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Direito Administrativo: Princípios Básicos: Supremacia do interesse público sobre o direito privado: prerrogativas para garantir que o estado irá na busca pelo interesse público. Limite: Indisponibilidade do interessa público. O administrador não pode abrir mão do interesse público para correr atrás de interesses individuais. Regime jurídico administrativo: prerrogativas e limitações do estado formam o regime jurídico administrativo. Todos os princípios de direito administrativo decorrem do texto constitucional (expressa ou implicitamente) Princípios constitucionais expressos: 5 - LIMPE Art 37: Legalidade: só atua dentro dos limites da lei. Só atua quando a lei permite. Subordinação à lei. Impessoalidade: não discriminação. Moralidade: honestidade, boa-fé no trato com atividade pública. Publicidade: Transparência, não sigilosa, mas não é absoluta. Pode ser restringida quando for por razões de relevante interesse coletivo ou pra garantia da segurança nacional. Também é garantia do controle sobre os atos da administração pública. Publicidade também é requisito de eficácia dos atos administrativos. Eficiência: Produzir o máximo com o mínimo de gasto. Resultados positivos ao interesse da sociedade. Norma de eficácia plena e imediata. Ainda expressos princípios: Art 5°, LV : Contraditório e Ampla Defesa: defesa prévia (mas em situação de relevante interesse público o estado age e depois abre vista ao contraditório), defesa técnica (a ausência de advogado gera

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Resumo Direito Administrativo

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Direito Administrativo:

Princípios Básicos:

Supremacia do interesse público sobre o direito privado: prerrogativas para garantir que o estado irá na busca pelo interesse público. Limite: Indisponibilidade do interessa público. O administrador não pode abrir mão do interesse público para correr atrás de interesses individuais.

Regime jurídico administrativo: prerrogativas e limitações do estado formam o regime jurídico administrativo.

Todos os princípios de direito administrativo decorrem do texto constitucional (expressa ou implicitamente)

Princípios constitucionais expressos: 5 - LIMPE

Art 37:

Legalidade: só atua dentro dos limites da lei. Só atua quando a lei permite. Subordinação à lei.

Impessoalidade: não discriminação.

Moralidade: honestidade, boa-fé no trato com atividade pública.

Publicidade: Transparência, não sigilosa, mas não é absoluta. Pode ser restringida quando for por razões de relevante interesse coletivo ou pra garantia da segurança nacional. Também é garantia do controle sobre os atos da administração pública. Publicidade também é requisito de eficácia dos atos administrativos.

Eficiência: Produzir o máximo com o mínimo de gasto. Resultados positivos ao interesse da sociedade. Norma de eficácia plena e imediata.

Ainda expressos princípios:

Art 5°, LV :

Contraditório e

Ampla Defesa: defesa prévia (mas em situação de relevante interesse público o estado age e depois abre vista ao contraditório), defesa técnica (a ausência de advogado gera nulidade? Não!) e duplo grau (existe sumula vinculante 21 direito a julgamento e rejulgamento);

Princípios constitucionais Implícitos:

Autotutela: Súmula 473 do STF: A administração tem o poder de autocontrole. Controlar os atos praticadas por ela, mesmo que não tenha sido provocada.

Motivação dos atos administrativos: a administração deve motivar/fundamentar os atos administrativos.

Razoabilidade e Proporcionalidade: Dentro dos padrões do homem médio, a interpretação deve ser razoável e proporcional.

Continuidade: implícito na CF e expresso na lei 8987/95 a atividade do estado deve ser ininterrupta. Pode fazer greve? É possível interromper por inadimplemento?

Greve: Depende, pq militar não tem direito de greve. Inclusive policiais militares e nem de sindicalização. Agora, civis têm direito de greve que será exercido nos termos de lei específica. O problema é que não há lei específica para regulamentar o direito de greve. Assim, o STF entende que o exercício desse direito fica dependendo de lei específica, dessa forma, não tem como exercer o direito de greve. OSTF disse que é norma de eficácia limitada. Então deve ser aplicada a lei geral de greve, uma vez que não há legislação específica. Dias parados não é possível remunerar o servidor grevista. Entretanto, embora não valha não se deve efetivar o corte imediatamente. Primeiro recebe, depois faz compensação dos dias parados.

Inadimplemento do usuário: Se não paga luz, pode cortar? O art 6° § iii, da 8987 diz que não viola a continuidade por inadimplemento ou por ordem técnica/emergencial desde que avisado antes. Pra garantir a prestação a todos, pode interromper o serviço ao inadimplente, respeitados os interesses da coletividade. Mas o município que teve sua luz cortada por inadimplemento teve que ser religada em face do interesse público.

Exceptio (exceção de contrato não cumprido): Se não cumpre sua parte vc não pode exigir que a outra parte cumpra a dela. Se município contrata lixeiro, mas não o paga ele pode parar o serviço? Sim, desde que inadimplente por +90 dias.

PODERES DO DIREITO ADMINISTRATIVO:

Também chamado de poderes / deveres, pois são garantias e dever de chegar ao objetivo. São nada mais nada menos do que instrumentos conferidos ao estado para que consiga alcançar o interesse público.

Só existe enquanto instrumento para alcançar o interesse público.

Só pode ser exercido dentro do necessário para alcançar o interesse coletivo.

Abuso de poder: todas as vezes que exerce o poder por simples poder, extrapolando os limites necessários para alcançar o interesse público.

Abuso (gênero) dividido em duas espécies:

Excesso de poder: agente público praticando ato na melhor intenção, mas extrapola a competência definida em lei. Vício de competência.

Desvio de poder: pratica nos limites da lei, mas em finalidade diversa da permitida por lei.

Discricionariedade / Vinculados:

Vinculado: elementos objetivos definidos em lei. O servidor atua estritamente dentro dos requisitos definidos em lei.

Discricionariedade: em algumas situações a lei deixa uma margem de escolha. No caso concreto, o agente define qual a modalidade deve ser utilizada com base em critério de oportunidade e conveniência.

Exemplo: agente fecha um bar por entender que há conteúdo pornográfico, o juiz chega ao bar e diz que não entende como pornografia e manda abrir o bar. Pode? Não! O juiz não pode controlar o mérito do ato administrativo, só pode se há algum vício legal. Poder discricionário é poder administrativo, não jurisdicional. Neste caso o juiz estaria invadindo o mérito do administrador. O judiciário pode nos aspectos de legalidade, mas não o mérito do ato administrativo.

Exemplo: Lei permite até 90 dias suspensão de servidor. Agente suspende por 90 dias e juiz baixa para 60, pode? Não! Pois juiz está entrando no mérito. E se o agente suspende por 100 dias (contra a lei) e juiz baixa para 90 também não pode, pois tb entra no mérito. O que o juiz pode fazer é anular o ato e pedir para que o agente faça outro.

Poderes administrativos: NHDP

Normativo: poder para edição de normas gerais e abstratas (não é poder legislativo). Atos administrativos inferiores à lei.

Mais importantes atos normativos: regulamento ou decreto (forma) mesmo ato. Regulamento ou decreto privativo do chefe do poder executivo. Problema: poder regulamentar substitui poder normativo pela doutrina tradicional, poder normativo abarca outros poderes, não só regulamentar que é espécie de poder normativo.

Regulamento se divide em duas espécies: 1) executivo (fiel execução da lei); 2) autônomo não depende de lei, pq é editado para substituir a lei. Editado no lugar da lei. Na ausência de lei, se põe o regulamento. Não é possível no Brasil o regulamento autônomo. Mas a CF foi alterada por emenda e inseriu regras 84, VI Presidente pode por meio de decreto extinguir cargo público desde que cargo vago e pode tratar da matéria de organização administrativa. Duas espécies de regulamento autônomo. Art 84, VI, alínea A e B.

Hierárquico: Poder interno. Poder de se estruturar internamente. Toda vez que pensar em poder hierárquico. Não há hierarquia entre PJ externos. União x Município. Não existe hierarquia externa. Entre pessoas jurídicas diferentes. Feita por normas de subordinação (vertical) ou coordenação (horizontal). Hierarquia embasa a anulação de atos dos seus subordinados. A possibilidade de delegação e a vocação de competência. Avocação é tomada de competência. Avocação agente toma para si competência de outrem de hierarquia inferior.

Disciplinar: Poder sancionatório. Poder punitivo. Sanções e penalidades. Nem toda penalidade decorre do poder disciplinar. Exercido somente àqueles que têm vinculo especial com a administração. Exemplo: dois meninos suspensos da escola. A diretora aplicou o poder disciplinar. Está correto? Sim, pois os alunos têm um vínculo especial com a escola. Não

poderia aplicar a mim, pois não tenho nenhum vínculo. Por isso o poder disciplinar não é decorrente da hierarquia.

Polícia: Decorre da supremacia geral. Não se exige nenhum vínculo especial. Não confundir polícia administrativa com polícia judiciária. Regulamentação no 78 CTN. Poder que administração tem de restringir o exercício de liberdades individuais e o uso e gozo e disposição da propriedade para garantia do interesse público. A idéia é de restrição. Supremacia do interesse público sobre o interesse privado. Exemplos: se quero construir preciso de licença, pra ver se não prejudica o interesse coletivo. Porta arma? Autorização. Abrir escola? Abrir. Passeata? Pode, mas se for tumulto o estado dissolve. Semáforo poder clássico de polícia. Polícia administrativa é repressiva e preventiva. Discricionário ou Vinculado? Os dois, mas tradicionalmente é discricionário. Três atributos básicos do poder de polícia: imperatividade (os atos estipulam obrigações unilaterais dentro dos limites da lei); meios indiretos de coerção (chamado de coercibilidade ou exigibilidade – exemplo muita por estacionar errado); meios diretos de execução do ato (auto-executoriedade – exemplo reboque do carro). Majoritariamente a auto-executoriedade decorre de lei ou de situações emergenciais. A auto executoriedade afasta o controle judicial prévio. Lei 9649 – regulamenta os conselhos profissionais que são particulares que prestam serviços públicos? Não, o que eles fazem é o exercício do poder de polícia para garantir o interesse coletivo e o poder de polícia não pode ser delegado a particulares. Se admite a execução de atos objetivando o poder de polícia. Aspectos materiais do poder de polícia admitem delegação (empresa que instala radar de multa). Tradicionalmente o poder de polícia cria obrigações negativas: não fazer, não tolerar, não suportar, exige abstenções dos particular, como regra, mas há exceção em obrigações de fazer: exemplo clássico: estatuto da cidade 10.257/01 se o imóvel urbano não cumpre a função social da propriedade urbana, o poder público vai notificar para parcelar, edificar, etc.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Conhecer as pessoas que estruturam o serviço público.

Alguns serviços o estado presta diretamente (união, estado, município): saúde, segurança pública, etc. Essa prestação é chamada de centralizada. Buscando eficiência a administração busca especialização e transfere a prestação para outras pessoas jurídicas, isso é chamado de descentralização, que pode ser transferida à particulares ou a pessoas criadas pelo próprio estado, chamados de entes da administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista).

Mesmo que o sujeito preste diretamente deve ser eficiente. Neste caso, a própria administração direta se especializa criando órgãos internos para administrar a saúde pública, por exemplo. Tem o ministério da saúde > SUS > Posto de saúde. Neste caso se chama desconcentração. Quando o estado internamente distribui a competência entre os órgãos de uma mesma PJ.

Posso dizer que na descentralização não há hierarquia e na desconcentração há? Sim, pq o poder da desconcentração há hierarquia. Na descentralização não há pq são pessoas jurídicas diferentes.

Desconcentração: Órgão público não tem personalidade jurídica! Mas é parte integrante de uma pessoa jurídica responsável. Ação é contra o município, não contra a escola, por exemplo. Embora não tenham personalidade jurídica, alguns têm capacidade processual ativa. Exemplo: Ministério Público que tem o poder de figurar no pólo ativo de uma ação judicial. Basicamente tem capacidade processual ativa os órgãos independentes e autônomos.

Classificação dos órgãos públicos no que tange a hierarquia:

Independentes: independência hierárquica, não subordinado a ninguém. Representam o poder. Exemplo: presidência da república. Por isso que não cabe recurso administrativo.

Autônomos: Subordinados aos independentes, mas tem autônomia administrativa e financeira. Ministério da Fazenda, tem orçamento próprio e autonomia administrativa.

Superiores: não tem autonomia, dependem do orçamento do órgão autônomo, mas tem o poder de decisão. Exemplo secretaria da receita federal, vinculado ao ministério da fazenda.

Subalternos: mera execução de atividades. Recursos Humanos, Zeladorias. Sequer tem poder de decisão.

No que tange ao âmbito de atuação os órgãos públicos podem ser:

Centrais: Que tem competência e atribuição em toda a extensão da pessoa jurídica que ele integra. Local, não. Delegacia da Bahia (central) de Itapuã (Local)

TST – central

TRF4 – Local

No que tange a estrutura:

Simples: um único órgão (presidência da república).

Composto: Congresso é composto (câmara e senado), estrutura composta por mais de um órgão.

Órgão singular e colegiado>

Entes da administração indireta:

4 regras que valem para todos os entes da administração indireta:

1) Têm personalidade jurídica: não se confundem com a adm direta. Ação contra a autarquia, não contra a união.

2) Dependem de lei específica para a criação: LEI CRIA as autarquias e LEI AUTORIZA a criação dos outros entes.

3) Finalidade: a LEI vai estabelecer exatamente a finalidade da criação dos entes indiretos.

4) Sujeito a um controle finalístico (supervisão ministerial, tutela adm, supervisão adm): Entes da administração direta controlam os entes indiretos. A idéia é que os entes são controlados, mas não é absoluto. Controla para analisar se o ente está cumprindo o objetivo para o que ele foi criado. Mas esse controle não é hierárquico ou subordinação!!!

5) os dirigentes da administração indireta são livremente nomeados pelos dirigentes da administração direta (são comissionados) e podem ser exonerados a qualquer momento.

Autarquias: Pessoa jurídica de direito público. Atividades típicas do estado. Por exercer essa atividade devem seguir o regime de prerrogativas e limitações do estado. A idéia é que as autarquias seguem o mesmo regime da fazenda pública. Mesmo regime dos entes da administração direta. Privilégios processuais: quádruplo pra contestar e o dobro pra recorrer. Duplo grau de jurisdição obrigatório (chamada de remessa necessária). Além disso, as autarquias tem uma garantia processual que é a execução fiscal. Todas as leis da execução fiscal se aplicam às autarquias. Inclusive os bens públicos não podem ser penhorados. Garante o juízo por meio do orçamento, ou seja, entra na fila do precatório. A autarquia tem a sua fila de precatório própria. As autarquias têm um grande privilegio, pois não pagam impostos, imunidade recíproca, união, estados, municípios e DF não podem cobrar impostos um dos outros, tb vale para as autarquias. Os atos das autarquias são administrativos. Servidores dependem de concurso. Responsabilidade Civil Objetiva...O que vale para a administração direta vale para as autarquias.

Autarquias especificas: Todas as regras que falamos vale. Mas há pontos especiais que diferenciam das autarquias comuns. Exemplo: universidades públicas. Têm uma liberdade maior de atuação. Autonomia pedagógica, por exemplo. MEC só analisa resultados. Além disso, tem uma forma diferenciada. Os dirigentes não são livrementes escolhidos, mas indicados pelos próprios membros da autarquia, além disso os dirigentes cumprem um mandato certo. Também agências reguladoras são autarquias especiais que tem poder normativo. Normalmente alcança o prestador do serviço, não o usuário. Agencias reguladoras os dirigentes são escolhidos pelo presidente da república + aprovação do senado federal e cumprem mandato certo. Chefe do executivo com aprovação do legislativo. Depois que o dirigente sai do mandato ele cumpre um período de quarentena. 4 meses. Algumas agencias tem lei especifica trazem período de um ano. Durante esse período o ex-dirigente fica proibido de prestar serviços em qualquer empresa que seja regulada. Neste caso ele fica vinculado À agencia recebendo a remuneração integral do cargo de dirigente.

Agencia Executiva: autarquia comum. A idéia é que é uma autarquia comum que não está eficiente. Em virtude da ineficiência celebra com ente da adm direta um contrato de gestão e se qualifica como agencia executiva. Ganha os benefícios, mas precisa de um plano para voltar a ser eficiente. Celebrado o contrato de gestão, era comum e passa a ser executiva. Terminado

o contrato de gestão volta a ser autarquia comum. Muitas criticas pelo simples fato de que a verdade é que acaba premiando a autarquia ineficiente. Cria beneficio para ineficiência.

Conselhos profissionais: autarquias comuns, exercem poder de policia, se são autarquias o regime deve ser estatutário, mas ainda são celetistas.

FUNDAÇÕES PÚBLICAS:

Pessoa Jurídica atrelado a um fim a destinação de um patrimônio público. FUNAI, FUNASA, FIOCRUZ. Majoritariamente podem ser pessoa jurídica de direito público ou privado. Se for de direito público segue o mesmo regime das autarquias. Autarquias fundacionais. Neste caso inclusive a CRIAÇÃO por LEI a fundação de direito público, pois são verdadeiras autarquias. Se forem de direito privado elas são de um regime híbrido, embora sejam de direito privado, elas fazem parte do estado, mesmo não gozando das prerrogativas públicas, elas sofrem a limitação do estado. Ou seja, regime privado em termos. Neste caso as fundações obedecem os mesmos regime das empresas estatais. Nos casos de fundação pública, lei complementar definirá as áreas de atuação.

EMPRESAS ESTATAIS:

SÃO DUAS: empresas públicas e as sociedades de economia mista. Pessoa jurídica de direito privado. Não tem personalidade pública. As três únicas diferenças entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista são: 1) capital: pública 100% público, não se admite investimento privado. mista: capital é misto, mas a maioria deve pertencer ao poder público. 2) forma societária: empresa pública admite qualquer forma societária, enquanto a mista sempre S/A. 3) Empresas estatais somente as da união , 109, I, da CF, As ações contra as empresas de economia mista não deslocam a competência para a federal.

