direito administrativo - aula 3 - sem proc adm

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  • Regime Jurdico dos Servidores Pblicos CR/88 - Art. 39. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro, no mbito de sua competncia, regime jurdico nico e planos de carreira para os servidores da administrao pblica direta, das autarquias e das fundaes pblicas. (vide ADI 2135/2000)

    Com a constituio de 1988 foi institudo o regime jurdico nico, vale dizer, o mesmo regime, tanto para os servidores da Administrao Direta como para os das suas autarquias e Fundaes.

    Com isso, cada ente federativo escolheu o regime a ser estabelecido dentro do respectivo ente. Regime estatutrio OU Regime celetista.

    A grande maioria dos Entes da Federao optaram pela adoo do regime estatutrio. A Unio optou por essa modalidade, editando em 1990 a Lei 8.112 (Lei que dispe sobre o regime jurdico dos servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais).

    U, E Estatutrio era o preferencial.M Celetista era o preferencial.

    A EC 19/98 (REFORMA ADMINISTRATIVA) Alterou o cenrio acima.

  • EC 19\98A Emenda modificou a redao do art. 39, caput da CF, e retirou a obrigao de unicidade do regime (extino do regime jurdico nico), de modo que poderiam conviver, dentro da mesma estrutura administrativa, servidores estatutrios e empregados pblicos. Regime Estatutrio e Regime celetista.

    Em relao esfera federal, as disposies da Lei 8.112/90 no foram revogadas, apenas passou-se a possibilitar que as Administraes Direta, Autrquica e Fundacional da Unio poderiam contratar tambm em regime celetista.

    Durante quase 10 anos foi possvel a aplicao de regimes diferentes na mesma estrutura administrativa. E muitos Entes Administrativos passaram a adotar o regime celetista.

  • Regime Estatutrio e Regime CeletistaO regime estatutrio era o prprio das pessoas de direito pblico, pois nesse regime tem-se uma relao jurdica, entre Administrao e seus servidores, caracterizada pela imposio unilateral, com preceitos obrigatrios, de todas as disposies de lei de regncia.

    J o regime celetista se baseia em uma relao de carter contratual, permitindo discusso das respectivas condies de trabalho.

    O regime estatutrio proporciona maiores garantias ao servidor, mas mais difcil de ser modificado pela vontade do servidor.

    J o regime celetista proporciona maiores possiblidades de modificaes na relao contratual, embora gere menores garantias.

  • ADI 2135/2000A norma do art. 39 da CF (que extinguiu o regime nico) foi questionada pelo Partido dos Trabalhadores, Partido Democrtico Trabalhista, Partido Comunista do Brasil e Partido Socialista Brasileiro Entraram com uma Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI 2135).

    Erro no procedimento a proposta de alterao do caput do art. 39 no foi aprovada pela maioria qualificada (3/5 dos parlamentares) da Cmara dos Deputados, em primeiro turno. E ainda, ao elaborar o texto enviado para votao em segundo turno, a comisso especial de redao da Cmara dos Deputados teria deslocado o pargrafo 2 do art. 39 que havia sido aprovado, para o lugar do caput do art. 39, cuja proposta de alterao havia sido rejeitada em primeiro turno.

    - 02/08/2007 - Ao retomar o julgamento da Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2135, o Plenrio do Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu, por maioria, conceder liminar para suspender a vigncia do artigo 39, caput, da Constituio Federal, em sua redao dada pela Emenda Constitucional (EC) 19/98. Com a deciso, volta a vigorar a redao anterior do artigo. (VOLTA REGIME JURDICO NICO)

  • ADI 2135 - Deciso cautelar (provisria). Eventuais contrataes com base na pluralidade de regimes continuaro vlidas, a no ser que o Supremo declare a inconstitucionalidade em sede de anlise de mrito (definitiva).

    HOJE PREVALECE REGIME JURDICO NICO, APS A DECISO CAUTELAR NA ADI 2135.

