digital carp magazine #05

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Carp Revista Carp Fishing Carpfishing Carpa Pesca

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Page 1: Digital Carp Magazine #05
Page 2: Digital Carp Magazine #05

www.pescateamcarp.com

HORÁRIO: SEGUNDA A SÁBADO 10 ÀS 13.30 / 14.30 ÀS 21 HORAS

as nossas marcas

Morada da loja: Quinta do Grilo Lote A C/V Esquerda A - 3500-602 Viseu - Portugal - Telem.: 969 348 214 - [email protected]

FORMAS DE PAGAMENTO : Transferência Bancária; Contra Reembolso PORTES GRATUITOS

comprassuperioresa 75 euros

comprassuperioresa 175 euros

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Page 3: Digital Carp Magazine #05

www.pescateamcarp.com

HORÁRIO: SEGUNDA A SÁBADO 10 ÀS 13.30 / 14.30 ÀS 21 HORAS

as nossas marcas

Morada da loja: Quinta do Grilo Lote A C/V Esquerda A - 3500-602 Viseu - Portugal - Telem.: 969 348 214 - [email protected]

FORMAS DE PAGAMENTO : Transferência Bancária; Contra Reembolso PORTES GRATUITOS

comprassuperioresa 75 euros

comprassuperioresa 175 euros

EditorialÉ com enorme gosto que constatamos que há cada

vez mais Carpistas em Portugal. Sabemos que muitos apenas estão a aderir a uma moda e irão por um motivo ou outro abandonar esta modalidade. De qualquer forma, serão sempre mais os que ficam, os que irão talvez mudar, ou pelo menos desviar o rumo das coisas em relação à pesca, pois acreditamos que quando formos suficientes seremos ouvidos. É uma questão de tempo e de números.

Cabe a todos nos, Carpistas e não só, lutar por um bem comum, que passa por um profundo estudo e consequente alteração da lei da pesca (que por altura da publicação desta edição se encontra em estudo). Para representarmos esse papel apenas precisamos de uma coisa, que é sermos unidos! Quanto mais unidos formos mais força teremos! Não interessa se este carre-to é melhor ou se aquele boilie tira mais peixe, interessa é podermos montar uma tenda à beira da água e ficar-mos ali três ou quatro noites sem estar a infringir qualquer lei.

O ano de 2014 trouxe algumas novidades no panorama do Carp Fishing nacional. Com as alterações introduzidas no campeonato nacional houve uma maior

adesão a esta competição e viu-se uma equipa estre-ante no campeonato Nacional de Pesca à Carpa sagrar-se campeã nacional. Isto é de extrema importân-cia para a angariação de novos atletas para esta modali-dade, o que acabará por fortalecer a Federação Portu-guesa de Pesca Desportiva, indo também ao encontro do que foi escrito atrás nesta nota, juntos seremos mais fortes!

Logo que o campeonato terminou, viram-se nas redes sociais comentários de agradecimento de alguns novos Carpistas na competição a outros já com bastante experiencia. Isto enche-nos de orgulho e dá-nos um excelente exemplo do caminho a seguir. Pouco impor-tou para alguns para alguns deles até ficarem menos bem posicionados na tabela que alguns dos mais novos, simplesmente ofereceram ajuda a quem se calhar nem tinha coragem de a pedir. Para eles o nosso muito obrigado!

Desejamos a todos boa leitura, de preferência à beira da água!

Equipa DCM

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Page 4: Digital Carp Magazine #05

DCM: Olá Hélder. Embora a entrevista seja à

tua pessoa, a ideia será debruçarmo-nos na prática

de Carp Fishing no Rio Cávado, por isso, porquê

rio? E porquê o Rio Cávado?

Hélder: A minha aposta neste rio começou pela

distância a que habito dele, cerca de 700 metros, e

também porque o conheço muito bem.

DCM: Presumo que tenhas começado a pescar

ali muito novo…

Hélder: Sim, comecei a ir à pesca com o meu

avô e de ver já há mais de vinte anos pescadores

com carpas de 5/6kg, o que me aguçou a vontade

de lá pescar.

DCM: Engodar em uma barragem ou lago é

fácil, mas quando se trata de rio a conversa muda

de tom. Como costumas fazer as engodagens? Que

cuidados tens para que esta não seja levada pela

corrente?

Hélder: Sem dúvida que a engodagem em rios

tem que ser muito em função da zona do rio em que

vamos pescar. Os rios também têm os seus recantos

com águas mais calmas. As minhas técnicas a nível

de engodagem são boilies inteiros juntamente

com milho que são usados para engodar o mais

próximo da margem, os tais recantos mais calmos.

Quando engodo mais longe da margem, uso boilies

cortados ao meio para evitar que sejam arrastados

pela corrente.

DCM: Que tipos de engodos e iscos costumas

usar?Hélder: Em relação a engodos, já usei quase de

tudo do mundo do Carp Fishing . Mas nos últimos

dois anos só uso boilies e milho, por isso isco

sempre com boilies. São sem dúvida estes os que

melhores resultados me têm dado.

DCM: Ainda em relação às engodagens, costu-

mas fazer leves ou pesadas?

Hélder: Sou sem sombra de dúvida um adepto

de grandes engodagens.

DCM: E geralmente costumas fazer pré-en-

godagem ou engodas apenas durante a sessão?

Hélder: Todas as minhas seções no Cávado são

feitas com pré-engodagem. Por exemplo a minha

última seção foi feita com uma pré -engodagem de

três semanas, todos os dias sem exceção.

DCM: Como estamos a falar de uma água em

movimento, achas que vale a pena usar dips nos

iscos?Hélder: Por norma uso apenas boilies comple-

tamente ensopados em óleo de atum mas só o faço

DCM: Qual o tipo de montagem que mais

usas?Hélder: São duas; KD Rig e SIMPLE BRAID RIG

sempre com Snowman como isco.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que

funciona melhor que as outras?

Hélder: São sem dúvida as que funcionam

melhor neste tipo de água.

DCM: Quais as vantagens e desvantagens

entre um lago/barragem e um rio?

Hélder: Pescar num lago ou numa barragem

tem grandes vantagens a nível de engodagem,

sondagem e localização de zonas de mais atividade

de peixe. No que toca a desvantagens, para mim a

mais relevante é mesmo a falta de grande alimen-

tação natural em algumas barragens. Em relação às

vantagens no rio para mim é mesmo o prazer de

tirar uma boa Carpa, pois dão uma luta incrível. As

desvantagens aí são inúmeras, temos corrente, o

lixo trazido pela mesma, a engodagem que não

pode ser feita como numa barragem se não vai toda

peixe ao pesqueiro. O Cávado é um rio com uma

alimentação natural imensa, por isso trazê-lo a

comer onde nos queremos por vezes torna-se

difícil. Temos ainda a sondagem que tem que ser

feita todos anos e por vezes mais de que uma vês

por ano no mesmo pesqueiro. As correntes alteram -

mente a forma de abordagem a uma determinada

zona. Tudo isto é uma realidade aqui no Cávado e

acredito que seja também em outros rios.

DCM: Podes crer que no Rio Douro se passa

exatamente o mesmo!

Hélder Ricardo

do Vale Vilas Boas

Não é muito comum em Portugal vermos Carpistas dedicados ao Carp Fishing em rio, mas a verdade

é que têm saído bons exemplares nos nossos cursos de água. Consideramos que é uma pesca mais

difícil, mais técnica, pois o peixe anda sempre em movimento, não sendo por vezes fácil detetar a

sua presença. O Hélder Vilas Boas é um dos poucos exemplos de que o esforço compensa, tendo con-

DCM: Qual a época do ano que mais te agrada

pescar? Hélder: Primavera sem dúvida! Todos os meus

recordes foram na primavera!

DCM: Por norma a Carpa de rio, e ainda mais

num clima geralmente não muito agreste como o

nosso, mantem-se ativa todo o ano, notas muita

diferença de movimentação destas de um período

do ano para outro?

Hélder: Sim, sem dúvida quando as águas

arrefecem não há tanta movimentação ou saltos e

mesmo nas seções se nota que o peixe é mais

escasso.

DCM: Qual o peso, não que isso seja impor-

tante, do maior exemplar que já pescaste neste

rio?Hélder: Foi o meu recorde de 12 kg.

DCM: Sem dúvida um belo exemplar!

DCM: Achas que há neste rio exemplares

muito maiores?

Hélder: Sem dúvida que tem exemplares

maiores. Acho que é possível haver Carpas com

mais de 15kg. Para o próximo ano conto em

apanhá-las!

DCM: Fazemos votos para que consigas!

DCM: Já nos disseste que os recordes têm

saído na primavera, é nesta época que saem

sempre os maiores exemplares?

Hélder: Sim, todos os maiores exemplares e

recordes foram na primavera.

DCM: Curioso que apesar de toda a gente dizer

que os maiores exemplares se apanharem no

outono, as minhas (Orlando Loureiro) quatro ou

cinco maiores capturas no Rio Douro foram também

conseguidas nessa altura.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas

colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

Hélder: Sempre Nylon 0.30.

DCM: Qual o porquê dessa linha e não de outra

diferente?

Hélder: Sempre da korda N-TRAP e Supernatu-

ral 30lb.

DCM: Acreditas que possa haver, no geral e

sem ser concretamente no rio Cávado, maiores

exemplares em rio do que em lagos ou barragens?

Isto em Portugal, claro!

Hélder: Não sei onde andam os maiores exem-

plares em Portugal, mas apostava nos rios.

DCM: O que te leva a pensar assim?

Hélder: Pela alimentação, que é muito superior

à das barragens.

situações engraçadas passadas a beira da água,

queres presentear-nos com algum em especial?

Hélder: Sim tenho muitas situações. Vou contar

a maior seção no Cávado… Foi uma sessão em que

levou uma pré engodagem de uma semana, chega-

dos a sexta-feira preparamos tudo para a sessão de

pesca, estava um dia de sol maravilhoso, chegamos

à tarde e fomos para o pesqueiro. Quando chega-

mos e começamos a montar todo o material

começaram a aproximar-se umas nuvens muito

escuras. Bem, pensei eu, será que vamos ter tempo-

ral? Caiu a noite, canas lançadas e prontos para a

chuva… E esta veio! Mas mesmo chuva a sério!

Passados dez minutos de começar a chover o

primeiro arranque… e depois o segundo… e nunca

mais paravam… era lançar uma cana e já estava

outra a puxar! Das 10h da noite até as 6h da manhã

tive cerca de 40 arranques, nos quais coloquei vinte

e cinco Carpas no tapete! Perdi ainda umas 6 ou 7!

De manhã a chuva parou e os arranques também.

Foi sem dúvida uma grande sessão de Carp Fishing

no Rio Cávado!

DCM: E que grande molha também deves ter

apanhado!

Muito obrigado Hélder, desejamos-te muitas

felicidades e esperamos que consigas colocar

grandes monstros do Rio Cávado no tapete!

Tailandia, Novembro 2014

Com o mês de novembro quase a meio os -

do de caras fechadas e sérias, enrijecidas

sucessivos invernos e noites geladas, mas

em águas frias que nas sessões quentes de

sobre as horas iluminadas do dia sabemos

semanas (e que calor lá estava!), foi um -

Parte 1

Mais uma vez o André nos envia a sua epopeia

na perseguição da bela Clarice… será que ela se

deixou apanhar mais uma vez ou continua a ser

mais matreira que os pescadores? Descubram a

seguir…

HOME FARM - PRINCIPIO DO VERÃO.

Depois de uma primavera sem grandes acontecimentos

esperamos pela desova. Princípio de junho e nada acontece.

Em outros lagos estão a começar a desovar mas aqui nada.

Meio de junho e entre trabalho e viagens de serviço o

tempo para pesca é pouco ou mesmo nenhum. Entre apanhar

avião ao domingo e voltar a casa ao sábado de manha já lá

vão três semanas na faena.

Final de junho e a desova está ainda por acontecer... No

água e tenho que aproveitar pois tenho mais encargos para

julho e princípio de Agosto. Depois de ter chegado ao lago no

sábado de manha e da já obrigatória caminhada e conversa

com este e aquele, mais um café aqui um chá ali, nada de

novo a registar. Todos com grades e mais grades. Só Paul

ras. Cinco Carpas entre as 12Lb e 18Lb; mais 3 Siluros entre

as 45Lb e as79Lb. Este último é o recorde do lago. Mas

Calígula não saiu ainda…

Estes Siluros foram introduzidos há dez anos com 10Lb,

os maiores. É um bom crescimento.

A desova está ainda por acontecer… Estranho, outros

lagos já tiveram as duas fases, aqui nada de nada. É estranho

como são águas tão próximas e têm comportamentos tão

diferentes. Tudo a postos, as táticas não estão muito apuradas mas

não há nada como estar a beira d’água.

Tinha 24hrs para as por ao ponto! Estou certo de que

depois de ter experimentado tudo será agora altura de voltar

as velhas tácticas ou mandar com a caução ao vento e por

comer até não poder mais.

Tendo rolado uns boilies uns dias antes, três quilos de

lancei umas três mãos cheias em dois locais. Tenho três canas

mas duas estão em um desses locais, uma de cada lado da

zona engodada. A outra está só no meio da zona da outra

zona de engodo. Chega um e depois mais outro, mais uns dedos de

conversa. Dias longos e são 10h da noite, a luz começa a cair.

Os morcegos saem. Uma noite sem qualquer acontecimento

do: uma joia de pessoa, sempre na boa e sempre na dele,

chega com a sua chávena. ‘’Então, essa cafeteira esta a

ferver? ‘’ Sem perder tempo nem palavra, água na cafeteira e

ao lume. ‘’ Então? ‘’ Pergunto. ‘’A Beatriz foi encontrada nas

margens de Bream Bay, morta e sem desovar! Morreu de

choque’’ . Fiquei sem saber o que dizer. 36Lb de Carpa

que tive o prazer de encontrar duas vezes. Depois de

umas conversas e troca de informações no que estava

a acontecer, lá vai ele para a próxima capela.

Trocamos umas ideias e a informação que foi

dada é que o lago tem tido água do furo. Há tempos

tirei a acidez da água e esta era quase neutra mas ele

explicada a razão do porquê não haver desova. Elas

estão em choque e deveria ser colocada cal na água,

ou pelo menos tirar uns bons milhares de hectolitros

para o lago balançar e elas serem forçadas a desovar.

Os Siluros esses não tiveram problemas e nas marem

serem a próxima geração.

Depois de resolver vários compromissos, volto

duas semanas mais tarde. Depois desta pescaria, uma

semana de férias na Polónia.

dentro. Todos os restos de bolas que encontrei no

congelador! Pelas 23h começou a festa. O primeiro arranque.

E depois mas um e outro até contar sete no total. Todos

procura! Depois das férias

da na Polónia, estou de volta e desta vez é para voltar

as tácticas que sempre deram capturas. Quando estava

de férias conheci um Carpista, que me relembrou de

pena arranjar’.

25cm. Chumbadas de 1.50 Oz e um tapete de bolas

em 20/25 metros quadrados. As três canas no meio a

uns 50 cm umas das outras, numa formação de triân

gulo. Às 2h da tarde um arranque, uma bela Comum de

16Lbs. O céu muda e pelas 16 h começa uma trovoada

e chove que mal se vê para fora, mais um arranque,

desta vez uma pequena de 8Lb e levei uma molha e

19:30h, acabo de jantar, mais um arranque. Desta vez

bolas para repor o tapete. Tenho estado a por duas

mãos cheias a cada duas horas. Estou contente com o

dia. Duas capturas e o mais importante foi a de 4

quilos no meio das grandes. Um cardume de peixe

Depois de ouvir um pouco de rádio decido ir

não a deixo ir para a esquerda, pois foi onde perdi a

anterior e onde julgo existir uma pequena área de

erva, onde elas se desferram. Não é do outro mundo,

mas é mais uma bela Comum. 14lb, excelente dia.

Voltei a casa no domingo já tarde mas sem mais captu

ras. É meio de Setembro e a escola e família não

permitem que vá tantas vezes mas ainda dá para fazer

umas noites. Deixar o trabalho debaixo da sombrinha,

carregado para a próxima noite. Foi assim durante

cinco sessões mas sem qualquer resultado.

No dia 20 de setembro, chegou o Richard para a

sua habitual semana de pesca. Todos os anos ele tira

trocamos umas impressões. Digo lhe como tenho

estado a tirar peixe nas sessões de 48 horas e ele não

tarda a fazer o mesmo. Com a diferença que ele decide

sem sono passei a noite acordado. De manha fui lá

estava a engodar. ‘’Sim, eu também as vi, mas não só

na noite passada. Elas não vão lá abaixo. E não sei

porquê pois já lá terei oito carpas. ‘’

‘’Vem urgente, acabei de tirar uma Espelhada com

fotos e voltava antes das 7:30 para as deixar na escola.

Quando lá cheguei ela estava de repouso dentro

de uma ‘jaula’. Não havia palavras quando ele a tirou

para o tapete. ‘’Sabes que peixe e esse? ‘’ Perguntei.

‘’Não, mas já o vi varias vezes entre as cordas’’’

‘’Clarice’’ Respondi. ‘’ Estou contente de a ver e

André Garcia

Participamnesta edição:Helder Vilas BoasNick ParkinsonTo-Ze PiresGonçalo MatiasDaniel BertoxLuis PinheiroRenato AlmeidaSusana RiBeiroAndré GarciaNick BurrageE mais….

Equipa DCM:- Rui Peixoto

- Paulo Gomes

- António Lopes

- Diogo Durais

- Orlando Loureiro

- Nuno Silva

A todas estas pessoas que tornaram possível a real-ização deste projeto e a todos os que contribuíram de alguma forma, seja no envio de perguntas, imagens, comentários ou um simples “gosto” na página do Facebook, um grande obrigado da nossa parte, pois tudo isto nos motiva e dá força para continuar.

Queremos que esta seja uma revista feita por vós e para vós. Sem o vosso apoio não nos será possível ganhar esta luta comum pela divulgação de informação e união entre Carp-istas. Enviem sugestões, fotos, comentários, dicas, artigos grandes ou pequenos… tudo aquilo que gostariam de ver publicado nesta vossa revista para: [email protected].

https://www.facebook.com/digitalcarpmagazine04

Page 5: Digital Carp Magazine #05

EditorialSumario/indiceNoticias - Breves2º Convívio - Workshop Bairrada Carp FishingCarp Fishing em águas frias!Entrevista - Helder Vilas BoasGillhams Fishing Resort Entrevista - Campeões Nacionais de Pesca à Carpa 2014Mundial de Pesca à Carpa 2014 DCM de Volta a FronteiraSiluro Efeitos da Metereologia no Carp Fishing Mirror Lake (Capa)II Encontro Alentejano Forum Clube dos CarpistasFronteira em Agosto Rio Douro Pt2 Carp Couple no Cavagnac Lake Boilies XXL Mirror Lake 2014 - Cees Swagerman and friendsV Master Starbaits EspanhaStallone A Minha Primeira Carpa CapturasChasing the Dream Pt5 Historia dos Mundiais de Pesca à CarpaPoint Doctor 2Monte Clérigo - À Procura das Grandes CarpasTabelas Lunares Picadas de EscorpiãoNo Douro... - LoureiroFábricas

3468

14202432364050545876828694

100104112120124128130134135136142143144148

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Page 6: Digital Carp Magazine #05

Notícias BrevesWorld Carp Classic 2014 – Lake Bolsena, Italia

De 29 de Setembro a 04 de Outubro, realizou-se mais um WCC cuja vitória coube a Andr-zej Walczak, Gabriel Starzec e Krzysztof Charmuszko, polacos que representaram a marca Carp’R’Us, somando 198,100 Kgs. Desde já os nossos parabéns. Quem também teve em desta-que foi Terry Houghton com o maior exemplar capturado, 23,9Kg, uma linda Carpa comum.

II Encontro dos Carpistas Alentejanos do Fórum Clube dos CarpistasRealizou-se nos dias 31 de Outubro a 02 de Novembro um encontro promovido pelo

Carpista conhecido nas redes sociais por Tó-Zé Pires, que visou o convívio e partilha de conhecimentos entre os presentes. O convívio teve lugar em Fronteira, mais propriamente na Albufeira da Ribeira de Vide e foi um enorme sucesso, com todos os participantes antes de saírem desta simpática vila alentejana muito satisfeitos. Podem ler a reportagem mais à frente nesta edição.

Nacional de Pesca à Carpa 2014Realizou-se nos dias 06, 07, 08 e 09 de Novembro a 2ª prova da final do Nacional de

Pesca à Carpa 2014 em Mira, na Lagoa de Mira. A final decorreu sobre enormes adversidades devido ao mau tempo que se abateu durante os três primeiros dias, chuva e vento forte. Desde já damos os parabéns aos novos Campeões Nacionais, Hugo Breda e Nuno Pereira.

XVI Campeonato do Mundo de Pesca à Carpa Realizou-se em Pietrafitta, Itália, de 24 a 27 de Setembro, o XVI Campeonato do Mundo de

Pesca à Carpa. A vitória coube à seleção da Croácia que desde bem cedo se começou a desta-car, seguida pela França e Bélgica. A seleção da casa não conseguiu melhor que o 5º lugar, tendo capturado o maior exemplar, uma Comum com 17,1 kg.

Recorde PessoalO português David Pia capturou no passado mês de novembro em Horno Tejero, conheci-

da barragem espanhola, uma enorme Carpa Espelhada com 30.970kg. Apesar de ser um exemplar que tem um peso ainda muito longe do recorde mundial, a verdade é que é um exemplar com que a maior parte dos Carpistas portugueses (e não só) sonha e nunca conse-guirá capturar. Os nossos parabéns para o pescador!

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Notícias BrevesWorld Carp Classic 2014 – Lake Bolsena, Italia

De 29 de Setembro a 04 de Outubro, realizou-se mais um WCC cuja vitória coube a Andr-zej Walczak, Gabriel Starzec e Krzysztof Charmuszko, polacos que representaram a marca Carp’R’Us, somando 198,100 Kgs. Desde já os nossos parabéns. Quem também teve em desta-que foi Terry Houghton com o maior exemplar capturado, 23,9Kg, uma linda Carpa comum.

II Encontro dos Carpistas Alentejanos do Fórum Clube dos CarpistasRealizou-se nos dias 31 de Outubro a 02 de Novembro um encontro promovido pelo

Carpista conhecido nas redes sociais por Tó-Zé Pires, que visou o convívio e partilha de conhecimentos entre os presentes. O convívio teve lugar em Fronteira, mais propriamente na Albufeira da Ribeira de Vide e foi um enorme sucesso, com todos os participantes antes de saírem desta simpática vila alentejana muito satisfeitos. Podem ler a reportagem mais à frente nesta edição.

Nacional de Pesca à Carpa 2014Realizou-se nos dias 06, 07, 08 e 09 de Novembro a 2ª prova da final do Nacional de

Pesca à Carpa 2014 em Mira, na Lagoa de Mira. A final decorreu sobre enormes adversidades devido ao mau tempo que se abateu durante os três primeiros dias, chuva e vento forte. Desde já damos os parabéns aos novos Campeões Nacionais, Hugo Breda e Nuno Pereira.

XVI Campeonato do Mundo de Pesca à Carpa Realizou-se em Pietrafitta, Itália, de 24 a 27 de Setembro, o XVI Campeonato do Mundo de

Pesca à Carpa. A vitória coube à seleção da Croácia que desde bem cedo se começou a desta-car, seguida pela França e Bélgica. A seleção da casa não conseguiu melhor que o 5º lugar, tendo capturado o maior exemplar, uma Comum com 17,1 kg.

Recorde PessoalO português David Pia capturou no passado mês de novembro em Horno Tejero, conheci-

da barragem espanhola, uma enorme Carpa Espelhada com 30.970kg. Apesar de ser um exemplar que tem um peso ainda muito longe do recorde mundial, a verdade é que é um exemplar com que a maior parte dos Carpistas portugueses (e não só) sonha e nunca conse-guirá capturar. Os nossos parabéns para o pescador!

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Page 8: Digital Carp Magazine #05

No passado dia 5 de Julho, sábado, organizei em conjunto com alguns colegas a 2ª edição de um evento que me dá um enorme prazer de realizar – Convívio/workshop Bairrada Carp Fishing.

Sendo que as expetativas eram elevadas, devido ao sucesso do ano transacto, mais uma vez acabei o dia com um sentimento de realização fantástico e a sentir-me abençoado por ter um grupo de amigos fantásticos, pescadores e não pescadores.

Este convivio é então para mim um evento especial, pois, para além de permitir juntar a comu-nidade carpista da zona e não só, consigo mostrar a muitos dos meus amigos pessoais a razão da minha dedicação e paixão por esta modalidade tão estra-nha para eles (pescar para não comer! � ).

Para além dos motivos já referidos, este convi-vio serve essencialmente para divulgar a modalida-de e os seus principios aos seus participantes e a todos os visitantes (a lagoa de Mira é ótima escolha pois é visitada todos os dias por dezenas de pesso-as). É importantissimo para o futuro da mesma demonstrar a específica vertente sustentável da nossa pesca, desde o aproveitamento dos recursos naturais que temos sem os gastar e mantendo-os intactos e em condições de oferecer as mesmas sensações aos proximos utilizadores e gerações vindouras. Para as autoridades locais pretendia-se demonstrar o potencial turístico que esta zona apresenta para os amantes desta modalidade. Existiu ainda a vertente lúdica, com atenção espe-cial para os mais novos, que ficaram fascinados com o modo respeitoso de tratar os peixes que sairam na sessão.

No que diz respeito ao convívio per si, resolvi dividir a área de pesca por duas secções: a área social, um espaço reservado à organização, onde se desenvolveria o workshop, em que os visitantes podiam pegar eles próprios nas canas presentes, tirar uma carpa pela primeira vez, tirar as habituais fotos e e os cuidados a ter com o peixe a devolver. Seria também nesta zona que estariam os comes e bebes e os produtos expostos pelos patrocinado-res.

A segunda zona, as restantes margens da lagoa, seriam distribuidos os restantes praticantes da modalidade. Nesta zona, graças ao apoio dos patro-

cinadores, houve ainda possibilidade de desenvol-ver um pequeno concurso onde se atribuiram as merecidas lembranças aos maiores peixes.

No final do dia, a maioria dos participantes ainda se juntou no tradicional jantar de final de convivio, já na minha terra natal, no Café Nacional.

Quanto aos apoios, resta-me agradecer à Loja do Carpista (Casa Arrais), de Mira, pelo fenomenal apoio que prestou, pelas lembranças que disponibi-lizou e pelo contacto com as marcas que se dispose-ram a apoiar o nosso evento – PROLOGIC e SYNER-GY. Resta-me ainda agradecer ao André Martins, pelas chumbadas oferecidas, ao Orlando Loureiro, fotógrafo de serviço e representante da revista Digital Carp Magazine e a todos os que comparece-ram neste dia fantástico.

Espero que este encontro tenha superado as expetativas de todos os que nos visitaram e que para o ano cá estejamos mais uma vez para repetir o feito.

Abraço do Pato.

Paulo Costa

Da parte da DCM temos que agradecer a forma como fomos recebidos, e garantir que faremos os possíveis para no próximo ano voltar a estar presen-tes, não na parte workshop, mas na parte convívio!

DCM

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Page 9: Digital Carp Magazine #05

No passado dia 5 de Julho, sábado, organizei em conjunto com alguns colegas a 2ª edição de um evento que me dá um enorme prazer de realizar – Convívio/workshop Bairrada Carp Fishing.

Sendo que as expetativas eram elevadas, devido ao sucesso do ano transacto, mais uma vez acabei o dia com um sentimento de realização fantástico e a sentir-me abençoado por ter um grupo de amigos fantásticos, pescadores e não pescadores.

Este convivio é então para mim um evento especial, pois, para além de permitir juntar a comu-nidade carpista da zona e não só, consigo mostrar a muitos dos meus amigos pessoais a razão da minha dedicação e paixão por esta modalidade tão estra-nha para eles (pescar para não comer! � ).

Para além dos motivos já referidos, este convi-vio serve essencialmente para divulgar a modalida-de e os seus principios aos seus participantes e a todos os visitantes (a lagoa de Mira é ótima escolha pois é visitada todos os dias por dezenas de pesso-as). É importantissimo para o futuro da mesma demonstrar a específica vertente sustentável da nossa pesca, desde o aproveitamento dos recursos naturais que temos sem os gastar e mantendo-os intactos e em condições de oferecer as mesmas sensações aos proximos utilizadores e gerações vindouras. Para as autoridades locais pretendia-se demonstrar o potencial turístico que esta zona apresenta para os amantes desta modalidade. Existiu ainda a vertente lúdica, com atenção espe-cial para os mais novos, que ficaram fascinados com o modo respeitoso de tratar os peixes que sairam na sessão.

No que diz respeito ao convívio per si, resolvi dividir a área de pesca por duas secções: a área social, um espaço reservado à organização, onde se desenvolveria o workshop, em que os visitantes podiam pegar eles próprios nas canas presentes, tirar uma carpa pela primeira vez, tirar as habituais fotos e e os cuidados a ter com o peixe a devolver. Seria também nesta zona que estariam os comes e bebes e os produtos expostos pelos patrocinado-res.

A segunda zona, as restantes margens da lagoa, seriam distribuidos os restantes praticantes da modalidade. Nesta zona, graças ao apoio dos patro-

cinadores, houve ainda possibilidade de desenvol-ver um pequeno concurso onde se atribuiram as merecidas lembranças aos maiores peixes.

No final do dia, a maioria dos participantes ainda se juntou no tradicional jantar de final de convivio, já na minha terra natal, no Café Nacional.

Quanto aos apoios, resta-me agradecer à Loja do Carpista (Casa Arrais), de Mira, pelo fenomenal apoio que prestou, pelas lembranças que disponibi-lizou e pelo contacto com as marcas que se dispose-ram a apoiar o nosso evento – PROLOGIC e SYNER-GY. Resta-me ainda agradecer ao André Martins, pelas chumbadas oferecidas, ao Orlando Loureiro, fotógrafo de serviço e representante da revista Digital Carp Magazine e a todos os que comparece-ram neste dia fantástico.

Espero que este encontro tenha superado as expetativas de todos os que nos visitaram e que para o ano cá estejamos mais uma vez para repetir o feito.

Abraço do Pato.

Paulo Costa

Da parte da DCM temos que agradecer a forma como fomos recebidos, e garantir que faremos os possíveis para no próximo ano voltar a estar presen-tes, não na parte workshop, mas na parte convívio!

DCM

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Mirror Lake & Mirror Image

Dois maravilhosos lagos, apenas separados por uma estreita estrada. O verde da floresta envolve toda a paisagem, mal permitindo ver as águas acastanhadas destes lagos que escondem pequenos monstros!

No Mirror Lake há Carpas Comuns, Grass, Espel-ho, Koi e Couro. Várias com peso acima das 50lb, assim como pelo menos duas com mais de 60lb! Tem muitos Siluros, sendo o record do lago desconhecido, apenas se sabe que esgota uma balança de 100lb!

Há também um pequeno Esturjão, que como se torna peixe único no Mirror, faz as delícias dos pesca-dores cada vez que é capturado.

No Mirror Image há centenas de Carpas, que transformam esta água francesa numa Runs Water! Todos os pescadores conseguem em uma semana várias dezenas de capturas! Junto com as centenas de carpas de peso médio, nadam também algumas maiores, com mais de 50lb!

À vossa espera estão o Jon e a Heather, que farão tudo para que passem uma semana maravilhosa!

La Forge de Bessous, Le Chalard, 87500, France.Tel: 00 33 555 099 151 Mobile: 0033 6073 99989

Email: [email protected]://www.mirrorlakefrance.com/

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Page 13: Digital Carp Magazine #05

Mirror Lake & Mirror Image

Dois maravilhosos lagos, apenas separados por uma estreita estrada. O verde da floresta envolve toda a paisagem, mal permitindo ver as águas acastanhadas destes lagos que escondem pequenos monstros!

No Mirror Lake há Carpas Comuns, Grass, Espel-ho, Koi e Couro. Várias com peso acima das 50lb, assim como pelo menos duas com mais de 60lb! Tem muitos Siluros, sendo o record do lago desconhecido, apenas se sabe que esgota uma balança de 100lb!

Há também um pequeno Esturjão, que como se torna peixe único no Mirror, faz as delícias dos pesca-dores cada vez que é capturado.

No Mirror Image há centenas de Carpas, que transformam esta água francesa numa Runs Water! Todos os pescadores conseguem em uma semana várias dezenas de capturas! Junto com as centenas de carpas de peso médio, nadam também algumas maiores, com mais de 50lb!

À vossa espera estão o Jon e a Heather, que farão tudo para que passem uma semana maravilhosa!

La Forge de Bessous, Le Chalard, 87500, France.Tel: 00 33 555 099 151 Mobile: 0033 6073 99989

Email: [email protected]://www.mirrorlakefrance.com/

CRAVEOs Crave são uma das últimas

criações da Dynamite Baits, e mais uma vez acertaram em cheio, como já é de esperar, quando se fala em iscos desta conceituada marca. São um must quando se fala em nutrição, sabor e digestibilidade. Estes são os fatores mais importantes quando se trata de usar um determinado tipo de boilies por longo tempo. Os ingre-dientes usados na sua confeção são de topo, fazendo deste boilie, um dos melhores do mercado. A marca alega que na sua confeção são usados ovos frescos, além de uma concentrada pasta de camarão, exclusiva da Dynamite, assim como óleo de salmão e o melhor líquido de fígado disponível no mercado. A juntar a tudo isto temos alguns ingre-dientes atrativos secretos desenvol-vidos pelo Sr. Terry Hearn, o que fazem deste boilie um isco de res-posta imediata.

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Page 14: Digital Carp Magazine #05

Com o mês de novembro quase a meio os lagos começam a desertificar e a ficar povoa-do de caras fechadas e sérias, enrijecidas pelo frio. São aqueles, os suficientemente fortes para ter enfrentado e sobrevivido aos sucessivos invernos e noites geladas, mas que já o espelham nas suas faces. Eu sou um dos loucos que aprecia mais o Carp Fishing em águas frias que nas sessões quentes de verão, sinto que sou mais “eu contra as carpas” do que contra os outros Carpistas. Não sou de todo antissocial, mas gosto de ter espaço para desenvolver a minha pesca tranquilamente, e no verão isso torna-se difícil.

Quando a temperatura da água começa a descer e as noites começam a predominar sobre as horas iluminadas do dia sabemos que o inverno vem aí.

Tendo eu regressado de França há poucas semanas (e que calor lá estava!), foi um choque encontrar um Reino Unido tão resfria-do em tão pouco tempo. Era a oportunidade perfeita para iniciar os meus relatos sobre Carp Fishing no Inverno.

Parte 1

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Com o mês de novembro quase a meio os lagos começam a desertificar e a ficar povoa-do de caras fechadas e sérias, enrijecidas pelo frio. São aqueles, os suficientemente fortes para ter enfrentado e sobrevivido aos sucessivos invernos e noites geladas, mas que já o espelham nas suas faces. Eu sou um dos loucos que aprecia mais o Carp Fishing em águas frias que nas sessões quentes de verão, sinto que sou mais “eu contra as carpas” do que contra os outros Carpistas. Não sou de todo antissocial, mas gosto de ter espaço para desenvolver a minha pesca tranquilamente, e no verão isso torna-se difícil.

Quando a temperatura da água começa a descer e as noites começam a predominar sobre as horas iluminadas do dia sabemos que o inverno vem aí.

Tendo eu regressado de França há poucas semanas (e que calor lá estava!), foi um choque encontrar um Reino Unido tão resfria-do em tão pouco tempo. Era a oportunidade perfeita para iniciar os meus relatos sobre Carp Fishing no Inverno.

Parte 1

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Page 16: Digital Carp Magazine #05

Água local!Quando regresso ao meu lago local sigo

sempre um plano para encontrar as carpas. Isto tem-me garantido bons resultados ao longo dos anos. À medida que a temperatura da água desce as carpas tendem a favorecer algumas áreas específicas do lago. De forma muito simples, enquanto a temperatura da água é superior à temperatura do vento/ambiente, nos dias ventosos costumo encontrara as carpas nas costas do vento. Na primavera, com as águas frias e os ventos mais quentes, o efeito é contrá-rio. Ao longo do relato voltarei a este assunto.

Há algumas semanas atrás a água registava uns agráveis 13ºC, mas no momento desta viagem já tinha descido para 10,5ºC. A tempera-tura nesta fase ainda não era tão importante, mas à medida que os meses mais frios se aproxi-marem isso vai ter mais influência na forma como pesco. Falemos então da sessão em si.

Após umas voltas ao lago era bastante notó-rio que realmente as costas do vento estavam bem mais amenas. Sem ver uma única carpa, reduzi a procura a um par de pesqueiros, Bog e Roy. Após uma hora no pesqueiro Bog, não estava satisfeito, não sentia confiança. Decidi então fazer uns lançamentos no outro pesquei-ro. Estava a usar uma montagem Mugga anti ejeção. Com as canas em posição, não muito afastadas dos declives marginais, sentei-me a observar. Lá estava o que eu precisava ver! Uma carpa rebolou na água fazendo pequenas ondu-lações espalhar-se pelo lago. Senti que a esco-lha estava feita, e então montei acampamento para as noites que se seguiam. Antes da luz desaparecer vi pelo menos 6 carpas na minha área. Esta é a forma como gosto de começar uma sessão.

A atividade começou com o cair da noite, com sinais de linha e bips à medida que as carpas patrulhavam as margens carregadas de ervas. Não demorou muito até ser visitado por uma comum com 23lbs, enquanto ficava enso-pado pela chuva. Rapidamente foi devolvida, tratei de recolocar a cana com uma montagem nova na zona engodada. Depois de me secar e regressar ao abrigo dormi até as 6 horas. Biiip! A cana da direita dava sinal, e voltou a dar uns bips mais tarde. Estavam a alimentar-se na minha área engodada com Trigga. Nesta água elas pare-cem gostar de dar sinal da sua presença. Às 7 horas a mesma cana deu sinal e o carreto come-çou a ceder linha, e a ponta da cana mostrava uma boa curvatura. Cuidadosamente aproximei--me da cana, afinal não queria partir nenhuma perna. Estava em plena manhã gelada com uma carpa brava em dura batalha. De uma cama de erva para outra, entre arranques e cabeçadas, lá fez o trajeto até ao camaroeiro. Na verdade fez ainda mais algazarra no camaroeiro que no lago. Mas ali estava uma linda espelhada Fully Scaled. Tendo conseguido algumas capturas da margem

este verão, pensei que poderia também desta vez ter alguma repetição de capturas, mas não. Era uma carpa com 25lbs 10oz, que não sendo massiva foi muito bem recebida. Ouvi alguns Carpistas comentar que o lago estava a pescar mal, portanto eu com um par de capturas estava mais que conten-te.

