magazine utopia

32
UTOPIA UTOPIA Julho 2013 01 Revista mensal de tendências e cultura 5.00

Upload: emi-woof

Post on 06-Nov-2015

43 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Communication Design project - Lisboa 2014

TRANSCRIPT

  • UT

    OP

    IAUTOPIA

    Ju lho2013

    01

    Revista mensal de tendncias

    e cultura

    5.00

    Rua Santo Antnio da Glria 81. 1250-216 Lisboa - Telefone: 21 32 25 727 Fax: 21 32 25 729 www.utopiamag.com [email protected] Facebook:

    www.facebook.com/utopiamag.pt

    Gino Ingrassia

    Esposio fo

    tografica

    Museo da Eletri

    dade

    27-31 Ju

    lho 2014

  • Faceb

    ook:

    www.f

    acebo

    ok.co

    m/uto

    pia-

    mag.p

    t

    PROP

    RIED

    ADE:

    Publi

    cards,

    Publi

    cida-

    de Ld

    a.

    DIST

    RIBU

    IO

    : Pu

    blicar

    ds pu

    bli-

    cards@

    netca

    bo.pt

    REGI

    STO

    ERC

    1252

    33, N

    MER

    O

    DE D

    EPS

    ITO

    LEGA

    L 185

    063/

    02

    ISSN

    1645

    -5444

    COPY

    RIGH

    T: Pu

    blicar

    ds, P

    ublici

    dade

    Lda.,

    TIRA

    GEM

    MD

    IA: 1

    7 000

    exem

    plares

    PERI

    ODIC

    IDAD

    E: M

    ensal

    ASSIN

    ATUR

    A 10

    (8 N

    mero

    s)

    EDITOR

    IAL

    Ficha Tcnica

    Facto

    : os n

    ossos

    vizinh

    os tm

    semp

    re ma

    u

    gosto

    no qu

    e toc

    a a m

    sica.

    Outr

    o fact

    o:

    fora e

    ssas o

    casie

    s de in

    comp

    atibil

    idade

    no

    gosto

    e vo

    lume,

    a msi

    ca a

    liga

    o mais

    profun

    da e

    ntre

    seres

    huma

    nos,

    e sim

    ul-

    taneam

    ente

    uma l

    igao

    dire

    cta

    alma.

    Quan

    tas ve

    zes u

    ma le

    tra d

    iz aq

    uilo

    que

    no

    conse

    guim

    os exp

    ressar

    . Qua

    ntas v

    e-

    zes um

    a bati

    da no

    s tran

    sporta

    no te

    mpo e

    no es

    pao.

    A U

    TOPIA

    01

    uma e

    dio

    music

    al,qu

    e qu

    eremo

    s to

    insp

    irado

    ra

    para

    ti com

    o pa

    ra tod

    as as

    pesso

    as qu

    e a

    conc

    ebera

    m. O

    uvim

    os m

    sica c

    omo n

    un-

    ca, de

    man

    h n

    oite. A

    que n

    os foi

    trazid

    a,

    a que

    inspi

    ra os

    entre

    vistad

    os, as

    msi

    cas

    das v

    idas d

    eles, a

    s msi

    cas qu

    e eles

    fazem

    na v

    ida. O

    ferece

    ram-no

    s pa

    lavras

    , mo-

    strara

    m-no

    s vini

    s e ca

    ssetes

    , env

    iaram

    -nos

    fiche

    iros

    e lin

    ks:C

    onhe

    ces

    esta

    ? D

    esta

    partil

    ha na

    sceu o

    que a

    gora

    vais le

    r, ver

    e

    tocar.

    H m

    sica

    nesta

    s pg

    inas.

    Conse

    -

    gues

    ouvi-

    la?

    Liga

    o directa

    alm

    a

    Marta

    Gonzales

    DIRE

    CTOR

    : Trev

    enen

    Morr

    is-Gran

    -

    tham

    treven

    en@u

    topiam

    ag.co

    m

    COOR

    DENA

    O

    EDIT

    ORIA

    L:

    Mart

    a Gon

    zlez

    marta

    @utop

    iamag.

    com

    DIRE

    CTOR

    DE

    AR

    TE:

    Ricar

    do

    Gals

    io

    COLA

    BORA

    DORE

    S

    DEST

    A

    EDI

    O: A

    lex D

    Alva

    Teix

    eira,

    Ana

    Azeve

    do, A

    na P

    racasc

    hand

    ra, A

    ndrei

    a

    Pinto,

    Anit

    a Pern

    a, Bie

    l Grim

    alt, C

    arla

    Pires,

    Caro

    lina

    Almeid

    a, Ca

    tarina

    Bo-

    tas, D

    iogo

    Ferrei

    ra, E

    liana

    Tm

    az, F

    i-

    lipa P

    entea

    do, H

    ugo F

    ilipe L

    opes,

    Ins

    Ferrei

    ra, Jo

    o B

    erhan

    , Joo

    Mo

    o, Kr

    i-

    stin R

    asch,

    Mari

    anton

    ia Sa

    mpol,

    Mart

    a

    Carva

    lho, M

    onika

    Hb

    ert, M

    r. Es

    gar,

    Nick

    Suave

    , Nun

    o And

    rade, o

    laulau

    , Pe-

    dro P

    rimo F

    igueir

    edo,

    Pedro

    Saav

    edra,

    Pedro

    Soare

    s, Pu

    reza F

    leming

    , Rica

    rdo

    Ao,

    Sara

    Abreu

    , Silv

    ana C

    ovas,T

    nia

    Neves

    , Tiag

    o Cost

    a,Vera

    Marm

    elo.

    REDA

    CO

    E D

    EPAR

    TAM

    ENTO

    COM

    ERCI

    AL: R

    ua S

    anto

    Antn

    io da

    Glri

    a 81.

    1250

    -216 L

    isboa

    Telef

    one:

    21 32

    25 72

    7 Fa

    x: 21

    32 25

    729

    www.u

    topiam

    ag.co

    m i

    nfo@u

    topiam

    ag.

    com

    2

  • 04

    11

    16

    20

    22

    06

    08

    26

    O regr

    esso

    das K7S.

    Tempo para

    cantar.

    Pra e olha

    para mim.

    Arquivo sonoro

    de per

    nes.

    Gentlemans

    journal.

    Here she

    comes,

    you better watch

    your step.

    One m

    ore

    time.

    And I draw

    a lin

    e.

    3

  • No an

    o pass

    ado a

    ssinalo

    u-se p

    ela pr

    i-

    meira

    vez o

    Cass

    ette S

    tore D

    ay, um

    dia p

    ara ce

    lebrar

    este

    forma

    to qu

    e

    tantos

    pod

    iam co

    nside

    rar en

    terrad

    o

    quan

    do, j

    ustia

    seja

    feita,

    man

    tm

    uma s

    aud

    vel ex

    istnc

    ia, ai

    nda q

    ue

    distan

    te de

    uma

    cultu

    ra de

    mass

    as.

    Fala-

    se da

    casse

    te, b

    vio. N

    a verd

    ade,

    ela se

    mpre

    foi um

    meio

    privi

    legiad

    o

    para

    partil

    har m

    sica

    com

    um ca

    riz

    marca

    dame

    nte

    experi

    menta

    l, qu

    e

    escap

    a s fo

    rmula

    es

    da ca

    no

    pop,

    tendo

    tido e

    specia

    l peso

    nas r

    edes

    do

    noise

    e do b

    lack m

    etal m

    ais re

    cnd

    ito

    ou at

    da f

    olk m

    stica.

    Aind

    a qu

    e a p

    artir

    de m

    eados

    dos

    anos

    1990

    , e po

    r a fo

    ra, o

    CD, te

    m-

    porar

    iamen

    te, s

    e ten

    ha im

    posto

    casset

    e, o o

    bjeto

    nunc

    a desa

    parec

    eu,

    nem

    as pe

    ssoas

    com

    vonta

    de de

    edi-

    tar m

    sica

    neste

    form

    ato. N

    o enta

    n-

    to, i

    neg

    vel qu

    e nos

    ltim

    os an

    os h

    uma

    maior

    med

    iatiza

    o e

    m tor

    no

    da ca

    ssete,

    com

    uma p

    rolife

    rao

    de

    edito

    ras qu

    e se f

    ocam

    nesta

    s edi

    es

    O regr

    esso

    das K7S

    4

  • Da q

    ue n

    o te

    nha u

    ma re

    lao

    fe-

    tichi

    sta c

    om a

    cas

    sete.

    No

    caso

    de

    Ondn

    ess as

    edito

    ras qu

    e con

    tactei

    de-

    dicam

    -se m

    aiorita

    riame

    nte a

    edi

    es

    em ca

    ssete,

    mas

    mais

    do q

    ue o

    for-

    mato,

    foi a

    msi

    ca de

    las qu

    e me i

    nte-

    ressou

    . Ou s

    eja, n

    o fo

    i uma

    esco

    lha

    assim

    to c

    onsci

    ente

    da m

    inha p

    arte,

    embo

    ra ten

    ha a

    noo

    de qu

    e para

    a

    msic

    a que

    fao

    j

    de si

    algo l

    ama-

    cent

    a a

    casse

    te se

    ja ba

    stant

    e viv

    el.

    Tamb

    m Pe

    dro R

    ios co

    nside

    ra qu

    e a

    msic

    a que

    faz c

    omo B

    ranch

    es, um

    a

    ms

    ica

    que

    vive

    pouc

    o do

    deta

    lhe

    hi fi

    (...)

    e qu

    e ex

    plor

    a os

    lado

    s mais

    bao

    s e co

    ntem

    plati

    vos d

    o som

    , ten

    -

    ha re

    lao

    com

    este o

    bjeto.

    Existe

    m sem

    pre d

    etrato

    res e

    dess

    e

    lado m

    uitos

    consi

    deram

    a cas

    sete u

    m

    forma

    to dis

    pens

    vel pe

    la ma

    ior fa

    ci-

    lidad

    e da d

    eterio

    rao

    do so

    m.Ta

    nto

    Brun

    o Silv

    a com

    o Ped

    ro Ri

    os po

    uco

    se pre

    ocup

    am co

    m ess

    as qu

    este

    s. E

    o msi

    co qu

    e assin

    a com

    o Ond

    ness

    Joo Moo

    Msica

    5

    salie

    nta:

    Evita

    ndo

    enca

    rar

    essa

    de-

    terior

    ao

    como

    algo

    po

    tico

    em si

    a ef

    emeri

    dade

    da ob

    ra, et

    c. a

    ver-

    dade

    q

    ue o

    som

    de

    fita

    acab

    a po

    r

    trans

    miti

    r um

    certo

    calor

    .