  • Conceitos Importantes para Estudar Regime Disciplinar Lei 8.112/90 Agente Pblico: todo aquele que, definitiva ou transitoriamente, com ou sem remunerao, exerce alguma funo pblica. Esses agentes, tendo em vista algumas peculiaridades podem ser classificados em 04 categorias:

    a) Polticosb) Agente Pblico Administrativo- Servidores Estatais (estatutrios, empregados pblicos, temporrios) c) Particulares em Colaborao com o Poder Pblicod) Militares.

  • Militares: Aps a Emenda Constitucional 18/98, os militares passaram a fazer parte de uma categoria parte. Os militares tm regime estatutrio, ou seja, como todos os direitos e deveres definidos em lei, independentemente de contrato.

    Particulares em colaborao com o poder pblico: pessoas que prestam algum servio ao Estado, como ou sem remunerao, mas sem um vnculo profissional (empregatcio). Dentro dessa categoria destacam-se os delegatrios de servio que prestam servio em carter privado, sob fiscalizao do Poder Pblico e remunerao paga pelos usurios. Outros exemplos so os jurados, mesrios.

  • Polticos: h divergncia na doutrina.

    A corrente minoritria entende que agente poltico todo aquele que ocupa algum dos cargos descritos na Constituio e com atribuies tambm nela descritas (inclui membros da magistratura, MP, Tribunais de Contas).

    A corrente majoritria, adota o conceito mais restrito, entendendo que so agentes polticos, no os que exercem atribuies constitucionais, e sim aqueles formadores da vontade superior do Estado (funo poltica). Essas funes de natureza poltica esto concentradas nas mos da Chefia do Executivo e no Poder Legislativo. O vnculo por eles mantido com o Estado no de natureza profissional, mas poltica, decorrente em regra do processo eleitoral.

  • Agente pblico administrativo: correspondem s pessoas que mantm um vnculo profissional com a administrao pblica. So tambm chamados servidores pblicos em sentido amplo. So assim divididos:

    -Servidor temporrio

    -Empregado pblico

    -Servidor estatutrio (efetivos, comissionados)

  • Agentes temporrios: contratos por tempo determinado, nas hipteses previstas no art. 37, IX, CF (necessidades temporrias de excepcional interesse pblico). Eles no ocupam cargo, mas simplesmente exercem um funo na Administrao.

    Empregado pblico: firmam contrato de trabalho que d margem ao aparecimento da relao de emprego e o seu regime jurdico regulado pela CLT. A adoo desse regime obrigatria nas empresas estatais Sociedade de Economia Mista e Empresa Pblica (art. 173, 1, CF) e facultativo na Administrao direta e demais entidades da Administrao indireta (Autarquia e fundao pblica).

    Agente administrativo estatutrio: correspondente aos servidores submetidos a um regime jurdico unilateralmente imposto e modificvel por lei editada pela pessoa jurdica a que pertencem (Estatuto do Servidor: L. 8.112/90). Tendo em vista a forma pela qual esses servidores ingressam no servio pblico, eles podem ser classificados como servidores efetivos (exercem cargo de provimento efetivo provido mediante concurso pblico) e servidores comissionados (exercem cargo em comisso, de livre nomeao e exonerao. Restrito para funes de direo, chefia e assessoramento).

  • Funo Pblica, Cargos e Empregos Funo: uma tarefa. Todos os cargos pblicos tm uma funo, mas nem todas as funes decorrem de um cargo.

    Cargo: o posto, o lugar reservado a uma pessoa para o desempenho de determinadas funes.

    - cargos efetivos: podem ser isolados ou escalonados em carreira.-cargos em comisso, ou cargos de confiana: so ocupados em carter precrio, por pessoas que podem ser mantidas ou no no lugar pelo superior hierrquico. Nos cargos em comisso o servidor pode ser exonerado ad nutum (sem necessidade de fundamentao).

    Vacncia: cargo sem ocupante (exonerao, demisso, aposentadoria).Provimento: o ato de preenchimento do cargo.

    Emprego Pblico: a relao empregatcia estabelecida pelo poder pblico no regime celetista.

  • Acesso ao Servio PblicoOs cargos, empregos ou funes pbicas podem ser exercidos por brasileiros natos ou naturalizados, e tambm por estrangeiros, de acordo com regulamentao estabelecida em lei - art. 37, I da CF.

