digital carp magazine #03

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Page 1: Digital Carp Magazine #03
Page 2: Digital Carp Magazine #03

www.pescateamcarp.com

HORÁRIO: SEGUNDA A SÁBADO 10 ÀS 13.30 / 14.30 ÀS 21 HORAS

as nossas marcas

Morada da loja: Quinta do Grilo Lote A C/V Esquerda A - 3500-602 Viseu - Portugal - Telem.: 969 348 214 - [email protected]

FORMAS DE PAGAMENTO : Transferência Bancária; Contra Reembolso PORTES GRATUITOS

comprassuperioresa 75 euros

comprassuperioresa 175 euros

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Page 3: Digital Carp Magazine #03

www.pescateamcarp.com

HORÁRIO: SEGUNDA A SÁBADO 10 ÀS 13.30 / 14.30 ÀS 21 HORAS

as nossas marcas

Morada da loja: Quinta do Grilo Lote A C/V Esquerda A - 3500-602 Viseu - Portugal - Telem.: 969 348 214 - [email protected]

FORMAS DE PAGAMENTO : Transferência Bancária; Contra Reembolso PORTES GRATUITOS

comprassuperioresa 75 euros

comprassuperioresa 175 euros

EditorialO inverno, especialmente um tão agreste como

este tem sido, não é propriamente a melhor estacão do ano no que diz respeito à divulgação do Carp Fishing. Levar um principiante connosco numa sessão de inver-no pode até nem ser benéfico. Nesta altura a possibili-dade de gradar é elevada e pode desmoralizar um pescador que esteja a dar os primeiros passos nesta modalidade e traga na ideia que é só lançar as canas e capturar.

Nesta altura do ano pode-se aproveitar para fazer algumas coisas fundamentais, armazenar iscos (nunca são demais) e claro, fazer "formação" em Carp Fishing. Refiro-me claro a ler revistas, ver vídeos, fazer experiên-cias com novos materiais e novas montagens. Aper-feiçoar algumas técnicas e cuidar do material podem ser também algumas atividades a desenvolver na época invernal, quando ir à pesca se torna mais um sacrifício que um prazer.

Em conversa há poucos dias com um dos mais antigos Carpistas portugueses, ele disse-me a seguinte

frase: "A maior parte do pessoal quando se inicia julga que vê um vídeo no YouTube e já conhece as técnicas todas"! Bem, infelizmente temos que concordar. Como em tudo na vida, é preciso humildade para aprender, mas infelizmente o que se nota em muita gente, principiante ou não, é que pessoas que deveriam aprender, querem ensinar. Sejam curiosos e lembrem-se que todos, um dia, já estiveram no papel de iniciantes!

Esta edição traz na capa uma das poucas, pelo menos conhecidas, Carpistas portuguesas. Com a partilha de experiência da Susana Ribeiro nestas andanças, esperamos trazer mais mulheres para este desporto calmo e relaxante que tanto amamos.

Boa leitura!

Até breve à beira da água!

A equipa DCM

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Page 4: Digital Carp Magazine #03

No passado dia 8 de Dezembro a APCF cumpriu mais um

aniversário. Esta foi também a data em que se realizaram

eleições, sendo o Ricardo Pimenta eleito como novo

presidente. De certeza que não surpreendeu ninguém, pois

além de ser um dos fundadores, é também uma das pessoas

que mais defende a associação. A DCM fez o convite para

uma pequena entrevista, que prontamente foi aceite.

Podem conferir nas próximas linhas…

DCM: Olá Ricardo, como vais?

RP: Bem, obrigado.

DCM: Antes de mais parabéns, és o novo presidente

da Associação Portuguesa de Carp Fishing.

RP: Obrigado, é uma grande responsabilidade e ao

mesmo tempo uma grande honra para mim.

DCM: Quem está contigo atualmente na direção?

RP: Pedro Leitão, João Sousa, Gabriel Pereira e

Pedro Ramos.

DCM: Tudo gente de trabalho! Já fazias parte da

direção anterior, portanto estavas envolvido nos seus

projetos. Esta nova direção pretende seguir o rumo

traçado pela anterior ou há planos para mudar

alguma coisa?

RP: Iremos seguir com alguns projectos já inicia-

dos, vamos colocar em prática algumas ideias que já

vinham sendo faladas, no fundo iremos aproveitar o

que achamos que está correto, mudar aquilo que acha-

mos que já não faz sentido e prepararmo-nos para o

futuro. Isto tudo indo ao encontro de uma APCF cada

vez mais forte.

DCM: Quantos sócios tem a associação atualmente?

RP: Muito perto de 100 associados.

DCM: Para uma pessoa que não conheça minima-

mente a associação quais os argumentos que usarias

para a convencer a tornar-se sócia?

RP: Se estamos a falar em argumentos para

convencer, existem vários mas depende muito da

pessoa, se já é pescador, se vai iniciar-se na pesca, se já

faz Carp Fishing ou se nunca o fez, etc. Mas sincera-

mente, sei que é importante para uma associação

aumentar o número de associados, mas não tenho esse

lema de convencer. Vejo as coisas de outro ponto de

vista, gosto de apresentar APCF, mostrar o espírito, os

projetos e as ideias, não vendê-la como produto.

Faz-me parecer um investimento e para mim a APCF

não é isso. Depois dessa apresentação e de tomarem -

carem e acreditarem que é uma associação válida e

estiverem dispostas a entrar serão muito bem-vindas!

DCM: Quais são os principais objetivos da Asso-

ciação?RP: Os objectivos no meu entender devem ser

criados por fases e olhando à realidade da associação.

Dito isto, o nosso grande objectivo é daqui a mais 6

anos fazer como hoje, olhar para trás e dizer: valeu a

pena, a modalidade está crescer, o Carp Fishing em

Portugal está no bom caminho! Isto irá dar à APCF mais

força para continuar o seu trajeto.

DCM: Apesar de a APCF ter sido criada por pescadores

do norte, hoje tem sócios por todo o país, ainda assim

são apenas uma minoria em relação à quantidade de

carpistas que há em Portugal. Consegues perceber

qual o motivo?

RP: Gosto mais de referir que APCF foi criada por

um grupo de pescadores que tomaram a iniciativa de

criar algo, que foram pró-ativos, que se aventuraram e

que por acaso eram do norte! Mas respondendo à

pergunta, sinceramente não sei quantas pessoas fazem

Carp Fishing em Portugal, mas já serão bastantes nesta

altura, e não tenho dúvidas que para tal a APCF

também contribuiu bastante. Motivos para não serem sócios

pode haver vários, é difícil saber as razões ao certo, mas esta-

mos contentes com a evolução feita ao longo destes anos.

Não nos podemos esquecer que quando foi criada a APCF, o

Carp Fishing era uma pesca quase inexistente no nosso país,

pelo menos na parte lúdica.

DCM: Como é claro, quanto mais sócios a APCF tiver, mais

peso terá no panorama nacional de Carp Fishing. Que medi-

das a atual direção pretende tomar para alterar esses

números? RP: É claro que quanto mais sócios tiver a APCF, mais

força irá ter. Mas a única coisa que posso prometer é que a

APCF vai continuar a trabalhar e a realizar os seus projectos e

com isso ajudar a desenvolver a modalidade, pois como

costumo dizer, a APCF são os seus associados e será aquilo

que eles quiserem que seja! Logo, se trabalharmos em

conjunto e todos em prol do mesmo, os projetos vão-se reali-

zando e o aparecimento de novos sócios será uma conse-

quência natural. Quando falo em projectos estou englobar

aqui todo o tipo de actividades, coisa que é muito importante

nesse capítulo.

DCM: Sim, no fundo todos os sócios de uma associação

esperam que esta seja ativa, e muitas vezes nem

contribuem para isso! Sendo a APCF a única associação ativa

nacional do género, há também uma responsabilidade

acrescida. De que forma a associação faz a diferença no

panorama nacional de Carp Fishing?

RP: A diferença é essa mesma, nesta altura ser única é

seu arranque mas hoje o tempo diz-nos que seguimos o

caminho certo, ainda cá estamos e muito mais fortes! Em

2007, data criação da APCF, apenas se fazia o Campeonato

Nacional de Pesca à Carpa, eram muito poucos os que faziam

Carp Fishing lúdico. A informação era escassa, a divulgação

da modalidade praticamente nula e os locais com bons

peixes eram apenas do conhecimento de poucos. Hoje é

diferente, e muito graças ao trabalho da APCF temos muito

mais pescadores. Além disso temos muito mais material

disponível, muito mais artigos de pesca e muito mais infor-

mação no geral. Neste campo muito poderá dar agora

também a DCM, mais um projecto em Portugal que pode

contribuir para divulgação da modalidade.

DCM: Como é o tipo de relação entre a APCF e a FPPD?

RP: Muito boa, da nossa parte só temos a dizer bem pela

abertura e colaboração da FPPD, penso que será recíproco.

DCM: A FPPD mudou alguns procedimentos para atrair mais

pescadores à competição, como a APCF vê esta vertente do

Carp Fishing?

RP: Achamos e sabemos da sua importância, pensamos

que tem o seu lugar de destaque no panorama nacional e

internacional, e a prova disso foi o último título mundial.

Acreditamos que é importante uma boa relação entre a

vertente competitiva e lúdica.

uma equipa a disputar o Nacional de Carp Fishing?

Isso iria trazer mais visibilidade à associação.

RP: Até ao momento não achamos que fosse

prioritário para essa visibilidade, por isso ainda não foi

discutido a fundo esse tema. Penso também que APCF

não tem neste momento todas as condições reunidas

para que tal pudesse acontecer. Mas nada temos

contra a entrada de uma equipa no nacional de Carp

Fishing.

DCM: Há algum tempo atrás foi criada uma petição

pelo Carlos Falcão, que foi assinada por vários Carpis-

tas e entregue pelo próprio em mãos à Ministra da

pasta da Agricultura e Pesca. Mais tarde também a

APCF se envolveu no assunto, que visava a revisão da

lei da pesca, especialmente a permissão de pesca

nocturna. Entretanto saiu uma revisão mas focava-se

maioritariamente na pesca de águas marítimas. Tens

alguma nova informação sobre a situação?

RP: Foi uma grande atitude de um associado da

APCF que teve essa oportunidade e não a desperdiçou,

foi importantíssimo e abriu portas ao seguimento

desse processo. Tem havido alguns desenvolvimentos,

particularmente contactos com entidades

responsáveis e troca de alguns pareceres mas como

devem compreender a ultima palavra não é nossa!

DCM: Infelizmente! Apesar de na edição #01 da DCM

termos publicado um artigo sobre o lago, queres

pôr-nos a par da situação atual?

RP: No essencial já foi tudo dito nesse artigo, neste

momento os trabalhos já estão numa fase mais adian-

tada e está quase tudo pronto para receber os novos

inquilinos (carpas).

DCM: Sabemos que foi pedida a autorização para

repovoamento, já foi concedida?

excelente notícia!

DCM: Sem dúvida uma excelente notícia! Que

espécies pensam introduzir no lago?

RP: Só iremos introduzir Carpas, tal como está

implícito no pedido de autorização que nos foi conce-

dido pelo Governo. Contudo, o lago já tem uma boa

população de Achigãs.

DCM: Colocar grandes Carpas é altamente dispendio-

so, ainda assim está em vista a introdução de algum

monstro?RP: Monstros não diria, mas grandes peixes para a

média nacional. Serão recordes para muitos pescadores deste

país. Apostamos na qualidade dos peixes, depois vamos

trabalhar o seu potencial de crescimento.

DCM: Já há uma previsão para a abertura da pesca?

RP: Ainda não.

DCM: Já pensaram em algum nome ou vai chamar-se

simplesmente Lago APCF?

RP: Estamos a trabalhar nisso, já temos ideias mas ainda

DCM: Em relação à pesca, vai ser exclusiva para sócios ou

qualquer pessoa lá poderá pescar, mediante pagamento de

uma licença?RP: Ainda estamos a elaborar o regulamento do Lago, há

muitas decisões a tomar ainda sobre as regras.

DCM: A APCF criou o evento Carp Adventure, que já conta

com várias edições, acreditamos que para 2014 esteja

prevista a sua realização, certo?

RP: Sim, e este ano estamos a tentar preparar tudo com

mais antecedência, inclusivé já estamos a começar a realizar

os primeiros contactos.

DCM: A ideia de fazer o evento sempre num local diferente

RP: Temos um núcleo de trabalho a organizar o evento, e

já têm sugestões, mas não queria adiantar agora o local, pois

como disse anteriormente estamos a começar os contactos

com as entidades responsáveis mas ainda não sabemos da

viabilidade ou não da realização no local desejado, logo é

prematuro falar de um local. Logo que possível irá ser anun-

ciado.

DCM: Da nossa parte teremos todo o gosto em divulgar

Junho.

DCM: Irá continuar nos mesmos moldes? Apenas será

satisfazer as previsões de inscrição?

um número reduzido de pesqueiros e sendo assim não fazia

sentido de outra forma, tem de ser dada prioridade aos

sócios. Agora se o local escolhido tiver muitos pesqueiros

toda gente se pode inscrever em qualquer altura e com

muito gosto da nossa parte.

DCM: Outro dos vossos objectivos era a Viagem Internacio-

nal, que consistia em juntar alguns sócios e ir pescar ao

estrangeiro. Esse objectivo continua de pé?

RP: Sim, sempre que possível irá ser realizada. Como

devem perceber, é uma viagem que requer alguma despesa e

que a APCF não pode patrocinar, logo a sua realização está

dependente da vontade/disponibilidade dos seus associa-

dos.

DCM: A APCF ganhou mais uma batalha recentemente, con-

seguiu um local para fazer as reuniões, uma sede, não é

verdade?

câmara municipal de Vieira Do Minho, conseguindo um

contrato de dez anos de cedência de um espaço para ser a

sede da APCF.

DCM: Nós sabemos que estar numa associação do gênero é

uma questão de gosto e boa vontade, onde o tempo não

chega para tudo, mas ainda assim, há novos projetos em

vista?RP: Sim, isto é a carolice dos sócios, por isso é tão impor-

tante os sócios terem um espírito de associativismo. Em

relação a novos projectos existem algumas novas ideias em

mente, mas o desejo prioritário é conseguir executar os

existentes e conforme pudermos ir realizando essas novas

ideias, pois estaremos sempre dependentes dessa mesma

carolice.

DCM: Enquanto presidente da APCF, o que esperas ver

mudado no Carp Fishing em Portugal daqui a cinco anos?

RP: Uma lei pesca adequada ao Carp Fishing, um aumen-

cá novamente a falar da APCF! Era sinal que esta fantástica

associação continuava a fazer história!

DCM: Nesse caso nós teremos todo o gosto em fazer a

entrevista daqui a cinco anos (risos)! Estando numa posição

de tanta responsabilidade como é a liderança de uma asso-

ciação de cariz nacional, ainda arranjas tempo para pescar?

RP: Muito pouco, mas no que toca à APCF faço com muito

gosto e paixão.

DCM: Ricardo, foi um prazer, desejamos-te boa sorte na

liderança da associação, obrigado e esperamos encon-

trar-te um dia destes à beira da água!

RP: Obrigado, e espero que esse dia chegue rápido! Um

abraço!

Sócios APCF em visita ao lago

Prémio de uma actividade da APCF

Na altura da criação da DCM, o nome do Paulo Santos foi dos primeiros a aparecer para a

entrevista. A sua experiência na competição, que já deixou há algum tempo, deu-lhe uma

visão mais clara e concreta do panorama português no que diz respeito ao Carp Fishing.

Quem o conhece pessoalmente sabe quanto afável é como pessoa e quem já teve o prazer

de pescar ao seu lado ou ouvi-lo falar sobre técnicas ou materiais sabe o quanto é uma

pessoa esclarecida. Quem nunca teve esse prazer, tem nas próximas páginas a oportuni-

dade de o conhecer um pouco melhor!

Nome: Paulo Alexandre Cipriano dos Santos - “ Paulinho “

Idade: 35Chefe de Equipa – Sumol+Compal Almeirim

PB: 22,500kg

Olá a todos!Quero dar os mais sinceros parabéns aos pioneiros desta revista, sem dúvida uma mais-valia. Esta é a

forma mais assertiva de transmitir entre todos nós as aventuras, experiências, novidades, dúvidas, e acima

de tudo é uma excelente forma de todos aqueles que nesta modalidade se estão a iniciar poderem usufruir

ao máximo desta mentalidade e cultura.

Quem acaba por usufruir de mais rentabilidade deste espaço são os estes pescadores. Ouçam os

conselhos dos mais experientes, não adquiram material para desenrascar, o barato sai caro. Quem compra

e o material obsoleto acaba por ser “vendido” ou oferecido. Falo por experiência própria.

Obrigado por contarem comigo para contribuir e ajudar no que poder, e não posso deixar de enaltecer

mais uma vez este projeto. Um muito obrigado ao “pai desta criança”!

Paulo Santos

DCM: Olá Paulo, como tens passado?

R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum

tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O

mau foi começar, agora deixar só por boas razões.

Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e

tive um início bastante difícil em que o acesso aos

materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em

dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo,

existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e

praticamente qualquer loja tem algum material de

pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país,

e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que

idade?PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero

não sei dizer quando comecei! Desde que me

lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?

PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área

de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos

maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-

cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado,

sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as

semanas as linhas serem colocadas de molho, era

na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos!

Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida.

Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e

irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um

dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta

fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões

“ era comprar um terreno, fazer um lago e poder

dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar

esse sonho realidade, mas o que não foi possível

realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu

conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar

menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais

tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade,

não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta

paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias.

Crescimento da família e subida no posto de -

dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder

partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que

deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo

-

ino o meu ego crescer imenso quando também o

dar prioridades às questões mais importantes, e não

posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o

pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento

usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?

PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção

Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na

altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-

sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca

de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda

que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja

dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que

a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou

pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

-

sa, na altura era o que praticava e muito prazer me

dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não

olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e

o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua

paciência de sempre lá me explicou, disse o que

fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era

coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não

cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava

cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa

nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir

daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à

DCM: Ainda te lembras da primeira captura

com esta técnica?

como um marco para a vida, como nos acontece em

outros casos, quer sejam positivos ou negativos.

Acima de tudo ainda me lembro quais eram os

boilies. A medida é que não tenho certeza mas na

altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas

marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a

não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. -

no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos)

perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te

deu?PS: A captura que mais prazer me deu foi sem

dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a

captura que me dá mais prazer é sempre a primeira

quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a

à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para

casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a

todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para

quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição,

porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas

sem dúvida que era um bom método para poder ir à

pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas

não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo

pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter

atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-

onato do Mundo e poder ir representar a Seleção.

Sem dúvida que é uma experiência única, e que

digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se

sofrer muito para atingir os resultados pretendidos

para o apuramento, e dependemos de vários

fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita

sorte também. Com o passar dos anos em Com-

petição era mais frequente ver malta a desistir do

que a continuar. É verdade que ao longo dos anos

entrava muita gente, mas a desistência era superior,

o que faz com que a Competição das Carpas para

mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos

moldes actuais, e com as equipas que neste

momento fazem competição, os lugares cimeiros

são praticamente sempre obtidos pelas mesmas

equipas. Na teoria, e com a evolução que esta

modalidade deveria ter, é notório que se não

houvesse a desistência de tantas equipas já tería-

mos mais divisões como acontece noutras com-

petições. Depois para se fazer competição tem de

se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de

alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-

irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas

ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é

muito diferente. Para treinar tem de se perder

tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está

fácil, e num período de quinze dias tirar tanto

tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como

foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais

preparação do que parece para se fazer Carp Fish-

ing de competição. O pouco tempo que tinhas

disponível para treinar condicionava-te ou limita-

va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o

treino é primordial. Treinar para mim é impre-

scindível em qualquer disciplina, só desse modo

nos podemos preparar para fazer qualquer evento

na melhor das nossas performances. O treino

abrange muita matéria, não é só o lançar canas

longe, ou ver o que os peixes de momento estão a

comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento

com o parceiro, meio caminho andado para o suces-

so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-

tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-

nar horas de engodagem, diurna e nocturna,

refeições… Também era ingrato por vezes chegar a

uma prova e fazer grandes maratonas de corte de

mato no local da box ou retirar ervas de dentro de

água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas

principalmente físicas para fazer realmente o que

era importante para a prova e darmos o nosso

melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição.

Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-

ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-

dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais

equipas, que torne o campeonato mais competitivo,

para nos podermos preparar cada vez mais e melhor

para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então,

e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim,

falou sobre isso na passada edição da DCM.

Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-

mente me fez ir para a competição foi poder estar

mais ou menos descansado e de forma legal a

pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma

que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-

ram-me a mostrar a documentação e argumentar o

que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em

particular, não podermos pescar de noite e montar

tendas, é considerado campismo selvagem. Não

compreendo ainda mais quando é permitido pescar

de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica?

É mais Seguro? Depois a própria competição

obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas

potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe

quando sabemos que temos de atingir algo e o

tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a

diferença ou os adversários não capturarem peixe

para não nos ultrapassar, e quando isto acontece

mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-

co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?

PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até

porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e

se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-

tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A

curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por

Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para

boilies, mas em situações difíceis as sementes

costumam ser a outra possibilidade. Mas quase

sempre como segunda opção.

usar?PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-

mente por cima de uma boilie utilizo um milho

falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho

falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos

ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas

não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-

do da forma mais natural é quando tem mais rendi-

mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as

boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens?

questão?PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares,

logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar

não se deve carregar muito na engodagem, pois

senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-

mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais

usas?PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque

me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que

funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio

que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque

é a montagem mais equilibrada e que tem um

funcionamento muito mais natural e que pode criar

movimentos debaixo de água que podem ser deter-

minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco

tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade

de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não

consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as

vantagens e desvantagens que vês entre uma e

outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho

pouca experiência, mas não duvido que a questão

da localização correcta da montagem em rio e de

termos noção que a engodagem pode ter saído do

local onde foi inicialmente colocada pode fazer

toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é

muito difícil. Qual a época do ano que mais te

agrada pescar?PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em

termos de meses posso dizer que a minha preferên-

cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a

condicionante do tempo que nos obriga a ajustar,

pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos

fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito

rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-

gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos

mais opções de escolha, não existe tanta gente em

barcos ou a tomar banho como acontece no verão.

Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto

calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, -

idade das carpas mais pequenas é mais reduzida,

logo temos mais possibilidades de fazer um bom

exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência

máxima do seu peso, por se estarem a preparam

para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas

colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e

nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket.

Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha

de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a

vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma

linha quando estamos totalmente satisfeitos.

Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão

e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja

de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-

nados?PS: Depende das situações, mas habitualmente

costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as

vantagens e desvantagens que vês entre umas e

outras?PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência

vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o

terreno, dão para todas as situações, pescas longas,

curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é

grande conhecimento por parte do pescador em

relação à cana, para a saber utilizar perante as

condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait

Runner? PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag

Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner

em pesca?PS: Creio que é a forma mais simples e prática

para esta modalidade. O Bait Runner na acção de

pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o

Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao

trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do

carreto destrancada. Esta situação requer muito

tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade

que temos de ter nos braços para poder trabalhar o

peixe também é muito importante. Esta prática já

vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só

aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em

relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe

algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-

das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-

da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar

de vez esta modalidade e a torne cada vez mais

competitiva. Para a modalidade crescer também

precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar

cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de

novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não

estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-

mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-

petição somos dos melhores, basta vermos que não

é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa

que temos bons resultados. Mas uma possível

alteração à lei, que criasse condições para que

quem pratica esta modalidade em competição

pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda,

pescar à noite descansado, e outros melhoramen-

tos, provavelmente traria mais pescadores para a

Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos

moldes atuais, com a escassez de pescadores, e

com praticamente um pódio preenchido todos anos

com os mesmos pescadores, provavelmente a com-

petição sendo tão reduzida entre tão poucos

torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. -

res não tenham uma necessidade tão grande de

garantido, mas depois em provas internacionais,

pode ter resultados mais negativos, do que aqueles

temos grandes pescadores em Portugal em com-

petição.

que temos que fazer muito esforço para chegar ao

nível de países onde a modalidade está mais

desenvolvida?PS: O esforço tem sido feito, temos dado as

nossas ideias e neste momento só uma reestru-

turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está

desactualizada e não tem nada a ver com a nossa

realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não

é por acaso que mesmo fora de competição é

normal e frequente ver cada vez mais pescadores a

passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros

países para pescar de noite e com mais de duas

canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de

infracções na pesca estão muito dispendiosas e se

tivermos o azar de sermos contemplados é muito

complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não -

do. Espero que as coisas mudem por cá!

que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-

to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas

que a geração dele já vai encontrar na “pesca e

trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o

que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com

ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-

to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no

máximo, estas gerações futuras que se avizinham,

saibam plenamente quais são os nossos princípios,

e que a maior parte de todas estas gerações futuras

que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca,

exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como

idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à

beira da água como com as espécies que destro-

em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações

de quase destruição total de duas espécies numa

determinada massa de água. Numa barragem

perto de casa, praticamente mataram todos os

achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a

truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não

pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas,

situações engraçadas passadas a beira da água,

queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações

engraçadas, mas existem algumas que se

sobrepõem a outras. A história que vou contar

passou-se em Competição. Na altura andava a

construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só

provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar -

am a treinar praticamente no local onde calhamos

em prova, na Barragem do Divor. Acontece que

nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante

raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram

foram dando de comer. Não é que o animal recon-

heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15

dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-

dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na

lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos

por isso conseguiu levar a saca de papelão onde

tínhamos os pães caseiros para toda a prova.

centenas de metros e com a saca do pão da boca.

acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-

dade de nos dar algum para os dias de prova que

faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar

contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu,

espero o melhor futuro para a DCM, com muitos

anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo

assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de

água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

Olá queridos companheiros do Carp Fishing!

Somos Daniel Moreno e Eduardo Majado e vamos

relatar-vos a experiência que vivemos durante sete

dias no “ Iktus Sturgeon”.

Somos naturais da Extremadura, Espanha, e

amantes do Carp Fishing. Vivemos este desporto

muito intensamente e desde há muito tempo

queríamos experimentar a captura de novas

espécies. Como tal, entramos em contacto com o

Jeremy que é o gerente do Iktus para podermos

levar a cabo a nossa aventura.

O “Iktus Sturgeon” é um lago de 15 hectares

que possui 14 variedades de Esturjões, mais de

quatrocentas e cinquenta Carpas, cinquenta Carpas

Grass e cerca de três dezenas de Carpas Koi. As suas

águas possuem um Transmontanus de 2.14 metros

com 69kg de peso e mais que uma carpa com

30kgs.Tudo começa em meados de Julho quando

decidimos reservar a segunda semana de Outubro

que estava compreendida entre o dia 12 e o 19 do

referido mês.

Uma vez feita a reserva, o Jeremy informou-nos

que os iscos deveriam ser sobretudo salgados e

também pellets que o próprio nos facilitaria na loja

do Iktus em diferentes tamanhos.

Dito isto começamos a juntar um stock de

boilies salgados que eram constituídos por N-Gage

e Meteor da CMoore, o K12 da Vital Baits e o AK-47

da Fun Fishing. Além do mais também levávamos

alguns boilies doces de qualidade como o Live

System da CCMoore e os Banana GLM da Vital Baits,

entre outros.

Tudo isto acompanhado com 40kgs de

sementes (noz tigrada, milho, cânhamo, trigo e grão

de bico).

Chegamos ao lago por volta do meio-dia e

depois de ver as instalações com o Jeremy, que

amavelmente nos recebeu, dirigimo-nos para o

posto 17 que é o mais próximo da loja do Iktus e o

que na hora da escolha mais feeling nos tinha dado

pois tínhamos a possibilidade de pescar para a ilha

e para o centro do lago.

O Jeremy informou-nos que uma dupla de

ingleses tinha conseguido capturar trinta peixes

numa semana, o que imediatamente causou em nós

sensações positivas. Era um claro sinal de que o

peixe se encontrava activo.

Depois de montar o acampamento, sondamos a

zona com a ajuda dos nossos barcos telecomanda-

dos, imprescindíveis neste lago já que não é permit-

ido o uso de outro tipo de barcos. Decidimos pescar

com 4 canas na zona da ilha e duas canas em

direcção ao centro do lago mas perto da margem.

O Sábado passou sem uma única picada.

Ao amanhecer de domingo trocamos os nossos

iscos e decidimos continuar a pescar nos mesmos

locais até ao anoitecer desse mesmo dia. Caso não

tivéssemos picadas teríamos que procurar novas

zonas para depositar as nossas montagens.

Não tardaram muito em dar a cara. Em apenas

meia manhã de domingo consegui capturar quatro

esturjões Guolden entre os 6,5 e os 7,8Kgs com

entretanto houve uma mudança súbita da tempera-

tura e os peixes desapareceram.

Na manhã de segunda-feira decidi mudar duas

das minhas canas na direcção do centro do lago mas

desta vez a cerca de 170 metros de distância onde

encontrei um “buraco” com cerca de 6 metros de

profundidade e que acusou vários peixes na sonda.

Não tardaram em aparecer. Antes do meio dia um

muito importante para mim pois era um grande

peixe tendo em conta os que tinham saído até aí.

4h da tarde um dos meus alarmes, que tinha uma

das canas no centro do lago começou a tocar como

se não houvesse amanhã. Estava eu a meio da luta

quando uma das canas do meu amigo Eduardo

arrancou fortemente com outro míssil. Passados 45

doblete com um Transmontanus de 31.100Kg e um

Esturjão Beluga de 30,400Kg.

Entre a tarde e o anoitecer levei mais 3 peixes

ao meu camaroeiro, entre eles um esturjão Beluga

de 28,400 Kg e um Baeri de 13,400Kg. A engoda-

gem na direcção do centro do lago começava a

produzir efeito.

Nessa noite o Eduardo sacou mais um Esturjão

Baeri de 14,700Kg e a primeira carpa do Iktus com

5.5kg. A ilha, no entanto não produzia muitas pica-

das.

Na terça-feira o Edu decidiu pescar mais perto

da minha engodagem. O efeito de tal mudança

fez-se sentir com o arranque de mais um grande

peixe, um grande Transmontanus de 27,400Kg que

deu a cara desta vez.

Minutos depois um dos meus alarmes começou

novamente a dar sinal e desta vez tive o prazer de

capturar a segunda carpa do Iktus com 10,600kg.

Colocada novamente a cana, nem sequer tive

tempo de ligar o alarme pois o carreto começou

terceira carpa do Iktus com um peso de 13,400kg.

Desta forma acabei por capturar 6 peixes prati-

camente a cada intervalo de 15 minutos. Era

incrível! Os peixes estavam loucos e nós não podía-

mos perder esta oportunidade, íamos engodando o

posto à medida que as picadas se sucediam.

Entre estas capturas, e segundo o que o Jeremy

nos disse, encontra-se o actual recorde de França,

um esturjão do Atlântico que consegui levar ao

tapete com um boilie N-Gage da CCMoore devida-

mente molhado no seu dip e que deu um peso de

10,400kg. Não foi um grande peso é certo, mas

representava um exemplar precioso e único nas

águas de toda a França.

As picadas sucederam-se até chegarmos a um

peso total de 542kg de peixe, naquilo que foram

sete dias de trabalho intenso e muitas mudanças

meteorológicas a que tivemos que nos adaptar dia

após dia.-

jões acima dos 30kgs, oito entre os 20 e os 30kgs, e

muitos entre os 10 e os 20kgs. Capturamos também

oito carpas das quais cinco foram espelhadas e três

comuns, entre elas uma preciosa Gold como lhe

chamam em França, não chegava a ser Koi nem tão

pouco tinha a cor normal para uma Carpa comum.

As Carpas tinham os pesos compreendidos entre os

5,5 e os 14,600kg.

Para terminar devemos dizer-vos que foi uma

experiência inesquecível que seguramente repe-

tiremos em breve deixando-vos o convite para que

visitem este grande lago.

Cordiais Saudações,

Daniel Moreno e Eduardo Majado

Participamnesta edição:André GarciaDavid Guerrero Daniel GalegoDaniel MarquesGary CurrinHugo JaneiroJesus Cruz NevadoJoão EmílioJuanjo RamirezManuel RubioNuno SilvaPaulo Casais MirandaPaulo SantosRicardo PimentaRuben Serrate GimenoSusana RibeiroE mais….

Equipa DCM:- Rui Peixoto

- Paulo Gomes

- António Lopes

- Diogo Durais

- Nuno Lima

- Orlando Loureiro

A todas estas pessoas que tornaram possível a real-ização deste projeto e a todos os que contribuíram de alguma forma, seja no envio de perguntas, imagens, comentários ou um simples “gosto” na página do Facebook, um grande obrigado da nossa parte, pois tudo isto nos motiva e dá força para continuar.

Queremos que esta seja uma revista feita por vós e para vós. Sem o vosso apoio não nos será possível ganhar esta luta comum pela divulgação de informação e união entre Carp-istas. Enviem sugestões, fotos, comentários, dicas, artigos grandes ou pequenos… tudo aquilo que gostariam de ver publicado nesta vossa revista para: [email protected].

https://www.facebook.com/digitalcarpmagazine

EditorialSumário/índiceNoticiasProva na Albufeira da CristalinaDouro - ArnozeloPerguntas e RespostasAnaliseEntrevista - Paulo Santos CCMoore em AlfarófiaExtremeños no Iktus Sturgeon OrellanaCarp Fishing no Feminino Do Ribatejo ao AlentejoIscos Para o Inverno Técnicas, Truques & Dicas Pt1Comizos na Névoa A Construção de um Bait Boat Chasing the Dream Pt3 Técnicas, Truques & Dicas Pt2APCF: Entrevista Ricardo PimentaSessões Invernais Receita BoiliesPesca a grande distância Barbos com material de Carp Fishing CapturasMomentos Insólitos24h em Alfarófia Cuidados com a Saúde Tabelas LunaresGrades FábricasTT&D – Receita Feijoada Preta

3468

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Page 5: Digital Carp Magazine #03

No passado dia 8 de Dezembro a APCF cumpriu mais um

aniversário. Esta foi também a data em que se realizaram

eleições, sendo o Ricardo Pimenta eleito como novo

presidente. De certeza que não surpreendeu ninguém, pois

além de ser um dos fundadores, é também uma das pessoas

que mais defende a associação. A DCM fez o convite para

uma pequena entrevista, que prontamente foi aceite.

Podem conferir nas próximas linhas…

DCM: Olá Ricardo, como vais?

RP: Bem, obrigado.

DCM: Antes de mais parabéns, és o novo presidente

da Associação Portuguesa de Carp Fishing.

RP: Obrigado, é uma grande responsabilidade e ao

mesmo tempo uma grande honra para mim.

DCM: Quem está contigo atualmente na direção?

RP: Pedro Leitão, João Sousa, Gabriel Pereira e

Pedro Ramos.

DCM: Tudo gente de trabalho! Já fazias parte da

direção anterior, portanto estavas envolvido nos seus

projetos. Esta nova direção pretende seguir o rumo

traçado pela anterior ou há planos para mudar

alguma coisa?

RP: Iremos seguir com alguns projectos já inicia-

dos, vamos colocar em prática algumas ideias que já

vinham sendo faladas, no fundo iremos aproveitar o

que achamos que está correto, mudar aquilo que acha-

mos que já não faz sentido e prepararmo-nos para o

futuro. Isto tudo indo ao encontro de uma APCF cada

vez mais forte.

DCM: Quantos sócios tem a associação atualmente?

RP: Muito perto de 100 associados.

DCM: Para uma pessoa que não conheça minima-

mente a associação quais os argumentos que usarias

para a convencer a tornar-se sócia?

RP: Se estamos a falar em argumentos para

convencer, existem vários mas depende muito da

pessoa, se já é pescador, se vai iniciar-se na pesca, se já

faz Carp Fishing ou se nunca o fez, etc. Mas sincera-

mente, sei que é importante para uma associação

aumentar o número de associados, mas não tenho esse

lema de convencer. Vejo as coisas de outro ponto de

vista, gosto de apresentar APCF, mostrar o espírito, os

projetos e as ideias, não vendê-la como produto.

Faz-me parecer um investimento e para mim a APCF

não é isso. Depois dessa apresentação e de tomarem -

carem e acreditarem que é uma associação válida e

estiverem dispostas a entrar serão muito bem-vindas!

DCM: Quais são os principais objetivos da Asso-

ciação?RP: Os objectivos no meu entender devem ser

criados por fases e olhando à realidade da associação.

Dito isto, o nosso grande objectivo é daqui a mais 6

anos fazer como hoje, olhar para trás e dizer: valeu a

pena, a modalidade está crescer, o Carp Fishing em

Portugal está no bom caminho! Isto irá dar à APCF mais

força para continuar o seu trajeto.

DCM: Apesar de a APCF ter sido criada por pescadores

do norte, hoje tem sócios por todo o país, ainda assim

são apenas uma minoria em relação à quantidade de

carpistas que há em Portugal. Consegues perceber

qual o motivo?

RP: Gosto mais de referir que APCF foi criada por

um grupo de pescadores que tomaram a iniciativa de

criar algo, que foram pró-ativos, que se aventuraram e

que por acaso eram do norte! Mas respondendo à

pergunta, sinceramente não sei quantas pessoas fazem

Carp Fishing em Portugal, mas já serão bastantes nesta

altura, e não tenho dúvidas que para tal a APCF

também contribuiu bastante. Motivos para não serem sócios

pode haver vários, é difícil saber as razões ao certo, mas esta-

mos contentes com a evolução feita ao longo destes anos.

Não nos podemos esquecer que quando foi criada a APCF, o

Carp Fishing era uma pesca quase inexistente no nosso país,

pelo menos na parte lúdica.

DCM: Como é claro, quanto mais sócios a APCF tiver, mais

peso terá no panorama nacional de Carp Fishing. Que medi-

das a atual direção pretende tomar para alterar esses

números? RP: É claro que quanto mais sócios tiver a APCF, mais

força irá ter. Mas a única coisa que posso prometer é que a

APCF vai continuar a trabalhar e a realizar os seus projectos e

com isso ajudar a desenvolver a modalidade, pois como

costumo dizer, a APCF são os seus associados e será aquilo

que eles quiserem que seja! Logo, se trabalharmos em

conjunto e todos em prol do mesmo, os projetos vão-se reali-

zando e o aparecimento de novos sócios será uma conse-

quência natural. Quando falo em projectos estou englobar

aqui todo o tipo de actividades, coisa que é muito importante

nesse capítulo.

DCM: Sim, no fundo todos os sócios de uma associação

esperam que esta seja ativa, e muitas vezes nem

contribuem para isso! Sendo a APCF a única associação ativa

nacional do género, há também uma responsabilidade

acrescida. De que forma a associação faz a diferença no

panorama nacional de Carp Fishing?

RP: A diferença é essa mesma, nesta altura ser única é

seu arranque mas hoje o tempo diz-nos que seguimos o

caminho certo, ainda cá estamos e muito mais fortes! Em

2007, data criação da APCF, apenas se fazia o Campeonato

Nacional de Pesca à Carpa, eram muito poucos os que faziam

Carp Fishing lúdico. A informação era escassa, a divulgação

da modalidade praticamente nula e os locais com bons

peixes eram apenas do conhecimento de poucos. Hoje é

diferente, e muito graças ao trabalho da APCF temos muito

mais pescadores. Além disso temos muito mais material

disponível, muito mais artigos de pesca e muito mais infor-

mação no geral. Neste campo muito poderá dar agora

também a DCM, mais um projecto em Portugal que pode

contribuir para divulgação da modalidade.

DCM: Como é o tipo de relação entre a APCF e a FPPD?

RP: Muito boa, da nossa parte só temos a dizer bem pela

abertura e colaboração da FPPD, penso que será recíproco.

DCM: A FPPD mudou alguns procedimentos para atrair mais

pescadores à competição, como a APCF vê esta vertente do

Carp Fishing?

RP: Achamos e sabemos da sua importância, pensamos

que tem o seu lugar de destaque no panorama nacional e

internacional, e a prova disso foi o último título mundial.

Acreditamos que é importante uma boa relação entre a

vertente competitiva e lúdica.

uma equipa a disputar o Nacional de Carp Fishing?

Isso iria trazer mais visibilidade à associação.

RP: Até ao momento não achamos que fosse

prioritário para essa visibilidade, por isso ainda não foi

discutido a fundo esse tema. Penso também que APCF

não tem neste momento todas as condições reunidas

para que tal pudesse acontecer. Mas nada temos

contra a entrada de uma equipa no nacional de Carp

Fishing.

DCM: Há algum tempo atrás foi criada uma petição

pelo Carlos Falcão, que foi assinada por vários Carpis-

tas e entregue pelo próprio em mãos à Ministra da

pasta da Agricultura e Pesca. Mais tarde também a

APCF se envolveu no assunto, que visava a revisão da

lei da pesca, especialmente a permissão de pesca

nocturna. Entretanto saiu uma revisão mas focava-se

maioritariamente na pesca de águas marítimas. Tens

alguma nova informação sobre a situação?

RP: Foi uma grande atitude de um associado da

APCF que teve essa oportunidade e não a desperdiçou,

foi importantíssimo e abriu portas ao seguimento

desse processo. Tem havido alguns desenvolvimentos,

particularmente contactos com entidades

responsáveis e troca de alguns pareceres mas como

devem compreender a ultima palavra não é nossa!

DCM: Infelizmente! Apesar de na edição #01 da DCM

termos publicado um artigo sobre o lago, queres

pôr-nos a par da situação atual?

RP: No essencial já foi tudo dito nesse artigo, neste

momento os trabalhos já estão numa fase mais adian-

tada e está quase tudo pronto para receber os novos

inquilinos (carpas).

DCM: Sabemos que foi pedida a autorização para

repovoamento, já foi concedida?

excelente notícia!

DCM: Sem dúvida uma excelente notícia! Que

espécies pensam introduzir no lago?

RP: Só iremos introduzir Carpas, tal como está

implícito no pedido de autorização que nos foi conce-

dido pelo Governo. Contudo, o lago já tem uma boa

população de Achigãs.

DCM: Colocar grandes Carpas é altamente dispendio-

so, ainda assim está em vista a introdução de algum

monstro?RP: Monstros não diria, mas grandes peixes para a

média nacional. Serão recordes para muitos pescadores deste

país. Apostamos na qualidade dos peixes, depois vamos

trabalhar o seu potencial de crescimento.

DCM: Já há uma previsão para a abertura da pesca?

RP: Ainda não.

DCM: Já pensaram em algum nome ou vai chamar-se

simplesmente Lago APCF?

RP: Estamos a trabalhar nisso, já temos ideias mas ainda

DCM: Em relação à pesca, vai ser exclusiva para sócios ou

qualquer pessoa lá poderá pescar, mediante pagamento de

uma licença?RP: Ainda estamos a elaborar o regulamento do Lago, há

muitas decisões a tomar ainda sobre as regras.

DCM: A APCF criou o evento Carp Adventure, que já conta

com várias edições, acreditamos que para 2014 esteja

prevista a sua realização, certo?

RP: Sim, e este ano estamos a tentar preparar tudo com

mais antecedência, inclusivé já estamos a começar a realizar

os primeiros contactos.

DCM: A ideia de fazer o evento sempre num local diferente

RP: Temos um núcleo de trabalho a organizar o evento, e

já têm sugestões, mas não queria adiantar agora o local, pois

como disse anteriormente estamos a começar os contactos

com as entidades responsáveis mas ainda não sabemos da

viabilidade ou não da realização no local desejado, logo é

prematuro falar de um local. Logo que possível irá ser anun-

ciado.

DCM: Da nossa parte teremos todo o gosto em divulgar

Junho.

DCM: Irá continuar nos mesmos moldes? Apenas será

satisfazer as previsões de inscrição?

um número reduzido de pesqueiros e sendo assim não fazia

sentido de outra forma, tem de ser dada prioridade aos

sócios. Agora se o local escolhido tiver muitos pesqueiros

toda gente se pode inscrever em qualquer altura e com

muito gosto da nossa parte.

DCM: Outro dos vossos objectivos era a Viagem Internacio-

nal, que consistia em juntar alguns sócios e ir pescar ao

estrangeiro. Esse objectivo continua de pé?

RP: Sim, sempre que possível irá ser realizada. Como

devem perceber, é uma viagem que requer alguma despesa e

que a APCF não pode patrocinar, logo a sua realização está

dependente da vontade/disponibilidade dos seus associa-

dos.

DCM: A APCF ganhou mais uma batalha recentemente, con-

seguiu um local para fazer as reuniões, uma sede, não é

verdade?

câmara municipal de Vieira Do Minho, conseguindo um

contrato de dez anos de cedência de um espaço para ser a

sede da APCF.

DCM: Nós sabemos que estar numa associação do gênero é

uma questão de gosto e boa vontade, onde o tempo não

chega para tudo, mas ainda assim, há novos projetos em

vista?RP: Sim, isto é a carolice dos sócios, por isso é tão impor-

tante os sócios terem um espírito de associativismo. Em

relação a novos projectos existem algumas novas ideias em

mente, mas o desejo prioritário é conseguir executar os

existentes e conforme pudermos ir realizando essas novas

ideias, pois estaremos sempre dependentes dessa mesma

carolice.

DCM: Enquanto presidente da APCF, o que esperas ver

mudado no Carp Fishing em Portugal daqui a cinco anos?

RP: Uma lei pesca adequada ao Carp Fishing, um aumen-

cá novamente a falar da APCF! Era sinal que esta fantástica

associação continuava a fazer história!

DCM: Nesse caso nós teremos todo o gosto em fazer a

entrevista daqui a cinco anos (risos)! Estando numa posição

de tanta responsabilidade como é a liderança de uma asso-

ciação de cariz nacional, ainda arranjas tempo para pescar?

RP: Muito pouco, mas no que toca à APCF faço com muito

gosto e paixão.

DCM: Ricardo, foi um prazer, desejamos-te boa sorte na

liderança da associação, obrigado e esperamos encon-

trar-te um dia destes à beira da água!

RP: Obrigado, e espero que esse dia chegue rápido! Um

abraço!

Sócios APCF em visita ao lago

Prémio de uma actividade da APCF

Na altura da criação da DCM, o nome do Paulo Santos foi dos primeiros a aparecer para a

entrevista. A sua experiência na competição, que já deixou há algum tempo, deu-lhe uma

visão mais clara e concreta do panorama português no que diz respeito ao Carp Fishing.

Quem o conhece pessoalmente sabe quanto afável é como pessoa e quem já teve o prazer

de pescar ao seu lado ou ouvi-lo falar sobre técnicas ou materiais sabe o quanto é uma

pessoa esclarecida. Quem nunca teve esse prazer, tem nas próximas páginas a oportuni-

dade de o conhecer um pouco melhor!

Nome: Paulo Alexandre Cipriano dos Santos - “ Paulinho “

Idade: 35Chefe de Equipa – Sumol+Compal Almeirim

PB: 22,500kg

Olá a todos!Quero dar os mais sinceros parabéns aos pioneiros desta revista, sem dúvida uma mais-valia. Esta é a

forma mais assertiva de transmitir entre todos nós as aventuras, experiências, novidades, dúvidas, e acima

de tudo é uma excelente forma de todos aqueles que nesta modalidade se estão a iniciar poderem usufruir

ao máximo desta mentalidade e cultura.

Quem acaba por usufruir de mais rentabilidade deste espaço são os estes pescadores. Ouçam os

conselhos dos mais experientes, não adquiram material para desenrascar, o barato sai caro. Quem compra

e o material obsoleto acaba por ser “vendido” ou oferecido. Falo por experiência própria.

Obrigado por contarem comigo para contribuir e ajudar no que poder, e não posso deixar de enaltecer

mais uma vez este projeto. Um muito obrigado ao “pai desta criança”!

Paulo Santos

DCM: Olá Paulo, como tens passado?

R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum

tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O

mau foi começar, agora deixar só por boas razões.

Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e

tive um início bastante difícil em que o acesso aos

materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em

dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo,

existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e

praticamente qualquer loja tem algum material de

pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país,

e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que

idade?PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero

não sei dizer quando comecei! Desde que me

lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?

PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área

de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos

maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-

cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado,

sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as

semanas as linhas serem colocadas de molho, era

na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos!

Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida.

Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e

irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um

dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta

fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões

“ era comprar um terreno, fazer um lago e poder

dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar

esse sonho realidade, mas o que não foi possível

realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu

conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar

menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais

tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade,

não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta

paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias.

Crescimento da família e subida no posto de -

dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder

partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que

deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo

-

ino o meu ego crescer imenso quando também o

dar prioridades às questões mais importantes, e não

posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o

pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento

usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?

PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção

Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na

altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-

sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca

de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda

que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja

dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que

a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou

pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

-

sa, na altura era o que praticava e muito prazer me

dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não

olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e

o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua

paciência de sempre lá me explicou, disse o que

fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era

coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não

cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava

cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa

nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir

daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à

DCM: Ainda te lembras da primeira captura

com esta técnica?

como um marco para a vida, como nos acontece em

outros casos, quer sejam positivos ou negativos.

Acima de tudo ainda me lembro quais eram os

boilies. A medida é que não tenho certeza mas na

altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas

marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a

não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. -

no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos)

perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te

deu?PS: A captura que mais prazer me deu foi sem

dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a

captura que me dá mais prazer é sempre a primeira

quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a

à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para

casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a

todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para

quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição,

porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas

sem dúvida que era um bom método para poder ir à

pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas

não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo

pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter

atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-

onato do Mundo e poder ir representar a Seleção.

Sem dúvida que é uma experiência única, e que

digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se

sofrer muito para atingir os resultados pretendidos

para o apuramento, e dependemos de vários

fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita

sorte também. Com o passar dos anos em Com-

petição era mais frequente ver malta a desistir do

que a continuar. É verdade que ao longo dos anos

entrava muita gente, mas a desistência era superior,

o que faz com que a Competição das Carpas para

mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos

moldes actuais, e com as equipas que neste

momento fazem competição, os lugares cimeiros

são praticamente sempre obtidos pelas mesmas

equipas. Na teoria, e com a evolução que esta

modalidade deveria ter, é notório que se não

houvesse a desistência de tantas equipas já tería-

mos mais divisões como acontece noutras com-

petições. Depois para se fazer competição tem de

se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de

alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-

irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas

ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é

muito diferente. Para treinar tem de se perder

tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está

fácil, e num período de quinze dias tirar tanto

tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como

foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais

preparação do que parece para se fazer Carp Fish-

ing de competição. O pouco tempo que tinhas

disponível para treinar condicionava-te ou limita-

va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o

treino é primordial. Treinar para mim é impre-

scindível em qualquer disciplina, só desse modo

nos podemos preparar para fazer qualquer evento

na melhor das nossas performances. O treino

abrange muita matéria, não é só o lançar canas

longe, ou ver o que os peixes de momento estão a

comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento

com o parceiro, meio caminho andado para o suces-

so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-

tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-

nar horas de engodagem, diurna e nocturna,

refeições… Também era ingrato por vezes chegar a

uma prova e fazer grandes maratonas de corte de

mato no local da box ou retirar ervas de dentro de

água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas

principalmente físicas para fazer realmente o que

era importante para a prova e darmos o nosso

melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição.

Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-

ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-

dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais

equipas, que torne o campeonato mais competitivo,

para nos podermos preparar cada vez mais e melhor

para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então,

e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim,

falou sobre isso na passada edição da DCM.

Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-

mente me fez ir para a competição foi poder estar

mais ou menos descansado e de forma legal a

pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma

que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-

ram-me a mostrar a documentação e argumentar o

que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em

particular, não podermos pescar de noite e montar

tendas, é considerado campismo selvagem. Não

compreendo ainda mais quando é permitido pescar

de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica?

É mais Seguro? Depois a própria competição

obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas

potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe

quando sabemos que temos de atingir algo e o

tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a

diferença ou os adversários não capturarem peixe

para não nos ultrapassar, e quando isto acontece

mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-

co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?

PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até

porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e

se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-

tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A

curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por

Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para

boilies, mas em situações difíceis as sementes

costumam ser a outra possibilidade. Mas quase

sempre como segunda opção.

usar?PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-

mente por cima de uma boilie utilizo um milho

falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho

falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos

ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas

não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-

do da forma mais natural é quando tem mais rendi-

mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as

boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens?

questão?PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares,

logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar

não se deve carregar muito na engodagem, pois

senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-

mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais

usas?PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque

me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que

funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio

que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque

é a montagem mais equilibrada e que tem um

funcionamento muito mais natural e que pode criar

movimentos debaixo de água que podem ser deter-

minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco

tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade

de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não

consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as

vantagens e desvantagens que vês entre uma e

outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho

pouca experiência, mas não duvido que a questão

da localização correcta da montagem em rio e de

termos noção que a engodagem pode ter saído do

local onde foi inicialmente colocada pode fazer

toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é

muito difícil. Qual a época do ano que mais te

agrada pescar?PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em

termos de meses posso dizer que a minha preferên-

cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a

condicionante do tempo que nos obriga a ajustar,

pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos

fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito

rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-

gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos

mais opções de escolha, não existe tanta gente em

barcos ou a tomar banho como acontece no verão.

Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto

calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, -

idade das carpas mais pequenas é mais reduzida,

logo temos mais possibilidades de fazer um bom

exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência

máxima do seu peso, por se estarem a preparam

para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas

colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e

nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket.

Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha

de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a

vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma

linha quando estamos totalmente satisfeitos.

Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão

e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja

de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-

nados?PS: Depende das situações, mas habitualmente

costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as

vantagens e desvantagens que vês entre umas e

outras?PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência

vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o

terreno, dão para todas as situações, pescas longas,

curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é

grande conhecimento por parte do pescador em

relação à cana, para a saber utilizar perante as

condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait

Runner? PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag

Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner

em pesca?PS: Creio que é a forma mais simples e prática

para esta modalidade. O Bait Runner na acção de

pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o

Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao

trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do

carreto destrancada. Esta situação requer muito

tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade

que temos de ter nos braços para poder trabalhar o

peixe também é muito importante. Esta prática já

vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só

aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em

relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe

algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-

das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-

da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar

de vez esta modalidade e a torne cada vez mais

competitiva. Para a modalidade crescer também

precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar

cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de

novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não

estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-

mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-

petição somos dos melhores, basta vermos que não

é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa

que temos bons resultados. Mas uma possível

alteração à lei, que criasse condições para que

quem pratica esta modalidade em competição

pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda,

pescar à noite descansado, e outros melhoramen-

tos, provavelmente traria mais pescadores para a

Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos

moldes atuais, com a escassez de pescadores, e

com praticamente um pódio preenchido todos anos

com os mesmos pescadores, provavelmente a com-

petição sendo tão reduzida entre tão poucos

torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. -

res não tenham uma necessidade tão grande de

garantido, mas depois em provas internacionais,

pode ter resultados mais negativos, do que aqueles

temos grandes pescadores em Portugal em com-

petição.

que temos que fazer muito esforço para chegar ao

nível de países onde a modalidade está mais

desenvolvida?PS: O esforço tem sido feito, temos dado as

nossas ideias e neste momento só uma reestru-

turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está

desactualizada e não tem nada a ver com a nossa

realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não

é por acaso que mesmo fora de competição é

normal e frequente ver cada vez mais pescadores a

passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros

países para pescar de noite e com mais de duas

canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de

infracções na pesca estão muito dispendiosas e se

tivermos o azar de sermos contemplados é muito

complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não -

do. Espero que as coisas mudem por cá!

que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-

to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas

que a geração dele já vai encontrar na “pesca e

trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o

que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com

ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-

to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no

máximo, estas gerações futuras que se avizinham,

saibam plenamente quais são os nossos princípios,

e que a maior parte de todas estas gerações futuras

que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca,

exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como

idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à

beira da água como com as espécies que destro-

em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações

de quase destruição total de duas espécies numa

determinada massa de água. Numa barragem

perto de casa, praticamente mataram todos os

achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a

truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não

pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas,

situações engraçadas passadas a beira da água,

queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações

engraçadas, mas existem algumas que se

sobrepõem a outras. A história que vou contar

passou-se em Competição. Na altura andava a

construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só

provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar -

am a treinar praticamente no local onde calhamos

em prova, na Barragem do Divor. Acontece que

nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante

raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram

foram dando de comer. Não é que o animal recon-

heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15

dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-

dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na

lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos

por isso conseguiu levar a saca de papelão onde

tínhamos os pães caseiros para toda a prova.

centenas de metros e com a saca do pão da boca.

acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-

dade de nos dar algum para os dias de prova que

faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar

contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu,

espero o melhor futuro para a DCM, com muitos

anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo

assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de

água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

Olá queridos companheiros do Carp Fishing!

Somos Daniel Moreno e Eduardo Majado e vamos

relatar-vos a experiência que vivemos durante sete

dias no “ Iktus Sturgeon”.

Somos naturais da Extremadura, Espanha, e

amantes do Carp Fishing. Vivemos este desporto

muito intensamente e desde há muito tempo

queríamos experimentar a captura de novas

espécies. Como tal, entramos em contacto com o

Jeremy que é o gerente do Iktus para podermos

levar a cabo a nossa aventura.

O “Iktus Sturgeon” é um lago de 15 hectares

que possui 14 variedades de Esturjões, mais de

quatrocentas e cinquenta Carpas, cinquenta Carpas

Grass e cerca de três dezenas de Carpas Koi. As suas

águas possuem um Transmontanus de 2.14 metros

com 69kg de peso e mais que uma carpa com

30kgs.Tudo começa em meados de Julho quando

decidimos reservar a segunda semana de Outubro

que estava compreendida entre o dia 12 e o 19 do

referido mês.

Uma vez feita a reserva, o Jeremy informou-nos

que os iscos deveriam ser sobretudo salgados e

também pellets que o próprio nos facilitaria na loja

do Iktus em diferentes tamanhos.

Dito isto começamos a juntar um stock de

boilies salgados que eram constituídos por N-Gage

e Meteor da CMoore, o K12 da Vital Baits e o AK-47

da Fun Fishing. Além do mais também levávamos

alguns boilies doces de qualidade como o Live

System da CCMoore e os Banana GLM da Vital Baits,

entre outros.

Tudo isto acompanhado com 40kgs de

sementes (noz tigrada, milho, cânhamo, trigo e grão

de bico).

Chegamos ao lago por volta do meio-dia e

depois de ver as instalações com o Jeremy, que

amavelmente nos recebeu, dirigimo-nos para o

posto 17 que é o mais próximo da loja do Iktus e o

que na hora da escolha mais feeling nos tinha dado

pois tínhamos a possibilidade de pescar para a ilha

e para o centro do lago.

O Jeremy informou-nos que uma dupla de

ingleses tinha conseguido capturar trinta peixes

numa semana, o que imediatamente causou em nós

sensações positivas. Era um claro sinal de que o

peixe se encontrava activo.

Depois de montar o acampamento, sondamos a

zona com a ajuda dos nossos barcos telecomanda-

dos, imprescindíveis neste lago já que não é permit-

ido o uso de outro tipo de barcos. Decidimos pescar

com 4 canas na zona da ilha e duas canas em

direcção ao centro do lago mas perto da margem.

O Sábado passou sem uma única picada.

Ao amanhecer de domingo trocamos os nossos

iscos e decidimos continuar a pescar nos mesmos

locais até ao anoitecer desse mesmo dia. Caso não

tivéssemos picadas teríamos que procurar novas

zonas para depositar as nossas montagens.

Não tardaram muito em dar a cara. Em apenas

meia manhã de domingo consegui capturar quatro

esturjões Guolden entre os 6,5 e os 7,8Kgs com

entretanto houve uma mudança súbita da tempera-

tura e os peixes desapareceram.

Na manhã de segunda-feira decidi mudar duas

das minhas canas na direcção do centro do lago mas

desta vez a cerca de 170 metros de distância onde

encontrei um “buraco” com cerca de 6 metros de

profundidade e que acusou vários peixes na sonda.

Não tardaram em aparecer. Antes do meio dia um

muito importante para mim pois era um grande

peixe tendo em conta os que tinham saído até aí.

4h da tarde um dos meus alarmes, que tinha uma

das canas no centro do lago começou a tocar como

se não houvesse amanhã. Estava eu a meio da luta

quando uma das canas do meu amigo Eduardo

arrancou fortemente com outro míssil. Passados 45

doblete com um Transmontanus de 31.100Kg e um

Esturjão Beluga de 30,400Kg.

Entre a tarde e o anoitecer levei mais 3 peixes

ao meu camaroeiro, entre eles um esturjão Beluga

de 28,400 Kg e um Baeri de 13,400Kg. A engoda-

gem na direcção do centro do lago começava a

produzir efeito.

Nessa noite o Eduardo sacou mais um Esturjão

Baeri de 14,700Kg e a primeira carpa do Iktus com

5.5kg. A ilha, no entanto não produzia muitas pica-

das.

Na terça-feira o Edu decidiu pescar mais perto

da minha engodagem. O efeito de tal mudança

fez-se sentir com o arranque de mais um grande

peixe, um grande Transmontanus de 27,400Kg que

deu a cara desta vez.

Minutos depois um dos meus alarmes começou

novamente a dar sinal e desta vez tive o prazer de

capturar a segunda carpa do Iktus com 10,600kg.

Colocada novamente a cana, nem sequer tive

tempo de ligar o alarme pois o carreto começou

terceira carpa do Iktus com um peso de 13,400kg.

Desta forma acabei por capturar 6 peixes prati-

camente a cada intervalo de 15 minutos. Era

incrível! Os peixes estavam loucos e nós não podía-

mos perder esta oportunidade, íamos engodando o

posto à medida que as picadas se sucediam.

Entre estas capturas, e segundo o que o Jeremy

nos disse, encontra-se o actual recorde de França,

um esturjão do Atlântico que consegui levar ao

tapete com um boilie N-Gage da CCMoore devida-

mente molhado no seu dip e que deu um peso de

10,400kg. Não foi um grande peso é certo, mas

representava um exemplar precioso e único nas

águas de toda a França.

As picadas sucederam-se até chegarmos a um

peso total de 542kg de peixe, naquilo que foram

sete dias de trabalho intenso e muitas mudanças

meteorológicas a que tivemos que nos adaptar dia

após dia.-

jões acima dos 30kgs, oito entre os 20 e os 30kgs, e

muitos entre os 10 e os 20kgs. Capturamos também

oito carpas das quais cinco foram espelhadas e três

comuns, entre elas uma preciosa Gold como lhe

chamam em França, não chegava a ser Koi nem tão

pouco tinha a cor normal para uma Carpa comum.

As Carpas tinham os pesos compreendidos entre os

5,5 e os 14,600kg.

Para terminar devemos dizer-vos que foi uma

experiência inesquecível que seguramente repe-

tiremos em breve deixando-vos o convite para que

visitem este grande lago.

Cordiais Saudações,

Daniel Moreno e Eduardo Majado

Participamnesta edição:André GarciaDavid Guerrero Daniel GalegoDaniel MarquesGary CurrinHugo JaneiroJesus Cruz NevadoJoão EmílioJuanjo RamirezManuel RubioNuno SilvaPaulo Casais MirandaPaulo SantosRicardo PimentaRuben Serrate GimenoSusana RibeiroE mais….

Equipa DCM:- Rui Peixoto

- Paulo Gomes

- António Lopes

- Diogo Durais

- Nuno Lima

- Orlando Loureiro

A todas estas pessoas que tornaram possível a real-ização deste projeto e a todos os que contribuíram de alguma forma, seja no envio de perguntas, imagens, comentários ou um simples “gosto” na página do Facebook, um grande obrigado da nossa parte, pois tudo isto nos motiva e dá força para continuar.

Queremos que esta seja uma revista feita por vós e para vós. Sem o vosso apoio não nos será possível ganhar esta luta comum pela divulgação de informação e união entre Carp-istas. Enviem sugestões, fotos, comentários, dicas, artigos grandes ou pequenos… tudo aquilo que gostariam de ver publicado nesta vossa revista para: [email protected].

https://www.facebook.com/digitalcarpmagazine

EditorialSumário/índiceNoticiasProva na Albufeira da CristalinaDouro - ArnozeloPerguntas e RespostasAnaliseEntrevista - Paulo Santos CCMoore em AlfarófiaExtremeños no Iktus Sturgeon OrellanaCarp Fishing no Feminino Do Ribatejo ao AlentejoIscos Para o Inverno Técnicas, Truques & Dicas Pt1Comizos na Névoa A Construção de um Bait Boat Chasing the Dream Pt3 Técnicas, Truques & Dicas Pt2APCF: Entrevista Ricardo PimentaSessões Invernais Receita BoiliesPesca a grande distância Barbos com material de Carp Fishing CapturasMomentos Insólitos24h em Alfarófia Cuidados com a Saúde Tabelas LunaresGrades FábricasTT&D – Receita Feijoada Preta

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Page 6: Digital Carp Magazine #03

Grupo FacebookO Carpista português Nuno Marques criou no Facebook uma página de nome Leilões do Carpista. Este grupo destina-se a ajudar os Carpistas a vender/comprar material novo ou usado, que está também dispo-nível em outros sites. A publicação tem algumas regras mas é gratuita. https://www.facebook.com/groups/219860864870998/

Pesca Team CarpA loja Pesca Team Carp está a oferecer o mais recente dvd da Korda, Masterclasse Vol.1, a todas as enco-mendas e até rutura de stock. O dvd aborda vários tipos de pesca (sempre ligados ao Carp Fishing) e mostra várias técnicas usadas em diferentes águas, entre elas o lago do patrão da Korda, Gigantica. www.pescateamcarp.com

http://www.iktus-carpe.com

Iktus LakeJá abriram a 15 de Março no lago Iktus Sturgeon os pesqueiros 20, 21 e 22. Quem admirar e tiver prazer em pescar um lindo Esturjão, já pode marcar uns dias neste belo lago.

Iscos2014 Começa com as mais prestigiadas marcas de iscos a lançar novos e inovadores produtos. Destaca-mos as marcas CC Moore com a gama Equinox, a Dynamite com as gamas Monster Tiger Nut Red -Amo e a Fluoro Pop Ups “Washed” entre muitos outros. A Star Baits com a gama Layers e a Nash com a gama Instant Action são mais alguns iscos que prometem boa capturas para 2014.

Mundial Pesca à Carpa 2014Tal como anunciado na passada edição da DCM, o Mundial 2014 – 16º Campeonato do Mundo de Pesca à Carpa está confirmado na Roménia, Lac Corbu, de 15 a 18 de Outubro.

AlfarófiaPassou a ser proibido usar praticamente todo o tipo de Tiger Nuts no Lago de Alfarófia. Como exceção, estão as Tiger Nuts macias comercializas pela marca Arapaima.

DefesoRelembramos que de 15 de Março a 15 de Maio inclusive, estamos no período de defeso de várias espé-cies de ciprinídeos, nos quais se inclui a Carpa. Durante este período é proibida a pesca a estas espécies. Quando acidentalmente ferradas, devem de imediato ser restituídas à água, conforme previsto na lei. Mais informações no site:

Campeonato Nacional de Pesca à CarpaEm virtude da marcação por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, de eleições para o Parla-mento Europeu para o próximo dia 25 de Maio, as primeiras provas do Campeonato Nacional de Pesca à Carpa (zonas Norte e Sul) agendadas para terem o seu início no dia 23 e o seu fim no dia 25 de Maio, por imperativo legal que impede a realização de provas nesse dia, vê o seu início antecipado em 24 horas, iniciando-se assim no dia 22 e terminando no dia 24 de Maio, mantendo-se os locais e horários.FPPD

http://www.icnf.pt/

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Page 7: Digital Carp Magazine #03

Agradecimentos Patrocínios

E-mail: [email protected]://www.facebook.com/digitalcarpmagazine

Grupo FacebookO Carpista português Nuno Marques criou no Facebook uma página de nome Leilões do Carpista. Este grupo destina-se a ajudar os Carpistas a vender/comprar material novo ou usado, que está também dispo-nível em outros sites. A publicação tem algumas regras mas é gratuita. https://www.facebook.com/groups/219860864870998/

Pesca Team CarpA loja Pesca Team Carp está a oferecer o mais recente dvd da Korda, Masterclasse Vol.1, a todas as enco-mendas e até rutura de stock. O dvd aborda vários tipos de pesca (sempre ligados ao Carp Fishing) e mostra várias técnicas usadas em diferentes águas, entre elas o lago do patrão da Korda, Gigantica. www.pescateamcarp.com

http://www.iktus-carpe.com

Iktus LakeJá abriram a 15 de Março no lago Iktus Sturgeon os pesqueiros 20, 21 e 22. Quem admirar e tiver prazer em pescar um lindo Esturjão, já pode marcar uns dias neste belo lago.

Iscos2014 Começa com as mais prestigiadas marcas de iscos a lançar novos e inovadores produtos. Destaca-mos as marcas CC Moore com a gama Equinox, a Dynamite com as gamas Monster Tiger Nut Red -Amo e a Fluoro Pop Ups “Washed” entre muitos outros. A Star Baits com a gama Layers e a Nash com a gama Instant Action são mais alguns iscos que prometem boa capturas para 2014.

Mundial Pesca à Carpa 2014Tal como anunciado na passada edição da DCM, o Mundial 2014 – 16º Campeonato do Mundo de Pesca à Carpa está confirmado na Roménia, Lac Corbu, de 15 a 18 de Outubro.

AlfarófiaPassou a ser proibido usar praticamente todo o tipo de Tiger Nuts no Lago de Alfarófia. Como exceção, estão as Tiger Nuts macias comercializas pela marca Arapaima.

DefesoRelembramos que de 15 de Março a 15 de Maio inclusive, estamos no período de defeso de várias espé-cies de ciprinídeos, nos quais se inclui a Carpa. Durante este período é proibida a pesca a estas espécies. Quando acidentalmente ferradas, devem de imediato ser restituídas à água, conforme previsto na lei. Mais informações no site:

Campeonato Nacional de Pesca à CarpaEm virtude da marcação por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, de eleições para o Parla-mento Europeu para o próximo dia 25 de Maio, as primeiras provas do Campeonato Nacional de Pesca à Carpa (zonas Norte e Sul) agendadas para terem o seu início no dia 23 e o seu fim no dia 25 de Maio, por imperativo legal que impede a realização de provas nesse dia, vê o seu início antecipado em 24 horas, iniciando-se assim no dia 22 e terminando no dia 24 de Maio, mantendo-se os locais e horários.FPPD

http://www.icnf.pt/

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Page 8: Digital Carp Magazine #03

De 22 a 24 de Novembro realizou-se uma prova organizada pela Seleção Nacional de Pesca à Carpa em Fronteira. Desta vez o local escolhido foi a Albu-feira da Cristalina, localizada a montante da famosa Albufeira da Ribeira de Vide. A prova serviu como um primeiro teste a este local, até agora usado exclusivamente para a pesca à boia e achigãs. É mais uma albufeira concessionada ao Clube de Pesca Fronteirense. Um local com excelentes condições para provas de pesca à Carpa, pode com-portar até quinze duplas bem instaladas e com bons acessos durante todo o ano. É um local de certa forma homogéneo, com profundidades muito sem-elhantes entre os diversos pesqueiros, poucos obstáculos no fundo, esporadicamente surgem pequenas prisões que rapidamente libertam a mon-tagem.

Esta prova contou com a participação de onze equipas, entre federados e não federados. Começou apadrinhada por mau tempo, chuva,

vento forte e frio do quadrante nordeste e terminou abençoada com uma manhã de domingo fantástica com um sol radiante!

Quando à prova em si, as capturas não abunda-ram, como seria de esperar, num local nunca antes pescado com a técnica de pesca à carpa. O forte vento nordeste que se fez sentir desde o primeiro dia até à tarde do segundo dia arrefeceu bastante as águas e condicionou de certa forma um melhor resultado para este primeiro teste. De referir ainda que nem todas as equipas conseguiram capturas a pontuar o mínimo exigido pelo regulamento, 1,5kg.

No final, todos estavam satisfeitos com as excelentes condições que este local tem para a pesca à carpa, prometendo para o próximo ano mais um teste, com melhores condições a nível meteo-rológico, que a nosso ver foram uma das grandes condicionantes a uma melhor prestação coletiva neste evento.

Frio, frio e mais frio! Foi assim a segunda noite! Só para duros..

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Page 9: Digital Carp Magazine #03

De 22 a 24 de Novembro realizou-se uma prova organizada pela Seleção Nacional de Pesca à Carpa em Fronteira. Desta vez o local escolhido foi a Albu-feira da Cristalina, localizada a montante da famosa Albufeira da Ribeira de Vide. A prova serviu como um primeiro teste a este local, até agora usado exclusivamente para a pesca à boia e achigãs. É mais uma albufeira concessionada ao Clube de Pesca Fronteirense. Um local com excelentes condições para provas de pesca à Carpa, pode com-portar até quinze duplas bem instaladas e com bons acessos durante todo o ano. É um local de certa forma homogéneo, com profundidades muito sem-elhantes entre os diversos pesqueiros, poucos obstáculos no fundo, esporadicamente surgem pequenas prisões que rapidamente libertam a mon-tagem.

Esta prova contou com a participação de onze equipas, entre federados e não federados. Começou apadrinhada por mau tempo, chuva,

vento forte e frio do quadrante nordeste e terminou abençoada com uma manhã de domingo fantástica com um sol radiante!

Quando à prova em si, as capturas não abunda-ram, como seria de esperar, num local nunca antes pescado com a técnica de pesca à carpa. O forte vento nordeste que se fez sentir desde o primeiro dia até à tarde do segundo dia arrefeceu bastante as águas e condicionou de certa forma um melhor resultado para este primeiro teste. De referir ainda que nem todas as equipas conseguiram capturas a pontuar o mínimo exigido pelo regulamento, 1,5kg.

No final, todos estavam satisfeitos com as excelentes condições que este local tem para a pesca à carpa, prometendo para o próximo ano mais um teste, com melhores condições a nível meteo-rológico, que a nosso ver foram uma das grandes condicionantes a uma melhor prestação coletiva neste evento.

Frio, frio e mais frio! Foi assim a segunda noite! Só para duros..

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Page 10: Digital Carp Magazine #03

Sempre que escrevo algo sobre uma massa de água faço-o com paixão. É assim que eu sou, ou gosto muito ou não gosto nada! O Douro em geral é um desses casos de paixão extrema. Ainda há dias um dos amigos da página do Facebook me disse que pensava que eu morava no Porto, pois eu só pescava no Douro! Bem, na realidade não pesco só no Douro, mas a maioria das vezes sim. De qualquer forma, o Douro não é só Porto, vem de Espanha e atravessa toda a região norte do país, o que dá 213km de pesqueiros em território nacional. Se multiplicarmos por duas margens temos uma infinidade de opções à escolha.

Depois há ainda uma enorme quantidade de afluentes com várias centenas de metros junto à foz, o que acaba por fazer desta massa de água uma das que maiores e melhores oportunidades nos oferece para capturarmos um recorde. O meu recorde nacional foi captur-ado precisamente em maio último numa destas barragens, uma carpa comum com 16,780kg.

Há várias imagens com carpas acima de 20kg, infelizmente todas capturadas por pescadores ocasionais e mortas. Quem conhece um pouco o Douro não se admira com estes pesos. As barragens começaram a ser construídas na década de sessenta e a comida natural abunda, seja pela existência de lagos-tim, mexilhão do rio ou pelos milhares de árvores que largam os seus frutos mesmo nos locais onde as nossas amigas mais gostam de se alimentar. É comum ver, por exemplo, os pescadores locais a tentar apanhá-las debaixo de uma figueira.

O Douro é tão vasto que poderíamos escrever centenas de páginas só a descrever as suas paisagens magníficas, e ainda assim seria impossível retratar aqui a beleza das suas vinhas ou campos de amendoeiras em flor. Sendo assim vamos focar-nos apenas num

local em particular no concelho de Vila Nova de Foz Côa, a aldeia de Arnozelo.

Ao fundo desta pequena aldeia o rio Douro faz um enorme recanto, entalado entre dois montes, tornando esta secção do rio uma calma massa de água, nunca afetada por correntes e também muito protegida dos ventos frios. Por tudo isto, este local pode ser uma excelente opção para pescar de inverno, quando as fortes correntes arrastam tudo à sua passagem.

Todas as sessões anteriores ali tinham dado em grade. Sabendo de antemão da dificuldade do pesqueiro, desta vez teria que fazer as coisas perfeitas. Comecei pelo que deveria ter feito na primeira sessão, sondar!

Aproveitei um dia de folga para isso

mesmo. Barco, sonda e varas para bater o fundo. No carro comigo iam ainda 4kg de boilies e 20kg de sementes. A profundidade não foi surpresa, eu já sabia que pouco passar-ia dos 7m. O que me surpreendeu foi o fundo, altamente irregular e cheio de erva. O meio da massa de água do recanto era coberto com uma grande camada de lodo. Depois de muito procurar, gastando nisso toda a manhã, escolhi quatro sítios com fundo arenoso, três deles na margem oposta, outro junto de uma árvore praticamente submersa perto da margem onde iria montar o material, mas ainda assim a uns bons cinquenta metros de distância, na diago-nal.

Dividi as sementes e boilies pelos locais, e no dia seguinte coloquei mais um kg destes em cada sítio. Dois dias depois voltei a engodar, desta vez além dos boilies, voltei a usar sementes. No dia seguinte iria pescar...

Durante a viagem não me saiam da cabeça os locais onde iria colocar as montagens, na margem oposta e num espaço com talvez dois metros quadrados, um era ainda mais pequeno, onde as ervas cresciam de forma a

quase rodear o espaço arenoso. Apenas havia, criada por mim, uma pequena abertura para passar a linha. Eu sabia que todos os arranques iriam ser em drop back, ou na lateral para o meio das ervas, tornando a captura neste caso bastante difícil. Ainda assim podia contar com a ajuda do barco!

Quando cheguei, com todo o material montado e pronto a pescar, levei as montagens aos sítios escolhidos. Uma bela surpresa me aguardava, toda a engodagem do dia anterior estava limpa, não se via o mais pequeno sinal de sementes ou boilies. Num dos pesqueiros estava ainda uma carpa que teria entre 5 a7kg, difícil de calcular com exatidão porque poucos momentos se deixou mostrar, que embora devagar quando me viu tratou de ir embora. Eram quase 15h quando acabei de colocar as canas.

Tinha levado comida para fazer refeições quentes, não seria por estar sozinho que me iria deixar vencer pela preguiça, pensei eu! Como sempre nestes casos, a primeira refeição é feita com o que será mais fácil estragar-se, pelo que seria arroz de feijão com picanha grelhada. Com o azeite dentro de tacho e a partir a cebola, reparei num pequeno detalhe, não tinha isqueiro para acender o fogão! Lógico seria pensar no isqueiro do carro, e pensei que se fumasse já tinha comprado a peça que queimou e deixou de funcionar. Como não fumo, e como o isqueiro carrega qualquer aparelho nunca vi necessidade para tal! Telefonei a um cliente daquela zona, que por sorte me levou lá um, ficando ainda para ajudar ao almoço, lanche para ele!

A primeira captura acabaria por chegar pouco antes de anoitecer, uma pequena carpa a rondar os 3kg. O meu receio sobre a erva não se mostrou com fundamento, pois ela saiu direta para o meio do rio, de qualquer forma como era pequena, foi muito fácil de controlar. Nada fáceis seriam as duas seguintes, uma

meteu-se no meio da erva que tanto me preocupava, a outra, quando pensava que já a tinha controlado, prendeu-se num obstáculo no meio do rio. Ainda lá fui de barco mas apenas me restou rebentar a linha.

Entretanto começou a chover, eu tinha as canas todas fora, era complicado lançar, pois iria ficar de certeza no meio da erva. Já era noite e o céu estava tão carregado de nuvens que não havia ponta de claridade. Pedi ao Paulo que me informasse da meteorologia, através do il meteo, e a previsão era para que a chuva passasse por volta da 1h da manhã, pelo que decidi deitar-me um pouco e descansar.

Quando acordei a claridade era tanta que pensei que estava a amanhecer, mas eram apenas 2:30h! Rapidamente coloquei as montagens nos respetivos locais e não demorou muito para que a primeira desse sinal. Infelizmente também se iria soltar no meio das ervas. De repente outro arranque, que teve sorte idêntica ao anterior! Já tinha adormecido quando novo grito do delkim me faz levantar de sobressalto. Desta vez conse-gui levá-la ao tapete, mas o sono era tanto que nem a fotografei. Mais tarde pensei que tinha sido uma grande burrice, tinha quase 5kg e era a maior que tinha ali tirado!

Até às 8h da manhã ainda perdi mais duas. Estava-me a escapar a melhor forma de as sacar das ervas. Todos os anzóis eram confirmados antes de serem colocados na água, nunca servem se não estiverem a 100%, pelo que o problema não era do mate-rial, seria antes meu! Foi a pensar nisto que todo o dia se passou, e parte da noite, pois só à 1:45h houve novo arranque. Desta vez estava a pensar em não forçar muito, ela

começou a ceder, sentia as ervas a soltar-se, até que a ponteira da Chub Outkast aliviou de repente! Mais uma a ir-se embora! Sentia-me como num jogo de futebol, cheio de ataques de fazer prender a respiração, e só bolas no poste e na trave! Restava esperar pela próxi-ma jogada...

Não demorou muito até à próxima jogada. O anzol que tinha a Tiger e o milho plástico como isco acabava de ferrar mais uma! Tal como as anteriores também esta se meteu nas ervas, mas desta vez não puxei, meti-me no barco e fui ao encontro dela. Em pouco tempo percorri os sessenta metros que me separavam dela. De vez em quando sentia-a dar um puxão! Com o fio na vertical, comecei a puxar devagar, abri um pouco o carreto, mas a erva que a envolvia impedia-a de nadar. Fiquei feliz por dois motivos, depois de tantas perdidas, finalmente tinha-lhe apanhado o jeito, e era a maior captura que tinha feito ali! Não era nenhum monstro, mas atendendo que se tratava de um local tão difícil, já era muito bom, basta comparar com todas as sessões anteriores!

Isto de tirar fotografias sozinho é sempre complicado, mas lá se arranjou! Devolução feita e montagem de novo no sítio. Pouco antes de amanhecer o mesmo alarme volta a dar sinal, de novo usei a mesma técnica, só que em vez de erva, esta trazia um enorme tronco... Com algum esforço consegui soltar a carpa, acabando por a devolver à água ali mesmo. Devia rondar os 4kg. Arrastei como pude o tronco para fora do pesqueiro e voltei a colocar a montagem.

Estas duas capturas deram-me uma vontade enorme de ficar mais uma noite, poderia vir aí uma boa surpresa! Comida não

faltava, vontade também não, assim decidi!

Todo o dia foi passada na mais profunda calmaria, que aproveitei para descansar bastante, tinha a esperança que a noite fosse agitada!

Ao entardecer reposicionei todas as mon-tagens, e confirmei que o peixe apenas entra-va a comer de noite, pois a engodagem dessa manhã ainda lá estava. Jantei e deitei-me à espera...

A espera foi longa, só à 1:30h voltei a ouvir um alarme, o que tinha a montagem com a Tiger e milho, outra vez a mesma, o que me fez pensar que talvez tivesse sido melhor opção colocar todas com estes iscos, mas como na primeira noite todos tinham dado arranque, tinha decidido arriscar. Rapida-mente entrei no barco e fui mais uma vez ao encontro dela, mas desta vez era diferente, não sentia nenhum puxão, o que era mau

sinal. Quando o fio ficou na vertical começou a subir na água um pequeno pau, ou melhor, pareceu-me um pequeno pau, na realidade era a ponta de uma árvore que teria mais de cinco metros de comprido. Quando comecei a puxar por ela reparei em duas coisas, a carpa tinha-se soltado, deixando a montagem presa a um dos galhos, e que aqueles galhos pertenciam ao tronco que mais cedo tinha desviado, ou que pensava que o tinha feito. Durante mais de quarenta minutos travei uma grande batalha, com duas pessoas no barco teria sido fácil, mas sozinho foi bastante com-plicado. Ainda assim consegui retirar a árvore morta para fora da passagem da linha. Poderia vir a ter problemas mas pelo menos a linha não iria atravessá-la.

Provavelmente com todo este barulho teria arruinado as hipóteses de fazer nova captura, mas não tive escolha. Pouco depois voltei a colocar a montagem no devido lugar, consegui ver que ficou perfeita, e espalhei

dois punhados de boilies esmagados. Por esta altura já me tinham acabado as sementes. Pouco depois voltei à Bedchair, além de estar de mau humor tinha perdido o sono! Mas este acabaria por chegar, e iria ser interrompido madrugada alta, de novo o mesmo alarme, de novo o mesmo isco! Mal a senti ferrada dirigi-me ao barco, mas ela começou a ceder, acabando por sair das ervas. Comecei a recolher linha e já bem perto do camaroeiro, sem nada o fazer prever, soltou-se!

Decidi jogar uma última cartada, uma vez que o isco a produzir arranque durante dois dias foi sempre o mesmo, decidi colocar todas as montagens iguais. Aumentaria a hipóteses de novos arranques! Parecia a melhor maneira de conseguir nova captura, ainda assim os alarmes não voltaram a dar sinal ate à hora de arrumar tudo.

Vim embora satisfeito, mas com um desejo enorme de testar lá certas teorias, por exemplo se o local onde estava a pescar iria produzir peixe mesmo sem pré-engodagem, pois trata-se de uma rota natural delas. Em quatro dias vi também atividade sobre um local mais afastado, que provavelmente será o local mais limpo da zona, com muita areia, sem obstáculos e que poderá originar boas capturas, pois havia movimentação de forma ritmada por lá. Não foram poucas as vezes que me senti tentado a colocar lá uma cana. Talvez para a próxima…

Mas estas teorias ainda vão levar algum tempo a ser testadas, pois não tenho a menor ideia de quando poderei lá voltar!

Orlando Loureiro

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Sempre que escrevo algo sobre uma massa de água faço-o com paixão. É assim que eu sou, ou gosto muito ou não gosto nada! O Douro em geral é um desses casos de paixão extrema. Ainda há dias um dos amigos da página do Facebook me disse que pensava que eu morava no Porto, pois eu só pescava no Douro! Bem, na realidade não pesco só no Douro, mas a maioria das vezes sim. De qualquer forma, o Douro não é só Porto, vem de Espanha e atravessa toda a região norte do país, o que dá 213km de pesqueiros em território nacional. Se multiplicarmos por duas margens temos uma infinidade de opções à escolha.

Depois há ainda uma enorme quantidade de afluentes com várias centenas de metros junto à foz, o que acaba por fazer desta massa de água uma das que maiores e melhores oportunidades nos oferece para capturarmos um recorde. O meu recorde nacional foi captur-ado precisamente em maio último numa destas barragens, uma carpa comum com 16,780kg.

Há várias imagens com carpas acima de 20kg, infelizmente todas capturadas por pescadores ocasionais e mortas. Quem conhece um pouco o Douro não se admira com estes pesos. As barragens começaram a ser construídas na década de sessenta e a comida natural abunda, seja pela existência de lagos-tim, mexilhão do rio ou pelos milhares de árvores que largam os seus frutos mesmo nos locais onde as nossas amigas mais gostam de se alimentar. É comum ver, por exemplo, os pescadores locais a tentar apanhá-las debaixo de uma figueira.

O Douro é tão vasto que poderíamos escrever centenas de páginas só a descrever as suas paisagens magníficas, e ainda assim seria impossível retratar aqui a beleza das suas vinhas ou campos de amendoeiras em flor. Sendo assim vamos focar-nos apenas num

local em particular no concelho de Vila Nova de Foz Côa, a aldeia de Arnozelo.

Ao fundo desta pequena aldeia o rio Douro faz um enorme recanto, entalado entre dois montes, tornando esta secção do rio uma calma massa de água, nunca afetada por correntes e também muito protegida dos ventos frios. Por tudo isto, este local pode ser uma excelente opção para pescar de inverno, quando as fortes correntes arrastam tudo à sua passagem.

Todas as sessões anteriores ali tinham dado em grade. Sabendo de antemão da dificuldade do pesqueiro, desta vez teria que fazer as coisas perfeitas. Comecei pelo que deveria ter feito na primeira sessão, sondar!

Aproveitei um dia de folga para isso

mesmo. Barco, sonda e varas para bater o fundo. No carro comigo iam ainda 4kg de boilies e 20kg de sementes. A profundidade não foi surpresa, eu já sabia que pouco passar-ia dos 7m. O que me surpreendeu foi o fundo, altamente irregular e cheio de erva. O meio da massa de água do recanto era coberto com uma grande camada de lodo. Depois de muito procurar, gastando nisso toda a manhã, escolhi quatro sítios com fundo arenoso, três deles na margem oposta, outro junto de uma árvore praticamente submersa perto da margem onde iria montar o material, mas ainda assim a uns bons cinquenta metros de distância, na diago-nal.

Dividi as sementes e boilies pelos locais, e no dia seguinte coloquei mais um kg destes em cada sítio. Dois dias depois voltei a engodar, desta vez além dos boilies, voltei a usar sementes. No dia seguinte iria pescar...

Durante a viagem não me saiam da cabeça os locais onde iria colocar as montagens, na margem oposta e num espaço com talvez dois metros quadrados, um era ainda mais pequeno, onde as ervas cresciam de forma a

quase rodear o espaço arenoso. Apenas havia, criada por mim, uma pequena abertura para passar a linha. Eu sabia que todos os arranques iriam ser em drop back, ou na lateral para o meio das ervas, tornando a captura neste caso bastante difícil. Ainda assim podia contar com a ajuda do barco!

Quando cheguei, com todo o material montado e pronto a pescar, levei as montagens aos sítios escolhidos. Uma bela surpresa me aguardava, toda a engodagem do dia anterior estava limpa, não se via o mais pequeno sinal de sementes ou boilies. Num dos pesqueiros estava ainda uma carpa que teria entre 5 a7kg, difícil de calcular com exatidão porque poucos momentos se deixou mostrar, que embora devagar quando me viu tratou de ir embora. Eram quase 15h quando acabei de colocar as canas.

Tinha levado comida para fazer refeições quentes, não seria por estar sozinho que me iria deixar vencer pela preguiça, pensei eu! Como sempre nestes casos, a primeira refeição é feita com o que será mais fácil estragar-se, pelo que seria arroz de feijão com picanha grelhada. Com o azeite dentro de tacho e a partir a cebola, reparei num pequeno detalhe, não tinha isqueiro para acender o fogão! Lógico seria pensar no isqueiro do carro, e pensei que se fumasse já tinha comprado a peça que queimou e deixou de funcionar. Como não fumo, e como o isqueiro carrega qualquer aparelho nunca vi necessidade para tal! Telefonei a um cliente daquela zona, que por sorte me levou lá um, ficando ainda para ajudar ao almoço, lanche para ele!

A primeira captura acabaria por chegar pouco antes de anoitecer, uma pequena carpa a rondar os 3kg. O meu receio sobre a erva não se mostrou com fundamento, pois ela saiu direta para o meio do rio, de qualquer forma como era pequena, foi muito fácil de controlar. Nada fáceis seriam as duas seguintes, uma

meteu-se no meio da erva que tanto me preocupava, a outra, quando pensava que já a tinha controlado, prendeu-se num obstáculo no meio do rio. Ainda lá fui de barco mas apenas me restou rebentar a linha.

Entretanto começou a chover, eu tinha as canas todas fora, era complicado lançar, pois iria ficar de certeza no meio da erva. Já era noite e o céu estava tão carregado de nuvens que não havia ponta de claridade. Pedi ao Paulo que me informasse da meteorologia, através do il meteo, e a previsão era para que a chuva passasse por volta da 1h da manhã, pelo que decidi deitar-me um pouco e descansar.

Quando acordei a claridade era tanta que pensei que estava a amanhecer, mas eram apenas 2:30h! Rapidamente coloquei as montagens nos respetivos locais e não demorou muito para que a primeira desse sinal. Infelizmente também se iria soltar no meio das ervas. De repente outro arranque, que teve sorte idêntica ao anterior! Já tinha adormecido quando novo grito do delkim me faz levantar de sobressalto. Desta vez conse-gui levá-la ao tapete, mas o sono era tanto que nem a fotografei. Mais tarde pensei que tinha sido uma grande burrice, tinha quase 5kg e era a maior que tinha ali tirado!

Até às 8h da manhã ainda perdi mais duas. Estava-me a escapar a melhor forma de as sacar das ervas. Todos os anzóis eram confirmados antes de serem colocados na água, nunca servem se não estiverem a 100%, pelo que o problema não era do mate-rial, seria antes meu! Foi a pensar nisto que todo o dia se passou, e parte da noite, pois só à 1:45h houve novo arranque. Desta vez estava a pensar em não forçar muito, ela

começou a ceder, sentia as ervas a soltar-se, até que a ponteira da Chub Outkast aliviou de repente! Mais uma a ir-se embora! Sentia-me como num jogo de futebol, cheio de ataques de fazer prender a respiração, e só bolas no poste e na trave! Restava esperar pela próxi-ma jogada...

Não demorou muito até à próxima jogada. O anzol que tinha a Tiger e o milho plástico como isco acabava de ferrar mais uma! Tal como as anteriores também esta se meteu nas ervas, mas desta vez não puxei, meti-me no barco e fui ao encontro dela. Em pouco tempo percorri os sessenta metros que me separavam dela. De vez em quando sentia-a dar um puxão! Com o fio na vertical, comecei a puxar devagar, abri um pouco o carreto, mas a erva que a envolvia impedia-a de nadar. Fiquei feliz por dois motivos, depois de tantas perdidas, finalmente tinha-lhe apanhado o jeito, e era a maior captura que tinha feito ali! Não era nenhum monstro, mas atendendo que se tratava de um local tão difícil, já era muito bom, basta comparar com todas as sessões anteriores!

Isto de tirar fotografias sozinho é sempre complicado, mas lá se arranjou! Devolução feita e montagem de novo no sítio. Pouco antes de amanhecer o mesmo alarme volta a dar sinal, de novo usei a mesma técnica, só que em vez de erva, esta trazia um enorme tronco... Com algum esforço consegui soltar a carpa, acabando por a devolver à água ali mesmo. Devia rondar os 4kg. Arrastei como pude o tronco para fora do pesqueiro e voltei a colocar a montagem.

Estas duas capturas deram-me uma vontade enorme de ficar mais uma noite, poderia vir aí uma boa surpresa! Comida não

faltava, vontade também não, assim decidi!

Todo o dia foi passada na mais profunda calmaria, que aproveitei para descansar bastante, tinha a esperança que a noite fosse agitada!

Ao entardecer reposicionei todas as mon-tagens, e confirmei que o peixe apenas entra-va a comer de noite, pois a engodagem dessa manhã ainda lá estava. Jantei e deitei-me à espera...

A espera foi longa, só à 1:30h voltei a ouvir um alarme, o que tinha a montagem com a Tiger e milho, outra vez a mesma, o que me fez pensar que talvez tivesse sido melhor opção colocar todas com estes iscos, mas como na primeira noite todos tinham dado arranque, tinha decidido arriscar. Rapida-mente entrei no barco e fui mais uma vez ao encontro dela, mas desta vez era diferente, não sentia nenhum puxão, o que era mau

sinal. Quando o fio ficou na vertical começou a subir na água um pequeno pau, ou melhor, pareceu-me um pequeno pau, na realidade era a ponta de uma árvore que teria mais de cinco metros de comprido. Quando comecei a puxar por ela reparei em duas coisas, a carpa tinha-se soltado, deixando a montagem presa a um dos galhos, e que aqueles galhos pertenciam ao tronco que mais cedo tinha desviado, ou que pensava que o tinha feito. Durante mais de quarenta minutos travei uma grande batalha, com duas pessoas no barco teria sido fácil, mas sozinho foi bastante com-plicado. Ainda assim consegui retirar a árvore morta para fora da passagem da linha. Poderia vir a ter problemas mas pelo menos a linha não iria atravessá-la.

Provavelmente com todo este barulho teria arruinado as hipóteses de fazer nova captura, mas não tive escolha. Pouco depois voltei a colocar a montagem no devido lugar, consegui ver que ficou perfeita, e espalhei

dois punhados de boilies esmagados. Por esta altura já me tinham acabado as sementes. Pouco depois voltei à Bedchair, além de estar de mau humor tinha perdido o sono! Mas este acabaria por chegar, e iria ser interrompido madrugada alta, de novo o mesmo alarme, de novo o mesmo isco! Mal a senti ferrada dirigi-me ao barco, mas ela começou a ceder, acabando por sair das ervas. Comecei a recolher linha e já bem perto do camaroeiro, sem nada o fazer prever, soltou-se!

Decidi jogar uma última cartada, uma vez que o isco a produzir arranque durante dois dias foi sempre o mesmo, decidi colocar todas as montagens iguais. Aumentaria a hipóteses de novos arranques! Parecia a melhor maneira de conseguir nova captura, ainda assim os alarmes não voltaram a dar sinal ate à hora de arrumar tudo.

Vim embora satisfeito, mas com um desejo enorme de testar lá certas teorias, por exemplo se o local onde estava a pescar iria produzir peixe mesmo sem pré-engodagem, pois trata-se de uma rota natural delas. Em quatro dias vi também atividade sobre um local mais afastado, que provavelmente será o local mais limpo da zona, com muita areia, sem obstáculos e que poderá originar boas capturas, pois havia movimentação de forma ritmada por lá. Não foram poucas as vezes que me senti tentado a colocar lá uma cana. Talvez para a próxima…

Mas estas teorias ainda vão levar algum tempo a ser testadas, pois não tenho a menor ideia de quando poderei lá voltar!

Orlando Loureiro

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Page 12: Digital Carp Magazine #03

Sempre que escrevo algo sobre uma massa de água faço-o com paixão. É assim que eu sou, ou gosto muito ou não gosto nada! O Douro em geral é um desses casos de paixão extrema. Ainda há dias um dos amigos da página do Facebook me disse que pensava que eu morava no Porto, pois eu só pescava no Douro! Bem, na realidade não pesco só no Douro, mas a maioria das vezes sim. De qualquer forma, o Douro não é só Porto, vem de Espanha e atravessa toda a região norte do país, o que dá 213km de pesqueiros em território nacional. Se multiplicarmos por duas margens temos uma infinidade de opções à escolha.

Depois há ainda uma enorme quantidade de afluentes com várias centenas de metros junto à foz, o que acaba por fazer desta massa de água uma das que maiores e melhores oportunidades nos oferece para capturarmos um recorde. O meu recorde nacional foi captur-ado precisamente em maio último numa destas barragens, uma carpa comum com 16,780kg.