    Este

    ressur

    gimen

    to tam

    bm

    pode

    r

    ser

    uma

    res

    posta

    d

    esm

    ateria

    li-

    za

    o da

    ms

    ica,

    com

    o afi

    rma

    o

    ms

    ico de

    Bra

    nche

    s: S

    e tem

    os to

    da

    a msi

    ca on

    line e

    quere

    mos o

    objet

    o

    fsico

    por

    fetich

    e, faz

    algu

    m sen

    tido

    que o

    obje

    to qu

    e se p

    rocure

    seja

    o

    mais

    antiq

    uado

    pos

    svel

    .

    Alm

    dos n

    omes

    que s

    e move

    m no

    circu

    ito u

    nderg

    round

    , outr

    os ma

    is

    media

    tizad

    os co

    mo A

    nimal

    Collec

    -

    tive,

    Flami

    ng L

    ips o

    u De

    erhun

    ter

    tamb

    m j

    escolh

    eram

    a cass

    ete pa

    ra

    algum

    as ed

    ies,

    aind

    a que

    pontu

    ais.

    O q

    ue p

    ode

    apen

    as s

    er r

    eflex

    o d

    e

    um m

    ero hy

    pe al

    imen

    tado p

    or qu

    e-

    stes

    que s

    e pren

    dem

    mais c

    om o

    fe-

    tiche

    para

    com

    o obje

    to em

    si do

    que

    com

    a m

    sica

    , co

    mo

    afirm

    a Br

    uno

    Silva.

    Aind

    a qu

    e ag

    ora se

    viva

    um

    certo

    hype

    sua

    volta

    , a ca

    ssete

    no d

    eixa

    de se

    r um

    objet

    o bon

    ito e

    barat

    o que

    facilit

    a a pr

    olifer

    ao d

    e msi

    ca qu

    e,

    tradic

    ionalm

    ente,

    no p

    erten

    ce c

    ul-

    tura d

    e mass

    as. E

    depo

    is da e

    xcita

    o

    passa

    r, a ca

    ssete

    conti

    nuar

    por a

    . J

    sobrev

    iveu a

    t ho

    je, po

    rque

    que n

    o

    cont

    inua

    r ac

    ircul

    ar m

    ais u

    m p

    ouco

    ?

    (estab

    elecen

    do, q

    uase

    sempre

    , uma

    rela

    o co

    m a

    plataf

    orma

    digita

    l

    Band

    camp).

    Porq

    ue m

    esmo

    no ci

    r-

    cuito

    unde

    rgrou

    nd o

    CD-R

    perde

    u o

    intere

    sse.

    Bran

    ches,

    proj

    eto d

    e Pe

    dro R

    ios,

    lano

    u re

    cent

    emen

    te a c

    asse

    te C

    asa

    Nossa

    , pe

    la ed

    itora

    po

    rtugu

    esa

    Mou

    ca. J

    em

    201

    3 On

    dness

    , de

    Brun

    o Silv

    a, ed

    itou p

    ela al

    em N

    o-

    orde

    n a

    casse

    te P

    elas

    Mar

    gens

    e

    pela

    brit

    nica

    Whe

    re to

    Now

    ? um

    a

    outra

    cas

    sete,

    Po

    or M

    ans

    Twilig

    ht

    Zone

    , al

    m de

    uma o

    utra

    edi

    o, no

    mesm

    o form

    ato, p

    ela A

    dven

    tures

    in

    Dubb

    ing.

    O fas

    cnio

    existe

    , prop

    aga-s

    e e pa

    ra

    Pedro

    Rios

    o fa

    tor n

    ostalg

    ia en

    tra

    na e

    qua

    o.

    A ge

    ra

    o de

    ms

    icos

    na ca

    sa do

    s 20/

    30 an

    os tem

    aind

    a

    mem

    rias

    das

    casset

    es e

    a no

    stal-

    gia

    algo,p

    or pa

    radox

    al qu

    e poss

    a

    parec

    er,mu

    ito fo

    rte na

    cultu

    ra p

    s-In-

    terne

    t em

    que

    nos

    mov

    emos

    ,afir

    ma.

    Brun

    o Sil

    va n

    o p

    e de p

    arte e

    sse

    pes

    o no

    stlgi

    co,

    ainda

    que

    gos

    te

    de p

    ensa

    r que

    exist

    e tod

    a um

    a nov

    a

    gera

    o de p

    utos p

    ara qu

    em ist

    o no

    tenha

    qualq

    uer p

    eso e

    que a

    credit

    am

    no fo

    rmato

    .

  • Testo: Pedro Primo

    Figueiredo

    Mariana Du

    arte Silva, Femme fa

    tale.

    Here she com

    es, you

    better watch yo

    ur step

    veio L

    ondre

    s, em

    2007

    , para

    onde

    Ma-

    riana

    foi m

    orar

    e on

    de ga

    nhou

    mun

    -

    do e

    calo.

    No cu

    rrcu

    lo diz

    que t

    rabal-

    hou c

    om o

    nico

    portu

    gus

    a che

    gar

    aos t

    ops d

    as tab

    elas b

    ritnic

    as, R

    ui da

    Silva,

    mas

    foi s

    dupla

    s Ster

    eo A

    ddic-

    tion,

    Heart

    break

    erz e

    no (e

    nto)

    novo

    talen

    to T

    wofo

    ld q

    ue d

    edico

    u m

    ais

    tempo

    e co

    ra

    o, a

    ssum

    e.

    A Mari

    ana

    um do

    ce de

    pesso

    a e um

    a

    profi

    ssion

    al de

    exce

    o.

    Que

    da m

    sica

    partiu

    para

    todo u

    m no

    vo m

    undo

    de

    projet

    os. Fa

    lmos

    com

    a Mad

    ame s

    o-

    bre a

    sua lig

    ao c

    om a

    msic

    a.

    Com

    o se

    deu

    o te

    u ar

    ranq

    ue p

    rofis

    sio-

    nal n

    o m

    undo

    da

    ms

    ica?

    Qua

    l foi

    o

    prim

    eiro e

    vent

    o que

    pro

    duzis

    te?

    O mo

    mento

    que

    marc

    ou o

    inci

    o da

    paix

    o por

    msic

    a elet

    rnica

    deve

    ter

    sido

    o [fe

    stival]

    Boo

    m 20

    00. A

    pesar

    de j

    ter p

    roduz

    ido fe

    stas n

    o Ind

    stria

    desde

    1998

    , chega

    r ao B

    oom

    foi pe

    rce-

    ber q

    ue o

    cora

    o ba

    tia m

    ais e

    melho

    r

    quan

    do ou

    via 4

    por 4

    (de q

    ualid

    ade).

    Dep

    ois a

    s fes

    tas

    Pro

    vider

    s, a

    mti

    -

    ca no

    Cris

    to Re

    i ao s

    om de

    Infus

    ion,

    e em

    2003

    o co

    lapso,

    a ren

    dio

    total

    ao te

    chno

    puro

    e duro

    quan

    do ch

    ego

    ao C

    oliseu

    para

    o c

    oncer

    to de

    Un-

    derw

    orld e

    depa

    ro-me

    com

    uma d

    upla

    de D

    Js a p

    artir

    o bar

    do C

    oliseu

    com

    Ultim

    amen

    te foc

    ada n

    o Villa

    ge Un

    der-

    groun

    d, qu

    e trou

    xe de

    Lon

    dres p

    ara

    Lisbo

    a, M

    arian

    a Dua

    rte S

    ilva

    uma

    empre

    ende

    dora

    que j

    o er

    a ante

    s da

    crise

    que f

    orou

    muit

    os a a

    rrega

    ar as

    mang

    as e p

    rocura

    r nova

    s alte

    rnativ

    as

    de tra

    balho

    .

    Licen

    ciada

    em

    Gest

    o de

    Emp

    resas,

    Mari

    ana,

    Mad

    ame

    para

    o me

    io da

    s

    artes,

    resp

    onsv

    el po

    r traz

    er a L

    isboa

    um p

    unha

    do d

    e eve

    ntos d

    e m

    sica

    vang

    uard

    ista.

    As fe

    stas

    O B

    aile

    trou

    -

    xeram

    em an

    os rec

    entes

    cap

    ital p

    or-

    tugue

    sa art

    istas c

    omo M

    icach

    u & th

    e

    Shap

    es e

    Jon H

    opkin

    s, en

    tre m

    uitos

    outro

    s, sen

    do ta

    mbm

    uma m

    ontra

    de

    algum

    a da m

    elhor

    produ

    o po

    rtugu

    e-

    sa em

    terre

    nos e

    letrn

    icos.

    Mas

    o com

    eo fo

    i dife

    rente:

    o an

    o era

    2005

    e o o

    bjetiv

    o era

    agen

    ciar m

    sico

    s

    e DJs.

    Tudo

    muit

    o bon

    ito, m

    as de

    pois

    Village Underground

    6

  • 7um se

    t estr

    ondo

    so - e

    ram os

    Stere

    o Ad-

    dictio

    n. O

    resto

    hist

    ria. O

    prim

    eiro

    evento

    que p

    roduz

    i deve

    ter s

    ido um

    a

    festa

    do

    pen

    teado

    no

    Ind

    stri

    a ou

    a do

    s po

    st-its

    . O

    Ind

    stria

    foi o

    nde

    tudo c

    omeo

    u.

    Estiv

    este

    em L

    ondre

    s algu

    m tem

    po.

    Quais

    as p

    rincip

    ais d

    iferen

    as e

    ntre

    traba

    lhar n

    este m

    eio em

    Ingla

    terra

    e

    em P

    ortu

    gal?

    Lond

    res

    do ta

    manh

    o de d

    ez Lis

    boas,

    por i

    sso h

    dez v

    ezes m

    ais op

    or tun

    i-

    dade

    s, dez

    vezes

    mais c

    lubes,

    dez v

    ezes

    mais

    talen

    to e d

    ez vez

    es ma

    is lib

    erda-

    de. E

    m po

    uco m

    ais de

    um an

    o, e p

    or-

    que c

    onhe

    ci as

    pesso

    as cer

    tas, e

    stava

    a

    fazer

    festas

    no Pl

    astic P

    eople

    , The

    End,

    The E

    gg, Sk

    etch,

    Cargo

    , Musi

    c Hall

    e

    mais u

    ma m

    o ch

    eia de

    les.

    Qual f

    oi o e

    vento

    que a

    t hoje

    te de

    ixou

    com

    o m

    aior s

    orris

    o no

    s lb

    ios? L

    evar

    O B

    aile

    ao

    festiv

    al Ex

    it, n

    a S

    rvia,

    foi se

    m d

    vida

    o rec

    onhe

    cimen

    to de

    algo q

    ue na

    altur

    a esta

    va a a

    conte

    cer

    da m

    elhor

    forma

    . Leva

    r o D

    J Ride

    , os

    Stereo

    Add

    iction

    , o R

    ui da

    Silva

    e os

    Pape

    rcutz

    a um

    dos m

    aiores

    festiv

    ais

    de m

    sica

    do m

    undo

    marc

    ou-m

    e, sem

    dvid

    a.

