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REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO - ÉVORA 2010 DIRECÇÃO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO ALENTEJO

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REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO - ÉVORA 2010

DIRECÇÃO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO ALENTEJO

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 1

ficha

técnica

Propriedade Direcção Regional de Educação do Alentejo

Responsabilidade e Coordenação Geral Director Regional de Educação do Alentejo

Edição Direcção Regional de Educação do Alentejo

Gabinete de Apoio à Direcção Rua Ferragial do Poço Novo, n.º 22

Apartado 125 - 7002-555 Évora

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 2

Parte I

1 - Ficha Técnica 3 - Nota de Abertura 4 - Missão 5 - Área de Abrangência 6 - Atribuições 8 - Organograma

10 - Organização Interna 11 - Estrutura Orgânica 12 - Direcção 13 - Gabinete de Apoio à Direcção 15 - Direcção de Serviços de Apoio Pedagógico e Organização Escolar 16 - Direcção de Serviços de Planeamento e Gestão de Rede 17 - Equipa de Apoio à Modernização e Desenvolvimento Educativo 18 - Equipa de Apoio à Gestão das Escolas 19 - Divisão de Gestão Financeira e Patrimonial 20 - Divisão de Planeamento Escolar e Prospectiva 21 - Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Norte 21 - Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Este 22 - Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Central 22 - Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Litoral 23 - Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Sul 24 - Equipa de Projecto - Novas Oportunidades de Adultos

25 - Equipa de Projecto – Desporto Escolar 27 - Legislação

Parte II

30 - Projectos DREAlentejo mais Relevantes: - Programa Mais Sucesso Escolar: Um Desafio na Afirmação da Autonomia da Escola - DREAlentejo Prémio Boas Práticas no Sector Público - Cooperação Transfronteiriça entre Entidades e Instâncias Territoriais - Plano Tecnológico da Educação - Projectos Mais Relevantes Desenvolvidos no Ano Lectivo 2009/2010 pela EP-NOA - Projecto “Sons da Escola”

45 - DREAlentejo: Contributos da Administração (Sectores/Serviços)

69 - Escolas DREAlentejo: Contributos da Prática

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Direcção Regional de Educação do Alentejo

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 3

Nota de Abertura

O Director Regional José L. Verdasca

Alentejo Educação é uma revista sem periodicidade regular, propriedade da Direcção

Regional de Educação do Alentejo (DREA), e que prossegue os seguintes objectivos:

- estimular o incremento de iniciativas de âmbito pedagógico e cultural tendentes à

melhoria e desenvolvimento das escolas.

- divulgar projectos pedagógicos, actividades e práticas escolares relevantes;

- promover a cooperação pedagógica entre organizações, professores, técnicos da

educação e demais actores da comunidade escolar;

Alentejo Educação funciona na dependência directa do Gabinete de Informação e

Comunicação (GIC) da Direcção Regional de Educação do Alentejo e dispõe de um Conselho

Editorial. Com a colaboração e apoio do Conselho Editorial, que funcionará como comissão

de leitura e revisão, Alentejo Educação acolhe e dá visibilidade a iniciativas de âmbito

educacional alargado e promove diferentes tipos de colaboração.

José Verdasca

Carlos Calhau

Alexandre Pires

António Alves

Elsa Teigão

Margarida Félix

Luís Orvalho

José Simão

Inácio Santos

Manuel Cabeça

Maria Davide

Fátima Leite

Sandra Santos

Lurdes Nico

Paulo Carreiro

Alentejo Educação está também disponível em formato electrónico no sítio: http://www.drealentejo.pt

Composição do Conselho Editorial

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 4

A Direcção Regional de Educação do Alentejo, abreviadamente designada por DREALE, é um serviço

periférico da administração directa do Estado, dotado de autonomia administrativa e tutelado pelo

Ministério da Educação.

A DREALE tem por missão desempenhar, no âmbito da sua circunscrição territorial, funções de

administração periférica relativas às atribuições do Ministério da Educação e dos seus serviços

centrais, assegurando a orientação, a coordenação e o acompanhamento das escolas e o apoio e

informação aos utentes do sistema educativo, cabendo-lhe ainda assegurar a articulação com as

autarquias locais no exercício das atribuições destas na área do sistema educativo, bem como

assegurar o serviço jurídico-contencioso decorrente da prossecução da sua missão.

Na prossecução dos objectivos estratégicos de modernização administrativa do Programa do XVII

Governo Constitucional, e no âmbito do Decreto Regulamentar n.º 31/ 2007 de 29 de Março, estão a

funcionar cinco Equipas de Apoio às Escolas, que actuam sob dependência directa do Director

Regional. Através destas estruturas pretende-se o “aprofundamento das políticas de proximidade e

de desenvolvimento da autonomia dos estabelecimentos de ensino”, baseando a sua acção numa

lógica de estreita articulação e complementaridade com as Direcções de Serviços e Equipas

Multidisciplinares desta Direcção Regional.

As Equipas de Apoio às Escolas, designadas por EAE, são estruturas de modelo matricial que operam

nas áreas de actividade de desenvolvimento de projectos transversais, relacionados com o

acompanhamento e apoio à implementação das diferentes ofertas educativas, do estudo e

monitorização do processo de autonomia das escolas, da interligação e articulação dos diferentes

intervenientes no processo de reordenamento da rede escolar e na modernização administrativa.

MISSÃO

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 5

A parcela do território nacional que constitui a área de influência e de actuação da DREALE corresponde à zona de jurisdição da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Alentejo, a qual circunscreve 47 concelhos, distribuídos pelos distritos de Beja, Évora, Portalegre e parte do Distrito de Setúbal (concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines).

ÁREA DE ABRANGÊNCIA

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 6

No âmbito da sua circunscrição territorial, são atribuições da DREALE:

a) Assegurar a execução de forma articulada das orientações da política relativa ao sistema educativo; b) Coordenar, acompanhar e apoiar a organização e funcionamento das escolas e a gestão dos respectivos recursos humanos e materiais, promovendo o desenvolvimento e consolidação da sua autonomia; c) Participar no planeamento da rede escolar; d) Promover a recolha de informações necessárias à concepção e execução das políticas de educação e formação; e) Assegurar a divulgação de orientações dos serviços centrais e da informação técnica às escolas; f) Cooperar com outros serviços, organismos e entidades, tendo em vista a realização de acções conjuntas em matéria de educação e formação profissional; g) Prestar apoio técnico aos municípios nas intervenções que estes realizem no parque escolar; h) Acompanhar os procedimentos e as actividades desenvolvidas no âmbito do sistema educativo respeitantes ao controlo da qualidade do ensino.

A DREALE prossegue ainda as seguintes atribuições, no âmbito do ensino particular, cooperativo e solidário, incluindo os ensinos profissional e artístico e a educação extra-escolar: a) Pronunciar-se sobre autorizações, provisórias ou definitivas, de funcionamento e suas alterações; b) Pronunciar-se sobre a concessão de autonomia e paralelismo pedagógico e sua alteração ou extinção; c) Decidir sobre questões relativas ao pessoal docente, designadamente autorizações provisórias de leccionação, a acumulação de funções e a certificação do tempo de serviço; d) Decidir sobre assuntos relativos a alunos, designadamente matrículas e avaliação; e) Propor a concessão de apoios financeiros, nos termos da lei e promover o respectivo processamento.

ATRIBUIÇÕES

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 7

organograma

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ORGANOGRAMA

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estrutura

interna da

DREALE

Organização Interna – pág. 10 Estrutura Orgânica – pág. 11

Direcção – pág. 12 Gabinete de Apoio à Direcção – pág. 13

Direcção de Serviços de Apoio Pedagógico e Organização Escolar – pág. 15 Direcção de Serviços de Planeamento e Gestão de Rede – pág. 16

Equipa de Apoio à Modernização e Desenvolvimento Educativo – pág. 17 Equipa de Apoio à Gestão das Escolas – pág. 18

Divisão de Gestão Financeira e Patrimonial – pág. 19 Divisão de Planeamento Escolar e Prospectiva – pág. 20 Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Norte – pág. 21

Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Este – pág. 21 Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Central – pág. 22 Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Litoral – pág. 22

Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Sul – pág. 23 Equipa de Projecto – Novas Oportunidades de Adultos – pág. 24

Equipa de Projecto – Desporto Escolar – pág. 25

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 10

A DREALE é dirigida por um Director Regional, coadjuvado por um Director Regional Adjunto, cargos de direcção superior, de primeiro e segundo grau, respectivamente. A organização interna dos serviços obedece ao seguinte modelo estrutural misto: a) Nas áreas de actividade relacionadas com a prossecução das atribuições nos domínios do planeamento e gestão da rede escolar, do apoio pedagógico, da organização escolar, dos recursos humanos, materiais e financeiros e administração geral, do apoio jurídico e contencioso e do ensino particular, cooperativo e solidário, é adoptado o modelo de estrutura hierarquizada; b) Nas áreas de actividade de desenvolvimento de projectos transversais relacionados com o acompanhamento e apoio à implementação das diferentes ofertas educativas, do estudo e monitorização do processo de autonomia das escolas, da interligação e articulação dos diferentes intervenientes no processo de reordenamento da rede escolar e na modernização administrativa e dos sistemas de processos de trabalho, é adoptado o modelo de estrutura matricial. c) No domínio do apoio às escolas, o modelo de estrutura matricial.

Assim, a estrutura interna hierarquizada é constituída por unidades orgânicas nucleares e flexíveis, que actuam sob dependência directa da Direcção e que se organizam do modo que a seguir se descreve. Unidades Orgânicas Nucleares e Equipa Multidisciplinar: - Direcção de Serviços de Apoio Pedagógico e Organização Escolar (DSAPOE); - Direcção de Serviços de Planeamento e de Gestão da Rede (DSPGR); - Equipa de Apoio à Modernização e Desenvolvimento Educativo (EAMDE). Unidades Orgânicas Flexíveis e Equipa Multidisciplinar: - Divisão de Gestão Financeira e Patrimonial (DGFP), integrada na DSPGR; - Divisão de Planeamento Escolar e Prospectiva (DPEP); - Equipa de Apoio à Gestão das Escolas (EAGE).

São, também, parte integrante da estrutura interna da DREALE, cinco Equipas de Apoio às Escolas (EAE), compostas por docentes ou técnicos superiores e constituídas por despacho do Director Regional, que define a área de intervenção de cada equipa e designa o respectivo coordenador. Dada a sua importância funcional e estratégica, foram, ainda, criadas por despacho do Director Regional, as seguintes equipas: - Equipa de Projecto para o Programa de Novas Oportunidades de Adultos (EP-NOA); - Equipa de Projecto do Desporto Escolar (EP-DE).

Estas equipas funcionam, de igual modo, na dependência directa da Direcção.

ORGANIZAÇÃO INTERNA

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 11

Director Regional de Educação do Alentejo José Lopes Cortes Verdasca

Director Regional Adjunto Carlos António Couraça Calhau

Director de Serviços de Apoio Pedagógico e Organização Escolar (DSAPOE) Alexandre Filipe Carpelho Pires

Director de Serviços de Planeamento e Gestão da Rede (DSPGR) António Louro Alves

Directora de Serviços da Equipa de Apoio à Modernização e Desenvolvimento Educativo (EAMDE) Elsa Rute Fernandes Teigão

Chefe de Divisão da Equipa de Apoio à Gestão das Escolas (EAGE) Margarida Conceição M. Projecto Félix

Chefe de Divisão de Gestão Financeira e Patrimonial (DGFP) Luís Mendes Orvalho

Chefe de Divisão de Planeamento Escolar e Prospectiva (DPEP) José Gazimba Simão

Coordenadora da Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Norte (EAE-AN) Maria de Fátima Caldeira Soares Pinto Leite

Coordenador da Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Este (EAE-AE)

Inácio Manuel Ambrósio dos Santos

Coordenador da Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Central (EAE-AC) Manuel Dinis Passinhas Cabeça

Coordenadora da Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Litoral (EAE-AL) Sandra Alcina Gonçalves dos Santos

Coordenadora da Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Sul (EAE-AS) Maria de Deus Coelho Nunes Monge Davide

Coordenadora da Equipa de Projecto – Novas Oportunidades de Adultos (EP-NOA) Lurdes Pratas Nico

Coordenador da Equipa de Projecto – Desporto Escolar (EP-DE) Paulo Jorge Carvalho Carreiro

ESTRUTURA ORGÂNICA

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 12

DIRECÇÃO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO ALENTEJO Rua Ferragial do Poço Novo, n.º 22

CONTACTOS

Director Regional

José Lopes Cortes Verdasca

Director Regional Adjunto

Carlos António Couraça Calhau

Rua Ferragial do Poço Novo, n.º 22 Apartado 125 - 7002-555 Évora Tel: 266 757 900 - Fax: 266 757 901 e-mail: [email protected] http://www.drealentejo.pt

Director Regional de Educação do Alentejo José Lopes Cortes Verdasca

Director Regional Adjunto Carlos António Couraça Calhau

DIRIGENTES

DIRECÇÃO

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 13

Composição do GAD:

- Gabinete de Apoio à Direcção - Secretariado da Direcção

Competências do GAD:

- Promover uma adequada recolha e divulgação das notícias publicadas nos media e/ou de outros indicadores de âmbito educativo que se mostrem de interesse geral;

- Supervisionar o processamento, recolha de informação e arquivo de dados relativos à actividade da DREALE;

- Registar, encaminhar e comprovar minuciosamente o cumprimento das indicações da Direcção relativamente a toda a documentação recepcionada no GAD, numa perspectiva interdisciplinar; - Agendar e participar em reuniões de trabalho, em articulação com os diversos sectores e serviços da DREALE; - Transmitir as directrizes que superiormente forem estabelecidas pela Direcção aos diferentes serviços da DREALE; - Exercer todas as demais funções e tarefas superiormente determinadas pela Direcção; - Monitorizar, dar parecer, prestar informações e proceder a estudos sobre quaisquer projectos ou acções em curso nas escolas da DREALE; - Acompanhar o desenvolvimento de projectos nacionais e regionais de âmbito educativo.

Composição da Equipa:

Ana Guerreiro, Elisa Verdasca, Joaquim Piedade, M.ª Celeste Guerreiro, M.ª Fátima Carvalho, Mariana Marujo e M.ª João Rosado

DIRECÇÃO - Gabinete de Apoio à Direcção (GAD)

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 14

CONTACTOS

Competências do Secretariado:

- Garantir eficazmente a organização, planeamento e coordenação da agenda executiva da Direcção efectuando a marcação de reuniões, entrevistas e outros compromissos, tendo em conta a sua duração e localização e procedendo a eventuais alterações;

- Organizar reuniões, elaborando listas de participantes, convocatórias, preparando documentação de apoio e providenciando pela disponibilização e preparação do local da sua realização, incluindo o equipamento de apoio;

- Efectuar o processamento de texto da correspondência e de outra documentação da Direcção;

- Seleccionar, registar e entregar a correspondência urgente e pessoal e encaminhar a restante a fim de lhe ser dada a devida sequência;

- Organizar deslocações da Direcção efectuando reservas de hotel, marcação de transporte, preparação de documentação de apoio e assegurando outros meios necessários à realização das mesmas;

- Planificar e assegurar os contactos dos membros da Direcção e do GAD com entidades oficiais e particulares, nacionais e estrangeiras;

- Acolher os visitantes e encaminhá-los para os locais de reunião ou entrevista;

- Receber chamadas telefónicas e outros contactos, efectuando a sua filtragem em função do tipo de assunto, da sua urgência e da disponibilidade da Direcção, ou encaminhando para outros serviços;

- Contactar o público interno e externo no sentido de transmitir orientações e informações da Direcção;

- Actualizar ficheiros de contactos bem como outro tipo de informação útil à gestão do serviço.

- Exercer todas as demais funções e tarefas superiormente determinadas pela Direcção.

Composição da Equipa:

M.ª Fátima Varela e Nélia Rodrigues

CONTACTOS

Telef. 266 757 900/ 266 757 964 Fax. 266 757 901 e-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 15

Director de Serviços

Alexandre Filipe Carpelho Pires Competências

­ Assegurar a execução, de forma articulada, das medidas de política educativa; ­ Acompanhar e apoiar a organização e funcionamento pedagógico das escolas,

potenciando o desenvolvimento do sucesso educativo; ­ Assegurar a divulgação das orientações dos serviços centrais e de informação

técnica às escolas; ­ Coordenar, acompanhar e apoiar a organização e funcionamento das escolas e a

gestão dos respectivos recursos humanos, financeiros e patrimoniais, sem prejuízo das competências dos serviços centrais, promovendo o desenvolvimento e consolidação da sua autonomia;

­ Promover e monitorizar processos de avaliação da organização escolar; ­ Cooperar com outros serviços, organismos e entidades, tendo em vista a

realização de acções conjuntas em matéria de educação; ­ Assegurar o apoio logístico ao funcionamento da junta médica regional.