Há várias imagens com carpas acima de 20kg, infelizmente todas capturadas por pescadores ocasionais e mortas. Quem conhece um pouco o Douro não se admira com estes pesos. As barragens começaram a ser construídas na década de sessenta e a comida natural abunda, seja pela existência de lagos-tim, mexilhão do rio ou pelos milhares de árvores que largam os seus frutos mesmo nos locais onde as nossas amigas mais gostam de se alimentar. É comum ver, por exemplo, os pescadores locais a tentar apanhá-las debaixo de uma figueira.

O Douro é tão vasto que poderíamos escrever centenas de páginas só a descrever as suas paisagens magníficas, e ainda assim seria impossível retratar aqui a beleza das suas vinhas ou campos de amendoeiras em flor. Sendo assim vamos focar-nos apenas num

local em particular no concelho de Vila Nova de Foz Côa, a aldeia de Arnozelo.

Ao fundo desta pequena aldeia o rio Douro faz um enorme recanto, entalado entre dois montes, tornando esta secção do rio uma calma massa de água, nunca afetada por correntes e também muito protegida dos ventos frios. Por tudo isto, este local pode ser uma excelente opção para pescar de inverno, quando as fortes correntes arrastam tudo à sua passagem.

Todas as sessões anteriores ali tinham dado em grade. Sabendo de antemão da dificuldade do pesqueiro, desta vez teria que fazer as coisas perfeitas. Comecei pelo que deveria ter feito na primeira sessão, sondar!

Aproveitei um dia de folga para isso

mesmo. Barco, sonda e varas para bater o fundo. No carro comigo iam ainda 4kg de boilies e 20kg de sementes. A profundidade não foi surpresa, eu já sabia que pouco passar-ia dos 7m. O que me surpreendeu foi o fundo, altamente irregular e cheio de erva. O meio da massa de água do recanto era coberto com uma grande camada de lodo. Depois de muito procurar, gastando nisso toda a manhã, escolhi quatro sítios com fundo arenoso, três deles na margem oposta, outro junto de uma árvore praticamente submersa perto da margem onde iria montar o material, mas ainda assim a uns bons cinquenta metros de distância, na diago-nal.

Dividi as sementes e boilies pelos locais, e no dia seguinte coloquei mais um kg destes em cada sítio. Dois dias depois voltei a engodar, desta vez além dos boilies, voltei a usar sementes. No dia seguinte iria pescar...

Durante a viagem não me saiam da cabeça os locais onde iria colocar as montagens, na margem oposta e num espaço com talvez dois metros quadrados, um era ainda mais pequeno, onde as ervas cresciam de forma a

quase rodear o espaço arenoso. Apenas havia, criada por mim, uma pequena abertura para passar a linha. Eu sabia que todos os arranques iriam ser em drop back, ou na lateral para o meio das ervas, tornando a captura neste caso bastante difícil. Ainda assim podia contar com a ajuda do barco!

Quando cheguei, com todo o material montado e pronto a pescar, levei as montagens aos sítios escolhidos. Uma bela surpresa me aguardava, toda a engodagem do dia anterior estava limpa, não se via o mais pequeno sinal de sementes ou boilies. Num dos pesqueiros estava ainda uma carpa que teria entre 5 a7kg, difícil de calcular com exatidão porque poucos momentos se deixou mostrar, que embora devagar quando me viu tratou de ir embora. Eram quase 15h quando acabei de colocar as canas.

Tinha levado comida para fazer refeições quentes, não seria por estar sozinho que me iria deixar vencer pela preguiça, pensei eu! Como sempre nestes casos, a primeira refeição é feita com o que será mais fácil estragar-se, pelo que seria arroz de feijão com picanha grelhada. Com o azeite dentro de tacho e a partir a cebola, reparei num pequeno detalhe, não tinha isqueiro para acender o fogão! Lógico seria pensar no isqueiro do carro, e pensei que se fumasse já tinha comprado a peça que queimou e deixou de funcionar. Como não fumo, e como o isqueiro carrega qualquer aparelho nunca vi necessidade para tal! Telefonei a um cliente daquela zona, que por sorte me levou lá um, ficando ainda para ajudar ao almoço, lanche para ele!

A primeira captura acabaria por chegar pouco antes de anoitecer, uma pequena carpa a rondar os 3kg. O meu receio sobre a erva não se mostrou com fundamento, pois ela saiu direta para o meio do rio, de qualquer forma como era pequena, foi muito fácil de controlar. Nada fáceis seriam as duas seguintes, uma

meteu-se no meio da erva que tanto me preocupava, a outra, quando pensava que já a tinha controlado, prendeu-se num obstáculo no meio do rio. Ainda lá fui de barco mas apenas me restou rebentar a linha.

Entretanto começou a chover, eu tinha as canas todas fora, era complicado lançar, pois iria ficar de certeza no meio da erva. Já era noite e o céu estava tão carregado de nuvens que não havia ponta de claridade. Pedi ao Paulo que me informasse da meteorologia, através do il meteo, e a previsão era para que a chuva passasse por volta da 1h da manhã, pelo que decidi deitar-me um pouco e descansar.

Quando acordei a claridade era tanta que pensei que estava a amanhecer, mas eram apenas 2:30h! Rapidamente coloquei as montagens nos respetivos locais e não demorou muito para que a primeira desse sinal. Infelizmente também se iria soltar no meio das ervas. De repente outro arranque, que teve sorte idêntica ao anterior! Já tinha adormecido quando novo grito do delkim me faz levantar de sobressalto. Desta vez conse-gui levá-la ao tapete, mas o sono era tanto que nem a fotografei. Mais tarde pensei que tinha sido uma grande burrice, tinha quase 5kg e era a maior que tinha ali tirado!

Até às 8h da manhã ainda perdi mais duas. Estava-me a escapar a melhor forma de as sacar das ervas. Todos os anzóis eram confirmados antes de serem colocados na água, nunca servem se não estiverem a 100%, pelo que o problema não era do mate-rial, seria antes meu! Foi a pensar nisto que todo o dia se passou, e parte da noite, pois só à 1:45h houve novo arranque. Desta vez estava a pensar em não forçar muito, ela

começou a ceder, sentia as ervas a soltar-se, até que a ponteira da Chub Outkast aliviou de repente! Mais uma a ir-se embora! Sentia-me como num jogo de futebol, cheio de ataques de fazer prender a respiração, e só bolas no poste e na trave! Restava esperar pela próxi-ma jogada...

Não demorou muito até à próxima jogada. O anzol que tinha a Tiger e o milho plástico como isco acabava de ferrar mais uma! Tal como as anteriores também esta se meteu nas ervas, mas desta vez não puxei, meti-me no barco e fui ao encontro dela. Em pouco tempo percorri os sessenta metros que me separavam dela. De vez em quando sentia-a dar um puxão! Com o fio na vertical, comecei a puxar devagar, abri um pouco o carreto, mas a erva que a envolvia impedia-a de nadar. Fiquei feliz por dois motivos, depois de tantas perdidas, finalmente tinha-lhe apanhado o jeito, e era a maior captura que tinha feito ali! Não era nenhum monstro, mas atendendo que se tratava de um local tão difícil, já era muito bom, basta comparar com todas as sessões anteriores!

Isto de tirar fotografias sozinho é sempre complicado, mas lá se arranjou! Devolução feita e montagem de novo no sítio. Pouco antes de amanhecer o mesmo alarme volta a dar sinal, de novo usei a mesma técnica, só que em vez de erva, esta trazia um enorme tronco... Com algum esforço consegui soltar a carpa, acabando por a devolver à água ali mesmo. Devia rondar os 4kg. Arrastei como pude o tronco para fora do pesqueiro e voltei a colocar a montagem.

Estas duas capturas deram-me uma vontade enorme de ficar mais uma noite, poderia vir aí uma boa surpresa! Comida não

faltava, vontade também não, assim decidi!

Todo o dia foi passada na mais profunda calmaria, que aproveitei para descansar bastante, tinha a esperança que a noite fosse agitada!

Ao entardecer reposicionei todas as mon-tagens, e confirmei que o peixe apenas entra-va a comer de noite, pois a engodagem dessa manhã ainda lá estava. Jantei e deitei-me à espera...

A espera foi longa, só à 1:30h voltei a ouvir um alarme, o que tinha a montagem com a Tiger e milho, outra vez a mesma, o que me fez pensar que talvez tivesse sido melhor opção colocar todas com estes iscos, mas como na primeira noite todos tinham dado arranque, tinha decidido arriscar. Rapida-mente entrei no barco e fui mais uma vez ao encontro dela, mas desta vez era diferente, não sentia nenhum puxão, o que era mau

sinal. Quando o fio ficou na vertical começou a subir na água um pequeno pau, ou melhor, pareceu-me um pequeno pau, na realidade era a ponta de uma árvore que teria mais de cinco metros de comprido. Quando comecei a puxar por ela reparei em duas coisas, a carpa tinha-se soltado, deixando a montagem presa a um dos galhos, e que aqueles galhos pertenciam ao tronco que mais cedo tinha desviado, ou que pensava que o tinha feito. Durante mais de quarenta minutos travei uma grande batalha, com duas pessoas no barco teria sido fácil, mas sozinho foi bastante com-plicado. Ainda assim consegui retirar a árvore morta para fora da passagem da linha. Poderia vir a ter problemas mas pelo menos a linha não iria atravessá-la.

Provavelmente com todo este barulho teria arruinado as hipóteses de fazer nova captura, mas não tive escolha. Pouco depois voltei a colocar a montagem no devido lugar, consegui ver que ficou perfeita, e espalhei

dois punhados de boilies esmagados. Por esta altura já me tinham acabado as sementes. Pouco depois voltei à Bedchair, além de estar de mau humor tinha perdido o sono! Mas este acabaria por chegar, e iria ser interrompido madrugada alta, de novo o mesmo alarme, de novo o mesmo isco! Mal a senti ferrada dirigi-me ao barco, mas ela começou a ceder, acabando por sair das ervas. Comecei a recolher linha e já bem perto do camaroeiro, sem nada o fazer prever, soltou-se!

Decidi jogar uma última cartada, uma vez que o isco a produzir arranque durante dois dias foi sempre o mesmo, decidi colocar todas as montagens iguais. Aumentaria a hipóteses de novos arranques! Parecia a melhor maneira de conseguir nova captura, ainda assim os alarmes não voltaram a dar sinal ate à hora de arrumar tudo.

Vim embora satisfeito, mas com um desejo enorme de testar lá certas teorias, por exemplo se o local onde estava a pescar iria produzir peixe mesmo sem pré-engodagem, pois trata-se de uma rota natural delas. Em quatro dias vi também atividade sobre um local mais afastado, que provavelmente será o local mais limpo da zona, com muita areia, sem obstáculos e que poderá originar boas capturas, pois havia movimentação de forma ritmada por lá. Não foram poucas as vezes que me senti tentado a colocar lá uma cana. Talvez para a próxima…

Mas estas teorias ainda vão levar algum tempo a ser testadas, pois não tenho a menor ideia de quando poderei lá voltar!

Orlando Loureiro

12

Page 13: Digital Carp Magazine #03

Sempre que escrevo algo sobre uma massa de água faço-o com paixão. É assim que eu sou, ou gosto muito ou não gosto nada! O Douro em geral é um desses casos de paixão extrema. Ainda há dias um dos amigos da página do Facebook me disse que pensava que eu morava no Porto, pois eu só pescava no Douro! Bem, na realidade não pesco só no Douro, mas a maioria das vezes sim. De qualquer forma, o Douro não é só Porto, vem de Espanha e atravessa toda a região norte do país, o que dá 213km de pesqueiros em território nacional. Se multiplicarmos por duas margens temos uma infinidade de opções à escolha.

Depois há ainda uma enorme quantidade de afluentes com várias centenas de metros junto à foz, o que acaba por fazer desta massa de água uma das que maiores e melhores oportunidades nos oferece para capturarmos um recorde. O meu recorde nacional foi captur-ado precisamente em maio último numa destas barragens, uma carpa comum com 16,780kg.

Há várias imagens com carpas acima de 20kg, infelizmente todas capturadas por pescadores ocasionais e mortas. Quem conhece um pouco o Douro não se admira com estes pesos. As barragens começaram a ser construídas na década de sessenta e a comida natural abunda, seja pela existência de lagos-tim, mexilhão do rio ou pelos milhares de árvores que largam os seus frutos mesmo nos locais onde as nossas amigas mais gostam de se alimentar. É comum ver, por exemplo, os pescadores locais a tentar apanhá-las debaixo de uma figueira.

O Douro é tão vasto que poderíamos escrever centenas de páginas só a descrever as suas paisagens magníficas, e ainda assim seria impossível retratar aqui a beleza das suas vinhas ou campos de amendoeiras em flor. Sendo assim vamos focar-nos apenas num

local em particular no concelho de Vila Nova de Foz Côa, a aldeia de Arnozelo.

Ao fundo desta pequena aldeia o rio Douro faz um enorme recanto, entalado entre dois montes, tornando esta secção do rio uma calma massa de água, nunca afetada por correntes e também muito protegida dos ventos frios. Por tudo isto, este local pode ser uma excelente opção para pescar de inverno, quando as fortes correntes arrastam tudo à sua passagem.

Todas as sessões anteriores ali tinham dado em grade. Sabendo de antemão da dificuldade do pesqueiro, desta vez teria que fazer as coisas perfeitas. Comecei pelo que deveria ter feito na primeira sessão, sondar!

Aproveitei um dia de folga para isso

mesmo. Barco, sonda e varas para bater o fundo. No carro comigo iam ainda 4kg de boilies e 20kg de sementes. A profundidade não foi surpresa, eu já sabia que pouco passar-ia dos 7m. O que me surpreendeu foi o fundo, altamente irregular e cheio de erva. O meio da massa de água do recanto era coberto com uma grande camada de lodo. Depois de muito procurar, gastando nisso toda a manhã, escolhi quatro sítios com fundo arenoso, três deles na margem oposta, outro junto de uma árvore praticamente submersa perto da margem onde iria montar o material, mas ainda assim a uns bons cinquenta metros de distância, na diago-nal.

Dividi as sementes e boilies pelos locais, e no dia seguinte coloquei mais um kg destes em cada sítio. Dois dias depois voltei a engodar, desta vez além dos boilies, voltei a usar sementes. No dia seguinte iria pescar...

Durante a viagem não me saiam da cabeça os locais onde iria colocar as montagens, na margem oposta e num espaço com talvez dois metros quadrados, um era ainda mais pequeno, onde as ervas cresciam de forma a

quase rodear o espaço arenoso. Apenas havia, criada por mim, uma pequena abertura para passar a linha. Eu sabia que todos os arranques iriam ser em drop back, ou na lateral para o meio das ervas, tornando a captura neste caso bastante difícil. Ainda assim podia contar com a ajuda do barco!

Quando cheguei, com todo o material montado e pronto a pescar, levei as montagens aos sítios escolhidos. Uma bela surpresa me aguardava, toda a engodagem do dia anterior estava limpa, não se via o mais pequeno sinal de sementes ou boilies. Num dos pesqueiros estava ainda uma carpa que teria entre 5 a7kg, difícil de calcular com exatidão porque poucos momentos se deixou mostrar, que embora devagar quando me viu tratou de ir embora. Eram quase 15h quando acabei de colocar as canas.

Tinha levado comida para fazer refeições quentes, não seria por estar sozinho que me iria deixar vencer pela preguiça, pensei eu! Como sempre nestes casos, a primeira refeição é feita com o que será mais fácil estragar-se, pelo que seria arroz de feijão com picanha grelhada. Com o azeite dentro de tacho e a partir a cebola, reparei num pequeno detalhe, não tinha isqueiro para acender o fogão! Lógico seria pensar no isqueiro do carro, e pensei que se fumasse já tinha comprado a peça que queimou e deixou de funcionar. Como não fumo, e como o isqueiro carrega qualquer aparelho nunca vi necessidade para tal! Telefonei a um cliente daquela zona, que por sorte me levou lá um, ficando ainda para ajudar ao almoço, lanche para ele!

A primeira captura acabaria por chegar pouco antes de anoitecer, uma pequena carpa a rondar os 3kg. O meu receio sobre a erva não se mostrou com fundamento, pois ela saiu direta para o meio do rio, de qualquer forma como era pequena, foi muito fácil de controlar. Nada fáceis seriam as duas seguintes, uma

meteu-se no meio da erva que tanto me preocupava, a outra, quando pensava que já a tinha controlado, prendeu-se num obstáculo no meio do rio. Ainda lá fui de barco mas apenas me restou rebentar a linha.

Entretanto começou a chover, eu tinha as canas todas fora, era complicado lançar, pois iria ficar de certeza no meio da erva. Já era noite e o céu estava tão carregado de nuvens que não havia ponta de claridade. Pedi ao Paulo que me informasse da meteorologia, através do il meteo, e a previsão era para que a chuva passasse por volta da 1h da manhã, pelo que decidi deitar-me um pouco e descansar.

Quando acordei a claridade era tanta que pensei que estava a amanhecer, mas eram apenas 2:30h! Rapidamente coloquei as montagens nos respetivos locais e não demorou muito para que a primeira desse sinal. Infelizmente também se iria soltar no meio das ervas. De repente outro arranque, que teve sorte idêntica ao anterior! Já tinha adormecido quando novo grito do delkim me faz levantar de sobressalto. Desta vez conse-gui levá-la ao tapete, mas o sono era tanto que nem a fotografei. Mais tarde pensei que tinha sido uma grande burrice, tinha quase 5kg e era a maior que tinha ali tirado!

Até às 8h da manhã ainda perdi mais duas. Estava-me a escapar a melhor forma de as sacar das ervas. Todos os anzóis eram confirmados antes de serem colocados na água, nunca servem se não estiverem a 100%, pelo que o problema não era do mate-rial, seria antes meu! Foi a pensar nisto que todo o dia se passou, e parte da noite, pois só à 1:45h houve novo arranque. Desta vez estava a pensar em não forçar muito, ela

começou a ceder, sentia as ervas a soltar-se, até que a ponteira da Chub Outkast aliviou de repente! Mais uma a ir-se embora! Sentia-me como num jogo de futebol, cheio de ataques de fazer prender a respiração, e só bolas no poste e na trave! Restava esperar pela próxi-ma jogada...

Não demorou muito até à próxima jogada. O anzol que tinha a Tiger e o milho plástico como isco acabava de ferrar mais uma! Tal como as anteriores também esta se meteu nas ervas, mas desta vez não puxei, meti-me no barco e fui ao encontro dela. Em pouco tempo percorri os sessenta metros que me separavam dela. De vez em quando sentia-a dar um puxão! Com o fio na vertical, comecei a puxar devagar, abri um pouco o carreto, mas a erva que a envolvia impedia-a de nadar. Fiquei feliz por dois motivos, depois de tantas perdidas, finalmente tinha-lhe apanhado o jeito, e era a maior captura que tinha feito ali! Não era nenhum monstro, mas atendendo que se tratava de um local tão difícil, já era muito bom, basta comparar com todas as sessões anteriores!

Isto de tirar fotografias sozinho é sempre complicado, mas lá se arranjou! Devolução feita e montagem de novo no sítio. Pouco antes de amanhecer o mesmo alarme volta a dar sinal, de novo usei a mesma técnica, só que em vez de erva, esta trazia um enorme tronco... Com algum esforço consegui soltar a carpa, acabando por a devolver à água ali mesmo. Devia rondar os 4kg. Arrastei como pude o tronco para fora do pesqueiro e voltei a colocar a montagem.

Estas duas capturas deram-me uma vontade enorme de ficar mais uma noite, poderia vir aí uma boa surpresa! Comida não

faltava, vontade também não, assim decidi!

Todo o dia foi passada na mais profunda calmaria, que aproveitei para descansar bastante, tinha a esperança que a noite fosse agitada!

Ao entardecer reposicionei todas as mon-tagens, e confirmei que o peixe apenas entra-va a comer de noite, pois a engodagem dessa manhã ainda lá estava. Jantei e deitei-me à espera...

A espera foi longa, só à 1:30h voltei a ouvir um alarme, o que tinha a montagem com a Tiger e milho, outra vez a mesma, o que me fez pensar que talvez tivesse sido melhor opção colocar todas com estes iscos, mas como na primeira noite todos tinham dado arranque, tinha decidido arriscar. Rapida-mente entrei no barco e fui mais uma vez ao encontro dela, mas desta vez era diferente, não sentia nenhum puxão, o que era mau

sinal. Quando o fio ficou na vertical começou a subir na água um pequeno pau, ou melhor, pareceu-me um pequeno pau, na realidade era a ponta de uma árvore que teria mais de cinco metros de comprido. Quando comecei a puxar por ela reparei em duas coisas, a carpa tinha-se soltado, deixando a montagem presa a um dos galhos, e que aqueles galhos pertenciam ao tronco que mais cedo tinha desviado, ou que pensava que o tinha feito. Durante mais de quarenta minutos travei uma grande batalha, com duas pessoas no barco teria sido fácil, mas sozinho foi bastante com-plicado. Ainda assim consegui retirar a árvore morta para fora da passagem da linha. Poderia vir a ter problemas mas pelo menos a linha não iria atravessá-la.

Provavelmente com todo este barulho teria arruinado as hipóteses de fazer nova captura, mas não tive escolha. Pouco depois voltei a colocar a montagem no devido lugar, consegui ver que ficou perfeita, e espalhei

dois punhados de boilies esmagados. Por esta altura já me tinham acabado as sementes. Pouco depois voltei à Bedchair, além de estar de mau humor tinha perdido o sono! Mas este acabaria por chegar, e iria ser interrompido madrugada alta, de novo o mesmo alarme, de novo o mesmo isco! Mal a senti ferrada dirigi-me ao barco, mas ela começou a ceder, acabando por sair das ervas. Comecei a recolher linha e já bem perto do camaroeiro, sem nada o fazer prever, soltou-se!

Decidi jogar uma última cartada, uma vez que o isco a produzir arranque durante dois dias foi sempre o mesmo, decidi colocar todas as montagens iguais. Aumentaria a hipóteses de novos arranques! Parecia a melhor maneira de conseguir nova captura, ainda assim os alarmes não voltaram a dar sinal ate à hora de arrumar tudo.

Vim embora satisfeito, mas com um desejo enorme de testar lá certas teorias, por exemplo se o local onde estava a pescar iria produzir peixe mesmo sem pré-engodagem, pois trata-se de uma rota natural delas. Em quatro dias vi também atividade sobre um local mais afastado, que provavelmente será o local mais limpo da zona, com muita areia, sem obstáculos e que poderá originar boas capturas, pois havia movimentação de forma ritmada por lá. Não foram poucas as vezes que me senti tentado a colocar lá uma cana. Talvez para a próxima…

Mas estas teorias ainda vão levar algum tempo a ser testadas, pois não tenho a menor ideia de quando poderei lá voltar!

Orlando Loureiro

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Page 14: Digital Carp Magazine #03

PVAQuase sempre uso um pequeno pva junto com a montagem. Tem duas finalidades: primeiro, vai deixar um pedaço de engodo junto do nosso isco; segundo, vai proteger o anzol servindo como anti enleio e mesmo quando bate no fundo podia bater com o bico em alguma pedra, arruinan-do-o.

Depois de amarrar com um nó o pva não se deve cortar logo, deve sim dar-se mais um nó afastado do primeiro, cortando-se então entre os dois. Isto vai fazer com que o pva fique pronto para a próx-ima utilização.

No caso de se ter colocado a massa de tungstênio na linha, não será possível passar a linha por dentro do pva, pelo que se espeta o anzol numa ponta e a linha na outra ponta, ficando assim a massa livre no exterior do pva.

Sempre que escrevo algo sobre uma massa de água faço-o com paixão. É assim que eu sou, ou gosto muito ou não gosto nada! O Douro em geral é um desses casos de paixão extrema. Ainda há dias um dos amigos da página do Facebook me disse que pensava que eu morava no Porto, pois eu só pescava no Douro! Bem, na realidade não pesco só no Douro, mas a maioria das vezes sim. De qualquer forma, o Douro não é só Porto, vem de Espanha e atravessa toda a região norte do país, o que dá 213km de pesqueiros em território nacional. Se multiplicarmos por duas margens temos uma infinidade de opções à escolha.

Depois há ainda uma enorme quantidade de afluentes com várias centenas de metros junto à foz, o que acaba por fazer desta massa de água uma das que maiores e melhores oportunidades nos oferece para capturarmos um recorde. O meu recorde nacional foi captur-ado precisamente em maio último numa destas barragens, uma carpa comum com 16,780kg.

Há várias imagens com carpas acima de 20kg, infelizmente todas capturadas por pescadores ocasionais e mortas. Quem conhece um pouco o Douro não se admira com estes pesos. As barragens começaram a ser construídas na década de sessenta e a comida natural abunda, seja pela existência de lagos-tim, mexilhão do rio ou pelos milhares de árvores que largam os seus frutos mesmo nos locais onde as nossas amigas mais gostam de se alimentar. É comum ver, por exemplo, os pescadores locais a tentar apanhá-las debaixo de uma figueira.

O Douro é tão vasto que poderíamos escrever centenas de páginas só a descrever as suas paisagens magníficas, e ainda assim seria impossível retratar aqui a beleza das suas vinhas ou campos de amendoeiras em flor. Sendo assim vamos focar-nos apenas num

local em particular no concelho de Vila Nova de Foz Côa, a aldeia de Arnozelo.

Ao fundo desta pequena aldeia o rio Douro faz um enorme recanto, entalado entre dois montes, tornando esta secção do rio uma calma massa de água, nunca afetada por correntes e também muito protegida dos ventos frios. Por tudo isto, este local pode ser uma excelente opção para pescar de inverno, quando as fortes correntes arrastam tudo à sua passagem.

Todas as sessões anteriores ali tinham dado em grade. Sabendo de antemão da dificuldade do pesqueiro, desta vez teria que fazer as coisas perfeitas. Comecei pelo que deveria ter feito na primeira sessão, sondar!

Aproveitei um dia de folga para isso

mesmo. Barco, sonda e varas para bater o fundo. No carro comigo iam ainda 4kg de boilies e 20kg de sementes. A profundidade não foi surpresa, eu já sabia que pouco passar-ia dos 7m. O que me surpreendeu foi o fundo, altamente irregular e cheio de erva. O meio da massa de água do recanto era coberto com uma grande camada de lodo. Depois de muito procurar, gastando nisso toda a manhã, escolhi quatro sítios com fundo arenoso, três deles na margem oposta, outro junto de uma árvore praticamente submersa perto da margem onde iria montar o material, mas ainda assim a uns bons cinquenta metros de distância, na diago-nal.

Dividi as sementes e boilies pelos locais, e no dia seguinte coloquei mais um kg destes em cada sítio. Dois dias depois voltei a engodar, desta vez além dos boilies, voltei a usar sementes. No dia seguinte iria pescar...

Durante a viagem não me saiam da cabeça os locais onde iria colocar as montagens, na margem oposta e num espaço com talvez dois metros quadrados, um era ainda mais pequeno, onde as ervas cresciam de forma a

quase rodear o espaço arenoso. Apenas havia, criada por mim, uma pequena abertura para passar a linha. Eu sabia que todos os arranques iriam ser em drop back, ou na lateral para o meio das ervas, tornando a captura neste caso bastante difícil. Ainda assim podia contar com a ajuda do barco!

Quando cheguei, com todo o material montado e pronto a pescar, levei as montagens aos sítios escolhidos. Uma bela surpresa me aguardava, toda a engodagem do dia anterior estava limpa, não se via o mais pequeno sinal de sementes ou boilies. Num dos pesqueiros estava ainda uma carpa que teria entre 5 a7kg, difícil de calcular com exatidão porque poucos momentos se deixou mostrar, que embora devagar quando me viu tratou de ir embora. Eram quase 15h quando acabei de colocar as canas.

Tinha levado comida para fazer refeições quentes, não seria por estar sozinho que me iria deixar vencer pela preguiça, pensei eu! Como sempre nestes casos, a primeira refeição é feita com o que será mais fácil estragar-se, pelo que seria arroz de feijão com picanha grelhada. Com o azeite dentro de tacho e a partir a cebola, reparei num pequeno detalhe, não tinha isqueiro para acender o fogão! Lógico seria pensar no isqueiro do carro, e pensei que se fumasse já tinha comprado a peça que queimou e deixou de funcionar. Como não fumo, e como o isqueiro carrega qualquer aparelho nunca vi necessidade para tal! Telefonei a um cliente daquela zona, que por sorte me levou lá um, ficando ainda para ajudar ao almoço, lanche para ele!

A primeira captura acabaria por chegar pouco antes de anoitecer, uma pequena carpa a rondar os 3kg. O meu receio sobre a erva não se mostrou com fundamento, pois ela saiu direta para o meio do rio, de qualquer forma como era pequena, foi muito fácil de controlar. Nada fáceis seriam as duas seguintes, uma

meteu-se no meio da erva que tanto me preocupava, a outra, quando pensava que já a tinha controlado, prendeu-se num obstáculo no meio do rio. Ainda lá fui de barco mas apenas me restou rebentar a linha.

Entretanto começou a chover, eu tinha as canas todas fora, era complicado lançar, pois iria ficar de certeza no meio da erva. Já era noite e o céu estava tão carregado de nuvens que não havia ponta de claridade. Pedi ao Paulo que me informasse da meteorologia, através do il meteo, e a previsão era para que a chuva passasse por volta da 1h da manhã, pelo que decidi deitar-me um pouco e descansar.

Quando acordei a claridade era tanta que pensei que estava a amanhecer, mas eram apenas 2:30h! Rapidamente coloquei as montagens nos respetivos locais e não demorou muito para que a primeira desse sinal. Infelizmente também se iria soltar no meio das ervas. De repente outro arranque, que teve sorte idêntica ao anterior! Já tinha adormecido quando novo grito do delkim me faz levantar de sobressalto. Desta vez conse-gui levá-la ao tapete, mas o sono era tanto que nem a fotografei. Mais tarde pensei que tinha sido uma grande burrice, tinha quase 5kg e era a maior que tinha ali tirado!

Até às 8h da manhã ainda perdi mais duas. Estava-me a escapar a melhor forma de as sacar das ervas. Todos os anzóis eram confirmados antes de serem colocados na água, nunca servem se não estiverem a 100%, pelo que o problema não era do mate-rial, seria antes meu! Foi a pensar nisto que todo o dia se passou, e parte da noite, pois só à 1:45h houve novo arranque. Desta vez estava a pensar em não forçar muito, ela

começou a ceder, sentia as ervas a soltar-se, até que a ponteira da Chub Outkast aliviou de repente! Mais uma a ir-se embora! Sentia-me como num jogo de futebol, cheio de ataques de fazer prender a respiração, e só bolas no poste e na trave! Restava esperar pela próxi-ma jogada...

Não demorou muito até à próxima jogada. O anzol que tinha a Tiger e o milho plástico como isco acabava de ferrar mais uma! Tal como as anteriores também esta se meteu nas ervas, mas desta vez não puxei, meti-me no barco e fui ao encontro dela. Em pouco tempo percorri os sessenta metros que me separavam dela. De vez em quando sentia-a dar um puxão! Com o fio na vertical, comecei a puxar devagar, abri um pouco o carreto, mas a erva que a envolvia impedia-a de nadar. Fiquei feliz por dois motivos, depois de tantas perdidas, finalmente tinha-lhe apanhado o jeito, e era a maior captura que tinha feito ali! Não era nenhum monstro, mas atendendo que se tratava de um local tão difícil, já era muito bom, basta comparar com todas as sessões anteriores!

Isto de tirar fotografias sozinho é sempre complicado, mas lá se arranjou! Devolução feita e montagem de novo no sítio. Pouco antes de amanhecer o mesmo alarme volta a dar sinal, de novo usei a mesma técnica, só que em vez de erva, esta trazia um enorme tronco... Com algum esforço consegui soltar a carpa, acabando por a devolver à água ali mesmo. Devia rondar os 4kg. Arrastei como pude o tronco para fora do pesqueiro e voltei a colocar a montagem.

Estas duas capturas deram-me uma vontade enorme de ficar mais uma noite, poderia vir aí uma boa surpresa! Comida não

faltava, vontade também não, assim decidi!

Todo o dia foi passada na mais profunda calmaria, que aproveitei para descansar bastante, tinha a esperança que a noite fosse agitada!

Ao entardecer reposicionei todas as mon-tagens, e confirmei que o peixe apenas entra-va a comer de noite, pois a engodagem dessa manhã ainda lá estava. Jantei e deitei-me à espera...

A espera foi longa, só à 1:30h voltei a ouvir um alarme, o que tinha a montagem com a Tiger e milho, outra vez a mesma, o que me fez pensar que talvez tivesse sido melhor opção colocar todas com estes iscos, mas como na primeira noite todos tinham dado arranque, tinha decidido arriscar. Rapida-mente entrei no barco e fui mais uma vez ao encontro dela, mas desta vez era diferente, não sentia nenhum puxão, o que era mau

sinal. Quando o fio ficou na vertical começou a subir na água um pequeno pau, ou melhor, pareceu-me um pequeno pau, na realidade era a ponta de uma árvore que teria mais de cinco metros de comprido. Quando comecei a puxar por ela reparei em duas coisas, a carpa tinha-se soltado, deixando a montagem presa a um dos galhos, e que aqueles galhos pertenciam ao tronco que mais cedo tinha desviado, ou que pensava que o tinha feito. Durante mais de quarenta minutos travei uma grande batalha, com duas pessoas no barco teria sido fácil, mas sozinho foi bastante com-plicado. Ainda assim consegui retirar a árvore morta para fora da passagem da linha. Poderia vir a ter problemas mas pelo menos a linha não iria atravessá-la.

Provavelmente com todo este barulho teria arruinado as hipóteses de fazer nova captura, mas não tive escolha. Pouco depois voltei a colocar a montagem no devido lugar, consegui ver que ficou perfeita, e espalhei

dois punhados de boilies esmagados. Por esta altura já me tinham acabado as sementes. Pouco depois voltei à Bedchair, além de estar de mau humor tinha perdido o sono! Mas este acabaria por chegar, e iria ser interrompido madrugada alta, de novo o mesmo alarme, de novo o mesmo isco! Mal a senti ferrada dirigi-me ao barco, mas ela começou a ceder, acabando por sair das ervas. Comecei a recolher linha e já bem perto do camaroeiro, sem nada o fazer prever, soltou-se!

Decidi jogar uma última cartada, uma vez que o isco a produzir arranque durante dois dias foi sempre o mesmo, decidi colocar todas as montagens iguais. Aumentaria a hipóteses de novos arranques! Parecia a melhor maneira de conseguir nova captura, ainda assim os alarmes não voltaram a dar sinal ate à hora de arrumar tudo.

Vim embora satisfeito, mas com um desejo enorme de testar lá certas teorias, por exemplo se o local onde estava a pescar iria produzir peixe mesmo sem pré-engodagem, pois trata-se de uma rota natural delas. Em quatro dias vi também atividade sobre um local mais afastado, que provavelmente será o local mais limpo da zona, com muita areia, sem obstáculos e que poderá originar boas capturas, pois havia movimentação de forma ritmada por lá. Não foram poucas as vezes que me senti tentado a colocar lá uma cana. Talvez para a próxima…

Mas estas teorias ainda vão levar algum tempo a ser testadas, pois não tenho a menor ideia de quando poderei lá voltar!

Orlando Loureiro

ISQUEIRODizem que "quem tem amigos não morre na cadeia", assim foi com o isqueiro, bastou um telefonema e logo apareceu um. Mas também diz o povo que "não há fome que não dê em fartura". Isto pode provar-se facilmente pensando que num momento não tinha isqueiro, de repente passei a ter um deste tamanho! Palavra que não há trabalho de Photoshop na imagem! :)

ISCOSEsta montagem é sem dúvida a minha preferida, só a troco mesmo se as circunstâncias assim o exigirem. Pode ser feita com material de qualquer marca, aqui apenas menciono as marcas usadas por uma questão de ajudar alguém que não conheça o material apresentado.

StopperArgola, s para anzol nr 4, xs para anzol 6 ou 8 - KordaLinha, N-Trap Soft 20lb Gravell - KordaAnzol 4 ou 6 Kaptor Gravell - KordaHook Aligner - GardnerMassa de tungstênio Gravell - Korda

Começo por cortar um pedaço de N-Trap, conforme o isco que vá usar, retiro o pedaço necessário de revestimento para duas secções, uma mais rígida e uma mais mole, que irá fazer o cabelo no anzol e deixar deste para trás uns dois ou três centímetros. Isto fará com que o anzol tenha mais liberdade de movimentos. Em seguida faço a laçada. Há muita gente que usa um travão entre o anzol e o isco quando usam snowman ou dois iscos. Eu acho completamente desnecessário, para termos o isco mais junto ao anzol preso, basta que ao fazer a laçada, esta fique comprida o sufici-ente para ficar com o nó no meio deste isco. Isco colocado, mete-se a argola, o espaço entre esta e o isco vai ser o mesmo que do isco ao anzol depois de pronta a montagem. Depois é só introduz-ir o anzol e fazer o nó sem nó, como é chamada esta técnica. A seguir coloca-se o Hook Aligner (ou manga termo retrátil para quem preferir) e dá-se a laçada que irá amarrar a montagem ao destorcedor. Eu costumo ainda usar massa de tungstênio onde acaba o revestimento e começa a secção mole, além de manter a linha mais junto ao fundo, acaba ainda por ajudar na ferragem, uma vez que torna o olho do anzol mais pesado, tornando a montagem mais agressiva.

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Page 15: Digital Carp Magazine #03

PVAQuase sempre uso um pequeno pva junto com a montagem. Tem duas finalidades: primeiro, vai deixar um pedaço de engodo junto do nosso isco; segundo, vai proteger o anzol servindo como anti enleio e mesmo quando bate no fundo podia bater com o bico em alguma pedra, arruinan-do-o.

Depois de amarrar com um nó o pva não se deve cortar logo, deve sim dar-se mais um nó afastado do primeiro, cortando-se então entre os dois. Isto vai fazer com que o pva fique pronto para a próx-ima utilização.

No caso de se ter colocado a massa de tungstênio na linha, não será possível passar a linha por dentro do pva, pelo que se espeta o anzol numa ponta e a linha na outra ponta, ficando assim a massa livre no exterior do pva.

Sempre que escrevo algo sobre uma massa de água faço-o com paixão. É assim que eu sou, ou gosto muito ou não gosto nada! O Douro em geral é um desses casos de paixão extrema. Ainda há dias um dos amigos da página do Facebook me disse que pensava que eu morava no Porto, pois eu só pescava no Douro! Bem, na realidade não pesco só no Douro, mas a maioria das vezes sim. De qualquer forma, o Douro não é só Porto, vem de Espanha e atravessa toda a região norte do país, o que dá 213km de pesqueiros em território nacional. Se multiplicarmos por duas margens temos uma infinidade de opções à escolha.

Depois há ainda uma enorme quantidade de afluentes com várias centenas de metros junto à foz, o que acaba por fazer desta massa de água uma das que maiores e melhores oportunidades nos oferece para capturarmos um recorde. O meu recorde nacional foi captur-ado precisamente em maio último numa destas barragens, uma carpa comum com 16,780kg.

Há várias imagens com carpas acima de 20kg, infelizmente todas capturadas por pescadores ocasionais e mortas. Quem conhece um pouco o Douro não se admira com estes pesos. As barragens começaram a ser construídas na década de sessenta e a comida natural abunda, seja pela existência de lagos-tim, mexilhão do rio ou pelos milhares de árvores que largam os seus frutos mesmo nos locais onde as nossas amigas mais gostam de se alimentar. É comum ver, por exemplo, os pescadores locais a tentar apanhá-las debaixo de uma figueira.

O Douro é tão vasto que poderíamos escrever centenas de páginas só a descrever as suas paisagens magníficas, e ainda assim seria impossível retratar aqui a beleza das suas vinhas ou campos de amendoeiras em flor. Sendo assim vamos focar-nos apenas num

local em particular no concelho de Vila Nova de Foz Côa, a aldeia de Arnozelo.

Ao fundo desta pequena aldeia o rio Douro faz um enorme recanto, entalado entre dois montes, tornando esta secção do rio uma calma massa de água, nunca afetada por correntes e também muito protegida dos ventos frios. Por tudo isto, este local pode ser uma excelente opção para pescar de inverno, quando as fortes correntes arrastam tudo à sua passagem.

Todas as sessões anteriores ali tinham dado em grade. Sabendo de antemão da dificuldade do pesqueiro, desta vez teria que fazer as coisas perfeitas. Comecei pelo que deveria ter feito na primeira sessão, sondar!

Aproveitei um dia de folga para isso

mesmo. Barco, sonda e varas para bater o fundo. No carro comigo iam ainda 4kg de boilies e 20kg de sementes. A profundidade não foi surpresa, eu já sabia que pouco passar-ia dos 7m. O que me surpreendeu foi o fundo, altamente irregular e cheio de erva. O meio da massa de água do recanto era coberto com uma grande camada de lodo. Depois de muito procurar, gastando nisso toda a manhã, escolhi quatro sítios com fundo arenoso, três deles na margem oposta, outro junto de uma árvore praticamente submersa perto da margem onde iria montar o material, mas ainda assim a uns bons cinquenta metros de distância, na diago-nal.

Dividi as sementes e boilies pelos locais, e no dia seguinte coloquei mais um kg destes em cada sítio. Dois dias depois voltei a engodar, desta vez além dos boilies, voltei a usar sementes. No dia seguinte iria pescar...

Durante a viagem não me saiam da cabeça os locais onde iria colocar as montagens, na margem oposta e num espaço com talvez dois metros quadrados, um era ainda mais pequeno, onde as ervas cresciam de forma a

quase rodear o espaço arenoso. Apenas havia, criada por mim, uma pequena abertura para passar a linha. Eu sabia que todos os arranques iriam ser em drop back, ou na lateral para o meio das ervas, tornando a captura neste caso bastante difícil. Ainda assim podia contar com a ajuda do barco!

Quando cheguei, com todo o material montado e pronto a pescar, levei as montagens aos sítios escolhidos. Uma bela surpresa me aguardava, toda a engodagem do dia anterior estava limpa, não se via o mais pequeno sinal de sementes ou boilies. Num dos pesqueiros estava ainda uma carpa que teria entre 5 a7kg, difícil de calcular com exatidão porque poucos momentos se deixou mostrar, que embora devagar quando me viu tratou de ir embora. Eram quase 15h quando acabei de colocar as canas.

Tinha levado comida para fazer refeições quentes, não seria por estar sozinho que me iria deixar vencer pela preguiça, pensei eu! Como sempre nestes casos, a primeira refeição é feita com o que será mais fácil estragar-se, pelo que seria arroz de feijão com picanha grelhada. Com o azeite dentro de tacho e a partir a cebola, reparei num pequeno detalhe, não tinha isqueiro para acender o fogão! Lógico seria pensar no isqueiro do carro, e pensei que se fumasse já tinha comprado a peça que queimou e deixou de funcionar. Como não fumo, e como o isqueiro carrega qualquer aparelho nunca vi necessidade para tal! Telefonei a um cliente daquela zona, que por sorte me levou lá um, ficando ainda para ajudar ao almoço, lanche para ele!

A primeira captura acabaria por chegar pouco antes de anoitecer, uma pequena carpa a rondar os 3kg. O meu receio sobre a erva não se mostrou com fundamento, pois ela saiu direta para o meio do rio, de qualquer forma como era pequena, foi muito fácil de controlar. Nada fáceis seriam as duas seguintes, uma

meteu-se no meio da erva que tanto me preocupava, a outra, quando pensava que já a tinha controlado, prendeu-se num obstáculo no meio do rio. Ainda lá fui de barco mas apenas me restou rebentar a linha.

Entretanto começou a chover, eu tinha as canas todas fora, era complicado lançar, pois iria ficar de certeza no meio da erva. Já era noite e o céu estava tão carregado de nuvens que não havia ponta de claridade. Pedi ao Paulo que me informasse da meteorologia, através do il meteo, e a previsão era para que a chuva passasse por volta da 1h da manhã, pelo que decidi deitar-me um pouco e descansar.

Quando acordei a claridade era tanta que pensei que estava a amanhecer, mas eram apenas 2:30h! Rapidamente coloquei as montagens nos respetivos locais e não demorou muito para que a primeira desse sinal. Infelizmente também se iria soltar no meio das ervas. De repente outro arranque, que teve sorte idêntica ao anterior! Já tinha adormecido quando novo grito do delkim me faz levantar de sobressalto. Desta vez conse-gui levá-la ao tapete, mas o sono era tanto que nem a fotografei. Mais tarde pensei que tinha sido uma grande burrice, tinha quase 5kg e era a maior que tinha ali tirado!

Até às 8h da manhã ainda perdi mais duas. Estava-me a escapar a melhor forma de as sacar das ervas. Todos os anzóis eram confirmados antes de serem colocados na água, nunca servem se não estiverem a 100%, pelo que o problema não era do mate-rial, seria antes meu! Foi a pensar nisto que todo o dia se passou, e parte da noite, pois só à 1:45h houve novo arranque. Desta vez estava a pensar em não forçar muito, ela

começou a ceder, sentia as ervas a soltar-se, até que a ponteira da Chub Outkast aliviou de repente! Mais uma a ir-se embora! Sentia-me como num jogo de futebol, cheio de ataques de fazer prender a respiração, e só bolas no poste e na trave! Restava esperar pela próxi-ma jogada...

Não demorou muito até à próxima jogada. O anzol que tinha a Tiger e o milho plástico como isco acabava de ferrar mais uma! Tal como as anteriores também esta se meteu nas ervas, mas desta vez não puxei, meti-me no barco e fui ao encontro dela. Em pouco tempo percorri os sessenta metros que me separavam dela. De vez em quando sentia-a dar um puxão! Com o fio na vertical, comecei a puxar devagar, abri um pouco o carreto, mas a erva que a envolvia impedia-a de nadar. Fiquei feliz por dois motivos, depois de tantas perdidas, finalmente tinha-lhe apanhado o jeito, e era a maior captura que tinha feito ali! Não era nenhum monstro, mas atendendo que se tratava de um local tão difícil, já era muito bom, basta comparar com todas as sessões anteriores!

Isto de tirar fotografias sozinho é sempre complicado, mas lá se arranjou! Devolução feita e montagem de novo no sítio. Pouco antes de amanhecer o mesmo alarme volta a dar sinal, de novo usei a mesma técnica, só que em vez de erva, esta trazia um enorme tronco... Com algum esforço consegui soltar a carpa, acabando por a devolver à água ali mesmo. Devia rondar os 4kg. Arrastei como pude o tronco para fora do pesqueiro e voltei a colocar a montagem.

Estas duas capturas deram-me uma vontade enorme de ficar mais uma noite, poderia vir aí uma boa surpresa! Comida não

faltava, vontade também não, assim decidi!

Todo o dia foi passada na mais profunda calmaria, que aproveitei para descansar bastante, tinha a esperança que a noite fosse agitada!

Ao entardecer reposicionei todas as mon-tagens, e confirmei que o peixe apenas entra-va a comer de noite, pois a engodagem dessa manhã ainda lá estava. Jantei e deitei-me à espera...

A espera foi longa, só à 1:30h voltei a ouvir um alarme, o que tinha a montagem com a Tiger e milho, outra vez a mesma, o que me fez pensar que talvez tivesse sido melhor opção colocar todas com estes iscos, mas como na primeira noite todos tinham dado arranque, tinha decidido arriscar. Rapida-mente entrei no barco e fui mais uma vez ao encontro dela, mas desta vez era diferente, não sentia nenhum puxão, o que era mau

sinal. Quando o fio ficou na vertical começou a subir na água um pequeno pau, ou melhor, pareceu-me um pequeno pau, na realidade era a ponta de uma árvore que teria mais de cinco metros de comprido. Quando comecei a puxar por ela reparei em duas coisas, a carpa tinha-se soltado, deixando a montagem presa a um dos galhos, e que aqueles galhos pertenciam ao tronco que mais cedo tinha desviado, ou que pensava que o tinha feito. Durante mais de quarenta minutos travei uma grande batalha, com duas pessoas no barco teria sido fácil, mas sozinho foi bastante com-plicado. Ainda assim consegui retirar a árvore morta para fora da passagem da linha. Poderia vir a ter problemas mas pelo menos a linha não iria atravessá-la.

Provavelmente com todo este barulho teria arruinado as hipóteses de fazer nova captura, mas não tive escolha. Pouco depois voltei a colocar a montagem no devido lugar, consegui ver que ficou perfeita, e espalhei

dois punhados de boilies esmagados. Por esta altura já me tinham acabado as sementes. Pouco depois voltei à Bedchair, além de estar de mau humor tinha perdido o sono! Mas este acabaria por chegar, e iria ser interrompido madrugada alta, de novo o mesmo alarme, de novo o mesmo isco! Mal a senti ferrada dirigi-me ao barco, mas ela começou a ceder, acabando por sair das ervas. Comecei a recolher linha e já bem perto do camaroeiro, sem nada o fazer prever, soltou-se!

Decidi jogar uma última cartada, uma vez que o isco a produzir arranque durante dois dias foi sempre o mesmo, decidi colocar todas as montagens iguais. Aumentaria a hipóteses de novos arranques! Parecia a melhor maneira de conseguir nova captura, ainda assim os alarmes não voltaram a dar sinal ate à hora de arrumar tudo.

Vim embora satisfeito, mas com um desejo enorme de testar lá certas teorias, por exemplo se o local onde estava a pescar iria produzir peixe mesmo sem pré-engodagem, pois trata-se de uma rota natural delas. Em quatro dias vi também atividade sobre um local mais afastado, que provavelmente será o local mais limpo da zona, com muita areia, sem obstáculos e que poderá originar boas capturas, pois havia movimentação de forma ritmada por lá. Não foram poucas as vezes que me senti tentado a colocar lá uma cana. Talvez para a próxima…

Mas estas teorias ainda vão levar algum tempo a ser testadas, pois não tenho a menor ideia de quando poderei lá voltar!

Orlando Loureiro

ISQUEIRODizem que "quem tem amigos não morre na cadeia", assim foi com o isqueiro, bastou um telefonema e logo apareceu um. Mas também diz o povo que "não há fome que não dê em fartura". Isto pode provar-se facilmente pensando que num momento não tinha isqueiro, de repente passei a ter um deste tamanho! Palavra que não há trabalho de Photoshop na imagem! :)

ISCOSEsta montagem é sem dúvida a minha preferida, só a troco mesmo se as circunstâncias assim o exigirem. Pode ser feita com material de qualquer marca, aqui apenas menciono as marcas usadas por uma questão de ajudar alguém que não conheça o material apresentado.

StopperArgola, s para anzol nr 4, xs para anzol 6 ou 8 - KordaLinha, N-Trap Soft 20lb Gravell - KordaAnzol 4 ou 6 Kaptor Gravell - KordaHook Aligner - GardnerMassa de tungstênio Gravell - Korda

Começo por cortar um pedaço de N-Trap, conforme o isco que vá usar, retiro o pedaço necessário de revestimento para duas secções, uma mais rígida e uma mais mole, que irá fazer o cabelo no anzol e deixar deste para trás uns dois ou três centímetros. Isto fará com que o anzol tenha mais liberdade de movimentos. Em seguida faço a laçada. Há muita gente que usa um travão entre o anzol e o isco quando usam snowman ou dois iscos. Eu acho completamente desnecessário, para termos o isco mais junto ao anzol preso, basta que ao fazer a laçada, esta fique comprida o sufici-ente para ficar com o nó no meio deste isco. Isco colocado, mete-se a argola, o espaço entre esta e o isco vai ser o mesmo que do isco ao anzol depois de pronta a montagem. Depois é só introduz-ir o anzol e fazer o nó sem nó, como é chamada esta técnica. A seguir coloca-se o Hook Aligner (ou manga termo retrátil para quem preferir) e dá-se a laçada que irá amarrar a montagem ao destorcedor. Eu costumo ainda usar massa de tungstênio onde acaba o revestimento e começa a secção mole, além de manter a linha mais junto ao fundo, acaba ainda por ajudar na ferragem, uma vez que torna o olho do anzol mais pesado, tornando a montagem mais agressiva.

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NUNO MARQUES

DIOGO DURAIS

Temos tido alguma resistência dos pescadores por-

tugueses no envio de perguntas com dúvidas ou conce-

lhos que queiram ler. Entendemos que por se perguntar

e ouvir (ler) a opinião de outros pescadores não signifi-

ca que se seja um pescador inferior a um outro que não

pergunta nada. Pelo contrário, ao ouvir-se várias opini-

ões pode-se sempre analisar o melhor que cada uma

terá, tornando-se num melhor pescador. Pensar que se

sabe tudo é sinónimo de ter mente fechada, que nunca

aprenderá mais nada. Depois há ainda a possibilidade

de ao se fazer uma pergunta sobre um determinado

assunto, com as respostas apresentadas, provocar um

esclarecimento a outros pescadores.

Depois de tudo isto temos ainda uma resposta

premiada, tendo havido sempre um bom prémio. Nem

que seja só por isto, ou simplesmente para ajudar a

dinamizar a revista, enviem as vossas perguntas/duvi-

das para: [email protected]

Desta vez temos menos perguntas e mais respostas,

pois como sempre e em quase tudo, no Carp Fishing não

há verdades absolutas. Assim, quanto mais opiniões

ouvirmos melhor, é uma questão de “filtrar” a informa-

ção e aproveitar o melhor que se puder.

JENNY DE REE

SUSANA RIBEIRO

GARY CURRIN HUGO JANEIRO NUNO SILVA PAULO SANTOS

Jenny de ReeP: Para pescar no inverno, quando as águas estão mais frias, que tipo de boilies devemos usar, salga-dos/peixe ou doce e frutado? Convém também usar boilies de diâmetro mais pequeno do que no verão?

Hugo JaneiroPessoalmente prefiro boilies salgados/peixe, mas mais importante que o tipo de sabor, tenho a atenção de

utilizar boilies com uma base alcoólica pois permitem uma maior propagação do cheiro do boilie em águas muito frias.

Em relação ao diâmetro, não tenho especial atenção, pois considero que mais que o diâmetro dos boilies importa a quantidade dos mesmos que colocamos no spot. Em águas muito frias, pouca comida e concentrada.

Paulo SantosEsta é daquelas situações em que muito conta a mentalidade de cada pescador. Dizem as mentes mais antigas

que para se tirar os maiores exemplares nas alturas frias, se deverá utilizar boilies salgados. Em certa parte é real, pois os boilies doces com mais facilidade atraem exemplares mais pequenos, mas aliado às condições em questão, pescar com um boilie doce poderá fazer a diferença.

Por exemplo, em lagos mais pressionados, onde os pescadores saibam que por norma os boilies de peixe ou salgado irão trazer maiores exemplares e insistam neles, as nossas amigas por uma questão de insistência desses boilies, sabem o que devem evitar.

Em casos de locais menos pressionados ou em que raramente tenham visto boilies, um boilie doce pode fazer sempre toda a diferença. Não é por acaso que boilies de cores fluorescentes hoje em dia aparecem em força e que fazem grandes diferenças na jornada de um pescador. Este é o meu ponto de vista, mas nada como experimentar e tentar. Analisando os resultados, cada um poderá tirar as suas conclusões. Mas em tempo frio utilizo muito boilies doces.

Em relação ao diâmetro, já não levo tanto em conta, outros fatores farão mais diferença.

Nuno SilvaHá quem diga que no Inverno se devem usar boilies doces e no Verão boilies salgados.Na minha opinião, a resposta para esta questão não está no tipo ou tamanho dos boilies a usar mas sim nas

quantidades porque como acho que é do conhecimento geral, durante os meses mais frios o metabolismo das Carpas baixa de forma muito significativa ao ponto destas praticamente deixarem de comer.

Mas este fato não ocorre com a mesma intensidade em todos os locais, isto porque simplesmente nas diver-sas regiões as temperaturas mínimas variam, o que acaba por ter um impacto diferente na temperatura das águas.

Falando por experiencia própria e pegando por exemplo na Lagoa de Mira, ali durante algum tempo, nos meses de Inverno foram usados quase exclusivamente boilies de banana de 18/20mm e em poucas quantidades pois era com estes que se obtinha melhores resultados quando comparados com boilies da mesma marca com aromas de peixe.

Gary CurrinTendencialmente uso boilies salgados à base de farinhas de peixe nos meses frios. Acredito que os peixes

precisam desse tipo de nutrição nesta fase do ano. Não faço contudo disto uma regra, até porque uso pouco boilies no inverno. Nos meses frios uso mais sementes. Na verdade uso-as a maior parte das vezes.

Relativamente ao tamanho acredito que na verdade não faz grande diferença. Se o peixe tiver fome, o que acontece 9 em cada 10 vezes em Portugal, ele vai avançar para o isco. Se determinado pesqueiro for consistente-mente engodado com boilies o peixe acaba por aderir.

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NUNO MARQUES

DIOGO DURAIS

Temos tido alguma resistência dos pescadores por-

tugueses no envio de perguntas com dúvidas ou conce-

lhos que queiram ler. Entendemos que por se perguntar

e ouvir (ler) a opinião de outros pescadores não signifi-

ca que se seja um pescador inferior a um outro que não

pergunta nada. Pelo contrário, ao ouvir-se várias opini-

ões pode-se sempre analisar o melhor que cada uma

terá, tornando-se num melhor pescador. Pensar que se

sabe tudo é sinónimo de ter mente fechada, que nunca

aprenderá mais nada. Depois há ainda a possibilidade

de ao se fazer uma pergunta sobre um determinado

assunto, com as respostas apresentadas, provocar um

esclarecimento a outros pescadores.

Depois de tudo isto temos ainda uma resposta

premiada, tendo havido sempre um bom prémio. Nem

que seja só por isto, ou simplesmente para ajudar a

dinamizar a revista, enviem as vossas perguntas/duvi-

das para: [email protected]

Desta vez temos menos perguntas e mais respostas,

pois como sempre e em quase tudo, no Carp Fishing não

há verdades absolutas. Assim, quanto mais opiniões

ouvirmos melhor, é uma questão de “filtrar” a informa-

ção e aproveitar o melhor que se puder.

JENNY DE REE

SUSANA RIBEIRO

GARY CURRIN HUGO JANEIRO NUNO SILVA PAULO SANTOS

Jenny de ReeP: Para pescar no inverno, quando as águas estão mais frias, que tipo de boilies devemos usar, salga-dos/peixe ou doce e frutado? Convém também usar boilies de diâmetro mais pequeno do que no verão?

Hugo JaneiroPessoalmente prefiro boilies salgados/peixe, mas mais importante que o tipo de sabor, tenho a atenção de

utilizar boilies com uma base alcoólica pois permitem uma maior propagação do cheiro do boilie em águas muito frias.

Em relação ao diâmetro, não tenho especial atenção, pois considero que mais que o diâmetro dos boilies importa a quantidade dos mesmos que colocamos no spot. Em águas muito frias, pouca comida e concentrada.

Paulo SantosEsta é daquelas situações em que muito conta a mentalidade de cada pescador. Dizem as mentes mais antigas

que para se tirar os maiores exemplares nas alturas frias, se deverá utilizar boilies salgados. Em certa parte é real, pois os boilies doces com mais facilidade atraem exemplares mais pequenos, mas aliado às condições em questão, pescar com um boilie doce poderá fazer a diferença.

Por exemplo, em lagos mais pressionados, onde os pescadores saibam que por norma os boilies de peixe ou salgado irão trazer maiores exemplares e insistam neles, as nossas amigas por uma questão de insistência desses boilies, sabem o que devem evitar.

Em casos de locais menos pressionados ou em que raramente tenham visto boilies, um boilie doce pode fazer sempre toda a diferença. Não é por acaso que boilies de cores fluorescentes hoje em dia aparecem em força e que fazem grandes diferenças na jornada de um pescador. Este é o meu ponto de vista, mas nada como experimentar e tentar. Analisando os resultados, cada um poderá tirar as suas conclusões. Mas em tempo frio utilizo muito boilies doces.

Em relação ao diâmetro, já não levo tanto em conta, outros fatores farão mais diferença.

Nuno SilvaHá quem diga que no Inverno se devem usar boilies doces e no Verão boilies salgados.Na minha opinião, a resposta para esta questão não está no tipo ou tamanho dos boilies a usar mas sim nas

quantidades porque como acho que é do conhecimento geral, durante os meses mais frios o metabolismo das Carpas baixa de forma muito significativa ao ponto destas praticamente deixarem de comer.

Mas este fato não ocorre com a mesma intensidade em todos os locais, isto porque simplesmente nas diver-sas regiões as temperaturas mínimas variam, o que acaba por ter um impacto diferente na temperatura das águas.

Falando por experiencia própria e pegando por exemplo na Lagoa de Mira, ali durante algum tempo, nos meses de Inverno foram usados quase exclusivamente boilies de banana de 18/20mm e em poucas quantidades pois era com estes que se obtinha melhores resultados quando comparados com boilies da mesma marca com aromas de peixe.

Gary CurrinTendencialmente uso boilies salgados à base de farinhas de peixe nos meses frios. Acredito que os peixes

precisam desse tipo de nutrição nesta fase do ano. Não faço contudo disto uma regra, até porque uso pouco boilies no inverno. Nos meses frios uso mais sementes. Na verdade uso-as a maior parte das vezes.

Relativamente ao tamanho acredito que na verdade não faz grande diferença. Se o peixe tiver fome, o que acontece 9 em cada 10 vezes em Portugal, ele vai avançar para o isco. Se determinado pesqueiro for consistente-mente engodado com boilies o peixe acaba por aderir.

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Susana RibeiroP: Qual o procedimento correto ao lidar com as Carpas, desde a ferragem até à devolução à água? Os pontos que gostaria de ver abordados; a luta, entrada no camaroeiro, tratamento com desinfetante e quando é necessário, pesagem, fotografia e devolução?

Gary Currin

Uma das coisas fundamentais no Carp Fishing é o cuidado com o peixe. Penso que todo o cuidado é pouco.

Relativamente à luta com o peixe cada um tem a sua visão do assunto e não vou discutir o “sexo dos anjos”. Receber o peixe no camaroeiro requer prática, e devemos sempre conduzir o peixe ao camaroeiro e não o contrário.

Mas a questão essencial é o cuidado a ter fora de água. Não é difícil, devemos ter tudo pronto de antemão, assim quando cravarmos um peixe temos tudo ao nosso alcance e não precisamos andar a correr o pesqueiro à procura das coisas.

Certifiquem-se que têm o tapete de recepção numa superfície plana e suave, e que têm um balde com água para molhar o tapete e o peixe. Retirem o anzol calmamente mas o mais rápido possível, e certifiquem-se que aplicam desinfe-tante na ferida e em qualquer outra lesão que o peixe possa ter.

A máquina fotográfica deve estar pronta a usar. Eu tento fazer as fotos antes de pesar de forma a libertar o peixe o mais rápido possível, para diminuir o stress causado. Nunca segurem o peixe de pé. Se o deixarem cair desta altura podem matá-lo, e vão pelo menos com toda a certeza magoá-lo.

Após fazer as fotos e o peixe estar pesado (balança e saco de pesagem devem estar “à mão”, o saco deve ser molha-do antes de usado e balança deve estar a zero) conduzir o peixe rapidamente para a água. Deve abrir-se o saco de pesa-gem, segurando o peixe gentilmente até ele estar forte o suficiente para nadar sozinho. Uma das maiores recompensas do Carp Fishing é ver o peixe nadar água dentro em boas condições.

Nuno Silva

O Carp Fishing não se resume a capturar exemplares grandes (quem nos dera). Capturar e libertar as Carpas nas melhores condições possíveis é a razão principal pela qual este tipo de pesca se diferencia dos outros, e quer os peixes sejam pequenos ou grandes devem merecer da nossa parte sempre toda a atenção.

Primeiro, e respondendo à pergunta por ordem cronológica dos acontecimentos, não devemos forçar demasiado o peixe durante a luta, também é pra isso que temos bons carretos e boas canas, há que lhes dar o devido uso.

Depois do peixe estar dentro do camaroeiro as boas normas dizem que não o devemos içar dentro deste pois caso o anzol se prenda nas malhas poderá rasgar a boca da Carpa quando a içamos para o tapete de receção. O melhor, caso seja possível, é retirar o anzol quando o peixe se encontra ainda dentro de água, desmanchar o camaroeiro e só depois transportá-lo para o tapete. Aqui devemos ser o mais rápidos possível e tentar que a Carpa esteja o menor tempo fora de água possível. Deve ser "regada" com regularidade para evitar que seque, com especial atenção à zona das guelras, pois é por este local que o peixe retira a maioria o oxigénio que o mantem vivo.

A aplicação de anti sético deve ser tomada sempre em conta, mesmo que a ferida seja pequena. Esta em alguns casos será diretamente proporcional à força que aplicarmos ao peixe durante o combate.

Depois de fotografado o nosso troféu a devolução ao meio aquático deverá ser igualmente acompanhada, dado que algumas Carpas necessitarão de mais tempo para se recompor e recuperar as normais funções motoras. Para isso deve-mos segurar o peixe até que este se sinta capaz de seguir o seu caminho, na esperança de um dia nos voltar a visitar de preferência com uns quilitos a mais.

DICA: Nos dias mais quentes, quando existe menos oxigénio dissolvido na água, despejar água em cascata junto das guelras aumenta a oxigenação o que proporciona uma mais rápida reabilitação da Carpa.

Paulo Santos

Pergunta com muita lógica e sentido! Por vezes vemos cada situação que parece que estamos a ver mal. As situações que me deixam mais boquiaberto são as de ferragens de peixe. Em alguns casos, julgo que as Carpas ao serem ferradas se não tivessem a espinha bem agarrada ao corpo por vezes o que se veria na ponta do anzol era só o esqueleto do animal, e nesses casos se elas tivessem muito voto na matéria, colocariam em tribunal o pescador! Quando uma Carpa arranca, temos de pensar que ela já puxou por muitas gramas de chumbo, uma grande quantidade de fio, aliado à tração de tudo, a ferragem já está muito mais que feita, basta o pescador levantar levemente a cana, segurar levemente a bobine do carreto e quando ela reduzir a marcha travá-la então e fazer o percurso de recuperação da Carpa. Esse movimento de

2 recuperação deverá ser feito somente com a pressão da cana, o carreto só é manivelado no período em que novamente levamos a cana à frente para depois novamente pressionar.

Quando temos arranques inversos, em que o peixe vem para trás, aí sim, tem todo o sentido recuperar o mais rápido possível para poder o peixe não ficar com a linha solta. Deixo nota para que quando façam esta manobra, tenham o freio da embraiagem um pouco aberta ou o carrete com a manivela pronta para manivelar para trás. Já tive dissabores nesta situação, ao ferrarmos o peixe, se ele der um arranque, por vezes não temos timing de resposta e lá vai o peixe ou a montagem toda. Estas duas situações dependem dos fatores e condições que dispomos, pois por vezes com locais com mais prisões, é óbvio que temos de forçar mais o peixe.

A entrada do animal em camaroeiro deve ser feita sempre do modo mais suave possível, tudo ao nosso redor o mais silencioso possível, e todos os que estejam a presenciar devem evitar ao máximo qualquer tipo de vocabulário ou ruídos.

O tratamento com desinfetante deverá ser sempre um tema a não excluir e que por norma o deveríamos utilizar sempre, não falo por mim como exemplo pois muitas vezes não o faço, mas reconheço a sua utilidade e vantagem, e tento sempre evoluir nesse sentido.

A pesagem para mim só faz sentido a partir da altura em que vejo que já é um bom exemplar.

Carpas com tamanho mais reduzido em que saibamos que não quebramos o nosso Record ou simplesmente quando parece um exemplar comum, como tantos outros, não faz sentido, não vale a pena colocar o peixe sob esta pressão. Em outras situações será lógico pesar, como em convívios ou provas.

No caso das fotografias, devemos ter em consideração que no verão temos de ser mais breves e assertivos que o normal. Molhar o peixe com frequência só abona a favor dele. Para a foto sempre que possível não movimentar o peixe a grandes alturas, deveremos ser nós a baixar-nos e sempre que possível tirar fotos e com o tapete de recepção o mais próximo do peixe. Em caso de movimento que não consigamos controlar, se cair no tapete o embate é menor, logo as consequências de saúde para as nossas amigas são muito mais diminutas. Fotos com grande qualidade e que para mim ficam sempre muito bonitas, são as tiradas dentro de água. Ali o risco é zero e a qualidade é sempre muita, além disso a foto da despedida na devolução tem mais valor e acima de tudo sabor. Neste caso podemos tirar maior quantidade de fotos, depois em casa e com calma analisamos as melhores e com facilidade excluímos as piores. Se na altura não tirarmos a maior quantidade para podermos filtrar, podemo-nos arrepender.

Na devolução feita da margem devemos sempre contemplar uma zona mais funda, evitar zonas baixas, nunca deve-mos transportar o animal nas mãos mas sim no tapete ou saco de pesagem, se for possível, antes da largada tiramos ainda umas fotos para recordar, e está completo mais um capítulo do Carpista.

Hugo Janeiro

Aqui está uma pergunta muito pertinente e que é de todo o interesse abordar visto que um correto tratamento da Carpa faz toda a diferença para que esta volte em perfeitas condições ao seu habitat e possamos voltar a capturá-la mais forte e saudável.

Na luta com a Carpa, tenho sempre especial atenção em não forçar demasiado para não lhe rasgar a boca ou não feri-la com gravidade. Também penso que anzóis muito fininhos são prejudiciais pois rasgam mais a boca da Carpa do que um anzol grosso.

A entrada no camaroeiro deve sempre ser feita com cuidado, mas mais que a entrada eu digo que há que ter muita atenção à saída do camaroeiro. Em primeiro lugar, quando a Carpa já esta dentro do camaroeiro devemos retirar a tensão ao fio da linha mãe que vai aliviar a tensão do anzol. Segundo, devemos retirar o cabo do camaroeiro e enrolar a rede do camaroeiro às hastes do mesmo mas aqui há que ter muita atenção com as barbatanas da Carpa, já que se não for feito com cuidado podemos parti-las. Depois ao levar a Carpa até ao tapete de recepção devemos fazê-lo com cuidado e no momento de colocá-la no tapete este deve estar bem húmido.

De seguida, se quisermos fotografar a Carpa, devemos ser lestos nesta tarefa e molhar a Carpa caso vejamos que as suas escamas (que protegem a pele) podem estar a secar. No verão este procedimento deve ser muito rápido pois com o calor as Carpas sofrem mais do que quando está frio.

Antes de proceder à devolução da Carpa, devemos colocar desinfetante na ferida provocada pelo anzol e em qualquer ponto onde se note que a Carpa foi ferida ou perdeu alguma escama. Não esquecer que as escamas são a camada que protege a pele da Carpa. Por fim ao devolver a Carpa ao seu habitat devemos entrar com a Carpa na água e ir movimentando-a lentamente (oxigenar) de modo a que esta recupere a força e no momento em que a largamos esta consiga iniciar o seu retorno com energia.

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Page 19: Digital Carp Magazine #03

Susana RibeiroP: Qual o procedimento correto ao lidar com as Carpas, desde a ferragem até à devolução à água? Os pontos que gostaria de ver abordados; a luta, entrada no camaroeiro, tratamento com desinfetante e quando é necessário, pesagem, fotografia e devolução?

Gary Currin

Uma das coisas fundamentais no Carp Fishing é o cuidado com o peixe. Penso que todo o cuidado é pouco.

Relativamente à luta com o peixe cada um tem a sua visão do assunto e não vou discutir o “sexo dos anjos”. Receber o peixe no camaroeiro requer prática, e devemos sempre conduzir o peixe ao camaroeiro e não o contrário.

Mas a questão essencial é o cuidado a ter fora de água. Não é difícil, devemos ter tudo pronto de antemão, assim quando cravarmos um peixe temos tudo ao nosso alcance e não precisamos andar a correr o pesqueiro à procura das coisas.

Certifiquem-se que têm o tapete de recepção numa superfície plana e suave, e que têm um balde com água para molhar o tapete e o peixe. Retirem o anzol calmamente mas o mais rápido possível, e certifiquem-se que aplicam desinfe-tante na ferida e em qualquer outra lesão que o peixe possa ter.

A máquina fotográfica deve estar pronta a usar. Eu tento fazer as fotos antes de pesar de forma a libertar o peixe o mais rápido possível, para diminuir o stress causado. Nunca segurem o peixe de pé. Se o deixarem cair desta altura podem matá-lo, e vão pelo menos com toda a certeza magoá-lo.

Após fazer as fotos e o peixe estar pesado (balança e saco de pesagem devem estar “à mão”, o saco deve ser molha-do antes de usado e balança deve estar a zero) conduzir o peixe rapidamente para a água. Deve abrir-se o saco de pesa-gem, segurando o peixe gentilmente até ele estar forte o suficiente para nadar sozinho. Uma das maiores recompensas do Carp Fishing é ver o peixe nadar água dentro em boas condições.

Nuno Silva

O Carp Fishing não se resume a capturar exemplares grandes (quem nos dera). Capturar e libertar as Carpas nas melhores condições possíveis é a razão principal pela qual este tipo de pesca se diferencia dos outros, e quer os peixes sejam pequenos ou grandes devem merecer da nossa parte sempre toda a atenção.

Primeiro, e respondendo à pergunta por ordem cronológica dos acontecimentos, não devemos forçar demasiado o peixe durante a luta, também é pra isso que temos bons carretos e boas canas, há que lhes dar o devido uso.

Depois do peixe estar dentro do camaroeiro as boas normas dizem que não o devemos içar dentro deste pois caso o anzol se prenda nas malhas poderá rasgar a boca da Carpa quando a içamos para o tapete de receção. O melhor, caso seja possível, é retirar o anzol quando o peixe se encontra ainda dentro de água, desmanchar o camaroeiro e só depois transportá-lo para o tapete. Aqui devemos ser o mais rápidos possível e tentar que a Carpa esteja o menor tempo fora de água possível. Deve ser "regada" com regularidade para evitar que seque, com especial atenção à zona das guelras, pois é por este local que o peixe retira a maioria o oxigénio que o mantem vivo.

A aplicação de anti sético deve ser tomada sempre em conta, mesmo que a ferida seja pequena. Esta em alguns casos será diretamente proporcional à força que aplicarmos ao peixe durante o combate.

Depois de fotografado o nosso troféu a devolução ao meio aquático deverá ser igualmente acompanhada, dado que algumas Carpas necessitarão de mais tempo para se recompor e recuperar as normais funções motoras. Para isso deve-mos segurar o peixe até que este se sinta capaz de seguir o seu caminho, na esperança de um dia nos voltar a visitar de preferência com uns quilitos a mais.

DICA: Nos dias mais quentes, quando existe menos oxigénio dissolvido na água, despejar água em cascata junto das guelras aumenta a oxigenação o que proporciona uma mais rápida reabilitação da Carpa.

Paulo Santos

Pergunta com muita lógica e sentido! Por vezes vemos cada situação que parece que estamos a ver mal. As situações que me deixam mais boquiaberto são as de ferragens de peixe. Em alguns casos, julgo que as Carpas ao serem ferradas se não tivessem a espinha bem agarrada ao corpo por vezes o que se veria na ponta do anzol era só o esqueleto do animal, e nesses casos se elas tivessem muito voto na matéria, colocariam em tribunal o pescador! Quando uma Carpa arranca, temos de pensar que ela já puxou por muitas gramas de chumbo, uma grande quantidade de fio, aliado à tração de tudo, a ferragem já está muito mais que feita, basta o pescador levantar levemente a cana, segurar levemente a bobine do carreto e quando ela reduzir a marcha travá-la então e fazer o percurso de recuperação da Carpa. Esse movimento de

2 recuperação deverá ser feito somente com a pressão da cana, o carreto só é manivelado no período em que novamente levamos a cana à frente para depois novamente pressionar.

Quando temos arranques inversos, em que o peixe vem para trás, aí sim, tem todo o sentido recuperar o mais rápido possível para poder o peixe não ficar com a linha solta. Deixo nota para que quando façam esta manobra, tenham o freio da embraiagem um pouco aberta ou o carrete com a manivela pronta para manivelar para trás. Já tive dissabores nesta situação, ao ferrarmos o peixe, se ele der um arranque, por vezes não temos timing de resposta e lá vai o peixe ou a montagem toda. Estas duas situações dependem dos fatores e condições que dispomos, pois por vezes com locais com mais prisões, é óbvio que temos de forçar mais o peixe.

A entrada do animal em camaroeiro deve ser feita sempre do modo mais suave possível, tudo ao nosso redor o mais silencioso possível, e todos os que estejam a presenciar devem evitar ao máximo qualquer tipo de vocabulário ou ruídos.

O tratamento com desinfetante deverá ser sempre um tema a não excluir e que por norma o deveríamos utilizar sempre, não falo por mim como exemplo pois muitas vezes não o faço, mas reconheço a sua utilidade e vantagem, e tento sempre evoluir nesse sentido.

A pesagem para mim só faz sentido a partir da altura em que vejo que já é um bom exemplar.

Carpas com tamanho mais reduzido em que saibamos que não quebramos o nosso Record ou simplesmente quando parece um exemplar comum, como tantos outros, não faz sentido, não vale a pena colocar o peixe sob esta pressão. Em outras situações será lógico pesar, como em convívios ou provas.

No caso das fotografias, devemos ter em consideração que no verão temos de ser mais breves e assertivos que o normal. Molhar o peixe com frequência só abona a favor dele. Para a foto sempre que possível não movimentar o peixe a grandes alturas, deveremos ser nós a baixar-nos e sempre que possível tirar fotos e com o tapete de recepção o mais próximo do peixe. Em caso de movimento que não consigamos controlar, se cair no tapete o embate é menor, logo as consequências de saúde para as nossas amigas são muito mais diminutas. Fotos com grande qualidade e que para mim ficam sempre muito bonitas, são as tiradas dentro de água. Ali o risco é zero e a qualidade é sempre muita, além disso a foto da despedida na devolução tem mais valor e acima de tudo sabor. Neste caso podemos tirar maior quantidade de fotos, depois em casa e com calma analisamos as melhores e com facilidade excluímos as piores. Se na altura não tirarmos a maior quantidade para podermos filtrar, podemo-nos arrepender.

Na devolução feita da margem devemos sempre contemplar uma zona mais funda, evitar zonas baixas, nunca deve-mos transportar o animal nas mãos mas sim no tapete ou saco de pesagem, se for possível, antes da largada tiramos ainda umas fotos para recordar, e está completo mais um capítulo do Carpista.

Hugo Janeiro

Aqui está uma pergunta muito pertinente e que é de todo o interesse abordar visto que um correto tratamento da Carpa faz toda a diferença para que esta volte em perfeitas condições ao seu habitat e possamos voltar a capturá-la mais forte e saudável.

Na luta com a Carpa, tenho sempre especial atenção em não forçar demasiado para não lhe rasgar a boca ou não feri-la com gravidade. Também penso que anzóis muito fininhos são prejudiciais pois rasgam mais a boca da Carpa do que um anzol grosso.

A entrada no camaroeiro deve sempre ser feita com cuidado, mas mais que a entrada eu digo que há que ter muita atenção à saída do camaroeiro. Em primeiro lugar, quando a Carpa já esta dentro do camaroeiro devemos retirar a tensão ao fio da linha mãe que vai aliviar a tensão do anzol. Segundo, devemos retirar o cabo do camaroeiro e enrolar a rede do camaroeiro às hastes do mesmo mas aqui há que ter muita atenção com as barbatanas da Carpa, já que se não for feito com cuidado podemos parti-las. Depois ao levar a Carpa até ao tapete de recepção devemos fazê-lo com cuidado e no momento de colocá-la no tapete este deve estar bem húmido.

De seguida, se quisermos fotografar a Carpa, devemos ser lestos nesta tarefa e molhar a Carpa caso vejamos que as suas escamas (que protegem a pele) podem estar a secar. No verão este procedimento deve ser muito rápido pois com o calor as Carpas sofrem mais do que quando está frio.

Antes de proceder à devolução da Carpa, devemos colocar desinfetante na ferida provocada pelo anzol e em qualquer ponto onde se note que a Carpa foi ferida ou perdeu alguma escama. Não esquecer que as escamas são a camada que protege a pele da Carpa. Por fim ao devolver a Carpa ao seu habitat devemos entrar com a Carpa na água e ir movimentando-a lentamente (oxigenar) de modo a que esta recupere a força e no momento em que a largamos esta consiga iniciar o seu retorno com energia.

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Nuno MarquesP: No próximo verão vou pela primeira vez a França à pesca. Quais os conselhos que pode dar quem já passou pela experiência?

Diogo DuraisComo em quase tudo na vida, e no Carp Fishing em particular, há poucas verdades absolutas. Quase todas as situa-

ções podem ser corretamente abordadas por mais do que uma forma. Esta vai ser a minha visão muito pessoal sobre o tema.

Estas viagens, pelos gastos e pela distância percorrida, criam uma expetativa e um entusiasmo únicos.Aconselho vivamente que se recolha toda a informação possível sobre o lago antes de arrancar. Vasculhar blogs e

fóruns na internet, ver vídeos, perguntar a quem já lá pescou (quais são os iscos que funcionam melhor? Que técnicas costumam dar melhores resultados? A água é clara ou escura? Que tipo de fundo tem? Etc.). Não se esqueçam de recolher alguma informação sobre as redondezas (Há supermercados perto? Bombas de gasolina?).

E a primeira coisa a fazer ao chegar ao lago é perder um tempinho a falar com alguém do staff. Os conselhos que podem dar (e geralmente dão) são de valor inestimável. Eles conhecem cada detalhe do lago, cada peculiaridade dos peixes que o povoam, como se alimentam, por onde circulam.

Estas viagens têm (por norma) duração de sete dias, vale bem a pena sondar o pesqueiro da forma mais exaustiva possível, mesmo que isso signifique perder 1 ou 2 horas de pesca efetiva. "Perder" uns minutos a observar os sinais da água pode ser tempo ganho. Ler bem o local pode ser a diferença entre estar a pescar num sítio onde o peixe está ou num sítio onde não há peixe.

Iniciar a pesca com engodagem escassa. Se o peixe aderir então pode-se insistir na engodagem. Se o peixe não aderir pode mudar-se de spot sem deixar uma montanha de comida que mais tarde o pode atrair para um local que já não está a ser pescado.

Ter sempre em mente que estes peixes estão sob uma pressão de pesca muito alta, estão alertados para as monta-gens. Há que camuflar o material ao máximo! O silêncio pode ser também um pormenor de grande relevo. Todos sabemos que o peixe maior e mais velho é desconfiado, se queremos vê-lo no tapete temos que atender a todos os detalhes.

A primeira iscagem deve ser diferente em todas as canas. Testar a aderência aos diferentes iscos. O que mostrar resultados ganha direito a ser usado.

Um conselho que dou a todos os carpistas que se aventurem fora do país (que serve no fundo para qualquer viagem ao estrangeiro, seja em pesca ou com outro motivo), é que se leve o Cartão Europeu de Seguro de Doença. Assegura cuidados de saúde ao seu portador dentro da União Europeia, Espaço Económico Europeu e Suíça. Pode ser obtido através da Segurança Social, Subsistemas de Saúde ou pela internet (http://www.seg-social.pt - para beneficiários da Segurança Social). Uma rápida pesquisa no Google fornece toda a informação adicional necessária. Levar na mala um kit de primeiros socorros é também imperativo (é algo óbvio, mas com o entusiasmo da pesca estes extras esquecem por vezes).

Finalizo com uma ideia que sei não ser consensual entre os carpistas. Pescar nestes lagos franceses não são "favas contadas"! Quem for com a convicção que o peixe vai saltar para o tapete por livre e espontânea vontade pode ter um dissabor. Preparem esta aventura com antecedência e ao pormenor, vai ser mais produtiva e excitante.

Boa sorte, tragam records e boas memórias!

Gary CurrinEsta é uma grande questão Nuno, que no fundo levanta outras questões. Onde é, qual o tamanho da massa de água,

qual o tamanho dos peixes? Há Siluros nessa água?Estive em França algumas vezes e experimentei 2 tipos de lago. Primeiro um lago pequeno com cerca de dois hecta-

res (equivalente a um campo de futebol) onde havia cerca de duas toneladas de Carpas até às 40lb, muitos Siluros até às 60lb e também Esturjões. Era quase peixe garantido, não havia como falhar. Nessa semana, com táticas muito simples, eu sozinho apanhei 450lb de carpas entre as 15 e as 28lb. Os Siluros comiam o engodo todo, e desta forma as carpas rapida-mente atacavam o isco. Não havia grande técnica envolvida, bastou ouvir os conselhos dos donos e manter as coisas simples. Foi uma semana maravilhosa.

A outra experiência foi completamente diferente. Menos carpas, condições muito mais difíceis. Fiz apenas um peixe na semana toda. Mas foi uma carpa com 45lb, portanto valeu a espera. As táticas foram bem diferentes. Enterrávamos a chumbada e o Leadcore no lodo deixando apenas o isco de fora, e a linha ficava presa a uma árvore na margem oposta, para assim não haver linhas na água.O que posso dizer-vos é, pesquisem o mais que puderem. Falem com os pescadores que lá fizeram sessões e ouçam os conselhos dos donos do lago, afinal eles conhecem a sua água melhor que ninguém.

Mas mais que tudo Nuno, aproveitem!

3

Pergunta premiadaSem dúvida que os cuidados com a Carpa são uma das coisas mais importante a que temos que dar

atenção numa sessão de pesca. Como tal decidimos atribuir o prémio de melhor pergunta à enviada pela Susana Ribeiro.

Agradecemos à loja Pesca Team Carp que gentilmente ofereceu o prémio, que esperamos seja do agrado da vencedora!

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Page 21: Digital Carp Magazine #03

Nuno MarquesP: No próximo verão vou pela primeira vez a França à pesca. Quais os conselhos que pode dar quem já passou pela experiência?

Diogo DuraisComo em quase tudo na vida, e no Carp Fishing em particular, há poucas verdades absolutas. Quase todas as situa-

ções podem ser corretamente abordadas por mais do que uma forma. Esta vai ser a minha visão muito pessoal sobre o tema.

Estas viagens, pelos gastos e pela distância percorrida, criam uma expetativa e um entusiasmo únicos.Aconselho vivamente que se recolha toda a informação possível sobre o lago antes de arrancar. Vasculhar blogs e

fóruns na internet, ver vídeos, perguntar a quem já lá pescou (quais são os iscos que funcionam melhor? Que técnicas costumam dar melhores resultados? A água é clara ou escura? Que tipo de fundo tem? Etc.). Não se esqueçam de recolher alguma informação sobre as redondezas (Há supermercados perto? Bombas de gasolina?).

E a primeira coisa a fazer ao chegar ao lago é perder um tempinho a falar com alguém do staff. Os conselhos que podem dar (e geralmente dão) são de valor inestimável. Eles conhecem cada detalhe do lago, cada peculiaridade dos peixes que o povoam, como se alimentam, por onde circulam.

Estas viagens têm (por norma) duração de sete dias, vale bem a pena sondar o pesqueiro da forma mais exaustiva possível, mesmo que isso signifique perder 1 ou 2 horas de pesca efetiva. "Perder" uns minutos a observar os sinais da água pode ser tempo ganho. Ler bem o local pode ser a diferença entre estar a pescar num sítio onde o peixe está ou num sítio onde não há peixe.

Iniciar a pesca com engodagem escassa. Se o peixe aderir então pode-se insistir na engodagem. Se o peixe não aderir pode mudar-se de spot sem deixar uma montanha de comida que mais tarde o pode atrair para um local que já não está a ser pescado.

Ter sempre em mente que estes peixes estão sob uma pressão de pesca muito alta, estão alertados para as monta-gens. Há que camuflar o material ao máximo! O silêncio pode ser também um pormenor de grande relevo. Todos sabemos que o peixe maior e mais velho é desconfiado, se queremos vê-lo no tapete temos que atender a todos os detalhes.

A primeira iscagem deve ser diferente em todas as canas. Testar a aderência aos diferentes iscos. O que mostrar resultados ganha direito a ser usado.

Um conselho que dou a todos os carpistas que se aventurem fora do país (que serve no fundo para qualquer viagem ao estrangeiro, seja em pesca ou com outro motivo), é que se leve o Cartão Europeu de Seguro de Doença. Assegura cuidados de saúde ao seu portador dentro da União Europeia, Espaço Económico Europeu e Suíça. Pode ser obtido através da Segurança Social, Subsistemas de Saúde ou pela internet (http://www.seg-social.pt - para beneficiários da Segurança Social). Uma rápida pesquisa no Google fornece toda a informação adicional necessária. Levar na mala um kit de primeiros socorros é também imperativo (é algo óbvio, mas com o entusiasmo da pesca estes extras esquecem por vezes).

Finalizo com uma ideia que sei não ser consensual entre os carpistas. Pescar nestes lagos franceses não são "favas contadas"! Quem for com a convicção que o peixe vai saltar para o tapete por livre e espontânea vontade pode ter um dissabor. Preparem esta aventura com antecedência e ao pormenor, vai ser mais produtiva e excitante.

Boa sorte, tragam records e boas memórias!

Gary CurrinEsta é uma grande questão Nuno, que no fundo levanta outras questões. Onde é, qual o tamanho da massa de água,

qual o tamanho dos peixes? Há Siluros nessa água?Estive em França algumas vezes e experimentei 2 tipos de lago. Primeiro um lago pequeno com cerca de dois hecta-

res (equivalente a um campo de futebol) onde havia cerca de duas toneladas de Carpas até às 40lb, muitos Siluros até às 60lb e também Esturjões. Era quase peixe garantido, não havia como falhar. Nessa semana, com táticas muito simples, eu sozinho apanhei 450lb de carpas entre as 15 e as 28lb. Os Siluros comiam o engodo todo, e desta forma as carpas rapida-mente atacavam o isco. Não havia grande técnica envolvida, bastou ouvir os conselhos dos donos e manter as coisas simples. Foi uma semana maravilhosa.

A outra experiência foi completamente diferente. Menos carpas, condições muito mais difíceis. Fiz apenas um peixe na semana toda. Mas foi uma carpa com 45lb, portanto valeu a espera. As táticas foram bem diferentes. Enterrávamos a chumbada e o Leadcore no lodo deixando apenas o isco de fora, e a linha ficava presa a uma árvore na margem oposta, para assim não haver linhas na água.O que posso dizer-vos é, pesquisem o mais que puderem. Falem com os pescadores que lá fizeram sessões e ouçam os conselhos dos donos do lago, afinal eles conhecem a sua água melhor que ninguém.

Mas mais que tudo Nuno, aproveitem!

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Pergunta premiadaSem dúvida que os cuidados com a Carpa são uma das coisas mais importante a que temos que dar

atenção numa sessão de pesca. Como tal decidimos atribuir o prémio de melhor pergunta à enviada pela Susana Ribeiro.

Agradecemos à loja Pesca Team Carp que gentilmente ofereceu o prémio, que esperamos seja do agrado da vencedora!

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Page 22: Digital Carp Magazine #03

A Matchbaits lançou uma gama de milhos com aromas super intensos. Milho de toque suave com cores altamente visíveis e um aroma que atrai peixe a milhas de distância. Os aromas são os tão usuais de encontrar como Strawberry ou Natural, ou o não tão usual assim Red Krill, passando pelos muito agradáveis Pure Scopex ou Pure Pineapple. Vêm em embalagens sela-das e reutilizáveis.

Bag 'em – Matchbaits

Quantas vezes retiramos uma montagem da água e o anzol vem com a ponta esmur- rada? A solução é trocar o acessório mais importante que podemos usar, pois com um anzol de ponta romba é praticamente impos-sível ferrar um peixe. Mas a Taska lançou um acessório que evita todo esse trabalho, o Diamond Hook File Tapered-Round. É o topo em afiadores de anzois, pois permite não só aguçar a ponta como também as laterais, permitindo deixar o anzol como novo. Indis-pensável no saco de qualquer Carpista.

Diamond Hook FileTapered-Round – Taska

Acessório fundamental para qualquer Carpista, especialmente quando se visita um novo pesqueiro. Pequeno mas de uma cor altamente visível, marca o local preten-dido facilmente. Vem sem fio e sem peso, mas uns metros de entrançado e uma velha chumbada resolvem o problema.

Mini H-Blok- Gardner

Aqui está um fluorcarbono de uma das melhores marcas presentes no nosso merca-do, a famosa Pline. As principais característi-cas deste Fluorcarbono são a resistência, 20lbs para 0.41mm. Apresenta uma suavida-de notável para o seu diâmetro, adapta-se bem a qualquer tipo de fundo e por não ser um fluorcarbono rígido é muito fácil fazer montagens tipo D´Rig, como a apresentada. Para mais informações contacte o distribuidor para Portugal

www.cormoura.com

Fluorcarbono Pline

Alta resistência à abrasão, tratamento molecular e superior resistência ao nó. Isto vem gravado na elegante bobine que traz 50m de um super forte fluorocarbono. No diâmetro 0.50mm aguenta 37kg em ação de pesca e 16,8kg ao nó, o que nos garante segu-rança em qualquer situação.

Com a proibição um pouco por todo o lado em relação ao uso do Leadcore, esta pode ser uma solução fantástica, pois o fio afunda rapidamente e não tem menos resis-tência que o citado atrás. O acabamento liso e super suave torna-o uma excelente opção para pescar em ervas, por exemplo.

Mas a sua utilização não fica for aqui, pois pode ser usado nas mais variadas situações, como snag leader no meio de obstáculos ou pedras ou como shock leader para uso de bait rocket.

Fluorocarbon 100%Trabucco

Aparentemente, à primeira vista, pare-cem uns stoppers iguais a todos os outros do mercado, mas um olhar mais atento e a confir-mação ao toque mostram a grande diferença que separa este material de todos os outros. Construídos em borracha mole, quase gelati-nosa, são super macios e flexíveis. Mesmo que as carpas lhe toquem, não sentirão a rijeza do plástico, permitindo-nos assim pescar com mais segurança. Estão disponíveis em carteiras de 100 unidades nas cores laran-ja e transparente. Fazemos votos para que a Kkarp lance brevemente em outras cores.

Boiliestop Table - Kkarp

Engodar a longa distância com bolas de groundbait é praticamente impossível sem um acessório destes. A Gardner garante que com prática e o material adequado se conse-gue lançar a mais de 100m. Para isso precisa-mos nada mais que a cana de spod. Substi-tuindo este pelo balls out, o conjunto fica pronto a engodar à distância desejada. É um processo tão simples que em segundos pode--se voltar a lançar. Indispensável para quem usa groundbait nas suas pescarias.

Balls Out – Gardner

Lanterna super leve, de uma construção ligeira, muito útil nos períodos sem luz. A forma de colocação na cabeça é segura, nunca correndo o risco de sair. Tem um pequeno acessório que transforma a luz branca em vermelha, para que não seja tão intensa aos olhos das carpas. Gasta duas baterias do modelo CR 2032 que lhe permitem uma longa utilização. No teste efetuado manteve-se mais de 24h ligada sem mostrar sinais de perda de luminosidade. A lanterna permite ainda regu-lação em inclinação, o que permite a sua utilização em qualquer situação.

Night Sight - Gardner

A melhor forma de pescar com slack lines sem que o pêndulo arraste pelo chão é usar o Bug Cradle da Gardner. É compatível com todos os indicadores Bug e com a maioria do género disponível no mercado. É fácil e rápido de desmontar, ficando uma pequena parte presa ao bankstick. É preciso ter aten-ção que com este acessório o indicador não sinaliza drop backs.

Bug Cradle – Gardner

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Page 23: Digital Carp Magazine #03

A Matchbaits lançou uma gama de milhos com aromas super intensos. Milho de toque suave com cores altamente visíveis e um aroma que atrai peixe a milhas de distância. Os aromas são os tão usuais de encontrar como Strawberry ou Natural, ou o não tão usual assim Red Krill, passando pelos muito agradáveis Pure Scopex ou Pure Pineapple. Vêm em embalagens sela-das e reutilizáveis.

Bag 'em – Matchbaits

Quantas vezes retiramos uma montagem da água e o anzol vem com a ponta esmur- rada? A solução é trocar o acessório mais importante que podemos usar, pois com um anzol de ponta romba é praticamente impos-sível ferrar um peixe. Mas a Taska lançou um acessório que evita todo esse trabalho, o Diamond Hook File Tapered-Round. É o topo em afiadores de anzois, pois permite não só aguçar a ponta como também as laterais, permitindo deixar o anzol como novo. Indis-pensável no saco de qualquer Carpista.

Diamond Hook FileTapered-Round – Taska

Acessório fundamental para qualquer Carpista, especialmente quando se visita um novo pesqueiro. Pequeno mas de uma cor altamente visível, marca o local preten-dido facilmente. Vem sem fio e sem peso, mas uns metros de entrançado e uma velha chumbada resolvem o problema.

Mini H-Blok- Gardner

Aqui está um fluorcarbono de uma das melhores marcas presentes no nosso merca-do, a famosa Pline. As principais característi-cas deste Fluorcarbono são a resistência, 20lbs para 0.41mm. Apresenta uma suavida-de notável para o seu diâmetro, adapta-se bem a qualquer tipo de fundo e por não ser um fluorcarbono rígido é muito fácil fazer montagens tipo D´Rig, como a apresentada. Para mais informações contacte o distribuidor para Portugal

www.cormoura.com

Fluorcarbono Pline

Alta resistência à abrasão, tratamento molecular e superior resistência ao nó. Isto vem gravado na elegante bobine que traz 50m de um super forte fluorocarbono. No diâmetro 0.50mm aguenta 37kg em ação de pesca e 16,8kg ao nó, o que nos garante segu-rança em qualquer situação.

Com a proibição um pouco por todo o lado em relação ao uso do Leadcore, esta pode ser uma solução fantástica, pois o fio afunda rapidamente e não tem menos resis-tência que o citado atrás. O acabamento liso e super suave torna-o uma excelente opção para pescar em ervas, por exemplo.

Mas a sua utilização não fica for aqui, pois pode ser usado nas mais variadas situações, como snag leader no meio de obstáculos ou pedras ou como shock leader para uso de bait rocket.

Fluorocarbon 100%Trabucco

Aparentemente, à primeira vista, pare-cem uns stoppers iguais a todos os outros do mercado, mas um olhar mais atento e a confir-mação ao toque mostram a grande diferença que separa este material de todos os outros. Construídos em borracha mole, quase gelati-nosa, são super macios e flexíveis. Mesmo que as carpas lhe toquem, não sentirão a rijeza do plástico, permitindo-nos assim pescar com mais segurança. Estão disponíveis em carteiras de 100 unidades nas cores laran-ja e transparente. Fazemos votos para que a Kkarp lance brevemente em outras cores.

Boiliestop Table - Kkarp

Engodar a longa distância com bolas de groundbait é praticamente impossível sem um acessório destes. A Gardner garante que com prática e o material adequado se conse-gue lançar a mais de 100m. Para isso precisa-mos nada mais que a cana de spod. Substi-tuindo este pelo balls out, o conjunto fica pronto a engodar à distância desejada. É um processo tão simples que em segundos pode--se voltar a lançar. Indispensável para quem usa groundbait nas suas pescarias.