    Diz-m

    e um

    msi

    co o

    u ba

    nda

    com

    quem

    gosta

    vas de

    traba

    lhar.

    Qualq

    uer u

    ma qu

    e na v

    erdad

    e mexa

    comi

    go e

    seja f

    eita p

    or bo

    as pe

    ssoas.

    As pe

    ssoas

    que

    conta

    m. Se

    so b

    oas e

    puras

    fazem

    boa m

    sica.

    Fotografia: Carla Pires

    Stylin

    g: Pur

    eza Fleming

    Make

    Up e Cabelos: Andreia Pinto

    Entrevista

  • 8ONe more tim

    eDesde sem

    pre os

    artist

    as e a

    Arte

    vi-

    vera

    m d

    e m

    os d

    adas

    co

    m in

    quie-

    tae

    s, muit

    as de

    las re

    lativa

    s so

    cie-

    dade

    do se

    u tem

    po e e

    spao.

    Na o

    bra

    de Je

    ffrey

    Gib

    son,

    Pu

    nchi

    ng B

    ags

    ,

    existe

    uma

    inqu

    ieta

    o lat

    ente,

    que

    ecoa

    des

    tes o

    bjeto

    s, re

    flexo

    de

    um

    brutal

    desco

    nforto

    senti

    do em

    rela

    o

    ao m

    odo c

    omo a

    cultu

    ra do

    s Nati

    vos

    Ameri

    canos

    vista

    pela s

    ocied

    ade e

    m

    geral.

    Moti

    vo p

    elo q

    ual c

    omeo

    u a

    utiliza

    r os s

    acos d

    e box

    e para

    desca

    r-

    regar

    muita

    da su

    a frus

    trao

    peran

    te

    o tem

    a.

    O mo

    do co

    mo es

    te po

    vo vi

    ve a s

    ua

    cultu

    ra

    para

    Jeff m

    uito

    mais

    genu

    no

    e liga

    do s

    verda

    deira

    s orig

    ens a

    me-

    rican

    as. O

    povo

    indg

    ena t

    em o

    seu

    prp

    rio

    cdi

    go

    no

    s d

    e m

    sica

    ,

    como

    de m

    oda,

    costu

    mes so

    ciais e

    at

    mes

    mo

    econ

    omia,

    refle

    tidos

    tam

    bm

    estes

    no m

    odo c

    omo s

    e com

    porta

    m e

    no se

    u to

    cara

    terst

    ico p

    ow w

    ow,

    a

    conh

    ecida

    dan

    a que

    execu

    tam tra

    ja-

    dos c

    om fa

    tos co

    lorido

    s.

    Assim

    , nas

    Pu

    nchi

    ng B

    ags

    Jeff

    re-

    corre

    ao

    imag

    inr

    io g

    rfic

    o d

    as

    vestes

    dos n

    dios a

    meric

    anos,

    comb

    i-

    nand

    o mate

    riais t

    radici

    onais

    e ou

    tros

    mais m

    odern

    os, em

    belez

    a-os e

    torna

    -

    os hip

    ntic

    os. D

    este m

    odo,

    confe

    re-se

    uma p

    erson

    alida

    de a

    este o

    bjeto

    ina-

    nimad

    o, de

    ixand

    o assim

    de se

    quere

    r

    bater

    no m

    esmo,

    passa

    ndo a

    aprec

    i-

    lo e r

    espeit

    -lo.

    Jeffrey Gibson

    Cloudbuster

    American girl

    Can you feel it

    Ines Ferreira

  • Acess

    rios

    feitos

    com

    disco

    s de v

    inil

    pode

    m pa

    recer

    heres

    ia m

    aioria

    dos

    colec

    ciona

    dores

    , mas

    Raqu

    el Ca

    rdo-

    so, an

    tiga e

    studa

    nte de

    douto

    ramen

    to

    e actu

    al co

    sturei

    ra de

    disco

    s, ga

    ran-

    te qu

    e s

    usa d

    iscos

    que

    ningu

    m

    quer

    colec

    ciona

    r. Cr

    iou p

    or isso

    , a

    Polyp

    honic

    , ond

    e prod

    uz m

    alas p

    ara

    todo o

    mun

    do a p

    artir d

    e LPs

    ou SP

    s

    a pre

    os n

    o proi

    bitivo

    s e in

    spirad

    as

    sempre

    no

    frene

    sim u

    rbano

    de

    Li-

    sboa.

    A melh

    or co

    mbina

    o de

    inspi

    -

    rao

    e ori

    ginali

    dade

    em pe

    as n

    i-

    cas e

    irrep

    etvei

    s e co

    m um

    gostin

    ho

    music

    al mu

    ito pr

    prio

    .

    www.e

    tsy.com

    /shop

    /Poly

    phon

    icPT

    mala de d

    iscos

    Design

    9

  • 10

    Leve,

    rpid

    a, g

    il e c

    heia

    de vi

    tali-

    dade

    , a no

    va Ve

    spa S

    print

    a m

    ais

    despo

    rtiva e

    jovem

    de to

    da a

    gama

    .

    Segu

    indo a

    trad

    io d

    as leg

    end

    rias

    Ves

    pino

    , o

    novo

    mod

    elo e

    st, n

    o

    entan

    to, ch

    eio d

    e nov

    idade

    s. A

    tec-

    nolog

    ia ma

    is ava

    nad

    a e um

    desig

    n

    excep

    ciona

    l gara

    ntem

    Vesp

    a Spri

    nt

    leveza

    e sim

    plicid

    ade a

    o mesm

    o tem

    -

    po qu

    e esta

    belec

    e novo

    s stan

    dards

    no

    que t

    oca a

    o con

    forto,

    espa

    o, pr

    azer

    de c

    ondu

    o e

    segu

    rana.

    Nasc

    eu

    uma n

    ova le

    nda.

    AKA

    CORLEONE

    PINTA

    VILLA

    GE UND

    ERGR

    OUND

    O Vil

    lage U

    nderg

    round

    um

    a plat

    a-

    forma

    inter

    nacio

    nal pa

    ra a c

    ultura

    , que

    existe

    em L

    ondre

    s desd

    e 200

    7 e qu

    e

    abriu

    recen

    temen

    te em

    Lisbo

    a. Divid

    e-

    se em

    duas

    parte

    s: espa

    os de

    traba

    lho

    e espa

    os cu

    lturai

    s. Os a

    teliers

    de tr

    a-

    balho

    so m

    ontad

    os nu

    ma es

    trutur

    a de

    conten

    tores

    marti

    mos e

    autoc

    arros

    de-

    sactiv

    ados

    da C

    arris,

    para

    serem

    ocu-

    pado

    s po

    r pr

    ofissi

    onais

    de

    inds

    trias

    criati

    vas. C

    oube

    ao ta

    lentos

    o akaC

    or-

    leone

    , ilu

    strad

    or e

    desi

    gner

    gr

    fico,

    aquec

    er o e

    spao

    e dar-

    lhe id

    entid

    ade.

    Os co

    ntento

    res fo

    ram en

    tendid

    os com

    uma t

    ela tri

    dimen

    siona

    l em qu

    e os e

    le-

    men

    tos g

    rfic

    os u

    nifica

    m o

    s bloc

    os d

    e

    atelier

    s. Ped

    ro Ca

    mpich

    e, aka

    Corle

    o-

    ne,

    hoje

    um do

    s maio

    res ta

    lentos

    na

    rea

    da

    stree

    tart,

    com

    o fic

    ou b

    em p

    a-

    tente

    na ex

    posi

    o qu

    e ocup

    ou a

    gale-

    ria U

    nderd

    ogs r

    ecente

    mente

    e qu

    e foi

    destac

    ada

    em si

    tes in

    terna

    ciona

    is de

    curad

    oria a

    rtstica

    .

    VESPA

    SPRINT, A M

    OTA

    QUE VAIS QUERER TER

  • nme

    ros da

    ind

    stria

    britn

    ica, re

    ve-

    lou qu

    e o R

    eino U

    nido t

    eve em

    2013

    o seu

    melho

    r ano

    em ve

    ndas

    de di

    scos d

    e

    vinil

    desde

    200

    1. Ai

    nda

    de a

    cordo

    com

    a mesm

    a enti

    dade

    , h d

    ados

    que

    apon

    tam pa

    ra qu

    e o au

    mento

    de ve

    n-

    das n

    as loj

    as ind

    epen

    dente

    s no R

    eino

    Unido

    tenh

    a sido

    apoia

    do na

    vend

    a

    de l

    buns

    em vi

    nil. D

    iscos

    de no

    mes

    como

    Davi

    d Bow

    ie, Ni

    ck Ca

    ve, D

    aft

    Punk

    e B

    oards

    of

    Cana

    da c

    ontri-

    bura

    m pa

    ra tal

    .

    Os C

    apit

    o Fa

    usto

    edita

    ram o

    re-

    cente

    e segu

    ndo

    tomo

    de o

    rigina

    is,

    Pes

    ar o

    Sol

    , em

    vini

    l. PA

    US

    e Rita

    Redsh

    oes t

    m no

    vo di

    sco e

    o vini

    l

    tamb

    m ob

    rigat

    rio. B

    runo

    Perna

    -

    das e

    You C

    ant W

    in, C

    harlie

    Brow

    n

    no t

    m ed

    ies

    dos se

    us lb

    uns n

    este

    form

    ato.

    Talve

    z um

    dia

    , diz

    Afon

    so

    Cabr

    al, vo

    calis

    ta do

    s seg

    undo

    s. A

    do-

    rava

    , su

    blinh

    a Per

    nada

    s.

    Todo

    s ado

    ram m

    sica

    e tod

    os faz

    em

    msic

    a pe

    rtinen

    te. R

    ita R

    edsho

    es,

    por e

    xemplo

    , regre

    ssa ag

    ora ao

    s esca

    -

    para

    tes c

    om o

    terc

    eiro

    lbum

    , Li

    fe

    Is A

    Seco

    nd O

    f Lov

    e.

    um

    disc

    o

    onde

    falo

    mui

    to n

    a prim

    eira p

    esso

    a,

    come

    a po

    r dize

    r

    UT

    OPIA

    . Amo

    res, e

    ncon

    tros

    e

    desen

    contr

    os, vi

    agen

    s e at

    uma

    ex-

    peri

    ncia

    de

    quas

    e-mor

    te, n

    o Se

    -

    nega

    l, so

    comb

    ustve

    l que

    faz a

    ndar

    esta

    mq

    uina

    de

    bom

    gos

    to p

    op.

    A

    vida

    dema

    siado

    curta

    para

    me re

    -

    petir

    , an

    alisa

    Rita

    nas

    cida

    Pere

    ira,

    Rita

    Redsh

    oes.

