus abutendi, este a mais viva expresso do direito de propriedade, a

forma mais clara de enxergar o direito de propriedade. Se algum tem posse sobre determinado bem, pessoa

pode ate usar e gozar da coisa, mas no poder dispor. Quem tem o poder dispor da coisa se revela muito


mais dono do que aquele que a usa ou frui. Dentro do poder de dispor esta no s o poder de alienar, como

tambm o direito de destruir a coisa, desde que isso no desrespeite o princpio da funo social da

propriedade.

Ainda temos a reivindicatio ou poder de reivindicar, significa a possibilidade que o dono tem de ir buscar a

coisa nas mos de quem injustamente a detenha, para retom-la. Ao que o possuidor tem ao

possessria. A ao que o dono tem reivindicatria, decorrncia direta do direito de sequela, ela tem coo

causa de pedir a propriedade. Ao reivindicatria a inicial deve ser instruda de certido do cartrio do

Registro imobilirio, para demonstrar para o juiz que o autor efetivamente o titular do domnio.

Das formas de aquisio da propriedade:

- Aquisio originria

- Aquisio derivada

Aquisio da propriedade imvel:

O que precisa ou que de forma nasce o direito de propriedade? O domnio efetivamente sobre a coisa?

O direito de propriedade um direito subjetivo padro tendo em vista que confere ao seu titular um conjunto

de direitos garantido por vrios tipos de proteo. assegurado pela CF o direito de propriedade. O cdigo

civil desenvolve e da caractersticas ao direito de propriedade. O direito processual civil elenca as acoes

defensivas, ou seja, prev os remdios processuais para se defender a propriedade. O direito penal pune os

atentados contra a propriedade. O direito administrativo regra e impe limites de vrias ordens ao direito de

propriedade. Quanto a sua procedncia, a propriedade pode ser de dois tipos diferentes, originaria e por

aquisio derivada.

Aquisio originria ocorre quando algum, num determinado momento, torna-se dono de uma coisa que

jamais tenha sido propriedade de outrem. Ou ainda, sem que ocorra a transmisso ou transferncia da

propriedade por outrem. Em relao a bens mveis, podem ser citados como exemplo, a compra de produtos

industrializados, quem primeiro adquire. Para bens imveis, hoje uma aquisio originria ocorre por meio

da usucapio (h abertura de uma nova matricula).

Aquisio derivada aquisio que se transfere a propriedade de um anterior proprietrio. A ideia

predominante a ideia de transmisso.

FORMAS DE AQUISIO DA PROPRIEDADE IMVEL:

1) Pela transcrio do ttulo de transferncia no cartrio de registro imobilirio; 2) Pela acesso; 3) Pela usucapio; 4) Pelo direito hereditrio (direito das sucesses);

Art. 1.238 e seguintes.

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupo, nem oposio, possuir como seu um imvel,

adquire-lhe a propriedade, independentemente de ttulo e boa-f; podendo requerer ao juiz que assim o

declare por sentena, a qual servir de ttulo para o registro no Cartrio de

Registro de Imveis.

Pargrafo nico. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se- a dez anos se o possuidor houver estabelecido

no imvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou servios de carter produtivo.

Art. 1.239. Aquele que, no sendo proprietrio de imvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos

ininterruptos, sem oposio, rea de terra em zona rural no superior a cinqenta hectares, tornando-a

produtiva por seu trabalho ou de sua famlia, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe- a propriedade.

Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, rea urbana de at duzentos e cinqenta metros quadrados, por

cinco anos ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe-

o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural.

1 O ttulo de domnio e a concesso de uso sero conferidos ao homem ou mulher, ou a ambos,

independentemente do estado civil.

2 O direito previsto no pargrafo antecedente no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

Art. 1.241. Poder o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapio, a propriedade

imvel.

Pargrafo nico. A declarao obtida na forma deste artigo constituir ttulo hbil para o registro no Cartrio

de Registro de Imveis.

Art. 1.242. Adquire tambm a propriedade do imvel aquele que, contnua e incontestadamente, com justo

ttulo e boa-f, o possuir por dez anos.

Pargrafo nico. Ser de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imvel houver sido adquirido,

onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartrio, cancelada posteriormente, desde que os


possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e

econmico.

Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar

sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contnuas, pacficas e, nos casos do

art. 1.242, com justo ttulo e de boa-f.

Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obstam, suspendem

ou interrompem a prescrio, as quais tambm se aplicam usucapio.

*Esse rol no um rol taxativo, porque existem outros que podemos encontrar espalhados pelo CC e

ordenamento jurdico. P. ex. casamento em comunho universal de bens.

1) Registro no Cartrio de registro de imveis:

Previsto a partir do artigo 1.245 do CC, que diz:

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do ttulo translativo no Registro de

Imveis.

1 Enquanto no se registrar o ttulo translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imvel.

2 Enquanto no se promover, por meio de ao prpria, a decretao de invalidade do registro, e o

respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imvel.