Balls Out – Gardner

Lanterna super leve, de uma construção ligeira, muito útil nos períodos sem luz. A forma de colocação na cabeça é segura, nunca correndo o risco de sair. Tem um pequeno acessório que transforma a luz branca em vermelha, para que não seja tão intensa aos olhos das carpas. Gasta duas baterias do modelo CR 2032 que lhe permitem uma longa utilização. No teste efetuado manteve-se mais de 24h ligada sem mostrar sinais de perda de luminosidade. A lanterna permite ainda regu-lação em inclinação, o que permite a sua utilização em qualquer situação.

Night Sight - Gardner

A melhor forma de pescar com slack lines sem que o pêndulo arraste pelo chão é usar o Bug Cradle da Gardner. É compatível com todos os indicadores Bug e com a maioria do género disponível no mercado. É fácil e rápido de desmontar, ficando uma pequena parte presa ao bankstick. É preciso ter aten-ção que com este acessório o indicador não sinaliza drop backs.

Bug Cradle – Gardner

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Page 24: Digital Carp Magazine #03

A filiação de qualquer pescador na Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, independentemente de praticar ou não competição, é antes de mais um ato de cidadania, pois ao fazê-lo cada pescador está a ajudar a fortalecer uma entidade que o representa junto dos poderes públicos. Quanto maior o número de pescadores filiados, mais representativa se torna a nossa Federação e mais poder reivindicativo terá em algumas negociações, como por exemplo a que decorre neste momento com vista à regulamentação da Lei 7/2008 de 15 de Fevereiro, também conhecida como Lei da pesca nas águas interiores.

Infelizmente muita da legislação que temos no nosso país, tal como a Lei anteriormente citada, é feita nos gabinetes por quem não faz a mínima ideia da realidade no terreno e acaba por colocar em causa a nossa atividade. Um bom exemplo é a ainda existente proibição de pescar à noite, algo que finalmente parece que poderá haver possibilidade de alteração. Dizer que representamos quatro mil pescadores filiados, num universo de cerca de duzentas mil licenças de pesca (só em águas interiores) emitidas por ano, tem obviamente um peso muito diferente, até pelo número de votos que lhe estão associados em eleições legislativas, do que se representássemos pelo menos vinte e cinco por cento desse número.

Em segundo lugar a filiação na nossa Federação representa igualmente um ato de segurança para o pescador, pois por uma quantia muito inferior à que encontra no mercado, poderá usufruir na sua atividade enquanto pescador seja em competição, treino ou lazer, de dois seguros. Um é o seguro desportivo, que cobre riscos de lesões traumáticas, ou morte, causadas no decurso da atividade de pesca, como por exemplo uma queda, outro é um seguro de responsabilidade civil que cobre acidentes por si provocados em ação de pesca, como por exemplo num lançamento falhado atingir inadvertidamente um companheiro com a chumbada. Podemos sempre alegar que este tipo de acidentes são raros, mas o simples facto de serem raros, só por si já pressupõe que existem e um dia podem bater à “nossa porta”.

Em terceiro lugar com a filiação na Federação, cada pescador poderá passar a usufruir de alguns protoco-los, na sua maioria com unidades hoteleiras, que poderão ser encontrados na nossa página oficial em www.fppd.pt .

Em quarto lugar e não menos importante, com o valor da sua inscrição, cada pescador está a ajudar financeiramente a melhorar a nossa modalidade em

termos da sua vertente de competição, que é algo que no fundo certamente a todos orgulha quando sabemos que uma das nossas seleções nacionais ou um dos nossos pescadores, subiu a um pódio ou alcançou mesmo um título de campeão do mundo, como ainda o ano passado aconteceu no Carp Fishing e que feliz-mente é raro o ano em que tal não acontece com pelo menos umas das nossas seleções e/ou pescadores.

Relativamente às filiações na Federação, temos

dois tipos. Para aquele pescador que pesca somente por lazer sem entrar em competições formais, trata-se da filiação como pescador recreativo. Tem um custo único anual de quinze euros e implica apenas o preen-chimento de uma folha de filiação e da assinatura de um termo de responsabilidade em como se encontra sob acompanhamento médico. Este tipo de filiação, embora possa ser, não obriga a que seja feita através de um clube e poderá ser feita junto de qualquer uma das nossas Associações Regionais, ou diretamente na Federação (todos os contatos podem ser encontrados na nossa página www.fppd.pt). Para aquele pescador que entra em competições formais, existe a filiação como pescador de competição. Tem um custo único anual de trinta e um euros, e implica o preenchimento de uma folha de filiação e da apresentação de um atestado médico em impresso oficial do Estado o qual poderá ser adquirido nas delegações do Instituto Português do Desporto e da Juventude ou nas nossas Associações Regionais. Este atestado tem que ser apre-sentado quando da filiação inicial, e depois disso obrigatoriamente sempre no mês de aniversário de cada pescador enquanto este se mantiver filiado. Este tipo de filiação obriga a que seja feita através de um clube, a quem cabe a responsabilidade de enviar todo o processo para a respetiva Associação Regional, a qual o reencaminhará para a Federação. Para mais infor-mações e descarga de todos os nossos impressos relativos às filiações poderá consultar a nossa página em www.fppd.pt, ou em alternativa contatar as nossas Associações Regionais ou então contatar-nos direta-mente [email protected], pelos telefones 936 525 852 ou 213 140 177, ou ainda pelo fax 213 563 147.

Com os melhores cumprimentos

Jorge AlmeirimPresidenteFederação Portuguesa de Pesca DesportivaTel . +351 936 520 344Skype ID: jorge.almeirim.fppdwww.fppd.pt

Filiaçãona Federação

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A filiação de qualquer pescador na Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, independentemente de praticar ou não competição, é antes de mais um ato de cidadania, pois ao fazê-lo cada pescador está a ajudar a fortalecer uma entidade que o representa junto dos poderes públicos. Quanto maior o número de pescadores filiados, mais representativa se torna a nossa Federação e mais poder reivindicativo terá em algumas negociações, como por exemplo a que decorre neste momento com vista à regulamentação da Lei 7/2008 de 15 de Fevereiro, também conhecida como Lei da pesca nas águas interiores.

Infelizmente muita da legislação que temos no nosso país, tal como a Lei anteriormente citada, é feita nos gabinetes por quem não faz a mínima ideia da realidade no terreno e acaba por colocar em causa a nossa atividade. Um bom exemplo é a ainda existente proibição de pescar à noite, algo que finalmente parece que poderá haver possibilidade de alteração. Dizer que representamos quatro mil pescadores filiados, num universo de cerca de duzentas mil licenças de pesca (só em águas interiores) emitidas por ano, tem obviamente um peso muito diferente, até pelo número de votos que lhe estão associados em eleições legislativas, do que se representássemos pelo menos vinte e cinco por cento desse número.

Em segundo lugar a filiação na nossa Federação representa igualmente um ato de segurança para o pescador, pois por uma quantia muito inferior à que encontra no mercado, poderá usufruir na sua atividade enquanto pescador seja em competição, treino ou lazer, de dois seguros. Um é o seguro desportivo, que cobre riscos de lesões traumáticas, ou morte, causadas no decurso da atividade de pesca, como por exemplo uma queda, outro é um seguro de responsabilidade civil que cobre acidentes por si provocados em ação de pesca, como por exemplo num lançamento falhado atingir inadvertidamente um companheiro com a chumbada. Podemos sempre alegar que este tipo de acidentes são raros, mas o simples facto de serem raros, só por si já pressupõe que existem e um dia podem bater à “nossa porta”.

Em terceiro lugar com a filiação na Federação, cada pescador poderá passar a usufruir de alguns protoco-los, na sua maioria com unidades hoteleiras, que poderão ser encontrados na nossa página oficial em www.fppd.pt .

Em quarto lugar e não menos importante, com o valor da sua inscrição, cada pescador está a ajudar financeiramente a melhorar a nossa modalidade em

termos da sua vertente de competição, que é algo que no fundo certamente a todos orgulha quando sabemos que uma das nossas seleções nacionais ou um dos nossos pescadores, subiu a um pódio ou alcançou mesmo um título de campeão do mundo, como ainda o ano passado aconteceu no Carp Fishing e que feliz-mente é raro o ano em que tal não acontece com pelo menos umas das nossas seleções e/ou pescadores.

Relativamente às filiações na Federação, temos

dois tipos. Para aquele pescador que pesca somente por lazer sem entrar em competições formais, trata-se da filiação como pescador recreativo. Tem um custo único anual de quinze euros e implica apenas o preen-chimento de uma folha de filiação e da assinatura de um termo de responsabilidade em como se encontra sob acompanhamento médico. Este tipo de filiação, embora possa ser, não obriga a que seja feita através de um clube e poderá ser feita junto de qualquer uma das nossas Associações Regionais, ou diretamente na Federação (todos os contatos podem ser encontrados na nossa página www.fppd.pt). Para aquele pescador que entra em competições formais, existe a filiação como pescador de competição. Tem um custo único anual de trinta e um euros, e implica o preenchimento de uma folha de filiação e da apresentação de um atestado médico em impresso oficial do Estado o qual poderá ser adquirido nas delegações do Instituto Português do Desporto e da Juventude ou nas nossas Associações Regionais. Este atestado tem que ser apre-sentado quando da filiação inicial, e depois disso obrigatoriamente sempre no mês de aniversário de cada pescador enquanto este se mantiver filiado. Este tipo de filiação obriga a que seja feita através de um clube, a quem cabe a responsabilidade de enviar todo o processo para a respetiva Associação Regional, a qual o reencaminhará para a Federação. Para mais infor-mações e descarga de todos os nossos impressos relativos às filiações poderá consultar a nossa página em www.fppd.pt, ou em alternativa contatar as nossas Associações Regionais ou então contatar-nos direta-mente [email protected], pelos telefones 936 525 852 ou 213 140 177, ou ainda pelo fax 213 563 147.

Com os melhores cumprimentos

Jorge AlmeirimPresidenteFederação Portuguesa de Pesca DesportivaTel . +351 936 520 344Skype ID: jorge.almeirim.fppdwww.fppd.pt

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Na altura da criação da DCM, o nome do Paulo Santos foi dos primeiros a aparecer para a entrevista. A sua experiência na competição, que já deixou há algum tempo, deu-lhe uma visão mais clara e concreta do panorama português no que diz respeito ao Carp Fishing. Quem o conhece pessoalmente sabe quanto afável é como pessoa e quem já teve o prazer de pescar ao seu lado ou ouvi-lo falar sobre técnicas ou materiais sabe o quanto é uma pessoa esclarecida. Quem nunca teve esse prazer, tem nas próximas páginas a oportuni-dade de o conhecer um pouco melhor!

Nome: Paulo Alexandre Cipriano dos Santos - “ Paulinho “Idade: 35Profissão: Chefe de Equipa – Sumol+Compal AlmeirimPB: 22,500kg

Olá a todos!Quero dar os mais sinceros parabéns aos pioneiros desta revista, sem dúvida uma mais-valia. Esta é a

forma mais assertiva de transmitir entre todos nós as aventuras, experiências, novidades, dúvidas, e acima de tudo é uma excelente forma de todos aqueles que nesta modalidade se estão a iniciar poderem usufruir ao máximo desta mentalidade e cultura.

Quem acaba por usufruir de mais rentabilidade deste espaço são os estes pescadores. Ouçam os conselhos dos mais experientes, não adquiram material para desenrascar, o barato sai caro. Quem compra barato um dia mais tarde fica insatisfeito e acaba por comprar melhor, gastando o dinheiro por duas vezes, e o material obsoleto acaba por ser “vendido” ou oferecido. Falo por experiência própria.

Obrigado por contarem comigo para contribuir e ajudar no que poder, e não posso deixar de enaltecer mais uma vez este projeto. Um muito obrigado ao “pai desta criança”!

Paulo Santos

DCM: Olá Paulo, como tens passado?R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O mau foi começar, agora deixar só por boas razões. Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e tive um início bastante difícil em que o acesso aos materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo, existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e praticamente qualquer loja tem algum material de pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país, e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que idade?

PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero não sei dizer quando comecei! Desde que me lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado, sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as semanas as linhas serem colocadas de molho, era muito raro falhar um fim-de-semana. Até de férias na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos! Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida. Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões “ era comprar um terreno, fazer um lago e poder dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar esse sonho realidade, mas o que não foi possível realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu filho, que já tive (Orlando Loureiro) o prazer de conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade, não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias. Crescimento da família e subida no posto de trabalho fizeram com que o tempo para a modali-dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo colegas à pesca com os filhos, ou vejo fotos de malta à pesca com os filhos revejo-me neles e imag-ino o meu ego crescer imenso quando também o fizer. Costumo dizer que na vida temos sempre que dar prioridades às questões mais importantes, e não posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o fizesse também não teria disponibilidade para a pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

engodos para uma pesca de fim-de-semana à Ingle-sa, na altura era o que praticava e muito prazer me dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não levas umas bolas e experimentas?”. Eu fiquei a olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua paciência de sempre lá me explicou, disse o que fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava e não se desatava), enfim, um monte de filmes na cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à pesca à Inglesa, nunca mais fui!

DCM: Ainda te lembras da primeira captura com esta técnica?

PS: Claro que sim, estas coisas para mim ficam como um marco para a vida, como nos acontece em outros casos, quer sejam positivos ou negativos. Acima de tudo ainda me lembro quais eram os boilies. A medida é que não tenho certeza mas na altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a Isoteric. Esta marca era a que mais gostava e que já não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. E fiquei a pensar para mim, “e não é que isto funcio-na? E não é que os peixes sempre ficam espetados no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos) Foi incrível, e claro, ficou marcado. A barragem foi perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te deu?

PS: A captura que mais prazer me deu foi sem dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a captura que me dá mais prazer é sempre a primeira quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a “desgrade“, afinal o princípio básico quando vamos à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição, porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas sem dúvida que era um bom método para poder ir à pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-onato do Mundo e poder ir representar a Seleção. Sem dúvida que é uma experiência única, e que digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se sofrer muito para atingir os resultados pretendidos para o apuramento, e dependemos de vários fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita sorte também. Com o passar dos anos em Com-petição era mais frequente ver malta a desistir do que a continuar. É verdade que ao longo dos anos entrava muita gente, mas a desistência era superior, o que faz com que a Competição das Carpas para mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos moldes actuais, e com as equipas que neste momento fazem competição, os lugares cimeiros são praticamente sempre obtidos pelas mesmas equipas. Na teoria, e com a evolução que esta modalidade deveria ter, é notório que se não houvesse a desistência de tantas equipas já tería-mos mais divisões como acontece noutras com-petições. Depois para se fazer competição tem de se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é muito diferente. Para treinar tem de se perder tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está fácil, e num período de quinze dias tirar tanto tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais preparação do que parece para se fazer Carp Fish-ing de competição. O pouco tempo que tinhas disponível para treinar condicionava-te ou limita-va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o treino é primordial. Treinar para mim é impre-scindível em qualquer disciplina, só desse modo nos podemos preparar para fazer qualquer evento na melhor das nossas performances. O treino abrange muita matéria, não é só o lançar canas longe, ou ver o que os peixes de momento estão a comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento com o parceiro, meio caminho andado para o suces-so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-nar horas de engodagem, diurna e nocturna, refeições… Também era ingrato por vezes chegar a uma prova e fazer grandes maratonas de corte de mato no local da box ou retirar ervas de dentro de água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas que por vezes se reflectiam nas nossas condições principalmente físicas para fazer realmente o que era importante para a prova e darmos o nosso melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição. Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais equipas, que torne o campeonato mais competitivo, para nos podermos preparar cada vez mais e melhor para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então, e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim, falou sobre isso na passada edição da DCM. Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-mente me fez ir para a competição foi poder estar mais ou menos descansado e de forma legal a pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma vez em prova as autoridades fizeram-me parar o que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-ram-me a mostrar a documentação e argumentar o que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em particular, não podermos pescar de noite e montar tendas, é considerado campismo selvagem. Não compreendo ainda mais quando é permitido pescar de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica? É mais Seguro? Depois a própria competição obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe quando sabemos que temos de atingir algo e o tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a diferença ou os adversários não capturarem peixe para não nos ultrapassar, e quando isto acontece mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

marcados pelo menos ficam logo reservados para a pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para boilies, mas em situações difíceis as sementes costumam ser a outra possibilidade. Mas quase sempre como segunda opção.

DCM: Que achas dos Iscos Artificias? Costumas usar?

PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-mente por cima de uma boilie utilizo um milho falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-do da forma mais natural é quando tem mais rendi-mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens? Leves ou pesadas? Ou depende da água em questão?

PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares, logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar não se deve carregar muito na engodagem, pois senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque tem sido muito eficaz e a que melhores resultados me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque é a montagem mais equilibrada e que tem um funcionamento muito mais natural e que pode criar movimentos debaixo de água que podem ser deter-minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te agrada, Rios ou Lagos/Barragens?

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as vantagens e desvantagens que vês entre uma e outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho pouca experiência, mas não duvido que a questão da localização correcta da montagem em rio e de termos noção que a engodagem pode ter saído do local onde foi inicialmente colocada pode fazer toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é muito difícil. Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em termos de meses posso dizer que a minha preferên-cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a condicionante do tempo que nos obriga a ajustar, pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos mais opções de escolha, não existe tanta gente em barcos ou a tomar banho como acontece no verão. Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, nunca ajudam à festa. No Inverno por norma a activ-idade das carpas mais pequenas é mais reduzida, logo temos mais possibilidades de fazer um bom exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência máxima do seu peso, por se estarem a preparam para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket. Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma linha quando estamos totalmente satisfeitos.

É uma linha duradoura, para não dizer infinita. Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-nados?

PS: Depende das situações, mas habitualmente costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as vantagens e desvantagens que vês entre umas e outras?

PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o terreno, dão para todas as situações, pescas longas, curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é grande conhecimento por parte do pescador em relação à cana, para a saber utilizar perante as condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait Runner?

PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner em pesca?

PS: Creio que é a forma mais simples e prática para esta modalidade. O Bait Runner na acção de pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do carreto destrancada. Esta situação requer muito tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade que temos de ter nos braços para poder trabalhar o peixe também é muito importante. Esta prática já vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar de vez esta modalidade e a torne cada vez mais competitiva. Para a modalidade crescer também precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-petição somos dos melhores, basta vermos que não é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa que temos bons resultados. Mas uma possível alteração à lei, que criasse condições para que quem pratica esta modalidade em competição pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda, pescar à noite descansado, e outros melhoramen-tos, provavelmente traria mais pescadores para a Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos moldes atuais, com a escassez de pescadores, e com praticamente um pódio preenchido todos anos com os mesmos pescadores, provavelmente a com-petição sendo tão reduzida entre tão poucos torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. Isto origina que de futuro esses mesmos pescado-res não tenham uma necessidade tão grande de esforço, pois sabem que o resultado final obtido é garantido, mas depois em provas internacionais, pode ter resultados mais negativos, do que aqueles que desejamos. Isto é o meu ponto de vista, mas temos grandes pescadores em Portugal em com-petição.

DCM: Em competição e não só (risos)! Achas que temos que fazer muito esforço para chegar ao nível de países onde a modalidade está mais desenvolvida?

PS: O esforço tem sido feito, temos dado as nossas ideias e neste momento só uma reestru-turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está desactualizada e não tem nada a ver com a nossa realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não é por acaso que mesmo fora de competição é normal e frequente ver cada vez mais pescadores a passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros países para pescar de noite e com mais de duas canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de infracções na pesca estão muito dispendiosas e se tivermos o azar de sermos contemplados é muito complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não ficar assim tão caro, para se poder pescar descansa-do. Espero que as coisas mudem por cá!

DCM: Voltando a falar do teu filho, já disseste que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas que a geração dele já vai encontrar na “pesca e solta” um significado natural ou ainda terá muito trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no máximo, estas gerações futuras que se avizinham, saibam plenamente quais são os nossos princípios, e que a maior parte de todas estas gerações futuras que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca, exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à beira da água como com as espécies que destro-em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações de quase destruição total de duas espécies numa determinada massa de água. Numa barragem perto de casa, praticamente mataram todos os achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas, estas sim são um grande flagelo.

Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações engraçadas, mas existem algumas que se sobrepõem a outras. A história que vou contar passou-se em Competição. Na altura andava a construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar com alguns colegas 15 dias antes, e por acaso ficar-am a treinar praticamente no local onde calhamos em prova, na Barragem do Divor. Acontece que nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante esse fim-de-semana tiveram a companhia de uma raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram foram dando de comer. Não é que o animal recon-heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15 dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos por isso conseguiu levar a saca de papelão onde tínhamos os pães caseiros para toda a prova. Observámo-la com as luzes a reflectir nos olhos a centenas de metros e com a saca do pão da boca. Bem, ao primeiro dia ficamos sem pão, valeu a boa acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-dade de nos dar algum para os dias de prova que faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu, espero o melhor futuro para a DCM, com muitos anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

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Na altura da criação da DCM, o nome do Paulo Santos foi dos primeiros a aparecer para a entrevista. A sua experiência na competição, que já deixou há algum tempo, deu-lhe uma visão mais clara e concreta do panorama português no que diz respeito ao Carp Fishing. Quem o conhece pessoalmente sabe quanto afável é como pessoa e quem já teve o prazer de pescar ao seu lado ou ouvi-lo falar sobre técnicas ou materiais sabe o quanto é uma pessoa esclarecida. Quem nunca teve esse prazer, tem nas próximas páginas a oportuni-dade de o conhecer um pouco melhor!

Nome: Paulo Alexandre Cipriano dos Santos - “ Paulinho “Idade: 35Profissão: Chefe de Equipa – Sumol+Compal AlmeirimPB: 22,500kg

Olá a todos!Quero dar os mais sinceros parabéns aos pioneiros desta revista, sem dúvida uma mais-valia. Esta é a

forma mais assertiva de transmitir entre todos nós as aventuras, experiências, novidades, dúvidas, e acima de tudo é uma excelente forma de todos aqueles que nesta modalidade se estão a iniciar poderem usufruir ao máximo desta mentalidade e cultura.

Quem acaba por usufruir de mais rentabilidade deste espaço são os estes pescadores. Ouçam os conselhos dos mais experientes, não adquiram material para desenrascar, o barato sai caro. Quem compra barato um dia mais tarde fica insatisfeito e acaba por comprar melhor, gastando o dinheiro por duas vezes, e o material obsoleto acaba por ser “vendido” ou oferecido. Falo por experiência própria.

Obrigado por contarem comigo para contribuir e ajudar no que poder, e não posso deixar de enaltecer mais uma vez este projeto. Um muito obrigado ao “pai desta criança”!

Paulo Santos

DCM: Olá Paulo, como tens passado?R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O mau foi começar, agora deixar só por boas razões. Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e tive um início bastante difícil em que o acesso aos materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo, existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e praticamente qualquer loja tem algum material de pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país, e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que idade?

PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero não sei dizer quando comecei! Desde que me lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado, sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as semanas as linhas serem colocadas de molho, era muito raro falhar um fim-de-semana. Até de férias na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos! Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida. Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões “ era comprar um terreno, fazer um lago e poder dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar esse sonho realidade, mas o que não foi possível realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu filho, que já tive (Orlando Loureiro) o prazer de conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade, não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias. Crescimento da família e subida no posto de trabalho fizeram com que o tempo para a modali-dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo colegas à pesca com os filhos, ou vejo fotos de malta à pesca com os filhos revejo-me neles e imag-ino o meu ego crescer imenso quando também o fizer. Costumo dizer que na vida temos sempre que dar prioridades às questões mais importantes, e não posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o fizesse também não teria disponibilidade para a pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

engodos para uma pesca de fim-de-semana à Ingle-sa, na altura era o que praticava e muito prazer me dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não levas umas bolas e experimentas?”. Eu fiquei a olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua paciência de sempre lá me explicou, disse o que fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava e não se desatava), enfim, um monte de filmes na cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à pesca à Inglesa, nunca mais fui!

DCM: Ainda te lembras da primeira captura com esta técnica?

PS: Claro que sim, estas coisas para mim ficam como um marco para a vida, como nos acontece em outros casos, quer sejam positivos ou negativos. Acima de tudo ainda me lembro quais eram os boilies. A medida é que não tenho certeza mas na altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a Isoteric. Esta marca era a que mais gostava e que já não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. E fiquei a pensar para mim, “e não é que isto funcio-na? E não é que os peixes sempre ficam espetados no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos) Foi incrível, e claro, ficou marcado. A barragem foi perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te deu?

PS: A captura que mais prazer me deu foi sem dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a captura que me dá mais prazer é sempre a primeira quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a “desgrade“, afinal o princípio básico quando vamos à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição, porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas sem dúvida que era um bom método para poder ir à pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-onato do Mundo e poder ir representar a Seleção. Sem dúvida que é uma experiência única, e que digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se sofrer muito para atingir os resultados pretendidos para o apuramento, e dependemos de vários fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita sorte também. Com o passar dos anos em Com-petição era mais frequente ver malta a desistir do que a continuar. É verdade que ao longo dos anos entrava muita gente, mas a desistência era superior, o que faz com que a Competição das Carpas para mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos moldes actuais, e com as equipas que neste momento fazem competição, os lugares cimeiros são praticamente sempre obtidos pelas mesmas equipas. Na teoria, e com a evolução que esta modalidade deveria ter, é notório que se não houvesse a desistência de tantas equipas já tería-mos mais divisões como acontece noutras com-petições. Depois para se fazer competição tem de se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é muito diferente. Para treinar tem de se perder tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está fácil, e num período de quinze dias tirar tanto tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais preparação do que parece para se fazer Carp Fish-ing de competição. O pouco tempo que tinhas disponível para treinar condicionava-te ou limita-va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o treino é primordial. Treinar para mim é impre-scindível em qualquer disciplina, só desse modo nos podemos preparar para fazer qualquer evento na melhor das nossas performances. O treino abrange muita matéria, não é só o lançar canas longe, ou ver o que os peixes de momento estão a comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento com o parceiro, meio caminho andado para o suces-so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-nar horas de engodagem, diurna e nocturna, refeições… Também era ingrato por vezes chegar a uma prova e fazer grandes maratonas de corte de mato no local da box ou retirar ervas de dentro de água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas que por vezes se reflectiam nas nossas condições principalmente físicas para fazer realmente o que era importante para a prova e darmos o nosso melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição. Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais equipas, que torne o campeonato mais competitivo, para nos podermos preparar cada vez mais e melhor para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então, e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim, falou sobre isso na passada edição da DCM. Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-mente me fez ir para a competição foi poder estar mais ou menos descansado e de forma legal a pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma vez em prova as autoridades fizeram-me parar o que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-ram-me a mostrar a documentação e argumentar o que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em particular, não podermos pescar de noite e montar tendas, é considerado campismo selvagem. Não compreendo ainda mais quando é permitido pescar de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica? É mais Seguro? Depois a própria competição obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe quando sabemos que temos de atingir algo e o tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a diferença ou os adversários não capturarem peixe para não nos ultrapassar, e quando isto acontece mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

marcados pelo menos ficam logo reservados para a pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para boilies, mas em situações difíceis as sementes costumam ser a outra possibilidade. Mas quase sempre como segunda opção.

DCM: Que achas dos Iscos Artificias? Costumas usar?

PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-mente por cima de uma boilie utilizo um milho falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-do da forma mais natural é quando tem mais rendi-mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens? Leves ou pesadas? Ou depende da água em questão?

PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares, logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar não se deve carregar muito na engodagem, pois senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque tem sido muito eficaz e a que melhores resultados me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque é a montagem mais equilibrada e que tem um funcionamento muito mais natural e que pode criar movimentos debaixo de água que podem ser deter-minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te agrada, Rios ou Lagos/Barragens?

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as vantagens e desvantagens que vês entre uma e outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho pouca experiência, mas não duvido que a questão da localização correcta da montagem em rio e de termos noção que a engodagem pode ter saído do local onde foi inicialmente colocada pode fazer toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é muito difícil. Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em termos de meses posso dizer que a minha preferên-cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a condicionante do tempo que nos obriga a ajustar, pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos mais opções de escolha, não existe tanta gente em barcos ou a tomar banho como acontece no verão. Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, nunca ajudam à festa. No Inverno por norma a activ-idade das carpas mais pequenas é mais reduzida, logo temos mais possibilidades de fazer um bom exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência máxima do seu peso, por se estarem a preparam para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket. Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma linha quando estamos totalmente satisfeitos.

É uma linha duradoura, para não dizer infinita. Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-nados?

PS: Depende das situações, mas habitualmente costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as vantagens e desvantagens que vês entre umas e outras?

PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o terreno, dão para todas as situações, pescas longas, curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é grande conhecimento por parte do pescador em relação à cana, para a saber utilizar perante as condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait Runner?

PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner em pesca?

PS: Creio que é a forma mais simples e prática para esta modalidade. O Bait Runner na acção de pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do carreto destrancada. Esta situação requer muito tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade que temos de ter nos braços para poder trabalhar o peixe também é muito importante. Esta prática já vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar de vez esta modalidade e a torne cada vez mais competitiva. Para a modalidade crescer também precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-petição somos dos melhores, basta vermos que não é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa que temos bons resultados. Mas uma possível alteração à lei, que criasse condições para que quem pratica esta modalidade em competição pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda, pescar à noite descansado, e outros melhoramen-tos, provavelmente traria mais pescadores para a Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos moldes atuais, com a escassez de pescadores, e com praticamente um pódio preenchido todos anos com os mesmos pescadores, provavelmente a com-petição sendo tão reduzida entre tão poucos torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. Isto origina que de futuro esses mesmos pescado-res não tenham uma necessidade tão grande de esforço, pois sabem que o resultado final obtido é garantido, mas depois em provas internacionais, pode ter resultados mais negativos, do que aqueles que desejamos. Isto é o meu ponto de vista, mas temos grandes pescadores em Portugal em com-petição.

DCM: Em competição e não só (risos)! Achas que temos que fazer muito esforço para chegar ao nível de países onde a modalidade está mais desenvolvida?

PS: O esforço tem sido feito, temos dado as nossas ideias e neste momento só uma reestru-turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está desactualizada e não tem nada a ver com a nossa realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não é por acaso que mesmo fora de competição é normal e frequente ver cada vez mais pescadores a passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros países para pescar de noite e com mais de duas canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de infracções na pesca estão muito dispendiosas e se tivermos o azar de sermos contemplados é muito complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não ficar assim tão caro, para se poder pescar descansa-do. Espero que as coisas mudem por cá!

DCM: Voltando a falar do teu filho, já disseste que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas que a geração dele já vai encontrar na “pesca e solta” um significado natural ou ainda terá muito trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no máximo, estas gerações futuras que se avizinham, saibam plenamente quais são os nossos princípios, e que a maior parte de todas estas gerações futuras que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca, exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à beira da água como com as espécies que destro-em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações de quase destruição total de duas espécies numa determinada massa de água. Numa barragem perto de casa, praticamente mataram todos os achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas, estas sim são um grande flagelo.

Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações engraçadas, mas existem algumas que se sobrepõem a outras. A história que vou contar passou-se em Competição. Na altura andava a construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar com alguns colegas 15 dias antes, e por acaso ficar-am a treinar praticamente no local onde calhamos em prova, na Barragem do Divor. Acontece que nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante esse fim-de-semana tiveram a companhia de uma raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram foram dando de comer. Não é que o animal recon-heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15 dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos por isso conseguiu levar a saca de papelão onde tínhamos os pães caseiros para toda a prova. Observámo-la com as luzes a reflectir nos olhos a centenas de metros e com a saca do pão da boca. Bem, ao primeiro dia ficamos sem pão, valeu a boa acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-dade de nos dar algum para os dias de prova que faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu, espero o melhor futuro para a DCM, com muitos anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

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Page 28: Digital Carp Magazine #03

DCM: Olá Paulo, como tens passado?R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O mau foi começar, agora deixar só por boas razões. Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e tive um início bastante difícil em que o acesso aos materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo, existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e praticamente qualquer loja tem algum material de pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país, e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que idade?

PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero não sei dizer quando comecei! Desde que me lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado, sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as semanas as linhas serem colocadas de molho, era muito raro falhar um fim-de-semana. Até de férias na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos! Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida. Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões “ era comprar um terreno, fazer um lago e poder dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar esse sonho realidade, mas o que não foi possível realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu filho, que já tive (Orlando Loureiro) o prazer de conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade, não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias. Crescimento da família e subida no posto de trabalho fizeram com que o tempo para a modali-dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo colegas à pesca com os filhos, ou vejo fotos de malta à pesca com os filhos revejo-me neles e imag-ino o meu ego crescer imenso quando também o fizer. Costumo dizer que na vida temos sempre que dar prioridades às questões mais importantes, e não posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o fizesse também não teria disponibilidade para a pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

engodos para uma pesca de fim-de-semana à Ingle-sa, na altura era o que praticava e muito prazer me dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não levas umas bolas e experimentas?”. Eu fiquei a olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua paciência de sempre lá me explicou, disse o que fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava e não se desatava), enfim, um monte de filmes na cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à pesca à Inglesa, nunca mais fui!

DCM: Ainda te lembras da primeira captura com esta técnica?

PS: Claro que sim, estas coisas para mim ficam como um marco para a vida, como nos acontece em outros casos, quer sejam positivos ou negativos. Acima de tudo ainda me lembro quais eram os boilies. A medida é que não tenho certeza mas na altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a Isoteric. Esta marca era a que mais gostava e que já não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. E fiquei a pensar para mim, “e não é que isto funcio-na? E não é que os peixes sempre ficam espetados no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos) Foi incrível, e claro, ficou marcado. A barragem foi perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te deu?

PS: A captura que mais prazer me deu foi sem dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a captura que me dá mais prazer é sempre a primeira quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a “desgrade“, afinal o princípio básico quando vamos à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição, porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas sem dúvida que era um bom método para poder ir à pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-onato do Mundo e poder ir representar a Seleção. Sem dúvida que é uma experiência única, e que digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se sofrer muito para atingir os resultados pretendidos para o apuramento, e dependemos de vários fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita sorte também. Com o passar dos anos em Com-petição era mais frequente ver malta a desistir do que a continuar. É verdade que ao longo dos anos entrava muita gente, mas a desistência era superior, o que faz com que a Competição das Carpas para mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos moldes actuais, e com as equipas que neste momento fazem competição, os lugares cimeiros são praticamente sempre obtidos pelas mesmas equipas. Na teoria, e com a evolução que esta modalidade deveria ter, é notório que se não houvesse a desistência de tantas equipas já tería-mos mais divisões como acontece noutras com-petições. Depois para se fazer competição tem de se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é muito diferente. Para treinar tem de se perder tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está fácil, e num período de quinze dias tirar tanto tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais preparação do que parece para se fazer Carp Fish-ing de competição. O pouco tempo que tinhas disponível para treinar condicionava-te ou limita-va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o treino é primordial. Treinar para mim é impre-scindível em qualquer disciplina, só desse modo nos podemos preparar para fazer qualquer evento na melhor das nossas performances. O treino abrange muita matéria, não é só o lançar canas longe, ou ver o que os peixes de momento estão a comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento com o parceiro, meio caminho andado para o suces-so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-nar horas de engodagem, diurna e nocturna, refeições… Também era ingrato por vezes chegar a uma prova e fazer grandes maratonas de corte de mato no local da box ou retirar ervas de dentro de água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas que por vezes se reflectiam nas nossas condições principalmente físicas para fazer realmente o que era importante para a prova e darmos o nosso melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição. Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais equipas, que torne o campeonato mais competitivo, para nos podermos preparar cada vez mais e melhor para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então, e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim, falou sobre isso na passada edição da DCM. Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-mente me fez ir para a competição foi poder estar mais ou menos descansado e de forma legal a pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma vez em prova as autoridades fizeram-me parar o que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-ram-me a mostrar a documentação e argumentar o que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em particular, não podermos pescar de noite e montar tendas, é considerado campismo selvagem. Não compreendo ainda mais quando é permitido pescar de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica? É mais Seguro? Depois a própria competição obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe quando sabemos que temos de atingir algo e o tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a diferença ou os adversários não capturarem peixe para não nos ultrapassar, e quando isto acontece mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

marcados pelo menos ficam logo reservados para a pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para boilies, mas em situações difíceis as sementes costumam ser a outra possibilidade. Mas quase sempre como segunda opção.

DCM: Que achas dos Iscos Artificias? Costumas usar?

PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-mente por cima de uma boilie utilizo um milho falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-do da forma mais natural é quando tem mais rendi-mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens? Leves ou pesadas? Ou depende da água em questão?

PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares, logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar não se deve carregar muito na engodagem, pois senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque tem sido muito eficaz e a que melhores resultados me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque é a montagem mais equilibrada e que tem um funcionamento muito mais natural e que pode criar movimentos debaixo de água que podem ser deter-minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te agrada, Rios ou Lagos/Barragens?

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as vantagens e desvantagens que vês entre uma e outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho pouca experiência, mas não duvido que a questão da localização correcta da montagem em rio e de termos noção que a engodagem pode ter saído do local onde foi inicialmente colocada pode fazer toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é muito difícil. Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em termos de meses posso dizer que a minha preferên-cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a condicionante do tempo que nos obriga a ajustar, pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos mais opções de escolha, não existe tanta gente em barcos ou a tomar banho como acontece no verão. Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, nunca ajudam à festa. No Inverno por norma a activ-idade das carpas mais pequenas é mais reduzida, logo temos mais possibilidades de fazer um bom exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência máxima do seu peso, por se estarem a preparam para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket. Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma linha quando estamos totalmente satisfeitos.

É uma linha duradoura, para não dizer infinita. Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-nados?

PS: Depende das situações, mas habitualmente costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as vantagens e desvantagens que vês entre umas e outras?

PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o terreno, dão para todas as situações, pescas longas, curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é grande conhecimento por parte do pescador em relação à cana, para a saber utilizar perante as condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait Runner?

PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner em pesca?

PS: Creio que é a forma mais simples e prática para esta modalidade. O Bait Runner na acção de pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do carreto destrancada. Esta situação requer muito tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade que temos de ter nos braços para poder trabalhar o peixe também é muito importante. Esta prática já vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar de vez esta modalidade e a torne cada vez mais competitiva. Para a modalidade crescer também precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-petição somos dos melhores, basta vermos que não é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa que temos bons resultados. Mas uma possível alteração à lei, que criasse condições para que quem pratica esta modalidade em competição pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda, pescar à noite descansado, e outros melhoramen-tos, provavelmente traria mais pescadores para a Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos moldes atuais, com a escassez de pescadores, e com praticamente um pódio preenchido todos anos com os mesmos pescadores, provavelmente a com-petição sendo tão reduzida entre tão poucos torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. Isto origina que de futuro esses mesmos pescado-res não tenham uma necessidade tão grande de esforço, pois sabem que o resultado final obtido é garantido, mas depois em provas internacionais, pode ter resultados mais negativos, do que aqueles que desejamos. Isto é o meu ponto de vista, mas temos grandes pescadores em Portugal em com-petição.

DCM: Em competição e não só (risos)! Achas que temos que fazer muito esforço para chegar ao nível de países onde a modalidade está mais desenvolvida?

PS: O esforço tem sido feito, temos dado as nossas ideias e neste momento só uma reestru-turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está desactualizada e não tem nada a ver com a nossa realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não é por acaso que mesmo fora de competição é normal e frequente ver cada vez mais pescadores a passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros países para pescar de noite e com mais de duas canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de infracções na pesca estão muito dispendiosas e se tivermos o azar de sermos contemplados é muito complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não ficar assim tão caro, para se poder pescar descansa-do. Espero que as coisas mudem por cá!

DCM: Voltando a falar do teu filho, já disseste que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas que a geração dele já vai encontrar na “pesca e solta” um significado natural ou ainda terá muito trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no máximo, estas gerações futuras que se avizinham, saibam plenamente quais são os nossos princípios, e que a maior parte de todas estas gerações futuras que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca, exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à beira da água como com as espécies que destro-em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações de quase destruição total de duas espécies numa determinada massa de água. Numa barragem perto de casa, praticamente mataram todos os achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas, estas sim são um grande flagelo.

Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações engraçadas, mas existem algumas que se sobrepõem a outras. A história que vou contar passou-se em Competição. Na altura andava a construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar com alguns colegas 15 dias antes, e por acaso ficar-am a treinar praticamente no local onde calhamos em prova, na Barragem do Divor. Acontece que nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante esse fim-de-semana tiveram a companhia de uma raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram foram dando de comer. Não é que o animal recon-heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15 dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos por isso conseguiu levar a saca de papelão onde tínhamos os pães caseiros para toda a prova. Observámo-la com as luzes a reflectir nos olhos a centenas de metros e com a saca do pão da boca. Bem, ao primeiro dia ficamos sem pão, valeu a boa acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-dade de nos dar algum para os dias de prova que faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu, espero o melhor futuro para a DCM, com muitos anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

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Page 29: Digital Carp Magazine #03

DCM: Olá Paulo, como tens passado?R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O mau foi começar, agora deixar só por boas razões. Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e tive um início bastante difícil em que o acesso aos materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo, existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e praticamente qualquer loja tem algum material de pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país, e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que idade?

PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero não sei dizer quando comecei! Desde que me lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado, sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as semanas as linhas serem colocadas de molho, era muito raro falhar um fim-de-semana. Até de férias na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos! Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida. Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões “ era comprar um terreno, fazer um lago e poder dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar esse sonho realidade, mas o que não foi possível realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu filho, que já tive (Orlando Loureiro) o prazer de conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade, não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias. Crescimento da família e subida no posto de trabalho fizeram com que o tempo para a modali-dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo colegas à pesca com os filhos, ou vejo fotos de malta à pesca com os filhos revejo-me neles e imag-ino o meu ego crescer imenso quando também o fizer. Costumo dizer que na vida temos sempre que dar prioridades às questões mais importantes, e não posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o fizesse também não teria disponibilidade para a pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

engodos para uma pesca de fim-de-semana à Ingle-sa, na altura era o que praticava e muito prazer me dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não levas umas bolas e experimentas?”. Eu fiquei a olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua paciência de sempre lá me explicou, disse o que fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava e não se desatava), enfim, um monte de filmes na cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à pesca à Inglesa, nunca mais fui!

DCM: Ainda te lembras da primeira captura com esta técnica?

PS: Claro que sim, estas coisas para mim ficam como um marco para a vida, como nos acontece em outros casos, quer sejam positivos ou negativos. Acima de tudo ainda me lembro quais eram os boilies. A medida é que não tenho certeza mas na altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a Isoteric. Esta marca era a que mais gostava e que já não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. E fiquei a pensar para mim, “e não é que isto funcio-na? E não é que os peixes sempre ficam espetados no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos) Foi incrível, e claro, ficou marcado. A barragem foi perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te deu?

PS: A captura que mais prazer me deu foi sem dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a captura que me dá mais prazer é sempre a primeira quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a “desgrade“, afinal o princípio básico quando vamos à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição, porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas sem dúvida que era um bom método para poder ir à pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-onato do Mundo e poder ir representar a Seleção. Sem dúvida que é uma experiência única, e que digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se sofrer muito para atingir os resultados pretendidos para o apuramento, e dependemos de vários fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita sorte também. Com o passar dos anos em Com-petição era mais frequente ver malta a desistir do que a continuar. É verdade que ao longo dos anos entrava muita gente, mas a desistência era superior, o que faz com que a Competição das Carpas para mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos moldes actuais, e com as equipas que neste momento fazem competição, os lugares cimeiros são praticamente sempre obtidos pelas mesmas equipas. Na teoria, e com a evolução que esta modalidade deveria ter, é notório que se não houvesse a desistência de tantas equipas já tería-mos mais divisões como acontece noutras com-petições. Depois para se fazer competição tem de se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é muito diferente. Para treinar tem de se perder tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está fácil, e num período de quinze dias tirar tanto tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais preparação do que parece para se fazer Carp Fish-ing de competição. O pouco tempo que tinhas disponível para treinar condicionava-te ou limita-va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o treino é primordial. Treinar para mim é impre-scindível em qualquer disciplina, só desse modo nos podemos preparar para fazer qualquer evento na melhor das nossas performances. O treino abrange muita matéria, não é só o lançar canas longe, ou ver o que os peixes de momento estão a comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento com o parceiro, meio caminho andado para o suces-so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-nar horas de engodagem, diurna e nocturna, refeições… Também era ingrato por vezes chegar a uma prova e fazer grandes maratonas de corte de mato no local da box ou retirar ervas de dentro de água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas que por vezes se reflectiam nas nossas condições principalmente físicas para fazer realmente o que era importante para a prova e darmos o nosso melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição. Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais equipas, que torne o campeonato mais competitivo, para nos podermos preparar cada vez mais e melhor para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então, e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim, falou sobre isso na passada edição da DCM. Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-mente me fez ir para a competição foi poder estar mais ou menos descansado e de forma legal a pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma vez em prova as autoridades fizeram-me parar o que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-ram-me a mostrar a documentação e argumentar o que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em particular, não podermos pescar de noite e montar tendas, é considerado campismo selvagem. Não compreendo ainda mais quando é permitido pescar de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica? É mais Seguro? Depois a própria competição obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe quando sabemos que temos de atingir algo e o tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a diferença ou os adversários não capturarem peixe para não nos ultrapassar, e quando isto acontece mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

marcados pelo menos ficam logo reservados para a pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para boilies, mas em situações difíceis as sementes costumam ser a outra possibilidade. Mas quase sempre como segunda opção.

DCM: Que achas dos Iscos Artificias? Costumas usar?

PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-mente por cima de uma boilie utilizo um milho falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-do da forma mais natural é quando tem mais rendi-mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens? Leves ou pesadas? Ou depende da água em questão?

PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares, logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar não se deve carregar muito na engodagem, pois senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque tem sido muito eficaz e a que melhores resultados me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque é a montagem mais equilibrada e que tem um funcionamento muito mais natural e que pode criar movimentos debaixo de água que podem ser deter-minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te agrada, Rios ou Lagos/Barragens?

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as vantagens e desvantagens que vês entre uma e outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho pouca experiência, mas não duvido que a questão da localização correcta da montagem em rio e de termos noção que a engodagem pode ter saído do local onde foi inicialmente colocada pode fazer toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é muito difícil. Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em termos de meses posso dizer que a minha preferên-cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a condicionante do tempo que nos obriga a ajustar, pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos mais opções de escolha, não existe tanta gente em barcos ou a tomar banho como acontece no verão. Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, nunca ajudam à festa. No Inverno por norma a activ-idade das carpas mais pequenas é mais reduzida, logo temos mais possibilidades de fazer um bom exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência máxima do seu peso, por se estarem a preparam para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket. Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma linha quando estamos totalmente satisfeitos.

É uma linha duradoura, para não dizer infinita. Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-nados?

PS: Depende das situações, mas habitualmente costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as vantagens e desvantagens que vês entre umas e outras?

PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o terreno, dão para todas as situações, pescas longas, curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é grande conhecimento por parte do pescador em relação à cana, para a saber utilizar perante as condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait Runner?

PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner em pesca?

PS: Creio que é a forma mais simples e prática para esta modalidade. O Bait Runner na acção de pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do carreto destrancada. Esta situação requer muito tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade que temos de ter nos braços para poder trabalhar o peixe também é muito importante. Esta prática já vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar de vez esta modalidade e a torne cada vez mais competitiva. Para a modalidade crescer também precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-petição somos dos melhores, basta vermos que não é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa que temos bons resultados. Mas uma possível alteração à lei, que criasse condições para que quem pratica esta modalidade em competição pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda, pescar à noite descansado, e outros melhoramen-tos, provavelmente traria mais pescadores para a Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos moldes atuais, com a escassez de pescadores, e com praticamente um pódio preenchido todos anos com os mesmos pescadores, provavelmente a com-petição sendo tão reduzida entre tão poucos torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. Isto origina que de futuro esses mesmos pescado-res não tenham uma necessidade tão grande de esforço, pois sabem que o resultado final obtido é garantido, mas depois em provas internacionais, pode ter resultados mais negativos, do que aqueles que desejamos. Isto é o meu ponto de vista, mas temos grandes pescadores em Portugal em com-petição.

DCM: Em competição e não só (risos)! Achas que temos que fazer muito esforço para chegar ao nível de países onde a modalidade está mais desenvolvida?

PS: O esforço tem sido feito, temos dado as nossas ideias e neste momento só uma reestru-turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está desactualizada e não tem nada a ver com a nossa realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não é por acaso que mesmo fora de competição é normal e frequente ver cada vez mais pescadores a passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros países para pescar de noite e com mais de duas canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de infracções na pesca estão muito dispendiosas e se tivermos o azar de sermos contemplados é muito complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não ficar assim tão caro, para se poder pescar descansa-do. Espero que as coisas mudem por cá!

DCM: Voltando a falar do teu filho, já disseste que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas que a geração dele já vai encontrar na “pesca e solta” um significado natural ou ainda terá muito trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no máximo, estas gerações futuras que se avizinham, saibam plenamente quais são os nossos princípios, e que a maior parte de todas estas gerações futuras que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca, exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à beira da água como com as espécies que destro-em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações de quase destruição total de duas espécies numa determinada massa de água. Numa barragem perto de casa, praticamente mataram todos os achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas, estas sim são um grande flagelo.

Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações engraçadas, mas existem algumas que se sobrepõem a outras. A história que vou contar passou-se em Competição. Na altura andava a construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar com alguns colegas 15 dias antes, e por acaso ficar-am a treinar praticamente no local onde calhamos em prova, na Barragem do Divor. Acontece que nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante esse fim-de-semana tiveram a companhia de uma raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram foram dando de comer. Não é que o animal recon-heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15 dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos por isso conseguiu levar a saca de papelão onde tínhamos os pães caseiros para toda a prova. Observámo-la com as luzes a reflectir nos olhos a centenas de metros e com a saca do pão da boca. Bem, ao primeiro dia ficamos sem pão, valeu a boa acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-dade de nos dar algum para os dias de prova que faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu, espero o melhor futuro para a DCM, com muitos anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

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DCM: Olá Paulo, como tens passado?R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O mau foi começar, agora deixar só por boas razões. Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e tive um início bastante difícil em que o acesso aos materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo, existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e praticamente qualquer loja tem algum material de pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país, e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que idade?

PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero não sei dizer quando comecei! Desde que me lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado, sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as semanas as linhas serem colocadas de molho, era muito raro falhar um fim-de-semana. Até de férias na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos! Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida. Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões “ era comprar um terreno, fazer um lago e poder dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar esse sonho realidade, mas o que não foi possível realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu filho, que já tive (Orlando Loureiro) o prazer de conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade, não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias. Crescimento da família e subida no posto de trabalho fizeram com que o tempo para a modali-dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo colegas à pesca com os filhos, ou vejo fotos de malta à pesca com os filhos revejo-me neles e imag-ino o meu ego crescer imenso quando também o fizer. Costumo dizer que na vida temos sempre que dar prioridades às questões mais importantes, e não posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o fizesse também não teria disponibilidade para a pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

engodos para uma pesca de fim-de-semana à Ingle-sa, na altura era o que praticava e muito prazer me dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não levas umas bolas e experimentas?”. Eu fiquei a olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua paciência de sempre lá me explicou, disse o que fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava e não se desatava), enfim, um monte de filmes na cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à pesca à Inglesa, nunca mais fui!

DCM: Ainda te lembras da primeira captura com esta técnica?

PS: Claro que sim, estas coisas para mim ficam como um marco para a vida, como nos acontece em outros casos, quer sejam positivos ou negativos. Acima de tudo ainda me lembro quais eram os boilies. A medida é que não tenho certeza mas na altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a Isoteric. Esta marca era a que mais gostava e que já não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. E fiquei a pensar para mim, “e não é que isto funcio-na? E não é que os peixes sempre ficam espetados no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos) Foi incrível, e claro, ficou marcado. A barragem foi perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te deu?

PS: A captura que mais prazer me deu foi sem dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a captura que me dá mais prazer é sempre a primeira quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a “desgrade“, afinal o princípio básico quando vamos à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição, porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas sem dúvida que era um bom método para poder ir à pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-onato do Mundo e poder ir representar a Seleção. Sem dúvida que é uma experiência única, e que digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se sofrer muito para atingir os resultados pretendidos para o apuramento, e dependemos de vários fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita sorte também. Com o passar dos anos em Com-petição era mais frequente ver malta a desistir do que a continuar. É verdade que ao longo dos anos entrava muita gente, mas a desistência era superior, o que faz com que a Competição das Carpas para mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos moldes actuais, e com as equipas que neste momento fazem competição, os lugares cimeiros são praticamente sempre obtidos pelas mesmas equipas. Na teoria, e com a evolução que esta modalidade deveria ter, é notório que se não houvesse a desistência de tantas equipas já tería-mos mais divisões como acontece noutras com-petições. Depois para se fazer competição tem de se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é muito diferente. Para treinar tem de se perder tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está fácil, e num período de quinze dias tirar tanto tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais preparação do que parece para se fazer Carp Fish-ing de competição. O pouco tempo que tinhas disponível para treinar condicionava-te ou limita-va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o treino é primordial. Treinar para mim é impre-scindível em qualquer disciplina, só desse modo nos podemos preparar para fazer qualquer evento na melhor das nossas performances. O treino abrange muita matéria, não é só o lançar canas longe, ou ver o que os peixes de momento estão a comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento com o parceiro, meio caminho andado para o suces-so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-nar horas de engodagem, diurna e nocturna, refeições… Também era ingrato por vezes chegar a uma prova e fazer grandes maratonas de corte de mato no local da box ou retirar ervas de dentro de água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas que por vezes se reflectiam nas nossas condições principalmente físicas para fazer realmente o que era importante para a prova e darmos o nosso melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição. Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais equipas, que torne o campeonato mais competitivo, para nos podermos preparar cada vez mais e melhor para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então, e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim, falou sobre isso na passada edição da DCM. Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-mente me fez ir para a competição foi poder estar mais ou menos descansado e de forma legal a pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma vez em prova as autoridades fizeram-me parar o que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-ram-me a mostrar a documentação e argumentar o que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em particular, não podermos pescar de noite e montar tendas, é considerado campismo selvagem. Não compreendo ainda mais quando é permitido pescar de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica? É mais Seguro? Depois a própria competição obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe quando sabemos que temos de atingir algo e o tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a diferença ou os adversários não capturarem peixe para não nos ultrapassar, e quando isto acontece mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

marcados pelo menos ficam logo reservados para a pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para boilies, mas em situações difíceis as sementes costumam ser a outra possibilidade. Mas quase sempre como segunda opção.

DCM: Que achas dos Iscos Artificias? Costumas usar?

PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-mente por cima de uma boilie utilizo um milho falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-do da forma mais natural é quando tem mais rendi-mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens? Leves ou pesadas? Ou depende da água em questão?

PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares, logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar não se deve carregar muito na engodagem, pois senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque tem sido muito eficaz e a que melhores resultados me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque é a montagem mais equilibrada e que tem um funcionamento muito mais natural e que pode criar movimentos debaixo de água que podem ser deter-minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te agrada, Rios ou Lagos/Barragens?

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as vantagens e desvantagens que vês entre uma e outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho pouca experiência, mas não duvido que a questão da localização correcta da montagem em rio e de termos noção que a engodagem pode ter saído do local onde foi inicialmente colocada pode fazer toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é muito difícil. Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em termos de meses posso dizer que a minha preferên-cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a condicionante do tempo que nos obriga a ajustar, pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos mais opções de escolha, não existe tanta gente em barcos ou a tomar banho como acontece no verão. Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, nunca ajudam à festa. No Inverno por norma a activ-idade das carpas mais pequenas é mais reduzida, logo temos mais possibilidades de fazer um bom exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência máxima do seu peso, por se estarem a preparam para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket. Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma linha quando estamos totalmente satisfeitos.

É uma linha duradoura, para não dizer infinita. Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-nados?

PS: Depende das situações, mas habitualmente costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as vantagens e desvantagens que vês entre umas e outras?

PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o terreno, dão para todas as situações, pescas longas, curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é grande conhecimento por parte do pescador em relação à cana, para a saber utilizar perante as condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait Runner?

PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner em pesca?

PS: Creio que é a forma mais simples e prática para esta modalidade. O Bait Runner na acção de pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do carreto destrancada. Esta situação requer muito tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade que temos de ter nos braços para poder trabalhar o peixe também é muito importante. Esta prática já vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar de vez esta modalidade e a torne cada vez mais competitiva. Para a modalidade crescer também precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-petição somos dos melhores, basta vermos que não é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa que temos bons resultados. Mas uma possível alteração à lei, que criasse condições para que quem pratica esta modalidade em competição pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda, pescar à noite descansado, e outros melhoramen-tos, provavelmente traria mais pescadores para a Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos moldes atuais, com a escassez de pescadores, e com praticamente um pódio preenchido todos anos com os mesmos pescadores, provavelmente a com-petição sendo tão reduzida entre tão poucos torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. Isto origina que de futuro esses mesmos pescado-res não tenham uma necessidade tão grande de esforço, pois sabem que o resultado final obtido é garantido, mas depois em provas internacionais, pode ter resultados mais negativos, do que aqueles que desejamos. Isto é o meu ponto de vista, mas temos grandes pescadores em Portugal em com-petição.

DCM: Em competição e não só (risos)! Achas que temos que fazer muito esforço para chegar ao nível de países onde a modalidade está mais desenvolvida?

PS: O esforço tem sido feito, temos dado as nossas ideias e neste momento só uma reestru-turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está desactualizada e não tem nada a ver com a nossa realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não é por acaso que mesmo fora de competição é normal e frequente ver cada vez mais pescadores a passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros países para pescar de noite e com mais de duas canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de infracções na pesca estão muito dispendiosas e se tivermos o azar de sermos contemplados é muito complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não ficar assim tão caro, para se poder pescar descansa-do. Espero que as coisas mudem por cá!

DCM: Voltando a falar do teu filho, já disseste que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas que a geração dele já vai encontrar na “pesca e solta” um significado natural ou ainda terá muito trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no máximo, estas gerações futuras que se avizinham, saibam plenamente quais são os nossos princípios, e que a maior parte de todas estas gerações futuras que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca, exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à beira da água como com as espécies que destro-em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações de quase destruição total de duas espécies numa determinada massa de água. Numa barragem perto de casa, praticamente mataram todos os achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas, estas sim são um grande flagelo.

Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações engraçadas, mas existem algumas que se sobrepõem a outras. A história que vou contar passou-se em Competição. Na altura andava a construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar com alguns colegas 15 dias antes, e por acaso ficar-am a treinar praticamente no local onde calhamos em prova, na Barragem do Divor. Acontece que nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante esse fim-de-semana tiveram a companhia de uma raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram foram dando de comer. Não é que o animal recon-heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15 dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos por isso conseguiu levar a saca de papelão onde tínhamos os pães caseiros para toda a prova. Observámo-la com as luzes a reflectir nos olhos a centenas de metros e com a saca do pão da boca. Bem, ao primeiro dia ficamos sem pão, valeu a boa acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-dade de nos dar algum para os dias de prova que faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu, espero o melhor futuro para a DCM, com muitos anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

30

Page 31: Digital Carp Magazine #03

DCM: Olá Paulo, como tens passado?R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O mau foi começar, agora deixar só por boas razões. Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e tive um início bastante difícil em que o acesso aos materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo, existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e praticamente qualquer loja tem algum material de pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país, e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que idade?

PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero não sei dizer quando comecei! Desde que me lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado, sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as semanas as linhas serem colocadas de molho, era muito raro falhar um fim-de-semana. Até de férias na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos! Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida. Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões “ era comprar um terreno, fazer um lago e poder dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar esse sonho realidade, mas o que não foi possível realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu filho, que já tive (Orlando Loureiro) o prazer de conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade, não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias. Crescimento da família e subida no posto de trabalho fizeram com que o tempo para a modali-dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo colegas à pesca com os filhos, ou vejo fotos de malta à pesca com os filhos revejo-me neles e imag-ino o meu ego crescer imenso quando também o fizer. Costumo dizer que na vida temos sempre que dar prioridades às questões mais importantes, e não posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o fizesse também não teria disponibilidade para a pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

engodos para uma pesca de fim-de-semana à Ingle-sa, na altura era o que praticava e muito prazer me dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não levas umas bolas e experimentas?”. Eu fiquei a olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua paciência de sempre lá me explicou, disse o que fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava e não se desatava), enfim, um monte de filmes na cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à pesca à Inglesa, nunca mais fui!

DCM: Ainda te lembras da primeira captura com esta técnica?

PS: Claro que sim, estas coisas para mim ficam como um marco para a vida, como nos acontece em outros casos, quer sejam positivos ou negativos. Acima de tudo ainda me lembro quais eram os boilies. A medida é que não tenho certeza mas na altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a Isoteric. Esta marca era a que mais gostava e que já não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. E fiquei a pensar para mim, “e não é que isto funcio-na? E não é que os peixes sempre ficam espetados no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos) Foi incrível, e claro, ficou marcado. A barragem foi perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te deu?

PS: A captura que mais prazer me deu foi sem dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a captura que me dá mais prazer é sempre a primeira quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a “desgrade“, afinal o princípio básico quando vamos à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição, porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas sem dúvida que era um bom método para poder ir à pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-onato do Mundo e poder ir representar a Seleção. Sem dúvida que é uma experiência única, e que digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se sofrer muito para atingir os resultados pretendidos para o apuramento, e dependemos de vários fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita sorte também. Com o passar dos anos em Com-petição era mais frequente ver malta a desistir do que a continuar. É verdade que ao longo dos anos entrava muita gente, mas a desistência era superior, o que faz com que a Competição das Carpas para mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos moldes actuais, e com as equipas que neste momento fazem competição, os lugares cimeiros são praticamente sempre obtidos pelas mesmas equipas. Na teoria, e com a evolução que esta modalidade deveria ter, é notório que se não houvesse a desistência de tantas equipas já tería-mos mais divisões como acontece noutras com-petições. Depois para se fazer competição tem de se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é muito diferente. Para treinar tem de se perder tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está fácil, e num período de quinze dias tirar tanto tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais preparação do que parece para se fazer Carp Fish-ing de competição. O pouco tempo que tinhas disponível para treinar condicionava-te ou limita-va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o treino é primordial. Treinar para mim é impre-scindível em qualquer disciplina, só desse modo nos podemos preparar para fazer qualquer evento na melhor das nossas performances. O treino abrange muita matéria, não é só o lançar canas longe, ou ver o que os peixes de momento estão a comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento com o parceiro, meio caminho andado para o suces-so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-nar horas de engodagem, diurna e nocturna, refeições… Também era ingrato por vezes chegar a uma prova e fazer grandes maratonas de corte de mato no local da box ou retirar ervas de dentro de água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas que por vezes se reflectiam nas nossas condições principalmente físicas para fazer realmente o que era importante para a prova e darmos o nosso melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição. Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais equipas, que torne o campeonato mais competitivo, para nos podermos preparar cada vez mais e melhor para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então, e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim, falou sobre isso na passada edição da DCM. Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-mente me fez ir para a competição foi poder estar mais ou menos descansado e de forma legal a pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma vez em prova as autoridades fizeram-me parar o que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-ram-me a mostrar a documentação e argumentar o que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em particular, não podermos pescar de noite e montar tendas, é considerado campismo selvagem. Não compreendo ainda mais quando é permitido pescar de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica? É mais Seguro? Depois a própria competição obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe quando sabemos que temos de atingir algo e o tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a diferença ou os adversários não capturarem peixe para não nos ultrapassar, e quando isto acontece mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

marcados pelo menos ficam logo reservados para a pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para boilies, mas em situações difíceis as sementes costumam ser a outra possibilidade. Mas quase sempre como segunda opção.

DCM: Que achas dos Iscos Artificias? Costumas usar?

PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-mente por cima de uma boilie utilizo um milho falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-do da forma mais natural é quando tem mais rendi-mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens? Leves ou pesadas? Ou depende da água em questão?

PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares, logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar não se deve carregar muito na engodagem, pois senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque tem sido muito eficaz e a que melhores resultados me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque é a montagem mais equilibrada e que tem um funcionamento muito mais natural e que pode criar movimentos debaixo de água que podem ser deter-minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te agrada, Rios ou Lagos/Barragens?

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as vantagens e desvantagens que vês entre uma e outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho pouca experiência, mas não duvido que a questão da localização correcta da montagem em rio e de termos noção que a engodagem pode ter saído do local onde foi inicialmente colocada pode fazer toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é muito difícil. Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em termos de meses posso dizer que a minha preferên-cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a condicionante do tempo que nos obriga a ajustar, pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos mais opções de escolha, não existe tanta gente em barcos ou a tomar banho como acontece no verão. Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, nunca ajudam à festa. No Inverno por norma a activ-idade das carpas mais pequenas é mais reduzida, logo temos mais possibilidades de fazer um bom exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência máxima do seu peso, por se estarem a preparam para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket. Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma linha quando estamos totalmente satisfeitos.

É uma linha duradoura, para não dizer infinita. Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-nados?

PS: Depende das situações, mas habitualmente costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as vantagens e desvantagens que vês entre umas e outras?

PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o terreno, dão para todas as situações, pescas longas, curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é grande conhecimento por parte do pescador em relação à cana, para a saber utilizar perante as condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait Runner?

PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner em pesca?

PS: Creio que é a forma mais simples e prática para esta modalidade. O Bait Runner na acção de pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do carreto destrancada. Esta situação requer muito tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade que temos de ter nos braços para poder trabalhar o peixe também é muito importante. Esta prática já vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar de vez esta modalidade e a torne cada vez mais competitiva. Para a modalidade crescer também precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-petição somos dos melhores, basta vermos que não é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa que temos bons resultados. Mas uma possível alteração à lei, que criasse condições para que quem pratica esta modalidade em competição pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda, pescar à noite descansado, e outros melhoramen-tos, provavelmente traria mais pescadores para a Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos moldes atuais, com a escassez de pescadores, e com praticamente um pódio preenchido todos anos com os mesmos pescadores, provavelmente a com-petição sendo tão reduzida entre tão poucos torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. Isto origina que de futuro esses mesmos pescado-res não tenham uma necessidade tão grande de esforço, pois sabem que o resultado final obtido é garantido, mas depois em provas internacionais, pode ter resultados mais negativos, do que aqueles que desejamos. Isto é o meu ponto de vista, mas temos grandes pescadores em Portugal em com-petição.

DCM: Em competição e não só (risos)! Achas que temos que fazer muito esforço para chegar ao nível de países onde a modalidade está mais desenvolvida?

PS: O esforço tem sido feito, temos dado as nossas ideias e neste momento só uma reestru-turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está desactualizada e não tem nada a ver com a nossa realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não é por acaso que mesmo fora de competição é normal e frequente ver cada vez mais pescadores a passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros países para pescar de noite e com mais de duas canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de infracções na pesca estão muito dispendiosas e se tivermos o azar de sermos contemplados é muito complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não ficar assim tão caro, para se poder pescar descansa-do. Espero que as coisas mudem por cá!

DCM: Voltando a falar do teu filho, já disseste que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas que a geração dele já vai encontrar na “pesca e solta” um significado natural ou ainda terá muito trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no máximo, estas gerações futuras que se avizinham, saibam plenamente quais são os nossos princípios, e que a maior parte de todas estas gerações futuras que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca, exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à beira da água como com as espécies que destro-em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações de quase destruição total de duas espécies numa determinada massa de água. Numa barragem perto de casa, praticamente mataram todos os achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas, estas sim são um grande flagelo.

Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações engraçadas, mas existem algumas que se sobrepõem a outras. A história que vou contar passou-se em Competição. Na altura andava a construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar com alguns colegas 15 dias antes, e por acaso ficar-am a treinar praticamente no local onde calhamos em prova, na Barragem do Divor. Acontece que nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante esse fim-de-semana tiveram a companhia de uma raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram foram dando de comer. Não é que o animal recon-heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15 dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos por isso conseguiu levar a saca de papelão onde tínhamos os pães caseiros para toda a prova. Observámo-la com as luzes a reflectir nos olhos a centenas de metros e com a saca do pão da boca. Bem, ao primeiro dia ficamos sem pão, valeu a boa acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-dade de nos dar algum para os dias de prova que faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu, espero o melhor futuro para a DCM, com muitos anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

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Page 32: Digital Carp Magazine #03

DCM: Olá Paulo, como tens passado?R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O mau foi começar, agora deixar só por boas razões. Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e tive um início bastante difícil em que o acesso aos materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo, existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e praticamente qualquer loja tem algum material de pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país, e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que idade?

PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero não sei dizer quando comecei! Desde que me lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado, sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as semanas as linhas serem colocadas de molho, era muito raro falhar um fim-de-semana. Até de férias na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos! Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida. Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões “ era comprar um terreno, fazer um lago e poder dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar esse sonho realidade, mas o que não foi possível realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu filho, que já tive (Orlando Loureiro) o prazer de conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade, não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias. Crescimento da família e subida no posto de trabalho fizeram com que o tempo para a modali-dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo colegas à pesca com os filhos, ou vejo fotos de malta à pesca com os filhos revejo-me neles e imag-ino o meu ego crescer imenso quando também o fizer. Costumo dizer que na vida temos sempre que dar prioridades às questões mais importantes, e não posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o fizesse também não teria disponibilidade para a pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

engodos para uma pesca de fim-de-semana à Ingle-sa, na altura era o que praticava e muito prazer me dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não levas umas bolas e experimentas?”. Eu fiquei a olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua paciência de sempre lá me explicou, disse o que fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava e não se desatava), enfim, um monte de filmes na cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à pesca à Inglesa, nunca mais fui!

DCM: Ainda te lembras da primeira captura com esta técnica?

PS: Claro que sim, estas coisas para mim ficam como um marco para a vida, como nos acontece em outros casos, quer sejam positivos ou negativos. Acima de tudo ainda me lembro quais eram os boilies. A medida é que não tenho certeza mas na altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a Isoteric. Esta marca era a que mais gostava e que já não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. E fiquei a pensar para mim, “e não é que isto funcio-na? E não é que os peixes sempre ficam espetados no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos) Foi incrível, e claro, ficou marcado. A barragem foi perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te deu?

PS: A captura que mais prazer me deu foi sem dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a captura que me dá mais prazer é sempre a primeira quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a “desgrade“, afinal o princípio básico quando vamos à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição, porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas sem dúvida que era um bom método para poder ir à pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-onato do Mundo e poder ir representar a Seleção. Sem dúvida que é uma experiência única, e que digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se sofrer muito para atingir os resultados pretendidos para o apuramento, e dependemos de vários fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita sorte também. Com o passar dos anos em Com-petição era mais frequente ver malta a desistir do que a continuar. É verdade que ao longo dos anos entrava muita gente, mas a desistência era superior, o que faz com que a Competição das Carpas para mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos moldes actuais, e com as equipas que neste momento fazem competição, os lugares cimeiros são praticamente sempre obtidos pelas mesmas equipas. Na teoria, e com a evolução que esta modalidade deveria ter, é notório que se não houvesse a desistência de tantas equipas já tería-mos mais divisões como acontece noutras com-petições. Depois para se fazer competição tem de se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é muito diferente. Para treinar tem de se perder tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está fácil, e num período de quinze dias tirar tanto tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais preparação do que parece para se fazer Carp Fish-ing de competição. O pouco tempo que tinhas disponível para treinar condicionava-te ou limita-va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o treino é primordial. Treinar para mim é impre-scindível em qualquer disciplina, só desse modo nos podemos preparar para fazer qualquer evento na melhor das nossas performances. O treino abrange muita matéria, não é só o lançar canas longe, ou ver o que os peixes de momento estão a comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento com o parceiro, meio caminho andado para o suces-so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-nar horas de engodagem, diurna e nocturna, refeições… Também era ingrato por vezes chegar a uma prova e fazer grandes maratonas de corte de mato no local da box ou retirar ervas de dentro de água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas que por vezes se reflectiam nas nossas condições principalmente físicas para fazer realmente o que era importante para a prova e darmos o nosso melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição. Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais equipas, que torne o campeonato mais competitivo, para nos podermos preparar cada vez mais e melhor para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então, e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim, falou sobre isso na passada edição da DCM. Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-mente me fez ir para a competição foi poder estar mais ou menos descansado e de forma legal a pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma vez em prova as autoridades fizeram-me parar o que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-ram-me a mostrar a documentação e argumentar o que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em particular, não podermos pescar de noite e montar tendas, é considerado campismo selvagem. Não compreendo ainda mais quando é permitido pescar de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica? É mais Seguro? Depois a própria competição obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe quando sabemos que temos de atingir algo e o tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a diferença ou os adversários não capturarem peixe para não nos ultrapassar, e quando isto acontece mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

marcados pelo menos ficam logo reservados para a pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para boilies, mas em situações difíceis as sementes costumam ser a outra possibilidade. Mas quase sempre como segunda opção.

DCM: Que achas dos Iscos Artificias? Costumas usar?

PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-mente por cima de uma boilie utilizo um milho falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-do da forma mais natural é quando tem mais rendi-mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens? Leves ou pesadas? Ou depende da água em questão?

PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares, logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar não se deve carregar muito na engodagem, pois senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque tem sido muito eficaz e a que melhores resultados me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque é a montagem mais equilibrada e que tem um funcionamento muito mais natural e que pode criar movimentos debaixo de água que podem ser deter-minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te agrada, Rios ou Lagos/Barragens?

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as vantagens e desvantagens que vês entre uma e outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho pouca experiência, mas não duvido que a questão da localização correcta da montagem em rio e de termos noção que a engodagem pode ter saído do local onde foi inicialmente colocada pode fazer toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é muito difícil. Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em termos de meses posso dizer que a minha preferên-cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a condicionante do tempo que nos obriga a ajustar, pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos mais opções de escolha, não existe tanta gente em barcos ou a tomar banho como acontece no verão. Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, nunca ajudam à festa. No Inverno por norma a activ-idade das carpas mais pequenas é mais reduzida, logo temos mais possibilidades de fazer um bom exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência máxima do seu peso, por se estarem a preparam para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket. Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma linha quando estamos totalmente satisfeitos.

É uma linha duradoura, para não dizer infinita. Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-nados?

PS: Depende das situações, mas habitualmente costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as vantagens e desvantagens que vês entre umas e outras?

PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o terreno, dão para todas as situações, pescas longas, curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é grande conhecimento por parte do pescador em relação à cana, para a saber utilizar perante as condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait Runner?

PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner em pesca?

PS: Creio que é a forma mais simples e prática para esta modalidade. O Bait Runner na acção de pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do carreto destrancada. Esta situação requer muito tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade que temos de ter nos braços para poder trabalhar o peixe também é muito importante. Esta prática já vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar de vez esta modalidade e a torne cada vez mais competitiva. Para a modalidade crescer também precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-petição somos dos melhores, basta vermos que não é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa que temos bons resultados. Mas uma possível alteração à lei, que criasse condições para que quem pratica esta modalidade em competição pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda, pescar à noite descansado, e outros melhoramen-tos, provavelmente traria mais pescadores para a Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos moldes atuais, com a escassez de pescadores, e com praticamente um pódio preenchido todos anos com os mesmos pescadores, provavelmente a com-petição sendo tão reduzida entre tão poucos torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. Isto origina que de futuro esses mesmos pescado-res não tenham uma necessidade tão grande de esforço, pois sabem que o resultado final obtido é garantido, mas depois em provas internacionais, pode ter resultados mais negativos, do que aqueles que desejamos. Isto é o meu ponto de vista, mas temos grandes pescadores em Portugal em com-petição.

DCM: Em competição e não só (risos)! Achas que temos que fazer muito esforço para chegar ao nível de países onde a modalidade está mais desenvolvida?

PS: O esforço tem sido feito, temos dado as nossas ideias e neste momento só uma reestru-turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está desactualizada e não tem nada a ver com a nossa realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não é por acaso que mesmo fora de competição é normal e frequente ver cada vez mais pescadores a passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros países para pescar de noite e com mais de duas canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de infracções na pesca estão muito dispendiosas e se tivermos o azar de sermos contemplados é muito complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não ficar assim tão caro, para se poder pescar descansa-do. Espero que as coisas mudem por cá!

DCM: Voltando a falar do teu filho, já disseste que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas que a geração dele já vai encontrar na “pesca e solta” um significado natural ou ainda terá muito trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no máximo, estas gerações futuras que se avizinham, saibam plenamente quais são os nossos princípios, e que a maior parte de todas estas gerações futuras que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca, exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à beira da água como com as espécies que destro-em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações de quase destruição total de duas espécies numa determinada massa de água. Numa barragem perto de casa, praticamente mataram todos os achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas, estas sim são um grande flagelo.

Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações engraçadas, mas existem algumas que se sobrepõem a outras. A história que vou contar passou-se em Competição. Na altura andava a construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar com alguns colegas 15 dias antes, e por acaso ficar-am a treinar praticamente no local onde calhamos em prova, na Barragem do Divor. Acontece que nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante esse fim-de-semana tiveram a companhia de uma raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram foram dando de comer. Não é que o animal recon-heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15 dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos por isso conseguiu levar a saca de papelão onde tínhamos os pães caseiros para toda a prova. Observámo-la com as luzes a reflectir nos olhos a centenas de metros e com a saca do pão da boca. Bem, ao primeiro dia ficamos sem pão, valeu a boa acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-dade de nos dar algum para os dias de prova que faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu, espero o melhor futuro para a DCM, com muitos anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

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DCM: Olá Paulo, como tens passado?R: Olá, tenho passado bem, muito obrigado.

DCM: Já praticas Carp Fishing há algum tempo, quando começaste?

R: Já pratico esta modalidade desde 2002. O mau foi começar, agora deixar só por boas razões. Foi nos primórdios desta modalidade em Portugal e tive um início bastante difícil em que o acesso aos materiais e técnicas era muito reduzido. Hoje em dia costumo dizer que o pessoal é um felizardo, existem lojas físicas com tudo, algumas do melhor, e praticamente qualquer loja tem algum material de pesca à carpa, Decathlon´s existem por todo o país, e lojas online cada vez são mais, como sabemos.

DCM: Já pescavas antes? Começaste com que idade?

PS: Se já pescava antes? (Risos) Para ser sincero não sei dizer quando comecei! Desde que me lembro de ser gente sempre me lembro de pescar.

DCM: Quem te introduziu no mundo da pesca?PS: O meu professor foi o meu pai. Era um

campeão por natureza. Qualquer que fosse a área de pesca, ele dominava-a. Para ser sincero, um dos maiores desgostos que tenho foi ele não ter conhe-cido esta modalidade e poder praticá-la a meu lado, sei que iria adorar. Sempre me lembro de todas as semanas as linhas serem colocadas de molho, era muito raro falhar um fim-de-semana. Até de férias na praia íamos à pesca para o mar! Belos tempos! Perdi-o aos quinze anos, foi um duro golpe na vida. Tive de crescer por meios próprios, tive de ser pai e irmão, pois o meu irmão estava com nove anos. Um dos sonhos que tenho daquele tipo em que a malta fala “ fazia isto e aquilo se me saísse o euro milhões “ era comprar um terreno, fazer um lago e poder dar-lhe o seu nome.

DCM: Esperamos que um dia possas tornar esse sonho realidade, mas o que não foi possível realizar com o teu pai, poderás realizar com o teu filho, que já tive (Orlando Loureiro) o prazer de conhecer. Desde que ele nasceu deve sobrar menos tempo para a pesca, mas mais cedo ou mais tarde vais introduzir-lhe o vício desta modalidade, não é?

PS: Nos últimos tempos o tempo para esta paixão regrediu, mas por boas razões e óbvias. Crescimento da família e subida no posto de trabalho fizeram com que o tempo para a modali-dade seja menor. Anseio ao máximo um dia poder partilhar esta paixão junto do meu Manel, acho que deve de ser do melhor do Mundo. Quando vejo colegas à pesca com os filhos, ou vejo fotos de malta à pesca com os filhos revejo-me neles e imag-ino o meu ego crescer imenso quando também o fizer. Costumo dizer que na vida temos sempre que dar prioridades às questões mais importantes, e não posso deixar para trás a família e o trabalho. Se o fizesse também não teria disponibilidade para a pesca. Mas quando as oportunidades surgem tento usufruir ao máximo desta paixão.

DCM: Como descobriste o Carp Fishing?PS: Quem me fez descobrir o Carp Fishing mais

ao pormenor foi o atual Selecionador da Seleção Portuguesa de Pesca à Carpa, o José Evangelista. Na altura o homem era conhecido pelo “ Zé da Manho-sa “, isto porque o amigo Zé tinha uma loja de pesca de nome “Manhosa”, depois abriu uma segunda que era a “J. Evangelista”. Na altura passei pela loja dele, já tinha alguma amizade com o rapaz, e sei que a paixão da pesca que ele tem é como a minha, ou pior, é tipo doentia. Fui comprar uns acessórios e

engodos para uma pesca de fim-de-semana à Ingle-sa, na altura era o que praticava e muito prazer me dava. Palavra puxa palavra e diz-me: “porque não levas umas bolas e experimentas?”. Eu fiquei a olhar para aquilo e pensei: “para que quero eu isto e o que vou fazer com elas?”. Mas ele com a sua paciência de sempre lá me explicou, disse o que fazer, como fazer. Na altura fazer um cabelo era coisa que nunca tinha ouvido falar, o nó sem nó (não cabia na cabeça de ninguém como aquilo resultava e não se desatava), enfim, um monte de filmes na cabeça de um tipo que se estava a iniciar numa nova aventura. Mas foi bom e correu bem, a partir daí foi sempre a tentar melhorar e progredir, e à pesca à Inglesa, nunca mais fui!

DCM: Ainda te lembras da primeira captura com esta técnica?

PS: Claro que sim, estas coisas para mim ficam como um marco para a vida, como nos acontece em outros casos, quer sejam positivos ou negativos. Acima de tudo ainda me lembro quais eram os boilies. A medida é que não tenho certeza mas na altura o que havia era de 18 ou 20 mm. As poucas marcas que havia eram a já famosa Star Baits e a Isoteric. Esta marca era a que mais gostava e que já não vejo há muitos anos. Tinha vários sabores e a

que me deu o primeiro peixe foi de sabor lagostim. E fiquei a pensar para mim, “e não é que isto funcio-na? E não é que os peixes sempre ficam espetados no anzol, mesmo sem este estar no isco?!”.(Risos) Foi incrível, e claro, ficou marcado. A barragem foi perto de minha casa, os Canteirinhos.

DCM: Qual foi a captura que mais prazer te deu?

PS: A captura que mais prazer me deu foi sem dúvida a captura do meu Record. Mas para mim a captura que me dá mais prazer é sempre a primeira quando vou à pesca. Tem para mim muito sabor a “desgrade“, afinal o princípio básico quando vamos à pesca é tirar peixe, e custa um bocado vir para casa e trazer a famosa grade. Mas isso acontece a todos, e digo mais, isto tem muito mais sabor para quem faz a competição.

DCM: Já praticaste pesca de competição, porque abandonaste?

R: Deixei a competição por vários factores, mas sem dúvida que era um bom método para poder ir à pesca. Pelo menos nas datas que estavam marcadas não podíamos falhar, pelo menos quem lutasse pelo pódio. Uma das causas que me fez desistir foi ter atingido o objetivo de ser apurado para o Campe-onato do Mundo e poder ir representar a Seleção. Sem dúvida que é uma experiência única, e que digo que gostava de voltar a fazer, mas tem de se sofrer muito para atingir os resultados pretendidos para o apuramento, e dependemos de vários fatores, muitos euros, dedicação, esforço e muita sorte também. Com o passar dos anos em Com-petição era mais frequente ver malta a desistir do que a continuar. É verdade que ao longo dos anos entrava muita gente, mas a desistência era superior, o que faz com que a Competição das Carpas para mim hoje em dia não seja tão competitiva. Nos moldes actuais, e com as equipas que neste momento fazem competição, os lugares cimeiros são praticamente sempre obtidos pelas mesmas equipas. Na teoria, e com a evolução que esta modalidade deveria ter, é notório que se não houvesse a desistência de tantas equipas já tería-mos mais divisões como acontece noutras com-petições. Depois para se fazer competição tem de se treinar, e treinar a sério. Os treinos são sempre 15

dias antes da prova, e estamos salvaguardados de alguma infração. Logo só tem lógica treinar se exist-irem mais equipas em treino. Treinar entre equipas ou treinar sozinho e ter uma barragem só para nós é muito diferente. Para treinar tem de se perder tempo, e tempo é dinheiro. A vida actual não está fácil, e num período de quinze dias tirar tanto tempo para provas e treinos não é fácil nem barato.

DCM: Pelo conhecimento que temos, e como foi descrito nas edições anteriores, é preciso mais preparação do que parece para se fazer Carp Fish-ing de competição. O pouco tempo que tinhas disponível para treinar condicionava-te ou limita-va-te de alguma forma o desempenho?

PS: Sem dúvida que para se fazer competição o treino é primordial. Treinar para mim é impre-scindível em qualquer disciplina, só desse modo nos podemos preparar para fazer qualquer evento na melhor das nossas performances. O treino abrange muita matéria, não é só o lançar canas longe, ou ver o que os peixes de momento estão a comer, ou se estão a comer muito, etc.

É muito importante um bom relacionamento com o parceiro, meio caminho andado para o suces-so. Discutir as ideias e estratégias, treinar lançamen-tos, a tareia de bait rocket e do tubo, o poder combi-nar horas de engodagem, diurna e nocturna, refeições… Também era ingrato por vezes chegar a uma prova e fazer grandes maratonas de corte de mato no local da box ou retirar ervas de dentro de água. Por vezes nestes trabalhos perdíamos horas que por vezes se reflectiam nas nossas condições principalmente físicas para fazer realmente o que era importante para a prova e darmos o nosso melhor.

O ano de 2013 já foi diferente na Competição. Apareceram outras ideias e colocaram-nas em práti-ca. Parece que em 2014 vai haver ainda mais novi-dades. Espero que resulte, que cada vez cative mais equipas, que torne o campeonato mais competitivo, para nos podermos preparar cada vez mais e melhor para os Campeonatos do Mundo.

DCM: Esperemos que voltes a competir então, e como dizes as coisas estão a mudar, o próprio

presidente da Federação, o Sr. Jorge Almeirim, falou sobre isso na passada edição da DCM. Diz-nos, o que mais te agradava na competição?

PS: Sinceramente uma das coisas que inicial-mente me fez ir para a competição foi poder estar mais ou menos descansado e de forma legal a pescar de noite. Mas aconteceu-me de tudo, uma vez em prova as autoridades fizeram-me parar o que estava a fazer, e estava em competição! Obriga-ram-me a mostrar a documentação e argumentar o que estava a fazer.

É pena em Portugal, e nesta modalidade em particular, não podermos pescar de noite e montar tendas, é considerado campismo selvagem. Não compreendo ainda mais quando é permitido pescar de noite no mar. Pergunto eu: será que tem lógica? É mais Seguro? Depois a própria competição obriga-nos a fazer explorar ao máximo as nossas potencialidades e rendimento, a adrenalina sobe quando sabemos que temos de atingir algo e o tempo não pára. Capturar um peixe para fazer a diferença ou os adversários não capturarem peixe para não nos ultrapassar, e quando isto acontece mesmo na altura de “cortar a meta”, mexe connos-co…

DCM: Tens planos para voltar a competir?PS: Para já não, mas quem sabe o futuro que me

aguarda. Não coloco de parte voltar a competir. Até porque naquele seio ainda guardo vários amigos, e se tivermos no campeonato aqueles dias que estão

marcados pelo menos ficam logo reservados para a pesca. Quem sabe um dia, agora está fora de hipó-tese, mas pode acontecer a longo prazo, no futuro. A curto prazo as hipóteses são muito diminutas.

DCM: Em termos de iscos, tens preferência por Sementes ou Boilies?

PS: Habitualmente a minha preferência vai para boilies, mas em situações difíceis as sementes costumam ser a outra possibilidade. Mas quase sempre como segunda opção.

DCM: Que achas dos Iscos Artificias? Costumas usar?

PS: Pouco utilizo, mas quando o faço normal-mente por cima de uma boilie utilizo um milho falso. Por vezes também as tiger nut ou um milho falso em cima de uma tiger nut semente.

DCM: És adepto de Dips ou Aditivos nos iscos ou preferes o mais natural possível?

PS: Costumo utilizar tanto um como outro, mas não em grandes dimensões. Por vezes o isco utiliza-do da forma mais natural é quando tem mais rendi-mento, por isso muitas vezes sou adepto e utilizo as boilies lavadas.

DCM: Como costumas fazer as engodagens? Leves ou pesadas? Ou depende da água em questão?

PS: Atualmente faço poucas sessões, e quando

as faço é sempre em busca de maiores exemplares, logo na minha lógica para se tirar um bom exemplar não se deve carregar muito na engodagem, pois senão deitamos tudo a perder. Como tal, atual-mente não faço engodagens pesadas.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

PS: Snowman é a eleita, simplesmente porque tem sido muito eficaz e a que melhores resultados me deu.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que funciona melhor que as outras?

PS: Além de ser uma questão de gosto, creio que é a que funciona melhor. Acima de tudo porque é a montagem mais equilibrada e que tem um funcionamento muito mais natural e que pode criar movimentos debaixo de água que podem ser deter-minantes aquando da visualização das carpas.

DCM: Qual a massa de água que mais te agrada, Rios ou Lagos/Barragens?

PS: Normalmente pesco mais em lagos, pouco tenho pescado em rios. Mas tenho grande vontade de experimentar uns barbos em rio, mas ainda não consegui.

DCM: Quando quiseres pesca Barbos em rio

vens cá para os nossos lados, é garantido! Quais as vantagens e desvantagens que vês entre uma e outra massa de água?

PS: Nesta matéria pouco posso falar, pois tenho pouca experiência, mas não duvido que a questão da localização correcta da montagem em rio e de termos noção que a engodagem pode ter saído do local onde foi inicialmente colocada pode fazer toda a diferença.

DCM: É verdade, segurar a montagem em rio é muito difícil. Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

PS: Normalmente nas épocas mais frias, mas em termos de meses posso dizer que a minha preferên-cia vai entre Outubro e Maio. Há muitas vezes a condicionante do tempo que nos obriga a ajustar, pois é difícil uma sessão com muita chuva, ventos fortes, ou muito frio. O nosso inverno é muito rigoroso, mas nas alturas frias temos muitas vanta-gens, não existe tanta gente à pesca, logo temos mais opções de escolha, não existe tanta gente em barcos ou a tomar banho como acontece no verão. Por falar em verão, é difícil aguentar por vezes tanto calor, e depois as moscas, mosquitos, formigas, nunca ajudam à festa. No Inverno por norma a activ-idade das carpas mais pequenas é mais reduzida, logo temos mais possibilidades de fazer um bom exemplar e bater o nosso recorde, pois também é

nessas alturas que as carpas estão na potência máxima do seu peso, por se estarem a preparam para o inverno rigoroso e para o frenesim da desova.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

PS: Por uma vez utilizei entrançado, desgostei e nunca mais utilizei. Só utilizo em bait rocket. Normalmente costumo utilizar Nylon. A minha linha de eleição é o Spinner da Tubertini.

DCM: Por acaso também usei bastante! Qual a vantagem que vês nessa linha?

PS: Para mim é difícil deixar de utilizar uma linha quando estamos totalmente satisfeitos.

É uma linha duradoura, para não dizer infinita. Dura muitos anos, tem grande resistência à abrasão e aos nós, e com muitas sessões em cima, quer seja de frio ou de calor está sempre impecável.

DCM: E nos estralhos? Rígidos, Soft ou combi-nados?

PS: Depende das situações, mas habitualmente costumo usar rígidos.

DCM: Usas canas de 12 ou 13 pés? Quais as vantagens e desvantagens que vês entre umas e outras?

PS: Utilizo das duas. Mas a minha preferência vai para a de 13 pés de 3,5lbs. São canas todo o terreno, dão para todas as situações, pescas longas, curtas, peixe grande, peixe pequeno. O que requer é grande conhecimento por parte do pescador em relação à cana, para a saber utilizar perante as condições em que se encontra.

DCM: Usas carretos com Drag Frontal ou Bait Runner?

PS: Utilizo de Bait Runner em pesca, de Drag Frontal nas canas de Bait Rocket e boia sinalizadora.

DCM: Qual o motivo para usares o Bait Runner em pesca?

PS: Creio que é a forma mais simples e prática para esta modalidade. O Bait Runner na acção de pesca só é utilizado no arranque do peixe, pois o Drag Frontal está sempre todo apertado. Eu ao trabalhar o peixe utilizo somente a manivela do carreto destrancada. Esta situação requer muito tempo perdido e horas de treino. A sensibilidade que temos de ter nos braços para poder trabalhar o peixe também é muito importante. Esta prática já vinha de trabalhar o peixe à inglesa, depois foi só aplicá-la e resulta bem.

DCM: Como vês o panorama nacional em relação ao Carp Fishing?

PS: Como já tinha referido o ano de 2013 trouxe algumas alterações, e parece que em 2014 as mexi-das vão ser ainda maiores. Espero que seja a golfa-da de ar fresco que falta e que consiga impulsionar de vez esta modalidade e a torne cada vez mais competitiva. Para a modalidade crescer também precisa de novas ideias e pescadores, para se tornar cada vez mais apelativa e competitiva. A escolha de novos locais de competição pode também ser

determinante para alguns não desistirem e não estarem tão saturados dos mesmos locais.

DCM: Comparando com os países mais próxi-mos, achas que estamos ao mesmo nível?

PS: No meu ponto de vista em termos de com-petição somos dos melhores, basta vermos que não é só nos Campeonatos do Mundo dentro de casa que temos bons resultados. Mas uma possível alteração à lei, que criasse condições para que quem pratica esta modalidade em competição pudesse treinar à vontade, poder ter uma tenda, pescar à noite descansado, e outros melhoramen-tos, provavelmente traria mais pescadores para a Competição, logo tornava-a mais competitiva. Nos moldes atuais, com a escassez de pescadores, e com praticamente um pódio preenchido todos anos com os mesmos pescadores, provavelmente a com-petição sendo tão reduzida entre tão poucos torna-se monótona, pouco apelativa e competitiva. Isto origina que de futuro esses mesmos pescado-res não tenham uma necessidade tão grande de esforço, pois sabem que o resultado final obtido é garantido, mas depois em provas internacionais, pode ter resultados mais negativos, do que aqueles que desejamos. Isto é o meu ponto de vista, mas temos grandes pescadores em Portugal em com-petição.

DCM: Em competição e não só (risos)! Achas que temos que fazer muito esforço para chegar ao nível de países onde a modalidade está mais desenvolvida?

PS: O esforço tem sido feito, temos dado as nossas ideias e neste momento só uma reestru-turação à Lei da Pesca em águas interiores, que está desactualizada e não tem nada a ver com a nossa realidade, é que pode fazer grandes diferenças. Não é por acaso que mesmo fora de competição é normal e frequente ver cada vez mais pescadores a passar a fronteira e a ir deixar o dinheiro a outros países para pescar de noite e com mais de duas canas em alguns locais. Hoje em dia as multas de infracções na pesca estão muito dispendiosas e se tivermos o azar de sermos contemplados é muito complicado. Por isso ir até ao estrangeiro pode não ficar assim tão caro, para se poder pescar descansa-do. Espero que as coisas mudem por cá!

DCM: Voltando a falar do teu filho, já disseste que queiras transmitir-lhe todo o teu conhecimen-to, assim como os ideais do Carp Fishing. Achas que a geração dele já vai encontrar na “pesca e solta” um significado natural ou ainda terá muito trabalho pela frente?

PS: Vai ser um orgulho poder transmitir-lhe o que sei e conheço, poder partilhar muitas horas com ele e com a esposa em pesca, junto da água. Acredi-to plenamente que daqui a 15 ou 20 anos no máximo, estas gerações futuras que se avizinham, saibam plenamente quais são os nossos princípios, e que a maior parte de todas estas gerações futuras que pratiquem Carp Fishing ou outro tipo de pesca, exerçam a pesca sem morte.

DCM: Sim, porque muita gente vê-nos como idealistas e nem se apercebe do mal que causam

ao meio ambiente, quer com o lixo que deixam à beira da água como com as espécies que destro-em. Posso dizer-te que já assisti a duas situações de quase destruição total de duas espécies numa determinada massa de água. Numa barragem perto de casa, praticamente mataram todos os achigãs, e numa outra água, num rio bem perto, a truta nativa, Fário, foi praticamente destruída, não pelo pescador de cana mas pelas redes e bombas, estas sim são um grande flagelo.

Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com alguma em especial?

PS: É claro que me lembro de várias situações engraçadas, mas existem algumas que se sobrepõem a outras. A história que vou contar passou-se em Competição. Na altura andava a construir casa, e o tempo para pesca era pouco, só provas. O meu parceiro na altura conseguiu ir treinar com alguns colegas 15 dias antes, e por acaso ficar-am a treinar praticamente no local onde calhamos em prova, na Barragem do Divor. Acontece que nesse treino tiveram um amigo inesperado. Durante esse fim-de-semana tiveram a companhia de uma raposa, a quem durante os dias que por lá estiveram foram dando de comer. Não é que o animal recon-heceu bem o que lhe tinham feito, e passado 15 dias, em prova, logo na primeira noite teve a ousa-dia de nos fazer uma visita? Ouvíamos os passos na lona do chão, e uns barulhos mais, e quando demos por isso conseguiu levar a saca de papelão onde tínhamos os pães caseiros para toda a prova. Observámo-la com as luzes a reflectir nos olhos a centenas de metros e com a saca do pão da boca. Bem, ao primeiro dia ficamos sem pão, valeu a boa acção dos nossos colegas que tiveram a amabili-dade de nos dar algum para os dias de prova que faltavam.

DCM: Obrigado Paulo, esperamos partilhar contigo este ano algumas horas à beira da água!

PS: Muito obrigado amigo, o prazer foi meu, espero o melhor futuro para a DCM, com muitos anos e muito sucesso, já nos fazia muita falta algo assim na nossa comunidade.

Espero também partilhar muitas horas junto de água, com grandes sessões.

Grande Abraço…

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Page 34: Digital Carp Magazine #03

Nash Ball MakerNova ferramenta criada pela marca Nash, o novo Deliverance Ball maker é uma

forma engenhosa de moldar engodo ou stick mix e transforma-lo em bolas, o que facilita as engodagens a longa distância.

A sua utilização é fácil como a própria imagem o demonstra.