Com o desenrolar do dia as canas mantiveram-se imóveis e sem sinais dos alarmes, o que nunca é um bom sinal. Ao cair da noite já tinha arrumado o material todo para fazer uma pequena mudança na manhã seguinte. O meu instinto não costuma falhar-me, desde que não pense muito sobre o assunto. Uma noite tranquila seguida de uma manhã igualmente tranquila, foi o impulso para não tardar eu arran-car com o material todo ao redor do lago, escorregando aqui e ali nos caminhos enlameados. Podem questionar-se sobre o meu destino. No dia anterior, pelo cair da noite fiquei a ouvir os sons das carpas, e consegui ouvir na frente do vento, na outra extremidade do lago, algumas carpas rebolar na água.

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Água local!Quando regresso ao meu lago local sigo

sempre um plano para encontrar as carpas. Isto tem-me garantido bons resultados ao longo dos anos. À medida que a temperatura da água desce as carpas tendem a favorecer algumas áreas específicas do lago. De forma muito simples, enquanto a temperatura da água é superior à temperatura do vento/ambiente, nos dias ventosos costumo encontrara as carpas nas costas do vento. Na primavera, com as águas frias e os ventos mais quentes, o efeito é contrá-rio. Ao longo do relato voltarei a este assunto.

Há algumas semanas atrás a água registava uns agráveis 13ºC, mas no momento desta viagem já tinha descido para 10,5ºC. A tempera-tura nesta fase ainda não era tão importante, mas à medida que os meses mais frios se aproxi-marem isso vai ter mais influência na forma como pesco. Falemos então da sessão em si.

Após umas voltas ao lago era bastante notó-rio que realmente as costas do vento estavam bem mais amenas. Sem ver uma única carpa, reduzi a procura a um par de pesqueiros, Bog e Roy. Após uma hora no pesqueiro Bog, não estava satisfeito, não sentia confiança. Decidi então fazer uns lançamentos no outro pesquei-ro. Estava a usar uma montagem Mugga anti ejeção. Com as canas em posição, não muito afastadas dos declives marginais, sentei-me a observar. Lá estava o que eu precisava ver! Uma carpa rebolou na água fazendo pequenas ondu-lações espalhar-se pelo lago. Senti que a esco-lha estava feita, e então montei acampamento para as noites que se seguiam. Antes da luz desaparecer vi pelo menos 6 carpas na minha área. Esta é a forma como gosto de começar uma sessão.

A atividade começou com o cair da noite, com sinais de linha e bips à medida que as carpas patrulhavam as margens carregadas de ervas. Não demorou muito até ser visitado por uma comum com 23lbs, enquanto ficava enso-pado pela chuva. Rapidamente foi devolvida, tratei de recolocar a cana com uma montagem nova na zona engodada. Depois de me secar e regressar ao abrigo dormi até as 6 horas. Biiip! A cana da direita dava sinal, e voltou a dar uns bips mais tarde. Estavam a alimentar-se na minha área engodada com Trigga. Nesta água elas pare-cem gostar de dar sinal da sua presença. Às 7 horas a mesma cana deu sinal e o carreto come-çou a ceder linha, e a ponta da cana mostrava uma boa curvatura. Cuidadosamente aproximei--me da cana, afinal não queria partir nenhuma perna. Estava em plena manhã gelada com uma carpa brava em dura batalha. De uma cama de erva para outra, entre arranques e cabeçadas, lá fez o trajeto até ao camaroeiro. Na verdade fez ainda mais algazarra no camaroeiro que no lago. Mas ali estava uma linda espelhada Fully Scaled. Tendo conseguido algumas capturas da margem

este verão, pensei que poderia também desta vez ter alguma repetição de capturas, mas não. Era uma carpa com 25lbs 10oz, que não sendo massiva foi muito bem recebida. Ouvi alguns Carpistas comentar que o lago estava a pescar mal, portanto eu com um par de capturas estava mais que conten-te.

Com o desenrolar do dia as canas mantiveram-se imóveis e sem sinais dos alarmes, o que nunca é um bom sinal. Ao cair da noite já tinha arrumado o material todo para fazer uma pequena mudança na manhã seguinte. O meu instinto não costuma falhar-me, desde que não pense muito sobre o assunto. Uma noite tranquila seguida de uma manhã igualmente tranquila, foi o impulso para não tardar eu arran-car com o material todo ao redor do lago, escorregando aqui e ali nos caminhos enlameados. Podem questionar-se sobre o meu destino. No dia anterior, pelo cair da noite fiquei a ouvir os sons das carpas, e consegui ouvir na frente do vento, na outra extremidade do lago, algumas carpas rebolar na água.

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Alteração de cenário! Com o vento frio a soprar nesta direção, este

não era o sítio onde as carpas preferiam estar, nem eu honestamente. Mas esta é a prova do efeito da pressão de pesca na vida dos lagos. Canas posicionadas com uma abordagem caute-losa à base de stringers e sacos pva. O silêncio é essencial, não ia querer assustá-las, levando-as a fugir de volta para a outra ponta do lago. Com um par de canas a pescar a cerca de 60 metros e uma no fundo do declive marginal, não demorou muito a aparecer o primeiro bip.

Antes de continuar o relato, abro uma janela para contar um episódio insólito e que me deixou boquiaberto. Na noite anterior à mudan-ça de pesqueiros, um pescador que se ia embora deixou ficar comigo uma quantidade de vermes. Decidi colocá-las num local perto da margem de forma a poder vigiar o local quando me mudasse de pesqueiro. Com o cair da noite, após a mudança de pesqueiro, fui tentar ver o local onde tinha depositado os vermes. Não esperava ver grande coisa com a escuridão. Consegui ver uma carpa sozinha, a alimentar-se. Na tentativa de voltar para ir buscar uma cana acabei por afugentá-la. Contudo, o que vi depois é que me surpreendeu. A carpa comeu todos os vermes vermelhos, deixando para trás todos os brancos. Provavelmente vou adicionar este isco à minha pesca no Inverno, mas talvez não enquanto os meus próprios métodos estiverem a funcionar.

De volta ao pesqueiro, e com o vento frio a soprar diretamente na minha direção, passei o dia com o abrigo fechado e com o fogão a dar calor. Então a chuva também apareceu para piorar o cenário. O quadro tinha mudado muito do relativo conforto que tive no pesqueiro ante-rior. O dia escureceu com poucos sinais de ativi-dade de peixe, com os escassos bips a acontece-rem durante a noite ou no início da manhã ante-riores. Cedo me preparei para a noite, uma vez que o frio estava a ser agressivo e a bedchair parecia realmente o melhor lugar para estar. Com a chuva a acordar-me ao bater na porta do abrigo, podia ouvir-se escassos sinais de peixe no escuro da noite. Uma hora antes da primeira luz aparecer, um bip isolado fez crescer a minha esperança. Antes de ter conseguido acender o fogão o pêndulo estava já colado ao alarme… uma carpa tinha encontrado a ponta afiada do meu anzol! Apressei-me a sair do abrigo, ainda em t-shirt e com uma meia molhada, uma vez que um dos crocs tinha ficado pelo caminho. A chuva tornou a batalha aparentemente maior do que parecia ter sido necessário. Chuva, vento e um céu carregado de negro, um verdadeiro chamamento da natureza em forma de alarme despertador. Tinha ainda a carpa no saco dentro de água após a pesagem, e enquanto me prepa-rava para a fotografar, quando amanheceu e fui

Parte 2

brindado por um céu alaranjado enquanto o sol subia no horizonte.

Algumas fotos têm que ser vistas, a descrição não consegue ser fidedigna. Esta comum parecia um monumento, e as imagens falam por si mesmas. Estava agora muito satisfeito com a mudança de pesquei-ros que tinha feito. Dei tempo ao pesqueiro para descansar, e só voltei a lançar ao fim da manhã. Estava a relaxar na minha cama, enquanto via um filme, o que gosto de fazer nestas tardes frias. A meio da tarde o Rob apareceu para uma caneca de café, e poucos momentos depois de se sentar, biiiiiip! Estava a dar linha, mas para minha surpresa, pareceu desprender-se sozinha num banco de ervas. Não estando habitua-do a perder muitos peixes desta forma, estes momentos afetam-me sempre bastan-te, como a todos os outros penso eu. Pelo arranque parecia ser um bom peixe, mas na verdade não quero falar muito disso.

No fundo tudo me correu bem, até porque pela mesma hora no dia seguinte consegui capturar uma bela comum com 31lbs 15oz. Esta saiu de um pequeno local engodado desde que mudei de pesqueiro. Outro peixe saiu da última manhã, uma espelhada em forma de bala. Uma excelente forma de terminar a minha primeira sessão de inverno. O segredo foi manter os olhos abertos e ter força de vontade para mudar de lugar mesmo que isso implicasse colo-car-se na frente do vento. No meio disto tudo ainda aprendi algumas coisas.

A caminho de casa parei para dar uma vista de olhos num outro lago local, encon-trei o Dave Lane. Parece que vai ser um Inverno atarefado para mim. Preparem-se meninas!

Até à próxima, sorte e mantenham-se quentes.

Nick Burrage

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Alteração de cenário! Com o vento frio a soprar nesta direção, este

não era o sítio onde as carpas preferiam estar, nem eu honestamente. Mas esta é a prova do efeito da pressão de pesca na vida dos lagos. Canas posicionadas com uma abordagem caute-losa à base de stringers e sacos pva. O silêncio é essencial, não ia querer assustá-las, levando-as a fugir de volta para a outra ponta do lago. Com um par de canas a pescar a cerca de 60 metros e uma no fundo do declive marginal, não demorou muito a aparecer o primeiro bip.

Antes de continuar o relato, abro uma janela para contar um episódio insólito e que me deixou boquiaberto. Na noite anterior à mudan-ça de pesqueiros, um pescador que se ia embora deixou ficar comigo uma quantidade de vermes. Decidi colocá-las num local perto da margem de forma a poder vigiar o local quando me mudasse de pesqueiro. Com o cair da noite, após a mudança de pesqueiro, fui tentar ver o local onde tinha depositado os vermes. Não esperava ver grande coisa com a escuridão. Consegui ver uma carpa sozinha, a alimentar-se. Na tentativa de voltar para ir buscar uma cana acabei por afugentá-la. Contudo, o que vi depois é que me surpreendeu. A carpa comeu todos os vermes vermelhos, deixando para trás todos os brancos. Provavelmente vou adicionar este isco à minha pesca no Inverno, mas talvez não enquanto os meus próprios métodos estiverem a funcionar.

De volta ao pesqueiro, e com o vento frio a soprar diretamente na minha direção, passei o dia com o abrigo fechado e com o fogão a dar calor. Então a chuva também apareceu para piorar o cenário. O quadro tinha mudado muito do relativo conforto que tive no pesqueiro ante-rior. O dia escureceu com poucos sinais de ativi-dade de peixe, com os escassos bips a acontece-rem durante a noite ou no início da manhã ante-riores. Cedo me preparei para a noite, uma vez que o frio estava a ser agressivo e a bedchair parecia realmente o melhor lugar para estar. Com a chuva a acordar-me ao bater na porta do abrigo, podia ouvir-se escassos sinais de peixe no escuro da noite. Uma hora antes da primeira luz aparecer, um bip isolado fez crescer a minha esperança. Antes de ter conseguido acender o fogão o pêndulo estava já colado ao alarme… uma carpa tinha encontrado a ponta afiada do meu anzol! Apressei-me a sair do abrigo, ainda em t-shirt e com uma meia molhada, uma vez que um dos crocs tinha ficado pelo caminho. A chuva tornou a batalha aparentemente maior do que parecia ter sido necessário. Chuva, vento e um céu carregado de negro, um verdadeiro chamamento da natureza em forma de alarme despertador. Tinha ainda a carpa no saco dentro de água após a pesagem, e enquanto me prepa-rava para a fotografar, quando amanheceu e fui

Parte 2

brindado por um céu alaranjado enquanto o sol subia no horizonte.

Algumas fotos têm que ser vistas, a descrição não consegue ser fidedigna. Esta comum parecia um monumento, e as imagens falam por si mesmas. Estava agora muito satisfeito com a mudança de pesquei-ros que tinha feito. Dei tempo ao pesqueiro para descansar, e só voltei a lançar ao fim da manhã. Estava a relaxar na minha cama, enquanto via um filme, o que gosto de fazer nestas tardes frias. A meio da tarde o Rob apareceu para uma caneca de café, e poucos momentos depois de se sentar, biiiiiip! Estava a dar linha, mas para minha surpresa, pareceu desprender-se sozinha num banco de ervas. Não estando habitua-do a perder muitos peixes desta forma, estes momentos afetam-me sempre bastan-te, como a todos os outros penso eu. Pelo arranque parecia ser um bom peixe, mas na verdade não quero falar muito disso.

No fundo tudo me correu bem, até porque pela mesma hora no dia seguinte consegui capturar uma bela comum com 31lbs 15oz. Esta saiu de um pequeno local engodado desde que mudei de pesqueiro. Outro peixe saiu da última manhã, uma espelhada em forma de bala. Uma excelente forma de terminar a minha primeira sessão de inverno. O segredo foi manter os olhos abertos e ter força de vontade para mudar de lugar mesmo que isso implicasse colo-car-se na frente do vento. No meio disto tudo ainda aprendi algumas coisas.

A caminho de casa parei para dar uma vista de olhos num outro lago local, encon-trei o Dave Lane. Parece que vai ser um Inverno atarefado para mim. Preparem-se meninas!

Até à próxima, sorte e mantenham-se quentes.

Nick Burrage

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Page 20: Digital Carp Magazine #05

DCM: Olá Hélder. Embora a entrevista seja à tua pessoa, a ideia será debruçarmo-nos na prática de Carp Fishing no Rio Cávado, por isso, porquê rio? E porquê o Rio Cávado?

Hélder: A minha aposta neste rio começou pela distância a que habito dele, cerca de 700 metros, e também porque o conheço muito bem.

DCM: Presumo que tenhas começado a pescar ali muito novo…

Hélder: Sim, comecei a ir à pesca com o meu avô e de ver já há mais de vinte anos pescadores com carpas de 5/6kg, o que me aguçou a vontade de lá pescar.

DCM: Engodar em uma barragem ou lago é fácil, mas quando se trata de rio a conversa muda de tom. Como costumas fazer as engodagens? Que cuidados tens para que esta não seja levada pela corrente?

Hélder: Sem dúvida que a engodagem em rios tem que ser muito em função da zona do rio em que vamos pescar. Os rios também têm os seus recantos com águas mais calmas. As minhas técnicas a nível

de engodagem são boilies inteiros juntamente com milho que são usados para engodar o mais próximo da margem, os tais recantos mais calmos. Quando engodo mais longe da margem, uso boilies cortados ao meio para evitar que sejam arrastados pela corrente.

DCM: Que tipos de engodos e iscos costumas usar?

Hélder: Em relação a engodos, já usei quase de tudo do mundo do Carp Fishing . Mas nos últimos dois anos só uso boilies e milho, por isso isco sempre com boilies. São sem dúvida estes os que melhores resultados me têm dado.

DCM: Ainda em relação às engodagens, costu-mas fazer leves ou pesadas?

Hélder: Sou sem sombra de dúvida um adepto de grandes engodagens.

DCM: E geralmente costumas fazer pré-en-godagem ou engodas apenas durante a sessão?

Hélder: Todas as minhas seções no Cávado são feitas com pré-engodagem. Por exemplo a minha

última seção foi feita com uma pré -engodagem de três semanas, todos os dias sem exceção.

DCM: Como estamos a falar de uma água em movimento, achas que vale a pena usar dips nos iscos?

Hélder: Por norma uso apenas boilies comple-tamente ensopados em óleo de atum mas só o faço quando as águas começam a ficar mais quentes e até ao fim do outono.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

Hélder: São duas; KD Rig e SIMPLE BRAID RIG sempre com Snowman como isco.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que

funciona melhor que as outras?Hélder: São sem dúvida as que funcionam

melhor neste tipo de água.

DCM: Quais as vantagens e desvantagens entre um lago/barragem e um rio?

Hélder: Pescar num lago ou numa barragem

tem grandes vantagens a nível de engodagem, sondagem e localização de zonas de mais atividade de peixe. No que toca a desvantagens, para mim a mais relevante é mesmo a falta de grande alimen-tação natural em algumas barragens. Em relação às vantagens no rio para mim é mesmo o prazer de tirar uma boa Carpa, pois dão uma luta incrível. As desvantagens aí são inúmeras, temos corrente, o lixo trazido pela mesma, a engodagem que não pode ser feita como numa barragem se não vai toda embora e claro, a dificuldade em por vezes trazer o peixe ao pesqueiro. O Cávado é um rio com uma alimentação natural imensa, por isso trazê-lo a comer onde nos queremos por vezes torna-se difícil. Temos ainda a sondagem que tem que ser feita todos anos e por vezes mais de que uma vês por ano no mesmo pesqueiro. As correntes alteram rapidamente o leito do rio, modificando drastica-mente a forma de abordagem a uma determinada zona. Tudo isto é uma realidade aqui no Cávado e acredito que seja também em outros rios.

DCM: Podes crer que no Rio Douro se passa exatamente o mesmo!

Hélder Ricardodo Vale Vilas Boas

Não é muito comum em Portugal vermos Carpistas dedicados ao Carp Fishing em rio, mas a verdade é que têm saído bons exemplares nos nossos cursos de água. Consideramos que é uma pesca mais difícil, mais técnica, pois o peixe anda sempre em movimento, não sendo por vezes fácil detetar a sua presença. O Hélder Vilas Boas é um dos poucos exemplos de que o esforço compensa, tendo con-seguido excelentes capturas no Rio Cávado, sendo este motivo mais que suficiente para lhe termos enviado algumas questões, que muito amavelmente foram respondidas. Confiram a seguir….

DCM: Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

Hélder: Primavera sem dúvida! Todos os meus recordes foram na primavera!

DCM: Por norma a Carpa de rio, e ainda mais num clima geralmente não muito agreste como o nosso, mantem-se ativa todo o ano, notas muita diferença de movimentação destas de um período do ano para outro?

Hélder: Sim, sem dúvida quando as águas arrefecem não há tanta movimentação ou saltos e mesmo nas seções se nota que o peixe é mais escasso.

DCM: Qual o peso, não que isso seja impor-tante, do maior exemplar que já pescaste neste rio?

Hélder: Foi o meu recorde de 12 kg.DCM: Sem dúvida um belo exemplar!

DCM: Achas que há neste rio exemplares muito maiores?

Hélder: Sem dúvida que tem exemplares maiores. Acho que é possível haver Carpas com mais de 15kg. Para o próximo ano conto em apanhá-las!

DCM: Fazemos votos para que consigas!

DCM: Já nos disseste que os recordes têm saído na primavera, é nesta época que saem sempre os maiores exemplares?

Hélder: Sim, todos os maiores exemplares e recordes foram na primavera.

DCM: Curioso que apesar de toda a gente dizer que os maiores exemplares se apanharem no outono, as minhas (Orlando Loureiro) quatro ou cinco maiores capturas no Rio Douro foram também conseguidas nessa altura.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

Hélder: Sempre Nylon 0.30.

DCM: Qual o porquê dessa linha e não de outra diferente?

Hélder: Porque gosto de elasticidade no fio.

DCM: E nos estralhos? Que fio costumas usar?Hélder: Sempre da korda N-TRAP e Supernatu-

ral 30lb.

DCM: Acreditas que possa haver, no geral e sem ser concretamente no rio Cávado, maiores exemplares em rio do que em lagos ou barragens? Isto em Portugal, claro!

Hélder: Não sei onde andam os maiores exem-plares em Portugal, mas apostava nos rios.

DCM: O que te leva a pensar assim? Hélder: Pela alimentação, que é muito superior

à das barragens.

DCM: Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com algum em especial?

Hélder: Sim tenho muitas situações. Vou contar a maior seção no Cávado… Foi uma sessão em que

levou uma pré engodagem de uma semana, chega-dos a sexta-feira preparamos tudo para a sessão de pesca, estava um dia de sol maravilhoso, chegamos à tarde e fomos para o pesqueiro. Quando chega-mos e começamos a montar todo o material começaram a aproximar-se umas nuvens muito escuras. Bem, pensei eu, será que vamos ter tempo-ral? Caiu a noite, canas lançadas e prontos para a chuva… E esta veio! Mas mesmo chuva a sério! Passados dez minutos de começar a chover o primeiro arranque… e depois o segundo… e nunca mais paravam… era lançar uma cana e já estava outra a puxar! Das 10h da noite até as 6h da manhã tive cerca de 40 arranques, nos quais coloquei vinte e cinco Carpas no tapete! Perdi ainda umas 6 ou 7! De manhã a chuva parou e os arranques também. Foi sem dúvida uma grande sessão de Carp Fishing no Rio Cávado!

DCM: E que grande molha também deves ter apanhado!

Muito obrigado Hélder, desejamos-te muitas felicidades e esperamos que consigas colocar grandes monstros do Rio Cávado no tapete!

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DCM: Olá Hélder. Embora a entrevista seja à tua pessoa, a ideia será debruçarmo-nos na prática de Carp Fishing no Rio Cávado, por isso, porquê rio? E porquê o Rio Cávado?

Hélder: A minha aposta neste rio começou pela distância a que habito dele, cerca de 700 metros, e também porque o conheço muito bem.

DCM: Presumo que tenhas começado a pescar ali muito novo…

Hélder: Sim, comecei a ir à pesca com o meu avô e de ver já há mais de vinte anos pescadores com carpas de 5/6kg, o que me aguçou a vontade de lá pescar.

DCM: Engodar em uma barragem ou lago é fácil, mas quando se trata de rio a conversa muda de tom. Como costumas fazer as engodagens? Que cuidados tens para que esta não seja levada pela corrente?

Hélder: Sem dúvida que a engodagem em rios tem que ser muito em função da zona do rio em que vamos pescar. Os rios também têm os seus recantos com águas mais calmas. As minhas técnicas a nível

de engodagem são boilies inteiros juntamente com milho que são usados para engodar o mais próximo da margem, os tais recantos mais calmos. Quando engodo mais longe da margem, uso boilies cortados ao meio para evitar que sejam arrastados pela corrente.

DCM: Que tipos de engodos e iscos costumas usar?

Hélder: Em relação a engodos, já usei quase de tudo do mundo do Carp Fishing . Mas nos últimos dois anos só uso boilies e milho, por isso isco sempre com boilies. São sem dúvida estes os que melhores resultados me têm dado.

DCM: Ainda em relação às engodagens, costu-mas fazer leves ou pesadas?

Hélder: Sou sem sombra de dúvida um adepto de grandes engodagens.

DCM: E geralmente costumas fazer pré-en-godagem ou engodas apenas durante a sessão?

Hélder: Todas as minhas seções no Cávado são feitas com pré-engodagem. Por exemplo a minha

última seção foi feita com uma pré -engodagem de três semanas, todos os dias sem exceção.

DCM: Como estamos a falar de uma água em movimento, achas que vale a pena usar dips nos iscos?

Hélder: Por norma uso apenas boilies comple-tamente ensopados em óleo de atum mas só o faço quando as águas começam a ficar mais quentes e até ao fim do outono.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

Hélder: São duas; KD Rig e SIMPLE BRAID RIG sempre com Snowman como isco.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que

funciona melhor que as outras?Hélder: São sem dúvida as que funcionam

melhor neste tipo de água.

DCM: Quais as vantagens e desvantagens entre um lago/barragem e um rio?

Hélder: Pescar num lago ou numa barragem

tem grandes vantagens a nível de engodagem, sondagem e localização de zonas de mais atividade de peixe. No que toca a desvantagens, para mim a mais relevante é mesmo a falta de grande alimen-tação natural em algumas barragens. Em relação às vantagens no rio para mim é mesmo o prazer de tirar uma boa Carpa, pois dão uma luta incrível. As desvantagens aí são inúmeras, temos corrente, o lixo trazido pela mesma, a engodagem que não pode ser feita como numa barragem se não vai toda embora e claro, a dificuldade em por vezes trazer o peixe ao pesqueiro. O Cávado é um rio com uma alimentação natural imensa, por isso trazê-lo a comer onde nos queremos por vezes torna-se difícil. Temos ainda a sondagem que tem que ser feita todos anos e por vezes mais de que uma vês por ano no mesmo pesqueiro. As correntes alteram rapidamente o leito do rio, modificando drastica-mente a forma de abordagem a uma determinada zona. Tudo isto é uma realidade aqui no Cávado e acredito que seja também em outros rios.

DCM: Podes crer que no Rio Douro se passa exatamente o mesmo!

Hélder Ricardodo Vale Vilas Boas

Não é muito comum em Portugal vermos Carpistas dedicados ao Carp Fishing em rio, mas a verdade é que têm saído bons exemplares nos nossos cursos de água. Consideramos que é uma pesca mais difícil, mais técnica, pois o peixe anda sempre em movimento, não sendo por vezes fácil detetar a sua presença. O Hélder Vilas Boas é um dos poucos exemplos de que o esforço compensa, tendo con-seguido excelentes capturas no Rio Cávado, sendo este motivo mais que suficiente para lhe termos enviado algumas questões, que muito amavelmente foram respondidas. Confiram a seguir….

DCM: Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

Hélder: Primavera sem dúvida! Todos os meus recordes foram na primavera!

DCM: Por norma a Carpa de rio, e ainda mais num clima geralmente não muito agreste como o nosso, mantem-se ativa todo o ano, notas muita diferença de movimentação destas de um período do ano para outro?

Hélder: Sim, sem dúvida quando as águas arrefecem não há tanta movimentação ou saltos e mesmo nas seções se nota que o peixe é mais escasso.

DCM: Qual o peso, não que isso seja impor-tante, do maior exemplar que já pescaste neste rio?

Hélder: Foi o meu recorde de 12 kg.DCM: Sem dúvida um belo exemplar!

DCM: Achas que há neste rio exemplares muito maiores?

Hélder: Sem dúvida que tem exemplares maiores. Acho que é possível haver Carpas com mais de 15kg. Para o próximo ano conto em apanhá-las!

DCM: Fazemos votos para que consigas!

DCM: Já nos disseste que os recordes têm saído na primavera, é nesta época que saem sempre os maiores exemplares?

Hélder: Sim, todos os maiores exemplares e recordes foram na primavera.

DCM: Curioso que apesar de toda a gente dizer que os maiores exemplares se apanharem no outono, as minhas (Orlando Loureiro) quatro ou cinco maiores capturas no Rio Douro foram também conseguidas nessa altura.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

Hélder: Sempre Nylon 0.30.

DCM: Qual o porquê dessa linha e não de outra diferente?

Hélder: Porque gosto de elasticidade no fio.

DCM: E nos estralhos? Que fio costumas usar?Hélder: Sempre da korda N-TRAP e Supernatu-

ral 30lb.

DCM: Acreditas que possa haver, no geral e sem ser concretamente no rio Cávado, maiores exemplares em rio do que em lagos ou barragens? Isto em Portugal, claro!

Hélder: Não sei onde andam os maiores exem-plares em Portugal, mas apostava nos rios.

DCM: O que te leva a pensar assim? Hélder: Pela alimentação, que é muito superior

à das barragens.

DCM: Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com algum em especial?

Hélder: Sim tenho muitas situações. Vou contar a maior seção no Cávado… Foi uma sessão em que

levou uma pré engodagem de uma semana, chega-dos a sexta-feira preparamos tudo para a sessão de pesca, estava um dia de sol maravilhoso, chegamos à tarde e fomos para o pesqueiro. Quando chega-mos e começamos a montar todo o material começaram a aproximar-se umas nuvens muito escuras. Bem, pensei eu, será que vamos ter tempo-ral? Caiu a noite, canas lançadas e prontos para a chuva… E esta veio! Mas mesmo chuva a sério! Passados dez minutos de começar a chover o primeiro arranque… e depois o segundo… e nunca mais paravam… era lançar uma cana e já estava outra a puxar! Das 10h da noite até as 6h da manhã tive cerca de 40 arranques, nos quais coloquei vinte e cinco Carpas no tapete! Perdi ainda umas 6 ou 7! De manhã a chuva parou e os arranques também. Foi sem dúvida uma grande sessão de Carp Fishing no Rio Cávado!

DCM: E que grande molha também deves ter apanhado!

Muito obrigado Hélder, desejamos-te muitas felicidades e esperamos que consigas colocar grandes monstros do Rio Cávado no tapete!

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Page 22: Digital Carp Magazine #05

DCM: Olá Hélder. Embora a entrevista seja à tua pessoa, a ideia será debruçarmo-nos na prática de Carp Fishing no Rio Cávado, por isso, porquê rio? E porquê o Rio Cávado?

Hélder: A minha aposta neste rio começou pela distância a que habito dele, cerca de 700 metros, e também porque o conheço muito bem.

DCM: Presumo que tenhas começado a pescar ali muito novo…

Hélder: Sim, comecei a ir à pesca com o meu avô e de ver já há mais de vinte anos pescadores com carpas de 5/6kg, o que me aguçou a vontade de lá pescar.

DCM: Engodar em uma barragem ou lago é fácil, mas quando se trata de rio a conversa muda de tom. Como costumas fazer as engodagens? Que cuidados tens para que esta não seja levada pela corrente?

Hélder: Sem dúvida que a engodagem em rios tem que ser muito em função da zona do rio em que vamos pescar. Os rios também têm os seus recantos com águas mais calmas. As minhas técnicas a nível

de engodagem são boilies inteiros juntamente com milho que são usados para engodar o mais próximo da margem, os tais recantos mais calmos. Quando engodo mais longe da margem, uso boilies cortados ao meio para evitar que sejam arrastados pela corrente.

DCM: Que tipos de engodos e iscos costumas usar?

Hélder: Em relação a engodos, já usei quase de tudo do mundo do Carp Fishing . Mas nos últimos dois anos só uso boilies e milho, por isso isco sempre com boilies. São sem dúvida estes os que melhores resultados me têm dado.

DCM: Ainda em relação às engodagens, costu-mas fazer leves ou pesadas?

Hélder: Sou sem sombra de dúvida um adepto de grandes engodagens.

DCM: E geralmente costumas fazer pré-en-godagem ou engodas apenas durante a sessão?

Hélder: Todas as minhas seções no Cávado são feitas com pré-engodagem. Por exemplo a minha

última seção foi feita com uma pré -engodagem de três semanas, todos os dias sem exceção.

DCM: Como estamos a falar de uma água em movimento, achas que vale a pena usar dips nos iscos?

Hélder: Por norma uso apenas boilies comple-tamente ensopados em óleo de atum mas só o faço quando as águas começam a ficar mais quentes e até ao fim do outono.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

Hélder: São duas; KD Rig e SIMPLE BRAID RIG sempre com Snowman como isco.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que

funciona melhor que as outras?Hélder: São sem dúvida as que funcionam

melhor neste tipo de água.

DCM: Quais as vantagens e desvantagens entre um lago/barragem e um rio?

Hélder: Pescar num lago ou numa barragem

tem grandes vantagens a nível de engodagem, sondagem e localização de zonas de mais atividade de peixe. No que toca a desvantagens, para mim a mais relevante é mesmo a falta de grande alimen-tação natural em algumas barragens. Em relação às vantagens no rio para mim é mesmo o prazer de tirar uma boa Carpa, pois dão uma luta incrível. As desvantagens aí são inúmeras, temos corrente, o lixo trazido pela mesma, a engodagem que não pode ser feita como numa barragem se não vai toda embora e claro, a dificuldade em por vezes trazer o peixe ao pesqueiro. O Cávado é um rio com uma alimentação natural imensa, por isso trazê-lo a comer onde nos queremos por vezes torna-se difícil. Temos ainda a sondagem que tem que ser feita todos anos e por vezes mais de que uma vês por ano no mesmo pesqueiro. As correntes alteram rapidamente o leito do rio, modificando drastica-mente a forma de abordagem a uma determinada zona. Tudo isto é uma realidade aqui no Cávado e acredito que seja também em outros rios.

DCM: Podes crer que no Rio Douro se passa exatamente o mesmo!

DCM: Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

Hélder: Primavera sem dúvida! Todos os meus recordes foram na primavera!

DCM: Por norma a Carpa de rio, e ainda mais num clima geralmente não muito agreste como o nosso, mantem-se ativa todo o ano, notas muita diferença de movimentação destas de um período do ano para outro?

Hélder: Sim, sem dúvida quando as águas arrefecem não há tanta movimentação ou saltos e mesmo nas seções se nota que o peixe é mais escasso.

DCM: Qual o peso, não que isso seja impor-tante, do maior exemplar que já pescaste neste rio?

Hélder: Foi o meu recorde de 12 kg.DCM: Sem dúvida um belo exemplar!

DCM: Achas que há neste rio exemplares muito maiores?

Hélder: Sem dúvida que tem exemplares maiores. Acho que é possível haver Carpas com mais de 15kg. Para o próximo ano conto em apanhá-las!

DCM: Fazemos votos para que consigas!

DCM: Já nos disseste que os recordes têm saído na primavera, é nesta época que saem sempre os maiores exemplares?

Hélder: Sim, todos os maiores exemplares e recordes foram na primavera.

DCM: Curioso que apesar de toda a gente dizer que os maiores exemplares se apanharem no outono, as minhas (Orlando Loureiro) quatro ou cinco maiores capturas no Rio Douro foram também conseguidas nessa altura.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

Hélder: Sempre Nylon 0.30.

DCM: Qual o porquê dessa linha e não de outra diferente?

Hélder: Porque gosto de elasticidade no fio.

DCM: E nos estralhos? Que fio costumas usar?Hélder: Sempre da korda N-TRAP e Supernatu-

ral 30lb.

DCM: Acreditas que possa haver, no geral e sem ser concretamente no rio Cávado, maiores exemplares em rio do que em lagos ou barragens? Isto em Portugal, claro!

Hélder: Não sei onde andam os maiores exem-plares em Portugal, mas apostava nos rios.

DCM: O que te leva a pensar assim? Hélder: Pela alimentação, que é muito superior

à das barragens.

DCM: Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com algum em especial?

Hélder: Sim tenho muitas situações. Vou contar a maior seção no Cávado… Foi uma sessão em que

levou uma pré engodagem de uma semana, chega-dos a sexta-feira preparamos tudo para a sessão de pesca, estava um dia de sol maravilhoso, chegamos à tarde e fomos para o pesqueiro. Quando chega-mos e começamos a montar todo o material começaram a aproximar-se umas nuvens muito escuras. Bem, pensei eu, será que vamos ter tempo-ral? Caiu a noite, canas lançadas e prontos para a chuva… E esta veio! Mas mesmo chuva a sério! Passados dez minutos de começar a chover o primeiro arranque… e depois o segundo… e nunca mais paravam… era lançar uma cana e já estava outra a puxar! Das 10h da noite até as 6h da manhã tive cerca de 40 arranques, nos quais coloquei vinte e cinco Carpas no tapete! Perdi ainda umas 6 ou 7! De manhã a chuva parou e os arranques também. Foi sem dúvida uma grande sessão de Carp Fishing no Rio Cávado!

DCM: E que grande molha também deves ter apanhado!

Muito obrigado Hélder, desejamos-te muitas felicidades e esperamos que consigas colocar grandes monstros do Rio Cávado no tapete!

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DCM: Olá Hélder. Embora a entrevista seja à tua pessoa, a ideia será debruçarmo-nos na prática de Carp Fishing no Rio Cávado, por isso, porquê rio? E porquê o Rio Cávado?

Hélder: A minha aposta neste rio começou pela distância a que habito dele, cerca de 700 metros, e também porque o conheço muito bem.

DCM: Presumo que tenhas começado a pescar ali muito novo…

Hélder: Sim, comecei a ir à pesca com o meu avô e de ver já há mais de vinte anos pescadores com carpas de 5/6kg, o que me aguçou a vontade de lá pescar.

DCM: Engodar em uma barragem ou lago é fácil, mas quando se trata de rio a conversa muda de tom. Como costumas fazer as engodagens? Que cuidados tens para que esta não seja levada pela corrente?

Hélder: Sem dúvida que a engodagem em rios tem que ser muito em função da zona do rio em que vamos pescar. Os rios também têm os seus recantos com águas mais calmas. As minhas técnicas a nível

de engodagem são boilies inteiros juntamente com milho que são usados para engodar o mais próximo da margem, os tais recantos mais calmos. Quando engodo mais longe da margem, uso boilies cortados ao meio para evitar que sejam arrastados pela corrente.

DCM: Que tipos de engodos e iscos costumas usar?

Hélder: Em relação a engodos, já usei quase de tudo do mundo do Carp Fishing . Mas nos últimos dois anos só uso boilies e milho, por isso isco sempre com boilies. São sem dúvida estes os que melhores resultados me têm dado.

DCM: Ainda em relação às engodagens, costu-mas fazer leves ou pesadas?

Hélder: Sou sem sombra de dúvida um adepto de grandes engodagens.

DCM: E geralmente costumas fazer pré-en-godagem ou engodas apenas durante a sessão?

Hélder: Todas as minhas seções no Cávado são feitas com pré-engodagem. Por exemplo a minha

última seção foi feita com uma pré -engodagem de três semanas, todos os dias sem exceção.

DCM: Como estamos a falar de uma água em movimento, achas que vale a pena usar dips nos iscos?

Hélder: Por norma uso apenas boilies comple-tamente ensopados em óleo de atum mas só o faço quando as águas começam a ficar mais quentes e até ao fim do outono.

DCM: Qual o tipo de montagem que mais usas?

Hélder: São duas; KD Rig e SIMPLE BRAID RIG sempre com Snowman como isco.

DCM: É uma questão de gosto ou pensas que

funciona melhor que as outras?Hélder: São sem dúvida as que funcionam

melhor neste tipo de água.

DCM: Quais as vantagens e desvantagens entre um lago/barragem e um rio?

Hélder: Pescar num lago ou numa barragem

tem grandes vantagens a nível de engodagem, sondagem e localização de zonas de mais atividade de peixe. No que toca a desvantagens, para mim a mais relevante é mesmo a falta de grande alimen-tação natural em algumas barragens. Em relação às vantagens no rio para mim é mesmo o prazer de tirar uma boa Carpa, pois dão uma luta incrível. As desvantagens aí são inúmeras, temos corrente, o lixo trazido pela mesma, a engodagem que não pode ser feita como numa barragem se não vai toda embora e claro, a dificuldade em por vezes trazer o peixe ao pesqueiro. O Cávado é um rio com uma alimentação natural imensa, por isso trazê-lo a comer onde nos queremos por vezes torna-se difícil. Temos ainda a sondagem que tem que ser feita todos anos e por vezes mais de que uma vês por ano no mesmo pesqueiro. As correntes alteram rapidamente o leito do rio, modificando drastica-mente a forma de abordagem a uma determinada zona. Tudo isto é uma realidade aqui no Cávado e acredito que seja também em outros rios.

DCM: Podes crer que no Rio Douro se passa exatamente o mesmo!

DCM: Qual a época do ano que mais te agrada pescar?

Hélder: Primavera sem dúvida! Todos os meus recordes foram na primavera!

DCM: Por norma a Carpa de rio, e ainda mais num clima geralmente não muito agreste como o nosso, mantem-se ativa todo o ano, notas muita diferença de movimentação destas de um período do ano para outro?

Hélder: Sim, sem dúvida quando as águas arrefecem não há tanta movimentação ou saltos e mesmo nas seções se nota que o peixe é mais escasso.