Essa transferncia uma aquisio que se opera por ato inter vivos. No direito brasileiro um mero contrato

de compra e venda de imvel no transfere propriedade, gera to somente direito pessoal entre os

contratantes, ou seja, um pode cobrar do outro, no opera efeito contra terceiros e no gera propriedade. O

contrato no registrado no cartrio de imveis no gera o direito real, mas apenas direito pessoal. Uma vez

efetivado o registro, presume-se (juris tantum / relativa) que o adquirente efetivamente o novo titular do

bem imvel. Ainda, a data da transferncia da propriedade a data da apresentao do ttulo para registro

imobilirio, mesmo que entre a data da apresentao (prenotao) e o efetivo registro, tenha decorrido algum

tempo. O registro, no CRI gera no Brasil presuno Juris tantum acerca da propriedade, mesmo voc

registrando no CRI gera uma presuno relativa de sua propriedade, p. ex. por ser um ttulo falso.

- Princpios que regem o registro imobilirio no Brasil:

A doutrina elenca 4 cartrios de registro civil no Brasil: registro civil de pessoas naturais, cartrio de registro

das pessoas jurdicas (registro dos estatutos das pessoa jurdicas exceto sociedades comerciais), cartrio de

registro de ttulos e documentos (Tabelionato - que serve para registrar qualquer documento para fins de

publicidade) e cartrio de registro de imveis.

Quem legisla sobre registros pblicos no Brasil a unio: Art. 22 CF/88 Lei federal 6.015/73 (Lei de

Registros Pblicos).

Cada comarca tem que ter estes cartrios, se por um acaso na sua cidade no tiver cartrio, com certeza a

comarca o ter e ser nele que voc dever registrar. Se for fazer escritura de imvel voc tem liberdade de

escolher o cartrio que ir fazer.

PRINCIPIOS QUE REGEM CARTRIO DE REGISTRO DE IMOVEIS:

A)Principio da publicidade: o registro imobilirio publico e pode ser consultado por qualquer pessoa,

independentemente da existncia de interesse do requerente.

B) Princpio da legalidade: o registrador analisou detidamente o titulo que lhe foi apresentado e no

encontrou irregularidades.

Fases do registro de imveis: feita escritura publica de compra e venda a qual levada ao cartrio. O

primeiro ato do cartrio ser fazer um protocolo do documento levado (prenotao), dizendo que voc

entregou naquele dia o documento a ser registrado. Ai o cartrio ter alguns dias para analisar o documento

levado para o registro (prazo de 30 dias). Se o cartrio dentro deste 30 dias verificar que esta tudo certo,

procede-se ao registro. Se na anlise verificar alguma irregularidade ou deficincia neste titulo dever

chamar o interessado e explicar por escrito porque, os motivos, esta negando o registro. Informou isto, abre-

se 03 possibilidades para o interessado: desistir do registro, sanar a irregularidade apontada (se resolver em

30 dias fica valida na data da primeira prenotao) ou no concordando com os motivos apontados pelo

cartrio requerer suscitao de dvida (gera um procedimento quase judicial procedimento

administrativo) uma consulta que o registrador faz ao superior hierrquico dele, o juiz corregedor do

cartrio.

A petio de suscitao de duvida vai ser feita pelo oficial do cartrio acompanhado da escritura que foi

levada para registro, vai ser notificado o interessado para se manifestar em 15 dias e com ou sem


manifestao, os autos vo para o MP que vai emitir um parecer e o juiz vai decidir este procedimento por

sentena. Dessa deciso cabe recurso de apelao por parte do interessado e o Ministrio Pblico no prazo de

15 dias. Se por acaso o interessado requerer no cartrio que seja suscitado a duvida e ele no o fizer a lei

permite que o interessado suscite a dvida ele mesmo.

C) Princpio da fora probante: presume-se ser dono aquele em nome de quem est registrado o imvel.

uma presuno relativa; Juris Tantum; admite prova em contrrio.

D) Princpio da territorialidade: o imvel deve ser registrado no cartrio que abrange a circunscrio

territorial respectiva do bem.

E) Principio da continuidade: S quem aparece no registro anterior como titular da propriedade que pode

figurar no registro posterior como alienante. O transmitente obrigatoriamente o titular do registro anterior.

Adoo progressiva de registros e de matrculas.

2) ACESSO Art. 1.248 ao 1.259 CC

Da aquisio por acesso

Art. 1.248. A acesso pode dar-se:

I - por formao de ilhas;

II - por aluvio;

III - por avulso;

IV - por abandono de lveo;

V - por plantaes ou construes.

Das Ilhas

Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietrios

ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes:

I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acrscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos

fronteiros de ambas as margens, na proporo de suas testadas, at a linha que dividir o lveo em duas partes

iguais;

II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acrscimos aos terrenos

ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;

III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo brao do rio continuam a pertencer aos

proprietrios dos terrenos custa dos quais se constituram.

Da Aluvio

Art. 1.250. Os acrscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depsitos e aterros naturais ao

longo das margens das correntes, ou pelo desvio das guas destas, pertencem aos donos dos terrenos

marginais, sem indenizao.

Pargrafo nico. O terreno aluvial, que se formar em frente de prdios de proprietrios diferentes, dividir-se-

entre eles, na proporo da testada de cada um sobre a antiga margem.