Bloodworm Stick MixMistura bastante avermelhada e escura mas muito rica em excelentes

estimulantes de apetite para a carpa. Bloodworm Stick Mix foi desenvolvido para completar o tão famoso Bloodworm Range.

Criado com extratos de bloodworm, proteínas solúveis e muitos atractores, esta mistura atrai peixe a grandes distâncias.

Este stick mix pode ser usado com o Extrato Bloodworm liquido que embebe as partículas, o que provoca aromas mais fortes e uma maior atracão.

Korda Pop-up DumbellDepois do já conhecido sucesso dos Pop-up Corn, a Korda fez agora uma

adição à sua gama de iscos falsos, os Korda Pop-up Dumbell. Danny Fairbrass foi o mentor deste projecto, ao qual canalizou muito esfor-

ço e tempo para perfeiçoar este excelente isco artificial.Disponível em quatro aromas e cores distintas de forma adaptar-se a dife-

rentes iscos, pode também ser usado como isco principal.Korda Pop-up Dumbell Banofee – Branco / Korda Pop-up Dumbell Fruity Squid – RosaKorda Pop-up Dumbell Fishy Fish – Castanho / Korda Pop-up Dumbell IB Flavour – Amarelo

Stick Mix Magic Carpet - CCMooreEsta mistura excepcional de partículas de alimentos para a Carpa é o culminar

de vários meses de pesquisa e desenvolvimento de produtos por parte dos princi-pais criadores de iscos da CCMoore, idealizando assim o perfeito mix.

Esta mistura é feita com produtos de alta qualidade que pode confiar para fazer a verdadeira diferença nas suas capturas.

Esta poderosa combinação de vitaminas e minerais torna-se extremamente eficaz estimulando a alimentação dos peixes, mantendo-os no pesqueiro por mais tempo.

Nano BaitsNovidade para o ano 2014, a Nano Baits com a sua gama de boilies, lança

uma aposta em novos iscos para o Carp Fishing de elevada qualidade a um preço muito acessível.

As farinhas, aromas e aditivos utilizados na confeção dos produtos Nano Baits são da mais elevada qualidade, proporcionando iscos de muito fácil aceita-ção e digestão por parte das Carpas.

Partindo dos seus vinte e sete aromas base, a gama tem uma das mais amplas ofertas presentes atualmente no mercado.

Tendo em conta que se pode fazer uma mistura de dois aromas, sendo para isso preciso um pedido mínimo de 20kg, dá-nos a possibilidade de ter 351 possíveis combinações.

Depth Charge – CCMooreEste produto de partículas soltas foi desenvolvido para o uso de diferentes

situações de pesca e com a intenção de rapidamente atrair os peixes. Com uma forte aposta em variados tamanhos de partículas, Depth Charge

contém pós finos solúveis em água que formam uma nuvem e um conjunto de alimentos que lentamente afundam e flutuam em torno do nosso isco, tendo ainda uma combinação de pellets de 4-8mm que afunda rapidamente criando um manto de alimentos que atrai o peixe e o mantém por um período prolongado.Esta mistura é adequada para todos os tipos de engodagens à base de Pva, spod ou bait boats.

Equinox - CCMooreFabricados com ingredientes de alta qualidade seleccionados a partir do leite,

peixe, legumes e produtos de ovos, Equinox também contém carboidratos, especia-rias e Robin Red, criando uma fonte de alimento extremamente atraente ao longo do ano, o isco ideal para as quatro estações.

Depois de mais de quinze meses de testes experimentais a CCMoore lança este excelente boilie, Equinox.

Concebido como uma "fonte de fast food ", os excelentes resultados obtidos durante os testes provaram ser altamente eficazes. Carpistas que testaram Equinox obtiveram vários resultados positivos fosse em sessões curtas ou até mesmo em águas altamente pressionadas.

Equinox é altamente solúvel e digestível, mesmo nas temperaturas de água mais fria. Emitem constantes sinais de fonte de alimento natural, atraindo assim mais peixe.

Hemp Halibut Stick Mix - CCMooreElaborado através de produtos de cânhamo e de todos os seus atractivos natu-

rais, este stick mix é uma combinação perfeita para qualquer altura do ano.Esta mistura inclui farinhas de cânhamo, proteína de cânhamo e partículas de

cânhamo esmagado que combinado com Hallibut Pellet Meal cria uma mistura “explosiva”. Este ingrediente rico em farinhas de peixe cria com o cânhamo um mix de salgados bastante oleoso que atrai mais peixes.

Trakker F-32

Agora já não existem razões para temer as baixas temperaturas, com a chegada do Trakker F-32 Combi-Suit esse problema fica solucionado!Projectado para temperaturas muito baixas, este fato Trakker foi algo de vários testes para que a sua protecção ao Inverno seja total.Calças super quentes que complementam um casaco, que dispõe ainda de uma camisola de lã interior removível.Se existe algum produto para protegê-lo dos elementos do Inverno, este é o F-32!

Características:Super quente e à prova de água.Casaco impermeável com fecho interior.Isolamento térmico.Colarinho de lã quente.Alças ajustáveis.

www.pescateamcarp.com

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Page 35: Digital Carp Magazine #03

Nash Ball MakerNova ferramenta criada pela marca Nash, o novo Deliverance Ball maker é uma

forma engenhosa de moldar engodo ou stick mix e transforma-lo em bolas, o que facilita as engodagens a longa distância.

A sua utilização é fácil como a própria imagem o demonstra.

Bloodworm Stick MixMistura bastante avermelhada e escura mas muito rica em excelentes

estimulantes de apetite para a carpa. Bloodworm Stick Mix foi desenvolvido para completar o tão famoso Bloodworm Range.

Criado com extratos de bloodworm, proteínas solúveis e muitos atractores, esta mistura atrai peixe a grandes distâncias.

Este stick mix pode ser usado com o Extrato Bloodworm liquido que embebe as partículas, o que provoca aromas mais fortes e uma maior atracão.

Korda Pop-up DumbellDepois do já conhecido sucesso dos Pop-up Corn, a Korda fez agora uma

adição à sua gama de iscos falsos, os Korda Pop-up Dumbell. Danny Fairbrass foi o mentor deste projecto, ao qual canalizou muito esfor-

ço e tempo para perfeiçoar este excelente isco artificial.Disponível em quatro aromas e cores distintas de forma adaptar-se a dife-

rentes iscos, pode também ser usado como isco principal.Korda Pop-up Dumbell Banofee – Branco / Korda Pop-up Dumbell Fruity Squid – RosaKorda Pop-up Dumbell Fishy Fish – Castanho / Korda Pop-up Dumbell IB Flavour – Amarelo

Stick Mix Magic Carpet - CCMooreEsta mistura excepcional de partículas de alimentos para a Carpa é o culminar

de vários meses de pesquisa e desenvolvimento de produtos por parte dos princi-pais criadores de iscos da CCMoore, idealizando assim o perfeito mix.

Esta mistura é feita com produtos de alta qualidade que pode confiar para fazer a verdadeira diferença nas suas capturas.

Esta poderosa combinação de vitaminas e minerais torna-se extremamente eficaz estimulando a alimentação dos peixes, mantendo-os no pesqueiro por mais tempo.

Nano BaitsNovidade para o ano 2014, a Nano Baits com a sua gama de boilies, lança

uma aposta em novos iscos para o Carp Fishing de elevada qualidade a um preço muito acessível.

As farinhas, aromas e aditivos utilizados na confeção dos produtos Nano Baits são da mais elevada qualidade, proporcionando iscos de muito fácil aceita-ção e digestão por parte das Carpas.

Partindo dos seus vinte e sete aromas base, a gama tem uma das mais amplas ofertas presentes atualmente no mercado.

Tendo em conta que se pode fazer uma mistura de dois aromas, sendo para isso preciso um pedido mínimo de 20kg, dá-nos a possibilidade de ter 351 possíveis combinações.

Depth Charge – CCMooreEste produto de partículas soltas foi desenvolvido para o uso de diferentes

situações de pesca e com a intenção de rapidamente atrair os peixes. Com uma forte aposta em variados tamanhos de partículas, Depth Charge

contém pós finos solúveis em água que formam uma nuvem e um conjunto de alimentos que lentamente afundam e flutuam em torno do nosso isco, tendo ainda uma combinação de pellets de 4-8mm que afunda rapidamente criando um manto de alimentos que atrai o peixe e o mantém por um período prolongado.Esta mistura é adequada para todos os tipos de engodagens à base de Pva, spod ou bait boats.

Equinox - CCMooreFabricados com ingredientes de alta qualidade seleccionados a partir do leite,

peixe, legumes e produtos de ovos, Equinox também contém carboidratos, especia-rias e Robin Red, criando uma fonte de alimento extremamente atraente ao longo do ano, o isco ideal para as quatro estações.

Depois de mais de quinze meses de testes experimentais a CCMoore lança este excelente boilie, Equinox.

Concebido como uma "fonte de fast food ", os excelentes resultados obtidos durante os testes provaram ser altamente eficazes. Carpistas que testaram Equinox obtiveram vários resultados positivos fosse em sessões curtas ou até mesmo em águas altamente pressionadas.

Equinox é altamente solúvel e digestível, mesmo nas temperaturas de água mais fria. Emitem constantes sinais de fonte de alimento natural, atraindo assim mais peixe.

Hemp Halibut Stick Mix - CCMooreElaborado através de produtos de cânhamo e de todos os seus atractivos natu-

rais, este stick mix é uma combinação perfeita para qualquer altura do ano.Esta mistura inclui farinhas de cânhamo, proteína de cânhamo e partículas de

cânhamo esmagado que combinado com Hallibut Pellet Meal cria uma mistura “explosiva”. Este ingrediente rico em farinhas de peixe cria com o cânhamo um mix de salgados bastante oleoso que atrai mais peixes.

Trakker F-32

Agora já não existem razões para temer as baixas temperaturas, com a chegada do Trakker F-32 Combi-Suit esse problema fica solucionado!Projectado para temperaturas muito baixas, este fato Trakker foi algo de vários testes para que a sua protecção ao Inverno seja total.Calças super quentes que complementam um casaco, que dispõe ainda de uma camisola de lã interior removível.Se existe algum produto para protegê-lo dos elementos do Inverno, este é o F-32!

Características:Super quente e à prova de água.Casaco impermeável com fecho interior.Isolamento térmico.Colarinho de lã quente.Alças ajustáveis.

www.pescateamcarp.com

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Page 36: Digital Carp Magazine #03

CC MOOREEM ALFARÓFIA

Da recém formada CCMoore Team Portugal, chega-nos o primeiro teste de um desses membros. O local escolhido foi a já conhecido Lago de Alfarófia. O relato prova-nos que por vezes a diferença entre vir de grade ou com umas belas fotos na máquina, depende de uma mente aberta para a meio de uma sessão mudar de estratégia. Confiram abaixo…

Tudo preparado com antecedência, parti para mais uma aventura naquele que é um dos mais aliciantes locais de pesca em Portugal, o Lago de Alfarófia.

Tendo em conta as condições climatéricas e a própria estação do ano, decidi uma abordagem diferente das anteriores sessões. Decidi que entre outras coisas iria incluir aquele que para muitos é o melhor isco de Inverno, o asticôt. Iria tentar também tirar partido do facto de praticamente ninguém os usar naquele lago, optando sempre por Boilies e principalmente Tiger Nuts.

Sendo Alfarófia um dos locais mais procurados do país e onde a pressão de pesca é máxima e constante, teria que apresentar o meu isco principal de forma consistente e em condições que as carpas mesmo demorando várias horas a entrar no pesqueiro o pudessem consumir e concentrar-se nele. Dessa forma decidi usar na iscada o asticôt

vivo, adornando uma Tiger ou um Boilie com monta-gem simples dentro de sacos PVA. Dentro destes sacos iria colocar Boilies Live System esmagados e Depth Charge, ambos da CCMoore, além de mais asticôt, que incluiria periodicamente através de bolas de malha PVA.

Mas como fazer com que o asticôt se mantenha no pesqueiro o tempo suficiente para ser detetado, impedindo que todos rastejem para a segurança das pedras e do lodo antes da chegada das carpas?

Nada que um pouco de água a ferver não resol-va… Mas essa água não irá dissolver os sacos PVA? É nessa parte que entra o Depth Charge, absorvendo toda a humidade que surgisse da “cozedura” do asticôt. Desta forma iria conseguir manter alguma comida no pesqueiro e despertar o interesse das carpas ao ponto de as fazer regressar em busca de mais, quando estas se começassem a focar na busca pelo Asticôt.

Os primeiros resultados foram praticamente

imediatos dado que em menos de uma hora uma carpa Comum de 8kg sucumbia à iguaria. Outras se seguiram dentro do mesmo peso. Quando por força da vontade de “algo melhor”, a montagem e a própria apresentação sofreram uma evolução que, na maioria dos casos é inev-itável, larguei os sacos PVA e comecei a introduzir maiores quantidades de comida, incluindo agora algum cânhamo. Na minha perspectiva isto obrigaria a carpa a manter-se mais tempo no pesqueiro devido ao seu tamanho. Comecei a iscar com boilies Live System que também inclui em maior proporção na engodagem pois estava na eminência de ficar sem Asticôt, dado que as carpas se haviam virado totalmente para ele. A engodagem incluía então cânhamo, bolas Live System inteiras e partidas e ainda algum asticôt.

Usei montagem simples de fluorocarbono com duas bolas Live System de 15mm pois encontrava-me a pescar numa zona com fundo de cascalho nas proximidades dos juncos. Incluí na montagem uma malha PVA com 3 bolas, sendo que duas delas estariam partidas para facilitar a propagação de aromas e dessa forma aumentar a atração à minha montagem.

Os arranques foram acontecendo aos poucos tendo conseguido vários exemplares de bom tamanho, que visita-vam o pesqueiro de forma quase rotinada. À primeira luz da manhã, até o sol aparecer alto no céu, e quando este se começava a pôr, foram por norma as alturas para esperar uns arranques.

Deixo-vos algumas fotos dos prémios e o desafio de procurarem sempre ser diferentes em águas onde existe uma tendência generalizada para imitar aquilo que vai dando resultados, ainda que esses mesmos resultados deixem de aparecer com tanta frequência. Apostar numa aproximação diferente e tentar levar o peixe a uma mudança pode trazer os seus benefícios, principalmente em águas onde a pressão de pesca é extrema.

Nuno Silva

A montagem que tão bons resultados deu!

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Page 37: Digital Carp Magazine #03

CC MOOREEM ALFARÓFIA

Da recém formada CCMoore Team Portugal, chega-nos o primeiro teste de um desses membros. O local escolhido foi a já conhecido Lago de Alfarófia. O relato prova-nos que por vezes a diferença entre vir de grade ou com umas belas fotos na máquina, depende de uma mente aberta para a meio de uma sessão mudar de estratégia. Confiram abaixo…

Tudo preparado com antecedência, parti para mais uma aventura naquele que é um dos mais aliciantes locais de pesca em Portugal, o Lago de Alfarófia.

Tendo em conta as condições climatéricas e a própria estação do ano, decidi uma abordagem diferente das anteriores sessões. Decidi que entre outras coisas iria incluir aquele que para muitos é o melhor isco de Inverno, o asticôt. Iria tentar também tirar partido do facto de praticamente ninguém os usar naquele lago, optando sempre por Boilies e principalmente Tiger Nuts.

Sendo Alfarófia um dos locais mais procurados do país e onde a pressão de pesca é máxima e constante, teria que apresentar o meu isco principal de forma consistente e em condições que as carpas mesmo demorando várias horas a entrar no pesqueiro o pudessem consumir e concentrar-se nele. Dessa forma decidi usar na iscada o asticôt

vivo, adornando uma Tiger ou um Boilie com monta-gem simples dentro de sacos PVA. Dentro destes sacos iria colocar Boilies Live System esmagados e Depth Charge, ambos da CCMoore, além de mais asticôt, que incluiria periodicamente através de bolas de malha PVA.

Mas como fazer com que o asticôt se mantenha no pesqueiro o tempo suficiente para ser detetado, impedindo que todos rastejem para a segurança das pedras e do lodo antes da chegada das carpas?

Nada que um pouco de água a ferver não resol-va… Mas essa água não irá dissolver os sacos PVA? É nessa parte que entra o Depth Charge, absorvendo toda a humidade que surgisse da “cozedura” do asticôt. Desta forma iria conseguir manter alguma comida no pesqueiro e despertar o interesse das carpas ao ponto de as fazer regressar em busca de mais, quando estas se começassem a focar na busca pelo Asticôt.

Os primeiros resultados foram praticamente

imediatos dado que em menos de uma hora uma carpa Comum de 8kg sucumbia à iguaria. Outras se seguiram dentro do mesmo peso. Quando por força da vontade de “algo melhor”, a montagem e a própria apresentação sofreram uma evolução que, na maioria dos casos é inev-itável, larguei os sacos PVA e comecei a introduzir maiores quantidades de comida, incluindo agora algum cânhamo. Na minha perspectiva isto obrigaria a carpa a manter-se mais tempo no pesqueiro devido ao seu tamanho. Comecei a iscar com boilies Live System que também inclui em maior proporção na engodagem pois estava na eminência de ficar sem Asticôt, dado que as carpas se haviam virado totalmente para ele. A engodagem incluía então cânhamo, bolas Live System inteiras e partidas e ainda algum asticôt.

Usei montagem simples de fluorocarbono com duas bolas Live System de 15mm pois encontrava-me a pescar numa zona com fundo de cascalho nas proximidades dos juncos. Incluí na montagem uma malha PVA com 3 bolas, sendo que duas delas estariam partidas para facilitar a propagação de aromas e dessa forma aumentar a atração à minha montagem.

Os arranques foram acontecendo aos poucos tendo conseguido vários exemplares de bom tamanho, que visita-vam o pesqueiro de forma quase rotinada. À primeira luz da manhã, até o sol aparecer alto no céu, e quando este se começava a pôr, foram por norma as alturas para esperar uns arranques.

Deixo-vos algumas fotos dos prémios e o desafio de procurarem sempre ser diferentes em águas onde existe uma tendência generalizada para imitar aquilo que vai dando resultados, ainda que esses mesmos resultados deixem de aparecer com tanta frequência. Apostar numa aproximação diferente e tentar levar o peixe a uma mudança pode trazer os seus benefícios, principalmente em águas onde a pressão de pesca é extrema.

Nuno Silva

A montagem que tão bons resultados deu!

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Page 38: Digital Carp Magazine #03

Dois lindos lagos, apenas separados por uma estreita estrada. O verde da floresta envolve toda a paisagem, mal permitindo ver as águas acastanhadas destes lagos que escondem pequenos monstros!

No Mirror há Carpas Comuns, Grass, Espelho, Koi e Couro. Várias com peso acima das 50lb, uma com mais de 60lb! Tem muitos Siluros, sendo o record do lago desconhecido, apenas se sabe que esgota uma balança de 100lb!

Há também um pequeno Esturjão, que como se torna peixe único no Mirror, faz as delícias dos pescadores cada vez que é capturado.

No Mirror Image há centenas de Carpas, que transfor-mam esta água Francesa numa Runs Water! Todos os pescadores conseguem numa semana várias dezenas de capturas! Junto com as centenas de carpas de peso médio, nada também uma menina maior, com mais de 50lb!

À vossa espera estão o Jon e a Heather, que farão tudo para que passem uma semana maravilhosa!

La Forge de Bessous, Le Chalard, 87500, France.Tel: 00 33 555 099 151 Mobile: 0033 6073 99989 Email: [email protected]

http://www.mirrorlakefrance.com/

Mirror Lake & Mirror Image

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Page 39: Digital Carp Magazine #03

Dois lindos lagos, apenas separados por uma estreita estrada. O verde da floresta envolve toda a paisagem, mal permitindo ver as águas acastanhadas destes lagos que escondem pequenos monstros!

No Mirror há Carpas Comuns, Grass, Espelho, Koi e Couro. Várias com peso acima das 50lb, uma com mais de 60lb! Tem muitos Siluros, sendo o record do lago desconhecido, apenas se sabe que esgota uma balança de 100lb!

Há também um pequeno Esturjão, que como se torna peixe único no Mirror, faz as delícias dos pescadores cada vez que é capturado.

No Mirror Image há centenas de Carpas, que transfor-mam esta água Francesa numa Runs Water! Todos os pescadores conseguem numa semana várias dezenas de capturas! Junto com as centenas de carpas de peso médio, nada também uma menina maior, com mais de 50lb!

À vossa espera estão o Jon e a Heather, que farão tudo para que passem uma semana maravilhosa!

La Forge de Bessous, Le Chalard, 87500, France.Tel: 00 33 555 099 151 Mobile: 0033 6073 99989 Email: [email protected]

http://www.mirrorlakefrance.com/

Mirror Lake & Mirror Image

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Page 40: Digital Carp Magazine #03

Olá queridos companheiros do Carp Fishing! Somos Daniel Moreno e Eduardo Majado e vamos relatar-vos a experiência que vivemos durante sete dias no “ Iktus Sturgeon”.

Somos naturais da Extremadura, Espanha, e amantes do Carp Fishing. Vivemos este desporto muito intensamente e desde há muito tempo queríamos experimentar a captura de novas espécies. Como tal, entramos em contacto com o Jeremy que é o gerente do Iktus para podermos levar a cabo a nossa aventura.

O “Iktus Sturgeon” é um lago de 15 hectares que possui 14 variedades de Esturjões, mais de quatrocentas e cinquenta Carpas, cinquenta Carpas Grass e cerca de três dezenas de Carpas Koi. As suas águas possuem um Transmontanus de 2.14 metros com 69kg de peso e mais que uma carpa com 30kgs.

Tudo começa em meados de Julho quando decidimos reservar a segunda semana de Outubro que estava compreendida entre o dia 12 e o 19 do

referido mês.

Uma vez feita a reserva, o Jeremy informou-nos que os iscos deveriam ser sobretudo salgados e também pellets que o próprio nos facilitaria na loja do Iktus em diferentes tamanhos.

Dito isto começamos a juntar um stock de boilies salgados que eram constituídos por N-Gage e Meteor da CMoore, o K12 da Vital Baits e o AK-47 da Fun Fishing. Além do mais também levávamos alguns boilies doces de qualidade como o Live System da CCMoore e os Banana GLM da Vital Baits, entre outros.

Tudo isto acompanhado com 40kgs de sementes (noz tigrada, milho, cânhamo, trigo e grão de bico).

Chegamos ao lago por volta do meio-dia e depois de ver as instalações com o Jeremy, que amavelmente nos recebeu, dirigimo-nos para o posto 17 que é o mais próximo da loja do Iktus e o que na hora da escolha mais feeling nos tinha dado pois tínhamos a possibilidade de pescar para a ilha e para o centro do lago.

O Jeremy informou-nos que uma dupla de ingleses tinha conseguido capturar trinta peixes numa semana, o que imediatamente causou em nós sensações positivas. Era um claro sinal de que o peixe se encontrava activo.

Depois de montar o acampamento, sondamos a zona com a ajuda dos nossos barcos telecomanda-dos, imprescindíveis neste lago já que não é permit-ido o uso de outro tipo de barcos. Decidimos pescar com 4 canas na zona da ilha e duas canas em direcção ao centro do lago mas perto da margem.

O Sábado passou sem uma única picada.

Ao amanhecer de domingo trocamos os nossos iscos e decidimos continuar a pescar nos mesmos locais até ao anoitecer desse mesmo dia. Caso não tivéssemos picadas teríamos que procurar novas zonas para depositar as nossas montagens.

Não tardaram muito em dar a cara. Em apenas meia manhã de domingo consegui capturar quatro esturjões Guolden entre os 6,5 e os 7,8Kgs com Meteor da CMoore, tendo ficado por aqui, pois entretanto houve uma mudança súbita da tempera-tura e os peixes desapareceram.

Na manhã de segunda-feira decidi mudar duas das minhas canas na direcção do centro do lago mas desta vez a cerca de 170 metros de distância onde encontrei um “buraco” com cerca de 6 metros de profundidade e que acusou vários peixes na sonda. Não tardaram em aparecer. Antes do meio dia um magnífico esturjão com 32,600 kg!!! Uma captura muito importante para mim pois era um grande

peixe tendo em conta os que tinham saído até aí.

Mas a coisa não ficou por aí pois por volta das 4h da tarde um dos meus alarmes, que tinha uma das canas no centro do lago começou a tocar como se não houvesse amanhã. Estava eu a meio da luta quando uma das canas do meu amigo Eduardo arrancou fortemente com outro míssil. Passados 45 minutos tínhamos no nosso tapete um magnifico doblete com um Transmontanus de 31.100Kg e um Esturjão Beluga de 30,400Kg.

Entre a tarde e o anoitecer levei mais 3 peixes ao meu camaroeiro, entre eles um esturjão Beluga de 28,400 Kg e um Baeri de 13,400Kg. A engoda-gem na direcção do centro do lago começava a produzir efeito.

Nessa noite o Eduardo sacou mais um Esturjão Baeri de 14,700Kg e a primeira carpa do Iktus com 5.5kg. A ilha, no entanto não produzia muitas pica-das.

Na terça-feira o Edu decidiu pescar mais perto da minha engodagem. O efeito de tal mudança fez-se sentir com o arranque de mais um grande peixe, um grande Transmontanus de 27,400Kg que deu a cara desta vez.

Minutos depois um dos meus alarmes começou novamente a dar sinal e desta vez tive o prazer de capturar a segunda carpa do Iktus com 10,600kg.

Colocada novamente a cana, nem sequer tive tempo de ligar o alarme pois o carreto começou

logo a desbobinar fio com o que acabaria por ser a terceira carpa do Iktus com um peso de 13,400kg.

Desta forma acabei por capturar 6 peixes prati-camente a cada intervalo de 15 minutos. Era incrível! Os peixes estavam loucos e nós não podía-mos perder esta oportunidade, íamos engodando o posto à medida que as picadas se sucediam.

Entre estas capturas, e segundo o que o Jeremy nos disse, encontra-se o actual recorde de França, um esturjão do Atlântico que consegui levar ao tapete com um boilie N-Gage da CCMoore devida-mente molhado no seu dip e que deu um peso de 10,400kg. Não foi um grande peso é certo, mas representava um exemplar precioso e único nas águas de toda a França.

As picadas sucederam-se até chegarmos a um peso total de 542kg de peixe, naquilo que foram sete dias de trabalho intenso e muitas mudanças meteorológicas a que tivemos que nos adaptar dia após dia.

No final da sessão fizemos as contas, seis estur-jões acima dos 30kgs, oito entre os 20 e os 30kgs, e muitos entre os 10 e os 20kgs. Capturamos também oito carpas das quais cinco foram espelhadas e três comuns, entre elas uma preciosa Gold como lhe chamam em França, não chegava a ser Koi nem tão pouco tinha a cor normal para uma Carpa comum. As Carpas tinham os pesos compreendidos entre os 5,5 e os 14,600kg.

Para terminar devemos dizer-vos que foi uma experiência inesquecível que seguramente repe-tiremos em breve deixando-vos o convite para que visitem este grande lago.

Cordiais Saudações,Daniel Moreno e Eduardo Majado

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Olá queridos companheiros do Carp Fishing! Somos Daniel Moreno e Eduardo Majado e vamos relatar-vos a experiência que vivemos durante sete dias no “ Iktus Sturgeon”.

Somos naturais da Extremadura, Espanha, e amantes do Carp Fishing. Vivemos este desporto muito intensamente e desde há muito tempo queríamos experimentar a captura de novas espécies. Como tal, entramos em contacto com o Jeremy que é o gerente do Iktus para podermos levar a cabo a nossa aventura.

O “Iktus Sturgeon” é um lago de 15 hectares que possui 14 variedades de Esturjões, mais de quatrocentas e cinquenta Carpas, cinquenta Carpas Grass e cerca de três dezenas de Carpas Koi. As suas águas possuem um Transmontanus de 2.14 metros com 69kg de peso e mais que uma carpa com 30kgs.

Tudo começa em meados de Julho quando decidimos reservar a segunda semana de Outubro que estava compreendida entre o dia 12 e o 19 do

referido mês.

Uma vez feita a reserva, o Jeremy informou-nos que os iscos deveriam ser sobretudo salgados e também pellets que o próprio nos facilitaria na loja do Iktus em diferentes tamanhos.

Dito isto começamos a juntar um stock de boilies salgados que eram constituídos por N-Gage e Meteor da CMoore, o K12 da Vital Baits e o AK-47 da Fun Fishing. Além do mais também levávamos alguns boilies doces de qualidade como o Live System da CCMoore e os Banana GLM da Vital Baits, entre outros.

Tudo isto acompanhado com 40kgs de sementes (noz tigrada, milho, cânhamo, trigo e grão de bico).

Chegamos ao lago por volta do meio-dia e depois de ver as instalações com o Jeremy, que amavelmente nos recebeu, dirigimo-nos para o posto 17 que é o mais próximo da loja do Iktus e o que na hora da escolha mais feeling nos tinha dado pois tínhamos a possibilidade de pescar para a ilha e para o centro do lago.

O Jeremy informou-nos que uma dupla de ingleses tinha conseguido capturar trinta peixes numa semana, o que imediatamente causou em nós sensações positivas. Era um claro sinal de que o peixe se encontrava activo.

Depois de montar o acampamento, sondamos a zona com a ajuda dos nossos barcos telecomanda-dos, imprescindíveis neste lago já que não é permit-ido o uso de outro tipo de barcos. Decidimos pescar com 4 canas na zona da ilha e duas canas em direcção ao centro do lago mas perto da margem.

O Sábado passou sem uma única picada.

Ao amanhecer de domingo trocamos os nossos iscos e decidimos continuar a pescar nos mesmos locais até ao anoitecer desse mesmo dia. Caso não tivéssemos picadas teríamos que procurar novas zonas para depositar as nossas montagens.

Não tardaram muito em dar a cara. Em apenas meia manhã de domingo consegui capturar quatro esturjões Guolden entre os 6,5 e os 7,8Kgs com Meteor da CMoore, tendo ficado por aqui, pois entretanto houve uma mudança súbita da tempera-tura e os peixes desapareceram.

Na manhã de segunda-feira decidi mudar duas das minhas canas na direcção do centro do lago mas desta vez a cerca de 170 metros de distância onde encontrei um “buraco” com cerca de 6 metros de profundidade e que acusou vários peixes na sonda. Não tardaram em aparecer. Antes do meio dia um magnífico esturjão com 32,600 kg!!! Uma captura muito importante para mim pois era um grande

peixe tendo em conta os que tinham saído até aí.

Mas a coisa não ficou por aí pois por volta das 4h da tarde um dos meus alarmes, que tinha uma das canas no centro do lago começou a tocar como se não houvesse amanhã. Estava eu a meio da luta quando uma das canas do meu amigo Eduardo arrancou fortemente com outro míssil. Passados 45 minutos tínhamos no nosso tapete um magnifico doblete com um Transmontanus de 31.100Kg e um Esturjão Beluga de 30,400Kg.

Entre a tarde e o anoitecer levei mais 3 peixes ao meu camaroeiro, entre eles um esturjão Beluga de 28,400 Kg e um Baeri de 13,400Kg. A engoda-gem na direcção do centro do lago começava a produzir efeito.

Nessa noite o Eduardo sacou mais um Esturjão Baeri de 14,700Kg e a primeira carpa do Iktus com 5.5kg. A ilha, no entanto não produzia muitas pica-das.

Na terça-feira o Edu decidiu pescar mais perto da minha engodagem. O efeito de tal mudança fez-se sentir com o arranque de mais um grande peixe, um grande Transmontanus de 27,400Kg que deu a cara desta vez.

Minutos depois um dos meus alarmes começou novamente a dar sinal e desta vez tive o prazer de capturar a segunda carpa do Iktus com 10,600kg.

Colocada novamente a cana, nem sequer tive tempo de ligar o alarme pois o carreto começou

logo a desbobinar fio com o que acabaria por ser a terceira carpa do Iktus com um peso de 13,400kg.

Desta forma acabei por capturar 6 peixes prati-camente a cada intervalo de 15 minutos. Era incrível! Os peixes estavam loucos e nós não podía-mos perder esta oportunidade, íamos engodando o posto à medida que as picadas se sucediam.

Entre estas capturas, e segundo o que o Jeremy nos disse, encontra-se o actual recorde de França, um esturjão do Atlântico que consegui levar ao tapete com um boilie N-Gage da CCMoore devida-mente molhado no seu dip e que deu um peso de 10,400kg. Não foi um grande peso é certo, mas representava um exemplar precioso e único nas águas de toda a França.

As picadas sucederam-se até chegarmos a um peso total de 542kg de peixe, naquilo que foram sete dias de trabalho intenso e muitas mudanças meteorológicas a que tivemos que nos adaptar dia após dia.

No final da sessão fizemos as contas, seis estur-jões acima dos 30kgs, oito entre os 20 e os 30kgs, e muitos entre os 10 e os 20kgs. Capturamos também oito carpas das quais cinco foram espelhadas e três comuns, entre elas uma preciosa Gold como lhe chamam em França, não chegava a ser Koi nem tão pouco tinha a cor normal para uma Carpa comum. As Carpas tinham os pesos compreendidos entre os 5,5 e os 14,600kg.

Para terminar devemos dizer-vos que foi uma experiência inesquecível que seguramente repe-tiremos em breve deixando-vos o convite para que visitem este grande lago.

Cordiais Saudações,Daniel Moreno e Eduardo Majado

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Olá queridos companheiros do Carp Fishing! Somos Daniel Moreno e Eduardo Majado e vamos relatar-vos a experiência que vivemos durante sete dias no “ Iktus Sturgeon”.

Somos naturais da Extremadura, Espanha, e amantes do Carp Fishing. Vivemos este desporto muito intensamente e desde há muito tempo queríamos experimentar a captura de novas espécies. Como tal, entramos em contacto com o Jeremy que é o gerente do Iktus para podermos levar a cabo a nossa aventura.

O “Iktus Sturgeon” é um lago de 15 hectares que possui 14 variedades de Esturjões, mais de quatrocentas e cinquenta Carpas, cinquenta Carpas Grass e cerca de três dezenas de Carpas Koi. As suas águas possuem um Transmontanus de 2.14 metros com 69kg de peso e mais que uma carpa com 30kgs.

Tudo começa em meados de Julho quando decidimos reservar a segunda semana de Outubro que estava compreendida entre o dia 12 e o 19 do

referido mês.

Uma vez feita a reserva, o Jeremy informou-nos que os iscos deveriam ser sobretudo salgados e também pellets que o próprio nos facilitaria na loja do Iktus em diferentes tamanhos.

Dito isto começamos a juntar um stock de boilies salgados que eram constituídos por N-Gage e Meteor da CMoore, o K12 da Vital Baits e o AK-47 da Fun Fishing. Além do mais também levávamos alguns boilies doces de qualidade como o Live System da CCMoore e os Banana GLM da Vital Baits, entre outros.

Tudo isto acompanhado com 40kgs de sementes (noz tigrada, milho, cânhamo, trigo e grão de bico).

Chegamos ao lago por volta do meio-dia e depois de ver as instalações com o Jeremy, que amavelmente nos recebeu, dirigimo-nos para o posto 17 que é o mais próximo da loja do Iktus e o que na hora da escolha mais feeling nos tinha dado pois tínhamos a possibilidade de pescar para a ilha e para o centro do lago.

O Jeremy informou-nos que uma dupla de ingleses tinha conseguido capturar trinta peixes numa semana, o que imediatamente causou em nós sensações positivas. Era um claro sinal de que o peixe se encontrava activo.

Depois de montar o acampamento, sondamos a zona com a ajuda dos nossos barcos telecomanda-dos, imprescindíveis neste lago já que não é permit-ido o uso de outro tipo de barcos. Decidimos pescar com 4 canas na zona da ilha e duas canas em direcção ao centro do lago mas perto da margem.

O Sábado passou sem uma única picada.

Ao amanhecer de domingo trocamos os nossos iscos e decidimos continuar a pescar nos mesmos locais até ao anoitecer desse mesmo dia. Caso não tivéssemos picadas teríamos que procurar novas zonas para depositar as nossas montagens.

Não tardaram muito em dar a cara. Em apenas meia manhã de domingo consegui capturar quatro esturjões Guolden entre os 6,5 e os 7,8Kgs com Meteor da CMoore, tendo ficado por aqui, pois entretanto houve uma mudança súbita da tempera-tura e os peixes desapareceram.

Na manhã de segunda-feira decidi mudar duas das minhas canas na direcção do centro do lago mas desta vez a cerca de 170 metros de distância onde encontrei um “buraco” com cerca de 6 metros de profundidade e que acusou vários peixes na sonda. Não tardaram em aparecer. Antes do meio dia um magnífico esturjão com 32,600 kg!!! Uma captura muito importante para mim pois era um grande

peixe tendo em conta os que tinham saído até aí.

Mas a coisa não ficou por aí pois por volta das 4h da tarde um dos meus alarmes, que tinha uma das canas no centro do lago começou a tocar como se não houvesse amanhã. Estava eu a meio da luta quando uma das canas do meu amigo Eduardo arrancou fortemente com outro míssil. Passados 45 minutos tínhamos no nosso tapete um magnifico doblete com um Transmontanus de 31.100Kg e um Esturjão Beluga de 30,400Kg.

Entre a tarde e o anoitecer levei mais 3 peixes ao meu camaroeiro, entre eles um esturjão Beluga de 28,400 Kg e um Baeri de 13,400Kg. A engoda-gem na direcção do centro do lago começava a produzir efeito.

Nessa noite o Eduardo sacou mais um Esturjão Baeri de 14,700Kg e a primeira carpa do Iktus com 5.5kg. A ilha, no entanto não produzia muitas pica-das.

Na terça-feira o Edu decidiu pescar mais perto da minha engodagem. O efeito de tal mudança fez-se sentir com o arranque de mais um grande peixe, um grande Transmontanus de 27,400Kg que deu a cara desta vez.

Minutos depois um dos meus alarmes começou novamente a dar sinal e desta vez tive o prazer de capturar a segunda carpa do Iktus com 10,600kg.

Colocada novamente a cana, nem sequer tive tempo de ligar o alarme pois o carreto começou

logo a desbobinar fio com o que acabaria por ser a terceira carpa do Iktus com um peso de 13,400kg.

Desta forma acabei por capturar 6 peixes prati-camente a cada intervalo de 15 minutos. Era incrível! Os peixes estavam loucos e nós não podía-mos perder esta oportunidade, íamos engodando o posto à medida que as picadas se sucediam.

Entre estas capturas, e segundo o que o Jeremy nos disse, encontra-se o actual recorde de França, um esturjão do Atlântico que consegui levar ao tapete com um boilie N-Gage da CCMoore devida-mente molhado no seu dip e que deu um peso de 10,400kg. Não foi um grande peso é certo, mas representava um exemplar precioso e único nas águas de toda a França.

As picadas sucederam-se até chegarmos a um peso total de 542kg de peixe, naquilo que foram sete dias de trabalho intenso e muitas mudanças meteorológicas a que tivemos que nos adaptar dia após dia.

No final da sessão fizemos as contas, seis estur-jões acima dos 30kgs, oito entre os 20 e os 30kgs, e muitos entre os 10 e os 20kgs. Capturamos também oito carpas das quais cinco foram espelhadas e três comuns, entre elas uma preciosa Gold como lhe chamam em França, não chegava a ser Koi nem tão pouco tinha a cor normal para uma Carpa comum. As Carpas tinham os pesos compreendidos entre os 5,5 e os 14,600kg.

Para terminar devemos dizer-vos que foi uma experiência inesquecível que seguramente repe-tiremos em breve deixando-vos o convite para que visitem este grande lago.

Cordiais Saudações,Daniel Moreno e Eduardo Majado

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Olá queridos companheiros do Carp Fishing! Somos Daniel Moreno e Eduardo Majado e vamos relatar-vos a experiência que vivemos durante sete dias no “ Iktus Sturgeon”.

Somos naturais da Extremadura, Espanha, e amantes do Carp Fishing. Vivemos este desporto muito intensamente e desde há muito tempo queríamos experimentar a captura de novas espécies. Como tal, entramos em contacto com o Jeremy que é o gerente do Iktus para podermos levar a cabo a nossa aventura.

O “Iktus Sturgeon” é um lago de 15 hectares que possui 14 variedades de Esturjões, mais de quatrocentas e cinquenta Carpas, cinquenta Carpas Grass e cerca de três dezenas de Carpas Koi. As suas águas possuem um Transmontanus de 2.14 metros com 69kg de peso e mais que uma carpa com 30kgs.

Tudo começa em meados de Julho quando decidimos reservar a segunda semana de Outubro que estava compreendida entre o dia 12 e o 19 do

referido mês.

Uma vez feita a reserva, o Jeremy informou-nos que os iscos deveriam ser sobretudo salgados e também pellets que o próprio nos facilitaria na loja do Iktus em diferentes tamanhos.

Dito isto começamos a juntar um stock de boilies salgados que eram constituídos por N-Gage e Meteor da CMoore, o K12 da Vital Baits e o AK-47 da Fun Fishing. Além do mais também levávamos alguns boilies doces de qualidade como o Live System da CCMoore e os Banana GLM da Vital Baits, entre outros.

Tudo isto acompanhado com 40kgs de sementes (noz tigrada, milho, cânhamo, trigo e grão de bico).

Chegamos ao lago por volta do meio-dia e depois de ver as instalações com o Jeremy, que amavelmente nos recebeu, dirigimo-nos para o posto 17 que é o mais próximo da loja do Iktus e o que na hora da escolha mais feeling nos tinha dado pois tínhamos a possibilidade de pescar para a ilha e para o centro do lago.

O Jeremy informou-nos que uma dupla de ingleses tinha conseguido capturar trinta peixes numa semana, o que imediatamente causou em nós sensações positivas. Era um claro sinal de que o peixe se encontrava activo.

Depois de montar o acampamento, sondamos a zona com a ajuda dos nossos barcos telecomanda-dos, imprescindíveis neste lago já que não é permit-ido o uso de outro tipo de barcos. Decidimos pescar com 4 canas na zona da ilha e duas canas em direcção ao centro do lago mas perto da margem.

O Sábado passou sem uma única picada.

Ao amanhecer de domingo trocamos os nossos iscos e decidimos continuar a pescar nos mesmos locais até ao anoitecer desse mesmo dia. Caso não tivéssemos picadas teríamos que procurar novas zonas para depositar as nossas montagens.

Não tardaram muito em dar a cara. Em apenas meia manhã de domingo consegui capturar quatro esturjões Guolden entre os 6,5 e os 7,8Kgs com Meteor da CMoore, tendo ficado por aqui, pois entretanto houve uma mudança súbita da tempera-tura e os peixes desapareceram.

Na manhã de segunda-feira decidi mudar duas das minhas canas na direcção do centro do lago mas desta vez a cerca de 170 metros de distância onde encontrei um “buraco” com cerca de 6 metros de profundidade e que acusou vários peixes na sonda. Não tardaram em aparecer. Antes do meio dia um magnífico esturjão com 32,600 kg!!! Uma captura muito importante para mim pois era um grande

peixe tendo em conta os que tinham saído até aí.

Mas a coisa não ficou por aí pois por volta das 4h da tarde um dos meus alarmes, que tinha uma das canas no centro do lago começou a tocar como se não houvesse amanhã. Estava eu a meio da luta quando uma das canas do meu amigo Eduardo arrancou fortemente com outro míssil. Passados 45 minutos tínhamos no nosso tapete um magnifico doblete com um Transmontanus de 31.100Kg e um Esturjão Beluga de 30,400Kg.

Entre a tarde e o anoitecer levei mais 3 peixes ao meu camaroeiro, entre eles um esturjão Beluga de 28,400 Kg e um Baeri de 13,400Kg. A engoda-gem na direcção do centro do lago começava a produzir efeito.

Nessa noite o Eduardo sacou mais um Esturjão Baeri de 14,700Kg e a primeira carpa do Iktus com 5.5kg. A ilha, no entanto não produzia muitas pica-das.

Na terça-feira o Edu decidiu pescar mais perto da minha engodagem. O efeito de tal mudança fez-se sentir com o arranque de mais um grande peixe, um grande Transmontanus de 27,400Kg que deu a cara desta vez.

Minutos depois um dos meus alarmes começou novamente a dar sinal e desta vez tive o prazer de capturar a segunda carpa do Iktus com 10,600kg.

Colocada novamente a cana, nem sequer tive tempo de ligar o alarme pois o carreto começou

logo a desbobinar fio com o que acabaria por ser a terceira carpa do Iktus com um peso de 13,400kg.

Desta forma acabei por capturar 6 peixes prati-camente a cada intervalo de 15 minutos. Era incrível! Os peixes estavam loucos e nós não podía-mos perder esta oportunidade, íamos engodando o posto à medida que as picadas se sucediam.

Entre estas capturas, e segundo o que o Jeremy nos disse, encontra-se o actual recorde de França, um esturjão do Atlântico que consegui levar ao tapete com um boilie N-Gage da CCMoore devida-mente molhado no seu dip e que deu um peso de 10,400kg. Não foi um grande peso é certo, mas representava um exemplar precioso e único nas águas de toda a França.

As picadas sucederam-se até chegarmos a um peso total de 542kg de peixe, naquilo que foram sete dias de trabalho intenso e muitas mudanças meteorológicas a que tivemos que nos adaptar dia após dia.

No final da sessão fizemos as contas, seis estur-jões acima dos 30kgs, oito entre os 20 e os 30kgs, e muitos entre os 10 e os 20kgs. Capturamos também oito carpas das quais cinco foram espelhadas e três comuns, entre elas uma preciosa Gold como lhe chamam em França, não chegava a ser Koi nem tão pouco tinha a cor normal para uma Carpa comum. As Carpas tinham os pesos compreendidos entre os 5,5 e os 14,600kg.

Para terminar devemos dizer-vos que foi uma experiência inesquecível que seguramente repe-tiremos em breve deixando-vos o convite para que visitem este grande lago.

Cordiais Saudações,Daniel Moreno e Eduardo Majado

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Page 44: Digital Carp Magazine #03

Olá queridos companheiros do Carp Fishing! Somos Daniel Moreno e Eduardo Majado e vamos relatar-vos a experiência que vivemos durante sete dias no “ Iktus Sturgeon”.

Somos naturais da Extremadura, Espanha, e amantes do Carp Fishing. Vivemos este desporto muito intensamente e desde há muito tempo queríamos experimentar a captura de novas espécies. Como tal, entramos em contacto com o Jeremy que é o gerente do Iktus para podermos levar a cabo a nossa aventura.

O “Iktus Sturgeon” é um lago de 15 hectares que possui 14 variedades de Esturjões, mais de quatrocentas e cinquenta Carpas, cinquenta Carpas Grass e cerca de três dezenas de Carpas Koi. As suas águas possuem um Transmontanus de 2.14 metros com 69kg de peso e mais que uma carpa com 30kgs.

Tudo começa em meados de Julho quando decidimos reservar a segunda semana de Outubro que estava compreendida entre o dia 12 e o 19 do

referido mês.

Uma vez feita a reserva, o Jeremy informou-nos que os iscos deveriam ser sobretudo salgados e também pellets que o próprio nos facilitaria na loja do Iktus em diferentes tamanhos.

Dito isto começamos a juntar um stock de boilies salgados que eram constituídos por N-Gage e Meteor da CMoore, o K12 da Vital Baits e o AK-47 da Fun Fishing. Além do mais também levávamos alguns boilies doces de qualidade como o Live System da CCMoore e os Banana GLM da Vital Baits, entre outros.

Tudo isto acompanhado com 40kgs de sementes (noz tigrada, milho, cânhamo, trigo e grão de bico).

Chegamos ao lago por volta do meio-dia e depois de ver as instalações com o Jeremy, que amavelmente nos recebeu, dirigimo-nos para o posto 17 que é o mais próximo da loja do Iktus e o que na hora da escolha mais feeling nos tinha dado pois tínhamos a possibilidade de pescar para a ilha e para o centro do lago.

O Jeremy informou-nos que uma dupla de ingleses tinha conseguido capturar trinta peixes numa semana, o que imediatamente causou em nós sensações positivas. Era um claro sinal de que o peixe se encontrava activo.

Depois de montar o acampamento, sondamos a zona com a ajuda dos nossos barcos telecomanda-dos, imprescindíveis neste lago já que não é permit-ido o uso de outro tipo de barcos. Decidimos pescar com 4 canas na zona da ilha e duas canas em direcção ao centro do lago mas perto da margem.

O Sábado passou sem uma única picada.

Ao amanhecer de domingo trocamos os nossos iscos e decidimos continuar a pescar nos mesmos locais até ao anoitecer desse mesmo dia. Caso não tivéssemos picadas teríamos que procurar novas zonas para depositar as nossas montagens.

Não tardaram muito em dar a cara. Em apenas meia manhã de domingo consegui capturar quatro esturjões Guolden entre os 6,5 e os 7,8Kgs com Meteor da CMoore, tendo ficado por aqui, pois entretanto houve uma mudança súbita da tempera-tura e os peixes desapareceram.

Na manhã de segunda-feira decidi mudar duas das minhas canas na direcção do centro do lago mas desta vez a cerca de 170 metros de distância onde encontrei um “buraco” com cerca de 6 metros de profundidade e que acusou vários peixes na sonda. Não tardaram em aparecer. Antes do meio dia um magnífico esturjão com 32,600 kg!!! Uma captura muito importante para mim pois era um grande

peixe tendo em conta os que tinham saído até aí.

Mas a coisa não ficou por aí pois por volta das 4h da tarde um dos meus alarmes, que tinha uma das canas no centro do lago começou a tocar como se não houvesse amanhã. Estava eu a meio da luta quando uma das canas do meu amigo Eduardo arrancou fortemente com outro míssil. Passados 45 minutos tínhamos no nosso tapete um magnifico doblete com um Transmontanus de 31.100Kg e um Esturjão Beluga de 30,400Kg.

Entre a tarde e o anoitecer levei mais 3 peixes ao meu camaroeiro, entre eles um esturjão Beluga de 28,400 Kg e um Baeri de 13,400Kg. A engoda-gem na direcção do centro do lago começava a produzir efeito.

Nessa noite o Eduardo sacou mais um Esturjão Baeri de 14,700Kg e a primeira carpa do Iktus com 5.5kg. A ilha, no entanto não produzia muitas pica-das.

Na terça-feira o Edu decidiu pescar mais perto da minha engodagem. O efeito de tal mudança fez-se sentir com o arranque de mais um grande peixe, um grande Transmontanus de 27,400Kg que deu a cara desta vez.

Minutos depois um dos meus alarmes começou novamente a dar sinal e desta vez tive o prazer de capturar a segunda carpa do Iktus com 10,600kg.

Colocada novamente a cana, nem sequer tive tempo de ligar o alarme pois o carreto começou

logo a desbobinar fio com o que acabaria por ser a terceira carpa do Iktus com um peso de 13,400kg.

Desta forma acabei por capturar 6 peixes prati-camente a cada intervalo de 15 minutos. Era incrível! Os peixes estavam loucos e nós não podía-mos perder esta oportunidade, íamos engodando o posto à medida que as picadas se sucediam.

Entre estas capturas, e segundo o que o Jeremy nos disse, encontra-se o actual recorde de França, um esturjão do Atlântico que consegui levar ao tapete com um boilie N-Gage da CCMoore devida-mente molhado no seu dip e que deu um peso de 10,400kg. Não foi um grande peso é certo, mas representava um exemplar precioso e único nas águas de toda a França.

As picadas sucederam-se até chegarmos a um peso total de 542kg de peixe, naquilo que foram sete dias de trabalho intenso e muitas mudanças meteorológicas a que tivemos que nos adaptar dia após dia.

No final da sessão fizemos as contas, seis estur-jões acima dos 30kgs, oito entre os 20 e os 30kgs, e muitos entre os 10 e os 20kgs. Capturamos também oito carpas das quais cinco foram espelhadas e três comuns, entre elas uma preciosa Gold como lhe chamam em França, não chegava a ser Koi nem tão pouco tinha a cor normal para uma Carpa comum. As Carpas tinham os pesos compreendidos entre os 5,5 e os 14,600kg.

Para terminar devemos dizer-vos que foi uma experiência inesquecível que seguramente repe-tiremos em breve deixando-vos o convite para que visitem este grande lago.

Cordiais Saudações,Daniel Moreno e Eduardo Majado

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Olá queridos companheiros do Carp Fishing! Somos Daniel Moreno e Eduardo Majado e vamos relatar-vos a experiência que vivemos durante sete dias no “ Iktus Sturgeon”.

Somos naturais da Extremadura, Espanha, e amantes do Carp Fishing. Vivemos este desporto muito intensamente e desde há muito tempo queríamos experimentar a captura de novas espécies. Como tal, entramos em contacto com o Jeremy que é o gerente do Iktus para podermos levar a cabo a nossa aventura.

O “Iktus Sturgeon” é um lago de 15 hectares que possui 14 variedades de Esturjões, mais de quatrocentas e cinquenta Carpas, cinquenta Carpas Grass e cerca de três dezenas de Carpas Koi. As suas águas possuem um Transmontanus de 2.14 metros com 69kg de peso e mais que uma carpa com 30kgs.

Tudo começa em meados de Julho quando decidimos reservar a segunda semana de Outubro que estava compreendida entre o dia 12 e o 19 do

referido mês.

Uma vez feita a reserva, o Jeremy informou-nos que os iscos deveriam ser sobretudo salgados e também pellets que o próprio nos facilitaria na loja do Iktus em diferentes tamanhos.

Dito isto começamos a juntar um stock de boilies salgados que eram constituídos por N-Gage e Meteor da CMoore, o K12 da Vital Baits e o AK-47 da Fun Fishing. Além do mais também levávamos alguns boilies doces de qualidade como o Live System da CCMoore e os Banana GLM da Vital Baits, entre outros.

Tudo isto acompanhado com 40kgs de sementes (noz tigrada, milho, cânhamo, trigo e grão de bico).

Chegamos ao lago por volta do meio-dia e depois de ver as instalações com o Jeremy, que amavelmente nos recebeu, dirigimo-nos para o posto 17 que é o mais próximo da loja do Iktus e o que na hora da escolha mais feeling nos tinha dado pois tínhamos a possibilidade de pescar para a ilha e para o centro do lago.

O Jeremy informou-nos que uma dupla de ingleses tinha conseguido capturar trinta peixes numa semana, o que imediatamente causou em nós sensações positivas. Era um claro sinal de que o peixe se encontrava activo.

Depois de montar o acampamento, sondamos a zona com a ajuda dos nossos barcos telecomanda-dos, imprescindíveis neste lago já que não é permit-ido o uso de outro tipo de barcos. Decidimos pescar com 4 canas na zona da ilha e duas canas em direcção ao centro do lago mas perto da margem.

O Sábado passou sem uma única picada.

Ao amanhecer de domingo trocamos os nossos iscos e decidimos continuar a pescar nos mesmos locais até ao anoitecer desse mesmo dia. Caso não tivéssemos picadas teríamos que procurar novas zonas para depositar as nossas montagens.

Não tardaram muito em dar a cara. Em apenas meia manhã de domingo consegui capturar quatro esturjões Guolden entre os 6,5 e os 7,8Kgs com Meteor da CMoore, tendo ficado por aqui, pois entretanto houve uma mudança súbita da tempera-tura e os peixes desapareceram.

Na manhã de segunda-feira decidi mudar duas das minhas canas na direcção do centro do lago mas desta vez a cerca de 170 metros de distância onde encontrei um “buraco” com cerca de 6 metros de profundidade e que acusou vários peixes na sonda. Não tardaram em aparecer. Antes do meio dia um magnífico esturjão com 32,600 kg!!! Uma captura muito importante para mim pois era um grande

peixe tendo em conta os que tinham saído até aí.

Mas a coisa não ficou por aí pois por volta das 4h da tarde um dos meus alarmes, que tinha uma das canas no centro do lago começou a tocar como se não houvesse amanhã. Estava eu a meio da luta quando uma das canas do meu amigo Eduardo arrancou fortemente com outro míssil. Passados 45 minutos tínhamos no nosso tapete um magnifico doblete com um Transmontanus de 31.100Kg e um Esturjão Beluga de 30,400Kg.

Entre a tarde e o anoitecer levei mais 3 peixes ao meu camaroeiro, entre eles um esturjão Beluga de 28,400 Kg e um Baeri de 13,400Kg. A engoda-gem na direcção do centro do lago começava a produzir efeito.

Nessa noite o Eduardo sacou mais um Esturjão Baeri de 14,700Kg e a primeira carpa do Iktus com 5.5kg. A ilha, no entanto não produzia muitas pica-das.

Na terça-feira o Edu decidiu pescar mais perto da minha engodagem. O efeito de tal mudança fez-se sentir com o arranque de mais um grande peixe, um grande Transmontanus de 27,400Kg que deu a cara desta vez.

Minutos depois um dos meus alarmes começou novamente a dar sinal e desta vez tive o prazer de capturar a segunda carpa do Iktus com 10,600kg.

Colocada novamente a cana, nem sequer tive tempo de ligar o alarme pois o carreto começou

logo a desbobinar fio com o que acabaria por ser a terceira carpa do Iktus com um peso de 13,400kg.

Desta forma acabei por capturar 6 peixes prati-camente a cada intervalo de 15 minutos. Era incrível! Os peixes estavam loucos e nós não podía-mos perder esta oportunidade, íamos engodando o posto à medida que as picadas se sucediam.

Entre estas capturas, e segundo o que o Jeremy nos disse, encontra-se o actual recorde de França, um esturjão do Atlântico que consegui levar ao tapete com um boilie N-Gage da CCMoore devida-mente molhado no seu dip e que deu um peso de 10,400kg. Não foi um grande peso é certo, mas representava um exemplar precioso e único nas águas de toda a França.

As picadas sucederam-se até chegarmos a um peso total de 542kg de peixe, naquilo que foram sete dias de trabalho intenso e muitas mudanças meteorológicas a que tivemos que nos adaptar dia após dia.

No final da sessão fizemos as contas, seis estur-jões acima dos 30kgs, oito entre os 20 e os 30kgs, e muitos entre os 10 e os 20kgs. Capturamos também oito carpas das quais cinco foram espelhadas e três comuns, entre elas uma preciosa Gold como lhe chamam em França, não chegava a ser Koi nem tão pouco tinha a cor normal para uma Carpa comum. As Carpas tinham os pesos compreendidos entre os 5,5 e os 14,600kg.

Para terminar devemos dizer-vos que foi uma experiência inesquecível que seguramente repe-tiremos em breve deixando-vos o convite para que visitem este grande lago.

Cordiais Saudações,Daniel Moreno e Eduardo Majado

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Page 46: Digital Carp Magazine #03

Por vezes complicamos as coisas simples, tentando inventar montagens que têm mais de design que propriamente funcionalidade. A seguir vamos mostrar como uma montagem pode ser simples e eficaz, servindo inclusive para mais que um determinado tipo de isco.

Montagemcom Pop up

Montagemcom Afundante

O material necessáriopara elaborar a montagem:

Entrançado revestido de 35lbs, Argolaoval, Anzol, Agulha, Tesoura, Chumbo

Cortar 35cm de entrançado e retirar10cm do revestimento.

Fazer um lanço (que vai ser o cabelo)e atar a argola oval.

Colocar o anzol na linha e atá-lo com um nó-sem-nó, deixando a argola alinhada

com a barbela do anzol.

Puxar mais 2cm do revestimento.

Cortar a linha e fazer umalaçada de forma a ter uma montagemcom cerca de 20cm.A montagem está assimpronta para usar com umboilie de fundo ou com um pop-up.

Aplicar um chumbo de 2g a 2cm do anzol.

José Rodrigues

Uma de muitas capturas conseguidas com a montagem apresentada.

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Page 47: Digital Carp Magazine #03

Por vezes complicamos as coisas simples, tentando inventar montagens que têm mais de design que propriamente funcionalidade. A seguir vamos mostrar como uma montagem pode ser simples e eficaz, servindo inclusive para mais que um determinado tipo de isco.

Montagemcom Pop up

Montagemcom Afundante

O material necessáriopara elaborar a montagem:

Entrançado revestido de 35lbs, Argolaoval, Anzol, Agulha, Tesoura, Chumbo

Cortar 35cm de entrançado e retirar10cm do revestimento.

Fazer um lanço (que vai ser o cabelo)e atar a argola oval.

Colocar o anzol na linha e atá-lo com um nó-sem-nó, deixando a argola alinhada

com a barbela do anzol.

Puxar mais 2cm do revestimento.

Cortar a linha e fazer umalaçada de forma a ter uma montagemcom cerca de 20cm.A montagem está assimpronta para usar com umboilie de fundo ou com um pop-up.

Aplicar um chumbo de 2g a 2cm do anzol.

José Rodrigues

Uma de muitas capturas conseguidas com a montagem apresentada.

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Page 48: Digital Carp Magazine #03

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Page 49: Digital Carp Magazine #03

PVAQuando optamos por uma pesca localizada, a utilização de PVA é

uma boa opção. Podemos recorrer a vários tipos, sacos, fio ou malha. Dentro destes tipos de PVA, há tempos de dissolução diferentes, sendo uns próprios para águas frias, outros para águas mais quentes. Na hora de comprar temos que perceber para que época do ano é destinado deter-minado tipo de PVA.

FerramentasSe queremos usar e abusar de PVA, temos que ter as ferramentas

corretas e necessárias. Agulha, Krusha, Krompessor, são algumas peças que não podem faltar, assim como a tesoura ou um recipiente para mistu-rar todos os ingredientes.

SacosUtilização: Pesca a curta distância. Ideal quando se pretende uma

pesca rápida. A melhor opção quando pretendemos utilizar líquidos atrativos de forma a atrair as carpas mais rapidamente ao pesqueiro.

MalhaUtilização: A opção quando se pretende usar stick mix´s. Comprime-

-se ao máximo o conteúdo, após imersão e dissolução do PVA forma um efeito “explosivo” dos atrativos contidos no mix.

FioUtilização: Quando se pretende uma pesca um pouco mais longa e

mais seletiva. Normalmente, utiliza-se o fio de PVA em conjunto com boilies ou pellets.

Mix´sEste é um tema que ocupava uma edição completa de qualquer

revista, mas no fundo cada um pode escolher o que colocar, e tudo (ou quase tudo) pode servir.

Regra geral, o recurso a PVA é feito nas épocas mais frias do ano, quando a necessidade alimentar das carpas é mais seletiva, optando por alimentos proteicos, de fácil digestão e de grande valor nutritivo. Reduz também a zona de engodagem à volta do anzol, o que acaba por contri-buir para uma melhor atração da Carpa para junto do nosso isco.

Algumas dicasUm pequeno saco de PVA não serve apenas para engodar. Numa

pesca a média ou longa distância pode também servir de anti enredos, proteger a ponta do anzol numa zona de gravilha ou ainda quando se esta a pescar em erva. Nestas situações, ter o anzol dentro de um saco de PVA dá-nos a garantia que este vai ficar livre pelo menos ate à primeira visita das nossas amigas.

No caso de se pescar a longa distância, recomenda-se o uso de sacos/rede ou corremos o risco de perdermos vários metros no lança-mento.

Fita ou fio PVA são também excelentes se queremos usar lead clip de forma a perder rapidamente a chumbada. Para que isto aconteça, a borra-cha do lead clip tem que estar apenas presa ao mínimo, mas nesta situa-ção podemos perder a chumbada no momento em que esta embate na água. Usando um pedaço da fita ou fio PVA a prender o clip, conseguimos colocar a chumbada em segurança no fundo com o nosso anzol, deixando o clip completamente liberto poucos segundos depois.

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Page 50: Digital Carp Magazine #03

Após uma semana de preparativos para realizar

uma sessão em Orellana, finalmente chegou o dia

27 de Janeiro. Com tudo preparado, eu e o meu

amigo José Gabriel, dirigimo-nos ao embalse de

Orellana, onde haveríamos de realizar uma sessão

de 3 dias. A primeira contrariedade surgiu quando

chegamos ao pesqueiro que pretendíamos usar,

estava ocupado, o que nos obrigou a procurar outro.

Após um bom período de procura acabamos

por encontrar um local que nos agradou bastante.

Começamos a montar o material e o acampamento.

Depois do material todo preparado, com a ajuda do

barco, fui em busca do local com a profundidade

adequada e coloquei uma boia sinalizadora, assim

saberíamos sempre onde colocar as montagens. As

montagens seriam também colocadas com a ajuda

do barco, aproveitando para fazer uma pequena

engodagem em cada uma com sementes cozidas.

Com as canas todas em posição, as minhas e as do

meu companheiro, montamos o refúgio para a

noite, que chegou rapidamente.

Pelas 4:45h fomos despertados por um belo

arranque numa das minhas canas, rapidamente

despertei e cravei o peixe, notando que seria um

bom exemplar uma vez que levava bastante linha. O

meu amigo José entrou na água com o camaroeiro

para recolher o peixe, e após vinte minutos de

intensa luta, tínhamos no tapete uma preciosa

carpa comum, que pesou 15,7kg. Colocamos o

peixe no saco de retenção para na manhã seguinte

se proceder às fotografias com a luz do dia.

Depois de recolocar a cana e verificar que tudo

estava em ordem voltamos para o abrigo, para

tentar dormir mais um pouco. Pelas 9:55h da manhã

seguinte fomos novamente solicitados por outro

arranque nas minhas canas. Ao atacar a cana notei

um peso enorme, e rapidamente pensei que o peixe

se teria prendido numa das milhares de carangue-

jeiras que há em Orellana. Após 40minutos a traba-

lhar o peixe, e quando este veio à superfície, pude-

mos verificar que era uma magnífica Carpa Espelha-

da. Depois de recolhida no camaroeiro pelo meu

amigo José, que mais uma vez entrou na água,

conseguimos colocá-la no tapete, tínhamos diante

de nós um dos mais preciosos tesouros de Orellana,

uma Carpa Espelhada impressionante! Tratamos de

a tentar pesar, mas a nossa balança tinha um limite

de 25kg, não era suficiente! Pedimos emprestada, a

uns amigos que pescavam ali ao lado, uma balança

com uma escala maior. Fazendo uso de duas balan-

ças simultaneamente, conseguimos finalmente

pesar aquele lingote de ouro. Marcou uns impres-

sionantes 30,770kg! Eu e o meu companheiro, tal

como os outros pescadores que estavam por perto,

ficamos impressionados por tão fascinante captura.

Após uma grande sessão fotográfica e de vídeo

procedemos à devolução do peixe que tanta alegria

nos deu!

Após esta devolução recolhemos o peixe que

estava no saco de retenção, e fizemos assim as fotos

correspondentes, devolvendo-a também ao seu

habitat.

Recolocamos as montagens e aguardamos mais

arranques. Até ao fim da sessão contabilizamos

cinco capturas, com direito a record pessoal para

ambos. O meu amigo José conseguiu o seu novo

record com uma Espelhada de 13kg.

Sem dúvida uma sessão fantástica que nunca

esqueceremos.

Sem dúvida um belo exemplar!

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Após uma semana de preparativos para realizar

uma sessão em Orellana, finalmente chegou o dia

27 de Janeiro. Com tudo preparado, eu e o meu

amigo José Gabriel, dirigimo-nos ao embalse de

Orellana, onde haveríamos de realizar uma sessão

de 3 dias. A primeira contrariedade surgiu quando

chegamos ao pesqueiro que pretendíamos usar,

estava ocupado, o que nos obrigou a procurar outro.

Após um bom período de procura acabamos

por encontrar um local que nos agradou bastante.

Começamos a montar o material e o acampamento.

Depois do material todo preparado, com a ajuda do

barco, fui em busca do local com a profundidade

adequada e coloquei uma boia sinalizadora, assim

saberíamos sempre onde colocar as montagens. As

montagens seriam também colocadas com a ajuda

do barco, aproveitando para fazer uma pequena

engodagem em cada uma com sementes cozidas.

Com as canas todas em posição, as minhas e as do

meu companheiro, montamos o refúgio para a

noite, que chegou rapidamente.

Pelas 4:45h fomos despertados por um belo

arranque numa das minhas canas, rapidamente

despertei e cravei o peixe, notando que seria um

bom exemplar uma vez que levava bastante linha. O

meu amigo José entrou na água com o camaroeiro

para recolher o peixe, e após vinte minutos de

intensa luta, tínhamos no tapete uma preciosa

carpa comum, que pesou 15,7kg. Colocamos o

peixe no saco de retenção para na manhã seguinte

se proceder às fotografias com a luz do dia.

Depois de recolocar a cana e verificar que tudo

estava em ordem voltamos para o abrigo, para

tentar dormir mais um pouco. Pelas 9:55h da manhã

seguinte fomos novamente solicitados por outro

arranque nas minhas canas. Ao atacar a cana notei

um peso enorme, e rapidamente pensei que o peixe

se teria prendido numa das milhares de carangue-

jeiras que há em Orellana. Após 40minutos a traba-

lhar o peixe, e quando este veio à superfície, pude-

mos verificar que era uma magnífica Carpa Espelha-

da. Depois de recolhida no camaroeiro pelo meu

amigo José, que mais uma vez entrou na água,

conseguimos colocá-la no tapete, tínhamos diante

de nós um dos mais preciosos tesouros de Orellana,

uma Carpa Espelhada impressionante! Tratamos de

a tentar pesar, mas a nossa balança tinha um limite

de 25kg, não era suficiente! Pedimos emprestada, a

uns amigos que pescavam ali ao lado, uma balança

com uma escala maior. Fazendo uso de duas balan-

ças simultaneamente, conseguimos finalmente

pesar aquele lingote de ouro. Marcou uns impres-

sionantes 30,770kg! Eu e o meu companheiro, tal

como os outros pescadores que estavam por perto,

ficamos impressionados por tão fascinante captura.

Após uma grande sessão fotográfica e de vídeo

procedemos à devolução do peixe que tanta alegria

nos deu!

Após esta devolução recolhemos o peixe que

estava no saco de retenção, e fizemos assim as fotos

correspondentes, devolvendo-a também ao seu

habitat.

Recolocamos as montagens e aguardamos mais

arranques. Até ao fim da sessão contabilizamos

cinco capturas, com direito a record pessoal para

ambos. O meu amigo José conseguiu o seu novo

record com uma Espelhada de 13kg.

Sem dúvida uma sessão fantástica que nunca

esqueceremos.

Sem dúvida um belo exemplar!

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Page 52: Digital Carp Magazine #03

Cavagnac Lake

52 Acres de um lago natural são a casa de mais de 600 Carpas! Todas entre o mínimo de 9kg até ao recorde de 38.5kg, esta capturada pela última vez em Abril de 2013. São centenas de Carpas que vagueiam num lago fantástico, com uma paisagem deslumbrante, onde não faltam sequer as torres de um castelo!

Situado no sudoeste de França, fica a 1km da vila de Bour-nazel e a 20km do aeroporto de Rodez. São dezoito pesquei-ros, divididos por cinco baías, três delas de grande dimensão, com uma enorme diversidade de vegetação. É abastecido por três nascentes, uma delas mesmo no meio do lago! É ainda rodeado por campos verdes e floresta, o que pode fazer com que o tempo ali passado se torne inesquecível!

O alojamento tem tudo o que é necessário para o conforto necessário nas horas vagas, isto se o peixe permitir!

Há ainda a possibilidade de alugar barcos, bait boats e outros equipamentos, assim como comprar iscos, disponíveis das marcas Pro Line e Solar.

2014 Poderá trazer uma surpresa, uma GRANDE surpresa!

David FrechouRua Cavagnac - 12390 Bournazel - FrançaTelefone 0044 20 3355 5575

www.cavagnac.com

Moby Dick27 kg

16 kg

Stunning32.5 kg

Single Scale38.5 kg

Gold28.5 kg

52

Page 53: Digital Carp Magazine #03

Cavagnac Lake

52 Acres de um lago natural são a casa de mais de 600 Carpas! Todas entre o mínimo de 9kg até ao recorde de 38.5kg, esta capturada pela última vez em Abril de 2013. São centenas de Carpas que vagueiam num lago fantástico, com uma paisagem deslumbrante, onde não faltam sequer as torres de um castelo!

Situado no sudoeste de França, fica a 1km da vila de Bour-nazel e a 20km do aeroporto de Rodez. São dezoito pesquei-ros, divididos por cinco baías, três delas de grande dimensão, com uma enorme diversidade de vegetação. É abastecido por três nascentes, uma delas mesmo no meio do lago! É ainda rodeado por campos verdes e floresta, o que pode fazer com que o tempo ali passado se torne inesquecível!

O alojamento tem tudo o que é necessário para o conforto necessário nas horas vagas, isto se o peixe permitir!

Há ainda a possibilidade de alugar barcos, bait boats e outros equipamentos, assim como comprar iscos, disponíveis das marcas Pro Line e Solar.

2014 Poderá trazer uma surpresa, uma GRANDE surpresa!

David FrechouRua Cavagnac - 12390 Bournazel - FrançaTelefone 0044 20 3355 5575

www.cavagnac.com

Moby Dick27 kg

16 kg

Stunning32.5 kg

Single Scale38.5 kg

Gold28.5 kg

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Page 54: Digital Carp Magazine #03

género pois para a prática desta modalidade não está em questão a capacidade física, força e resistência.

Sinto que a pesca me oferece a oportunidade de partilhar experiências e conviver no meio ambi-ente que nos rodeia, a natureza. Permite sentir-me mais forte! No entanto, não há em Portugal, marcas que queiram uma representante feminina como em países onde o carp fishing é muito mais evoluído, não há investimento nesse sentido. Mas, assim como os meios de divulgação estão a mudar, estão a dar mais atenção e incentivo às mulheres para esta modalidade, também acredito que outras coisas irão muito brevemente mudar pois temos evoluído muito nesse sentido.

Como carpista tenho orgulho em divulgar o que se passa em Portugal, as paisagens que temos através de redes sociais ou no blogue criado e orientado para o percurso de uma mulher no mundo do Carp Fishing. Convívios, sessões, captur-as, desabafos, entre outras.

São os desafios que se devem enfrentar para

deixar para trás a timidez e os preconceitos perante

a sociedade. E, como conhecedora de causa, salien-to que, orgulhosamente, o género masculino que pratica esta modalidade não se cansa de incentivar a prática por parte das mulheres.

Considero-me uma carpista mediana, tenho tanto para aprender em termos de técnica mas a vontade é imensa e com a ajuda de várias pessoas sei que irei progredir. O desejo de capturas cada vez maiores é imenso, esta busca pelo recorde é uma sensação que muitos de vocês conhecem tão bem mas a melhor parte de tudo isto é sem dúvida alguma o convívio entre pessoas que têm a mesma paixão.

No sentido da evolução enquanto carpista e pela experiência em si, no próximo verão parto para França numa grande aventura, pescar num dos grandes e conceituados lagos, o Cavagnac Lake!

Susana Ribeirohttp://carpfishingnofeminio.blogspot.pt/

Ficha técnicaNome Susana RibeiroIdade 32 anosPB 6,550 Kg, Barragem da Aguieira

O Carp Fishing é ainda uma pesca de minorias. Apesar de nos últimos anos ter havido muitos pescadores a aderir a esta modalidade, a verdade é que a esmagadora maioria ainda não reconhece o devido valor a esta nossa paixão. Em relação à pesca sem morte que nós praticamos, felizmente já há muitos pescadores a devolver o peixe ao seu habitat mesmo noutras modalidades. Mas voltando ao assunto principal deste artigo, o CarpFish-ing, no nosso país é uma modalidade quase exclusiva aos participantes masculinos. Por sorte há exceções à regra, e embora poucas, já vamos encontrando algumas praticantes femininas. Quem melhor que uma delas para nos explicar como é visto o Carp Fishing através dos olhos de uma mulher?

É notório que o Carp Fishing em Portugal está cada vez mais evoluído e divulgado e há cada vez mais adeptos e praticantes, no entanto, estes são na sua maioria do género masculino estando os prati-cantes do género feminino claramente em minoria. Mas neste mundo tão masculino teimo eu em continuar…

Pesco desde muito nova por brincadeira, e desde muito cedo me habituei a não partilhar a pesca com outras mulheres. Habitante de um lugar com um conhecido rio, tínhamos por hábito fazer uma cana com as conhecidas e fantásticas “canas da índia”. Um fio azul e um anzol enferrujado que servia somente para tirar lagostins pois peixe nem vê-lo! Apesar disso, a ansiedade e esperança de tirar um peixe era tanta que passávamos algumas horas nos percursos do Rio Vouga a tentar… nunca desisti…

Os anos passaram, com algumas paragens da prática pelo meio mas depois retomei a paixão pela pesca praticando a pesca à francesa e participando em convívios de casas de pesca locais. Foi nessa

altura que me deparei com a realidade: as mulheres não participavam nesses convívios como prati-cantes, só para acompanhar os maridos. Ficavam tímidas nos seus cantos, sem conviver e confraterni-zar com os outros, algo que a mim me inquieta pois não faz parte da minha personalidade. Não seria esse facto que me viria a impedir de conhecer novas pessoas e querer progredir e aprender com os mais experientes.

O meu primeiro contacto com o Carp Fishing foi através de documentários num canal da TV por cabo. Nunca tinha ouvido falar desta modalidade até então! Quando eu e o Nuno falámos de Carp Fishing a outros colegas com quem pescávamos chamaram-nos de malucos pois em Portugal não seria possível pescar daquela forma. Enfim… Era o desconhecimento total!

Fui em busca de informação e material básico necessário: canas, carretos, rod pod e alarmes. Com-prei tudo numa grande superfície e o mais barato para iniciar. Não tenho vergonha de afirmar que não tinha camaroeiro apropriado e muito menos tapete

de recepção apesar de já ter enraizado o espírito de pescar e devolver.

As noções básicas do carp fishing tinha aprendido nesses documentários de outros países e em vídeos disponíveis na internet.

Agora que recordo esses primeiros tempos e me lembro das montagens, iscagens e engoda-gens que fazia confesso que me dá vontade de rir!

A minha primeira captura no Carp Fishing foi um momento que não mais irei esquecer pois estava habituada a carpas com menos de 1 Kg e de repente capturei uma carpa comum com aproximadamente 3 Kg. Foi aí que começou a adrenalina da busca do record e me apaixonei pela espécie.

Investi em material, melhorei as técnicas e comecei a ter vontade de sair do local onde sempre pescamos para conhecer novos sítios e novas pessoas, carpistas com mais experiência, pois a vontade de aprender sempre foi o mais importante.

Têm sido anos dedicados exclusivamente ao Carp Fishing, acompanhada pelo marido, pessoa que ainda mais me incentiva a continuar a prati-car.

O último ano foi o mais especial. Percorre-

mos Portugal à procura de novos sítios e conhecer novas pessoas. Os nossos locais favori-tos e mais visitados são a Barragem da Aguieira, Barragem do Cabril e Barragem de Ribeira de Vide. Acompanhados por amigos ou sozinhos sempre à procura de novos registos.

O meu início neste percurso foi acanhado pois depressa me apercebi que nunca encontra-va outra mulher a praticar a modalidade. Apesar de já haver algumas a fazê-lo, até aos dias de hoje esse facto nunca aconteceu no Carp Fishing. Tive bastante vergonha nos primeiros encontros, só homens, pois com a pouca experiência que tinha sentia os olhos postos em mim. Saber se eu sabia lançar uma cana, iscar uma montagem, engodar, etc. Sentia que qualquer erro cometido por mim seria motivo de chacota, mas com o passar do tempo notei que eles estavam ali para me ensinar e senti muitas vezes orgulho por isso, orgulho da parte de certos amigos que gostavam de ver uma mulher a praticar Carp Fishing em Portugal, coisa que em outros países já é muito normal.

Nestes anos de Carp Fishing não me tenho deparado com qualquer tipo de preconceito em relação às mulheres praticarem este desporto, muito embora a sociedade ainda fomente alguns pensamentos machistas em tantos outros âmbi-tos. Na pesca, sinto que não existe diferença no

Uma linda captura em terras de Espanha!

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género pois para a prática desta modalidade não está em questão a capacidade física, força e resistência.

Sinto que a pesca me oferece a oportunidade de partilhar experiências e conviver no meio ambi-ente que nos rodeia, a natureza. Permite sentir-me mais forte! No entanto, não há em Portugal, marcas que queiram uma representante feminina como em países onde o carp fishing é muito mais evoluído, não há investimento nesse sentido. Mas, assim como os meios de divulgação estão a mudar, estão a dar mais atenção e incentivo às mulheres para esta modalidade, também acredito que outras coisas irão muito brevemente mudar pois temos evoluído muito nesse sentido.

Como carpista tenho orgulho em divulgar o que se passa em Portugal, as paisagens que temos através de redes sociais ou no blogue criado e orientado para o percurso de uma mulher no mundo do Carp Fishing. Convívios, sessões, captur-as, desabafos, entre outras.

São os desafios que se devem enfrentar para

deixar para trás a timidez e os preconceitos perante

a sociedade. E, como conhecedora de causa, salien-to que, orgulhosamente, o género masculino que pratica esta modalidade não se cansa de incentivar a prática por parte das mulheres.

Considero-me uma carpista mediana, tenho tanto para aprender em termos de técnica mas a vontade é imensa e com a ajuda de várias pessoas sei que irei progredir. O desejo de capturas cada vez maiores é imenso, esta busca pelo recorde é uma sensação que muitos de vocês conhecem tão bem mas a melhor parte de tudo isto é sem dúvida alguma o convívio entre pessoas que têm a mesma paixão.

No sentido da evolução enquanto carpista e pela experiência em si, no próximo verão parto para França numa grande aventura, pescar num dos grandes e conceituados lagos, o Cavagnac Lake!

Susana Ribeirohttp://carpfishingnofeminio.blogspot.pt/

Ficha técnicaNome Susana RibeiroIdade 32 anosPB 6,550 Kg, Barragem da Aguieira

O Carp Fishing é ainda uma pesca de minorias. Apesar de nos últimos anos ter havido muitos pescadores a aderir a esta modalidade, a verdade é que a esmagadora maioria ainda não reconhece o devido valor a esta nossa paixão. Em relação à pesca sem morte que nós praticamos, felizmente já há muitos pescadores a devolver o peixe ao seu habitat mesmo noutras modalidades. Mas voltando ao assunto principal deste artigo, o CarpFish-ing, no nosso país é uma modalidade quase exclusiva aos participantes masculinos. Por sorte há exceções à regra, e embora poucas, já vamos encontrando algumas praticantes femininas. Quem melhor que uma delas para nos explicar como é visto o Carp Fishing através dos olhos de uma mulher?

É notório que o Carp Fishing em Portugal está cada vez mais evoluído e divulgado e há cada vez mais adeptos e praticantes, no entanto, estes são na sua maioria do género masculino estando os prati-cantes do género feminino claramente em minoria. Mas neste mundo tão masculino teimo eu em continuar…

Pesco desde muito nova por brincadeira, e desde muito cedo me habituei a não partilhar a pesca com outras mulheres. Habitante de um lugar com um conhecido rio, tínhamos por hábito fazer uma cana com as conhecidas e fantásticas “canas da índia”. Um fio azul e um anzol enferrujado que servia somente para tirar lagostins pois peixe nem vê-lo! Apesar disso, a ansiedade e esperança de tirar um peixe era tanta que passávamos algumas horas nos percursos do Rio Vouga a tentar… nunca desisti…

Os anos passaram, com algumas paragens da prática pelo meio mas depois retomei a paixão pela pesca praticando a pesca à francesa e participando em convívios de casas de pesca locais. Foi nessa

altura que me deparei com a realidade: as mulheres não participavam nesses convívios como prati-cantes, só para acompanhar os maridos. Ficavam tímidas nos seus cantos, sem conviver e confraterni-zar com os outros, algo que a mim me inquieta pois não faz parte da minha personalidade. Não seria esse facto que me viria a impedir de conhecer novas pessoas e querer progredir e aprender com os mais experientes.

O meu primeiro contacto com o Carp Fishing foi através de documentários num canal da TV por cabo. Nunca tinha ouvido falar desta modalidade até então! Quando eu e o Nuno falámos de Carp Fishing a outros colegas com quem pescávamos chamaram-nos de malucos pois em Portugal não seria possível pescar daquela forma. Enfim… Era o desconhecimento total!

Fui em busca de informação e material básico necessário: canas, carretos, rod pod e alarmes. Com-prei tudo numa grande superfície e o mais barato para iniciar. Não tenho vergonha de afirmar que não tinha camaroeiro apropriado e muito menos tapete

de recepção apesar de já ter enraizado o espírito de pescar e devolver.

As noções básicas do carp fishing tinha aprendido nesses documentários de outros países e em vídeos disponíveis na internet.

Agora que recordo esses primeiros tempos e me lembro das montagens, iscagens e engoda-gens que fazia confesso que me dá vontade de rir!

A minha primeira captura no Carp Fishing foi um momento que não mais irei esquecer pois estava habituada a carpas com menos de 1 Kg e de repente capturei uma carpa comum com aproximadamente 3 Kg. Foi aí que começou a adrenalina da busca do record e me apaixonei pela espécie.

Investi em material, melhorei as técnicas e comecei a ter vontade de sair do local onde sempre pescamos para conhecer novos sítios e novas pessoas, carpistas com mais experiência, pois a vontade de aprender sempre foi o mais importante.

Têm sido anos dedicados exclusivamente ao Carp Fishing, acompanhada pelo marido, pessoa que ainda mais me incentiva a continuar a prati-car.

O último ano foi o mais especial. Percorre-

mos Portugal à procura de novos sítios e conhecer novas pessoas. Os nossos locais favori-tos e mais visitados são a Barragem da Aguieira, Barragem do Cabril e Barragem de Ribeira de Vide. Acompanhados por amigos ou sozinhos sempre à procura de novos registos.

O meu início neste percurso foi acanhado pois depressa me apercebi que nunca encontra-va outra mulher a praticar a modalidade. Apesar de já haver algumas a fazê-lo, até aos dias de hoje esse facto nunca aconteceu no Carp Fishing. Tive bastante vergonha nos primeiros encontros, só homens, pois com a pouca experiência que tinha sentia os olhos postos em mim. Saber se eu sabia lançar uma cana, iscar uma montagem, engodar, etc. Sentia que qualquer erro cometido por mim seria motivo de chacota, mas com o passar do tempo notei que eles estavam ali para me ensinar e senti muitas vezes orgulho por isso, orgulho da parte de certos amigos que gostavam de ver uma mulher a praticar Carp Fishing em Portugal, coisa que em outros países já é muito normal.

Nestes anos de Carp Fishing não me tenho deparado com qualquer tipo de preconceito em relação às mulheres praticarem este desporto, muito embora a sociedade ainda fomente alguns pensamentos machistas em tantos outros âmbi-tos. Na pesca, sinto que não existe diferença no

Uma linda captura em terras de Espanha!

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género pois para a prática desta modalidade não está em questão a capacidade física, força e resistência.

Sinto que a pesca me oferece a oportunidade de partilhar experiências e conviver no meio ambi-ente que nos rodeia, a natureza. Permite sentir-me mais forte! No entanto, não há em Portugal, marcas que queiram uma representante feminina como em países onde o carp fishing é muito mais evoluído, não há investimento nesse sentido. Mas, assim como os meios de divulgação estão a mudar, estão a dar mais atenção e incentivo às mulheres para esta modalidade, também acredito que outras coisas irão muito brevemente mudar pois temos evoluído muito nesse sentido.

Como carpista tenho orgulho em divulgar o que se passa em Portugal, as paisagens que temos através de redes sociais ou no blogue criado e orientado para o percurso de uma mulher no mundo do Carp Fishing. Convívios, sessões, captur-as, desabafos, entre outras.

São os desafios que se devem enfrentar para

deixar para trás a timidez e os preconceitos perante

a sociedade. E, como conhecedora de causa, salien-to que, orgulhosamente, o género masculino que pratica esta modalidade não se cansa de incentivar a prática por parte das mulheres.

Considero-me uma carpista mediana, tenho tanto para aprender em termos de técnica mas a vontade é imensa e com a ajuda de várias pessoas sei que irei progredir. O desejo de capturas cada vez maiores é imenso, esta busca pelo recorde é uma sensação que muitos de vocês conhecem tão bem mas a melhor parte de tudo isto é sem dúvida alguma o convívio entre pessoas que têm a mesma paixão.

No sentido da evolução enquanto carpista e pela experiência em si, no próximo verão parto para França numa grande aventura, pescar num dos grandes e conceituados lagos, o Cavagnac Lake!

Susana Ribeirohttp://carpfishingnofeminio.blogspot.pt/

É notório que o Carp Fishing em Portugal está cada vez mais evoluído e divulgado e há cada vez mais adeptos e praticantes, no entanto, estes são na sua maioria do género masculino estando os prati-cantes do género feminino claramente em minoria. Mas neste mundo tão masculino teimo eu em continuar…

Pesco desde muito nova por brincadeira, e desde muito cedo me habituei a não partilhar a pesca com outras mulheres. Habitante de um lugar com um conhecido rio, tínhamos por hábito fazer uma cana com as conhecidas e fantásticas “canas da índia”. Um fio azul e um anzol enferrujado que servia somente para tirar lagostins pois peixe nem vê-lo! Apesar disso, a ansiedade e esperança de tirar um peixe era tanta que passávamos algumas horas nos percursos do Rio Vouga a tentar… nunca desisti…

Os anos passaram, com algumas paragens da prática pelo meio mas depois retomei a paixão pela pesca praticando a pesca à francesa e participando em convívios de casas de pesca locais. Foi nessa

altura que me deparei com a realidade: as mulheres não participavam nesses convívios como prati-cantes, só para acompanhar os maridos. Ficavam tímidas nos seus cantos, sem conviver e confraterni-zar com os outros, algo que a mim me inquieta pois não faz parte da minha personalidade. Não seria esse facto que me viria a impedir de conhecer novas pessoas e querer progredir e aprender com os mais experientes.

O meu primeiro contacto com o Carp Fishing foi através de documentários num canal da TV por cabo. Nunca tinha ouvido falar desta modalidade até então! Quando eu e o Nuno falámos de Carp Fishing a outros colegas com quem pescávamos chamaram-nos de malucos pois em Portugal não seria possível pescar daquela forma. Enfim… Era o desconhecimento total!

Fui em busca de informação e material básico necessário: canas, carretos, rod pod e alarmes. Com-prei tudo numa grande superfície e o mais barato para iniciar. Não tenho vergonha de afirmar que não tinha camaroeiro apropriado e muito menos tapete

de recepção apesar de já ter enraizado o espírito de pescar e devolver.

As noções básicas do carp fishing tinha aprendido nesses documentários de outros países e em vídeos disponíveis na internet.

Agora que recordo esses primeiros tempos e me lembro das montagens, iscagens e engoda-gens que fazia confesso que me dá vontade de rir!

A minha primeira captura no Carp Fishing foi um momento que não mais irei esquecer pois estava habituada a carpas com menos de 1 Kg e de repente capturei uma carpa comum com aproximadamente 3 Kg. Foi aí que começou a adrenalina da busca do record e me apaixonei pela espécie.

Investi em material, melhorei as técnicas e comecei a ter vontade de sair do local onde sempre pescamos para conhecer novos sítios e novas pessoas, carpistas com mais experiência, pois a vontade de aprender sempre foi o mais importante.

Têm sido anos dedicados exclusivamente ao Carp Fishing, acompanhada pelo marido, pessoa que ainda mais me incentiva a continuar a prati-car.

O último ano foi o mais especial. Percorre-

mos Portugal à procura de novos sítios e conhecer novas pessoas. Os nossos locais favori-tos e mais visitados são a Barragem da Aguieira, Barragem do Cabril e Barragem de Ribeira de Vide. Acompanhados por amigos ou sozinhos sempre à procura de novos registos.

O meu início neste percurso foi acanhado pois depressa me apercebi que nunca encontra-va outra mulher a praticar a modalidade. Apesar de já haver algumas a fazê-lo, até aos dias de hoje esse facto nunca aconteceu no Carp Fishing. Tive bastante vergonha nos primeiros encontros, só homens, pois com a pouca experiência que tinha sentia os olhos postos em mim. Saber se eu sabia lançar uma cana, iscar uma montagem, engodar, etc. Sentia que qualquer erro cometido por mim seria motivo de chacota, mas com o passar do tempo notei que eles estavam ali para me ensinar e senti muitas vezes orgulho por isso, orgulho da parte de certos amigos que gostavam de ver uma mulher a praticar Carp Fishing em Portugal, coisa que em outros países já é muito normal.

Nestes anos de Carp Fishing não me tenho deparado com qualquer tipo de preconceito em relação às mulheres praticarem este desporto, muito embora a sociedade ainda fomente alguns pensamentos machistas em tantos outros âmbi-tos. Na pesca, sinto que não existe diferença no

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género pois para a prática desta modalidade não está em questão a capacidade física, força e resistência.

Sinto que a pesca me oferece a oportunidade de partilhar experiências e conviver no meio ambi-ente que nos rodeia, a natureza. Permite sentir-me mais forte! No entanto, não há em Portugal, marcas que queiram uma representante feminina como em países onde o carp fishing é muito mais evoluído, não há investimento nesse sentido. Mas, assim como os meios de divulgação estão a mudar, estão a dar mais atenção e incentivo às mulheres para esta modalidade, também acredito que outras coisas irão muito brevemente mudar pois temos evoluído muito nesse sentido.

Como carpista tenho orgulho em divulgar o que se passa em Portugal, as paisagens que temos através de redes sociais ou no blogue criado e orientado para o percurso de uma mulher no mundo do Carp Fishing. Convívios, sessões, captur-as, desabafos, entre outras.

São os desafios que se devem enfrentar para

deixar para trás a timidez e os preconceitos perante

a sociedade. E, como conhecedora de causa, salien-to que, orgulhosamente, o género masculino que pratica esta modalidade não se cansa de incentivar a prática por parte das mulheres.

Considero-me uma carpista mediana, tenho tanto para aprender em termos de técnica mas a vontade é imensa e com a ajuda de várias pessoas sei que irei progredir. O desejo de capturas cada vez maiores é imenso, esta busca pelo recorde é uma sensação que muitos de vocês conhecem tão bem mas a melhor parte de tudo isto é sem dúvida alguma o convívio entre pessoas que têm a mesma paixão.

No sentido da evolução enquanto carpista e pela experiência em si, no próximo verão parto para França numa grande aventura, pescar num dos grandes e conceituados lagos, o Cavagnac Lake!

Susana Ribeirohttp://carpfishingnofeminio.blogspot.pt/

É notório que o Carp Fishing em Portugal está cada vez mais evoluído e divulgado e há cada vez mais adeptos e praticantes, no entanto, estes são na sua maioria do género masculino estando os prati-cantes do género feminino claramente em minoria. Mas neste mundo tão masculino teimo eu em continuar…

Pesco desde muito nova por brincadeira, e desde muito cedo me habituei a não partilhar a pesca com outras mulheres. Habitante de um lugar com um conhecido rio, tínhamos por hábito fazer uma cana com as conhecidas e fantásticas “canas da índia”. Um fio azul e um anzol enferrujado que servia somente para tirar lagostins pois peixe nem vê-lo! Apesar disso, a ansiedade e esperança de tirar um peixe era tanta que passávamos algumas horas nos percursos do Rio Vouga a tentar… nunca desisti…

Os anos passaram, com algumas paragens da prática pelo meio mas depois retomei a paixão pela pesca praticando a pesca à francesa e participando em convívios de casas de pesca locais. Foi nessa

altura que me deparei com a realidade: as mulheres não participavam nesses convívios como prati-cantes, só para acompanhar os maridos. Ficavam tímidas nos seus cantos, sem conviver e confraterni-zar com os outros, algo que a mim me inquieta pois não faz parte da minha personalidade. Não seria esse facto que me viria a impedir de conhecer novas pessoas e querer progredir e aprender com os mais experientes.

O meu primeiro contacto com o Carp Fishing foi através de documentários num canal da TV por cabo. Nunca tinha ouvido falar desta modalidade até então! Quando eu e o Nuno falámos de Carp Fishing a outros colegas com quem pescávamos chamaram-nos de malucos pois em Portugal não seria possível pescar daquela forma. Enfim… Era o desconhecimento total!

Fui em busca de informação e material básico necessário: canas, carretos, rod pod e alarmes. Com-prei tudo numa grande superfície e o mais barato para iniciar. Não tenho vergonha de afirmar que não tinha camaroeiro apropriado e muito menos tapete

de recepção apesar de já ter enraizado o espírito de pescar e devolver.

As noções básicas do carp fishing tinha aprendido nesses documentários de outros países e em vídeos disponíveis na internet.

Agora que recordo esses primeiros tempos e me lembro das montagens, iscagens e engoda-gens que fazia confesso que me dá vontade de rir!

A minha primeira captura no Carp Fishing foi um momento que não mais irei esquecer pois estava habituada a carpas com menos de 1 Kg e de repente capturei uma carpa comum com aproximadamente 3 Kg. Foi aí que começou a adrenalina da busca do record e me apaixonei pela espécie.

Investi em material, melhorei as técnicas e comecei a ter vontade de sair do local onde sempre pescamos para conhecer novos sítios e novas pessoas, carpistas com mais experiência, pois a vontade de aprender sempre foi o mais importante.

Têm sido anos dedicados exclusivamente ao Carp Fishing, acompanhada pelo marido, pessoa que ainda mais me incentiva a continuar a prati-car.

O último ano foi o mais especial. Percorre-

mos Portugal à procura de novos sítios e conhecer novas pessoas. Os nossos locais favori-tos e mais visitados são a Barragem da Aguieira, Barragem do Cabril e Barragem de Ribeira de Vide. Acompanhados por amigos ou sozinhos sempre à procura de novos registos.

O meu início neste percurso foi acanhado pois depressa me apercebi que nunca encontra-va outra mulher a praticar a modalidade. Apesar de já haver algumas a fazê-lo, até aos dias de hoje esse facto nunca aconteceu no Carp Fishing. Tive bastante vergonha nos primeiros encontros, só homens, pois com a pouca experiência que tinha sentia os olhos postos em mim. Saber se eu sabia lançar uma cana, iscar uma montagem, engodar, etc. Sentia que qualquer erro cometido por mim seria motivo de chacota, mas com o passar do tempo notei que eles estavam ali para me ensinar e senti muitas vezes orgulho por isso, orgulho da parte de certos amigos que gostavam de ver uma mulher a praticar Carp Fishing em Portugal, coisa que em outros países já é muito normal.

Nestes anos de Carp Fishing não me tenho deparado com qualquer tipo de preconceito em relação às mulheres praticarem este desporto, muito embora a sociedade ainda fomente alguns pensamentos machistas em tantos outros âmbi-tos. Na pesca, sinto que não existe diferença no

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género pois para a prática desta modalidade não está em questão a capacidade física, força e resistência.

Sinto que a pesca me oferece a oportunidade de partilhar experiências e conviver no meio ambi-ente que nos rodeia, a natureza. Permite sentir-me mais forte! No entanto, não há em Portugal, marcas que queiram uma representante feminina como em países onde o carp fishing é muito mais evoluído, não há investimento nesse sentido. Mas, assim como os meios de divulgação estão a mudar, estão a dar mais atenção e incentivo às mulheres para esta modalidade, também acredito que outras coisas irão muito brevemente mudar pois temos evoluído muito nesse sentido.