Aula 3.1

Empresas estatais são pessoas jurídicas de direito privado, assim, nenhuma das prerrogativas públicas se aplicam às empresas estatais.

Regime privado no que diz respeito às obrigações fiscais. A empresa estatal respeita o mesmo regime das empresas privadas. Podem ter uma isenção, sim, mas não têm privilégio fiscal por se tratarem de empresa estatal.

Também no que diz respeito às leis estatais os servidores são celetistas, mas não é idêntico. Também é o mesmo do setor privado quanto às relações comerciais e o regime civil e comercial das empresas privadas. Também não têm nada diferente em relação ao processo. Sem privilégio processual. Mas, todavia, embora não roguem de prerrogativas elas fazem parte do estado, por isso, se submetem a todas as limitações públicas.

É por isso que se diz que o regime dessas empresas estatais é chamado de regime misto ou híbrido, pois o direito privado derroga-se com as limitações públicas.

Também deve respeitar o LIMPE.

As empresas estatais podem ser criadas por duas motivações: 1) prestação de serviço público; 2) exploração de atividade econômica com interesse coletivo.

Primeiro setor: estado.

Segundo setor: privado.

Toda vez que um setor vai executar as atividades do outro deve respeitar suas normas.

Quando a empresa estatal explora a atividade econômica, o regime se aproxima mais do direito privado.

Falência e recuperação judicial de empresa estatal: não se aplica a lei à empresas estatais e sociedade de economia mista, mas o art. 173 da CF diz que as empresas estatais que exploram a atividade econômica seguem o regime civil e comercial das empresas privadas. A lei de falências, portanto, não se aplica às empresas estatais, pública e economia mista prestadoras de serviço público, mas se aplicam às que exploram atividade econômica.

Tudo que se falou sobre as empresas estatais, públicas e mistas, não se aplicam aos correios, pois os correios tem regime de fazenda pública com imunidade tributária, privilégio processual, etc.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Primeiro momento da responsabilidade civil foi o estado irresponsável. Estado não responde por seus atos.

Segundo momento Responsabilidade com previsão legal específica. (muito restrito).

Terceiro momento: fase civilista, estado responde desde que se prove a culpa ou dolo do agente (responsabilidade subjetiva)

Quarto momento: culpa do serviço ou culpa anônima. Não precisa provar culpa do agente, mas que o dano decorreu da prestação ineficiente do serviço.

Quinto momento: responsabilidade objetiva. Baseada na conduta, dano e nexo de causalidade.

Cuidar: 1) o Brasil não teve fase da irresponsabilidade; 2) a responsabilidade do estado no Brasil já é objetiva desde a CF de 1946.

Art. 37, § 6° da CF: correspondência no 43 do CC. Regra da responsabilidade objetiva.

Pessoas jurídicas de direito público e privado que prestam serviço público respondem objetivamente pelos danos que seus agentes causarem em terceiros, resguardado o direito de regresso em face do agente em caso de dolo ou culpa. Estado: objetiva. Agente: subjetiva.

Pessoas da responsabilidade: a responsabilidade do estado não é bem do estado, mas a todas as pessoas que prestam serviços ao estado. Todos seguem a responsabilidade objetiva. Também chamada de responsabilidade civil pública.

Exemplo: ônibus com velha, o ônibus freia e cai no meio da rua e morreu. A empresa responde objetivamente. E o estado? Sim, objetivamente tb. A diferença é que a responsabilidade da empresa é primária e do estado subsidiária.

Exemplo2: velha atravessando a rua e ônibus atropela a velha, neste caso a velha não é usuária do serviço, mesmo assim a responsabilidade é objetiva. Responsabilidade objetiva por danos causados a usuários.

Problema: empresas públicas e sociedades de economia mista se uma empresa estatal presta serviço público, responsabilidade objetiva. O problema são as empresas que exploram atividade econômica não seguem o 37, VI, assim, a responsabilidade não é sempre objetiva, mas tem o regime de responsabilidade regida pelo direito privado.

O que é uma responsabilidade objetiva: se baseia em elementos objetivos: conduta, dano e nexo de causalidade. Assim, o elemento subjetivo não é relevante para a responsabiidade do estado. Não precisa demonstrar a ilicitude do ato do Estado (lícito ou ilícito) deve o Estado responder. Quando for ato ilícito se baseia no princípio da legalidade. Quando for ato lícito, o princípio é o da isonomia (pois estado causa dano especifico a alguém em benefício da coletividade).

Exemplo: Eu vou abrir um hotel no interior, 5 andares, faturando muito, o município resolve transformar o terreno da frente em cemitério, assim baixando o seu faturamento. Nesse caso, posso pedir indenização do estado. Deve haver o dano específico ou anormal decorrente da vida em sociedade. Atenção: construção do cemitério teve situação diferente para o dono do hotel e para morador que tem medo de alma. Assim, o mesmo ato gerou efeitos diferentes teoria do duplo efeito do ato administrativo. Terceiro não pode pedir uma indenização baseada na indenização do cara do cemitério.

Conduta deve ser de Agente público na qualidade de agente ou ao menos se aproveitando da qualidade de agente.

Dano deve ser jurídico: ainda que exclusivamente moral.

Nexo de causalidade: demonstração de que a conduta deu causa ao dano. Teoria da causalidade adequada. Para que haja responsabilidade do estado que a conduta do agente foi suficiente por si a ensejar o dano. Não preciso de outras condutas.

Teoria da interrupção do nexo causal qualquer situação alheia ao conduta do estado que enseja o dano diretamente, exclui o nexo de causalidade. Exemplo> sujeito fugiu do presídio e foi até a casa da mãe e reencontrou amigos de infância. Montaram quadrilha para assaltar o banco. Contrataram motorista. Subornaram o segurança e mataram o caixa. A família resolveu pedir a responsabilidade do estado, não levou. Pois o ensejo do dano não foi direto do estado, portanto, se quebro o nexo de causalidade, interrompe e não enseja, então, exclui a responsabilidade.

Qualquer situação que exclua a conduta, dano ou nexo, exclui a responsabilidade.

Geralmente se aprende somente: caso fortuito, força maior e culpa exclusiva da vítima são exemplos de interrupção do nexo causal.

Toda responsabilidade objetiva se aplica o estado teoria do risco administrativo

A atividade administrativa é arriscada. Por isso, quando o estado assume o risco de atividade arriscada ele se responsabiliza por todos os danos.

Quem adota a teoria do risco integral enxerga como responsabilidade objetiva sem nenhuma excludente de responsabilidade.

Brasil adota a teoria do risco administrativo, mas admite exceção a essa teoria.

São 3:

A primeira o Brasil adotaria a teoria do risco integral nos casos de danos decorrentes de atividade nuclear. Em 87 meninos encontraram tubo de césio 137 e morreram e todos que tiveram contato morreu e quem não morreu ficou com problemas. Na época o dano nuclear o estado respondeu.

A segunda direito ambiental: nos casos de dano ambiental a responsabilidade do estado é objetiva tanto quanto for omissivo (execução subsidiário só cobra do estado se não for possível cobrar do causador do dano ) e comissivo.

Terceiro caso crimes ocorridos dentro de aeronaves que estejam sobrevoando e de ataques terroristas tb geram responsabilidade objetiva.

E como configurar a responsabilidade quando o agente público é omisso: neste caso a responsabilidade é SUBJETIVA. Baseada na culpa do serviço ou culpa anônima. Deve-se demonstrar a má prestação do serviço. Se enseja o dano a falta do serviço e comprovar. Exemplo: assaltado no meio da rua não pode responder, mas se for assaltado na frente da delegacia e os policiais vêem pode responsabilizar. Se consegue demonstrar que houve ma prestação e ineficiente o estado deve responder.

Teoria do risco criado ou suscitado: todas as vezes que o estado cria uma situação de risco e da situação de risco criada pelo estado decorre um dano, nestes casos, a responsabilidade do estado é objetiva, mesmo sem culpa do agente. Exemplo clássico: preso mata outro na prisão. Também se o preso fugiu e assaltou a casa do lado também gera o dever de indenizar, pois o estado criou o presídio. Bem como quando o estado tem alguém ou alguma coisa por sua custódia tb responde. Exemplo: meninos em escola se responsabiliza objetivamente por todos os danos ocorridos na escola.

Exemplo: preso passa dia dos pais com o pai, saiu e matou e estuprou uma mulher. Estado responde objetivamente.

1. moça foi visitar namorado no presídio e houve rebelião e foi estuprada, estado responde? Um preso saiu no pátio e caiu um raio na cabeça estado responde? Segundo caso, houve caso fortuito e força maior e estado não responde. No primeiro caso o estado responde.

Teoria da conditio sine qua – em caso de custódia:

Fortuito interno (caso fortuito): interno decorre da situação de custódia (não exclui a responsabilidade).

Fortuito externo (força maior): alheia à custódia exclui a responsabilidade.

Responsabilidade do agente:

1) Prescrição:

A reparação civil contra o estado prescreve em cinco anos. Regra que criava um benefício ao estado, mas virou prejuízo a partir do dia em que o CC trouxe a reparação civil em 3 anos. A reparação civil do estado por isso tb prescreve em 3 anos. 5 anos salvo lei mais benéfica. STJ está dividido por enquanto. Embora o CC seja lei posterior é lei geral e lei geral não revoga lei especial. Base lei específica.

Último entendimento: 5 anos, mas não é pacífico.

2) Responsabilidade do estado por atos jurisdicionais, decisões judiciais: Não! Irresponsabilidade do estado por decisões judiciais, pois é resolvida por meio de recurso, não por indenização. A exceção é constitucional: Art 5°, LXXV prisão decorrente de erro judiciário e além do tempo fixado em sentença.

E o juiz responde por erro judicial? Claro, desde que se prove o dolo. Neste caso é em ação de regresso.

Prisão errônea: Resumo a responsabilidade do estado é objetiva, mas para acionar o juiz depende da condição do dolo.

3) Responsabilidade por atos legislativos: lei em sentido formal e material que inova o ordenamento jurídico. Regra, em princípio, é que o estado não responde por leis. Por ser geral e abstrata, não é dano especifico e anormal a ninguém. Exceção: lei que cause dano direto a alguém e inconstitucional.

4) Responsabilidade do estado decorrente de obra: 2 possibilidades. 1) Má execução da obra que causa dano. Preciso saber quem está executando a obra. Se for pelo próprio estado, sem discussão (responsabilidade objetiva). Mas normalmente estado contrata alguém para executar a obra, neste caso a responsabilidade do empreiteiro que é PJ de Direito Privado que executa obra que não é serviço público. Neste caso a responsabilidade do empreiteiro é privada e o estado responde, mas é preciso demonstrar que o estado foi omisso no dever de fiscalização do contrato. Preciso demonstrar a não fiscalização. 2) Obra bem executada, mas causa dano. Exemplo: recapeamento de rua que deixa casa abaixo do nível da rua. Responsabilidade pelo simples fato da obra. Quando decorre da obra em si. Nesse caso, a responsabilidade é SEMPRE do estado e é sempre OBJETIVA.

Responsabilidade do agente:

Vítima cobra do estado objetiva e estado cobra do agente provando dolo ou culpa.

1) Vítima pode cobrar diretamente do agente? Entendimento majoritário do STF é que não se pode cobrar do estado. É garantia da vítima cobrar do estado e é garantia do agente só ser cobrado pelo estado.

2) E o estado cobrando a ação de regresso? O CPC diz que nesses casos é necessário a denunciação à lide. Se o estado não denuncia à lide perde o direito de regresso. Estado não pode abrir mão do direito de regresso. Pode propor ação de regresso depois. Dessa forma, não é obrigatória a denunciação à lide.

Mas o estado pode denunciar à lide? A princípio, não. Porque no caso estado significa que junto com o agente vai vir pro processo a discussão de dolo e culpa. Ou seja, se trarão discussões subjetivas para o plano objetivo e a garantia da vítima?

Intervenção no estado da propriedade

A intervenção do estado na propriedade é demonstração clara da supremacia do interesse público sobre o privado.

Intervenção dividida em duas modalidades:

Restritiva: aquelas que limitam o exercício da propriedade, mas o bem continua na mão do particular. Exemplo: tombamentos, servidões.

Supressiva: Suprime o direito de propriedade. Estado toma o bem do particular. Desapropriação é a única intervenção supressiva na atualidade.

Desapropriação é forma originária de aquisição de propriedade. Bem chega nas mãos do estado originariamente. Bem chega novo como se nunca tivesse pertencido a ninguém, Qualquer ônus real que recaia sobre o bem fica sub rogado no valor da indenização.

Estado pode desapropriar quando: Utilidade necessidade pública / Interesse Social e mediante pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro. Ressalvadas as exceções previstas na CF sobre a prévia e justa indenização. essa é a desapropriação comum

Desapropriações especiais: 3 exceções.

Desapropriação especial urbana: estabelece que se o imóvel urbano não estiver cumprindo a função social prevista no plano diretor da cidade o poder público municipal notifica o proprietário para que ele faça alguma coisa. Parcelamento ou edificação no terreno. Depois de notificado o proprietário tem o prazo de um ano para apresentar um projeto e depois tem mais dois anos para começar as obras. Se passar o prazo e o proprietário não tomar nenhuma providência, o poder público institui IPTU progressivo no tempo (chamada de extra-fiscalidade quando o tributo não tem intenção de arrecadar) neste caso é para coagir o sujeito. No máximo 5 anos pode-se aumentar e a alíquota não pode ser maior que 15% do valor venal do

imóvel e de um ano pro outro pode no máximo dobrar a alíquota. Se nada disso deu certo, o poder público faz a desapropriação e paga em títulos da dívida pública resgatáveis em até 10 anos.

Desapropriação especial rural: Imóvel rural que não cumpre a função social da propriedade rural. Se não cumpre função social será desapropriada para fins da reforma agrária. Também não é paga em dinheiro. Destinação do bem é vinculada para fins de reforma agrária necessariamente. Paga em títulos da dívida agrária resgatáveis em até 20 anos a partir do segundo ano de emissão. As benfeitorias úteis e necessárias são pagas em dinheiro.

A função social da propriedade urbana está prevista no plano diretor da cidade. A rural está na constituição. Requisito não é só produtividade passa também pela utilização racional e adequada do solo respeito ao meio ambiente, não exploração de trabalho. Mas é possível que uma propriedade seja produtiva e não cumpra a função social. Pode ser desapropriada? Não! Não pode ser desapropriado para fins de reforma agrária a pequena e média propriedade que seja a única do sujeito e também não pode ser desapropriada a propriedade produtiva. Nesses casos a CF traz vedações.

Expropriação confisco: Não é indenizada em dinheiro, títulos e nada. O particular perde o bem sem direito a indenização. 1) Bens imóveis utilizados para plantação de psicotrópicos; 2) bens móveis utilizados para o tráfico de drogas. Sendo que os bens imóveis serão vinculados para o assentamento de colonos. Bens móveis para o combate ao tráfico ou para recuperação de viciados. No caso da plantação desapropria tudo ou somente o pedaço da plantação? Glebas: desapropria a propriedade INTEIRA. E não precisa provar dolo, culpa ou intenção.

Desapropriações especiais têm competência exclusiva: Urbana do município e a rural da União!

Desapropriação Comum: De quem é a competência para desapropriar?

Competências legislativa, declaratória e executória.

Legislativa: Somente união.

Declaratória: Varia de acordo com o ente federativo. Qualquer ente pode declarar a utilidade pública e o interesse social. Não pode autarquia federal e outros entes. Exceções: Anel e DNIT (podem declarar utilidade pública e interesse social)

Executória: ou o próprio ente federativo que declarou executa, ou pode ser delegada aos entes da administração indireta, a concessionárias de serviços.

É possível desapropriar bem público? Sim, de cima para baixo> União desapropria do estado e do município, por exemplo.

A desapropriação é dividida em duas fases: 1)Declaratória e 2)Executória.

Declaração é feita por lei de efeitos concretos ou por decreto expropriatório (pode ser feita pelo executivo ou por legislativo). Declarado o interesse público o bem ainda não passa para o estado. Ainda, mas algumas conseqüências decorrem da declaração: 1) penetrar no bem para

fazer avaliações de forma menos gravosa ao proprietário; 2) mais importante: fixação do estado do bem> poder público dizendo ao particular que quer o bem no estado em que se encontra. Assim, qualquer melhoria que se faça no bem o estado não indeniza. Exceção: benfeitorias necessárias e úteis autorizada: serão pagas mesmo feito depois da declaração. Ou seja, o proprietário não ganha um centavo até aqui. Por isso tem prazo para executar a obra. Caducidade da declaração: se for declaração de utilidade pública (5 anos) e declaração de interesse social (2 anos). Depois desse prazo não pode mais ser executada. Pode fazer um nova declaração? Sim, mas deve respeitar um ano de carência. Não é possível emendar uma declaração a outra. Se decaiu e construiu e declarou de novo aí tem indenização.

Executória: pagar a indenização e entrar no bem. Pode ser feita pelo próprio bem ou delegar fase executória. Se houver acordo a via é administrativa. Acordo somente com relação ao valor indenizatório. Se o particular não concordar a execução vai se dar na via judicial por meio da ação de desapropriação proposta pelo ente público. Ação regulamentada no decreto lei especifico. Particular é chamado a contestar a ação. A única matéria de contestação é o valor indenizatório e vícios processuais, mas no mérito é só o valor indenizatório.