    NO CARGO PBLICO E EMPREGO PBLICO:

    INVESTIDURA ORIGINRIADepende de aprovao em concurso pblico (de provas ou de provas e ttulos), salvo cargos em comisso, de livre nomeao e exonerao (destinados a atribuies de direo, chefia e assessoramento) -art. 37, II, da CF.

    INVESTIDURA DERIVADAPressupe existncia de um vnculo entre servidor e a Administrao. O servidor vai de um cargo para outro dentro da mesma administrao.

    Promoo, readaptao, reverso, reintegrao, reconduo, aproveitamento.

  • Promoo: conquista de uma posio melhor na carreira. Critrios de antiguidade e merecimento.

    Readaptao: aproveitamento de servidor acometido de doena que no o torna invlido em nova funo compatvel com a sua realidade.

    Reverso: o retorno do servidor aposentado por invalidez pelo fato de no subsistirem mais os motivos que ensejaram a sua aposentadoria.

    Reintegrao: retorno do servidor demitido pela anulao do ato disciplinar por deciso administrativa ou judicial. O eventual ocupante da vaga reconduzido para o cargo original se estvel, aproveitando em outro cargo ou posto em disponibilidade remunerada.

    Reconduo: retorno do servidor ao cargo original em virtude da reintegrao de colega de trabalho. Tambm ocorre caso o servidor no obtenha xito no estgio probatrio relativo a outro cargo.

    Aproveitamento: convocao de servidor em disponibilidade remunerada para retornar s atividades ocupando cargo compatvel como o anterior. (Art. 41, CF)

  • Estabilidade Constitui uma garantia de permanncia do agente no servio pblico.

    Os requisitos para a estabilidade:

    -nomeao para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pblico.

    - Efetivo exerccio por trs anos (estgio probatrio). Aps a EC19/98.

    - avaliao especial e obrigatria de desempenho por comisso instituda para essa finalidade.

  • Casos em que o Servidor Estvel pode perder o cargo sentena judicial transitada em julgado;Processo administrativo com ampla defesa;Procedimento de avaliao peridica, na forma da lei complementar, com ampla defesa (art. 41, 1, III, CF);Excesso de despesa com pessoal da Unio, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios (art. 169, 4, CF).

  • Acumulao de Cargosa regra geral no sentido da proibio da acumulao remunerada de mais de 1 cargo pblico.

    Excees previstas na prpria Constituio (art. 37, XVI).

    Acumulaes Permitidas: -2 cargos de professor-1 professor e 1 tcnico cientfico (2 grau e superior)-2 profissionais da sade

    Limitao pelo teto. Vedao estendida toda a Administrao Indireta (art. 37, XVII).

  • Regime Disciplinar do Servidor Pblico Lei 8.112/90 Dos Deveres do Servidor art. 116

    O art.116 traz um rol aberto e no exaustivo dos deveres que o nomeado assume ao tomar posse em um cargo pblico.

    Das Proibies ao Servidor art. 117

    O art. 117 tambm no possui um rol exaustivo. As proibies ensejam falta funcional, punvel com ADVERTNCIA, SUSPENSO, DEMISSO, CASSAO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE E DESTITUIO DE CARGO EM COMISSO OU FUNO DE CONFIANA (art. 127).

  • NepostismoArt. 117 - Ao servidor proibido: VIII manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de confiana, cnjuge, companheiro ou parente at o segundo grau civil.

    A proibio apenas para cargos em comisso ou funo de confiana, no se aplica a cargos efetivos.

    Smula Vinculante 13 do STF veda a prtica do nepotismo (nomeao de parentes para cargos pblicos)

    A nomeao de cnjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, at o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurdica investido em cargo de direo, chefia ou assessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confiana ou, ainda, de funo gratificada na Administrao Pblica direta ou indireta em qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, compreendido o ajuste mediante designaes recprocas, viola a constituio federal.

    A Lei 8.112 menciona parentesco at o segundo grau. Prevalece a Smula.

  • Art. 117 Ao servidor Pblico proibido: XIV praticar usura sob qualquer de suas formas XV- proceder de forma desidiosa

    Usura ou agiotagem o desenvolvimento habitual e no autorizado de atividade tpica de instituio financeira (emprstimo de dinheiro a juros, etc.)