Como carpista tenho orgulho em divulgar o que se passa em Portugal, as paisagens que temos através de redes sociais ou no blogue criado e orientado para o percurso de uma mulher no mundo do Carp Fishing. Convívios, sessões, captur-as, desabafos, entre outras.

São os desafios que se devem enfrentar para

deixar para trás a timidez e os preconceitos perante

a sociedade. E, como conhecedora de causa, salien-to que, orgulhosamente, o género masculino que pratica esta modalidade não se cansa de incentivar a prática por parte das mulheres.

Considero-me uma carpista mediana, tenho tanto para aprender em termos de técnica mas a vontade é imensa e com a ajuda de várias pessoas sei que irei progredir. O desejo de capturas cada vez maiores é imenso, esta busca pelo recorde é uma sensação que muitos de vocês conhecem tão bem mas a melhor parte de tudo isto é sem dúvida alguma o convívio entre pessoas que têm a mesma paixão.

No sentido da evolução enquanto carpista e pela experiência em si, no próximo verão parto para França numa grande aventura, pescar num dos grandes e conceituados lagos, o Cavagnac Lake!

Susana Ribeirohttp://carpfishingnofeminio.blogspot.pt/

Locais de eleição:

Barragem do Cabril em Pedrogão Grande (ativa desde 1954, tem uma altura de 136 metros e um perímetro de 280 km). Esta é uma barragem bastante difícil mas aliciante. Presenciei a captura de uma carpa comum de 15 Kg conseguida pelo Nuno Marques depois de duas semanas de engodagem e experiências de montagens. É uma barragem bastante escarpada... Apesar de haver locais usuais na prática de Carp Fishing, é um local a explorar pois acredito ter grandes exemplares.

Barragem da Aguieira (situada em Penacova, encon-tra-se no ativo desde 1981, com 89 metros de altura), local do meu atual recorde capturada numa sessão de 4 horas num local desconhecido até então, sem pré-engodagem.Barragem da Ribeira de Vide, Fronteira (situada na Herdade do Cego, Fronteira), um dos locais mais boni-tos e sossegados que eu conheço. Concessionado pelo clube de pesca Fronteirense.

É notório que o Carp Fishing em Portugal está cada vez mais evoluído e divulgado e há cada vez mais adeptos e praticantes, no entanto, estes são na sua maioria do género masculino estando os prati-cantes do género feminino claramente em minoria. Mas neste mundo tão masculino teimo eu em continuar…

Pesco desde muito nova por brincadeira, e desde muito cedo me habituei a não partilhar a pesca com outras mulheres. Habitante de um lugar com um conhecido rio, tínhamos por hábito fazer uma cana com as conhecidas e fantásticas “canas da índia”. Um fio azul e um anzol enferrujado que servia somente para tirar lagostins pois peixe nem vê-lo! Apesar disso, a ansiedade e esperança de tirar um peixe era tanta que passávamos algumas horas nos percursos do Rio Vouga a tentar… nunca desisti…

Os anos passaram, com algumas paragens da prática pelo meio mas depois retomei a paixão pela pesca praticando a pesca à francesa e participando em convívios de casas de pesca locais. Foi nessa

altura que me deparei com a realidade: as mulheres não participavam nesses convívios como prati-cantes, só para acompanhar os maridos. Ficavam tímidas nos seus cantos, sem conviver e confraterni-zar com os outros, algo que a mim me inquieta pois não faz parte da minha personalidade. Não seria esse facto que me viria a impedir de conhecer novas pessoas e querer progredir e aprender com os mais experientes.

O meu primeiro contacto com o Carp Fishing foi através de documentários num canal da TV por cabo. Nunca tinha ouvido falar desta modalidade até então! Quando eu e o Nuno falámos de Carp Fishing a outros colegas com quem pescávamos chamaram-nos de malucos pois em Portugal não seria possível pescar daquela forma. Enfim… Era o desconhecimento total!

Fui em busca de informação e material básico necessário: canas, carretos, rod pod e alarmes. Com-prei tudo numa grande superfície e o mais barato para iniciar. Não tenho vergonha de afirmar que não tinha camaroeiro apropriado e muito menos tapete

de recepção apesar de já ter enraizado o espírito de pescar e devolver.

As noções básicas do carp fishing tinha aprendido nesses documentários de outros países e em vídeos disponíveis na internet.

Agora que recordo esses primeiros tempos e me lembro das montagens, iscagens e engoda-gens que fazia confesso que me dá vontade de rir!

A minha primeira captura no Carp Fishing foi um momento que não mais irei esquecer pois estava habituada a carpas com menos de 1 Kg e de repente capturei uma carpa comum com aproximadamente 3 Kg. Foi aí que começou a adrenalina da busca do record e me apaixonei pela espécie.

Investi em material, melhorei as técnicas e comecei a ter vontade de sair do local onde sempre pescamos para conhecer novos sítios e novas pessoas, carpistas com mais experiência, pois a vontade de aprender sempre foi o mais importante.

Têm sido anos dedicados exclusivamente ao Carp Fishing, acompanhada pelo marido, pessoa que ainda mais me incentiva a continuar a prati-car.

O último ano foi o mais especial. Percorre-

mos Portugal à procura de novos sítios e conhecer novas pessoas. Os nossos locais favori-tos e mais visitados são a Barragem da Aguieira, Barragem do Cabril e Barragem de Ribeira de Vide. Acompanhados por amigos ou sozinhos sempre à procura de novos registos.

O meu início neste percurso foi acanhado pois depressa me apercebi que nunca encontra-va outra mulher a praticar a modalidade. Apesar de já haver algumas a fazê-lo, até aos dias de hoje esse facto nunca aconteceu no Carp Fishing. Tive bastante vergonha nos primeiros encontros, só homens, pois com a pouca experiência que tinha sentia os olhos postos em mim. Saber se eu sabia lançar uma cana, iscar uma montagem, engodar, etc. Sentia que qualquer erro cometido por mim seria motivo de chacota, mas com o passar do tempo notei que eles estavam ali para me ensinar e senti muitas vezes orgulho por isso, orgulho da parte de certos amigos que gostavam de ver uma mulher a praticar Carp Fishing em Portugal, coisa que em outros países já é muito normal.

Nestes anos de Carp Fishing não me tenho deparado com qualquer tipo de preconceito em relação às mulheres praticarem este desporto, muito embora a sociedade ainda fomente alguns pensamentos machistas em tantos outros âmbi-tos. Na pesca, sinto que não existe diferença no

O Nuno Marques com uma Comum da Aguieira!

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género pois para a prática desta modalidade não está em questão a capacidade física, força e resistência.

Sinto que a pesca me oferece a oportunidade de partilhar experiências e conviver no meio ambi-ente que nos rodeia, a natureza. Permite sentir-me mais forte! No entanto, não há em Portugal, marcas que queiram uma representante feminina como em países onde o carp fishing é muito mais evoluído, não há investimento nesse sentido. Mas, assim como os meios de divulgação estão a mudar, estão a dar mais atenção e incentivo às mulheres para esta modalidade, também acredito que outras coisas irão muito brevemente mudar pois temos evoluído muito nesse sentido.

Como carpista tenho orgulho em divulgar o que se passa em Portugal, as paisagens que temos através de redes sociais ou no blogue criado e orientado para o percurso de uma mulher no mundo do Carp Fishing. Convívios, sessões, captur-as, desabafos, entre outras.

São os desafios que se devem enfrentar para

deixar para trás a timidez e os preconceitos perante

a sociedade. E, como conhecedora de causa, salien-to que, orgulhosamente, o género masculino que pratica esta modalidade não se cansa de incentivar a prática por parte das mulheres.

Considero-me uma carpista mediana, tenho tanto para aprender em termos de técnica mas a vontade é imensa e com a ajuda de várias pessoas sei que irei progredir. O desejo de capturas cada vez maiores é imenso, esta busca pelo recorde é uma sensação que muitos de vocês conhecem tão bem mas a melhor parte de tudo isto é sem dúvida alguma o convívio entre pessoas que têm a mesma paixão.

No sentido da evolução enquanto carpista e pela experiência em si, no próximo verão parto para França numa grande aventura, pescar num dos grandes e conceituados lagos, o Cavagnac Lake!

Susana Ribeirohttp://carpfishingnofeminio.blogspot.pt/

Locais de eleição:

Barragem do Cabril em Pedrogão Grande (ativa desde 1954, tem uma altura de 136 metros e um perímetro de 280 km). Esta é uma barragem bastante difícil mas aliciante. Presenciei a captura de uma carpa comum de 15 Kg conseguida pelo Nuno Marques depois de duas semanas de engodagem e experiências de montagens. É uma barragem bastante escarpada... Apesar de haver locais usuais na prática de Carp Fishing, é um local a explorar pois acredito ter grandes exemplares.

Barragem da Aguieira (situada em Penacova, encon-tra-se no ativo desde 1981, com 89 metros de altura), local do meu atual recorde capturada numa sessão de 4 horas num local desconhecido até então, sem pré-engodagem.Barragem da Ribeira de Vide, Fronteira (situada na Herdade do Cego, Fronteira), um dos locais mais boni-tos e sossegados que eu conheço. Concessionado pelo clube de pesca Fronteirense.

É notório que o Carp Fishing em Portugal está cada vez mais evoluído e divulgado e há cada vez mais adeptos e praticantes, no entanto, estes são na sua maioria do género masculino estando os prati-cantes do género feminino claramente em minoria. Mas neste mundo tão masculino teimo eu em continuar…

Pesco desde muito nova por brincadeira, e desde muito cedo me habituei a não partilhar a pesca com outras mulheres. Habitante de um lugar com um conhecido rio, tínhamos por hábito fazer uma cana com as conhecidas e fantásticas “canas da índia”. Um fio azul e um anzol enferrujado que servia somente para tirar lagostins pois peixe nem vê-lo! Apesar disso, a ansiedade e esperança de tirar um peixe era tanta que passávamos algumas horas nos percursos do Rio Vouga a tentar… nunca desisti…

Os anos passaram, com algumas paragens da prática pelo meio mas depois retomei a paixão pela pesca praticando a pesca à francesa e participando em convívios de casas de pesca locais. Foi nessa

altura que me deparei com a realidade: as mulheres não participavam nesses convívios como prati-cantes, só para acompanhar os maridos. Ficavam tímidas nos seus cantos, sem conviver e confraterni-zar com os outros, algo que a mim me inquieta pois não faz parte da minha personalidade. Não seria esse facto que me viria a impedir de conhecer novas pessoas e querer progredir e aprender com os mais experientes.

O meu primeiro contacto com o Carp Fishing foi através de documentários num canal da TV por cabo. Nunca tinha ouvido falar desta modalidade até então! Quando eu e o Nuno falámos de Carp Fishing a outros colegas com quem pescávamos chamaram-nos de malucos pois em Portugal não seria possível pescar daquela forma. Enfim… Era o desconhecimento total!

Fui em busca de informação e material básico necessário: canas, carretos, rod pod e alarmes. Com-prei tudo numa grande superfície e o mais barato para iniciar. Não tenho vergonha de afirmar que não tinha camaroeiro apropriado e muito menos tapete

de recepção apesar de já ter enraizado o espírito de pescar e devolver.

As noções básicas do carp fishing tinha aprendido nesses documentários de outros países e em vídeos disponíveis na internet.

Agora que recordo esses primeiros tempos e me lembro das montagens, iscagens e engoda-gens que fazia confesso que me dá vontade de rir!

A minha primeira captura no Carp Fishing foi um momento que não mais irei esquecer pois estava habituada a carpas com menos de 1 Kg e de repente capturei uma carpa comum com aproximadamente 3 Kg. Foi aí que começou a adrenalina da busca do record e me apaixonei pela espécie.

Investi em material, melhorei as técnicas e comecei a ter vontade de sair do local onde sempre pescamos para conhecer novos sítios e novas pessoas, carpistas com mais experiência, pois a vontade de aprender sempre foi o mais importante.

Têm sido anos dedicados exclusivamente ao Carp Fishing, acompanhada pelo marido, pessoa que ainda mais me incentiva a continuar a prati-car.

O último ano foi o mais especial. Percorre-

mos Portugal à procura de novos sítios e conhecer novas pessoas. Os nossos locais favori-tos e mais visitados são a Barragem da Aguieira, Barragem do Cabril e Barragem de Ribeira de Vide. Acompanhados por amigos ou sozinhos sempre à procura de novos registos.

O meu início neste percurso foi acanhado pois depressa me apercebi que nunca encontra-va outra mulher a praticar a modalidade. Apesar de já haver algumas a fazê-lo, até aos dias de hoje esse facto nunca aconteceu no Carp Fishing. Tive bastante vergonha nos primeiros encontros, só homens, pois com a pouca experiência que tinha sentia os olhos postos em mim. Saber se eu sabia lançar uma cana, iscar uma montagem, engodar, etc. Sentia que qualquer erro cometido por mim seria motivo de chacota, mas com o passar do tempo notei que eles estavam ali para me ensinar e senti muitas vezes orgulho por isso, orgulho da parte de certos amigos que gostavam de ver uma mulher a praticar Carp Fishing em Portugal, coisa que em outros países já é muito normal.

Nestes anos de Carp Fishing não me tenho deparado com qualquer tipo de preconceito em relação às mulheres praticarem este desporto, muito embora a sociedade ainda fomente alguns pensamentos machistas em tantos outros âmbi-tos. Na pesca, sinto que não existe diferença no

O Nuno Marques com uma Comum da Aguieira!

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Page 60: Digital Carp Magazine #03

A nova gama de Pop-Ups Washed-Out apresenta-nos quatro paladares e aromas únicos, em cores “lavadas” para tentar enganar as Carpas mais desconfiadas.

Na embalagem vem uma mistura de Boilies e Dumbells, assim como liquido concentrado do mesmo aroma, para dar um toque extra quando necessário. São super flutuantes, perfeitos por exemplo para a montagem com Chod Rig, assim como para Zigs ou Snowman, entre outras possíveis utilizações.

Quatro aromas;- Black Buzzer, Butyric-C, Secret Slammer e Sweet Tiger Apresentação; - 10mm Pop-Ups & Dumbells- 15mm Pop-Ups & Dumbells- 20mm Pop-Ups

Fluro Washed-out Pop-Ups& Dumbells

Estes Boilies foram criados com uma combinação clássica da altamente atrativa mix Fishmeal em conjunto com aroma de Lula.

Esta combinação de sabores foi pensada inicialmente para uma rápida atração das carpas em sessões curtas, mas já provou que funciona em sessões mais longas ou períodos longos de engodagem.

A adição de líquido de fígado, pimenta preta e óleos de peixe faz destes boilies um isco super atrativo.

Ingredientes;Fishmeal, Liquid Liver, Black Pepper, Fish Oil

Produtos na gama;- Shelf life boilies disponíveis em 15mm e 20mm- Pop Ups em 15mm e 20mm - Liquid Attractant- Hookbait Dip

Squid Liver &Black Pepper

Nascidos do sucesso que os nossos consul-tores obtiveram ao usar atum e chilli nos seus mix de engodagem. Flocos de chilli alimentar, papa de pássaro especial da marca Haith e alguns atrativos de reconhecido valor foram adicionados a uma farinha de atum de elevada qualidade para criar uma gama de boilies direcionada para as grandes carpas.

Com uma textura suave e elevada digestibi-

lidade, potenciados pela inclusão da farinha alimentar de pássaro, os boilies Spicy Tuna são uma excelente gama de boilies. &

Ingredientes:Farinha de pássaro da marca Haiths,Farinha de Atum,Flocos de Chilli

Boilies Spicy Tuna & Sweet Chilli

www.pescateamcarp.comPRODUTOS DISPONÍVEIS EM:

A gama:Os sacos de 1kg de boilies (com conservan-

tes) estão disponíveis em 10mm, 15mm e 20mm. Boilies frescos congelados em 15mm.

Mix de engodagem Spicy Tuna & Sweet ChilliNa sequência do sucesso dos boilies Spicy

Tuna & Sweet Chilli aparece o Stick mix pronto a usar.

Pode ser usado diretamente da embalagem, mas para quem pretende uma mistura mais húmida pode adicionar o líquido atrativo Spicy Tuna & Sweet Chilli que é totalmente seguro para usar com o PVA.

Esta mistura está repleta de aminoácidos que foram adicionados para maximizar a disper-são dos aromas, sendo assim perfeito para potenciar a atratividade do seu isco.

Líquido Atrativo Spicy Tuna & Sweet ChilliOs boilies Spicy Tuna & Sweet Chilli da

Dynamite têm obtido resultados inquestionáveis desde que foram lançados no mercado, contan-do com inúmeras capturas de carpas verdadeira-mente gigantes quer no Reino Unido quer nos restantes países da Europa. O líquido atrativo desta gama contém os mesmos ingredientes e aromas de elevada qualidade, e é uma excelente forma de potenciar o resto dos seus iscos. Este líquido pode ser adicionado a pellets, misturas de engodagem e sacos PVA para aumentar as suas qualidades.

O líquido vem num frasco com abertura simples para facilitar o seu uso.

Dip Spicy Tuna & Sweet ChilliAtum e chili são dois ingredientes com resul-

tados impressionantes na captura de carpas. A Dynamite juntou os dois num boilie, e este é Dip correspondente. Esta é a melhor forma de aumentar a atração do seu boilie.

Para assegurar que o boilie ganha uma cobertura que permita aumentar a atração de forma duradoura basta mergulhá-lo no Dip durante 5minutos.

Este Dip está produzido de forma a ser seguro o uso com sacos ou sticks de PVA.

Os frascos contêm 200ml e uma abertura larga, dessa forma facilitando a entrada do isco no frasco mesmo que este já esteja na monta-gem final.

Pop-up Spicy Tuna & Sweet ChilliO sucesso deste pop up tem sido imenso.

Contém Atum e Chili – dois ingredientes irresistí-veis para a carpa.

A carpa adora o atum, e a adição de chili aumenta imenso a vontade de se alimentar que o peixe tem. Os pop up são castanho claro e são tão flutuantes que conseguem suportar um anzol grande.

Estão comercializados em 15mm e 20mm. Ambos vêm num frasco que deve durar várias sessões.

DicaUsados em conjunto com os Pop-Ups Pinea-

pple & Banana da gama Fluro são um isco devas-tador para as carpas!

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Page 61: Digital Carp Magazine #03

A nova gama de Pop-Ups Washed-Out apresenta-nos quatro paladares e aromas únicos, em cores “lavadas” para tentar enganar as Carpas mais desconfiadas.

Na embalagem vem uma mistura de Boilies e Dumbells, assim como liquido concentrado do mesmo aroma, para dar um toque extra quando necessário. São super flutuantes, perfeitos por exemplo para a montagem com Chod Rig, assim como para Zigs ou Snowman, entre outras possíveis utilizações.

Quatro aromas;- Black Buzzer, Butyric-C, Secret Slammer e Sweet Tiger Apresentação; - 10mm Pop-Ups & Dumbells- 15mm Pop-Ups & Dumbells- 20mm Pop-Ups

Fluro Washed-out Pop-Ups& Dumbells

Estes Boilies foram criados com uma combinação clássica da altamente atrativa mix Fishmeal em conjunto com aroma de Lula.

Esta combinação de sabores foi pensada inicialmente para uma rápida atração das carpas em sessões curtas, mas já provou que funciona em sessões mais longas ou períodos longos de engodagem.

A adição de líquido de fígado, pimenta preta e óleos de peixe faz destes boilies um isco super atrativo.

Ingredientes;Fishmeal, Liquid Liver, Black Pepper, Fish Oil

Produtos na gama;- Shelf life boilies disponíveis em 15mm e 20mm- Pop Ups em 15mm e 20mm - Liquid Attractant- Hookbait Dip

Squid Liver &Black Pepper

Nascidos do sucesso que os nossos consul-tores obtiveram ao usar atum e chilli nos seus mix de engodagem. Flocos de chilli alimentar, papa de pássaro especial da marca Haith e alguns atrativos de reconhecido valor foram adicionados a uma farinha de atum de elevada qualidade para criar uma gama de boilies direcionada para as grandes carpas.

Com uma textura suave e elevada digestibi-

lidade, potenciados pela inclusão da farinha alimentar de pássaro, os boilies Spicy Tuna são uma excelente gama de boilies. &

Ingredientes:Farinha de pássaro da marca Haiths,Farinha de Atum,Flocos de Chilli

Boilies Spicy Tuna & Sweet Chilli

www.pescateamcarp.comPRODUTOS DISPONÍVEIS EM:

A gama:Os sacos de 1kg de boilies (com conservan-

tes) estão disponíveis em 10mm, 15mm e 20mm. Boilies frescos congelados em 15mm.

Mix de engodagem Spicy Tuna & Sweet ChilliNa sequência do sucesso dos boilies Spicy

Tuna & Sweet Chilli aparece o Stick mix pronto a usar.

Pode ser usado diretamente da embalagem, mas para quem pretende uma mistura mais húmida pode adicionar o líquido atrativo Spicy Tuna & Sweet Chilli que é totalmente seguro para usar com o PVA.

Esta mistura está repleta de aminoácidos que foram adicionados para maximizar a disper-são dos aromas, sendo assim perfeito para potenciar a atratividade do seu isco.

Líquido Atrativo Spicy Tuna & Sweet ChilliOs boilies Spicy Tuna & Sweet Chilli da

Dynamite têm obtido resultados inquestionáveis desde que foram lançados no mercado, contan-do com inúmeras capturas de carpas verdadeira-mente gigantes quer no Reino Unido quer nos restantes países da Europa. O líquido atrativo desta gama contém os mesmos ingredientes e aromas de elevada qualidade, e é uma excelente forma de potenciar o resto dos seus iscos. Este líquido pode ser adicionado a pellets, misturas de engodagem e sacos PVA para aumentar as suas qualidades.

O líquido vem num frasco com abertura simples para facilitar o seu uso.

Dip Spicy Tuna & Sweet ChilliAtum e chili são dois ingredientes com resul-

tados impressionantes na captura de carpas. A Dynamite juntou os dois num boilie, e este é Dip correspondente. Esta é a melhor forma de aumentar a atração do seu boilie.

Para assegurar que o boilie ganha uma cobertura que permita aumentar a atração de forma duradoura basta mergulhá-lo no Dip durante 5minutos.

Este Dip está produzido de forma a ser seguro o uso com sacos ou sticks de PVA.

Os frascos contêm 200ml e uma abertura larga, dessa forma facilitando a entrada do isco no frasco mesmo que este já esteja na monta-gem final.

Pop-up Spicy Tuna & Sweet ChilliO sucesso deste pop up tem sido imenso.

Contém Atum e Chili – dois ingredientes irresistí-veis para a carpa.

A carpa adora o atum, e a adição de chili aumenta imenso a vontade de se alimentar que o peixe tem. Os pop up são castanho claro e são tão flutuantes que conseguem suportar um anzol grande.

Estão comercializados em 15mm e 20mm. Ambos vêm num frasco que deve durar várias sessões.

DicaUsados em conjunto com os Pop-Ups Pinea-

pple & Banana da gama Fluro são um isco devas-tador para as carpas!

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Page 62: Digital Carp Magazine #03

DO RIBATEJO AO ALENTEJOAlbufeirados Gagos

A poucos dias da aventura começar, ainda não havia certeza nem de quantos dias iria, nem o dia certo para arrancar, ainda assim a vontade de conhecer a Albufeira dos Gagos e em especial conhecer pessoalmente o Paulo Santos ter-me-iam feito ir nem que fosse apenas por umas horas.

A viagem foi meia atribulada, porque um pouco antes de Almeirim houve um acidente e a estrada foi cortada ao trânsito! É nestas horas que nos arrependemos de aderir às novas tecno-logias, pois o gps teimava em me enviar sempre para a mesma estrada! Com a ajuda do Paulo lá tomei a direção correta e cheguei ao local marca-do para encontro, a loja Anzol em Cortiçóis.

Depois de tirar as licenças e fazer umas com-pras, partimos em direção à Albufeira dos Gagos, fazendo um pequeno desvio para almoçar. Foi aqui também que conheci o André Garcia, vosso conhecido também das páginas da DCM, dos relatos atrás da Clarice!

No final de almoço confesso que a viagem já estava ganha, pois o prazer de conhecer tão gentis pessoas superava qualquer esforço do calor apanhado! Continuamos a viagem, com mais um desvio por casa do Paulo, para nos abas-tecer de bebidas frescas, pois a tarde prometia ser muito quente, convinha ir bem preparados.

Chegados por fim aos Gagos, não consegui deixar de ser surpreendido, quer pelo tamanho da massa de água, que julgava maior, quer pela suas características margens, que nos permitem identificar o local em qualquer fotografia. Mas as surpresas não acabavam aqui. Reconheci imedi-atamente, de algumas imagens na internet, o Daniel Neto, que estava à pesca com pai. Alguns minutos depois um arranque numa das canas do

Daniel deixou-me sem palavras! Nunca tinha visto um arranque com aquelas condições atmosféricas, o calor era tal que custava a respi-rar!

A conselho do Paulo escolhemos três locais, ficando o André a pescar à direita, junto à margem, eu a meio e o Paulo à esquerda. Este seria mesmo o primeiro a realizar uma captura, que não demorou muito, dando início a uma sessão de menos de 24h, mas com uma ativi-dade louca. A manhã seguinte surpreendeu-me com uma excelente Carpa Espelhada, que fez a alegria de todos e ainda significou um banho para mim!

Perdi a conta às capturas realizadas, pois estas foram o menos importante. Importante foi ter conhecido e convivido umas horas com duas pessoas que nos dão prazer pela sua presença e nos fazem agradecer a esta pesca, pois sem a paixão comum por esta modalidade seria difícil este encontro ter acontecido!

O calor começou a apertar, o André teve que ir embora a meio da manhã e eu e o Paulo aproveitamos a deixa para lentamente começar a arrumar a tralha. O Paulo tirou ainda uma carpa estranha, que nunca tinha visto ao vivo, conheci-da como Ghost Carp (Carpa Fantasma). Pequena mas muito bonita.

O almoço foi exatamente no mesmo local do dia anterior, e de novo com a presença do André, que conseguiu voltar para as despedidas. Estas foram feitas em casa do Paulo, onde tive o prazer de conhecer um lindo futuro carpista, o seu filho M!

Espero em breve voltar a encontrar estes amigos!

Um momento inesquecível!

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Page 63: Digital Carp Magazine #03

DO RIBATEJO AO ALENTEJOAlbufeirados Gagos

A poucos dias da aventura começar, ainda não havia certeza nem de quantos dias iria, nem o dia certo para arrancar, ainda assim a vontade de conhecer a Albufeira dos Gagos e em especial conhecer pessoalmente o Paulo Santos ter-me-iam feito ir nem que fosse apenas por umas horas.

A viagem foi meia atribulada, porque um pouco antes de Almeirim houve um acidente e a estrada foi cortada ao trânsito! É nestas horas que nos arrependemos de aderir às novas tecno-logias, pois o gps teimava em me enviar sempre para a mesma estrada! Com a ajuda do Paulo lá tomei a direção correta e cheguei ao local marca-do para encontro, a loja Anzol em Cortiçóis.

Depois de tirar as licenças e fazer umas com-pras, partimos em direção à Albufeira dos Gagos, fazendo um pequeno desvio para almoçar. Foi aqui também que conheci o André Garcia, vosso conhecido também das páginas da DCM, dos relatos atrás da Clarice!

No final de almoço confesso que a viagem já estava ganha, pois o prazer de conhecer tão gentis pessoas superava qualquer esforço do calor apanhado! Continuamos a viagem, com mais um desvio por casa do Paulo, para nos abas-tecer de bebidas frescas, pois a tarde prometia ser muito quente, convinha ir bem preparados.

Chegados por fim aos Gagos, não consegui deixar de ser surpreendido, quer pelo tamanho da massa de água, que julgava maior, quer pela suas características margens, que nos permitem identificar o local em qualquer fotografia. Mas as surpresas não acabavam aqui. Reconheci imedi-atamente, de algumas imagens na internet, o Daniel Neto, que estava à pesca com pai. Alguns minutos depois um arranque numa das canas do

Daniel deixou-me sem palavras! Nunca tinha visto um arranque com aquelas condições atmosféricas, o calor era tal que custava a respi-rar!

A conselho do Paulo escolhemos três locais, ficando o André a pescar à direita, junto à margem, eu a meio e o Paulo à esquerda. Este seria mesmo o primeiro a realizar uma captura, que não demorou muito, dando início a uma sessão de menos de 24h, mas com uma ativi-dade louca. A manhã seguinte surpreendeu-me com uma excelente Carpa Espelhada, que fez a alegria de todos e ainda significou um banho para mim!

Perdi a conta às capturas realizadas, pois estas foram o menos importante. Importante foi ter conhecido e convivido umas horas com duas pessoas que nos dão prazer pela sua presença e nos fazem agradecer a esta pesca, pois sem a paixão comum por esta modalidade seria difícil este encontro ter acontecido!

O calor começou a apertar, o André teve que ir embora a meio da manhã e eu e o Paulo aproveitamos a deixa para lentamente começar a arrumar a tralha. O Paulo tirou ainda uma carpa estranha, que nunca tinha visto ao vivo, conheci-da como Ghost Carp (Carpa Fantasma). Pequena mas muito bonita.

O almoço foi exatamente no mesmo local do dia anterior, e de novo com a presença do André, que conseguiu voltar para as despedidas. Estas foram feitas em casa do Paulo, onde tive o prazer de conhecer um lindo futuro carpista, o seu filho M!

Espero em breve voltar a encontrar estes amigos!

Um momento inesquecível!

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Page 64: Digital Carp Magazine #03

Albufeira daRibeira de Vide

Alguns conselhos

Foi o Carp Adventure de 2013 que me levou a primeira vez à Albufeira de Ribeira de Vide, também conhecida apenas por “Fronteira” dado a sua localização, umas escassas centenas de metros desta vila alentejana. Tinha visto poucas fotos desta albufeira, apenas duas ou três, mas a primeira sensação foi de que era um lugar maravilhoso. Na data do evento tive a oportuni-dade de confirmar as minhas suspeitas, era mesmo um local fantástico. Agradou-me tanto que nas férias da primeira quinzena de Julho decidi voltar lá.

Levava na ideia o peixe, que era abundante e de bom porte, no referido evento tinha conse-guido o segundo maior, mas também afastar-me um pouco da civilização, ficar em pleno contacto com a natureza, ainda que fosse apenas algumas horas.

Saí cedo para poder estar às 9h na loja O Anzol na vila de Fronteira, propriedade do incansável amigo Rui Brito que tudo faz para que nos sintamos em casa. Tirei a licença e aproveitei para me fazer sócio do Clube de Pesca Fron-teirense, o que aconselho vivamente, com apenas alguns euros ajudamos o clube a criar melhores condições para nós mesmos lá pescar-mos. Como tal é um investimento garantido.

Enquanto aguardava pelo André Martins tomei o pequeno-almoço. A espera foi curta e logo rumamos para a barragem. Iríamos ficar os dois no pesqueiro 2 por sugestão do André, já que era conhecido por ambos. Eu tinha ficado neste mesmo pesqueiro na minha anterior visita e o André também já tinha lá pescado.

Nessa primeira visita tinha sondado toda a margem à minha frente, um autêntico paraíso de obstáculos! Os arranques ali eram garantidos, colocar as meninas no tapete era outra conversa. Os cento e muitos metros que separam as duas margens dão mil e uma chances aos peixes de se refugiarem nos obstáculos, tornando a captura uma missão quase impossível, mesmo tendo um barco à disposição como nós tínhamos.

Sabendo de antemão que podia fazer uma

captura a pouco mais de trinta metros da margem, decidi apostar nesse local. O André decidiu fazer dois pesqueiros distintos, pratica-mente à mesma distância, mas em diferentes direções.

O calor era imenso, como eu nunca tinha sentido, mais forte ainda que uns dias antes nos Gagos. Contudo o peixe andava muito ativo, pelo que engodei inicialmente com dois quilos de boilies. Montagens na água e não demorou a acontecer o primeiro arranque.

Por momentos cheguei a pensar que estava no rio Tormes, tal a cadência das capturas, trinta e quatro no meu tapete em menos de 48h! Contribuiu para isso também a engodagem, que tal como as capturas, foi sempre ritmada, cada arranque significava nova engodagem com um punhado de Live System, o único isco usado por mim nessa pescaria.

No primeiro dia à tardinha recebemos a visita do amigo Rui e do filho, que puderam ainda assistir a algumas capturas. O Rui tem muito orgulho na barragem, e não é para menos pois o excelente trabalho realizado pelo clube de pesca transformou um lugar já de si muito belo num lugar praticamente único em Portugal. Onde mais se encontram pesqueiros numerados e preparados para os carpistas? Com o contribu-to de todos nós, cada dia terá melhores condições.

Foi uma aventura fantástica, o André foi uma excelente companhia e claro que estou ansioso por lá voltar, o que espero aconteça brevemente, até porque ir lá no pino de verão é complicado... A tarde do segundo dia foi praticamente passada à sombra de uma árvore... dentro de água...

A viagem de regresso não foi em direção a casa mas a Sintra, onde mais uma vez a família me aguardava pacientemente.

Obrigado a M e ao G pela compreensão por esta minha paixão louca mas muito saudável!

Orlando Loureiro

Nesta estação do ano (verão) é indispensável levar muita água! Se for possível levem também uma arca com bastante gelo, além de comida que não se estrague facilmente. O protetor solar não pode faltar e mesmo assim é aconselhável não ficar muito tempo exposto ao sol.

Também importante é o cuidado a ter com as nossas meninas, mantê-las fora da água apenas o tempo indispensável, além de ter o cuidado de as manter sempre molhadas. É preciso levar muitos iscos, as cente-nas de carpas que nadam nestas duas massas de água são vorazes, limpam tudo, mas contribuem com uma visita ao tapete!

Um bom lote de capturas!

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Page 65: Digital Carp Magazine #03

Albufeira daRibeira de Vide

Alguns conselhos

Foi o Carp Adventure de 2013 que me levou a primeira vez à Albufeira de Ribeira de Vide, também conhecida apenas por “Fronteira” dado a sua localização, umas escassas centenas de metros desta vila alentejana. Tinha visto poucas fotos desta albufeira, apenas duas ou três, mas a primeira sensação foi de que era um lugar maravilhoso. Na data do evento tive a oportuni-dade de confirmar as minhas suspeitas, era mesmo um local fantástico. Agradou-me tanto que nas férias da primeira quinzena de Julho decidi voltar lá.

Levava na ideia o peixe, que era abundante e de bom porte, no referido evento tinha conse-guido o segundo maior, mas também afastar-me um pouco da civilização, ficar em pleno contacto com a natureza, ainda que fosse apenas algumas horas.

Saí cedo para poder estar às 9h na loja O Anzol na vila de Fronteira, propriedade do incansável amigo Rui Brito que tudo faz para que nos sintamos em casa. Tirei a licença e aproveitei para me fazer sócio do Clube de Pesca Fron-teirense, o que aconselho vivamente, com apenas alguns euros ajudamos o clube a criar melhores condições para nós mesmos lá pescar-mos. Como tal é um investimento garantido.

Enquanto aguardava pelo André Martins tomei o pequeno-almoço. A espera foi curta e logo rumamos para a barragem. Iríamos ficar os dois no pesqueiro 2 por sugestão do André, já que era conhecido por ambos. Eu tinha ficado neste mesmo pesqueiro na minha anterior visita e o André também já tinha lá pescado.

Nessa primeira visita tinha sondado toda a margem à minha frente, um autêntico paraíso de obstáculos! Os arranques ali eram garantidos, colocar as meninas no tapete era outra conversa. Os cento e muitos metros que separam as duas margens dão mil e uma chances aos peixes de se refugiarem nos obstáculos, tornando a captura uma missão quase impossível, mesmo tendo um barco à disposição como nós tínhamos.

Sabendo de antemão que podia fazer uma

captura a pouco mais de trinta metros da margem, decidi apostar nesse local. O André decidiu fazer dois pesqueiros distintos, pratica-mente à mesma distância, mas em diferentes direções.

O calor era imenso, como eu nunca tinha sentido, mais forte ainda que uns dias antes nos Gagos. Contudo o peixe andava muito ativo, pelo que engodei inicialmente com dois quilos de boilies. Montagens na água e não demorou a acontecer o primeiro arranque.

Por momentos cheguei a pensar que estava no rio Tormes, tal a cadência das capturas, trinta e quatro no meu tapete em menos de 48h! Contribuiu para isso também a engodagem, que tal como as capturas, foi sempre ritmada, cada arranque significava nova engodagem com um punhado de Live System, o único isco usado por mim nessa pescaria.

No primeiro dia à tardinha recebemos a visita do amigo Rui e do filho, que puderam ainda assistir a algumas capturas. O Rui tem muito orgulho na barragem, e não é para menos pois o excelente trabalho realizado pelo clube de pesca transformou um lugar já de si muito belo num lugar praticamente único em Portugal. Onde mais se encontram pesqueiros numerados e preparados para os carpistas? Com o contribu-to de todos nós, cada dia terá melhores condições.

Foi uma aventura fantástica, o André foi uma excelente companhia e claro que estou ansioso por lá voltar, o que espero aconteça brevemente, até porque ir lá no pino de verão é complicado... A tarde do segundo dia foi praticamente passada à sombra de uma árvore... dentro de água...

A viagem de regresso não foi em direção a casa mas a Sintra, onde mais uma vez a família me aguardava pacientemente.

Obrigado a M e ao G pela compreensão por esta minha paixão louca mas muito saudável!

Orlando Loureiro

Nesta estação do ano (verão) é indispensável levar muita água! Se for possível levem também uma arca com bastante gelo, além de comida que não se estrague facilmente. O protetor solar não pode faltar e mesmo assim é aconselhável não ficar muito tempo exposto ao sol.

Também importante é o cuidado a ter com as nossas meninas, mantê-las fora da água apenas o tempo indispensável, além de ter o cuidado de as manter sempre molhadas. É preciso levar muitos iscos, as cente-nas de carpas que nadam nestas duas massas de água são vorazes, limpam tudo, mas contribuem com uma visita ao tapete!

Um bom lote de capturas!

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Page 66: Digital Carp Magazine #03

No desporto, como em tudo na vida, existe o certo e o errado. Por vezes os limites entre ambos são estreitos para se poder fazer a distinção. Como tal, todos os carpistas devem guiar-se por um código de conduta a que podemos chamar de Código Carpista.

Um Carpista, devido ao seu objetivo muito particular, os recordes, está condicionado por atitudes caraterísticas dum pescador desportivo. O melhor exemplo é a devolução dos peixes nas devidas condições de sobrevivência.

Como geralmente vai estar muitas horas ou dias na margem do lago, da barragem ou do rio, a interação com outros carpistas, outros pescado-res e mesmo outros utentes da mesma massa de água, terá que ser cordial e educada. Não invadir o espaço dos outros é fundamental para uma sã convivência. A entreajuda, a partilha de saberes e outras valências é uma carta de visita de qualquer Carpista, e pode vir a revelar-se muito útil no futuro. Hoje eu ensino, amanhã eu apren-do.

A ética e moral passa de igual modo pela

transmissão de conhecimentos com os principi-antes e pescadores mais experientes. Devido a anos de hábitos muito enraizados, alguns pesca-dores não aderem facilmente aos conceitos da pesca sem morte. Neste contexto cabe ao Carp-ista, mais ou menos experiente, motivar e indicar o bom caminho, obviamente sem recorrer a métodos violentos e sem uso de má educação.

A ética passa também pela preservação do meio ambiente e natureza. Não deixar rastos é fundamental. Esses rastos podem traduzir-se em lixo fora dos recipientes adequados, grandes transformações no terreno, grandes cortes de vegetação herbácea, arbustiva e arbórea. A denúncia de crimes ambientais faz também parte das responsabilidades de um Carpista.

Um Carpista não deve mentir relativamente aos pesos de capturas e aos locais de pesca. Da mesma forma, não condiz com a atitude de um Carpista mentir sobre técnicas e iscos usados. Pode eventualmente aceitar-se a omissão de informação caso se acredite que a segurança do peixe está em causa. Em qualquer outra situação levar ao engano é reprovável.

Ética e moral, embora muito interligadas, não são a mesma coisa. Se virmos a ética como o nosso conjunto de intenções, o que pensamos sobre as coisas e a conduta que entendemos mais adequada para cada situação, e a moral como o conjunto de ações que realmente efetu-amos, podemos perceber que uma não implica a outra. Podemos estar eticamente corretos, mas agirmos de forma moralmente inaceitável, e vice-versa. Devemos procurar a toda a hora que as nossas ações tenham conformidade com a nossa ética pessoal, sem esquecer claro as regras da sociedade em que vivemos.

Estar bem no desporto é estar bem connos-co mesmos, é seguir um estilo de vida que nos proporcione estabilidade emocional e psicológi-ca. Não destratar nem ser destratado é a base para que a nossa mente tenha paz. As nossas ações podem ser responsáveis pela felicidade ou infelicidade dos outros, e por isso devemos ter sempre uma conduta exemplar.

O Carp Fishing pauta-se por ser uma discipli-na dentro da pesca desportiva que dá o bom exemplo, seja no que diz respeito à proteção animal e ambiental, seja na postura perante a sociedade. Para que isto seja assim, todos os carpistas, sem exceção, têm de seguir as regras de conduta.

Este desporto surgiu para que desfrutemos do que a natureza tem de melhor, em troca só temos de a proteger. Só desta forma podemos proteger o bom nome e a boa imagem do Carp Fishing.

João Emílio Silva

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Page 67: Digital Carp Magazine #03

No desporto, como em tudo na vida, existe o certo e o errado. Por vezes os limites entre ambos são estreitos para se poder fazer a distinção. Como tal, todos os carpistas devem guiar-se por um código de conduta a que podemos chamar de Código Carpista.

Um Carpista, devido ao seu objetivo muito particular, os recordes, está condicionado por atitudes caraterísticas dum pescador desportivo. O melhor exemplo é a devolução dos peixes nas devidas condições de sobrevivência.

Como geralmente vai estar muitas horas ou dias na margem do lago, da barragem ou do rio, a interação com outros carpistas, outros pescado-res e mesmo outros utentes da mesma massa de água, terá que ser cordial e educada. Não invadir o espaço dos outros é fundamental para uma sã convivência. A entreajuda, a partilha de saberes e outras valências é uma carta de visita de qualquer Carpista, e pode vir a revelar-se muito útil no futuro. Hoje eu ensino, amanhã eu apren-do.

A ética e moral passa de igual modo pela

transmissão de conhecimentos com os principi-antes e pescadores mais experientes. Devido a anos de hábitos muito enraizados, alguns pesca-dores não aderem facilmente aos conceitos da pesca sem morte. Neste contexto cabe ao Carp-ista, mais ou menos experiente, motivar e indicar o bom caminho, obviamente sem recorrer a métodos violentos e sem uso de má educação.

A ética passa também pela preservação do meio ambiente e natureza. Não deixar rastos é fundamental. Esses rastos podem traduzir-se em lixo fora dos recipientes adequados, grandes transformações no terreno, grandes cortes de vegetação herbácea, arbustiva e arbórea. A denúncia de crimes ambientais faz também parte das responsabilidades de um Carpista.

Um Carpista não deve mentir relativamente aos pesos de capturas e aos locais de pesca. Da mesma forma, não condiz com a atitude de um Carpista mentir sobre técnicas e iscos usados. Pode eventualmente aceitar-se a omissão de informação caso se acredite que a segurança do peixe está em causa. Em qualquer outra situação levar ao engano é reprovável.

Ética e moral, embora muito interligadas, não são a mesma coisa. Se virmos a ética como o nosso conjunto de intenções, o que pensamos sobre as coisas e a conduta que entendemos mais adequada para cada situação, e a moral como o conjunto de ações que realmente efetu-amos, podemos perceber que uma não implica a outra. Podemos estar eticamente corretos, mas agirmos de forma moralmente inaceitável, e vice-versa. Devemos procurar a toda a hora que as nossas ações tenham conformidade com a nossa ética pessoal, sem esquecer claro as regras da sociedade em que vivemos.

Estar bem no desporto é estar bem connos-co mesmos, é seguir um estilo de vida que nos proporcione estabilidade emocional e psicológi-ca. Não destratar nem ser destratado é a base para que a nossa mente tenha paz. As nossas ações podem ser responsáveis pela felicidade ou infelicidade dos outros, e por isso devemos ter sempre uma conduta exemplar.

O Carp Fishing pauta-se por ser uma discipli-na dentro da pesca desportiva que dá o bom exemplo, seja no que diz respeito à proteção animal e ambiental, seja na postura perante a sociedade. Para que isto seja assim, todos os carpistas, sem exceção, têm de seguir as regras de conduta.

Este desporto surgiu para que desfrutemos do que a natureza tem de melhor, em troca só temos de a proteger. Só desta forma podemos proteger o bom nome e a boa imagem do Carp Fishing.

João Emílio Silva

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Page 68: Digital Carp Magazine #03

No desporto, como em tudo na vida, existe o certo e o errado. Por vezes os limites entre ambos são estreitos para se poder fazer a distinção. Como tal, todos os carpistas devem guiar-se por um código de conduta a que podemos chamar de Código Carpista.

Um Carpista, devido ao seu objetivo muito particular, os recordes, está condicionado por atitudes caraterísticas dum pescador desportivo. O melhor exemplo é a devolução dos peixes nas devidas condições de sobrevivência.

Como geralmente vai estar muitas horas ou dias na margem do lago, da barragem ou do rio, a interação com outros carpistas, outros pescado-res e mesmo outros utentes da mesma massa de água, terá que ser cordial e educada. Não invadir o espaço dos outros é fundamental para uma sã convivência. A entreajuda, a partilha de saberes e outras valências é uma carta de visita de qualquer Carpista, e pode vir a revelar-se muito útil no futuro. Hoje eu ensino, amanhã eu apren-do.

A ética e moral passa de igual modo pela

transmissão de conhecimentos com os principi-antes e pescadores mais experientes. Devido a anos de hábitos muito enraizados, alguns pesca-dores não aderem facilmente aos conceitos da pesca sem morte. Neste contexto cabe ao Carp-ista, mais ou menos experiente, motivar e indicar o bom caminho, obviamente sem recorrer a métodos violentos e sem uso de má educação.

A ética passa também pela preservação do meio ambiente e natureza. Não deixar rastos é fundamental. Esses rastos podem traduzir-se em lixo fora dos recipientes adequados, grandes transformações no terreno, grandes cortes de vegetação herbácea, arbustiva e arbórea. A denúncia de crimes ambientais faz também parte das responsabilidades de um Carpista.

Um Carpista não deve mentir relativamente aos pesos de capturas e aos locais de pesca. Da mesma forma, não condiz com a atitude de um Carpista mentir sobre técnicas e iscos usados. Pode eventualmente aceitar-se a omissão de informação caso se acredite que a segurança do peixe está em causa. Em qualquer outra situação levar ao engano é reprovável.

Ética e moral, embora muito interligadas, não são a mesma coisa. Se virmos a ética como o nosso conjunto de intenções, o que pensamos sobre as coisas e a conduta que entendemos mais adequada para cada situação, e a moral como o conjunto de ações que realmente efetu-amos, podemos perceber que uma não implica a outra. Podemos estar eticamente corretos, mas agirmos de forma moralmente inaceitável, e vice-versa. Devemos procurar a toda a hora que as nossas ações tenham conformidade com a nossa ética pessoal, sem esquecer claro as regras da sociedade em que vivemos.

Estar bem no desporto é estar bem connos-co mesmos, é seguir um estilo de vida que nos proporcione estabilidade emocional e psicológi-ca. Não destratar nem ser destratado é a base para que a nossa mente tenha paz. As nossas ações podem ser responsáveis pela felicidade ou infelicidade dos outros, e por isso devemos ter sempre uma conduta exemplar.

O Carp Fishing pauta-se por ser uma discipli-na dentro da pesca desportiva que dá o bom exemplo, seja no que diz respeito à proteção animal e ambiental, seja na postura perante a sociedade. Para que isto seja assim, todos os carpistas, sem exceção, têm de seguir as regras de conduta.

Este desporto surgiu para que desfrutemos do que a natureza tem de melhor, em troca só temos de a proteger. Só desta forma podemos proteger o bom nome e a boa imagem do Carp Fishing.

João Emílio Silva

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No desporto, como em tudo na vida, existe o certo e o errado. Por vezes os limites entre ambos são estreitos para se poder fazer a distinção. Como tal, todos os carpistas devem guiar-se por um código de conduta a que podemos chamar de Código Carpista.

Um Carpista, devido ao seu objetivo muito particular, os recordes, está condicionado por atitudes caraterísticas dum pescador desportivo. O melhor exemplo é a devolução dos peixes nas devidas condições de sobrevivência.

Como geralmente vai estar muitas horas ou dias na margem do lago, da barragem ou do rio, a interação com outros carpistas, outros pescado-res e mesmo outros utentes da mesma massa de água, terá que ser cordial e educada. Não invadir o espaço dos outros é fundamental para uma sã convivência. A entreajuda, a partilha de saberes e outras valências é uma carta de visita de qualquer Carpista, e pode vir a revelar-se muito útil no futuro. Hoje eu ensino, amanhã eu apren-do.

A ética e moral passa de igual modo pela

transmissão de conhecimentos com os principi-antes e pescadores mais experientes. Devido a anos de hábitos muito enraizados, alguns pesca-dores não aderem facilmente aos conceitos da pesca sem morte. Neste contexto cabe ao Carp-ista, mais ou menos experiente, motivar e indicar o bom caminho, obviamente sem recorrer a métodos violentos e sem uso de má educação.

A ética passa também pela preservação do meio ambiente e natureza. Não deixar rastos é fundamental. Esses rastos podem traduzir-se em lixo fora dos recipientes adequados, grandes transformações no terreno, grandes cortes de vegetação herbácea, arbustiva e arbórea. A denúncia de crimes ambientais faz também parte das responsabilidades de um Carpista.

Um Carpista não deve mentir relativamente aos pesos de capturas e aos locais de pesca. Da mesma forma, não condiz com a atitude de um Carpista mentir sobre técnicas e iscos usados. Pode eventualmente aceitar-se a omissão de informação caso se acredite que a segurança do peixe está em causa. Em qualquer outra situação levar ao engano é reprovável.

Ética e moral, embora muito interligadas, não são a mesma coisa. Se virmos a ética como o nosso conjunto de intenções, o que pensamos sobre as coisas e a conduta que entendemos mais adequada para cada situação, e a moral como o conjunto de ações que realmente efetu-amos, podemos perceber que uma não implica a outra. Podemos estar eticamente corretos, mas agirmos de forma moralmente inaceitável, e vice-versa. Devemos procurar a toda a hora que as nossas ações tenham conformidade com a nossa ética pessoal, sem esquecer claro as regras da sociedade em que vivemos.

Estar bem no desporto é estar bem connos-co mesmos, é seguir um estilo de vida que nos proporcione estabilidade emocional e psicológi-ca. Não destratar nem ser destratado é a base para que a nossa mente tenha paz. As nossas ações podem ser responsáveis pela felicidade ou infelicidade dos outros, e por isso devemos ter sempre uma conduta exemplar.

O Carp Fishing pauta-se por ser uma discipli-na dentro da pesca desportiva que dá o bom exemplo, seja no que diz respeito à proteção animal e ambiental, seja na postura perante a sociedade. Para que isto seja assim, todos os carpistas, sem exceção, têm de seguir as regras de conduta.

Este desporto surgiu para que desfrutemos do que a natureza tem de melhor, em troca só temos de a proteger. Só desta forma podemos proteger o bom nome e a boa imagem do Carp Fishing.

João Emílio Silva

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Page 70: Digital Carp Magazine #03

É verdade que o inverno está para acabar, e talvez a época do frio também já esteja a passar, mas a verdade é que o que se aprende normalmente não se esquece. Como tal, apresentar um artigo no fim do inverno sobre como pescar nesta época não será assim tão estranho. Se conseguirmos retirar alguma aprendizagem das próximas linhas e não o conseguirmos por em prática em breve, será uma mais-valia para a próxima estação invernal, que pode ser mais fria e menos chuvosa do que esta.

Para muitos de nós, a época invernal é considerada uma ótima oportunidade de conseguir uma captura “top”. O frio é o fator predominante na hora de selecionar o tamanho, já que os peixes pequenos diminuem mais a sua atividade que os grandes.

Em locais onde o lote de peixe pequeno supera o lote de peixe grande, uma sessão a baixa tempera-tura pode dar-nos uma boa surpresa, mas devemos estar preparados, em primeiro lugar, para regressar a casa sem qualquer captura uma vez que com muito frio é muito difícil conseguir arranques. Em segundo lugar, devemos estar preparados para enfrentar as baixas temperaturas.

Atualmente contamos com bons meios para ter conforto nestas sessões a baixa temperatura. Roupa térmica, botas, sacos cama, capas para saco cama, abrigos, etc. Podemos afirmar que temos boas “ferramentas” para este efeito.

O difícil é capturar os peixes, que se movem lentamente e em poucos momentos durante o dia para se alimentar em águas mais profundas que o habitual.

Um bom isco é essencial nestas condições. A CC Moore conta com iscos concebidos especialmente para o inverno, se bem que estes mostram resultados durante todo o ano. Os boilies Live System e os recém chegados Equinox, com as suas potentes especiarias, são os melhores exemplos. Esta marca conta também com uma ampla gama de iscos Glugged (dipa-dos) e Wafters (iscos balanceados) de 12x16mm. Dumbells pequenas e suaves embebidas em líquido atrativo que em Espanha, onde a população de lagostim é grande, funcionam muito bem no inverno. Este tipo de isco funciona muito bem em águas frias já que têm uma potência de atração extra por estarem tão hidratados.

Tão ou mais importante que contar com um excelente isco é a escolha do local a colocar as montagens. Como é sabido, não devemos descartar qualquer local que nos tenha dado capturas noutras épocas do ano. No entanto há que fazer uso da intuição e da observação dos hábitos dos peixes durante o dia. Zonas onde o sol incide e aquece a água, podem ser bons locais para tentar uma captura. Ser come-dido com a engodagem e evitar dispersá-la muito podem ser medidas chave nesta época do ano.

Com tão poucas horas de atividade e com a grande dificuldade em conseguir arranques, tudo deve estar perfeito. As montagens devem ser as que mais confi-ança nos dão, com anzóis novos, e sempre testando a funcionalidade destes antes de entrar na água. Montagens bem estrutura-das, anzóis pequenos, tungsténio, Lead-core e tudo o que pudermos usar para não deixar escapar a carpa que passa perto da nossa montagem. Pode ser a única que lá

passa durante toda a sessão.

Nesta época mais que nunca a ajuda de uma boa sonda e de um GPS facilita o trabalho e asse-gura que o estamos a fazer bem.

Em lagos pequenos é fácil saber onde se localizam os peixes em cada época do ano, mas é sempre bom ir previamente observar para os localizar ainda melhor. Engodar previamente (pouca quantidade) o local onde forem obser-vados pode permitir mantê-los lá até ao dia da nossa sessão. No entanto, em grandes massas de água é mais difícil. O melhor a fazer é conhecer bem o lago e as suas profundidades para saber onde procurar o peixe.

Todos desejamos que chegue a primavera, que as carpas e o clima nos faça recordar o porquê desta nossa paixão. Mas no entretanto há que lutar contra o frio e mostrar aos peixes que sabemos como chegar até eles.

Bem vindos ao Carp Fishing no Inverno!

Jesus Cruz Nevadohttp://www.carpfactory.com

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Page 71: Digital Carp Magazine #03

É verdade que o inverno está para acabar, e talvez a época do frio também já esteja a passar, mas a verdade é que o que se aprende normalmente não se esquece. Como tal, apresentar um artigo no fim do inverno sobre como pescar nesta época não será assim tão estranho. Se conseguirmos retirar alguma aprendizagem das próximas linhas e não o conseguirmos por em prática em breve, será uma mais-valia para a próxima estação invernal, que pode ser mais fria e menos chuvosa do que esta.

Para muitos de nós, a época invernal é considerada uma ótima oportunidade de conseguir uma captura “top”. O frio é o fator predominante na hora de selecionar o tamanho, já que os peixes pequenos diminuem mais a sua atividade que os grandes.

Em locais onde o lote de peixe pequeno supera o lote de peixe grande, uma sessão a baixa tempera-tura pode dar-nos uma boa surpresa, mas devemos estar preparados, em primeiro lugar, para regressar a casa sem qualquer captura uma vez que com muito frio é muito difícil conseguir arranques. Em segundo lugar, devemos estar preparados para enfrentar as baixas temperaturas.

Atualmente contamos com bons meios para ter conforto nestas sessões a baixa temperatura. Roupa térmica, botas, sacos cama, capas para saco cama, abrigos, etc. Podemos afirmar que temos boas “ferramentas” para este efeito.

O difícil é capturar os peixes, que se movem lentamente e em poucos momentos durante o dia para se alimentar em águas mais profundas que o habitual.

Um bom isco é essencial nestas condições. A CC Moore conta com iscos concebidos especialmente para o inverno, se bem que estes mostram resultados durante todo o ano. Os boilies Live System e os recém chegados Equinox, com as suas potentes especiarias, são os melhores exemplos. Esta marca conta também com uma ampla gama de iscos Glugged (dipa-dos) e Wafters (iscos balanceados) de 12x16mm. Dumbells pequenas e suaves embebidas em líquido atrativo que em Espanha, onde a população de lagostim é grande, funcionam muito bem no inverno. Este tipo de isco funciona muito bem em águas frias já que têm uma potência de atração extra por estarem tão hidratados.

Tão ou mais importante que contar com um excelente isco é a escolha do local a colocar as montagens. Como é sabido, não devemos descartar qualquer local que nos tenha dado capturas noutras épocas do ano. No entanto há que fazer uso da intuição e da observação dos hábitos dos peixes durante o dia. Zonas onde o sol incide e aquece a água, podem ser bons locais para tentar uma captura. Ser come-dido com a engodagem e evitar dispersá-la muito podem ser medidas chave nesta época do ano.

Com tão poucas horas de atividade e com a grande dificuldade em conseguir arranques, tudo deve estar perfeito. As montagens devem ser as que mais confi-ança nos dão, com anzóis novos, e sempre testando a funcionalidade destes antes de entrar na água. Montagens bem estrutura-das, anzóis pequenos, tungsténio, Lead-core e tudo o que pudermos usar para não deixar escapar a carpa que passa perto da nossa montagem. Pode ser a única que lá

passa durante toda a sessão.

Nesta época mais que nunca a ajuda de uma boa sonda e de um GPS facilita o trabalho e asse-gura que o estamos a fazer bem.

Em lagos pequenos é fácil saber onde se localizam os peixes em cada época do ano, mas é sempre bom ir previamente observar para os localizar ainda melhor. Engodar previamente (pouca quantidade) o local onde forem obser-vados pode permitir mantê-los lá até ao dia da nossa sessão. No entanto, em grandes massas de água é mais difícil. O melhor a fazer é conhecer bem o lago e as suas profundidades para saber onde procurar o peixe.

Todos desejamos que chegue a primavera, que as carpas e o clima nos faça recordar o porquê desta nossa paixão. Mas no entretanto há que lutar contra o frio e mostrar aos peixes que sabemos como chegar até eles.

Bem vindos ao Carp Fishing no Inverno!

Jesus Cruz Nevadohttp://www.carpfactory.com

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Para muitos de nós, a época invernal é considerada uma ótima oportunidade de conseguir uma captura “top”. O frio é o fator predominante na hora de selecionar o tamanho, já que os peixes pequenos diminuem mais a sua atividade que os grandes.

Em locais onde o lote de peixe pequeno supera o lote de peixe grande, uma sessão a baixa tempera-tura pode dar-nos uma boa surpresa, mas devemos estar preparados, em primeiro lugar, para regressar a casa sem qualquer captura uma vez que com muito frio é muito difícil conseguir arranques. Em segundo lugar, devemos estar preparados para enfrentar as baixas temperaturas.

Atualmente contamos com bons meios para ter conforto nestas sessões a baixa temperatura. Roupa térmica, botas, sacos cama, capas para saco cama, abrigos, etc. Podemos afirmar que temos boas “ferramentas” para este efeito.

O difícil é capturar os peixes, que se movem lentamente e em poucos momentos durante o dia para se alimentar em águas mais profundas que o habitual.

Um bom isco é essencial nestas condições. A CC Moore conta com iscos concebidos especialmente para o inverno, se bem que estes mostram resultados durante todo o ano. Os boilies Live System e os recém chegados Equinox, com as suas potentes especiarias, são os melhores exemplos. Esta marca conta também com uma ampla gama de iscos Glugged (dipa-dos) e Wafters (iscos balanceados) de 12x16mm. Dumbells pequenas e suaves embebidas em líquido atrativo que em Espanha, onde a população de lagostim é grande, funcionam muito bem no inverno. Este tipo de isco funciona muito bem em águas frias já que têm uma potência de atração extra por estarem tão hidratados.

Tão ou mais importante que contar com um excelente isco é a escolha do local a colocar as montagens. Como é sabido, não devemos descartar qualquer local que nos tenha dado capturas noutras épocas do ano. No entanto há que fazer uso da intuição e da observação dos hábitos dos peixes durante o dia. Zonas onde o sol incide e aquece a água, podem ser bons locais para tentar uma captura. Ser come-dido com a engodagem e evitar dispersá-la muito podem ser medidas chave nesta época do ano.

Com tão poucas horas de atividade e com a grande dificuldade em conseguir arranques, tudo deve estar perfeito. As montagens devem ser as que mais confi-ança nos dão, com anzóis novos, e sempre testando a funcionalidade destes antes de entrar na água. Montagens bem estrutura-das, anzóis pequenos, tungsténio, Lead-core e tudo o que pudermos usar para não deixar escapar a carpa que passa perto da nossa montagem. Pode ser a única que lá

passa durante toda a sessão.

Nesta época mais que nunca a ajuda de uma boa sonda e de um GPS facilita o trabalho e asse-gura que o estamos a fazer bem.

Em lagos pequenos é fácil saber onde se localizam os peixes em cada época do ano, mas é sempre bom ir previamente observar para os localizar ainda melhor. Engodar previamente (pouca quantidade) o local onde forem obser-vados pode permitir mantê-los lá até ao dia da nossa sessão. No entanto, em grandes massas de água é mais difícil. O melhor a fazer é conhecer bem o lago e as suas profundidades para saber onde procurar o peixe.

Todos desejamos que chegue a primavera, que as carpas e o clima nos faça recordar o porquê desta nossa paixão. Mas no entretanto há que lutar contra o frio e mostrar aos peixes que sabemos como chegar até eles.

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Para muitos de nós, a época invernal é considerada uma ótima oportunidade de conseguir uma captura “top”. O frio é o fator predominante na hora de selecionar o tamanho, já que os peixes pequenos diminuem mais a sua atividade que os grandes.

Em locais onde o lote de peixe pequeno supera o lote de peixe grande, uma sessão a baixa tempera-tura pode dar-nos uma boa surpresa, mas devemos estar preparados, em primeiro lugar, para regressar a casa sem qualquer captura uma vez que com muito frio é muito difícil conseguir arranques. Em segundo lugar, devemos estar preparados para enfrentar as baixas temperaturas.

Atualmente contamos com bons meios para ter conforto nestas sessões a baixa temperatura. Roupa térmica, botas, sacos cama, capas para saco cama, abrigos, etc. Podemos afirmar que temos boas “ferramentas” para este efeito.

O difícil é capturar os peixes, que se movem lentamente e em poucos momentos durante o dia para se alimentar em águas mais profundas que o habitual.

Um bom isco é essencial nestas condições. A CC Moore conta com iscos concebidos especialmente para o inverno, se bem que estes mostram resultados durante todo o ano. Os boilies Live System e os recém chegados Equinox, com as suas potentes especiarias, são os melhores exemplos. Esta marca conta também com uma ampla gama de iscos Glugged (dipa-dos) e Wafters (iscos balanceados) de 12x16mm. Dumbells pequenas e suaves embebidas em líquido atrativo que em Espanha, onde a população de lagostim é grande, funcionam muito bem no inverno. Este tipo de isco funciona muito bem em águas frias já que têm uma potência de atração extra por estarem tão hidratados.

Tão ou mais importante que contar com um excelente isco é a escolha do local a colocar as montagens. Como é sabido, não devemos descartar qualquer local que nos tenha dado capturas noutras épocas do ano. No entanto há que fazer uso da intuição e da observação dos hábitos dos peixes durante o dia. Zonas onde o sol incide e aquece a água, podem ser bons locais para tentar uma captura. Ser come-dido com a engodagem e evitar dispersá-la muito podem ser medidas chave nesta época do ano.

Com tão poucas horas de atividade e com a grande dificuldade em conseguir arranques, tudo deve estar perfeito. As montagens devem ser as que mais confi-ança nos dão, com anzóis novos, e sempre testando a funcionalidade destes antes de entrar na água. Montagens bem estrutura-das, anzóis pequenos, tungsténio, Lead-core e tudo o que pudermos usar para não deixar escapar a carpa que passa perto da nossa montagem. Pode ser a única que lá

passa durante toda a sessão.

Nesta época mais que nunca a ajuda de uma boa sonda e de um GPS facilita o trabalho e asse-gura que o estamos a fazer bem.

Em lagos pequenos é fácil saber onde se localizam os peixes em cada época do ano, mas é sempre bom ir previamente observar para os localizar ainda melhor. Engodar previamente (pouca quantidade) o local onde forem obser-vados pode permitir mantê-los lá até ao dia da nossa sessão. No entanto, em grandes massas de água é mais difícil. O melhor a fazer é conhecer bem o lago e as suas profundidades para saber onde procurar o peixe.

Todos desejamos que chegue a primavera, que as carpas e o clima nos faça recordar o porquê desta nossa paixão. Mas no entretanto há que lutar contra o frio e mostrar aos peixes que sabemos como chegar até eles.

Bem vindos ao Carp Fishing no Inverno!

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Page 74: Digital Carp Magazine #03

Técnicas Truques & Dicas

Bobinar fio novo para o carreto é uma coisa que dá gosto. Ver o fio impecável, a brilhar na bobine, é uma excelente sensação. Mas se não for bem feito, após alguns lançamentos corremos o risco de se enriçar todo, sair em catadupa e provavelmente não será possível rebobinar sem o cortar, o que não é aconselhável.

Para evitar esta desagradável situação, devemos colocar a bobine dentro de um balde de água, e bobinar diretamente para o carreto. Funciona melhor com um tipo de fio que outro, mas acaba sempre por amaciá-lo e acamar melhor.

Entrançado e Fluoro CarbonoCom estes tipos de fio a conversa é diferente. O entrançado absorve muita água, cria muito

volume ao bobinar, pelo que deve apertar-se com um pano enquanto passa para o carreto para retirar o excesso de água, permitindo que acame melhor. Quanto ao Fluoro Carbono, como tem pouquíssima absorção de água, o efeito notar-se-á menos, ainda assim é aconselhável fazê-lo pois sempre lubrifi-ca o fio, permitindo que também este acame melhor.

Bobinar Fio

Meio kg de boiliesDip à escolhaSaco de congelar

Colocar os boilies dentro do saco e um pouco de dip, misturar tudo de forma que os boilies fiquem molhados. Fechar o saco retirando o máximo de ar possível e colocar a congelar.

Os Boilies vão absorver o dip e ficar mais atrativos.

Boiles Dipados

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Page 75: Digital Carp Magazine #03

Este Monofilamento é destinado à realização

de empates rígidos ou compostos. Ideal para usar

nas montagens com Pop Ups, agregando à monta-

gem helicóptero o empate Chod Rig (pop up cor de

rosa).

Pode também ser usado na confeção do

famoso Combi-Link (montagem com boilie

verde/amarelo), combinação de dois tipos de fios,

multifilamento junto ao anzol e monofilamento no

restante empate cada vez mais popular entre os

Carpistas devido à grande eficácia no momento de

ferrar.

Disponível na cor verde translúcido que segun-

do o fabricante se torna praticamente invisível em

qualquer tipo de fundo.

Diâmetros disponíveis: 0.43 – 15lbs, 0.47 –

20lbs, 0.53 – 25lbs.

Cada bobine traz 20m.

ANÁLISE

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Page 76: Digital Carp Magazine #03

São muitos os aficionados do Carp Fishing que além da carpa também se sentem atraídos pelo Barbo Comizo. Estes espécimes têm envolto em si um “quê” de mistério não só pela dificuldade da sua pesca mas também por serem muito esquivos às mais diversas apresentações feitas por nós de forma a conseguirmos levá-los ao tapete.

Como não podia ser de outra maneira, alguns dos membros do Team Arapaima Fishing sentem uma especial devoção por esta espécie única na Península Ibérica e quando chegam os momentos mais propícios para a sua captura não hesitam e lançam-se na sua busca.

Já há vários meses tínhamos planeado uma saída de cinco dias à mítica barragem de Cíjara (Extremadura, Espanha) com o objetivo de por à prova a gama de boilies salgados da Arapaima Fishing, assim como alguns sabores e dips que verão a luz do dia nos próximos meses. Nesta sessão juntamos três amigos, Manuel Rubio “Then-kay”, José António Melero “Joseles” e Luís Gonzalez.

A longa espera até à chegada do dia escolhido tinha passado e como tal era dia de nos fazermos à estrada. Chega o dia 26 de Dezembro e o Manuel apresentou-se à minha porta, eram 6h da manhã. Carregamos todo o material e partimos rumo à aventura. Pelo caminho recebemos o contacto do Joseles que nos disse que por imperativos de trabalho só nos poderia fazer companhia no dia seguinte, facto que nos deixou um pouco desani-mados ainda que fosse apenas um dia de atraso.

Eram 9h da manhã e já nos encontrávamos na barragem sedentos de começar a descarregar o material e preparar tudo no posto que pensávamos ser o ideal. A zona eleita era uma zona onde desa-guava um pequeno ribeiro que devido às últimas

chuvas tinha um caudal considerável, o que fazia com que a água corresse turva e como tal, rica em nutrientes. Um sítio ideal para os Alburnos se alimentarem, atrás deles os predadores, como o Barbo Comizo que têm nos Alburnos um dos seus manjares de eleição.

Uma vez no posto e depois de tudo montado começamos a fazer os sticks mix para a rede PVA que seria a única engodagem que iríamos usar durante a sessão. Os sabores de Squid Fish, Red Monster feitos em farinha graças ao Krusha metáli-co da Prowess com micro pellets de halibute e betaína da Arapaima de 3, 6 e 8mm, acompanhados com Frolic triturado e atum em azeite. Tudo isto envolto nos novos aromas dos dips da Arapaima Fishing que iríamos testar nesta ocasião. Tudo pronto e colocamos as canas com o auxílio do barco telecomandado, sem sequer sabermos as profundi-dades a que estávamos a pescar nem o tipo de fundo já que a sonda era do Joseles, que a iria trazer consigo só no dia seguinte.

O entardecer e a noite chegaram, esta passou sem termos sequer um único toque.

Acordámos na manhã seguinte com a chamada do José a dizer que estava pronto para começar a passar as coisas de barco para o local onde nos encontrávamos. Finalmente podíamos sondar a zona para podermos adaptar a estratégia de pesca em consonância com as condições que tínhamos perante nós.

A vista da sonda mostrou-nos um escalão no terreno mesmo no meio da entrada, paralelo a este onde estávamos, típico do antigo canal do ribeiro, agora coberto pelas águas da barragem. Esta é a

zona eleita pelos peixes para se deslocarem de águas profundas para perto da entrada do ribeiro em busca de alimento. Depois de sondarmos colo-camos as canas em pontos estratégicos que sabía-mos que atrairiam os peixes por serem zonas de passagem natural ou de alimentação e como tal foram poucas as horas de espera até termos a primeira picada. Neste caso numa cana do Manuel, que depois de uma bonita luta levou ao camaroeiro o primeiro Comizo da sessão. Muito bem alimenta-do e muito são, como todos os exemplares que esta barragem esconde e como o resto da sessão se encarregaria de nos mostrar.

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Page 77: Digital Carp Magazine #03

São muitos os aficionados do Carp Fishing que além da carpa também se sentem atraídos pelo Barbo Comizo. Estes espécimes têm envolto em si um “quê” de mistério não só pela dificuldade da sua pesca mas também por serem muito esquivos às mais diversas apresentações feitas por nós de forma a conseguirmos levá-los ao tapete.

Como não podia ser de outra maneira, alguns dos membros do Team Arapaima Fishing sentem uma especial devoção por esta espécie única na Península Ibérica e quando chegam os momentos mais propícios para a sua captura não hesitam e lançam-se na sua busca.

Já há vários meses tínhamos planeado uma saída de cinco dias à mítica barragem de Cíjara (Extremadura, Espanha) com o objetivo de por à prova a gama de boilies salgados da Arapaima Fishing, assim como alguns sabores e dips que verão a luz do dia nos próximos meses. Nesta sessão juntamos três amigos, Manuel Rubio “Then-kay”, José António Melero “Joseles” e Luís Gonzalez.

A longa espera até à chegada do dia escolhido tinha passado e como tal era dia de nos fazermos à estrada. Chega o dia 26 de Dezembro e o Manuel apresentou-se à minha porta, eram 6h da manhã. Carregamos todo o material e partimos rumo à aventura. Pelo caminho recebemos o contacto do Joseles que nos disse que por imperativos de trabalho só nos poderia fazer companhia no dia seguinte, facto que nos deixou um pouco desani-mados ainda que fosse apenas um dia de atraso.

Eram 9h da manhã e já nos encontrávamos na barragem sedentos de começar a descarregar o material e preparar tudo no posto que pensávamos ser o ideal. A zona eleita era uma zona onde desa-guava um pequeno ribeiro que devido às últimas

chuvas tinha um caudal considerável, o que fazia com que a água corresse turva e como tal, rica em nutrientes. Um sítio ideal para os Alburnos se alimentarem, atrás deles os predadores, como o Barbo Comizo que têm nos Alburnos um dos seus manjares de eleição.

Uma vez no posto e depois de tudo montado começamos a fazer os sticks mix para a rede PVA que seria a única engodagem que iríamos usar durante a sessão. Os sabores de Squid Fish, Red Monster feitos em farinha graças ao Krusha metáli-co da Prowess com micro pellets de halibute e betaína da Arapaima de 3, 6 e 8mm, acompanhados com Frolic triturado e atum em azeite. Tudo isto envolto nos novos aromas dos dips da Arapaima Fishing que iríamos testar nesta ocasião. Tudo pronto e colocamos as canas com o auxílio do barco telecomandado, sem sequer sabermos as profundi-dades a que estávamos a pescar nem o tipo de fundo já que a sonda era do Joseles, que a iria trazer consigo só no dia seguinte.

O entardecer e a noite chegaram, esta passou sem termos sequer um único toque.

Acordámos na manhã seguinte com a chamada do José a dizer que estava pronto para começar a passar as coisas de barco para o local onde nos encontrávamos. Finalmente podíamos sondar a zona para podermos adaptar a estratégia de pesca em consonância com as condições que tínhamos perante nós.

A vista da sonda mostrou-nos um escalão no terreno mesmo no meio da entrada, paralelo a este onde estávamos, típico do antigo canal do ribeiro, agora coberto pelas águas da barragem. Esta é a

zona eleita pelos peixes para se deslocarem de águas profundas para perto da entrada do ribeiro em busca de alimento. Depois de sondarmos colo-camos as canas em pontos estratégicos que sabía-mos que atrairiam os peixes por serem zonas de passagem natural ou de alimentação e como tal foram poucas as horas de espera até termos a primeira picada. Neste caso numa cana do Manuel, que depois de uma bonita luta levou ao camaroeiro o primeiro Comizo da sessão. Muito bem alimenta-do e muito são, como todos os exemplares que esta barragem esconde e como o resto da sessão se encarregaria de nos mostrar.

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Este primeiro exemplar deixou-se apanhar por uma montagem com duas boillies de Squid Fish com a respetiva malha PVA anteriormente citada.

Depois de devolver ao seu habitat tão belo animal, não tardou muito mais até arrancar uma das minhas canas que acabou por ser uma carpa muito

peculiar pois tinha uma deformação na espinha dorsal.

Novamente noutra das minhas canas uma picada muito semelhante, e outra carpa, desta vez um pouco maior. Ambas picaram num boilie Red Monster.

Depois desta fantástica captura e até cerca da meia-noite continuamos com as capturas, nada de especial. Pequenas carpas e dois barbos que

acabaram por desferrar junto à margem tanto a mim como ao Manuel com boilies Red Monster.

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

Por volta das 17:00 outra das minhas canas com uma bola de Squid Fish bem “dipada” deu-me a

oportunidade de trazer à margem outro grande barbo.

Depois notamos que o vento aumentou a sua intensidade, facto que poderia levar os peixes a entrar num frenesim alimentar, o que nos elevava as expectativas para a noite que se avizinhava. Tal como tínhamos previsto esta mudança de tempo “ativou” muito os peixes e tivemos vários arranques de Carpas, todas entre os 4 e os 5kg. Por volta das 22:30h aproximadamente, um dos meus alarmes começou a tocar e ao cravar noto que era um peixe de bom porte, além que dar muitas cabeçadas, facto

que me levou imediatamente a pensar que podia tratar-se de um barbo de dois dígitos. Depois de uma grande luta consegui que ele se aproximasse da margem, conseguindo colocá-lo no camaroeiro e posteriormente no tapete de recepção. Só nesse momento demos conta da real grandeza deste peixe que não conseguiu resistir a um boilie de Red Monster da Arapaima Fishing embebido no dip Red Monster que estávamos a testar e em breve estará no mercado.

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Este primeiro exemplar deixou-se apanhar por uma montagem com duas boillies de Squid Fish com a respetiva malha PVA anteriormente citada.

Depois de devolver ao seu habitat tão belo animal, não tardou muito mais até arrancar uma das minhas canas que acabou por ser uma carpa muito

peculiar pois tinha uma deformação na espinha dorsal.

Novamente noutra das minhas canas uma picada muito semelhante, e outra carpa, desta vez um pouco maior. Ambas picaram num boilie Red Monster.

Depois desta fantástica captura e até cerca da meia-noite continuamos com as capturas, nada de especial. Pequenas carpas e dois barbos que

acabaram por desferrar junto à margem tanto a mim como ao Manuel com boilies Red Monster.

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

Por volta das 17:00 outra das minhas canas com uma bola de Squid Fish bem “dipada” deu-me a

oportunidade de trazer à margem outro grande barbo.

Depois notamos que o vento aumentou a sua intensidade, facto que poderia levar os peixes a entrar num frenesim alimentar, o que nos elevava as expectativas para a noite que se avizinhava. Tal como tínhamos previsto esta mudança de tempo “ativou” muito os peixes e tivemos vários arranques de Carpas, todas entre os 4 e os 5kg. Por volta das 22:30h aproximadamente, um dos meus alarmes começou a tocar e ao cravar noto que era um peixe de bom porte, além que dar muitas cabeçadas, facto

que me levou imediatamente a pensar que podia tratar-se de um barbo de dois dígitos. Depois de uma grande luta consegui que ele se aproximasse da margem, conseguindo colocá-lo no camaroeiro e posteriormente no tapete de recepção. Só nesse momento demos conta da real grandeza deste peixe que não conseguiu resistir a um boilie de Red Monster da Arapaima Fishing embebido no dip Red Monster que estávamos a testar e em breve estará no mercado.

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Depois desta captura, os alarmes não tornaram a soar até ao início da noite quando o Joseles lutou durante poucos momentos com outro barbo que acabou por se soltar.

O dia 29 amanheceu com um nevoeiro cerrado e com duas picadas quase seguidas nas canas do José que conseguiu levar ao tapete dois barbos, um com Squid Fish e o outro com Red Monster.

Depois das respetivas fotos tanto o Manuel como eu reparamos que, tanto uma cana minha como uma dele tinham os fios sob enorme tensão. O Manuel meteu-se no barco para soltar a monta-gem mas o fio acabou por partir. Ao chegar a minha vez de entrar no barco para soltar a minha monta-gem dei conta que o peixe ainda estava cravado no anzol mas possivelmente estaria preso em algum tipo de obstáculo. A linha acabou por ceder e

ficámos sem saber o porque de os alarmes não terem soado nessa noite.

Por volta do meio-dia o intenso nevoeiro dissipou-se e deu lugar a um dia muito calmo e limpo, momento que coincidiu com a minha primei-ra picada do dia. Mais uma vez nas magníficas bolas da Arapaima Fishing. Boa luta e mais um barbo de grande porte no tapete.

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

Chega o dia 30, o último da sessão, com um nevoeiro, que ao contrário de dia anterior, se iria manter até ao fim da tarde. Tive uma única picada que se soltou no momento em que o tentei cravar. Depois dessa picada que seria a última da sessão

começamos a arrumar todo o material e quando o nevoeiro permitiu carregamos os barcos e partimos rumo à margem onde se encontravam os nossos carros.

A sessão acabou por ser um êxito, muito por culpa dos magníficos produtos que a Arapaima Fishing colocou à nossa disposição para testar nesta sessão. A finalidade é serem postos no mercado e certamente darão muito que falar.

Sem mais, aproveito para enviar um abraço aos

meus companheiros e amigos de sessão e dizer-vos para visitarem o nosso fórum de carpfishing www.wildcarp.foroactivo.es e o meu blog pessoal www.wildfishingextreme.blogspot.com.es

Um Abraço!Luís Gonzalez e Manuel Rubio

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

O resto do dia foi bastante calmo e ao entarde-cer tive outra picada, desta vez numa bola de Squid Fish e quase ao mesmo tempo o Manuel teve outra

picada, também em Squid Fish e respetivo dip. Um bonito “doblete” para terminar o dia.

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Depois desta captura, os alarmes não tornaram a soar até ao início da noite quando o Joseles lutou durante poucos momentos com outro barbo que acabou por se soltar.

O dia 29 amanheceu com um nevoeiro cerrado e com duas picadas quase seguidas nas canas do José que conseguiu levar ao tapete dois barbos, um com Squid Fish e o outro com Red Monster.

Depois das respetivas fotos tanto o Manuel como eu reparamos que, tanto uma cana minha como uma dele tinham os fios sob enorme tensão. O Manuel meteu-se no barco para soltar a monta-gem mas o fio acabou por partir. Ao chegar a minha vez de entrar no barco para soltar a minha monta-gem dei conta que o peixe ainda estava cravado no anzol mas possivelmente estaria preso em algum tipo de obstáculo. A linha acabou por ceder e

ficámos sem saber o porque de os alarmes não terem soado nessa noite.

Por volta do meio-dia o intenso nevoeiro dissipou-se e deu lugar a um dia muito calmo e limpo, momento que coincidiu com a minha primei-ra picada do dia. Mais uma vez nas magníficas bolas da Arapaima Fishing. Boa luta e mais um barbo de grande porte no tapete.

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

Chega o dia 30, o último da sessão, com um nevoeiro, que ao contrário de dia anterior, se iria manter até ao fim da tarde. Tive uma única picada que se soltou no momento em que o tentei cravar. Depois dessa picada que seria a última da sessão

começamos a arrumar todo o material e quando o nevoeiro permitiu carregamos os barcos e partimos rumo à margem onde se encontravam os nossos carros.

A sessão acabou por ser um êxito, muito por culpa dos magníficos produtos que a Arapaima Fishing colocou à nossa disposição para testar nesta sessão. A finalidade é serem postos no mercado e certamente darão muito que falar.

Sem mais, aproveito para enviar um abraço aos

meus companheiros e amigos de sessão e dizer-vos para visitarem o nosso fórum de carpfishing www.wildcarp.foroactivo.es e o meu blog pessoal www.wildfishingextreme.blogspot.com.es

Um Abraço!Luís Gonzalez e Manuel Rubio

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

O dia 28 amanheceu calmo e com um vento moderado. A manhã passou bastante tranquila até que ao meio dia uma das minhas canas com monta-

gem Squid Fish arrancou e trouxe até à margem outro barbo mais pequeno que todos os outros.

O resto do dia foi bastante calmo e ao entarde-cer tive outra picada, desta vez numa bola de Squid Fish e quase ao mesmo tempo o Manuel teve outra

picada, também em Squid Fish e respetivo dip. Um bonito “doblete” para terminar o dia.

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O bait boat faz cada vez mais parte do material que o Carpista leva consigo para uma sessão. Seja para colocar as montagens em sítios inacessíveis, engodar sem fazer grande barulho na água, ou mesmo para realizar uma sondagem, este brinquedo é de grande ajuda para o Carpista nas mais variadas situações. Claro que nem tudo são rosas, pois a maior parte ainda tem preços muito altos, o que leva muitos pescadores a desistir na hora da compra. No mercado já há todas as peças vendidas separadamente, mas apesar de como diz o Daniel Marques, “construir um bait boat não é um bicho-de-sete-cabeças”, a verdade é que é preciso ter algum conhecimento de eletrónica, caso contrário será difícil a sua finalização. Para ajudar os mais corajosos, o Daniel, técnico informático de profissão, deixa-nos um relato acompanhado de algumas explicações da sua última construção, um bonito RT4, da Carplounge.

Antes de mais tenho que explicar porque incluí no título [Parte 3]. Este artigo não é a terceira parte de alguma coisa, diz sim respeito à construção do terceiro Bait Boat, e sinto que já tenho o à vontade suficiente para falar um pouco sobre os vários tipos, pelo menos dos que conheço.

Como escrevi atrás, há vários tipos de Bait Boats, grandes, pequenos, rápidos, mais lentos, com ou sem Sonda, com ou sem GPS. Mas no fim das contas, o que queremos realmente de um Bait Boat? Que seja o mais barato possível, sem perder a fiabi-lidade, claro!

Antes de praticar assiduamente Carp Fishing, fui praticante de aeromodelismo, e mesmo tendo deixado a modalidade ficaram baterias, rádios e recetores, servos e outras miudezas. Foi assim que arranjei como construir um Bait Boat que não fosse muito dispendioso. Decidi então procurar uma empresa que vendesse o casco, o resto lá se foi arranjando.

Foi assim que construí o primeiro, a partir do modelo XXL da Carp Madness, empresa alemã, e das poucas que vendem apenas cascos de barcos para engodar. Demorei uma eternidade mas com o tempo lá juntei todas as peças. O XXL para primeiro barco era bastante bom embora fosse lento devido ao peso pois levava duas baterias de chumbo, e os motores de hélice convencional também não ajuda-vam. Passados uns meses acabei por começar a construção de outro.

A ideia era partir para outro desafio, voltei à Carp Madness e optei pelo modelo Phantom, muito mais evoluído, claro. Um barco mais pequeno e com menos capacidade de carga (3L) mas muito mais rápido devido a usar um motor com jato de água e baterias LIPO muito leves. Projeto concluído e ao fim de pouco tempo vendi-o ao meu colega de sessões, Ricardo Bruno.

Já me estava a habituar a ter um Bait Boat, sobretudo rápido, e não tardou voltei às pesquisas para o próximo projeto. Foi então que decidi que o próximo seria o modelo RT4 da empresa alemã Carplounge. É este modelo que vou apresentar e demonstrar as suas características e detalhes sobre a montagem.

Tudo começa assim:

Em primeiro lugar, se não gostas de colar e sobretudo soldar, este não é um projeto para ti. O RT4 é um barco complexo a nível eletrónico, sobre-tudo nos leds, que têm que ser todos soldados um a um, mas já lá vamos. É composto por dois motores com jato de água, os sistemas de abertura das portas magnéticos e mais de trinta leds dos 3 aos 10mm que se alimentam numa fita de cobre colada na parte de cima para poupar fio e espaço. Obvia-mente a parte mais trabalhosa para mim foi soldar os Leds.

A parte frontal deste barco é composta por uma linha de treze Leds de 3mm todos soldados em série, o que devido ao seu tamanho demora muito tempo a conseguir. Estes Leds frontais funcionam de forma independente e servem para dar mais capacidade noturna, quase como se fossem os máximos do automóvel. Ainda possui mais dois leds de 7 e 10 mm que funcionam em conjunto com as luzes laterais e traseiras.Carp Madness Phantom

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O bait boat faz cada vez mais parte do material que o Carpista leva consigo para uma sessão. Seja para colocar as montagens em sítios inacessíveis, engodar sem fazer grande barulho na água, ou mesmo para realizar uma sondagem, este brinquedo é de grande ajuda para o Carpista nas mais variadas situações. Claro que nem tudo são rosas, pois a maior parte ainda tem preços muito altos, o que leva muitos pescadores a desistir na hora da compra. No mercado já há todas as peças vendidas separadamente, mas apesar de como diz o Daniel Marques, “construir um bait boat não é um bicho-de-sete-cabeças”, a verdade é que é preciso ter algum conhecimento de eletrónica, caso contrário será difícil a sua finalização. Para ajudar os mais corajosos, o Daniel, técnico informático de profissão, deixa-nos um relato acompanhado de algumas explicações da sua última construção, um bonito RT4, da Carplounge.

Antes de mais tenho que explicar porque incluí no título [Parte 3]. Este artigo não é a terceira parte de alguma coisa, diz sim respeito à construção do terceiro Bait Boat, e sinto que já tenho o à vontade suficiente para falar um pouco sobre os vários tipos, pelo menos dos que conheço.

Como escrevi atrás, há vários tipos de Bait Boats, grandes, pequenos, rápidos, mais lentos, com ou sem Sonda, com ou sem GPS. Mas no fim das contas, o que queremos realmente de um Bait Boat? Que seja o mais barato possível, sem perder a fiabi-lidade, claro!

Antes de praticar assiduamente Carp Fishing, fui praticante de aeromodelismo, e mesmo tendo deixado a modalidade ficaram baterias, rádios e recetores, servos e outras miudezas. Foi assim que arranjei como construir um Bait Boat que não fosse muito dispendioso. Decidi então procurar uma empresa que vendesse o casco, o resto lá se foi arranjando.

Foi assim que construí o primeiro, a partir do modelo XXL da Carp Madness, empresa alemã, e das poucas que vendem apenas cascos de barcos para engodar. Demorei uma eternidade mas com o tempo lá juntei todas as peças. O XXL para primeiro barco era bastante bom embora fosse lento devido ao peso pois levava duas baterias de chumbo, e os motores de hélice convencional também não ajuda-vam. Passados uns meses acabei por começar a construção de outro.

A ideia era partir para outro desafio, voltei à Carp Madness e optei pelo modelo Phantom, muito mais evoluído, claro. Um barco mais pequeno e com menos capacidade de carga (3L) mas muito mais rápido devido a usar um motor com jato de água e baterias LIPO muito leves. Projeto concluído e ao fim de pouco tempo vendi-o ao meu colega de sessões, Ricardo Bruno.

Já me estava a habituar a ter um Bait Boat, sobretudo rápido, e não tardou voltei às pesquisas para o próximo projeto. Foi então que decidi que o próximo seria o modelo RT4 da empresa alemã Carplounge. É este modelo que vou apresentar e demonstrar as suas características e detalhes sobre a montagem.

Tudo começa assim:

Em primeiro lugar, se não gostas de colar e sobretudo soldar, este não é um projeto para ti. O RT4 é um barco complexo a nível eletrónico, sobre-tudo nos leds, que têm que ser todos soldados um a um, mas já lá vamos. É composto por dois motores com jato de água, os sistemas de abertura das portas magnéticos e mais de trinta leds dos 3 aos 10mm que se alimentam numa fita de cobre colada na parte de cima para poupar fio e espaço. Obvia-mente a parte mais trabalhosa para mim foi soldar os Leds.

A parte frontal deste barco é composta por uma linha de treze Leds de 3mm todos soldados em série, o que devido ao seu tamanho demora muito tempo a conseguir. Estes Leds frontais funcionam de forma independente e servem para dar mais capacidade noturna, quase como se fossem os máximos do automóvel. Ainda possui mais dois leds de 7 e 10 mm que funcionam em conjunto com as luzes laterais e traseiras.Carp Madness Phantom

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Page 84: Digital Carp Magazine #03

Antes de mais tenho que explicar porque incluí no título [Parte 3]. Este artigo não é a terceira parte de alguma coisa, diz sim respeito à construção do terceiro Bait Boat, e sinto que já tenho o à vontade suficiente para falar um pouco sobre os vários tipos, pelo menos dos que conheço.

Como escrevi atrás, há vários tipos de Bait Boats, grandes, pequenos, rápidos, mais lentos, com ou sem Sonda, com ou sem GPS. Mas no fim das contas, o que queremos realmente de um Bait Boat? Que seja o mais barato possível, sem perder a fiabil-idade, claro!

Antes de praticar assiduamente Carp Fishing, fui praticante de aeromodelismo, e mesmo tendo deixado a modalidade ficaram baterias, rádios e recetores, servos e outras miudezas. Foi assim que arranjei como construir um Bait Boat que não fosse muito dispendioso. Decidi então procurar uma empresa que vendesse o casco, o resto lá se foi arranjando.

Foi assim que construí o primeiro, a partir do modelo XXL da Carp Madness, empresa alemã, e das poucas que vendem apenas cascos de barcos para engodar. Demorei uma eternidade mas com o tempo lá juntei todas as peças. O XXL para primeiro barco era bastante bom embora fosse lento devido ao peso pois levava duas baterias de chumbo, e os motores de hélice convencional também não ajuda-vam. Passados uns meses acabei por começar a construção de outro.

A ideia era partir para outro desafio, voltei à Carp Madness e optei pelo modelo Phantom, muito mais evoluído, claro. Um barco mais pequeno e com menos capacidade de carga (3L) mas muito mais rápido devido a usar um motor com jato de água e baterias LIPO muito leves. Projeto concluído e ao fim de pouco tempo vendi-o ao meu colega de sessões, Ricardo Bruno.

Já me estava a habituar a ter um Bait Boat, sobretudo rápido, e não tardou voltei às pesquisas para o próximo projeto. Foi então que decidi que o próximo seria o modelo RT4 da empresa alemã Carplounge. É este modelo que vou apresentar e demonstrar as suas características e detalhes sobre a montagem.

Tudo começa assim:

Em primeiro lugar, se não gostas de colar e sobretudo soldar, este não é um projeto para ti. O RT4 é um barco complexo a nível eletrónico, sobretudo nos leds, que têm que ser todos solda-dos um a um, mas já lá vamos. É composto por dois motores com jato de água, os sistemas de abertura das portas magnéticos e mais de trinta leds dos 3 aos 10mm que se alimentam numa fita de cobre colada na parte de cima para poupar fio e espaço. Obviamente a parte mais trabalhosa para mim foi soldar os Leds.

A parte frontal deste barco é composta por uma linha de treze Leds de 3mm todos soldados em série, o que devido ao seu tamanho demora muito tempo a conseguir. Estes Leds frontais funcionam de forma independente e servem para dar mais capacidade noturna, quase como se fossem os máx-imos do automóvel. Ainda possui mais dois leds de 7 e 10 mm que funcionam em conjunto com as luzes laterais e traseiras.

Passo seguinte é colar os chamados jet drives que servem como apoio dos motores e a saída do jato de água. Esta peça tem uma abertura por baixo onde entra a água debaixo do barco, que depois é expelida pela hélice do motor na traseira. Este passo é muito importante pois este é um dos pontos onde poderá entrar água para dentro do barco, e convém não poupar no silicone. Cada vez que uso silicone gosto sempre de deixar a secar de um dia para o outro.

Completa a secagem dos jet drives onde já tínhamos aparafusado os motores e soldado os fios da alimentação, segue-se mais uma infinidade de fios. Os motores ligam ao controlador de velocid-ade, que por sua vez liga a um relé, que recebe alimentação da bateria passando por um interrup-tor iluminado que vem incluído no kit. Este é mais um passo muito trabalhoso onde temos que acres-centar muitos fios. Fios estes que se amontoam e só pensamos como vamos fechar o barco no fim daqui-lo tudo. Eu normalmente só arrumo depois de tudo testado.

Segue-se a ligação da iluminação e das abertu-ras das portas. Esta parte é a mais complexa pois basta trocar um cabo e já nada funciona. Temos ainda como bónus a possibilidade de poder quei-mar as luzes todas. Foi a altura da montagem em que tive mais dificuldades, sobretudo na parte dos Leds pois estes funcionam com uma voltagem baixa e o RT4 leva uma bateria LIPO 4S com 14.8V. É necessário então ligar as luzes a um regulador de tensão e só depois ligar ao circuito. O sistema de abertura das portas de alimentação pode ser ligado ao circuito normal pois suporta maiores voltagens. Para ser possível a partir do rádio ligar a abertura das portas e as duas fases da iluminação, é usado um controlador de alimentação que será ligado aos canais do recetor do rádio.

Assim que esteja tudo a postos e mais que testado, vem a parte mais simples. Coloquei abraça-deiras nos fios para que não abanem muito no transporte e depois apliquei cola quente a segurar os fios.

No fim basta unir as duas metades. O RT4 tem a particularidade de ser todo aparafusado da parte de fora, embora eu tenha optado por colocar um bocado de borracha no meio e ainda um fio de silicone na parte traseira, tentando evitar que entrasse alguma água devido à potência dos motores.

A construção de um Bait Boat não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, mas é complexo o sufici-ente para que muita coisa possa correr mal.

Daniel Marques

Se houver alguém interessado em arranjar componentes para um barco completo,ou ter um já pronto a andar, podem contactar o Daniel através do email: [email protected]

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Antes de mais tenho que explicar porque incluí no título [Parte 3]. Este artigo não é a terceira parte de alguma coisa, diz sim respeito à construção do terceiro Bait Boat, e sinto que já tenho o à vontade suficiente para falar um pouco sobre os vários tipos, pelo menos dos que conheço.

Como escrevi atrás, há vários tipos de Bait Boats, grandes, pequenos, rápidos, mais lentos, com ou sem Sonda, com ou sem GPS. Mas no fim das contas, o que queremos realmente de um Bait Boat? Que seja o mais barato possível, sem perder a fiabil-idade, claro!

Antes de praticar assiduamente Carp Fishing, fui praticante de aeromodelismo, e mesmo tendo deixado a modalidade ficaram baterias, rádios e recetores, servos e outras miudezas. Foi assim que arranjei como construir um Bait Boat que não fosse muito dispendioso. Decidi então procurar uma empresa que vendesse o casco, o resto lá se foi arranjando.

Foi assim que construí o primeiro, a partir do modelo XXL da Carp Madness, empresa alemã, e das poucas que vendem apenas cascos de barcos para engodar. Demorei uma eternidade mas com o tempo lá juntei todas as peças. O XXL para primeiro barco era bastante bom embora fosse lento devido ao peso pois levava duas baterias de chumbo, e os motores de hélice convencional também não ajuda-vam. Passados uns meses acabei por começar a construção de outro.

A ideia era partir para outro desafio, voltei à Carp Madness e optei pelo modelo Phantom, muito mais evoluído, claro. Um barco mais pequeno e com menos capacidade de carga (3L) mas muito mais rápido devido a usar um motor com jato de água e baterias LIPO muito leves. Projeto concluído e ao fim de pouco tempo vendi-o ao meu colega de sessões, Ricardo Bruno.