    Capit

    o

    Faust

    o.

    PAUS

    . Yo

    u Ca

    nt W

    in, C

    harlie

    Brow

    n. Br

    uno P

    ernad

    as. Em

    comu

    m,

    disco

    s novo

    s no m

    ercad

    o. Fa

    lamos

    de

    msic

    a port

    ugue

    sa de

    enorm

    e vita

    li-

    dade

    e puja

    na.

    Uns e

    ditam

    em vi

    nil,

    outro

    s no

    ma

    s tod

    os pa

    rtilha

    m a

    paix

    o pe

    lo ob

    jeto.

    Meio

    cam

    inho

    entre

    conv

    ersas

    sobre

    a msi

    ca do

    s

    prpri

    os e a

    de ou

    tros, a

    UTO

    PIA fo

    i

    falar

    com

    toda e

    sta ra

    pazia

    da. E

    to-

    dos tr

    ouxer

    am um

    a rod

    ela

    mane

    ira

    antig

    a.

    Facto

    : as v

    enda

    s de d

    iscos

    de v

    inil

    cresce

    ram e

    m 20

    13. E

    sto

    a ver

    a

    indst

    ria da

    msi

    ca, aq

    uela

    em cr

    ise

    h an

    os, se

    mpre

    na pr

    ocura

    de no

    va

    form

    a de

    ger

    ar re

    ceita

    ? Essa

    mes

    ma

    indst

    ria re

    desco

    briu

    o vini

    l e ra

    ras

    so as

    novid

    ades

    de ho

    je, pe

    lo me

    nos

    no qu

    e pr

    odu

    o m

    ais al

    terna

    tiva

    diz re

    speito

    , que

    no s

    o ed

    itada

    s ne-

    ste fo

    rmato

    . A Br

    itish R

    ecorde

    d Mu-

    sic In

    dustr

    y, resp

    onsv

    el po

    r geri

    r os

    Tempo para

    cantarO re

    gresso do vinil

    Pedro Primo Figueiredo Msica

    11

  • baixo

    , sec

    unda

    : Em

    todo

    s os

    disc

    os,

    em to

    das a

    s ban

    das q

    ue to

    camos,

    as-

    sim.

    Brun

    o Pe

    rnad

    as e

    os Y

    ou C

    ant

    Win,

    Charl

    ie Brow

    n cruz

    amse

    music

    al-

    mente

    . A U

    TOPIA

    fala

    com

    Perna

    das

    e Afon

    so Ca

    bral m

    omen

    tos a

    ntes d

    e

    um en

    saio d

    e amb

    os pa

    ra o c

    oncer

    to

    que o

    prim

    eiro v

    iria a

    levar

    ao Te

    atro

    Mari

    a Mato

    s, em

    Lisbo

    a, ap

    resen

    tao

    nica

    em

    for

    mato

    bi

    g ba

    nd

    para

    um do

    s lbu

    ns ma

    is inc

    rveis

    edita

    dos

    por P

    ortu

    gal e

    ste a

    no.N

    o se

    i se

    da-

    rei m

    ais co

    ncer

    tos n

    este

    form

    ato,

    diz.

    Afon

    so Ca

    bral

    um do

    s que

    apoia

    o

    msic

    o ao

    vivo

    , pou

    cos m

    eses v

    olvi-

    dos s

    obre

    o seg

    undo

    disc

    o do

    s seu

    s

    Cha

    rlies

    .Es

    tam

    os m

    uito

    satis

    feito

    s,

    diz Af

    onso,

    na re

    ssaca

    de elo

    gios v

    rios

    de cr

    tica e

    pbli

    co.

    O vin

    il tal

    vez ch

    egue

    mais

    tarde

    . A

    msic

    a, ess

    a, est

    a

    para

    consu

    mo

    imed

    iato.

    torna

    da R

    edsho

    es pa

    ra as

    artes.

    Dos C

    apit

    o Fau

    sto m

    uito j

    foi

    dito.

    Pes

    ar o

    Sol

    u

    ma

    pedr

    ada

    to

    ine-

    sperad

    a com

    o esse

    ncial

    para

    comp

    re-

    ende

    r a g

    erao

    rock

    atual.

    Perg

    un-

    tamos

    a Tom

    s Wa

    llenste

    in, vo

    calista

    e guit

    arrista

    , com

    o foi

    chega

    r aqu

    i e

    com

    o

    conc

    iliar e

    studo

    s com

    am

    plifi

    -

    cado

    res e

    fam

    lia:

    Nunc

    a ho

    uve

    uma

    desap

    rova

    o, ma

    s qua

    ndo s

    e com

    ea

    a perd

    er mu

    ito te

    mpo e

    no h

    frut

    os

    existe

    algu

    m de

    sconfo

    rto. Q

    uand

    o co-

    mem

    os a m

    ostrar

    resul

    tados

    foi di

    fe-

    rent

    e, f

    risa.

    As c

    ompa

    ra

    es c

    om o

    s

    Tam

    e Im

    pala,

    os

    Cap

    ito

    Faus

    to a

    u-

    strali

    anos

    , n

    o

    chate

    iam, m

    as est

    e quin

    teto q

    uer m

    o-

    strar

    que

    mais

    que u

    ma re

    presen

    tao

    local

    de um

    a bem

    -suced

    ida em

    preita

    -

    da ps

    icad

    lica do

    outro

    lado

    do m

    un-

    do. E

    so-

    no: 2

    014

    dele

    s. C

    laro

    o segu

    ndo

    lbum

    dos P

    AUS,

    quart

    eto

    que s

    e

    apres

    entou

    h u

    m pa

    r de a

    nos d

    esta

    form

    a: u

    ma b

    acter

    ia sia

    mes

    a, um

    bai-

    xo m

    aior d

    o que

    a tua

    me

    e tecl

    ados

    que

    te faz

    em se

    ntir

    coisa

    s. E

    m 2

    014,

    h m

    enos

    teclad

    os, m

    ais gu

    itarra

    a

    forma

    o m

    udou

    entr

    etanto

    e

    um

    novo

    disc

    o vig

    oros

    o e

    abra

    sivo.

    Ba-

    sta ch

    egar o

    disco

    mast

    erizad

    o para

    eu

    pensa

    r que

    mud

    ava

    logo

    coisa

    s ne

    le,

    diz

    Hli

    o

    Mora

    is, um

    dos b

    ateris

    tas,

    perfe

    ccion

    ista. M

    akoto

    Yagy

    u, tec

    las e

    Pedro Primo Figueiredo

    12

  • TOMS W

    ALLENSTEIN

    (CAPITO

    FAUSTO) ESCO

    LHE

    HAIR (2012), D

    E TY SEGALL

    & WHITE FENCE

    Ach

    o mui

    to b

    om. A

    ideia

    en

    gra

    a-

    da, e

    les ca

    ntam

    as m

    sicas

    um d

    o

    outro

    mas

    cantam

    os d

    ois, d

    e algu

    -

    ma m

    aneir

    a, as

    can

    es. T

    em h

    ar-

    monia

    s de

    voz

    divert

    idas,

    o dis

    co.

    O me

    u crit

    rio fo

    i esco

    lher a

    lgo qu

    e

    ando

    a ou

    vir m

    uito a

    gora.

    Fiz

    uma

    batot

    a, n

    o ten

    ho es

    te dis

    co e

    pedi-

    o

    empre

    stado

    ao D

    oming

    os [C

    oimbra

    ,

    baixi

    sta do

    s Cap

    ito F

    austo

    ]. Te

    nho

    acima

    de tu

    do di

    scos m

    ais an

    tigos,

    a

    maior

    parte

    herda

    dos p

    orque

    sou u

    m

    gajo

    teso.

    Fotos: Tiag

    o Cos

    ta

    13

  • HLIO MOR

    AIS

    (PAUS/LINDA

    MARTINI/IF

    LUCY FELL) ESCO

    LHE

    ...BURN

    ,

    PIANO

    ISLA

    ND, BURN

    (2003),

    DE BLOO

    D BRO

    THERS

    o

    ni

    co d

    isco

    que

    tenho

    aut

    o-

    grafad

    o. N

    o go

    sto m

    uito

    de t

    er

    aut

    grafo

    s, no

    rmalm

    ente

    prefi

    ro fa

    -

    lar ci

    nco m

    inutos

    com

    a pess

    oa. E

    ste

    foi es

    pecia

    l, na

    altu

    ra n

    s, If

    Lucy

    Fell,

    tocm

    os co

    m Blo

    od B

    rothe

    rs

    e a C

    ludia

    [Gue

    rreiro

    , baix

    ista d

    e

    Linda

    Mart

    ini] fe

    z-me u

    ma su

    rpresa

    :

    comp

    rou o

    vinil e

    pediu

    para

    o bate

    -

    rista

    [Mark

    Gaja

    dhar]

    , um

    dos g

    ajos

    que

    mais

    me

    influ

    encio

    u e

    mais

    ad-

    miro

    a to

    car,

    o assi

    nar.

    AFONSO CA

    BRAL

    (YOU

    CA

    NT

    WIN, CHARLIE

    BROW

    N) ESCO

    LHE

    YELLOW

    MAGIC OR

    CHESTRA (1978), D

    E

    YELLOW

    MAGIC OR

    CHESTRA

    Na

    verd

    ade

    a m

    inha

    cole

    o

    de v

    i-

    nis

    mode

    sta. E

    ste

    dos p

    ouco

    s que

    de fa

    cto s

    tenh

    o em

    vinil e

    no n

    ou-

    tro fo

    rmato

    . um

    disco

    espe

    cial p

    or-

    que f

    oi ofe

    recido

    de fo

    rma i

    nespe

    ra-

    da. F

    oi o T

    oms,

    bater

    ista da

    band

    a,

    que m

    o deu

    , h u

    ns do

    is ano

    s. Ado

    ro

    isto, te

    m aq

    uela

    caract

    erstic

    a que

    rara n

    a msi

    ca: n

    o s g

    osto d

    e ouv

    ir

    porqu

    e bo

    a msi

    ca ma

    s at

    me fa

    z

    rir de

    vez e

    m qu

    ando

    . Rir n

    o no

    sen-

    tido

    goz

    o, m

    as c

    om a

    quele

    kits

    ch

    que a

    doro

    .

    14

  • J

    conh

    ecia

    a m

    sica

    do

    Mul

    atu

    Astat

    ke co

    m um

    proje

    to qu

    e ele

    tin-

    ha qu

    e era

    o Ethi

    opian

    Quin

    tet. E

    ste

    disco

    um

    dos p

    rimeir

    os dis

    cos d

    ele

    [a sol

    o]. C

    onhe

    ci-o p

    essoa

    lmen

    te no

    festiv

    al MED

    , de L

    oul.

