dimensão e características da epidemia em portugal: o que sabemos e o que precisamos de saber...
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Dimensão e características da epidemia em Portugal: o que sabemos e o que precisamos de saber
Dados epidemiológicos em UDI e em reclusosRaquel LucasFaculdade de Medicina da Universidade do PortoInstituto de Saúde Pública da Universidade do Porto
30 Setembro 2011
Distribuição das notificações por categoria de transmissão (2001-2010)
Fonte: INSA, CVEDT, 2011,
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 20100
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
HSHUDIHS
Número absoluto de notificações de casos de sida por categoria de transmissão (2003-2010)
Fonte: INSA, CVEDT, 2011,
Frequência de utilização da via injectada entre utentes da rede pública de tratamento (2000-2010) IDT 2011
Constata-se uma diminuição gradual desta prática de consumo ao longo dos anos, nomeadamente entre os novos utentes na rede pública de tratamento da toxicodependência (IDT, 2010),
Comprehensive package for the prevention, treatment and care of HIV among IDUs:
1. Needle and syringe programmes2. Opioid substitution therapy and other drug dependence treatment3. HIV testing and counselling4. Antiretroviral therapy5. Prevention and treatment of sexually transmitted infections6. Condom programmes for IDUs and their sexual partners7. Targeted information, education and communication for IDUs and their sexual partners8. Vaccination, diagnosis and treatment of viral hepatitis9. Prevention, diagnosis and treatment of tuberculosis
HIV service delivery in IDU (WHO/UNAIDS, 2009)
Comprehensive package for the prevention, treatment and care of HIV among IDUs:
1. Needle and syringe programmes2. Opioid substitution therapy and other drug dependence treatment3. HIV testing and counselling4. Antiretroviral therapy5. Prevention and treatment of sexually transmitted infections6. Condom programmes for IDUs and their sexual partners7. Targeted information, education and communication for IDUs and their sexual partners8. Vaccination, diagnosis and treatment of viral hepatitis9. Prevention, diagnosis and treatment of tuberculosis
HIV service delivery in IDU (WHO/UNAIDS, 2009)
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 20080
400,000
800,000
1,200,000
1,600,000
2,000,000
2,400,000
2,800,000
3,200,000
Farmácias Parcerias (OG e ONG) Posto móvel
(n)
Distribuição das de seringas recolhidas em Portugal no âmbito do Programa de Troca de Seringas, por prestador (1993-2008)
Distribuição ilimitada de kits e política rígida de troca 1:1
Existência de limites no número de kits distribuídos e política rígida de troca 1:1
Distribuição ilimitada de kits mas é exigida pelo menos a entrega de uma seringa us-
ada
Distribuição ilimitada de kits sem que seja necessário en-
tregar seringas usadas
0 10 20 30 40 50
PTS implementados por OG e ONG(%)
Política de disponibilização de material de injecção nas estruturas participantes no Programa de Troca de Seringas (2009)
Comprehensive package for the prevention, treatment and care of HIV among IDUs:
1. Needle and syringe programmes2. Opioid substitution therapy and other drug dependence treatment3. HIV testing and counselling4. Antiretroviral therapy5. Prevention and treatment of sexually transmitted infections6. Condom programmes for IDUs and their sexual partners7. Targeted information, education and communication for IDUs and their sexual partners8. Vaccination, diagnosis and treatment of viral hepatitis9. Prevention, diagnosis and treatment of tuberculosis
HIV service delivery in IDU (WHO/UNAIDS, 2009)
Utentes em Programas Terapêuticos de Substituição na rede pública de tratamento e em farmácias
Fonte: IDT, 2011.