Já me estava a habituar a ter um Bait Boat, sobretudo rápido, e não tardou voltei às pesquisas para o próximo projeto. Foi então que decidi que o próximo seria o modelo RT4 da empresa alemã Carplounge. É este modelo que vou apresentar e demonstrar as suas características e detalhes sobre a montagem.

Tudo começa assim:

Em primeiro lugar, se não gostas de colar e sobretudo soldar, este não é um projeto para ti. O RT4 é um barco complexo a nível eletrónico, sobretudo nos leds, que têm que ser todos solda-dos um a um, mas já lá vamos. É composto por dois motores com jato de água, os sistemas de abertura das portas magnéticos e mais de trinta leds dos 3 aos 10mm que se alimentam numa fita de cobre colada na parte de cima para poupar fio e espaço. Obviamente a parte mais trabalhosa para mim foi soldar os Leds.

A parte frontal deste barco é composta por uma linha de treze Leds de 3mm todos soldados em série, o que devido ao seu tamanho demora muito tempo a conseguir. Estes Leds frontais funcionam de forma independente e servem para dar mais capacidade noturna, quase como se fossem os máx-imos do automóvel. Ainda possui mais dois leds de 7 e 10 mm que funcionam em conjunto com as luzes laterais e traseiras.

Passo seguinte é colar os chamados jet drives que servem como apoio dos motores e a saída do jato de água. Esta peça tem uma abertura por baixo onde entra a água debaixo do barco, que depois é expelida pela hélice do motor na traseira. Este passo é muito importante pois este é um dos pontos onde poderá entrar água para dentro do barco, e convém não poupar no silicone. Cada vez que uso silicone gosto sempre de deixar a secar de um dia para o outro.

Completa a secagem dos jet drives onde já tínhamos aparafusado os motores e soldado os fios da alimentação, segue-se mais uma infinidade de fios. Os motores ligam ao controlador de velocid-ade, que por sua vez liga a um relé, que recebe alimentação da bateria passando por um interrup-tor iluminado que vem incluído no kit. Este é mais um passo muito trabalhoso onde temos que acres-centar muitos fios. Fios estes que se amontoam e só pensamos como vamos fechar o barco no fim daqui-lo tudo. Eu normalmente só arrumo depois de tudo testado.

Segue-se a ligação da iluminação e das abertu-ras das portas. Esta parte é a mais complexa pois basta trocar um cabo e já nada funciona. Temos ainda como bónus a possibilidade de poder quei-mar as luzes todas. Foi a altura da montagem em que tive mais dificuldades, sobretudo na parte dos Leds pois estes funcionam com uma voltagem baixa e o RT4 leva uma bateria LIPO 4S com 14.8V. É necessário então ligar as luzes a um regulador de tensão e só depois ligar ao circuito. O sistema de abertura das portas de alimentação pode ser ligado ao circuito normal pois suporta maiores voltagens. Para ser possível a partir do rádio ligar a abertura das portas e as duas fases da iluminação, é usado um controlador de alimentação que será ligado aos canais do recetor do rádio.

Assim que esteja tudo a postos e mais que testado, vem a parte mais simples. Coloquei abraça-deiras nos fios para que não abanem muito no transporte e depois apliquei cola quente a segurar os fios.

No fim basta unir as duas metades. O RT4 tem a particularidade de ser todo aparafusado da parte de fora, embora eu tenha optado por colocar um bocado de borracha no meio e ainda um fio de silicone na parte traseira, tentando evitar que entrasse alguma água devido à potência dos motores.

A construção de um Bait Boat não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, mas é complexo o sufici-ente para que muita coisa possa correr mal.

Daniel Marques

Se houver alguém interessado em arranjar componentes para um barco completo,ou ter um já pronto a andar, podem contactar o Daniel através do email: [email protected]

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Page 86: Digital Carp Magazine #03

Sábado, 18 de janeiro, sem pré-engodagem e sem bolas feitas, tudo em cima do joelho! Mas o carro está carregado e são 8:30h da manhã. Paro no supermercado para comprar comida e café.

Meia hora mais tarde estou na loja e uma conversa puxa outra, ninguém tem apanhado nada. Nada em Water Park, nada no lago da A12 (uma via rápida que atravessa Essex e passa por Colchester), nada em Arlesford e muito menos em HF pois tem estado fechado. 2kg de Green Beast da DT, 250ml de asticôt e vamos ver o que dá.

Depois de dar um par de voltas a HF não consigo encontrar um bom local onde colocar o Bivvy. A água está a transbordar e os pesqueiros estão um lamaçal. Será que vou ficar ou parto para Water Park em Ipswich? Uma chamada para descobrir quem lá está. Ninguém atende e decido ficar no meu pesqueiro preferido. Meio quilo de bolas para o pesqueiro, deixo-as pelo menos meia hora antes de lançar as canas, todas com CHODs. Não vou arriscar, monta-gem mais fácil, tenho também umas montagens Withy Pool e umas montagens Inline. Faço seis montagens extra, será para mudar às 23h e novamente às 06h da manhã do dia seguinte, se não houver arran-ques antes.

Pelas 14hrs decido não montar o bivvy, não há um lugar em boas condições. Fico no carro, pode ser uma noite mal ou bem passa-da, pelo menos tenho aquecimento. São 16h e começa a chover, o telefone toca e são os parentes de Ipswich. Está a chover granizo, o vento levantou e está a mexer com as tendas todas. Pelas 17:30h a página de WP no FB esta com um alerta para se necessário chama-rem os guardas para os ajudarem a carregar o carro e deixarem sair. Um temporal “levado da breca”.

19h, aí vem ela, chega muito forte e vêem-se relâmpagos ao longe. Em minutos a trovoada está em cima de mim. Grande ideia a do carro, se estivesse no bivvy não estaria muito seguro. Temos relâmpagos, granizo, ventos, os alarmes a gritarem com o vento. Uma festa autêntica. Nem que a Clarice venha agora, muita pena mas não pego em canas até que as luzes dos Deuses se vão.

40 Minutos mais tarde e o céu torna-se tão limpo que parece verão. É tempo de mais um café, pôr algum calor no corpo frio. Estão 4oC, fresco.

Pelas 23h um toque. Alguns minutos e uma corrida de 5 ou 6 bips. Sem mais nem menos a cana do meio dá uma tirada e estamos ferrados. Não esperava ação esta noite, mas sim pela manhã, melhor assim!

Sente-se ser um bom peixe. Mas o arranque não tem nada a ver

com Carpa. Não pára de atravessar da esquerda para direita e voltar para a esquerda. Nem sequer tenta entrar nas ervas.

Temos Siluro meus meninos, temos siluro. A cana começa a vergar e eu começo a ganhar um pouco de terreno. Ele pede mais linha. E assim ficamos neste impasse por 10 minutos.

Com espadanas à esquerda e uma barra de cascalho à direita

tenho de o trazer direitinho, caso contrário é certo que o vou perder. Com a água tão alta tenho também o problema de não ter água

funda na margem, mas se isso é um problema ou não depende do tamanho do peixe, não parecia ter mais de 35 ou 40Lb, mesmo assim tinha que jogar bem.

Com a lanterna em luz vermelha para não o assustar começo a ver uma ondulação na água a uns 8 metros de mim, puxo um pouco mais e ele levantou a cauda fora de água. Estava admirado, ele não devia estar acordado com água tão fria, não esperava um Siluro no inverno.

Um pouco mais de luta e já lá vão mais de 20 minutos, começo a

notar o reflexo nos olhos, duas pedras pequenas como se fossem estrelas caídas. Finalmente ele vem à tona e mostra-me a boca e e logo depois a cabeça, vê-se com toda a claridade uma manca branca na testa.

CALÍGULA, não podia ser! Ele não saia havia mais de três anos e

Depois de todo o alarido das festas de Natal e passagem de ano, é tempo de voltar ao trabalho.

Umas valentes semanas sem ir ao lago e estou com uma vontade de ir ver como está tudo. Disse-ram- me que a água estava alta, que tinham cortado as árvores que definem o perímetro da propriedade e que o vento estava de cortar. Home Farm (HF) sempre foi uma água agitada pelo vento, mesmo no verão é uma água assolada por ventos de Este, frio como uma faca.

É sábado, temos tempo, mas primeiro passamos pela loja para ver como estão as coisas, ver quem tem ido a HF ou quem se tem concentrado noutras águas.

Por certo, e como esperava, a história volta-se para as chuvas fortes, cheias e estradas cortadas, rios que saltam as margens e campos que se enchem de água, lagos que são inundados e perdem as grandes Carpas para os rios quando as águas retraem.

É uma água difícil, e perder tempo no inverno não é muito do agrado de quem quer apanhar uma ou duas carpas.

Todos me dizem que não tenho juízo e que estou a perder tempo, que seria melhor ir para Arlesford pois têm saído algumas Carpas. Tenho de dizer que a ideia é de considerar, mas prefiro fazer 24 horas para confirmar do que avançar logo de início para sessões de alguns dias. As carpas em Arlesford são lindas, de uma cor tão escura que são muito parecidas com Redmire ou Fox Pool.

Tenho de lá ir ver… A conversa volta-se para

irmos a uma água comercial aqui perto, Suffolk Waterpark (http://www.suffolkwaterpark.co.uk/), um sitio para tirar barriga de misérias. Estou a combinar uma sessão lá com o amigo João Costa que agora também está em Londres. Só estou à espera de um pouco mais de luz e da sua disponibilidade para

fazermos lá 24 ou 48horas de bom convívio e boa pesca…

Já é tarde, 11:30h, é melhor ir ver HF…

Mal se chega ao portão dá para ver que a cota está na altura máxima. Botas postas e começo uma volta ao lago. Logo confirmo que é impossível ter um pesqueiro onde se possa passar por algum tempo.

No meu pesqueiro preferido é impossível colo-car um bivvy, a terra está embebida em água, é só colocar peso no solo e ficamos enterrados até aos tornozelos.

Embora não tenha problemas com condições extremas isto está a começar a preocupar-me. Passei pelo ponto em que em outubro estava no meio das árvores, agora estávamos a uns quinze metros desse local. Conforme vou andando à volta deixo umas bolas nas margens, a água está clara como Gin, vê-se o fundo para lá de quatro ou cinco metros da margem… nunca vi HF assim!

Mais uma volta e deixei lá todas as bolas. Não há Carpas nas margens! Não é de admirar mas com estes Cyprinus Carpios temos de esperar tudo!

Na minha viagem encontrei o dono e em conver-sa perguntei pela possibilidade de pescar no domin-go, dia seguinte, e no próximo fim-de-semana. Muito rapidamente fui posto ao corrente que não podia pois estavam ainda a cortar algumas árvores e havia máquinas pesadas a trabalhar na área e à volta do lago. Na verdade as estradas estavam destruídas pelos tratores.

Assim temos de repensar a estratégia. Mas estou de volta dentro de três semanas. Talvez possa passar uns bons momentos em Arlesford. Esta é uma água que tem Carpas que nos proporcionam grandes lutas, com pesos até os 16kg. São esguias como

cobras e desconfiadas como veados. Saíram duas no sábado passado, vamos a ver se este domingo será o meu dia!

O Arlesford é uma pedreira escavada numa encosta e com profundidades de 3 a 8 metros. Com um comprimento pouco mais de 110 metros e com uma largura de 20 a 40 metros. Tem uma boa quanti-dade de erva na parte mais baixa e neste caso também mais larga, é um bom sítio por onde come-çar, tentar a sorte se elas lá estiverem.

Domingo 5:30h e estou a “carregar o burro”. Muito leve desta vez, as canas, isco e comida. Um bornal para o café e comida, não esquecer o carrinho de mão pois Arlesford não é HF. Estacionar, e depois temos de descer mais de 20 metros por escadas ou dar meia volta ao lago com o carrinho! Mais vale o carrinho…

O termómetro marcava 0oC quando cheguei, o sol estava a sair, as aves acordavam e começavam a voar de um lado para o outro. Duas voltas ao lago, não se vê nenhum movimento.

Como o sol está irá aquecer a parte mais baixa do lago, será mais que certo que elas virão.

Mais dois Pescadores a chegar, mais dois dedos de conversa e montamos as coisas. A tática é simples, procurar uns buracos no meio da erva, uns sacos de PVA e é só esperar. Para aromas é simples, como é inverno terá de ser Tutti-Fruti e Source da Dynamite. Mudar as montagens de local a cada duas horas.

Pelas 14horas há alguns toques de linha mas nada de ferrar. Tenho mais hora e meia de pesca até ao pôr do sol. Está a ser uma luta contra o tempo.

No outro lado do lago não houve movimento, os dois senhores arrumaram e foram embora. Eu começo a fazer o mesmo, fico por aqui com mais um dia de pesca, um sol de inverno e com o camaroeiro seco.

Nem tudo foi mau, elas ainda estão ativas, pode ser que só no meio das ervas pois é onde a água está

mais quente. Deixo umas bolas e a meio da semana venho tentar novamente. O Inverno está a mostrar-se uma inquietação.

Sábado, 11 de Janeiro, de volta a Arlesford para lançar mais umas bolas. Depois, mais uns dedos de conversa com Lee, um pescador regular nesta água. Umas informações importantes, mais umas dicas, duas horas mais tarde estou a pôr umas bolas para voltar amanhã bem cedo.

Domingo de manhã, depois de carregar o carri-nho de mão, desço a rampa para o pesqueiro. Logo que dou a volta vejo que o pesqueiro está ocupado. Este é o mal de ser um club, dois no mesmo pesquei-ro, 6 canas. Um bom dia e sigo em frente. Não há muita conversa e fico no meio do lago. Fim da erva e princípio da gravilha e cascas de mexilhão. Não gosto muito mas também lá tinha deixado algumas bolas, já prevendo que isto podia acontecer.

A tática é a mesma da sessão anterior, mesmo sabores e quantidades, mas antes de tudo, um café. Preciso aquecer. 08:00h e temos 3oC ao sol. Estou com a sensação que vamos molhar o camaroeiro.

10h da manha e nada, tiro as duas canas e ponho uma na margem adjacente. Outra debaixo de uma árvore e pesco de carreto trancado pois a montagem está muito perto dos paus. Passados 20 minutos tenho três toques. Será desta?

Meia hora mais tarde e nada. O Lee liga-me para

confirmar que estou à pesca e que aparece dentro de uma hora. Deixo a cana na margem oposta e ponho a outra no meio do lago. Quando o Lee chega traz notícias que os dois pescadores que estavam no pesqueiro que eu pretendia ir ainda não tinham apanhado nada, nem um único toque. Mas pela conversa descobre que eles sabiam que alguém estava a engodar o local. Sem deixar perceber nada, ele não se descoseu e eles ficaram sem saber quem era. (nr: esperemos que não leiam este artigo )

14h, as canas têm andado de um lado para o outro mas não houve muito mais movimento. Está na hora de ir. Gostaria de ter mais uns dias aqui. É um lugar sossegado e bonito mas para a semana são 24h em HF.

a última vez tinha 48Lb! Mas não parecia ser tão grande, não parecia ter mais de metro e meio, mas a boca tinha pelo menos mão e meia.

Ponho o camaroeiro na água e preparo-me para o meter lá dentro, ele dá um puxão e leva uns metros de linha, a cana verga a 90º e ele puxa um pouco mais, dou-lhe uma volta de manivela e a pressão alivia um pouco.

ERRO GRANDE, GRANDE, GRANDE mesmo. Ele dá um puxão e desferra.

Uma chapada com o rabo na agua e deixo de o ver. Fico à espera na esperança que ele se volte a ferrar no anzol. A adrenalina começa a passar e os braços começam a sentir o esforço. Mais alguns momentos e conformei-me que não ia voltar. O desapontamento era grande, minha culpa, um erro de novato.

Sem pensar mais no assunto tiro a montagem e troco por outra previamente preparada. Depois de lançar as montagens engodei com umas bolas e voltei para o carro.

Não quero pensar no que se passou, não tenho cabeça para diagnosticar o problema. Acabo de ouvir o fim de uma peça de teatro na rádio e adormeço.

São 3h da manhã quando uns bips me acordam, desta vez na cana da direita. Algum tempo depois estou de volta a dormir.

A claridade a bater-me nos olhos, deviam ser 6:30h, tiro as três canas e faço só um pesqueiro com o resto das bolas. Deixo as linhas fora de água, é tempo para mais um café.

Começam a chegar os rapazes do domingo, dois dedos de conversa e dizem-me que WP esteve muito mau. Um bivvy foi com o vento e um pescador teve que ir ao hospital depois de ter caído no pesqueiro e torcido o pé e o joelho.

Começa a chover miudinho, as canas voltam à água. 9, 10, 11h e nada. Nem os patos saíam de baixo das árvores.

São 13h e parou de chover. Hora de arrumar tudo. Quando chego a casa tiro a montagem e reparo que o anzol abriu. Pelo menos 5o, abro a carteira dos anzóis e todos da mesma marca vão para o lixo. Era a quarta vez que isto se passava, não iria permitir que acon-tecesse outra vez. O mesmo já se passou com os estralhos da marca e deixei de usar. Não vale a pena pensar no que poderia ter sido.

Terça-feira depois do trabalho volto a HF. Lanço umas bolas. Quarta-feira repete-se. Na sexta-feira volto e engodo com bolas e uns PVA de pellets. Sábado de manhã o mesmo.

Só tinha domingo de manhã para pescar, então preparei tudo, carrego o carro na noite anterior, 6h da manhã estou pronto e vou por aí fora. Quando chego já faz luz e o Lee está na outra margem. Dois dedos de conversa e ele diz que era para pescar no meu lado mas como sabe que estive a engodar fica por ali. Ele estava a arrumar depois de uma noite em branco. Uma hora depois ele aparece para um prometido café. São 9h da manhã e ele vai trabalhar.

Como já estou habituado, o carro começa a ser um bom sítio para se sentar. 10:15h, dois bips, mais dois, mais um, passam uns minutos e aí vamos nós. Desta vez sente-se o que é, uma Carpa, de um lado para o outro e uns esticões, a querer entrar na erva, não deixo que ela ganhe fio. Uma luta curta e está na margem.

Uma cor clara. Aos poucos ela chega-se à margem e num movi-mento brusco, ponho lhe o camaroeiro por baixo… está na rede! Depois de três meses em branco já não era sem tempo!

Não era grande mas o que interessa é que se colhe o trabalho que se fez.

São 13h e tenho de arrumar e ir. Volto no final de fevereiro mas é certo que venho dois a três dias por semana para engodar. Só assim é que tiro a Clarice.

Até à próxima. Tight Lines. André Garcia

86

Page 87: Digital Carp Magazine #03

Sábado, 18 de janeiro, sem pré-engodagem e sem bolas feitas, tudo em cima do joelho! Mas o carro está carregado e são 8:30h da manhã. Paro no supermercado para comprar comida e café.

Meia hora mais tarde estou na loja e uma conversa puxa outra, ninguém tem apanhado nada. Nada em Water Park, nada no lago da A12 (uma via rápida que atravessa Essex e passa por Colchester), nada em Arlesford e muito menos em HF pois tem estado fechado. 2kg de Green Beast da DT, 250ml de asticôt e vamos ver o que dá.

Depois de dar um par de voltas a HF não consigo encontrar um bom local onde colocar o Bivvy. A água está a transbordar e os pesqueiros estão um lamaçal. Será que vou ficar ou parto para Water Park em Ipswich? Uma chamada para descobrir quem lá está. Ninguém atende e decido ficar no meu pesqueiro preferido. Meio quilo de bolas para o pesqueiro, deixo-as pelo menos meia hora antes de lançar as canas, todas com CHODs. Não vou arriscar, monta-gem mais fácil, tenho também umas montagens Withy Pool e umas montagens Inline. Faço seis montagens extra, será para mudar às 23h e novamente às 06h da manhã do dia seguinte, se não houver arran-ques antes.

Pelas 14hrs decido não montar o bivvy, não há um lugar em boas condições. Fico no carro, pode ser uma noite mal ou bem passa-da, pelo menos tenho aquecimento. São 16h e começa a chover, o telefone toca e são os parentes de Ipswich. Está a chover granizo, o vento levantou e está a mexer com as tendas todas. Pelas 17:30h a página de WP no FB esta com um alerta para se necessário chama-rem os guardas para os ajudarem a carregar o carro e deixarem sair. Um temporal “levado da breca”.

19h, aí vem ela, chega muito forte e vêem-se relâmpagos ao longe. Em minutos a trovoada está em cima de mim. Grande ideia a do carro, se estivesse no bivvy não estaria muito seguro. Temos relâmpagos, granizo, ventos, os alarmes a gritarem com o vento. Uma festa autêntica. Nem que a Clarice venha agora, muita pena mas não pego em canas até que as luzes dos Deuses se vão.

40 Minutos mais tarde e o céu torna-se tão limpo que parece verão. É tempo de mais um café, pôr algum calor no corpo frio. Estão 4oC, fresco.

Pelas 23h um toque. Alguns minutos e uma corrida de 5 ou 6 bips. Sem mais nem menos a cana do meio dá uma tirada e estamos ferrados. Não esperava ação esta noite, mas sim pela manhã, melhor assim!

Sente-se ser um bom peixe. Mas o arranque não tem nada a ver

com Carpa. Não pára de atravessar da esquerda para direita e voltar para a esquerda. Nem sequer tenta entrar nas ervas.

Temos Siluro meus meninos, temos siluro. A cana começa a vergar e eu começo a ganhar um pouco de terreno. Ele pede mais linha. E assim ficamos neste impasse por 10 minutos.

Com espadanas à esquerda e uma barra de cascalho à direita

tenho de o trazer direitinho, caso contrário é certo que o vou perder. Com a água tão alta tenho também o problema de não ter água

funda na margem, mas se isso é um problema ou não depende do tamanho do peixe, não parecia ter mais de 35 ou 40Lb, mesmo assim tinha que jogar bem.

Com a lanterna em luz vermelha para não o assustar começo a ver uma ondulação na água a uns 8 metros de mim, puxo um pouco mais e ele levantou a cauda fora de água. Estava admirado, ele não devia estar acordado com água tão fria, não esperava um Siluro no inverno.

Um pouco mais de luta e já lá vão mais de 20 minutos, começo a

notar o reflexo nos olhos, duas pedras pequenas como se fossem estrelas caídas. Finalmente ele vem à tona e mostra-me a boca e e logo depois a cabeça, vê-se com toda a claridade uma manca branca na testa.

CALÍGULA, não podia ser! Ele não saia havia mais de três anos e

Depois de todo o alarido das festas de Natal e passagem de ano, é tempo de voltar ao trabalho.

Umas valentes semanas sem ir ao lago e estou com uma vontade de ir ver como está tudo. Disse-ram- me que a água estava alta, que tinham cortado as árvores que definem o perímetro da propriedade e que o vento estava de cortar. Home Farm (HF) sempre foi uma água agitada pelo vento, mesmo no verão é uma água assolada por ventos de Este, frio como uma faca.

É sábado, temos tempo, mas primeiro passamos pela loja para ver como estão as coisas, ver quem tem ido a HF ou quem se tem concentrado noutras águas.

Por certo, e como esperava, a história volta-se para as chuvas fortes, cheias e estradas cortadas, rios que saltam as margens e campos que se enchem de água, lagos que são inundados e perdem as grandes Carpas para os rios quando as águas retraem.

É uma água difícil, e perder tempo no inverno não é muito do agrado de quem quer apanhar uma ou duas carpas.

Todos me dizem que não tenho juízo e que estou a perder tempo, que seria melhor ir para Arlesford pois têm saído algumas Carpas. Tenho de dizer que a ideia é de considerar, mas prefiro fazer 24 horas para confirmar do que avançar logo de início para sessões de alguns dias. As carpas em Arlesford são lindas, de uma cor tão escura que são muito parecidas com Redmire ou Fox Pool.

Tenho de lá ir ver… A conversa volta-se para

irmos a uma água comercial aqui perto, Suffolk Waterpark (http://www.suffolkwaterpark.co.uk/), um sitio para tirar barriga de misérias. Estou a combinar uma sessão lá com o amigo João Costa que agora também está em Londres. Só estou à espera de um pouco mais de luz e da sua disponibilidade para

fazermos lá 24 ou 48horas de bom convívio e boa pesca…

Já é tarde, 11:30h, é melhor ir ver HF…

Mal se chega ao portão dá para ver que a cota está na altura máxima. Botas postas e começo uma volta ao lago. Logo confirmo que é impossível ter um pesqueiro onde se possa passar por algum tempo.

No meu pesqueiro preferido é impossível colo-car um bivvy, a terra está embebida em água, é só colocar peso no solo e ficamos enterrados até aos tornozelos.

Embora não tenha problemas com condições extremas isto está a começar a preocupar-me. Passei pelo ponto em que em outubro estava no meio das árvores, agora estávamos a uns quinze metros desse local. Conforme vou andando à volta deixo umas bolas nas margens, a água está clara como Gin, vê-se o fundo para lá de quatro ou cinco metros da margem… nunca vi HF assim!

Mais uma volta e deixei lá todas as bolas. Não há Carpas nas margens! Não é de admirar mas com estes Cyprinus Carpios temos de esperar tudo!

Na minha viagem encontrei o dono e em conver-sa perguntei pela possibilidade de pescar no domin-go, dia seguinte, e no próximo fim-de-semana. Muito rapidamente fui posto ao corrente que não podia pois estavam ainda a cortar algumas árvores e havia máquinas pesadas a trabalhar na área e à volta do lago. Na verdade as estradas estavam destruídas pelos tratores.

Assim temos de repensar a estratégia. Mas estou de volta dentro de três semanas. Talvez possa passar uns bons momentos em Arlesford. Esta é uma água que tem Carpas que nos proporcionam grandes lutas, com pesos até os 16kg. São esguias como

cobras e desconfiadas como veados. Saíram duas no sábado passado, vamos a ver se este domingo será o meu dia!

O Arlesford é uma pedreira escavada numa encosta e com profundidades de 3 a 8 metros. Com um comprimento pouco mais de 110 metros e com uma largura de 20 a 40 metros. Tem uma boa quanti-dade de erva na parte mais baixa e neste caso também mais larga, é um bom sítio por onde come-çar, tentar a sorte se elas lá estiverem.

Domingo 5:30h e estou a “carregar o burro”. Muito leve desta vez, as canas, isco e comida. Um bornal para o café e comida, não esquecer o carrinho de mão pois Arlesford não é HF. Estacionar, e depois temos de descer mais de 20 metros por escadas ou dar meia volta ao lago com o carrinho! Mais vale o carrinho…

O termómetro marcava 0oC quando cheguei, o sol estava a sair, as aves acordavam e começavam a voar de um lado para o outro. Duas voltas ao lago, não se vê nenhum movimento.

Como o sol está irá aquecer a parte mais baixa do lago, será mais que certo que elas virão.

Mais dois Pescadores a chegar, mais dois dedos de conversa e montamos as coisas. A tática é simples, procurar uns buracos no meio da erva, uns sacos de PVA e é só esperar. Para aromas é simples, como é inverno terá de ser Tutti-Fruti e Source da Dynamite. Mudar as montagens de local a cada duas horas.

Pelas 14horas há alguns toques de linha mas nada de ferrar. Tenho mais hora e meia de pesca até ao pôr do sol. Está a ser uma luta contra o tempo.

No outro lado do lago não houve movimento, os dois senhores arrumaram e foram embora. Eu começo a fazer o mesmo, fico por aqui com mais um dia de pesca, um sol de inverno e com o camaroeiro seco.

Nem tudo foi mau, elas ainda estão ativas, pode ser que só no meio das ervas pois é onde a água está

mais quente. Deixo umas bolas e a meio da semana venho tentar novamente. O Inverno está a mostrar-se uma inquietação.

Sábado, 11 de Janeiro, de volta a Arlesford para lançar mais umas bolas. Depois, mais uns dedos de conversa com Lee, um pescador regular nesta água. Umas informações importantes, mais umas dicas, duas horas mais tarde estou a pôr umas bolas para voltar amanhã bem cedo.

Domingo de manhã, depois de carregar o carri-nho de mão, desço a rampa para o pesqueiro. Logo que dou a volta vejo que o pesqueiro está ocupado. Este é o mal de ser um club, dois no mesmo pesquei-ro, 6 canas. Um bom dia e sigo em frente. Não há muita conversa e fico no meio do lago. Fim da erva e princípio da gravilha e cascas de mexilhão. Não gosto muito mas também lá tinha deixado algumas bolas, já prevendo que isto podia acontecer.

A tática é a mesma da sessão anterior, mesmo sabores e quantidades, mas antes de tudo, um café. Preciso aquecer. 08:00h e temos 3oC ao sol. Estou com a sensação que vamos molhar o camaroeiro.

10h da manha e nada, tiro as duas canas e ponho uma na margem adjacente. Outra debaixo de uma árvore e pesco de carreto trancado pois a montagem está muito perto dos paus. Passados 20 minutos tenho três toques. Será desta?

Meia hora mais tarde e nada. O Lee liga-me para

confirmar que estou à pesca e que aparece dentro de uma hora. Deixo a cana na margem oposta e ponho a outra no meio do lago. Quando o Lee chega traz notícias que os dois pescadores que estavam no pesqueiro que eu pretendia ir ainda não tinham apanhado nada, nem um único toque. Mas pela conversa descobre que eles sabiam que alguém estava a engodar o local. Sem deixar perceber nada, ele não se descoseu e eles ficaram sem saber quem era. (nr: esperemos que não leiam este artigo )

14h, as canas têm andado de um lado para o outro mas não houve muito mais movimento. Está na hora de ir. Gostaria de ter mais uns dias aqui. É um lugar sossegado e bonito mas para a semana são 24h em HF.

a última vez tinha 48Lb! Mas não parecia ser tão grande, não parecia ter mais de metro e meio, mas a boca tinha pelo menos mão e meia.

Ponho o camaroeiro na água e preparo-me para o meter lá dentro, ele dá um puxão e leva uns metros de linha, a cana verga a 90º e ele puxa um pouco mais, dou-lhe uma volta de manivela e a pressão alivia um pouco.

ERRO GRANDE, GRANDE, GRANDE mesmo. Ele dá um puxão e desferra.

Uma chapada com o rabo na agua e deixo de o ver. Fico à espera na esperança que ele se volte a ferrar no anzol. A adrenalina começa a passar e os braços começam a sentir o esforço. Mais alguns momentos e conformei-me que não ia voltar. O desapontamento era grande, minha culpa, um erro de novato.

Sem pensar mais no assunto tiro a montagem e troco por outra previamente preparada. Depois de lançar as montagens engodei com umas bolas e voltei para o carro.

Não quero pensar no que se passou, não tenho cabeça para diagnosticar o problema. Acabo de ouvir o fim de uma peça de teatro na rádio e adormeço.

São 3h da manhã quando uns bips me acordam, desta vez na cana da direita. Algum tempo depois estou de volta a dormir.

A claridade a bater-me nos olhos, deviam ser 6:30h, tiro as três canas e faço só um pesqueiro com o resto das bolas. Deixo as linhas fora de água, é tempo para mais um café.

Começam a chegar os rapazes do domingo, dois dedos de conversa e dizem-me que WP esteve muito mau. Um bivvy foi com o vento e um pescador teve que ir ao hospital depois de ter caído no pesqueiro e torcido o pé e o joelho.

Começa a chover miudinho, as canas voltam à água. 9, 10, 11h e nada. Nem os patos saíam de baixo das árvores.

São 13h e parou de chover. Hora de arrumar tudo. Quando chego a casa tiro a montagem e reparo que o anzol abriu. Pelo menos 5o, abro a carteira dos anzóis e todos da mesma marca vão para o lixo. Era a quarta vez que isto se passava, não iria permitir que acon-tecesse outra vez. O mesmo já se passou com os estralhos da marca e deixei de usar. Não vale a pena pensar no que poderia ter sido.

Terça-feira depois do trabalho volto a HF. Lanço umas bolas. Quarta-feira repete-se. Na sexta-feira volto e engodo com bolas e uns PVA de pellets. Sábado de manhã o mesmo.

Só tinha domingo de manhã para pescar, então preparei tudo, carrego o carro na noite anterior, 6h da manhã estou pronto e vou por aí fora. Quando chego já faz luz e o Lee está na outra margem. Dois dedos de conversa e ele diz que era para pescar no meu lado mas como sabe que estive a engodar fica por ali. Ele estava a arrumar depois de uma noite em branco. Uma hora depois ele aparece para um prometido café. São 9h da manhã e ele vai trabalhar.

Como já estou habituado, o carro começa a ser um bom sítio para se sentar. 10:15h, dois bips, mais dois, mais um, passam uns minutos e aí vamos nós. Desta vez sente-se o que é, uma Carpa, de um lado para o outro e uns esticões, a querer entrar na erva, não deixo que ela ganhe fio. Uma luta curta e está na margem.

Uma cor clara. Aos poucos ela chega-se à margem e num movi-mento brusco, ponho lhe o camaroeiro por baixo… está na rede! Depois de três meses em branco já não era sem tempo!

Não era grande mas o que interessa é que se colhe o trabalho que se fez.

São 13h e tenho de arrumar e ir. Volto no final de fevereiro mas é certo que venho dois a três dias por semana para engodar. Só assim é que tiro a Clarice.

Até à próxima. Tight Lines. André Garcia

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Page 88: Digital Carp Magazine #03

Sábado, 18 de janeiro, sem pré-engodagem e sem bolas feitas, tudo em cima do joelho! Mas o carro está carregado e são 8:30h da manhã. Paro no supermercado para comprar comida e café.

Meia hora mais tarde estou na loja e uma conversa puxa outra, ninguém tem apanhado nada. Nada em Water Park, nada no lago da A12 (uma via rápida que atravessa Essex e passa por Colchester), nada em Arlesford e muito menos em HF pois tem estado fechado. 2kg de Green Beast da DT, 250ml de asticôt e vamos ver o que dá.

Depois de dar um par de voltas a HF não consigo encontrar um bom local onde colocar o Bivvy. A água está a transbordar e os pesqueiros estão um lamaçal. Será que vou ficar ou parto para Water Park em Ipswich? Uma chamada para descobrir quem lá está. Ninguém atende e decido ficar no meu pesqueiro preferido. Meio quilo de bolas para o pesqueiro, deixo-as pelo menos meia hora antes de lançar as canas, todas com CHODs. Não vou arriscar, monta-gem mais fácil, tenho também umas montagens Withy Pool e umas montagens Inline. Faço seis montagens extra, será para mudar às 23h e novamente às 06h da manhã do dia seguinte, se não houver arran-ques antes.

Pelas 14hrs decido não montar o bivvy, não há um lugar em boas condições. Fico no carro, pode ser uma noite mal ou bem passa-da, pelo menos tenho aquecimento. São 16h e começa a chover, o telefone toca e são os parentes de Ipswich. Está a chover granizo, o vento levantou e está a mexer com as tendas todas. Pelas 17:30h a página de WP no FB esta com um alerta para se necessário chama-rem os guardas para os ajudarem a carregar o carro e deixarem sair. Um temporal “levado da breca”.

19h, aí vem ela, chega muito forte e vêem-se relâmpagos ao longe. Em minutos a trovoada está em cima de mim. Grande ideia a do carro, se estivesse no bivvy não estaria muito seguro. Temos relâmpagos, granizo, ventos, os alarmes a gritarem com o vento. Uma festa autêntica. Nem que a Clarice venha agora, muita pena mas não pego em canas até que as luzes dos Deuses se vão.

40 Minutos mais tarde e o céu torna-se tão limpo que parece verão. É tempo de mais um café, pôr algum calor no corpo frio. Estão 4oC, fresco.

Pelas 23h um toque. Alguns minutos e uma corrida de 5 ou 6 bips. Sem mais nem menos a cana do meio dá uma tirada e estamos ferrados. Não esperava ação esta noite, mas sim pela manhã, melhor assim!

Sente-se ser um bom peixe. Mas o arranque não tem nada a ver

com Carpa. Não pára de atravessar da esquerda para direita e voltar para a esquerda. Nem sequer tenta entrar nas ervas.

Temos Siluro meus meninos, temos siluro. A cana começa a vergar e eu começo a ganhar um pouco de terreno. Ele pede mais linha. E assim ficamos neste impasse por 10 minutos.

Com espadanas à esquerda e uma barra de cascalho à direita

tenho de o trazer direitinho, caso contrário é certo que o vou perder. Com a água tão alta tenho também o problema de não ter água

funda na margem, mas se isso é um problema ou não depende do tamanho do peixe, não parecia ter mais de 35 ou 40Lb, mesmo assim tinha que jogar bem.

Com a lanterna em luz vermelha para não o assustar começo a ver uma ondulação na água a uns 8 metros de mim, puxo um pouco mais e ele levantou a cauda fora de água. Estava admirado, ele não devia estar acordado com água tão fria, não esperava um Siluro no inverno.

Um pouco mais de luta e já lá vão mais de 20 minutos, começo a

notar o reflexo nos olhos, duas pedras pequenas como se fossem estrelas caídas. Finalmente ele vem à tona e mostra-me a boca e e logo depois a cabeça, vê-se com toda a claridade uma manca branca na testa.

CALÍGULA, não podia ser! Ele não saia havia mais de três anos e

Depois de todo o alarido das festas de Natal e passagem de ano, é tempo de voltar ao trabalho.

Umas valentes semanas sem ir ao lago e estou com uma vontade de ir ver como está tudo. Disse-ram- me que a água estava alta, que tinham cortado as árvores que definem o perímetro da propriedade e que o vento estava de cortar. Home Farm (HF) sempre foi uma água agitada pelo vento, mesmo no verão é uma água assolada por ventos de Este, frio como uma faca.

É sábado, temos tempo, mas primeiro passamos pela loja para ver como estão as coisas, ver quem tem ido a HF ou quem se tem concentrado noutras águas.

Por certo, e como esperava, a história volta-se para as chuvas fortes, cheias e estradas cortadas, rios que saltam as margens e campos que se enchem de água, lagos que são inundados e perdem as grandes Carpas para os rios quando as águas retraem.

É uma água difícil, e perder tempo no inverno não é muito do agrado de quem quer apanhar uma ou duas carpas.

Todos me dizem que não tenho juízo e que estou a perder tempo, que seria melhor ir para Arlesford pois têm saído algumas Carpas. Tenho de dizer que a ideia é de considerar, mas prefiro fazer 24 horas para confirmar do que avançar logo de início para sessões de alguns dias. As carpas em Arlesford são lindas, de uma cor tão escura que são muito parecidas com Redmire ou Fox Pool.

Tenho de lá ir ver… A conversa volta-se para

irmos a uma água comercial aqui perto, Suffolk Waterpark (http://www.suffolkwaterpark.co.uk/), um sitio para tirar barriga de misérias. Estou a combinar uma sessão lá com o amigo João Costa que agora também está em Londres. Só estou à espera de um pouco mais de luz e da sua disponibilidade para

fazermos lá 24 ou 48horas de bom convívio e boa pesca…

Já é tarde, 11:30h, é melhor ir ver HF…

Mal se chega ao portão dá para ver que a cota está na altura máxima. Botas postas e começo uma volta ao lago. Logo confirmo que é impossível ter um pesqueiro onde se possa passar por algum tempo.

No meu pesqueiro preferido é impossível colo-car um bivvy, a terra está embebida em água, é só colocar peso no solo e ficamos enterrados até aos tornozelos.

Embora não tenha problemas com condições extremas isto está a começar a preocupar-me. Passei pelo ponto em que em outubro estava no meio das árvores, agora estávamos a uns quinze metros desse local. Conforme vou andando à volta deixo umas bolas nas margens, a água está clara como Gin, vê-se o fundo para lá de quatro ou cinco metros da margem… nunca vi HF assim!

Mais uma volta e deixei lá todas as bolas. Não há Carpas nas margens! Não é de admirar mas com estes Cyprinus Carpios temos de esperar tudo!

Na minha viagem encontrei o dono e em conver-sa perguntei pela possibilidade de pescar no domin-go, dia seguinte, e no próximo fim-de-semana. Muito rapidamente fui posto ao corrente que não podia pois estavam ainda a cortar algumas árvores e havia máquinas pesadas a trabalhar na área e à volta do lago. Na verdade as estradas estavam destruídas pelos tratores.

Assim temos de repensar a estratégia. Mas estou de volta dentro de três semanas. Talvez possa passar uns bons momentos em Arlesford. Esta é uma água que tem Carpas que nos proporcionam grandes lutas, com pesos até os 16kg. São esguias como

cobras e desconfiadas como veados. Saíram duas no sábado passado, vamos a ver se este domingo será o meu dia!

O Arlesford é uma pedreira escavada numa encosta e com profundidades de 3 a 8 metros. Com um comprimento pouco mais de 110 metros e com uma largura de 20 a 40 metros. Tem uma boa quanti-dade de erva na parte mais baixa e neste caso também mais larga, é um bom sítio por onde come-çar, tentar a sorte se elas lá estiverem.

Domingo 5:30h e estou a “carregar o burro”. Muito leve desta vez, as canas, isco e comida. Um bornal para o café e comida, não esquecer o carrinho de mão pois Arlesford não é HF. Estacionar, e depois temos de descer mais de 20 metros por escadas ou dar meia volta ao lago com o carrinho! Mais vale o carrinho…

O termómetro marcava 0oC quando cheguei, o sol estava a sair, as aves acordavam e começavam a voar de um lado para o outro. Duas voltas ao lago, não se vê nenhum movimento.

Como o sol está irá aquecer a parte mais baixa do lago, será mais que certo que elas virão.

Mais dois Pescadores a chegar, mais dois dedos de conversa e montamos as coisas. A tática é simples, procurar uns buracos no meio da erva, uns sacos de PVA e é só esperar. Para aromas é simples, como é inverno terá de ser Tutti-Fruti e Source da Dynamite. Mudar as montagens de local a cada duas horas.

Pelas 14horas há alguns toques de linha mas nada de ferrar. Tenho mais hora e meia de pesca até ao pôr do sol. Está a ser uma luta contra o tempo.

No outro lado do lago não houve movimento, os dois senhores arrumaram e foram embora. Eu começo a fazer o mesmo, fico por aqui com mais um dia de pesca, um sol de inverno e com o camaroeiro seco.

Nem tudo foi mau, elas ainda estão ativas, pode ser que só no meio das ervas pois é onde a água está

mais quente. Deixo umas bolas e a meio da semana venho tentar novamente. O Inverno está a mostrar-se uma inquietação.

Sábado, 11 de Janeiro, de volta a Arlesford para lançar mais umas bolas. Depois, mais uns dedos de conversa com Lee, um pescador regular nesta água. Umas informações importantes, mais umas dicas, duas horas mais tarde estou a pôr umas bolas para voltar amanhã bem cedo.

Domingo de manhã, depois de carregar o carri-nho de mão, desço a rampa para o pesqueiro. Logo que dou a volta vejo que o pesqueiro está ocupado. Este é o mal de ser um club, dois no mesmo pesquei-ro, 6 canas. Um bom dia e sigo em frente. Não há muita conversa e fico no meio do lago. Fim da erva e princípio da gravilha e cascas de mexilhão. Não gosto muito mas também lá tinha deixado algumas bolas, já prevendo que isto podia acontecer.

A tática é a mesma da sessão anterior, mesmo sabores e quantidades, mas antes de tudo, um café. Preciso aquecer. 08:00h e temos 3oC ao sol. Estou com a sensação que vamos molhar o camaroeiro.

10h da manha e nada, tiro as duas canas e ponho uma na margem adjacente. Outra debaixo de uma árvore e pesco de carreto trancado pois a montagem está muito perto dos paus. Passados 20 minutos tenho três toques. Será desta?

Meia hora mais tarde e nada. O Lee liga-me para

confirmar que estou à pesca e que aparece dentro de uma hora. Deixo a cana na margem oposta e ponho a outra no meio do lago. Quando o Lee chega traz notícias que os dois pescadores que estavam no pesqueiro que eu pretendia ir ainda não tinham apanhado nada, nem um único toque. Mas pela conversa descobre que eles sabiam que alguém estava a engodar o local. Sem deixar perceber nada, ele não se descoseu e eles ficaram sem saber quem era. (nr: esperemos que não leiam este artigo )

14h, as canas têm andado de um lado para o outro mas não houve muito mais movimento. Está na hora de ir. Gostaria de ter mais uns dias aqui. É um lugar sossegado e bonito mas para a semana são 24h em HF.

a última vez tinha 48Lb! Mas não parecia ser tão grande, não parecia ter mais de metro e meio, mas a boca tinha pelo menos mão e meia.

Ponho o camaroeiro na água e preparo-me para o meter lá dentro, ele dá um puxão e leva uns metros de linha, a cana verga a 90º e ele puxa um pouco mais, dou-lhe uma volta de manivela e a pressão alivia um pouco.

ERRO GRANDE, GRANDE, GRANDE mesmo. Ele dá um puxão e desferra.

Uma chapada com o rabo na agua e deixo de o ver. Fico à espera na esperança que ele se volte a ferrar no anzol. A adrenalina começa a passar e os braços começam a sentir o esforço. Mais alguns momentos e conformei-me que não ia voltar. O desapontamento era grande, minha culpa, um erro de novato.

Sem pensar mais no assunto tiro a montagem e troco por outra previamente preparada. Depois de lançar as montagens engodei com umas bolas e voltei para o carro.

Não quero pensar no que se passou, não tenho cabeça para diagnosticar o problema. Acabo de ouvir o fim de uma peça de teatro na rádio e adormeço.

São 3h da manhã quando uns bips me acordam, desta vez na cana da direita. Algum tempo depois estou de volta a dormir.

A claridade a bater-me nos olhos, deviam ser 6:30h, tiro as três canas e faço só um pesqueiro com o resto das bolas. Deixo as linhas fora de água, é tempo para mais um café.

Começam a chegar os rapazes do domingo, dois dedos de conversa e dizem-me que WP esteve muito mau. Um bivvy foi com o vento e um pescador teve que ir ao hospital depois de ter caído no pesqueiro e torcido o pé e o joelho.

Começa a chover miudinho, as canas voltam à água. 9, 10, 11h e nada. Nem os patos saíam de baixo das árvores.

São 13h e parou de chover. Hora de arrumar tudo. Quando chego a casa tiro a montagem e reparo que o anzol abriu. Pelo menos 5o, abro a carteira dos anzóis e todos da mesma marca vão para o lixo. Era a quarta vez que isto se passava, não iria permitir que acon-tecesse outra vez. O mesmo já se passou com os estralhos da marca e deixei de usar. Não vale a pena pensar no que poderia ter sido.

Terça-feira depois do trabalho volto a HF. Lanço umas bolas. Quarta-feira repete-se. Na sexta-feira volto e engodo com bolas e uns PVA de pellets. Sábado de manhã o mesmo.

Só tinha domingo de manhã para pescar, então preparei tudo, carrego o carro na noite anterior, 6h da manhã estou pronto e vou por aí fora. Quando chego já faz luz e o Lee está na outra margem. Dois dedos de conversa e ele diz que era para pescar no meu lado mas como sabe que estive a engodar fica por ali. Ele estava a arrumar depois de uma noite em branco. Uma hora depois ele aparece para um prometido café. São 9h da manhã e ele vai trabalhar.

Como já estou habituado, o carro começa a ser um bom sítio para se sentar. 10:15h, dois bips, mais dois, mais um, passam uns minutos e aí vamos nós. Desta vez sente-se o que é, uma Carpa, de um lado para o outro e uns esticões, a querer entrar na erva, não deixo que ela ganhe fio. Uma luta curta e está na margem.

Uma cor clara. Aos poucos ela chega-se à margem e num movi-mento brusco, ponho lhe o camaroeiro por baixo… está na rede! Depois de três meses em branco já não era sem tempo!

Não era grande mas o que interessa é que se colhe o trabalho que se fez.

São 13h e tenho de arrumar e ir. Volto no final de fevereiro mas é certo que venho dois a três dias por semana para engodar. Só assim é que tiro a Clarice.

Até à próxima. Tight Lines. André Garcia

88

Page 89: Digital Carp Magazine #03

Sábado, 18 de janeiro, sem pré-engodagem e sem bolas feitas, tudo em cima do joelho! Mas o carro está carregado e são 8:30h da manhã. Paro no supermercado para comprar comida e café.

Meia hora mais tarde estou na loja e uma conversa puxa outra, ninguém tem apanhado nada. Nada em Water Park, nada no lago da A12 (uma via rápida que atravessa Essex e passa por Colchester), nada em Arlesford e muito menos em HF pois tem estado fechado. 2kg de Green Beast da DT, 250ml de asticôt e vamos ver o que dá.

Depois de dar um par de voltas a HF não consigo encontrar um bom local onde colocar o Bivvy. A água está a transbordar e os pesqueiros estão um lamaçal. Será que vou ficar ou parto para Water Park em Ipswich? Uma chamada para descobrir quem lá está. Ninguém atende e decido ficar no meu pesqueiro preferido. Meio quilo de bolas para o pesqueiro, deixo-as pelo menos meia hora antes de lançar as canas, todas com CHODs. Não vou arriscar, monta-gem mais fácil, tenho também umas montagens Withy Pool e umas montagens Inline. Faço seis montagens extra, será para mudar às 23h e novamente às 06h da manhã do dia seguinte, se não houver arran-ques antes.

Pelas 14hrs decido não montar o bivvy, não há um lugar em boas condições. Fico no carro, pode ser uma noite mal ou bem passa-da, pelo menos tenho aquecimento. São 16h e começa a chover, o telefone toca e são os parentes de Ipswich. Está a chover granizo, o vento levantou e está a mexer com as tendas todas. Pelas 17:30h a página de WP no FB esta com um alerta para se necessário chama-rem os guardas para os ajudarem a carregar o carro e deixarem sair. Um temporal “levado da breca”.

19h, aí vem ela, chega muito forte e vêem-se relâmpagos ao longe. Em minutos a trovoada está em cima de mim. Grande ideia a do carro, se estivesse no bivvy não estaria muito seguro. Temos relâmpagos, granizo, ventos, os alarmes a gritarem com o vento. Uma festa autêntica. Nem que a Clarice venha agora, muita pena mas não pego em canas até que as luzes dos Deuses se vão.

40 Minutos mais tarde e o céu torna-se tão limpo que parece verão. É tempo de mais um café, pôr algum calor no corpo frio. Estão 4oC, fresco.

Pelas 23h um toque. Alguns minutos e uma corrida de 5 ou 6 bips. Sem mais nem menos a cana do meio dá uma tirada e estamos ferrados. Não esperava ação esta noite, mas sim pela manhã, melhor assim!

Sente-se ser um bom peixe. Mas o arranque não tem nada a ver

com Carpa. Não pára de atravessar da esquerda para direita e voltar para a esquerda. Nem sequer tenta entrar nas ervas.

Temos Siluro meus meninos, temos siluro. A cana começa a vergar e eu começo a ganhar um pouco de terreno. Ele pede mais linha. E assim ficamos neste impasse por 10 minutos.

Com espadanas à esquerda e uma barra de cascalho à direita

tenho de o trazer direitinho, caso contrário é certo que o vou perder. Com a água tão alta tenho também o problema de não ter água

funda na margem, mas se isso é um problema ou não depende do tamanho do peixe, não parecia ter mais de 35 ou 40Lb, mesmo assim tinha que jogar bem.

Com a lanterna em luz vermelha para não o assustar começo a ver uma ondulação na água a uns 8 metros de mim, puxo um pouco mais e ele levantou a cauda fora de água. Estava admirado, ele não devia estar acordado com água tão fria, não esperava um Siluro no inverno.

Um pouco mais de luta e já lá vão mais de 20 minutos, começo a

notar o reflexo nos olhos, duas pedras pequenas como se fossem estrelas caídas. Finalmente ele vem à tona e mostra-me a boca e e logo depois a cabeça, vê-se com toda a claridade uma manca branca na testa.

CALÍGULA, não podia ser! Ele não saia havia mais de três anos e

Depois de todo o alarido das festas de Natal e passagem de ano, é tempo de voltar ao trabalho.

Umas valentes semanas sem ir ao lago e estou com uma vontade de ir ver como está tudo. Disse-ram- me que a água estava alta, que tinham cortado as árvores que definem o perímetro da propriedade e que o vento estava de cortar. Home Farm (HF) sempre foi uma água agitada pelo vento, mesmo no verão é uma água assolada por ventos de Este, frio como uma faca.

É sábado, temos tempo, mas primeiro passamos pela loja para ver como estão as coisas, ver quem tem ido a HF ou quem se tem concentrado noutras águas.

Por certo, e como esperava, a história volta-se para as chuvas fortes, cheias e estradas cortadas, rios que saltam as margens e campos que se enchem de água, lagos que são inundados e perdem as grandes Carpas para os rios quando as águas retraem.

É uma água difícil, e perder tempo no inverno não é muito do agrado de quem quer apanhar uma ou duas carpas.

Todos me dizem que não tenho juízo e que estou a perder tempo, que seria melhor ir para Arlesford pois têm saído algumas Carpas. Tenho de dizer que a ideia é de considerar, mas prefiro fazer 24 horas para confirmar do que avançar logo de início para sessões de alguns dias. As carpas em Arlesford são lindas, de uma cor tão escura que são muito parecidas com Redmire ou Fox Pool.

Tenho de lá ir ver… A conversa volta-se para

irmos a uma água comercial aqui perto, Suffolk Waterpark (http://www.suffolkwaterpark.co.uk/), um sitio para tirar barriga de misérias. Estou a combinar uma sessão lá com o amigo João Costa que agora também está em Londres. Só estou à espera de um pouco mais de luz e da sua disponibilidade para

fazermos lá 24 ou 48horas de bom convívio e boa pesca…

Já é tarde, 11:30h, é melhor ir ver HF…

Mal se chega ao portão dá para ver que a cota está na altura máxima. Botas postas e começo uma volta ao lago. Logo confirmo que é impossível ter um pesqueiro onde se possa passar por algum tempo.

No meu pesqueiro preferido é impossível colo-car um bivvy, a terra está embebida em água, é só colocar peso no solo e ficamos enterrados até aos tornozelos.

Embora não tenha problemas com condições extremas isto está a começar a preocupar-me. Passei pelo ponto em que em outubro estava no meio das árvores, agora estávamos a uns quinze metros desse local. Conforme vou andando à volta deixo umas bolas nas margens, a água está clara como Gin, vê-se o fundo para lá de quatro ou cinco metros da margem… nunca vi HF assim!

Mais uma volta e deixei lá todas as bolas. Não há Carpas nas margens! Não é de admirar mas com estes Cyprinus Carpios temos de esperar tudo!

Na minha viagem encontrei o dono e em conver-sa perguntei pela possibilidade de pescar no domin-go, dia seguinte, e no próximo fim-de-semana. Muito rapidamente fui posto ao corrente que não podia pois estavam ainda a cortar algumas árvores e havia máquinas pesadas a trabalhar na área e à volta do lago. Na verdade as estradas estavam destruídas pelos tratores.

Assim temos de repensar a estratégia. Mas estou de volta dentro de três semanas. Talvez possa passar uns bons momentos em Arlesford. Esta é uma água que tem Carpas que nos proporcionam grandes lutas, com pesos até os 16kg. São esguias como

cobras e desconfiadas como veados. Saíram duas no sábado passado, vamos a ver se este domingo será o meu dia!

O Arlesford é uma pedreira escavada numa encosta e com profundidades de 3 a 8 metros. Com um comprimento pouco mais de 110 metros e com uma largura de 20 a 40 metros. Tem uma boa quanti-dade de erva na parte mais baixa e neste caso também mais larga, é um bom sítio por onde come-çar, tentar a sorte se elas lá estiverem.

Domingo 5:30h e estou a “carregar o burro”. Muito leve desta vez, as canas, isco e comida. Um bornal para o café e comida, não esquecer o carrinho de mão pois Arlesford não é HF. Estacionar, e depois temos de descer mais de 20 metros por escadas ou dar meia volta ao lago com o carrinho! Mais vale o carrinho…

O termómetro marcava 0oC quando cheguei, o sol estava a sair, as aves acordavam e começavam a voar de um lado para o outro. Duas voltas ao lago, não se vê nenhum movimento.

Como o sol está irá aquecer a parte mais baixa do lago, será mais que certo que elas virão.

Mais dois Pescadores a chegar, mais dois dedos de conversa e montamos as coisas. A tática é simples, procurar uns buracos no meio da erva, uns sacos de PVA e é só esperar. Para aromas é simples, como é inverno terá de ser Tutti-Fruti e Source da Dynamite. Mudar as montagens de local a cada duas horas.

Pelas 14horas há alguns toques de linha mas nada de ferrar. Tenho mais hora e meia de pesca até ao pôr do sol. Está a ser uma luta contra o tempo.

No outro lado do lago não houve movimento, os dois senhores arrumaram e foram embora. Eu começo a fazer o mesmo, fico por aqui com mais um dia de pesca, um sol de inverno e com o camaroeiro seco.

Nem tudo foi mau, elas ainda estão ativas, pode ser que só no meio das ervas pois é onde a água está

mais quente. Deixo umas bolas e a meio da semana venho tentar novamente. O Inverno está a mostrar-se uma inquietação.

Sábado, 11 de Janeiro, de volta a Arlesford para lançar mais umas bolas. Depois, mais uns dedos de conversa com Lee, um pescador regular nesta água. Umas informações importantes, mais umas dicas, duas horas mais tarde estou a pôr umas bolas para voltar amanhã bem cedo.

Domingo de manhã, depois de carregar o carri-nho de mão, desço a rampa para o pesqueiro. Logo que dou a volta vejo que o pesqueiro está ocupado. Este é o mal de ser um club, dois no mesmo pesquei-ro, 6 canas. Um bom dia e sigo em frente. Não há muita conversa e fico no meio do lago. Fim da erva e princípio da gravilha e cascas de mexilhão. Não gosto muito mas também lá tinha deixado algumas bolas, já prevendo que isto podia acontecer.

A tática é a mesma da sessão anterior, mesmo sabores e quantidades, mas antes de tudo, um café. Preciso aquecer. 08:00h e temos 3oC ao sol. Estou com a sensação que vamos molhar o camaroeiro.

10h da manha e nada, tiro as duas canas e ponho uma na margem adjacente. Outra debaixo de uma árvore e pesco de carreto trancado pois a montagem está muito perto dos paus. Passados 20 minutos tenho três toques. Será desta?

Meia hora mais tarde e nada. O Lee liga-me para

confirmar que estou à pesca e que aparece dentro de uma hora. Deixo a cana na margem oposta e ponho a outra no meio do lago. Quando o Lee chega traz notícias que os dois pescadores que estavam no pesqueiro que eu pretendia ir ainda não tinham apanhado nada, nem um único toque. Mas pela conversa descobre que eles sabiam que alguém estava a engodar o local. Sem deixar perceber nada, ele não se descoseu e eles ficaram sem saber quem era. (nr: esperemos que não leiam este artigo )

14h, as canas têm andado de um lado para o outro mas não houve muito mais movimento. Está na hora de ir. Gostaria de ter mais uns dias aqui. É um lugar sossegado e bonito mas para a semana são 24h em HF.

a última vez tinha 48Lb! Mas não parecia ser tão grande, não parecia ter mais de metro e meio, mas a boca tinha pelo menos mão e meia.

Ponho o camaroeiro na água e preparo-me para o meter lá dentro, ele dá um puxão e leva uns metros de linha, a cana verga a 90º e ele puxa um pouco mais, dou-lhe uma volta de manivela e a pressão alivia um pouco.

ERRO GRANDE, GRANDE, GRANDE mesmo. Ele dá um puxão e desferra.

Uma chapada com o rabo na agua e deixo de o ver. Fico à espera na esperança que ele se volte a ferrar no anzol. A adrenalina começa a passar e os braços começam a sentir o esforço. Mais alguns momentos e conformei-me que não ia voltar. O desapontamento era grande, minha culpa, um erro de novato.

Sem pensar mais no assunto tiro a montagem e troco por outra previamente preparada. Depois de lançar as montagens engodei com umas bolas e voltei para o carro.

Não quero pensar no que se passou, não tenho cabeça para diagnosticar o problema. Acabo de ouvir o fim de uma peça de teatro na rádio e adormeço.

São 3h da manhã quando uns bips me acordam, desta vez na cana da direita. Algum tempo depois estou de volta a dormir.

A claridade a bater-me nos olhos, deviam ser 6:30h, tiro as três canas e faço só um pesqueiro com o resto das bolas. Deixo as linhas fora de água, é tempo para mais um café.

Começam a chegar os rapazes do domingo, dois dedos de conversa e dizem-me que WP esteve muito mau. Um bivvy foi com o vento e um pescador teve que ir ao hospital depois de ter caído no pesqueiro e torcido o pé e o joelho.

Começa a chover miudinho, as canas voltam à água. 9, 10, 11h e nada. Nem os patos saíam de baixo das árvores.

São 13h e parou de chover. Hora de arrumar tudo. Quando chego a casa tiro a montagem e reparo que o anzol abriu. Pelo menos 5o, abro a carteira dos anzóis e todos da mesma marca vão para o lixo. Era a quarta vez que isto se passava, não iria permitir que acon-tecesse outra vez. O mesmo já se passou com os estralhos da marca e deixei de usar. Não vale a pena pensar no que poderia ter sido.

Terça-feira depois do trabalho volto a HF. Lanço umas bolas. Quarta-feira repete-se. Na sexta-feira volto e engodo com bolas e uns PVA de pellets. Sábado de manhã o mesmo.

Só tinha domingo de manhã para pescar, então preparei tudo, carrego o carro na noite anterior, 6h da manhã estou pronto e vou por aí fora. Quando chego já faz luz e o Lee está na outra margem. Dois dedos de conversa e ele diz que era para pescar no meu lado mas como sabe que estive a engodar fica por ali. Ele estava a arrumar depois de uma noite em branco. Uma hora depois ele aparece para um prometido café. São 9h da manhã e ele vai trabalhar.

Como já estou habituado, o carro começa a ser um bom sítio para se sentar. 10:15h, dois bips, mais dois, mais um, passam uns minutos e aí vamos nós. Desta vez sente-se o que é, uma Carpa, de um lado para o outro e uns esticões, a querer entrar na erva, não deixo que ela ganhe fio. Uma luta curta e está na margem.

Uma cor clara. Aos poucos ela chega-se à margem e num movi-mento brusco, ponho lhe o camaroeiro por baixo… está na rede! Depois de três meses em branco já não era sem tempo!

Não era grande mas o que interessa é que se colhe o trabalho que se fez.

São 13h e tenho de arrumar e ir. Volto no final de fevereiro mas é certo que venho dois a três dias por semana para engodar. Só assim é que tiro a Clarice.

Até à próxima. Tight Lines. André Garcia

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Page 90: Digital Carp Magazine #03

Técnicas Truques & Dicas

Há muitos pescadores que ambicionam pescar o mais longe possível, e segundo o que temos lido em relação à competição, pescar longe pode ser uma mais-valia. Mas será que o peixe só anda longe? Devemos pescar sempre longe? Não, o peixe também pode nadar bem perto de nós, por vezes mesmo aos nossos pés, é tudo uma questão de analisar a situação em si.

Ainda assim, esta é uma dica para quem por norma pesca longe, tão longe que as montagens são colocadas de barco.

Ao colocar as montagens de barco, a longa distância, corremos o risco de ter um arranque falhado, ou uma captura que se perdeu, e pode ser um erro ir colocar de novo a montagem, pois o peixe pode andar a comer. Isto iria estragar uma pos-sível oportunidade de captura. Esta situação pode ser ainda mais desa-gradável se for no período noturno, quando a serenidade deve ser máxima. Devemos então deixar uma das canas sem pescar? Não, e para que isto não aconteça deve-mos criar um pesqueiro, ao alcance de um lançamento, que durante a sessão pode ir sendo engodado regularmente e usado quando a situação o exigir.

Pescar Longe, e Perto!

Ao passar o estralho pelo pva, devemos ter cuidado para que a ponta do anzol não se espete numa pellet ou pedaço de boilie, deixando-o ineficaz na ferragem.

PVA

Um exemplo de uma captura a menos de cinco metros da margem,com uma montagem colocada à mão.

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Page 91: Digital Carp Magazine #03

ANÁLISE

Apresentadas inicialmente apenas em versão de 12 pés, este modelo é fabricado em três medidas; 2.75lb muito utilizada a curto alcance, usando linhas mais finas e anzois mais pequenos, 3lb sendo esta um faz-tudo podendo ser utilizada em distâncias até 100m e finalmente 3.25lb como cana para longos lançamen-tos com a qual se pode alcançar distâncias de 150m com a técnica correta.

Em 2014, chega-nos a versão 13 pés 3.5lb para os lançamentos acima dos 170m. Com um “blank” super fino de ação progressiva, esta cana combina beleza e força com tecnologia de ponta. São fabricadas em carbono de alta pressão (HPC - Hi-Pressure Carbon) o que permitiu obter canas mais resistentes e com maior poder de reação. Vem ainda fortalecida no primeiro elemento e na união com carbono 3K.

A sua ação progressiva adornada com uma ponteira anti emara-nhamento de 16mm de carboneto de silício e um passador inicial de 50mm, permite longos lançamentos, não obstante de propor-cionar enorme sensibilidade na luta direta com o peixe na margem. O apoio traseiro anti riscos é em aço inoxidável, tem proteção em manga termo retrátil em todo braço até ao acento do carreto, este também em carbono 3K.

Possui ainda um travão colocado por dentro do temo retrátil que impede que a cana seja arrastada de cima do apoio do rod pod durante aqueles arranques mais violentos. O Clip de linha é em plástico em vez de carbono como é habitual, evitando assim a possibilidade de danificar o fio quando este lá permanece por longos períodos de tempo. Estes são os atributos principais destas magníficas canas que garantidamente não o irão deixar ficar mal, uma bela peça de equipamento que dará vantagem a quem as adquirir.

Nuno Silva

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Page 92: Digital Carp Magazine #03

No passado dia 8 de Dezembro a APCF cumpriu mais um aniversário. Esta foi também a data em que se realizaram eleições, sendo o Ricardo Pimenta eleito como novo presidente. De certeza que não surpreendeu ninguém, pois além de ser um dos fundadores, é também uma das pessoas que mais defende a associação. A DCM fez o convite para uma pequena entrevista, que prontamente foi aceite.

Podem conferir nas próximas linhas…

DCM: Olá Ricardo, como vais?RP: Bem, obrigado.

DCM: Antes de mais parabéns, és o novo presidente da Associação Portuguesa de Carp Fishing.

RP: Obrigado, é uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo uma grande honra para mim.

DCM: Quem está contigo atualmente na direção?RP: Pedro Leitão, João Sousa, Gabriel Pereira e

Pedro Ramos.

DCM: Tudo gente de trabalho! Já fazias parte da direção anterior, portanto estavas envolvido nos seus projetos. Esta nova direção pretende seguir o rumo traçado pela anterior ou há planos para mudar alguma coisa?

RP: Iremos seguir com alguns projectos já inicia-dos, vamos colocar em prática algumas ideias que já vinham sendo faladas, no fundo iremos aproveitar o que achamos que está correto, mudar aquilo que acha-mos que já não faz sentido e prepararmo-nos para o futuro. Isto tudo indo ao encontro de uma APCF cada vez mais forte.

DCM: Quantos sócios tem a associação atualmente?RP: Muito perto de 100 associados.

DCM: Para uma pessoa que não conheça minima-mente a associação quais os argumentos que usarias para a convencer a tornar-se sócia?

RP: Se estamos a falar em argumentos para convencer, existem vários mas depende muito da pessoa, se já é pescador, se vai iniciar-se na pesca, se já

faz Carp Fishing ou se nunca o fez, etc. Mas sincera-mente, sei que é importante para uma associação aumentar o número de associados, mas não tenho esse lema de convencer. Vejo as coisas de outro ponto de vista, gosto de apresentar APCF, mostrar o espírito, os projetos e as ideias, não vendê-la como produto. Faz-me parecer um investimento e para mim a APCF não é isso. Depois dessa apresentação e de tomarem conhecimento sobre a APCF, as pessoas que se identifi-carem e acreditarem que é uma associação válida e estiverem dispostas a entrar serão muito bem-vindas!

DCM: Quais são os principais objetivos da Asso-ciação?

RP: Os objectivos no meu entender devem ser criados por fases e olhando à realidade da associação. Dito isto, o nosso grande objectivo é daqui a mais 6

anos fazer como hoje, olhar para trás e dizer: valeu a pena, a modalidade está crescer, o Carp Fishing em Portugal está no bom caminho! Isto irá dar à APCF mais força para continuar o seu trajeto.

DCM: Apesar de a APCF ter sido criada por pescadores do norte, hoje tem sócios por todo o país, ainda assim são apenas uma minoria em relação à quantidade de carpistas que há em Portugal. Consegues perceber qual o motivo?

RP: Gosto mais de referir que APCF foi criada por um grupo de pescadores que tomaram a iniciativa de criar algo, que foram pró-ativos, que se aventuraram e que por acaso eram do norte! Mas respondendo à pergunta, sinceramente não sei quantas pessoas fazem Carp Fishing em Portugal, mas já serão bastantes nesta altura, e não tenho dúvidas que para tal a APCF

também contribuiu bastante. Motivos para não serem sócios pode haver vários, é difícil saber as razões ao certo, mas esta-mos contentes com a evolução feita ao longo destes anos. Não nos podemos esquecer que quando foi criada a APCF, o Carp Fishing era uma pesca quase inexistente no nosso país, pelo menos na parte lúdica. DCM: Como é claro, quanto mais sócios a APCF tiver, mais peso terá no panorama nacional de Carp Fishing. Que medi-das a atual direção pretende tomar para alterar esses números?

RP: É claro que quanto mais sócios tiver a APCF, mais força irá ter. Mas a única coisa que posso prometer é que a APCF vai continuar a trabalhar e a realizar os seus projectos e com isso ajudar a desenvolver a modalidade, pois como costumo dizer, a APCF são os seus associados e será aquilo que eles quiserem que seja! Logo, se trabalharmos em conjunto e todos em prol do mesmo, os projetos vão-se reali-zando e o aparecimento de novos sócios será uma conse-quência natural. Quando falo em projectos estou englobar aqui todo o tipo de actividades, coisa que é muito importante nesse capítulo.

DCM: Sim, no fundo todos os sócios de uma associação esperam que esta seja ativa, e muitas vezes nem contribuem para isso! Sendo a APCF a única associação ativa nacional do género, há também uma responsabilidade acrescida. De que forma a associação faz a diferença no panorama nacional de Carp Fishing?

RP: A diferença é essa mesma, nesta altura ser única é sinal que aguentou todas as dificuldades. Foi muito difícil o seu arranque mas hoje o tempo diz-nos que seguimos o caminho certo, ainda cá estamos e muito mais fortes! Em 2007, data criação da APCF, apenas se fazia o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, eram muito poucos os que faziam Carp Fishing lúdico. A informação era escassa, a divulgação da modalidade praticamente nula e os locais com bons peixes eram apenas do conhecimento de poucos. Hoje é diferente, e muito graças ao trabalho da APCF temos muito mais pescadores. Além disso temos muito mais material disponível, muito mais artigos de pesca e muito mais infor-mação no geral. Neste campo muito poderá dar agora também a DCM, mais um projecto em Portugal que pode contribuir para divulgação da modalidade.

DCM: Como é o tipo de relação entre a APCF e a FPPD?RP: Muito boa, da nossa parte só temos a dizer bem pela

abertura e colaboração da FPPD, penso que será recíproco.

DCM: A FPPD mudou alguns procedimentos para atrair mais pescadores à competição, como a APCF vê esta vertente do Carp Fishing?

RP: Achamos e sabemos da sua importância, pensamos que tem o seu lugar de destaque no panorama nacional e internacional, e a prova disso foi o último título mundial. Acreditamos que é importante uma boa relação entre a vertente competitiva e lúdica.

DCM: Não seria benéfico para a APCF ter pelo menos uma equipa a disputar o Nacional de Carp Fishing? Isso iria trazer mais visibilidade à associação.

RP: Até ao momento não achamos que fosse prioritário para essa visibilidade, por isso ainda não foi discutido a fundo esse tema. Penso também que APCF não tem neste momento todas as condições reunidas para que tal pudesse acontecer. Mas nada temos contra a entrada de uma equipa no nacional de Carp Fishing.

DCM: Há algum tempo atrás foi criada uma petição pelo Carlos Falcão, que foi assinada por vários Carpis-tas e entregue pelo próprio em mãos à Ministra da pasta da Agricultura e Pesca. Mais tarde também a APCF se envolveu no assunto, que visava a revisão da lei da pesca, especialmente a permissão de pesca nocturna. Entretanto saiu uma revisão mas focava-se maioritariamente na pesca de águas marítimas. Tens alguma nova informação sobre a situação?

RP: Foi uma grande atitude de um associado da APCF que teve essa oportunidade e não a desperdiçou, foi importantíssimo e abriu portas ao seguimento desse processo. Tem havido alguns desenvolvimentos, particularmente contactos com entidades responsáveis e troca de alguns pareceres mas como

devem compreender a ultima palavra não é nossa!

DCM: Infelizmente! Apesar de na edição #01 da DCM termos publicado um artigo sobre o lago, queres pôr-nos a par da situação atual?

RP: No essencial já foi tudo dito nesse artigo, neste momento os trabalhos já estão numa fase mais adian-tada e está quase tudo pronto para receber os novos inquilinos (carpas).

DCM: Sabemos que foi pedida a autorização para repovoamento, já foi concedida?

RP: Sim, o ano de 2013 foi finalizado com essa excelente notícia!

DCM: Sem dúvida uma excelente notícia! Que espécies pensam introduzir no lago?

RP: Só iremos introduzir Carpas, tal como está implícito no pedido de autorização que nos foi conce-dido pelo Governo. Contudo, o lago já tem uma boa população de Achigãs.

DCM: Colocar grandes Carpas é altamente dispendio-so, ainda assim está em vista a introdução de algum monstro?

RP: Monstros não diria, mas grandes peixes para a

média nacional. Serão recordes para muitos pescadores deste país. Apostamos na qualidade dos peixes, depois vamos trabalhar o seu potencial de crescimento.

DCM: Já há uma previsão para a abertura da pesca?RP: Ainda não.

DCM: Já pensaram em algum nome ou vai chamar-se simplesmente Lago APCF?

RP: Estamos a trabalhar nisso, já temos ideias mas ainda não está tomada a decisão final.

DCM: Em relação à pesca, vai ser exclusiva para sócios ou qualquer pessoa lá poderá pescar, mediante pagamento de uma licença?

RP: Ainda estamos a elaborar o regulamento do Lago, há muitas decisões a tomar ainda sobre as regras.

DCM: A APCF criou o evento Carp Adventure, que já conta com várias edições, acreditamos que para 2014 esteja prevista a sua realização, certo?

RP: Sim, e este ano estamos a tentar preparar tudo com mais antecedência, inclusivé já estamos a começar a realizar os primeiros contactos.

DCM: A ideia de fazer o evento sempre num local diferente parece-nos muito boa, já definiram o local para este ano?

RP: Temos um núcleo de trabalho a organizar o evento, e já têm sugestões, mas não queria adiantar agora o local, pois como disse anteriormente estamos a começar os contactos com as entidades responsáveis mas ainda não sabemos da viabilidade ou não da realização no local desejado, logo é prematuro falar de um local. Logo que possível irá ser anun-ciado.

DCM: Da nossa parte teremos todo o gosto em divulgar quando tudo estiver definido. E quanto à data, já está confirmada?RP: Em princípio será no fim-de-semana mais próximo do 10 Junho.

DCM: Irá continuar nos mesmos moldes? Apenas será aberto aos não sócios caso não haja sócios suficientes para satisfazer as previsões de inscrição?RP: Isso só se verifica quando entendemos que o local tem um número reduzido de pesqueiros e sendo assim não fazia sentido de outra forma, tem de ser dada prioridade aos sócios. Agora se o local escolhido tiver muitos pesqueiros toda gente se pode inscrever em qualquer altura e com muito gosto da nossa parte.

DCM: Outro dos vossos objectivos era a Viagem Internacio-nal, que consistia em juntar alguns sócios e ir pescar ao estrangeiro. Esse objectivo continua de pé?

RP: Sim, sempre que possível irá ser realizada. Como devem perceber, é uma viagem que requer alguma despesa e que a APCF não pode patrocinar, logo a sua realização está dependente da vontade/disponibilidade dos seus associa-dos.

DCM: A APCF ganhou mais uma batalha recentemente, con-seguiu um local para fazer as reuniões, uma sede, não é verdade?

RP: Sim, recentemente fizemos mais uma parceria com a câmara municipal de Vieira Do Minho, conseguindo um contrato de dez anos de cedência de um espaço para ser a sede da APCF. DCM: Nós sabemos que estar numa associação do gênero é uma questão de gosto e boa vontade, onde o tempo não chega para tudo, mas ainda assim, há novos projetos em vista?

RP: Sim, isto é a carolice dos sócios, por isso é tão impor-tante os sócios terem um espírito de associativismo. Em relação a novos projectos existem algumas novas ideias em mente, mas o desejo prioritário é conseguir executar os existentes e conforme pudermos ir realizando essas novas ideias, pois estaremos sempre dependentes dessa mesma carolice.

DCM: Enquanto presidente da APCF, o que esperas ver mudado no Carp Fishing em Portugal daqui a cinco anos?

RP: Uma lei pesca adequada ao Carp Fishing, um aumen-to significativo dos praticantes em Portugal, melhores condições para a prática da modalidade e por fim estarmos cá novamente a falar da APCF! Era sinal que esta fantástica associação continuava a fazer história!

DCM: Nesse caso nós teremos todo o gosto em fazer a entrevista daqui a cinco anos (risos)! Estando numa posição de tanta responsabilidade como é a liderança de uma asso-ciação de cariz nacional, ainda arranjas tempo para pescar?

RP: Muito pouco, mas no que toca à APCF faço com muito gosto e paixão.

DCM: Ricardo, foi um prazer, desejamos-te boa sorte na liderança da associação, obrigado e esperamos encon-trar-te um dia destes à beira da água!

RP: Obrigado, e espero que esse dia chegue rápido! Um abraço!

Sócios APCF em visita ao lago

Prémio de uma actividade da APCF

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Page 93: Digital Carp Magazine #03

No passado dia 8 de Dezembro a APCF cumpriu mais um aniversário. Esta foi também a data em que se realizaram eleições, sendo o Ricardo Pimenta eleito como novo presidente. De certeza que não surpreendeu ninguém, pois além de ser um dos fundadores, é também uma das pessoas que mais defende a associação. A DCM fez o convite para uma pequena entrevista, que prontamente foi aceite.

Podem conferir nas próximas linhas…

DCM: Olá Ricardo, como vais?RP: Bem, obrigado.

DCM: Antes de mais parabéns, és o novo presidente da Associação Portuguesa de Carp Fishing.

RP: Obrigado, é uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo uma grande honra para mim.

DCM: Quem está contigo atualmente na direção?RP: Pedro Leitão, João Sousa, Gabriel Pereira e

Pedro Ramos.

DCM: Tudo gente de trabalho! Já fazias parte da direção anterior, portanto estavas envolvido nos seus projetos. Esta nova direção pretende seguir o rumo traçado pela anterior ou há planos para mudar alguma coisa?

RP: Iremos seguir com alguns projectos já inicia-dos, vamos colocar em prática algumas ideias que já vinham sendo faladas, no fundo iremos aproveitar o que achamos que está correto, mudar aquilo que acha-mos que já não faz sentido e prepararmo-nos para o futuro. Isto tudo indo ao encontro de uma APCF cada vez mais forte.

DCM: Quantos sócios tem a associação atualmente?RP: Muito perto de 100 associados.

DCM: Para uma pessoa que não conheça minima-mente a associação quais os argumentos que usarias para a convencer a tornar-se sócia?

RP: Se estamos a falar em argumentos para convencer, existem vários mas depende muito da pessoa, se já é pescador, se vai iniciar-se na pesca, se já

faz Carp Fishing ou se nunca o fez, etc. Mas sincera-mente, sei que é importante para uma associação aumentar o número de associados, mas não tenho esse lema de convencer. Vejo as coisas de outro ponto de vista, gosto de apresentar APCF, mostrar o espírito, os projetos e as ideias, não vendê-la como produto. Faz-me parecer um investimento e para mim a APCF não é isso. Depois dessa apresentação e de tomarem conhecimento sobre a APCF, as pessoas que se identifi-carem e acreditarem que é uma associação válida e estiverem dispostas a entrar serão muito bem-vindas!

DCM: Quais são os principais objetivos da Asso-ciação?

RP: Os objectivos no meu entender devem ser criados por fases e olhando à realidade da associação. Dito isto, o nosso grande objectivo é daqui a mais 6

anos fazer como hoje, olhar para trás e dizer: valeu a pena, a modalidade está crescer, o Carp Fishing em Portugal está no bom caminho! Isto irá dar à APCF mais força para continuar o seu trajeto.

DCM: Apesar de a APCF ter sido criada por pescadores do norte, hoje tem sócios por todo o país, ainda assim são apenas uma minoria em relação à quantidade de carpistas que há em Portugal. Consegues perceber qual o motivo?

RP: Gosto mais de referir que APCF foi criada por um grupo de pescadores que tomaram a iniciativa de criar algo, que foram pró-ativos, que se aventuraram e que por acaso eram do norte! Mas respondendo à pergunta, sinceramente não sei quantas pessoas fazem Carp Fishing em Portugal, mas já serão bastantes nesta altura, e não tenho dúvidas que para tal a APCF

também contribuiu bastante. Motivos para não serem sócios pode haver vários, é difícil saber as razões ao certo, mas esta-mos contentes com a evolução feita ao longo destes anos. Não nos podemos esquecer que quando foi criada a APCF, o Carp Fishing era uma pesca quase inexistente no nosso país, pelo menos na parte lúdica. DCM: Como é claro, quanto mais sócios a APCF tiver, mais peso terá no panorama nacional de Carp Fishing. Que medi-das a atual direção pretende tomar para alterar esses números?

RP: É claro que quanto mais sócios tiver a APCF, mais força irá ter. Mas a única coisa que posso prometer é que a APCF vai continuar a trabalhar e a realizar os seus projectos e com isso ajudar a desenvolver a modalidade, pois como costumo dizer, a APCF são os seus associados e será aquilo que eles quiserem que seja! Logo, se trabalharmos em conjunto e todos em prol do mesmo, os projetos vão-se reali-zando e o aparecimento de novos sócios será uma conse-quência natural. Quando falo em projectos estou englobar aqui todo o tipo de actividades, coisa que é muito importante nesse capítulo.

DCM: Sim, no fundo todos os sócios de uma associação esperam que esta seja ativa, e muitas vezes nem contribuem para isso! Sendo a APCF a única associação ativa nacional do género, há também uma responsabilidade acrescida. De que forma a associação faz a diferença no panorama nacional de Carp Fishing?

RP: A diferença é essa mesma, nesta altura ser única é sinal que aguentou todas as dificuldades. Foi muito difícil o seu arranque mas hoje o tempo diz-nos que seguimos o caminho certo, ainda cá estamos e muito mais fortes! Em 2007, data criação da APCF, apenas se fazia o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, eram muito poucos os que faziam Carp Fishing lúdico. A informação era escassa, a divulgação da modalidade praticamente nula e os locais com bons peixes eram apenas do conhecimento de poucos. Hoje é diferente, e muito graças ao trabalho da APCF temos muito mais pescadores. Além disso temos muito mais material disponível, muito mais artigos de pesca e muito mais infor-mação no geral. Neste campo muito poderá dar agora também a DCM, mais um projecto em Portugal que pode contribuir para divulgação da modalidade.

DCM: Como é o tipo de relação entre a APCF e a FPPD?RP: Muito boa, da nossa parte só temos a dizer bem pela

abertura e colaboração da FPPD, penso que será recíproco.

DCM: A FPPD mudou alguns procedimentos para atrair mais pescadores à competição, como a APCF vê esta vertente do Carp Fishing?

RP: Achamos e sabemos da sua importância, pensamos que tem o seu lugar de destaque no panorama nacional e internacional, e a prova disso foi o último título mundial. Acreditamos que é importante uma boa relação entre a vertente competitiva e lúdica.

DCM: Não seria benéfico para a APCF ter pelo menos uma equipa a disputar o Nacional de Carp Fishing? Isso iria trazer mais visibilidade à associação.

RP: Até ao momento não achamos que fosse prioritário para essa visibilidade, por isso ainda não foi discutido a fundo esse tema. Penso também que APCF não tem neste momento todas as condições reunidas para que tal pudesse acontecer. Mas nada temos contra a entrada de uma equipa no nacional de Carp Fishing.

DCM: Há algum tempo atrás foi criada uma petição pelo Carlos Falcão, que foi assinada por vários Carpis-tas e entregue pelo próprio em mãos à Ministra da pasta da Agricultura e Pesca. Mais tarde também a APCF se envolveu no assunto, que visava a revisão da lei da pesca, especialmente a permissão de pesca nocturna. Entretanto saiu uma revisão mas focava-se maioritariamente na pesca de águas marítimas. Tens alguma nova informação sobre a situação?

RP: Foi uma grande atitude de um associado da APCF que teve essa oportunidade e não a desperdiçou, foi importantíssimo e abriu portas ao seguimento desse processo. Tem havido alguns desenvolvimentos, particularmente contactos com entidades responsáveis e troca de alguns pareceres mas como

devem compreender a ultima palavra não é nossa!

DCM: Infelizmente! Apesar de na edição #01 da DCM termos publicado um artigo sobre o lago, queres pôr-nos a par da situação atual?

RP: No essencial já foi tudo dito nesse artigo, neste momento os trabalhos já estão numa fase mais adian-tada e está quase tudo pronto para receber os novos inquilinos (carpas).

DCM: Sabemos que foi pedida a autorização para repovoamento, já foi concedida?

RP: Sim, o ano de 2013 foi finalizado com essa excelente notícia!

DCM: Sem dúvida uma excelente notícia! Que espécies pensam introduzir no lago?

RP: Só iremos introduzir Carpas, tal como está implícito no pedido de autorização que nos foi conce-dido pelo Governo. Contudo, o lago já tem uma boa população de Achigãs.

DCM: Colocar grandes Carpas é altamente dispendio-so, ainda assim está em vista a introdução de algum monstro?

RP: Monstros não diria, mas grandes peixes para a

média nacional. Serão recordes para muitos pescadores deste país. Apostamos na qualidade dos peixes, depois vamos trabalhar o seu potencial de crescimento.

DCM: Já há uma previsão para a abertura da pesca?RP: Ainda não.

DCM: Já pensaram em algum nome ou vai chamar-se simplesmente Lago APCF?

RP: Estamos a trabalhar nisso, já temos ideias mas ainda não está tomada a decisão final.

DCM: Em relação à pesca, vai ser exclusiva para sócios ou qualquer pessoa lá poderá pescar, mediante pagamento de uma licença?

RP: Ainda estamos a elaborar o regulamento do Lago, há muitas decisões a tomar ainda sobre as regras.

DCM: A APCF criou o evento Carp Adventure, que já conta com várias edições, acreditamos que para 2014 esteja prevista a sua realização, certo?

RP: Sim, e este ano estamos a tentar preparar tudo com mais antecedência, inclusivé já estamos a começar a realizar os primeiros contactos.

DCM: A ideia de fazer o evento sempre num local diferente parece-nos muito boa, já definiram o local para este ano?

RP: Temos um núcleo de trabalho a organizar o evento, e já têm sugestões, mas não queria adiantar agora o local, pois como disse anteriormente estamos a começar os contactos com as entidades responsáveis mas ainda não sabemos da viabilidade ou não da realização no local desejado, logo é prematuro falar de um local. Logo que possível irá ser anun-ciado.

DCM: Da nossa parte teremos todo o gosto em divulgar quando tudo estiver definido. E quanto à data, já está confirmada?RP: Em princípio será no fim-de-semana mais próximo do 10 Junho.

DCM: Irá continuar nos mesmos moldes? Apenas será aberto aos não sócios caso não haja sócios suficientes para satisfazer as previsões de inscrição?RP: Isso só se verifica quando entendemos que o local tem um número reduzido de pesqueiros e sendo assim não fazia sentido de outra forma, tem de ser dada prioridade aos sócios. Agora se o local escolhido tiver muitos pesqueiros toda gente se pode inscrever em qualquer altura e com muito gosto da nossa parte.

DCM: Outro dos vossos objectivos era a Viagem Internacio-nal, que consistia em juntar alguns sócios e ir pescar ao estrangeiro. Esse objectivo continua de pé?

RP: Sim, sempre que possível irá ser realizada. Como devem perceber, é uma viagem que requer alguma despesa e que a APCF não pode patrocinar, logo a sua realização está dependente da vontade/disponibilidade dos seus associa-dos.

DCM: A APCF ganhou mais uma batalha recentemente, con-seguiu um local para fazer as reuniões, uma sede, não é verdade?

RP: Sim, recentemente fizemos mais uma parceria com a câmara municipal de Vieira Do Minho, conseguindo um contrato de dez anos de cedência de um espaço para ser a sede da APCF. DCM: Nós sabemos que estar numa associação do gênero é uma questão de gosto e boa vontade, onde o tempo não chega para tudo, mas ainda assim, há novos projetos em vista?

RP: Sim, isto é a carolice dos sócios, por isso é tão impor-tante os sócios terem um espírito de associativismo. Em relação a novos projectos existem algumas novas ideias em mente, mas o desejo prioritário é conseguir executar os existentes e conforme pudermos ir realizando essas novas ideias, pois estaremos sempre dependentes dessa mesma carolice.

DCM: Enquanto presidente da APCF, o que esperas ver mudado no Carp Fishing em Portugal daqui a cinco anos?

RP: Uma lei pesca adequada ao Carp Fishing, um aumen-to significativo dos praticantes em Portugal, melhores condições para a prática da modalidade e por fim estarmos cá novamente a falar da APCF! Era sinal que esta fantástica associação continuava a fazer história!

DCM: Nesse caso nós teremos todo o gosto em fazer a entrevista daqui a cinco anos (risos)! Estando numa posição de tanta responsabilidade como é a liderança de uma asso-ciação de cariz nacional, ainda arranjas tempo para pescar?

RP: Muito pouco, mas no que toca à APCF faço com muito gosto e paixão.

DCM: Ricardo, foi um prazer, desejamos-te boa sorte na liderança da associação, obrigado e esperamos encon-trar-te um dia destes à beira da água!

RP: Obrigado, e espero que esse dia chegue rápido! Um abraço!

Sócios APCF em visita ao lago

Prémio de uma actividade da APCF

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DCM: Olá Ricardo, como vais?RP: Bem, obrigado.

DCM: Antes de mais parabéns, és o novo presidente da Associação Portuguesa de Carp Fishing.

RP: Obrigado, é uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo uma grande honra para mim.

DCM: Quem está contigo atualmente na direção?RP: Pedro Leitão, João Sousa, Gabriel Pereira e

Pedro Ramos.

DCM: Tudo gente de trabalho! Já fazias parte da direção anterior, portanto estavas envolvido nos seus projetos. Esta nova direção pretende seguir o rumo traçado pela anterior ou há planos para mudar alguma coisa?

RP: Iremos seguir com alguns projectos já inicia-dos, vamos colocar em prática algumas ideias que já vinham sendo faladas, no fundo iremos aproveitar o que achamos que está correto, mudar aquilo que acha-mos que já não faz sentido e prepararmo-nos para o futuro. Isto tudo indo ao encontro de uma APCF cada vez mais forte.

DCM: Quantos sócios tem a associação atualmente?RP: Muito perto de 100 associados.

DCM: Para uma pessoa que não conheça minima-mente a associação quais os argumentos que usarias para a convencer a tornar-se sócia?

RP: Se estamos a falar em argumentos para convencer, existem vários mas depende muito da pessoa, se já é pescador, se vai iniciar-se na pesca, se já

faz Carp Fishing ou se nunca o fez, etc. Mas sincera-mente, sei que é importante para uma associação aumentar o número de associados, mas não tenho esse lema de convencer. Vejo as coisas de outro ponto de vista, gosto de apresentar APCF, mostrar o espírito, os projetos e as ideias, não vendê-la como produto. Faz-me parecer um investimento e para mim a APCF não é isso. Depois dessa apresentação e de tomarem conhecimento sobre a APCF, as pessoas que se identifi-carem e acreditarem que é uma associação válida e estiverem dispostas a entrar serão muito bem-vindas!

DCM: Quais são os principais objetivos da Asso-ciação?

RP: Os objectivos no meu entender devem ser criados por fases e olhando à realidade da associação. Dito isto, o nosso grande objectivo é daqui a mais 6

anos fazer como hoje, olhar para trás e dizer: valeu a pena, a modalidade está crescer, o Carp Fishing em Portugal está no bom caminho! Isto irá dar à APCF mais força para continuar o seu trajeto.

DCM: Apesar de a APCF ter sido criada por pescadores do norte, hoje tem sócios por todo o país, ainda assim são apenas uma minoria em relação à quantidade de carpistas que há em Portugal. Consegues perceber qual o motivo?

RP: Gosto mais de referir que APCF foi criada por um grupo de pescadores que tomaram a iniciativa de criar algo, que foram pró-ativos, que se aventuraram e que por acaso eram do norte! Mas respondendo à pergunta, sinceramente não sei quantas pessoas fazem Carp Fishing em Portugal, mas já serão bastantes nesta altura, e não tenho dúvidas que para tal a APCF

também contribuiu bastante. Motivos para não serem sócios pode haver vários, é difícil saber as razões ao certo, mas esta-mos contentes com a evolução feita ao longo destes anos. Não nos podemos esquecer que quando foi criada a APCF, o Carp Fishing era uma pesca quase inexistente no nosso país, pelo menos na parte lúdica. DCM: Como é claro, quanto mais sócios a APCF tiver, mais peso terá no panorama nacional de Carp Fishing. Que medi-das a atual direção pretende tomar para alterar esses números?

RP: É claro que quanto mais sócios tiver a APCF, mais força irá ter. Mas a única coisa que posso prometer é que a APCF vai continuar a trabalhar e a realizar os seus projectos e com isso ajudar a desenvolver a modalidade, pois como costumo dizer, a APCF são os seus associados e será aquilo que eles quiserem que seja! Logo, se trabalharmos em conjunto e todos em prol do mesmo, os projetos vão-se reali-zando e o aparecimento de novos sócios será uma conse-quência natural. Quando falo em projectos estou englobar aqui todo o tipo de actividades, coisa que é muito importante nesse capítulo.

DCM: Sim, no fundo todos os sócios de uma associação esperam que esta seja ativa, e muitas vezes nem contribuem para isso! Sendo a APCF a única associação ativa nacional do género, há também uma responsabilidade acrescida. De que forma a associação faz a diferença no panorama nacional de Carp Fishing?

RP: A diferença é essa mesma, nesta altura ser única é sinal que aguentou todas as dificuldades. Foi muito difícil o seu arranque mas hoje o tempo diz-nos que seguimos o caminho certo, ainda cá estamos e muito mais fortes! Em 2007, data criação da APCF, apenas se fazia o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, eram muito poucos os que faziam Carp Fishing lúdico. A informação era escassa, a divulgação da modalidade praticamente nula e os locais com bons peixes eram apenas do conhecimento de poucos. Hoje é diferente, e muito graças ao trabalho da APCF temos muito mais pescadores. Além disso temos muito mais material disponível, muito mais artigos de pesca e muito mais infor-mação no geral. Neste campo muito poderá dar agora também a DCM, mais um projecto em Portugal que pode contribuir para divulgação da modalidade.

DCM: Como é o tipo de relação entre a APCF e a FPPD?RP: Muito boa, da nossa parte só temos a dizer bem pela

abertura e colaboração da FPPD, penso que será recíproco.

DCM: A FPPD mudou alguns procedimentos para atrair mais pescadores à competição, como a APCF vê esta vertente do Carp Fishing?

RP: Achamos e sabemos da sua importância, pensamos que tem o seu lugar de destaque no panorama nacional e internacional, e a prova disso foi o último título mundial. Acreditamos que é importante uma boa relação entre a vertente competitiva e lúdica.

DCM: Não seria benéfico para a APCF ter pelo menos uma equipa a disputar o Nacional de Carp Fishing? Isso iria trazer mais visibilidade à associação.

RP: Até ao momento não achamos que fosse prioritário para essa visibilidade, por isso ainda não foi discutido a fundo esse tema. Penso também que APCF não tem neste momento todas as condições reunidas para que tal pudesse acontecer. Mas nada temos contra a entrada de uma equipa no nacional de Carp Fishing.

DCM: Há algum tempo atrás foi criada uma petição pelo Carlos Falcão, que foi assinada por vários Carpis-tas e entregue pelo próprio em mãos à Ministra da pasta da Agricultura e Pesca. Mais tarde também a APCF se envolveu no assunto, que visava a revisão da lei da pesca, especialmente a permissão de pesca nocturna. Entretanto saiu uma revisão mas focava-se maioritariamente na pesca de águas marítimas. Tens alguma nova informação sobre a situação?

RP: Foi uma grande atitude de um associado da APCF que teve essa oportunidade e não a desperdiçou, foi importantíssimo e abriu portas ao seguimento desse processo. Tem havido alguns desenvolvimentos, particularmente contactos com entidades responsáveis e troca de alguns pareceres mas como

devem compreender a ultima palavra não é nossa!

DCM: Infelizmente! Apesar de na edição #01 da DCM termos publicado um artigo sobre o lago, queres pôr-nos a par da situação atual?

RP: No essencial já foi tudo dito nesse artigo, neste momento os trabalhos já estão numa fase mais adian-tada e está quase tudo pronto para receber os novos inquilinos (carpas).

DCM: Sabemos que foi pedida a autorização para repovoamento, já foi concedida?

RP: Sim, o ano de 2013 foi finalizado com essa excelente notícia!

DCM: Sem dúvida uma excelente notícia! Que espécies pensam introduzir no lago?

RP: Só iremos introduzir Carpas, tal como está implícito no pedido de autorização que nos foi conce-dido pelo Governo. Contudo, o lago já tem uma boa população de Achigãs.

DCM: Colocar grandes Carpas é altamente dispendio-so, ainda assim está em vista a introdução de algum monstro?

RP: Monstros não diria, mas grandes peixes para a

média nacional. Serão recordes para muitos pescadores deste país. Apostamos na qualidade dos peixes, depois vamos trabalhar o seu potencial de crescimento.

DCM: Já há uma previsão para a abertura da pesca?RP: Ainda não.

DCM: Já pensaram em algum nome ou vai chamar-se simplesmente Lago APCF?

RP: Estamos a trabalhar nisso, já temos ideias mas ainda não está tomada a decisão final.

DCM: Em relação à pesca, vai ser exclusiva para sócios ou qualquer pessoa lá poderá pescar, mediante pagamento de uma licença?

RP: Ainda estamos a elaborar o regulamento do Lago, há muitas decisões a tomar ainda sobre as regras.

DCM: A APCF criou o evento Carp Adventure, que já conta com várias edições, acreditamos que para 2014 esteja prevista a sua realização, certo?

RP: Sim, e este ano estamos a tentar preparar tudo com mais antecedência, inclusivé já estamos a começar a realizar os primeiros contactos.