DCM: Qual o peso, não que isso seja impor-tante, do maior exemplar que já pescaste neste rio?

Hélder: Foi o meu recorde de 12 kg.DCM: Sem dúvida um belo exemplar!

DCM: Achas que há neste rio exemplares muito maiores?

Hélder: Sem dúvida que tem exemplares maiores. Acho que é possível haver Carpas com mais de 15kg. Para o próximo ano conto em apanhá-las!

DCM: Fazemos votos para que consigas!

DCM: Já nos disseste que os recordes têm saído na primavera, é nesta época que saem sempre os maiores exemplares?

Hélder: Sim, todos os maiores exemplares e recordes foram na primavera.

DCM: Curioso que apesar de toda a gente dizer que os maiores exemplares se apanharem no outono, as minhas (Orlando Loureiro) quatro ou cinco maiores capturas no Rio Douro foram também conseguidas nessa altura.

DCM: Na linha mãe no carreto, o que costumas colocar? Entrançado, Nylon ou Fluoro Carbono?

Hélder: Sempre Nylon 0.30.

DCM: Qual o porquê dessa linha e não de outra diferente?

Hélder: Porque gosto de elasticidade no fio.

DCM: E nos estralhos? Que fio costumas usar?Hélder: Sempre da korda N-TRAP e Supernatu-

ral 30lb.

DCM: Acreditas que possa haver, no geral e sem ser concretamente no rio Cávado, maiores exemplares em rio do que em lagos ou barragens? Isto em Portugal, claro!

Hélder: Não sei onde andam os maiores exem-plares em Portugal, mas apostava nos rios.

DCM: O que te leva a pensar assim? Hélder: Pela alimentação, que é muito superior

à das barragens.

DCM: Por fim, acredito que devas ter muitas situações engraçadas passadas a beira da água, queres presentear-nos com algum em especial?

Hélder: Sim tenho muitas situações. Vou contar a maior seção no Cávado… Foi uma sessão em que

levou uma pré engodagem de uma semana, chega-dos a sexta-feira preparamos tudo para a sessão de pesca, estava um dia de sol maravilhoso, chegamos à tarde e fomos para o pesqueiro. Quando chega-mos e começamos a montar todo o material começaram a aproximar-se umas nuvens muito escuras. Bem, pensei eu, será que vamos ter tempo-ral? Caiu a noite, canas lançadas e prontos para a chuva… E esta veio! Mas mesmo chuva a sério! Passados dez minutos de começar a chover o primeiro arranque… e depois o segundo… e nunca mais paravam… era lançar uma cana e já estava outra a puxar! Das 10h da noite até as 6h da manhã tive cerca de 40 arranques, nos quais coloquei vinte e cinco Carpas no tapete! Perdi ainda umas 6 ou 7! De manhã a chuva parou e os arranques também. Foi sem dúvida uma grande sessão de Carp Fishing no Rio Cávado!

DCM: E que grande molha também deves ter apanhado!

Muito obrigado Hélder, desejamos-te muitas felicidades e esperamos que consigas colocar grandes monstros do Rio Cávado no tapete!

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Page 24: Digital Carp Magazine #05

Tailandia, Novembro 2014

A longa espera acabou e finalmente parti de viagem para Krabi, no sul da Tailândia. Tinha lido muita coisa sobre o Gillhams Fishing Resort durante os últimos anos, como tal estava ansioso por chegar e começar a pescar.

Mas a verdade é que quando cheguei demorei a interiorizar tudo! O cenário, o espaço onde iria ficar acomodado, e claro, o famoso lago de 12 acres que tinha visto a sua construção terminada em 2007 e que era a casa de mais de um milhar de peixes de quarenta e nove espécies diferentes, deixaram-me extasiado.

No lago podemos encontrar entre outras espécies;

- Arapaima (500lb) - Chao Phraya Catfish (130lb) - Giant Freshwater Stingray (200lb)

- Mekong Catfish (300lb) - Siamese carp (160lb) - Wallago leeri (110lb)

Para lutar contra estes autênticos monstros, iria usar canas Free Spirit, 10FT 6lb TC, carretos Shimano Big Pit, linha madre de 37lb, estralhos de 100lb e anzois número dois.

Tinha reservado estadia para dez noites, que iriam ser passadas em agradáveis quartos com ar condicionado, e sete dias de pesca, onde todo o material de pesca, assim como iscos, estava incluído. Ao lado lago há um bem abastecido bar, assim como um restaurante com todo o serviço, a um preço bastante justo, onde a comida era excelente. Havia ainda internet gratuita por todo o resort.

A pesca começa as 7h da manhã e termina às 8 da tarde. Cada pescador tem um guia de pesca designado por dia, para ajudar com o material, iscos, dicas e ajudar a colocar os peixes no camaroeiro, o que nem sempre é fácil, afinal estamos a falar de autênticos gigantes! Eu tinha por objetivo quatro espécies diferentes, Arapaima, Siamese Carp, Amazon Red Tail e Giant Mekong Catfish. Para ser honesto, ficaria contente se apanhasse qualquer coisa

No primeiro dia escolhi pescar na parte mais funda do lago. Comecei por usar pellets de 20mm em uma cana e um boilie na outra. Colocava também sacos pva cheios de pellets, mas mesmo assim o começo foi muito lento, tendo apenas o primeiro arranque às 15h, com uma grande grito do alarme da direita. Depois de cinco minutos onde largava mais linha que recuperava, o peixe acabou por se soltar. O guia disse-me que seria um Mekong ou Arapaima…. Nunca saberemos! Ás 17 horas troquei a montagem que tinha com boilie por cora-ção de galinha, na esperança de enganar algum dos grandes Arapaima que ali nadam, ou então um Amazon Red Tail, que também estava na lista dos desejados. Acabaria por ter uma mordida uma hora mais tarde, com novo arranque que me obrigou a correr na margem e que depois de dez minutos de intensa luta, acabou com um Amazon Red Tail de 37lb no tapete de recepção. Pelos padrões do Gillhams este não era grande exemplar, mas a partir dali já nada conseguia apagar o sorriso que se formou na minha cara! Depressa chegaram as 20h e era tempo de arrumar até ao dia seguinte. O primei-ro dia tinha terminado muito bem, estava ansioso pelo que se seguiria.

Afinal o segundo dia não viria a ser um bom dia de pesca, não conseguindo sequer um único toque. O que me confortou um pouco foi perceber que todos os pescadores do lago estavam mais ou menos como eu.

Ao terceiro dia fomos para o outro lado do lago. Ficamos a pescar em uma pequena língua de areia, que teria o comprimento de quatro canas, quer para minha direita como para a minha esquerda. Depois de quarenta e cinco minutos de ter colocado um

snowman de ananas, um estridente grito de um alarme deu início a uma batalha que duraria vinte e cinco minutos, que eu ganhei e tinha como trofeu uma gigantesca Siamese Carp, que depois de entrar no grande camaroeiro feito propositadamente para estes monstros, foi à balança marcar 85lb. Este era definitivamente um dos motivos que me tinha ali levado e que me deixaria muito emocionado!

Voltei a colocar a cana e a montagem no mesmo local mas nada aconteceria até às 15h. Desta vez o arranque era ainda mais brutal e começou uma luta que por várias vezes dei como perdida. Felizmente e extremamente cansado, uma hora e quinze minu-tos depois de ter começado, a luta acabou. O vence-dor era eu de novo, desta vez com um Mekong Catfish de 110lb! Que peixe!

O quarto dia foi a repetição do segundo, nada de arranque ou sinais de peixe o dia todo. De qual-quer forma não esperava que fosse fácil, nunca o é quando se trata de pescar grandes monstros! Deci-dimos então tirar dois dias de folga, para relaxar e conhecer um pouco da Tailândia.

Depois destes dois dias de descanso tão neces-sários, (pescar é muito cansativo� ), era tempo de explorar nova parte do lago. A minha próxima esco-lha para os dois últimos dias seria em uma zona conhecida como “baia dos Arapaimas”. A pesca começou bem, com um Amazon Red Tail de 65lb a fazer uma visita por volta das onze horas da manhã. Era um grande exemplar, que não resistiu a uma Halibut pellet, que eu tinha levado para usar caso fosse necessário, e deu resultado! Pouco depois apanhei um Red Bellied Pacu com 12lb, que se parece com as Bremas que temos na Europa, mas com dentes parecidos aos dos humanos. Ainda no

primeiro dia, com os Arapaima a mostrar-se por toda a baía, apanharia mais um Amazon Red Tail de 50lb. No final do dia e entre desferragens e linhas parti-das, contabilizei sete Arapaimas perdidos! Não subestimem a força bruta destes peixes, que conse-guiram dobrar uma das canas de 6lb ao meio, literal-mente! Fui avisado que apenas conseguiria apanhar três em cada dez Arapaima que ferrasse, e agora compreendo porquê, estes peixes são verdadeiros monstros!

O último dia de pesca estava ali, no próximo iria para casa e faltava-me um grande Arapaima com-pletar a lista que tinha pré-definido! Depois de perder cinco durante quase todo o dia e quando já entrava na última etapa do dia, por volta das 16 horas tenho novo arranque. Quando consegui apro-ximar o peixe da margem e este rolou à minha frente nem queria acreditar… era o maior peixe que tinha ferrado ou até mesmo visto alguma vez na vida! Os vinte minutos seguintes foram de uma enorme tensão, com o peixe a atravessar o lago de um lado para o outro, como se não estivesse preso à linha.

Finalmente! Por fim consegui colocar o peixe em uma jaula especialmente construída para estes casos! A surpresa e o cansaço eram enormes! O peixe não poderia ser pesado, pois não havia condi-ções para tal, mas o guia estimou o seu peso em 250lb! O isco, um simples coração de galinha preso ao anzol!

Isto completava a minha lista, fazendo deste um grande final de sessão e de umas férias á pesca qualquer coisa de inesquecível!

Não há palavras que façam justiça a este sítio! É um local de visita obrigatória! Eu mesmo, mal

chegue a Inglaterra irei começar a preparar a nova viagem, que já ficou marcada para novembro de 2015.

Stuart e Sean realmente criaram aquilo que se pode chamar de Nº1 no mundo quando se fala de locais de pesca! Que excelente local!

Nick Parkinson

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Page 25: Digital Carp Magazine #05

Tailandia, Novembro 2014

A longa espera acabou e finalmente parti de viagem para Krabi, no sul da Tailândia. Tinha lido muita coisa sobre o Gillhams Fishing Resort durante os últimos anos, como tal estava ansioso por chegar e começar a pescar.

Mas a verdade é que quando cheguei demorei a interiorizar tudo! O cenário, o espaço onde iria ficar acomodado, e claro, o famoso lago de 12 acres que tinha visto a sua construção terminada em 2007 e que era a casa de mais de um milhar de peixes de quarenta e nove espécies diferentes, deixaram-me extasiado.

No lago podemos encontrar entre outras espécies;

- Arapaima (500lb) - Chao Phraya Catfish (130lb) - Giant Freshwater Stingray (200lb)

- Mekong Catfish (300lb) - Siamese carp (160lb) - Wallago leeri (110lb)

Para lutar contra estes autênticos monstros, iria usar canas Free Spirit, 10FT 6lb TC, carretos Shimano Big Pit, linha madre de 37lb, estralhos de 100lb e anzois número dois.

Tinha reservado estadia para dez noites, que iriam ser passadas em agradáveis quartos com ar condicionado, e sete dias de pesca, onde todo o material de pesca, assim como iscos, estava incluído. Ao lado lago há um bem abastecido bar, assim como um restaurante com todo o serviço, a um preço bastante justo, onde a comida era excelente. Havia ainda internet gratuita por todo o resort.

A pesca começa as 7h da manhã e termina às 8 da tarde. Cada pescador tem um guia de pesca designado por dia, para ajudar com o material, iscos, dicas e ajudar a colocar os peixes no camaroeiro, o que nem sempre é fácil, afinal estamos a falar de autênticos gigantes! Eu tinha por objetivo quatro espécies diferentes, Arapaima, Siamese Carp, Amazon Red Tail e Giant Mekong Catfish. Para ser honesto, ficaria contente se apanhasse qualquer coisa

No primeiro dia escolhi pescar na parte mais funda do lago. Comecei por usar pellets de 20mm em uma cana e um boilie na outra. Colocava também sacos pva cheios de pellets, mas mesmo assim o começo foi muito lento, tendo apenas o primeiro arranque às 15h, com uma grande grito do alarme da direita. Depois de cinco minutos onde largava mais linha que recuperava, o peixe acabou por se soltar. O guia disse-me que seria um Mekong ou Arapaima…. Nunca saberemos! Ás 17 horas troquei a montagem que tinha com boilie por cora-ção de galinha, na esperança de enganar algum dos grandes Arapaima que ali nadam, ou então um Amazon Red Tail, que também estava na lista dos desejados. Acabaria por ter uma mordida uma hora mais tarde, com novo arranque que me obrigou a correr na margem e que depois de dez minutos de intensa luta, acabou com um Amazon Red Tail de 37lb no tapete de recepção. Pelos padrões do Gillhams este não era grande exemplar, mas a partir dali já nada conseguia apagar o sorriso que se formou na minha cara! Depressa chegaram as 20h e era tempo de arrumar até ao dia seguinte. O primei-ro dia tinha terminado muito bem, estava ansioso pelo que se seguiria.

Afinal o segundo dia não viria a ser um bom dia de pesca, não conseguindo sequer um único toque. O que me confortou um pouco foi perceber que todos os pescadores do lago estavam mais ou menos como eu.

Ao terceiro dia fomos para o outro lado do lago. Ficamos a pescar em uma pequena língua de areia, que teria o comprimento de quatro canas, quer para minha direita como para a minha esquerda. Depois de quarenta e cinco minutos de ter colocado um

snowman de ananas, um estridente grito de um alarme deu início a uma batalha que duraria vinte e cinco minutos, que eu ganhei e tinha como trofeu uma gigantesca Siamese Carp, que depois de entrar no grande camaroeiro feito propositadamente para estes monstros, foi à balança marcar 85lb. Este era definitivamente um dos motivos que me tinha ali levado e que me deixaria muito emocionado!

Voltei a colocar a cana e a montagem no mesmo local mas nada aconteceria até às 15h. Desta vez o arranque era ainda mais brutal e começou uma luta que por várias vezes dei como perdida. Felizmente e extremamente cansado, uma hora e quinze minu-tos depois de ter começado, a luta acabou. O vence-dor era eu de novo, desta vez com um Mekong Catfish de 110lb! Que peixe!

O quarto dia foi a repetição do segundo, nada de arranque ou sinais de peixe o dia todo. De qual-quer forma não esperava que fosse fácil, nunca o é quando se trata de pescar grandes monstros! Deci-dimos então tirar dois dias de folga, para relaxar e conhecer um pouco da Tailândia.

Depois destes dois dias de descanso tão neces-sários, (pescar é muito cansativo� ), era tempo de explorar nova parte do lago. A minha próxima esco-lha para os dois últimos dias seria em uma zona conhecida como “baia dos Arapaimas”. A pesca começou bem, com um Amazon Red Tail de 65lb a fazer uma visita por volta das onze horas da manhã. Era um grande exemplar, que não resistiu a uma Halibut pellet, que eu tinha levado para usar caso fosse necessário, e deu resultado! Pouco depois apanhei um Red Bellied Pacu com 12lb, que se parece com as Bremas que temos na Europa, mas com dentes parecidos aos dos humanos. Ainda no

primeiro dia, com os Arapaima a mostrar-se por toda a baía, apanharia mais um Amazon Red Tail de 50lb. No final do dia e entre desferragens e linhas parti-das, contabilizei sete Arapaimas perdidos! Não subestimem a força bruta destes peixes, que conse-guiram dobrar uma das canas de 6lb ao meio, literal-mente! Fui avisado que apenas conseguiria apanhar três em cada dez Arapaima que ferrasse, e agora compreendo porquê, estes peixes são verdadeiros monstros!

O último dia de pesca estava ali, no próximo iria para casa e faltava-me um grande Arapaima com-pletar a lista que tinha pré-definido! Depois de perder cinco durante quase todo o dia e quando já entrava na última etapa do dia, por volta das 16 horas tenho novo arranque. Quando consegui apro-ximar o peixe da margem e este rolou à minha frente nem queria acreditar… era o maior peixe que tinha ferrado ou até mesmo visto alguma vez na vida! Os vinte minutos seguintes foram de uma enorme tensão, com o peixe a atravessar o lago de um lado para o outro, como se não estivesse preso à linha.

Finalmente! Por fim consegui colocar o peixe em uma jaula especialmente construída para estes casos! A surpresa e o cansaço eram enormes! O peixe não poderia ser pesado, pois não havia condi-ções para tal, mas o guia estimou o seu peso em 250lb! O isco, um simples coração de galinha preso ao anzol!

Isto completava a minha lista, fazendo deste um grande final de sessão e de umas férias á pesca qualquer coisa de inesquecível!

Não há palavras que façam justiça a este sítio! É um local de visita obrigatória! Eu mesmo, mal

chegue a Inglaterra irei começar a preparar a nova viagem, que já ficou marcada para novembro de 2015.

Stuart e Sean realmente criaram aquilo que se pode chamar de Nº1 no mundo quando se fala de locais de pesca! Que excelente local!

Nick Parkinson

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Page 26: Digital Carp Magazine #05

Para lutar contra estes autênticos monstros, iria usar canas Free Spirit, 10FT 6lb TC, carretos Shimano Big Pit, linha madre de 37lb, estralhos de 100lb e anzois número dois.

Tinha reservado estadia para dez noites, que iriam ser passadas em agradáveis quartos com ar condicionado, e sete dias de pesca, onde todo o material de pesca, assim como iscos, estava incluído. Ao lado lago há um bem abastecido bar, assim como um restaurante com todo o serviço, a um preço bastante justo, onde a comida era excelente. Havia ainda internet gratuita por todo o resort.

A pesca começa as 7h da manhã e termina às 8 da tarde. Cada pescador tem um guia de pesca designado por dia, para ajudar com o material, iscos, dicas e ajudar a colocar os peixes no camaroeiro, o que nem sempre é fácil, afinal estamos a falar de autênticos gigantes! Eu tinha por objetivo quatro espécies diferentes, Arapaima, Siamese Carp, Amazon Red Tail e Giant Mekong Catfish. Para ser honesto, ficaria contente se apanhasse qualquer coisa

No primeiro dia escolhi pescar na parte mais funda do lago. Comecei por usar pellets de 20mm em uma cana e um boilie na outra. Colocava também sacos pva cheios de pellets, mas mesmo assim o começo foi muito lento, tendo apenas o primeiro arranque às 15h, com uma grande grito do alarme da direita. Depois de cinco minutos onde largava mais linha que recuperava, o peixe acabou por se soltar. O guia disse-me que seria um Mekong ou Arapaima…. Nunca saberemos! Ás 17 horas troquei a montagem que tinha com boilie por cora-ção de galinha, na esperança de enganar algum dos grandes Arapaima que ali nadam, ou então um Amazon Red Tail, que também estava na lista dos desejados. Acabaria por ter uma mordida uma hora mais tarde, com novo arranque que me obrigou a correr na margem e que depois de dez minutos de intensa luta, acabou com um Amazon Red Tail de 37lb no tapete de recepção. Pelos padrões do Gillhams este não era grande exemplar, mas a partir dali já nada conseguia apagar o sorriso que se formou na minha cara! Depressa chegaram as 20h e era tempo de arrumar até ao dia seguinte. O primei-ro dia tinha terminado muito bem, estava ansioso pelo que se seguiria.

Afinal o segundo dia não viria a ser um bom dia de pesca, não conseguindo sequer um único toque. O que me confortou um pouco foi perceber que todos os pescadores do lago estavam mais ou menos como eu.

Ao terceiro dia fomos para o outro lado do lago. Ficamos a pescar em uma pequena língua de areia, que teria o comprimento de quatro canas, quer para minha direita como para a minha esquerda. Depois de quarenta e cinco minutos de ter colocado um

snowman de ananas, um estridente grito de um alarme deu início a uma batalha que duraria vinte e cinco minutos, que eu ganhei e tinha como trofeu uma gigantesca Siamese Carp, que depois de entrar no grande camaroeiro feito propositadamente para estes monstros, foi à balança marcar 85lb. Este era definitivamente um dos motivos que me tinha ali levado e que me deixaria muito emocionado!

Voltei a colocar a cana e a montagem no mesmo local mas nada aconteceria até às 15h. Desta vez o arranque era ainda mais brutal e começou uma luta que por várias vezes dei como perdida. Felizmente e extremamente cansado, uma hora e quinze minu-tos depois de ter começado, a luta acabou. O vence-dor era eu de novo, desta vez com um Mekong Catfish de 110lb! Que peixe!

O quarto dia foi a repetição do segundo, nada de arranque ou sinais de peixe o dia todo. De qual-quer forma não esperava que fosse fácil, nunca o é quando se trata de pescar grandes monstros! Deci-dimos então tirar dois dias de folga, para relaxar e conhecer um pouco da Tailândia.

Depois destes dois dias de descanso tão neces-sários, (pescar é muito cansativo� ), era tempo de explorar nova parte do lago. A minha próxima esco-lha para os dois últimos dias seria em uma zona conhecida como “baia dos Arapaimas”. A pesca começou bem, com um Amazon Red Tail de 65lb a fazer uma visita por volta das onze horas da manhã. Era um grande exemplar, que não resistiu a uma Halibut pellet, que eu tinha levado para usar caso fosse necessário, e deu resultado! Pouco depois apanhei um Red Bellied Pacu com 12lb, que se parece com as Bremas que temos na Europa, mas com dentes parecidos aos dos humanos. Ainda no

primeiro dia, com os Arapaima a mostrar-se por toda a baía, apanharia mais um Amazon Red Tail de 50lb. No final do dia e entre desferragens e linhas parti-das, contabilizei sete Arapaimas perdidos! Não subestimem a força bruta destes peixes, que conse-guiram dobrar uma das canas de 6lb ao meio, literal-mente! Fui avisado que apenas conseguiria apanhar três em cada dez Arapaima que ferrasse, e agora compreendo porquê, estes peixes são verdadeiros monstros!

O último dia de pesca estava ali, no próximo iria para casa e faltava-me um grande Arapaima com-pletar a lista que tinha pré-definido! Depois de perder cinco durante quase todo o dia e quando já entrava na última etapa do dia, por volta das 16 horas tenho novo arranque. Quando consegui apro-ximar o peixe da margem e este rolou à minha frente nem queria acreditar… era o maior peixe que tinha ferrado ou até mesmo visto alguma vez na vida! Os vinte minutos seguintes foram de uma enorme tensão, com o peixe a atravessar o lago de um lado para o outro, como se não estivesse preso à linha.

Finalmente! Por fim consegui colocar o peixe em uma jaula especialmente construída para estes casos! A surpresa e o cansaço eram enormes! O peixe não poderia ser pesado, pois não havia condi-ções para tal, mas o guia estimou o seu peso em 250lb! O isco, um simples coração de galinha preso ao anzol!

Isto completava a minha lista, fazendo deste um grande final de sessão e de umas férias á pesca qualquer coisa de inesquecível!

Não há palavras que façam justiça a este sítio! É um local de visita obrigatória! Eu mesmo, mal

chegue a Inglaterra irei começar a preparar a nova viagem, que já ficou marcada para novembro de 2015.

Stuart e Sean realmente criaram aquilo que se pode chamar de Nº1 no mundo quando se fala de locais de pesca! Que excelente local!

Nick Parkinson

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Para lutar contra estes autênticos monstros, iria usar canas Free Spirit, 10FT 6lb TC, carretos Shimano Big Pit, linha madre de 37lb, estralhos de 100lb e anzois número dois.

Tinha reservado estadia para dez noites, que iriam ser passadas em agradáveis quartos com ar condicionado, e sete dias de pesca, onde todo o material de pesca, assim como iscos, estava incluído. Ao lado lago há um bem abastecido bar, assim como um restaurante com todo o serviço, a um preço bastante justo, onde a comida era excelente. Havia ainda internet gratuita por todo o resort.

A pesca começa as 7h da manhã e termina às 8 da tarde. Cada pescador tem um guia de pesca designado por dia, para ajudar com o material, iscos, dicas e ajudar a colocar os peixes no camaroeiro, o que nem sempre é fácil, afinal estamos a falar de autênticos gigantes! Eu tinha por objetivo quatro espécies diferentes, Arapaima, Siamese Carp, Amazon Red Tail e Giant Mekong Catfish. Para ser honesto, ficaria contente se apanhasse qualquer coisa

No primeiro dia escolhi pescar na parte mais funda do lago. Comecei por usar pellets de 20mm em uma cana e um boilie na outra. Colocava também sacos pva cheios de pellets, mas mesmo assim o começo foi muito lento, tendo apenas o primeiro arranque às 15h, com uma grande grito do alarme da direita. Depois de cinco minutos onde largava mais linha que recuperava, o peixe acabou por se soltar. O guia disse-me que seria um Mekong ou Arapaima…. Nunca saberemos! Ás 17 horas troquei a montagem que tinha com boilie por cora-ção de galinha, na esperança de enganar algum dos grandes Arapaima que ali nadam, ou então um Amazon Red Tail, que também estava na lista dos desejados. Acabaria por ter uma mordida uma hora mais tarde, com novo arranque que me obrigou a correr na margem e que depois de dez minutos de intensa luta, acabou com um Amazon Red Tail de 37lb no tapete de recepção. Pelos padrões do Gillhams este não era grande exemplar, mas a partir dali já nada conseguia apagar o sorriso que se formou na minha cara! Depressa chegaram as 20h e era tempo de arrumar até ao dia seguinte. O primei-ro dia tinha terminado muito bem, estava ansioso pelo que se seguiria.

Afinal o segundo dia não viria a ser um bom dia de pesca, não conseguindo sequer um único toque. O que me confortou um pouco foi perceber que todos os pescadores do lago estavam mais ou menos como eu.

Ao terceiro dia fomos para o outro lado do lago. Ficamos a pescar em uma pequena língua de areia, que teria o comprimento de quatro canas, quer para minha direita como para a minha esquerda. Depois de quarenta e cinco minutos de ter colocado um

snowman de ananas, um estridente grito de um alarme deu início a uma batalha que duraria vinte e cinco minutos, que eu ganhei e tinha como trofeu uma gigantesca Siamese Carp, que depois de entrar no grande camaroeiro feito propositadamente para estes monstros, foi à balança marcar 85lb. Este era definitivamente um dos motivos que me tinha ali levado e que me deixaria muito emocionado!

Voltei a colocar a cana e a montagem no mesmo local mas nada aconteceria até às 15h. Desta vez o arranque era ainda mais brutal e começou uma luta que por várias vezes dei como perdida. Felizmente e extremamente cansado, uma hora e quinze minu-tos depois de ter começado, a luta acabou. O vence-dor era eu de novo, desta vez com um Mekong Catfish de 110lb! Que peixe!

O quarto dia foi a repetição do segundo, nada de arranque ou sinais de peixe o dia todo. De qual-quer forma não esperava que fosse fácil, nunca o é quando se trata de pescar grandes monstros! Deci-dimos então tirar dois dias de folga, para relaxar e conhecer um pouco da Tailândia.

Depois destes dois dias de descanso tão neces-sários, (pescar é muito cansativo� ), era tempo de explorar nova parte do lago. A minha próxima esco-lha para os dois últimos dias seria em uma zona conhecida como “baia dos Arapaimas”. A pesca começou bem, com um Amazon Red Tail de 65lb a fazer uma visita por volta das onze horas da manhã. Era um grande exemplar, que não resistiu a uma Halibut pellet, que eu tinha levado para usar caso fosse necessário, e deu resultado! Pouco depois apanhei um Red Bellied Pacu com 12lb, que se parece com as Bremas que temos na Europa, mas com dentes parecidos aos dos humanos. Ainda no

primeiro dia, com os Arapaima a mostrar-se por toda a baía, apanharia mais um Amazon Red Tail de 50lb. No final do dia e entre desferragens e linhas parti-das, contabilizei sete Arapaimas perdidos! Não subestimem a força bruta destes peixes, que conse-guiram dobrar uma das canas de 6lb ao meio, literal-mente! Fui avisado que apenas conseguiria apanhar três em cada dez Arapaima que ferrasse, e agora compreendo porquê, estes peixes são verdadeiros monstros!

O último dia de pesca estava ali, no próximo iria para casa e faltava-me um grande Arapaima com-pletar a lista que tinha pré-definido! Depois de perder cinco durante quase todo o dia e quando já entrava na última etapa do dia, por volta das 16 horas tenho novo arranque. Quando consegui apro-ximar o peixe da margem e este rolou à minha frente nem queria acreditar… era o maior peixe que tinha ferrado ou até mesmo visto alguma vez na vida! Os vinte minutos seguintes foram de uma enorme tensão, com o peixe a atravessar o lago de um lado para o outro, como se não estivesse preso à linha.

Finalmente! Por fim consegui colocar o peixe em uma jaula especialmente construída para estes casos! A surpresa e o cansaço eram enormes! O peixe não poderia ser pesado, pois não havia condi-ções para tal, mas o guia estimou o seu peso em 250lb! O isco, um simples coração de galinha preso ao anzol!

Isto completava a minha lista, fazendo deste um grande final de sessão e de umas férias á pesca qualquer coisa de inesquecível!

Não há palavras que façam justiça a este sítio! É um local de visita obrigatória! Eu mesmo, mal

chegue a Inglaterra irei começar a preparar a nova viagem, que já ficou marcada para novembro de 2015.

Stuart e Sean realmente criaram aquilo que se pode chamar de Nº1 no mundo quando se fala de locais de pesca! Que excelente local!

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2014 viu uma equipa estreante na modalidade de Pesca à Carpa sagrar-se campeã nacional. Nós acreditamos que isto, aliado às alterações que a FPPD introduziu na modalidade irá trazer mais gente para a competição, assim como poderá derrubar algumas barreiras e preconceitos que alguns Carpistas ainda alimentam contra quem escolhe esta forma de praticar Carp Fishing. Mas o que interessa agora é a conversa que tivemos com os novos campeões! Confiram a seguir….

DCM: Antes de mais, parabéns pelo feito. Conseguiram atingir o lugar cimeiro do campeo-nato Nacional logo no primeiro ano. Muito traba-lho, muita sorte ou tudo junto?

R: Desde já obrigado pelas felicitações, não só vossas mas de todos os que o fizeram. A conquista deste lugar deu-nos muito trabalho, foi necessária muita dedicação e esforço para vencer concorren-tes tão bons como os que se apresentaram no Cam-peonato Nacional, não querendo com isto dizer que o fator sorte não é importante e dá sempre jeito ter alguma (risos) mas pensamos que o resultado global foi evidente, quatro provas, apuramento zona norte e fase final, somaram um total de três primei-ros e um segundo lugar… ficamos muito satisfeitos com as nossas prestações!

DCM: Já algum de vocês tinha tido contacto com a competição anteriormente?

R: Sim, ambos já tínhamos tido contacto com a competição antes, já tínhamos feito uma ou outra prova do Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, infelizmente nunca tivemos oportunidade de concluir os campeonatos onde participamos. Eu (Hugo), já tinha feito também vários Nacionais mas de pesca à boia.

DCM: Em fronteira, na penúltima prova bate-ram também o recorde de maior quantidade de peso capturado em uma prova do campeonato nacional, considerando que houve equipas com

muito pouco peso capturado, o que vocês fizeram para marcar tal diferença?

R: A verdade é que há zonas ou pesqueiros que dão mais peixe do que outras mas como toda a gente que esteve presente sabe, nós levamos uma estratégia previamente pensada que depois acaba-mos por deixar de lado. A existência de peixes muito pequenos e em grandíssimas quantidades fizeram com que alterássemos o tipo de engoda-gens que levamos planeados, deixamos as “fari-nhas” de lado e mesmo as sementes foram em quantidades muito inferiores ao que tínhamos planeado, podemos dizer que a nossa engodagem foi 80% boilies, mas mesmo assim tivemos pesa-gens sem peixe… (penso que duas). Por várias vezes vimos peixe ao longo do dia à superfície e era uma pesca difícil para nós que não tínhamos os conheci-mentos suficientes para a fazer bem.

DCM: O que acharam da prova ali, mais concre-tamente do local em si em termos de pesqueiros?

R: Existem algumas desigualdades em termos de pesqueiros, tal como em todo lado! Mas penso que podemos afirmar que a barragem em si é espe-tacular!

DCM: E em Mira, como foi a pesca perante muitas adversidades, entre elas o estado do tempo?

R: A pesca em Mira, apesar do estado do tempo, foi bastante boa, como foi possível ver pelo total de

peso conseguido. Termos como ocupantes do pesqueiro do lado os campeões do mundo foi muito bom, tínhamos coisas mais importantes em que pensar do que na chuva e no vento… (risos)

DCM: Durante todo o campeonato, onde é que sentiram mais dificuldade? (pressão dos adversá-rios, esforço físico, etc.)

R: O mais difícil é sempre o esforço físico, principalmente em provas onde se engoda muito, é muito tempo sem dormir, muito cansaço.

DCM: Em alguma altura se perde a paciência com o parceiro? É que nem sempre se está nos “nossos dias”!

R: O relacionamento entre colegas tem de ser bom. Claro que há sempre um momento ou outro de mais tenção, mas mais vale usarmos essas ener-gias para pensar no que esta a correr mal e alterar se for caso disso.

DCM: Como foi o convívio com os adversários?R: O convívio tende sempre a ser bom. Há muita

gente impecável a fazer este campeonato,DCM: Na vossa opinião, acabaram com o

"mito" de só as equipas do sul serem campeãs?R: É mais fácil às equipas do Sul serem campe-

ãs, quando 95% dos participantes são do sul. Se o “pessoal do norte” for fazer o Campeonato Nacional as probabilidades serão diferentes de certeza, porque no Norte também há bons pescadores de carpas!

DCM: Consideram os moldes em que decorreu o nacional deste ano, zona norte e sul, seguindo das finais, mais equilibrado e justo?

R: Sim, os atuais moldes do CN parecem-nos os mais justos.

DCM: Para o próximo ano, poderão ir repre-sentar Portugal no campeonato mundial de pesca à Carpa, era algo que estava nos vossos planos?

R: Sim, estava, claro. Os nossos planos era fazer parte da seleção nacional, caso contrário nem tería-mos participado. O nosso grande objetivo era o primeiro lugar no CN, e claro está, conseguindo isso a seleção estava incluída.

DCM: Sabemos que mesmo indo na comitiva, o selecionador pode entender que não são a equipa mais adequada para representar a seleção. Contudo, caso pesquem, gostaríamos que trou-xessem o título de volta a Portugal, por isso, boa sorte!

R: Sim, sabemos que isso pode acontecer, não será a primeira vez que me vou (Hugo) debater com isso, mas ambos estamos prontos a trabalhar o melhor que soubermos para continuar a mostrar que somos capazes, e que somos uma escolha forte!

DCM: Querem deixar uma palavra de agrade-cimento a alguém?

R: Gostaríamos de agradecer ao nosso clube, PESCAMOR , assim como à Camara Municipal de Mortágua que nos apoiam e são quem nos permite praticar esta modalidade. Um agradecimento também à Decathlon pelo apoio prestado e à DCM, claro, que torna visível o desenrolar desta atividade, não só o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, mas o Carp Fishing em geral!

DCM: Muito obrigado e claro, boas pescarias!R: Boas pescarias para todos!

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2014 viu uma equipa estreante na modalidade de Pesca à Carpa sagrar-se campeã nacional. Nós acreditamos que isto, aliado às alterações que a FPPD introduziu na modalidade irá trazer mais gente para a competição, assim como poderá derrubar algumas barreiras e preconceitos que alguns Carpistas ainda alimentam contra quem escolhe esta forma de praticar Carp Fishing. Mas o que interessa agora é a conversa que tivemos com os novos campeões! Confiram a seguir….

DCM: Antes de mais, parabéns pelo feito. Conseguiram atingir o lugar cimeiro do campeo-nato Nacional logo no primeiro ano. Muito traba-lho, muita sorte ou tudo junto?

R: Desde já obrigado pelas felicitações, não só vossas mas de todos os que o fizeram. A conquista deste lugar deu-nos muito trabalho, foi necessária muita dedicação e esforço para vencer concorren-tes tão bons como os que se apresentaram no Cam-peonato Nacional, não querendo com isto dizer que o fator sorte não é importante e dá sempre jeito ter alguma (risos) mas pensamos que o resultado global foi evidente, quatro provas, apuramento zona norte e fase final, somaram um total de três primei-ros e um segundo lugar… ficamos muito satisfeitos com as nossas prestações!

DCM: Já algum de vocês tinha tido contacto com a competição anteriormente?

R: Sim, ambos já tínhamos tido contacto com a competição antes, já tínhamos feito uma ou outra prova do Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, infelizmente nunca tivemos oportunidade de concluir os campeonatos onde participamos. Eu (Hugo), já tinha feito também vários Nacionais mas de pesca à boia.

DCM: Em fronteira, na penúltima prova bate-ram também o recorde de maior quantidade de peso capturado em uma prova do campeonato nacional, considerando que houve equipas com

muito pouco peso capturado, o que vocês fizeram para marcar tal diferença?

R: A verdade é que há zonas ou pesqueiros que dão mais peixe do que outras mas como toda a gente que esteve presente sabe, nós levamos uma estratégia previamente pensada que depois acaba-mos por deixar de lado. A existência de peixes muito pequenos e em grandíssimas quantidades fizeram com que alterássemos o tipo de engoda-gens que levamos planeados, deixamos as “fari-nhas” de lado e mesmo as sementes foram em quantidades muito inferiores ao que tínhamos planeado, podemos dizer que a nossa engodagem foi 80% boilies, mas mesmo assim tivemos pesa-gens sem peixe… (penso que duas). Por várias vezes vimos peixe ao longo do dia à superfície e era uma pesca difícil para nós que não tínhamos os conheci-mentos suficientes para a fazer bem.

DCM: O que acharam da prova ali, mais concre-tamente do local em si em termos de pesqueiros?

R: Existem algumas desigualdades em termos de pesqueiros, tal como em todo lado! Mas penso que podemos afirmar que a barragem em si é espe-tacular!

DCM: E em Mira, como foi a pesca perante muitas adversidades, entre elas o estado do tempo?

R: A pesca em Mira, apesar do estado do tempo, foi bastante boa, como foi possível ver pelo total de

peso conseguido. Termos como ocupantes do pesqueiro do lado os campeões do mundo foi muito bom, tínhamos coisas mais importantes em que pensar do que na chuva e no vento… (risos)

DCM: Durante todo o campeonato, onde é que sentiram mais dificuldade? (pressão dos adversá-rios, esforço físico, etc.)

R: O mais difícil é sempre o esforço físico, principalmente em provas onde se engoda muito, é muito tempo sem dormir, muito cansaço.

DCM: Em alguma altura se perde a paciência com o parceiro? É que nem sempre se está nos “nossos dias”!

R: O relacionamento entre colegas tem de ser bom. Claro que há sempre um momento ou outro de mais tenção, mas mais vale usarmos essas ener-gias para pensar no que esta a correr mal e alterar se for caso disso.