O judiciário pode controlar, discutir, analisar a legalidade de um ato administrativo? Sim! Vícios de legalidade, sim! Eu não posso discutir esses vícios na ação da desapropriação. Defesa restrita só ao valor indenizatório. Outros vícios devem ser através de uma ação direta para esses fins. A ação direta será distribuída por dependência ao juiz da desapropriação. Se a única coisa que se discute é o valor, se o particular ganha leva o dinheiro. Por isso que o estado requere liminar de imissão provisória na posse do bem durante a ação. Propriedade depois. Primeiro faz declaração de urgência (dura no máximo 120 dias) explicando que é urgente entrar no bem. Depois, em juízo, deposita o valor incontroverso, aquele que o estado considera justo e tem a imissão provisória. O depósito é feito e o particular tem direito de levantar 80% do valor depositado. Se fizer o levantamento de 100% presume-se que ele aceitou o valor. Se quer discutir tem que levantar no máximo 80%. Sentença final com o transito em julgado ocorre a transferência da propriedade.

Exemplo: Estado considerou que o bem valia 100 mil e depositou. Particular tem direito a levantar 80 mil. No final, juiz declarou que o justo seria pagar 200 mil. E esses cem mil a mais é decisão judicial não é pago em dinheiro, mas em precatório. Prévia a indenização já não vai ser, mas que seja pelo menos justa, sobre os valores devem incidir juros, multas, honorários, etc.

Correção monetária: importante que se mantenha a correção real e evitar a perda patrimonial pelo decurso do tempo. Assim, desde o transito em julgado da sentença, e a taxa de correção é o mesmo índice da caderneta de poupança (TR) necessariamente (sobre 100 mil). Também incide os juros compensatórios: existem para compensar o fato de ter perdido a posse do bem antes de receber indenização. O certo seria receber a indenização e depois perder o bem, por esse motivo, os juros incidem. Os juros começam a correr da imissão provisória. Juros compensatórios incidem então sobre 120 (tudo aquilo que não se pode levantar) 12% ao ano. Juros moratórios: também juros de mora são pagos pela demora no cumprimento da decisão judicial. Nesse processo 100 mil vai demorar a ser pago sobre isso incide o juro de mora 6% ao ano. Juros moratórios começam a contar: se o precatório foi inscrito até julho de um ano ele

tem que ser pago até 31/12 do ano seguinte. Se o ente público pagar até 31/12 do ano seguinte ele não está em mora. Porque os juros só incidem sobre a mora. Súmula vinculante 17. Honorários advocatícios que incidem sobre o valor da sucumbência (perda). Quem perdeu foi o estado (100 mil) sentença menos o valor depositado. Percentual nesses casos variam de 0,5% a 5% do valor da sucumbência.

Direito de extensão: Desapropriação pode ser total ou parcial. Desapropria parcialmente, mas o que sobre é ineficiente para o particular. Nesse caso, é possível o direito de extensão. Leve tudo, mas me indenize por tudo. Direito de extensão pode ser alegado na ação de desapropriação!

Desapropriação indireta: esbulho. Invade o bem do particular sem respeitar as regras de desapropriação. Invadiu nesse caso se houve destinação pública ao bem o particular só pode pedir indenização. Muito comum particular tem terreno e o estado coloca poste de energia elétrica (servidão) e amplia colocando mais vários posses. Juiz, ele tá dizendo que é servidão mas encheu de poste e tá me impedindo de usar o meu bem. Pede ao juiz pra reconhecer através de ação de indenização por desapropriação indireta. Exemplo: sujeito viajou por três anos e quando voltou o terreno tinha sido tomado pelo estado pra construir a camara municipal. Procura advogado: ação indenizatória por desapropriação indireta e defina o valor indenizatório. Exemplo: na ação de indenização por desaproprição indireta posso pedir juros compensatórios? Sim! Pois compensa o fato de ter perdido a posse do bem antes de ter ganho um valor justo pelo imóvel. Decreto 3365 critério para desapropriação indireta: Prescreve em cinco anos para o particular pedir indenização por atos de constrição público. Problema: a desapropriação não há ato de constrição para que se possa contar o prazo de cinco anos. Na indireta não posso utilizar o prazo do decreto. Então tem a súmula 119 do STJ que diz que nesses casos prescreve em 15 anos (pois é o tempo da usucapião extraordinária).

Desapropriação por zona: Quando estado vai desapropriar as zonas vizinhas. A desapropriação principal é para obra, o restante é para zona. Porque a zona lindeira: quando há necessidade de posterior extensão da obra ou quando estado enxerga uma supervalorização dos terrenos vizinhos pra vender depois e compensar os gastos com a obra.

Retrocessão: Exemplo: terreno de particular e estado desapropria pra construir uma escola depois da desapropriação feita ao invés de construir escola constrói hospital. Ato devidamente demonstrado de interesse público. Isso é desvio de finalidade!O desvio de finalidade recebe o nome de TREDESTINAÇÃO LÍCITA sobre o bem. Nesses casos, é um desvio de finalidade autorizado por lei. Alterou dentro dos limites legais, alterou apenas a finalidade específica. Mas caso o estado desaproprie pra construir escola e nada constrói e ainda vende o bem para terceiro isso não é lícito. Tredestinação Ilícita ou ADESTINAÇÃO do bem. Estado não deu destinação pública ao bem. Nesse caso surge ao proprietário o direito de retrocessão: posso pedir de volta o terreno. Pq restauro minha garantia do direito de propriedade. Direito de preferência: estado deve preferir o expropriado a outros. Portanto, como o estado vendeu o bem o direito de retrocesso posso buscar o terreno da mão de terceiro? Depende. De enxergar como bem de direito real tem o direito de seqüela. Entretanto, hoje não é o entendimento. A retrocessão está prevista no CC como direito de natureza pessoal, ou seja, não real, devo resolver direto com estado não contra terceiro.

Intervenções restritivas do direito de propriedade: não retiram o bem, mas limitam.

São 5

Limitação administrativa: restrição de caráter geral e abstrato. Restrição a todos que estejam na mesma situação. Indica uma situação e todos os bens que estiverem dentro da limitação todos serão atingidos. Norma: salvador beira mar morador pode construir no máximo 8 andares. Nesse caso não cria dano específico para ninguém, por isso não são indenizáveis. Tá na moda: direito de preempção> estatuto da cidade: município direito de preempção público. Direito público de preferência. Qualquer pessoa que tiver terreno ali tem que oferecer antes ao município. Preempção deve durar no máximo 5 anos e passado o prazo o prazo só pode pedir preempção depois de um ano de carência. Estado tem até 30 dias para exercer o direito de preferência.

Servidão administrativa: restrição individual sobre determinado bem específico. Registro no cartório de imóveis. Funciona mais ou menos como a servidão civil. Prédio dominante e um serviente. Colocar um bem privado serviente a prestação de um serviço público. Botar poste, placa no muro. Poder de polícia. Se houver dano, indeniza. Estado não precisa locar os bens, mas havendo dano haverá indenização. Servidão tem caráter perpétuo: não que seja eterna, mas não é temporária. Constituição: estado declara o interesse público e depois executa (parecida com a desapropriação). Pode ser dar por ato administrativo por acordo, por decisão judicial ou por lei.

Quando aprendemos direito civil quando se fala em direito de propriedade o caráter é absoluto e exclusivo: faz o que quiser desde que não prejudique terceiros você faz o que quiser. Só quem utiliza o bem é o proprietário erga omnes ou alguém que atue em nome dele. As intervenções restritivas limitam esse direito: construir 8 andares. Mas placa no muro não continua usando o bem sozinho. Afetou o caráter exclusivo do bem, pois passa a ser usado pelo estado. Dessa forma, a servidão afeta o caráter exclusivo da propriedade e a limitação afeta o caráter absoluto da propriedade.

Tombamento: intervenção específica. Uma restrição a parte que não se confunde com a servidão. Tem específica destinação. Feita para a proteção do meio ambiente: histórico, artístico e cultural. Se visa a proteção da arte e da cultura de um povo. Direito real que pode recair sobre bens móveis e imóveis corpóreos diferentes da servidão. Não pode recair sobre bens incorpóreos. Bens incorpóreos são registrados, não tombados. Tombamento também é perpétuo, mas vai ter livros com tombamento provisório, pois tombamento provisório é uma espécie de cautelar para evitar a depredação do bem. Um bem pode ser tombado mais de uma vez? Sim! É possível mais um tombamento sobre um único bem: interesse local município, regional, estado, nacional, união. Não há interferência de um no outro. Todos estarão registrados. O tombamento cria restrições ao proprietário do bem tombado: obrigações de fazer, não fazer e tolerar. Fazer: conservação da forma em que se encontra, se não tiver condições tem o dever de informar ao poder público que não consegue. Pode vender bem tombado, penhor, hipoteca, ou seja, os direitos reais de garantia podem, mas não livremente. Não pode alienar livremente, pois a alienação depende do direito de preferência que deve ser resolvido em 30 dias pra dizer se quer. Vende pra quem ele quiser pelo preço que ofereceu ao estado. Não pode oferecer ao estado por 1000000 e depois oferecer pro particular por

200000. E se for tombado pelos três entes deve oferecer aos três mesmo tempo, mas se mais de um ausente tiver interesse obedece à hierarquia. Não fazer: não pode modificar ou destruir o bem tombado. Qualquer reforma precisa de autorização especial e prévia do poder público. Também o bem tombado não pode sair do país, salvo por curto período de tempo com autorização. Tolerar: tolerar a fiscalização do estado quanto ao tombamento.

Exemplo de servidão feita por lei: O tombamento de um bem está instituída automaticamente uma servidão ao prédio vizinho, pois não pode impedir nem a visualização nem o acesso ao prédio tombado. Servidão decorrente do tombamento.

Requisição administrativa: base constitucional expressa: estado pode requisitar o bem de particular em situações de iminente perigo, assegurada indenização posterior (ulterior) em caso de dano. Exemplo: enchente, requisita galpão para colocar desabrigados. Resolvida, devolve e se houver dano, indeniza. Requisição pode recais sobre bens móveis, imóveis e serviços. Exemplo: homem na guerra morre, indeniza recebe indenização. É possível que a requisição incida sobre um bem consumível: se esvai na sua utilidade com o primeiro uso. Se perde a utilidade não tem como devolver, nesse caso seria desapropriação (mas a desapropriação é prévia). É possível a requisição de bens consumíveis desde que sejam fungíveis.

Ocupação temporária: Nasceu no decreto de desapropriação. Estado pode ocupar temporariamente os terrenos vizinhos de uma obra. Durante o prazo de duração da obra ocupa temporariamente. Na pratica, todas as vezes que não uma situação de iminente perigo, mas o estado precisa de ocupação temporária. Exemplo: escola privada ocupada para zona eleitoral. Na prática a única diferença para requisição administrativa é o perigo iminente. Se houver dano, também indeniza.

BENS PÚBLICOS:

Cuidar expressão domínio público: sentido amplo> domínio eminente não tem nada a ver com bens públicos ou propriedade, tem a ver com soberania, pois todos os bens do território estão sujeitos ao domínio do estado. Esse domínio eminente justifica a possibilidade de estabelecer restrições como tombamentos, ocupações, etc. Matéria de DIP, Constitucional.

A expressão domínio público também pode ser os (bens de propriedade do estado): Em 2002 CC o art 98 CC diz que são bens públicos, os bens das pessoas de direito público e todos os outros são privados. CC definiu a titularidade, não a destinação do bem. Todos os outros são de direito privado. Mas todos os bens privados que tiverem atrelados a serviço público gozam das garantias dos bens públicos. A destinação dos bens públicos vai classificar os bens de:

Uso comum: bens públicos, que tem como destinação a utilização das pessoas em geral. Praças, ruas, praias. A utilização dos bens não depende de autorização do estado para fazer a utilização.

Especial: bens que tem interesse público, mas a utilização é do próprio estado. Exemplo: Gabinete do Prefeito. Destinado a finalidade pública, mas não de uso comum. Bens de uso especial pode ser direto ou indireto: direto: utilizado diretamente para uso do estado; indireto:

não usa diretamente, mas estado conserva com uma finalidade específica (terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, não posso ir lá tomar sol);

Dominicais ou dominiais: Bens que não tem nenhuma espécie de destinação pública. São públicos porque pertencem a uma pessoa de direito público, mas não tem nenhuma finalidade específica. Terreno baldio, terra devoluta de um estado.

Todos os bens que têm destinação pública são chamados de bens AFETADOS, ou seja, atrelados ao estado. Os bens que não têm nenhuma destinação pública são bens DESAFETADOS. Mas isso não é estanque. Afetação e desafetação do bem podem ser dadas a qualquer momento.

Como regra, se espera que todo o bem público seja afetado, por isso, o simples uso afeta um bem. O simples fato de utilizar já afeta o bem. Agora, a desafetação não se dá pelo simples desuso, pois decorre em função de lei ou de ato administrativo.

Utilização dos bens públicos por particulares: toda vez que usar de forma ordinária não depende de autorização do estado para usar. Agora, em algumas situações o particular quer usar os bens de forma anormal, exemplo, casar na praia. Espalhar mesas pela calçada. Uso especial de usar os bens de uso comum. Se quer fazer utilização especial, o estado deve analisar se não vai atrapalhar a utilização normal das outras pessoas. Manifestação do estado pode se dar de três formas: autorização, permissão ou concessão de uso. Qual a diferença: autorização é ato discricionário e precário (margem de escolha e pode ser desfeito a qualquer tempo sem direito a indenização); permissão também é ato discricionário e precário (a diferença da autorização é o interesse: permissão de uso é de interesse público e a autorização é de interesse particular); concessão tem natureza contratual e por isso não é precária, por isso geram direito a indenização, pois é contrato administrativo com prazo determinado.

Garantias dos bens públicos: regime de direito público se aplica a eles, ou seja, sobre esses bens se aplicam a supremacia do interessa público estado criando um regime diferenciado.

Impenhorabilidade: Não é possível a penhora sobre bens públicos para garantir o juízo. O que garante é o orçamento, entra na fila de precatório. Mas o estado é pessoa solvente e mesmo que precisasse não posso tirar do público pra entregar para particular, por exemplo.

Não onerabilidade: não pode incidir sobre bens públicos garantia real de qualquer débito. Não oneráveis não incidem direitos reais de garantia: penhor, hipoteca, anticrese.

Imprescritíveis: não pode ser usucapido pelo decurso do tempo. Não gera aquisição de propriedade. Nem mesmo os dominicais podem ser usucapidos. Basta pertencer a uma pessoa de direito público. STJ vem dizendo que a posse mansa e pacífica de bem público não gera aquisição de propriedade, a utilização de um bem público sequer induz posse.

Alienabilidade condicionada: possível alienar um bem público desde que respeitadas as leis. Condições de alienação de um bem público, dentro das condições estabelecidas em lei. Basicamente a primeira condição é a desafetação. Bens públicos afetados não podem ser alienados. Ainda, deve ter o bem uma declaração de interesse público na alienação do bem,

feita avaliação prévia e, por fim, licitação. Se o bem for imóvel tem que ter lei específica autorizando a alienação.

Bens em espécie: a regulamentação dos bens em espécie começa no art 20 e 26 da CF.

Faixa de fronteira (150 km) não é bem público, mas é indispensável à garantia da segurança nacional.

33 metros de preamar (maré alta) terreno da marinha da praia pra dentro da União.

Da praia pra fora 12 milhas marítimas mar territorial pertence à União.

200 milhas marítimas depois das 12 plataforma continental e zona econômica exclusiva (recursos naturais ali encontrados são da União).

Terras dos índios: são da União finalidade específica e inalienáveis, pois são bens de uso especial.

Terras devolutas: bens estaduais em regra (exceção: fronteiras, militares, vias federais e proteção do meio ambiente).

Rios e correntes de água: são estaduais, exceção os que vêm de outro país, vão pra outro país ou que banham mais de um estado membro.

Potenciais de energia hidráulica: pertencem à União, mesmo que estejam localizados em rios estaduais.

Margens de rios navegáveis: os terrenos que ficam ali pertencem à União. Doutrinariamente se diz que esses terrenos tomam o nome de “reservados”.

LICITAÇÃO:

Licitação é um procedimento administrativo anterior a contratação pública.

Porque? Dois motivos essenciais.

1. Licitação existe para busca da proposta mais vantajosa.

2. Garantia de isonomia: garantia da isonomia nas contratações públicas. Administração não escolhe quem ela quer contratar para todos iguais.

3. Garantia do desenvolvimento nacional sustentável: privilégios para micro empresas, produtos manufaturados.

No Brasil temos duas leis gerais de licitação: 8666/93 e 10520/02

8666 norma básica e geral

10520 norma básica e geral pregão.

Todos os princípios de direito administrativo se aplicam no procedimento licitatório, mas tem três princípios básicos:

1) Vinculação ao instrumento convocatório: como regra é o edital, mas o edital estabelece todas as normas do edital. Todos vinculados pelo edital os licitantes e a própria administração pública. Edital é ato administrativo, mas também pode ser tida como a lei da licitação.

2) Princípio do julgamento objetivo: realizo o procedimento licitatório e quando o particular licitante lê ele já sabe como fazer para ganhar. O particular se vale dos critérios para escolher o vencedor.

4 formas de tipos de licitação: Diz respeito o critério do vencedor

1) Menor preço

2) Técnica e preço o edital vai dizer qual a melhor técnica.

3) Melhor Técnica o edital vai dizer qual a melhor técnica. Não há e não pode haver subjetivismo.

4) Maior lance

O fato de trazer proposta mais vantajosa não desclassifica, mas o que traz a mais não pode ser utilizado como critério de escolha do vencedor é objetivo. Ou seja, se licito um carro 1.0 com ar e me oferecem com ar, vidro e trava elétrica, isso não pode ser levado em conta. Nesse caso, se outro revendedor traz somente um carro com ar dá empate. Se aceitasse carro mais completo isso quebraria a isonomia. Não pode haver surpresa. Em licitação não posso mudar as regras do jogo no meio.

Se empata como faz pra desempatar? Não há subjetivismo. De forma objetiva são três critérios de desempate e são sucessivos, ou seja, primeiro, segundo e terceiro:

1) bem ou serviço produzido no país;

2) empresa brasileira;

3) investe em tecnologia ou pesquisa no país.