Da Avulso

Art. 1.251. Quando, por fora natural violenta, uma poro de terra se destacar de um prdio e se juntar a

outro, o dono deste adquirir a propriedade do acrscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem

indenizao,se, em um ano, ningum houver reclamado.

Pargrafo nico. Recusando-se ao pagamento de indenizao, o dono do prdio a que se juntou a poro

de terra dever aquiescer a que se remova a parte acrescida.

Do lveo Abandonado

Art. 1.252. O lveo abandonado de corrente pertence aos proprietrios ribeirinhos das duas margens, sem que

tenham indenizao os donos dos terrenos por onde as guas abrirem novo curso, entendendo-se que os

prdios marginais se estendem at o meio do lveo.

Das Construes e Plantaes

Art. 1.253. Toda construo ou plantao existente em um terreno presume-se feita pelo proprietrio e sua

custa, at que se prove o contrrio.

Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno prprio com sementes, plantas ou materiais

alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, alm de responder por perdas e


danos, se agiu de m-f.

Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietrio, as

sementes, plantas e construes; se procedeu de boa-f, ter direito a indenizao.

Pargrafo nico. Se a construo ou a plantao exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que,

de boa-f, plantou ou edificou, adquirir a propriedade do solo, mediante pagamento da indenizao fixada

judicialmente, se no houver acordo.

Art. 1.256. Se de ambas as partes houve m-f, adquirir o proprietrio as sementes, plantas e construes,

devendo ressarcir o valor das acesses.

Pargrafo nico. Presume-se m-f no proprietrio, quando o trabalho de construo, ou lavoura, se fez em

sua presena e sem impugnao sua.

Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de no pertencerem as sementes, plantas ou

materiais a quem de boa-f os empregou em solo alheio.

Pargrafo nico. O proprietrio das sementes, plantas ou materiais poder cobrar do proprietrio do solo a

indenizao devida, quando no puder hav-la do plantador ou construtor.

Art. 1.258. Se a construo, feita parcialmente em solo prprio, invade solo alheio em proporo no

superior vigsima parte deste, adquire o construtor de boa-f a propriedade da parte do solo invadido, se o

valor da construo exceder o dessa parte, e responde por indenizao que represente, tambm, o valor da

rea perdida e a desvalorizao da rea remanescente.

Pargrafo nico. Pagando em dcuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de m-f adquire

a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporo vigsima parte deste e o valor da construo

exceder consideravelmente o dessa parte e no se puder demolir a poro invasora sem grave prejuzo para a

construo.

Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-f, e a invaso do solo alheio exceder a vigsima parte deste,

adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a

invaso acrescer construo, mais o da rea perdida e o da desvalorizao da rea remanescente; se de m-

f, obrigado a demolir o que nele construiu,

pagando as perdas e danos apurados, que sero devidos em dobro.

Acesso nada mais do que o aumento de volume ou de valor do bem principal em virtude de um elemento

exterior/externo (como tempestade, aumento de um rio, vizinho que semeia rea maior dele, vizinho constri

sobre parte de seu terreno, etc.)

Ocorre a acesso quando uma coisa se une ou se incorpora a outra, aumentando-lhe o volume ou, ainda,

quando o ser humano realiza alguma benfeitoria sobre a coisa, aumentando-lhe o valor. Assim, pode ocorrer

exceo tanto por evento natural (tempestade, aumento de rio, seca de rio) quanto por obra humana

(plantao ou construo).

Regras: 1) o acessrio segue o principal; 2) Veda-se o enriquecimento ilcito ou indevido;

Espcies de acesso:

a) Pela formao de ilhas; b) Pela aluvio; c) Por avulso; d) Por abano de lveo; e) Por plantaes ou construes;

a) Das ilhas:

O CC trata de ilhas que surgem em rios particulares (rios no navegveis) e que podem surgir pelo

depsito paulatino de sedimentos ou pela prpria diminuio do fluxo do rio, aumentando o lveo do rio.

As ilhas que surgirem vo ser incorporadas s propriedades dos proprietrios ribeirinhos de ambas as

margens em conformidade com as suas testadas (frente quem tem com a gua) e com a linha mediana do rio.

26/05/2014

b) Aluvio: Aumento sensvel r quase imperceptvel anexado s terras marginais.

c) Avulso: Por fora natural violenta; destacamento de prdio a prdio (quem sofreu o prejuzo prazo decadencial

para reclamar.


d) Do lvio abandonado: Seca (desvio de curso normal) art. 1.252 CC.

e) Da acesso industrial por plantaes/construes: Decorre de ao humana; presuno da lei, cessa essa presuno nos seguintes casos:

- se o proprietrio planta ou constri com materiais/sementes alheias;

- quem planta ou constri em terreno alheio;

- plantador/construtor usa sementes e materiais alheios;

- plantao/construo que exceda consideravelmente o valor do terreno (exceo regra).

O legislador brasileiro entendeu que duas regras devem gerar a acesso. Primeiro o acessrio segue o

principal; segundo evita-se a todo custo o enriquecimento ilcito.

Aluvio

Aumento lento, gradual, quase imperceptvel das margens do leito de um rio, sendo um processo lento e

de difcil constatao dada a vagarosidade e pouca expresso de aumento.