DCM: Como foi o convívio com os adversários?R: O convívio tende sempre a ser bom. Há muita

gente impecável a fazer este campeonato,DCM: Na vossa opinião, acabaram com o

"mito" de só as equipas do sul serem campeãs?R: É mais fácil às equipas do Sul serem campe-

ãs, quando 95% dos participantes são do sul. Se o “pessoal do norte” for fazer o Campeonato Nacional as probabilidades serão diferentes de certeza, porque no Norte também há bons pescadores de carpas!

DCM: Consideram os moldes em que decorreu o nacional deste ano, zona norte e sul, seguindo das finais, mais equilibrado e justo?

R: Sim, os atuais moldes do CN parecem-nos os mais justos.

DCM: Para o próximo ano, poderão ir repre-sentar Portugal no campeonato mundial de pesca à Carpa, era algo que estava nos vossos planos?

R: Sim, estava, claro. Os nossos planos era fazer parte da seleção nacional, caso contrário nem tería-mos participado. O nosso grande objetivo era o primeiro lugar no CN, e claro está, conseguindo isso a seleção estava incluída.

DCM: Sabemos que mesmo indo na comitiva, o selecionador pode entender que não são a equipa mais adequada para representar a seleção. Contudo, caso pesquem, gostaríamos que trou-xessem o título de volta a Portugal, por isso, boa sorte!

R: Sim, sabemos que isso pode acontecer, não será a primeira vez que me vou (Hugo) debater com isso, mas ambos estamos prontos a trabalhar o melhor que soubermos para continuar a mostrar que somos capazes, e que somos uma escolha forte!

DCM: Querem deixar uma palavra de agrade-cimento a alguém?

R: Gostaríamos de agradecer ao nosso clube, PESCAMOR , assim como à Camara Municipal de Mortágua que nos apoiam e são quem nos permite praticar esta modalidade. Um agradecimento também à Decathlon pelo apoio prestado e à DCM, claro, que torna visível o desenrolar desta atividade, não só o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa, mas o Carp Fishing em geral!

DCM: Muito obrigado e claro, boas pescarias!R: Boas pescarias para todos!

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Page 34: Digital Carp Magazine #05

Novos Produtos

Advance Magnetic Crash Ball/Advance Crash Ball CXNovo conceito de sistema de engodagem que promete destronar o

famoso Spomb. A marca é a Advance e dispõe de dois modelos, um em forma de bola e outro em forma de foguetão. Ambos possuem fecho magnético que só abre em contacto com a água. A recuperação é fácil e mais silenciosa que o rival “Spomb”.

Nash Spot On Line MarkerA Nash desenvolveu este produto inovador para a marcação

dos fios. Trata-se de um pequeno frasco com um líquido que depois de aplicado solidifica formando uma capa de borracha, permitindo assim manter a linha marcada sem qualquer atrito no lançamento. Além disso, é facilmente removível após a nossa sessão de pesca. Disponível em quatro cores: verde, laranja, azul e roxo.

Nash Cling-On Tungsten LiquidA Nash desenvolveu este fantástico produto que permite placar qualquer

parte da nossa montagem. O conceito é simples, um líquido à base de tungsténio que solidifica após contacto com o ar. Uma execelente inovação.

CCMoore ResponseA CC Moore lançou mais uma gama de atrativos líquidos em fracos de

1 litro, disponível em quatro aromas: Peixe, Especiarias, Doce e Fruta. Estes líquidos podem ser usados em sementes, engodos, PVA, etc…

Gardner Fluoro PlusExcelente produto da Gardner, que vai dar uma ajuda extra na proteção das

nossas linhas, nylon ou fluoro carbono. Além da proteção faz também com que as linhas ficam mais macias, dando alguma vantagem ao lançamento, onde especial-mente com o fluoro carbono qualquer metro extra é sempre bem-vindo. No caso desta linha, que por norma afunda muito bem, ao dar-lhe um toque soft extra, faz também com que se adapte melhor aos contornos do fundo.

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Novos Produtos

Advance Magnetic Crash Ball/Advance Crash Ball CXNovo conceito de sistema de engodagem que promete destronar o

famoso Spomb. A marca é a Advance e dispõe de dois modelos, um em forma de bola e outro em forma de foguetão. Ambos possuem fecho magnético que só abre em contacto com a água. A recuperação é fácil e mais silenciosa que o rival “Spomb”.

Nash Spot On Line MarkerA Nash desenvolveu este produto inovador para a marcação

dos fios. Trata-se de um pequeno frasco com um líquido que depois de aplicado solidifica formando uma capa de borracha, permitindo assim manter a linha marcada sem qualquer atrito no lançamento. Além disso, é facilmente removível após a nossa sessão de pesca. Disponível em quatro cores: verde, laranja, azul e roxo.

Nash Cling-On Tungsten LiquidA Nash desenvolveu este fantástico produto que permite placar qualquer

parte da nossa montagem. O conceito é simples, um líquido à base de tungsténio que solidifica após contacto com o ar. Uma execelente inovação.

CCMoore ResponseA CC Moore lançou mais uma gama de atrativos líquidos em fracos de

1 litro, disponível em quatro aromas: Peixe, Especiarias, Doce e Fruta. Estes líquidos podem ser usados em sementes, engodos, PVA, etc…

Gardner Fluoro PlusExcelente produto da Gardner, que vai dar uma ajuda extra na proteção das

nossas linhas, nylon ou fluoro carbono. Além da proteção faz também com que as linhas ficam mais macias, dando alguma vantagem ao lançamento, onde especial-mente com o fluoro carbono qualquer metro extra é sempre bem-vindo. No caso desta linha, que por norma afunda muito bem, ao dar-lhe um toque soft extra, faz também com que se adapte melhor aos contornos do fundo.

Utilizar um bait rocket numa engodagem é uma opção que tomamos e o tipo de bait rocket é funda-mental para conseguirmos preparar um bom pesqueiro. De entre os vários tipos que há, o SPOMB, é de longe o que mais adeptos reúne. As vantagens são óbvias: não perde comida pelo cami-nho e corretamente utilizado é uma mais-valia. É fabricado em três tamanhos, o maior, que foi o primeiro a aparecer nesta família, seguindo-se depois os outros dois tamanhos, o médio e o mini.

O maior, pode levar cerca de 200 gramas de comida, consoante o que colocamos lá dentro. É utilizado para grandes engodagens, sendo necessá-rio ter uma boa cana e bons braços para lançar com frequência todo este peso.

O médio carrega cerca de 140 gramas de comida, é o mais equilibrado desta família, e cada vez o mais popular. É possível fazer uma boa engo-dagem com ele, é mais fácil de projetar e ainda assim a quantidade de comida que transporta é bastante razoável.

O mini, a cada viagem para o pesqueiro pode transportar cerca de 90 gramas de comida e sendo o mais pequeno desta família, a sua utilização é muito específica. É o ideal para pequenas engoda-gens onde se tenta evitar ao máximo perturbações na massa de água.

A forma como o SPOMB voa e alcança a água é fundamental para termos o melhor desempenho com este produto. Um dos pontos negativos do SPOMB é na altura de entrar na água, especialmente o maior. De facto o som do forte impacto ao alcan-çar a água pode ser bastante negativo e em algumas situações afugentar o peixe. O que podemos fazer para evitar isto é ter uma boa linha madre, macia e com alguma elasticidade, colocar a linha no clip à distância pretendida e após cada lançamento colo-car a cana para o lado e quando a linha atingir o clip acompanhar com a cana até o SPOMB tocar na água. O SPOMB não vai cair na água, mas sim aterrar de lado, diminuindo significativamente o som do impacto. Sabendo nós que o dispositivo que faz libertar a comida atua no momento do impacto podemos ter um problema na abertura, que será fácil contornar. Coloquem o dispositivo de abertura no mais sensível, e se ainda assim não for suficiente (ou seja o SPOMB não abrir com um impacto contro-lado), retirem a mola, com ajuda de um alicate aper-tem, diminuindo assim a força da mesma.

Espero que isto vos tenha ajudado a compreen-der melhor a técnica de engodar com SPOMB e a usá-lo da forma mais correta. Boas pescarias!

António Lopes

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A partida para a 16ª edição do Campeo-nato de Pesca à Carpa foi preparada da mesma forma que sempre fazemos, com algum tempo de antecedência para que nada falhe. Também como já tem sido hábito, a viagem foi feita de carro (um de carga e um de passageiros). Contudo desta vez tivemos alguma pressão, pois com a prova em Frontei-ra a contar para o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa o tempo para arrumar as coisas foi curto.

Fizemo-nos à estrada na sexta-feira à hora de almoço, sendo que a previsão de chegada a Itália era para sábado à noite, a viagem correu bastante bem, havendo as dificuldades do costume. O trânsito era inten-so, o que obrigou a chegada fosse mais tardia mas ainda assim em boas condições. Ficamos instalados no mesmo local que tínhamos

ficado em 2011, o qual fica perto do lago e que tem muito boas condições.

Domingo foi dia de descanso da longa viagem, nos dias seguintes aproveitamos para ver o lago, para tentar perceber se as condi-ções eram semelhantes a 2011 e conhecer a cidade.

No primeiro dia de prova partimos já com o material preparado e separado por equipas para o lago onde pouco depois ficamos a saber quais os pesqueiros que nos couberam em sorte, de seguida foi tempo de montar tudo e começar a pescar.

A pesca não foi fácil como esperado e devido ao mau tempo e à grande pressão de pesca gerada pelas muitas equipas partici-pantes, posso dizer que foi mais difícil do que 2011. Apesar de desta vez tentarmos ir melhor preparados a nível de pesca mais alta,

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A partida para a 16ª edição do Campeo-nato de Pesca à Carpa foi preparada da mesma forma que sempre fazemos, com algum tempo de antecedência para que nada falhe. Também como já tem sido hábito, a viagem foi feita de carro (um de carga e um de passageiros). Contudo desta vez tivemos alguma pressão, pois com a prova em Frontei-ra a contar para o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa o tempo para arrumar as coisas foi curto.

Fizemo-nos à estrada na sexta-feira à hora de almoço, sendo que a previsão de chegada a Itália era para sábado à noite, a viagem correu bastante bem, havendo as dificuldades do costume. O trânsito era inten-so, o que obrigou a chegada fosse mais tardia mas ainda assim em boas condições. Ficamos instalados no mesmo local que tínhamos

ficado em 2011, o qual fica perto do lago e que tem muito boas condições.

Domingo foi dia de descanso da longa viagem, nos dias seguintes aproveitamos para ver o lago, para tentar perceber se as condi-ções eram semelhantes a 2011 e conhecer a cidade.

No primeiro dia de prova partimos já com o material preparado e separado por equipas para o lago onde pouco depois ficamos a saber quais os pesqueiros que nos couberam em sorte, de seguida foi tempo de montar tudo e começar a pescar.

A pesca não foi fácil como esperado e devido ao mau tempo e à grande pressão de pesca gerada pelas muitas equipas partici-pantes, posso dizer que foi mais difícil do que 2011. Apesar de desta vez tentarmos ir melhor preparados a nível de pesca mais alta,

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A partida para a 16ª edição do Campeo-nato de Pesca à Carpa foi preparada da mesma forma que sempre fazemos, com algum tempo de antecedência para que nada falhe. Também como já tem sido hábito, a viagem foi feita de carro (um de carga e um de passageiros). Contudo desta vez tivemos alguma pressão, pois com a prova em Frontei-ra a contar para o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa o tempo para arrumar as coisas foi curto.

Fizemo-nos à estrada na sexta-feira à hora de almoço, sendo que a previsão de chegada a Itália era para sábado à noite, a viagem correu bastante bem, havendo as dificuldades do costume. O trânsito era inten-so, o que obrigou a chegada fosse mais tardia mas ainda assim em boas condições. Ficamos instalados no mesmo local que tínhamos

ficado em 2011, o qual fica perto do lago e que tem muito boas condições.

Domingo foi dia de descanso da longa viagem, nos dias seguintes aproveitamos para ver o lago, para tentar perceber se as condi-ções eram semelhantes a 2011 e conhecer a cidade.

No primeiro dia de prova partimos já com o material preparado e separado por equipas para o lago onde pouco depois ficamos a saber quais os pesqueiros que nos couberam em sorte, de seguida foi tempo de montar tudo e começar a pescar.

A pesca não foi fácil como esperado e devido ao mau tempo e à grande pressão de pesca gerada pelas muitas equipas partici-pantes, posso dizer que foi mais difícil do que 2011. Apesar de desta vez tentarmos ir melhor preparados a nível de pesca mais alta,

com os zig-rig, chegando mesmo a pescar a 100 metros de distância, além de em simultâ-neo nos termos aperfeiçoado em pesca de fundo, chegamos à conclusão que ainda temos muito por onde melhorar, pelo menos em águas deste género, que são bastante diferentes do que estamos habituados.

Posso afirmar que todos os atletas que vão aos mundiais, aprendem e trazem sempre algo de novo que os vai ajudar a desenvol-ver/acompanhar a pesca da atualidade, pois de ano para ano aparecem sempre mais coisas novas e diferentes. Este ano uma das equipas campeã ficou ao meu lado, o que deu para perceber o tipo de pesca que fizeram e que lhes permitiu ganhar. É claro que não conseguimos ver tudo porque tínhamos que fazer a nossa pesca ao mesmo tempo, mas sempre deu para perceber como o fizeram. Quem sabe em uma próxima oportunidade

essa aprendizagem não nos permite a melhor qualificação possível?

No final, hora de arrumar tudo, carregar à pressa porque o cansaço era muito e o tempo pouco para chegar atempadamente à entrega de prémios que seria seguida de jantar de encerramento onde houve o habitual conví-vio com as outras seleções amigas. No dia seguinte foi a despedida da casa onde ficamos alojados e o regresso a casa. A viagem foi longa e cansativa, com tudo acumulado, mas tal como na viagem de ida, também o regresso correu bem. A viagem foi também um trocar de ideias e rever o que tínhamos feito, bem ou mal, para que na próxima edição se consiga lutar pela qualifi-cação máxima.

Carlos Cardoso

A Nano Baits tem sido uma marca que veio revolucionar a pesca à carpa com boilies de alta qualidade, personalizadas com dois sabores ou simples, fazendo sentir a cada um de nós o verda-deiro sabor/cheiro quando se abre um dip ou se parte um boilie. Trouxe-nos produtos novos como o Amino Gel e o Focus gel. Produtos estes que foram criados pela Nano Baits. Tive o privilégio de ser patrocinado por esta marca, a qual me ajudou a alcançar os bons resultados obtidos durante o ano de 2014. No novo ano de 2015 vão aparecer muitas novidades, por isso estejam atentos à marca.

http://nanobaits.cz/uvod/katalog2014.html

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A partida para a 16ª edição do Campeo-nato de Pesca à Carpa foi preparada da mesma forma que sempre fazemos, com algum tempo de antecedência para que nada falhe. Também como já tem sido hábito, a viagem foi feita de carro (um de carga e um de passageiros). Contudo desta vez tivemos alguma pressão, pois com a prova em Frontei-ra a contar para o Campeonato Nacional de Pesca à Carpa o tempo para arrumar as coisas foi curto.

Fizemo-nos à estrada na sexta-feira à hora de almoço, sendo que a previsão de chegada a Itália era para sábado à noite, a viagem correu bastante bem, havendo as dificuldades do costume. O trânsito era inten-so, o que obrigou a chegada fosse mais tardia mas ainda assim em boas condições. Ficamos instalados no mesmo local que tínhamos

ficado em 2011, o qual fica perto do lago e que tem muito boas condições.

Domingo foi dia de descanso da longa viagem, nos dias seguintes aproveitamos para ver o lago, para tentar perceber se as condi-ções eram semelhantes a 2011 e conhecer a cidade.

No primeiro dia de prova partimos já com o material preparado e separado por equipas para o lago onde pouco depois ficamos a saber quais os pesqueiros que nos couberam em sorte, de seguida foi tempo de montar tudo e começar a pescar.

A pesca não foi fácil como esperado e devido ao mau tempo e à grande pressão de pesca gerada pelas muitas equipas partici-pantes, posso dizer que foi mais difícil do que 2011. Apesar de desta vez tentarmos ir melhor preparados a nível de pesca mais alta,

com os zig-rig, chegando mesmo a pescar a 100 metros de distância, além de em simultâ-neo nos termos aperfeiçoado em pesca de fundo, chegamos à conclusão que ainda temos muito por onde melhorar, pelo menos em águas deste género, que são bastante diferentes do que estamos habituados.

Posso afirmar que todos os atletas que vão aos mundiais, aprendem e trazem sempre algo de novo que os vai ajudar a desenvol-ver/acompanhar a pesca da atualidade, pois de ano para ano aparecem sempre mais coisas novas e diferentes. Este ano uma das equipas campeã ficou ao meu lado, o que deu para perceber o tipo de pesca que fizeram e que lhes permitiu ganhar. É claro que não conseguimos ver tudo porque tínhamos que fazer a nossa pesca ao mesmo tempo, mas sempre deu para perceber como o fizeram. Quem sabe em uma próxima oportunidade

essa aprendizagem não nos permite a melhor qualificação possível?

No final, hora de arrumar tudo, carregar à pressa porque o cansaço era muito e o tempo pouco para chegar atempadamente à entrega de prémios que seria seguida de jantar de encerramento onde houve o habitual conví-vio com as outras seleções amigas. No dia seguinte foi a despedida da casa onde ficamos alojados e o regresso a casa. A viagem foi longa e cansativa, com tudo acumulado, mas tal como na viagem de ida, também o regresso correu bem. A viagem foi também um trocar de ideias e rever o que tínhamos feito, bem ou mal, para que na próxima edição se consiga lutar pela qualifi-cação máxima.

Carlos Cardoso

A Nano Baits tem sido uma marca que veio revolucionar a pesca à carpa com boilies de alta qualidade, personalizadas com dois sabores ou simples, fazendo sentir a cada um de nós o verda-deiro sabor/cheiro quando se abre um dip ou se parte um boilie. Trouxe-nos produtos novos como o Amino Gel e o Focus gel. Produtos estes que foram criados pela Nano Baits. Tive o privilégio de ser patrocinado por esta marca, a qual me ajudou a alcançar os bons resultados obtidos durante o ano de 2014. No novo ano de 2015 vão aparecer muitas novidades, por isso estejam atentos à marca.

http://nanobaits.cz/uvod/katalog2014.html

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de voltaa Fronteira

Quando fazia a viagem de regresso do I Convívio DCM com o Gary, logo combinamos um regresso a Fronteira no outono. A ideia era voltar àquela maravilhosa água alentejana com um pouco mais de sossego. Por altura dos convívios, tendo havido menos de uma semana de intervalo entre o organizado pela DCM e o organizado pelas entidades locais, A loja O Anzol de Fronteira e o Clube de Pesca Fronteirense, o barulho e agitação na margem eram imensos, pois estamos a falar de dezenas de participantes. A ideia era explorar a água como manda o figurino! E lá voltamos nós, desta vez com uma equipa mais reduzida e bem espalhada pela margem, de forma a permitir que quem quisesse fazer uma pesca mais sossegada, o conseguisse. Mas será que foi assim? Confiram a seguir…

No meio de agosto, o António Lopes, que traba-lhava comigo praticamente havia um ano na DCM mas que eu apenas tinha encontrado no nosso convívio, fez-me o convite para quatro dias de pesca, com data a combinar para o outono. Transmiti-lhe o meu desejo de voltar a Fronteira, mas como na altura estava com a preparação para a visita ao Mirror Lake, deixei a escolha da data e local nas mãos dele. Pouco tempo depois recebia a confirmação; de 7 a 10 de Outubro íamos para Fron-teira. De terça a sexta, não podíamos pedir mais sossego.

Avisei o Gary, que logo ficou animado pela expectativa de nova visita e logo depois veio a confirmação. Ele iria e ainda levava o seu amigo e companheiro de muitas pescarias, Nigel Cave. Quando comunicamos no seio da DCM que iríamos a Fronteira logo percebemos que já não iriamos fazer uma pequena sessão de pesca, pois o Peixoto e o Nuno Silva logo confirmaram também. O Peixoto ainda levaria o António Oliveira, amigo comum e gente da boa, além de que havia ainda a promessa do Paulo Santos de Almeirim (entrevista na DCM #03) de nos acompanhar. Estávamos a falar já de oito pescadores pelo que não havia alternativa a não ser reservar os pesqueiros de interesse na barragem. Mais uma vez o Rui Brito deu mostras da excelente pessoa que é pois bastou uma simples mensagem e tudo ficou tratado. Um grande obriga-do por mais uma vez nos receber tão bem!

A viagem correu normalmente e as três horas que separam Moimenta da Beira de Fronteira rapidamente passaram. Às 8h da manhã, tal como combinado com o Lopes, estávamos à frente da loja O Anzol de Fronteira, propriedade do nosso amigo Rui Brito. Por esta altura já o Peixoto e o Tó nos espe-ravam também. Depois de tomar o pequeno-almoço, meia dúzia de letra com o Rui Brito e as licenças em dia, fomos até a Barragem onde já nos esperava um belo Favaios…. Perdão, café… que o Paulo Santos e o Nuno Silva já tinham preparado. Deparamo-nos com um acampamento perfeito que estes dois amigos tinham preparado no dia anterior. Como já não encontrava o Paulo e Nuno havia muito tempo, fiquei um bocado à conversa com eles, o que me permitiu assistir a uma bela captura que marcou 9kg na balança. Excelente recepção que tivemos!

Grande parte do primeiro dia foi gasta na sondagem, era a primeira vez que pescava no pesqueiro 5 e queria fazer as coisas em condições. Eu e o Lopes tínhamos decidido fazer dois tipos de pesqueiro cada um. Uma cana cada na margem oposta e outro pesqueiro mais perto da nossa margem. Tínhamos decidido fazer assim muito antes de saber o que me esperava, pois quando descarreguei a tralha da Avensis reparei que não tinha levado os remos! A bomba para encher o barco também tinha ficado em casa mas este problema foi resolvido, a bomba do Starbaits do Nuno tinha o mesmo encaixe. Ficou decidido usar o barco para pescar na outra margem até acabar a bateria.

As montagens foram colocadas e perto do anoi-tecer a cana da margem oposta do Lopes arrancou, trazendo uma pequena Comum até ao tapete. Perto das 23H a minha cana da mesma margem deu-me a primeira captura da sessão. A cana voltaria a ser lançada para o pesqueiro mais próximo e assim ficaria até o dia seguinte. Por volta das 2h da manhã arrancou também a outra cana, com repetição pouco tempo depois.

Ainda antes de tudo isto, o pessoal tinha-se juntado para um excelente arroz de pica no chão, que o Peixoto e o Tó trouxeram do norte e que desa-pareceu que foi um ar que lhe deu! Nesse mesmo jantar tivemos a companhia dos irmão Brito, que como sempre encheram a mesa de boa disposição. Boa disposição e um excelente tinto, que desapare-ceu tão depressa como o arroz! Nessa noite o calor era tanto que não foi fácil sequer adormecer!

A manhã seguinte chegou e a montagem da margem oposta voltou ao sítio. Apenas 30 minutos depois daria um arranque que acabaria por perder. Nova viagem e volta ao mesmo sítio, pouco depois repete-se a cena, novo arranque o nova perdida. Como não há duas três, novo arranque que teve o mesmo destino. Prendeu-se nos obstáculos, ainda fui lá de barco mas acabaria por se soltar. Todas estas viagens aliadas à forte ventania que se fazia sentir, acabaram com a bateria. Como não tinha remos tive que encostar o barco e desistir de nova tentativa. Fica a lição, conferir várias vezes se não falta nada essencial!

O Lopes, no seu pesqueiro mais perto, aprovei-

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de voltaa Fronteira

Quando fazia a viagem de regresso do I Convívio DCM com o Gary, logo combinamos um regresso a Fronteira no outono. A ideia era voltar àquela maravilhosa água alentejana com um pouco mais de sossego. Por altura dos convívios, tendo havido menos de uma semana de intervalo entre o organizado pela DCM e o organizado pelas entidades locais, A loja O Anzol de Fronteira e o Clube de Pesca Fronteirense, o barulho e agitação na margem eram imensos, pois estamos a falar de dezenas de participantes. A ideia era explorar a água como manda o figurino! E lá voltamos nós, desta vez com uma equipa mais reduzida e bem espalhada pela margem, de forma a permitir que quem quisesse fazer uma pesca mais sossegada, o conseguisse. Mas será que foi assim? Confiram a seguir…

No meio de agosto, o António Lopes, que traba-lhava comigo praticamente havia um ano na DCM mas que eu apenas tinha encontrado no nosso convívio, fez-me o convite para quatro dias de pesca, com data a combinar para o outono. Transmiti-lhe o meu desejo de voltar a Fronteira, mas como na altura estava com a preparação para a visita ao Mirror Lake, deixei a escolha da data e local nas mãos dele. Pouco tempo depois recebia a confirmação; de 7 a 10 de Outubro íamos para Fron-teira. De terça a sexta, não podíamos pedir mais sossego.

Avisei o Gary, que logo ficou animado pela expectativa de nova visita e logo depois veio a confirmação. Ele iria e ainda levava o seu amigo e companheiro de muitas pescarias, Nigel Cave. Quando comunicamos no seio da DCM que iríamos a Fronteira logo percebemos que já não iriamos fazer uma pequena sessão de pesca, pois o Peixoto e o Nuno Silva logo confirmaram também. O Peixoto ainda levaria o António Oliveira, amigo comum e gente da boa, além de que havia ainda a promessa do Paulo Santos de Almeirim (entrevista na DCM #03) de nos acompanhar. Estávamos a falar já de oito pescadores pelo que não havia alternativa a não ser reservar os pesqueiros de interesse na barragem. Mais uma vez o Rui Brito deu mostras da excelente pessoa que é pois bastou uma simples mensagem e tudo ficou tratado. Um grande obriga-do por mais uma vez nos receber tão bem!

A viagem correu normalmente e as três horas que separam Moimenta da Beira de Fronteira rapidamente passaram. Às 8h da manhã, tal como combinado com o Lopes, estávamos à frente da loja O Anzol de Fronteira, propriedade do nosso amigo Rui Brito. Por esta altura já o Peixoto e o Tó nos espe-ravam também. Depois de tomar o pequeno-almoço, meia dúzia de letra com o Rui Brito e as licenças em dia, fomos até a Barragem onde já nos esperava um belo Favaios…. Perdão, café… que o Paulo Santos e o Nuno Silva já tinham preparado. Deparamo-nos com um acampamento perfeito que estes dois amigos tinham preparado no dia anterior. Como já não encontrava o Paulo e Nuno havia muito tempo, fiquei um bocado à conversa com eles, o que me permitiu assistir a uma bela captura que marcou 9kg na balança. Excelente recepção que tivemos!

Grande parte do primeiro dia foi gasta na sondagem, era a primeira vez que pescava no pesqueiro 5 e queria fazer as coisas em condições. Eu e o Lopes tínhamos decidido fazer dois tipos de pesqueiro cada um. Uma cana cada na margem oposta e outro pesqueiro mais perto da nossa margem. Tínhamos decidido fazer assim muito antes de saber o que me esperava, pois quando descarreguei a tralha da Avensis reparei que não tinha levado os remos! A bomba para encher o barco também tinha ficado em casa mas este problema foi resolvido, a bomba do Starbaits do Nuno tinha o mesmo encaixe. Ficou decidido usar o barco para pescar na outra margem até acabar a bateria.

As montagens foram colocadas e perto do anoi-tecer a cana da margem oposta do Lopes arrancou, trazendo uma pequena Comum até ao tapete. Perto das 23H a minha cana da mesma margem deu-me a primeira captura da sessão. A cana voltaria a ser lançada para o pesqueiro mais próximo e assim ficaria até o dia seguinte. Por volta das 2h da manhã arrancou também a outra cana, com repetição pouco tempo depois.

Ainda antes de tudo isto, o pessoal tinha-se juntado para um excelente arroz de pica no chão, que o Peixoto e o Tó trouxeram do norte e que desa-pareceu que foi um ar que lhe deu! Nesse mesmo jantar tivemos a companhia dos irmão Brito, que como sempre encheram a mesa de boa disposição. Boa disposição e um excelente tinto, que desapare-ceu tão depressa como o arroz! Nessa noite o calor era tanto que não foi fácil sequer adormecer!

A manhã seguinte chegou e a montagem da margem oposta voltou ao sítio. Apenas 30 minutos depois daria um arranque que acabaria por perder. Nova viagem e volta ao mesmo sítio, pouco depois repete-se a cena, novo arranque o nova perdida. Como não há duas três, novo arranque que teve o mesmo destino. Prendeu-se nos obstáculos, ainda fui lá de barco mas acabaria por se soltar. Todas estas viagens aliadas à forte ventania que se fazia sentir, acabaram com a bateria. Como não tinha remos tive que encostar o barco e desistir de nova tentativa. Fica a lição, conferir várias vezes se não falta nada essencial!

O Lopes, no seu pesqueiro mais perto, aprovei-

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Page 42: Digital Carp Magazine #05

tou o dia para testar a pesca com zigs, o que lhe rendeu mais de uma dezena de capturas, embora todas de pequeno/medio porte. Também o dia para mim rendeu várias capturas, todas elas também com baixo peso. À noite, nova jantarada para o pessoal, desta vez massa com grão-de-bico e baca-lhau. Mais uma vez o Rui Brito esteve presente, e mais uma vez trouxe um excelente vinho da região!

A noite passaria calmamente no que diz respei-to a capturas, apenas o Lopes teria que se levantar para levar mais duas pequenas ao tapete. Por volta das 4h caiu um temporal de meter medo! Por sorte durou pouco tempo. Ao amanhecer do dia 9 relan-çamos as canas todas, mas com algumas alterações a nível de montagem. Uma das canas levou os Crave, que a loja Pesca Team Carp gentilmente cedeu, e que quinze minutos depois de colocada daria uma captura. Novo lançamento com um Crave de 20mm simples e pouco tempo depois, novo arranque. Não eram grandes mas davam um boa luta, o que acaba por se tornar sempre muito agra-dável. O mais curioso é que a engodagem continua-va a ser feita com Spicy Tuna, levando apenas o isco com um pequeno PVA de três ou quatro boilies esmagados ou um stringer com quatro boilies. Soubemos que o Nigel e o Gary estavam também a tirar várias Carpas, incluindo uma bonita espelhada. No pesqueiro à nossa direita, o Paulo e o Nuno também tinham feito algumas boas capturas. No pesqueiro 8, onde estava o Tó e o Peixoto, a noite e manhã não passaram de forma diferente, conse-guindo também eles algumas lindas capturas. Tudo isto fazia já desta uma bela sessão.

O almoço seria mais uma vez no nosso pesquei-ro, já com a presença do Daniel Marques, que veio cumprir a promessa de uma visita. Já conhecia o Daniel do convívio “Descobrir o Carp Fishing”, que tinha sido realizado em Abril último, pelo que foi um prazer revê-lo e trocar duas de letra! Este rapaz não deixa crédito por mãos alheias quando se trata de dar fama aos alentejanos, pois só na despedida demorou duas horas! Quem também apareceu foi o Tó-Zé, que ainda não tinha tido o prazer de conhe-cer pessoalmente, apenas das reportagens que ele tinha enviado para duas das edições da DCM. Com muita pena minha não poderei estar presente no 2º Convívio dos Carpista Alentejanos que ele está por esta altura (em que estou a escrever estas linhas) a organizar mas ficou a promessa dele de enviar um relato completo desse convívio, pelo que provavel-mente irão encontrá-lo nas páginas desta edição! Um abraço para o Tó-Zé, não irão faltar oportunida-des para nos encontrarmos à beira da água! Espe-cialmente se ele prometer levar daqueles peque-nos queijos outra vez!

No que diz respeito a capturas, estas foram-se sucedendo a bom ritmo, sendo o último dia qual-quer coisa de fantástico. A última noite tinha come-çado com muita chuva, uma olhadela às previsões fizeram-me repetir o que fiz uma vez no Arnozelo, colocar o despertador para a hora em que se previa que a chuva iria passar, neste caso para as 2h da manhã. Tinha acabado de acordar e já estava a levantar-me, bastante satisfeito pois a lua espreita-va entre as nuvens e a chuva tinha ido embora, quando soa um alarme. Era mais uma captura com os Crave! Como havia várias horas que as monta-gens não eram mexidas e há muito peixe pequeno por ali, decidi relançar todas as canas. Entretanto o

Lopes fez também uma captura e com isto perde-mos o sono. Andamos um pouco a vaguear pelas margem e ficamos admirados com a quantidade de comida natural que esta contém. Só pequenos cara-cóis habitam ali aos milhões! Contribui muito para isto o facto de o nível da água ser muito estável, permitindo assim o crescimento de erva até à água e o desenvolvimento da vida animal. Só voltamos às bedchairs por volta das 5h da manhã e foi um dos meus Delkin que me arrancou de lá de novo. Com o peixe ferrado logo me apercebi que era um bom exemplar, como a margem era um pouco difícil, com água muito rasa e muita erva, decidi chamar o Lopes para dar uma ajuda com o camaroeiro. A suspeita confirmou-se pouco depois na balança, 9,3Kg batia o meu recorde anterior da barragem! Foi uma exce-lente luta e prazer confirmar que nadam tão bonitos exemplares nesta linda barragem. Obrigado ao Lopes pela ajuda!

Essa era a manhã que iriamos começar a arrumar o material, o que foi feito muito calmamen-te e interrompido mais uma dezena de vezes! Cheguei a pensar que tinha que tirar as montagens fora de água para poder arrumar o material, só não o fiz porque entretanto chegaram o Peixoto e o Tó e deram uma ajuda. O Peixoto iria mesmo capturar a Carpa mais pequena da sessão, o que no fundo também é um recorde! O Tó iria tratar do segundo arranque, o que lhe daria uma linda Carpa Comum que acusou na balança 7kg bem pesados. A mim coube-me ainda um dos mais bonitos exemplares da sessão, uma Espelhada com 4.5kg e mesmo a finalizar a sessão, o Rui Brito, que tinha acabado de chegar, tratou do último arranque, colocando no tapete uma pequena mas bonita Comum.

O Rui Brito iria ficar no pesqueiro 5 durante o resto da semana, pelas mensagens que fomos trocando fiquei a saber que as capturas foram muitas, mas o tempo piorou e no fim-de-semana tornou-se um pouco difícil por causa da chuva.

O Gary e o Nigel ficaram também até sábado. Eles estavam no pesqueiro 2, que é o mais difícil dos que ocupamos durante essa semana, por causa dos obstáculos, mas se começaram a semana deva-gar, a ultima mensagem do Gary diz tudo sobre a sessão deles: “Cheguei a casa. Montes e montes de capturas! Falamos mais tarde!”

Embora as capturas sejam o objetivo de uma sessão de pesca, o convívio que aconteceu por lá fez valer a viagem largamente. As saídas inespera-das do Tó, as expressões de louco do Peixoto, a forma como o Nuno encara as situações e lhes dá a volta da forma mais imaginária que se possa pensar (só ele mesmo para usar uma mola da roupa para suporte das canas), o imprevisível Lopes, que nunca deixa transparecer as emoções e de repente nos arranca umas gargalhadas inesperadas, as expres-sões que o Paulo Santos usa são de ir às lagrimas e a presença dos irmãos Brito animam sempre uma sessão. Com a visita do Daniel, do Tó-Zé e amigos que foram com ele, este convívio transformou-se numa das melhores sessões em que alguma vez participei! Um abraço a todos espero que não passe muito tempo sem nos voltarmos a encontrar para outra pescaria!

Orlando Loureiro

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tou o dia para testar a pesca com zigs, o que lhe rendeu mais de uma dezena de capturas, embora todas de pequeno/medio porte. Também o dia para mim rendeu várias capturas, todas elas também com baixo peso. À noite, nova jantarada para o pessoal, desta vez massa com grão-de-bico e baca-lhau. Mais uma vez o Rui Brito esteve presente, e mais uma vez trouxe um excelente vinho da região!

A noite passaria calmamente no que diz respei-to a capturas, apenas o Lopes teria que se levantar para levar mais duas pequenas ao tapete. Por volta das 4h caiu um temporal de meter medo! Por sorte durou pouco tempo. Ao amanhecer do dia 9 relan-çamos as canas todas, mas com algumas alterações a nível de montagem. Uma das canas levou os Crave, que a loja Pesca Team Carp gentilmente cedeu, e que quinze minutos depois de colocada daria uma captura. Novo lançamento com um Crave de 20mm simples e pouco tempo depois, novo arranque. Não eram grandes mas davam um boa luta, o que acaba por se tornar sempre muito agra-dável. O mais curioso é que a engodagem continua-va a ser feita com Spicy Tuna, levando apenas o isco com um pequeno PVA de três ou quatro boilies esmagados ou um stringer com quatro boilies. Soubemos que o Nigel e o Gary estavam também a tirar várias Carpas, incluindo uma bonita espelhada. No pesqueiro à nossa direita, o Paulo e o Nuno também tinham feito algumas boas capturas. No pesqueiro 8, onde estava o Tó e o Peixoto, a noite e manhã não passaram de forma diferente, conse-guindo também eles algumas lindas capturas. Tudo isto fazia já desta uma bela sessão.

O almoço seria mais uma vez no nosso pesquei-ro, já com a presença do Daniel Marques, que veio cumprir a promessa de uma visita. Já conhecia o Daniel do convívio “Descobrir o Carp Fishing”, que tinha sido realizado em Abril último, pelo que foi um prazer revê-lo e trocar duas de letra! Este rapaz não deixa crédito por mãos alheias quando se trata de dar fama aos alentejanos, pois só na despedida demorou duas horas! Quem também apareceu foi o Tó-Zé, que ainda não tinha tido o prazer de conhe-cer pessoalmente, apenas das reportagens que ele tinha enviado para duas das edições da DCM. Com muita pena minha não poderei estar presente no 2º Convívio dos Carpista Alentejanos que ele está por esta altura (em que estou a escrever estas linhas) a organizar mas ficou a promessa dele de enviar um relato completo desse convívio, pelo que provavel-mente irão encontrá-lo nas páginas desta edição! Um abraço para o Tó-Zé, não irão faltar oportunida-des para nos encontrarmos à beira da água! Espe-cialmente se ele prometer levar daqueles peque-nos queijos outra vez!

No que diz respeito a capturas, estas foram-se sucedendo a bom ritmo, sendo o último dia qual-quer coisa de fantástico. A última noite tinha come-çado com muita chuva, uma olhadela às previsões fizeram-me repetir o que fiz uma vez no Arnozelo, colocar o despertador para a hora em que se previa que a chuva iria passar, neste caso para as 2h da manhã. Tinha acabado de acordar e já estava a levantar-me, bastante satisfeito pois a lua espreita-va entre as nuvens e a chuva tinha ido embora, quando soa um alarme. Era mais uma captura com os Crave! Como havia várias horas que as monta-gens não eram mexidas e há muito peixe pequeno por ali, decidi relançar todas as canas. Entretanto o

Lopes fez também uma captura e com isto perde-mos o sono. Andamos um pouco a vaguear pelas margem e ficamos admirados com a quantidade de comida natural que esta contém. Só pequenos cara-cóis habitam ali aos milhões! Contribui muito para isto o facto de o nível da água ser muito estável, permitindo assim o crescimento de erva até à água e o desenvolvimento da vida animal. Só voltamos às bedchairs por volta das 5h da manhã e foi um dos meus Delkin que me arrancou de lá de novo. Com o peixe ferrado logo me apercebi que era um bom exemplar, como a margem era um pouco difícil, com água muito rasa e muita erva, decidi chamar o Lopes para dar uma ajuda com o camaroeiro. A suspeita confirmou-se pouco depois na balança, 9,3Kg batia o meu recorde anterior da barragem! Foi uma exce-lente luta e prazer confirmar que nadam tão bonitos exemplares nesta linda barragem. Obrigado ao Lopes pela ajuda!