E se nenhum dos três desempatar? Vai pra sorteio.

Segredo: Se o empate ocorreu entre uma microempresa e empresa de pequeno porte, esta é beneficiada, pois tem preferência no desempate. Empatou a licitação a administração pergunta se ela pode reduzir o preço e, baixando, ela leva.

Licitação entre uma empresa e uma micro, se a micro apresentar proposta até 10% maior do que a proposta vencedora, dá empate.

Nas licitações da 8666 10% no pregão são 5%.

3) Princípio dos sigilos das propostas: Propostas devem ser sigilosas até a data de abertura de envelopes com as propostas em conjunto;

Modalidades Licitatórias:

Intervalo mínimo na licitação Deve-se respeitar o prazo. Não pode dar prazo impossível. Pra evitar que isso aconteça o intervalo mínimo entre a publicação do edital e a data marcada para abertura dos envelopes. São 8 prazos!

Comissão licitante: autoridade máxima do órgão não realiza a licitação, mas a comissão realiza o procedimento licitatório. Comissão composta por no mínimo 3 membros e desses três pelo menos dois devem ser servidores efetivos daquele órgão.

Comissão Especial e permanente:

Especial: designada especificamente para aquele procedimento licitatório, mas não é muito econômico.

Permanente: designada não pela licitação, mas para o órgão no período de um ano, basta mudar um membro, portanto o que é vedada é manutenção da mesma comissão por mais de um ano.

Membros da comissão respondem solidariamente por todos os atos da comissão.

Obrigatoriedade de Licitar: varia de acordo com a situação de quem está licitando. Se recebe dinheiro público, licita. Obrigados: Direta, Indireta, Fundos Especiais e os demais entes mantidos pelo dinheiro público, ou seja, todos os entes precisam licitar. Ou seja, mesmo a entidade privada que contrata com dinheiro público precisa fazer licitação.

6 Modalidades Gerais de licitação:

As três primeiras são definidas de acordo com o contrato a ser celebrado. Vai restringindo os valores e a competição. Em licitação quem pode mais, pode menos.

Concorrência (8666): modalidade licitatória mais ampla. Qualquer um pode participar. Não há limite de competição. Por isso é obrigatória para contratos muito altos. Obras e serviços de engenharia acima de um milhão e meio de reais é obrigatória. Bens e serviços acima de 650.000,00 somente concorrência. Exceção: não libera a concorrência. Existem alguns contratos que exigem a realização de concorrência independente do valor do contrato a ser celebrado. São eles:

a) Concessão de serviço público pouco importa o valor do contrato concorrência é obrigatória;

b) Concessão de direito real de uso: feita para urbanização de determinadas áreas. Industrialização de um bem público é direito real e precedida de concorrência;

c) Aquisição ou alienação de bens imóveis: objeto que é relevante. Concorrência é obrigatória por ser bem imóvel independente de valor. Exceção: Se o estado quiser alienar bens imóveis que tenham sido adquiridos por dação em pagamento ou decisão judicial pode fazer concorrência, mas tb pode fazer leilão.

d) empreitada integral: deve ser concorrência pouco importa o valor da obra. Empresa responsável por todas as etapas da obra, devendo entregar a obra para o estado pronta para o uso.

e) licitações internacionais: concorrência. Toda a licitação que pode participar empresas estrangeiras que não tenham sede no país. Exceção: se o órgão tiver um cadastro internacional de licitantes ele pode fazer licitação internacional tomada de preço desde que esteja dentro do valor da tomada de preço; Se o órgão tiver fazer licitação internacional porque não há aquele produto ou serviço no país pode fazer na modalidade Convite.

PRAZO DE INTERVALO MÍNIMO DA CONCORRÊNCIA: ENTRE A PUBLICAÇÃO DO EDITAL E A ABERTURA DO ENVELOPE DEVE-SE RESPEITAR O INTERVALO MÍNIMO: VARIA de acordo com o tipo de licitação: se for melhor técnica e técnica e preço: 45 dias. Para os outros casos 30 dias. Exceção: empreitada integral: pouco importa se menor técnica ou preço> 45 dias.

Tomada de preço (8666): restringe um pouco mais a competição, pois só pode os licitantes cadastrados ou aqueles que se cadastrarem com pelo menos três dias de antecedência da das propostas de tomada de preço. Habilitação prévia. Empresa leva todas as documentações necessárias para se habilitar para uma licitação. Isso é bom pq qualquer licitação pode participar. O comprovante de cadastro substitui todos os outros documentos. No período de um ano tem o cadastro vigente. Tem 1 ano de validade. Na tomada de preço só pode ser cadastrado. Até 1.500.000 ou 650.000,00, senão concorrência obrigatória.

INTERVALO MÍNIMO: Varia de acordo com o tipo: melhor técnica ou técnica e preço: 30 dias. Nos outros casos, 15 dias.

Convite (8666): Mais restrito. Somente convidados. Convidados devem ser no mínimo três, salvo comprovada a restrição de mercado. Tem que ter cadastro no órgão e se mostrar interessado pelo menos 24horas antes (por escrito) das aberturas da proposta. Convite não tem edital nem publicação de edital, mas tem carta convite que também não é publicada. Cuidar: não tem publicação, mas tem publicidade. Porque não pode ser secreto. A publicidade é assim: envia a carta convite aos convidados e depois é feita a afixação no átrio da repartição em local visível ao público. Convite pode ser feito para contratação de serviços de obras e engenharia até R$ 150.000,00 e bens e serviços até R$ 80.000,00. Obra de 50.000,00 pode ser feita por convite, tomada e concorrência. Quem pode mais, pode menos.

INTERVALO MÍNIMO: conta a partir do recebimento da última carta ou da afixação? A lei diz do último ato de publicidade. A partir daí 5 dia ÚTEIS cuidar pq os outros eram corridos. Exceção COMISSÃO > a lei diz que se órgão tiver falta de pessoal ele deve justificar e dispensar a comissão com apenas um servidor, desde que seja efetivo. Exemplo: presto serviço de limpeza e tem quatro empresas cadastradas: ABCD. A administração pode no convite chamar

ABF. Ficaram de fora dois, a lei diz o seguinte: enquanto houver convidados de fora, a cada nova licitação de limpeza preciso chamar ao invés de três, quatro convidados. Ou seja, um convidado a mais. Mas não sou obrigado a chamar os cadastrados, mas é uma forma de coação.

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O que define concurso, leilão ou pregão não tem nada a ver com valor, mas em razão do objeto a ser contratado:

Concurso (8666): Forma que a administração tem de adquirir um trabalho técnico, artístico e científico. Exemplo: Esaf (concurso de monografia) a administração adquire o trabalho e em troca paga um preço. Goiânia: projeto arquitetônico paga prêmio. Comissão especial de concurso composta por três membros, mas não precisam ser servidores público, mas precisam ser pessoas idôneas e que tenham conhecimento na área do concurso.

INTERVALO MÍNIMO: 45 DIAS CORRIDOS

Leilão (8666): Modalidade licitatória cabível para alienar bens móveis e imóveis. Quais são os bens imóveis que podem ser alienados por leilão: aqueles em dação em pagamento e adquiridos por decisão judicial e também para alienar bens móveis: inservíveis (sem utilidade pública), apreendidos e penhorados (constrição judicial leilão licitação procedimento administrativo o que se queria falar é penhor: jóia empenhada). Os móveis até o máximo de R$ 650.000,00, passou desse valor deve ser concorrência. Responsável pelo leilão é leiloeiro oficial ou servidor público, por isso não há comissão de leilão. Tem edital e é sempre do tipo maior lance = ou superior ao valor da avaliação.

INTERVALO MÍNIMO: 15 DIAS.

Pregão (10520): todos os entes da administração podem utilizar. Chamado de leilão reverso. Se leilão é para alienar, pregão é para adquirir. Utilizada para aquisição de bens e serviços comuns para uso da administração público. A lei 10520 diz que bens e serviços comuns: designados no edital com expressão usual do mercado (exemplo: usual caneta). Não pode ser feito pregão para obra. Pregão é utilizado amplamente. Não tem limite de valor. Inclusive acima de R$ 1.500.000,00. Pregão é SEMPRE do tipo MENOR PREÇO. Publica edital com os requisitos mínimos de técnica e qualidade exigida. Não tem comissão. Quem faz é o pregoeiro e é sempre um servidor público que faz curso pra ser pregoeiro. Não há comissão, mas uma comissão de apoio administrativa. Quem responde pelos atos do pregão é somente o pregoeiro.

INTERVALO MÍNIMO: 8 DIAS ÚTEIS entre a publicação do edital e o procedimento.

PROCEDIMENTO LICITATÓRIO:

Tá na moda licitação para registros de preços: em algumas situações estado licita para contratar e outras licita para saber preço para contratar a qualquer momento. Estabelece limite máximo que pode contratar 20 carros, por exemplo. Tem validade de um ano.

Procedimento da concorrência:

1ª fase interna: atos preparatórios ao procedimento licitatório. Fase pré-procedimental. Mas já tem número de processo. É feita a exposição de motivos, que é a justificativa para a contratação. Depois é feita a declaração orçamentária informando que tem disponibilidade orçamentária para aquele contrato. Depois disso se faz a designação da comissão licitante que vai ser especial ou permanente por meio de uma portaria. Depois feita a minuta do edital e a minuta do contrato. E encaminha esse processo todo para a consultoria jurídica que autoriza o procedimento licitatório através de um parecer. Depois disso, publica-se o edital que dá início à fase externa.

A fase externa se inicia com a publicação do edital.

1. Publicação do edital pode ser em diário oficial ou jornal de grande circulação. Já com a data marcada para abrir os envelopes. Nesse momento o intervalo para impugnação do edital deve ser feito até o 5° dia útil anterior da data para abrir os envelopes por qualquer cidadão. Se o sujeito for o LICITANTE, o prazo dele é maior, pois tem até o segundo útil anterior ao dia da abertura dos envelopes. Impugnação na via administrativa, digo. Se ninguém impugnar o edital a administração pode altera o edital? Claro, de ofício, por causa da autotutela da administração pública. Alterou o edital precisa publicar de novo? Sim! Se houve alteração do edital precisa reabrir a contagem do intervalo mínimo? Sim! Exceção, salvo se a modificação do edital não modificar o conteúdo das propostas.

2. Habilitação: análise acerca da condição e idoneidade para contratar com a administração. Requisitos de habilitação são somente os definidos em Lei. Exemplo: Ilhéus reforma da ponte com sede no município de Ilhéus só tinha uma (não se pode criar restrições que não sejam indispensáveis ao procedimento licitatório).

6 requisitos de habilitação:

1. Habilitação Jurídica: que existe no mundo jurídico de direito;

2. Qualificação técnica indispensável à execução do contrato;

3. Qualificação econômico financeira para executar o contrato;

4. Regularidade Fiscal; provado por certidão negativa de débito ou positiva com efeitos de negativa (exigibilidade suspensa: parcelado, suspenso, recurso);

5. Não explorar trabalho infantil;

6. Regularidade trabalhista demonstrada pela CNDT

Comprovado todos os requisitos está habilitado, se faltar uma, não. Agora, se a prova lhe disser que é micro empresa ou empresa de pequeno porte pode participar mesmo que não tenha regularidade fiscal. Pode participar mesmo que tenha débito fiscal. Tem o direito então de participar do procedimento e, se ganhar, no final do procedimento terá dois dias úteis prorrogáveis por mais dois para fazer o saneamento.

Recurso: Após a fase de habilitação inicia a fase para recurso em 5 dias úteis. Recurso tem efeito suspensivo. Recurso não é para juntar documentos, mas para discutir a decisão de habilitação.

Se forem todos os licitantes inabilitados a administração pode abrir prazo de 8 dias úteis para que tragam documentos.

3. Classificação e Julgamento: critério de julgamento tá no edital. Cuidar: em 2010 se estabeleceu a possibilidade da administração de preferir produtos manufaturados ou para aquisição de serviços nacionais. Administração pode comprar um produto até 25% mais caro só porque ele é manufaturado. Quebra a isonomia, mas desenvolve nacional. Esses produtos e serviços são os que mais geram renda e emprego no país. A administração pode ainda criar uma preferência para os serviços manufaturados e inovação tecnológica criada no país. A soma da preferência mais a preferência adicional não pode passar de 25%.

Também cabe recurso na classificação de 5 dias úteis e tem efeito suspensivo. Se forem todos os licitantes desclassificados, também abre prazo de 8 dias úteis para adequação ao edital.

Aqui acaba o trabalho da comissão. Pega a classificação e entrega para autoridade que se entender que está tudo correto faz a homologação.

Homologação ou anulação (vício) ou a revogação (desinteresse público)do procedimento e, nesse caso, deve-se abrir prazo de recurso (5 dias úteis sem efeito suspensivo).

Se estiver tudo ok: adjudica > entrega ao vencedor o título da licitação.

Depois que a administração adjudica ainda não obrigada a contratar. A adjudicação vincula o poder público? Sim! Pois caso ela resolva contratar DEVE ser com o vencedor da licitação.

Adjudicação tem obrigatoriedade da administração e o vencedor também é obrigado a cumprir a proposta, desde que seja chamado a cumprir a proposta em 60 dias (da abertura da proposta). Se passar os 60 dias a administração continua obrigado a chamar ele, mas ele pode não ter mais condição de cumprir depois do prazo. Se ele chamou o adjudicatório e ele não cumpriu nos 60 dias, a administração chama o segundo colocado nos termos do primeiro colocado, não é obrigado, mas se ele conseguir se adequar contrata.

Diferença da concorrência em relação À TOMADA DE PREÇO: Tudo igual, só que não há fase de habilitação, pois os licitantes já estão cadastrados.

DIFERENÇA CONCORRENTE PARA O CONVITE: TUDO IGUAL, MAS NÃO TEM FASE DE HABILITAÇAO E AO INVÉS DE CINCO SÃO 2 DIAS ÚTEIS. Se todos forem desclassificados a administração pode abrir prazo de 3 dias úteis. O convite não tem publicação do edital, mas publicidade, mas envio aos convidados e anexação na repartição.

PREGÃO: PROCEDIMENTO BEM DIFERENTE.

Fases invertidas: Publica o edital, classifica, habilita, ajudica e homologa: isso se dá porque é muito mais célere dessa forma. Primeiro escolhe e depois habilita. Porque habilita todos e

depois escolher demora. Pode ser feito até na via eletrônica. Pregão deve ser preferível a outras modalidades.

Após a entrega das propostas a administração seleciona e passa para a fase de lances verbais em que vai ser feita a diminuição das propostas. Têm garantia de passar para os lances verbais a melhor proposta e todos os que não passarem de 10% do valor da menor proposta. Sendo que devem passar para os lances verbais no mínimo 3 propostas. Se o primeiro não foi habilitado chama o segundo para negociar o preço.

Depois que habilita o vencedor, pregoeiro adjudica > feita pelo pregoeiro.

O PREGÃO NÃO PODE PARAR, POR ISSO NÃO HÁ RECURSO EM CADA FASE. RECURSO SOMENTE AO FINAL DO TRABALHO DO PREGOEIRO. PRAZO PARA RECURSO: IMEDIATO, mas tem 3 dias para elaborar as razões.

Depois, enfim, homologa.

CUIDAR: Dispensa e inexigibilidade de licitação > mais cai

Ambas são situações que a administração pública contrata sem licitar (direta). Esse é o único ponto em comum entre dispensa e inexigibilidade.

Tem que decorar artigos: 17, 24 (dispensa )e 25 (inexigibilidade) ler bastante!

Inexigibilidade: Sempre que for inviável competir, a licitação é inexigível. Bem que só tem um fornecedor, por exemplo. Exemplos:

Em especial (rol exemplificativo):

I – bem singular ou fornecedor exclusivo; (bem singular museu do descobrimento pena do pero Vaz de Caminha, só tem uma pena)

II – serviços técnicos especializados de natureza singular; (empresa de notória especialização: causa de 10.000.000> parecer do melhor tributarista sem precisar licitar). A lei expressamente veda a inexigibilidade de licitação para serviços de divulgação e publicidade.

III - artistas consagrados pela mídia.

Dispensa de licitação: situações em que seria possível competir, mas a lei dispensa.

Art. 17 e 24 (rol taxativo e exaustivo) não há analogia ou ampliação. Ler muito.

17 DISPENSADA:

Mais famosas

a) dispensa em valor do contrato: até 10% do valor do convite a administração não precisa licitar; ou seja, obra até 15.000,00, bens e serviços até R$ 8.000,00. Exceção> algumas entidades têm o valor em dobro 20% do valor do convite> empresa púbica, agência executiva (aquela que tem contrato de gestão), sociedade de economia mista, consórcios públicos.

b) guerra e grave perturbação da ordem.

c) urgência: não precisa licitar em contratações emergenciais. Critérios a serem observados: diretamente ligados e que resolvam a situação de urgência. Desde que o contrato valha por 180 dias improrrogáveis. Hospital pegou fogo, posso fazer capelinha? Não 180 dias. Vou ter que fazer o pronto socorro a UTI. Realmente urgentes.

d) é dispensável a licitação quando não aparece ninguém pra licitar. Licitação DESERTA. Pode contratar justificando que nova licitação pode causar prejuízo. Não confundir com a licitação fracassada (que não é hipótese de dispensa): quando todos aparecem, mas são inabilitados ou desclassificados. Nesse caso faz nova licitação.

e) contratação das organizações sociais: dispensa de licitação expressa das OS’s.

f) situações lógicas: produtos perecíveis, cunho social (entidades sem fins lucrativos, deficiente, preso, pesquisa), ICT´S, material de forças armadas.

24 DISPENSÁVEL:

Procedimento:

1) Justificativa: só colocar o artigo de lei que trata da dispensa.

2) Ratificação pela autoridade máxima do órgão;

3) Parecer consultoria jurídica

Ou seja, não é bem DIRETA> tem algumas fases.