    Ele t

    ornou

    -se

    famoso

    mais

    tarde

    porqu

    e a m

    sica

    dele

    apar

    ece

    no fi

    lme

    Bro

    ken

    Flo-

    wers

    , gan

    hou

    mui

    ta in

    terna

    ciona

    li-

    za

    o a c

    om es

    se fi

    lme.

    Este

    disco

    foi o

    meu

    sobri

    nho q

    ue m

    e

    troux

    e da A

    leman

    ha ne

    ste l

    timo N

    a-

    tal.

    Desc

    obri

    esta s

    enho

    ra h

    pouc

    o tem

    po,

    h um

    ano e

    meio

    . Ethe

    l Smi

    th era

    uma

    organi

    sta pr

    odigio

    sa, in

    crvel,

    foi a p

    ri-

    meira

    mulh

    er qu

    e adap

    tou alg

    umas

    compo

    sies

    clssic

    as nu

    m reg

    isto m

    ais

    pop p

    ara o H

    ammo

    nd [

    rgo].

    Teve

    um

    enorm

    e suce

    sso na

    Am

    rica. O

    s vde

    os

    so inc

    rveis,

    s ve

    ndo e

    ouvin

    do.

    Comp

    rei os

    vinis n

    o eBa

    y e co

    mprei

    uma

    fotog

    rafia a

    ssina

    da, fi

    quei

    supe

    r f.

    A

    sereni

    dade c

    om qu

    e ela t

    oca, tu

    do iss

    o.

    BRUNO PERNADA

    S

    ESCOLHE MULA

    TU OF ETHIOPIA

    (1972), DE MULA

    TU ASTA

    TKE

    RITA REDSHOES

    ESCO

    LHE LADY FING

    ERS , DE

    ETHEL SM

    ITH

    15

  • grafar

    . Muit

    os de

    les fa

    ziam

    parte

    des-

    se gru

    po in

    icial

    de am

    igos e

    tm,

    de

    certa

    forma

    , cres

    cido j

    untos

    ao n

    vel

    profi

    ssion

    al.

    Come

    ou

    a fot

    ograf

    ar co

    ncert

    os

    no B

    arreir

    o Ro

    cks d

    e Ni

    ck Ni

    co-

    tine,

    acomp

    anho

    u Fra

    ncisc

    a Co

    r-

    teso

    , Walt

    er Be

    njami

    n e B

    Fach

    a-

    da qu

    ando

    fazia

    m pa

    rte do

    catl

    ogo

    da M

    erzba

    u, ed

    itora

    funda

    da p

    elo

    amigo

    Tiag

    o So

    usa. N

    um p

    rocess

    o

    orgn

    ico, s

    eguira

    m-se

    os art

    istas d

    a

    Flor C

    aveira

    : Sam

    uel

    ria, L

    acrau

    s

    e Ti

    ago

    Guillu

    l, en

    tre o

    utros.

    Nos

    ltim

    os an

    os, em

    regis

    to de

    conc

    er-

    to ou

    em m

    odo r

    etrato

    , junta

    ram-se

    list

    a no

    mes c

    omo

    os Or

    elha

    Ne-

    gra (p

    ara qu

    em fe

    z tam

    bm

    o vide

    o

    Thr

    owba

    ck,

    em p

    arce

    ria c

    om B

    en

    Mon

    teiro)

    os Li

    nda M

    artini

    , Pacm

    an,

    Alex D

    Alva

    Teixe

    ira ou

    Cap

    icua.

    Fotog

    rafa

    habit

    ualm

    ente

    na Z

    DB e

    partic

    ipou

    no p

    roject

    o O

    Dia

    Pela

    Noite

    , com

    curad

    oria d

    e Susa

    na Po

    m-

    ba (q

    ue en

    tretan

    to se

    torno

    u tam

    bm

    J co

    mea

    a ser

    hbit

    o enc

    ontra

    r ne-

    stas p

    gina

    s pess

    oas q

    ue go

    stam

    de

    pesso

    as. R

    ealiza

    dores

    , msi

    cos,

    arti-

    stas d

    e tod

    as as

    reas,

    cujo

    trao

    co-

    mum

    o fa

    scnio

    pelo

    outro

    . Talv

    ez

    seja u

    ma co

    incid

    ncia

    ou en

    to um

    indci

    o de q

    ue em

    temp

    os de

    crise

    , o

    nico

    cmb

    io qu

    e no

    desva

    loriza

    a

    dimen

    so h

    uman

    a. Ne

    sta ec

    onom

    ia

    paral

    ela, V

    era M

    armelo

    pert

    ence

    a

    uma c

    lasse

    privil

    egiad

    a.

    Tem

    trinta

    anos,

    do B

    arreir

    o por

    in-

    teiro,

    engen

    heira

    a full

    time e

    fotg

    ra-

    fa em

    todo

    o tem

    po qu

    e lhe r

    esta p

    ara

    alm

    disso.

    Com

    eou

    a fot

    ograf

    ar

    ainda

    na

    faculd

    ade,

    porqu

    e qu

    eria

    estar

    perto

    dos a

    migo

    s que

    eram

    , na

    sua m

    aioria

    , msi

    cos. C

    omo n

    o sa

    -

    bia

    toca

    r, er

    a a

    mq

    uina

    foto

    grfi

    ca

    que j

    ustifi

    cava

    a su

    a pr

    esen

    a a

    ctiva

    .

    Apren

    deu a

    revel

    ar e a

    ampli

    ar nu

    m

    clube

    de

    foto

    grafi

    a do

    Ins

    titut

    o Su

    -

    perio

    r Tcn

    ico, o

    nde e

    studa

    va, m

    as

    em tu

    do o

    resto

    auto

    didact

    a. Ho

    je

    em di

    a, n

    a msi

    ca qu

    e con

    tinua

    a

    enco

    ntrar

    os ros

    tos qu

    e gost

    a de f

    oto-

    Para

    e olha

    para

    mim

    Texto: Filipa Penteado16 Fotografia

    Fotos: Carla Pires

    uma a

    miga

    e co

    m qu

    em co

    ntinu

    a a

    colab

    orar r

    egular

    mente

    ) alte

    rnand

    o

    sempre

    entre

    o dig

    ital e

    o an

    algic

    o

    conso

    ante

    o mom

    ento

    e o tip

    o de t

    ra-

    balho

    .

    Em 20

    06, c

    riou o

    v-mi

    opia,

    um bl

    og

    onde

    pode

    mos s

    er voy

    eurs

    atrav

    s da

    sua le

    nte. E

    ra po

    ssvel

    escrev

    er um

    texto

    s co

    m as

    histr

    ias e

    interv

    e-

    niente

    s que

    fazem

    parte

    do pe

    rcurso

    de Ve

    ra M

    armelo

    , mas

    o que

    impo

    rta

    dizer

    que

    toda

    s as li

    nhas

    deste

    dia-

  • do en

    saio,

    pergu

    ntei se

    o po

    dia fo

    to-

    grafar

    , ele

    sentou

    se co

    m um

    copo

    de

    vinho

    na m

    o e

    tive t

    empo

    de fa

    zer

    cinco

    disp

    aros

    . As f

    otog

    rafia

    s fica

    ram

    bonit

    as e o

    Srgi

    o env

    iou-as

    .

    Passa

    do um

    ano e

    stava

    a rece

    ber u

    m

    e-mail

    do T

    hurst

    on a

    pergu

    ntar s

    e as

    podi

    a usa

    r com

    o fot

    os de

    prom

    oo

    .

    No h

    orizon

    te, es

    t tam

    bm

    um tr

    a-

    balho

    em co

    njunto

    com

    Lus M

    artins

    ,

    outro

    fotg

    rafo h

    abitu

    al na

    ZDB

    . A

    ideia

    fazer

    uma s

    elec

    o de im

    agen

    s

    dos c

    oncer

    tos qu

    e foto

    grafar

    am no

    Aqu

    rio

    ao lo

    ngo

    dos a

    nos e

    edita

    r

    um liv

    ro ain

    da em

    2014

    , por

    altura

    do 20

    . aniv

    ersri

    o da Z

    dos

    Bois.

    Da su

    a acti

    vidad

    e enq

    uanto

    engen

    -

    heira

    , reti

    ra um

    a cap

    acida

    de de

    or-

    ganiz

    ao q

    ue lh

    e t

    il, ma

    s a so

    bre-

    posi

    o en

    tre os

    dois

    mun

    dos fi

    ca p

    or

    a. G

    ostav

    a de

    faze

    r da

    foto

    grafi

    a o

    seu ga

    nha-p

    o m

    as, po

    r outr

    o lad

    o,

    isso ta

    mbm

    iria

    desvi

    rtuar

    aquil

    o

    que c

    onsid

    era se

    r a su

    a miss

    o. Fa

    la

    de tu

    do co

    m hu

    milda

    de e,

    tal c

    omo

    no in

    cio,

    encar

    a a

    cmara

    com

    o

    justi

    fica

    o p

    ara

    a su

    a pr

    esen

    a n

    os

    stios

    onde

    conse

    gue e

    star e

    para

    o

    acesso

    que t

    em. A

    partir

    da, d

    iz qu

    e

    vai c

    riand

    o um

    a m

    ontra

    de

    favor

    i-

    tos

    e q

    ue a

    impo

    rtnc

    ia do

    seu

    tra-

    balho

    est

    dire

    ctame

    nte li

    gada

    aos

    mome

    ntos q

    ue te

    m tid

    o o pr

    ivilg

    io

    de re

    gistar

    e l

    igao

    emoc

    ional

    que

    cria c

    om os

    msi

    cos e

    com

    o pb

    lico.

    Ao

    sent

    ir es

    ta p

    roxim

    idad

    e que

    ten-

    ho c

    om o

    s ms

    icos e

    que

    se re

    flecte

    nas

    foto

    grafi

    as,

    acho

    que

    o p

    ublic

    sente

    que e

    st ta

    mbm

    mais

    prx

    imo

    deles

    , perc

    ebe m

    elhor

    o qu

    e se e

    st a

    passa

    r. E

    eu j

    fico

    su-

    per s

    atisfe

    ita co

    m isso

    .

    Isto s

    po

    ssvel

    em L

    isboa

    . Se f

    or

    para

    outra

    cida

    de q

    ualqu

    er e

    tiver

    que f

    otogra

    far pa

    ra sob

    revive

    r, pass

    a

    a se

    r ape

    nas

    to m

    ake a

    livin

    g. N

    os

    outro

    s stio

    s, h f

    otgra

    fos fa

    ntstic

    os.

    Aqui,

    po

    ssvel

    existir

    a Ve

    ra M

    ar-

    melo

    .

    Come

    ou a

    fotog

    rafar

    ainda

    na fa

    cul-

    dade

    , porq

    ue qu

    eria e

    star p

    erto d

    os

    amigo

    s que

    eram

    , na

    sua m

    aioria

    ,

    msic

    os.