CONTACTOS

Telef. 266 757 961 Fax. 266 757 905 e-mail: [email protected]; [email protected]

Direcção de Serviços de Apoio Pedagógico e Organização Escolar (DSAPOE)

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 16

Director de Serviços António Louro Alves Competências

­ Participar no planeamento da rede escolar da região, promovendo, sem prejuízo das competências dos serviços centrais, acções de planeamento e execução do ordenamento das redes da educação pré-escolar, dos ensinos básico e secundário, incluindo as suas modalidades especiais, bem como as de educação e formação de adultos;

­ Promover a recolha de informações necessárias à concepção e execução das políticas de execução e formação;

­ Assegurar a gestão dos recursos humanos do respectivo quadro privativo de pessoal e, bem assim, a de todo o pessoal que exerça funções na Direcção Regional;

­ Assegurar a gestão patrimonial, orçamental e financeira, sem prejuízo das competências dos respectivos serviços centrais, bem como a gestão administrativa e documental de todos os recursos afectos à Direcção Regional;

­ Promover, apoiar e adoptar processos de modernização, simplificação e inovação, de modo a garantir uma permanente avaliação do serviço prestado.

CONTACTOS

Telef. 266757934 / 266757963 Fax. 266757904 /266757907 e-mail: [email protected]; [email protected]

Direcção de Serviços de Planeamento e Gestão da Rede (DSPGR)

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 17

Directora de Serviços Elsa Rute Fernandes Teigão

Competências

­ Recolher as informações necessárias à execução das políticas e educação, com particular incidência nas áreas de inovação e desenvolvimento do processo de autonomia das escolas;

­ Coordenar, acompanhar e apoiar a organização e funcionamento das escolas, designadamente na área de recursos humanos, promovendo o desenvolvimento e consolidação da sua autonomia;

­ Acompanhar procedimentos e actividades respeitantes ao controlo da qualidade do ensino, através de monitorização de processos de avaliação da organização escolar potenciadores do desenvolvimento do processo educativo;

­ Cooperar com outros serviços, organismos e entidades no desenvolvimento de projectos transversais relacionados com o acompanhamento, apoio e monitorização do processo de autonomia das escolas, tendo em vista a realização de acções conjuntas;

­ Promover e apoiar processos de modernização, simplificação e inovação, de modo a garantir uma permanente avaliação do desempenho da Direcção Regional de Educação do Alentejo, através de metodologias adequadas;

­ Apoiar e acompanhar a implementação dos contratos de autonomia para o desenvolvimento das escolas;

­ Analisar e proceder ao tratamento das fichas de desconformidade relativas ao arranque do ano lectivo que venham a ser remetidas pela IGE;

­ Analisar e emitir parecer sobre os novos regulamentos internos das escolas/agrupamentos e respectivas propostas de alteração;

­ Analisar e emitir parecer sobre os procedimentos relativos aos processos eleitorais para os órgãos de gestão das escolas/agrupamentos;

­ Acompanhar a realização e instrução dos processos relativos às juntas médicas regionais.

Equipa de Apoio à Modernização e Desenvolvimento Educativo (EAMDE)

CONTACTOS

Telef. 266757923/4 - Fax. 266 757 908

e-mail: [email protected]; [email protected]

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 18

PIC

Chefe de Divisão

Margarida Conceição M. Projecto Félix

Competências

­ Prestar apoio jurídico aos estabelecimentos de ensino e educação da área de abrangência da Direcção Regional de Educação do Alentejo;

­ Elaborar estudos, informações e pareceres de natureza jurídica; ­ Emitir parecer e preparar peças processuais no âmbito do procedimento

administrativo e/ou contencioso; ­ Apreciar os processos disciplinares do pessoal docente e não docente,

desenvolvidos pela IGE e pelas escolas da área de abrangência da Direcção Regional de Educação do Alentejo;

­ Proceder à análise dos recursos relativos ao procedimento disciplinar de alunos; ­ Colaborar com outros serviços na análise e interpretação de normativos legais; ­ Prestar assessoria técnica ao Director Regional de Educação.

Equipa de Apoio à Gestão das Escolas (EAGE)

CONTACTOS

Telef. 266 757 973 Fax. 266 757 901 e-mail: [email protected]; [email protected]

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 19

Chefe de Divisão

Luís Manuel Mendes Orvalho Competências

­ Organizar os processos relativos a despesas, informar quanto à sua legalidade e cabimento, requisitar os fundos e proceder aos respectivos processamentos, liquidações e pagamentos, executando e mantendo actualizada a escrituração respeitante à contabilidade geral e analítica;

­ Elaborar guias e relações de descontos, reposições e de outras importâncias para entrega ao Estado ou a outras entidades;

­ Elaborar, em articulação com outras entidades orgânicas e tendo em consideração o plano anual de actividades, a proposta de orçamento da Direcção Regional de Educação do Alentejo, assim como organizar e propor os processos de alterações orçamentais;

­ Organizar a conta de gerência a submeter ao Tribunal de Contas; ­ Assegurar as tarefas relacionadas com o processamento de vencimentos, salários,

gratificações e outros abonos devidos, assim como instruir processos de despesas relativos, entre outros, a trabalho extraordinário, prestação de serviços e deslocações;

­ Organizar, processar e enviar as declarações de rendimentos, nos termos legais.

Divisão de Gestão Financeira e Patrimonial (DGFP)

CONTACTOS

Telef. 266 757 900 Fax. 266 757 907 e-mail: [email protected]; luí[email protected]

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 20

Chefe de Divisão

José Gazimba Simão Competências

­ Proceder à articulação com os municípios, nomeadamente ao nível do planeamento e gestão da rede e de recursos da educação; ­ Acompanhar o “Programa de requalificação da Rede Escolar do Ensino Básico e Educação Pré-Escolar”; ­ Monitorizar a informação de estatística educativa bem como assegurar a sua disponibilidade a todos os interessados; ­ Realizar no âmbito da Direcção Regional de Educação estudos relativos ao Sistema Educativo no Alentejo que possam constituir suporte de decisões em matéria de Política Educativa.

Divisão de Planeamento e Prospectiva (DPEP)

Telef. 266 757 971 Fax. 266 757 903 e-mail: [email protected]; [email protected]

CONTACTOS

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 21

Coordenadora da Equipa

Maria de Fátima Caldeira Soares Pinto Leite Área de Intervenção

­ Escolas sediadas nos concelhos de Gavião, Nisa, Castelo de Vide, Marvão, Crato, Ponte de Sôr, Fronteira, Alter do Chão, Portalegre, Elvas, Arronches, Monforte, Sousel, Avis e Campo Maior.

Coordenador da Equipa Inácio Manuel Ambrósio dos Santos

Área de Intervenção

­ Escolas sediadas nos concelhos de Estremoz, Borba, Vila Viçosa, Alandroal, Reguengos de Monsaraz, Mourão e Redondo.

Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Norte (EAE-AN)

Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Este (EAE-AE)

CONTACTOS

Direcção Regional de Educação do Alentejo Rua Ferragial do Poço Novo, nº 22 - Apartado 125 7002-555 Évora Telef. 266 757 964 Fax. 266 757 901 e-mail: [email protected]; [email protected]

Escola Secundária com 3º Ciclo de S. Lourenço, Portalegre Avenida George Robinson, 7300-070 Portalegre Telef. 245 307 320 Fax. 245 307 337 e-mail: [email protected]; [email protected]

CONTACTOS

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 22

Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Sul (EAE-S)

Coordenador da Equipa

Manuel Diniz Passinhas Cabeça Área de Intervenção

­ Escolas sediadas nos concelhos de Arraiolos, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Portel, Vendas Novas e Viana do Alentejo.

Coordenadora da Equipa Sandra Alcina Gonçalves dos Santos

Área de Intervenção

- Escolas sediadas nos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Ourique, Sines, Santiago do Cacém e Odemira

Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Central (EAE-AC)

CONTACTOS

Direcção Regional de Educação do Alentejo Rua Ferragial do Poço Novo, nº 22 - Apartado 125 7002-555 Évora Telef. 266 757 985 / 266 757 900 Fax. 266 757 905 e-mail: [email protected]; [email protected]

Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Litoral (EAE-AL)

CONTACTOS

Escola Secundária c/ 3.º Ciclo Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém Estrada de Santa Cruz - Apartado 157, 7540-121 Santiago do Cacém Telef. 269 825 208 Fax. 269 822 899 e-mail: [email protected]; [email protected]

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 23

PIC

ES c/ 3.º Ciclo de Manuel da Fonseca , Santiago do Cacém Estrada de Santa Cruz - Apartado 157, 7540-121 Santiago do Cacém Telef. 269 825 208 Fax. 269 822 899 e-mail: [email protected]; [email protected]

CONTACTOS

Coordenadora da Equipa Maria de Deus Coelho Nunes Monge Davide Área de Intervenção

­ Escolas sediadas nos concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Mértola, Moura, Ferreira do Alentejo, Serpa e Vidigueira.

CONTACTOS

Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Sul (EAE-AS)

Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja Rua Luís de Camões, 7800-508 Beja Telef. 284 313 460 Fax. 284 321 088 e-mail: [email protected]; [email protected]

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 24

Coordenadora da Equipa

Lurdes Pratas Nico Competências

- Desencadear iniciativas e acções conducentes à consolidação e ampliação da rede regional de Centros de Novas Oportunidades e de cursos EFA escolares e profissionais;

- Apoiar, acompanhar e monitorizar o funcionamento dos Centros no quadro das

orientações e metas estabelecidas; - Analisar propostas de afectação de recursos e propor soluções contextualizadas e

pautadas por princípios de legalidade, eficácia e eficiência organizacional.

Equipa de Projecto – Novas Oportunidades de Adultos (EP-NOA)

CONTACTOS

Telef. 266757951/ 266 757 900 Fax. 266 757 905

e-mail: [email protected]; [email protected] Página: http://novasoportunidades.drealentejo.pt/

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 25

Equipa de Projecto – Desporto Escolar (EP-DE)

Coordenador da Equipa

Paulo Jorge Carvalho Carreiro

Competências

- Definir, a nível regional, as prioridades e as linhas de acção para a Educação Física e o desporto escolar, articulando tal definição com a Direcção-Geral dos Ensinos Básico e Secundário;

- Regulamentar e articular, a nível regional, as diversas etapas de desenvolvimento das

actividades físicas, desportivas e outras, a desenvolver nas escolas da região, conjugando tal actividade com os princípios estabelecidos, a nível nacional, sobre as actividades de complemento curricular, em especial o desporto escolar;

- Promover, a nível regional, o intercâmbio do desporto escolar e de outras actividades

congéneres; - Fomentar, regulamentar e coordenar os quadros competitivos regionais, tendo em vista a

maior participação possível da juventude escolar no âmbito da respectiva região, salvaguardando as características e condições pedagógicas próprias dessas competições;

- Elaborar e manter actualizado um plano de dados sobre possibilidades e necessidades de

recursos para a Educação Física das escolas; - Promover anualmente a divulgação pública das actividades de complemento curricular, em

especial do desporto escolar.

CONTACTOS

Telef. 266 757 900 Fax. 266757904 /266757907

e-mail: [email protected]; [email protected]

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 26

legislação

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 27

Legislação publicada em Diário da República Ministério da Educação

Decreto-Lei nº 213/2006, de 27 de Outubro Lei Orgânica do Ministério da Educação

Decreto-Lei nº 164/2008, de 08 de Agosto Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei nº 213/2006, de 27 de Outubro, que aprova a Lei Orgânica do Ministério da Educação

Decreto-Lei nº 117/2009, de 18 de Maio Procede à segunda alteração ao Decreto-Lei nº 213/2006, de 27 de Outubro, que aprova a Lei Orgânica do Ministério da Educação

Decreto-Lei nº 208/2009, de 02 de Setembro Procede à terceira alteração ao Decreto-Lei nº 213/2006, de 27 de Outubro, que aprova a Lei Orgânica do Ministério da Educação

Direcção Regional de Educação do Alentejo

Decreto – Regulamentar nº 31/2007, de 29 de Março Aprova a estrutura orgânica das Direcções Regionais de Educação

Portaria nº 365/2007 de 30 de Março Estabelece a estrutura nuclear da Direcção Regional de Educação do Alentejo e as competências das respectivas unidades orgânicas

Portaria nº 387/2007 de 30 de Março Fixa o número máximo de unidades orgânicas flexíveis da Direcção Regional de Educação do Alentejo

Despacho nº 17.430/2007, de 07 de Agosto, rectificado pelo Aviso de Rectificação nº 1.505/ 2007 de 12 Setembro Criação das unidades orgânicas flexíveis, integradas na Direcção de Serviços de Planeamento e Gestão da Rede, da Direcção Regional de Educação do Alentejo

Despacho nº 17.516/2007, de 08 de Agosto Constituição da Equipa Multidisciplinar, designada por Equipa de Apoio à Gestão das escolas

Despacho nº 17.517/2007, de 08 de Agosto Constituição da Equipa Multidisciplinar, designada por Equipa de Apoio à Modernização e Desenvolvimento Educativo

Despacho nº 10.495/2008, de 09 de Abril Extinção da Divisão de Equipamentos Escolares

Despacho nº 2637/2009,de 20 de Janeiro Constituição da Divisão de Planeamento Escolar e Prospectiva

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Dossier: Legislação em matéria de Educação

// Acção Social Escolar

// Alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos

// Alargamento da rede de educação pré-escolar

// Avaliação, autonomia e gestão das escolas

// Avaliação de Desempenho Docente

// Avaliação de desempenho de pessoal não docente

// Calendários escolares

// Competências delegadas pela ministra da Educação nos secretários de Estado

// Concurso de Professores

// Conselho das Escolas

// Contratação directa pelas escolas

// Desporto Escolar

// Educação Especial

// Educação para a Saúde

// Enriquecimento curricular

// Ensino Artístico

// Ensino particular e cooperativo

// Ensino português no estrangeiro

// Escola a tempo inteiro

// Estatuto da Carreira Docente

// Estatuto do Aluno

// Exames e Provas de Aferição

// Expansão da Rede de Bibliotecas Escolares

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// Formação de Professores

// Habilitações Profissionais para a Docência

// Lei de Bases do Sistema Educativo

// Língua Portuguesa como Língua não Materna

// Manuais Escolares

// Medidas de combate ao insucesso escolar

// Modernização dos estabelecimentos do ensino secundário

// Novas Oportunidades

// Prémio Nacional de Professores

// Programas curriculares

// Reclassificação profissional do pessoal docente

// Refeições

// Reforma do ensino secundário

// Regime de equivalência de habilitações de sistemas educativos estrangeiros

// Reorganização da rede escolar

// Segurança nas Escolas

// Simplificação dos procedimentos administrativos

// Tecnologias da Informação e da Comunicação

// Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário

// Territórios Educativos de Intervenção Prioritária

// Transferência de Competências para os Municípios

// Transporte Escolar

// Voluntariado de Professores Aposentados

// Mais legislação

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projectos DREAlentejo mais relevantes

Programa Mais Sucesso Escolar: Um Desafio na Afirmação da Autonomia da Escola – pág. 31 DREAlentejo Prémio Boas Práticas no Sector Público – pág. 35

Cooperação Transfronteiriça entre Entidades e Instâncias Territoriais – pág. 37 Plano Tecnológico da Educação – pág. 39

Projectos Mais Relevantes 2009/2010 (EP-NOA) – pág. 41 Projecto Sons da Escola (DSAPOE) – pág. 42

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PROGRAMA MAIS SUCESSO ESCOLAR: UM DESAFIO NA AFIRMAÇÃO DA AUTONOMIA DA ESCOLA

José L.C. Verdasca

Cerca de quatro dezenas de Agrupamentos/Escolas do Alentejo celebraram contratos com a Direcção Regional de Educação no âmbito do Programa Mais Sucesso Escolar. Os contratos, com a duração de quatro anos, abrangem quase 4000 alunos dos três ciclos do ensino básico, em especial do 5º e 7º ano de escolaridade e incidem predominantemente nas disciplinas de Português, Inglês e Matemática, por serem as que, nos últimos anos, se têm revelado mais problemáticas em termos de resultados escolares.