Essa era a manhã que iriamos começar a arrumar o material, o que foi feito muito calmamen-te e interrompido mais uma dezena de vezes! Cheguei a pensar que tinha que tirar as montagens fora de água para poder arrumar o material, só não o fiz porque entretanto chegaram o Peixoto e o Tó e deram uma ajuda. O Peixoto iria mesmo capturar a Carpa mais pequena da sessão, o que no fundo também é um recorde! O Tó iria tratar do segundo arranque, o que lhe daria uma linda Carpa Comum que acusou na balança 7kg bem pesados. A mim coube-me ainda um dos mais bonitos exemplares da sessão, uma Espelhada com 4.5kg e mesmo a finalizar a sessão, o Rui Brito, que tinha acabado de chegar, tratou do último arranque, colocando no tapete uma pequena mas bonita Comum.

O Rui Brito iria ficar no pesqueiro 5 durante o resto da semana, pelas mensagens que fomos trocando fiquei a saber que as capturas foram muitas, mas o tempo piorou e no fim-de-semana tornou-se um pouco difícil por causa da chuva.

O Gary e o Nigel ficaram também até sábado. Eles estavam no pesqueiro 2, que é o mais difícil dos que ocupamos durante essa semana, por causa dos obstáculos, mas se começaram a semana deva-gar, a ultima mensagem do Gary diz tudo sobre a sessão deles: “Cheguei a casa. Montes e montes de capturas! Falamos mais tarde!”

Embora as capturas sejam o objetivo de uma sessão de pesca, o convívio que aconteceu por lá fez valer a viagem largamente. As saídas inespera-das do Tó, as expressões de louco do Peixoto, a forma como o Nuno encara as situações e lhes dá a volta da forma mais imaginária que se possa pensar (só ele mesmo para usar uma mola da roupa para suporte das canas), o imprevisível Lopes, que nunca deixa transparecer as emoções e de repente nos arranca umas gargalhadas inesperadas, as expres-sões que o Paulo Santos usa são de ir às lagrimas e a presença dos irmãos Brito animam sempre uma sessão. Com a visita do Daniel, do Tó-Zé e amigos que foram com ele, este convívio transformou-se numa das melhores sessões em que alguma vez participei! Um abraço a todos espero que não passe muito tempo sem nos voltarmos a encontrar para outra pescaria!

Orlando Loureiro

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OS ISCOS

Spicy TunaAté já me custa escrever sobre os Spicy Tuna da

Dynamite, pois tenho que me repetir de reportagem para reportagem. Como em todas as anteriores sessões tinha usado boilies doces e desta vez a ideia era fazer diferente em praticamente todos os aspetos, decidi também alterar os iscos a usar para salgados. Que melhor opção do que esta teria? A acompanhar os boilies iam pellets e tiger nuts, em pequena quantidade, apenas o suficiente para espalhar algumas lembranças pelo pesqueiro. Durante os mais de cinco meses que separaram as duas visitas estive sempre atento as sessões que se iam por la fazendo, que resultavam sempre em agradáveis pescarias. Na realidade esta escolha foi acertadíssima, pois as capturas foram incontáveis, e apesar de não ter sido com Spicy Tuna, acabaria por bater o meu record de peso da barragem com um boilie salgado. Contudo os Spicy Tuna contribuíram largamente para outro recorde que bati, o número de capturas em uma sessão naquela barragem!

CravePoucos dias antes da ida para Fronteira um

leitor da DCM perguntou-me se já tínhamos testado os Crave, um dos últimos lançamentos da Dynamite no que diz respeito a boilies. Honestamente não teria dúvidas em recomendar os boilies de olhos fechados, mas por princípio não costumo fazê-lo, como tal decidi levar os boilies para testar em Fron-teira. Confesso que a ideia era lançar um boilie com um pva e deixar ficar uma cana por tempo indeter-minado, mas acabei por me esquecer quando lá cheguei. Engodei todos os spots com Spicy Tuna, Pellets e Tigers. Só me voltei a lembrar dos Crave quando a pescaria atingiu um ponto morto. Varias horas sem uma captura, quer da minha parte quer da parte do Lopes, que estava a pescar com boilies diferentes. De repente lembrei-me de iscar um Crave…. Quinze minutos depois uma captura! Podia ser coincidência… Novo lançamento e nova captura! Para ter a certeza lancei todas as montagens com Crave, todas capturaram em pouco espaço de tempo, e continuaram a fazê-lo durante o resto da sessão! Fantástico! Boilies aprovados!

Um agradecimento à loja Pesca Team Carp pela contribuição comos boilies Crave, para a realização do teste.

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OS ISCOS

Spicy TunaAté já me custa escrever sobre os Spicy Tuna da

Dynamite, pois tenho que me repetir de reportagem para reportagem. Como em todas as anteriores sessões tinha usado boilies doces e desta vez a ideia era fazer diferente em praticamente todos os aspetos, decidi também alterar os iscos a usar para salgados. Que melhor opção do que esta teria? A acompanhar os boilies iam pellets e tiger nuts, em pequena quantidade, apenas o suficiente para espalhar algumas lembranças pelo pesqueiro. Durante os mais de cinco meses que separaram as duas visitas estive sempre atento as sessões que se iam por la fazendo, que resultavam sempre em agradáveis pescarias. Na realidade esta escolha foi acertadíssima, pois as capturas foram incontáveis, e apesar de não ter sido com Spicy Tuna, acabaria por bater o meu record de peso da barragem com um boilie salgado. Contudo os Spicy Tuna contribuíram largamente para outro recorde que bati, o número de capturas em uma sessão naquela barragem!

CravePoucos dias antes da ida para Fronteira um

leitor da DCM perguntou-me se já tínhamos testado os Crave, um dos últimos lançamentos da Dynamite no que diz respeito a boilies. Honestamente não teria dúvidas em recomendar os boilies de olhos fechados, mas por princípio não costumo fazê-lo, como tal decidi levar os boilies para testar em Fron-teira. Confesso que a ideia era lançar um boilie com um pva e deixar ficar uma cana por tempo indeter-minado, mas acabei por me esquecer quando lá cheguei. Engodei todos os spots com Spicy Tuna, Pellets e Tigers. Só me voltei a lembrar dos Crave quando a pescaria atingiu um ponto morto. Varias horas sem uma captura, quer da minha parte quer da parte do Lopes, que estava a pescar com boilies diferentes. De repente lembrei-me de iscar um Crave…. Quinze minutos depois uma captura! Podia ser coincidência… Novo lançamento e nova captura! Para ter a certeza lancei todas as montagens com Crave, todas capturaram em pouco espaço de tempo, e continuaram a fazê-lo durante o resto da sessão! Fantástico! Boilies aprovados!

Um agradecimento à loja Pesca Team Carp pela contribuição comos boilies Crave, para a realização do teste.

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Para muitos um tema Tabu, para outros uma “arma” a utilizar para afirmar o Carp Fishing como modalidade de pesca a nível nacional… Nesta coluna, vou dar-vos a conhecer através da minha última experiência de pesca, o meu modo de ver “A vinda de novos Carpistas”.

Pois para mim, pescar sozinho é chato, não gosto de o fazer quer por razões de segurança, quer por conforto, pois sem ter ninguém com quem partilhar a “minha pesca” torna-se demasiado abor-recido passar dois, três, quatro dias, ou até umas curtas horas à pesca. Assim sendo, e este texto passa apenas pela minha opinião pessoal, moldada pelas experiencias que tenho vivido, prefiro ter companhia durante o tempo que passo junto à água, se essa for de alguém mais experiente, com quem possa aprender e que pratique pesca sem morte, é ouro sobre azul, mas caso o parceiro seja alguém com menos experiencia que tenha de ensinar ou até tentar mudar a sua forma de ver os peixes… Qual seria a vossa reação a isso?

Pessoalmente fui muito de segredos, sobre como pesco, pois também eu já fui um iniciado e recordo-me das dificuldades e duvidas que sentia na altura, sobre como funcionaria uma engodagem, ou se estaria a colocar uma bola de tamanho certo para aquele número de anzol, e sem ter ninguém que me dissesse se estava a fazer bem ou mal, ou porque deveria fazê-lo da forma A, B ou C, torna-va-se de certeza quase impossível acertar sem errar umas quantas vezes antes… Neste momento considerando que ainda tenho muito por aprender, mas estando numa fase que também já consigo passar alguns conhecimentos a outros que precis-am, sinto por vezes algum receio de que ao ensinar a empatar um anzol posso estar a condenar uns quantos peixes, mas considero que será benéfico partilhar informação desde que de forma consci-ente! E quando um rapazito de 16 anos vem ter comigo e me diz que gostava muito de vir comigo à pesca para poder aprender como se pesca um exemplar de “grandes” dimensões, não hesito em responder: SIM! Sabendo de antemão que a pessoa em questão, é “ainda” adepto de levar uns peixes para casa, quer seja para adornar o tanque do quin-tal, quer seja para fazer um petisco com os amigos... Nestes termos não nego ajuda, até porque com esta

atitude poderei vir a salvar uns quantos peixinhos de irem parar ao tacho! Isto porque considero possível a qualquer ser humano mudar. E não é que mudam mesmo?….

Certo dia o André veio ter comigo, sabendo do meu gosto pelo Carp Fishing, e pediu me para o levar comigo à pesca, para que ele pudesse ver como funcionava, porque também ele é pescador, eu costumo chamar-lhe “carinhosamente” de predador, mas nunca tinha visto um exemplar de grandes dimensões... Após ter pensado no assunto acedi ao convite, tentando desde logo iniciar a mudança de mentalidade que tanto se fala no panorama da pesca lúdica em Portugal. E não sei se por insistência ou se por ele realmente perceber que se tratava de uma mudança positiva ao seu alcance, comecei a notar curiosidade da parte do André, ainda antes de iniciarmos a sessão de pesca nalguns aspetos específicos da nossa modalidade como a segurança do peixe fora de água, comotirar uma fotografia bonita, o querer percebermais sobre os material e métodosutilizados para não magoar ouferir os peixes, perceber oporquê de existirempeixes de grandesdimensõesem algumaságuas e

noutras nem tanto… Em detrimento do que seria mais normal um “caçador” perguntar: Como é apan-har um peixe grande? Têm muitas espinhas? (esta uma pergunta que denuncia muito os chamados predadores e é comum fazerem-na). Achei desde logo positivo. Mas a visibilidade dessa mudança iria

vê-la recompensada alguns dias mais tarde. Fizemos uma sessão de 4 dias, numa barragem difícil, onde fui pela primeira vez. Lagostins muito ativos, cágados aos “molhos”, cerca de 40 graus de temperatura máxima em pleno verão alentejano, ou seja, não se adivinhava que o André viesse a ficar fã do Carp Fishing. Nas primeiras 24 horas, peixes nem vê-los… Ia dizendo ao André que não ficasse impaci-ente pois num segundo podia mudar tudo! E que teríamos de ir fazendo experiências e tentativas até uma delas dar resultado positivo. Pelo tempo que íamos passando lentamente junto da água, fui questionando o André sobre o porque de matar um animal que não lhe fazia mal nenhum? Porquê? Se até lhe proporciona momentos de alegria aquando da sua captura? Porque não devolve-lo para apan-há-lo novamente e mais pesado? Porque não começar a fazer isto com os amigos numa próxima vez? Pelas suas respostas, percebi que não tinham ali comigo um “mata carpas”, mas que tinha um ser pescador que acima de tudo precisava de ter conhecimento de novas realidades, e de perceber o impacto que os seus atos teriam em um ecossiste-ma vivo.

BIIIIPPPPPPPP! E eis que durante a noite sai o primeiro peixinho, uma comum com 6,5 quilo-gramas, bem nutrida, mas onde anda o André perguntam vocês? Teria que ser eu a tirar o peixe, o André adormeceu… Ainda em sobressalto lá me aparece para ver a captura. Ficou mais que acordado ao tirar fotos com a bonita comum nas suas mãos! Acho que a magia das devoluções o tocou logo nessa noite. Pediu-me para dali em diante dormir dentro da tenda com a central junto aos ouvidos! Estava viciado nos bips! Só restava saber se realmente tinha conseguido operar com sucesso a mudança mais importante. Mais um arranque, este já na manhã seguinte e desta vez, o André com o melhor despertador dos Carpistas, deu um salto pra fora de tenda e tirou sem ajudas o seu primeiro exemplar que acusou 4,5 quilogramas na balança e que lhe deu momentos fantásticos registados em fotografia. Notei principalmente o gosto que lhe deu devolver o peixe à água nas melhores condições, a paciência que teve para que o peixe levasse o seu tempo a recuperar energias e o curati-vo que realizou na ferida feita pelo anzol.

Esta foi a minha primeira experiencia de tentar operar uma mudança de mentalidade com “pesca-dores matadores”, que não devolviam as suas capturas porque nunca ouviram sequer falar em tal coisa… Que nunca pensaram que existisse um “betadine para peixes”. E que o mais normal após uma pescaria é fazer a respetiva caldeirada com os peixes que levam das barragens, ao invés, de sentirem o toque mágico de um peixe a ser devolvi-do pelas suas próprias mãos ao seu habitat natural. O poder agradecer os momentos fantásticos que aquele animal nos proporciona, concedendo-lhe mais anos de vida.

Sinceramente penso que o André ficou apaixo-nado pela filosofia do Carp Fishing, e embora não esteja cem por cento seguro que ele na próxima pescaria que faça sozinho ou com os amigos devol-va todos os peixes que consiga capturar, tenho a certeza irá ouvir o eco desta sessão e sentirá com certeza vontade de devolver alguns dos peixes ao seu meio natural.

Concluo então que para conseguirmos impor-tantes alterações nas mentes dos pescadores que ainda recordam os seus troféus nos pratos após as sessões de pesca, precisamos correr grandes e tão

simples riscos, como os de ensinar alguém a colocar uma bola no cabelo, e mais tarde virmos a saber que um peixe acabou dentro de um forno. Mas não serão todos os que tentámos mudar que falham… De certeza que com estas ações conseguiremos salvar uns quantos peixes da matança certa! E não tenhamos ilusões pois não será de todo possível mudar todas as cabeças do país! Há que tentar promover o futuro da modalidade, e o futuro serão sem dúvida os Carpistas de amanhã. E como já disse anteriormente quando o decidirmos fazer, terá de ser sempre de uma forma consciente e lúcida, pois podemos sempre deparar com uma pessoa que ensinamos a fazer um nó, com um peixe de 10 quilogramas dentro do carro! Mas nunca desistam de mudar os que ainda resistem pois muitos deles apenas não devolvem porque nunca ninguém lhes explicou que é o mais correto, e que poderá benefi-ciar um universo enorme de Carpistas e de peixes com um gesto tão simples como é uma devolução.

Texto: Tó-Zé PiresFotos: Carlos Matos

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Para muitos um tema Tabu, para outros uma “arma” a utilizar para afirmar o Carp Fishing como modalidade de pesca a nível nacional… Nesta coluna, vou dar-vos a conhecer através da minha última experiência de pesca, o meu modo de ver “A vinda de novos Carpistas”.

Pois para mim, pescar sozinho é chato, não gosto de o fazer quer por razões de segurança, quer por conforto, pois sem ter ninguém com quem partilhar a “minha pesca” torna-se demasiado abor-recido passar dois, três, quatro dias, ou até umas curtas horas à pesca. Assim sendo, e este texto passa apenas pela minha opinião pessoal, moldada pelas experiencias que tenho vivido, prefiro ter companhia durante o tempo que passo junto à água, se essa for de alguém mais experiente, com quem possa aprender e que pratique pesca sem morte, é ouro sobre azul, mas caso o parceiro seja alguém com menos experiencia que tenha de ensinar ou até tentar mudar a sua forma de ver os peixes… Qual seria a vossa reação a isso?

Pessoalmente fui muito de segredos, sobre como pesco, pois também eu já fui um iniciado e recordo-me das dificuldades e duvidas que sentia na altura, sobre como funcionaria uma engodagem, ou se estaria a colocar uma bola de tamanho certo para aquele número de anzol, e sem ter ninguém que me dissesse se estava a fazer bem ou mal, ou porque deveria fazê-lo da forma A, B ou C, torna-va-se de certeza quase impossível acertar sem errar umas quantas vezes antes… Neste momento considerando que ainda tenho muito por aprender, mas estando numa fase que também já consigo passar alguns conhecimentos a outros que precis-am, sinto por vezes algum receio de que ao ensinar a empatar um anzol posso estar a condenar uns quantos peixes, mas considero que será benéfico partilhar informação desde que de forma consci-ente! E quando um rapazito de 16 anos vem ter comigo e me diz que gostava muito de vir comigo à pesca para poder aprender como se pesca um exemplar de “grandes” dimensões, não hesito em responder: SIM! Sabendo de antemão que a pessoa em questão, é “ainda” adepto de levar uns peixes para casa, quer seja para adornar o tanque do quin-tal, quer seja para fazer um petisco com os amigos... Nestes termos não nego ajuda, até porque com esta

atitude poderei vir a salvar uns quantos peixinhos de irem parar ao tacho! Isto porque considero possível a qualquer ser humano mudar. E não é que mudam mesmo?….

Certo dia o André veio ter comigo, sabendo do meu gosto pelo Carp Fishing, e pediu me para o levar comigo à pesca, para que ele pudesse ver como funcionava, porque também ele é pescador, eu costumo chamar-lhe “carinhosamente” de predador, mas nunca tinha visto um exemplar de grandes dimensões... Após ter pensado no assunto acedi ao convite, tentando desde logo iniciar a mudança de mentalidade que tanto se fala no panorama da pesca lúdica em Portugal. E não sei se por insistência ou se por ele realmente perceber que se tratava de uma mudança positiva ao seu alcance, comecei a notar curiosidade da parte do André, ainda antes de iniciarmos a sessão de pesca nalguns aspetos específicos da nossa modalidade como a segurança do peixe fora de água, comotirar uma fotografia bonita, o querer percebermais sobre os material e métodosutilizados para não magoar ouferir os peixes, perceber oporquê de existirempeixes de grandesdimensõesem algumaságuas e

noutras nem tanto… Em detrimento do que seria mais normal um “caçador” perguntar: Como é apan-har um peixe grande? Têm muitas espinhas? (esta uma pergunta que denuncia muito os chamados predadores e é comum fazerem-na). Achei desde logo positivo. Mas a visibilidade dessa mudança iria

vê-la recompensada alguns dias mais tarde. Fizemos uma sessão de 4 dias, numa barragem difícil, onde fui pela primeira vez. Lagostins muito ativos, cágados aos “molhos”, cerca de 40 graus de temperatura máxima em pleno verão alentejano, ou seja, não se adivinhava que o André viesse a ficar fã do Carp Fishing. Nas primeiras 24 horas, peixes nem vê-los… Ia dizendo ao André que não ficasse impaci-ente pois num segundo podia mudar tudo! E que teríamos de ir fazendo experiências e tentativas até uma delas dar resultado positivo. Pelo tempo que íamos passando lentamente junto da água, fui questionando o André sobre o porque de matar um animal que não lhe fazia mal nenhum? Porquê? Se até lhe proporciona momentos de alegria aquando da sua captura? Porque não devolve-lo para apan-há-lo novamente e mais pesado? Porque não começar a fazer isto com os amigos numa próxima vez? Pelas suas respostas, percebi que não tinham ali comigo um “mata carpas”, mas que tinha um ser pescador que acima de tudo precisava de ter conhecimento de novas realidades, e de perceber o impacto que os seus atos teriam em um ecossiste-ma vivo.

BIIIIPPPPPPPP! E eis que durante a noite sai o primeiro peixinho, uma comum com 6,5 quilo-gramas, bem nutrida, mas onde anda o André perguntam vocês? Teria que ser eu a tirar o peixe, o André adormeceu… Ainda em sobressalto lá me aparece para ver a captura. Ficou mais que acordado ao tirar fotos com a bonita comum nas suas mãos! Acho que a magia das devoluções o tocou logo nessa noite. Pediu-me para dali em diante dormir dentro da tenda com a central junto aos ouvidos! Estava viciado nos bips! Só restava saber se realmente tinha conseguido operar com sucesso a mudança mais importante. Mais um arranque, este já na manhã seguinte e desta vez, o André com o melhor despertador dos Carpistas, deu um salto pra fora de tenda e tirou sem ajudas o seu primeiro exemplar que acusou 4,5 quilogramas na balança e que lhe deu momentos fantásticos registados em fotografia. Notei principalmente o gosto que lhe deu devolver o peixe à água nas melhores condições, a paciência que teve para que o peixe levasse o seu tempo a recuperar energias e o curati-vo que realizou na ferida feita pelo anzol.

Esta foi a minha primeira experiencia de tentar operar uma mudança de mentalidade com “pesca-dores matadores”, que não devolviam as suas capturas porque nunca ouviram sequer falar em tal coisa… Que nunca pensaram que existisse um “betadine para peixes”. E que o mais normal após uma pescaria é fazer a respetiva caldeirada com os peixes que levam das barragens, ao invés, de sentirem o toque mágico de um peixe a ser devolvi-do pelas suas próprias mãos ao seu habitat natural. O poder agradecer os momentos fantásticos que aquele animal nos proporciona, concedendo-lhe mais anos de vida.

Sinceramente penso que o André ficou apaixo-nado pela filosofia do Carp Fishing, e embora não esteja cem por cento seguro que ele na próxima pescaria que faça sozinho ou com os amigos devol-va todos os peixes que consiga capturar, tenho a certeza irá ouvir o eco desta sessão e sentirá com certeza vontade de devolver alguns dos peixes ao seu meio natural.

Concluo então que para conseguirmos impor-tantes alterações nas mentes dos pescadores que ainda recordam os seus troféus nos pratos após as sessões de pesca, precisamos correr grandes e tão

simples riscos, como os de ensinar alguém a colocar uma bola no cabelo, e mais tarde virmos a saber que um peixe acabou dentro de um forno. Mas não serão todos os que tentámos mudar que falham… De certeza que com estas ações conseguiremos salvar uns quantos peixes da matança certa! E não tenhamos ilusões pois não será de todo possível mudar todas as cabeças do país! Há que tentar promover o futuro da modalidade, e o futuro serão sem dúvida os Carpistas de amanhã. E como já disse anteriormente quando o decidirmos fazer, terá de ser sempre de uma forma consciente e lúcida, pois podemos sempre deparar com uma pessoa que ensinamos a fazer um nó, com um peixe de 10 quilogramas dentro do carro! Mas nunca desistam de mudar os que ainda resistem pois muitos deles apenas não devolvem porque nunca ninguém lhes explicou que é o mais correto, e que poderá benefi-ciar um universo enorme de Carpistas e de peixes com um gesto tão simples como é uma devolução.

Texto: Tó-Zé PiresFotos: Carlos Matos

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Para muitos um tema Tabu, para outros uma “arma” a utilizar para afirmar o Carp Fishing como modalidade de pesca a nível nacional… Nesta coluna, vou dar-vos a conhecer através da minha última experiência de pesca, o meu modo de ver “A vinda de novos Carpistas”.

Pois para mim, pescar sozinho é chato, não gosto de o fazer quer por razões de segurança, quer por conforto, pois sem ter ninguém com quem partilhar a “minha pesca” torna-se demasiado abor-recido passar dois, três, quatro dias, ou até umas curtas horas à pesca. Assim sendo, e este texto passa apenas pela minha opinião pessoal, moldada pelas experiencias que tenho vivido, prefiro ter companhia durante o tempo que passo junto à água, se essa for de alguém mais experiente, com quem possa aprender e que pratique pesca sem morte, é ouro sobre azul, mas caso o parceiro seja alguém com menos experiencia que tenha de ensinar ou até tentar mudar a sua forma de ver os peixes… Qual seria a vossa reação a isso?

Pessoalmente fui muito de segredos, sobre como pesco, pois também eu já fui um iniciado e recordo-me das dificuldades e duvidas que sentia na altura, sobre como funcionaria uma engodagem, ou se estaria a colocar uma bola de tamanho certo para aquele número de anzol, e sem ter ninguém que me dissesse se estava a fazer bem ou mal, ou porque deveria fazê-lo da forma A, B ou C, torna-va-se de certeza quase impossível acertar sem errar umas quantas vezes antes… Neste momento considerando que ainda tenho muito por aprender, mas estando numa fase que também já consigo passar alguns conhecimentos a outros que precis-am, sinto por vezes algum receio de que ao ensinar a empatar um anzol posso estar a condenar uns quantos peixes, mas considero que será benéfico partilhar informação desde que de forma consci-ente! E quando um rapazito de 16 anos vem ter comigo e me diz que gostava muito de vir comigo à pesca para poder aprender como se pesca um exemplar de “grandes” dimensões, não hesito em responder: SIM! Sabendo de antemão que a pessoa em questão, é “ainda” adepto de levar uns peixes para casa, quer seja para adornar o tanque do quin-tal, quer seja para fazer um petisco com os amigos... Nestes termos não nego ajuda, até porque com esta

atitude poderei vir a salvar uns quantos peixinhos de irem parar ao tacho! Isto porque considero possível a qualquer ser humano mudar. E não é que mudam mesmo?….

Certo dia o André veio ter comigo, sabendo do meu gosto pelo Carp Fishing, e pediu me para o levar comigo à pesca, para que ele pudesse ver como funcionava, porque também ele é pescador, eu costumo chamar-lhe “carinhosamente” de predador, mas nunca tinha visto um exemplar de grandes dimensões... Após ter pensado no assunto acedi ao convite, tentando desde logo iniciar a mudança de mentalidade que tanto se fala no panorama da pesca lúdica em Portugal. E não sei se por insistência ou se por ele realmente perceber que se tratava de uma mudança positiva ao seu alcance, comecei a notar curiosidade da parte do André, ainda antes de iniciarmos a sessão de pesca nalguns aspetos específicos da nossa modalidade como a segurança do peixe fora de água, comotirar uma fotografia bonita, o querer percebermais sobre os material e métodosutilizados para não magoar ouferir os peixes, perceber oporquê de existirempeixes de grandesdimensõesem algumaságuas e

noutras nem tanto… Em detrimento do que seria mais normal um “caçador” perguntar: Como é apan-har um peixe grande? Têm muitas espinhas? (esta uma pergunta que denuncia muito os chamados predadores e é comum fazerem-na). Achei desde logo positivo. Mas a visibilidade dessa mudança iria

vê-la recompensada alguns dias mais tarde. Fizemos uma sessão de 4 dias, numa barragem difícil, onde fui pela primeira vez. Lagostins muito ativos, cágados aos “molhos”, cerca de 40 graus de temperatura máxima em pleno verão alentejano, ou seja, não se adivinhava que o André viesse a ficar fã do Carp Fishing. Nas primeiras 24 horas, peixes nem vê-los… Ia dizendo ao André que não ficasse impaci-ente pois num segundo podia mudar tudo! E que teríamos de ir fazendo experiências e tentativas até uma delas dar resultado positivo. Pelo tempo que íamos passando lentamente junto da água, fui questionando o André sobre o porque de matar um animal que não lhe fazia mal nenhum? Porquê? Se até lhe proporciona momentos de alegria aquando da sua captura? Porque não devolve-lo para apan-há-lo novamente e mais pesado? Porque não começar a fazer isto com os amigos numa próxima vez? Pelas suas respostas, percebi que não tinham ali comigo um “mata carpas”, mas que tinha um ser pescador que acima de tudo precisava de ter conhecimento de novas realidades, e de perceber o impacto que os seus atos teriam em um ecossiste-ma vivo.

BIIIIPPPPPPPP! E eis que durante a noite sai o primeiro peixinho, uma comum com 6,5 quilo-gramas, bem nutrida, mas onde anda o André perguntam vocês? Teria que ser eu a tirar o peixe, o André adormeceu… Ainda em sobressalto lá me aparece para ver a captura. Ficou mais que acordado ao tirar fotos com a bonita comum nas suas mãos! Acho que a magia das devoluções o tocou logo nessa noite. Pediu-me para dali em diante dormir dentro da tenda com a central junto aos ouvidos! Estava viciado nos bips! Só restava saber se realmente tinha conseguido operar com sucesso a mudança mais importante. Mais um arranque, este já na manhã seguinte e desta vez, o André com o melhor despertador dos Carpistas, deu um salto pra fora de tenda e tirou sem ajudas o seu primeiro exemplar que acusou 4,5 quilogramas na balança e que lhe deu momentos fantásticos registados em fotografia. Notei principalmente o gosto que lhe deu devolver o peixe à água nas melhores condições, a paciência que teve para que o peixe levasse o seu tempo a recuperar energias e o curati-vo que realizou na ferida feita pelo anzol.

Esta foi a minha primeira experiencia de tentar operar uma mudança de mentalidade com “pesca-dores matadores”, que não devolviam as suas capturas porque nunca ouviram sequer falar em tal coisa… Que nunca pensaram que existisse um “betadine para peixes”. E que o mais normal após uma pescaria é fazer a respetiva caldeirada com os peixes que levam das barragens, ao invés, de sentirem o toque mágico de um peixe a ser devolvi-do pelas suas próprias mãos ao seu habitat natural. O poder agradecer os momentos fantásticos que aquele animal nos proporciona, concedendo-lhe mais anos de vida.

Sinceramente penso que o André ficou apaixo-nado pela filosofia do Carp Fishing, e embora não esteja cem por cento seguro que ele na próxima pescaria que faça sozinho ou com os amigos devol-va todos os peixes que consiga capturar, tenho a certeza irá ouvir o eco desta sessão e sentirá com certeza vontade de devolver alguns dos peixes ao seu meio natural.

Concluo então que para conseguirmos impor-tantes alterações nas mentes dos pescadores que ainda recordam os seus troféus nos pratos após as sessões de pesca, precisamos correr grandes e tão

simples riscos, como os de ensinar alguém a colocar uma bola no cabelo, e mais tarde virmos a saber que um peixe acabou dentro de um forno. Mas não serão todos os que tentámos mudar que falham… De certeza que com estas ações conseguiremos salvar uns quantos peixes da matança certa! E não tenhamos ilusões pois não será de todo possível mudar todas as cabeças do país! Há que tentar promover o futuro da modalidade, e o futuro serão sem dúvida os Carpistas de amanhã. E como já disse anteriormente quando o decidirmos fazer, terá de ser sempre de uma forma consciente e lúcida, pois podemos sempre deparar com uma pessoa que ensinamos a fazer um nó, com um peixe de 10 quilogramas dentro do carro! Mas nunca desistam de mudar os que ainda resistem pois muitos deles apenas não devolvem porque nunca ninguém lhes explicou que é o mais correto, e que poderá benefi-ciar um universo enorme de Carpistas e de peixes com um gesto tão simples como é uma devolução.

Texto: Tó-Zé PiresFotos: Carlos Matos

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Para muitos um tema Tabu, para outros uma “arma” a utilizar para afirmar o Carp Fishing como modalidade de pesca a nível nacional… Nesta coluna, vou dar-vos a conhecer através da minha última experiência de pesca, o meu modo de ver “A vinda de novos Carpistas”.

Pois para mim, pescar sozinho é chato, não gosto de o fazer quer por razões de segurança, quer por conforto, pois sem ter ninguém com quem partilhar a “minha pesca” torna-se demasiado abor-recido passar dois, três, quatro dias, ou até umas curtas horas à pesca. Assim sendo, e este texto passa apenas pela minha opinião pessoal, moldada pelas experiencias que tenho vivido, prefiro ter companhia durante o tempo que passo junto à água, se essa for de alguém mais experiente, com quem possa aprender e que pratique pesca sem morte, é ouro sobre azul, mas caso o parceiro seja alguém com menos experiencia que tenha de ensinar ou até tentar mudar a sua forma de ver os peixes… Qual seria a vossa reação a isso?

Pessoalmente fui muito de segredos, sobre como pesco, pois também eu já fui um iniciado e recordo-me das dificuldades e duvidas que sentia na altura, sobre como funcionaria uma engodagem, ou se estaria a colocar uma bola de tamanho certo para aquele número de anzol, e sem ter ninguém que me dissesse se estava a fazer bem ou mal, ou porque deveria fazê-lo da forma A, B ou C, torna-va-se de certeza quase impossível acertar sem errar umas quantas vezes antes… Neste momento considerando que ainda tenho muito por aprender, mas estando numa fase que também já consigo passar alguns conhecimentos a outros que precis-am, sinto por vezes algum receio de que ao ensinar a empatar um anzol posso estar a condenar uns quantos peixes, mas considero que será benéfico partilhar informação desde que de forma consci-ente! E quando um rapazito de 16 anos vem ter comigo e me diz que gostava muito de vir comigo à pesca para poder aprender como se pesca um exemplar de “grandes” dimensões, não hesito em responder: SIM! Sabendo de antemão que a pessoa em questão, é “ainda” adepto de levar uns peixes para casa, quer seja para adornar o tanque do quin-tal, quer seja para fazer um petisco com os amigos... Nestes termos não nego ajuda, até porque com esta

atitude poderei vir a salvar uns quantos peixinhos de irem parar ao tacho! Isto porque considero possível a qualquer ser humano mudar. E não é que mudam mesmo?….

Certo dia o André veio ter comigo, sabendo do meu gosto pelo Carp Fishing, e pediu me para o levar comigo à pesca, para que ele pudesse ver como funcionava, porque também ele é pescador, eu costumo chamar-lhe “carinhosamente” de predador, mas nunca tinha visto um exemplar de grandes dimensões... Após ter pensado no assunto acedi ao convite, tentando desde logo iniciar a mudança de mentalidade que tanto se fala no panorama da pesca lúdica em Portugal. E não sei se por insistência ou se por ele realmente perceber que se tratava de uma mudança positiva ao seu alcance, comecei a notar curiosidade da parte do André, ainda antes de iniciarmos a sessão de pesca nalguns aspetos específicos da nossa modalidade como a segurança do peixe fora de água, comotirar uma fotografia bonita, o querer percebermais sobre os material e métodosutilizados para não magoar ouferir os peixes, perceber oporquê de existirempeixes de grandesdimensõesem algumaságuas e

noutras nem tanto… Em detrimento do que seria mais normal um “caçador” perguntar: Como é apan-har um peixe grande? Têm muitas espinhas? (esta uma pergunta que denuncia muito os chamados predadores e é comum fazerem-na). Achei desde logo positivo. Mas a visibilidade dessa mudança iria

vê-la recompensada alguns dias mais tarde. Fizemos uma sessão de 4 dias, numa barragem difícil, onde fui pela primeira vez. Lagostins muito ativos, cágados aos “molhos”, cerca de 40 graus de temperatura máxima em pleno verão alentejano, ou seja, não se adivinhava que o André viesse a ficar fã do Carp Fishing. Nas primeiras 24 horas, peixes nem vê-los… Ia dizendo ao André que não ficasse impaci-ente pois num segundo podia mudar tudo! E que teríamos de ir fazendo experiências e tentativas até uma delas dar resultado positivo. Pelo tempo que íamos passando lentamente junto da água, fui questionando o André sobre o porque de matar um animal que não lhe fazia mal nenhum? Porquê? Se até lhe proporciona momentos de alegria aquando da sua captura? Porque não devolve-lo para apan-há-lo novamente e mais pesado? Porque não começar a fazer isto com os amigos numa próxima vez? Pelas suas respostas, percebi que não tinham ali comigo um “mata carpas”, mas que tinha um ser pescador que acima de tudo precisava de ter conhecimento de novas realidades, e de perceber o impacto que os seus atos teriam em um ecossiste-ma vivo.

BIIIIPPPPPPPP! E eis que durante a noite sai o primeiro peixinho, uma comum com 6,5 quilo-gramas, bem nutrida, mas onde anda o André perguntam vocês? Teria que ser eu a tirar o peixe, o André adormeceu… Ainda em sobressalto lá me aparece para ver a captura. Ficou mais que acordado ao tirar fotos com a bonita comum nas suas mãos! Acho que a magia das devoluções o tocou logo nessa noite. Pediu-me para dali em diante dormir dentro da tenda com a central junto aos ouvidos! Estava viciado nos bips! Só restava saber se realmente tinha conseguido operar com sucesso a mudança mais importante. Mais um arranque, este já na manhã seguinte e desta vez, o André com o melhor despertador dos Carpistas, deu um salto pra fora de tenda e tirou sem ajudas o seu primeiro exemplar que acusou 4,5 quilogramas na balança e que lhe deu momentos fantásticos registados em fotografia. Notei principalmente o gosto que lhe deu devolver o peixe à água nas melhores condições, a paciência que teve para que o peixe levasse o seu tempo a recuperar energias e o curati-vo que realizou na ferida feita pelo anzol.

Esta foi a minha primeira experiencia de tentar operar uma mudança de mentalidade com “pesca-dores matadores”, que não devolviam as suas capturas porque nunca ouviram sequer falar em tal coisa… Que nunca pensaram que existisse um “betadine para peixes”. E que o mais normal após uma pescaria é fazer a respetiva caldeirada com os peixes que levam das barragens, ao invés, de sentirem o toque mágico de um peixe a ser devolvi-do pelas suas próprias mãos ao seu habitat natural. O poder agradecer os momentos fantásticos que aquele animal nos proporciona, concedendo-lhe mais anos de vida.

Sinceramente penso que o André ficou apaixo-nado pela filosofia do Carp Fishing, e embora não esteja cem por cento seguro que ele na próxima pescaria que faça sozinho ou com os amigos devol-va todos os peixes que consiga capturar, tenho a certeza irá ouvir o eco desta sessão e sentirá com certeza vontade de devolver alguns dos peixes ao seu meio natural.

Concluo então que para conseguirmos impor-tantes alterações nas mentes dos pescadores que ainda recordam os seus troféus nos pratos após as sessões de pesca, precisamos correr grandes e tão

simples riscos, como os de ensinar alguém a colocar uma bola no cabelo, e mais tarde virmos a saber que um peixe acabou dentro de um forno. Mas não serão todos os que tentámos mudar que falham… De certeza que com estas ações conseguiremos salvar uns quantos peixes da matança certa! E não tenhamos ilusões pois não será de todo possível mudar todas as cabeças do país! Há que tentar promover o futuro da modalidade, e o futuro serão sem dúvida os Carpistas de amanhã. E como já disse anteriormente quando o decidirmos fazer, terá de ser sempre de uma forma consciente e lúcida, pois podemos sempre deparar com uma pessoa que ensinamos a fazer um nó, com um peixe de 10 quilogramas dentro do carro! Mas nunca desistam de mudar os que ainda resistem pois muitos deles apenas não devolvem porque nunca ninguém lhes explicou que é o mais correto, e que poderá benefi-ciar um universo enorme de Carpistas e de peixes com um gesto tão simples como é uma devolução.