DCM: A ideia de fazer o evento sempre num local diferente parece-nos muito boa, já definiram o local para este ano?

RP: Temos um núcleo de trabalho a organizar o evento, e já têm sugestões, mas não queria adiantar agora o local, pois como disse anteriormente estamos a começar os contactos com as entidades responsáveis mas ainda não sabemos da viabilidade ou não da realização no local desejado, logo é prematuro falar de um local. Logo que possível irá ser anun-ciado.

DCM: Da nossa parte teremos todo o gosto em divulgar quando tudo estiver definido. E quanto à data, já está confirmada?RP: Em princípio será no fim-de-semana mais próximo do 10 Junho.

DCM: Irá continuar nos mesmos moldes? Apenas será aberto aos não sócios caso não haja sócios suficientes para satisfazer as previsões de inscrição?RP: Isso só se verifica quando entendemos que o local tem um número reduzido de pesqueiros e sendo assim não fazia sentido de outra forma, tem de ser dada prioridade aos sócios. Agora se o local escolhido tiver muitos pesqueiros toda gente se pode inscrever em qualquer altura e com muito gosto da nossa parte.

DCM: Outro dos vossos objectivos era a Viagem Internacio-nal, que consistia em juntar alguns sócios e ir pescar ao estrangeiro. Esse objectivo continua de pé?

RP: Sim, sempre que possível irá ser realizada. Como devem perceber, é uma viagem que requer alguma despesa e que a APCF não pode patrocinar, logo a sua realização está dependente da vontade/disponibilidade dos seus associa-dos.

DCM: A APCF ganhou mais uma batalha recentemente, con-seguiu um local para fazer as reuniões, uma sede, não é verdade?

RP: Sim, recentemente fizemos mais uma parceria com a câmara municipal de Vieira Do Minho, conseguindo um contrato de dez anos de cedência de um espaço para ser a sede da APCF. DCM: Nós sabemos que estar numa associação do gênero é uma questão de gosto e boa vontade, onde o tempo não chega para tudo, mas ainda assim, há novos projetos em vista?

RP: Sim, isto é a carolice dos sócios, por isso é tão impor-tante os sócios terem um espírito de associativismo. Em relação a novos projectos existem algumas novas ideias em mente, mas o desejo prioritário é conseguir executar os existentes e conforme pudermos ir realizando essas novas ideias, pois estaremos sempre dependentes dessa mesma carolice.

DCM: Enquanto presidente da APCF, o que esperas ver mudado no Carp Fishing em Portugal daqui a cinco anos?

RP: Uma lei pesca adequada ao Carp Fishing, um aumen-to significativo dos praticantes em Portugal, melhores condições para a prática da modalidade e por fim estarmos cá novamente a falar da APCF! Era sinal que esta fantástica associação continuava a fazer história!

DCM: Nesse caso nós teremos todo o gosto em fazer a entrevista daqui a cinco anos (risos)! Estando numa posição de tanta responsabilidade como é a liderança de uma asso-ciação de cariz nacional, ainda arranjas tempo para pescar?

RP: Muito pouco, mas no que toca à APCF faço com muito gosto e paixão.

DCM: Ricardo, foi um prazer, desejamos-te boa sorte na liderança da associação, obrigado e esperamos encon-trar-te um dia destes à beira da água!

RP: Obrigado, e espero que esse dia chegue rápido! Um abraço!

Participação da APCF nas 7 maravilhas praias fluviais , programa RTP 1

T-shirt APCF

Vista sobre lago da APCF

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DCM: Olá Ricardo, como vais?RP: Bem, obrigado.

DCM: Antes de mais parabéns, és o novo presidente da Associação Portuguesa de Carp Fishing.

RP: Obrigado, é uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo uma grande honra para mim.

DCM: Quem está contigo atualmente na direção?RP: Pedro Leitão, João Sousa, Gabriel Pereira e

Pedro Ramos.

DCM: Tudo gente de trabalho! Já fazias parte da direção anterior, portanto estavas envolvido nos seus projetos. Esta nova direção pretende seguir o rumo traçado pela anterior ou há planos para mudar alguma coisa?

RP: Iremos seguir com alguns projectos já inicia-dos, vamos colocar em prática algumas ideias que já vinham sendo faladas, no fundo iremos aproveitar o que achamos que está correto, mudar aquilo que acha-mos que já não faz sentido e prepararmo-nos para o futuro. Isto tudo indo ao encontro de uma APCF cada vez mais forte.

DCM: Quantos sócios tem a associação atualmente?RP: Muito perto de 100 associados.

DCM: Para uma pessoa que não conheça minima-mente a associação quais os argumentos que usarias para a convencer a tornar-se sócia?

RP: Se estamos a falar em argumentos para convencer, existem vários mas depende muito da pessoa, se já é pescador, se vai iniciar-se na pesca, se já

faz Carp Fishing ou se nunca o fez, etc. Mas sincera-mente, sei que é importante para uma associação aumentar o número de associados, mas não tenho esse lema de convencer. Vejo as coisas de outro ponto de vista, gosto de apresentar APCF, mostrar o espírito, os projetos e as ideias, não vendê-la como produto. Faz-me parecer um investimento e para mim a APCF não é isso. Depois dessa apresentação e de tomarem conhecimento sobre a APCF, as pessoas que se identifi-carem e acreditarem que é uma associação válida e estiverem dispostas a entrar serão muito bem-vindas!

DCM: Quais são os principais objetivos da Asso-ciação?

RP: Os objectivos no meu entender devem ser criados por fases e olhando à realidade da associação. Dito isto, o nosso grande objectivo é daqui a mais 6

anos fazer como hoje, olhar para trás e dizer: valeu a pena, a modalidade está crescer, o Carp Fishing em Portugal está no bom caminho! Isto irá dar à APCF mais força para continuar o seu trajeto.

DCM: Apesar de a APCF ter sido criada por pescadores do norte, hoje tem sócios por todo o país, ainda assim são apenas uma minoria em relação à quantidade de carpistas que há em Portugal. Consegues perceber qual o motivo?

RP: Gosto mais de referir que APCF foi criada por um grupo de pescadores que tomaram a iniciativa de criar algo, que foram pró-ativos, que se aventuraram e que por acaso eram do norte! Mas respondendo à pergunta, sinceramente não sei quantas pessoas fazem Carp Fishing em Portugal, mas já serão bastantes nesta altura, e não tenho dúvidas que para tal a APCF

também contribuiu bastante. Motivos para não serem sócios pode haver vários, é difícil saber as razões ao certo, mas esta-mos contentes com a evolução feita ao longo destes anos. Não nos podemos esquecer que quando foi criada a APCF, o Carp Fishing era uma pesca quase inexistente no nosso país, pelo menos na parte lúdica. DCM: Como é claro, quanto mais sócios a APCF tiver, mais peso terá no panorama nacional de Carp Fishing. Que medi-das a atual direção pretende tomar para alterar esses números?

RP: É claro que quanto mais sócios tiver a APCF, mais força irá ter. Mas a única coisa que posso prometer é que a APCF vai continuar a trabalhar e a realizar os seus projectos e com isso ajudar a desenvolver a modalidade, pois como costumo dizer, a APCF são os seus associados e será aquilo que eles quiserem que seja! Logo, se trabalharmos em conjunto e todos em prol do mesmo, os projetos vão-se reali-zando e o aparecimento de novos sócios será uma conse-quência natural. Quando falo em projectos estou englobar aqui todo o tipo de actividades, coisa que é muito importante nesse capítulo.

DCM: Sim, no fundo todos os sócios de uma associação esperam que esta seja ativa, e muitas vezes nem contribuem para isso! Sendo a APCF a única associação ativa nacional do género, há também uma responsabilidade acrescida. De que forma a associação faz a diferença no panorama nacional de Carp Fishing?

RP: A diferença é essa mesma, nesta altura ser única é sinal que aguentou todas as dificuldades. Foi muito difícil o seu arranque mas hoje o tempo diz-nos que seguimos o caminho certo, ainda cá estamos e muito mais fortes! Em 2007, data criação da APCF, apenas se fazia o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, eram muito poucos os que faziam Carp Fishing lúdico. A informação era escassa, a divulgação da modalidade praticamente nula e os locais com bons peixes eram apenas do conhecimento de poucos. Hoje é diferente, e muito graças ao trabalho da APCF temos muito mais pescadores. Além disso temos muito mais material disponível, muito mais artigos de pesca e muito mais infor-mação no geral. Neste campo muito poderá dar agora também a DCM, mais um projecto em Portugal que pode contribuir para divulgação da modalidade.

DCM: Como é o tipo de relação entre a APCF e a FPPD?RP: Muito boa, da nossa parte só temos a dizer bem pela

abertura e colaboração da FPPD, penso que será recíproco.

DCM: A FPPD mudou alguns procedimentos para atrair mais pescadores à competição, como a APCF vê esta vertente do Carp Fishing?

RP: Achamos e sabemos da sua importância, pensamos que tem o seu lugar de destaque no panorama nacional e internacional, e a prova disso foi o último título mundial. Acreditamos que é importante uma boa relação entre a vertente competitiva e lúdica.

DCM: Não seria benéfico para a APCF ter pelo menos uma equipa a disputar o Nacional de Carp Fishing? Isso iria trazer mais visibilidade à associação.

RP: Até ao momento não achamos que fosse prioritário para essa visibilidade, por isso ainda não foi discutido a fundo esse tema. Penso também que APCF não tem neste momento todas as condições reunidas para que tal pudesse acontecer. Mas nada temos contra a entrada de uma equipa no nacional de Carp Fishing.

DCM: Há algum tempo atrás foi criada uma petição pelo Carlos Falcão, que foi assinada por vários Carpis-tas e entregue pelo próprio em mãos à Ministra da pasta da Agricultura e Pesca. Mais tarde também a APCF se envolveu no assunto, que visava a revisão da lei da pesca, especialmente a permissão de pesca nocturna. Entretanto saiu uma revisão mas focava-se maioritariamente na pesca de águas marítimas. Tens alguma nova informação sobre a situação?

RP: Foi uma grande atitude de um associado da APCF que teve essa oportunidade e não a desperdiçou, foi importantíssimo e abriu portas ao seguimento desse processo. Tem havido alguns desenvolvimentos, particularmente contactos com entidades responsáveis e troca de alguns pareceres mas como

devem compreender a ultima palavra não é nossa!

DCM: Infelizmente! Apesar de na edição #01 da DCM termos publicado um artigo sobre o lago, queres pôr-nos a par da situação atual?

RP: No essencial já foi tudo dito nesse artigo, neste momento os trabalhos já estão numa fase mais adian-tada e está quase tudo pronto para receber os novos inquilinos (carpas).

DCM: Sabemos que foi pedida a autorização para repovoamento, já foi concedida?

RP: Sim, o ano de 2013 foi finalizado com essa excelente notícia!

DCM: Sem dúvida uma excelente notícia! Que espécies pensam introduzir no lago?

RP: Só iremos introduzir Carpas, tal como está implícito no pedido de autorização que nos foi conce-dido pelo Governo. Contudo, o lago já tem uma boa população de Achigãs.

DCM: Colocar grandes Carpas é altamente dispendio-so, ainda assim está em vista a introdução de algum monstro?

RP: Monstros não diria, mas grandes peixes para a

média nacional. Serão recordes para muitos pescadores deste país. Apostamos na qualidade dos peixes, depois vamos trabalhar o seu potencial de crescimento.

DCM: Já há uma previsão para a abertura da pesca?RP: Ainda não.

DCM: Já pensaram em algum nome ou vai chamar-se simplesmente Lago APCF?

RP: Estamos a trabalhar nisso, já temos ideias mas ainda não está tomada a decisão final.

DCM: Em relação à pesca, vai ser exclusiva para sócios ou qualquer pessoa lá poderá pescar, mediante pagamento de uma licença?

RP: Ainda estamos a elaborar o regulamento do Lago, há muitas decisões a tomar ainda sobre as regras.

DCM: A APCF criou o evento Carp Adventure, que já conta com várias edições, acreditamos que para 2014 esteja prevista a sua realização, certo?

RP: Sim, e este ano estamos a tentar preparar tudo com mais antecedência, inclusivé já estamos a começar a realizar os primeiros contactos.

DCM: A ideia de fazer o evento sempre num local diferente parece-nos muito boa, já definiram o local para este ano?

RP: Temos um núcleo de trabalho a organizar o evento, e já têm sugestões, mas não queria adiantar agora o local, pois como disse anteriormente estamos a começar os contactos com as entidades responsáveis mas ainda não sabemos da viabilidade ou não da realização no local desejado, logo é prematuro falar de um local. Logo que possível irá ser anun-ciado.

DCM: Da nossa parte teremos todo o gosto em divulgar quando tudo estiver definido. E quanto à data, já está confirmada?RP: Em princípio será no fim-de-semana mais próximo do 10 Junho.

DCM: Irá continuar nos mesmos moldes? Apenas será aberto aos não sócios caso não haja sócios suficientes para satisfazer as previsões de inscrição?RP: Isso só se verifica quando entendemos que o local tem um número reduzido de pesqueiros e sendo assim não fazia sentido de outra forma, tem de ser dada prioridade aos sócios. Agora se o local escolhido tiver muitos pesqueiros toda gente se pode inscrever em qualquer altura e com muito gosto da nossa parte.

DCM: Outro dos vossos objectivos era a Viagem Internacio-nal, que consistia em juntar alguns sócios e ir pescar ao estrangeiro. Esse objectivo continua de pé?

RP: Sim, sempre que possível irá ser realizada. Como devem perceber, é uma viagem que requer alguma despesa e que a APCF não pode patrocinar, logo a sua realização está dependente da vontade/disponibilidade dos seus associa-dos.

DCM: A APCF ganhou mais uma batalha recentemente, con-seguiu um local para fazer as reuniões, uma sede, não é verdade?

RP: Sim, recentemente fizemos mais uma parceria com a câmara municipal de Vieira Do Minho, conseguindo um contrato de dez anos de cedência de um espaço para ser a sede da APCF. DCM: Nós sabemos que estar numa associação do gênero é uma questão de gosto e boa vontade, onde o tempo não chega para tudo, mas ainda assim, há novos projetos em vista?

RP: Sim, isto é a carolice dos sócios, por isso é tão impor-tante os sócios terem um espírito de associativismo. Em relação a novos projectos existem algumas novas ideias em mente, mas o desejo prioritário é conseguir executar os existentes e conforme pudermos ir realizando essas novas ideias, pois estaremos sempre dependentes dessa mesma carolice.

DCM: Enquanto presidente da APCF, o que esperas ver mudado no Carp Fishing em Portugal daqui a cinco anos?

RP: Uma lei pesca adequada ao Carp Fishing, um aumen-to significativo dos praticantes em Portugal, melhores condições para a prática da modalidade e por fim estarmos cá novamente a falar da APCF! Era sinal que esta fantástica associação continuava a fazer história!

DCM: Nesse caso nós teremos todo o gosto em fazer a entrevista daqui a cinco anos (risos)! Estando numa posição de tanta responsabilidade como é a liderança de uma asso-ciação de cariz nacional, ainda arranjas tempo para pescar?

RP: Muito pouco, mas no que toca à APCF faço com muito gosto e paixão.

DCM: Ricardo, foi um prazer, desejamos-te boa sorte na liderança da associação, obrigado e esperamos encon-trar-te um dia destes à beira da água!

RP: Obrigado, e espero que esse dia chegue rápido! Um abraço!

Participação da APCF nas 7 maravilhas praias fluviais , programa RTP 1

T-shirt APCF

Vista sobre lago da APCF

95

Page 96: Digital Carp Magazine #03

DCM: Olá Ricardo, como vais?RP: Bem, obrigado.

DCM: Antes de mais parabéns, és o novo presidente da Associação Portuguesa de Carp Fishing.

RP: Obrigado, é uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo uma grande honra para mim.

DCM: Quem está contigo atualmente na direção?RP: Pedro Leitão, João Sousa, Gabriel Pereira e

Pedro Ramos.

DCM: Tudo gente de trabalho! Já fazias parte da direção anterior, portanto estavas envolvido nos seus projetos. Esta nova direção pretende seguir o rumo traçado pela anterior ou há planos para mudar alguma coisa?

RP: Iremos seguir com alguns projectos já inicia-dos, vamos colocar em prática algumas ideias que já vinham sendo faladas, no fundo iremos aproveitar o que achamos que está correto, mudar aquilo que acha-mos que já não faz sentido e prepararmo-nos para o futuro. Isto tudo indo ao encontro de uma APCF cada vez mais forte.

DCM: Quantos sócios tem a associação atualmente?RP: Muito perto de 100 associados.

DCM: Para uma pessoa que não conheça minima-mente a associação quais os argumentos que usarias para a convencer a tornar-se sócia?

RP: Se estamos a falar em argumentos para convencer, existem vários mas depende muito da pessoa, se já é pescador, se vai iniciar-se na pesca, se já

faz Carp Fishing ou se nunca o fez, etc. Mas sincera-mente, sei que é importante para uma associação aumentar o número de associados, mas não tenho esse lema de convencer. Vejo as coisas de outro ponto de vista, gosto de apresentar APCF, mostrar o espírito, os projetos e as ideias, não vendê-la como produto. Faz-me parecer um investimento e para mim a APCF não é isso. Depois dessa apresentação e de tomarem conhecimento sobre a APCF, as pessoas que se identifi-carem e acreditarem que é uma associação válida e estiverem dispostas a entrar serão muito bem-vindas!

DCM: Quais são os principais objetivos da Asso-ciação?

RP: Os objectivos no meu entender devem ser criados por fases e olhando à realidade da associação. Dito isto, o nosso grande objectivo é daqui a mais 6

anos fazer como hoje, olhar para trás e dizer: valeu a pena, a modalidade está crescer, o Carp Fishing em Portugal está no bom caminho! Isto irá dar à APCF mais força para continuar o seu trajeto.

DCM: Apesar de a APCF ter sido criada por pescadores do norte, hoje tem sócios por todo o país, ainda assim são apenas uma minoria em relação à quantidade de carpistas que há em Portugal. Consegues perceber qual o motivo?

RP: Gosto mais de referir que APCF foi criada por um grupo de pescadores que tomaram a iniciativa de criar algo, que foram pró-ativos, que se aventuraram e que por acaso eram do norte! Mas respondendo à pergunta, sinceramente não sei quantas pessoas fazem Carp Fishing em Portugal, mas já serão bastantes nesta altura, e não tenho dúvidas que para tal a APCF

também contribuiu bastante. Motivos para não serem sócios pode haver vários, é difícil saber as razões ao certo, mas esta-mos contentes com a evolução feita ao longo destes anos. Não nos podemos esquecer que quando foi criada a APCF, o Carp Fishing era uma pesca quase inexistente no nosso país, pelo menos na parte lúdica. DCM: Como é claro, quanto mais sócios a APCF tiver, mais peso terá no panorama nacional de Carp Fishing. Que medi-das a atual direção pretende tomar para alterar esses números?

RP: É claro que quanto mais sócios tiver a APCF, mais força irá ter. Mas a única coisa que posso prometer é que a APCF vai continuar a trabalhar e a realizar os seus projectos e com isso ajudar a desenvolver a modalidade, pois como costumo dizer, a APCF são os seus associados e será aquilo que eles quiserem que seja! Logo, se trabalharmos em conjunto e todos em prol do mesmo, os projetos vão-se reali-zando e o aparecimento de novos sócios será uma conse-quência natural. Quando falo em projectos estou englobar aqui todo o tipo de actividades, coisa que é muito importante nesse capítulo.

DCM: Sim, no fundo todos os sócios de uma associação esperam que esta seja ativa, e muitas vezes nem contribuem para isso! Sendo a APCF a única associação ativa nacional do género, há também uma responsabilidade acrescida. De que forma a associação faz a diferença no panorama nacional de Carp Fishing?

RP: A diferença é essa mesma, nesta altura ser única é sinal que aguentou todas as dificuldades. Foi muito difícil o seu arranque mas hoje o tempo diz-nos que seguimos o caminho certo, ainda cá estamos e muito mais fortes! Em 2007, data criação da APCF, apenas se fazia o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, eram muito poucos os que faziam Carp Fishing lúdico. A informação era escassa, a divulgação da modalidade praticamente nula e os locais com bons peixes eram apenas do conhecimento de poucos. Hoje é diferente, e muito graças ao trabalho da APCF temos muito mais pescadores. Além disso temos muito mais material disponível, muito mais artigos de pesca e muito mais infor-mação no geral. Neste campo muito poderá dar agora também a DCM, mais um projecto em Portugal que pode contribuir para divulgação da modalidade.

DCM: Como é o tipo de relação entre a APCF e a FPPD?RP: Muito boa, da nossa parte só temos a dizer bem pela

abertura e colaboração da FPPD, penso que será recíproco.

DCM: A FPPD mudou alguns procedimentos para atrair mais pescadores à competição, como a APCF vê esta vertente do Carp Fishing?

RP: Achamos e sabemos da sua importância, pensamos que tem o seu lugar de destaque no panorama nacional e internacional, e a prova disso foi o último título mundial. Acreditamos que é importante uma boa relação entre a vertente competitiva e lúdica.

DCM: Não seria benéfico para a APCF ter pelo menos uma equipa a disputar o Nacional de Carp Fishing? Isso iria trazer mais visibilidade à associação.

RP: Até ao momento não achamos que fosse prioritário para essa visibilidade, por isso ainda não foi discutido a fundo esse tema. Penso também que APCF não tem neste momento todas as condições reunidas para que tal pudesse acontecer. Mas nada temos contra a entrada de uma equipa no nacional de Carp Fishing.

DCM: Há algum tempo atrás foi criada uma petição pelo Carlos Falcão, que foi assinada por vários Carpis-tas e entregue pelo próprio em mãos à Ministra da pasta da Agricultura e Pesca. Mais tarde também a APCF se envolveu no assunto, que visava a revisão da lei da pesca, especialmente a permissão de pesca nocturna. Entretanto saiu uma revisão mas focava-se maioritariamente na pesca de águas marítimas. Tens alguma nova informação sobre a situação?

RP: Foi uma grande atitude de um associado da APCF que teve essa oportunidade e não a desperdiçou, foi importantíssimo e abriu portas ao seguimento desse processo. Tem havido alguns desenvolvimentos, particularmente contactos com entidades responsáveis e troca de alguns pareceres mas como

devem compreender a ultima palavra não é nossa!

DCM: Infelizmente! Apesar de na edição #01 da DCM termos publicado um artigo sobre o lago, queres pôr-nos a par da situação atual?

RP: No essencial já foi tudo dito nesse artigo, neste momento os trabalhos já estão numa fase mais adian-tada e está quase tudo pronto para receber os novos inquilinos (carpas).

DCM: Sabemos que foi pedida a autorização para repovoamento, já foi concedida?

RP: Sim, o ano de 2013 foi finalizado com essa excelente notícia!

DCM: Sem dúvida uma excelente notícia! Que espécies pensam introduzir no lago?

RP: Só iremos introduzir Carpas, tal como está implícito no pedido de autorização que nos foi conce-dido pelo Governo. Contudo, o lago já tem uma boa população de Achigãs.

DCM: Colocar grandes Carpas é altamente dispendio-so, ainda assim está em vista a introdução de algum monstro?

RP: Monstros não diria, mas grandes peixes para a

média nacional. Serão recordes para muitos pescadores deste país. Apostamos na qualidade dos peixes, depois vamos trabalhar o seu potencial de crescimento.

DCM: Já há uma previsão para a abertura da pesca?RP: Ainda não.

DCM: Já pensaram em algum nome ou vai chamar-se simplesmente Lago APCF?

RP: Estamos a trabalhar nisso, já temos ideias mas ainda não está tomada a decisão final.

DCM: Em relação à pesca, vai ser exclusiva para sócios ou qualquer pessoa lá poderá pescar, mediante pagamento de uma licença?

RP: Ainda estamos a elaborar o regulamento do Lago, há muitas decisões a tomar ainda sobre as regras.

DCM: A APCF criou o evento Carp Adventure, que já conta com várias edições, acreditamos que para 2014 esteja prevista a sua realização, certo?

RP: Sim, e este ano estamos a tentar preparar tudo com mais antecedência, inclusivé já estamos a começar a realizar os primeiros contactos.

DCM: A ideia de fazer o evento sempre num local diferente parece-nos muito boa, já definiram o local para este ano?

RP: Temos um núcleo de trabalho a organizar o evento, e já têm sugestões, mas não queria adiantar agora o local, pois como disse anteriormente estamos a começar os contactos com as entidades responsáveis mas ainda não sabemos da viabilidade ou não da realização no local desejado, logo é prematuro falar de um local. Logo que possível irá ser anun-ciado.

DCM: Da nossa parte teremos todo o gosto em divulgar quando tudo estiver definido. E quanto à data, já está confirmada?RP: Em princípio será no fim-de-semana mais próximo do 10 Junho.

DCM: Irá continuar nos mesmos moldes? Apenas será aberto aos não sócios caso não haja sócios suficientes para satisfazer as previsões de inscrição?RP: Isso só se verifica quando entendemos que o local tem um número reduzido de pesqueiros e sendo assim não fazia sentido de outra forma, tem de ser dada prioridade aos sócios. Agora se o local escolhido tiver muitos pesqueiros toda gente se pode inscrever em qualquer altura e com muito gosto da nossa parte.

DCM: Outro dos vossos objectivos era a Viagem Internacio-nal, que consistia em juntar alguns sócios e ir pescar ao estrangeiro. Esse objectivo continua de pé?

RP: Sim, sempre que possível irá ser realizada. Como devem perceber, é uma viagem que requer alguma despesa e que a APCF não pode patrocinar, logo a sua realização está dependente da vontade/disponibilidade dos seus associa-dos.

DCM: A APCF ganhou mais uma batalha recentemente, con-seguiu um local para fazer as reuniões, uma sede, não é verdade?

RP: Sim, recentemente fizemos mais uma parceria com a câmara municipal de Vieira Do Minho, conseguindo um contrato de dez anos de cedência de um espaço para ser a sede da APCF. DCM: Nós sabemos que estar numa associação do gênero é uma questão de gosto e boa vontade, onde o tempo não chega para tudo, mas ainda assim, há novos projetos em vista?

RP: Sim, isto é a carolice dos sócios, por isso é tão impor-tante os sócios terem um espírito de associativismo. Em relação a novos projectos existem algumas novas ideias em mente, mas o desejo prioritário é conseguir executar os existentes e conforme pudermos ir realizando essas novas ideias, pois estaremos sempre dependentes dessa mesma carolice.

DCM: Enquanto presidente da APCF, o que esperas ver mudado no Carp Fishing em Portugal daqui a cinco anos?

RP: Uma lei pesca adequada ao Carp Fishing, um aumen-to significativo dos praticantes em Portugal, melhores condições para a prática da modalidade e por fim estarmos cá novamente a falar da APCF! Era sinal que esta fantástica associação continuava a fazer história!

DCM: Nesse caso nós teremos todo o gosto em fazer a entrevista daqui a cinco anos (risos)! Estando numa posição de tanta responsabilidade como é a liderança de uma asso-ciação de cariz nacional, ainda arranjas tempo para pescar?

RP: Muito pouco, mas no que toca à APCF faço com muito gosto e paixão.

DCM: Ricardo, foi um prazer, desejamos-te boa sorte na liderança da associação, obrigado e esperamos encon-trar-te um dia destes à beira da água!

RP: Obrigado, e espero que esse dia chegue rápido! Um abraço!

Prémio de uma actividade da APCF Trofeu de presença carp adventure 2012

Actividade numa loja de pesca ( pescavado ).Actividade barragem andorinhas

O futuro começa aqui…

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Page 97: Digital Carp Magazine #03

DCM: Olá Ricardo, como vais?RP: Bem, obrigado.

DCM: Antes de mais parabéns, és o novo presidente da Associação Portuguesa de Carp Fishing.

RP: Obrigado, é uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo uma grande honra para mim.

DCM: Quem está contigo atualmente na direção?RP: Pedro Leitão, João Sousa, Gabriel Pereira e

Pedro Ramos.

DCM: Tudo gente de trabalho! Já fazias parte da direção anterior, portanto estavas envolvido nos seus projetos. Esta nova direção pretende seguir o rumo traçado pela anterior ou há planos para mudar alguma coisa?

RP: Iremos seguir com alguns projectos já inicia-dos, vamos colocar em prática algumas ideias que já vinham sendo faladas, no fundo iremos aproveitar o que achamos que está correto, mudar aquilo que acha-mos que já não faz sentido e prepararmo-nos para o futuro. Isto tudo indo ao encontro de uma APCF cada vez mais forte.

DCM: Quantos sócios tem a associação atualmente?RP: Muito perto de 100 associados.

DCM: Para uma pessoa que não conheça minima-mente a associação quais os argumentos que usarias para a convencer a tornar-se sócia?

RP: Se estamos a falar em argumentos para convencer, existem vários mas depende muito da pessoa, se já é pescador, se vai iniciar-se na pesca, se já

faz Carp Fishing ou se nunca o fez, etc. Mas sincera-mente, sei que é importante para uma associação aumentar o número de associados, mas não tenho esse lema de convencer. Vejo as coisas de outro ponto de vista, gosto de apresentar APCF, mostrar o espírito, os projetos e as ideias, não vendê-la como produto. Faz-me parecer um investimento e para mim a APCF não é isso. Depois dessa apresentação e de tomarem conhecimento sobre a APCF, as pessoas que se identifi-carem e acreditarem que é uma associação válida e estiverem dispostas a entrar serão muito bem-vindas!

DCM: Quais são os principais objetivos da Asso-ciação?

RP: Os objectivos no meu entender devem ser criados por fases e olhando à realidade da associação. Dito isto, o nosso grande objectivo é daqui a mais 6

anos fazer como hoje, olhar para trás e dizer: valeu a pena, a modalidade está crescer, o Carp Fishing em Portugal está no bom caminho! Isto irá dar à APCF mais força para continuar o seu trajeto.

DCM: Apesar de a APCF ter sido criada por pescadores do norte, hoje tem sócios por todo o país, ainda assim são apenas uma minoria em relação à quantidade de carpistas que há em Portugal. Consegues perceber qual o motivo?

RP: Gosto mais de referir que APCF foi criada por um grupo de pescadores que tomaram a iniciativa de criar algo, que foram pró-ativos, que se aventuraram e que por acaso eram do norte! Mas respondendo à pergunta, sinceramente não sei quantas pessoas fazem Carp Fishing em Portugal, mas já serão bastantes nesta altura, e não tenho dúvidas que para tal a APCF

também contribuiu bastante. Motivos para não serem sócios pode haver vários, é difícil saber as razões ao certo, mas esta-mos contentes com a evolução feita ao longo destes anos. Não nos podemos esquecer que quando foi criada a APCF, o Carp Fishing era uma pesca quase inexistente no nosso país, pelo menos na parte lúdica. DCM: Como é claro, quanto mais sócios a APCF tiver, mais peso terá no panorama nacional de Carp Fishing. Que medi-das a atual direção pretende tomar para alterar esses números?

RP: É claro que quanto mais sócios tiver a APCF, mais força irá ter. Mas a única coisa que posso prometer é que a APCF vai continuar a trabalhar e a realizar os seus projectos e com isso ajudar a desenvolver a modalidade, pois como costumo dizer, a APCF são os seus associados e será aquilo que eles quiserem que seja! Logo, se trabalharmos em conjunto e todos em prol do mesmo, os projetos vão-se reali-zando e o aparecimento de novos sócios será uma conse-quência natural. Quando falo em projectos estou englobar aqui todo o tipo de actividades, coisa que é muito importante nesse capítulo.

DCM: Sim, no fundo todos os sócios de uma associação esperam que esta seja ativa, e muitas vezes nem contribuem para isso! Sendo a APCF a única associação ativa nacional do género, há também uma responsabilidade acrescida. De que forma a associação faz a diferença no panorama nacional de Carp Fishing?

RP: A diferença é essa mesma, nesta altura ser única é sinal que aguentou todas as dificuldades. Foi muito difícil o seu arranque mas hoje o tempo diz-nos que seguimos o caminho certo, ainda cá estamos e muito mais fortes! Em 2007, data criação da APCF, apenas se fazia o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, eram muito poucos os que faziam Carp Fishing lúdico. A informação era escassa, a divulgação da modalidade praticamente nula e os locais com bons peixes eram apenas do conhecimento de poucos. Hoje é diferente, e muito graças ao trabalho da APCF temos muito mais pescadores. Além disso temos muito mais material disponível, muito mais artigos de pesca e muito mais infor-mação no geral. Neste campo muito poderá dar agora também a DCM, mais um projecto em Portugal que pode contribuir para divulgação da modalidade.

DCM: Como é o tipo de relação entre a APCF e a FPPD?RP: Muito boa, da nossa parte só temos a dizer bem pela

abertura e colaboração da FPPD, penso que será recíproco.

DCM: A FPPD mudou alguns procedimentos para atrair mais pescadores à competição, como a APCF vê esta vertente do Carp Fishing?

RP: Achamos e sabemos da sua importância, pensamos que tem o seu lugar de destaque no panorama nacional e internacional, e a prova disso foi o último título mundial. Acreditamos que é importante uma boa relação entre a vertente competitiva e lúdica.

DCM: Não seria benéfico para a APCF ter pelo menos uma equipa a disputar o Nacional de Carp Fishing? Isso iria trazer mais visibilidade à associação.

RP: Até ao momento não achamos que fosse prioritário para essa visibilidade, por isso ainda não foi discutido a fundo esse tema. Penso também que APCF não tem neste momento todas as condições reunidas para que tal pudesse acontecer. Mas nada temos contra a entrada de uma equipa no nacional de Carp Fishing.

DCM: Há algum tempo atrás foi criada uma petição pelo Carlos Falcão, que foi assinada por vários Carpis-tas e entregue pelo próprio em mãos à Ministra da pasta da Agricultura e Pesca. Mais tarde também a APCF se envolveu no assunto, que visava a revisão da lei da pesca, especialmente a permissão de pesca nocturna. Entretanto saiu uma revisão mas focava-se maioritariamente na pesca de águas marítimas. Tens alguma nova informação sobre a situação?

RP: Foi uma grande atitude de um associado da APCF que teve essa oportunidade e não a desperdiçou, foi importantíssimo e abriu portas ao seguimento desse processo. Tem havido alguns desenvolvimentos, particularmente contactos com entidades responsáveis e troca de alguns pareceres mas como

devem compreender a ultima palavra não é nossa!

DCM: Infelizmente! Apesar de na edição #01 da DCM termos publicado um artigo sobre o lago, queres pôr-nos a par da situação atual?

RP: No essencial já foi tudo dito nesse artigo, neste momento os trabalhos já estão numa fase mais adian-tada e está quase tudo pronto para receber os novos inquilinos (carpas).

DCM: Sabemos que foi pedida a autorização para repovoamento, já foi concedida?

RP: Sim, o ano de 2013 foi finalizado com essa excelente notícia!

DCM: Sem dúvida uma excelente notícia! Que espécies pensam introduzir no lago?

RP: Só iremos introduzir Carpas, tal como está implícito no pedido de autorização que nos foi conce-dido pelo Governo. Contudo, o lago já tem uma boa população de Achigãs.

DCM: Colocar grandes Carpas é altamente dispendio-so, ainda assim está em vista a introdução de algum monstro?

RP: Monstros não diria, mas grandes peixes para a

média nacional. Serão recordes para muitos pescadores deste país. Apostamos na qualidade dos peixes, depois vamos trabalhar o seu potencial de crescimento.

DCM: Já há uma previsão para a abertura da pesca?RP: Ainda não.

DCM: Já pensaram em algum nome ou vai chamar-se simplesmente Lago APCF?

RP: Estamos a trabalhar nisso, já temos ideias mas ainda não está tomada a decisão final.

DCM: Em relação à pesca, vai ser exclusiva para sócios ou qualquer pessoa lá poderá pescar, mediante pagamento de uma licença?

RP: Ainda estamos a elaborar o regulamento do Lago, há muitas decisões a tomar ainda sobre as regras.

DCM: A APCF criou o evento Carp Adventure, que já conta com várias edições, acreditamos que para 2014 esteja prevista a sua realização, certo?

RP: Sim, e este ano estamos a tentar preparar tudo com mais antecedência, inclusivé já estamos a começar a realizar os primeiros contactos.

DCM: A ideia de fazer o evento sempre num local diferente parece-nos muito boa, já definiram o local para este ano?

RP: Temos um núcleo de trabalho a organizar o evento, e já têm sugestões, mas não queria adiantar agora o local, pois como disse anteriormente estamos a começar os contactos com as entidades responsáveis mas ainda não sabemos da viabilidade ou não da realização no local desejado, logo é prematuro falar de um local. Logo que possível irá ser anun-ciado.

DCM: Da nossa parte teremos todo o gosto em divulgar quando tudo estiver definido. E quanto à data, já está confirmada?RP: Em princípio será no fim-de-semana mais próximo do 10 Junho.

DCM: Irá continuar nos mesmos moldes? Apenas será aberto aos não sócios caso não haja sócios suficientes para satisfazer as previsões de inscrição?RP: Isso só se verifica quando entendemos que o local tem um número reduzido de pesqueiros e sendo assim não fazia sentido de outra forma, tem de ser dada prioridade aos sócios. Agora se o local escolhido tiver muitos pesqueiros toda gente se pode inscrever em qualquer altura e com muito gosto da nossa parte.

DCM: Outro dos vossos objectivos era a Viagem Internacio-nal, que consistia em juntar alguns sócios e ir pescar ao estrangeiro. Esse objectivo continua de pé?

RP: Sim, sempre que possível irá ser realizada. Como devem perceber, é uma viagem que requer alguma despesa e que a APCF não pode patrocinar, logo a sua realização está dependente da vontade/disponibilidade dos seus associa-dos.

DCM: A APCF ganhou mais uma batalha recentemente, con-seguiu um local para fazer as reuniões, uma sede, não é verdade?

RP: Sim, recentemente fizemos mais uma parceria com a câmara municipal de Vieira Do Minho, conseguindo um contrato de dez anos de cedência de um espaço para ser a sede da APCF. DCM: Nós sabemos que estar numa associação do gênero é uma questão de gosto e boa vontade, onde o tempo não chega para tudo, mas ainda assim, há novos projetos em vista?

RP: Sim, isto é a carolice dos sócios, por isso é tão impor-tante os sócios terem um espírito de associativismo. Em relação a novos projectos existem algumas novas ideias em mente, mas o desejo prioritário é conseguir executar os existentes e conforme pudermos ir realizando essas novas ideias, pois estaremos sempre dependentes dessa mesma carolice.

DCM: Enquanto presidente da APCF, o que esperas ver mudado no Carp Fishing em Portugal daqui a cinco anos?

RP: Uma lei pesca adequada ao Carp Fishing, um aumen-to significativo dos praticantes em Portugal, melhores condições para a prática da modalidade e por fim estarmos cá novamente a falar da APCF! Era sinal que esta fantástica associação continuava a fazer história!

DCM: Nesse caso nós teremos todo o gosto em fazer a entrevista daqui a cinco anos (risos)! Estando numa posição de tanta responsabilidade como é a liderança de uma asso-ciação de cariz nacional, ainda arranjas tempo para pescar?

RP: Muito pouco, mas no que toca à APCF faço com muito gosto e paixão.

DCM: Ricardo, foi um prazer, desejamos-te boa sorte na liderança da associação, obrigado e esperamos encon-trar-te um dia destes à beira da água!

RP: Obrigado, e espero que esse dia chegue rápido! Um abraço!

Prémio de uma actividade da APCF Trofeu de presença carp adventure 2012

Actividade numa loja de pesca ( pescavado ).Actividade barragem andorinhas

O futuro começa aqui…

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Quando falo em sessões Express refiro-me a sessões com poucas horas de duração, sem nenhum tipo de engodagem prévia e com a necessi-dade de adaptarmos a nossa estratégia de pesca às condições de que dispomos naquele curto período de tempo. Devido a isso quero dedicar este artigo aos três fatores que podem levar a que uma difícil sessão Express invernal se torna numa sessão de êxito.

LOCALIZAÇÃOEste é sem dúvida o ponto mais importante a

ter em conta nas nossas curtas sessões invernais. Não é uma estação muito propícia a descobrir novos lugares. O conhecimento do local e a capaci-

dade de prevermos as mudanças dos hábitos dos peixes com o arrefecimento das águas serão sem dúvida as chaves de um possível êxito. As carpas, com um metabolismo mais lento que em outras épocas mais quentes do ano têm a necessidade de se alimentar de forma quase diária, pelo que tentarão percorrer a menor distância possível em busca do alimento.

Nos dias mais frios as carpas das nossas barra-gens encontram-se pouco ativas em zonas de grande profundidade quase junto ao leito natural do rio, num estado semi-letárgico, irão em busca do alimento de uma forma muito irregular e durante poucas horas do dia.

Com a chegada do frio/inverno, a captura de grandes Carpas complica-se, se a isso somar-mos o dia-a-dia da nossa vida quotidiana que nos priva de lhes dedicarmos todo o tempo que gostaríamos, concluímos que as hipóteses de êxito são poucas.

Por outro lado, em dias solarengos podemos disfrutar de sessões com inúmeras picadas, pois o melhor sítio para as procurar são zonas de água menos profundas como recantos ou praias que oscilem entre os 5 e os 7 metros de profundi-dade, pois os raios solares aquecem a água e as carpas acorrem a estas zonas para se reativarem da letargia invernal.

Se somos dos que gostamos de praticar o Carp Fishing em rio, devemos procurar zonas mais tranquilas e profundas que a média do rio, onde poderemos incluir as curvas, pontes ou junto às represas. A vegetação, grandes pedras ou árvores submersas podem ser bons pontos estratégicos já que proporcionam às carpas proteção e alimento natural.

ISCOS E ENGODAGEMNesta época do ano, necessitamos mais que

nunca que as carpas aceitem os nossos iscos da forma mais natural possível, para isso devemos oferecer-lhes um isco suculento e que as estimule a comer. É o momento de darmos mais importância à qualidade dos iscos em detrimen-to da quantidade dos mesmos.

Boilies à base de ingredientes naturais e de fácil digestão, molhos e dips que se dispersem facilmente em águas frias, stick mix ou ground-baits que estimulem ao máximo o apetite das Carpas serão armas decisivas nas nossas frias e curtas sessões invernais.

Por todas estas razões, confio plenamente nos iscos fabricados pela marca espanhola Vital-baits, pois os seus boilies de ingredientes natu-rais e farinhas de pescado pré-digeridas, os seus estimulantes líquidos de grande solubilidade, assim como os seus engodos e micropartículas, o convertem num bom isco durante todo o ano e marca a diferença em relação aos outros cebos do mercado em épocas difíceis como o inverno.

A engodagem será realizada de forma concentrada e em pequenas quantidades. A tática será dar-lhes uma pequena quantidade de comida o mais atraente possível que as estimule a vir até ao redor da nossa montagem. Neste momento entram em campo os sacos e as redes PVA. Se coloca-mos um saco ou uma rede PVA cheia de micro-pellets, stick mix e boilies tritura-dos, juntando uma boa dose do nosso dip preferido no local certo, será mais que suficiente para provocar a tão ansiada picada.

As sementes também podem proporcio-nar-nos alegrias pois são um isco natural e facil-mente aceites em todos os cenários, apesar de termos que ter sempre em conta nesta altura do ano o excesso de comida pode saciar as poucas carpas que se encontram com disposição para comer na nossa zona. Recomendo sementes pequenas e em quantidades mínimas, cânhamo, trigo e milho, sendo que no caso da noz tigrada e do milho aconselho a triturá-las para se apresen-

tarem sob a forma de micro partículas.

Outro ponto a ter em conta são os cenários onde a pesca fica muito difícil nas alturas mais quentes do ano devido aos lagostins. Estes poderão ser bons locais para pescar durante o inverno. Com o arrefecimento das águas os lagostins cessam a sua atividade. Isto faz com que para as carpas seja mais difícil encontrar um dos alimentos naturais mais presentes na sua dieta e naturalmente se encon-trem menos receosas na altura de comer algo novo. Além do mais podemos oferecer-lhes iscos à base de carne ou peixe que noutras alturas é impossível devido à atividade dos lagostins.

MONTAGENS E APRESENTAÇÃOÉ o momento de dizer que uma apresentação

discreta e natural das nossas montagens dentro da água pode ser o fator chave na hora das receosas Carpas invernais se decidirem a comer. Estas alimentam-se de forma tímida e lenta, a absorção do nosso isco não lhes deve causar nenhum esforço ou caso contrário não o irão comer.

O meu conselho é utilizar anzois pequenos, dos tamanhos 6-8, nos quais montaremos boillies entre os 10 e os 14 mm de diâmetro. Uma pesca com montagem tipo d-rig para pop-up é uma boa escol-ha, um boilie pop-up apresentado sobre uma cama de stick mix tem um resultado muito atrativo para as tímidas Carpas. Mas, se por outro lado preferimos pescar com montagens afundantes, uma boa opção

é aligeirar os nossos iscos com pequenos pop-up em montagens tipo snowman. Um boilie denso de 14mm com um pop-up de 10 será mais que sufici-ente.

Outra opção muito boa para esta altura são os iscos artificiais, os chamados iscos de plástico. Existem em grande variedade no mercado, imitações muito realistas de grão de milho, noz tigrada, amendoins, etc. Pessoalmente só utilizo grãos de milho artificiais que conservo submersos em diferentes líquidos e que combino consoante me agrada.

Outro fator a ter em conta nesta época é a clari-dade das águas. Devemos tentar camuflar-nos o mais meticulosamente possível. Devemos escolher bem a cor das nossas chumbadas e os estralhos. Não podemos aceitar que uma Carpa esteja dispos-ta a alimentar-se, e desconfie pelo pormenor mais pequeno e que esse tenha a ver com o nosso mate-rial. Os estralhos de fluorcarbono são muito discre-tos em todos os cenários.

Estes conselhos são baseados em experiência própria. O inverno é uma época dura que em muitas ocasiões chega mesmo a desmoralizar, mas o otimismo e a grande ilusão que esta modalidade desperta serão grandes aliados em todas as nossas sessões de pesca.

Os tradicionais nevoeiros ao amanhecer, as

longas e frias noites, as margens quase solitárias e a dificuldade de cada captura, convertem o inverno na estação mais especial do ano. Ensina-nos a valo-rizar ao máximo cada captura conseguida, obriga-nos a ser pacientes e cria uma grande amiza-de entre os pescadores que partilham as margens.

Espero que este pequeno artigo sirva de motivação para alguns pescadores e que vos dê muito ânimo a viver a grande experiência que é o Carp Fishing invernal.

Muita sorte e boa pesca!Ruben Serrate Gimeno

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Quando falo em sessões Express refiro-me a sessões com poucas horas de duração, sem nenhum tipo de engodagem prévia e com a necessi-dade de adaptarmos a nossa estratégia de pesca às condições de que dispomos naquele curto período de tempo. Devido a isso quero dedicar este artigo aos três fatores que podem levar a que uma difícil sessão Express invernal se torna numa sessão de êxito.

LOCALIZAÇÃOEste é sem dúvida o ponto mais importante a

ter em conta nas nossas curtas sessões invernais. Não é uma estação muito propícia a descobrir novos lugares. O conhecimento do local e a capaci-

dade de prevermos as mudanças dos hábitos dos peixes com o arrefecimento das águas serão sem dúvida as chaves de um possível êxito. As carpas, com um metabolismo mais lento que em outras épocas mais quentes do ano têm a necessidade de se alimentar de forma quase diária, pelo que tentarão percorrer a menor distância possível em busca do alimento.

Nos dias mais frios as carpas das nossas barra-gens encontram-se pouco ativas em zonas de grande profundidade quase junto ao leito natural do rio, num estado semi-letárgico, irão em busca do alimento de uma forma muito irregular e durante poucas horas do dia.

Com a chegada do frio/inverno, a captura de grandes Carpas complica-se, se a isso somar-mos o dia-a-dia da nossa vida quotidiana que nos priva de lhes dedicarmos todo o tempo que gostaríamos, concluímos que as hipóteses de êxito são poucas.

Por outro lado, em dias solarengos podemos disfrutar de sessões com inúmeras picadas, pois o melhor sítio para as procurar são zonas de água menos profundas como recantos ou praias que oscilem entre os 5 e os 7 metros de profundi-dade, pois os raios solares aquecem a água e as carpas acorrem a estas zonas para se reativarem da letargia invernal.

Se somos dos que gostamos de praticar o Carp Fishing em rio, devemos procurar zonas mais tranquilas e profundas que a média do rio, onde poderemos incluir as curvas, pontes ou junto às represas. A vegetação, grandes pedras ou árvores submersas podem ser bons pontos estratégicos já que proporcionam às carpas proteção e alimento natural.

ISCOS E ENGODAGEMNesta época do ano, necessitamos mais que

nunca que as carpas aceitem os nossos iscos da forma mais natural possível, para isso devemos oferecer-lhes um isco suculento e que as estimule a comer. É o momento de darmos mais importância à qualidade dos iscos em detrimen-to da quantidade dos mesmos.

Boilies à base de ingredientes naturais e de fácil digestão, molhos e dips que se dispersem facilmente em águas frias, stick mix ou ground-baits que estimulem ao máximo o apetite das Carpas serão armas decisivas nas nossas frias e curtas sessões invernais.

Por todas estas razões, confio plenamente nos iscos fabricados pela marca espanhola Vital-baits, pois os seus boilies de ingredientes natu-rais e farinhas de pescado pré-digeridas, os seus estimulantes líquidos de grande solubilidade, assim como os seus engodos e micropartículas, o convertem num bom isco durante todo o ano e marca a diferença em relação aos outros cebos do mercado em épocas difíceis como o inverno.

A engodagem será realizada de forma concentrada e em pequenas quantidades. A tática será dar-lhes uma pequena quantidade de comida o mais atraente possível que as estimule a vir até ao redor da nossa montagem. Neste momento entram em campo os sacos e as redes PVA. Se coloca-mos um saco ou uma rede PVA cheia de micro-pellets, stick mix e boilies tritura-dos, juntando uma boa dose do nosso dip preferido no local certo, será mais que suficiente para provocar a tão ansiada picada.

As sementes também podem proporcio-nar-nos alegrias pois são um isco natural e facil-mente aceites em todos os cenários, apesar de termos que ter sempre em conta nesta altura do ano o excesso de comida pode saciar as poucas carpas que se encontram com disposição para comer na nossa zona. Recomendo sementes pequenas e em quantidades mínimas, cânhamo, trigo e milho, sendo que no caso da noz tigrada e do milho aconselho a triturá-las para se apresen-

tarem sob a forma de micro partículas.

Outro ponto a ter em conta são os cenários onde a pesca fica muito difícil nas alturas mais quentes do ano devido aos lagostins. Estes poderão ser bons locais para pescar durante o inverno. Com o arrefecimento das águas os lagostins cessam a sua atividade. Isto faz com que para as carpas seja mais difícil encontrar um dos alimentos naturais mais presentes na sua dieta e naturalmente se encon-trem menos receosas na altura de comer algo novo. Além do mais podemos oferecer-lhes iscos à base de carne ou peixe que noutras alturas é impossível devido à atividade dos lagostins.

MONTAGENS E APRESENTAÇÃOÉ o momento de dizer que uma apresentação

discreta e natural das nossas montagens dentro da água pode ser o fator chave na hora das receosas Carpas invernais se decidirem a comer. Estas alimentam-se de forma tímida e lenta, a absorção do nosso isco não lhes deve causar nenhum esforço ou caso contrário não o irão comer.

O meu conselho é utilizar anzois pequenos, dos tamanhos 6-8, nos quais montaremos boillies entre os 10 e os 14 mm de diâmetro. Uma pesca com montagem tipo d-rig para pop-up é uma boa escol-ha, um boilie pop-up apresentado sobre uma cama de stick mix tem um resultado muito atrativo para as tímidas Carpas. Mas, se por outro lado preferimos pescar com montagens afundantes, uma boa opção

é aligeirar os nossos iscos com pequenos pop-up em montagens tipo snowman. Um boilie denso de 14mm com um pop-up de 10 será mais que sufici-ente.

Outra opção muito boa para esta altura são os iscos artificiais, os chamados iscos de plástico. Existem em grande variedade no mercado, imitações muito realistas de grão de milho, noz tigrada, amendoins, etc. Pessoalmente só utilizo grãos de milho artificiais que conservo submersos em diferentes líquidos e que combino consoante me agrada.

Outro fator a ter em conta nesta época é a clari-dade das águas. Devemos tentar camuflar-nos o mais meticulosamente possível. Devemos escolher bem a cor das nossas chumbadas e os estralhos. Não podemos aceitar que uma Carpa esteja dispos-ta a alimentar-se, e desconfie pelo pormenor mais pequeno e que esse tenha a ver com o nosso mate-rial. Os estralhos de fluorcarbono são muito discre-tos em todos os cenários.

Estes conselhos são baseados em experiência própria. O inverno é uma época dura que em muitas ocasiões chega mesmo a desmoralizar, mas o otimismo e a grande ilusão que esta modalidade desperta serão grandes aliados em todas as nossas sessões de pesca.

Os tradicionais nevoeiros ao amanhecer, as

longas e frias noites, as margens quase solitárias e a dificuldade de cada captura, convertem o inverno na estação mais especial do ano. Ensina-nos a valo-rizar ao máximo cada captura conseguida, obriga-nos a ser pacientes e cria uma grande amiza-de entre os pescadores que partilham as margens.

Espero que este pequeno artigo sirva de motivação para alguns pescadores e que vos dê muito ânimo a viver a grande experiência que é o Carp Fishing invernal.

Muita sorte e boa pesca!Ruben Serrate Gimeno

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Quando falo em sessões Express refiro-me a sessões com poucas horas de duração, sem nenhum tipo de engodagem prévia e com a necessi-dade de adaptarmos a nossa estratégia de pesca às condições de que dispomos naquele curto período de tempo. Devido a isso quero dedicar este artigo aos três fatores que podem levar a que uma difícil sessão Express invernal se torna numa sessão de êxito.

LOCALIZAÇÃOEste é sem dúvida o ponto mais importante a

ter em conta nas nossas curtas sessões invernais. Não é uma estação muito propícia a descobrir novos lugares. O conhecimento do local e a capaci-

dade de prevermos as mudanças dos hábitos dos peixes com o arrefecimento das águas serão sem dúvida as chaves de um possível êxito. As carpas, com um metabolismo mais lento que em outras épocas mais quentes do ano têm a necessidade de se alimentar de forma quase diária, pelo que tentarão percorrer a menor distância possível em busca do alimento.

Nos dias mais frios as carpas das nossas barra-gens encontram-se pouco ativas em zonas de grande profundidade quase junto ao leito natural do rio, num estado semi-letárgico, irão em busca do alimento de uma forma muito irregular e durante poucas horas do dia.

Por outro lado, em dias solarengos podemos disfrutar de sessões com inúmeras picadas, pois o melhor sítio para as procurar são zonas de água menos profundas como recantos ou praias que oscilem entre os 5 e os 7 metros de profundi-dade, pois os raios solares aquecem a água e as carpas acorrem a estas zonas para se reativarem da letargia invernal.

Se somos dos que gostamos de praticar o Carp Fishing em rio, devemos procurar zonas mais tranquilas e profundas que a média do rio, onde poderemos incluir as curvas, pontes ou junto às represas. A vegetação, grandes pedras ou árvores submersas podem ser bons pontos estratégicos já que proporcionam às carpas proteção e alimento natural.

ISCOS E ENGODAGEMNesta época do ano, necessitamos mais que

nunca que as carpas aceitem os nossos iscos da forma mais natural possível, para isso devemos oferecer-lhes um isco suculento e que as estimule a comer. É o momento de darmos mais importância à qualidade dos iscos em detrimen-to da quantidade dos mesmos.

Boilies à base de ingredientes naturais e de fácil digestão, molhos e dips que se dispersem facilmente em águas frias, stick mix ou ground-baits que estimulem ao máximo o apetite das Carpas serão armas decisivas nas nossas frias e curtas sessões invernais.

Por todas estas razões, confio plenamente nos iscos fabricados pela marca espanhola Vital-baits, pois os seus boilies de ingredientes natu-rais e farinhas de pescado pré-digeridas, os seus estimulantes líquidos de grande solubilidade, assim como os seus engodos e micropartículas, o convertem num bom isco durante todo o ano e marca a diferença em relação aos outros cebos do mercado em épocas difíceis como o inverno.

A engodagem será realizada de forma concentrada e em pequenas quantidades. A tática será dar-lhes uma pequena quantidade de comida o mais atraente possível que as estimule a vir até ao redor da nossa montagem. Neste momento entram em campo os sacos e as redes PVA. Se coloca-mos um saco ou uma rede PVA cheia de micro-pellets, stick mix e boilies tritura-dos, juntando uma boa dose do nosso dip preferido no local certo, será mais que suficiente para provocar a tão ansiada picada.

As sementes também podem proporcio-nar-nos alegrias pois são um isco natural e facil-mente aceites em todos os cenários, apesar de termos que ter sempre em conta nesta altura do ano o excesso de comida pode saciar as poucas carpas que se encontram com disposição para comer na nossa zona. Recomendo sementes pequenas e em quantidades mínimas, cânhamo, trigo e milho, sendo que no caso da noz tigrada e do milho aconselho a triturá-las para se apresen-

tarem sob a forma de micro partículas.

Outro ponto a ter em conta são os cenários onde a pesca fica muito difícil nas alturas mais quentes do ano devido aos lagostins. Estes poderão ser bons locais para pescar durante o inverno. Com o arrefecimento das águas os lagostins cessam a sua atividade. Isto faz com que para as carpas seja mais difícil encontrar um dos alimentos naturais mais presentes na sua dieta e naturalmente se encon-trem menos receosas na altura de comer algo novo. Além do mais podemos oferecer-lhes iscos à base de carne ou peixe que noutras alturas é impossível devido à atividade dos lagostins.

MONTAGENS E APRESENTAÇÃOÉ o momento de dizer que uma apresentação

discreta e natural das nossas montagens dentro da água pode ser o fator chave na hora das receosas Carpas invernais se decidirem a comer. Estas alimentam-se de forma tímida e lenta, a absorção do nosso isco não lhes deve causar nenhum esforço ou caso contrário não o irão comer.

O meu conselho é utilizar anzois pequenos, dos tamanhos 6-8, nos quais montaremos boillies entre os 10 e os 14 mm de diâmetro. Uma pesca com montagem tipo d-rig para pop-up é uma boa escol-ha, um boilie pop-up apresentado sobre uma cama de stick mix tem um resultado muito atrativo para as tímidas Carpas. Mas, se por outro lado preferimos pescar com montagens afundantes, uma boa opção

é aligeirar os nossos iscos com pequenos pop-up em montagens tipo snowman. Um boilie denso de 14mm com um pop-up de 10 será mais que sufici-ente.

Outra opção muito boa para esta altura são os iscos artificiais, os chamados iscos de plástico. Existem em grande variedade no mercado, imitações muito realistas de grão de milho, noz tigrada, amendoins, etc. Pessoalmente só utilizo grãos de milho artificiais que conservo submersos em diferentes líquidos e que combino consoante me agrada.

Outro fator a ter em conta nesta época é a clari-dade das águas. Devemos tentar camuflar-nos o mais meticulosamente possível. Devemos escolher bem a cor das nossas chumbadas e os estralhos. Não podemos aceitar que uma Carpa esteja dispos-ta a alimentar-se, e desconfie pelo pormenor mais pequeno e que esse tenha a ver com o nosso mate-rial. Os estralhos de fluorcarbono são muito discre-tos em todos os cenários.

Estes conselhos são baseados em experiência própria. O inverno é uma época dura que em muitas ocasiões chega mesmo a desmoralizar, mas o otimismo e a grande ilusão que esta modalidade desperta serão grandes aliados em todas as nossas sessões de pesca.

Os tradicionais nevoeiros ao amanhecer, as

longas e frias noites, as margens quase solitárias e a dificuldade de cada captura, convertem o inverno na estação mais especial do ano. Ensina-nos a valo-rizar ao máximo cada captura conseguida, obriga-nos a ser pacientes e cria uma grande amiza-de entre os pescadores que partilham as margens.

Espero que este pequeno artigo sirva de motivação para alguns pescadores e que vos dê muito ânimo a viver a grande experiência que é o Carp Fishing invernal.

Muita sorte e boa pesca!Ruben Serrate Gimeno

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Page 101: Digital Carp Magazine #03

Quando falo em sessões Express refiro-me a sessões com poucas horas de duração, sem nenhum tipo de engodagem prévia e com a necessi-dade de adaptarmos a nossa estratégia de pesca às condições de que dispomos naquele curto período de tempo. Devido a isso quero dedicar este artigo aos três fatores que podem levar a que uma difícil sessão Express invernal se torna numa sessão de êxito.

LOCALIZAÇÃOEste é sem dúvida o ponto mais importante a

ter em conta nas nossas curtas sessões invernais. Não é uma estação muito propícia a descobrir novos lugares. O conhecimento do local e a capaci-

dade de prevermos as mudanças dos hábitos dos peixes com o arrefecimento das águas serão sem dúvida as chaves de um possível êxito. As carpas, com um metabolismo mais lento que em outras épocas mais quentes do ano têm a necessidade de se alimentar de forma quase diária, pelo que tentarão percorrer a menor distância possível em busca do alimento.

Nos dias mais frios as carpas das nossas barra-gens encontram-se pouco ativas em zonas de grande profundidade quase junto ao leito natural do rio, num estado semi-letárgico, irão em busca do alimento de uma forma muito irregular e durante poucas horas do dia.

Por outro lado, em dias solarengos podemos disfrutar de sessões com inúmeras picadas, pois o melhor sítio para as procurar são zonas de água menos profundas como recantos ou praias que oscilem entre os 5 e os 7 metros de profundi-dade, pois os raios solares aquecem a água e as carpas acorrem a estas zonas para se reativarem da letargia invernal.

Se somos dos que gostamos de praticar o Carp Fishing em rio, devemos procurar zonas mais tranquilas e profundas que a média do rio, onde poderemos incluir as curvas, pontes ou junto às represas. A vegetação, grandes pedras ou árvores submersas podem ser bons pontos estratégicos já que proporcionam às carpas proteção e alimento natural.

ISCOS E ENGODAGEMNesta época do ano, necessitamos mais que

nunca que as carpas aceitem os nossos iscos da forma mais natural possível, para isso devemos oferecer-lhes um isco suculento e que as estimule a comer. É o momento de darmos mais importância à qualidade dos iscos em detrimen-to da quantidade dos mesmos.

Boilies à base de ingredientes naturais e de fácil digestão, molhos e dips que se dispersem facilmente em águas frias, stick mix ou ground-baits que estimulem ao máximo o apetite das Carpas serão armas decisivas nas nossas frias e curtas sessões invernais.

Por todas estas razões, confio plenamente nos iscos fabricados pela marca espanhola Vital-baits, pois os seus boilies de ingredientes natu-rais e farinhas de pescado pré-digeridas, os seus estimulantes líquidos de grande solubilidade, assim como os seus engodos e micropartículas, o convertem num bom isco durante todo o ano e marca a diferença em relação aos outros cebos do mercado em épocas difíceis como o inverno.

A engodagem será realizada de forma concentrada e em pequenas quantidades. A tática será dar-lhes uma pequena quantidade de comida o mais atraente possível que as estimule a vir até ao redor da nossa montagem. Neste momento entram em campo os sacos e as redes PVA. Se coloca-mos um saco ou uma rede PVA cheia de micro-pellets, stick mix e boilies tritura-dos, juntando uma boa dose do nosso dip preferido no local certo, será mais que suficiente para provocar a tão ansiada picada.

As sementes também podem proporcio-nar-nos alegrias pois são um isco natural e facil-mente aceites em todos os cenários, apesar de termos que ter sempre em conta nesta altura do ano o excesso de comida pode saciar as poucas carpas que se encontram com disposição para comer na nossa zona. Recomendo sementes pequenas e em quantidades mínimas, cânhamo, trigo e milho, sendo que no caso da noz tigrada e do milho aconselho a triturá-las para se apresen-

tarem sob a forma de micro partículas.

Outro ponto a ter em conta são os cenários onde a pesca fica muito difícil nas alturas mais quentes do ano devido aos lagostins. Estes poderão ser bons locais para pescar durante o inverno. Com o arrefecimento das águas os lagostins cessam a sua atividade. Isto faz com que para as carpas seja mais difícil encontrar um dos alimentos naturais mais presentes na sua dieta e naturalmente se encon-trem menos receosas na altura de comer algo novo. Além do mais podemos oferecer-lhes iscos à base de carne ou peixe que noutras alturas é impossível devido à atividade dos lagostins.

MONTAGENS E APRESENTAÇÃOÉ o momento de dizer que uma apresentação

discreta e natural das nossas montagens dentro da água pode ser o fator chave na hora das receosas Carpas invernais se decidirem a comer. Estas alimentam-se de forma tímida e lenta, a absorção do nosso isco não lhes deve causar nenhum esforço ou caso contrário não o irão comer.

O meu conselho é utilizar anzois pequenos, dos tamanhos 6-8, nos quais montaremos boillies entre os 10 e os 14 mm de diâmetro. Uma pesca com montagem tipo d-rig para pop-up é uma boa escol-ha, um boilie pop-up apresentado sobre uma cama de stick mix tem um resultado muito atrativo para as tímidas Carpas. Mas, se por outro lado preferimos pescar com montagens afundantes, uma boa opção

é aligeirar os nossos iscos com pequenos pop-up em montagens tipo snowman. Um boilie denso de 14mm com um pop-up de 10 será mais que sufici-ente.

Outra opção muito boa para esta altura são os iscos artificiais, os chamados iscos de plástico. Existem em grande variedade no mercado, imitações muito realistas de grão de milho, noz tigrada, amendoins, etc. Pessoalmente só utilizo grãos de milho artificiais que conservo submersos em diferentes líquidos e que combino consoante me agrada.

Outro fator a ter em conta nesta época é a clari-dade das águas. Devemos tentar camuflar-nos o mais meticulosamente possível. Devemos escolher bem a cor das nossas chumbadas e os estralhos. Não podemos aceitar que uma Carpa esteja dispos-ta a alimentar-se, e desconfie pelo pormenor mais pequeno e que esse tenha a ver com o nosso mate-rial. Os estralhos de fluorcarbono são muito discre-tos em todos os cenários.

Estes conselhos são baseados em experiência própria. O inverno é uma época dura que em muitas ocasiões chega mesmo a desmoralizar, mas o otimismo e a grande ilusão que esta modalidade desperta serão grandes aliados em todas as nossas sessões de pesca.

Os tradicionais nevoeiros ao amanhecer, as

longas e frias noites, as margens quase solitárias e a dificuldade de cada captura, convertem o inverno na estação mais especial do ano. Ensina-nos a valo-rizar ao máximo cada captura conseguida, obriga-nos a ser pacientes e cria uma grande amiza-de entre os pescadores que partilham as margens.

Espero que este pequeno artigo sirva de motivação para alguns pescadores e que vos dê muito ânimo a viver a grande experiência que é o Carp Fishing invernal.

Muita sorte e boa pesca!Ruben Serrate Gimeno

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Page 102: Digital Carp Magazine #03

O Paulo Casais Miranda enviou-nos desde o Luxemburgo a receita caseira que lhe tem dado bons resultados. Da nossa parte um muito obrigado pela partilha!

Receita para um quilo de Boilies

Ingredientes700g de mix de farinha de milho, trigo e soja150g de Fishmeal da marca Big Carp50g de Robin Red da mesma marca.50g de Bird Food2 colheres de sopa de hpsfe (high protein soluble fish extract)8ml de flavours mega salmon, Big Carp 30ml de óleo de Salmão30g de sal 9 a 10 ovos

Misturar muito bem todos os ingredientes sólidos com as mãos ou com o auxílio de um mexedor. Quando estiver tudo bem homogéneo passamos à parte lÍquida.

Começamos por colocar 5 dos 10 ovos no mexe-dor, seguidamente colocamos 8ml de aroma de salmão e adicionamos também 30ml de óleo de Salmão, misturamos tudo no mexedor. Só depois colocamos o líquido num balde e começamos por meter 500g da mix (farinhas).

Mistura-se bem até estar bem homogéneo, depois vai-se adicionando o resto das farinhas suavemente até obter uma pasta bem homogénea mas que não cole nas mãos. Depois do objetivo conseguido, esta-mos prontos para começar a fazer boillies. Pessoal-mente uso uma pistola e uma tábua de fazer boillies mas pode-se sempre enrolar à mão.

Depois dos boilies feitos resta cozê-los em água a ferver e esperar que venham à superfície, para de seguida os retirar a fim de secarem. Pode-se também efetuar a cozedura a vapor.

Ter em atenção a secagem que deve ser feita a temperatura ambiente sem estarem diretamente ao sol, com uma duração de três a quatro dias. Só depois se podem conservar.

O processo de conservação pode ser feito de duas formas diferentes; coloca-se em sacos e congela-se ou então usa-se um balde com sal onde se juntam os boilies.

Paulo Casais Miranda

DCM: Esperamos que tenham a mesma sorte com esta receita que o Paulo tem tido!

A receita do Paulo com provas à beira da água!

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O Paulo Casais Miranda enviou-nos desde o Luxemburgo a receita caseira que lhe tem dado bons resultados. Da nossa parte um muito obrigado pela partilha!

Receita para um quilo de Boilies

Ingredientes700g de mix de farinha de milho, trigo e soja150g de Fishmeal da marca Big Carp50g de Robin Red da mesma marca.50g de Bird Food2 colheres de sopa de hpsfe (high protein soluble fish extract)8ml de flavours mega salmon, Big Carp 30ml de óleo de Salmão30g de sal 9 a 10 ovos

Misturar muito bem todos os ingredientes sólidos com as mãos ou com o auxílio de um mexedor. Quando estiver tudo bem homogéneo passamos à parte lÍquida.

Começamos por colocar 5 dos 10 ovos no mexe-dor, seguidamente colocamos 8ml de aroma de salmão e adicionamos também 30ml de óleo de Salmão, misturamos tudo no mexedor. Só depois colocamos o líquido num balde e começamos por meter 500g da mix (farinhas).

Mistura-se bem até estar bem homogéneo, depois vai-se adicionando o resto das farinhas suavemente até obter uma pasta bem homogénea mas que não cole nas mãos. Depois do objetivo conseguido, esta-mos prontos para começar a fazer boillies. Pessoal-mente uso uma pistola e uma tábua de fazer boillies mas pode-se sempre enrolar à mão.

Depois dos boilies feitos resta cozê-los em água a ferver e esperar que venham à superfície, para de seguida os retirar a fim de secarem. Pode-se também efetuar a cozedura a vapor.

Ter em atenção a secagem que deve ser feita a temperatura ambiente sem estarem diretamente ao sol, com uma duração de três a quatro dias. Só depois se podem conservar.

O processo de conservação pode ser feito de duas formas diferentes; coloca-se em sacos e congela-se ou então usa-se um balde com sal onde se juntam os boilies.

Paulo Casais Miranda

DCM: Esperamos que tenham a mesma sorte com esta receita que o Paulo tem tido!

A receita do Paulo com provas à beira da água!

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Page 104: Digital Carp Magazine #03

pesca alonga distância

Aqui está um assunto que gera muita discussão entre os carpistas. Materiais, técnicas, como e porque se faz. É isso que vamos tentar explicar neste artigo.

Quando me refiro a pesca a longa distância, considero ação de pesca a mais de 120 metros, o que requer determinados pressupostos. No univer-so da pesca à carpa, podemos encontrar muita informação sobre este tema, incluindo fotos e vídeos.

Porquê?

Antes de mais, na minha opinião e salvo

exceções, a pesca a distâncias superiores a 120 metros está mais associada à vertente de pesca de competição. Entenda-se por competição um grupo de Carpistas que começam a pescar todos à mesma hora, em pesqueiros marcados, com hora de início e fim. Competição não é apenas o campeonato nacio-nal organizado pela FPPD. Em situações deste tipo, o barulho que fazemos nas margens a preparar o material, montar tendas, engodar, tem tendência a afastar o peixe, como é normal. Nestes casos, e variando de local para local, será boa opção tentar a pesca mais longe que o habitual, sendo por vezes determinante para o sucesso de quem pesca e engoda mais à frente.

Como?Para pescar a longas distâncias, precisamos ter

material que o permita. Canas entre os 12 e 13 pés são a melhor opção, com potências na ordem das 3,5lbs. Alguns acham que canas de 12 pés não lançam tanto como as de 13 pés, pois bem meus amigos, devo dizer-vos que tal poderá ser um engano, porque além da medida da cana, há outros fatores que favorecem o lançamento. Numa cana mais curta posso conseguir tirar rendimento máximo, e não o conseguir com uma cana mais comprida. Isto é, a maneira como cada um de nós prepara o lançamento é que vai determinar a distância de pesca, e não o comprimento da cana. O material que temos tem que se adaptar ao que nós conseguimos fazer com ele. Se tivermos dificuldades em armar uma cana de 13 pés 3,5lbs, podemos conse-guir armar melhor uma cana ou mais curta ou com uma ação inferior. “Armar a cana” é a sequência de movi-mentos que fazemos com o corpo e braços de forma a projetar a chumbada.

A diferença entre “armar a cana” e lançar é muito grande. Quando se prepara um lançamento temos que ter noção que as canas foram estudadas e preparadas para esse fim. É completamente errado puxar a cana atrás e lançar. A cana tem que ser “armada”. Imaginem a cana ao alto por cima por cima das vossas cabeças. Devem deixar descair ligeiramente para trás, formando um ângulo diria de uns 70 graus, aí interrompemos os movimentos e deixamos estabilizar a chumbada. Agora sim, vamos “armar” a cana, tendo em conta que quanto mais rápidos formos, mais sucesso vamos ter no nosso lançamento: com a cana a 70 graus, deixamos cair a cana o máximo que nos for possível, e quando chega ao limite descendente, arrancamos com a cana de imediato para projetar com a maior velocidade e força possível. A isto chamo “armar” a cana e lançar. Este movimento descendente e imediatamente ascenden-te, obriga a ponteira da cana a vergar e é dessa forma que conseguimos tirar todo rendimento para o qual a cana foi concebida. Quando se faz um lançamento em que passam a cana para trás das costas até um ângulo diria de uns 30 graus e depois lançam, não estão a tirar rendimento na ponteira da cana, estão sim a projetar toda a cana num lançamento, não tirando o máximo rendimento desta.

Truques:

• MontagensO tipo de montagem mais indicado para pescar a

longa distância é a montagem helicóptero. Os detalhes da conceção desta montagem podem ser vistos na DCM #2

• Distância que devem deixar a chumbada da ponteira para armar o lançamento.

Na minha opinião essa distância terá que ser sempre muito próxima de metade do comprimento total da cana, ou seja, perto do encaixe. Esta distância vai permitir que a chumbada descreva um arco e quanto maior for esse arco, aliado a uma grande veloci-dade, maior será a distância alcançada.

• Importante usar sempre luva ou dedeira. Ainda há pouco tempo o meu parceiro cortou o dedo num lançamento e não imaginam as dificul-dades que ele teve durante o tempo que tivemos à pesca.

• Lubrificar as linhas e os passadores, eu utilizo vaselina líquida.

• Fio de nylon

Um bom fio para lançamentos tem que ser macio, suave, deslizar bem nos passadores e não ter memória. De todos que tenho usado o melhor fio para lançar tem sido o Team Cormoura 1000 metros. Sem dúvida aquele que consigo os melhores lança-mentos. Nem todos os fios das melhores marcas são bons para lançar. Cada fio tem as suas característi-cas de acordo com aquilo que o fabricante lhe pretendeu dar. Há fios que afundam mais rápido, há fios que são mais rígidos, há fios mais macios, há fios mais leves, há fios mais resistentes ao nó, outros mais resistentes à abrasão, enfim, há uma série de características que definem cada tipo de fio. Cabe-nos escolher o tipo de fio indicado para o tipo de pesca que vamos fazer.

• Para lançar 100 metrosEsta distância creio que todos conseguem

alcançar com fios até 0,40mm, fios próprios para lançamentos. Não requer chumbadas específicas. Qualquer tipo de chumbada com 100 ou mais gramas atinge esta distância.

• Para lançar 120 metrosAqui começa a ser necessária alguma técnica.

Diria que com um bom fio de lançamento 0.35mm esta distância seja alcançada. Temos que ter alguma cautela na chumbada que vamos aplicar, terá que ser tipo “Bomber”, “Trilobe”, “Lágrima”.

• Para lançar acima de 140 metrosAqui já temos que nos preparar de outra forma:

fio no máximo 0,25mm (há quem use 0,18mm) com fio de arranque que pode ser entrançado (cerca de 2 x o comprimento da cana), ou de nylon, comercia lizados por diversas empresas normalmente em bobines com 5 pontas que vão desde o 0,18mm e acima de 0,45mm consoante o fabricante. Pessoal-mente, consigo melhores resultados com fio de arranque em nylon. No caso de ter necessidade de pescar nestas distâncias as chumbadas que utilizo são as de tipo “seta” com ponta longa.

• Após o lançamentoSempre, mas sempre, ter isto presente: num

“disparo” a estas distâncias, se o fundo for macio, a chumbada penetra na areia e tem que ser aliviada por nós, de forma a não ficar espetada, mas sim assente no fundo.

• CapturasPescar a longas distâncias só faz sentido, no

meu entender, quando as dificuldades são enormes

e as capturas pouco abundantes. Não é fácil trazer uma carpa desde 140 metros até à margem, ao mais pequeno erro desferram. Outro ponto muito impor-tante, em especial nas épocas mais quentes, é dar algum tempo à carpa para recuperar da “luta” porque o desgaste que teve foi enorme. Além disso, com a temperatura da água muito quente podemos condenar qualquer captura.

• Pescar com precisãoQuanto mais longe se pesca, mais difícil é ser

preciso nos lançamentos. Se podemos controlar o alinhamento do local onde queremos pescar, o mesmo não se pode dizer em relação à distância. Para isso, é fundamental termos noção da distância exata a que estamos a pescar. Basta colocar dois bank sticks à distância de 4 metros e depois de termos estabelecido a distância de pesca vamos marcar a linha com a ajuda de um marcador perma-nente (a utilização de fio de marcação corta os lançamentos), recolhemos a linha e fixamos a chum-bada a um dos bank sticks. De seguida damos tantas voltas quantas necessárias até desvendarmos a marca que fizemos anteriormente. Enquanto isso vamos contando as voltas que estamos a dar. No final, termos “x” voltas a 4 metros, a que vai corre-sponder a nossa distância de pesca. Isto é funda-mental ser feito, porque a qualquer momento, com qualquer cana, podemos ter sempre a distância exata de pesca. Porquê 4 metros e não 5? Muito simples, porque a 4 metros basta nós estarmos no ponto médio, ou seja a 2 metros de cada um, para estarmos sempre no mesmo local a efetuar as voltas em torno dos bank sticks.

• EngodarAo termos necessidade de pescar longe, impor-

ta também dizer como podemos preparar o pesqueiro, ou seja, como vamos fazer os nossos engodos. Há duas formas de o fazer, se for permiti-do usar bait boat ou barco pneumático, temos o problema resolvido, se não for esse o caso só temos uma hipótese, bait rocket. Engodar com bait rocket impõe um grande desgaste físico e requer muita prática e perícia. “Arrancar” com o bait rocket e depois recuperar é uma tarefa árdua, mas que tem que ser feita. Há alguns anos surgiu um novo tipo de bait rocket, o Spomb. Algo inovador que permite uma engodagem mais precisa e uma recuperação mais fácil. O ponto mais negativo deste utensílio, é mesmo o preço e quando bem atestado não é fácil ter braços para o projetar a distâncias consideráveis. Já vi amigos meus a lançar bem a uns 160 metros. Será necessário isso? Em competição, pode de facto significar uma vantagem.

Espero que este meu pequeno artigo vos tenha ajudado a compreender melhor como e porque se pesca a distâncias muito elevadas.

António Lopes Nunes

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pesca alonga distância

Aqui está um assunto que gera muita discussão entre os carpistas. Materiais, técnicas, como e porque se faz. É isso que vamos tentar explicar neste artigo.

Quando me refiro a pesca a longa distância, considero ação de pesca a mais de 120 metros, o que requer determinados pressupostos. No univer-so da pesca à carpa, podemos encontrar muita informação sobre este tema, incluindo fotos e vídeos.

Porquê?

Antes de mais, na minha opinião e salvo

exceções, a pesca a distâncias superiores a 120 metros está mais associada à vertente de pesca de competição. Entenda-se por competição um grupo de Carpistas que começam a pescar todos à mesma hora, em pesqueiros marcados, com hora de início e fim. Competição não é apenas o campeonato nacio-nal organizado pela FPPD. Em situações deste tipo, o barulho que fazemos nas margens a preparar o material, montar tendas, engodar, tem tendência a afastar o peixe, como é normal. Nestes casos, e variando de local para local, será boa opção tentar a pesca mais longe que o habitual, sendo por vezes determinante para o sucesso de quem pesca e engoda mais à frente.

Como?Para pescar a longas distâncias, precisamos ter

material que o permita. Canas entre os 12 e 13 pés são a melhor opção, com potências na ordem das 3,5lbs. Alguns acham que canas de 12 pés não lançam tanto como as de 13 pés, pois bem meus amigos, devo dizer-vos que tal poderá ser um engano, porque além da medida da cana, há outros fatores que favorecem o lançamento. Numa cana mais curta posso conseguir tirar rendimento máximo, e não o conseguir com uma cana mais comprida. Isto é, a maneira como cada um de nós prepara o lançamento é que vai determinar a distância de pesca, e não o comprimento da cana. O material que temos tem que se adaptar ao que nós conseguimos fazer com ele. Se tivermos dificuldades em armar uma cana de 13 pés 3,5lbs, podemos conse-guir armar melhor uma cana ou mais curta ou com uma ação inferior. “Armar a cana” é a sequência de movi-mentos que fazemos com o corpo e braços de forma a projetar a chumbada.

A diferença entre “armar a cana” e lançar é muito grande. Quando se prepara um lançamento temos que ter noção que as canas foram estudadas e preparadas para esse fim. É completamente errado puxar a cana atrás e lançar. A cana tem que ser “armada”. Imaginem a cana ao alto por cima por cima das vossas cabeças. Devem deixar descair ligeiramente para trás, formando um ângulo diria de uns 70 graus, aí interrompemos os movimentos e deixamos estabilizar a chumbada. Agora sim, vamos “armar” a cana, tendo em conta que quanto mais rápidos formos, mais sucesso vamos ter no nosso lançamento: com a cana a 70 graus, deixamos cair a cana o máximo que nos for possível, e quando chega ao limite descendente, arrancamos com a cana de imediato para projetar com a maior velocidade e força possível. A isto chamo “armar” a cana e lançar. Este movimento descendente e imediatamente ascenden-te, obriga a ponteira da cana a vergar e é dessa forma que conseguimos tirar todo rendimento para o qual a cana foi concebida. Quando se faz um lançamento em que passam a cana para trás das costas até um ângulo diria de uns 30 graus e depois lançam, não estão a tirar rendimento na ponteira da cana, estão sim a projetar toda a cana num lançamento, não tirando o máximo rendimento desta.

Truques:

• MontagensO tipo de montagem mais indicado para pescar a

longa distância é a montagem helicóptero. Os detalhes da conceção desta montagem podem ser vistos na DCM #2

• Distância que devem deixar a chumbada da ponteira para armar o lançamento.

Na minha opinião essa distância terá que ser sempre muito próxima de metade do comprimento total da cana, ou seja, perto do encaixe. Esta distância vai permitir que a chumbada descreva um arco e quanto maior for esse arco, aliado a uma grande veloci-dade, maior será a distância alcançada.

• Importante usar sempre luva ou dedeira. Ainda há pouco tempo o meu parceiro cortou o dedo num lançamento e não imaginam as dificul-dades que ele teve durante o tempo que tivemos à pesca.

• Lubrificar as linhas e os passadores, eu utilizo vaselina líquida.

• Fio de nylon

Um bom fio para lançamentos tem que ser macio, suave, deslizar bem nos passadores e não ter memória. De todos que tenho usado o melhor fio para lançar tem sido o Team Cormoura 1000 metros. Sem dúvida aquele que consigo os melhores lança-mentos. Nem todos os fios das melhores marcas são bons para lançar. Cada fio tem as suas característi-cas de acordo com aquilo que o fabricante lhe pretendeu dar. Há fios que afundam mais rápido, há fios que são mais rígidos, há fios mais macios, há fios mais leves, há fios mais resistentes ao nó, outros mais resistentes à abrasão, enfim, há uma série de características que definem cada tipo de fio. Cabe-nos escolher o tipo de fio indicado para o tipo de pesca que vamos fazer.

• Para lançar 100 metrosEsta distância creio que todos conseguem

alcançar com fios até 0,40mm, fios próprios para lançamentos. Não requer chumbadas específicas. Qualquer tipo de chumbada com 100 ou mais gramas atinge esta distância.

• Para lançar 120 metrosAqui começa a ser necessária alguma técnica.

Diria que com um bom fio de lançamento 0.35mm esta distância seja alcançada. Temos que ter alguma cautela na chumbada que vamos aplicar, terá que ser tipo “Bomber”, “Trilobe”, “Lágrima”.

• Para lançar acima de 140 metrosAqui já temos que nos preparar de outra forma:

fio no máximo 0,25mm (há quem use 0,18mm) com fio de arranque que pode ser entrançado (cerca de 2 x o comprimento da cana), ou de nylon, comercia lizados por diversas empresas normalmente em bobines com 5 pontas que vão desde o 0,18mm e acima de 0,45mm consoante o fabricante. Pessoal-mente, consigo melhores resultados com fio de arranque em nylon. No caso de ter necessidade de pescar nestas distâncias as chumbadas que utilizo são as de tipo “seta” com ponta longa.

• Após o lançamentoSempre, mas sempre, ter isto presente: num

“disparo” a estas distâncias, se o fundo for macio, a chumbada penetra na areia e tem que ser aliviada por nós, de forma a não ficar espetada, mas sim assente no fundo.

• CapturasPescar a longas distâncias só faz sentido, no

meu entender, quando as dificuldades são enormes

e as capturas pouco abundantes. Não é fácil trazer uma carpa desde 140 metros até à margem, ao mais pequeno erro desferram. Outro ponto muito impor-tante, em especial nas épocas mais quentes, é dar algum tempo à carpa para recuperar da “luta” porque o desgaste que teve foi enorme. Além disso, com a temperatura da água muito quente podemos condenar qualquer captura.

• Pescar com precisãoQuanto mais longe se pesca, mais difícil é ser

preciso nos lançamentos. Se podemos controlar o alinhamento do local onde queremos pescar, o mesmo não se pode dizer em relação à distância. Para isso, é fundamental termos noção da distância exata a que estamos a pescar. Basta colocar dois bank sticks à distância de 4 metros e depois de termos estabelecido a distância de pesca vamos marcar a linha com a ajuda de um marcador perma-nente (a utilização de fio de marcação corta os lançamentos), recolhemos a linha e fixamos a chum-bada a um dos bank sticks. De seguida damos tantas voltas quantas necessárias até desvendarmos a marca que fizemos anteriormente. Enquanto isso vamos contando as voltas que estamos a dar. No final, termos “x” voltas a 4 metros, a que vai corre-sponder a nossa distância de pesca. Isto é funda-mental ser feito, porque a qualquer momento, com qualquer cana, podemos ter sempre a distância exata de pesca. Porquê 4 metros e não 5? Muito simples, porque a 4 metros basta nós estarmos no ponto médio, ou seja a 2 metros de cada um, para estarmos sempre no mesmo local a efetuar as voltas em torno dos bank sticks.

• EngodarAo termos necessidade de pescar longe, impor-

ta também dizer como podemos preparar o pesqueiro, ou seja, como vamos fazer os nossos engodos. Há duas formas de o fazer, se for permiti-do usar bait boat ou barco pneumático, temos o problema resolvido, se não for esse o caso só temos uma hipótese, bait rocket. Engodar com bait rocket impõe um grande desgaste físico e requer muita prática e perícia. “Arrancar” com o bait rocket e depois recuperar é uma tarefa árdua, mas que tem que ser feita. Há alguns anos surgiu um novo tipo de bait rocket, o Spomb. Algo inovador que permite uma engodagem mais precisa e uma recuperação mais fácil. O ponto mais negativo deste utensílio, é mesmo o preço e quando bem atestado não é fácil ter braços para o projetar a distâncias consideráveis. Já vi amigos meus a lançar bem a uns 160 metros. Será necessário isso? Em competição, pode de facto significar uma vantagem.

Espero que este meu pequeno artigo vos tenha ajudado a compreender melhor como e porque se pesca a distâncias muito elevadas.

António Lopes Nunes

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Page 106: Digital Carp Magazine #03

Aqui está um assunto que gera muita discussão entre os carpistas. Materiais, técnicas, como e porque se faz. É isso que vamos tentar explicar neste artigo.

Quando me refiro a pesca a longa distância, considero ação de pesca a mais de 120 metros, o que requer determinados pressupostos. No univer-so da pesca à carpa, podemos encontrar muita informação sobre este tema, incluindo fotos e vídeos.

Porquê?

Antes de mais, na minha opinião e salvo

exceções, a pesca a distâncias superiores a 120 metros está mais associada à vertente de pesca de competição. Entenda-se por competição um grupo de Carpistas que começam a pescar todos à mesma hora, em pesqueiros marcados, com hora de início e fim. Competição não é apenas o campeonato nacio-nal organizado pela FPPD. Em situações deste tipo, o barulho que fazemos nas margens a preparar o material, montar tendas, engodar, tem tendência a afastar o peixe, como é normal. Nestes casos, e variando de local para local, será boa opção tentar a pesca mais longe que o habitual, sendo por vezes determinante para o sucesso de quem pesca e engoda mais à frente.

Como?Para pescar a longas distâncias, precisamos ter

material que o permita. Canas entre os 12 e 13 pés são a melhor opção, com potências na ordem das 3,5lbs. Alguns acham que canas de 12 pés não lançam tanto como as de 13 pés, pois bem meus amigos, devo dizer-vos que tal poderá ser um engano, porque além da medida da cana, há outros fatores que favorecem o lançamento. Numa cana mais curta posso conseguir tirar rendimento máximo, e não o conseguir com uma cana mais comprida. Isto é, a maneira como cada um de nós prepara o lançamento é que vai determinar a distância de pesca, e não o comprimento da cana. O material que temos tem que se adaptar ao que nós conseguimos fazer com ele. Se tivermos dificuldades em armar uma cana de 13 pés 3,5lbs, podemos conse-guir armar melhor uma cana ou mais curta ou com uma ação inferior. “Armar a cana” é a sequência de movi-mentos que fazemos com o corpo e braços de forma a projetar a chumbada.

A diferença entre “armar a cana” e lançar é muito grande. Quando se prepara um lançamento temos que ter noção que as canas foram estudadas e preparadas para esse fim. É completamente errado puxar a cana atrás e lançar. A cana tem que ser “armada”. Imaginem a cana ao alto por cima por cima das vossas cabeças. Devem deixar descair ligeiramente para trás, formando um ângulo diria de uns 70 graus, aí interrompemos os movimentos e deixamos estabilizar a chumbada. Agora sim, vamos “armar” a cana, tendo em conta que quanto mais rápidos formos, mais sucesso vamos ter no nosso lançamento: com a cana a 70 graus, deixamos cair a cana o máximo que nos for possível, e quando chega ao limite descendente, arrancamos com a cana de imediato para projetar com a maior velocidade e força possível. A isto chamo “armar” a cana e lançar. Este movimento descendente e imediatamente ascenden-te, obriga a ponteira da cana a vergar e é dessa forma que conseguimos tirar todo rendimento para o qual a cana foi concebida. Quando se faz um lançamento em que passam a cana para trás das costas até um ângulo diria de uns 30 graus e depois lançam, não estão a tirar rendimento na ponteira da cana, estão sim a projetar toda a cana num lançamento, não tirando o máximo rendimento desta.

Truques:

• MontagensO tipo de montagem mais indicado para pescar a

longa distância é a montagem helicóptero. Os detalhes da conceção desta montagem podem ser vistos na DCM #2

• Distância que devem deixar a chumbada da ponteira para armar o lançamento.

Na minha opinião essa distância terá que ser sempre muito próxima de metade do comprimento total da cana, ou seja, perto do encaixe. Esta distância vai permitir que a chumbada descreva um arco e quanto maior for esse arco, aliado a uma grande veloci-dade, maior será a distância alcançada.

• Importante usar sempre luva ou dedeira. Ainda há pouco tempo o meu parceiro cortou o dedo num lançamento e não imaginam as dificul-dades que ele teve durante o tempo que tivemos à pesca.

• Lubrificar as linhas e os passadores, eu utilizo vaselina líquida.

• Fio de nylon

Um bom fio para lançamentos tem que ser macio, suave, deslizar bem nos passadores e não ter memória. De todos que tenho usado o melhor fio para lançar tem sido o Team Cormoura 1000 metros. Sem dúvida aquele que consigo os melhores lança-mentos. Nem todos os fios das melhores marcas são bons para lançar. Cada fio tem as suas característi-cas de acordo com aquilo que o fabricante lhe pretendeu dar. Há fios que afundam mais rápido, há fios que são mais rígidos, há fios mais macios, há fios mais leves, há fios mais resistentes ao nó, outros mais resistentes à abrasão, enfim, há uma série de características que definem cada tipo de fio. Cabe-nos escolher o tipo de fio indicado para o tipo de pesca que vamos fazer.

• Para lançar 100 metrosEsta distância creio que todos conseguem

alcançar com fios até 0,40mm, fios próprios para lançamentos. Não requer chumbadas específicas. Qualquer tipo de chumbada com 100 ou mais gramas atinge esta distância.

• Para lançar 120 metrosAqui começa a ser necessária alguma técnica.

Diria que com um bom fio de lançamento 0.35mm esta distância seja alcançada. Temos que ter alguma cautela na chumbada que vamos aplicar, terá que ser tipo “Bomber”, “Trilobe”, “Lágrima”.

• Para lançar acima de 140 metrosAqui já temos que nos preparar de outra forma:

fio no máximo 0,25mm (há quem use 0,18mm) com fio de arranque que pode ser entrançado (cerca de 2 x o comprimento da cana), ou de nylon, comercia lizados por diversas empresas normalmente em bobines com 5 pontas que vão desde o 0,18mm e acima de 0,45mm consoante o fabricante. Pessoal-mente, consigo melhores resultados com fio de arranque em nylon. No caso de ter necessidade de pescar nestas distâncias as chumbadas que utilizo são as de tipo “seta” com ponta longa.

• Após o lançamentoSempre, mas sempre, ter isto presente: num

“disparo” a estas distâncias, se o fundo for macio, a chumbada penetra na areia e tem que ser aliviada por nós, de forma a não ficar espetada, mas sim assente no fundo.

• CapturasPescar a longas distâncias só faz sentido, no

meu entender, quando as dificuldades são enormes

e as capturas pouco abundantes. Não é fácil trazer uma carpa desde 140 metros até à margem, ao mais pequeno erro desferram. Outro ponto muito impor-tante, em especial nas épocas mais quentes, é dar algum tempo à carpa para recuperar da “luta” porque o desgaste que teve foi enorme. Além disso, com a temperatura da água muito quente podemos condenar qualquer captura.

• Pescar com precisãoQuanto mais longe se pesca, mais difícil é ser

preciso nos lançamentos. Se podemos controlar o alinhamento do local onde queremos pescar, o mesmo não se pode dizer em relação à distância. Para isso, é fundamental termos noção da distância exata a que estamos a pescar. Basta colocar dois bank sticks à distância de 4 metros e depois de termos estabelecido a distância de pesca vamos marcar a linha com a ajuda de um marcador perma-nente (a utilização de fio de marcação corta os lançamentos), recolhemos a linha e fixamos a chum-bada a um dos bank sticks. De seguida damos tantas voltas quantas necessárias até desvendarmos a marca que fizemos anteriormente. Enquanto isso vamos contando as voltas que estamos a dar. No final, termos “x” voltas a 4 metros, a que vai corre-sponder a nossa distância de pesca. Isto é funda-mental ser feito, porque a qualquer momento, com qualquer cana, podemos ter sempre a distância exata de pesca. Porquê 4 metros e não 5? Muito simples, porque a 4 metros basta nós estarmos no ponto médio, ou seja a 2 metros de cada um, para estarmos sempre no mesmo local a efetuar as voltas em torno dos bank sticks.

• EngodarAo termos necessidade de pescar longe, impor-

ta também dizer como podemos preparar o pesqueiro, ou seja, como vamos fazer os nossos engodos. Há duas formas de o fazer, se for permiti-do usar bait boat ou barco pneumático, temos o problema resolvido, se não for esse o caso só temos uma hipótese, bait rocket. Engodar com bait rocket impõe um grande desgaste físico e requer muita prática e perícia. “Arrancar” com o bait rocket e depois recuperar é uma tarefa árdua, mas que tem que ser feita. Há alguns anos surgiu um novo tipo de bait rocket, o Spomb. Algo inovador que permite uma engodagem mais precisa e uma recuperação mais fácil. O ponto mais negativo deste utensílio, é mesmo o preço e quando bem atestado não é fácil ter braços para o projetar a distâncias consideráveis. Já vi amigos meus a lançar bem a uns 160 metros. Será necessário isso? Em competição, pode de facto significar uma vantagem.

Espero que este meu pequeno artigo vos tenha ajudado a compreender melhor como e porque se pesca a distâncias muito elevadas.

António Lopes Nunes

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Aqui está um assunto que gera muita discussão entre os carpistas. Materiais, técnicas, como e porque se faz. É isso que vamos tentar explicar neste artigo.

Quando me refiro a pesca a longa distância, considero ação de pesca a mais de 120 metros, o que requer determinados pressupostos. No univer-so da pesca à carpa, podemos encontrar muita informação sobre este tema, incluindo fotos e vídeos.

Porquê?

Antes de mais, na minha opinião e salvo

exceções, a pesca a distâncias superiores a 120 metros está mais associada à vertente de pesca de competição. Entenda-se por competição um grupo de Carpistas que começam a pescar todos à mesma hora, em pesqueiros marcados, com hora de início e fim. Competição não é apenas o campeonato nacio-nal organizado pela FPPD. Em situações deste tipo, o barulho que fazemos nas margens a preparar o material, montar tendas, engodar, tem tendência a afastar o peixe, como é normal. Nestes casos, e variando de local para local, será boa opção tentar a pesca mais longe que o habitual, sendo por vezes determinante para o sucesso de quem pesca e engoda mais à frente.