Na base do programa estão subjacentes ideias matriciais, sendo de destacar as seguintes: o ciclo de estudos como unidade de análise; a melhoria das condições organizacionais escolares de ensino e aprendizagem; a melhoria de resultados escolares; o desenvolvimento de mecanismos de coordenação e regulação intra e inter-escolas.

No quadro da autonomia da escola e da sua esfera organizacional está a possibilidade de estruturar agrupamentos de alunos e equipas docentes na base do ciclo de estudos, por forma a assegurar maior eficácia no apoio e acompanhamento do percurso escolar dos alunos e na conclusão de ciclo. Esta nova unidade estrutural curricular e a nova dimensão temporal que lhe está associada lança novos desafios no âmbito da gestão curricular, faz emergir perspectivas inovadoras de flexibilização, reorganização e adaptação do currículo, potencia novas soluções em termos de (re)organização pedagógica dos agrupamentos internos de alunos e respectivas equipas docentes, gera novas lógicas na distribuição e afectação dos recursos humanos.

São várias as implicações organizacionais com impacto directo e imediato nas condições escolares de ensino e aprendizagem:

1) Desenvolvimento de dinâmicas organizativas flexíveis em termos de (re)agrupamento e (re)distribuição de alunos, potenciando uma maior e mais eficaz interacção aluno-professor-aluno;

2) Menor heterogeneidade dos grupos e respectivos níveis e ritmos de aprendizagem, decorrente do critério ‘estado situacional dos alunos’ para a distribuição e formação dos grupos a movimentar;

3) Gestão direccionada e focalizada do crédito horário ao acompanhamento e apoio directo a alunos, de acordo com as suas necessidades e capacidades, por forma a desenvolver em cada um hábitos e métodos de trabalho apropriados, bem como uma maior auto-estima escolar;

4) Constituição de equipas docentes, com ‘nomes e rostos’, tendo a seu cargo o acompanhamento das gerações escolares ao longo de todo o ciclo de estudos e sendo cada equipa integralmente responsável pelo acompanhamento de uma coorte de alunos;

5) Maior autonomia organizacional da escola na flexibilização curricular e organização pedagógica, na distribuição de alunos e docentes e na afectação de outros recursos;

6) Maior inter-comunicabilidade, implicação e co-responsabilização da comunidade escolar, decorrente dos diversos movimentos de agrupamento e reagrupamento de alunos e da necessidade de um maior estreitamento e regularidade de contacto com as famílias, nomeadamente com as Associações de Pais, no âmbito do acompanhamento e evolução da vida escolar dos alunos;

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Criação e dinamização da ‘rede de escolas programa mais sucesso’, em estreita cooperação e parceria com centros de investigação de universidades, potenciando o desenvolvimento da tecnoestrutura escolar interna das próprias escolas e o aprofundamento de mecanismos de coordenação e regulação dos processos de ensino e aprendizagem.

A orientação aos resultados impele a escola para processos organizativos e de trabalho escolar direccionados à melhoria dos resultados. Apesar de se reconhecer que se trata de um processo que adquire complexidades e dificuldades acrescidas à medida que se caminhe para níveis tendencialmente residuais de insucesso, a melhoria dos resultados escolares deve ser conseguida sem diminuição da fasquia de exigência. Associado ao principio ‘agrupar e reagrupar para incluir’, a manutenção da bitola de exigência constitui uma das questões chave para o êxito do programa.

Relação entre o nível de exigência e a taxa de transição escolar

(Adaptado de J. Verdasca, 2002)

A análise da evolução do desempenho incidirá na sua dimensão instrutiva e na sua dimensão cívica, devendo ser feita com base na comparação ao longo de uma série cronológica de um conjunto alargado de índices de desempenho. Preferencialmente, e sempre que tal seja exequível, a comparação dos resultados ao longo da série para cada escola deve estender-se a dois sub-períodos, antes e depois da experiência.

A existência de diversas escolas no ‘grupo experimental’, aconselha a que se proceda à comparação do desempenho destas com o de outras escolas de contexto ecológico semelhante e que servirão de ‘grupo de controlo’ e também com o universo das escolas à escala regional ou nacional segundo o mesmo critério quando se afigure conveniente.

A informação é recolhida, organizada e analisada em cada ano lectivo, por disciplina, ano de escolaridade e ciclo de estudos. A recolha de informação e a análise devem incidir sobre cada uma das gerações escolares que inicia um determinado ciclo de estudos do ensino regular e respectivas trajectórias realizadas na caminhada da escolarização.

Preferencialmente deve ser recolhida informação relativa a um período anterior ao lançamento da experiência, de modo a que possam ter lugar múltiplas comparações com vista a uma maior consistência e fiabilidade das conclusões a extrair.

Esquematicamente:

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Para efeitos de análise e discussão de resultados ao nível da dimensão instrutiva podem ser tidos em conta os seguintes marcadores:

- Evolução dos níveis de retenção global e por disciplina;

- Evolução da qualidade do sucesso global e por disciplina;

- Evolução das classificações nas provas de aferição e exames nacionais de 4º, 6º e 9º anos (Português e Matemática);

- Sobrevivência escolar e conclusão de ciclo com diferencial de tempo zero (pccdt=0);

- Evolução da densidade de ofertas formativas não regulares equivalentes;

- Evolução dos diferenciais idade e ano de escolaridade;

- Projecção dos efeitos da experiência no ciclo de ensino seguinte.

À semelhança do desempenho instrutivo, também em relação aos comportamentos sociais e cívicos é possível listar um conjunto de indicadores de comportamento e conduta social escolar. Inscrevem-se neste domínio referenciadores como:

- Níveis de absentismo escolar;

- Ocorrência de incidentes críticos, participação disciplinar e respectivo grau de gravidade do incidente;

- Participação em projectos e outras iniciativas promovidas pela escola;

- Participação em estruturas formais e informais escolares.

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Inspirados na ideia de escola-organização como um sistema de constelações de trabalho e que dispõe de uma tecnoestrutura própria capaz de pensar, analisar e agir sobre os processos de trabalho e de construir soluções pedagógicas inovadoras, deve ser facilitada e apoiada a constituição de redes formais e informais de escolas e grupos de docência para o desenvolvimento e aprofundamento do trabalho de coordenação curricular, disseminação de boas práticas, formação contextualizada, partilha de metodologias e de instrumentos de testagem ao nível das diversas áreas curriculares.

Esta lógica organizativa escolar tende a favorecer as relações horizontais e a reflectir a especialização funcional nas diversas agregações informais, potenciando uma maior relação de proximidade e tomando a forma de um conjunto de constelações de trabalho, de ‘cliques’ de docentes profissionais com alguma margem de autonomia que se debruçam e trabalham sobre as questões apropriadas ao nível onde estão situados.

A adopção de uma tal orientação potenciará uma maior harmonização e articulação entre escolas e grupos de professores, aferirá critérios e procedimentos, fomentará coesão profissional, complementará acções reguladoras externas e constituirá, sobretudo, mais um significativo passo na construção e afirmação da autonomia da escola.

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DREALENTEJO VENCEDORA DO PRÉMIO SERVIÇO AO CIDADÃO – ENSINO, NO ÂMBITO DO PRÉMIO BOAS PRÁTICAS NO SECTOR PÚBLICO

A Direcção Regional de Educação do Alentejo foi agraciada com o Prémio Serviço ao Cidadão – Ensino, com o Projecto Turma Mais, no âmbito da iniciativa Prémio Boas Práticas no Sector Público lançada pela Delloite e pelo Diário Económico, com o apoio do INA e da Fundação Luso Americana. Descrição do Projecto O Projecto Turma Mais começou por ser implementado na Escola Secundária Rainha Santa Isabel – Estremoz, no ano lectivo de 2002-2003, com o objectivo de combater o insucesso e o abandono escolar. Destina-se tanto a alunos com dificuldades, como aos que têm elevado rendimento escolar e permite aos docentes proporcionar um ensino mais adaptado. Este projecto proporciona também um aumento de integração sócio-escolar e de auto-estima por parte daqueles que se vêem remetidos para posições de “inferioridade” nos resultados escolares normalmente obtidos. Propõe-se a criação de uma turma sem alunos fixos, de frequência temporária, que agregue elementos com algumas características comuns, constituída até um máximo de 28 alunos, provenientes ou não da mesma turma de origem. Com cada grupo de trabalho deverão ser desenvolvidas actividades que permitam a melhoria das prestações académicas dos alunos. Desta forma, podemos ter grupos de alunos sem dificuldades de aprendizagem mas irrequietos e/ou indisciplinados, alunos trabalhadores mas com dificuldades de aprendizagem, alunos muito motivados para a aprendizagem e bom comportamento, alunos mais velhos e, por isso, algo “deslocados” nas suas turmas, alunos com dificuldades de aprendizagem e que desenvolvem pouco trabalho fora da sala de aula, entre outros. É irrelevante, em muitos casos, o número de alunos que cada grupo de trabalho pode ter: o que é verdadeiramente importante é que os mesmos tragam características de trabalho e expectativas semelhantes. Durante a vigência do projecto Turma Mais cada grupo de alunos continuará a trabalhar os conteúdos programáticos da sua turma de origem, beneficiando desta forma de um apoio individualizado, sem aumentar a carga horária semanal. Todos os alunos são formalmente convidados a integrar a Turma Mais, sendo a frequência deste projecto voluntária e dependente da devida autorização dos encarregados de educação.

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Benefícios do Projecto Em qualquer um três anos do 3º ciclo (7º, 8º e 9º anos) continua a haver um maior número de

alunos com sucesso, quer em relação aos anos anteriores à implementação do projecto na Escola Secundária Rainha Santa Isabel – Estremoz, quer face às médias nacionais, melhorando ainda significativamente o desempenho dos alunos no 7º e 9º anos, face aos anos anteriores. Nota-se uma clara melhoria do desempenho dos alunos, medida através da obtenção em maior número de níveis de classificação 3, 4 e 5 e, consequentemente, uma diminuição do número de níveis inferiores a 3. O número de alunos que completa o 3º ciclo em três anos é superior – 11,3% de insucesso actualmente face a 23% anteriormente.

Os resultados da avaliação externa confirmam os resultados da avaliação interna, o que assegura fiabilidade do trabalho desenvolvido. Globalmente foram cumpridas as metas traçadas no Projecto Educativo de Escola, e no Contrato de Autonomia, no que respeita ao sucesso educativo dos alunos. Fonte: Prémio Boas Práticas no Sector Público. Esforço, Mudança, Reconhecimento, Delloite, Diário Económico, INA e Fundação Luso Americana.

Maio de 2009

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COOPERAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA ENTRE ENTIDADES

E INSTÂNCIAS TERRITORIAIS

Ana Cristina Guerreiro (GAD)

No âmbito da Cooperação Transfronteiriça entre Entidades e Instâncias Territoriais, e enquadrado nas actividades da Comunidade de Trabalho Alentejo-Centro-Extremadura (EURO-ACE), a Direcção Regional de Educação do Alentejo, em parceria com a Consejería de Educación da Junta de Extremadura e o com o apoio do Gabinete de Iniciativas Transfronteiriças da CCDRA, promoveu intercâmbios escolares entre estudantes e professores de três escolas portuguesas do 3.º Ciclo do Ensino Básico da DREALE e três escolas espanholas, de forma a possibilitar o conhecimento recíproco, a valorização das diferenças (culturais, religiosas, étnicas…) e dos respectivos patrimónios artístico-culturais e linguísticos.

Foi nosso objectivo a concretização de programas de elevado interesse educativo, lúdico, e cultural, tornando estas experiências verdadeiramente enriquecedoras para os que nela participam.

Modalidade de intercâmbio - Intercâmbio com deslocação de turmas ao estrangeiro, a realizar durante o mês de Maio de 2010, com duração até sete dias úteis.

Objectivos Gerais - Estreitar as relações de cooperação entre o Alentejo e a Extremadura; - Criar uma comunidade bilateral de partilha de práticas e experiências pedagógicas; - Promover a dimensão europeia da educação, insistindo nos conceitos de igualdade de oportunidades e cidadania europeia; - Proporcionar aos alunos o contacto intensivo com o património histórico-cultural do país de acolhimento; - Desenvolver a competência comunicativa dos alunos, através de uma imersão linguística em ambiente familiar.

Actividades - Actividades na escola (ex: participação em clubes existentes nas escolas envolvidas; participação nas actividades da BE/CRE, assistência a aulas…); - Actividades fora do espaço físico da escola (ex: roteiro cultural…), com colaboração eventual de outros agentes educativos; - Actividades dinamizadas pelos encarregados de educação dos alunos participantes.

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Participantes

Tal como se depreende dos relatórios enviados pelas escolas envolvidas neste projecto, o

contacto com alunos do país vizinho foi uma experiência verdadeiramente enriquecedora, tanto em termos linguísticos como culturais. Além disso, ficou-nos a certeza de que foi dado um contributo assinalável para a dinamização da língua portuguesa em território espanhol, abrindo caminhos para a criação de comunidades bilaterais de aprendizagem.

Perspectivas de trabalho futuro

No âmbito da 2.ª convocatória do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP) 2007-2013, foi apresentada uma candidatura para desenvolvimento de projectos conjuntos, tendo como objectivo principal a criação de uma comunidade educativa, mediante uma Rede de Escolas ligadas telematicamente, para partilhar práticas e experiências de sucesso.

Assim, foram delineadas as seguintes acções:

- Desenvolvimento de uma plataforma telemática de colaboração/formação para elaboração de conteúdos e materiais didácticos de apoio às práticas educativas; - Integração das TIC, desenvolvendo trabalhos de colaboração: Laboratórios Virtuais de Idiomas (Português / Espanhol); - Intercâmbio de alunos e professores: criação de grupos bilaterais; - Jornada de convivência luso-espanhola – “Dia EUROACE” - Formação de professores em didáctica de língua portuguesa / espanhola.

Os resultados esperados são os seguintes: - Fortalecer os laços interculturais das comunidades extremenhas e portuguesas; - Melhorar a competência linguística dos professores em ambas as línguas; - Criar nos alunos uma consciência linguística, despertando o interesse por outras culturas diferentes, e de forma a apreciar o seu património natural, histórico e linguístico.

Escolas da DREA Escolas da

Extremadura

N.º de alunos portugueses*

N.º de professores

portugueses*

EB 2,3 André de

Resende Localidade: Évora

I.E.S. Luís Chamizo

Localidad: Don Benito 15 3

ES/3 André de Gouveia

Localidade: Évora

I.E.S. Bárbara de Bragança

Localidad: Badajoz

14 3

EB 2,3 Conde de

Vilalva Localidade: Évora

I.E.S. Maestro Domingo

Cáceres Localidad: Badajoz

21 4

* O intercâmbio pressupõe igual n.º de alunos e professores envolvidos nas escolas espanholas.

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PLANO TECNOLÓGICO DA EDUCAÇÃO (PTE)

e no reforço das competências TIC de alunos, docentes e não docentes. O PTE pretende tornar a Escola num espaço de interactividade e de partilha de conhecimento sem barreiras, certificará as competências TIC de professores, alunos e funcionários e preparará as nossas crianças e jovens para a sociedade do conhecimento.

O PTE tem como objectivo primordial colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados em matéria de modernização tecnológica das escolas até 2010.

Objectivos Média UE15

(2006) Portugal (2007)

Portugal (2010)

Ligação à Internet em banda larga de alta velocidade 6 Mbps 4 Mbps ≥ 48 Mbps

Número alunos por PC com ligação à Internet 8,3 12,8 2

Percentagem de docentes com certificação em TIC 25% - 90%

O Enquadramento Pelo Despacho n.º700/2009 do Gabinete da Ministra da Educação, as escolas foram dotadas com Equipas PTE, estruturas responsáveis pela coordenação, execução e acompanhamento dos projectos do PTE e pela articulação com as estruturas do Ministério da Educação envolvidas na implementação do Plano. A essa finalidade associa-se também a necessidade de proceder à incorporação, no âmbito da implementação do PTE, das soluções organizativas anteriormente adoptadas no quadro das tecnologias de informação e comunicação (TIC). Finalmente, reconhecendo-se embora o papel dinamizador das iniciativas promovidas neste âmbito no quadro específico das escolas, importa garantir uma organização unitária que habilite a integração e fortalecimento no quadro do PTE das experiências positivas recolhidas no passado quanto às TIC.

O Plano Tecnológico da Educação (PTE) mobiliza transversalmente todos os organismos centrais e regionais do Ministério da Educação (ME). Os dirigentes máximos dos serviços integram o Conselho de Gestão, assegurando a gestão estratégica, a coordenação e a monitorização globais da execução do Plano, com a assessoria de uma Equipa de Coordenação Executiva.