Quando por fora da aluvio o terreno for aumentado, dividir-se- entre os proprietrios beneficiados a

rea acrescida, na medida e proporo das testadas que cada um deles possuir na margem antiga.

- Regra: rio no navegvel.

- aluvio: aumento por depsito dos sedimentos.

Avulso

Parecida, mas no se confunde com a aluvio.

Macete:

ALUVIO L lenta

AVULSO V violenta

Ocorre quando por fora natural violenta (vendaval, tremor de terra), uma poro de terra acaba se

destacando de um prdio a outro e um ou mais proprietrios tm prejuzo e um ou mais proprietrios tm

lucros.

REGRA GERAL: quem sofre o prejuzo (perdeu terra) tem o prazo decadencial de um ano para reclamar

perdas e danos (indenizaes). uma tentativa do Direito de corrigir essa situao. Feita a reclamao em

um ano do fato, duas possibilidades se abrem:

1 de ser indenizado;

2 consentir que seja retirada a parte que se alocou.

Quem foi beneficiado no pode se opor retirada da terra acrescida pelo prejudicado (essa hiptese, na

prtica, no compensa).

Do lvio abandonado

o lugar onde a gua corre. o curso, o cho onde a gua corre.

O lvio abandonado quando o curso normal do rio deixa de existir e a parte coberta passa a ficar

descoberta. Isso pode ocorrer por seca ou pelo desvio do curso normal do rio.

O lvio abandonado vai pertencer aos proprietrios ribeirinhos das duas margens na medida e proporo

das suas testadas at a linha mediana do lvio.

Excees a essa regra:

Casos em que a alterao do curso do rio decorre da ao humana.

Observaes

1 conforme previsto no art. 1.252 do CC, os donos dos terrenos por onde as guas abrirem um novo

curso no tem direito de exigir indenizao, uma vez que se est diante de um acontecimento natural, todavia

tero direito a pleitear indenizao se o acontecimento desencadeador da mudana de uma decorrer de ato

humano;

2 se, aps haver mudana no curso de um rio ele acabar por retornar ao seu antigo leito o terreno

abandonado voltar a pertencer aos antigos donos;

3 de acordo com o art. 27 do cdigo das guas, se a mudana da corrente ocorrer por questo de

utilidade pblica, as terras ocupadas pelo novo curso da gua devem ser indenizadas e o lvio abandonado

passar a pertencer ao ente expropriante (Unio, Estado) para que se compense dos gastos realizados com as

indenizaes. (obra humana realizada pelo poder pblico, se torna dono das terras para compensar os gastos

com indenizaes).


Acesso Industrial

Sempre esse tipo de acesso vai decorrer de um comportamento ativo do homem.

Toda construo ou plantao existente em um terreno presume-se feita pelo proprietrio e a sua custa at

que se prove o contrrio presuno legal.

H casos em que essa presuno deixa de ter validade:

1 regra: se o proprietrio planta, semeia ou constri seu prprio terreno, mas utilizando sementes ou

materiais de construo alheios: vai adquirir a propriedade das sementes e materiais, mas dever reembolsar

o valor de tudo aquilo que utilizou; se, por acaso este proprietrio tiver procedido de m-f dever tambm

pagar perdas e danos ao dono das sementes/materiais.

2 regra: quem planta, semeia ou constri em terreno alheio perde, em proveito do dono da terra o que

tiver utilizado (materiais, sementes, etc.), mas ter direito indenizao se estiver de boa-f.

Obs. se ambas as partes procederem de m-f o dono da terra se tornar dono de tudo, mas ainda assim

dever indenizar o outro.

3 regra: se o plantador, semeador ou construtor utilizar materiais alheios o proprietrio do solo vai

adquirir a propriedade de tudo e se estiver de boa-f nada ter que indenizar. O plantador, semeador ou

construtor que ter que arcar com a indenizao. E se do imvel adquire a propriedade tambm, mas ter

que indenizar o dono da semente se o plantador no o fizer.

4 regra: se a plantao ou construo que foi executado exceder consideravelmente o valor do terreno

onde se plantou ou edificou, aquele que plantou ou construiu se tornar dono do solo mediante o pagamento

de indenizao.

uma das poucas excees regra do acessrio e principal, nesse caso o solo deixa de ser principal e

passa s ser mero acessrio.

5 regra: construo ou plantao que invade terreno alheio.

1 se a invaso for de uma rea no for superior a 5% da rea total do imvel. Nesse caso, se o construtor

tiver de boa-f se torna proprietrio da rea invadida, mas dever indenizar a rea perdida pelo dono original,

bem como a desvalorizao eventualmente sofrida pela rea remanescente.

2 construtor de m-f, torna-se proprietrio tambm isso se no for possvel a demolio sem grave

perigo para o restante da construo. Nesse caso, o construtor invasor pagar em dcuplo a indenizao

(10x).

Invaso superior a 5% ou 1/20 da rea:

1 se o construtor ou semeador estiver de boa-f dever indenizar o valor da rea invadida, alm disso,

deve indenizar o valor que a invaso acrescer a sua construo e indenizar ainda o valor da desvalorizao da

rea remanescente.