    Como

    no s

    abia

    tocar,

    era a

    mq

    uina

    foto

    grfi

    ca q

    ue ju

    stific

    ava

    a su

    a pr

    e-

    sena

    activa

    .

    gram

    parte

    m do

    s afec

    tos ou

    a eles

    vo

    dar. T

    alvez

    por is

    so, o

    retrat

    o o

    seu

    registo

    favo

    rito. D

    e pre

    fern

    cia e

    m

    md

    io fo

    rmat

    anal

    gico,

    porq

    ue o

    fil-

    me d

    tex

    tura

    , dim

    ens

    o e ru

    do.

    Os

    retrat

    os d

    o-te e

    spao

    para

    conv

    ersar,

    para

    conh

    ecer a

    s pess

    oas, p

    ara fa

    zer

    amigo

    s nov

    os,

    diz.

    Um

    dos

    seus

    lti

    mos

    feito

    s pro

    fissio

    -

    nais s

    urgiu

    precis

    amen

    te de

    um ge

    sto

    de a

    miza

    de.

    Qua

    ndo

    o Th

    ursto

    n

    Moo

    re toc

    ou n

    a ZD

    B em

    201

    2, o

    Srgi

    o Hyd

    algo

    prog

    ramad

    or mu

    -

    sical

    da ZD

    B, um

    amigo

    de se

    mpre

    e

    um gr

    ande

    f de

    Sonic

    Youth

    - pe

    diu-m

    e para

    fazer

    um re

    -

    trato

    do T

    hurst

    on. Q

    uand

    o ele

    saiu

    17

  • (foto preceden

    te)

    Vera Marmelo

    Fotografia: Carla Pires

    Styling: Pureza Fleming

    Make Up e Cab

    elos: Andreia

    Pinto

    Bluso: Pepe Jean

    s

    T-shirt: Boom Bap

    Sara Nob

    re

    Fotografia: Vera Marm

    elo

    Vestido LACOSTE

    Sapato

    s FLY LONDON

  • Tnia Azeved

    o

    Fotografia: Vera Marm

    elo

    Casaco

    PEPE JEANS

    Top DIESEL

    Colar CH

    EAP MONDAY

    19

    Sara Nob

    re

    Fotografia: Vera Marm

    elo

    Camisa

    e Calas

    G-STAR

  • Arq

    uivo sono

    ro

    de pern

    es

    20 Cultura

  • Qua

    l o so

    m d

    as tu

    as m

    emr

    ias? Q

    ue

    rudo

    s, qu

    e msi

    cas, q

    ue vo

    zes le

    va-

    rias c

    ontig

    o se t

    ivesse

    s de a

    band

    onar

    tudo

    ?

    O Ar

    quivo

    Son

    oro d

    e Pern

    es u

    m

    projec

    to qu

    e gua

    rda os

    sons

    e nele

    s

    a vid

    a de

    um

    a vil

    a. Ca

    da fi

    cheir

    o

    uma v

    iagem

    para

    os am

    biente

    s, a na

    -

    tureza

    , as p

    essoa

    s que

    form

    am a l

    oca-

    lidad

    e: ou

    vem-se

    pssa

    ros a

    chilre

    ar,

    a gu

    a das

    fontes

    , o sin

    o da i

    greja,

    o

    rudo

    mud

    o das

    ruas v

    azias.

    Os n

    omes

    por d

    etrs

    deste

    proj

    ecto

    vm de

    vria

    s rea

    s de fo

    rma

    o, ten

    -

    do em

    comu

    m um

    a liga

    o ba

    stante

    prxim

    a e pr

    ofund

    a a es

    ta zon

    a, em

    -

    bora

    nenh

    um de

    les vi

    va l

    a tem

    po

    inteir

    o. De

    licen

    ciado

    s em

    Educ

    ao,

    a Ar

    quite

    ctos P

    aisag

    istas,

    passa

    ndo

    por S

    ociol

    gos,

    Desi

    gners

    de C

    omu-

    nica

    o e E

    ngen

    heiro

    s Info

    rmti

    cos,

    todo

    s con

    tribu

    em c

    om a

    s sua

    s fer

    -

    ram

    enta

    s es

    pecfi

    cas p

    ara a

    reco

    lha,

    arquiv

    o e d

    ivulga

    o d

    este t

    rabalh

    o

    sobre

    a rela

    o en

    tre o

    som e

    a cul-

    tura.

    A UT

    OPIA

    falou

    com

    Migu

    el Pa

    -

    checo

    Gom

    es, u

    m do

    s cria

    dores

    do

    projec

    to.

    Como

    surgi

    u a id

    eia de

    criar

    este

    ar-

    quivo

    sono

    ro?

    Assen

    tou na

    vonta

    de de

    se cr

    iar um

    Arqu

    ivo So

    noro

    que p

    udess

    e regi

    star,

    preser

    var e

    apres

    entar

    uma i

    deia

    so-

    cial (

    etnol

    gica)

    polti

    ca, c

    ultura

    l e

    econ

    mica

    da an

    tiga e

    hist

    rica v

    ila

    de Pe

    rnes. U

    ma id

    eia qu

    e ape

    lasse

    experi

    ncia

    e m

    emri

    a afec

    tiva d

    a-

    quele

    s que

    sobre

    ela ai

    nda p

    odem

    dar

    ou co

    ntinu

    ar a d

    ar o s

    eu te

    stemu

    nho.

    Porqu

    a es

    colha

    do so

    m co

    mo fo

    r-

    ma de

    regis

    to e n

    o a

    imag

    em, p

    or

    exem

    plo?

    A ide

    ia c

    riar u

    ma pl

    atafor

    ma qu

    e

    explor

    e e ap

    resen

    te ou

    tras fo

    rmas

    de

    mostr

    ar, to

    mar c

    ontac

    to e d

    espert

    ar

    a curi

    osida

    de so

    bre a

    regio

    , prom

    o-

    vendo

    o so

    m en

    quan

    to pr

    tica

    do-

    cume

    ntal e

    socia

    l. Sem

    pre fo

    i essa

    a

    inten

    o e

    a rea

    em qu

    e pret

    ende

    -

    mos t

    rabalh

    ar - i

    nterpr

    etand

    o e en

    -

    tende

    ndo o

    som

    na su

    a rela

    o co

    m

    a cult

    ura, a

    natu

    reza e

    o am

    biente

    sonoro

    ; perc

    eben

    do a

    audi

    o co

    mo

    uma f

    orm

    a de

    conh

    ecim

    ento

    .

    Como

    feit

    a a re

    colha

    e de q

    ue fo

    rma

    est a

    ser a

    rquiva

    da/d

    ispon

    ibiliza

    da

    ao p

    blic

    o? Q

    uais

    so

    os p

    lanos

    par

    a

    fazer

    cres

    cer o

    u m

    anter

    este

    arqu

    ivo?

    A co

    nvers

    a gera

    da ju

    nto d

    os en

    tre-

    vistad

    os/int

    erven

    ientes

    deco

    rre d

    e

    Filipa Penteado

    21

    uma f

    orma m

    uito p

    ouco

    form

    al e, a

    o

    mnim

    o orie

    ntada

    por n

    s. E

    scolhe

    -

    mos l

    ocais

    e pe

    ssoas

    que,

    part

    ida,

    so c

    onsid

    erada

    s rel

    evante

    s pa

    ra

    o en

    tendim

    ento

    dessa

    tal i

    deia

    so-

    cial,

    ambie

    ntal,

    polti

    ca, c

    ultura

    l e

    econ

    mica

    da zo

    na.

    Para

    o seu

    arqu

    ivame

    nto e

    dispo

    nibi-

    lizao

    temo

    s utili

    zado u

    m we

    b site

    prpri

    o, ww

    w.asps

    a.tk.

    uma

    vers

    o de t

    este q

    ue ir

    , den

    tro

    dos p

    rxim

    os tem

    pos,

    transi

    tar pa

    ra

    o do

    mn

    io de

    finiti

    vo, w

    ww.as

    pern

    es-

    sa.co

    m.

  • Gentleman's

    journa

    l

  • Carolina Almeida

    23

    Assum

    e-se c

    omo

    um d

    irio

    de v

    ia-

    gem ao

    mun

    do d

    a mod

    a masc

    ulina

    e

    dirigi

    do a

    o ho

    mem

    portu

    gus.

    Cham

    a-se

    Gentl

    eman

    s Jou

    rnal

    e

    daqu

    elas m

    orada

    s

    digita

    is a

    no

    perde

    r de v

    ista p

    ara

    quem

    consi

    dera

    que a

    eleg

    ncia

    um

    state

    of he

    art.

    H um

    ano q

    ue Jo

    o Ja

    cinto,

    o ho

    -

    mem

    por

    detr

    s do

    Gen

    tlema

    ns

    Journ

    al, in

    iciou

    esta

    sua vi

    agem

    , le-

    vado o

    ra pe

    la cu

    riosid

    ade, o

    ra po

    r ter

    perce

    bido q

    ue fa

    lar

    sobre

    eleg

    ncia

    e mod

    a para

    home

    ns

    portu

    gues

    es

    era

    uma

    nece

    ssida

    de

    mais

    gen

    erali

    zada

    , co

    nta

    U

    TO-

    PIA.

    Tem

    os tu

    do p

    ara

    ser e

    legan

    tes. T

    e-

    mos o

    charm

    e lati

    no e

    a sim

    ptic

    a

    natur

    al. A

    eleg

    ncia,

    antes

    de t

    udo,

    um

    esta

    do d

    e co

    ra

    o, e

    xplic

    a. E

    para

    come

    morar

    o pri

    meiro

    aniv

    ersri

    o do

    Gen

    tle-

    mans

    Journ

    al, o

    tamb

    m co

    nsulto

    r

    de co

    munic

    ao d

    ecidiu

    dar

    espao

    precis

    amen

    te a

    quem

    se d

    irige

    - o

    home

    m po

    rtugu

    s - e

    celeb

    rar a

    sua

    eleg

    ncia.

    Com

    o? E

    m p

    arce

    ria c

    om

    o fot

    grafo

    Mri

    o Prn

    cipe e

    a sty

    list

    Xana

    Gue

    rra, e

    terniz

    aram

    a eleg

    n-

    cia d

    e 13

    home

    ns po

    rtugu

    eses e

    m-

    blem

    ticos

    em v

    rias

    reas,

    desde

    a

    moda

    ao

    despo

    rto, p

    assan

    do p

    elas

    artes

    ou re

    presen

    tao

    . O p

    roject

    o

    culm

    inou e

    nto n

    uma e

    xposi

    o qu

    e

    esteve

    pate

    nte n

    a Ga

    leria

    3+1,

    no

    Chiad

    o.