O Plano Tecnológico da Educação (PTE), é o maior programa de modernização tecnológica das escolas portuguesas, aprovado em Agosto de 2007 pelo XVII Governo Constitucional. O PTE interliga de forma integrada e coerente um esforço ímpar na infra-estruturação tecnológica das escolas, na disponibilização de conteúdos e serviços em linha

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Para a operacionalização dos projectos, foram criadas Equipas PTE em todos os organismos e em todos os estabelecimentos de ensino. A Equipa de Coordenação Executiva facilita a ligação entre os dirigentes e os técnicos do ME envolvidos no PTE.

A DREALE acompanha e monitoriza os vários eixos do PTE no âmbito da sua área geográfica de intervenção. A rede de parceiros do PTE estende-se ainda: a) Aos Ministérios que tutelam estabelecimentos de ensino aderentes ao PTE (Estabelecimentos de Ensino Militares, Casa Pia, Centros Educativos e Escolas de Hotelaria e Turismo);

b) Aos Municípios que aderiram ao modelo do PTE e o estão a alargar às respectivas redes de escolas básicas (1.º Ciclo);

c) Às Empresas parceiras do ME nos programas estágios TIC e academias TIC.

Projectos - Internet de Alta Velocidade

- Internet na Sala de Aula: Redes de Área Local

- E.Escola, E.Professor, E.Oportunidades

- E.Escolinha

- Kit Tecnológico

- Cate - Centro de Apoio TIC às Escolas

- Escol@Segura: Videovigilância e Alarmes

- Cartão das Escolas

- Vvoip – Voz e Vídeo nas Escolas

- Portal das Escolas

- Escola Simplex

- Competências TIC

- Estágios TIC

- Academias TIC

(Fontes: Portal da DREALE e do PTE)

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PROJECTOS MAIS RELEVANTES DESENVOLVIDOS NO ANO LECTIVO 2009/2010 PELA EP-NOA

Lurdes Nico

1. Reuniões de trabalho com os Centros Novas Oportunidades (8 iniciativas entre Março e Abril de 2010); 2. Visitas de acompanhamento técnico-pedagógico aos Cursos de Educação e Formação de Adultos - EFA (9 acções entre Maio e Julho); 3. Reuniões de Acompanhamento aos Centros Novas Oportunidades (3 acções em Setembro e Novembro de 2009 e Junho de 2010) 4. Reorganização da Rede de Cursos EFA nas escolas públicas do Ministério da Educação (6 grupos de trabalho com o apoio das Equipas de Apoio às Escolas e do POPH regional, em Junho); 5. Participação nas visitas a escolas públicas e entidades privadas promotoras de Cursos EFA e de Centros Novas Oportunidades promovidas pela ANQ, I.P. (7 acções em Janeiro, Fevereiro, Abril, Maio, Julho); 6. Organização de momentos de encontro e partilha através da organização de grupos de trabalho pequenos denominados “Círculos de Estudo” no âmbito de temáticas ligadas aos Cursos EFA e aos Centros Novas Oportunidades (3 acções em Outubro e Novembro de 2009 e Maio de 2010); 7. Participação em encontros e congressos para apresentação de comunicações no âmbito de projectos de investigação onde a Direcção Regional de Educação do Alentejo é entidade parceira (Setembro de 2009: “X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia”; Maio de 2010: “IV Congresso Iberoamericano de Estudos Territoriais e Ambientais”. Nestes encontros são apresentados resultados parciais de projectos de investigação relacionados com as áreas de intervenção desta equipa como sejam as aprendizagens não formais, os diferentes contextos de aprendizagem formal, informal e não formal, os impactos do processo de RVCC, entre outros. 8. Participação no Projecto da Universidade Sénior Túlio Espanca/Escola Popular da Universidade de Évora (USTE/EPUE), no qual a Direcção Regional de Educação do Alentejo é entidade parceira, numa das iniciativas denominada “Aula Aberta – As Novas Oportunidades no Alentejo” (Abril de 2010); 9. Início da publicação mensal de notícias sobre a Educação e Formação de Adultos, na imprensa regional - Jornal Diário do Sul. Em Junho, a notícia publicada centrou-se no “Desafio das Novas Oportunidades na vida dos adultos”. Em Julho prevê-se tratar do tema “Desmistificar o Processo de RVCC / Respostas formativas além do RVCC”; 10. Participação da equipa no III Encontro de Centros Novas Oportunidades promovido pela Escola Secundária C/ 3.º Ciclo de Vendas Novas (Maio).

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PROJECTO «SONS DA ESCOLA» ANO LECTIVO 2009/2010

Os Coordenadores do Projecto: José Rui do Monte/Fernando de Brito Vintém

Designação do Projecto: Sons da Escola

Nota Justificativa: A Música é uma arte que encerra em si mesmo um mundo fascinante! Um mundo onde há sempre algo novo a descobrir: desde uma nova sonoridade, um novo acorde, uma nova junção de instrumentos e instrumentistas, novos timbres, renovados espaços de música… enfim múltiplas variáveis que tornam único o mundo da música. Sem ela, o mundo tornar-se-ia vazio e sem espírito.

O projecto “Sons da Escola” pretende afirmar a importância desta área do conhecimento no processo de ensino-aprendizagem. A Música, com maior ou menor intensidade, está presente na vida do ser humano, desperta emoções e sentimentos de acordo com a capacidade de percepção do indivíduo. O objectivo deste projecto é, então, mostrar que a música não é somente uma associação de sons e palavras, mas também uma ferramenta pedagógica que pode fazer a diferença

nas instituições de ensino, pois ela desperta o indivíduo para um mundo de prazer, que estimula a aprendizagem e a socialização do aluno.

A educação é um processo global, progressivo e permanente, que necessita de diversas formas de estudo para o seu aperfeiçoamento, não esquecendo que, em qualquer meio, haverá sempre diferenças individuais, que necessitam de um tratamento específico. Neste sentido, devem desencadear-se actividades que contribuam para o desenvolvimento da inteligência e do pensamento.

A expressão musical desempenha um importante papel na vida de todas as crianças, ao mesmo tempo que desenvolve a sua criatividade, promove a autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética, criando um terreno favorável para a imaginação, enquanto força criadora de novas sensibilidades e/ou sonoridades.

Por isso, cabe à escola ter presente a Música para dar vida ao ambiente escolar e criar situações significativas de aprendizagem, nas quais as crianças possam interagir com um número de produções musicais não apenas vinculadas ao seu ambiente sonoro, mas também, se possível, de origens diversas (de outras famílias, outras comunidades, outras culturas), de diferentes valências: folclores, música popular, música erudita entre outras.

Desta forma, com esta experiência pedagógica pretende-se contribuir para o desenvolvimento da literacia musical, essencial na construção de uma cidadania responsável, solidária e criativa. Salientamos, ainda, o carácter transversal do projecto, ao favorecer a articulação entre os vários saberes do currículo, permitindo um enriquecimento mútuo, com reflexos em toda a comunidade educativa.

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Objectivos:

Considerando os objectivos gerais de política educativa, nomeadamente os consignados no Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais, o projecto “Sons da Escola” pretende desenvolver o sentido de apreciação estética do mundo. Enquadrando neste princípio geral, promover-se-ão práticas artísticas diferenciadas, contextualizadas nos projectos educativos dos agrupamentos/escolas, tendo os seguintes objectivos:

Estimular o gosto pela música;

Melhorar as relações interpessoais através da expressão musical;

Explorar diferentes processos comunicacionais entre os elementos da comunidade educativa;

Melhorar as condições de trabalho;

Desenvolver a criatividade, o espírito crítico, a responsabilidade e a autonomia dos alunos intervenientes;

Enriquecer os tempos livres dos alunos;

Integrar alunos com necessidades educativas na comunidade escolar;

Combater o insucesso e abandono escolares;

Criar incentivo à aprendizagem de instrumentos musicais;

Proporcionar aos alunos um contacto directo com diferentes grupos musicais, instrumentos e repertório de referência;

Desenvolver as capacidades de leitura e interpretação musical;

Promover actividades lúdicas e culturais;

Apoiar Áreas de Projecto e as Áreas de Enriquecimento Curricular;

Melhorar a imagem da escola e contribuir para um melhor ambiente escolar;

Criar hábitos de audição;

Potenciar novos públicos com interesse pela música.

Designação das Actividades:

Exposição comentada de “Instrumentos Musicais do Mundo”;

Concertos Pedagógicos “Do Clássico ao Jazz”;

Formação para Educadores de Infância, Professores de 1.º Ciclo e de Educação Musical;

2.º Concurso de Flauta de Bisel da DREAlentejo, para os alunos de música, das Áreas de Enriquecimento Curricular (1º Ciclo) e do 2.º ciclo do Ensino Básico;

2.º Festival de Escolas do Alentejo;

Gravação, Masterização e Edição de Cd áudio, dos Concertos Didácticos “Do Clássico ao Jazz”.

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Calendarização:

Projecto a desenvolver durante o ano lectivo 2009/10;

Exposição comentada de “Instrumentos Musicais do Mundo” - (Setembro e Outubro de 2009);

Concertos Pedagógicos “Do Clássico ao Jazz” – (2.º Período Lectivo);

Formação para Educadores de Infância, Professores de 1.º Ciclo e de

Educação Musical - (2.º Período Lectivo);

2.º Concurso de Flauta de Bisel da DREAlentejo, para os alunos de música, das Áreas de Enriquecimento Curricular (1º Ciclo) e do 2.º ciclo do Ensino Básico - (Abril de 2010);

2.º Festival de Escolas do Alentejo – (Maio 2010);

Gravação, Masterização e Edição de Cd áudio, dos Concertos Didácticos

“Do Clássico ao Jazz” (Junho e Julho 2010).

Parceiros:

Direcção Regional da Educação do Alentejo;

Coordenadores das Equipas de Apoio às escolas;

Direcção Regional de Cultura do Alentejo;

Escolas;

Autarquias;

Alunos;

Professores;

Outras entidades interessadas em colaborar com o projecto. Público-alvo:

Alunos do Pré-Escolar, 1.º e 2.º Ciclos;

Toda a Comunidade Educativa.

Indicadores de avaliação:

Quantidade de Escolas participantes no projecto;

Número de alunos participantes no projecto;

Público presente nas actividades propostas pelo projecto;

Evolução do número de crianças inscritas nas Áreas de Enriquecimento

Curricular do 1º ciclo (Música);

Taxa de sucesso escolar dos alunos que integrem as actividades propostas pelo projecto;

Qualidade das actividades do projecto.

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DREAlentejo: contributos da administração (sectores/serviços)

Direcção de Serviços de Apoio Pedagógico e Administração Escolar (DSAPOE) – pág. 46 As plataformas electrónicas de contratação e as aquisições públicas (DGFP) – pág. 49

O Planeamento Educativo – A “Abordagem Municipal” (DPEP) – pág. 51 Equipa de Apoio às Escolas Alentejo Norte (EAE-AN) – pág. 53

Autonomias e Políticas Educativas (EAE-AC) – pág. 54 Sucesso Educativo - Desafio da Escola Moderna (EAE-AE) – pág. 56

Artigos – Projectos Mais Relevantes (EAE-AL) – pág. 59 As Equipas de Apoio às Escolas - Actividades e Contributos (EAE-AS) – pág. 63

A Missão da Equipa de Projecto Novas Oportunidades de Adultos (EP-NOA) – pág. 65 Equipa de Projecto Desporto Escolar (EP-DE) – pág. 67

Equipa de Projecto para as Actividades de Enriquecimento Curricular (EP-AEC) – pág. 68

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O meu nome é João. Acabei de fechar a porta da minha casa. O dia está solarengo. Está tão delicioso que apetecia ir para a escola a pé! Ah! é verdade, disse o meu nome, mas esqueci-me de vos dizer que tenho 13 anos e ando no oitavo ano de escolaridade.

Apesar de o dia apelar a uma bela caminhada até à escola, a verdade é que os cerca de dez quilómetros de distância cedo fazem desaparecer essa vontade. O melhor é mesmo usar o meu passe escolar e ir de autocarro. No caminho, ao longo do percurso, vão entrando mais amigos meus. Olhem, acabam de entrar os meus amigos Rui e Zé. Sempre é mais agradável o resto da viagem. Do dia anterior fica sempre mais um ou outro assunto por conversar. O Zé até vem com um ar nervoso… Se calhar, depois de nos separarmos ontem, aconteceu alguma coisa:

— Estás cá com uma cara?! Que te aconteceu? — Acontecer ainda não aconteceu. O meu medo é o que vai acontecer às 10h 30min! — E então? — Tenho teste de Inglês! E tu sabes que eu patino! — Bem, não o posso fazer por ti. Para mais eu não ando no 9º ano como tu. O melhor é

mudarmos de assunto e relaxar. Lá seguimos os três viagem, esforçando-me eu e o Rui por mudar de assunto. Por essa razão ou

não, a viagem até pareceu mais curta. Quando chegámos à porta da Escola já lá estava o resto do grupo. O António, o Joaquim, o Bolachinha (assim chamado para não se confundir com o outro Rui, que já vos apresentei, e…bem…na verdade, porque tem uma cara redonda como uma bolacha Maria!), o Vítor e mais uns quantos que é melhor não enumerar para não os maçar. Todos temos entre 13 e 15 anos e temos várias razões para andarmos juntos, a maior das quais penso ser a amizade e o facto de a escola nos ter feito cruzar em determinados momentos do passado. Alguns de nós conhecem-se desde o Pré-Escolar. É muito tempo! Infelizmente, nem todos com uma história positiva de vida. O António, por exemplo, dedicou-se pouco ao papel dos livros e do caderno a partir do 5º ano e dois anos seguidos de chumbo levaram-no a uma turma especial que criaram quando entrou, finalmente, no 6º ano. Se não me engano, chamam-lhe a turma dos Percursos Curriculares Alternativos. Ele lá vai indo e parece estar melhor. No final, logo se vê.

Já o Vítor é rapaz certo nos estudos e está no 9º ano. Apesar dos problemas económicos que tem, lá consegue ir dando conta do recado. Com a ajuda que a escola lhe dá para os transportes e para os livros vai tendo acesso ao que lhe faz falta. Acaba este ano o Básico. Isto se os exames lhe correrem bem, mas não é rapaz para virar a cara a essa dificuldade!

Depois de um breve momento de conversa, lá nos disse o Bolachinha que estava a tocar. Este tipo é uma ave agoirenta! É sempre ele quem ouve a campainha! Enfim, lá fomos cada um às suas! O António, o Rui e eu fomos para Português. Mal estávamos a chegar à sala vimos um grande rebuliço. Nós preparados para entrar e o resto da turma a encaminhar-se em sentido contrário. Esperámos que todos passassem e demos de caras com a professora:

— Então, meninos! Por um bocadinho que não nos apanhavam. Tentem vir mais depressa quando toca. Vamos lá! Hoje vamos para a Biblioteca.

Passámos os primeiros noventa minutos da manhã a consultar livros na Biblioteca, para preparar um trabalho de grupo que tínhamos para fazer sobre o texto dramático. Lá escapou. A “seca” não foi grande. A professora apresentou o assunto bem, a Biblioteca é um espaço agradável, que praticamente todos os alunos frequentam. Não correu mal.

Direcção de Serviços de Apoio Pedagógico e Organização Escolar (DSAPOE)

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No intervalo fui até à rádio escolar. Na escala dos alunos que pertencem ao Clube de Jornalismo aparecia o meu nome para ser o animador no intervalo maior. Como já é hábito, sempre que um elemento do grupo vai para a rádio, junta-se o pessoal à volta da cabine. O Vítor entrou também, o que acontece sempre que me calha a mim. Não percebo este rapaz! Frequenta o Clube de Ciências e está na equipa de Voleibol do Desporto Escolar, mas quando lhe pergunto porque não se inscreveu no Clube de Jornalismo para fazer rádio diz que só gosta de ver! Enfim, é lá com ele. Na verdade, a companhia também dá jeito para ajudar. Se não soubesse que ele ia ter comigo, como de costume, não lhe podia ter pedido que me trouxesse um sumo e uma sanduíche de fiambre do bar, porque eu não tinha tempo e ficava com o estômago a roncar.