2 semeador/construtor de m-f ser obrigado a demolir o que nele construiu e pagar em dobro as

perdas e danos que tiver acarretado ao dono do terreno.

QUESTES

1 - ( Prova: CESPE - 2012 - Banco da Amaznia - Tcnico Cientfico - Direito / Direito Civil / Direito das

Coisas - Posse; )

Com relao aos institutos da posse, da propriedade e dos direitos reais de garantia, julgue os prximos itens.

A coletividade desprovida de personalidade jurdica pode ser considerada, para todos os efeitos legais, como

possuidora.

(x) Certo ( ) Errado

2 - ( Prova: CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista - Processual / Direito Civil / Direito das Coisas - Posse; )

Julgue os itens seguintes, relativos posse e aos direitos reais.

O possuidor de m-f tem direito ao ressarcimento apenas das benfeitorias necessrias, no lhe sendo

assegurado o direito de reteno pela importncia destas.



3 - ( Prova: TJ-PR - 2012 - TJ-PR - Assessor Jurdico / Direito Civil / Direito das Coisas - Posse; )

Acerca dos efeitos da posse, assinale a alternativa correta. a) O possuidor de m-f responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa

sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de m-f, sem direito s despesas da

produo e custeio.

b) Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que so separados; os civis

reputam-se percebidos dia por dia.

c) O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de boa-f, ter de utilizar o mais

elevado entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de m-f indenizar pelo valor atual.

d) O possuidor no pode intentar a ao de esbulho, ou a de indenizao, contra o terceiro, que recebeu a

coisa esbulhada sabendo que o era.

4 - ( Prova: VUNESP - 2012 - TJ-MG - Juiz / Direito Civil / Direito das Coisas - Posse; )

Analise as afirmativas seguintes.

I. Os atos violentos autorizam a aquisio da posse depois de cessar a violncia.

II. A posse pode ser adquirida por terceiro sem mandato, que fica dependendo de ratificao.

III. A pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito real, anula a posse

indireta, de quem aquela foi havida.

IV. Ao possuidor de m-f assiste o direito de reteno pela importncia das benfeitorias necessrias.

Esto corretas apenas as afirmativas

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) III e IV.

5 - ( Prova: MPE-MG - 2012 - MPE-MG - Promotor de Justia / Direito Civil / Direito das Coisas - Posse; )

Quanto aos efeitos da posse, INCORRETO afirmar que:

a) ao possuidor de m-f, no sero ressarcidas

quaisquer benfeitorias, nem mesmo as necessrias.

b) o possuidor de boa-f tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.

c) quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se- provisoriamente a que tiver a coisa,

se no estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.

d) o possuidor de boa-f tem direito indenizao das benfeitorias necessrias e teis, bem como, quanto

s volupturias, se no lhe forem pagas, a levant- las, quando o puder sem detrimento da coisa, e

poder exercer o direito de reteno pelo valor das benfeitorias necessrias e teis.

6 - ( Prova: FMP-RS - 2012 - PGE-AC - Procurador / Direito Civil / Direito das Coisas - Posse; )

Assinale a alternativa INCORRETA.

a) Posse e deteno caracterizam-se, no sistema jurdico brasileiro, como poder de fato, que se exerce sobre a

coisa, diferenciando-se, dentre outros fatores, porque a posse recebe proteo interdital e pode conduzir

aquisio da propriedade, enquanto a deteno nem recebe proteo interdital, nem conduz aquisio da

propriedade.

b) Na traditio brevi manu o adquirente da posse do bem j o tem em seu poder; apenas, por conveno,

muda-se o ttulo da ocupao.

c) A posse no se transfere com seus caracteres. Assim, se for violenta, na origem, pode convalar-se em

posse legtima, se o sucessor estiver de boa-f.

d) A posse se transfere por mera tradio, isto , porque a pessoa passou a exercer poder ftico sobre a coisa.

7 - ( Prova: COPS-UEL - 2011 - PGE-PR - Procurador - do Estado / Direito Civil / Direito das Coisas -

Posse; )

Assinale a alternativa incorreta:

a) quando algum conserva a posse em nome e em cumprimento de ordens de outrem, de quem est em

relao de dependncia, ele considerado simples detentor;

b) o direito brasileiro admite a bipartio da posse em posse direta e posse indireta;

c) a propriedade no pode ser discutida nas aes possessrias;


d) o possuidor de boa-f tem direito aos frutos percebidos, mas deve restituir os frutos colhidos com

antecipao;

e) a posse somente pode ser adquirida pessoalmente, no se admitindo a aquisio da posse por

representante.

8 - ( Prova: FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judicirio - rea Judiciria / Direito Civil / Direito das Coisas -

Posse; )

Com relao a Posse, considere:

I. As benfeitorias no se compensam com os danos, e s obrigam ao ressarcimento se, ao tempo da evico,

ainda existirem.

II. O possuidor pode intentar a ao de esbulho, ou a de indenizao, contra o terceiro, que recebeu a

coisa esbulhada sabendo que o era.