Lógica Depois da licitação, vêm os contratos administrativos:

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS:

Nem todo o contrato celebrado pela administração é contrato administrativos.

Contratos administrativos são aqueles celebrados sob o regime de direito público.

Classificação: todo contrato adm é:

1) adesão prévia (não admite discussão de cláusulas);

2) consensuais: perfeito e acabado com o consenso das partes. Não são reais. A transferência da coisa é conseqüência do contrato;

3) comutativos: direitos e obrigações das partes são pré-definidos. Não são aleatórios, como seguro. Nenhuma das partes está sujeita a risco.

4) formais: forma pré-determinada por lei. Necessária inclusive à validade do contrato. Neste caso é na forma de 8666. Chamado de instrumento de contrato ou termo de contrato> tem todas as cláusulas definidas na lei. Existem cláusulas necessárias, a ausência gera vício de forma.

Instrumento do contrato é regra, mas tem algumas exceções. Obrigatório cujo valor exija a licitação de concorrência ou tomada de preço, ou seja, 150 mil no caso de obra e 80 mil no caso de bens. Instrumento é substituído por nota de empenho, ordem de serviço ou carta contrato.

É nulo e de nenhum efeito contratos verbais celebrados com o Estado. Exceção: é possível fazer contrato verbal até 5% do convite, ou seja, 4mil reais e deve ser contrato de pronta entrega e pagamento > Não geram obrigações futuras. Chamado também de suprimento de fundos ou cartão corporativo.

Para que o contrato tenha eficácia, deve haver a publicação. Não precisa publicar o contrato inteiro, mas o extrato, um resumo. Prazo: até o 5° dia útil do mês seguinte ao que o contrato foi celebrado para providenciar a publicação do contrato. Depois de providenciado tem 20 dias corridos para a publicação efetiva.

A publicidade é exigência para que seja eficaz, mas é válido.

Publicado o contrato, ele começa a produzir efeito. O que torna o contrato administrativo é a supremacia e limitações do interesse público.

Primeira grande limitação é licitar, proceder, publicar.

Garantia: estado tem o poder de exigir uma garantia de até 5% do valor do contrato. Quem define a garantia é a própria administração pública, mas o limite são 5%. Exceção: 8666 estabelece que contratações de grande vulto (acima de 25x um milhão e meio) que envolvam alta complexidade técnica ou riscos financeiros consideráveis, a garantia pode chegar até 10% do valor do contrato. Quem define a forma de prestação da garantia é o contratado: dinheiro, título da dívida pública, seguro garantia, fiança bancária.

Se o contratado adimpliu todo o contrato ao final do contrato a administração devolve a garantia corrigida (se foi em dinheiro), mas se houve algum dano na execução do contrato a administração executa a garantia, mas a administração não fica presa à garantia, mas cobrar o restante caso o dano seja superior ao valor da garantia.

O QUE TORNA O CONTRATO ADMINISTRATIVO VANTAJOSO PARA A ADMINISTRAÇAO PÚBLICA?

Se aplica ao contrato administrativo a supremacia do interesse público. Existem cláusulas exorbitantes. Ou seja, se fossem em contratos de direito privado seriam abusivas. Exorbitantes porque exorbitam o direito privado. Cláusulas exorbitantes estão implícitas e decorrem de lei.

Cláusulas exorbitantes:

1) poder de alteração unilateral do contrato administrativo, para adequar o contrato ao interesse público com motivo justificado. Mas não pode mudar o objeto do contrato, porque aí pode se dar a fraude à licitação. Alteração unilateral pode-se dar em relação ao projeto ou quanto ao valor. Posso aumentar ou diminuir a quantidade. Tem limite: pode alterar unilateralmente acrescentar ou diminuir o contrato em até 25% ainda que o particular não concorde. Exceção > contrato de reforma: a alteração para mais pode chegar até 50%;

Exemplo: a administração contratou empresa para recapeamento asfáltico de 1000km. Ganharia 100 mil. Por uma situação superveniente (desabamento) a administração diz que vai ter que ser 1200km Para 1200 km vou pagar 120.000,00? Sim! Porque nenhuma alteração feita unilateralmente pode prejudicar o equilíbrio econômico financeiro, não pode mudar a margem de lucro inicial estipulada. O estado pode fazer tudo desde que não mexa no lucro do particular.

Exemplo 2: o estado contratou 1000 km por 100 mil, mas depois diz que 800 km. Para 800 km pago 80 mil. A garantia da margem está mantida, mas não pode ter garantia do valor inicial celebrado. Para evitar tb o enriquecimento sem causa ao particular contratado. Mas quando o estado diminui para 800 e o particular já tenha comprado os insumos o estado compra a sobra pelo valor da NF.

2) poder de rescisão unilateral do contrato: garantia do estado sem precisar ir para o judiciário por dois motivos. 1) inadimplemento do particular contratado; 2) ainda que o particular cumpra tudo bonito pode rescindir por razões de interesse público (neste caso indeniza prejuízos, pois não deu causa à rescisão).

Nos contratos de concessão de serviço público (8987) a rescisão unilateral recebe dois nomes diferentes: caducidade (inadimplemento) e interesse público (encampação)

3) poder de fiscalizar a execução do contrato: poder dever de fiscalização. Se o estado não fiscalizar essa obra e isso gerar dano a alguém isso gera indenização. Pode fiscalizar e o particular deve deixar o preposto do estado fiscalizar.

4) poder de ocupação temporária de bens: havendo indícios de paralisação do serviço, o estado pode ocupar temporariamente o bem da contratada para evitar a paralisação do serviço. Exemplo: paralisação de empresa de ônibus pode entrar na empresa de ônibus funcionários do estado ocupam temporariamente os ônibus. Se houver dano, tem que indenizar.

5) poder de penalidade que extrapolam a relação contratual: 1) advertência: por escrito, não causa grandes resultados serve para o particular que a conduta dele não serve para o estado, 2) multa: não confundir com ressarcimento (prejuízo causado ao estado) além da multa que possa vir a sofrer e que também pode ser acumulada com as outras penalidades; 3) suspensão

de contratar com o estado por no máximo dois anos. Abrange somente o ente federativo que contratou a pena. Não contrata com estado, mas pode contratar com os municípios, por exemplo. 4) declaração de inidoneidade: máximo de 2 anos e abrange todas as esferas públicas. Não contrata com ninguém. > Todas devem respeitar o princípio da proporcionalidade. Não precisa respeitar gradação, ou seja, não posso aplicar declaração se antes não adverti.

Além das prerrogativas decorrentes da supremacia ao mesmo tempo o estado fica submetido a algumas restrições:

1) subcontratar em um contrato administrativo: A contrata B e B contrata C. Pode? A princípio não pode, porque C nem participou da licitação. Admitir a subcontratação é admitir a contratação de alguém que não foi o vencedor do procedimento licitatório. Contratos administrativos têm natureza personalíssima. Excepcionalmente pode contratar desde que seja parcial. Contrato inteiro Não! Desde que haja previsão no edital e no contrato e autorização do poder público.

2) todo o contrato tem que durar aquilo que a lei estabelece. Como regra, o prazo de duração é de no máximo de um ano, pois é o prazo máximo do orçamento. A princípio não se celebra um contrato administrativo com mais de um ano. No Brasil tem três leis orçamentárias: anual (despesas e receitas de um ano), diretrizes orçamentárias e plurianual (despesas de caráter continuado que duram mais de um ano, lei que dura quatro anos – três do dele e um do próximo) se o contrato tiver provisão na lei do PPA pode durar o contrato até 4 anos.

3) A lei diz que os contratos de prestação de serviços continuados podem ter duração por períodos iguais e sucessivos até 60 meses. Excepcionalmente, com motivo público justificado, prorroga por mais 12 meses.

4) contratação de aluguel de equipamentos e programas de informática, após sucessivas prorrogações até 48 meses.

5) alguns contratos específicos do art 24 podem ter duração de até 120 meses: contratos com instituição de ciência e tecnologia, forças armadas.

Alguns contratos administrativos não geram despesa: a administração contrata empresa, empresa presta o serviço e quem paga é o usuário. Se não vincula crédito orçamentário podem ser celebrados por prazo indeterminado? Não existe contrato administrativo por prazo indeterminado, mas podem ter prazos muito maiores e diversos.

Para que a prorrogação do contrato seja válida deve-se passar por algumas análises: 1) contrato deve estar vigente; 2) a prorrogação deve ser feita mediante previsão no edital e no contrato; 3) a administração vai ter que demonstrar a vantagem da prorrogação.

MAIS IMPORTANTE:

Equilíbrio econômico financeiro dos contratos é uma garantia. Acresce aos valores pagos ao particular a correção monetária (índices definidos no contrato e garantia de atualização da

moeda); 2) reajuste de preços (aumento ordinário no preço dos insumos reajuste para fazer face aos custos); 3) recomposição (quando houver um aumento extraordinário de forma inesperada se deve recompor) todas essas hipóteses que desequilibram o contrato se chamam da teoria da imprevisão. 4 hipóteses da teoria da imprevisão:

1) caso fortuito e força maior (imprevisíveis e inevitáveis que desequilibram a relação contratual);

2) interferências imprevistas ou sujeições imprevistas: situações pré-existentes ao contrato que já existiam quando o contrato foi feito, mas que só descobriram depois; Exemplo: ponte em Goiânia, resolveram fazer um túnel, quando começou a fazer a obra descobriram que tinha uma rocha, tiveram que fazer por cima.

3) Fato da administração e fato príncipe: situações de desequilíbrio causados pelo próprio estado. Da administração> própria administração descumpre o contrato e fica inadimplente. Não desapropria o terreno que a empresa ia construir, por exemplo. Do Príncipe > a administração atua fora do contrato e atinge o contrato diretamente. Exemplo: união contrata empresa para fazer limpeza de universidade, seis meses depois a União triplica o imposto de produtos de limpeza, essa atuação da união de ampliar o tributo acaba atuando diretamente no contrato e desequilibra a relação contratual.

EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO:

Extinção natural: prazo terminou ou cumprimento do objeto

Extinção pela anulação do contrato: qualquer situação que gera um vício de ilegalidade, pode ser no procedimento licitatório. Mesmo que o contrato seja nulo e viciado os serviços prestados serão pagos. A anulação do contrato não exime o estado de pagar os serviços contratados. A anulação pode ser administrativa ou judicial e sempre diz respeito a uma ilegalidade.

Extinção pelo desaparecimento do contratado: contratos personalíssimos. Desaparecido o contratado extingue o contrato. Falência, falecimento.

Rescisão contratual: rescisão unilateral pelo inadimplemento do particular ou por motivo do interesse público desde que devidamente justificado. Se a administração for inadimplente um contratado não pode rescindir unilateralmente, só pode suspender a execução do contrato. Rescisão do particular só na via judicial. Rescisão bilateral (amigável). Rescisão de pleno direito: estado contratou limpeza de escola que acaba incendiando.

Unilateral: estado

Judicial: particular

Bilateral: pelos dois

Rescisão de pleno direito: nenhum dos dois.

SERVIÇOS PÚBLICOS:

Noção de Restringir a noção do serviço público.

Para que determinada atividade seja tida como serviço publico necessário três condições:

1) Substrato material: comodidade ou utilidade prestada à sociedade continuamente. Vantagem concedida à sociedade.

2) Trato formal: prestada sobre o regime de direito público, mesmo que prestado por particular. Respeita

3) Elemento subjetivo: serviço público deve ser prestado pelo estado, não precisa ser diretamente, mas o estado é o responsável pela prestação do serviço. Promover a prestação do serviço delegando a particulares a prestação do serviço.

Com esses três elementos não se confunde mais com os outros serviços. Por exemplo, o serviço público difere do poder de polícia, por exemplo. Pois o poder de policia o estado não oferece comodidade, mas impõe restrições ao particular.

Não pode confundir serviço público com obra, porque obra não é contínua. A obra é necessária e indispensável à prestação de um serviço não pode se confundir com o serviço prestado continuamente.

Não posso confundir serviço público com exploração econômica do estado, mas atua no regime privado. Sem imunidades, sem privilégios processuais.

A regulamentação de serviço público está na lei 8987/95

Todos os princípios aplicados à administração pública cabem no serviço público. No entanto, a lei 8987 traz mais alguns princípios:

1) Princípio da generalidade ou universalidade: idéia de que é prestada a toda a sociedade. Ou pelo menos o maior número de pessoas possível. Não pode ser direcionado a somente algumas camadas da sociedade.

2) Princípio da modicidade das tarifas: prestados com tarifas módicas. Estabelece que dentro do possível ele não pode cobrar muito caro. Também garante a generalidade.

3) Adaptabilidade ou atualidade: estado deve se adaptar com as técnicas mais atuais possíveis. Não pode prestar serviços públicos obsoletos.

4) Cortesia: deve ser prestado de forma cortês. Usuário deve ser tratado com cortesia.

5) Continuidade: serviço deve ser contínuo.

6) Isonomia: formal e material > deve ser prestado a todos de forma igualitária sem distinção. Tratar os desiguais desigualmente na medida das suas desigualdades.

Duas classificações de serviços públicos:

Uti Universi (gerais): prestados a toda a coletividade e usufruídos por toda a coletividade ao mesmo tempo. Iluminação pública, segurança pública. Custeados pela receita geral dos impostos quem custeia esses serviços gerais, pois não é possível mensurar quanto cada um gasta.

Uti Singuli (singular ou individual): prestado a todos, mas o estado tem como medir quanto cada um utiliza. Energia elétrica, Telefonia. Por isso esses serviços são prestados por meio de taxas e tarifas proporcionais aquilo que foi gasto.

Serviços Públicos podem ser:

1. exclusivos e indelegáveis: serviço postal, segurança pública, administração de tributos (só podem ser prestados diretamente pelo estado);

2. exclusivos delegáveis: estado presta de forma direta e indireta. Maioria dos serviços. Telefonia, energia elétrica, transporte público.

3. exclusivos de delegação obrigatória: estado tem que prestar, mas tem o dever de delegar. Exemplo: televisão e rádio. Não podem ser prestados exclusivos do estado.

4. não exclusivos: deve prestar diretamente e o particular tem o poder de prestar diretamente. Saúde, educação, previdência ambos prestam, mas o estado tem o dever e o particular pode. Estado deve fiscalizar. Mas o conceito que fizemos de serviços públicos não cabe aqui, por isso não são chamados de serviços públicos, mas de utilidade pública: hospital privado não presta serviço público e interesse social.

Serviços públicos próprios: pela administração direta e indireta. Serviços impróprios ou de utilidade pública: não são efetivamente serviços públicos.

Alguns serviços o estado presta diretamente (centralizada pelos entes federativos), mesmo que quando feita centralizada, esse ente distribui internamente (desconcentração) feita entre os órgãos de uma mesma pj. Aí foi deifinido que para garantir uma maios especialização o estado transfere para outra pessoa jurídica (descentralização).

Descentralização pode se dar de duas formas:

Outorga (ou descentralização por serviço) > transfere titularidade e a prestação do serviço;

Delegação (descentralização por colaboração) > estado se mantém na titularidade e transfere somente a prestação do serviço;

Outorga, portanto, só pode ser feita à pessoa jurídica de direito público mediante lei (sempre legal). Delegação pode ser feita aos entes da administração indireta (legal) ou a particulares (contratual ou negocial).

DELEGAÇÃO CONTRATUAL: Transferência do Estado ao Particular.

Lei 8987/95 > lei básica que regulamente os contratos de concessão.

É um contrato administrativo como outro qualquer. Assim, tudo que aplicado aos contrato administrativo se aplicam também às concessões e convênios.

Concessão de serviço público: na concessão a administração contrata uma empresa e a empresa presta o serviço e é remunerada pelo usuário do serviço. TEM QUE SER ASSIM! Se não for assim, não é concessão de serviço público. Exemplo: transporte público, telefonia, energia elétrica. Limpeza de uma cidade é serviço público? Sim! Quando contrata alguém para limpar não é concessão, mas de prestação de serviço puro e simples.

Concessão pode ser simples ou precedida de obra.

Simples: energia elétrica, transporte.

Precedida de obra: obra necessária à prestação desse serviço. Exemplo: metrô. Executa metrô e depois explora o serviço.

Regras da 8987: Licitação necessariamente CONCORRÊNCIA. OBRIGATÓRIA. POUCO IMPORTA O VALOR.

Na concessão de serviço público, o edital pode prever uma inversão das fases: pode classificar primeiro para depois habilitar. A lei não inverte as fases quem inverte é o edital.

Na concessão se fala em PODER CONCEDENTE e a CONCESSIONÁRIA que será sempre pessoa jurídica ou consórcio de empresas.

Quando as empresas quiserem participar em consórcio pode se firmar o consórcio após a licitação com o compromisso de firmar o consórcio.

Celebrado o contrato entre o poder concedente e a concessionária seguem as regras dos contratos públicos. Não precisa respeitar os prazos do 57 porque não tem previsão orçamentária, mas tem que ter um prazo determinado. Nos contratos de concessão do serviço público, tem mais peculiaridades sobre as cláusulas exorbitantes.

1. alteração unilateral;

2. rescisão unilateral por inadimplemento da concessionária (caducidade) e interesse público (encampação).

3. administração tem o poder de fiscalizar: o poder concedente pode decretar a intervenção na empresa concessionária. Havendo risco de paralisação do serviço, o estado pode decretar a intervenção por um agente público, afastando o dirigente da empresa. Sempre que tiver indícios de irregularidades o estado pode decretar a intervenção. Decretada a intervenção, a administração tem 30 dias para dar inicio a um processo administrativo e 180 para o processo acabar. Apuradas as irregularidades e não houve irregularidade estado extingue a intervenção por decreto do chefe do executivo e presta contas. Se houver irregularidade: da intervenção decorrerá a caducidade do contrato.

Administração também tem o poder da ocupação temporária de bens da concessionária.