Texto: Tó-Zé PiresFotos: Carlos Matos

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Nos últimos anos tem-se verificado cada vez mais a presença de Siluros nas águas Portuguesas, principalmente no Rio Tejo e no Rio Ponsul. Desde uma primeira investida ao Siluro em Fevereiro de 2014 no Rio Ponsul, sessão em que só capturei carpas, este enorme peixe não me saía da cabeça.

Devido à sua presença perto onde moro, no Tejo, decidi efetuar algumas sessões rápidas para tentar alcançar um troféu desta espécie. O local escolhido foi sempre o mesmo, uma zona perto da margem com pedras, árvores e com uma profundidade até 10 metros.

As técnicas utilizadas foram técnicas de Carpista, todo o material de Carp Fishing e engodagem com bolas minhas, MONSTER CRUSTACEAN e SPICY FISH and BLOOD. As montagens utilizadas foram efetuadas com multifilamento Stealth Braid, 0.40, 59.6 KG, com anzol ESP RAPTOR nº1.

Os iscos utilizados nas várias sessões foram sempre os mesmos, os boilies da engodagem, pellets de halibut e Tainhas inteiras no cabelo. Devido à enorme população de Barbos pequenos no Tejo, nas primeiras três sessões apenas se verificaram capturas de pequenos Barbos de quilo, que entram muito bem na engodagem de boilies e pellets, a cana com a Tainha nunca deu sinais de vida.

No início de Agosto, resolvi fazer nova investida, engodei forte um dia antes com boilies e no outro dia já lá estava por volta das 5:30 da manhã. Como o pesqueiro tem espaço, montei 4 canas, iscadas com MONSTER CRUSTACEAN, SPICY FISH and BLOOD,

halibut pellet e uma Tainha inteira.Nas primeiras horas foram muitos os toques e

algumas capturas de Barbos pequenos com um quilo e pouco, até que por volta das 10h, o meu Carpsoun-der ROC XR que tinha a cana iscada com Tainha emite o seu primeiro bip. No imediato pensei que fosse algum toque de linha ou algum Barbo mais pequeno a morder na tainha mas de repente dá se o arranque, que não foi muito forte, ferro e senti logo que tinha um grande peixe fisgado. Nem queria acreditar e pensei, das duas uma, ou seria um grande Barbo do Tejo ou então estava perante o meu primeiro Siluro.

A luta foi fantástica, muito dura mas o equipa-mento estava a corresponder à altura e após alguns minutos lá consegui avistar o meu primeiro Siluro. Como estava sozinho a batalha ainda demorou mais uns minutos até que o conseguisse meter no camaro-eiro mas por fim lá atingi o objetivo. Conseguir fotografá-lo sozinho foi a pior parte, mas compensou o esforço. A balança veio a confirmar o meu novo troféu com 16,5kg.

Nem queria acreditar, estava perante o meu primeiro Siluro e com um tamanho já considerável.

Durante o dia não saiu mais nada digno de regis-to, apenas alguns barbos pequenos.

Chegava a hora de arrumar e com um único pensamento, o de voltar para atingir um novo objecti-vo, um Siluro com mais de 30 kg.

Gonçalo Matias

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Nos últimos anos tem-se verificado cada vez mais a presença de Siluros nas águas Portuguesas, principalmente no Rio Tejo e no Rio Ponsul. Desde uma primeira investida ao Siluro em Fevereiro de 2014 no Rio Ponsul, sessão em que só capturei carpas, este enorme peixe não me saía da cabeça.

Devido à sua presença perto onde moro, no Tejo, decidi efetuar algumas sessões rápidas para tentar alcançar um troféu desta espécie. O local escolhido foi sempre o mesmo, uma zona perto da margem com pedras, árvores e com uma profundidade até 10 metros.

As técnicas utilizadas foram técnicas de Carpista, todo o material de Carp Fishing e engodagem com bolas minhas, MONSTER CRUSTACEAN e SPICY FISH and BLOOD. As montagens utilizadas foram efetuadas com multifilamento Stealth Braid, 0.40, 59.6 KG, com anzol ESP RAPTOR nº1.

Os iscos utilizados nas várias sessões foram sempre os mesmos, os boilies da engodagem, pellets de halibut e Tainhas inteiras no cabelo. Devido à enorme população de Barbos pequenos no Tejo, nas primeiras três sessões apenas se verificaram capturas de pequenos Barbos de quilo, que entram muito bem na engodagem de boilies e pellets, a cana com a Tainha nunca deu sinais de vida.

No início de Agosto, resolvi fazer nova investida, engodei forte um dia antes com boilies e no outro dia já lá estava por volta das 5:30 da manhã. Como o pesqueiro tem espaço, montei 4 canas, iscadas com MONSTER CRUSTACEAN, SPICY FISH and BLOOD,

halibut pellet e uma Tainha inteira.Nas primeiras horas foram muitos os toques e

algumas capturas de Barbos pequenos com um quilo e pouco, até que por volta das 10h, o meu Carpsoun-der ROC XR que tinha a cana iscada com Tainha emite o seu primeiro bip. No imediato pensei que fosse algum toque de linha ou algum Barbo mais pequeno a morder na tainha mas de repente dá se o arranque, que não foi muito forte, ferro e senti logo que tinha um grande peixe fisgado. Nem queria acreditar e pensei, das duas uma, ou seria um grande Barbo do Tejo ou então estava perante o meu primeiro Siluro.

A luta foi fantástica, muito dura mas o equipa-mento estava a corresponder à altura e após alguns minutos lá consegui avistar o meu primeiro Siluro. Como estava sozinho a batalha ainda demorou mais uns minutos até que o conseguisse meter no camaro-eiro mas por fim lá atingi o objetivo. Conseguir fotografá-lo sozinho foi a pior parte, mas compensou o esforço. A balança veio a confirmar o meu novo troféu com 16,5kg.

Nem queria acreditar, estava perante o meu primeiro Siluro e com um tamanho já considerável.

Durante o dia não saiu mais nada digno de regis-to, apenas alguns barbos pequenos.

Chegava a hora de arrumar e com um único pensamento, o de voltar para atingir um novo objecti-vo, um Siluro com mais de 30 kg.

Gonçalo Matias

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Acreditamos que este seja um produto mais virado para a competição, ainda assim pode ser usado com sucesso por todos os Carpistas. Consiste em bolas de engodo com mais ou menos 60 milímetros de diâmetro, que podem ser atirados para o local de engodagem sem qualquer problema de se partirem durante o trajeto ou no impacto com a água. Poucos segundos depois de atingirem a água começa a decomposição. Libertam uma nuvem escura e a bola começa a desmoronar-se. Este processo dura aproximadamente vinte minutos, acabando com um aspeto final como se de um grande saco de pva se tratasse, um grande monte de partículas rodeado por uma nuvem escura, que faz lembrar sangue em pó. Como o aspeto é rugoso, antes de serem lançadas podemos besuntá-las com algum dip ou aroma a nosso gosto. Cada embalagem contém 6 bolas, pesando cada uma à volta de 130 gramas. Pode ser uma mais-valia quando precisamos de manter o peixe ocupado perto do nosso isco.

A Zoo Fishing disponibiliza também este material em grandes blocos de 1kg, com o nome de Block Bait River, que como o nome indica são mais indicados para pescar em rio.

http://zoofishing.eu/block-bait/

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Como a minha filha fazia anos no sábado, fui para Almodôvar na sexta já tarde, contudo no sábado fui até à barragem e metendo-me em boxers, fui nadar um pouco. Isto permitiu que “apalpasse” o fundo de dois locais que pretendia explorar. Preparei um balde com sementes, pellets, bolas partidas e espalhei tudo exatamente nos dois sítios pretendidos.

Isto foi antes de almoço, depois fui ajudar a mulher a preparar a festarola!Cheguei já tarde à barragem, por volta da meia-noite coloquei duas canas

praticamente à mão e lancei a terceira para um espaço mais aberto com pva.Dormi descansado e às 8h da manhã tive o primeiro arranque. Pequena luta

e uma Carpita que não pesei mas que devia ter uns 4kg, veio até ao tapete.Por volta das 10h novo arranque, desta vez um monstro com uns 400

gramas, mas muito bonita!À 1h da tarde mais uma captura e quando já só tinha uma cana no rod pod

voltei a ter novo arranque mas esta desferrou 2 ou 3 min depois com muita pena minha e por pormenores. Ainda assim foram várias as capturas que me deram o prazer de colocar no tapete!

Foi a primeira vez que pesquei na Boavista com pré-engodagem, mas com certeza irei repetir, pois esta sessão irá ficar para sempre na memória!

Daniel Bertox

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Todos nós sabemos e cada vez mais, que o clima pode mudar radicalmente de um dia para o outro, o que altera drasticamente a forma de pescarmos à Carpa. Desde da década de 90, muitos estudos foram feitos para determinar o efeito da lua, direcção do vento, mudanças de pressão, teor de oxigénio e tempe-ratura no comportamento da Carpa. Há dias em que está muito calor e vemos as Carpas á superfície mas elas não se alimentam, há outros em que está vento e chuva em que parece que elas vão comer, mas nem sinal delas! Relativamente às influências da lua é incer-to determinar a sua importância, pois em água doce não temos o factor da maré. Por tudo isto pode tornar se confuso sabermos com exactidão se estão ou não reunidas todas as condições para desfrutarmos de uma boa sessão.

A meteorologia tem influência directa em muitos factores que são importantes na pesca das Carpas, tais como a temperatura, direção do vento, a sua força, pressão atmosférica e concentrações de oxigénio dentro da água. O estado destas condições irá afectar a localização, bem como a forma e horas a que as carpas se alimentam. As alterações bruscas no tempo podem afectar os padrões de alimentação normal das Carpas, e por vezes podemos encontra-las em zonas diferentes do habitual a alimentarem-se.

VENTOVento é causado por diferença de pressão entre

dois pontos. Quando a diferença de pressão existe, o ar é acelerado da maior para menor pressão. Como sabe-mos um dos efeitos da meteorologia importante para a pesca das Carpas é o vento. A direcção do vento pode ser muito relevante no local a escolher para fazermos a nossa sessão de carpfishing. Já os antigos diziam “vento sul e chuva miudinha é o ideal para pescar”. Os ventos de sul muitas vezes trazem ar quente, que tende a melhorar a alimentação das Carpas, enquanto os ventos de Norte normalmente trazem ar frio.

A força do vento também é importante. Normal-mente quanto mais forte é o vento maior é a actividade

da Carpa no que diz respeito à alimentação, pois quanto mais forte for o vento, mais alimentos naturais irão surgir nas águas, estes alimentos são levados para as margens, pela corrente provocado pelo vento. As Carpas têm um sistema olfactivo altamente sensível que permite-lhes sentir qualquer substância dissolvida na água e determinar se é ou não é uma boa fonte de alimento. Além disso, o revestimento da boca da Carpa contém células quimicamente sensíveis que permitem determinar-se que a comida é boa ou má. Por estas razoes gostamos de pescar com vento de frente. Porém temos que ter em atenção tudo o que esta presente no nosso pesqueiro, pois podemos ter ervas, murros de pedra ou mesmo grandes diferenças de profundidade, e estas características do nosso pesqueiro podem muitas vezes provocar uma contra corrente e levar os alimentos no sentido contrário do vento. Também dizem que os ventos fortes por vezes empurram as camadas de água mais quente para maiores profundi-dades, o que pode fazer com que as carpas afundem mais. No entanto temos que ter em atenção a alguns pormenores, ventos de frente de inverno são bons se forem ventos de sul que são mais quentes, nesta altura do ano os ventos de norte podem ser prejudiciais, já que as carpas os evitam por serem frios, já de verão estas assimetrias não se registam.

TEMPERATURAUm dos factores da meteorologia que mais

influencia o modo e a vontade da Carpa se alimentar é a temperatura. Este factor tem mais influência directa no comportamento das Carpas principalmente nas estações frias, nestas estações se houverem grandes descidas de temperatura a Carpa vai ter tendência para procurar zonas de água mais quentes e prescin-de dos alimentos em prol da temperatura, e vai fazer também com a Carpa permaneça mais tempo inactiva, isto para desaceralar o seu metabolismo e logo precisar de menos alimentos. Durante estas estações frias, a Carpa tem capacidade de alterar as suas propriedades musculares, isto após algum tempo de adaptação.

Claro que a temperatura do ar está ligada à tempe-ratura da água logo tem grande impacto na localização e na alimentação das carpas. Porém a influência da temperatura do ar na temperatura da água é relativa, isto é se o ar ficar frio de repente não quer dizer que a água fique fria também de repente, é preciso que a temperatura do ar estabilize e permaneça fria durante alguns dias para que haja uma transposição de tempe-ratura ate às águas mais fundas, por isso quanto mais fundo for a barragem onde pescamos mais tempo vai levar a arrefecer a água.

As Carpas principalmente nas estações frias gostam de se sentirem quentes, por isso elas irão procurar massas de água mais quentes, as profundida-des destas massas de água quente também podem variar dependendo da profundidade do local e da temperatura do ar, sendo uma das regras de ouro para o inverno, tentar pescar sempre nos picos de maior calor do dia, pois nestes dias o período de alimentação da Carpa será mais curto e menos intenso que no verão. No inverno nos locais de pouca profundidade podem não existir camada térmicas suficientes e a água arrefecer mais rapidamente, no entanto a certas horas do dia, essas mesmas águas se tiverem a luz directa do sol vão aquecer muito mais rápido que água profundas, daí se verem por vezes em pleno inverno os movimentos de carpas dentro de cantos de baixa profundidade.

PRESSAO ATMOSFERICAUm dos pontos fundamentais para uma boa

sessão de pesca à Carpa, é sem dúvida a pressão atmosférica. Este factor afecta directamente os níveis de oxigénio na água e como todos sabemos as Carpas necessitam de oxigénio para viverem normalmente e precisam dele também para procurarem alimentos. Logo se os níveis de oxigénio forem baixos, a carpa vai ter uma tendência para se mexer pouco e ficar pregui-çosa, pois ficam sem energia suficiente para se alimen-tarem.

As altas pressões normalmente tao associadas a

calor e a períodos de aquecimento, logo por norma não há renovação de oxigénio na água, por outro lado as baixas pressões estão associadas a ventos e a chuvas, fatores estes fundamentais para a renovação de oxigé-nio nas águas. Este oxigenar da água provoca uma maior sensibilidade da Carpa aos cheiros dos alimen-tos, enquanto o contrário provoca o oposto. É por isso que para fazermos uma sessão de Carp Fishing é sempre melhor escolher um período em que haja baixas pressões, mesmo que para isso tenhamos que sofrer uns dias à chuva, porém poderemos ser recom-pensados com boas capturas. Nas altas pressões as Carpas tornam se mais activas e tem tendência para se alimentar de pequenos seres vivos, seja lagostins ou pequenos peixes, vimos imensas vezes, no verão as carpas a atacarem as abletes, com as baixas pressões tem mais tendência a alimentar se de materiais mortos.

As altas e baixas pressões podem afectar a profun-didade a que a Carpa se pode encontrar, alguns bons carpistas afirmam que nas altas pressões as carpas tendem em andar mais á superfície, e que nas baixas pressões tendem em andar mais junto ao fundo. É um factor da meteorologia muito interessante porque bem analisado permite-nos localizar mais facilmente as Carpas, sabermos quais as técnicas que havemos de empregar para ter mais capturas, sendo as altas pressões mais favoráveis a técnicas como o zig, e as baixas pressões mais favoráveis a técnicas mais de fundo.

Para finalizar é bom lembrar que todos estes facto-res estão inter-relacionados, os ventos, as temperatu-ras e as pressões atmosféricas. Por pior que esteja o tempo podemos sempre ir à pesca, desde que haja alguma estabilização, teremos sempre hipóteses de fazer boas capturas.

E não se esqueçam das prioridades das carpas, Oxigénio – Temperatura – Alimento.

Luís Pinheiro

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Todos nós sabemos e cada vez mais, que o clima pode mudar radicalmente de um dia para o outro, o que altera drasticamente a forma de pescarmos à Carpa. Desde da década de 90, muitos estudos foram feitos para determinar o efeito da lua, direcção do vento, mudanças de pressão, teor de oxigénio e tempe-ratura no comportamento da Carpa. Há dias em que está muito calor e vemos as Carpas á superfície mas elas não se alimentam, há outros em que está vento e chuva em que parece que elas vão comer, mas nem sinal delas! Relativamente às influências da lua é incer-to determinar a sua importância, pois em água doce não temos o factor da maré. Por tudo isto pode tornar se confuso sabermos com exactidão se estão ou não reunidas todas as condições para desfrutarmos de uma boa sessão.

A meteorologia tem influência directa em muitos factores que são importantes na pesca das Carpas, tais como a temperatura, direção do vento, a sua força, pressão atmosférica e concentrações de oxigénio dentro da água. O estado destas condições irá afectar a localização, bem como a forma e horas a que as carpas se alimentam. As alterações bruscas no tempo podem afectar os padrões de alimentação normal das Carpas, e por vezes podemos encontra-las em zonas diferentes do habitual a alimentarem-se.

VENTOVento é causado por diferença de pressão entre

dois pontos. Quando a diferença de pressão existe, o ar é acelerado da maior para menor pressão. Como sabe-mos um dos efeitos da meteorologia importante para a pesca das Carpas é o vento. A direcção do vento pode ser muito relevante no local a escolher para fazermos a nossa sessão de carpfishing. Já os antigos diziam “vento sul e chuva miudinha é o ideal para pescar”. Os ventos de sul muitas vezes trazem ar quente, que tende a melhorar a alimentação das Carpas, enquanto os ventos de Norte normalmente trazem ar frio.

A força do vento também é importante. Normal-mente quanto mais forte é o vento maior é a actividade

da Carpa no que diz respeito à alimentação, pois quanto mais forte for o vento, mais alimentos naturais irão surgir nas águas, estes alimentos são levados para as margens, pela corrente provocado pelo vento. As Carpas têm um sistema olfactivo altamente sensível que permite-lhes sentir qualquer substância dissolvida na água e determinar se é ou não é uma boa fonte de alimento. Além disso, o revestimento da boca da Carpa contém células quimicamente sensíveis que permitem determinar-se que a comida é boa ou má. Por estas razoes gostamos de pescar com vento de frente. Porém temos que ter em atenção tudo o que esta presente no nosso pesqueiro, pois podemos ter ervas, murros de pedra ou mesmo grandes diferenças de profundidade, e estas características do nosso pesqueiro podem muitas vezes provocar uma contra corrente e levar os alimentos no sentido contrário do vento. Também dizem que os ventos fortes por vezes empurram as camadas de água mais quente para maiores profundi-dades, o que pode fazer com que as carpas afundem mais. No entanto temos que ter em atenção a alguns pormenores, ventos de frente de inverno são bons se forem ventos de sul que são mais quentes, nesta altura do ano os ventos de norte podem ser prejudiciais, já que as carpas os evitam por serem frios, já de verão estas assimetrias não se registam.

TEMPERATURAUm dos factores da meteorologia que mais

influencia o modo e a vontade da Carpa se alimentar é a temperatura. Este factor tem mais influência directa no comportamento das Carpas principalmente nas estações frias, nestas estações se houverem grandes descidas de temperatura a Carpa vai ter tendência para procurar zonas de água mais quentes e prescin-de dos alimentos em prol da temperatura, e vai fazer também com a Carpa permaneça mais tempo inactiva, isto para desaceralar o seu metabolismo e logo precisar de menos alimentos. Durante estas estações frias, a Carpa tem capacidade de alterar as suas propriedades musculares, isto após algum tempo de adaptação.

Claro que a temperatura do ar está ligada à tempe-ratura da água logo tem grande impacto na localização e na alimentação das carpas. Porém a influência da temperatura do ar na temperatura da água é relativa, isto é se o ar ficar frio de repente não quer dizer que a água fique fria também de repente, é preciso que a temperatura do ar estabilize e permaneça fria durante alguns dias para que haja uma transposição de tempe-ratura ate às águas mais fundas, por isso quanto mais fundo for a barragem onde pescamos mais tempo vai levar a arrefecer a água.

As Carpas principalmente nas estações frias gostam de se sentirem quentes, por isso elas irão procurar massas de água mais quentes, as profundida-des destas massas de água quente também podem variar dependendo da profundidade do local e da temperatura do ar, sendo uma das regras de ouro para o inverno, tentar pescar sempre nos picos de maior calor do dia, pois nestes dias o período de alimentação da Carpa será mais curto e menos intenso que no verão. No inverno nos locais de pouca profundidade podem não existir camada térmicas suficientes e a água arrefecer mais rapidamente, no entanto a certas horas do dia, essas mesmas águas se tiverem a luz directa do sol vão aquecer muito mais rápido que água profundas, daí se verem por vezes em pleno inverno os movimentos de carpas dentro de cantos de baixa profundidade.

PRESSAO ATMOSFERICAUm dos pontos fundamentais para uma boa

sessão de pesca à Carpa, é sem dúvida a pressão atmosférica. Este factor afecta directamente os níveis de oxigénio na água e como todos sabemos as Carpas necessitam de oxigénio para viverem normalmente e precisam dele também para procurarem alimentos. Logo se os níveis de oxigénio forem baixos, a carpa vai ter uma tendência para se mexer pouco e ficar pregui-çosa, pois ficam sem energia suficiente para se alimen-tarem.

As altas pressões normalmente tao associadas a

calor e a períodos de aquecimento, logo por norma não há renovação de oxigénio na água, por outro lado as baixas pressões estão associadas a ventos e a chuvas, fatores estes fundamentais para a renovação de oxigé-nio nas águas. Este oxigenar da água provoca uma maior sensibilidade da Carpa aos cheiros dos alimen-tos, enquanto o contrário provoca o oposto. É por isso que para fazermos uma sessão de Carp Fishing é sempre melhor escolher um período em que haja baixas pressões, mesmo que para isso tenhamos que sofrer uns dias à chuva, porém poderemos ser recom-pensados com boas capturas. Nas altas pressões as Carpas tornam se mais activas e tem tendência para se alimentar de pequenos seres vivos, seja lagostins ou pequenos peixes, vimos imensas vezes, no verão as carpas a atacarem as abletes, com as baixas pressões tem mais tendência a alimentar se de materiais mortos.

As altas e baixas pressões podem afectar a profun-didade a que a Carpa se pode encontrar, alguns bons carpistas afirmam que nas altas pressões as carpas tendem em andar mais á superfície, e que nas baixas pressões tendem em andar mais junto ao fundo. É um factor da meteorologia muito interessante porque bem analisado permite-nos localizar mais facilmente as Carpas, sabermos quais as técnicas que havemos de empregar para ter mais capturas, sendo as altas pressões mais favoráveis a técnicas como o zig, e as baixas pressões mais favoráveis a técnicas mais de fundo.

Para finalizar é bom lembrar que todos estes facto-res estão inter-relacionados, os ventos, as temperatu-ras e as pressões atmosféricas. Por pior que esteja o tempo podemos sempre ir à pesca, desde que haja alguma estabilização, teremos sempre hipóteses de fazer boas capturas.

E não se esqueçam das prioridades das carpas, Oxigénio – Temperatura – Alimento.

Luís Pinheiro

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Não é raro encontrarmos pescadores a usar a chumbada errada para a situação de pesca em que se encontram. Há também uma parcela de pescado-res que “só pesco inline” ou “só pesco lead clip”. Infelizmente esta mentalidade estende-se também a materiais e iscos, mas isso será tema para outra altura. Aqui vamos escrever um pouco sobre chum-badas, como e quando usar determinado modelo. Este é um conceito básico, como gostamos de usar mas sempre a considerar que nos adaptamos ao local em questão. Contudo, cada um é livre para não concordar com o que aqui se escreveu e escolher a chumbada ao seu bel-prazer.

Nota: Os nomes das chumbadas são indicativos e podem mudar de marca para marca.

“Esteve aqui um pescador uma semana e usava chumbadas de 5 onças para pescar no lodo”. Este foi um comentário que ouvimos (dois dos membros da DCM) por altura de uma visita a um lago. Foi-nos também dito que o mesmo pescador gradou, num lago que quase parece impossível que aconteça. É precisamente situações dessas que queremos evitar que aconteçam.

Distance Inline: Uma chumbada para usar em fundo rijo, de preferência sem grandes irregularida-des, pois o facto de ser inline significa que o estra-lho sairá a meio da mesma, logo mais perto do fundo. Se este for muito irregular podemos ter o azar de ficar com o estralho mal posicionado. O formato desta chumbada é o ideal para lançar longe, considerando que se quer usar montagem inline…. Não é a chumbada mais adequada para lançar até ao extremo… Esta é também uma boa chumbada para pescar com o sistema drop off.

Distance Swivel: Pode ser usada para pescar de várias formas, embora a mais popular seja em lead clip. Ideal para usar onde o fundo seja duro e irregular ou ate mesmo onde haja algum lodo ou erva, desde que não em grande quantidade, pois neste caso a chumbada ao enterrar-se irá arrastar consigo a montagem. Com o lead clip pode usar-se em drop off, bastando para isso que a borracha fique apenas a cobrir dois ou três milímetros do clip ou então mesmo sem ela. Para que não se perca no embate na água, pode prender-se o clip com um fio de pva. É a chumbada ideal para atingir a distância

máxima, quando usada com a montagem helicópte-ro.

Flat Pear Inline: Com quase todas as caracterís-ticas da anterior inline, mas com low profile, como é uma chumbada mais plana, consegue ficar mais disfarçada no fundo. Como senão, em termos de lançamento perde um pouco para a anterior citada pois não é tão aerodinâmica. Costumo utilizar até mais ou menos 50 metros de distância.

Flat Pear Swivel: Tem os mesmos pontos fortes que a Flat Pear Inline mas uso em fundos menos regulares. Usa-se da mesma forma que a Distance Swivel com exceção dos lançamentos a grande distância. Nos tamanhos mais pequenos pode também de usada com muito sucesso nas monta-gens chod.

Modelos Grippa: Inline e Swivel, são para ser usadas em rios, com correntes, onde devido ao formato achatado e os pontos salientes conseguem uma melhor aderência ao fundo. No caso das Swivel, caso não tenhamos uma em peso suficiente para suportar a corrente, podemos colocar duas no lead clip. Mais do que em qualquer outra situação, ao colocar duas, devemos optar por deixar a borra-cha fora do clip, ou a luta com a Carpa fica mais dificultada devido ao peso.

Square: Os modelos Square são por noma usados em tamanhos mais pequenos, especialmen-te em montagens chod, onde o fundo é muito mole e há mais tendência a afundar. O menor peso dos modelos mais leves e o formato vão fazer com que apenas afundem poucos centímetros. Este formado aliado faz também com que pareçam pequenas pedras, ajudando também um pouco na camufla-gem. Quando usadas em inline, em locais sem corrente podemos usar tamanhos muito pequenos, como o peso é muito concentrado acaba por com-pensar na ajuda da ferragem.

Podemos e devemos analisar cada local, fazer uma boa sondagem do fundo para termos a certeza que ao largar a nossa montagem, esta não fica inuti-lizada. Muitas vezes os pequenos pormenores fazem grande diferença. Boas pescarias!

Orlando Loureiro

DISTANCE INLINE DISTANCE SWIVEL FLAT PEAR INLINE FLAT PEAR SWIVEL

GRIPPA SWIVEL GRIPPPA INLINE SQUARE INLINE SQUARE SWIVEL

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Page 57: Digital Carp Magazine #05

Como já vai sendo hábito desde há algum tempo, a Vital Baits tem-nos brindado com iscos de excelente qualidade. Tenho vindo a usar já há algum tempo e sempre com ótimos resultados, os boilies de krill, que obtiveram excelentes resultados numa sessão no Rio Douro como podem comprovar da edição #4 da DCM, e depois mais tarde com os boilies Banana/GLM que tanto em barragem como em rio tive sempre bons resultados. Cedo cheguei à conclusão que nos deparamos com boilies muito bons e com resultados bastante rápidos por sinal.

Desta vez chegou a hora de testar os novos boilies Liver-8 Complx. Trata-se de um boilie com um ótimo aspeto e com um aroma a polvo bastante agradável, e que pelos testes realizados, são bastante fáceis de digerir. Aproveitei uma sessão de quatro dias na Barragem de Ribeira de Vide e decidi fazer o teste, separando estes iscos de toda a outra engodagem, sendo esta ligeira e localizada com boilies de 15mm. Fui alternando entre duas montagens, uma simples com dois boilies de 15mm e outra com 1 boilie e um milho branco (Banoffe da Korda), juntos com um stick PVA com boilies triturados. Os resultados não se fizeram esperar muito, as capturas foram-se sucedendo sempre sem alterar as engodagens, sempre ligeiras e concentradas.

Na minha opinião trata-se de um boilie com um ótimo aspeto e com um aroma a polvo picante bastante intenso e agradável.

Mais uma vez a Vital Baits nos surpreende, com um produto altamente recomendável!

Rui Peixoto

Obrigado à loja Pesca Team Carp pela contribuição com o mate-rial para o teste.

Não é raro encontrarmos pescadores a usar a chumbada errada para a situação de pesca em que se encontram. Há também uma parcela de pescado-res que “só pesco inline” ou “só pesco lead clip”. Infelizmente esta mentalidade estende-se também a materiais e iscos, mas isso será tema para outra altura. Aqui vamos escrever um pouco sobre chum-badas, como e quando usar determinado modelo. Este é um conceito básico, como gostamos de usar mas sempre a considerar que nos adaptamos ao local em questão. Contudo, cada um é livre para não concordar com o que aqui se escreveu e escolher a chumbada ao seu bel-prazer.

Nota: Os nomes das chumbadas são indicativos e podem mudar de marca para marca.

“Esteve aqui um pescador uma semana e usava chumbadas de 5 onças para pescar no lodo”. Este foi um comentário que ouvimos (dois dos membros da DCM) por altura de uma visita a um lago. Foi-nos também dito que o mesmo pescador gradou, num lago que quase parece impossível que aconteça. É precisamente situações dessas que queremos evitar que aconteçam.

Distance Inline: Uma chumbada para usar em fundo rijo, de preferência sem grandes irregularida-des, pois o facto de ser inline significa que o estra-lho sairá a meio da mesma, logo mais perto do fundo. Se este for muito irregular podemos ter o azar de ficar com o estralho mal posicionado. O formato desta chumbada é o ideal para lançar longe, considerando que se quer usar montagem inline…. Não é a chumbada mais adequada para lançar até ao extremo… Esta é também uma boa chumbada para pescar com o sistema drop off.

Distance Swivel: Pode ser usada para pescar de várias formas, embora a mais popular seja em lead clip. Ideal para usar onde o fundo seja duro e irregular ou ate mesmo onde haja algum lodo ou erva, desde que não em grande quantidade, pois neste caso a chumbada ao enterrar-se irá arrastar consigo a montagem. Com o lead clip pode usar-se em drop off, bastando para isso que a borracha fique apenas a cobrir dois ou três milímetros do clip ou então mesmo sem ela. Para que não se perca no embate na água, pode prender-se o clip com um fio de pva. É a chumbada ideal para atingir a distância

máxima, quando usada com a montagem helicópte-ro.

Flat Pear Inline: Com quase todas as caracterís-ticas da anterior inline, mas com low profile, como é uma chumbada mais plana, consegue ficar mais disfarçada no fundo. Como senão, em termos de lançamento perde um pouco para a anterior citada pois não é tão aerodinâmica. Costumo utilizar até mais ou menos 50 metros de distância.

Flat Pear Swivel: Tem os mesmos pontos fortes que a Flat Pear Inline mas uso em fundos menos regulares. Usa-se da mesma forma que a Distance Swivel com exceção dos lançamentos a grande distância. Nos tamanhos mais pequenos pode também de usada com muito sucesso nas monta-gens chod.

Modelos Grippa: Inline e Swivel, são para ser usadas em rios, com correntes, onde devido ao formato achatado e os pontos salientes conseguem uma melhor aderência ao fundo. No caso das Swivel, caso não tenhamos uma em peso suficiente para suportar a corrente, podemos colocar duas no lead clip. Mais do que em qualquer outra situação, ao colocar duas, devemos optar por deixar a borra-cha fora do clip, ou a luta com a Carpa fica mais dificultada devido ao peso.

Square: Os modelos Square são por noma usados em tamanhos mais pequenos, especialmen-te em montagens chod, onde o fundo é muito mole e há mais tendência a afundar. O menor peso dos modelos mais leves e o formato vão fazer com que apenas afundem poucos centímetros. Este formado aliado faz também com que pareçam pequenas pedras, ajudando também um pouco na camufla-gem. Quando usadas em inline, em locais sem corrente podemos usar tamanhos muito pequenos, como o peso é muito concentrado acaba por com-pensar na ajuda da ferragem.

Podemos e devemos analisar cada local, fazer uma boa sondagem do fundo para termos a certeza que ao largar a nossa montagem, esta não fica inuti-lizada. Muitas vezes os pequenos pormenores fazem grande diferença. Boas pescarias!

Orlando Loureiro

DISTANCE INLINE DISTANCE SWIVEL FLAT PEAR INLINE FLAT PEAR SWIVEL

GRIPPA SWIVEL GRIPPPA INLINE SQUARE INLINE SQUARE SWIVEL

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

Orlando Loureiro e Diogo Durais

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Page 59: Digital Carp Magazine #05

Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

Orlando Loureiro e Diogo Durais

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Page 60: Digital Carp Magazine #05

Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

O LAGOO que se pode dizer de um lago que dá quarenta capturas e mais meia dúzia de arranques

perdidos a apenas dois pescadores numa semana? Não se pode certamente chamar de runs water pois a média de arranques em cada 24 horas teria que ser ainda maior. Talvez fosse um lago como tantos outros, não fosse nessas capturas haver mais de uma dezena de peixes acima dos 20kg! Só dá para ter uma ideia clara do quanto potencial tem o lago quando a meio da tarde, com o sol a incidir na diagonal da água acastanhada, se vêm dezenas de carpas a tomar banhos de sol. Andam tão à tona da água que até dá para reconhecer algumas, como é o caso da grande Koi de quase 20kg, a General. Não é com certeza o lago certo para impressionar com recordes mundiais, mas as dezenas de carpas que passam os 20kg, já com algumas a rondar os 30, aliando a isto os vários siluros acima dos 30kg e um com mais de 50, fazem deste lago um dos melhores destinos france-ses ou talvez até europeus para a prática de Carp Fishing.

OS ISCOSSe na primeira visita tínhamos optado por Cell, com algum sucesso, desta vez quisemos fazer

as coisas de forma mais simples. Em vez de comprar boilies secos, demolhar e esmagá-los para só depois engodar ou iscar (inteiros), desta vez queríamos usar um boilie diretamente da embala-gem. Contribuía também para esta decisão o facto de pretendermos fazer diariamente duas engo-dagens distintas. Durante a tarde e para ficar para a noite, boilies esmagados misturados com pellets, na proporção de três para um, respetivamente. Perto do meio-dia faríamos outra engoda-gem, desta vez apenas com boilies inteiros, lançados a tubo. Esta solução acabou por dar grandes resultados, uma vez que tivemos vários arranques pouco tempo depois de engodar. Cada vez que fazíamos uma captura ou tínhamos um arranque, lançávamos mais um punhado deles. O resulta-do pode ser confirmado com as quatro dezenas de capturas entre os dois. Os iscos & Sweet Chilli da Dynamite têm sido os meus iscos preferidos já há algum tempo e com bons resultados apre-sentados. Foi neles que apostamos e a aposta foi ganha. Além dos 30kg de boilies, que levamos em 15 e 20mm, levamos ainda 40kg de pellets de truta, uma mistura entre 3 e 5mm. De volta trou-xemos 5kg de pellets e 1kg de boilies. Depois de algumas experiências e quase 48h de teste, optamos por iscar boilies simples de 20mm, como se pode ver na imagem.

MIRROR IMAGESeparado do Mirror Lake por duas ou três dezenas de metros, foi construído outro lago, ligeira-

mente mais pequeno. Mas o lago não é só diferente no tamanho, aliás, fazendo exceção à mesma e excelente gestão, tudo é diferente. Tem apenas pesqueiros numa das margens e até mesmo a cor da água e completamente diferente, apresentando aqui um tom esverdeado, sendo que no Mirror é acastanhada. Este lago, batizado de Mirror Image é considerado uma runs water. Realmen-te nadam neste pequeno lago centenas de carpas, algumas de excelente porte, à volta dos 20kg. Não são muitas deste tamanho, é verdade, mas para pescar grandes exemplares está do outro da estrada o Mirror Lake. Um pescador pode fazer várias dezenas de capturas durante uma semana, que começa e acaba ao domingo (no Mirror Lake é de sábado a Sábado). Na passada edição foi-nos possível comprovar tudo isto na reportagem enviada pelo Jim Povey, de Inglaterra, que com mais quatro amigos bateram o recorde do lago, cento e quarenta e nove capturas, algumas de muito bom porte.

A COMPANHIAEmbora o Carp Fishing possa ser uma pesca solitária, quando praticada em dupla pode tornar-

-se uma coisa fantástica, especialmente quando essas duas pessoas encaram as coisas da mesma forma. Neste aspeto tenho certeza que não podia ter tido melhor parceiro. Um grande obrigado ao Diogo.

JON E HEATHERA primeira impressão é a que fica! Isto é o que se costuma dizer e se o aplicarmos à pessoa da

Heather não pode estar mais correto. A primeira impressão é que é uma pessoa muito simpática e prestável. Essa impressão é confirmada no dia-a-dia, nas várias visitas que faz ao pesqueiro. É também a Heather a responsável pela comida, que diga-se de passagem, é excelente. No caso do Jon as coisas funcionam precisamente ao contrário. A primeira impressão é que este homem é um gigante mal-humorado. Não podíamos estar mais errados! É um gigante sim, mas por trás daquele ar sisudo esconde-se uma pessoa atenciosa e muito afável, com um típico humor inglês fantástico. Dificilmente uma visita dele ao pesqueiro não resulta em gargalhadas! Nossas, pois ele tem um estatuto a manter e dificilmente o desfaz! Mas nós sabemos que é só para manter a aparência! À parte de tudo isto, o Jon é ainda um grande mestre no que diz respeito à gestão de um lago de Carp Fishing. Um grande abraço, Jon e Heather.

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Dois anos! Foi em 2012 que visita-mos pela primeira vez o Mirror Lake. Na altura o Jon, proprietário também do Mirror Image, que fica mesmo em frente à sua habitação, deu a enten-der que gostaria que fizéssemos reserva para 2013 mas os planos para o ano seguinte eram outros. De qual-quer forma a gentileza e simpatia com que fomos recebidos fez-nos agendar nova visita para 2014.