Passaram os vinte minutos do intervalo a voar e lá corri para a aula de Físico-Química. Por pouco esquecia-me que tinha actividades no laboratório, mas quando chegámos tivemos uma bela surpresa. Nos primeiros minutos da aula o professor perguntou a nossa opinião sobre a realização de uma visita ao Museu de Ciência, mais para o final do ano. Não há nada que estranhar! Foi aprovada a ideia por unanimidade e aclamação! O professor ficou de tratar de todos os procedimentos necessários para a ideia ser aprovada e passar à prática. O estranho é que não me lembro bem do que falámos a partir daí. Bem, sempre tirei uns apontamentos que devem servir para ver o que foi a matéria da aula. Pode ser que algum dos outros colegas da turma tenha ouvido. Duvido… Pensava eu que só quando andávamos no 1º Ciclo é que nos entusiasmávamos com estas coisas. Afinal, quando os meus amigos de outras turmas falavam de visitas pareciam tão calmos!

Chegou o intervalo antes dos últimos 45 minutos. Dez minutos para estar com a rapaziada. Mal cheguei ao pátio para aproveitar o tal sol delicioso vi o Bolachinha metido numa briga. Empurrão para direita, pontapé em frente, puxão para a esquerda, afastando os incitadores lá consegui segurá-lo e afastá-lo de um aluno que chegara pouco tempo antes à escola. O que não consegui foi que o funcionário de serviço não visse. Lá está o Bolachinha metido em processos… ainda por cima o intervalo é tão rápido que nem pude falar com ele para perceber o que se passara. Depois desta aula de Educação Visual logo tento falar com ele ao almoço.

Em Educação Visual a professora apresentou o trabalho para as próximas 4 aulas. Os professores que fazem actividades na área da saúde pediram para fazermos cartazes baseados nas nossas discussões em Formação Cívica sobre a Educação Sexual. A malta não deixou de achar graça, mas ainda há alguns que são infantis e começaram com os risinhos. Afinal, temos falado algumas vezes nesses assuntos em mais do que uma disciplina e ainda reagem assim.

Chegou o almoço, precisamente quando um barulho estranho vindo da barriga me fez ter a certeza que o sumo e a sanduíche já eram uma recordação. Como combinado todos os dias esperámos pelo pessoal amigo que almoça na escola e fomos juntos para a fila. E como é normal, uns acham que o almoço é bom e outros reclamam. Enfim, entre conversas e picardias o consenso de almoçarmos juntos vence tudo o resto. O Luís, um dos amigos de que não falei anteriormente, mal acaba de almoçar sai a correr. É que o irmão dele também anda na escola, mas frequenta uma sala onde alunos diferentes recebem apoio e ele ainda não o viu em todo o dia. É um tipo porreiro com uma certa superprotecção para o com irmão, de que também gostamos. Daqui a pouco devem os dois vir ter connosco.

Hoje a fila não era grande e conseguimos ficar com uma hora inteirinha para nós até começarem as aulas da tarde. Ainda demos uns toques numa bola com uns miúdos de 6º ano, mas já estamos a ficar velhos para isso! Foi mesmo para satisfazer uma breve saudade dos desafios que tínhamos. Optámos por ficar a descansar à sombra, conversando uns com os outros e com algumas amigas que, entretanto, saíram do refeitório.

- Sabem que chegou um aluno de um país com uma língua muito diferente da nossa? Acho que é ucraniano — disse a Maria, que é da minha turma.

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- Vai ser bonito para nos entender e nós a ele — respondeu o António. - Pois vai. Mas já está a ter umas aulas próprias para isso. O rapaz é engraçado e parece

simpático — retorquiu a Luísa, sem que ninguém tivesse dado resposta. - Alguém sabe o que se passou com o Bolachinha? Não o vi ao almoço — perguntei eu. - Teve ordem para ir à Directora logo que acabasse as aulas da manhã. Deve estar a ouvir das

boas! — Informou o Vítor. - Só espero que não leve uma suspensão! — adiantou o Rui. A verdade é que não voltámos a ter notícias, já que o vimos passar ao fundo, apressado, a

caminho do refeitório para almoçar. Como entretanto a campainha tocou, sem que o nosso amigo Bolachinha estivesse para nos avisar, tivemos que ir para as aulas.

A minha tarde começou com História e terminou com Educação Física. Nada de especial ocorreu nestas duas, pelo que o final do dia chegou sem novidades.

Como tenho sempre que esperar com o Rui e o Zé pelo autocarro, aproveitamos para ir à Biblioteca ou participar em algum dos clubes da escola ou ir até ao bar ou ficar sem fazer nada. Depende do que nos apetece. Neste dia optámos pela primeira hipótese. É que nos disseram que tinham chegado uns CD’s novos e nada melhor do que sentarmo-nos naqueles bancos confortáveis, cada um com o respectivo auscultador e esquecer o mundo. Ainda perguntámos ao António e ao Joaquim se queriam vir, mas o primeiro tinha aulas de apoio e o outro tinha que ir para casa, pois tinha natação.

O tempo até parece que voa e nós temos, afinal, que voar para não perder o autocarro. A viagem foi normal e os meus amigos foram saindo nas respectivas paragens.

Eu estou outra vez à porta de casa, onde nos encontrámos há bocado. Vou entrar. Estou cansado e ainda tenho alguns trabalhos a fazer para amanhã.

Não tem o texto anterior a pretensão de abarcar todas as funções e atribuições da Direcção de Serviços de Apoio Pedagógico e Organização Escolar. Deixamos uma história que procura ilustrar a nossa essência de trabalho: os alunos.

A DSAPOE

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AS PLATAFORMAS ELECTRÓNICAS DE CONTRATAÇÃO E AS AQUISIÇÕES PÚBLICAS

Sabemos hoje que os sistemas de contratação assumem um papel preponderante e decisivo no

progresso das economias de mercado. Esta constatação é tanto mais pertinente quanto a certeza que caminhamos para uma economia de mercado cada vez mais global, de abertura de fronteiras a novos espaços de trocas comerciais, mas também a necessidade de uma reorganização e regulamentação que permita dar resposta atempada e eficiente a todo este processo. Esta perspectiva é relevante no que diz respeito à racionalização das aquisições e à agilização do comércio nacional e internacional. É no domínio das “Aquisições Públicas” (“Public Purchasing”), cada vez mais orientado para a inovação tecnológica oferecendo novos e mais eficientes sistemas de contratação electrónica, que podem ser alcançados bons resultados no combate ao desperdício, aumento da transparência e dinamização do tecido empresarial. Esta é a linha orientadora que a adopção de plataformas electrónicas de contratação tem assumido.

Ao determo-nos na análise dos factores determinantes da evolução das Aquisições Públicas

verifica-se a existência de três momentos decisivos: A transposição das Directivas Comunitárias 2004/18/CE e 2004/17/CE, ao agilizar e diversificar os procedimentos de contratação; A implementação de várias experiências de contratação electrónica, iniciado em 2003-2004 por iniciativa da UMIC – Unidade de Missão Inovação e Conhecimento, as quais atingiram o seu momento de consolidação e maturidade; o novo Código dos Contratos Públicos, DL18/2008, complementado pelo DL143-A/2008 e pelas portarias 701/2008, que entraram em vigor no dia 29 de Julho de 2008 e que vêm orientar e regular a total desmaterialização da tramitação dos procedimentos de formação dos contratos públicos.

Os benefícios alcançados pela implementação dos processos de aprovisionamento por via

electrónica e defendidos cada vez mais pelas próprias empresas poderão ocasionar ganhos consideráveis, nomeadamente no combate à dependência do papel e evitando o desperdício de tempo e dinheiro, na simplificação e celeridade nos processos de formação dos Contratos, ao propiciar um ambiente de transparência e competitividade empresarial, na redução da despesa pública, no incremento de redes de empresas, nomeadamente PME’S, as quais poderão ser privilegiadas por um melhor acesso aos mercados públicos e, finalmente, na convicção de uma mais eficaz comparação entre compradores e fornecedores.

Ao entrar em vigor, a 30 de Julho de 2008, o Código dos Contratos Públicos (CCP), aprovado

pelo Decreto-Lei nº 18/2008 de 29 de Janeiro, foi determinado que todas os processos de compras públicas passem a ser realizadas apenas por via electrónica em plataformas electrónicas de contratação, prevendo-se, assim a garantia dos princípios decorrentes do próprio decreto-lei e em moldes conformes com os princípios da igualdade, da concorrência, da imparcialidade, da proporcionalidade, da transparência, da publicidade e da boa fé. Com a entrada em vigor deste novo quadro legal, procurou-se desmaterializar e agilizar os processos aquisitivos, prevendo-se que todos os procedimentos, tais como ajustes directos e concursos públicos, passem a ser efectuados exclusivamente através de suporte electrónico.

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Divisão de Gestão Financeira e Patrimonial (DGFP)

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Neste contexto, a DREALE aderiu às plataformas electrónicas das empresas VortalGov, apenas

para a contratação ao abrigo dos Acordos Quadro cuja condução dos procedimentos de aquisição foi centralizada na Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP), e da AnoGov para as empresas fornecedoras interessadas e registadas, dando início aos processos de contratação pública assim que as condições técnicas das mesmas estivessem operacionais. Ao mesmo tempo que este processo de mudança ia decorrendo, a Divisão de Gestão Financeira e Patrimonial assumiu como primordial a preparação de acções de formação no âmbito da operacionalização dos procedimentos contratuais via electrónica para os colaboradores directamente envolvidos e dinamizadas por formadores das plataformas electrónicas contratadas, assim como a acção de formação “Contratação Pública – Utilização da Plataforma de Compras Públicas da Construlink”, destinada a apoiar as escolas na adaptação ao Código dos Contratos Públicos (CCP) e ao seu contexto electrónico, de acordo com a legislação em vigor e todas as normas da Contratação Pública, nomeadamente as descritas no Decreto-Lei n.º 278/2009 (bem como os subsequentes diplomas reguladores), que estabelece o regime da realização de obras públicas e aquisição de bens e serviços.

Num quadro nacional e internacional direccionado para a desmaterialização dos procedimentos aquisitivos através da disponibilização das plataforma electrónicas e dos serviços por elas prestados alteram-se, também formas e rotinas de trabalho, uniformizam-se e simplificam-se processos, dando origem a uma outra relação de natureza tecnológica entre os intervenientes permitindo o trabalho em ambiente electrónico de interacção colaborativa, mas sempre com o objectivo de maximização em todas as vertentes contratuais.

A DGFP

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O PLANEAMENTO EDUCATIVO – A “ ABORDAGEM MUNICIPAL ”

Neste primeiro artigo da revista “ Alentejo Educação” reflectirei sobre o Planeamento Educativo, nomeadamente a problemática da “ Abordagem Municipal ”. Para além dos objectivos nacionais que estão espelhados na legislação nacional, nomeadamente Programa do Governo, Lei de Bases do Sistema Educativo, etc. e dos objectivos definidos a nível de Escola e Agrupamento – Projecto Educativo e Plano de Actividades, há inequivocamente espaço para uma “ Abordagem Municipal do Sistema Educativo. É essa proposta que aqui trago. Os Conselhos Municipais de Educação poderão ser o “PIVOT” desta metodologia…

O ÓRGÃO

Os Conselhos Municipais de Educação são uma grande mais-valia ao nível do Sistema Educativo Concelhio. Estamos perante uma estrutura formal, legalmente constituída, sob responsabilidade Municipal, onde estão representados todos os actores Concelhios - Município, Ministério da Educação, Pais, Professores e Entidades locais de maior relevância. A legislação possibilita ainda que possam ser convidadas outras entidades, nomeadamente Escolas, Empresários, Associações, etc. Se os diferentes actores, devidamente representados no Conselho Municipal, assumirem voluntariamente a ambição e a responsabilidade de elaborar para todo o Concelho um Plano Estratégico. Sugere-se que os Directores (as) dos Agrupamentos/Escolas Secundárias sejam formalmente convidados para integrarem esta Equipa, uma vez que a este nível são elementos fundamentais para o sucesso deste projecto.

4. A OPORTUNIDADE 5.

6. Vivemos, como é sabido, um momento de profundas alterações recentes ao nível do Sistema Educativo. Necessariamente iremos entrar num período de maior estabilidade. A nomeação recente dos novos Directores (as) das Escolas/Agrupamentos e a posse, fruto de eleição recente, de novos Executivos Autárquicos e de nova Legislatura ao nível Governamental cria a oportunidade – Planear a 4/5 anos um conjunto de linhas de intervenção coerentes entre todos os actores Concelhios…Exactamente porque Planear é influenciar e antecipar o futuro no sentido que julgamos mais correcto e adequado… Em síntese, nos Municípios em que o respectivo Conselho Municipal revelar uma vontade e uma ambição inquestionável de atingir um patamar mais elevado ao nível da qualidade do sistema educativo poderá, se os seus membros assim o entenderem, elaborar-se um PLANO ESTRATÉGICO a quatro anos (período do mandato Municipal…)

7. O QUE SE PRETENDE? 8.

9. Uma “Organização de Vontades” entre os actores locais livremente estabelecida. Não é mais um Projecto do Ministério…Trata-se sim de os actores locais estabelecerem um conjunto de linhas de intervenção onde todos “jogam” o mesmo jogo. Um Plano Estratégico que “acrescenta” e não reduz. Pretende-se que este Projecto dê coerência e “integre” os Projectos Educativos dos Estabelecimentos existentes, bem como a estratégia Autárquica ao nível da Educação.

Divisão de Planeamento e Prospectiva (DPEP)

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Relembremos que os Agrupamentos /Escolas vão agora iniciar a elaboração de um novo Projecto Educativo que tem por base as linhas programáticas apresentadas pelo Director (a), que foi eleito.

1. 2. EM QUE CONSISTE ESTE NOVO DESAFIO SE FOR ASSUMIDO PELOS ACTORES? 3.

Trata-se em síntese de um documento, necessariamente simples e não burocrático, que deverá traçar as grandes linhas de orientação para O SISTEMA EDUCATIVO MUNICIPAL, tendo em consideração os contributos dos actores, revestindo uma natureza não impositiva, mas de adesão livre. Obviamente não pode limitar a independência, singularidade e autonomia das Escolas/Agrupamentos mas sim “integrar” numa lógica de trabalho concelhio… Este Plano se souber “seduzir” as energias locais poderá dar coerência, cumplicidade e sentido estratégico a todos os actores locais… É evidente que devemos contrariar ao máximo a tendência Portuguesa da burocracia e da”reunite”… È perfeitamente possível autonomizar no Conselho Municipal um grupo de duas a três pessoas que no prazo, por exemplo, de quinze dias apresente um diagnóstico simples e objectivo da realidade educativa do Município com base num conjunto de indicadores dos últimos três anos (Insucesso e abandono, níveis de acção social escolar, resultados das provas de aferição e exames, adesão e sucesso das actividades de enriquecimento curricular e expressões, % de entrada no Ensino Superior, nível de sucesso e entrada no mundo do trabalho dos alunos do Ensino Profissional, etc…) Com base neste diagnóstico e utilizando suportes adequados também é perfeitamente possível no plenário do Conselho Municipal identificar duas ou três linhas de intervenção (ou eixos), aceites por todos, que visam essencialmente contrariar as principais debilidades que foram identificadas no diagnóstico realizado, através da implementação de Plano Estratégico num horizonte de, por exemplo, quatro anos.

Alguns Exemplos de linhas força do PLANO ESTRATÉGICO CONCELHIO:

1 - Município líder em Novas Tecnologias ou Educação pela Arte ou Prática Desportiva. Se se obtar por qualquer destas linhas força ela tem que ser assumida colectivamente deverão existir inúmeras actividades do Pré-escolar ao Secundário de natureza formal (curricular) ou não formal…. Oficinas, ateliers, festivais, campeonatos, escolas de formação, encontros … 2 – Município que promove a igualdade de oportunidades. Aqui inúmeras medidas podem ser assumidas pelas Entidades…Criação de um Professor tutor para todas as crianças com dificuldades de aprendizagem. Tentar reduzir o insucesso escolar em 50% a cinco anos com a criação, por exemplo, de um Gabinete Concelhio de Apoio Psicológico com candidatura ao POPH…Criação no Ensino Secundário de apoios para os exames do 12º ao nível da Matemática e outras Disciplinas para todos os alunos… etc, etc 3 - Generalização no Município da Educação Pré-escolar Pública 4 – Município que promove o Ensino Profissional Esta vertente pode ter uma especial atenção. O que implica que exista um grande acompanhamento das necessidades de técnicos por parte das empresas do concelho, um empenhamento na criação de estágios profissionais e a colocação nessas empresas de um conjunto de jovens já formados ano a ano. O que implica uma aposta nos Cursos Profissionais e nos Cefs (Quando existirem alunos com este perfil) permanente.