Não pode confundir ocupação temporária com a reversão dos bens: a reversão dos bens é uma transferência dos bens, da propriedade que estavam sendo utilizados para o serviço mediante indenização. Mas somente os bens necessários à prestação do serviço.

Aplicação de penalidades: segue a regra da 8666. Advertência, suspensão, multa, idoneidade.

Contrato é celebrado e segue os princípios do equilíbrio financeiro, etc. Só tem uma novidade: o artigo 23ª 8987 possibilidade de arbitragem nos contratos de concessão de serviço público caso haja controvérsia.

Em 2004 foi editada a lei 11079/04 criou duas novas espécies de concessão: PPP (parcerias público privado) Serviço público especial. Duas espécies:

Todas as leis da 8987 serão subsidiariamente aplicadas a este caso:

DUAS PPP´s

Patrocinada: administração contrata a empresa e é remunerada pelo usuário, mas, além disso, o estado subsidia a concessão para garantir a modicidade das tarifas. Segundo a lei a regra é que o estado pode remunerar até 70% do lucro da empresa. Os outros 30% tem que vir dos usuários; mas lei específica pode aumentar isso aí.

Concessão administrativa: a administração contrata a empresa e é remunerada pelo usuário, e a usuária e a própria administração, pois ela paga as tarifas do serviço. Exemplo: presídio que o estado manda construir e prestar o serviço penitenciário, aí a própria administração paga as tarifas porque ela é usuária direta ou indireta do serviço.

Todas as regras da 11.079 valem para as duas:

1. prazo: concessões por mínimo de 5 e máximo de 35 anos;

2. valor mínimo de R$ 20 milhões de reais

3. necessariamente tem que ser objeto do contrato de PPP a prestação de serviço público;

A lei estabelece que celebrado um contrato de PPP ocorre um compartilhamento de riscos. Estado responde solidariamente. Geralmente o estado responde subsidiariamente pelos danos causados pela concessionária. Riscos são compartilhados.

A lei estabelece que compartilham-se os riscos, mas também compartilham-se todos os ganhos que se decorram da redução dos riscos. Ou seja, compartilhar o risco diminui o risco, por isso se compartilham-se os ganhos. A lei 11.079 criou a possibilidade de que na parceria publico privada tenha cláusula arbitral. Isso serve para garantir que o estado não pague por precatório. As garantias nas PPP´s são recíprocas e aí preciso de alguém imparcial para a gestão dos contratos do PPP. É criada uma sociedade de propósito específico de fazer a gestão

dos contratos de PPP. Vai gerir e tomar conta do contrato de PPP. Pode ser criado como Cia de capital aberto. A sociedade de propósito específico não pode ter o controle acionário da sociedade.

Lembrando:

Delegação por concessão ou permissão> tradicionalmente a permissão sempre foi enxergada como um ato adm discricionário e precário feito pelo estado, mas o artigo 175 da CF estabeleceu que pode ser por meio de contratos de concessão e permissão. Por isso, começou-se a enxergar que os contratos de permissão são contratos administrativos. Art. 40 contrato de adesão e é precário. A permissão de serviço público é contrato precário está correto. Por ter natureza de contrato a permissão de serviço público deixa de ser precário.

A permissão de serviço público passa a ter natureza contratual, bem parecido com a concessão. Duas diferenças: 1. Na permissão precisa de licitação, mas não precisa ser concorrência, pois varia de acordo com o valor do contrato. 2. Segunda diferença diz respeito ao contratado: Pessoa Jurídica ou Consórcio de empresas para a concessão. Permissão não pode ser celebrado com consórcio, mas pode ser feito com pessoa física.

Autorização de serviço público: delegação de serviço temporário, discricionário e precário, mas não tem previsão na CF ou leis.

Em 2005 foi editada a lei 11107/05 criou os chamados consórcios públicos:

Consórcios públicos: não têm natureza contratual, pois não há vontade divergente e tem finalidade de interesse comum. Ao invés de cada um prestar serviço separado as pessoas se associam para prestar de forma conjunta. O consórcio é uma gestão associada de pessoas de direito público. Juntam para prestar serviços de interesse comum. Exemplo: União, Bahia, Ceará e Pernambuco se juntam para prestar de forma consorciada o auxílio e defesa das vítimas do semi-árido. Desse consórcio nasce uma nova pessoa jurídica: Adevisa. Associação das Vitimas do Semi árido. Ganha personalidade jurídica apartada dos entes formadores do consórcio, é uma nova pessoa jurídica: pode ser pessoa jurídica de direito privado ou de direito público. Se for pessoa jurídica de direito privado > direito civil. Se de direito público > recebem o nome de associação pública, que vai integrar a administrar indireta de cada um dos entes federados formadores do consórcio. A associação publica, portanto, é uma espécie de autarquia. Chamada de autarquia associativa. Autarquia multipersonalizada.

Entes federativos se juntam e da junção é celebrado o protocolo de intenções: qual a intenção na formação do consórcio? Depois disso cada um encaminha o protocolo para o seu legislativo para fazer projeto de lei e a lei que vai ratificar o protocolo de intenções. A partir daí está formado o consórcio. Se a adevisa é uma autarquia quem vai passar dinheiro para ela? Todos! Vai existir um contrato de rateio explicitando quanto cada participante do consórcio vai contribuir com a adevisa. Sujeita à tutela administrativa, executar desapropriações, depende de licitações, resp civil é objetiva. Os valores de licitação mudam>

Se quem tiver realizando a licitação for um consórcio formado por até três entes federativos, os valores da licitação serão DOBRADOS. Agora, se for um consórcio formado por mais de três entes, os valores das modalidade de licitação TRIPLICAM. Em algumas situações em que o

consórcio público celebra contrato com um dos entes formadores do consórcio. Adevisa celebra contrato com a Bahia, esse contrato firmado recebe o nome de contrato de PROGRAMA, pois estava previamente programado,

Contrato de programa tem dispensa de licitação, pois esses contratos já foram pré-constituídos na celebração dos consórcios. Cespe: contrato de programa entre um consórcio público e um ente consorciado se o ente se desliga do consórcio o contrato de programa está automaticamente extinto.

Adevisa: poderia participar os municípios de Salvador e Maceió? Salvador, sim. Maceió sem o estado, não!

ENTES DO TERCEIRO SETOR: CHAMADAS TAMBÉM DE PARAESTATAIS.

Entidades privadas sem fins lucrativos que atua ao lado do estado executando atividades de interesse do estado. Para> neste caso significa ao lado. Não é direta nem indireta da administração. Normalmente recebem benefícios. Estado confere vantagens pela atividade que exercem: não lucrativa, interesse social. Mas se submetem a algumas restrições do setor publico. Administração dialógica (diálogo) entre o estado e a sociedade. Entes do terceiro setor não têm finalidade lucrativa.

Divididos em 4 tipos:

1. Serviço Social Autônomo (SSA): São particulares criados mediante autorização legal. Atuam no auxílio, fomento e capacitação de determinadas categorias sociais. Entes do sistema S (SENAI, SESC, SESI, SEBRAE). Por isso têm que receber dinheiro público, pois servem para capacitar, mas sem lucro. Parafiscalidade> transferência da capacidade tributária. Os serviços sociais autônomos cobram tributos dos seus associados. Se é tributo é dinheiro público. Estão recebendo dinheiro público. Por isso, recebem dinheiro público para manterem as entidades. Dependem de lei, executam atividade de interesse público, parafiscal. Por receberem dinheiro público se sujeitam ao controle do tribunal de contas, precisam realizar procedimento simplificado quando querem contratar com particulares e não seguem a licitação.

2. Organizações Sociais: Lei 9637 Estabelece regras simples. Particulares criadas por particulares, não precisa de lei. Sem fins lucrativos que atuam serviços públicos não exclusivos do estado. Saúde, educação, previdência. Devem ser prestados pelo estado e podem ser praticados pelos particulares. Como não têm finalidade lucrativa recebem alguns benefícios. Celebram com o poder público contratos de gestão. Recebem a qualificação de organização social a partir do contrato de gestão. Embora se chame de contrato, a natureza jurídica é de convênio. Recebe alguns benefícios: dotação orçamentária específica para as OS´s. E também pode regulamentar a cessão de bens públicos e cessão de servidor público. Apesar das discussões isso é constitucional. Em troca se sujeita ao controle do estado: controle do tribunal de contas. Tem a dispensa da licitação das organizações sociais. Mas precisa respeitar os princípios atinentes ao poder público. Contrato de gestão pode ser celebrado sem prazo determinado.

3. OSCIPS: Organização da Sociedade Civil interesse público. Conceito parecido com uma OS. Criada por particular, sem fins lucrativos, que atuam ao lado do estado prestando serviços públicos não exclusivos do estado. Mas oscip tem rol mais extenso e também taxativo. As oscips firmam um termo de parceria que qualifica ela como Oscip. Termo de parceria é muito menos generoso do que o contrato de gestão. Não tem como fazer cessões de funcionários nem previsão de valores. Tem só destinação de valores públicos destacado do orçamento da rubrica para quem ela presta o serviço. Essas oscips também se sujeitam ao controle do tribunal de contas e DEVEM licitar. Não há dispensa de licitação para OSCIP. CUIDADO: para termo de parceria não precisa licitar, mas precisa licitar para contratar com terceiro. O termo de parceria também tem natureza de parceria de convênio. Agora, tem um decreto que se tiver mais de uma oscip querendo participar a administração faz um procedimento simplificado para ver quem pode. Não pode se tornar uma OSCIP: OS´s, partidos políticos, sindicatos e cooperativas de trabalho. Mesmo não tendo fins lucrativos se entende que o dirigente da oscip pode ser remunerado fixo se for empregado CLT.

Os empregados do terceiro setor são celetistas, não precisam de concurso mesmo recebendo dinheiro público.

4. Entidade de Apoio ou fundação de apoio: podem ser fundações, associações e cooperativas. Atuam SEMPRE ao lado de hospitais públicos e ao lado de universidades públicas auxiliando no exercício das atividades dessas entidades. Exemplo> FAPEX. Atua ao lado da universidade pública auxiliando na pesquisa, executando extensão universitária. Convênio. Pode receber valores e a cessão de bens e servidores também. Também controladas pelo Tribunal de Contas e precisam realizar procedimentos simplificados sempre que forem contratar, não precisam licitar.

CUIDAR: Vínculo que o serviço social tem com o poder público é LEGAL, OS´s contratos de gestão, OSCIP termo de parceria, Entidades de apoio é convênio.

ATOS ADMINISTRATIVOS:

Nem todo ato da administração são atos administrativos.

Atos da administração podem ser: políticos (declaração de guerra, veto de lei: esses atos, em regra, não estão sujeito ao controle judicial geral e estatal),privados (atos nos quais a administração não goza de prerrogativa pública: doação, permuta, atua no direito público, mas seguindo o regime privado, são regidos pelo direito civil), atos meramente materiais (fatos administrativos; mera execução de atividade material: exemplo> ato que determina a demolição de um prédio é ato administrativo, a demolição em si não é ato administrativo, mas meramente material), e atos administrativos:

Entender o ato administrativo: praticado pelo estado no exercício da função administrativa sob o regime de direito público e gerando manifestação de vontade do estado.

Classificação dos atos:

Discricionários: lei confere ao agente público margem de escolha dentro dos limites da lei.

Vinculados: lei de forma objetiva, não há escolha.

Gerais: se referem a determinada situação. Exemplo: todo mundo que vier ao trabalho hoje vem de farda.

Individuais: Portaria de nomeação de 300 candidatos> os indivíduos que estão específicos no próprio ato. Exemplo: amanhã eu, vocês, ele de farda.

Simples: ato no qual a administração pública poderá manifestar o ato com 1 única manifestação da vontade para estar perfeito e acabado. Nomeação de um analista do TRT: depende da manifestação de vontade do presidente do TRT.

Complexos: Depende da vontade de mais de um agente público. Soma de vontades independentes que somam vontades. Exemplo> procurado da fazenda nacional tem que ter manifestação da vontade do advogado geral da união e do ministro da fazenda.

Compostos: vontade principal e segunda vontade acessória> ato que depende de homologação, visto.

Na moda: a aprovação é considerada uma vontade independente. A aprovação é um ato discricionário. Os atos que dependem de aprovação são considerados complexos. Exemplo clássico: aposentadoria de um servidor> manifestação da vontade do órgão + a aprovação pelo tribunal de contas. Quando você tem a manifestação de aposentadoria, ainda não está aposentado. Assim, um ato de aposentadoria não aprovado pelo Tribunal de Contas não é uma anulação do ato administrativo, mas um impedimento para que o ato aconteça. A não aprovação pelo tribunal de contas não depende de contraditório e de ampla defesa.

Império: atos dos quais o estado tem supremacia de interesse público

Gestão: atua como se fosse um particular (não é administrativo)

Expediente: estado simplesmente executa a atividade (não é administrativo)

MAIS IMPORTANTE CLASSIFICAÇÂO DE ATOS:

Normativos: são aqueles atos que o estado expede normas gerais e abstratas sempre nos limites da lei. Criando e estabelecendo normas gerais e abstratas. Espécies: 1. Regulamentos ou decretos. Ato privativo do chefe do poder executivo. 2. Avisos ou avisos ministeriais: expedidos pelos ministérios ou secretarias (município); 3. Instruções normativas são atos de

outras autoridades públicas; 4. Resoluções e deliberações que são atos normativos de órgãos colegiados inclusive das agências reguladoras.

Ordinatórios: Atos expedidos pelo estado com a finalidade da ordenação interna da atividade administrativa. Normalmente decorre do poder hierárquico. Organização interna. Só efeitos internos. 1. Portarias (são atos individuais, não pode ser usado para definir atos gerais como horário, mas individuais internos que estabelece regra individual como vacância, férias); 2. Circular: aí sim, ato geral que estabelece normas internas uniformes> horário de atendimento, garagens, farda; 3. Ordens de Serviço: ato que estabelece a divisão do serviço interno da repartição. Exemplo: divide o serviço interno do órgão. 4. Comunicação: memorandos e ofícios> memorando (comunicação interna entre agentes de um mesmo órgão), ofício (ato de comunicação externa entre agentes de órgãos diferentes ou mesmo externos como banco, etc)

Negociais: atos em que o estado confere ao particular um direito pleiteado. CUIDAR, basicamente é não confundir autorização, licença e permissão.

Autorização> ato administrativo discricionário e precário (precário que não gera direito a indenização). 2 hipóteses: 1. atividades materiais: que são fiscalizadas pelo estado, exemplo, portar arma, abrir escola, ato de autorização de polícia; 2) autorização de uso: particular quer usar um bem público no interesse privado (casar na praia)

Licença> também é um ato de polícia. Ato por meio do qual o estado fiscaliza a atividade do estado. Licença é sempre um ato vinculado. Licença pra construir. Administração pode fiscalizar, mas com critérios estabelecidos por lei.

Permissão> de serviço público tem natureza jurídica de contrato, mas existe a permissão de uso para utilização de bem público de forma especial e privativa. Diferença da autorização é que a permissão é Feita no interesse público.

Admissão> toda vez que o estado concede ao particular o direito de usufruir de um determinado serviço público. Exemplo estudar em colégio.

Enunciativos: 1. atos que atestam fatos: atestados, certidões e apostilas (certidão: espelho de um registro público > estado mostra a todos o que está no registro. Atestado: a administração verifica alguma situação de fato para depois atestar: atestado médico); Apostila ou apostilamento ou averbação> acrescentar alguma coisa no registro público. 2. Atos que manifestam opinião: pareceres (parecer é um ato opinativo e não tem, em regra, caráter vinculante, assim, não gera responsabilidade do parecerista, salvo dolo)

Punitivos: atos sancionatórios. Manifestam uma vontade do estado na aplicação de penalidades e sanções. Depende necessariamente de processo administrativo e do contraditório e ampla defesa.

ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO:

Os elementos estão estampados no artigo 2° da lei 4717/65

Todo ato administrativo é composto de 5 elementos:

Competência: a idéia de que o agente público cuja lei tenha dado competência para praticar aquele ato administrativo. Competência é irrenunciável, imprescritível e improrrogável> como regra geral a competência é expressa e originária. Exceção: a lei estabelece a delegação e avocação da competência> Situações de exercício de competência não originária. Exemplo: Delegar é estender competência (agente público A delega para B, B pode praticar o ato em virtude da delegação de competência. A delegação pode ser feita ou para agentes de mesma hierarquia ou para agentes de hierarquia inferior e subordinado. A delega para B e B pratica quem responde pelo ato é B mesmo que por delegação). Cuidar: cláusula de reserva> quando a delega pra B, A ainda continua competente, do contrário seria renúncia). A cláusula de reserva está implícita nos atos de delegação. Avocação é tomada de competência, quando o agente busca para si a competência, mas só se pode tomar para si a competência de agente de hierarquia inferior temporariamente. A delegação e a avocação são temporárias e expressas. A lei expressamente veda a avocação e delegação de: atos normativos, decisão de recurso hierárquico e também a competência exclusiva definida em lei.> cai em prova.

Finalidade: aquilo que o ato busca e quer alcançar. Finalidade genérica: interesse público. Além da genérica todo o ato tem uma finalidade específica, exemplo> Demissão: punir. Não posso remover o servidor com finalidade de punir. O desvio dessa finalidade é o chamado desvio de poder. Todo ato deve ter a finalidade definida em lei e deve buscar esse fim.

Forma: exteriorização do ato. Meio pelo qual o ato se apresenta. Princípio da instrumentalidade das formas. Deve ser praticado buscando a finalidade e com uma forma especifica. Se o ato consegue alcançar o interesse público, a forma é simples e pode ser sanado.

Competência, finalidade e forma serão sempre atos vinculados, mesmo nos atos administrativos discricionários.