LOUREIROConfesso que em alguns momentos

durante a espera tive dúvidas se tinha feito a escolha certa, afinal o que não falta em França são lagos, então para quê repetir? Bem, quanto mais se aproximava a data mais certe-za tinha que afinal tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, depois de tantos catch report que analisei em vários lagos, o Mirror Lake parecia não ficar atrás de outros em nenhum aspeto, quer em quantidade quer em qualidade do peixe.

Nesta segunda visita eu e o Diogo, meu único companheiro nesta aventura, tínhamos uma grande vantagem em relação à primeira, já conhecíamos o lago! Não completamente, como é lógico, mas a verdade é que a primeira sessão nos tinha dado a todos vários recordes e também a possibilidade de apanhar alguns peixes diferentes do que estávamos habitua-dos. Tudo isto traduziu-se em experiência de pesca, que nesta sessão íamos tentar explorar ao máximo.

Uma das grandes vantagens do Mirror Lake, no meu entender, é a forma inteligente como o Jon gere as visitas. Não se alugam pesqueiros, como na maioria dos casos, mas sim o lago todo. Contribui claro para isso o facto do lago apenas ter cinco pesqueiros, com capacidade máxima para sete pescado-res. Digamos que para se pescar confortavel-mente há espaço para cinco. Bem, como apenas seríamos dois, tínhamos o lago inteiro por nossa conta. Era qualquer coisa de fantás-tico! A estratégia era simples, como o

pesqueiro Koi é duplo e permite pescar para todo o lago, iríamos ficar os dois lá. Havia várias vantagens em ficarmos juntos no mesmo pesqueiro mas as fotos de qualidade e ajuda com as capturas eram sem dúvida das mais importantes.

Como sempre acontece nestes casos a preparação começou muito tempo antes. Os iscos, que são sem dúvida um ponto muito importante, quer estrategicamente quer financeiramente, cedo foram escolhidos, Spicy Tuna da Dynamite.

Como sempre acontece a ansiedade da partida domina as horas antecedentes, pelo que muito antes da hora combinada da parti-da estava tudo pronto. Desta vez íamos de Toyota Avensis, pelo que havia alguma apre-ensão sobre o espaço disponível. Afinal havia espaço de sobra, podíamos ter até levado mais tralha. Contribuiu para isso o facto de que no Mirror Lake as tendas e bedchairs fazem parte do aluguer do Lago, assim como cradles, sacos de pesagem e mais alguns objetos que já não temos que carregar, tornando assim a viagem bem mais cômoda. A partida deu-se de Trancoso às 20:15h e a viagem correu relativamente bem, apenas com uma paragem para comer algo por volta da meia-noite e outra para meter combustí-vel, ambas em terras espanholas.

Eram quase 8h da manhã quando para-mos a frente da casa do Jon e da Heather, os proprietários dos lagos Mirror Image e Mirror Lake. O primeiro mesmo em frente da casa e o segundo do outro lado da estrada. Seria este o nosso destino por uma semana. Como ainda reinava o sossego na casa decidimos avançar com o plano inicial, que era falar com o pesso-al que lá estava a pescar, para perceber como tinha corrido a semana. Para nossa surpresa e apesar de terem ainda toda a manhã para poderem aproveitar a pesca, já estavam a carregar tudo para voltar a Inglaterra. Fizeram mil queixas do lago, inclusive que não tinha peixe. Apesar disso um dos pescadores tinha capturado uma carpa na última noite com 53lb enquanto outro levava no registo um siluro com 75lb. As queixas eram tantas que dei comigo a ficar preocupado. Decidimos

fazer uma inspeção a toda a volta do lago e fomo-nos aperce-bendo que além de muito pouco higiénicos, como pescado-res deixavam muito a desejar. Vimos vários sacos, alguns ainda com iscos, de ground bait. Era um contrassenso de todo o tamanho usar este tipo de engodagem num lago destes e talvez essa fosse o motivo para os supostos milhares de lagostins que lhes davam cabo dos iscos. Para nossa surpresa acabaram por se ir embora sem sequer se despedir dos anfitriões! Mais tarde em conversa com estes à beira do lago confirmamos a falta de qualidade destes tipos em relação à pesca e a falta de educação e respeito para tudo o que envol-via pescar no lago. O Jon jurou a pés juntos que não voltavam por dinheiro algum... As carpas pareceram agradadas com o comentário do Jon e como que a desmentir o pescador inglês que disse que não havia ali peixe, começaram a saltar um pouco por todo o lago.

Apesar de já termos uma ideia da estratégia a seguir, a sondagem foi feita como se nunca ali tivéssemos estado, alguma coisa podia ter mudado e não queríamos ser apanha-dos desprevenidos. Com as canas de marcação e ajuda do barco marcamos todos os pontos que nos pareceram impor-tantes.

Arrumar toda a tralha e a sondagem consumiram grande parte do dia pelo que já passava das 18:30h quando lança-mos as canas. Pouco tempo depois chegou o jantar, que é uma opção mas pode estar incluído na estadia, assim como o pequeno-almoço. Jantamos, aproveitamos o pôr-do-sol para tirar umas fotos e fomos até aos abrigos, era preciso descan-sar.

DIA 24Passavam apenas 15 minutos da meia-noite quando

chegou a primeira captura, uma bonita Mirror com 13,650kg que não resistiu a um boilie de 20mm de Spicy Tuna. O restante da noite foi para dormir que bem estávamos a preci-sar. Acordei antes do nascer do sol, dei uma vista de olhos ao lago e decidi voltar ao saco cama. A manha ameaçava ser fresca, tal como a noite tinha sido. Não demorou muito e tive que voltar a sair, o Diogo tinha a primeira carpa na ponta da linha! Era a segunda captura, com precisamente a mesma montagem.

DIOGOA viagem tinha sido tranquila mas longa. Mais de 1000km

trazem sempre algum desgaste.A hora de recolher à bedchair foi muito bem recebida, e

penso ter adormecido quase imediatamente. Por um lado dese-java dormir umas horas seguidas, por outro gostava de ouvir os alarmes tocar.

Acabei por dormir toda a noite sem que os alarmes me interrompessem. Acordei com a luz da manhã, mas deixei-me ficar deitado a ouvir os sons da natureza. Por um momento pensei nos comentários do grupo de pescadores que tinha estado no lago na semana anterior. Tínhamos já uma captura, e a noite não nos deu qualquer atividade de lagostins, senti-me relaxar. Em 2012 o peixe também demorou a entrar nos nossos pesqueiros.

Estava já meio adormecido novamente quando uma suces-são de bips me fez saltar e correr para as canas. Após uma luta de alguns minutos tinha no tapete uma Espelhada fantástica com 15,875kg. Tal como na primeira captura da sessão, o sucesso foi conseguido com um boilie simples de Spicy Tuna.

Fizemos uma boa série de fotos. Devolvemos devidamen-

te tratada.Recoloquei a cana, ofereci meia dúzia de boilies com o

tubo, e não mais que cinco minutos depois os alarmes dão novamente sinal. A primeira Comum da sessão não resistiu a um snowman de Spicy Tuna 20mm com pop up ananás/bana-na 16mm. Era pequena para o lago, pouco abaixo dos 10kg, mas muito bonita e saudável.

Agora sim a sessão tinha arrancado a sério!

LOUREIROTínhamos decidido colocar montagens diferentes em

cada cana até descobrir qual funcionaria melhor e pelos vistos o boilie de 20mm de Spicy Tuna simples era a melhor opção. Nas outras canas tínhamos snowman, de 20 e 15mm. A engodagem tinha sido feita a partir da margem para duas canas, para as restantes foi feita a partir do barco disponível no lago. Não tínhamos engodado muito, estávamos no início da sessão e tínhamos muito tempo para meter muita comida caso fosse necessário. Uns punhados de pellets e boilies partidos para começar era o suficiente.

DIOGOComo pescadores tentamos ser sempre o mais rigorosos

possível, eliminar a margem de erro ao máximo. Mas no que toca a comer somos igualmente assertivos. No entanto, por algum motivo naquele dia ainda estávamos em ritmo lento, pelo que decidimos comer qualquer coisa leve pelo almoço.

Tinha dado jeito um almoço reforçado, o início da tarde trouxe atividade, e peixe muito combativo.

Pouco antes das 14h uma fantástica Espelhada com 14,6kg lançou o mote. Pelas 15h tive realmente que puxar de todas as minhas energias para fazer frente à minha primeira captura superior a 20kg. Uma Espelhada muito aguerrida, que embora tivesse dado apenas um pequeno arranque, fez valer todo o seu peso durante a batalha. Pesou 20,865kg, e deu mais algumas fotos fenomenais.

Mudei definitivamente todas as montagens para boilie simples de Spicy Tuna 20mm, era o que estava a resultar melhor.

LOUREIRONa visita anterior ao lago tínhamos usado boilies secos,

deixando-os de molho na água para engodar e iscar, nesta visita decidimos usar shelf life, diretamente do pacote, e parecia estar a resultar. O sucesso confirmou-se durante o dia, dado que ao cair da noite contávamos cinco carpas e uma brema no cradle. Depois de cada arranque lançávamos um punhado de boilies, na tentativa de manter o peixe por perto.

Tínhamos acabado de jantar quando mais um alarme do Diogo volta a dar sinal. Por azar e já quase no na margem, soltou-se sem nos permitir saber que espécie seria. Para a noite deixei duas canas com 20mm simples e a outra com uma hook pellet marine halibut de 22mm, dipada no mesmo aroma durante três semanas. Estas hook pellets garantem três dias até se desfazer, pelo que são um dos melhores iscos mesmo para usar em rio. Como são grandes e pesadas, convém colocar um pequeno insert por causa da erosão da linha. A ideia deste isco era apanhar um siluro, espécie repre-sentada no lago por belos exemplares, um deles com mais de 100lb, mas nunca antes capturada por mim.

Dia 25Já passava da meia-noite quando um

barulho me acorda, levantei-me e vi o Diogo em plana luta com uma menina que pouco tempo depois estava no cradle pronta para ser fotografada. Passava pouco dos 19kg. A noite prometia! Prometia mas não cumpriu! Mais uma vez acordei cedo e desta vez sem um único toque nas minhas montagens. De qualquer forma as primeiras horas são boas e decidi esperar. Voltei a adormecer e por volta das 9:30h acordei com o barulho da Heather que trazia o pequeno-almoço. Fiquei ainda uns momentos mais para lá do que para cá quando um Delkim me fez saltar da bedchair, mas tão rápido começou a gritar como se calou. Era na cana da direita que estava junto a margem e ainda não tinha dado qualquer sinal.

Demorei alguns minutos até me decidir a levantar completamente, e só o fiz quando vi o Diogo vir na minha direção. Foi então que reparei que o fio da cana que tinha dado o sinal estava em tensão. Tentei aliviar um pouco mas a tensão mantinha-se. "Mas que raio! Tenho alguma coisa presa a montagem!" E tinha mesmo, a carpa mais pequena até ao momento, mas possivelmente a mais bonita. Uma linear com 9,3kg.

Montagem de novo no local. Ia a caminho da engodagem, que nesta cana assim como na cana do meio esta era feita a partir da margem, quando o Diogo me faz sinal, a cana da esquerda acabava de arrancar. Momentos antes tinha atirado com meia dúzia de boilies para o local da montagem. Foi uma excelente batalha, que rendeu na balança 20,1kg de

carpa espelhada! Mais uma vez um boilie simples a produzir resultados.

Desta vez o dia passou calmo, sem arran-ques. Levantou-se ainda um vento fraco que agitava a superfície da água mas mesmo assim de vez em quando víamos assomar uma cabeça e uns grandes ombros. À semelhança do dia anterior fomos até ao canto onde elas costumam passar a tarde e lançamos uma cana com um zig rig. Apesar delas se mostra-rem várias vezes não tivemos qualquer arran-que. Voltaríamos no dia seguinte, agora era mais importante tratar da engodagem! A minha cana do meio continuava sem dar qual-quer sinal e não estava totalmente satisfeito com a localização da montagem pelo que decidi procurar um novo spot. Este foi encon-trado quase a meio da distância da outra margem e um pouco mais à esquerda de onde tinha ficado as primeiras duas noites. De resto manteve-se tudo igual. Restava esperar.

Dia 26Mais uma grande espelhada tinha fecha-

do a conta ao Diogo para o dia 25. Pesou pouco mais de 20kg.

Momentos depois, já com o calendário a marcar dia 26, um pequeno bip me fez abrir os olhos. Não tardou outro e mais outro... Quando o carreto começou a dar fio devagar eu já estava pronto para a ferrar. A luta come-çou comigo a pensar que era um siluro pois o que vinha preso ao anzol era massivo, mas não dava qualquer cabeçada. Alguns minutos depois, já com o Diogo com o camaroeiro pronto, a dúvida desfez-se, tinha subido e veio mostrar-se a tona da água, mas sem dúvida era enorme. A batalha deixou-me

extenuado e depois de duas ou três tentati-vas falhadas de lhe pegar para a foto, decidi fazê-lo dentro de água. Antes passou ainda pela balança, onde acusou 22kg bem pesa-dos! Fantástico peixe!

Montagem de novo na agua e começou a chover. Chovia como se as nuvens estivessem irritadas.

Ainda assim fomos obrigados a sair do abrigo para recolher e fotografar uma Espe-lhada com 11,5kg que o Diogo ferrou.

Apenas às 5:30h da manha voltei a ouvir um alarme. Por fim a cana do meio dava sinal. Porém parecia que estava fadada ao azar pois depois de uma breve luta o peixe acabou por se soltar. Voltei a lançar, um pouco a confiar no sentido de orientação pois ainda estava escuro. Não fiquei muito tempo na bedchair, pouco tempo depois a cana da esquerda começa a dar fio e o alarme a cantar. Não era uma corrida desenfreada porém certa. Quando ferrei o peixe logo percebi que não era uma Carpa. Depois de uma luta que me deixou os braços numa papa, veio ao cradle o meu primeiro siluro, que pesou 19,6kg. Não era nenhum monstro mas como primeiro era fantástico!

Sempre que houvesse uma captura, atirá-vamos com meia dúzia de boilies para o spot. Na tarde anterior e depois de algumas experi-ências tínhamos decidido engodar duas vezes por dia, uma perto da hora de almoço, só com boilies lançados a tubo, a outra à tardi-nha, por volta das 18h com o barco, onde colocaríamos boilies partidos e pellets. Como tal nessa manhã cada um de nós espalhou um quilo de boilies pelas três canas e decidimos esperar.

Tínhamos convidado o Jon e a Heather para lanchar connosco e à hora marcada eles apareceram. Pontualidade britânica no seu melhor. A Heather tem uma predileção por vinho do porto como nunca vi, acompanhado de salpicão, queijo e bolo da Páscoa, foi um verdadeiro manjar. Quem não teve respeito pela hora do lanche foi o peixe, pois o Diogo por duas vezes teve que se levantar para colo-car primeiro uma espelhada e depois uma comum no cradle. A balança marcou 11,5kg e 12,7kg respetivamente. Quando estávamos a terminar o lanche foi a minha vez de ser inter-rompido, com a minha primeira comum da sessão, que acusou 17.350kg na balança. Fantástica!

Colocamos as boias de marcação, que aconselho a levar em quantidade, e rapida-mente demos a volta com o barco para fazer a engodagem. De caminho passamos pela margem oposta a fazer uma inspeção, acabando mesmo por fazer uma engodagem num determinado ponto que nos pareceu muito bom. Tínhamos ali uma opção caso quiséssemos mudar alguma cana. O jantar foi cedo e depois de duas de treta fomos até às tendas. Ainda não tinha adormecido quando a cana do meio voltou a dar fio e o respetivo alarme começou a cantar. Ainda não tinha tido qualquer captura com esta cana, podia ser que fosse esta a oportunidade. E foi mesmo. Depois de uma luta brutal, que logo de início mostrou o que estava preso ao anzol, veio ao cradle um lindo siluro com 28kg. Tinha valido a pena mudar a cana de sítio mesmo depois de dois dias de engoda-gem.

Ainda antes de mudar o dia, haveria nova

captura. O Diogo a faturar mais uma espelha-da, desta feita com pouco mais de 17kg.

Dia 27Depois de ter ajudado o Diogo a pesar e

fotografar mais uma captura (novamente perto dos 20kg) pouco depois da 3h da manhã, voltei à bedchair para uma hora depois voltar a sair em direção à cana da esquerda. A luta foi demorada e renhida mas era claro que era uma carpa. Veio para a foto uma das grandes espelhadas, que igualou o meu recorde pessoal, que tinha sido captura-do em 2012 no mesmo local, 22,8kg. Puro músculo! Combate fantástico!

5:45h da manhã novo arranque na mesma cana, mais uma Mirror, desta vez mais pequena, 9,3kg.

9:10h e novo arranque, desta vez na cana que tinha capturado o siluro maior. Quando a batalha começou logo percebi que era mais um destes bichinhos. Era o mais pequeno até ao momento mas mesmo assim pesou 14.5kg.

Pouco depois o Diogo levou ao tapete mais uma espelhada, a balança marcou 13kg.

Seguindo a estratégia delineada no dia anterior, por volta das 11:30h engodamos com um quilo de boilies cada a dividir pelas três canas. A estratégia estava a funcionar, e ainda estávamos a pesar uma grande espe-lhada do Diogo e logo outra arrancou. Infeliz-mente esta ultima não veio ao cradle pois a meio da batalha soltou-se. Ainda assim a batalha que teve final feliz rendeu uma carpa com 17,8kg.

Haveria ainda perto de almoço tempo para mais uma captura, feita pelo Diogo. 13,6kg de carpa espelhada.

Gastamos pouco mais de 1h no canto do lago em frente e à direita do nosso pesqueiro. Por norma as carpas juntam-se ali durante a tarde e desta vez não foi exceção. Depois de uma passagem pelos sanitários para tomar banho, que diga-se de passagem são de muita higiene, dei a volta ao lago e confirmei que o peixe estava ali pelo que em breves minutos estávamos com um zig rig dentro de água. O espetáculo que o peixe nos propor-cionou foi fantástico, saltos e rebolões, barba-tanas de fora, por vezes à nossa beira. Vimos também varias vezes a silhueta inconfundível da General, a grande Koi cor de Laranja que ronda 40lb de peso. Infelizmente nenhuma delas iria sucumbir aos zigs apresentados, primeiro preto e amarelo, depois preto e

branco.A minha cana da direita tinha dado

apenas uma captura, pelo que entendi mudá--la de sítio. Iria dar-lhe mais uma oportunida-de naquela margem, apenas a mudei de spot. Caso continuasse sem movimento então aí sim, iria mudá-la para o spot de reserva que mais uma vez engodei e que ainda não tinha sido usado. Normalmente sempre faço isto nestas grandes sessões, engodo pelo menos mais um spot do que é necessário e embora nem sempre seja a melhor opção, a verdade e que tem dado bons resultados. Como tal, mais uma vez, um spot de reserva estava pronto para usar.

Tínhamos escolhido a opção pequeno-al-moço e jantar no lago, entregue pela Heather. Depois de jantar uma salada de galinha que estava divinal, sentamo-nos junto das canas a acabar com o vinho que tinha sobrado da refeição e a dar duas de treta. No meio da conversa a minha cana do meio volta a arran-car. Rapidamente me apercebi que era um siluro, único peixe apanhado naquele spot até então. Mesmo a margem e depois de uma boa luta acabou por se desferrar.

Dia 28Esta parecia a noite dos siluros... à 1:30h a

cana do meio voltou a dar um destes bichi-nhos viscosos. Importante nesta pesca levar umas luvas pois apesar dos dentes serem muito pequenos são aos milhares, o que certamente irá provocar ferimentos nas mãos. Este último era muito pequeno, pouco passando dos 9kg. Embora este peso seja suficiente para uma luta fantástica. As minhas canas são de 3,5lb mas isso não o impedia de as dobrar maravilhosamente. Às 3h da manhã, novo siluro na mesma cana. Mesmo a chegar a margem acabou por se soltar. Em conversa com o Jon, ele disse-nos que é normal perder muitos siluros devido ao formato da boca. Dependendo de onde ferra pode ser difícil aguentar o anzol com toda a força que eles fazem. Agravando o caso, o anzol que estava a usar era um kaptor nº 4 da Korda, cor gravel. Aproveitei e troquei o isco habitual para uma hook pellet marine halibut de 22mm.

Pelo meio ainda houve tempo para foto-grafar mais uma captura do Diogo, uma espe-lhada com 16kg bem pesados.

O melhor spot que tinha, pelo menos na minha ideia era o da cana da esquerda. Situa-do a apenas 32m de distância do pesqueiro, tinha uma espécie de pedra lisa com menos

de 1m2. Se conseguisse que a montagem caísse ali o arranque era certo. O problema é que há volta há umas pequenas pedras que por vezes nos induzem em erro, a montagem cai em zona rija e parece que ficou bem. Como ter a certeza? Algumas horas sem um toque sequer levaram-me a crer que a monta-gem não estaria perfeita, como tal decidi relançar também esta.

A aposta foi ganha pois 2:30h depois o alarme começou a soar e veio ao tapete uma espelhada com 17kg. Ainda não tinha acaba-do de devolver esta e o alarme da direita começa a soar também. Mais uma espelhada no cradle com mais meio quilo, 17,5kg.

O dia passaria calmo, apenas às 18h haveria novo arranque na cana da direita. Supostamente seria um siluro mas irá ficar sempre a dúvida.

DIOGOApós o jantar, e enquanto havia luz natu-

ral, aproveitava sempre para ler uns minutos. No final do dia 28 assim fiz. A luz rapidamente desapareceu, o que nos fez recolher ao abrigo. Ainda liguei o tablet, o sono ainda não se fazia sentir. Estávamos perto das 23h.

Um bip isolado. O pêndulo praticamente imóvel. Um longo momento de silêncio. Novo bip, com o pêndulo a descer bastante, e quase de seguida a colar-se ao alarme. Lanço-me para a cana e ferro o peixe. Mais uma vez não houve propriamente um arranque, mas não havia dúvida, havia peixe na outra ponta da linha. Comecei a trabalhar o peixe, e senti algu-mas "cabeçadas", mais caraterísticas de Siluro ou Grass Carp. O peixe fazia valer o seu peso mas consegui fazê-lo aproximar-se. Sempre fundo na água, sem se dar a ver. Arranca uma e outra vez, sempre a tentar sacudir a montagem, até que finalmente consigo trazê-lo à superfí-cie, proporcionando assim a primeira ideia real do animal. Uma Carpa Espelhada com uma lombada fantástica, imponente! Ao entrar no camaroeiro não restavam dúvidas, era peixe para record pessoal! Mais um monstro a ceder ao charme de um boilie Spicy Tuna de 20mm. A sessão fotográfica foi tudo menos fácil. Um peixe com aquele tamanho não é fácil de manusear. Fizemos dezenas de fotos. Seguia-se a pesagem. A balança marcou uns impressio-nantes 24,7kg!!! Record batido com estrondo! Hora de devolução daquele magnífico espéci-me. Aproveitamos para mais umas quantas fotos de belo efeito, parabéns ao fotógrafo de serviço!

Depois disto a vontade era recolocar a montagem rapidamente, há que aproveitar o tempo, e nunca se sabe o que pode vir a seguir. Mas os braços pediam uns minutos de pausa. Ficamos a ver as fotos feitas e a comentar a captura.

As forças voltaram e recoloquei a monta-gem com a expetativa que mais peixe de lá viesse. Era hora de tentar dormir um pouco, assim fiz.

A meio de uma noite chuvosa fui ainda visitado por mais uma espelhada, que sendo mais comprida que barriguda não fugiu a regra de ser bem bonita e bem tratada. A balança marcou 15,9kg.

LOUREIRODIA 29

A noite foi muito calma para mim, ao contrário do Diogo que, ainda antes da meia--noite, esmagou o seu recorde pessoal com uma captura que passou em muito os 24kg, eu não tive um único toque. A partir das 4h da manhã começou a chover e já despontava o dia quando uns bips isolados na minha cana da direita me fizeram acordar. Chovia pouco, ainda assim vesti o impermeável, os bips continuaram e quando me aproximei da linha reparei que estava tensa. Puxei e começou a luta com uma linda espelhada que marcou na balança 20,2kg. Algumas horas mais tarde a cana da esquerda daria mais uma captura também, outra espelhada mais pequena, que pouco passou os 15kg.

Ao relançar esta cana apercebi-me que a montagem não tinha caído no sítio pretendi-do e puxei de novo mas alguma coisa se pren-deu a linha. Ainda pensei que tinha sido o inverso, o anzol a ferrar algo na passagem, mas não, tinha sido um Lúcio-Perca que não resistiu à passagem do Spicy Tuna.

Já tinha comentado com o Diogo que se a minha cana do meio voltasse a arrancar ele podia ir lá ferrar o que seguramente seria um siluro, espécie que ele ainda não tinha captu-rado. Esta cana não deu sinal por várias horas mas a oportunidade acabaria por vir sem nada o prever. Tinha decidido ir tomar banho perto das 11h e quando estaria sensivelmen-te a meio senti o barulho caraterístico do walkie talkie e o Diogo a chamar-me. Tinha um arranque na cana da esquerda. Quando acabei e olhei pela janela ele continuava a lutar com o peixe, logo pensei que seria um siluro pois já tinha passado largos minutos

desde que ele me tinha chamado. Cheguei ainda a tempo de assistir à parte final, ajudando ainda a meter aquela criatura tão escorregadia no camaroeiro. Ainda passou dos 20kg, dando uma excelente estreia ao meu parceiro com a captura da espécie. O único contratempo foram os mais de trinta metros de linha que tive que cortar. Provavelmente o fluoro carbono ficou entre algumas pedras e quando o peixe arrancou raspou ali a linha, deixando-a bastante estragada. Bem, o importante era a captura e essa foi concretizada.

A tarde foi bastante sossegada, aproveitei para tirar uma soneca, afinal tínhamos uma viagem de mais de mil quilómetros pela frente no dia seguinte. Quando acordei, olhei instintivamente para o canto norte do lago, mais uma vez o peixe andava ali às dezenas. Fui lá tentar a sorte. Lancei um rig zig mesmo para o meio delas e o único sinal e agitação foi um ligeiro revolver na água das que estavam mais perto, logo continuando a nadar normalmente à superfície.

O Jon tinha-nos dito que nunca ninguém tinha capturado uma carpa à superfície no Mirror Lake e pelos vistos não iríamos ser nós a fazê-lo. Depois de algum tempo acabei por desistir e voltar ao pesqueiro Koi. Estava quase na hora da engodagem para a última noite. Mesmo a terminar a engodagem, apenas faltava uma cana, e quando ia para a levantar, o alarme começou a soar. Era a minha estreia nas Bremas!

A cana do meio foi transferida para a outra margem do lago, para o pesqueiro que tinha sido engodado todos os dias. Era a última noite, era aguardar... Bastaram duas horas e meia para esta cana arrancar, infelizmente soltou-se logo no início do combate. Derivado à distância ser grande acabei por não perceber o que teria pegado. Apesar de já ser escuro voltei a colocar a montagem de barco, o peixe já conhecia o local e parecia andar bastante ativo por todo o lago.

O fim do dia, e mais propriamente a hora após o jantar, voltou a ser produ-tiva. Desta feita o Diogo conseguiu ensacar uma espelhada com pouco mais de 13,5kg. Esta seria a sua última carpa da sessão.

DIA 30O dia 30 iria ser curto no que a pesca diz respeito. Por volta das 10h tería-

mos que abandonar aquele lugar paradisíaco. Contudo ainda tínhamos umas horas. Pelas 2:30h o meu alarme da esquerda arrancou-me do sono. A luta prometia um peixe de bom porte, a balança confirmou, uma espelhada com 16kg. A partir daqui o sono desapareceu.

DIOGOA sessão estava mais que ganha! Levei três grandes objetivos para França,

atingir as 20 capturas, capturar uma Grass e tentar bater o record pessoal. Levava já 19 capturas registadas, sendo uma delas uma Espelhada com 24,7kg. Não tinha logrado fotografar uma Grass, mas tinha fotografado um Siluro bem jeitoso. Deitei-me para a última noite com a sensação de missão cumprida. Tudo o que pudesse vir mais era bem-vindo, mas a viagem já tinha rendido muitas alegrias.

Por volta das 3h45 um berro incessante dos alarmes despertou-me dum sono profundo. Ainda não tinha o peixe ferrado mais já podia adivinhar que se trataria dum valente siluro. Estava mais do certo.

A batalha foi realmente exaustiva. O Siluro correu meio lago, sem exagerar. Ainda hoje estou convencido que se ele não tivesse ficado cansado a determina-da altura, era eu que tinha de pedir ao meu companheiro para assumir a luta durante uns minutos. Felizmente o bicho lá cedeu e consegui trazê-lo ao camaro-eiro. Fazer um animal daqueles entrar num camaroeiro não e nada fácil. Era muito comprido. As fotos também não foram nada simpáticas de se fazer, mas a

alegria da captura ajuda a conseguir tudo! A balança marcou pouco mais de 24kg. A máquina registou e imortalizou assim a minha 20ª captura da sessão. Seria a última, e naquele momento os braços pediam encarecidamente que os deixasse em paz!

LOUREIROChegaram as 4:30h e um novo arranque, desta vez na cana da margem

direita. Não deveria escrever arranque pois na realidade foram apenas uns bips isolados. Como tinha acontecido durante a semana com todos os grandes peixes capturados, com exceção dos siluros, apenas alguns bips e a linha super tensa davam a indicação de que havia peixe ferrado. Levantei a cana e surpreendentemente o peixe veio na minha direção até pelo menos metade da distância. De repente mudou de direção, várias vezes sempre com muita força. O combate durou alguns minutos e foi ganho pelo peixe, que se conse-guiu desferrar, deixando-me um amargo na boca. Relancei a cana e voltei até a bedchair. Desta vez consegui adormecer, embora o tenha feito por pouco tempo pois o amanhecer estava próximo. Voltei a lançar a cana da margem direita pois não tinha ficado completamente satisfeito com o último lança-mento. Só tinha deixado ficar pois a noite estava escura e sabia que fazer melhor era uma sorte.

Rapidamente organizamos todo o material, deixando as canas para o final, como manda a regra. Um dos objetivos para esta viagem era conseguirmos quarenta capturas. O Diogo tinha atingido metade dessa marca durante a noite, mas quando contei as minhas reparei que só tinha dezanove! Em jeito de brincadeira disse ao meu companheiro de sessão: “Falta-me uma para as vinte!” Instantaneamente o alarme da direita começa a tocar e pouco depois tinha a vigésima captura ao tapete! Foi uma gargalhada total! Pouco importava se era a carpa mais pequena da sessão, era mais um objetivo cumprido!

Pouco depois e já com todo o material carregado na Avensis fomos convi-dados a tomar um café em jeito de despedida. Ficou a promessa de voltar o mais breve possível, que para nós, seja qual for o tempo que demore, irá pare-cer uma eternidade!

DIOGOTudo o que de bom se possa dizer sobre uma viagem destas já me passou

pela cabeça. A melhor forma de o transmitir é dizer que quase nada poderia ser diferente para que a viagem fosse melhor. Poderia ter conseguido uma Grass? Sim poderia. Poderia ter conseguido uma Carpa com mais de 60lbs? Sim, também poderia. Mas e que dizer sobre uma semana que me deu duas dezenas de capturas, duas com mais de 24kg, e mais um punhado delas a rondar os 20kg? Não há palavras que o descrevam.

Demonstrativo do sucesso desta sessão é o facto de o meu record anterior ter sido batido, e o segundo maior peixe que havia tirado, se tivesse saído nesta sessão, teria ficado apenas no 10º lugar na tabela das maiores capturas. E estou a falar num peixe com 17kg!

Fazer uma viagem destas não deve no entanto ser uma decisão tomada sem ponderação.

Aconselho vivamente a que se estude bem o destino antes de marcar uma estadia. Mas ainda mais importante que isso, escolham bem a companhia. Vão estar sete dias ligados a essa ou essas pessoas. Viagem com pessoas que vos transmitam confiança e amizade. Mais do que evitar problemas, isso vai fazer a sessão ser ainda mais memorável. Nesse campo tenho um rasgado obrigado a enviar ao meu amigo Loureiro, foi um companheiro de aventura fantástico.

O LAGOO que se pode dizer de um lago que dá quarenta capturas e mais meia dúzia de arranques

perdidos a apenas dois pescadores numa semana? Não se pode certamente chamar de runs water pois a média de arranques em cada 24 horas teria que ser ainda maior. Talvez fosse um lago como tantos outros, não fosse nessas capturas haver mais de uma dezena de peixes acima dos 20kg! Só dá para ter uma ideia clara do quanto potencial tem o lago quando a meio da tarde, com o sol a incidir na diagonal da água acastanhada, se vêm dezenas de carpas a tomar banhos de sol. Andam tão à tona da água que até dá para reconhecer algumas, como é o caso da grande Koi de quase 20kg, a General. Não é com certeza o lago certo para impressionar com recordes mundiais, mas as dezenas de carpas que passam os 20kg, já com algumas a rondar os 30, aliando a isto os vários siluros acima dos 30kg e um com mais de 50, fazem deste lago um dos melhores destinos france-ses ou talvez até europeus para a prática de Carp Fishing.

OS ISCOSSe na primeira visita tínhamos optado por Cell, com algum sucesso, desta vez quisemos fazer

as coisas de forma mais simples. Em vez de comprar boilies secos, demolhar e esmagá-los para só depois engodar ou iscar (inteiros), desta vez queríamos usar um boilie diretamente da embala-gem. Contribuía também para esta decisão o facto de pretendermos fazer diariamente duas engo-dagens distintas. Durante a tarde e para ficar para a noite, boilies esmagados misturados com pellets, na proporção de três para um, respetivamente. Perto do meio-dia faríamos outra engoda-gem, desta vez apenas com boilies inteiros, lançados a tubo. Esta solução acabou por dar grandes resultados, uma vez que tivemos vários arranques pouco tempo depois de engodar. Cada vez que fazíamos uma captura ou tínhamos um arranque, lançávamos mais um punhado deles. O resulta-do pode ser confirmado com as quatro dezenas de capturas entre os dois. Os iscos & Sweet Chilli da Dynamite têm sido os meus iscos preferidos já há algum tempo e com bons resultados apre-sentados. Foi neles que apostamos e a aposta foi ganha. Além dos 30kg de boilies, que levamos em 15 e 20mm, levamos ainda 40kg de pellets de truta, uma mistura entre 3 e 5mm. De volta trou-xemos 5kg de pellets e 1kg de boilies. Depois de algumas experiências e quase 48h de teste, optamos por iscar boilies simples de 20mm, como se pode ver na imagem.

MIRROR IMAGESeparado do Mirror Lake por duas ou três dezenas de metros, foi construído outro lago, ligeira-

mente mais pequeno. Mas o lago não é só diferente no tamanho, aliás, fazendo exceção à mesma e excelente gestão, tudo é diferente. Tem apenas pesqueiros numa das margens e até mesmo a cor da água e completamente diferente, apresentando aqui um tom esverdeado, sendo que no Mirror é acastanhada. Este lago, batizado de Mirror Image é considerado uma runs water. Realmen-te nadam neste pequeno lago centenas de carpas, algumas de excelente porte, à volta dos 20kg. Não são muitas deste tamanho, é verdade, mas para pescar grandes exemplares está do outro da estrada o Mirror Lake. Um pescador pode fazer várias dezenas de capturas durante uma semana, que começa e acaba ao domingo (no Mirror Lake é de sábado a Sábado). Na passada edição foi-nos possível comprovar tudo isto na reportagem enviada pelo Jim Povey, de Inglaterra, que com mais quatro amigos bateram o recorde do lago, cento e quarenta e nove capturas, algumas de muito bom porte.

A COMPANHIAEmbora o Carp Fishing possa ser uma pesca solitária, quando praticada em dupla pode tornar-

-se uma coisa fantástica, especialmente quando essas duas pessoas encaram as coisas da mesma forma. Neste aspeto tenho certeza que não podia ter tido melhor parceiro. Um grande obrigado ao Diogo.

JON E HEATHERA primeira impressão é a que fica! Isto é o que se costuma dizer e se o aplicarmos à pessoa da

Heather não pode estar mais correto. A primeira impressão é que é uma pessoa muito simpática e prestável. Essa impressão é confirmada no dia-a-dia, nas várias visitas que faz ao pesqueiro. É também a Heather a responsável pela comida, que diga-se de passagem, é excelente. No caso do Jon as coisas funcionam precisamente ao contrário. A primeira impressão é que este homem é um gigante mal-humorado. Não podíamos estar mais errados! É um gigante sim, mas por trás daquele ar sisudo esconde-se uma pessoa atenciosa e muito afável, com um típico humor inglês fantástico. Dificilmente uma visita dele ao pesqueiro não resulta em gargalhadas! Nossas, pois ele tem um estatuto a manter e dificilmente o desfaz! Mas nós sabemos que é só para manter a aparência! À parte de tudo isto, o Jon é ainda um grande mestre no que diz respeito à gestão de um lago de Carp Fishing. Um grande abraço, Jon e Heather.

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Page 74: Digital Carp Magazine #05

A VIAGEMA viagem não é propriamente um passeio mas os 1116km que percorremos para chegar ao

destino também não são nada de preocupante caso se organizem bem as coisas. É imperativo fazer uma revisão visual ao veículo a usar momentos antes da partida. Luzes, pneus e combustível até cima no tanque, é obrigatório. É também aconselhável levar um GPS fiável. Hoje há várias opções no mercado bastante boas sem termos que gastar muitos euros. Até pode parecer fácil a viagem sem o uso do GPS, mas na parte final as coisas podem complicar pois o lago fica bem no meio de uma zona rural onde todas as árvores e todas as estradas nos parecem iguais.

Como estamos a falar de uma viagem de 11h recomendam-se pelo menos duas paragens, que são praticamente obrigatórias, para comer e para meter combustível. Neste último caso deve--se atestar um pouco antes da fronteira de França, o que permitirá ir e voltar a atestar em Espanha. Com isso ganharão alguns euros pois por norma no país vizinho o combustível é mais barato. É importante levar um cartão de crédito para as portagens. Apesar de na maior parte um cartão multibanco funcionar, em algumas isso não acontece. Quem não tiver possibilidade pode sempre pagar a dinheiro, mas é preciso ter muita atenção ao escolher o posto para pagamento, há especí-ficos para usar este método.

Uma garrafa de água junto dos ocupantes e algumas bebidas frescas dentro de uma geleira tornam a viagem mais confortável.

É aconselhável dormir bem na noite anterior e a hora de partida rondar as 20h (dependendo da localização). Consegue-se com isto fugir às horas mais quentes caso viagem no verão, como foi o nosso caso e também fugir à maior afluência de trânsito.

A COMIDAEm relação à comida temos várias opções, começando por sermos nós a tratar de todas as

refeições. Podemos levar o fogão, como normalmente fazemos, ou então usar a cozinha que está disponível. Tem sofás, frigorifico, fogão a gás, energia elétrica e pia para lavar a louça. Não precisa-mos de levar muita coisa, a apenas quatro quilómetros há uma vila, Saint-Yrieix-la-Perche, que tem padaria, pastelaria e um grande supermercado. Tudo o que possa fazer falta no campo da alimen-tação pode ser comprado ali. Como última opção, podemos pedir o pacote de estadia completo, com pequeno-almoço e jantar, que é diretamente servido no pesqueiro. Tudo cozinhado pela Heather, que nos deixa a salivar cada vez que se aproxima o tabuleiro! Esta foi a nossa escolha, que apenas deixa a refeição do meio-dia por nossa conta, que algumas vezes foi feita de forma muito ligeira, culpa da grande baguete francesa com salsicha, ovos, bacon e feijão (!), servida ao pequeno-almoço!