    Desdia desprezo, desleixo, falta de zelo e de cuidado. Procede de forma desidiosa o servidor que no cumpre os deveres de zelo e lealdade s instituies. o servidor desleixado, que faz o servio de qualquer jeito e que assim agindo, pode causar enormes prejuzos materiais ou imateriais Administrao.

  • Das Responsabilidades art. 121Responsabilidade Civil: relativa a danos de natureza patrimonial ou moral, reparveis com indenizaes. Pode ser objetiva (Estado pelos atos dos seus agentes) ou pode ser subjetiva (depende de comprovao de culpa ou dolo por parte do agente).

    Responsabilidade Penal: a mais grave de todas. Decorre de um ilcito penal (crime ou contraveno). Depende sempre da comprovao de que o agente atuou pelo menos com culpa.

    Responsabilidade Administrativa: decorre do descumprimento dos deveres funcionais exigidos do servidor. Pode decorrer de ato comissivo ou omissivo, doloso ou culposo. (Art. 124).

  • A REGRA PARA RESPONSABILIZAO DO SERVIDOR: Responsabilidade subjetiva (depende de comprovao de culpa ou dolo por parte do agente).

    Sanes civis, penais e administrativas podero cumular-se, sendo independentes entre si.

    Por exemplo, absolvio na esfera penal por falta ou ausncia de provas no gera, obrigatoriamente, absolvio na esfera administrativa. Mas se houver absolvio penal (criminal) por negar a existncia do fato ou sua autoria, a responsabilidade administrativa ser afastada.

  • Das PenalidadesArt. 127 a 142Na aplicao das penalidades, sero consideradas a natureza e a gravidade da infrao cometida, os danos que dela provierem para o servio pblico, as circunstncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

    Advertncia: a penalidade mais branda. Deve ser praticada por escrito e registrada no assentamento individual, somente desaparecendo do registro aps o decurso de 03 anos, se o servidor no reincidir. uma chamada de ateno imposta pelo chefe da repartio. Prescreve em 180 dias.

    2) Suspenso: a penalidade mais grave que a advertncia e mais branda que a demisso. Consiste na proibio do servidor de comparecer ao trabalho, com perda da remunerao pelo dias respectivos. A durao mnima de um dia e a mxima de 90 dias. Os registros sero cancelados em 05 anos se o servidor no reincidir. Prescreve em 2 anos.

    -Suspenso de 30 dias a sindicncia poder resultar em advertncia ou suspenso por 30 dias (art. 145, II). -Suspenso de 31 a 90 dias s pode resultar de processo administrativo disciplinar (art. 146).

  • 3) Demisso: a mais grave das penalidades. Consiste na perda do cargo, com carter punitivo. Difere da exonerao (nunca tem carter punitivo). Servidor pblico no pede demisso. Pede exonerao. A demisso prescreve em 05 anos.

    A demisso atinge servidor efetivo e ativo.

    Se for titular de cargo em comisso, deve ser aplicada a destituio.

    Se for efetivo, mas j est aposentado, deve ser aplicada a cassao de aposentadoria.

    Se tiver em disponibilidade, a pena passa a ser de cassao de disponibilidade.

  • Competncia para Aplicao das Penalidades Art. 141

    SANO AUTORIDADE COMPETENTEAdvertnciaChefe de repartio (ou outra autoridade apontada em regulamento ou regimento interno)Suspenso at 30 diasIdem advertnciaSuspenso de 31 a 90 diasAutoridade imediatamente inferior mais alta de cada rgo ou poder (Vice-Presidentes dos Tribunais, Vice-Procurador-Geral da Repblica, Vice- Presidente da Repblica e da Casa do Congresso Nacional)DemissoAutoridades mais alta de cada rgo (Presidente dos Tribunais Federais e Procurador-Geral da Repblica) ou poder (Presidente da Repblica ou de cada Casa do Congresso Nacional)Cassao de Aposentadoria ou DisponibilidadeIdem demissoDestituio de Cargo em ComissoAutoridade que nomeou o servidor para o cargo em comisso.