III. Ao possuidor de m-f sero ressarcidos somente as benfeitorias necessrias.

IV. O possuidor de boa-f tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.

De acordo com o Cdigo Civil brasileiro, est correto o que se afirma APENAS em

a) II e IV.

b) I, II e III.

c) I e III.

d) III e IV.

e) II, III e IV.

9 - ( Prova: CESPE - 2008 - OAB-SP - Exame de Ordem - 2 - Primeira Fase / Direito Civil / Direito das

Coisas - Posse; )

A posse exercida com animus domini, mansa, pacfica, ininterrupta e justa, durante o lapso de tempo

necessrio aquisio da propriedade, denominada posse

a) ad interdicta.

b) ad usucapionem.

c) pro diviso.

d) pro indiviso.

10 - ( Prova: CESPE - 2008 - SEMAD-ARACAJU - Procurador Municipal / Direito Civil / Direito das

Coisas - Posse; )

So efeitos decorrentes da posse de boa-f: o direito aos frutos percebidos e o direito de reteno pelo valor

das benfeitorias necessrias e teis realizadas no bem possudo.


11 - Analise as proposies e assinale a nica alternativa correta.

I Verifica o constituto possessrio, modo derivado de aquisio da posse, quando algum, possuindo um

bem na qualidade de proprietrio o aliena, mas, por fora de clusula do contrato de venda, continua

possuindo-o em nome do adquirente.

II - No possvel usucapio de direito pessoal, pois, dado que o objeto do direito real necessariamente

coisa determinada, somente os direitos reais se sujeitam a semelhante forma de aquisio da propriedade.

II Ainda que no estipulado na conveno, o condomnio obrigado a indenizar danos sofridos por veculo

de condmino guardado na garagem do edifcio.

(A) apenas uma das proposies falsa. (B) apenas uma das proposies verdadeira.

(C) todas as proposies so verdadeiras.

(D) todas as proposies so falsas.


12 - (TJ_GO_2007) O direito de reteno por benfeitorias poder ser exercido

pelo possuidor de boa f:

(A) para a indenizao das benfeitorias teis e necessrias.

(B) apenas para a indenizao das benfeitorias necessrias.

(C) para a indenizao de qualquer tipo de benfeitorias.

(D) apenas para a indenizao das benfeitorias teis.

13 - No Registro de Imveis, alm da matrcula, sero registrados

I. os contratos de promessa de compra e venda, das cesses e das promessas de cesso a que alude o

Decreto-lei n.o 58, de 10 de dezembro de 1937, quando o loteamento se tiver formalizado anteriormente

vigncia dessa lei;

II. as sentenas de separao judicial, de divrcio e de nulidade ou anulao de casamento quando,

nas respectivas partilhas, existem imveis ou direitos reais sujeitos a registro;

III. os contratos de compromisso de compra e venda, de cesso deste e de promessa de cesso, com ou sem

clusula de arrependimento, que tenham por objeto imveis no loteados e cujo preo tenha sido pago no ato

de sua celebrao, ou deva s-lo a prazo, de uma s vez ou em prestaes;

IV. as sentenas que nos inventrios, arrolamentos e partilhas adjudicarem bens de raiz em pagamento das

dvidas da herana.

As opes assertivas adequadas so apenas

(A) I e II.

(B) III e IV.

(C) I, II e III.

(D) II e III.

14 - (TJ_TO_2007)

QUESTO 75 Julgue os prximos os itens, relativos Lei dos Registros Pblicos. I - O procedimento de dvida ocorre sempre que uma pessoa no concorda em satisfazer uma exigncia do

registrador, insistindo no protocolo do documento apresentado. Esse procedimento

pode ser utilizado para decidir se h duplicidade de registro do imvel.

II - O contrato de locao com clusula de vigncia em caso de alienao dever ser registrado junto

matrcula do imvel, para que impea a denncia do contrato pelo adquirente.

III - Os atos de registro em sentido amplo englobam a matrcula do imvel, os atos de registro em

sentido estrito e as averbaes. matrcula se aplica o princpio da unitariedade, pelo qual a

cada imvel corresponde uma matrcula e pelo qual uma mesma matrcula no pode abranger mais de

um imvel.

IV A prenotao de ttulo referente a bem imvel tem seus efeitos limitados ao prazo de trinta dias, dentro do

qual deve ocorrer o registro imobilirio. Se for suscitada dvida, ela deve ser

dirimida antes do encerramento do prazo legal, sob pena de a prenotao ser cancelada.

Esto certos apenas os itens

(A) I e III.

(B) I e IV.

(C) II e III.

(D) II e IV.

15 - Com relao ao instituto da posse, nos termos do Cdigo Civil, correto afirmar que

a) ao possuidor de m-f sero ressarcidas somente as benfeitorias necessrias e teis; no lhe assiste o

direito de reteno pela importncia destas, nem o de levantar as volupturias.

b) o possuidor de boa-f tem direito indenizao das benfeitorias necessrias e teis, bem como,

quanto s volupturias, se no lhe forem pagas, a levant-las, quando o puder sem detrimento da

coisa, e poder exercer o direito de reteno pelo valor das benfeitorias volupturias, necessrias e

teis.

c) o possuidor de m-f responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que,

por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de m-f; tem direito

s despesas da produo e custeio.

d) est enquadrado entre os direitos reais.


e) o possuidor turbado, ou esbulhado, poder manter-se ou restituir-se por sua prpria fora, contanto

que o faa com brevidade e no superior a 72 horas da ofensa; os atos de defesa, ou de desforo,

devem ser os necessrios manuteno, ou restituio da posse.