    Com

    uma f

    orte c

    ompo

    nente

    de m

    oda

    mascu

    lina,

    pode

    mos t

    amb

    m en

    con-

    trar n

    o site

    suges

    tes e

    opin

    ies d

    o

    auto

    r sob

    re

    prop

    osta

    s var

    iadas

    que

    se pa

    utam

    pela

    boa q

    ualid

    ade,

    seja u

    m res

    tau-

    rant

    e ou

    um

    a ex

    posi

    o.

    Isto

    por-

    que,

    de a

    cordo

    com

    Joo

    Jacin

    to,

    a e

    legn

    cia n

    o s

    e re

    sum

    e ao

    ve-

    sturi

    o...fa

    shion

    , cu

    lture

    e life

    style

    so o

    trip n

    ecess

    rio pa

    ra exe

    rcitar

    a eleg

    ncia

    .

    Moda

  • Styling: Gen

    tlemans Jou

    rnal

    Fotografia e produo: Ant

    nio Me-

    deiros

    Maquilhagem: Pat Mclou

    Cabelo: Marci

    o Nris

    Modelo: Andr Fern

    andes

    @central

    models

    Look total: Levis e sapato

    s Dkode

    24

  • Styling: Gen

    tlemans Jou

    rnal

    Fotografia e produo: Ant

    nio

    Medeiros

    Maquilhagem: Pat Mclou

    Cabelo: Marci

    o Nris

    Modelo:

    Mariana Nunes

    @cen-

    tral m

    odels

    25

  • Ilustr

    ar a

    capa

    dum

    disco

    q

    uase

    como

    dar f

    orma

    msi

    ca. In

    terpre

    -

    ta-se

    a ban

    da, a

    s letra

    s, os s

    ons p

    ara

    depo

    is se c

    omea

    r a da

    r a fo

    rma v

    i-

    sual q

    ue lig

    a tod

    o con

    junto.

    Pedim

    os a 3

    ilustr

    adore

    s que

    nos c

    on-

    tassem

    o pro

    cesso

    criati

    vo qu

    e exp

    lo-

    raram

    para

    chega

    r a es

    sa fr

    mula,

    ou m

    elhor,

    form

    a. Fic

    amos

    tamb

    m

    a sab

    er qu

    e a

    rela

    o int

    erpess

    oal

    com

    a ban

    da e

    o env

    olvim

    ento

    com

    a msi

    ca so

    actos

    natur

    ais pa

    ra qu

    e

    todo

    o p

    roce

    sso fl

    ua e

    cheg

    ue a

    um

    a

    unida

    de. A

    s du

    as for

    mas

    criati

    vas

    enco

    ntram

    -se e

    apres

    entam

    -se nu

    ma

    ilustr

    ao,

    quase

    com

    o se

    fosse

    a

    montr

    a do q

    ue es

    t l

    dentr

    o. De

    se-

    guida

    , ouv

    e-se a

    msi

    ca e p

    erceb

    e-se

    que a

    mbas

    fazem

    parte

    integ

    ral um

    a

    da ou

    tra.

    Desta

    ca um

    dos te

    us tra

    balho

    s.

    Que

    proces

    so cri

    ativo

    exp

    lorast

    e,

    qual

    o br

    iefing

    rece

    bido

    e q

    ue t

    cni-

    cas u

    sas p

    ara d

    esen

    volve

    r um

    a ide

    ia?

    A ca

    pa p

    ara

    COCO

    DEL

    PRAT

    MES

    SAG

    ES

    nasc

    eu lo

    go a

    par

    tir

    de u

    ns r

    ascu

    nhos

    que

    fiz

    aps

    a p

    r

    imeir

    a vez

    que o

    uvi o

    disco

    . Norm

    al-

    mente

    ess

    e o m

    eu pr

    ocess

    o: ou

    vir a

    msic

    a e ap

    ontar

    algu

    mas id

    eias a

    ps

    a pr i

    meira

    rea

    o m

    sica.

    Pen

    so

    que e

    sse se

    ja o p

    rocess

    o que

    mais

    me

    entu

    siasm

    a eu

    , enq

    uant

    o

    desig

    ner,

    reagir

    a a

    lgo se

    m ter

    um

    briefi

    ng o

    u um

    a id

    eia c

    om q

    ue tr

    a-

    balha

    r logo

    part

    ida. T

    orna o

    traba

    l-

    ho m

    ais co

    labora

    tivo e

    ntre m

    im e

    o

    msic

    o e fa

    z-me s

    entir

    meno

    s limi

    ta-

    do. O

    proje

    cto em

    quest

    o

    basta

    n-

    te d

    ark

    de m

    aneir

    a que

    o p

    reto

    fez

    sentid

    o log

    o pa

    rtida.

    A ide

    ntida

    de do

    msi

    co em

    quest

    o

    omi

    tida e

    m tod

    as as

    entre

    vistas

    que

    ele d

    , e at

    nos c

    oncer

    tos se

    esco

    nde

    atrs

    de um

    a msc

    ara pr

    eta. O

    ano-

    nim

    ato fo

    i tra

    duzid

    o na

    tipo

    grafi

    a ao

    tenta

    r cod

    ifica

    r a le

    itura

    do

    nom

    e do

    ms

    ico

    um po

    uco c

    omo a

    s ban

    das

    de bl

    ack m

    etal fa

    zem.

    and

    i dra

    w

    a line

    Eliana Tomz

    BRaULIO A

    MADO

    www.b

    raulioa

    mado.

    net

    26

    The G

    rowlers

    , Poster, 2013

  • cliente

    .

    Agora

    que o

    trab

    alho e

    st co

    nclu

    do,

    consi

    deras

    haver

    rela

    o en

    tre a

    tua

    capa

    e a m

    sica

    que n

    ele se

    enco

    ntra

    ?

    Penso

    que s

    im, o

    u pelo

    men

    os cri

    ou

    um un

    iverso

    paral

    elo e

    basta

    nte pe

    s-

    soal

    (meu

    ) para

    que a

    msi

    ca po

    ssa vi

    ver e

    ser co

    notad

    a a al

    go vi

    sual.

    Quan

    do co

    mpras

    um di

    sco, r

    elacio

    -

    nas o

    u proc

    uras r

    efern

    cias

    msi

    ca

    e ao m

    sico

    em q

    uest

    o?

    Sem

    pre.

    Gra

    fism

    os s

    uper

    bem

    de-

    senha

    dos e

    feito

    s con

    segue

    m fac

    il-

    mente

    impre

    ssiona

    r algu

    m, m

    as se

    no h

    ouver

    um tr

    abalh

    o feit

    o den

    tro

    de u

    m co

    nceit

    o em

    comu

    m co

    m a

    msic

    a ou q

    ue tra

    duza

    o que

    a ban

    da

    est a

    tenta

    r fazer

    , ent

    o fa

    cilmen

    te

    esque

    cido.

    Design & Arte

    Desen

    volve

    ste um

    a rela

    o in

    terpe

    s-

    soal c

    om o

    msic

    o no d

    ecorre

    r dest

    e

    traba

    lho?

    Comp

    letam

    ente.

    Infe

    lizmen

    te est

    e

    tipo d

    e trab

    alhos

    edi

    o de

    autor

    -

    paga

    m ba

    stante

    pouc

    o, esp

    ecialm

    en-

    te qu

    ando

    so p

    ara pr

    ojecto

    s den

    tro

    do u

    nderg

    round

    musi

    cal. N

    ormal-

    mente

    s ac

    eito f

    azer c

    apas

    quan

    do

    sinto

    empa

    tia pe

    la m

    sica/

    band

    a, e

    sei qu

    e o pr

    ocess

    o ser

    mais

    do qu

    e

    apen

    as um

    simp

    les se

    rvio

    para

    um

    27

    PAPAYA - UM/I 12

    Releas

    ed by Adagio

    830 Records

    Design

    , 2013

    Coco Delprat , Messages, 2014

  • PEDRO

    LOU

    RENc

    O

    www.t

    igerba

    stard.

    com

    Desta

    ca um

    dos te

    us tra

    balho

    s.

    Que

    proces

    so cri

    ativo

    exp

    lorast

    e,

    qual

    o br

    iefing

    rece

    bido

    e q

    ue t

    cni-

    cas u

    sas p

    ara d

    esen

    volve

    r um

    a ide

    ia?

    A cap

    a dos

    DAL

    VA

    uma c

    olabo

    -

    ra

    o co

    m a

    des

    igner

    Sofi

    a M

    artin

    s,

    que

    comi

    go d

    esenv

    olveu

    a i

    deia,

    acomp

    anho

    u o

    proces

    so e

    que

    ex-

    plor

    a g

    rafic

    amen

    te a

    edi

    o. As

    sim,

    fazen

    do u

    so de

    uma

    total

    liberd

    ade

    criati

    va co

    nced

    ida p

    elo A

    lex D

    Al-

    va Te

    ixeira

    e pe

    lo Be

    n M

    ontei

    ro (o

    ncle

    o duro

    dos D

    ALV

    A), qu

    isemo

    s

    interp

    retar

    o univ

    erso d

    a ban

    da. O

    ponto

    de pa

    r tida

    foi u

    m alf

    abeto

    alfa-

    num

    rico i

    lustra

    do qu

    e ten

    ho vin

    do a

    desen

    volve

    r e qu

    e mais

    no

    do qu

    e

    uma

    com

    posi

    o g

    rfic

    a co

    m fa

    una,

    flora

    e ob

    jecto

    s do

    quot

    idian

    o. Po

    r se

    tratar

    do pr

    imeir

    o lon

    ga du

    rao

    da

    band

    a, qu

    isemo

    s que

    a cap

    a f o

    sse

    uma

    apres

    enta

    o c

    lara

    da m

    sica

    e dos

    seus in

    terven

    ientes

    . Uma

    diva-

    gao

    pop,

    uma i

    nterpr

    etao

    visua

    l

    min

    ha e

    da S

    ofia,

    alice

    rad

    a na m

    si-

    ca, na

    mistu

    ra de

    cultu

    ras e

    nas r

    e-

    fern

    cias d

    a ban

    da.

    Desen

    volve

    ste um

    a rela

    o in

    terpe

    s-

    soal c

    om o

    msic

    o no d

    ecorre

    r dest

    e

    traba

    lho?

    Sim, o

    uve u

    ma ap

    roxim

    ao n

    o de-

    corre

    r do t

    rabalh

    o. J

    havia

    empa

    tia

    e j n

    os co

    nhec

    amos

    das a

    ndan

    as

    da X

    unga

    r ia n

    o Cu

    , ond

    e o A

    lex

    faz pa

    r te do

    ncle

    o duro

    junta

    mente

    com

    o Tiag

    o Cava

    co, o

    Samu

    el r

    ia

    e O M

    ar tim

    , ond

    e o B

    en ta

    mbm

    colab

    ora e

    onde

    dese

    nvolv

    o tod

    o o

    grafi

    smo.