Motivo: pressuposto de fato e de direito que deram ensejo a pratica do ato administrativo. Faltar 30 dias consecutivos (enseja a demissão). Sempre praticado por um determinado motivo. Não confundir motivo com motivação (motivação é a explicitação dos motivos> motivo pressuposto de fato e direito). Em determinadas situações se dispensam a motivação do ato. Exemplo> Cargos em comissão de livre exoneração e não precisa fundamentar. Mando CC embora e motivo como corte de gastos (e é roubo) a motivação passa a integrar o ato e se for viciada a motivação o ato também é viciado. Teoria dos motivos determinantes: os motivos apresentados determinam a validade do ato > cai bastante em prova. Motivação “aliunde” ou “alheia” quando usa a motivação de outro ato para o seu ato é admitida no direito brasileiro. O vício da motivação falsa é vício do próprio motivo.

Objeto: aquilo que o ato diz, dispõe, estabelece. Pode ser discricionário. Objeto é o efeito que o ato gera no mundo jurídico no momento em que é feito. Objeto da demissão é a perda do

cargo. Pra que o ato administrativo seja válido o objeto tem que ser lícito, possível e determinado ou determinável.

ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:

Quando um ato administrativo é praticado incide a supremacia do interesse público sobre o direito privado.

Prerrogativas e garantias do ato administrativo são os atributos.

1. presunção de veracidade: diz respeito a fatos. Presumem-se verdadeiros todos os fatos que foram ditos no ato administrativo presumem-se verdadeiras. É uma presunção relativa “júris tantum” até que se prove o contrário. Exemplo> sinal vermelho, guarda anota, quem tem que provar sou eu, gera a inversão do ônus da prova em relação aos fatos.

2. presunção de legitimidade: até que se prove o contrário considera-se o ato administrativo lícito, expedido conforme a lei. Por isso que o ato começa a fazer efeitos desde a edição como se legítimo fosse.

3. atos que geram obrigações gozam dos atributos da imperatividade: independentemente da concordância. Imposição unilateral do estado independente da concordância. Não estacione! E se você estacionar é Multa é o estado se valendo de meios indiretos de coerção. Atributo da coercibilidade ou a exigibilidade. Forma de coagir o particular a exercer as normas estipuladas pelo ato. Em determinadas situações o estado reboca o carro, aí são meios diretos da execução ou auto-executoriedade> estado diretamente executando o ato administrativo. Majoritariamente a auto-executoriedade decorre de lei ou de situação de urgência. Exemplo: estaciono carro em garagem de ambulância. Auto-executoriedade afasta o controle judicial prévio dos atos administrativos.

4. tipicidade: idéia de que todo ato administrativo corresponde a um tipo previamente tipificado em lei. É o princípio da legalidade aplicado aos atos.

Para formalizar um ato passa por três fases: existência (perfeição), validade e eficácia do ato.

Existência> etapas necessárias para a formação do ato (perfeito);

Validade> conformidade do ato com a lei. Qualquer vício nas etapas do ato podem gerar a invalidade do ato.

Eficácia> aptidão do ato para produzir efeitos. Normalmente depois que o ato é editado ele produz efeito. Assim, deve-se respeitar termo inicial, condição suspensiva. Casar na praia no domingo. Posso casar na quinta? Não, o ato é ineficaz! Depende de uma publicação, termo, condição. Como regra o ato perfeito e válido já é apto a produzir efeitos, mas no direito administrativo em virtude da presunção de legitimidade pode haver uma figura que no direito civil não existe: ato perfeito, inválido e eficaz. O ato perfeito ainda que não seja válido ele

presume-se válido e aí se editado com perfeição começa a produzir efeitos até que alguém prove que o ato não é legítimo.

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:

Extinção pode acontecer de forma natural> decorre do advento do termo final ou o cumprimento do objeto. Exemplo> autorização pra porte de arma por um ano. Depois está extinta naturalmente. Licença para construir: construiu, acabou. Como normalmente se espera que o ato termine.

Infelizmente nem todo ato chega ao fim naturalmente:

Renúncia: só possível nos atos que geram direitos (ampliativos). O beneficiário do ato abre mão. Porte de arma e renuncio.

Desaparecimento: da pessoa ou da coisa sobre o qual o ato recai. Servidor: morreu, o ato de nomeação está extinto. Tombamento sobre um casarão que caiu: extingue.

Retirada do ato: anulação, revogação, cassação, caducidade e contraposição. > MAIS CAI> extinção precária do ato. Teoria das nulidades do ato administrativo.

Anulação de ato> retirada do ato em decorrência de um vício de ilegalidade. Se o ato for válido ele não vai ser anulado. A idéia é que o ato foi ilegal. Ilícito e inválido. Produz efeitos retroativos> todos os efeitos que foram produzidos e serão produzidos. Efeitos Ex tunc. Ato nulo não dá direito adquirido, mas há direito adquirido sob alguns efeitos produzidos pelo ato. Exemplo> eu fui nomeado sem concurso, ato é nulo, marcos chegou à repartição pedindo uma certidão negativa e eu entrego, quando anularam minha nomeação a certidão que entrguei para o marcos não é inválida, ela vale porque direito adquirido de terceiro de boa-fé. Anula-se o ato desde a sua origem e se garante os efeitos a terceiro de boa-fé. Como a anulação é de legalidade pode ser feita pela própria administração (autotutela rever atos independente de provocação), pelo particular (direito de petição por reclamação (ocorre quando o sujeito administrativamente direto vai reclamar direito dele) ou representação (enxerga que o ato vao causar problema ao coletivo)) ou pelo judiciário (controle de legalidade amplo, não mérito). No judiciário o controle de legalidade é SEMPRE provocado através de cinco ações básicas (habeas data (informação acerca da pessoa do impetrante que consta no serviço público), mandado de segurança (direito liquido e certo não amparado por outros remédios, não admite dilação probatória, somente documental), ação ordinária (cabível sempre, também chamada ação anulatória), ação popular (quando sujeito entende que ato viola direito coletivo, mas não é diretamente afetado), ação civil pública (somente pelo MP, associações, defensoria pública e ente das administrações direta e indireta).

Segundo a lei 9784 existe um prazo decadencial de 5 anos para anular os atos que gerem efeitos favoráveis a particulares. Salvo a má-fé do beneficiário, aí não há decadência.

Nem todo ato viciado vai ser anulado, porque em algumas situações o vício vai ser sanável. Neste caso será possível a sua convalidação. Nulidade é relativa, em vez de dizer que é nulo é

anulável. Convalidação sempre que possível conserto no ato. Fui nomeado em concurso, só que quem me nomeou não tem competência, vem a autoridade e ratifica o ato, este vício desaparece no momento em que o ato volta a ser lícito.

São sanáveis os vícios de competência e forma (em virtude da instrumentalidade das formas). Para que haja convalidação ela não pode prejudicar a administração nem a terceiros.

Convalidação também é retroativa (ex tunc). Salvar todos os efeitos prasticados.

Revogação de ato> retirada de um ato válido e lícito por motivo de mérito. Não há mais interesse público no ato. Embora válido não há mais interesse público. Continua válido, por isso que não retroage: revoga o ato e não quer que continue fazendo efeitos (ex nunc) efeitos futuros. A administração é a única capaz de fazer controle de mérito. Só a própria administração pode fazer o controle do mérito, Judiciário não. A revogação não pode incidir sobre atos vinculados, porque não há mérito, ou ato vinculado está conforme lei ou contra. Revogação não pode incidir sobre atos consumados, pois já produziram todos os efeitos que podiam produzir. Exemplo> féria, tiro e depois vêem que estava errado.

Cassação e Caducidade: retiradas do ato em virtude de uma ilegalidade superveniente. É lícito na sua origem, mas se torna inválido durante a sua execução por um motivo superveniente. Cassação> marcos resolve montar com licença pública (tudo regular) um hotel no dique do tororó pra copa, depois que acabou a copa e o hotel não veio mais ninguém e transformou o hotel em um bordel a questão é: o marcos tinha licença de hotel depois que virou bordel pode continuar explorando? Então é inválido por culpa do beneficiário> dessa forma necessária a cassação do ato por ilegalidade superveniente por culpa do beneficiário. Caducidade> marcos resolve fechar bordel e resolver montar um circo, ai veio um lei nova e alterou o plano diretor da cidade e fez com que a autorização fosse retirada. Ilegalidade superveniente decorrente de uma nova legislação esse ato se tornou inválido, isso é a caducidade. Não confundir com a caducidade da concessão.

Contraposição ou derrubada: não há ilegalidade, mas retira do mundo jurídico em virtude de ato novo. Exemplo: nomeação e exoneração. O ato de exoneração tem como efeito principal extinguir os efeitos da nomeação, derrubando e aniquilando os efeitos do primeiro ato.

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO OU DO ATO ADMINISTRATIVO:

Saber: no mundo tem duas formas ou sistemas de controle> 1. Contencioso administrativo ou sistema francês (judiciário julga todo mundo menos a administração que só pode ser julgada pela própria administração mas é imparcial); Brasil adota o 2. Sistema de jurisdição única (sistema inglês) a administração pode controlar os seus próprios atos, depois da administração controlar os seus atos o judiciário pode controlar qualquer lesão ou ameaça de lesão. O controle da administração não afasta o controle do judiciário. Ainda que se esgotem as vias administrativas ainda restará o judiciário. Não se pode exigir o esgotamento da via administrativa para ir ao judiciário.

Controle interno: feito dentro do mesmo poder, não precisa ser na mesma pessoa jurídica> adm direta x indireta.

Controle externo: controle feito de um poder sobre o outro nos limites da constituição. Somente com base constitucional. Independentes e harmônicos entre si.

Controle provocado: provocado por terceiro.

Controle de ofício: iniciativa do próprio ente controlador.

Controle prévio: antes da pratica do ato.

Controle posterior: após a pratica do ato.

Controle de legalidade: não se analisa interesse publico, mas se o ato foi praticado dentro do definido em lei.

Controle de mérito: analisa aspectos de interesse público, supremacia.

Controle pode ser pela própria administração, legislativo e judiciário.

Controle administrativo: interno, prévio ou posterior, legalidade ou mérito, provocado ou de ofício. Controle interno hierárquico ou finalístico/tutela administrativa (direta sobre a indireta pessoas jurídicas diferentes);

Controle Judicial: externo do poder judiciário sobre os atos da administração pública que decorre do texto constitucional. SEMPRE Provocado. SEMPRE de legalidade. Pode ser prévio ou posterior. Inafastabilidade do controle. Forma coisa julgada material> definitividade da decisão. Ver> anulação de atos.

Controle Legislativo: controle legislativo se divide em dois. 1. Parlamentar direto: sempre pelo próprio poder legislativo. Esse controle está espalhado pela CF. Exemplo: ministro do presidente com aprovação do senado. CPI´s também são controles legislativos> podem quebrar o sigilo telefônico, não das conversas telefônicas; 2. Com auxílio do tribunal de contas que é órgão auxiliar do legislativo e é estruturado para fazer o controle dos atos praticados pela administração (ler art. 71 da CF sobre o controle do tribunal de contas) Tribunal de contas tem competência para julgas as contas dos administradores públicos, menos do presidente da república porque quem julga isso é o próprio congresso, mas o tribunal de contas emite um parecer. Em relação a contratos> a lei também estabelece que é competência do congresso nacional sustar os contratos inválidos, mas se o congresso em 90 dias do parecer não se manifestar a competência volta para o Tribunal de Contas. As multas aplicadas pelo tribunal de contas formam títulos executivos e no julgamento dos atos administrativos o TC tem a competência de declarar incidentalmente a inconstitucionalidade de determinada lei em controle difuso. Controle legislativo é externo. Controle legislativo pode ser provocado Ou de ofício. Pode ser prévio (aprovação de ministro pelo senado) ou posterior (sustação de atos, julgamento de contas). Controle pode ser de legalidade OU de mérito (aprovação é ato

discricionário, por isso é possível o controle de mérito, exemplo> reputação ilibada, conceito jurídico indeterminado).

PROCESSO ADMINISTRATIVO:

Lei 9784 é subsidiária> no silêncio da lei específica.

Princípios básicos e específicos do processo administrativo:

1. Contraditório e ampla defesa e o devido processo legal princípios que vivem sempre juntos. Sumula vinculante número 5. Ausência de advogado não gera a nulidade de um processo administrativo. É inconstitucional qualquer lei que exija depósito para garantir o processo.

2. Motivação

3. Gratuidade: processo administrativo é gratuito. Porque antes de mais nada é interesse da administração.

4. Impulso oficial (oficialidade). Ideia depois de iniciado o processo, os atos subseqüentes atuam de ofício. Pode se iniciar pela provocação ou por iniciativa do próprio estado.

5. Princípio do formalismo necessário: processo é informal para o particular e forma para a administração. As páginas devem ser numeradas e rubricadas, forma para garantir o direito do cidadão. O cidadão quando apresenta uma cópia ele não precisa autenticar ou reconhecer firma, pois podem ser autenticadas pela própria autoridade do órgão. Não posso estabelecer normas que atrapalhem o direito do cidadão. Mas para a administração há formalidade: dentro do horário e no local de funcionamento da repartição. Serão concluídos além do horário normal os atos já iniciados e que possam causar prejuízo ao cidadão.

6. Princípio da publicidade: atos devem ser públicos e conhecidos das partes.

7. Princípio da verdade real: deve se buscar a realidade dos fatos.

PROCESSO SE DESENVOLVE EM TRÊS FASES:

1. Instauração se dá por meio de uma portaria que designa a comissão que vai regulamentar esse processo. Varia a comissão de acordo com a lei específica. Ato individual.

2. Inquérito administrativo: instrução probatória (aceita todos os tipos de prova lícitos inclusive a prova emprestada desde que licitamente produzida na origem, porque tem natureza documental), manifestação do interessado (salvo lei específica a manifestação será de 5 dias); comissão elabora um relatório que tem natureza jurídica de parecer, porque é um relatório conclusivo. O relatório é conclusivo, mas não é vinculante.

3. Julgamento: Tem que ser feito pela autoridade competente e com a devida motivação. A regra é que todo o ato seja motivado, para que haja dispensa da motivação deve estar em lei. Se o relatório tiver uma boa motivação pode o julgador julgar conforme o relatório. Pode-se

afastar o julgador por impedimento e suspeição. Hipóteses de impedimento> 1. autoridade que tenha participado do processo em qualquer fase, se atuou como testemunha, por exemplo. 2. Também está impedido a autoridade que tenha interesse direto ou indireto na causa. 3. Não pode julgar a autoridade administrativa que esteja litigando com o interessado no processo. Suspeição> dá margem de discricionariedade. Suspeitos: amizade íntima ou inimizade notória que são conceitos indeterminados que vão ter que ser valorados pelo agente em cada caso. A não informação e não declaração da incompetência configura infração grave para fins disciplinares.

Aí é julgado o processo> e é possível a interposição do recurso e também é possível o requerimento de revisão> formas administrativas de impugnação desse julgamento. Recurso: prazo 10 dias, salvo lei específica. A decisão foi proferida pela autoridade A, o recurso é recebido pela autoridade A como um pedido de reconsideração, ou ela se retrata em 5 dias ela tem que encaminhar o processo para autoridade superior. Caso haja hierarquia um processo administrativo pode ser tramitado por no máximo três instancias: depois disso se dá a coisa julgada administrativa. Se o recurso piorar a situação se dá a reformatio in pejus, reformando a situação anterior e piorando a situação não é vedada a reforma para piorar a situação do recorrente. Revisão: processo acabou não tem mais recurso, a qualquer tempo pode se fazer o pedido de revisão desde que se tenha a alegação de fatos novos e começa tudo de novo. Da revisão é proibida a reformatio in pejus.

AGENTES PÚBLICOS:

1. agente público e servidor público não são sinônimos.

Agentes públicos são todos que atuam em nome do poder público.

3 espécies:

1. agentes políticos que atuam no exercício da função política: quem pode ser considerado função político? Detentores de mandato eletivo, os secretários e ministros de estado, os membros da magistratura e do ministério público.

2. particulares em colaboração com o estado: não têm vínculo com o estado, mas em determinado momento atuam em nome do estado. Designados: jurados, mesários, constritos; Voluntários: amigos da escola; Delegados: os agentes de concessionárias e permissionárias de serviços; Credenciados: médico conveniado com o SUS.

3. servidores estatais ou agentes administrativos: aqueles que têm vínculo de natureza administrativa com o estado. 1. Temporários: contratos temporários artigo 37, IX da CF: três requisitos prestação de serviço temporário de excepcional interesse público; 2. Celetistas e estatutários: vínculo permanente com a administração, se saírem de lá tem que colocar alguém no lugar, somente entram mediante concurso, Prazo de validade do concurso é de ATÉ dois anos prorrogável por igual período. Hoje a jurisprudência diz que o candidato aprovado dentro do número de vagas estipulado no edital tem direito subjetivo a nomeação. Se os dois são aprovados mediante concurso e o celetista e o concursado adquirem estabilidade? Não! A

estabilidade só pode ser adquirida para detentores de CARGOS públicos, não de EMPREGOS públicos. Servidores estatutários podem ser detentores de cargos efetivos ou de livre nomeação, mas a exoneração também é livre no caso de livre nomeação.

Estabilidade é adquirida após 3 anos de exercício efetivo no cargo e ser aprovado por uma comissão especial de desempenho gera a possibilidade de gerar estabilidade. Acumulam-se as duas. Se passarem os três anos e o servidor não foi avaliador, presume-se que ele foi avaliado e aprovado. É a avaliação tácita.