Como?Para pescar a longas distâncias, precisamos ter

material que o permita. Canas entre os 12 e 13 pés são a melhor opção, com potências na ordem das 3,5lbs. Alguns acham que canas de 12 pés não lançam tanto como as de 13 pés, pois bem meus amigos, devo dizer-vos que tal poderá ser um engano, porque além da medida da cana, há outros fatores que favorecem o lançamento. Numa cana mais curta posso conseguir tirar rendimento máximo, e não o conseguir com uma cana mais comprida. Isto é, a maneira como cada um de nós prepara o lançamento é que vai determinar a distância de pesca, e não o comprimento da cana. O material que temos tem que se adaptar ao que nós conseguimos fazer com ele. Se tivermos dificuldades em armar uma cana de 13 pés 3,5lbs, podemos conse-guir armar melhor uma cana ou mais curta ou com uma ação inferior. “Armar a cana” é a sequência de movi-mentos que fazemos com o corpo e braços de forma a projetar a chumbada.

A diferença entre “armar a cana” e lançar é muito grande. Quando se prepara um lançamento temos que ter noção que as canas foram estudadas e preparadas para esse fim. É completamente errado puxar a cana atrás e lançar. A cana tem que ser “armada”. Imaginem a cana ao alto por cima por cima das vossas cabeças. Devem deixar descair ligeiramente para trás, formando um ângulo diria de uns 70 graus, aí interrompemos os movimentos e deixamos estabilizar a chumbada. Agora sim, vamos “armar” a cana, tendo em conta que quanto mais rápidos formos, mais sucesso vamos ter no nosso lançamento: com a cana a 70 graus, deixamos cair a cana o máximo que nos for possível, e quando chega ao limite descendente, arrancamos com a cana de imediato para projetar com a maior velocidade e força possível. A isto chamo “armar” a cana e lançar. Este movimento descendente e imediatamente ascenden-te, obriga a ponteira da cana a vergar e é dessa forma que conseguimos tirar todo rendimento para o qual a cana foi concebida. Quando se faz um lançamento em que passam a cana para trás das costas até um ângulo diria de uns 30 graus e depois lançam, não estão a tirar rendimento na ponteira da cana, estão sim a projetar toda a cana num lançamento, não tirando o máximo rendimento desta.

Truques:

• MontagensO tipo de montagem mais indicado para pescar a

longa distância é a montagem helicóptero. Os detalhes da conceção desta montagem podem ser vistos na DCM #2

• Distância que devem deixar a chumbada da ponteira para armar o lançamento.

Na minha opinião essa distância terá que ser sempre muito próxima de metade do comprimento total da cana, ou seja, perto do encaixe. Esta distância vai permitir que a chumbada descreva um arco e quanto maior for esse arco, aliado a uma grande veloci-dade, maior será a distância alcançada.

• Importante usar sempre luva ou dedeira. Ainda há pouco tempo o meu parceiro cortou o dedo num lançamento e não imaginam as dificul-dades que ele teve durante o tempo que tivemos à pesca.

• Lubrificar as linhas e os passadores, eu utilizo vaselina líquida.

• Fio de nylon

Um bom fio para lançamentos tem que ser macio, suave, deslizar bem nos passadores e não ter memória. De todos que tenho usado o melhor fio para lançar tem sido o Team Cormoura 1000 metros. Sem dúvida aquele que consigo os melhores lança-mentos. Nem todos os fios das melhores marcas são bons para lançar. Cada fio tem as suas característi-cas de acordo com aquilo que o fabricante lhe pretendeu dar. Há fios que afundam mais rápido, há fios que são mais rígidos, há fios mais macios, há fios mais leves, há fios mais resistentes ao nó, outros mais resistentes à abrasão, enfim, há uma série de características que definem cada tipo de fio. Cabe-nos escolher o tipo de fio indicado para o tipo de pesca que vamos fazer.

• Para lançar 100 metrosEsta distância creio que todos conseguem

alcançar com fios até 0,40mm, fios próprios para lançamentos. Não requer chumbadas específicas. Qualquer tipo de chumbada com 100 ou mais gramas atinge esta distância.

• Para lançar 120 metrosAqui começa a ser necessária alguma técnica.

Diria que com um bom fio de lançamento 0.35mm esta distância seja alcançada. Temos que ter alguma cautela na chumbada que vamos aplicar, terá que ser tipo “Bomber”, “Trilobe”, “Lágrima”.

• Para lançar acima de 140 metrosAqui já temos que nos preparar de outra forma:

fio no máximo 0,25mm (há quem use 0,18mm) com fio de arranque que pode ser entrançado (cerca de 2 x o comprimento da cana), ou de nylon, comercia lizados por diversas empresas normalmente em bobines com 5 pontas que vão desde o 0,18mm e acima de 0,45mm consoante o fabricante. Pessoal-mente, consigo melhores resultados com fio de arranque em nylon. No caso de ter necessidade de pescar nestas distâncias as chumbadas que utilizo são as de tipo “seta” com ponta longa.

• Após o lançamentoSempre, mas sempre, ter isto presente: num

“disparo” a estas distâncias, se o fundo for macio, a chumbada penetra na areia e tem que ser aliviada por nós, de forma a não ficar espetada, mas sim assente no fundo.

• CapturasPescar a longas distâncias só faz sentido, no

meu entender, quando as dificuldades são enormes

e as capturas pouco abundantes. Não é fácil trazer uma carpa desde 140 metros até à margem, ao mais pequeno erro desferram. Outro ponto muito impor-tante, em especial nas épocas mais quentes, é dar algum tempo à carpa para recuperar da “luta” porque o desgaste que teve foi enorme. Além disso, com a temperatura da água muito quente podemos condenar qualquer captura.

• Pescar com precisãoQuanto mais longe se pesca, mais difícil é ser

preciso nos lançamentos. Se podemos controlar o alinhamento do local onde queremos pescar, o mesmo não se pode dizer em relação à distância. Para isso, é fundamental termos noção da distância exata a que estamos a pescar. Basta colocar dois bank sticks à distância de 4 metros e depois de termos estabelecido a distância de pesca vamos marcar a linha com a ajuda de um marcador perma-nente (a utilização de fio de marcação corta os lançamentos), recolhemos a linha e fixamos a chum-bada a um dos bank sticks. De seguida damos tantas voltas quantas necessárias até desvendarmos a marca que fizemos anteriormente. Enquanto isso vamos contando as voltas que estamos a dar. No final, termos “x” voltas a 4 metros, a que vai corre-sponder a nossa distância de pesca. Isto é funda-mental ser feito, porque a qualquer momento, com qualquer cana, podemos ter sempre a distância exata de pesca. Porquê 4 metros e não 5? Muito simples, porque a 4 metros basta nós estarmos no ponto médio, ou seja a 2 metros de cada um, para estarmos sempre no mesmo local a efetuar as voltas em torno dos bank sticks.

• EngodarAo termos necessidade de pescar longe, impor-

ta também dizer como podemos preparar o pesqueiro, ou seja, como vamos fazer os nossos engodos. Há duas formas de o fazer, se for permiti-do usar bait boat ou barco pneumático, temos o problema resolvido, se não for esse o caso só temos uma hipótese, bait rocket. Engodar com bait rocket impõe um grande desgaste físico e requer muita prática e perícia. “Arrancar” com o bait rocket e depois recuperar é uma tarefa árdua, mas que tem que ser feita. Há alguns anos surgiu um novo tipo de bait rocket, o Spomb. Algo inovador que permite uma engodagem mais precisa e uma recuperação mais fácil. O ponto mais negativo deste utensílio, é mesmo o preço e quando bem atestado não é fácil ter braços para o projetar a distâncias consideráveis. Já vi amigos meus a lançar bem a uns 160 metros. Será necessário isso? Em competição, pode de facto significar uma vantagem.

Espero que este meu pequeno artigo vos tenha ajudado a compreender melhor como e porque se pesca a distâncias muito elevadas.

António Lopes Nunes

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presente nas nossas capturas também é certo que exemplares de grande porte são escassos. Isso é desanimador para o pescador que anda em busca de recordes. Em tantos anos de pesca de competição e desportiva o meu maior exemplar não chega aos 4kg. Mas sei que existem maiores exemplares, não em todas as massas de água, nem mesmo em todos os troços de certos rios e barragens, mas existem. Existe apenas uma forma de os capturar, adequar as nossas técnicas, materiais, montagens, iscos e engodos aos grandes exemplares de Barbo Comum. Sabe-se que esta subespécie pode atingir perto da dezena de quilos. Para o atingirmos o caminho a seguir é, nem mais nem menos, o mesmo que os carpistas percor-rem em busca das grandes carpas.

Descrevendo o material básico para praticar esta técnica, relativamente a canas temos três opções de escolha, o ideal é mesmo experimentar as três e ver qual a que melhor se adequa aos pesqueiros eleitos. Podemos usar canas macias de Carp Fishing, com ação na ordem das 2-2,50lb, com 12 pés (3,60m) de comprimento. Podemos também usar canas específi-cas de pesca ao feeder, com ação do blank de 150-250g, ponteiras de ação 5-8oz, com compri-mento entre os 11 e os 12 pés (3,30m-3,60m). Em alguns rios maiores e com correntes fortes, o cumpri-mento das canas pode ser bem superior, e utilizar canas de 13pés (3,90m), 14pés (4,20m) e 15 pés (4,50m) não é nada anormal. Como terceira opção

existem as canas designadas de Barbel. São canas muito parecidas com as canas anteriores, mas com ponteiras maciças, ou seja, é quase uma cana de Carp Fishing embora mais suave. São canas que podem ser de 1,25-2lb, mas devido ao seu blank são muito fortes e adequadas para trabalhar um grande Barbo.

No capítulo dos carretos pode-se optar pelos tamanhos 4000, 5000, com bait runner ou sem ele, depende da preferência de cada um. Os Barbos provocam arranques muito violentos, cansam-se mais rápido que as carpas, mas no início são muito mais enérgicos. Pessoalmente prefiro os carretos com bait runner.

As linhas madre a usar são semelhantes ao que se usa para o Carp Fishing. Entrançados não aconse-lho na pesca ao Barbo devido exatamente ao comportamento violento quando ferrados no anzol. A montagem tem duas alternativas (ambas muito válidas), os grandes feeders e as chumbadas, ambas montadas em lead-clip. Os terminais podem ser montados com linhas de monofilamento ou em entrançados iguais aos usados para as carpas, mas com maior cumprimento. Os anzóis obviamente terão de ser fortes mas de tamanho mais reduzido, 4 a 12.

Especificamente sobre as chumbadas e os feeders, diria que devemos utilizar grandes feeders

Praticamente já todos perdemos a conta às vezes que um alarme nos fez saltar da cadeira para alguns minutos depois nos dar uma desilusão, pois na ponta da nossa linha vinha um Barbo em vez de uma Carpa. Mas será que pescar um Barbo terá que ser uma desilusão? A verdade é que estes ciprinídeos são uns grandes lutadores, além do arranque que nos pro-porcionam, que parece um foguete! Convidamos uma pessoa habituada a pescar estes peixes nas mais variadas situações, tendo inclusivé representado Portugal em 2013 no campeonato do Mundo de Feeder na África do Sul, para nos dar algumas dicas, confiram a seguir…

Será que poderíamos chamar de Barbel Fishing a esta peculiar forma de pescar grandes Barbos? E porque não? Basicamente a técnica é igual ao Carp Fishing, e com o mesmo objetivo, pescar os maiores Barbos duma determinada massa de água. Como praticar esta técnica, que materiais usar, que iscos e engodos utilizar? Este artigo tenta explicar duma forma muito superficial como lutar e realizar uma captura com um dos mais violentos ciprinídeos existentes nas águas da Europa, o Barbo.

Sabe-se que existem em Portugal Barbos que ultrapassam a dezena de quilos, nomeadamente no rio Guadiana. A subespécie de Barbo Comizo pode ultrapassar os 20kg na vizinha Espanha (segundo relatos o record em pesca desportiva é de 21kg, no

troço espanhol do rio Guadiana). Existem várias lagoas nas imediações da nascente do rio Guadiana chamadas de Lagunas de Ruidera onde se capturam muito regulamente Barbos com mais de 10kg. Em Portugal a maioria dos Barbos é da subespécie Comum, e estão presentes quase na totalidade de massas de águas públicas, sendo por esse motivo muitas vezes capturado, especialmente na zona norte. O Barbo também é um alvo da pesca profis-sional para fins comerciais e gastronómicos. Confes-so que não consigo imaginar um peixe de fundo a servir para degustação mas infelizmente a nossa lei ainda permite este sacrilégio! O Barbo é ainda uma das espécies alvo das atividades furtivas.

Se é certo que o Barbo comum está muito

abertos de rede metálica, com pesos entre as 80-150g (podendo ser superiores). Por um lado aguentam bem as fortes correntes onde o Barbo gosta de nadar, e por outro permitem engodagem espaçada no tempo. Os grandes Barbos gostam de sossego e quanto menos barulho melhor. As chum-badas, seja montadas em lead-clip ou inline, servem exatamente para colocar a montagem no fundo do pesqueiro quando este já está saturado de engodo. Recomendo as chumbadas grippa (ou semelhantes) para não se deslocarem nas fortes correntes.

O restante material é o habitual camaroeiro grande, cadeira, tapetes de recepção, saco de pesagem, balança, máquina fotográfica, etc. Para suporte das canas em ação de pesca não recomendo uso de rod-pod. Não me oferecem garantias nos arranques dos grandes Barbos. Recomendo o uso de espetos, que entendo serem muito mais seguros.

Podemos usar duas formas distintas de iscar, diretamente no anzol ou a famosa montagem cabelo (mais adequada para as grandes iscadas). Todos os iscos recomendados para os Barbos servem para a pesca das carpas mas o contrário não é verdade. Como tal temos de selecionar muito bem o que vamos usar. Este peixe tem preferência por alimen-tos à base de peixe e carne, algo picantes e salgados, ricos em óleos. A escolha não é difícil, pellets de halibute de vários diâmetros, boilies à base de peixe, carne e especiarias, aglomerados de queijos, fiam-bres e salsichas, ou iscos vivos como o asticôt e grandes minhocas da terra. Estes iscos podem ser utilizados sozinhos ou combinados entre si. Como engodo devemos usar farinhas de peixe, de queijo, pellets de peixe de vários diâmetros 1,2,4,6 e 8mm, iscos vivos e mortos como asticôt, minhocas cortadas aos pedaços, sementes como o cânhamo e ervilhaca, pedaços de fiambre e salsicha, queijo derretido ou ralado.

Para colocar o engodo no pesqueiro podem formar-se bolas, que são lançadas manualmente ou

com a fisga, ou utiliza-se o método mais indicado, o feeder. Mistura-se todos os componentes da engodagem num balde, rega-se com um líquido atrativo para Barbos (ou um óleo de peixe), volta a misturar-se tudo, introduz-se o engodo no feeder e lança-se de forma repetida no mesmo local. Um pesqueiro para Barbo não requer muito engodo, uma pequena porção de cada vez e poucas vezes é sufici-ente. Num pesqueiro virgem lançar o feeder 5 a 6 vezes é suficiente. Na pesca dos grandes Barbos a importância das pré-engodagens é a mesma que na pesca de carpas, aumenta significativamente o número de capturas.

Para concluir, escolher bem o rio ou a barragem, e nessa massa de água escolher bem o pesqueiro, é essencial. Deve escolher-se as maiores profundi-dades, locais com alguma vegetação ou lenha no fundo, porque o Barbo gosta de estruturas para caçar. Isto significa que melhores locais são os que fazem perder mais material. Escolher bem o material e estar bem identificado com ele. Material potente demais causa desferragens. Para esta pesca o mais indicado é material com potencia mas que trabalhem muito bem o peixe.

Nunca é demais lembrar o cuidado com o peixe. Tratar com respeito e devolver em plenas condições de saúde é obrigatório. De resto o segredo é o mesmo de sempre, ir à pesca muitas vezes e muito tempo se possível, ter alguma sorte, e claro, ter alguma habilidade. Sem tudo isto só havendo mila-gres.

João Emílio

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presente nas nossas capturas também é certo que exemplares de grande porte são escassos. Isso é desanimador para o pescador que anda em busca de recordes. Em tantos anos de pesca de competição e desportiva o meu maior exemplar não chega aos 4kg. Mas sei que existem maiores exemplares, não em todas as massas de água, nem mesmo em todos os troços de certos rios e barragens, mas existem. Existe apenas uma forma de os capturar, adequar as nossas técnicas, materiais, montagens, iscos e engodos aos grandes exemplares de Barbo Comum. Sabe-se que esta subespécie pode atingir perto da dezena de quilos. Para o atingirmos o caminho a seguir é, nem mais nem menos, o mesmo que os carpistas percor-rem em busca das grandes carpas.

Descrevendo o material básico para praticar esta técnica, relativamente a canas temos três opções de escolha, o ideal é mesmo experimentar as três e ver qual a que melhor se adequa aos pesqueiros eleitos. Podemos usar canas macias de Carp Fishing, com ação na ordem das 2-2,50lb, com 12 pés (3,60m) de comprimento. Podemos também usar canas específi-cas de pesca ao feeder, com ação do blank de 150-250g, ponteiras de ação 5-8oz, com compri-mento entre os 11 e os 12 pés (3,30m-3,60m). Em alguns rios maiores e com correntes fortes, o cumpri-mento das canas pode ser bem superior, e utilizar canas de 13pés (3,90m), 14pés (4,20m) e 15 pés (4,50m) não é nada anormal. Como terceira opção

existem as canas designadas de Barbel. São canas muito parecidas com as canas anteriores, mas com ponteiras maciças, ou seja, é quase uma cana de Carp Fishing embora mais suave. São canas que podem ser de 1,25-2lb, mas devido ao seu blank são muito fortes e adequadas para trabalhar um grande Barbo.

No capítulo dos carretos pode-se optar pelos tamanhos 4000, 5000, com bait runner ou sem ele, depende da preferência de cada um. Os Barbos provocam arranques muito violentos, cansam-se mais rápido que as carpas, mas no início são muito mais enérgicos. Pessoalmente prefiro os carretos com bait runner.

As linhas madre a usar são semelhantes ao que se usa para o Carp Fishing. Entrançados não aconse-lho na pesca ao Barbo devido exatamente ao comportamento violento quando ferrados no anzol. A montagem tem duas alternativas (ambas muito válidas), os grandes feeders e as chumbadas, ambas montadas em lead-clip. Os terminais podem ser montados com linhas de monofilamento ou em entrançados iguais aos usados para as carpas, mas com maior cumprimento. Os anzóis obviamente terão de ser fortes mas de tamanho mais reduzido, 4 a 12.

Especificamente sobre as chumbadas e os feeders, diria que devemos utilizar grandes feeders

Praticamente já todos perdemos a conta às vezes que um alarme nos fez saltar da cadeira para alguns minutos depois nos dar uma desilusão, pois na ponta da nossa linha vinha um Barbo em vez de uma Carpa. Mas será que pescar um Barbo terá que ser uma desilusão? A verdade é que estes ciprinídeos são uns grandes lutadores, além do arranque que nos pro-porcionam, que parece um foguete! Convidamos uma pessoa habituada a pescar estes peixes nas mais variadas situações, tendo inclusivé representado Portugal em 2013 no campeonato do Mundo de Feeder na África do Sul, para nos dar algumas dicas, confiram a seguir…

Será que poderíamos chamar de Barbel Fishing a esta peculiar forma de pescar grandes Barbos? E porque não? Basicamente a técnica é igual ao Carp Fishing, e com o mesmo objetivo, pescar os maiores Barbos duma determinada massa de água. Como praticar esta técnica, que materiais usar, que iscos e engodos utilizar? Este artigo tenta explicar duma forma muito superficial como lutar e realizar uma captura com um dos mais violentos ciprinídeos existentes nas águas da Europa, o Barbo.

Sabe-se que existem em Portugal Barbos que ultrapassam a dezena de quilos, nomeadamente no rio Guadiana. A subespécie de Barbo Comizo pode ultrapassar os 20kg na vizinha Espanha (segundo relatos o record em pesca desportiva é de 21kg, no

troço espanhol do rio Guadiana). Existem várias lagoas nas imediações da nascente do rio Guadiana chamadas de Lagunas de Ruidera onde se capturam muito regulamente Barbos com mais de 10kg. Em Portugal a maioria dos Barbos é da subespécie Comum, e estão presentes quase na totalidade de massas de águas públicas, sendo por esse motivo muitas vezes capturado, especialmente na zona norte. O Barbo também é um alvo da pesca profis-sional para fins comerciais e gastronómicos. Confes-so que não consigo imaginar um peixe de fundo a servir para degustação mas infelizmente a nossa lei ainda permite este sacrilégio! O Barbo é ainda uma das espécies alvo das atividades furtivas.

Se é certo que o Barbo comum está muito

abertos de rede metálica, com pesos entre as 80-150g (podendo ser superiores). Por um lado aguentam bem as fortes correntes onde o Barbo gosta de nadar, e por outro permitem engodagem espaçada no tempo. Os grandes Barbos gostam de sossego e quanto menos barulho melhor. As chum-badas, seja montadas em lead-clip ou inline, servem exatamente para colocar a montagem no fundo do pesqueiro quando este já está saturado de engodo. Recomendo as chumbadas grippa (ou semelhantes) para não se deslocarem nas fortes correntes.

O restante material é o habitual camaroeiro grande, cadeira, tapetes de recepção, saco de pesagem, balança, máquina fotográfica, etc. Para suporte das canas em ação de pesca não recomendo uso de rod-pod. Não me oferecem garantias nos arranques dos grandes Barbos. Recomendo o uso de espetos, que entendo serem muito mais seguros.

Podemos usar duas formas distintas de iscar, diretamente no anzol ou a famosa montagem cabelo (mais adequada para as grandes iscadas). Todos os iscos recomendados para os Barbos servem para a pesca das carpas mas o contrário não é verdade. Como tal temos de selecionar muito bem o que vamos usar. Este peixe tem preferência por alimen-tos à base de peixe e carne, algo picantes e salgados, ricos em óleos. A escolha não é difícil, pellets de halibute de vários diâmetros, boilies à base de peixe, carne e especiarias, aglomerados de queijos, fiam-bres e salsichas, ou iscos vivos como o asticôt e grandes minhocas da terra. Estes iscos podem ser utilizados sozinhos ou combinados entre si. Como engodo devemos usar farinhas de peixe, de queijo, pellets de peixe de vários diâmetros 1,2,4,6 e 8mm, iscos vivos e mortos como asticôt, minhocas cortadas aos pedaços, sementes como o cânhamo e ervilhaca, pedaços de fiambre e salsicha, queijo derretido ou ralado.

Para colocar o engodo no pesqueiro podem formar-se bolas, que são lançadas manualmente ou

com a fisga, ou utiliza-se o método mais indicado, o feeder. Mistura-se todos os componentes da engodagem num balde, rega-se com um líquido atrativo para Barbos (ou um óleo de peixe), volta a misturar-se tudo, introduz-se o engodo no feeder e lança-se de forma repetida no mesmo local. Um pesqueiro para Barbo não requer muito engodo, uma pequena porção de cada vez e poucas vezes é sufici-ente. Num pesqueiro virgem lançar o feeder 5 a 6 vezes é suficiente. Na pesca dos grandes Barbos a importância das pré-engodagens é a mesma que na pesca de carpas, aumenta significativamente o número de capturas.

Para concluir, escolher bem o rio ou a barragem, e nessa massa de água escolher bem o pesqueiro, é essencial. Deve escolher-se as maiores profundi-dades, locais com alguma vegetação ou lenha no fundo, porque o Barbo gosta de estruturas para caçar. Isto significa que melhores locais são os que fazem perder mais material. Escolher bem o material e estar bem identificado com ele. Material potente demais causa desferragens. Para esta pesca o mais indicado é material com potencia mas que trabalhem muito bem o peixe.

Nunca é demais lembrar o cuidado com o peixe. Tratar com respeito e devolver em plenas condições de saúde é obrigatório. De resto o segredo é o mesmo de sempre, ir à pesca muitas vezes e muito tempo se possível, ter alguma sorte, e claro, ter alguma habilidade. Sem tudo isto só havendo mila-gres.

João Emílio

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Page 110: Digital Carp Magazine #03

presente nas nossas capturas também é certo que exemplares de grande porte são escassos. Isso é desanimador para o pescador que anda em busca de recordes. Em tantos anos de pesca de competição e desportiva o meu maior exemplar não chega aos 4kg. Mas sei que existem maiores exemplares, não em todas as massas de água, nem mesmo em todos os troços de certos rios e barragens, mas existem. Existe apenas uma forma de os capturar, adequar as nossas técnicas, materiais, montagens, iscos e engodos aos grandes exemplares de Barbo Comum. Sabe-se que esta subespécie pode atingir perto da dezena de quilos. Para o atingirmos o caminho a seguir é, nem mais nem menos, o mesmo que os carpistas percor-rem em busca das grandes carpas.

Descrevendo o material básico para praticar esta técnica, relativamente a canas temos três opções de escolha, o ideal é mesmo experimentar as três e ver qual a que melhor se adequa aos pesqueiros eleitos. Podemos usar canas macias de Carp Fishing, com ação na ordem das 2-2,50lb, com 12 pés (3,60m) de comprimento. Podemos também usar canas específi-cas de pesca ao feeder, com ação do blank de 150-250g, ponteiras de ação 5-8oz, com compri-mento entre os 11 e os 12 pés (3,30m-3,60m). Em alguns rios maiores e com correntes fortes, o cumpri-mento das canas pode ser bem superior, e utilizar canas de 13pés (3,90m), 14pés (4,20m) e 15 pés (4,50m) não é nada anormal. Como terceira opção

existem as canas designadas de Barbel. São canas muito parecidas com as canas anteriores, mas com ponteiras maciças, ou seja, é quase uma cana de Carp Fishing embora mais suave. São canas que podem ser de 1,25-2lb, mas devido ao seu blank são muito fortes e adequadas para trabalhar um grande Barbo.

No capítulo dos carretos pode-se optar pelos tamanhos 4000, 5000, com bait runner ou sem ele, depende da preferência de cada um. Os Barbos provocam arranques muito violentos, cansam-se mais rápido que as carpas, mas no início são muito mais enérgicos. Pessoalmente prefiro os carretos com bait runner.

As linhas madre a usar são semelhantes ao que se usa para o Carp Fishing. Entrançados não aconse-lho na pesca ao Barbo devido exatamente ao comportamento violento quando ferrados no anzol. A montagem tem duas alternativas (ambas muito válidas), os grandes feeders e as chumbadas, ambas montadas em lead-clip. Os terminais podem ser montados com linhas de monofilamento ou em entrançados iguais aos usados para as carpas, mas com maior cumprimento. Os anzóis obviamente terão de ser fortes mas de tamanho mais reduzido, 4 a 12.

Especificamente sobre as chumbadas e os feeders, diria que devemos utilizar grandes feeders

Será que poderíamos chamar de Barbel Fishing a esta peculiar forma de pescar grandes Barbos? E porque não? Basicamente a técnica é igual ao Carp Fishing, e com o mesmo objetivo, pescar os maiores Barbos duma determinada massa de água. Como praticar esta técnica, que materiais usar, que iscos e engodos utilizar? Este artigo tenta explicar duma forma muito superficial como lutar e realizar uma captura com um dos mais violentos ciprinídeos existentes nas águas da Europa, o Barbo.

Sabe-se que existem em Portugal Barbos que ultrapassam a dezena de quilos, nomeadamente no rio Guadiana. A subespécie de Barbo Comizo pode ultrapassar os 20kg na vizinha Espanha (segundo relatos o record em pesca desportiva é de 21kg, no

troço espanhol do rio Guadiana). Existem várias lagoas nas imediações da nascente do rio Guadiana chamadas de Lagunas de Ruidera onde se capturam muito regulamente Barbos com mais de 10kg. Em Portugal a maioria dos Barbos é da subespécie Comum, e estão presentes quase na totalidade de massas de águas públicas, sendo por esse motivo muitas vezes capturado, especialmente na zona norte. O Barbo também é um alvo da pesca profis-sional para fins comerciais e gastronómicos. Confes-so que não consigo imaginar um peixe de fundo a servir para degustação mas infelizmente a nossa lei ainda permite este sacrilégio! O Barbo é ainda uma das espécies alvo das atividades furtivas.

Se é certo que o Barbo comum está muito

abertos de rede metálica, com pesos entre as 80-150g (podendo ser superiores). Por um lado aguentam bem as fortes correntes onde o Barbo gosta de nadar, e por outro permitem engodagem espaçada no tempo. Os grandes Barbos gostam de sossego e quanto menos barulho melhor. As chum-badas, seja montadas em lead-clip ou inline, servem exatamente para colocar a montagem no fundo do pesqueiro quando este já está saturado de engodo. Recomendo as chumbadas grippa (ou semelhantes) para não se deslocarem nas fortes correntes.

O restante material é o habitual camaroeiro grande, cadeira, tapetes de recepção, saco de pesagem, balança, máquina fotográfica, etc. Para suporte das canas em ação de pesca não recomendo uso de rod-pod. Não me oferecem garantias nos arranques dos grandes Barbos. Recomendo o uso de espetos, que entendo serem muito mais seguros.

Podemos usar duas formas distintas de iscar, diretamente no anzol ou a famosa montagem cabelo (mais adequada para as grandes iscadas). Todos os iscos recomendados para os Barbos servem para a pesca das carpas mas o contrário não é verdade. Como tal temos de selecionar muito bem o que vamos usar. Este peixe tem preferência por alimen-tos à base de peixe e carne, algo picantes e salgados, ricos em óleos. A escolha não é difícil, pellets de halibute de vários diâmetros, boilies à base de peixe, carne e especiarias, aglomerados de queijos, fiam-bres e salsichas, ou iscos vivos como o asticôt e grandes minhocas da terra. Estes iscos podem ser utilizados sozinhos ou combinados entre si. Como engodo devemos usar farinhas de peixe, de queijo, pellets de peixe de vários diâmetros 1,2,4,6 e 8mm, iscos vivos e mortos como asticôt, minhocas cortadas aos pedaços, sementes como o cânhamo e ervilhaca, pedaços de fiambre e salsicha, queijo derretido ou ralado.

Para colocar o engodo no pesqueiro podem formar-se bolas, que são lançadas manualmente ou

com a fisga, ou utiliza-se o método mais indicado, o feeder. Mistura-se todos os componentes da engodagem num balde, rega-se com um líquido atrativo para Barbos (ou um óleo de peixe), volta a misturar-se tudo, introduz-se o engodo no feeder e lança-se de forma repetida no mesmo local. Um pesqueiro para Barbo não requer muito engodo, uma pequena porção de cada vez e poucas vezes é sufici-ente. Num pesqueiro virgem lançar o feeder 5 a 6 vezes é suficiente. Na pesca dos grandes Barbos a importância das pré-engodagens é a mesma que na pesca de carpas, aumenta significativamente o número de capturas.

Para concluir, escolher bem o rio ou a barragem, e nessa massa de água escolher bem o pesqueiro, é essencial. Deve escolher-se as maiores profundi-dades, locais com alguma vegetação ou lenha no fundo, porque o Barbo gosta de estruturas para caçar. Isto significa que melhores locais são os que fazem perder mais material. Escolher bem o material e estar bem identificado com ele. Material potente demais causa desferragens. Para esta pesca o mais indicado é material com potencia mas que trabalhem muito bem o peixe.

Nunca é demais lembrar o cuidado com o peixe. Tratar com respeito e devolver em plenas condições de saúde é obrigatório. De resto o segredo é o mesmo de sempre, ir à pesca muitas vezes e muito tempo se possível, ter alguma sorte, e claro, ter alguma habilidade. Sem tudo isto só havendo mila-gres.

João Emílio

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presente nas nossas capturas também é certo que exemplares de grande porte são escassos. Isso é desanimador para o pescador que anda em busca de recordes. Em tantos anos de pesca de competição e desportiva o meu maior exemplar não chega aos 4kg. Mas sei que existem maiores exemplares, não em todas as massas de água, nem mesmo em todos os troços de certos rios e barragens, mas existem. Existe apenas uma forma de os capturar, adequar as nossas técnicas, materiais, montagens, iscos e engodos aos grandes exemplares de Barbo Comum. Sabe-se que esta subespécie pode atingir perto da dezena de quilos. Para o atingirmos o caminho a seguir é, nem mais nem menos, o mesmo que os carpistas percor-rem em busca das grandes carpas.

Descrevendo o material básico para praticar esta técnica, relativamente a canas temos três opções de escolha, o ideal é mesmo experimentar as três e ver qual a que melhor se adequa aos pesqueiros eleitos. Podemos usar canas macias de Carp Fishing, com ação na ordem das 2-2,50lb, com 12 pés (3,60m) de comprimento. Podemos também usar canas específi-cas de pesca ao feeder, com ação do blank de 150-250g, ponteiras de ação 5-8oz, com compri-mento entre os 11 e os 12 pés (3,30m-3,60m). Em alguns rios maiores e com correntes fortes, o cumpri-mento das canas pode ser bem superior, e utilizar canas de 13pés (3,90m), 14pés (4,20m) e 15 pés (4,50m) não é nada anormal. Como terceira opção

existem as canas designadas de Barbel. São canas muito parecidas com as canas anteriores, mas com ponteiras maciças, ou seja, é quase uma cana de Carp Fishing embora mais suave. São canas que podem ser de 1,25-2lb, mas devido ao seu blank são muito fortes e adequadas para trabalhar um grande Barbo.

No capítulo dos carretos pode-se optar pelos tamanhos 4000, 5000, com bait runner ou sem ele, depende da preferência de cada um. Os Barbos provocam arranques muito violentos, cansam-se mais rápido que as carpas, mas no início são muito mais enérgicos. Pessoalmente prefiro os carretos com bait runner.

As linhas madre a usar são semelhantes ao que se usa para o Carp Fishing. Entrançados não aconse-lho na pesca ao Barbo devido exatamente ao comportamento violento quando ferrados no anzol. A montagem tem duas alternativas (ambas muito válidas), os grandes feeders e as chumbadas, ambas montadas em lead-clip. Os terminais podem ser montados com linhas de monofilamento ou em entrançados iguais aos usados para as carpas, mas com maior cumprimento. Os anzóis obviamente terão de ser fortes mas de tamanho mais reduzido, 4 a 12.

Especificamente sobre as chumbadas e os feeders, diria que devemos utilizar grandes feeders

Será que poderíamos chamar de Barbel Fishing a esta peculiar forma de pescar grandes Barbos? E porque não? Basicamente a técnica é igual ao Carp Fishing, e com o mesmo objetivo, pescar os maiores Barbos duma determinada massa de água. Como praticar esta técnica, que materiais usar, que iscos e engodos utilizar? Este artigo tenta explicar duma forma muito superficial como lutar e realizar uma captura com um dos mais violentos ciprinídeos existentes nas águas da Europa, o Barbo.

Sabe-se que existem em Portugal Barbos que ultrapassam a dezena de quilos, nomeadamente no rio Guadiana. A subespécie de Barbo Comizo pode ultrapassar os 20kg na vizinha Espanha (segundo relatos o record em pesca desportiva é de 21kg, no

troço espanhol do rio Guadiana). Existem várias lagoas nas imediações da nascente do rio Guadiana chamadas de Lagunas de Ruidera onde se capturam muito regulamente Barbos com mais de 10kg. Em Portugal a maioria dos Barbos é da subespécie Comum, e estão presentes quase na totalidade de massas de águas públicas, sendo por esse motivo muitas vezes capturado, especialmente na zona norte. O Barbo também é um alvo da pesca profis-sional para fins comerciais e gastronómicos. Confes-so que não consigo imaginar um peixe de fundo a servir para degustação mas infelizmente a nossa lei ainda permite este sacrilégio! O Barbo é ainda uma das espécies alvo das atividades furtivas.

Se é certo que o Barbo comum está muito

abertos de rede metálica, com pesos entre as 80-150g (podendo ser superiores). Por um lado aguentam bem as fortes correntes onde o Barbo gosta de nadar, e por outro permitem engodagem espaçada no tempo. Os grandes Barbos gostam de sossego e quanto menos barulho melhor. As chum-badas, seja montadas em lead-clip ou inline, servem exatamente para colocar a montagem no fundo do pesqueiro quando este já está saturado de engodo. Recomendo as chumbadas grippa (ou semelhantes) para não se deslocarem nas fortes correntes.

O restante material é o habitual camaroeiro grande, cadeira, tapetes de recepção, saco de pesagem, balança, máquina fotográfica, etc. Para suporte das canas em ação de pesca não recomendo uso de rod-pod. Não me oferecem garantias nos arranques dos grandes Barbos. Recomendo o uso de espetos, que entendo serem muito mais seguros.

Podemos usar duas formas distintas de iscar, diretamente no anzol ou a famosa montagem cabelo (mais adequada para as grandes iscadas). Todos os iscos recomendados para os Barbos servem para a pesca das carpas mas o contrário não é verdade. Como tal temos de selecionar muito bem o que vamos usar. Este peixe tem preferência por alimen-tos à base de peixe e carne, algo picantes e salgados, ricos em óleos. A escolha não é difícil, pellets de halibute de vários diâmetros, boilies à base de peixe, carne e especiarias, aglomerados de queijos, fiam-bres e salsichas, ou iscos vivos como o asticôt e grandes minhocas da terra. Estes iscos podem ser utilizados sozinhos ou combinados entre si. Como engodo devemos usar farinhas de peixe, de queijo, pellets de peixe de vários diâmetros 1,2,4,6 e 8mm, iscos vivos e mortos como asticôt, minhocas cortadas aos pedaços, sementes como o cânhamo e ervilhaca, pedaços de fiambre e salsicha, queijo derretido ou ralado.

Para colocar o engodo no pesqueiro podem formar-se bolas, que são lançadas manualmente ou

com a fisga, ou utiliza-se o método mais indicado, o feeder. Mistura-se todos os componentes da engodagem num balde, rega-se com um líquido atrativo para Barbos (ou um óleo de peixe), volta a misturar-se tudo, introduz-se o engodo no feeder e lança-se de forma repetida no mesmo local. Um pesqueiro para Barbo não requer muito engodo, uma pequena porção de cada vez e poucas vezes é sufici-ente. Num pesqueiro virgem lançar o feeder 5 a 6 vezes é suficiente. Na pesca dos grandes Barbos a importância das pré-engodagens é a mesma que na pesca de carpas, aumenta significativamente o número de capturas.

Para concluir, escolher bem o rio ou a barragem, e nessa massa de água escolher bem o pesqueiro, é essencial. Deve escolher-se as maiores profundi-dades, locais com alguma vegetação ou lenha no fundo, porque o Barbo gosta de estruturas para caçar. Isto significa que melhores locais são os que fazem perder mais material. Escolher bem o material e estar bem identificado com ele. Material potente demais causa desferragens. Para esta pesca o mais indicado é material com potencia mas que trabalhem muito bem o peixe.

Nunca é demais lembrar o cuidado com o peixe. Tratar com respeito e devolver em plenas condições de saúde é obrigatório. De resto o segredo é o mesmo de sempre, ir à pesca muitas vezes e muito tempo se possível, ter alguma sorte, e claro, ter alguma habilidade. Sem tudo isto só havendo mila-gres.

João Emílio

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Page 112: Digital Carp Magazine #03

CAPTURASCAPTURAS

O Carlos Silva com uma Comum bem barriguda! Da Holanda, o Cees Swagerman com uma Comum bem comprida! Uma linda captura da Polónia, do Leszek Marszałek! O Miguel Campos com uma francesa lindíssima!

Um monstro capturado pela Karen Debbes de África do Sul! O nosso amigo Miguel Ângelo dos EUA, com uma dasbelas americanas que apanha por lá!

O Marshal da Suíça já nos habituou a fotos fantásticas, aqui fica mais uma!

O André Santos, com uma das suas bonitas capturas! O Domingos Marques, com uma captura em Fronteira comTiger Nut + Pop Up Fresh Orange da N Blend.

A dificuldade de reunir capturas de carpistas portugueses para a edição da

revista levou-nos a pedir na página do Facebook algumas imagens de carpis-

tas que nos seguem. Foi com muito agrado que recebemos várias, as quais

temos todo o prazer de partilhar convosco.

Obrigado a todos os que contribuíram!

Gostaríamos de contar com as vossas para a próxima edição, façam-no para o

nosso email: [email protected]

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CAPTURASCAPTURAS

O Carlos Silva com uma Comum bem barriguda! Da Holanda, o Cees Swagerman com uma Comum bem comprida! Uma linda captura da Polónia, do Leszek Marszałek! O Miguel Campos com uma francesa lindíssima!

Um monstro capturado pela Karen Debbes de África do Sul! O nosso amigo Miguel Ângelo dos EUA, com uma dasbelas americanas que apanha por lá!

O Marshal da Suíça já nos habituou a fotos fantásticas, aqui fica mais uma!

O André Santos, com uma das suas bonitas capturas! O Domingos Marques, com uma captura em Fronteira comTiger Nut + Pop Up Fresh Orange da N Blend.

A dificuldade de reunir capturas de carpistas portugueses para a edição da

revista levou-nos a pedir na página do Facebook algumas imagens de carpis-

tas que nos seguem. Foi com muito agrado que recebemos várias, as quais

temos todo o prazer de partilhar convosco.

Obrigado a todos os que contribuíram!

Gostaríamos de contar com as vossas para a próxima edição, façam-no para o

nosso email: [email protected]

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Page 114: Digital Carp Magazine #03

Em questões de gelo, o António Lopes (DCM) também é especialista! Se bem que a nós parece-nos mais um rato gigante que uma Carpa…

O Carlos Amaral nem quer acreditar,o Tó comeu o presunto todo!

Por sorte a Susana Ribeiro registou o momento,a provar que afinal elas nascem das árvores!

Sabiam que o Rui Lucas vai fazer o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa em 2014? Pelo menos nos treinos já pesca alguma coisa!

A primeira captura do Nuno Marques naMarateca! Belo exemplar!

Vocês podem não acreditar, mas o Marshal andavaa partir gelo para poder pescar!

Esta é uma daquelas histórias que o Gonçalo Teodósio conta no café…e que ninguém acredita!

Pelos vistos estava frio e não havia lenha por perto…. O transporte também não nos parece o mais adequado…

Quem de nós não passou já por uma situação caricata, que nem sempre tem piada quando acontece, mas mais tarde arranca boas gargalhadas? Enviem os registos desses momentos para o email:

[email protected]

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Page 115: Digital Carp Magazine #03

Em questões de gelo, o António Lopes (DCM) também é especialista! Se bem que a nós parece-nos mais um rato gigante que uma Carpa…

O Carlos Amaral nem quer acreditar,o Tó comeu o presunto todo!

Por sorte a Susana Ribeiro registou o momento,a provar que afinal elas nascem das árvores!

Sabiam que o Rui Lucas vai fazer o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa em 2014? Pelo menos nos treinos já pesca alguma coisa!

A primeira captura do Nuno Marques naMarateca! Belo exemplar!

Vocês podem não acreditar, mas o Marshal andavaa partir gelo para poder pescar!

Esta é uma daquelas histórias que o Gonçalo Teodósio conta no café…e que ninguém acredita!

Pelos vistos estava frio e não havia lenha por perto…. O transporte também não nos parece o mais adequado…

Quem de nós não passou já por uma situação caricata, que nem sempre tem piada quando acontece, mas mais tarde arranca boas gargalhadas? Enviem os registos desses momentos para o email:

[email protected]

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Com o mês de Janeiro a decorrer e a temperatu-ra abaixo dos 8ºC, estava prestes a fazer uma sessão de 24 horas nas águas do Lago de Alfarófia, em Portugal. Nem sempre é fácil nesta altura do ano, mas a vontade de ir era grande, pelo que o frio era secundário e não metia medo.

No Sábado pela manha cheguei ao lago, tinha reservado o pesqueiro 5, que até agora foi o pesqueiro que me deu mais capturas nas minhas visitas anteriores. Comecei a montar todo o meu material e noto uma grande actividade no pesquei-ro, pelo qual de forma rápida e sem perder mais tempo, coloquei as minhas três canas a pescar!

Utilizei dois iscos diferentes, assim como dois tipos de montagem, inline e lead clip, utilizando lead core e um terminal em fluoro carbono. Quanto aos iscos, boilie de SBX da Vitalbaits, com um milho pop-up, nas outras uma tiger nut com um pop-up de 15mm, aroma a coco, também da Viltalbaits.

Mais tarde e com ajuda do respectivo barco do pesqueiro, coloquei as montagens bem junto às

espadanas, as águas estavam cristalinas pois não chovia havia mais de duas semanas. Como no local onde coloquei as montagens a profundida era à volta de um metro, conseguia ver perfeitamente como estas ficavam no fundo, dando-lhe a posição desejada. Engodei com um punhado de boilies e de milho em cima das montagens, não valia a penas colocar muita comida, pois o frio não ajudava muito à movimentação das Carpas, logo elas não andariam a comer muito.

Mais ou menos uma hora depois, soa o alarme da cana do meio, o pêndulo baixa por completo e recolho como um louco, de maneira a sentir o peixe que se atirou em direcção às espadanas. Já com a Carpa muito perto do camaroeiro, o Ivan, meu amigo que estava a pescar no pesqueiro 3 e por ali passava naquela hora, deu-me uma grande ajuda e em breves instantes tínhamos LA COLIÑA no tapete. Esta é uma Carpa Espelhada, devorada de iscos que já tinha tido o prazer de capturar numa sessão ante-rior.

Enquanto o Ivan me felicitava pela captura a minha cana da esquerda dispara, rapidamente a

cravei e de seguida começou uma grande luta! Em breves instantes tínhamos no tapete uma grande Comum de 20kg! Abraçamo-nos e gritamos VAYA DOBLETE!

Passou todo o dia sem mais arranques, mas a partir das 19 horas, a cana da montagem snowman começou a dar resultados, tendo capturado uma carpa de 13kg, mais tarde uma Carpa Espelhada com 6kg.

Decorreu a noite e parte da manhã, contei ainda com mais três capturas, todas abaixo dos 10kg.

Chegadas as 11:30h da manhã, era hora de recolher o material, estava a olhar para o meu trípo-

de e a cana do meio arranca, pouco depois de a cravar comecei a sentir a linha a ficar sem pressão, o peixe vinha na minha direção e rapidamente chegou à margem onde eu estava, parecia-me ser algo pequeno… Quando já estava muito próxima da margem, começou a levar fio sem parar! Por mais que eu recolhesse dez metros o peixe levava quinze! Foi uma grande luta até conseguir cansá-la!

Consegui terminar a sessão com uma linda Comum de 17Kg, que deu um toque precioso nesta curta sessão de 24 horas!

Um abraço e boa pesca!David Guerrero

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Com o mês de Janeiro a decorrer e a temperatu-ra abaixo dos 8ºC, estava prestes a fazer uma sessão de 24 horas nas águas do Lago de Alfarófia, em Portugal. Nem sempre é fácil nesta altura do ano, mas a vontade de ir era grande, pelo que o frio era secundário e não metia medo.

No Sábado pela manha cheguei ao lago, tinha reservado o pesqueiro 5, que até agora foi o pesqueiro que me deu mais capturas nas minhas visitas anteriores. Comecei a montar todo o meu material e noto uma grande actividade no pesquei-ro, pelo qual de forma rápida e sem perder mais tempo, coloquei as minhas três canas a pescar!

Utilizei dois iscos diferentes, assim como dois tipos de montagem, inline e lead clip, utilizando lead core e um terminal em fluoro carbono. Quanto aos iscos, boilie de SBX da Vitalbaits, com um milho pop-up, nas outras uma tiger nut com um pop-up de 15mm, aroma a coco, também da Viltalbaits.

Mais tarde e com ajuda do respectivo barco do pesqueiro, coloquei as montagens bem junto às

espadanas, as águas estavam cristalinas pois não chovia havia mais de duas semanas. Como no local onde coloquei as montagens a profundida era à volta de um metro, conseguia ver perfeitamente como estas ficavam no fundo, dando-lhe a posição desejada. Engodei com um punhado de boilies e de milho em cima das montagens, não valia a penas colocar muita comida, pois o frio não ajudava muito à movimentação das Carpas, logo elas não andariam a comer muito.

Mais ou menos uma hora depois, soa o alarme da cana do meio, o pêndulo baixa por completo e recolho como um louco, de maneira a sentir o peixe que se atirou em direcção às espadanas. Já com a Carpa muito perto do camaroeiro, o Ivan, meu amigo que estava a pescar no pesqueiro 3 e por ali passava naquela hora, deu-me uma grande ajuda e em breves instantes tínhamos LA COLIÑA no tapete. Esta é uma Carpa Espelhada, devorada de iscos que já tinha tido o prazer de capturar numa sessão ante-rior.

Enquanto o Ivan me felicitava pela captura a minha cana da esquerda dispara, rapidamente a

cravei e de seguida começou uma grande luta! Em breves instantes tínhamos no tapete uma grande Comum de 20kg! Abraçamo-nos e gritamos VAYA DOBLETE!

Passou todo o dia sem mais arranques, mas a partir das 19 horas, a cana da montagem snowman começou a dar resultados, tendo capturado uma carpa de 13kg, mais tarde uma Carpa Espelhada com 6kg.

Decorreu a noite e parte da manhã, contei ainda com mais três capturas, todas abaixo dos 10kg.

Chegadas as 11:30h da manhã, era hora de recolher o material, estava a olhar para o meu trípo-

de e a cana do meio arranca, pouco depois de a cravar comecei a sentir a linha a ficar sem pressão, o peixe vinha na minha direção e rapidamente chegou à margem onde eu estava, parecia-me ser algo pequeno… Quando já estava muito próxima da margem, começou a levar fio sem parar! Por mais que eu recolhesse dez metros o peixe levava quinze! Foi uma grande luta até conseguir cansá-la!

Consegui terminar a sessão com uma linda Comum de 17Kg, que deu um toque precioso nesta curta sessão de 24 horas!

Um abraço e boa pesca!David Guerrero

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Apesar de constar nas regras a obrigatoriedade de usar anzois barbless (sem barbela) na maioria dos lagos particulares europeus, a verdade é que praticamente em todo o lado os micro-barbed são permitidos, quando muito podem exigir que se esmague a barbela.

Todos nós já tivemos dificuldades alguma vez para libertar um anzol da boca de uma carpa, mais complicado ainda quando o mesmo passa um pouco para fora da pele e se prende na rede do camaroeiro, não nos deixando alternativa a não ser cortar a montagem. Até mesmo na roupa, quantas vezes não foi preciso cortar esta para o anzol sair?

Pondo assim as coisas até parece que um anzol com barbela só tem desvantagens, e realmente não acabam aqui. Um peixe tem muito mais dificuldade em livrar-se do piercing em caso de rutura da mon-tagem. Mas a verdade é que este tipo de anzóis também tem uma grande vantagem em relação aos barbless, que é a forma como se fixa na boca do peixe, fazendo com que a ferragem seja mais segura.

Pescar com anzóis sem barbela requer alguma habituação e alguns cuidados. Usar uma chumbada semi-fixa é obrigatório, um running rig pode afastar muito a chumbada do estralho, dando-lhe muita liberdade a este, o que pode originar a perda do peixe. O mesmo vale para uma montagem drop-off, pelo que é preciso muito cuidado nestas situações.

Uma boa chumbada com montagem inline ou lead clip é o ideal.

Durante a luta é preciso manter uma pressão constante na cana, especialmente quando o peixe estiver para entrar no camaroeiro. Este é sem dúvida o momento mais delicado.

Se pusermos de parte a proibição em alguns locais e todas as pequenas desvantagens dos anzóis com barbela, parece que estes anzóis (barbless) não têm grandes vantagens, mas na verdade não é assim, ganham ao barbed em pelo menos dois pontos. O primeiro é a facilidade com que o vamos retirar da boca da carpa, e sem estrago. O segundo é quando se pesca nas ervas. Se a mon-tagem cair na erva com um anzol de barbela, a probabilidade de ferrar o peixe é baixíssima, pois quando a carpa sugar o isco a barbela irá arrastar erva, tornando quase impossível a ferragem.

Deveremos então ter uma panóplia de anzóis para cobrir todas estas situações? Claro que não! Podemos usar sempre anzóis micro-barbed, e quando se justificar, com um pequeno alicate e algum cuidado, esmaga-se a barbela, para que se adapte ao que a situação exige.

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Page 119: Digital Carp Magazine #03

Apesar de constar nas regras a obrigatoriedade de usar anzois barbless (sem barbela) na maioria dos lagos particulares europeus, a verdade é que praticamente em todo o lado os micro-barbed são permitidos, quando muito podem exigir que se esmague a barbela.

Todos nós já tivemos dificuldades alguma vez para libertar um anzol da boca de uma carpa, mais complicado ainda quando o mesmo passa um pouco para fora da pele e se prende na rede do camaroeiro, não nos deixando alternativa a não ser cortar a montagem. Até mesmo na roupa, quantas vezes não foi preciso cortar esta para o anzol sair?

Pondo assim as coisas até parece que um anzol com barbela só tem desvantagens, e realmente não acabam aqui. Um peixe tem muito mais dificuldade em livrar-se do piercing em caso de rutura da mon-tagem. Mas a verdade é que este tipo de anzóis também tem uma grande vantagem em relação aos barbless, que é a forma como se fixa na boca do peixe, fazendo com que a ferragem seja mais segura.

Pescar com anzóis sem barbela requer alguma habituação e alguns cuidados. Usar uma chumbada semi-fixa é obrigatório, um running rig pode afastar muito a chumbada do estralho, dando-lhe muita liberdade a este, o que pode originar a perda do peixe. O mesmo vale para uma montagem drop-off, pelo que é preciso muito cuidado nestas situações.

Uma boa chumbada com montagem inline ou lead clip é o ideal.

Durante a luta é preciso manter uma pressão constante na cana, especialmente quando o peixe estiver para entrar no camaroeiro. Este é sem dúvida o momento mais delicado.

Se pusermos de parte a proibição em alguns locais e todas as pequenas desvantagens dos anzóis com barbela, parece que estes anzóis (barbless) não têm grandes vantagens, mas na verdade não é assim, ganham ao barbed em pelo menos dois pontos. O primeiro é a facilidade com que o vamos retirar da boca da carpa, e sem estrago. O segundo é quando se pesca nas ervas. Se a mon-tagem cair na erva com um anzol de barbela, a probabilidade de ferrar o peixe é baixíssima, pois quando a carpa sugar o isco a barbela irá arrastar erva, tornando quase impossível a ferragem.

Deveremos então ter uma panóplia de anzóis para cobrir todas estas situações? Claro que não! Podemos usar sempre anzóis micro-barbed, e quando se justificar, com um pequeno alicate e algum cuidado, esmaga-se a barbela, para que se adapte ao que a situação exige.

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Page 120: Digital Carp Magazine #03

O inverno é uma das alturas mais duras para a prática de desporto no geral, mas a pesca em particular é muito exigente nesta estação do ano. Pode ser mesmo perigosa se não houver alguma cautela. Pela baixa temperatura, pela chuva e conse-quente humidade, pelo vento, nesta altura do ano estamos mais vulneráveis a situações de hipotermia.

Hipotermia é uma temperatura corporal inferior ao normal e define-se por valores inferiores a 35oC. Se não for tratada rapid-amente pode ter consequências graves, podendo mesmo causar a morte.

Devemos ter consciência que as crianças e os idosos estão mais vulneráveis aos extremos de temperatura.

Devemos suspeitar que alguém possa estar em hipotermia se apresentar sintomas como tremor (na hipotermia severa o tremor pode desaparecer), dificuldade em falar, confusão (discurso pouco coerente, não saber onde está ou o que está a fazer), cansaço fora do normal, urinar mais que o habitual ou respiração acelerada. Por vezes a própria pessoa não se apercebe do que está a acontecer porque a hipotermia pode instalar-se lentamente.

Podemos e devemos ajudar alguém que suspeitamos estar em hipotermia retirando qualquer roupa molhada ou húmida que tenha vestida, cobrindo com cobertores, movendo essa pessoa para um local aquecido e oferecendo bebidas quentes.

Por ser uma situação séria e potencialmente perigosa para

a saúde deve-se encaminhar esta pessoa para um serviço de saúde para que seja avaliada por um médico.

A hipotermia pode ser prevenida se usarmos roupa quente e com várias camadas, se nos resguardarmos do vento, se substituirmos imediatamente qualquer peça de roupa molhada e se formos ingerindo periodicamente bebidas quentes. Muito importante o uso de meias de boa qualidade, gorro e luvas pois as extremidades corporais são as primeiras a arrefecer.

O uso de bebidas alcoólicas favorece a hipotermia pois por vezes impede a pessoa de sentir a temperatura corporal adequa-damente. A crença popular que o “álcool” aquece o corpo é errada, apenas dá uma falsa sensação de calor, e ainda retira à pessoa alguma sensibilidade.

O meu conselho, nesta altura de inverno, para quem simplesmente não consegue passar sem uma pescaria é que se faça acompanhar de roupa bem quente (e sempre seca), um saco cama com qualidade, ingerir bebidas aquecidas (sem álcool!) e não dispensem uma companhia. A natureza pode ser cruel, e por vezes uma mão amiga faz toda a diferença.

Diogo Durais

Hipotermia

Cuidados com a saúde

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Page 121: Digital Carp Magazine #03

http://www.portalpesca.com/tablassolunares.aspInformaçao retirada do site:

-

TABELAS LUNARESLua boa ou má, não significa boa pescaria ou grade (respetivamente), o que interessa é ir à pesca!

Março 2014 Abril 2014 Maio 2014

O inverno é uma das alturas mais duras para a prática de desporto no geral, mas a pesca em particular é muito exigente nesta estação do ano. Pode ser mesmo perigosa se não houver alguma cautela. Pela baixa temperatura, pela chuva e conse-quente humidade, pelo vento, nesta altura do ano estamos mais vulneráveis a situações de hipotermia.

Hipotermia é uma temperatura corporal inferior ao normal e define-se por valores inferiores a 35oC. Se não for tratada rapid-amente pode ter consequências graves, podendo mesmo causar a morte.

Devemos ter consciência que as crianças e os idosos estão mais vulneráveis aos extremos de temperatura.

Devemos suspeitar que alguém possa estar em hipotermia se apresentar sintomas como tremor (na hipotermia severa o tremor pode desaparecer), dificuldade em falar, confusão (discurso pouco coerente, não saber onde está ou o que está a fazer), cansaço fora do normal, urinar mais que o habitual ou respiração acelerada. Por vezes a própria pessoa não se apercebe do que está a acontecer porque a hipotermia pode instalar-se lentamente.

Podemos e devemos ajudar alguém que suspeitamos estar em hipotermia retirando qualquer roupa molhada ou húmida que tenha vestida, cobrindo com cobertores, movendo essa pessoa para um local aquecido e oferecendo bebidas quentes.

Por ser uma situação séria e potencialmente perigosa para

a saúde deve-se encaminhar esta pessoa para um serviço de saúde para que seja avaliada por um médico.

A hipotermia pode ser prevenida se usarmos roupa quente e com várias camadas, se nos resguardarmos do vento, se substituirmos imediatamente qualquer peça de roupa molhada e se formos ingerindo periodicamente bebidas quentes. Muito importante o uso de meias de boa qualidade, gorro e luvas pois as extremidades corporais são as primeiras a arrefecer.

O uso de bebidas alcoólicas favorece a hipotermia pois por vezes impede a pessoa de sentir a temperatura corporal adequa-damente. A crença popular que o “álcool” aquece o corpo é errada, apenas dá uma falsa sensação de calor, e ainda retira à pessoa alguma sensibilidade.

O meu conselho, nesta altura de inverno, para quem simplesmente não consegue passar sem uma pescaria é que se faça acompanhar de roupa bem quente (e sempre seca), um saco cama com qualidade, ingerir bebidas aquecidas (sem álcool!) e não dispensem uma companhia. A natureza pode ser cruel, e por vezes uma mão amiga faz toda a diferença.

Diogo Durais

Hipotermia

Cuidados com a saúde

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Page 122: Digital Carp Magazine #03

Olá a todos!Estamos muito contentes porque o nosso sistema contra inundações funcionou muito

bem na passada semana. Apesar da enorme inundação causada pelo rio (a maior dos últi-mos 50 anos), não tivemos qualquer problema.

Estamos também muito felizes com o repovoamento. No total vão ser mais de cinco toneladas, que representam um investimento superior a 65.000€ e um grande lote de carpas superior a 40lbs (cerca de 18,150kg). 2014 vai ser um ano extraordinário no Iktus.

Jeremy Fournier

https://www.facebook.com/Iktuscarp?fref=tshttp://www.iktus-carpe.com/

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Page 123: Digital Carp Magazine #03

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Page 124: Digital Carp Magazine #03

Provavelmente qualquer um dos leitores poderia escrever um bom artigo sobre ir à pesca e não apanhar nada, as famosas “grades”. Como a minha experiência neste campo é enorme, pensei que poderia partilhar convosco parte dela. Este é um artigo sem fotos de Carpas, mas se soubermos aproveitar as horas passadas à beira da água, uma sessão de grade não precisa ser considerada como uma má sessão, temos sempre a possibilidade de apreciar muitas outras coisas bastante agradáveis!

Sem dúvida que a massa de água que mais grades me meu até hoje foi o rio Douro. Alguém que fizesse a pergunta: porque continuas então a pescar lá? E podíamos encerrar aqui o assunto, mas apenas um dos motivos que poderia mencionar seria o suficiente para voltar a que o jogo ficasse de novo em aberto. Bastaria dizer que as duas maiores capturas que fiz em território nacional foram conse-guidas nesta água. Aqui também poderíamos encer-rar o assunto, pois estas capturas foram feitas no mesmo local. Porque pesco então em locais difer-entes? Locais como a marginal da Régua, a margem oposta mesmo em frente do cais dos barcos, o Arno-zelo, a Ferradosa, o Pinhão com uma fantástica vista para a foz do rio com o mesmo nome, a foz do Távora, são alguns das dezenas de locais do Douro onde já passei dezenas de horas sem nunca conse-guir uma captura! Se amanhã iria para qualquer um destes locais à pesca? Não, iria hoje!

Outro dos locais onde as grades são incontáveis é a barragem do Vilar, e aqui ainda será mais difícil de explicar o retorno pois nem sequer há registo de grandes capturas nesta água. Talvez por ter sido a barragem onde me iniciei no Carp Fishing ou a proximidade a que habito tenham contribuído para que voltasse sempre a insistir, não importava a quantidade de grades que apanhava. Claro que nem tudo eram sessões em branco, nos fóruns mais antigos ainda se podem ler várias referências minhas a esta barragem, mencionando boas pesca-

rias. Não passavam de meia dúzia ou menos de capturas que nunca passaram os 5kg, aliás, o maior peixe que apanhei nesta barragem pesava 4,5kg, mas estas capturas deixavam-me tão feliz como hoje uma captura de 10kg.

Mas se assim é perto, então e longe? Lem-bro-me que uns anos atrás fiz 600km para ir a um lago no Alentejo, só de ida. Na volta foram mais 600, e trazia uma grade! Dois meses depois voltei lá, e apanhei outra!

Embora no rio Tormes em Espanha seja difícil apanhar uma grade, e realmente nunca me aconte-ceu vir de lá em branco, já fiz uma sessão lá com apenas uma captura. Claro que a minha vontade era começar outra sessão quando aquela acabou, mesmo correndo o risco de vir em branco, pois o tempo estava muito desagradável e havia uma forte corrente!

Quando alguém vai pescar comigo pela primei-ra vez sempre costumo avisar que o mais provável é sair da sessão em branco, e porquê? Bem, normal-mente nos fóruns fazem-se reportagens de pesca-rias, não se fazem reportagens, ou quase nunca, sobre grades, o que pode levar a crer que foi só chegar, lançar e capturar! Nunca me vai esquecer uma sessão de uma semana no douro, onde estive seis dias sozinho sem um único arranque, no sétimo dia chega um amigo e poucas horas depois faz uma captura batendo o seu recorde pessoal! Eu continuei de grade até ao fim!

As sessões mais difíceis penso que sejam aquelas onde até houve um arranque mas que se perdeu. Mas numa situação destas devemos encarar isto como aprendizagem. Isto leva-nos a outro campo. Estou convencido que pratica-mente todas as vezes que se perde um peixe a culpa é nossa. Ou falhou a técnica ou o material.

Começando pelo material. Os anzóis têm obrigatoriamente que estar bem aguçados. Um anzol quase perfeito não serve, se for possível aguça-se, se não for, troca-se. Já vi um pescador perder cinco peixes uma sessão e a causa era precisamente um anzol rombo. Mal trocou de anzol colocou uma carpa no tapete. Outra coisa que também merece toda a atenção são as linhas. Seja a linha mãe, Leadcore ou terminal, não se podem usar se estiverem raspadas ou enfraquecidas, correndo o risco da perda da captura, que pode ser a única da sessão!

Outra coisa bem mais complicada é quando falha a técnica. Se for por distração, aprende-se uma lição e no arranque seguinte não se facilita. O principal é manter uma pressão certa sobre o peixe, dar linha se tiver que ser e puxar sempre que este o permitir. Em qualquer destes casos a pressão tem que ser sempre a mesma. Não se pode trancar o fio completamente, pois corre-se o risco de o rebentar, e muito menos se pode dar fio a mais. Um erro que vejo frequentemente é ao recuperar linha, o pescador baixa a ponta da cana, ao fazer isto acabaram de dar-se três ou quatro metros de fio ao peixe, acreditem que bastam 10cm de folga para estes se libertarem.

Eu gosto muito de pescar com montagem Inline, pois pela minha experiência parece-me a

montagem que coloca a chumbada mais rapida-mente em contacto com o peixe, mas pode ser uma montagem que nos dará uma grade em certas situações. Pescar com este sistema numa zona onde seja possível o peixe meter-se em erva na recuperação é desaconselhável, como a chumbada está entre a cana e o peixe, irá ser nela que se vai acumular a erva. No fundo vamos estar a puxar erva, deixando o peixe sem pressão, pelo que facilmente se soltará, impedin-do-nos de salvar a grade!

Como devem imaginar este não é o tipo de artigo que mais prazer dá a escrever, seria mais interessante falar de uma carpa de 10kg do que falar sobre nada! Ainda assim julgamos que é importante, especialmente para o pessoal que pesca há menos tempo, perceber que todos os pescadores por cada foto de captura que partilham, se calhar teriam três ou quatro de grade. Porque é que por vezes parece que mais ninguém apanha grades a não ser nós? É simples, são poucas as pessoas que gostam de falar sobre nada, e por vezes nem sempre há disposição pois a moral vem em baixo quando se chega de uma sessão em branco.

O que podemos fazer para evitar a grade? Bem, não é tão linear assim, mas há sempre alguns concelhos que podemos dar. Irei mencio-nar alguns pontos-chave, que nos permitirão reduzir as hipóteses de vir em branco. Para mim até se podia resumir num único ponto, que é: pensar!

Devemos logo começar por pensar se vale a pena ir gastar tempo e iscos num determinado sítio, para se justificar tem que haver peixe na água em questão! Então porque não ir uns dias antes dar uma vista de olhos? O ideal seria ir ao amanhecer e ficar por lá umas horas, atento à

movimentação das carpas. Quando se fosse realmente à pesca, já se poderia fazê-lo com mais segurança.

Outra coisa importante, ou como o Hugo Janeiro escreveu na edição #01 desta revista, talvez a mais importante, é a sondagem! Iremos deixar pormenores para outro artigo, vou apenas fazer uma observação, se colocarmos os iscos entre dois calhaus ou todo enrolado num monte de lenha, por mais que as carpas vos tentem ajudar a quebrar a grade, não se irão livrar dela. Percam o tempo que for necessário a sondar!

Tenham a mente aberta à mudança, como não há ciências exatas na pesca, o que hoje dá resultado, amanhã pode não funcionar, como tal devem estar preparados para fazer ajustes ou até mudar completamente de estratégia a meio da sessão, tal como demonstrou o Nuno Silva na edição #01 da DCM, alterando completamente o rumo que esta estava a tomar.

Bom, depois o Carp Fishing não são só capturas, quem ainda não teve o prazer de ver um pôr-do-sol maravilhoso? Ou um nascer do sol fantástico, digno de paisagens só retratadas em telas? E claro, se conseguirem ficar muito quietos, têm sempre a hipótese de ver um lindo pica-peixe pousado na ponta da cana! São lindos, não são?

Orlando Loureiro

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Page 125: Digital Carp Magazine #03

Provavelmente qualquer um dos leitores poderia escrever um bom artigo sobre ir à pesca e não apanhar nada, as famosas “grades”. Como a minha experiência neste campo é enorme, pensei que poderia partilhar convosco parte dela. Este é um artigo sem fotos de Carpas, mas se soubermos aproveitar as horas passadas à beira da água, uma sessão de grade não precisa ser considerada como uma má sessão, temos sempre a possibilidade de apreciar muitas outras coisas bastante agradáveis!

Sem dúvida que a massa de água que mais grades me meu até hoje foi o rio Douro. Alguém que fizesse a pergunta: porque continuas então a pescar lá? E podíamos encerrar aqui o assunto, mas apenas um dos motivos que poderia mencionar seria o suficiente para voltar a que o jogo ficasse de novo em aberto. Bastaria dizer que as duas maiores capturas que fiz em território nacional foram conse-guidas nesta água. Aqui também poderíamos encer-rar o assunto, pois estas capturas foram feitas no mesmo local. Porque pesco então em locais difer-entes? Locais como a marginal da Régua, a margem oposta mesmo em frente do cais dos barcos, o Arno-zelo, a Ferradosa, o Pinhão com uma fantástica vista para a foz do rio com o mesmo nome, a foz do Távora, são alguns das dezenas de locais do Douro onde já passei dezenas de horas sem nunca conse-guir uma captura! Se amanhã iria para qualquer um destes locais à pesca? Não, iria hoje!

Outro dos locais onde as grades são incontáveis é a barragem do Vilar, e aqui ainda será mais difícil de explicar o retorno pois nem sequer há registo de grandes capturas nesta água. Talvez por ter sido a barragem onde me iniciei no Carp Fishing ou a proximidade a que habito tenham contribuído para que voltasse sempre a insistir, não importava a quantidade de grades que apanhava. Claro que nem tudo eram sessões em branco, nos fóruns mais antigos ainda se podem ler várias referências minhas a esta barragem, mencionando boas pesca-

rias. Não passavam de meia dúzia ou menos de capturas que nunca passaram os 5kg, aliás, o maior peixe que apanhei nesta barragem pesava 4,5kg, mas estas capturas deixavam-me tão feliz como hoje uma captura de 10kg.

Mas se assim é perto, então e longe? Lem-bro-me que uns anos atrás fiz 600km para ir a um lago no Alentejo, só de ida. Na volta foram mais 600, e trazia uma grade! Dois meses depois voltei lá, e apanhei outra!

Embora no rio Tormes em Espanha seja difícil apanhar uma grade, e realmente nunca me aconte-ceu vir de lá em branco, já fiz uma sessão lá com apenas uma captura. Claro que a minha vontade era começar outra sessão quando aquela acabou, mesmo correndo o risco de vir em branco, pois o tempo estava muito desagradável e havia uma forte corrente!

Quando alguém vai pescar comigo pela primei-ra vez sempre costumo avisar que o mais provável é sair da sessão em branco, e porquê? Bem, normal-mente nos fóruns fazem-se reportagens de pesca-rias, não se fazem reportagens, ou quase nunca, sobre grades, o que pode levar a crer que foi só chegar, lançar e capturar! Nunca me vai esquecer uma sessão de uma semana no douro, onde estive seis dias sozinho sem um único arranque, no sétimo dia chega um amigo e poucas horas depois faz uma captura batendo o seu recorde pessoal! Eu continuei de grade até ao fim!

As sessões mais difíceis penso que sejam aquelas onde até houve um arranque mas que se perdeu. Mas numa situação destas devemos encarar isto como aprendizagem. Isto leva-nos a outro campo. Estou convencido que pratica-mente todas as vezes que se perde um peixe a culpa é nossa. Ou falhou a técnica ou o material.

Começando pelo material. Os anzóis têm obrigatoriamente que estar bem aguçados. Um anzol quase perfeito não serve, se for possível aguça-se, se não for, troca-se. Já vi um pescador perder cinco peixes uma sessão e a causa era precisamente um anzol rombo. Mal trocou de anzol colocou uma carpa no tapete. Outra coisa que também merece toda a atenção são as linhas. Seja a linha mãe, Leadcore ou terminal, não se podem usar se estiverem raspadas ou enfraquecidas, correndo o risco da perda da captura, que pode ser a única da sessão!

Outra coisa bem mais complicada é quando falha a técnica. Se for por distração, aprende-se uma lição e no arranque seguinte não se facilita. O principal é manter uma pressão certa sobre o peixe, dar linha se tiver que ser e puxar sempre que este o permitir. Em qualquer destes casos a pressão tem que ser sempre a mesma. Não se pode trancar o fio completamente, pois corre-se o risco de o rebentar, e muito menos se pode dar fio a mais. Um erro que vejo frequentemente é ao recuperar linha, o pescador baixa a ponta da cana, ao fazer isto acabaram de dar-se três ou quatro metros de fio ao peixe, acreditem que bastam 10cm de folga para estes se libertarem.

Eu gosto muito de pescar com montagem Inline, pois pela minha experiência parece-me a

montagem que coloca a chumbada mais rapida-mente em contacto com o peixe, mas pode ser uma montagem que nos dará uma grade em certas situações. Pescar com este sistema numa zona onde seja possível o peixe meter-se em erva na recuperação é desaconselhável, como a chumbada está entre a cana e o peixe, irá ser nela que se vai acumular a erva. No fundo vamos estar a puxar erva, deixando o peixe sem pressão, pelo que facilmente se soltará, impedin-do-nos de salvar a grade!

Como devem imaginar este não é o tipo de artigo que mais prazer dá a escrever, seria mais interessante falar de uma carpa de 10kg do que falar sobre nada! Ainda assim julgamos que é importante, especialmente para o pessoal que pesca há menos tempo, perceber que todos os pescadores por cada foto de captura que partilham, se calhar teriam três ou quatro de grade. Porque é que por vezes parece que mais ninguém apanha grades a não ser nós? É simples, são poucas as pessoas que gostam de falar sobre nada, e por vezes nem sempre há disposição pois a moral vem em baixo quando se chega de uma sessão em branco.

O que podemos fazer para evitar a grade? Bem, não é tão linear assim, mas há sempre alguns concelhos que podemos dar. Irei mencio-nar alguns pontos-chave, que nos permitirão reduzir as hipóteses de vir em branco. Para mim até se podia resumir num único ponto, que é: pensar!

Devemos logo começar por pensar se vale a pena ir gastar tempo e iscos num determinado sítio, para se justificar tem que haver peixe na água em questão! Então porque não ir uns dias antes dar uma vista de olhos? O ideal seria ir ao amanhecer e ficar por lá umas horas, atento à

movimentação das carpas. Quando se fosse realmente à pesca, já se poderia fazê-lo com mais segurança.

Outra coisa importante, ou como o Hugo Janeiro escreveu na edição #01 desta revista, talvez a mais importante, é a sondagem! Iremos deixar pormenores para outro artigo, vou apenas fazer uma observação, se colocarmos os iscos entre dois calhaus ou todo enrolado num monte de lenha, por mais que as carpas vos tentem ajudar a quebrar a grade, não se irão livrar dela. Percam o tempo que for necessário a sondar!

Tenham a mente aberta à mudança, como não há ciências exatas na pesca, o que hoje dá resultado, amanhã pode não funcionar, como tal devem estar preparados para fazer ajustes ou até mudar completamente de estratégia a meio da sessão, tal como demonstrou o Nuno Silva na edição #01 da DCM, alterando completamente o rumo que esta estava a tomar.

Bom, depois o Carp Fishing não são só capturas, quem ainda não teve o prazer de ver um pôr-do-sol maravilhoso? Ou um nascer do sol fantástico, digno de paisagens só retratadas em telas? E claro, se conseguirem ficar muito quietos, têm sempre a hipótese de ver um lindo pica-peixe pousado na ponta da cana! São lindos, não são?

Orlando Loureiro

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Sem dúvida que a massa de água que mais grades me meu até hoje foi o rio Douro. Alguém que fizesse a pergunta: porque continuas então a pescar lá? E podíamos encerrar aqui o assunto, mas apenas um dos motivos que poderia mencionar seria o suficiente para voltar a que o jogo ficasse de novo em aberto. Bastaria dizer que as duas maiores capturas que fiz em território nacional foram conse-guidas nesta água. Aqui também poderíamos encer-rar o assunto, pois estas capturas foram feitas no mesmo local. Porque pesco então em locais difer-entes? Locais como a marginal da Régua, a margem oposta mesmo em frente do cais dos barcos, o Arno-zelo, a Ferradosa, o Pinhão com uma fantástica vista para a foz do rio com o mesmo nome, a foz do Távora, são alguns das dezenas de locais do Douro onde já passei dezenas de horas sem nunca conse-guir uma captura! Se amanhã iria para qualquer um destes locais à pesca? Não, iria hoje!

Outro dos locais onde as grades são incontáveis é a barragem do Vilar, e aqui ainda será mais difícil de explicar o retorno pois nem sequer há registo de grandes capturas nesta água. Talvez por ter sido a barragem onde me iniciei no Carp Fishing ou a proximidade a que habito tenham contribuído para que voltasse sempre a insistir, não importava a quantidade de grades que apanhava. Claro que nem tudo eram sessões em branco, nos fóruns mais antigos ainda se podem ler várias referências minhas a esta barragem, mencionando boas pesca-

rias. Não passavam de meia dúzia ou menos de capturas que nunca passaram os 5kg, aliás, o maior peixe que apanhei nesta barragem pesava 4,5kg, mas estas capturas deixavam-me tão feliz como hoje uma captura de 10kg.

Mas se assim é perto, então e longe? Lem-bro-me que uns anos atrás fiz 600km para ir a um lago no Alentejo, só de ida. Na volta foram mais 600, e trazia uma grade! Dois meses depois voltei lá, e apanhei outra!

Embora no rio Tormes em Espanha seja difícil apanhar uma grade, e realmente nunca me aconte-ceu vir de lá em branco, já fiz uma sessão lá com apenas uma captura. Claro que a minha vontade era começar outra sessão quando aquela acabou, mesmo correndo o risco de vir em branco, pois o tempo estava muito desagradável e havia uma forte corrente!

Quando alguém vai pescar comigo pela primei-ra vez sempre costumo avisar que o mais provável é sair da sessão em branco, e porquê? Bem, normal-mente nos fóruns fazem-se reportagens de pesca-rias, não se fazem reportagens, ou quase nunca, sobre grades, o que pode levar a crer que foi só chegar, lançar e capturar! Nunca me vai esquecer uma sessão de uma semana no douro, onde estive seis dias sozinho sem um único arranque, no sétimo dia chega um amigo e poucas horas depois faz uma captura batendo o seu recorde pessoal! Eu continuei de grade até ao fim!

As sessões mais difíceis penso que sejam aquelas onde até houve um arranque mas que se perdeu. Mas numa situação destas devemos encarar isto como aprendizagem. Isto leva-nos a outro campo. Estou convencido que pratica-mente todas as vezes que se perde um peixe a culpa é nossa. Ou falhou a técnica ou o material.

Começando pelo material. Os anzóis têm obrigatoriamente que estar bem aguçados. Um anzol quase perfeito não serve, se for possível aguça-se, se não for, troca-se. Já vi um pescador perder cinco peixes uma sessão e a causa era precisamente um anzol rombo. Mal trocou de anzol colocou uma carpa no tapete. Outra coisa que também merece toda a atenção são as linhas. Seja a linha mãe, Leadcore ou terminal, não se podem usar se estiverem raspadas ou enfraquecidas, correndo o risco da perda da captura, que pode ser a única da sessão!

Outra coisa bem mais complicada é quando falha a técnica. Se for por distração, aprende-se uma lição e no arranque seguinte não se facilita. O principal é manter uma pressão certa sobre o peixe, dar linha se tiver que ser e puxar sempre que este o permitir. Em qualquer destes casos a pressão tem que ser sempre a mesma. Não se pode trancar o fio completamente, pois corre-se o risco de o rebentar, e muito menos se pode dar fio a mais. Um erro que vejo frequentemente é ao recuperar linha, o pescador baixa a ponta da cana, ao fazer isto acabaram de dar-se três ou quatro metros de fio ao peixe, acreditem que bastam 10cm de folga para estes se libertarem.

Eu gosto muito de pescar com montagem Inline, pois pela minha experiência parece-me a

montagem que coloca a chumbada mais rapida-mente em contacto com o peixe, mas pode ser uma montagem que nos dará uma grade em certas situações. Pescar com este sistema numa zona onde seja possível o peixe meter-se em erva na recuperação é desaconselhável, como a chumbada está entre a cana e o peixe, irá ser nela que se vai acumular a erva. No fundo vamos estar a puxar erva, deixando o peixe sem pressão, pelo que facilmente se soltará, impedin-do-nos de salvar a grade!

Como devem imaginar este não é o tipo de artigo que mais prazer dá a escrever, seria mais interessante falar de uma carpa de 10kg do que falar sobre nada! Ainda assim julgamos que é importante, especialmente para o pessoal que pesca há menos tempo, perceber que todos os pescadores por cada foto de captura que partilham, se calhar teriam três ou quatro de grade. Porque é que por vezes parece que mais ninguém apanha grades a não ser nós? É simples, são poucas as pessoas que gostam de falar sobre nada, e por vezes nem sempre há disposição pois a moral vem em baixo quando se chega de uma sessão em branco.

O que podemos fazer para evitar a grade? Bem, não é tão linear assim, mas há sempre alguns concelhos que podemos dar. Irei mencio-nar alguns pontos-chave, que nos permitirão reduzir as hipóteses de vir em branco. Para mim até se podia resumir num único ponto, que é: pensar!

Devemos logo começar por pensar se vale a pena ir gastar tempo e iscos num determinado sítio, para se justificar tem que haver peixe na água em questão! Então porque não ir uns dias antes dar uma vista de olhos? O ideal seria ir ao amanhecer e ficar por lá umas horas, atento à

movimentação das carpas. Quando se fosse realmente à pesca, já se poderia fazê-lo com mais segurança.

Outra coisa importante, ou como o Hugo Janeiro escreveu na edição #01 desta revista, talvez a mais importante, é a sondagem! Iremos deixar pormenores para outro artigo, vou apenas fazer uma observação, se colocarmos os iscos entre dois calhaus ou todo enrolado num monte de lenha, por mais que as carpas vos tentem ajudar a quebrar a grade, não se irão livrar dela. Percam o tempo que for necessário a sondar!

Tenham a mente aberta à mudança, como não há ciências exatas na pesca, o que hoje dá resultado, amanhã pode não funcionar, como tal devem estar preparados para fazer ajustes ou até mudar completamente de estratégia a meio da sessão, tal como demonstrou o Nuno Silva na edição #01 da DCM, alterando completamente o rumo que esta estava a tomar.

Bom, depois o Carp Fishing não são só capturas, quem ainda não teve o prazer de ver um pôr-do-sol maravilhoso? Ou um nascer do sol fantástico, digno de paisagens só retratadas em telas? E claro, se conseguirem ficar muito quietos, têm sempre a hipótese de ver um lindo pica-peixe pousado na ponta da cana! São lindos, não são?

Orlando Loureiro

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Page 127: Digital Carp Magazine #03

Sem dúvida que a massa de água que mais grades me meu até hoje foi o rio Douro. Alguém que fizesse a pergunta: porque continuas então a pescar lá? E podíamos encerrar aqui o assunto, mas apenas um dos motivos que poderia mencionar seria o suficiente para voltar a que o jogo ficasse de novo em aberto. Bastaria dizer que as duas maiores capturas que fiz em território nacional foram conse-guidas nesta água. Aqui também poderíamos encer-rar o assunto, pois estas capturas foram feitas no mesmo local. Porque pesco então em locais difer-entes? Locais como a marginal da Régua, a margem oposta mesmo em frente do cais dos barcos, o Arno-zelo, a Ferradosa, o Pinhão com uma fantástica vista para a foz do rio com o mesmo nome, a foz do Távora, são alguns das dezenas de locais do Douro onde já passei dezenas de horas sem nunca conse-guir uma captura! Se amanhã iria para qualquer um destes locais à pesca? Não, iria hoje!

Outro dos locais onde as grades são incontáveis é a barragem do Vilar, e aqui ainda será mais difícil de explicar o retorno pois nem sequer há registo de grandes capturas nesta água. Talvez por ter sido a barragem onde me iniciei no Carp Fishing ou a proximidade a que habito tenham contribuído para que voltasse sempre a insistir, não importava a quantidade de grades que apanhava. Claro que nem tudo eram sessões em branco, nos fóruns mais antigos ainda se podem ler várias referências minhas a esta barragem, mencionando boas pesca-

rias. Não passavam de meia dúzia ou menos de capturas que nunca passaram os 5kg, aliás, o maior peixe que apanhei nesta barragem pesava 4,5kg, mas estas capturas deixavam-me tão feliz como hoje uma captura de 10kg.

Mas se assim é perto, então e longe? Lem-bro-me que uns anos atrás fiz 600km para ir a um lago no Alentejo, só de ida. Na volta foram mais 600, e trazia uma grade! Dois meses depois voltei lá, e apanhei outra!

Embora no rio Tormes em Espanha seja difícil apanhar uma grade, e realmente nunca me aconte-ceu vir de lá em branco, já fiz uma sessão lá com apenas uma captura. Claro que a minha vontade era começar outra sessão quando aquela acabou, mesmo correndo o risco de vir em branco, pois o tempo estava muito desagradável e havia uma forte corrente!

Quando alguém vai pescar comigo pela primei-ra vez sempre costumo avisar que o mais provável é sair da sessão em branco, e porquê? Bem, normal-mente nos fóruns fazem-se reportagens de pesca-rias, não se fazem reportagens, ou quase nunca, sobre grades, o que pode levar a crer que foi só chegar, lançar e capturar! Nunca me vai esquecer uma sessão de uma semana no douro, onde estive seis dias sozinho sem um único arranque, no sétimo dia chega um amigo e poucas horas depois faz uma captura batendo o seu recorde pessoal! Eu continuei de grade até ao fim!

As sessões mais difíceis penso que sejam aquelas onde até houve um arranque mas que se perdeu. Mas numa situação destas devemos encarar isto como aprendizagem. Isto leva-nos a outro campo. Estou convencido que pratica-mente todas as vezes que se perde um peixe a culpa é nossa. Ou falhou a técnica ou o material.

Começando pelo material. Os anzóis têm obrigatoriamente que estar bem aguçados. Um anzol quase perfeito não serve, se for possível aguça-se, se não for, troca-se. Já vi um pescador perder cinco peixes uma sessão e a causa era precisamente um anzol rombo. Mal trocou de anzol colocou uma carpa no tapete. Outra coisa que também merece toda a atenção são as linhas. Seja a linha mãe, Leadcore ou terminal, não se podem usar se estiverem raspadas ou enfraquecidas, correndo o risco da perda da captura, que pode ser a única da sessão!

Outra coisa bem mais complicada é quando falha a técnica. Se for por distração, aprende-se uma lição e no arranque seguinte não se facilita. O principal é manter uma pressão certa sobre o peixe, dar linha se tiver que ser e puxar sempre que este o permitir. Em qualquer destes casos a pressão tem que ser sempre a mesma. Não se pode trancar o fio completamente, pois corre-se o risco de o rebentar, e muito menos se pode dar fio a mais. Um erro que vejo frequentemente é ao recuperar linha, o pescador baixa a ponta da cana, ao fazer isto acabaram de dar-se três ou quatro metros de fio ao peixe, acreditem que bastam 10cm de folga para estes se libertarem.

Eu gosto muito de pescar com montagem Inline, pois pela minha experiência parece-me a

montagem que coloca a chumbada mais rapida-mente em contacto com o peixe, mas pode ser uma montagem que nos dará uma grade em certas situações. Pescar com este sistema numa zona onde seja possível o peixe meter-se em erva na recuperação é desaconselhável, como a chumbada está entre a cana e o peixe, irá ser nela que se vai acumular a erva. No fundo vamos estar a puxar erva, deixando o peixe sem pressão, pelo que facilmente se soltará, impedin-do-nos de salvar a grade!

Como devem imaginar este não é o tipo de artigo que mais prazer dá a escrever, seria mais interessante falar de uma carpa de 10kg do que falar sobre nada! Ainda assim julgamos que é importante, especialmente para o pessoal que pesca há menos tempo, perceber que todos os pescadores por cada foto de captura que partilham, se calhar teriam três ou quatro de grade. Porque é que por vezes parece que mais ninguém apanha grades a não ser nós? É simples, são poucas as pessoas que gostam de falar sobre nada, e por vezes nem sempre há disposição pois a moral vem em baixo quando se chega de uma sessão em branco.

O que podemos fazer para evitar a grade? Bem, não é tão linear assim, mas há sempre alguns concelhos que podemos dar. Irei mencio-nar alguns pontos-chave, que nos permitirão reduzir as hipóteses de vir em branco. Para mim até se podia resumir num único ponto, que é: pensar!

Devemos logo começar por pensar se vale a pena ir gastar tempo e iscos num determinado sítio, para se justificar tem que haver peixe na água em questão! Então porque não ir uns dias antes dar uma vista de olhos? O ideal seria ir ao amanhecer e ficar por lá umas horas, atento à

movimentação das carpas. Quando se fosse realmente à pesca, já se poderia fazê-lo com mais segurança.

Outra coisa importante, ou como o Hugo Janeiro escreveu na edição #01 desta revista, talvez a mais importante, é a sondagem! Iremos deixar pormenores para outro artigo, vou apenas fazer uma observação, se colocarmos os iscos entre dois calhaus ou todo enrolado num monte de lenha, por mais que as carpas vos tentem ajudar a quebrar a grade, não se irão livrar dela. Percam o tempo que for necessário a sondar!

Tenham a mente aberta à mudança, como não há ciências exatas na pesca, o que hoje dá resultado, amanhã pode não funcionar, como tal devem estar preparados para fazer ajustes ou até mudar completamente de estratégia a meio da sessão, tal como demonstrou o Nuno Silva na edição #01 da DCM, alterando completamente o rumo que esta estava a tomar.

Bom, depois o Carp Fishing não são só capturas, quem ainda não teve o prazer de ver um pôr-do-sol maravilhoso? Ou um nascer do sol fantástico, digno de paisagens só retratadas em telas? E claro, se conseguirem ficar muito quietos, têm sempre a hipótese de ver um lindo pica-peixe pousado na ponta da cana! São lindos, não são?

Orlando Loureiro

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Page 128: Digital Carp Magazine #03

Por vezes usamos um determinado produto pensando que estamos a usar o melhor do mercado, apenas porque não temos conhecimento de outros do mesmo género, ou usamos um produto caro, quando poderá haver no mercado um outro similar em qualidade mas com um custo inferior. Outras vezes somos obriga-dos a adaptar um produto quando no mer-

cado já existe o perfeito! Nas páginas seguintes vamos apresentar algumas das fábricas mais conhecidas do mercado, com link direto e uma breve descrição de alguns produtos comercializados (seria impossível nomear todos pois algumas destas fabricas possuem um catalogo enormíssimo).

http://www.chubfishing.com/en-gb/home/Canas * Tendas * Cadeiras * Bagagem * Roupa

http://www.cygnettackle.co.uk/Rod Pods * Buzzer Bars * Bank Sticks

http://www.daiwa.com/Canas * Carretos * Bedchairs * Bagagem

http://www.delkim.co.uk/Alarmes

http://www.diem-angling.com/Roupa

https://www.dnabaits.com/shop/Iscos * Pellets * Aditivos

http://www.dtbait.com/

Iscos * Aditivos

http://www.dynamitebaits.com/Iscos * Pellets * Farinhas * Atrativos * Aditivos

Entreprise Tackle - http://enterprisetackle.co.uk/Iscos Artificiais

http://www.esp-carpgear.com/Terminal * Bagagem * Canas * Ferramentas

http://www.essentialbaits.co.uk/Iscos * Aditivos

http://www.finkelde.com/Iscos * Dips * Farinhas

http://www.foxint.com/Canas * Tendas * Bagagem * Terminal

http://www.frankwarwickbaits.com/Iscos * Atrativos

http://www.freespiritfishing.com/

Canas * Camaroeiros * Bagagem

http://gardnertackle.co.uk/Terminal * Linhas * Bagagem * Ferramentas

http://fly.greysfishing.com/en-gb/home/

Canas * Roupa

http://www.acecarp.com/Praticamente todo o material de Terminal * Camaroeiros * Indicadores Eletrónicos

http://www.aquaproducts.co.uk/Bagagem * Tendas * Abrigos * Roupa

http://www.atomictackle.co.uk/Praticamente todo o material de Terminal * Chumbadas * Roupa

http://www.avidcarp.com/endtackle.phpTendas * Bedchairs * Terminal * Cuidados Carpa * Roupa * Bagagem

http://www.bait-tech.com/Iscos * Aditivos * Atratores

http://www.berkley-fishing.com/Linhas

http://www.bigcarp.com/Iscos * Acessórios * Terminal

http://www.caperlan.com/enQuase todo o tipo de material

http://www.carp-porter.com/Transporte de equipamento

http://www.ccmoore.com/Iscos * Partículas * Farinhas

http://www.century.gb.com/Canas

http://www.centuryneville.co.uk/Bank Sticks * Inox

Fábricas

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Page 129: Digital Carp Magazine #03

Por vezes usamos um determinado produto pensando que estamos a usar o melhor do mercado, apenas porque não temos conhecimento de outros do mesmo género, ou usamos um produto caro, quando poderá haver no mercado um outro similar em qualidade mas com um custo inferior. Outras vezes somos obriga-dos a adaptar um produto quando no mer-

cado já existe o perfeito! Nas páginas seguintes vamos apresentar algumas das fábricas mais conhecidas do mercado, com link direto e uma breve descrição de alguns produtos comercializados (seria impossível nomear todos pois algumas destas fabricas possuem um catalogo enormíssimo).

http://www.chubfishing.com/en-gb/home/Canas * Tendas * Cadeiras * Bagagem * Roupa

http://www.cygnettackle.co.uk/Rod Pods * Buzzer Bars * Bank Sticks

http://www.daiwa.com/Canas * Carretos * Bedchairs * Bagagem

http://www.delkim.co.uk/Alarmes

http://www.diem-angling.com/Roupa

https://www.dnabaits.com/shop/Iscos * Pellets * Aditivos

http://www.dtbait.com/

Iscos * Aditivos

http://www.dynamitebaits.com/Iscos * Pellets * Farinhas * Atrativos * Aditivos

Entreprise Tackle - http://enterprisetackle.co.uk/Iscos Artificiais

http://www.esp-carpgear.com/Terminal * Bagagem * Canas * Ferramentas

http://www.essentialbaits.co.uk/Iscos * Aditivos

http://www.finkelde.com/Iscos * Dips * Farinhas

http://www.foxint.com/Canas * Tendas * Bagagem * Terminal

http://www.frankwarwickbaits.com/Iscos * Atrativos

http://www.freespiritfishing.com/

Canas * Camaroeiros * Bagagem

http://gardnertackle.co.uk/Terminal * Linhas * Bagagem * Ferramentas

http://fly.greysfishing.com/en-gb/home/

Canas * Roupa

http://www.acecarp.com/Praticamente todo o material de Terminal * Camaroeiros * Indicadores Eletrónicos

http://www.aquaproducts.co.uk/Bagagem * Tendas * Abrigos * Roupa

http://www.atomictackle.co.uk/Praticamente todo o material de Terminal * Chumbadas * Roupa

http://www.avidcarp.com/endtackle.phpTendas * Bedchairs * Terminal * Cuidados Carpa * Roupa * Bagagem

http://www.bait-tech.com/Iscos * Aditivos * Atratores

http://www.berkley-fishing.com/Linhas

http://www.bigcarp.com/Iscos * Acessórios * Terminal

http://www.caperlan.com/enQuase todo o tipo de material

http://www.carp-porter.com/Transporte de equipamento

http://www.ccmoore.com/Iscos * Partículas * Farinhas

http://www.century.gb.com/Canas

http://www.centuryneville.co.uk/Bank Sticks * Inox

Fábricas

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http://www.prologicfishing.com/Roupa * Alarmes * Tendas * Terminal

http://www.qualitybaits.co.uk/Boilies * Pellets

http://www.questbaits.com/Boilies * Farinhas * Aditivos

http://www.richworth.com/Boilies * Farinhas * Aditivos

http://www.rigmarole.co.uk/Terminal * Chumbadas

http://fish.shimano-eu.com/publish/content/global_fish/en/nl/index.htmlCarretos * Canas * Bagagem * Roupa

http://www.solartackle.co.uk/Iscos * Ferramentas * Buzz Bars * Bank Sticks * Aço e Carbono

http://www.soniksports.com/Canas * Bagagem * Roupa

http://www.starbaits.com/Boilies * Pop Ups * Aditivos * Farinhas * Terminal * Canas * Barcos

www.stickybaits.comIscos * Atrativos

http://www.taskacarp.com/Terminal * Bank Sticks

http://www.totalfishinggear.co.uk/Alarmes * Tendas * Bank Sticks * Roupa

http://www.thinkinganglers.co.uk/Terminal * Roupa * Bagagem

www.trakkerproducts.co.ukTendas * Sacos Cama * Cadeiras * Bagagem

www.ultimauk.com/carp/

Linhas

http://www.ultimate-direct.co.uk/Tendas * Cadeiras * Alarmes * Bagagem

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http://www.tackleguru.com/Terminal * Roupa

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Este é o ingrediente secreto (não mencionado) que faz toda a diferença na feijoada!

Esta será talvez uma das receitas mais básicas que vos poderemos apresentar. Considerando que metade dos ingredientes já se compram preparados, o restante é bastan-te fácil de confecionar.

Vamos precisar dos ingredientes comuns mais alguns que vamos mencionar a seguir:

AlhoCebolaAzeiteUma folha de LoureiroPiri PiriMolho de TomateFeijão Preto pré-cozidoCarne FumadaPresuntoSalpicãoChouriçoArroz seco (preparado em casa)

Começa por se colocar cebola e azeite no tacho, deixa--se alourar, e junta-se alho a gosto (este aloura rapidamente, se for colocado ao mesmo tempo que a cebola acaba por queimar).

Enquanto se aguarda pelo último processo, parte-se as carnes em pequenos cubos. Junta-se ao azeite e cebola e deixa-se refugar a gosto. Como são carnes já prontas a comer, não precisam de muito tempo, só o suficiente para libertar um pouco do seu sabor.

Com a carne no ponto, junta-se então um pouco de água, que pode ser a do feijão, caso este seja de lata. Pode aproveitar-se esta altura para esmagar também alguns feijões, para dar consistência ao molho.

Há quem pense que molho de tomate na feijoada fica mal, por isso colocar ou não fica ao gosto de cada um. Junta--se além de tomate, piri piri a gosto, que no meu caso costu-ma ser bastante!

Quando o molho estiver no ponto, basta juntar o feijão e ir mexendo tudo de vez em quando.

Em poucos minutos temos pronto um prato que não se estraga facilmente, pode até fazer-se em maior quantidade do que para uma refeição. Com alguns cuidados fica pronto para a refeição seguinte.

Deve juntar-se um bom vinho, do Douro de preferência, e um pouco de arroz seco, que pode já ir preparado de casa.

Bom apetite!

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