    Foi p

    or a

    ltur a

    da

    sad

    a do

    prime

    iro di

    sco de

    XNC

    , na c

    arrinh

    a

    a cam

    inho d

    e um

    conc

    er to,

    que t

    o-

    mei c

    ontac

    to co

    m alg

    uns d

    os tem

    as

    que v

    iriam

    a fa

    zer p

    ar te

    do

    #ba

    te-

    queb

    ate.

    Agora

    que o

    trab

    alho e

    st co

    nclu

    do,

    consi

    deras

    haver

    rela

    o en

    tre a

    tua

    capa

    e a m

    sica

    que n

    ele se

    enco

    ntra

    ?

    Talve

    z. Se

    bem

    que a

    msi

    ca est

    a

    e muit

    as vez

    es dis

    sociad

    a do o

    bjecto

    disco

    e da

    sua c

    apa,

    abert

    a ent

    o

    interp

    reta

    o do o

    uvint

    e que

    a ap

    an-

    ha nu

    m co

    ncert

    o, na

    rdio

    , na t

    ele-

    viso

    ou no

    utro q

    ualqu

    er co

    ntexto

    . A

    capa p

    reten

    de se

    r um

    comp

    lemen

    to

    grfi

    co

    ms

    ica. T

    alvez

    um

    car

    to-

    de-vi

    sita ou

    conv

    ite

    desco

    berta

    .

    Quan

    do co

    mpras

    um di

    sco, r

    elacio

    -

    nas o

    u proc

    uras r

    efern

    cias

    msi

    ca

    e ao m

    sico

    em q

    uest

    o?

    Norm

    almen

    te j

    tenho

    essas

    refer

    n-

    cias q

    uand

    o vou

    pro

    cura

    do di

    sco.

    Contu

    do, m

    uitas

    vezes

    a co

    rrer o

    s

    escap

    arates

    das lo

    jas, tr

    opeo

    em ca

    -

    pas q

    ue m

    e cha

    mam

    aten

    o e q

    ue,

    caso

    eu n

    o c

    onhe

    a, m

    e lev

    am a

    quere

    r sab

    er ma

    is sob

    re a m

    sica

    ou

    a ban

    da.28

    Novos talentos

    Fnac

    2013

    Rumble In The Jungle

  • 29

    Vodafone Pared

    es de Cou

    ra

  • Ze M

    ENDES -M

    AGA

    www.m

    aga-ate

    lier.com

    Desta

    ca um

    dos te

    us tra

    balho

    s.

    Que

    proces

    so cri

    ativo

    exp

    lorast

    e,

    qual

    o br

    iefing

    rece

    bido

    e q

    ue t

    cni-

    cas u

    sas p

    ara d

    esen

    volve

    r um

    a ide

    ia?

    Mais

    do qu

    e um

    disco

    desta

    co to

    do o

    meu t

    rabalh

    o com

    os L

    ava, q

    ue co

    -

    meo

    u

    com

    um co

    nvite

    do R

    afa [R

    afael R

    ip-

    per].

    Ele

    viu um

    a ilus

    trao

    que e

    u

    tinha

    feito

    sobr

    e o

    tema

    Litt

    le W

    ing

    do

    Hen

    drix

    , e d

    isse-m

    e qu

    e po

    dia

    fa-

    zer o

    que

    quis

    esse

    dentr

    o da

    quela

    estt

    ica

    psica

    delic

    /sci-

    fi/he

    doni

    st/

    fuzzy/

    60-70

    s.

    No se

    gund

    o tra

    balho

    da

    band

    a (e

    prime

    iro

    lbum)

    , a id

    eia a

    parec

    eu

    de um

    a ima

    gem qu

    e tinh

    a na m

    inha

    cabea

    ao le

    r um

    livro

    de C

    arlos

    Ca-

    stae

    da, o

    nde u

    m xa

    m de

    screvi

    a a

    sua pa

    ssage

    para

    outro

    estad

    o com

    o

    uma e

    ntrad

    a num

    a vag

    ina gi

    gante

    no

    cu. U

    m Po

    rtal co

    lossal

    .

    Criei

    uma

    sleev

    e com

    um

    corta

    nte

    porqu

    e no

    quis m

    ostrar

    direc

    tamen

    -

    te a c

    apa,

    queri

    a man

    ter a

    dvid

    a, a

    curio

    sidad

    e. Esta

    solu

    o fo

    i tamb

    m

    utiliz

    ada

    no

    lbum

    Tw

    o Vi

    rgin

    s

    do Jo

    hn L

    enno

    n & Yo

    ko O

    no ou

    no

    Thu

    nder

    Box

    dos

    Hum

    ble P

    ie.

    Para

    o se

    gund

    o lb

    um

    Red

    Supe

    r-

    giant

    Miss

    Lav

    a, Bl

    ues f

    or th

    e Dan

    -

    gerou

    s Mile

    s, 20

    09 q

    uis il

    ustrar

    o

    proc

    esso

    de

    auto

    refle

    xo

    da b

    anda

    per a

    nte a

    lgo g

    igant

    e, a

    ampl

    ifica

    o

    e inte

    r naci

    onali

    zao

    da su

    a msi

    ca.

    A im

    agem

    da ba

    nda a

    olha

    r para

    ela

    prpri

    a a se

    r eng

    olida

    por u

    ma R

    ed

    Supe

    rgian

    t e as

    expre

    sses

    faciai

    s dos

    msic

    os fus

    tigad

    as pe

    la for

    a do

    pro-

    cesso

    , refl

    ectem

    essa

    ideia

    .

    Desen

    volve

    ste um

    a rela

    o in

    terpe

    s-

    soal c

    om o

    msic

    o no d

    ecorre

    r dest

    e

    traba

    lho?

    Claro

    , j co

    nheci

    a o R

    afa qu

    e foi

    o

    interl

    ocuto

    r dura

    nte o

    prime

    iro tr

    a-

    balho

    , no

    segun

    do e

    terce

    iro to

    da

    a ba

    nda

    esteve

    env

    olvida

    . Eles

    so

    basta

    nte de

    mocr

    ticos

    nisso

    e env

    ol-

    vem-se

    basta

    nte. A

    s ide

    ias e

    esbo

    os

    das c

    apas

    so di

    scutid

    os en

    tre to

    dos.

    Agora

    que o

    trab

    alho e

    st co

    nclu

    do,

    Miss Lava, Red Supergiant CD co-

    ver / 2012

    Raging Planet Edition

    Artwork & Design by Jos Mendes

    30

  • consi

    deras

    haver

    rela

    o en

    tre a

    tua

    capa

    e a m

    sica

    que n

    ele se

    enco

    ntra

    ?

    Claro

    que

    sim,

    porq

    ue fo

    i pen

    sado

    assim

    , cria

    ste al

    go pa

    ra alg

    um,

    para

    algum

    a cois

    a. Tu

    ouv

    iste a

    msic

    a,

    falast

    e com

    a b

    anda

    , lest

    e a le

    tras,

    fazes

    parte

    do pr

    ocess

    o, pa

    ra ti e

    ssa

    rela

    o exis

    te, e

    acred

    ito qu

    e para

    a

    band

    a tam

    bm.

    E a pa

    rtir do

    mom

    ento

    que

    edita

    do,

    para

    os ou

    tros a

    capa

    e a m

    sica

    tm

    uma r

    ela

    o. Q

    uand

    o fal

    as d

    o D

    ark

    side

    of th

    e M

    oon

    a c

    apa

    to S

    torm

    Thorg

    erson

    apare

    ce au

    tomati

    camen

    -

    te e v

    ice-ve

    rsa. S

    e algu

    m m

    e fala

    r de

    Carc

    ass,

    a ca

    pa d

    o R

    eek

    of P

    utre

    -

    factio

    n sa

    lta lo

    go.

    Quan

    do co

    mpras

    um di

    sco, r

    elacio

    -

    nas o

    u proc

    uras r

    efern

    cias

    msi

    ca

    e ao m

    sico

    em q

    uest

    o?

    Norm

    almen

    te co

    mpro-

    o pe

    la m

    si-

    ca, m

    as s

    vezes

    tamb

    m pe

    la cap

    a,

    apen

    as pa

    ra ter

    aque

    le ob

    jecto,

    por-

    que

    tem a

    lgo e

    xtic

    o ou

    estr

    anho

    .

    Mas

    em vi

    nil, p

    orque

    um

    supo

    rte

    perfe

    ito p

    ara o

    artwo

    rk. P

    rocura

    s o

    vinil n

    o meio

    de m

    uitos,

    coloc

    a-lo n

    o

    prato,

    ouves

    a m

    sica e

    nqua

    nto ls

    as

    letras

    e olh

    as pa

    ra o a

    rtwork

    , desc

    o-

    bres s

    empre

    coisa

    s nova

    s. O

    digita

    l

    no s

    no

    me s

    eduz

    para

    este p

    ro-

    cesso

    como

    acho

    ingra

    te faz

    er o a

    rt-

    work

    para

    coloc

    ar no

    i-tun

    es e o

    jpg

    ficar

    num

    a pas

    ta ao

    lado

    .

    Precis

    o do o

    bjecto

    para

    me r

    elacio

    -

    nar, n

    o co

    nsigo

    imag

    inar

    o P

    hysic

    al

    Gra

    ffiti

    [Led

    Zep

    pelin

    ] sem

    o pa

    ckagin

    g, ou

    o So

    me G

    irls

    [Roll

    ing S

    tone

    s], ou

    o

    Mas

    ters o

    f Rea

    lity

    [Blac

    k Sab

    bath

    ]

    entre

    muit

    os. C

    omo

    tamb

    m n

    o

    consi

    go co

    nceb

    er a c

    apa d

    o Van

    Oli-

    ver d

    o D

    oolit

    le o

    u a

    ilustr

    ao

    do

    Jos

    Bra

    ndo

    par

    a o

    Cor

    o do

    s Tri-

    buna

    is se

    m se

    rem

    impr

    essa

    s.

    O lt

    imo

    vinil

    que

    comp

    rei fo

    i os

    Fuzz,

    um do

    s melh

    ores d

    e 201

    3, co

    m

    ilustr

    ao d

    a Tati

    ana K

    artom

    ten. P

    or

    isso

    perfe

    ito.

    31

    Miss Lava, Blues for the dangerous miles / 2010

    Artwork & Design by Jos Mendes

  • UT

    OP

    IA

    UTOPIA

    Ju lho2013

    01

    Revista mensal de tendncias

    e cultura

    5.00

    Rua Santo Antnio da Glria 81. 1250-216 Lisboa - Telefone: 21 32 25 727 Fax: 21 32 25 729 www.utopiamag.com [email protected] Facebook:

    www.facebook.com/utopiamag.pt

    Gino Ingrassia

    Esposio fo

    tografica

    Museo da Eletri

    dade

    27-31 Ju

    lho 2014