16 - O direito de propriedade um direito definido por ser

a) fundamental e, como tal, absoluto, resultando pleno do ttulo que lhe d origem. b) representativo de um poder de atuao exclusivo do particular sobre a esfera alheia, impondo a ela

limitaes.

c) conformado pela vontade estatal, a qual prevalece em havendo conflito de interesses. d) constitudo pelas funcionalidades do domnio e tambm por ter funo social. e) vinculado privativamente ao atendimento dos interesses do proprietrio e sua famlia.

17 - Sobre a posse, de acordo com o Cdigo Civil INCORRETO afirmar:

a) O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular facultado unir sua posse do antecessor, para os efeitos legais.

b) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, no anula a indireta, de quem aquela foi havida.

c) Se duas ou mais pessoas possurem coisa indivisa, poder cada uma exercer sobre ela atos possessrios, contanto que no excluam os dos outros compossuidores.

d) A posse pode ser adquirida pela prpria pessoa que a pretende ou por seu representante, bem como por terceiro sem mandato, independentemente de ratificao.

e) No induzem posse os atos de mera permisso ou tolerncia assim como no autorizam a sua aquisio os atos violentos, ou clandestinos, seno depois de cessar a violncia ou a clandestinidade.

18 Sobre a posse, marque a incorreta:

a) Na proteo posse cabe manter-se ou restituir-se por fora prpria desde que prontamente e utilizando-se dos meios disponveis com moderao.

b) O direito brasileiro reconhece apenas trs aes possessrias tpicas: reintegratria, de manuteno e interdito possessrio.

c) Fmulo da posse o possuidor com justo ttulo e boa-f. d) Perde-se aposse dos direitos pela inrcia, no os exercendo at que prescrevam ou por

impossibilidade.

19 O desforo imediato :

a) O meio de obter a posse pela via judicial. b) A proteo preventiva da posse ante a ameaa de turbao ou esbulho. c) O instrumento direito de defesa que alei, excepcionalmente, concede ao possuidor para conservar em

seu poder a coisa alheia, alm do momento em que deveria devolver, como garantia de pagamento

das defesas feitas com o bem.

d) A legtima defesa da posse em que o possuidor molestado, seja ele direto ou indireto, pode reagir pessoalmente, contra o turbador, desde que tal reao seja incontinenti e se dirija contra

ato turbativo real e atual, mediante emprego de meios estritamente necessrios par manter-se

na posse.

20 Sobre PROPRIEDADE falso afirmar que:

a) O domnio presume-se exclusivo e ilimitado, at prova em contrrio. b) A acesso uma das formas de aquisio de propriedade imvel.

c) O abandono de lveo uma das formas de persa da propriedade imvel. d) A acesso pode dar-se pela formao de ilhas.

21 No direito brasileiro adquire-se a propriedade de bens imveis:

a) Pela compra e venda realizada atravs de escritura pbica.

b) Pela trancrio do ttulo de transferncia no cartrio de registro de imveis. c) Pelo instrumento particular ou pblico de promessa de compra e venda. d) Nenhuma das alternativas est correta.


22 Assinale a alternativa incorreta:

a) O possuidor tem direito de ser mantido na posse em caso de turbao e reintegrado em caso de esbulho.

b) Considera-se possuidor aquele que, achando-se em relao de dependncia para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instrues.

c) O cdigo civil reconhece como justa a posse que no for violenta, clandestina ou precria. d) A posse de terras pblicas no autoriza a aquisio da propriedade atravs de usucapio.


a) A posse de boa-f funda-se em critrio subjetivo. b) Se o possuidor ignora a existncia do vcio na aquisio da posse, ela de boa-f. c) A boa-f no essencial para o uso das aes possessrias.

d) O cdigo civil estabelece a presuno de boa-f em favor de quem tem justo ttulo, e essa presuno absoluta.


a) Posse nova a de menos de ano e dia. b) Posse ad interdicta a que poder ser defendida pelas aes possessrias, quando molestada. c) Posse ad usucapionem a posse capaz de gerar o direito de propriedade.

d) Posse justa a que possui os vcios da violncia e clandestinidade.

25 Tem legitimidade ativa para propositura dos interditos possessrios:

a) O possuidor. b) O possuidor com ttulo. c) O detentor. d) O possuidor e o detentor.

26 No que diz respeito s aes possessrias, assinale a alternativa incorreta:

a) So aes de natureza dplice.

b) No admitem cumulao de pedidos. c) Se ajuizadas dentro de um ano e dia, pode haver concesso de medida liminar. d) O ru, aps a concesso da liminar, pode exigir que o autor preste cauo.