Fonte: IDT, 2010,
Comprehensive package for the prevention, treatment and care of HIV among IDUs:
1. Needle and syringe programmes2. Opioid substitution therapy and other drug dependence treatment3. HIV testing and counselling4. Antiretroviral therapy5. Prevention and treatment of sexually transmitted infections6. Condom programmes for IDUs and their sexual partners7. Targeted information, education and communication for IDUs and their sexual partners8. Vaccination, diagnosis and treatment of viral hepatitis9. Prevention, diagnosis and treatment of tuberculosis
HIV service delivery in IDU (WHO/UNAIDS, 2009)
Primeiras visitas
Visitas de seguimento
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
74.2
20.7
11.1
14.3
7.9
46.7
6.9
18.3
Utilizadores de Drogas Injectadas
Não documentado HIV+ HIV- >12meses HIV- ≤12meses
Primeiras visitas
Visitas de seguimento
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
87.2
28.8
0.9
2.2
5.3
47.7
6.6
21.4
Não Utilizadores de Drogas Injectadas
Não documentado HIV+ HIV- >12meses HIV- ≤12meses
Utilizadores de Drogas Injectadas
74,2
20,7
11,1
14,3
7,9
46,7
6,9
18,3
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Primeiras visitas
Visitas de seguimento
Não documentado HIV+ HIV- >12meses HIV- ≤12mesesNão Utilizadores de Drogas Injectadas
87,2
28,8
5,3
47,7
6,6
21,4
0,9
2,2
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Primeiras visitas
Visitas de seguimento
Não documentado HIV+ HIV- >12meses HIV- ≤12meses
Estatuto serológico VIH em clientes de estruturas de tratamento da toxicodependência, Portugal (2007-2008)
Conhecimento do estado serológico na rede pública de tratamento (2007-2008)
<1 1-2 3-4 5-9 ≥100.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
90.0
100.0
UDI
Não UDI
Tempo desde a primeira visita (anos)
%
<1 1-2 3-4 5-9 ≥100.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
90.0
100.0
UDI
não UDI
Frequência de teste no ano anterior pelos UD na rede pública de tratamento (2007-2008)
%
Tempo desde a primeira visita (anos)
<1 1-2 3-4 5-9 ≥100.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
90.0
100.0
Primeiras visi-tas
Tempo desde a última injecção (anos)
Frequência de teste no ano anterior pelos UD na rede pública de tratamento (2007-2008)
Total VIH+ Diagnóstico prévio Teste rápido reactivo
UDI Não-UDI UDI Não-UDI UDI Não-UDI
Primeiras visitas 194 (15,1) 35 (1,6) 145 (11,3) 21 (1,0) 49 (3,8) 14 (0,6)
Visitas de seguimento 1 475 (16,2) 139 (2,6) 1 334 (14,7) 118 (2,2) 141 (1,6) 21 (0,4)
Total 1 669 (16,1) 174 (2,3) 1 479 (14,3) 190 (1,8) 139 (1,8) 35 (0,5)
Proporção dos utentes com resultado positivo identificados com teste rápido: UDI: 11,4% (25,3% em primeiras visitas, 9,6% em seguimentos)
Não UDI: 20,1% (40,0% em primeiras visitas, 15,1% em seguimentos)
Infecção VIH diagnosticada anteriormente e identificada com teste rápido (2007-2008)
Positivo anterior vs. Negativo
Positivo novo vs. Negativo
Primeiras visitas
Seguimentos Primeiras visitas
Seguimentos
GéneroMasculinoFeminino
11.06 (0.62-1.79)
11.26 (1.08-1.47)
11.43 (0.66-3.12)
11.05 (0.66-1.67)
Idade (anos)<30
30-3435-3940-44
≥45
11.78 (0.98-3.24)3.58 (2.06-6.22)2.33 (1.25-4.35)2.24 (1.13-4.46)
12.04 (1.63-2.54)2.26 (1.82-2.81)1.94 (1.54-2.43)1.56 (1.20-2.00)
11.69 (0.75-3.83)1.96 (0.87-4.45)0.35 (0.08-1.63)1.50 (0.54-4.23)
11.29 (0.69-2.42)1.85 (1.02-3.33)1.69 (0.91-3.14)1.58 (0.81-3.11)