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5 - Município “Abandono Zero” Esta linha força traduz-se num grande trabalho de monitorização e acompanhamento de todos os jovens em risco e terá de ser articulado com a Equipa Concelhia de Intervenção Precoce existindo necessariamente mais recursos e atenção redobrada… 6 - Município que promove a EDUCAÇÃO PERMANENTE Aqui para além do PROGRAMA NOVAS OPORTUNIDADES podem existir objectivos de aumentar o nº de pessoas com o Ensino Secundário em x%. Podem existir um programa periódico de reciclagem e reconversão profissional de diferentes profissões, podem existir programas concelhios de dinamização e animação de leitura… Como é evidente, é desejável que um Plano Estratégico tenha um conjunto de linhas força de diferente natureza. Nesta altura em que estamos de alguma forma inovando somos de parecer que deverá ter somente duas a quatro linhas força de intervenção estratégica.

José Gazimba Simão

Até 1870, a administração da Educação em Portugal era tutelada pelo Ministério do Reino. Nesse ano foi constituído, pela primeira vez, um ministério especializado, designado Ministério da Instrução Pública, logo extinto no mesmo ano. Seguiu-se, em 1890, o Ministério da Instrução Pública e Belas Artes; da Educação Nacional; da Educação e Cultura; da Educação e da Investigação Científica; da Educação e Ciência; Educação e Universidade; da Educação…

Nestes cerca de 150 anos, como se viu pela resenha apresentada antes, muito se tem procurado, muito se tem achado e por vezes também perdido. Contudo, inegável conquista se fez: a ideia já por quase todos interiorizada que a educação tem que ser para todos mas que, como foi dito na conferência da UNESCO de 2002, a educação para todos é “um projecto que exige uma persistência infatigável, porque a Educação para todos nunca está definitivamente alcançada”.

Entendo, neste contexto, os problemas das escolas portuguesas: frustrações e alegrias. Por vezes tudo melhora, os jovens e os adultos estão mais na escola e são mais felizes; noutros momentos o desânimo colhe-nos de surpresa e parece-nos que a batalha é demasiado penosa.

A condição de todos os agentes educativos é a condição humana – “tem dias” – mas se procurarmos que os dias bons sejam mais frequentes, podemos saber que contribuímos para mais e melhor educação.

Esta é a tarefa de todos nós e de toda a equipa do Alentejo Norte:

Coordenação – Maria de Fátima Soares Pinto de Leite Ana Maria Santos Marques Dulce Maria Pires Batista Relvas Isabel Maria Ribeiro da Graça Joaquim José Lopes Matias Maria da Conceição Fernandes Rodrigues Matos Também desenvolvem a sua actividade nesta equipa: Domingos Brigas Cairrão (Desporto Escolar) Maria de Fátima Sequeira Baião Trindade Paté (Ensino Especial)

Um abraço da equipa, Fátima Pinto Leite

Equipa de Apoio às Escolas Alentejo Norte (EAE-AN)

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AUTONOMIAS E POLÍTICAS EDUCATIVAS

A criação de um espaço de escrita é, por si mesmo, um espaço de reflexão e troca de ideias. O surgimento de uma revista no âmbito da Direcção Regional de Educação, traduz isso mesmo. Reflexão sobre o que é feito, como é feito, em que medida e com que sentidos. Ideias relativamente ao trabalho de cada elemento, à sua articulação e à necessária colaboração entre pessoas e entre sectores, quer internamente quer com todo o conjunto de parceiros com quem trabalhamos e colaboramos. O trabalho das equipas de apoio às escolas está balizado pela lei orgânica das direcções regionais de educação e pelo plano de actividades da organização. Para uns, as equipas de apoio às escolas mais não serão que elementos de controlo e implementação das medidas de política nacional. Para outros, um elemento essencial no apoio à organização e gestão das escolas. Pretensamente o trabalho das equipas de apoio procura acentuar as dimensões de exercício das autonomias e de criatividade das escolas e agrupamentos compaginada que deverá ser nas linhas de orientação das políticas educativas. Harmonizar uma e outra, isto é, equilibrar as autonomias das escolas/agrupamentos e a implementação das políticas educativas de âmbito nacional, é, clara e objectivamente, um imenso desafio. Desafio que tem de levar em consideração o conhecimento de cada realidade, as capacidades de cada conjunto de elementos, uma leitura legislativa e normativa que não se deverá restringir à literatura cinzenta da lei mas às possibilidades que ela oferece para se agir. Desafio que leva em consideração a definição de regras e critérios que, ainda que próprios e adaptados a cada contexto e circunstância de escola e agrupamento, ultrapasse as arbitrariedades e discricionariedades individuais em função do interesse comum que é a escola pública. Escola pública perante o qual os desafios são inúmeros, diversificados e, passe a redundância, desafiantes. Ao contrário do que se possa imaginar e alguns queiram fazer querer, os desafios são agora locais, em face de cada escola ou agrupamento, dos recursos que tem, das possibilidades que assume, dos constrangimentos que considera, das ideias que promove. A escola pública está em reconfiguração. Ultrapassada e estabilizada a sua democratização, assente no crescimento e consolidação de oferta, é agora tempo de se apresentarem resultados. Resultados objectivos, em face das aprendizagens, do abandono e absentismo. De um conjunto de indicadores quantitativos que permitam aferir um ponto de situação de cada escola/agrupamento. Mas também indicadores qualitativos que permitam perspectivar a situação de cada escola/agrupamento em face dos seus impactos sociais, afectivos, valorativos e, mesmo, ideológicos. Uns e outros, indicadores qualitativos e quantitativos, passam de forma crucial pela afirmação da escola pública, pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido por docentes e não docentes, alunos e encarregados de educação, pela qualidade das aprendizagens mas também pela qualidade dos seus profissionais.

Equipa de Apoio às Escolas Alentejo Central (EAE-AC)

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Tal circunstância faz com que os modos organizacionais da escola pública portuguesa sejam hoje mais criativos que há anos atrás, se perspectivem novas e diferentes formas de trabalhar em equipa, se ultrapassem as dimensões restritas da sala de aula e a escola se imiscua, de forma clara e objectiva, no contexto social e afectivo em que se insere, os interesses se articulem entre diferentes sectores e, hoje mais do que antes, as questões da educação não se restrinjam ao ensino e as soluções sejam colectivas e definidas entre múltiplos parceiros, que vão da segurança social às instituições particulares de solidariedade social, passando pelas dimensões não formais da educação, aos municípios, entre muitos outros. É nesta teia de interesses e interessados, de diferenciados objectivos, de múltiplos sectores e oportunidades, na gestão sempre delicada, quando não mesmo periclitante, entre as autonomias de cada conjunto e as orientações normativas dos interesses nacionais que se situa o trabalho das equipas de apoio às escolas. É este o desafio que nos orienta e cativa, em face do imenso prazer que é trabalhar na e com a educação.

Manuel Dinis P. Cabeça Coordenador da Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Central

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Equipa de Apoio às Escolas Alentejo Este (EAE-AE) SUCESSO EDUCATIVO - DESAFIO DA ESCOLA MODERNA

A missão institucional da escola no quadro das ideologias educativas das modernas sociedades

À escola moderna são exigidos reajustamentos e adstritas missões decorrentes de novas lógicas e contextos da modernidade, sendo relativamente consensual perceber-se-lhe novos desafios, ao mesmo tempo que se percebe que as finalidades tradicionais da escola já não resolvem as funções que esta é chamada a realizar. Neste seguimento, um conjunto de novas funções é cometido à escola, no âmbito do qual surgem finalidades política e de socialização política, cultural e instrutiva, socializadora, económica e produtiva, de selecção social e de concessão de status, personalizadora e de inovação, para além das funções de outras de custódia,

de acolhimento, de apoio, de atendimento e assistência social, daí decorrendo que, uma parte bastante substancial da vida da escola, seja direccionada mais para o âmbito social e familiar do

que para a dimensão instrutiva (cf. Verdasca, 2007).

Estas novas exigências que à escola se colocam, evidenciam a pertinência da centralidade do debate sobre a missão institucional da escola hodierna, que ganha sentido no quadro daquilo que são as orientações ideológicas educativas das modernas sociedades. Assim sendo, importará encenar um vislumbre, ainda que rápido, sobre estas orientações.

Sendo indiscutível “a aceitação da contribuição da educação para o desenvolvimento” (Pires, s/d), a perspectiva desenvolvimentista surge, assim, como um dos motores das evoluções recentes dos sistemas educativos. Traduziu-se esta evolução, numa primeira fase, no alargamento dos mesmos, assente numa plataforma em que prevalecia a ideia de igualdade de acesso, reforçada mais tarde pela premissa de igualdade de sucesso para todos (que teria um dos pontos altos na Declaração de Salamanca, em 1994, onde a ideia de inclusão foi alargada aos cidadãos com necessidades educativas especiais). Este conjunto de orientações conduziria, no decurso dos anos 80 do século XX, à instalação de uma escola democraticamente aberta à participação das comunidades locais, a que se viria juntar, nos anos 90, a “...preocupação da gestão eficiente dos fundos públicos... [com aplicação dos]“...princípios do sector privado à gestão dos serviços públicos... [regendo-se] por cinco máximas principais: colocar o cliente no centro das actividades do Estado, alterando, assim, gradualmente a mentalidade do sector público; descentralizar as responsabilidades até ao nível mais próximo do campo de acção; tornar os funcionários públicos responsáveis perante a comunidade; aumentar a qualidade dos serviços e a eficiência dos organismos públicos; e, por fim, substituir os tradicionais procedimentos de controlo pela avaliação por resultados” (Eurydice, 2007).

Nasce, desta forma, uma escola orientada sob a égide de um conceito alargado de democracia (inclusiva, multicultural, diversa e heterogénea) ao mesmo tempo que se vincula à agenda da nova gestão pública (eficiência, avaliação e responsabilização). Do conceito de democracia advém-lhe responsabilidades de inclusão e de tendencial equalização das possibilidades de sucesso, evidenciando-se uma finalidade claramente social, onde o que domina é a aceitação da heterogeneidade a vários títulos entendida (étnica, cultural, social, comportamental,...). Do mundo gestionário e das filosofias de modernização (cf. Estevão, 2001) adquire lógicas eficientistas de produtividade escolar e de conformidade de resultados, acoplando-se por esta via a finalidades do tipo cultural-instrutivo (cf. Verdasca, 2007), onde a prestação de contas adquire uma posicionamento dominante.

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O Desafio

Assim, o desafio da escola (desta escola), coloca-se quando urge compatibilizar estes dois eixos dominantes da sua própria definição: a dimensão democrática-socializador-inclusiva com a dimensão eficientista, produtiva e de conformidade de resultados. Entender-se-á melhor a extensão do desafio se for considerado o pressuposto oriundo do mundo académico (mas também estampado na história contada pelo desenvolvimento recente dos sistemas educativos) de que, “...as finalidades socializadora e instrutiva são pelo menos em parte contraditórias...” criando-se aqui uma espécie de choque de racionalidades (Verdasca, idem). O desafio estrutura-se, assim, em torno da garantia da coexistência maximizante daquelas dois eixos dominantes, construindo-se um equilíbrio entre o eixo desempenho instrutivo/ conformidade de resultados e o eixo integracionista socializante1.

A questão torna-se pertinente se quisermos encarar (como o faz Estevão, 2001) as escolas actuais como sistemas com alto nível de fluidez, com públicos diversos e variáveis, (muitas vezes) de recrutamento forçado, com “...metas ambíguas....participação fluída....tecnologias pouco claras.....”2, não sendo especialmente fácil, aplicar à escola princípios e métodos próprios da gestão empresarial privada, nem conquistar, por essa via, o desafio da conformidade de resultados.

Sucesso Educativo e Soluções Organizacionais de Compromisso

A temática do sucesso educativo ganha dimensão neste quadro. Quando os sistemas educativos conseguirem responder, de forma assertiva, a este desafio, conseguindo equilibrar a dimensão democrática-socializador-inclusiva com a dimensão eficientista, produtiva e de conformidade de resultados, o sucesso traduzir-se-á, acredita-se, em “...quebras significativas na repetência e abandono escolares e ...[numa]... melhoria igualmente significativa na qualidade dos resultados escolares de coortes de alunos.”(Verdasca, o.c.).

Desta forma, defende-se convictamente que soluções organizativas de compromisso, em que uma finalidade cultural instrutiva conseguida, se compagine com a prossecução de fins socializadores que considerem diversidades culturais, étnicas e comportamentais“ induzirá uma escola ”social e culturalmente mais justa e inclusiva e universalmente democrática”(idem) .

Acredita-se também que, a conquista do equilíbrio entre estes dois eixos estruturantes, quando nos referimos ao segmento do ensino básico, repercutir-se-á de forma determinante nos níveis seguintes, quer para os alunos com bom desempenho quer para aqueles cuja história académica os confina aos últimos lugares dos resultados escolares. A sobrevivência escolar, tendencialmente plena, decorrerá, deste tipo de soluções organizativas, pela quebra da repetência, cuja relação directa com a mortalidade escolar é mais que conhecida, mas também pela criação de círculos virtuosos em que se relacionam resultados escolares conseguidos, auto estima acrescida, e

vinculação aumentada.

Orientações Europeias

No contexto delineado, e na prossecução, desta ideia de sucesso, é possível relevar algumas orientações dominantes emanadas da Comissão Europeia3. Neste âmbito, são assim claramente apontados como orientações: ritmos escolares cada vez mais flexíveis; aumento das exigências na formação dos adultos responsáveis pela educação das crianças no Pré-escolar; aumento da importância atribuída a este nível de ensino e dilatação das respectivas taxas de frequência; ensino secundário tendencialmente considerado como a continuação do ensino básico (não existindo certificação ou orientação para cursos diferentes no final do ensino primário); certificação no fim do ensino secundário objecto de um controlo externo; assunção total ou parcial pelo Estado dos custos dos estudos no Ensino Superior; integração das crianças com necessidades específicas, associada ao apoio especializado; línguas estrangeiras introduzidas no programa cada vez mais

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cedo; decréscimo das línguas estudadas em benefício do Inglês; colocação das Tecnologias de Informação e Comunicação no centro das políticas nacionais.

O Jogo no Campo das Escolas-Organizações Aprendentes e Autonomia

Para além destas, uma outra importante orientação estratégica dos sistemas educativos europeus, que interessará, neste caso, destacar, refere-se à (tendencialmente) progressiva autonomia conferida aos estabelecimentos de ensino público, retomando-se assim princípios das organizações aprendentes, de que fala Carneiro (1998). Atribui-se deste modo às escolas, os créditos de serem “...capazes de assumirem a liberdade e o risco da tomada de decisão...” (Matias Alves, 1999), encarando-as, usando o articulado de Sarmento (1999), como aptas a “...encontrar o seu próprio caminho na edificação as finalidades cívicas da educação pública”, procurando soluções organizativas, fora das tendências de modismo explicadas por interpretações (neo) institucionalistas.

Uma parte substancial do jogo é, assim, de forma clara, passado para o campo das escolas, distinguindo-se-lhes singularidades, valorizando-se especificidades e reconhecendo-se-lhes o mérito e a competência de poderem resolver problemas próprios através de soluções específicas, pelas quais não deixarão, obviamente, de ter que responder.

É no envolvimento deste quadro que surgem os Projectos Fénix (Escola de Beiriz-Agrupamento de Escolas Campo Aberto) e TurmaMais (Escola Secundária Rainha Santa Isabel, de Estremoz), como respostas inovadoras e específicas a um problema que sendo genérico (o insucesso educativo), não deixa de ter acepções e leituras específicas, decorrentes da singularidade de cada realidade onde se manifesta.

Inácio M. Ambrósio dos Santos Coordenador da Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Este

_________________________________________________________________________________________ 1Verdasca (o.c.) adianta uma leitura em que, ao nível da estrutura composicional das turmas, é possível estabelecer uma relação entre

homogeneidade e o eixo cultural-instrutivo, e heterogeneidade e o eixo integracionista socializante. 2Dados por exemplo “...o alto grau de autonomia individual e a especialização da função docente e a imprevisibilidade e ambigu idades

decorrentes das exigências dos contextos legal, familiar, social, administrativo “(Carvalho, 1999) 3Veiculadas através do documento, “Os Números-Chave da Educação na Europa” (Eurydice, Eurostat, 2000)

Bibliografia

Carneiro, R.(1998).A questão do ensino: os desafios actuais, in O sistema de ensino em Portugal-séculos XIX –

XX.Lisboa:Edições Colibri

Estevão, C. (2001). Justiça e educação: a justiça plural e a igualdade complexa na escola. Col. Questões da Nossa Época, vol. 86. S. Paulo: Cortez Editora.