27 Em relao aos possuidores de boa-f e de m-f, assinale a alternativa incorreta;

a) O possuidor de boa-f tem direito apenas indenizao das benfeitorias, mas pode levantar as volupturias.

b) Tanto o possuidor de boa-f como o de m-f, podero levantar as benfeitorias volupturias. c) O possuidor de m-f tem direito indenizao apenas das benfeitorias necessrias. d) O possuidor de m-f poder exercer o direito de reteno pelo valor das benfeitorias teis.

28 Nas aes possessrias:

a) Cabem embargos de reteno por benfeitorias. b) Cabem embargos de reteno por benfeitorias, somente ao possuidor de boa-f. c) Cabem embargos de reteno somente em relao s benfeitorias necessrias. d) No cabem embargos de reteno de benfeitorias.

29 Analise as proposies referentes ao reivindicatria e responda em seguida:

I tem legitimidade para figurar no plo ativo da ao reivindicatria, o proprietrio, seja a

propriedade plena ou limitada.

II Cada condmino pode, individualmente, reivindicar de terceiros a totalidade do imvel.

III No tem legitimidade ativa para ao, o titular de compromisso de compra e venda.

IV Quanto legitimidade passiva, a ao deve ser endereada contra quem est na posse ou detm a

coisa, sem ttulo ou suporte jurdico.

So verdadeiras as assertivas:

a) I, III, IV

b) I, II, IV c) II, III, IV d) I, II, III


30 Em relao propriedade, incorreto afirmar:

a) plena quando o proprietrio concentra em suas mos p direito de usar, gozar e dispor de seus bens e de reav-los em poder de quem quer que injustamente os possua.

b) limitada quando pesa sobre ela, nus real, ou quando resolvel. c) O cdigo civil limita a extenso da propriedade pelo critrio da utilidade.

d) A propriedade do solo abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidrulica, monumentos arqueolgicos e outros bens em leis especiais.

31 No que se refere aquisio da propriedade atravs de registro, assinale a alternativa correta:

a) O registro confere presuno absoluta de domnio. b) O registro necessrio para aquisio de bens mveis e imveis. c) O registro confere presuno relativa de domnio. d) O registro, no direito brasileiro, apenas meio de se dar publicidade ao ato translativo.

32 Assinale a alternativa correta:

I jus possidendi o direito decorrente da propriedade sobre a coisa.

II jus possessionis o complexo de direitos que a posse, por si s, gera para o possuidor.

III a ao fundada no jus possedendi a ao de reintegrao.

IV a ao fundada no jus possessionis a ao de reivindicao.

a) Somente I e III esto corretas. b) Somente III e IV esto corretas.

c) Somente I e II esto corretas. d) Todas esto corretas.

Observao: A resposta certa a letra C. Jus possidendi o direito de posse fundado na propriedade. O

possuidor tem a posse e tambm proprietrio. Neste caso, a ao fundada no jus possidendi a ao

reivindicatria (somente o proprietrio pode prop-la).

jus possessionis o direito fundado no fato da posse. O possuidor pode ser ou no o proprietrio. As aes

fundadas no jus possessionis so as chamadas aes possessrias (interdito proibitrio, reintegrao ou

manuteno de posse).

33 No modo originrio de aquisio da propriedade:

a) Ocupao. b) Especificao. c) Doao. d) Acesso

34 Considerando o aluvio e avulso, a indenizao cabvel:

a) Apenas no caso de aluvio. b) Nos casos de aluvio e avulso.

c) Somente na hiptese de avulso. d) No cabe indenizao nesses casos.

35 Assinale as afirmaes abaixo e escolha a resposta correta:

I turbao a agresso dirigida contra a posse, mas que, no entanto, no a arrebata do possuidor.

Em outras palavras, o ataque posse, mas sem tir-la do possuidor.

II esbulho o ato pelo qual o possuidor se v privado da posse, violenta ou clandestinamente, e ainda

por abuso de confiana.

III ameaa posse a perturbao ou ameaa integridade fsica do possuidor.

a) As afirmaes I e II esto corretas. b) As afirmaes II e III esto corretas. c) As afirmaes I e III esto corretas. d) Todas as afirmaes esto corretas. e)

Observao: ameaa posse a perturbao ou ameaa de violao da posse e no contra a pessoa do

possuidor.


36 Havendo acrscimo de terras s margens de um rio mediante desvio de guas ou afastamento destas,

que descobrem parte do lveo, importando em aquisio da propriedade, por parte do dono do terreno

marginal, do solo descoberto pela retrao daquelas guas, ter-se-:

a) Avulso. b) Aluvio imprpria. c) Aluvio prpria. d) Acesso por abandono de lveo.

Observao: de acordo com o artigo 1.250, caput, 2 parte do Cdigo Civil aluvio imprpria se d pelo

desvio das guas do longo das margens das correntes e pertencem aos donos dos terrenos marginais. Sendo

que a primeira parte deste artigo faz referncia aluvio prpria.

37 So denominados direitos reais de gozo ou de fruio:

a) Superfcie, usufruto, direito do promitente comprador. b) Superfcie, servido, penhor. c) Superfcie, usufruto, penhor. d) Penhor, usufruto, uso.

direito civil iv - 2º bimestre

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