NaturalidadePortugal
Outro país10.36 (0.11-1.16)
10.85 (0.57-1.27)
12.36 (0.97-5.77)
11.46 (0.59-3.60)
EscolaridadeEnsino básico
Ensino superior10.87 (0.59-1.29)
10.58 (0.50-0.67)
11.07 (0.58-1.99)
10.51 (0.32-0.81)
Região geográfica da ETNorte
CentroLisboa
AlentejoAlgarve
10.38 (0.21-0.69)1.62 (1.05-2.49)1.40 (0.79-2.49)0.62 (0.32-1.22)
10.39 (0.32-0.47)1.09 (0.95-1.25)0.67 (0.53-0.85)0.58 (0.47-0.72)
10.13 (0.03-0.56)0.79 (0.35-1.80)1.60 (0.69-3.68)1.16 (0.51-2.66)
10.35 (0.18-0.66)1.09 (0.72-1.64)1.38 (0.80-2.39)0.97 (0.57-1.66)
Determinantes (odds ratios e IC95%) da infecção VIH diagnosticada anteriormente vs. identificada com teste rápido em UDI
Positivo anterior vs. Negativo
Positivo novo vs. Negativo
Primeiras visitas
Seguimentos
Primeiras visitas
Seguimentos
Período de injecção (anos)<55-9
10-14≥15
12.19 (1.18-4.06)2.60 (1.41-4.79)4.10 (2.46-6.82)
12.02 (1.65-2.46)2.68 (2.21-3.25)2.64 (2.20-3.16)
11.26 (0.47-3.38)3.80 (1.78-8.12)1.58 (0.68-3.66)
11.16 (0.64-2.12)1.75 (1.01-3.02)2.37 (1.46-3.83)
Serologia HCVNegativo
PositivoNão documentado
12.45 (1.00-5.98)0.91 (0.38-2.18)
14.57 (3.43-6.08)2.71 (1.98-3.70)
10.77 (0.08-7.59)3.00 (0.40-22.15)
12.60 (1.20-5.64)4.98 (2.25-11.00)
Alguma vez partilhou material de injecção
NãoSim 1
4.83 (3.24-7.21)
14.39 (3.79-5.09)
11.75 (0.99-3.11)
11.91 (1.34-2.72)
Partilhou material de injecção no mês anterior
NãoSim 1
0.27 (0.13-0.58)
10.42 (0.31-0.58)
10.36 (0.11-1.25)
11.77 (1.06-2.95)
Determinantes (odds ratios e IC95%) da infecção VIH diagnosticada anteriormente vs. identificada com teste rápido em UDI
VIH VHC VIH/VHC VHB Sífilis Clamídia0
5
10
15
20
25
8.9
21.8
8.1
1.9 2,2
6,0
9.911.5
4.9
2,03,6
1,0
Homens Mulheres
%
Projecto “Sida em Meio Prisional” – Inquérito serológico nos reclusos dos EP de Tires e do Montijo (2005)
Projecto “Sida em Meio Prisional” - Utilização de drogas injectadas por reclusos dos EP de Tires e do Montijo (2005)
Homens Mul-heres
Homens Mul-heres
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
18.3
8.6
17,0
10,0
1.5 0.62.6
0.6
Injectou ao longo da vida
Injectou no mês anterior
%
Cocaína Heroína
CaracterísticasHomens Mulheres
OR (IC 95%) OR (IC 95%)
Idade (anos)<25
25-3940-69
12,92 (0,94-9,09)1,29 (0,31-5,37)
12,56 (0,75-
8,78)1,99 (0,55-
7,12)
País de nascimentoPortugal
Outro país1
0,24 (0,06-1,06)
10,76 (0,39-
1,49)
Tempo em reclusão acumulado<1 ano
1-6 anos6-25 anos
12,13 (0,66-6,92)
5,93 (1,66-21,16)
11,38 (0,60-
3,17)2,27 (0,85-
6,09)
Utilização de drogas injectadas ao longo da vida
Nunca usou drogas injectadasUsou drogas injectadas mas nunca partilhou
materialUsou drogas injectadas e partilhou material
134,59 (6,48-
184,71)98,00 (20,68-
464,41)
15,11 (1,53-
17,05)22,16 (9,30-
52,81)
Frequência da utilização de preservativoSempre
Às vezesRaramente/nunca
10,17 (0,06-0,44)0,15 (0,04-0,56)
10,35 (0,16-
0,79)0,20 (0,09-
0,46)
Projecto “Sida em Meio Prisional” – Características associadas à infecção VIH/sida nos reclusos dos EP de Tires e do Montijo (2005)
t0 t30
2
4
6
8
10
1.83.43.3
7.3
Intenção de aderir ao PETS
Lisboa
%
t0 t30
2
4
6
8
10
3.62.0
6.6
4.7
Injecção de drogas no mês anterior
Lisboa
%
Projecto piloto do programa específico de troca de seringas em prisões portuguesas (2007/2008)
Na sua opinião, o que pode levar um recluso que injecte drogas a não aderir ao PETS?