Eurydice, Eurostat (2000). Os números-chave da educação. Luxemburgo: Comissão Europeia.

Jorge, I. (s/d). “Abandono escolar precoce e desqualificado”, in Correio da Educação n.º 305. Porto: Criap-Asa.

Matias-Alves, J. (1999). “Autonomia, participação e liderança”, in Contratos de Autonomia, Aprendizagem Organizacional e

Liderança, Cadernos Correio Pedagógico, 15-33, Porto: Edições Asa.

Sarmento, M.J. (1999). “Contratos de autonomia e aprendizagem organizacional da escola”, in Contratos de autonomia, aprendizagem organizacional e liderança, Cadernos Correio Pedagógico, 33-45, Porto: Edições Asa.

Sistemas educativos europeus precisam de modificações profundas, in

http://www.educare.pt/educare/Actualidade.Noticia.aspx?contentid=103762313AA83A1FE0440003BA2C8E70&channelid=0&schemaid=&opsel=1

Verdasca, J.L.C. (2007). “TurmaMais: uma tecnologia organizacional para a promoção do sucesso escolar”, Conferência

internacional sucesso e insucesso: escola, economia e sociedade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, CIEP – Universidade de Évora.

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ARTIGOS – PROJECTOS MAIS RELEVANTES

A área de influência da Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Litoral abrange concelhos de dois distritos: Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines do distrito de Setúbal; Odemira e Ourique do distrito de Beja. No terreno, a Equipa tem uma intervenção profunda em várias áreas, sendo o seu objectivo principal o acompanhamento às Escolas nas múltiplas actividades que desenvolvem, bem como o apoio na implementação das políticas educativas em curso. Este trabalho traduz-se na participação em reuniões, na resposta às solicitações numa relação de proximidade, resolvendo de forma articulada e concertada as dificuldades que surgem no decurso do funcionamento de todos os Estabelecimentos Escolares Públicos e/ou Privados. Pretende-se que a acção da Equipa contribua para uma melhoria do serviço prestado às comunidades pelas escolas, no sentido de proporcionar uma educação de qualidade para todos, dignificando a Educação/Formação, um pilar fundamental do desenvolvimento. Entre as várias actividades realizadas, destacam-se as seguintes:

Caracterização dos Concelhos No início do ano lectivo 2009/2010, a Equipa elaborou um documento com vários dados relevantes dos respectivos concelhos, que inclui os seguintes elementos:

Contactos e Informações Gerais referentes às Autarquias e às Escolas/ Agrupamentos

Dados Demográficos e Finanças Locais

Composição da Direcção das Escolas e Agrupamentos

Número de Alunos por Agrupamento e Escola

Pessoal Não Docente

Pessoal Docente

Actividades de Enriquecimento Curricular 1º CEB

Acção Social Escolar

Exames e Provas de Aferição do ano lectivo transacto

Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco

Este documento permite um “retrato” de cada concelho, de modo a identificar actores e factores sociais que, de algum modo, se relacionam com a educação.

Equipa de Apoio às Escolas Alentejo Litoral (EAE-AL)

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Um olhar crítico sobre os resultados da Avaliação Externa dos alunos

A Equipa analisa os resultados da Avaliação Externa, Provas de Aferição e Exames Nacionais, dos alunos das escolas do Alentejo Litoral:

Comparando os resultados dos alunos de cada escola com as vizinhas e com as médias nacionais;

Comparando os resultados dos alunos de cada escola com os de anos anteriores;

Comparando os resultados dos alunos de cada escola no 4º ano em 2007 com os de 6º ano em 2009;

Este ano, proceder-se-á também, à comparação, dos resultados de 6º ano em 2007 com os de 9º ano em 2010;

Está prevista, para este ano, a desagregação dos resultados por competências, o que vai permitir outras abordagens, mais profundas.

Escola a Tempo Inteiro

A EAE acompanha o desenvolvimento das Actividades de Enriquecimento Curricular e Componente de Apoio à Família nos AE, respondendo a todas as solicitações e dúvidas que vão surgindo. A EAE tem o conhecimento do terreno, das escolas, e dos principais pontos fortes, pontos fracos e constrangimentos sentidos pelos AE. No início do ano, fez-se o retrato do funcionamento das AEC e CAF nos AE: organização geral, horários, alunos inscritos, constrangimentos,... de modo a poder encontrar as melhores respostas para as especificidades do território. Nas várias visitas realizadas aos AE, é feito, regularmente, o ponto de situação das AEC em tempo real. No âmbito do acompanhamento das AEC são realizadas mesas redondas de avaliação, em cerca de 50% dos AE, que incluem, para além das Escolas (Direcção, professores), Pais e Encarregados de Educação, Autarquias, Entidades Promotoras e Parceiras.

Acompanhamento de proximidade de todas as Escolas/Agrupamentos e Entidades Privadas

No final do ano lectivo os elementos da EAE realizam em todas as Escolas e Agrupamentos uma reunião com a Direcção, com o fim de fazer um balanço final das actividades desenvolvidas ao longo do ano. Estas reuniões, dirigidas de acordo com um guião previamente definido, abordam temas como:

Associação de Pais Actividades de Enriquecimento Curricular Estratégias de combate ao Insucesso:

o Aplicação do Despacho Normativo 50/2005 de 9 de Novembro o Projecto Mais Sucesso o Percursos Curriculares Alternativos

Oferta formativa

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Áreas Curriculares Não Disciplinares Projectos do AE / Escola não agrupada Dificuldades e constrangimentos

Estas visitas dão origem a um relatório final, que permite antecipar algumas respostas às dificuldades que se prevêem.

Funcionamento Interno: Balanço das Actividades da Equipa/Reuniões/Formação Interna

Como procedimento habitual, a Equipa reúne ordinariamente uma vez por semana e de forma extraordinária sempre que necessário. Nas reuniões são relatadas todas as actividades desenvolvidas durante o período entre reuniões, feita uma reflexão individual e colectiva sobre os assuntos tratados, prepara-se a agenda e organizam-se as actividades a desenvolver. De todas as reuniões são realizadas memórias descritivas. No âmbito da abordagem de determinados temas pertinentes para a melhoria do desempenho profissional e da legislação em vigor, os elementos da EAEAlitoral preparam Formação Interna para os restantes elementos. Os membros da Equipa frequentam também outras formações, organizadas pela DREA ou outras entidades, sendo preparadas, posteriormente, sessões de formação para os restantes elementos.

Mais Sucesso

Elementos da Equipa de Apoio às Escolas realizam o acompanhamento ao Projecto Mais Sucesso, implementado em seis escolas do Alentejo Litoral.

Este acompanhamento passa pela participação em reuniões entre a Equipa “Mais Sucesso” da DREA, Direcções da Escola e professores envolvidos no Projecto, acompanhamento das inscrições na Plataforma Moodle, assim como análise interna dos dois projectos, nomeadamente dos resultados escolares das escolas envolvidas.

Neste âmbito, está em preparação um relatório comparativo dos dois projectos. Com este relatório não se pretende fazer uma descrição dos projectos Turma Mais e Fénix, nem analisar os resultados escolares, pois esse trabalho é realizado pela equipa “Mais Sucesso” da DREA, mas sim transmitir a nossa percepção das visitas que realizámos às escolas, respeitantes às dinâmicas criadas, à motivação dos docentes, aos constrangimentos sentidos, entre outras.

Parlamento Jovens

A EAEAlitoral participou activamente na divulgação do Parlamento dos Jovens em articulação com a DSAPOE. Um elemento da Equipa esteve presente nas sessões distritais de Setúbal, nos dias 1 e 2 de Março, no Montijo e na Sessão Nacional do Ensino Básico que decorreu no dia 25 de Maio, na Assembleia da República.

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Escola Alerta

A Equipa colabora com o Governo Civil de Setúbal no desenvolvimento do Programa Escola Alerta. Esta colaboração traduz-se na divulgação do programa e na sensibilização das Escolas para participar, participação no júri e na festa de encerramento.

Despacho Normativo 50/2005 de 9 de Novembro Sendo o Despacho Normativo Nº 50/2005, de 9 de Novembro, um instrumento legal de enorme importância, compete às Direcções Regionais de Educação garantir a sua melhor implementação. A articulação com as EAEs visa tirar partido da maior proximidade destas às escolas e, com isso, ajudá-las a maximizar o apoio dado aos alunos com algumas dificuldades de aprendizagem e aos alunos com desenvolvimento mais rápido. Nos últimos anos esta tarefa desempenhada em articulação entre as EAEs e a DREA materializou-se numa monitorização da aplicação do normativo através de um levantamento exaustivo dos planos aplicados aos alunos de cada agrupamento ou escola não agrupada, seguido de uma entrevista com a direcção da unidade de gestão que permitisse um melhor entendimento das condicionantes locais e a sugestão de algumas orientações. Com a aproximação da escolaridade obrigatória de 12 anos, planeou-se uma abordagem mais dirigida à reflexão sobre a avaliação e a pilotagem dos Apoios Educativos. Esta actividade reflexiva, ainda em execução, incidirá sobre:

a avaliação de competências desenvolvidas ou não e a necessidade de dirigir os apoios às competências não desenvolvidas ou às competências desenvolvidas em níveis próximos da excelência;

a importância, por vezes excessiva, dos instrumentos de registo do processo;

a necessidade de envolver outros parceiros, nomeadamente os encarregados de educação, na implementação dos planos;

as vantagens de manter uma monitorização próxima durante todo o processo;

as diferenças entre a avaliação - diagnóstico da consecução dos objectivos e a avaliação - seriação dos alunos para as etapas seguintes.

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AS EQUIPAS DE APOIO ÀS ESCOLAS - ACTIVIDADES E CONTRIBUTOS

O Decreto Regulamentar n.º 31/2007, de 29/03, no aprofundamento das políticas de proximidade e de desenvolvimento da autonomia dos estabelecimentos de ensino, possibilitou a constituição das Equipas de Apoio às Escolas, com a finalidade de complementar a acção das unidades nucleares e flexíveis, bem como das equipas multidisciplinares, em que se estruturam as Direcções Regionais de Educação.

Estas Equipas foram precedidas pelas Coordenações Educativas, pelos Centros de Área

Educativa e, se recuarmos mais, pelas Direcções e Delegações Escolares e diversas Delegações Regionais das Direcções Gerais que existiram ao longo dos tempos.

As Equipas de Apoio às Escolas, num total de cinco em todo o Alentejo, com áreas de

intervenção definidas, devem tirar partido da relação privilegiada de proximidade que têm com as Escolas da respectiva área de abrangência, cuja realidade de organização e funcionamento conhecem bem. Mas devem relacionar-se também com Autarquias, Associações de Pais, Associações de Estudantes, Segurança Social e outras instituições.

Se é verdade que a Administração não deve perder capacidade e oportunidade de

mediação de conflitos e constrangimentos, cujo aparecimento é fértil em alturas de mudança de paradigma, não é menos verdade que as Equipas podem dar um contributo muito válido a este nível, com um modelo de funcionamento ágil e flexível.

O trabalho realizado, na óptica da complementaridade acima referida, abrange áreas

muito diversificadas, que incluem o acompanhamento de vários projectos, a representação da DREA em várias estruturas locais e regionais, o apoio às Escolas nas mais diversas solicitações e respectiva monitorização, entre outras. Estas actividades, devidamente planeadas e aprovadas superiormente, desenvolvem-se ao longo do ano, em estreita articulação com todos os intervenientes.

Neste Serviço, como em qualquer outro, o dia-a-dia é um desafio, que se ultrapassa

com perseverança e dedicação e que aceitamos de bom grado, em prol das escolas e em especial dos alunos, a verdadeira razão da nossa existência.

Equipa de Apoio às Escolas Alentejo Sul (EAE-AS)

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E é para todos os alunos (e não só) que a EAE-AS gostaria de deixar uma mensagem.

Citando o poeta:

“Viagem

Aparelhei o barco da ilusão

E reforcei a fé de marinheiro.

Era longe o meu sonho, e traiçoeiro

O mar...

(Só nos é concedida

Esta vida

Que temos;

E é nela que é preciso

Procurar

O velho paraíso

Que perdemos).

Prestes, larguei a vela

E disse adeus ao cais, à paz tolhida

Desmedida,

A revolta imensidão

Transforma dia a dia a embarcação

Numa errante e alada sepultura...

Mas corto as ondas sem desanimar.

Em qualquer aventura,

O que importa é partir, não é chegar. ”

(Miguel Torga)

Beja, 2010

A Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Sul

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A MISSÃO da Equipa de Projecto Novas Oportunidades de Adultos (EP-NOA)

A Equipa de Projecto Novas Oportunidades de Adultos, adiante designada EPNOA, foi criada por despacho interno da Direcção Regional de Educação do Alentejo (DREALE), em Setembro de 2006. A EP-NOA (inicialmente designada de Equipa de Projecto – Programa Novas Oportunidades) assumiu, desde o início, a seguinte missão: 1. o acompanhamento da implementação das orientações de política educativa e formativa junto dos estabelecimentos de ensino, agrupamentos e instituições públicas e privadas na área da Educação e Formação de Adultos; 2. a promoção de oferta integrada de educação e formação que possibilite o acesso a desempenhos profissionais mais qualificados; 3. a atempada prestação de informação, no âmbito técnico-pedagógico, aos estabelecimentos de ensino, agrupamentos e instituições públicas e privadas, extensível a todos os utentes dos sistema de educação e formação de adultos; 4. o estímulo e incentivo às escolas públicas e privadas e outras entidades ao desenvolvimento de iniciativas direccionadas ao lançamento de novos espaços formativos e certificadores no âmbito das Novas Oportunidades. A EP-NOA promove também a criação e o reforço de redes de aprendizagem, envolvendo as comunidades e as respectivas instituições. Entre as diversas respostas e ofertas formativas para adultos existentes, actualmente, as suas funções são desenvolvidas em seis áreas de trabalho principais:

(i) Processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), adquiridas ao longo da vida, em contextos não formais e informais de aprendizagem, realizados nos Centros Novas Oportunidades; (1)

(ii) Cursos de Educação e Formação de Adultos de Nível Básico e Secundário (EFA); (iii) Educação Extra-Escolar (apenas nas vertentes de Alfabetização e Português Língua Não Materna); (iv) Formações Modulares Certificadas (flexíveis, à medida das necessidades e da disponibilidade do adulto); (v) Vias de Conclusão do Ensino Secundário (Decreto-Lei N.º 357/2007, de 29 de Outubro); (vi) Ensino Recorrente. (2)

Equipa de Projecto Novas Oportunidades (EP-NOA)

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A estrutura desta equipa é constituída por um pequeno grupo, actualmente de seis pessoas (Lurdes Nico, Paula Romão, Manuela Roque, Rui Gusmão, Susana Ramalho e Natália Galego), relembrando um pouco o funcionamento segundo o Modelo de Orquestra (Eisenberg, 1994, cit. por ANEFA, 2001)(3), na medida em que se valorizam as características de índole social/grupal e as tarefas/desempenhos dos elementos do grupo. Há uma acção partilhada, a inexistência de uma divisão rígida do trabalho e uma complementariedade dos membros da equipa, tal como nos refere Weick (1998, cit. por ANEFA, 2001). (4)

Em 2008, esta equipa criou um espaço público de divulgação de informação e iniciativas relacionadas com a Educação e a Formação de Adultos, disponível em: http://novasoportunidades.drealentejo.pt.

Texto de: Equipa de Projecto Novas Oportunidades de Adultos Data: 2010

_________________________________________________________________________________________

1 Actualmente, há 40 Centros Novas Oportunidades na área de influência e de actuação da DREALE, dos quais 25 são promovidos por escolas públicas, básicas e secundárias, do Ministério da Educação. 2 No ano lectivo 2009/2010, o ensino recorrente é residual. Há apenas 3 escolas com ensino secundário recorrente por módulos capitalizáveis. 3 ANEFA (2001). Relatório de Actividades 2000. Lisboa: ANEFA. pp.3-4. 4 Idem.

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DESPORTO ESCOLAR

O Desporto Escolar é uma área transversal da Educação com impacto em diversas áreas sociais, tem como missão contribuir para o combate ao insucesso e abandono escolar e promover a inclusão, a aquisição de hábitos de vida saudável e a formação integral dos jovens em idade escolar, através da prática de actividades físicas e desportivas.

O Desporto Escolar proporciona a todos os alunos acesso à prática de actividade física e desportiva como contributo essencial para a formação integral dos jovens e para o desenvolvimento desportivo nacional.