Depois de adquirir estabilidade só pode perder o cargo em quatro hipóteses que estão na CF: 1. Avaliação periódica de desempenho; 2. Por meio de sentença judicial com trânsito em julgado; 3. Por meio de processo administrativo em que se assegure a ampla defesa. 4. Exoneração de servidor por meio do corte de gastos. União 50% do que ganha com pessoal. Estados e municípios: 60% de gasto com pessoal. Se o ente público extrapola isso a CF traz uma ordem que deve ser obedecida pela administração para cortar gastos: 1. Pelo menos 20% dos cargos em comissão; 2. Exoneração dos servidores não estáveis; 3. Exoneração dos servidores estáveis. Garantias do servidor estável: se for exonerado recebe uma remuneração para cada ano de serviço prestado. Tem a garantia de que o cargo vai se extinto e não pode ser criado outro por pelo menos 5 anos.

Exoneração é diferente de demissão: demissão tem caráter punitivo (penalidade aplicada ao servidor em virtude de uma infração praticada), exoneração é feita por pedido ou por corte de gastos, ou seja, não há caráter punitivo.

O problema que se tem hoje a CF dizia que a estabilidade era de 2 anos, a CF foi alterada. O estágio probatório é o prazo para adquirir estabilidade, apesar de o estágio probatório a lei falar que dura 24 meses.

Alguns agentes públicos gozam de vitaliciedade. Que vai além de estabilidade. Só pode perder o cargo por meio de sentença judicial transitada em julgado. Vitalícios os membros da magistratura, ministério público e do tribunal de contas. Adquirem a vitaliciedade de duas formas: concurso, por indicação política nos moldes da CF. Se for concurso adquire vitaliciedade após dois anos na carreira. Por indicação política já entra vitalício com a posse.

Depois que aprovado em concurso se assume um cargo público. Sujeito passou num concurso para médico da polícia militar. Edital dizia que tinha que ter 1,70m. Não se pode exigir nada que não esteja previsto em lei. Ou proibir porque tinha tatuagem.

Aprovado por concurso e vai prover um cargo. Prover significa ocupar. Provimento dividido em duas hipóteses: originário ou derivado. Originário: Primeiro provimento na carreira, ingresso originário na carreira mediante nomeação. A nomeação faz com que o cargo que estava vago seja ocupado o provimento se dá com a nomeação (tem 30 dias para ocupar o cargo) e a investidura se dá com a posse. Depois que toma posse o servidor tem que entrar em exercício em no máximo 15 dias. Se não entrar será exonerado.

Provimento derivado: decorre de provimento originário (assume outro cargo diferente do original). Súmula STF 685 Estabelece que não é possível sair de uma carreira para outra. Só pode ser feito dentro de uma mesma carreira. Seis hipóteses de provimento derivado: 1. Promoção> provimento vertical (TRT, assume como técnico 3ª classe, por antiguidade e merecimento promove para 2ª classe, etc, mas não pode passar para analista, por exemplo), 2. Readaptação> sujeito que tem limitação na capacidade física ou mental que impedem que ele exerça a função do cargo readapta ele; o servidor readaptado tem direito a equivalência de vencimentos não podendo haver alteração remuneratória; tem direito a ser readaptado mesmo que não tenha cargo vago. 3. Reversão: volta do servidor aposentado ao cargo público. Exemplo clássico> aposentadoria por invalidez e deixa de ser inválido reverte, mas após os setenta não se pode reverter. 4. Reintegração, Recondução e Aproveitamento> exclusivas de servidores estáveis. Reintegração: a volta ao cargo público do servidor que foi demitido em virtude do ato de demissão que foi ilegal ou viciada (se anula a demissão não só é reintegrado, mas tem o direito de ganhar os valores que não foram pagos) volta para o cargo que ocupava anteriormente, mas nesse cargo já há outro, nesse caso esse outro será reconduzido, ou seja, é o retorno no servidor ao cargo que ele ocupava anteriormente (sem direito à indenização) outra hipótese de recondução é se aprovado em novo concurso e não for apto, ao invés de ser exonerado ele é reconduzido. Ou seja, quando há inaptidão no estágio probatório de outro cargo ele é reconduzido. Aproveitamento: retorno do servidor público ao cargo público ele que estava em disponibilidade. Se o cargo público foi extinto ou declarado desnecessário o servidor estável será posto em disponibilidade: deixa de exercer as funções do cargo até volte que se necessite> disponibilidade é remunerada de acordo com o tempo de serviço. Prazo pra ficar em disponibilidade: tem garantia se surgir um cargo vago compatível de ser aproveitado.

A CF veda expressamente a acumulação de cargos e empregos públicos sejam eles da administração direta ou indireta da União, Estados, Municípios e DF. Abrangem estatutários e celetistas. Exceções de acumulação:

1. Dois cargos de professor públicos;

2. Dois cargos de profissional de saúde com profissão regulamentada;

3. Um cargo técnico ou científico (nível superior ou formação técnica) + cargo de professor;

4. Cargo efetivo + um cargo de vereador;

5. Juiz e professor, procurador e promotor do ministério público e professor.

Se eu estiver em uma das cumulações posso acumular? Não! Deve necessariamente haver compatibilidade de horários.

Além disso, para que seja válida, a soma das remunerações não podem ultrapassar o teto remuneratório do 37, XI, da CF> ninguém pode ganhar mais que ministro do STF (28.000). Mesmo que o sujeito acumule cargos licitamente não pode extrapolar o subsídio do ministro do STF. Cargo de juiz federal 20.000,00 + professor 10.000> ganha 28.000,00.

É possível acumular proventos de aposentadoria com remuneração do servidor? Não! Mas há três exceções, podem: 1. Se os cargos são acumuláveis na atividade (aposenta como juiz e

professor); 2. Aposentadoria de cargo público com remuneração de cargo eletivo; 3. Também pode acumular aposentadoria com a remuneração de um cargo em comissão que ele tenha assumido posteriormente. Essa acumulação também precisa respeitar o Teto do STF.

E se o sujeito está acumulando cargos ilicitamente? A administração notifica o servidor para que escolha qual vai ficar em dez dias e presume-se a boa-fé e é exonerado. Se não escolher haverá um processo sumário de acumulação de cargos composta por dois servidores estáveis. Processo segue com dilação probatória e ele apresenta defesa em cinco dias. Porque a lei diz o seguinte: se ele fizer a opção até o último dia do prazo de defesa presume-se a boa-fé. Se ao final do processo sumário for detectada a acumulação ilegal é demitido de todos os cargos

Remuneração do servidor: pelo serviço prestado deve receber contraprestação pelo serviços prestados. Remuneração abarca o vencimento do cargo acrescido de todas as vantagens pecuniárias permanentes (decorrem da própria carreira ou do servidor); Cuidar a expressão vencimentos no plural que é igual à remuneração. A remuneração total do servidor é irredutível. STF já pacificou que a irredutibilidade é meramente nominal, não do valor real. Agora, além da irredutibilidade nominal o servidor tem a garantia de revisão geral anual para garantir o valor real do pagamento feito ao servidor.

O vencimento básico pode ser inferior ao salário mínimo, o que não pode ser inferior é o total da remuneração.

A forma não transparente de pagamento não é democrática.

O subsídio> feito em parcela única. Pagamento efetivado por meio de parcela única definido em lei. Não admite acréscimos patrimoniais (vantagens, adicionais, gratificações). A indenização não é acréscimo patrimonial: diárias, transporte, etc, pois são verbas de reposição.

A CF diz que facultativamente a administração pode implantar subsídio para qualquer carreira. Para algumas carreiras é obrigatória a implantação de subsídio> agentes políticos, advocacia pública, defensoria pública, tribunal de contas e segurança pública polícia como um todo.

A regra é que remuneração ou subsídio não pode sofrer descontos porque é verba alimentar. Mas é possível por imposição legal ou decisão judicial (desconto verba pensão alimentícia). Além disso tem as hipóteses dos empréstimos consignados> desde que se cumpram dois requisitos: interesse da administração e autorização do servidor público. Casos de ressarcimento ao erário> se o sujeito deve ao poder público, tem que pagar (pode requerer o parcelamento) para que seja feito o desconto em folha de pagamento (mas tem que ser no mínimo 10% da remuneração do servidor). E se se desliga do serviço público tem que pagar o débito de uma vez só em 60 dias! Se não quitar entra em dívida ativa.

REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO:

São formas de deslocamento do servidor.

Remoção> deslocamento do servidor dentro do mesmo quadro de pessoal (carreira). Não precisa haver deslocamento físico, basta a mudança de repartição. Pode ser feita de ofício ou a pedido. Ofício> no interesse da administração. A pedido> interessa ao servidor, mas será a critério da administração pública. Ambas são sempre discricionárias, entretanto há três exceções que serão vinculadas e independentemente do interesse: 1. Saúde (do servidor, do dependente econômico, do cônjuge ou companheiro), 2. Deslocamento do cônjuge ou companheiro com coabitação (de ofício e no interesse da administração pública o deslocamento), 3. Concurso de remoção (normalmente antiguidade). STF entende que a administração pública não é obrigada a fazer o concurso de remoção.

Redistribuição> deslocamento do cargo ocupado ou vago. Não é deslocar o servidor, mas o cargo. E não precisa ser na mesma carreira. Pode ser feito entre órgãos e entre entidades diferentes da administração direta para indireta. A idéia é de redistribuir cargos no interesse público. Se redistribui cargos dentro do mesmo poder. Exemplo: lei criou 1000 vagas de técnico no poder executivo (300 ministério da fazenda) (200 ministério da saúde), etc. Depois da distribuição feita vem lei que muda a competência e que o planejamento vai ser feita por outro ministério. Houve alteração de competência e vai sobrar gente...saca? Redistribuição é sempre feita de ofício no interesse público.

Por uma única infração praticada um servidor pode sofrer TRÊS sanções ao mesmo tempo: PENAL, CIVIL e ADMINISTRATIVA. Isso acontece porque a regra geral é a independência dos poderes e, a princípio, a decisão de uma instância não serve para outra. Porque elas têm fundamentos direitos. Penal: crimes ou contravenções praticados pelo agente no exercício da função pública. Civil: sempre que causar danos na administração pública e a terceiros. Administrativa: pelo descumprimento das regras administrativas. Mas tem exceção: se o

sujeito for absolvido na esfera penal por inexistência do fato ou por negativa de autoria gera a absolvição na esfera civil e administrativa. Qualquer outra como prescrição, falta de prova, não influencia.

As instâncias são independentes entre si, então não precisam aguardar a penal. Neste caso, mesmo que o servidor tenha sido demitido, se a decisão penal for pela absolvição pela inexistência ou negativa, ele deve ser reintegrado.

Em caso de falecimento do servidor, a lei estabelece que as sanções patrimoniais impostas ao servidor se estendem aos herdeiros do servidor falecido nos limites da herança.

Assunção de cargos eletivos por servidores: servidor público efetivo pode ser eleito? A princípio se prevê o afastamento. União, Estado e DF > TEM QUE SER AFASTADO DO CARGO EFETIVO. PREFEITO também deve ser afastado, mas pode escolher a remuneração. VEREADOR: havendo compatibilidade de horários ele acumula, mas se não houver pode escolher remuneração.

Em qualquer caso vai continuar contribuindo com a previdência pública do servidor como se estivesse no cargo.

APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO:

No Brasil existem dois regimes públicos de previdência que é o regime geral de previdência social e o regime próprio.

Regime próprio exclusivo dos servidores efetivos da administração pública e desde que o seu ente federativo tenha criado um regime previdenciário próprio. Servidor efetivo do município que não tem regime próprio segue necessariamente o regime geral. Hoje todo o regime de previdência segue o art. 40CF que foi alterada pela emenda 20 e a emenda 41 que reformaram a previdência.

O regime de aposentadoria hoje é um regime solidário> todo mundo contribui para a manutenção do sistema, você não contribui para a SUA aposentadoria, mas para TODOS. É solidário, mas também é contributivo. Para fins de aposentadoria de regime próprio é o tempo de contribuição do servidor, e não o tempo de serviço. Hoje se veda a contagem fictícia de tempo de contribuição do servidor público. Hoje o regime é contributivo e s[o importa aquilo que efetivamente contribuiu. O regime é solidário, contributivo e se admite a contagem recíproca de tempo de contribuição. O seu tempo de contribuição no regime geral será aproveitado no regime próprio. É possível contagem recíproca, mas não é possível contagem simultânea. Posso aposentar pelos dois regimes, mas não posso contar simultaneamente.

No regime próprio temos três espécies de aposentadoria:

1. por invalidez> com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

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PAREI AOS 12 MINUTOS DA AULA 13.1

INICIEI: 24 MINUTOS DA 13.2

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:

Improbidade nasce na CF no art 37 § 4°> a lei definirá as sanções de improbidade.

Entendimento majoritário que o rol de sanções é meramente exemplificativo. Porque a lei traz um rol muito maior de sanções.

Lei 8429/92 LER – lei de improbidade

O sujeito que pratica um ato de improbidade responde nas três sanções: penal, civil e administrativa.

As sanções são de natureza CIVIL sem prejuízo das sanções penais e administrativas.

Ação de improbidade e ação civil pública por ato de improbidade.

Pra aplicar a sanção de improbidade tem que se iniciar a ação civil.

Material:

Quem pode praticar um ato de improbidade são os agentes públicos, ou seja, todos os que atuam em nome do poder público.

Quem pode sofrer um ato de improbidade são os entes da administração pública direta e indireta e as entidades privadas que recebem dinheiro público! As entidades privadas são divididas em duas espécies: mais de 50% de dinheiro público para o custeio ela se equipara aos entes da administração pública integralmente. As entidades privadas em que o dinheiro público não alcance 50% do custeio ou patrimônio as sanções patrimoniais somente no limite do dinheiro público.

Improbidade: TRÊS ESPÉCIES PRINCIPAIS:

1. geram enriquecimento ilícito do agente: mais grave

2. causam dano ao erário: médio. dolosos ou culposos que causam dano erário.

3. atentam contra princípios da administração pública: menos grave

Assim, não precisa haver dano efetivo de dano patrimonial para que haja ato de improbidade. A violação de um princípio pura e simples já é ato de improbidade. Não depende de rejeição de contas ou dano. Quanto ao dolo ou culpa somente os de dano ao erário. Os que atentam a princípios e geram enriquecimento ilícito são só na forma dolosa, desde que comprovada a má-fé do agente.

Sanções são basicamente as mesmas e vão ficando mais ou menos graves de acordo com o ilícito.

Sanções:

Art 9 – enriquecimento 10 – contra o erário Art 11 - princípiosPerda da função Perda da função Perde a funçãoPerda dos bens acrescidos ilicitamente

Perde dos bens

Ressarcimento ao erário – não é sanção né?

Ressarci o erário Ressarci o erário

Multa – de até 3x aquilo que ele enriqueceu ilicitamente

Multa de até 2x o valor do dano causado

Multa de até 100x a remuneração do agente

Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos

Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos

Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos

Fica proibido de contratar poder público e receber incentivos fiscais por 10 anos

Proibição de contratas e receber incentivos por 5 anos

Proibição de contratar por 3 anos

A infração mais grave absorve as mais leves. O juiz não pode mesclar as três colunas, mas no que diz respeito às sanções que poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa de acordo com a gravidade da sanção.

PROCESSUAL:

Ação se inicia pela propositura:

Sujeito ativo: ministério público, pessoa jurídica lesada pelo ato de improbidade. Se o MP propuser a ação, a pessoa lesada será intimada para, querendo, entrar como litisconsorte, mas não é obrigada a participar, mas é obrigada a ser intimada. Se a ação for proposta pela pessoa jurídica lesada, o MP entra como fiscal da lei.

Sujeito passivo: agente público ou particular que concorra, conduza com o ato em concorrência com o agente. Sempre litisconsorte passivo o particular.

Competência: sempre do juiz singular: federal (união), estadual (estado ou município). Não há foro privilegiado para ação de improbidade.

Ação de improbidade em face da magistratura sempre em face do tribunal ao qual o réu esteja vinculado.

Ação é proposta e o juiz pode receber ou não a petição inicial. Se o juiz indeferir a petição inicial no CPC da decisão cabe apelação. No processo de improbidade a decisão do juiz que não recebe a petição é a apelação. E a decisão do juiz que RECEBE a petição é passível de agravo. Diferente porque normalmente é irrecorrível.

Recebeu a petição inicial o processo segue o rito ordinário.

Não se admite transação: não é possível termo de ajustamento, acordo, etc. Termina necessariamente por sentença.

Antes da ação de improbidade é possível serem requeridas no bojo de uma ação de improbidade por quatro cautelares. Incidental e preparatória.

Cautelares:

1. afastamento preventivo> se a administração justificar e demonstrar que a manutenção no servidor no cargo pode atrapalhar o andamento do processo, nesses casos, o juiz pode determinar o afastamento preventivo do servidor; Não há prazo para isso, mas é feito sem prejuízo da remuneração.

2. seqüestro de bens>

3. bloqueio de contas>

4. declaração da indisponibilidade de bens> forma de garantir a pena de perda de bens.

Podem ser requeridas no bojo da ação de improbidade, mas podem ser preparatória, assim,, caso seja deferida a medida cautelar, a administração tem 30 dias após a concessão para propor ação principal. Se não conceder, a cautelar cai.

Prescrição da lei de improbidade varia de acordo com o réu:

Réu da ação que vai definir qual o prazo de prescrição>

1. detentor de mandato, de função, ou de cargo em comissão> prazo de 5 anos contados do término do mandato, do cargo ou da função. Mas só começa a correr no momento em que o individuo se desligar do cargo, mandato ou função. E em caso de reeleição. Primeiro mandato cometeu ato de improbidade, foi reeleito, o prazo começa a correr do término do primeiro ou do segundo mandato? Do segundo mandato!!!!

2. detentor de cargo efetivo: lei 8429 estabelece que o prazo de prescrição será o mesmo do estatuto do servidor para punir as infrações puníveis com demissão. Artigo 37, § 5° da CF> a lei estabelecerá os prazos de prescrição para sancionar aos ilícitos praticados por agentes públicos. Ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. Ação de ressarcimento respectiva ao erário é imprescritível.

A lei 8429 diz que todas as sanções patrimoniais se estendem aos herdeiros e sucessores nos limites da herança.