Lisboa Paços de Ferreira
n (%) n (%)
Total201
(100,0)298 (100,0)
Por lhe ter sido aconselhado o tratamento da toxicodependência (ex,:metadona) quando procurou
obter/trocar uma seringaMedo de ser discriminado
Medo das consequências na sua situação penalNão concordar com este tipo de programas em contexto
prisionalNão ver salvaguardada a sua confidencialidadeNão querer assumir os consumos endovenosos
Ter optado por outra forma de consumo de drogasMedo de ser identificado como consumidor por outros
reclusosMedo de ser identificado como consumidor pelos
funcionáriosNão ter conhecimento do programa
Não saber como aceder ao programaNão concordar com o horário proposto
Não concordar com os técnicos escolhidos para efectuar a troca
Não concordar com o local escolhido para efectuar a trocaMedo de ser identificado como aderente ao programa
Medo de ser identificado como aderente por outros reclusosMedo de ser identificado como aderente pelos funcionários
Medo de ser identificado como aderente pelos seus fornecedores de droga
Não sei qual a razãoTer sido encaminhado para tratamento após contacto com o
PETSNão querer
70 (34,8)99 (49,2)98 (48,8)70 (34,8)93 (46,3)80 (39,8)78 (38,8)74 (36,8)87 (43,3)60 (29,8)67 (33,3)45 (22,4)48 (23,9)60 (29,8)75 (37,3)80 (39,8)84 (41,8)60 (29,8)51 (25,4)56 (27,9)37 (18,4)
120 (40,3)173 (58,0)203 (68,1)142 (47,6)190 (63,8)150 (50,3)152 (51,0)97 (32,6)157 (52,7)102 (34,2)102 (34,2)72 (24,2)83 (27,8)104 (34,9)139 (46,6)95 (31,9)164 (55,0)78 (26,2)89 (29,9)97 (32,6)131 (44,0)
Novos casos
Tempo em risco (pessoas.ano)
Taxa de incidência /1000
pessoas.anoIC 95% Hazard ratio de
seroconversão IC 95%
Total 54 14185 3,8 2,9-5,0 Sexo Masculino 38 11834 3,2 2,3-4,4 1,0 Feminino 16 2344 6,8 3,9-11,1 2,1 1,2-3,7Injecção de drogas UDI 47 9371 5,0 3,7-6,7 1,0 Não UDI 5 4348 1,2 0,4-2,7 0,2 0,1-0,6Consumo injectável no último mês Sim 22 2437 9,0 5,7-13,7 1,0 Não 21 6098 3,4 2,1-5,3 2,6 1,4-4,7Classe etária ≤ 29 anos 18 3349 5,4 3,2-8,5 1,0 30-39 anos 29 6982 4,2 2,8-6,0 0,8 0,4-1,4 ≥ 40 anos 7 3854 1,8 0,7-3,7 0,4 0,1-0,8Tipo de consulta Primeira consulta 12 2345 5,1 2,6-8,9 1,0 Consulta de seguimento 34 11481 3,0 2,1-4,1 0,5 0,3-1,0
Taxa de incidência de infecção VIH nas estruturas de tratamento (2007-2009)
Agradecimentos– Henrique Barros – Ana Cláudia Carvalho– Carla Torre– Maria José Santos– Dina Cosme
Dimensão e características da epidemia em Portugal: o que sabemos e o que precisamos de saberDados epidemiológicos em UDI e em reclusos
Raquel LucasFaculdade de Medicina da Universidade do PortoInstituto de Saúde Pública da Universidade do Porto
30 Setembro 2011