Segundo o Decreto Regulamentar n.º 31/2007, de 29 de Março, a Direcção Regional de Educação têm por missão desempenhar funções de administração periférica relativas às atribuições do Ministério da Educação e dos seus serviços centrais, assegurando a orientação, a coordenação e o acompanhamento das Escolas.

Deve a Direcção Regional de Educação assegurar os recursos humanos necessários ao planeamento, acompanhamento e monitorização do desenvolvimento do Programa do Desporto Escolar e respectiva aplicação no seu âmbito territorial.

Compete às Estruturas Locais de Coordenação do DE e às DRE a organização de campeonatos ao seu nível territorial e compete à DGIDC a organização dos campeonatos nacionais e internacionais. A DGIDC pode ainda delegar em uma das estruturas regionais a organização, com o seu apoio, dos campeonatos nacionais ou internacionais. Os recursos humanos e as instalações necessárias ao desenvolvimento destas actividades poderão ser solicitados aos Órgãos de Direcção e Gestão das Escolas, pelas DRE ou pela DGIDC.

Os Campeonatos podem ser desenvolvidos em quatro fases, abaixo descritas.

1) Fase Local – A organização desta fase compete à Estrutura Local de Coordenação do DE, em colaboração com as Escolas e os respectivos Coordenadores dos Clubes de Desporto Escolar, ou em quem forem delegadas competências;

2) Fase Regional – A organização desta fase compete à Direcção Regional de Educação, em colaboração com a Estrutura Local de Coordenação do DE e as Escolas onde decorram as actividades;

3) Fase Nacional – A DGIDC atribuirá, anualmente, a realização desta Fase a uma Estrutura Local de Coordenação do DE que, em articulação com a DRE e a colaboração das Escolas, organizará o respectivo Campeonato, segundo o modelo que vier a ser definido.

4) Fase Internacional – Compete à Direcção Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular definir e organizar a participação internacional de equipas do Desporto Escolar (de Escola, de Selecção, ou outras), no âmbito das duas Federações Internacionais (ISF e FISEC).

A EP-DE

Equipa de Projecto Desporto Escolar (EP-DE)

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A Equipa de Projecto para as Actividades de Enriquecimento Curricular, adiante designada por EP-AEC, é actualmente constituída por três técnicas superiores, foi nomeada por despacho interno do Sr. Director Regional de Educação do Alentejo em 2007 e tem por missão o seguinte: 1 - O desenvolvimento de todas as acções tendentes à generalização e consolidação do Programa das Actividades de Enriquecimento Curricular no 1º ciclo do Ensino Básico, nos agrupamentos de escolas do âmbito geográfico da Direcção Regional de Educação do Alentejo; 2 - O acompanhamento das entidades promotoras do Programa e respectivos parceiros, mediante o apoio técnico necessário ao bom desenvolvimento e execução do mesmo; 3 - A articulação com os serviços centrais do Ministério da Educação, com a Comissão de Acompanhamento do Programa, nomeadamente com as Associações de Professores com assento naquela estrutura; 4 - A articulação com as equipas de apoio às escolas do âmbito da Direcção Regional de Educação do Alentejo.

Em Julho de 2005, com a publicação do despacho nº 14753/2005, foi criado o Programa de Generalização do Ensino do Inglês aos 3º e 4º anos do 1º Ciclo do Ensino Básico, o qual prevê uma oferta de carácter universal, mas de frequência gratuita e facultativa. Alguns elementos da EP-AEC foram chamados pelo então Director Regional de Educação, Professor Bravo Nico, a constituir-se como grupo de apoio às entidades promotoras e agrupamentos, na análise de candidaturas ao apoio financeiro e na implementação do Ensino do Inglês, no primeiro ciclo do ensino básico.

Em 2006, o sucesso obtido com a abrangência do ensino do Inglês no 1º ciclo, fez que o programa passasse a integrar, para além do Inglês, outras actividades de enriquecimento curricular, nomeadamente a Música e a Actividade Física e Desportiva (Despacho nº 12591/2006).

Em 2008, o despacho nº 14460/2008, prevê a oferta obrigatória do Inglês para todos os anos de escolaridade do 1º Ciclo.

Para além do apoio prestado às entidades promotoras e agrupamentos na implementação e desenvolvimento do Programa, de acordo com as orientações da Comissão de Acompanhamento do Programa (CAP), a EP-AEC está envolvida na monitorização do programa através de visitas de acompanhamento. Estas possuem dois momentos distintos: 1º momento: observação de actividades com a intervenção de observadores especialistas das respectivas áreas e aplicação de questionários; 2º momento: Mesa Redonda com todos os intervenientes no processo. Após cada visita de acompanhamento é produzido um relatório onde se fazem recomendações às entidades promotoras e agrupamentos, no sentido de que estes possam ultrapassar as situações indesejáveis ao bom desenvolvimento do programa.

A partir dos questionários aplicados nas visitas de acompanhamento, a Comissão de Acompanhamento do Programa divulga relatórios de âmbito nacional, onde apresenta orientações e recomendações, perspectivando o sucesso do programa.

Pela EP-AEC*

Natália Galego

* Observação: Neste momento, a EP-AEC encontra-se extinta, estando as suas funções integradasnas Equipas de Apoio às Escolas.

Equipa de Projecto para as Actividades de Enriquecimento Curricular

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escolas DREAlentejo: contributos da prática

Iniciativas ou Projectos Premiados – pág. 70 Sugestões de Leituras – pág. 74

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ESCOLA BÁSICA DE GAVIÃO DISTINGUIDA NO CONCURSO ROCK IN RIO - ESCOLA SOLAR (2.ª edição)

Os projectos vencedores da segunda edição do concurso “Rock in Rio - Escola Solar” foram anunciados, pela organização do maior evento de música do mundo, no dia 20 de Janeiro de 2010.

Foi com grandes expectativas que os alunos, os professores e a Direcção da Escola Básica de Gavião mais directamente envolvidos no projecto, aguardaram a divulgação dos resultados, em ligação directa com o júri do concurso. Os dois prémios mais cobiçados, que envolviam o financiamento de 15 mil euros para a implementação dos projectos seleccionados, foram atribuídos à Escola Secundária de Arganil e à Escola Básica de Gavião (Projecto: “Horta Biológica”). Torna-se quase impossível descrever a emoção que nos percorreu a todos, pois este prémio veio reconhecer o empenho e dedicação de todos os envolvidos e reforçar o facto comprovado de que as parcerias (escola e instituições da comunidade) são fundamentais na prossecução de um caminhar conjunto.

Este prémio surgiu quer para a Escola, quer para toda a comunidade educativa como um incentivo na continuação do trilhar daquele que nos parece ser o único caminho possível.

RESUMO DO PROJECTO Criar uma” Horta Biológica” não é, propriamente, uma iniciativa original ou inovadora. Com maior ou menor empenho, ou conhecimento, elas surgem, de facto, em muitas escolas por esse país fora. Sendo bem implementadas e exploradas, podem ser um óptimo recurso para promover o sucesso educativo, fomentar formas cooperativas de trabalho e conduzir à formação do aluno.

Aquilo que consideramos original e inovador é o envolvimento das diversas instituições concelhias; a partilha inter-geracional; a valorização dos saberes dos idosos institucionalizados; o espírito de solidariedade; o aproveitamento de terrenos abandonados; o recurso a técnicas tradicionais de cultura e regadio; o aliar das novas tecnologias ao saber empírico e ancestral; a utilização e rentabilização dos recursos naturais e de energias renováveis; assim como os benefícios sociais e ambientais para a comunidade. Acima de tudo, o facto de não ser um projecto que se esgota na hipótese de vencer um concurso e sim um projecto-piloto que poderá e deverá ter continuidade.

Sendo os nossos alunos oriundos, na sua maioria, de meios rurais, à partida deveriam estar familiarizados com as práticas agrícolas. Lamentavelmente, o que se verifica é que as referências que alguns têm, em relação à actividade agrícola, não são as mais correctas, pois vêem usar e abusar de produtos químicos, não têm uma noção real e enquadrada do que seja compostagem, separação de resíduos, técnicas de agricultura biológica ou normas de protecção ambiental. Esta aprendizagem no terreno, aliada à articulação curricular, ajudá-los-á a fundamentar e aplicar os conhecimentos em parceria com os idosos que possuem um saber baseado na experiência.

Devido ao aumento da população idosa, surge a necessidade de acções multidisciplinares voltadas para o atendimento desse segmento populacional, seja no contexto dos idosos que vivem na comunidade ou de idosos institucionalizados, procurando potenciar as suas capacidades. Através deste projecto, procuramos que se sintam acolhidos, úteis e produtivos para a comunidade e valorizados como fonte de transmissão de saberes. Fonte: Portal da DREALE

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ESCOLA SECUNDÁRIA MOUZINHO DA SILVEIRA – PORTALEGRE, RECEBEU

A MEDALHA DE MÉRITO MUNICIPAL, GRAU OURO

No dia 23 de Maio de 2010, Dia da Cidade de Portalegre, em cerimónia pública, no Auditório da

Câmara Municipal de Portalegre, foi entregue à Escola Secundária Mouzinho da Silveira a Medalha

de Mérito Municipal, Grau Ouro.

Antes da entrega da medalha foi lido um texto justificativo da menção atribuída, o qual se

transcreve na íntegra.

“Venerável instituição da cidade de Portalegre, as memórias da Escola Secundária Mouzinho da Silveira,

antigo liceu, confundem-se com as memórias da própria cidade.

Foi um dos primeiros Liceus do país, da reforma de passos Manuel, denominado, então, Liceu Nacional de

Portalegre, fundado em 1844. Iniciou as suas actividades em 1851, como Liceu Masculino. O cariz elitista e

sexista foi sendo ultrapassado. No decorrer da sua longa vida, designações, categorias e localizações foram

variando, mantendo-se, contudo, sempre como um marco importante da vida local e nacional a vários níveis.

O espólio bibliográfico da Escola, um dos melhores no seu género, foi o resultado das «andanças» de uma

Escola que soube sempre qual era o seu norte e à qual era reconhecido o prestígio social da profissão de

professor e prestígio social de ser seu aluno.

Por esta instituição passaram destacados alunos e professores que, no tempo, assumiram cargos importantes

na vida pública e no mundo intelectual, cultural e científico, como é o caso de Galiano Tavares, António José

Lourinho, Firmino Crespo, Aprígio Mafra, Alexandre Carvalho Costa, José Régio, João Tavares, Ernesto de

Oliveira, Joaquim Miranda, Miranda Calha, António Travassos, João Adelino Faria, Rui Cardoso Martins,

Isabel Abreu, Ana Margarida Hilário, ficando muitos outros por mencionar.

Numa região interior, onde a par da drástica diminuição da população escolar, houve um aumento da sua

heterogeneidade, uma Escola que se rege pelo interesse primordial dos seus alunos e da região, teve a

capacidade de perceber que a sua evolução passava obrigatoriamente pela diversificação da oferta

formativa.

Numa Escola onde coexistem os mais modernos e sofisticados equipamentos com um espólio museológico

secular e notável, vivem quotidianamente em harmonia alunos com interesses e expectativas diferentes, o

que lhe confere uma riqueza humana única e a torna uma escola inclusiva e em perfeita sintonia com a

comunidade que a envolve.

Estamos, sem dúvida, perante uma das mais prestigiadas instituições da nossa cidade, onde se formaram

homens e mulheres que, nos mais variados campos do saber, da cultura e da política, têm sido elementos

destacados da nossa sociedade, ao nível local e nacional, sem dúvida também «marcados» pela matriz de

Liceu, ou da Escola, qualquer que seja a designação que, ao longo de mais de 160 anos, tem tido.

A Câmara Municipal, num gesto de elementar justiça e reconhecimento, atribuiu-lhe a Medalha de Mérito

Municipal, Grau Ouro.”

Fonte: Portal da DREALE

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 72

"Abre-te Sineta" foi o trabalho vencedor do Concurso Ibérico "Ponte das Ondas - certame de recolha de tradição oral". Foi elaborado pelos alunos de 8.º ano da Escola Secundária de Castro Verde, no ano lectivo 2008-2009.

artigo do Portal

Na sua recente participação no Campeonato do Mundo de Orientação de Desporto Escolar ISF 2009, a EB 2, 3/S Cunha Rivara de Arraiolos sagrou-se Vice-Campeã do Mundo, colectivamente, e Inês Catalão, aluna da mesma escola, conquistou, de igual modo, através da sua excelente prestação, uma Medalha de Prata individual, no escalão de Iniciados Femininos.

Da equipa da EB 2, 3/S Cunha Rivara de Arraiolos que conquistou a Medalha de Prata no escalão de Iniciados Femininos, faziam parte as seguintes alunas: Ana Coradinho, Ana Salgado, Ana Tomás, Inês Pinto e Rita Rodrigues.

O trabalho em vídeo, foi coordenado pelos professores Paulo Mota e Joaquim Rosa e versava sobre a cultura oral da região, uma recolha de depoimentos, historias e estórias contadas por quem ainda usa diariamente expressões e palavras que estão a cair em desuso e que importa recolher e salvaguardar.

Os professores deslocaram-se em Outubro de 2009 a Porriño, na Galiza, em representação da escola e dos alunos, para receberem o prémio. (Fonte: Portal da DREALE)

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASTRO VERDE VENCE CONCURSO IBÉRICO "PONTE DAS ONDAS - III CERTAME DE RECOLHA DE TRADIÇÃO ORAL"

ESCOLA EB 2, 3/S CUNHA RIVARA DE ARRAIOLOS E A ALUNA INÊS CATALÃO – VICE-CAMPEÃS DO MUNDO NOS CAMPEONATOS DO MUNDO DE ORIENTAÇÃO DE DESPORTO ESCOLAR ISF 2009 - Madrid

Numa competição que decorreu de 14 a 20 de Abril, em Madrid, e que contou com a participação de 20 países, a comitiva portuguesa era constituída por 48 elementos, de entre os quais 40 atletas, provenientes de diversas escolas do país, número que constitui um recorde de participação em provas de Orientação da ISF. No cômputo geral, Portugal alcançou dois títulos de Vice-Campeão mundial individual, um título de Vice-Campeão mundial por equipas, 3 menções honrosas e mais 5 lugares no top-10 da classificação individual,

facto que demonstra o desenvolvimento desta modalidade no âmbito do Desporto Escolar. A DREAlentejo, por exemplo, regista um crescimento quantitativo e sobretudo qualitativo, dos seus praticantes, uma vez que na comitiva nacional que participou no Campeonato do Mundo da ISF 2009, 16 alunos (em 40) eram oriundos desta região, mais especificamente da EB 2, 3/S Cunha Rivara de Arraiolos. (Fonte: Portal da DREALE)

REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO | 73

Integraram a Comitiva Portuguesa:

- A Chefe de Delegação, Dr.ª Inês Barroso (DGIDC) e o Chefe de Delegação Adjunto, Dr. Ricardo Chumbinho (Coordenador Nacional da Modalidade de Orientação no Desporto Escolar);

- 6 professores responsáveis pelos grupos/equipas e pelos alunos que competiram individualmente, sendo, de entre este grupo, o Professor José Mateus, da EB 2,3 Cunha Rivara de Arraiolos, o responsável pelos alunos deste estabelecimento de ensino;

- 40 atletas oriundos de várias escolas de todo o país, sendo 16 alunos provenientes da EB 2,3/S Cunha Rivara de Arraiolos.

Foi fantástica a forma como os 40 atletas de proveniências tão diversas conseguiram criar um grupo uniforme e coeso desde os primeiros instantes deste evento. Para este facto, muito contribuíram os diversos momentos de estágio, que antecederam a ida para Madrid, mas, principalmente, o dia da concentração em Arraiolos, pela excelente recepção a toda a Comitiva Portuguesa.

De salientar, que Câmara Municipal de Arraiolos, recebeu a Comitiva Portuguesa no Salão Nobre, através do seu Presidente, Jerónimo José Correia dos Lóios, tendo oferecido também um jantar a todos os elementos da mesma.

Ainda mais importante, pela sua contribuição de valor social inestimável, foi o facto de os alunos da EB 2,3 Cunha Rivara, terem recebido nas suas próprias casas, no seio das suas famílias, em S. Pedro da Gafanhoeira, os atletas provenientes de escolas não pertencentes ao Alentejo. A DREA congratula todas as escolas, técnicos e alunos envolvidos neste evento, em particular a EB 2,3 Cunha Rivara de Arraiolos, pelos resultados obtidos e pela forma prestigiante como representaram o País e a modalidade da Orientação de Desporto Escolar ISF.

Fonte: Portal da DREALE