INSTALAÇÕES Como já escrevi atrás sobre a cozinha, apenas falta falar do espaço exterior a esta e das insta-

lações sanitárias. Quanto ao primeiro espaço, que desta vez não chegamos a utilizar devido à distância que estávamos do pesqueiro, tem uma grande mesa e dois grandes bancos, bem debai-xo de uma grande árvore que fornece sombra todo o dia. No que diz respeito às instalações sanitá-rias não há muito a dizer, duas sanitas, dois lavatórios, espelhos, papel higiénico e chuveiro. Está também disponível água quente, claro. Tudo nas melhores condições de limpeza possíveis.

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A VIAGEMA viagem não é propriamente um passeio mas os 1116km que percorremos para chegar ao

destino também não são nada de preocupante caso se organizem bem as coisas. É imperativo fazer uma revisão visual ao veículo a usar momentos antes da partida. Luzes, pneus e combustível até cima no tanque, é obrigatório. É também aconselhável levar um GPS fiável. Hoje há várias opções no mercado bastante boas sem termos que gastar muitos euros. Até pode parecer fácil a viagem sem o uso do GPS, mas na parte final as coisas podem complicar pois o lago fica bem no meio de uma zona rural onde todas as árvores e todas as estradas nos parecem iguais.

Como estamos a falar de uma viagem de 11h recomendam-se pelo menos duas paragens, que são praticamente obrigatórias, para comer e para meter combustível. Neste último caso deve--se atestar um pouco antes da fronteira de França, o que permitirá ir e voltar a atestar em Espanha. Com isso ganharão alguns euros pois por norma no país vizinho o combustível é mais barato. É importante levar um cartão de crédito para as portagens. Apesar de na maior parte um cartão multibanco funcionar, em algumas isso não acontece. Quem não tiver possibilidade pode sempre pagar a dinheiro, mas é preciso ter muita atenção ao escolher o posto para pagamento, há especí-ficos para usar este método.

Uma garrafa de água junto dos ocupantes e algumas bebidas frescas dentro de uma geleira tornam a viagem mais confortável.

É aconselhável dormir bem na noite anterior e a hora de partida rondar as 20h (dependendo da localização). Consegue-se com isto fugir às horas mais quentes caso viagem no verão, como foi o nosso caso e também fugir à maior afluência de trânsito.

A COMIDAEm relação à comida temos várias opções, começando por sermos nós a tratar de todas as

refeições. Podemos levar o fogão, como normalmente fazemos, ou então usar a cozinha que está disponível. Tem sofás, frigorifico, fogão a gás, energia elétrica e pia para lavar a louça. Não precisa-mos de levar muita coisa, a apenas quatro quilómetros há uma vila, Saint-Yrieix-la-Perche, que tem padaria, pastelaria e um grande supermercado. Tudo o que possa fazer falta no campo da alimen-tação pode ser comprado ali. Como última opção, podemos pedir o pacote de estadia completo, com pequeno-almoço e jantar, que é diretamente servido no pesqueiro. Tudo cozinhado pela Heather, que nos deixa a salivar cada vez que se aproxima o tabuleiro! Esta foi a nossa escolha, que apenas deixa a refeição do meio-dia por nossa conta, que algumas vezes foi feita de forma muito ligeira, culpa da grande baguete francesa com salsicha, ovos, bacon e feijão (!), servida ao pequeno-almoço!

INSTALAÇÕES Como já escrevi atrás sobre a cozinha, apenas falta falar do espaço exterior a esta e das insta-

lações sanitárias. Quanto ao primeiro espaço, que desta vez não chegamos a utilizar devido à distância que estávamos do pesqueiro, tem uma grande mesa e dois grandes bancos, bem debai-xo de uma grande árvore que fornece sombra todo o dia. No que diz respeito às instalações sanitá-rias não há muito a dizer, duas sanitas, dois lavatórios, espelhos, papel higiénico e chuveiro. Está também disponível água quente, claro. Tudo nas melhores condições de limpeza possíveis.

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Page 76: Digital Carp Magazine #05

Foi nos passados dias 31 de outubro, 1 e 2 de novembro que se realizou o II Encontro Alentejano do Fórum Clube dos Carpistas. O cenário escolhido foi uma vez mais a concessão de pesca do Clube de Pesca Fronteirense, que pela sua disponibilidade e pelo carinho que nutre pelo Carp Fishing, tornam a Ribeira de Vide no palco de eleição para os Carpis-tas Nacionais. Para o Encontro foram abertos dez postos de pesca, os quais não tardaram a ficar com-pletos, e se mais houvesse mais participantes have-ria. O tempo instável que esta altura do ano propor-ciona, não permitiu que se pudessem colocar mais postos.

Com um grupo de vinte amigos participantes que amam esta modalidade, oriundos de vários pontos do país, e também um companheiro e amigo da vizinha Espanha, a animação e convívio estavam garantidos à partida. Garantida estava também a partilha de conhecimentos aos menos experientes na modalidade, para isso contribuíram todos os que já vivem esta modalidade há alguns anos, alguns deles até, que vêm da competição e que como é óbvio têm uma “bagagem” diferente, proporcionan-do desta forma momentos únicos de autênticas aulas sobre segurança nas montagens, boas práti-cas de tratamento dos peixes fora de água e ainda a revelaram sem qualquer tabu as suas estratégias para conseguirem capturar um exemplar de grande porte.

Para além do excelente convívio, amizade e boa disposição, foi também garantida uma saudável competição, para isso ajudou um bom lote de prêmios em disputa, gentilmente oferecidos por lojas de pesca, associações e lagos de pesca privados, que consideram estas iniciativas funda-mentais ao desenvolvimento da modalidade em Portugal, não se cansando pois, de as apoiar apesar da crise que a todos vai afetando.

Embora a competição tenha sido deixada em segundo plano por todos, pois o motivo principal do

encontro era o convívio, o bom lote de peixes de Fronteira, animou e de que maneira as “hostes”. Sendo que na primeira noite, se destacavam já nas primeiras posições, duplas com capturas na casa dos 7 quilogramas de peso. As duplas que se encon-travam mais atrás na classificação esmeraram-se então nas suas técnicas, para tentarem superar essa meta durante as horas que restavam, e prova disso foi a quantidade de peixes que foram saindo e regressando às águas de Fronteira durante todo o fim-de-semana, tendo esse corrupio de capturas durado até aos minutos finais do encontro, provan-do que estes eventos embora tenham a sua base num caráter de convívio, servem também para se poderem realizar boas pescarias e inclusive conse-guir bater recordes pessoais.

Pelo meio de tantas horas de pesca, que a nós Carpistas nos parecem sempre poucas, houve tempo para conviver, quer durante as horas passa-das junto das canas partilhando experiências com os pesqueiros mais próximos, quer durante o farto jantar convívio em que todas as duplas participaram na noite de sábado, esquecendo por algumas horas os peixes, reencontrado velhos amigos e fazendo novas amizades, acompanhando com carne assada na brasa, castanhas assadas, tintos e outras bebidas caseiras, que ajudaram à festa e fizeram esquecer a noite fria que se fazia sentir. Ao bater do meio-dia de domingo terminou a jornada de pesca. Foi então divulgada a classificação final e distribuídas as lembranças de participação.

A classificação final ficou organizada da seguinte forma:1º Carla Teixeira e António Pereira (7,820 Kg.)2º Gonçalo Laranjeira e José Belbuche (7,020 Kg.)3º Paulo Costa e Rogério Silva (6,530 Kg.)4º Carlos Matos e João Conceição (5,860 Kg.)5º Pedro Fernandes e Joel Lourenço (5,580 Kg.)6º Filipe Martins e Vítor Rocha (5,340 Kg.)

7º José Santiago e Ricardo Reis (5,020 Kg.)8º José Felisberto e António Pires (4,830 Kg.)9º Hélder Reis e Ricardo Silva (4,120 Kg.)10º Alexandre Marques e António Lopes (4,010 Kg.)

Terminava assim o II Encontro Alentejano do Fórum Clube dos Carpistas, que pelo segundo ano consecutivo esgotou as inscrições, cumpriu o objetivo para o qual foi criado, gerando novas amizades entre os que ainda não se conheciam, deu oportunidade a “velhos” amigos para se reencontrarem e ainda mostrou que o Carp Fishing nacional está de boa saúde e recomenda-se, quer pelo número e quali-dade das duplas participantes, quer ainda pelo apoio prestado ao evento pelos seus colaboradores, que com muito gosto ofereceram cerca de 500 euros em material e vales oferta aos Carpistas presentes. Perante todos estes argumentos penso que este Encontro começa a dar provas que pode ter vindo para ficar e que após o sucesso do primeiro, este segundo superou as melhores expectativas.

Para mim como organizador e após ouvir de todos as suas palavras de apreço pelo trabalho que desenvolvi, a vontade que todos demostr-aram em voltar a participar e ainda a forma como durante todo o fim-de-semana se dignificou a modalidade, deixam-me uma enorme e clara vontade de para o ano voltar ao trabalho tentando fazer mais e melhor, para que amantes da modalidade, lojas e entidades de pesca e ainda a própria modalidade possam desfrutar e beneficiar deste evento.

De referir ainda que nesta edição, levamos a cabo filmagens e entrevistas durante o encontro, em que todos participaram de forma voluntária, alegre e bem disposta, revelando as suas estratégias e técni-cas, passando para a câmara o bom ambiente que se vive neste convívio numa reportagem que podem seguir através do link:

www.youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=xeYAQyCpL8I

Agradeço desta forma e em nome de todos os participantes ao Fórum Clube dos Carpistas que uma vez mais me permitiu a organi-zação do Evento, ao Clube de Pesca Fronteirense em especial ao Sr.º Rui Brito que foi uma vez mais incansável no seu apoio, ao Lago de Alfarófia, às Lojas de pesca O Anzol, Pesca Team Carp e Casa Arrais/Loja do Carpistas pelos prémios com que brindaram os participantes, à Asso-ciação Portuguesa de Carp Fishing que em boa hora se associou ao nosso encontro, ao João Conceição e ao Carlos Matos pelas as reporta-gem de vídeo e fotografia do encontro, a todos os Carpistas que vieram até Fronteira para viverem o Carp Fishing, e como não poderia deixar de ser à Digital Carp Magazine que mais uma vez me permitiu levar até vós comunidade Carpista o resumo desta festa do Carp Fishing.

A todos o meu muito obrigado.

Tó-Zé Pires

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Foi nos passados dias 31 de outubro, 1 e 2 de novembro que se realizou o II Encontro Alentejano do Fórum Clube dos Carpistas. O cenário escolhido foi uma vez mais a concessão de pesca do Clube de Pesca Fronteirense, que pela sua disponibilidade e pelo carinho que nutre pelo Carp Fishing, tornam a Ribeira de Vide no palco de eleição para os Carpis-tas Nacionais. Para o Encontro foram abertos dez postos de pesca, os quais não tardaram a ficar com-pletos, e se mais houvesse mais participantes have-ria. O tempo instável que esta altura do ano propor-ciona, não permitiu que se pudessem colocar mais postos.

Com um grupo de vinte amigos participantes que amam esta modalidade, oriundos de vários pontos do país, e também um companheiro e amigo da vizinha Espanha, a animação e convívio estavam garantidos à partida. Garantida estava também a partilha de conhecimentos aos menos experientes na modalidade, para isso contribuíram todos os que já vivem esta modalidade há alguns anos, alguns deles até, que vêm da competição e que como é óbvio têm uma “bagagem” diferente, proporcionan-do desta forma momentos únicos de autênticas aulas sobre segurança nas montagens, boas práti-cas de tratamento dos peixes fora de água e ainda a revelaram sem qualquer tabu as suas estratégias para conseguirem capturar um exemplar de grande porte.

Para além do excelente convívio, amizade e boa disposição, foi também garantida uma saudável competição, para isso ajudou um bom lote de prêmios em disputa, gentilmente oferecidos por lojas de pesca, associações e lagos de pesca privados, que consideram estas iniciativas funda-mentais ao desenvolvimento da modalidade em Portugal, não se cansando pois, de as apoiar apesar da crise que a todos vai afetando.

Embora a competição tenha sido deixada em segundo plano por todos, pois o motivo principal do

encontro era o convívio, o bom lote de peixes de Fronteira, animou e de que maneira as “hostes”. Sendo que na primeira noite, se destacavam já nas primeiras posições, duplas com capturas na casa dos 7 quilogramas de peso. As duplas que se encon-travam mais atrás na classificação esmeraram-se então nas suas técnicas, para tentarem superar essa meta durante as horas que restavam, e prova disso foi a quantidade de peixes que foram saindo e regressando às águas de Fronteira durante todo o fim-de-semana, tendo esse corrupio de capturas durado até aos minutos finais do encontro, provan-do que estes eventos embora tenham a sua base num caráter de convívio, servem também para se poderem realizar boas pescarias e inclusive conse-guir bater recordes pessoais.

Pelo meio de tantas horas de pesca, que a nós Carpistas nos parecem sempre poucas, houve tempo para conviver, quer durante as horas passa-das junto das canas partilhando experiências com os pesqueiros mais próximos, quer durante o farto jantar convívio em que todas as duplas participaram na noite de sábado, esquecendo por algumas horas os peixes, reencontrado velhos amigos e fazendo novas amizades, acompanhando com carne assada na brasa, castanhas assadas, tintos e outras bebidas caseiras, que ajudaram à festa e fizeram esquecer a noite fria que se fazia sentir. Ao bater do meio-dia de domingo terminou a jornada de pesca. Foi então divulgada a classificação final e distribuídas as lembranças de participação.

A classificação final ficou organizada da seguinte forma:1º Carla Teixeira e António Pereira (7,820 Kg.)2º Gonçalo Laranjeira e José Belbuche (7,020 Kg.)3º Paulo Costa e Rogério Silva (6,530 Kg.)4º Carlos Matos e João Conceição (5,860 Kg.)5º Pedro Fernandes e Joel Lourenço (5,580 Kg.)6º Filipe Martins e Vítor Rocha (5,340 Kg.)

7º José Santiago e Ricardo Reis (5,020 Kg.)8º José Felisberto e António Pires (4,830 Kg.)9º Hélder Reis e Ricardo Silva (4,120 Kg.)10º Alexandre Marques e António Lopes (4,010 Kg.)

Terminava assim o II Encontro Alentejano do Fórum Clube dos Carpistas, que pelo segundo ano consecutivo esgotou as inscrições, cumpriu o objetivo para o qual foi criado, gerando novas amizades entre os que ainda não se conheciam, deu oportunidade a “velhos” amigos para se reencontrarem e ainda mostrou que o Carp Fishing nacional está de boa saúde e recomenda-se, quer pelo número e quali-dade das duplas participantes, quer ainda pelo apoio prestado ao evento pelos seus colaboradores, que com muito gosto ofereceram cerca de 500 euros em material e vales oferta aos Carpistas presentes. Perante todos estes argumentos penso que este Encontro começa a dar provas que pode ter vindo para ficar e que após o sucesso do primeiro, este segundo superou as melhores expectativas.

Para mim como organizador e após ouvir de todos as suas palavras de apreço pelo trabalho que desenvolvi, a vontade que todos demostr-aram em voltar a participar e ainda a forma como durante todo o fim-de-semana se dignificou a modalidade, deixam-me uma enorme e clara vontade de para o ano voltar ao trabalho tentando fazer mais e melhor, para que amantes da modalidade, lojas e entidades de pesca e ainda a própria modalidade possam desfrutar e beneficiar deste evento.

De referir ainda que nesta edição, levamos a cabo filmagens e entrevistas durante o encontro, em que todos participaram de forma voluntária, alegre e bem disposta, revelando as suas estratégias e técni-cas, passando para a câmara o bom ambiente que se vive neste convívio numa reportagem que podem seguir através do link:

www.youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=xeYAQyCpL8I

Agradeço desta forma e em nome de todos os participantes ao Fórum Clube dos Carpistas que uma vez mais me permitiu a organi-zação do Evento, ao Clube de Pesca Fronteirense em especial ao Sr.º Rui Brito que foi uma vez mais incansável no seu apoio, ao Lago de Alfarófia, às Lojas de pesca O Anzol, Pesca Team Carp e Casa Arrais/Loja do Carpistas pelos prémios com que brindaram os participantes, à Asso-ciação Portuguesa de Carp Fishing que em boa hora se associou ao nosso encontro, ao João Conceição e ao Carlos Matos pelas as reporta-gem de vídeo e fotografia do encontro, a todos os Carpistas que vieram até Fronteira para viverem o Carp Fishing, e como não poderia deixar de ser à Digital Carp Magazine que mais uma vez me permitiu levar até vós comunidade Carpista o resumo desta festa do Carp Fishing.

A todos o meu muito obrigado.

Tó-Zé Pires

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Page 78: Digital Carp Magazine #05

Foi nos passados dias 31 de outubro, 1 e 2 de novembro que se realizou o II Encontro Alentejano do Fórum Clube dos Carpistas. O cenário escolhido foi uma vez mais a concessão de pesca do Clube de Pesca Fronteirense, que pela sua disponibilidade e pelo carinho que nutre pelo Carp Fishing, tornam a Ribeira de Vide no palco de eleição para os Carpis-tas Nacionais. Para o Encontro foram abertos dez postos de pesca, os quais não tardaram a ficar com-pletos, e se mais houvesse mais participantes have-ria. O tempo instável que esta altura do ano propor-ciona, não permitiu que se pudessem colocar mais postos.

Com um grupo de vinte amigos participantes que amam esta modalidade, oriundos de vários pontos do país, e também um companheiro e amigo da vizinha Espanha, a animação e convívio estavam garantidos à partida. Garantida estava também a partilha de conhecimentos aos menos experientes na modalidade, para isso contribuíram todos os que já vivem esta modalidade há alguns anos, alguns deles até, que vêm da competição e que como é óbvio têm uma “bagagem” diferente, proporcionan-do desta forma momentos únicos de autênticas aulas sobre segurança nas montagens, boas práti-cas de tratamento dos peixes fora de água e ainda a revelaram sem qualquer tabu as suas estratégias para conseguirem capturar um exemplar de grande porte.

Para além do excelente convívio, amizade e boa disposição, foi também garantida uma saudável competição, para isso ajudou um bom lote de prêmios em disputa, gentilmente oferecidos por lojas de pesca, associações e lagos de pesca privados, que consideram estas iniciativas funda-mentais ao desenvolvimento da modalidade em Portugal, não se cansando pois, de as apoiar apesar da crise que a todos vai afetando.

Embora a competição tenha sido deixada em segundo plano por todos, pois o motivo principal do

encontro era o convívio, o bom lote de peixes de Fronteira, animou e de que maneira as “hostes”. Sendo que na primeira noite, se destacavam já nas primeiras posições, duplas com capturas na casa dos 7 quilogramas de peso. As duplas que se encon-travam mais atrás na classificação esmeraram-se então nas suas técnicas, para tentarem superar essa meta durante as horas que restavam, e prova disso foi a quantidade de peixes que foram saindo e regressando às águas de Fronteira durante todo o fim-de-semana, tendo esse corrupio de capturas durado até aos minutos finais do encontro, provan-do que estes eventos embora tenham a sua base num caráter de convívio, servem também para se poderem realizar boas pescarias e inclusive conse-guir bater recordes pessoais.

Pelo meio de tantas horas de pesca, que a nós Carpistas nos parecem sempre poucas, houve tempo para conviver, quer durante as horas passa-das junto das canas partilhando experiências com os pesqueiros mais próximos, quer durante o farto jantar convívio em que todas as duplas participaram na noite de sábado, esquecendo por algumas horas os peixes, reencontrado velhos amigos e fazendo novas amizades, acompanhando com carne assada na brasa, castanhas assadas, tintos e outras bebidas caseiras, que ajudaram à festa e fizeram esquecer a noite fria que se fazia sentir. Ao bater do meio-dia de domingo terminou a jornada de pesca. Foi então divulgada a classificação final e distribuídas as lembranças de participação.

A classificação final ficou organizada da seguinte forma:1º Carla Teixeira e António Pereira (7,820 Kg.)2º Gonçalo Laranjeira e José Belbuche (7,020 Kg.)3º Paulo Costa e Rogério Silva (6,530 Kg.)4º Carlos Matos e João Conceição (5,860 Kg.)5º Pedro Fernandes e Joel Lourenço (5,580 Kg.)6º Filipe Martins e Vítor Rocha (5,340 Kg.)

7º José Santiago e Ricardo Reis (5,020 Kg.)8º José Felisberto e António Pires (4,830 Kg.)9º Hélder Reis e Ricardo Silva (4,120 Kg.)10º Alexandre Marques e António Lopes (4,010 Kg.)

Terminava assim o II Encontro Alentejano do Fórum Clube dos Carpistas, que pelo segundo ano consecutivo esgotou as inscrições, cumpriu o objetivo para o qual foi criado, gerando novas amizades entre os que ainda não se conheciam, deu oportunidade a “velhos” amigos para se reencontrarem e ainda mostrou que o Carp Fishing nacional está de boa saúde e recomenda-se, quer pelo número e quali-dade das duplas participantes, quer ainda pelo apoio prestado ao evento pelos seus colaboradores, que com muito gosto ofereceram cerca de 500 euros em material e vales oferta aos Carpistas presentes. Perante todos estes argumentos penso que este Encontro começa a dar provas que pode ter vindo para ficar e que após o sucesso do primeiro, este segundo superou as melhores expectativas.

Para mim como organizador e após ouvir de todos as suas palavras de apreço pelo trabalho que desenvolvi, a vontade que todos demostr-aram em voltar a participar e ainda a forma como durante todo o fim-de-semana se dignificou a modalidade, deixam-me uma enorme e clara vontade de para o ano voltar ao trabalho tentando fazer mais e melhor, para que amantes da modalidade, lojas e entidades de pesca e ainda a própria modalidade possam desfrutar e beneficiar deste evento.

De referir ainda que nesta edição, levamos a cabo filmagens e entrevistas durante o encontro, em que todos participaram de forma voluntária, alegre e bem disposta, revelando as suas estratégias e técni-cas, passando para a câmara o bom ambiente que se vive neste convívio numa reportagem que podem seguir através do link:

www.youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=xeYAQyCpL8I

Agradeço desta forma e em nome de todos os participantes ao Fórum Clube dos Carpistas que uma vez mais me permitiu a organi-zação do Evento, ao Clube de Pesca Fronteirense em especial ao Sr.º Rui Brito que foi uma vez mais incansável no seu apoio, ao Lago de Alfarófia, às Lojas de pesca O Anzol, Pesca Team Carp e Casa Arrais/Loja do Carpistas pelos prémios com que brindaram os participantes, à Asso-ciação Portuguesa de Carp Fishing que em boa hora se associou ao nosso encontro, ao João Conceição e ao Carlos Matos pelas as reporta-gem de vídeo e fotografia do encontro, a todos os Carpistas que vieram até Fronteira para viverem o Carp Fishing, e como não poderia deixar de ser à Digital Carp Magazine que mais uma vez me permitiu levar até vós comunidade Carpista o resumo desta festa do Carp Fishing.

A todos o meu muito obrigado.

Tó-Zé Pires

Joel Lourenço com opeixe que valeu o 5.º lugara 15 minutos do final

Ricardo Silva mostrando queos homens do Norte nãovieram só passear

Ricardo Silva e Hélder Reiscom mais uma captura

Momento de animação com mais uma devolução

Nuestro hermanopreparando mais um lançamento

António Lopes num combateamigável com mais um peixe!

Os vencedores Carla Teixeirae António Pereira

Tozé Pires a “rebocar”mais uma para o tapete

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Page 79: Digital Carp Magazine #05

Foi nos passados dias 31 de outubro, 1 e 2 de novembro que se realizou o II Encontro Alentejano do Fórum Clube dos Carpistas. O cenário escolhido foi uma vez mais a concessão de pesca do Clube de Pesca Fronteirense, que pela sua disponibilidade e pelo carinho que nutre pelo Carp Fishing, tornam a Ribeira de Vide no palco de eleição para os Carpis-tas Nacionais. Para o Encontro foram abertos dez postos de pesca, os quais não tardaram a ficar com-pletos, e se mais houvesse mais participantes have-ria. O tempo instável que esta altura do ano propor-ciona, não permitiu que se pudessem colocar mais postos.

Com um grupo de vinte amigos participantes que amam esta modalidade, oriundos de vários pontos do país, e também um companheiro e amigo da vizinha Espanha, a animação e convívio estavam garantidos à partida. Garantida estava também a partilha de conhecimentos aos menos experientes na modalidade, para isso contribuíram todos os que já vivem esta modalidade há alguns anos, alguns deles até, que vêm da competição e que como é óbvio têm uma “bagagem” diferente, proporcionan-do desta forma momentos únicos de autênticas aulas sobre segurança nas montagens, boas práti-cas de tratamento dos peixes fora de água e ainda a revelaram sem qualquer tabu as suas estratégias para conseguirem capturar um exemplar de grande porte.

Para além do excelente convívio, amizade e boa disposição, foi também garantida uma saudável competição, para isso ajudou um bom lote de prêmios em disputa, gentilmente oferecidos por lojas de pesca, associações e lagos de pesca privados, que consideram estas iniciativas funda-mentais ao desenvolvimento da modalidade em Portugal, não se cansando pois, de as apoiar apesar da crise que a todos vai afetando.

Embora a competição tenha sido deixada em segundo plano por todos, pois o motivo principal do

encontro era o convívio, o bom lote de peixes de Fronteira, animou e de que maneira as “hostes”. Sendo que na primeira noite, se destacavam já nas primeiras posições, duplas com capturas na casa dos 7 quilogramas de peso. As duplas que se encon-travam mais atrás na classificação esmeraram-se então nas suas técnicas, para tentarem superar essa meta durante as horas que restavam, e prova disso foi a quantidade de peixes que foram saindo e regressando às águas de Fronteira durante todo o fim-de-semana, tendo esse corrupio de capturas durado até aos minutos finais do encontro, provan-do que estes eventos embora tenham a sua base num caráter de convívio, servem também para se poderem realizar boas pescarias e inclusive conse-guir bater recordes pessoais.

Pelo meio de tantas horas de pesca, que a nós Carpistas nos parecem sempre poucas, houve tempo para conviver, quer durante as horas passa-das junto das canas partilhando experiências com os pesqueiros mais próximos, quer durante o farto jantar convívio em que todas as duplas participaram na noite de sábado, esquecendo por algumas horas os peixes, reencontrado velhos amigos e fazendo novas amizades, acompanhando com carne assada na brasa, castanhas assadas, tintos e outras bebidas caseiras, que ajudaram à festa e fizeram esquecer a noite fria que se fazia sentir. Ao bater do meio-dia de domingo terminou a jornada de pesca. Foi então divulgada a classificação final e distribuídas as lembranças de participação.

A classificação final ficou organizada da seguinte forma:1º Carla Teixeira e António Pereira (7,820 Kg.)2º Gonçalo Laranjeira e José Belbuche (7,020 Kg.)3º Paulo Costa e Rogério Silva (6,530 Kg.)4º Carlos Matos e João Conceição (5,860 Kg.)5º Pedro Fernandes e Joel Lourenço (5,580 Kg.)6º Filipe Martins e Vítor Rocha (5,340 Kg.)

7º José Santiago e Ricardo Reis (5,020 Kg.)8º José Felisberto e António Pires (4,830 Kg.)9º Hélder Reis e Ricardo Silva (4,120 Kg.)10º Alexandre Marques e António Lopes (4,010 Kg.)

Terminava assim o II Encontro Alentejano do Fórum Clube dos Carpistas, que pelo segundo ano consecutivo esgotou as inscrições, cumpriu o objetivo para o qual foi criado, gerando novas amizades entre os que ainda não se conheciam, deu oportunidade a “velhos” amigos para se reencontrarem e ainda mostrou que o Carp Fishing nacional está de boa saúde e recomenda-se, quer pelo número e quali-dade das duplas participantes, quer ainda pelo apoio prestado ao evento pelos seus colaboradores, que com muito gosto ofereceram cerca de 500 euros em material e vales oferta aos Carpistas presentes. Perante todos estes argumentos penso que este Encontro começa a dar provas que pode ter vindo para ficar e que após o sucesso do primeiro, este segundo superou as melhores expectativas.

Para mim como organizador e após ouvir de todos as suas palavras de apreço pelo trabalho que desenvolvi, a vontade que todos demostr-aram em voltar a participar e ainda a forma como durante todo o fim-de-semana se dignificou a modalidade, deixam-me uma enorme e clara vontade de para o ano voltar ao trabalho tentando fazer mais e melhor, para que amantes da modalidade, lojas e entidades de pesca e ainda a própria modalidade possam desfrutar e beneficiar deste evento.

De referir ainda que nesta edição, levamos a cabo filmagens e entrevistas durante o encontro, em que todos participaram de forma voluntária, alegre e bem disposta, revelando as suas estratégias e técni-cas, passando para a câmara o bom ambiente que se vive neste convívio numa reportagem que podem seguir através do link:

www.youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=xeYAQyCpL8I

Agradeço desta forma e em nome de todos os participantes ao Fórum Clube dos Carpistas que uma vez mais me permitiu a organi-zação do Evento, ao Clube de Pesca Fronteirense em especial ao Sr.º Rui Brito que foi uma vez mais incansável no seu apoio, ao Lago de Alfarófia, às Lojas de pesca O Anzol, Pesca Team Carp e Casa Arrais/Loja do Carpistas pelos prémios com que brindaram os participantes, à Asso-ciação Portuguesa de Carp Fishing que em boa hora se associou ao nosso encontro, ao João Conceição e ao Carlos Matos pelas as reporta-gem de vídeo e fotografia do encontro, a todos os Carpistas que vieram até Fronteira para viverem o Carp Fishing, e como não poderia deixar de ser à Digital Carp Magazine que mais uma vez me permitiu levar até vós comunidade Carpista o resumo desta festa do Carp Fishing.

A todos o meu muito obrigado.

Tó-Zé Pires

Joel Lourenço com opeixe que valeu o 5.º lugara 15 minutos do final

Ricardo Silva mostrando queos homens do Norte nãovieram só passear

Ricardo Silva e Hélder Reiscom mais uma captura

Momento de animação com mais uma devolução

Nuestro hermanopreparando mais um lançamento

António Lopes num combateamigável com mais um peixe!

Os vencedores Carla Teixeirae António Pereira

Tozé Pires a “rebocar”mais uma para o tapete

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Page 80: Digital Carp Magazine #05

Há dias na nossa pesca que qual-quer que seja o boilie que se coloca, o resultado é sempre o mesmo, nada! Normalmente as sementes funcionam como último recurso. Como é um isco natural, a probabilidade de ser aceite palas Carpas é bastante maior.

Se iscar uma tiger ou milho é relati-vamente fácil, quando se trata de colo-car como isco algo tão pequeno como cânhamo ou outras pequenas semen-tes, o caso muda de figura.

Apesar de não ser a única forma, usar a cola Bogey é sem dúvida a mais fácil. Com esta cola da Kryston, pode-mos agregar qualquer tipo de sementes dando-lhe o formato que desejarmos. É uma cola bastante poderosa, que cola qualquer coisa que esteja seca, incluin-do os vossos dedos.

Primeiro que tudo, molhar as pontas dos dedos que forem tocar a cola! Passo seguinte, retirar um pouco da embalagem (a quantidade tem a ver com o tamanho que pretendem com que fique o isco) e espalmá-la entre os dedos. Quanto maior for a superfície de cola, mais sementes vai agregar.

De seguida basta que as sementes completamente secas lhe toquem para ficar agarradas. Deve juntar-se o máximo que for possível até que toda a superfície da cola fique coberta. Depois e só moldar o conjunto de sementes no formato que se pretender. No nosso caso foi o formato de um boilie.

A partir daqui isca-se normalmente como qualquer outro isco, sendo necessário apenas o cuidado de molhar a agulha, para que esta ao sair não venha cheia de cola.

Normalmente no início ficamos com um isco equilibrado, que vai perdendo flutuabilidade à medida que as sementes vão absorvendo água.

É conveniente transportar a emba-lagem na posição vertical ou correm o risco de não conseguir abrir a tampa.

Agradecemos a loja Pesca Team Carp pela oferta de uma embalagem para a realização do teste.

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Page 81: Digital Carp Magazine #05

Já não é a primeira vez que damos uma dica de como bobinar novo fio no carreto, mas cá fica mais uma, que pode ser usada em plena margem, quando estamos à pesca. Metemos um bankstick dentro de água, com a bobine a rodar neste (debaixo de água) e podemos começar a dar à manivela! O fio irá ficar muito bem acamado, que é o que se pretende. Convém fazer um pouco de pressão para que a linha entre bem esticada.

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Page 82: Digital Carp Magazine #05

“Renato, em Agosto vou estar em Portugal e temos que fazer uma sessão”. Tudo começou com esta frase num email em Maio. Estava lançado o repto. O meu primo Simon Cardy estava a marcar férias e já desejoso de conhecer novos locais. Fron-teira foi o escolhido. Eu já lá tinha estado antes (no I Convívio da DCM) e como a primeira prova da fase final do nacional estava marcada para lá foi juntar “o útil ao agradável”, ainda treinava qualquer coisa.

Email para cá, email para lá, marcação do pesqueiro, preparativos, e claro abastecer de mate-rial na Pesca Tem Carp.

Fizemo-nos à estrada no dia 14 ao final do almoço, tínhamos uma viagem de 3 horas pela frente e queríamos montar a tenda ainda com luz natural. Chegados a Fronteira, fomos tratar das licenças junto do Sr. Rui Brito, sempre disponível para ajudar no que for preciso. O pesqueiro escolhi-do foi o nº5.

Nesse dia já não pescamos. Na manhã do dia seguinte (primeiro dia de pesca) fui acordado pelo Simon que já tinha uma captura, (levantou-se ao nascer do sol e lançou as canas, tirou uma carpa e eu a dormir. Quem me conhece já sabe que para mim dormir é sagrado. �

Durante o dia as carpas foram aparecendo mas sempre de um lote pequeno, nada maior que 4 kg, estávamos com esperanças de uma boa noite, no entanto nada dessas expectativas se vieram a confirmar, apenas uma captura durante a noite e do mesmo lote.

No segundo dia estávamos empenhados em alterar o rumo das coisas. Depois de analisarmos a margem oposta decidi colocar as montagens mesmo em junto de uma árvore que está submersa, a questão era apenas uma: ao lado da árvore (ainda poderia evitar que fugissem para lá) ou mesmo de frente para a árvore? Ficaram mesmo de frente a sensivelmente 1,5 metros da mesma. Carretos quase trancados, boilies de maior dimensão e está-vamos lançados. Não demorou a dar resultados, nem uma hora esteve na água a montagem e já

tinha uma captura, ligeiramente maior que as ante-riores, pesando 5Kg. Estava decidido: as minhas canas iam ficar sempre ali. O Simon por seu turno continuava a tirar carpas com muita regularidade. Sim, levei uma autêntica “coça” do meu primo! Pelo meio tivemos a visita do Sr. Rui Brito e dos Agentes da Autoridade, que estiveram pelo menos 1 hora connosco em “amena cavaqueira”, gente de bem).

Domingo… JÁ? Estava a acabar a sessão… O que é bom acaba depressa. Voltei a colocar as monta-gens no sítio escolhido e surpresa, uma carpa nem me deixou chegar a margem, vinha a meio da barra-gem e já o Simon gritava que a cana estava a arran-car, esteve menos de 3 minutos na água. Depois de mais umas quantas capturas de parte da manhã eu já estava naquela fase “se esta cana arrancar já não a lanço mais e arrumo” mas o meu primo insistia para continuar a lançar. E foi mesmo no último lançamento. No cabelo uma montagem com duas bolas de 20mm, completamente fora da zona de engodagem e sem PVA que saiu a maior da sessão. Uma carpa comum de 6.3kg. Valeu a pena. Depois veio a pior parte: arrumar o material todo com aquele calor alentejano de agosto (quente, muito quente mesmo, qualquer carpa que fosse para libertar era uma desculpa para irmos dentro de água), mas estava na hora de regressar.

No final das contas passámos um excelente fim-de-semana num local maravilhoso com gente boa para ajudar e com mais de 30 capturas no total entre os dois. É sempre bom aprender novas técni-cas e “manias” e aí tenho que agradecer ao Simon, sempre disposto a ajudar (apesar do escaldão terrí-vel que apanhou).

Fronteira, até breve…

Renato Almeida

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Page 83: Digital Carp Magazine #05

“Renato, em Agosto vou estar em Portugal e temos que fazer uma sessão”. Tudo começou com esta frase num email em Maio. Estava lançado o repto. O meu primo Simon Cardy estava a marcar férias e já desejoso de conhecer novos locais. Fron-teira foi o escolhido. Eu já lá tinha estado antes (no I Convívio da DCM) e como a primeira prova da fase final do nacional estava marcada para lá foi juntar “o útil ao agradável”, ainda treinava qualquer coisa.

Email para cá, email para lá, marcação do pesqueiro, preparativos, e claro abastecer de mate-rial na Pesca Tem Carp.

Fizemo-nos à estrada no dia 14 ao final do almoço, tínhamos uma viagem de 3 horas pela frente e queríamos montar a tenda ainda com luz natural. Chegados a Fronteira, fomos tratar das licenças junto do Sr. Rui Brito, sempre disponível para ajudar no que for preciso. O pesqueiro escolhi-do foi o nº5.

Nesse dia já não pescamos. Na manhã do dia seguinte (primeiro dia de pesca) fui acordado pelo Simon que já tinha uma captura, (levantou-se ao nascer do sol e lançou as canas, tirou uma carpa e eu a dormir. Quem me conhece já sabe que para mim dormir é sagrado. �

Durante o dia as carpas foram aparecendo mas sempre de um lote pequeno, nada maior que 4 kg, estávamos com esperanças de uma boa noite, no entanto nada dessas expectativas se vieram a confirmar, apenas uma captura durante a noite e do mesmo lote.

No segundo dia estávamos empenhados em alterar o rumo das coisas. Depois de analisarmos a margem oposta decidi colocar as montagens mesmo em junto de uma árvore que está submersa, a questão era apenas uma: ao lado da árvore (ainda poderia evitar que fugissem para lá) ou mesmo de frente para a árvore? Ficaram mesmo de frente a sensivelmente 1,5 metros da mesma. Carretos quase trancados, boilies de maior dimensão e está-vamos lançados. Não demorou a dar resultados, nem uma hora esteve na água a montagem e já

tinha uma captura, ligeiramente maior que as ante-riores, pesando 5Kg. Estava decidido: as minhas canas iam ficar sempre ali. O Simon por seu turno continuava a tirar carpas com muita regularidade. Sim, levei uma autêntica “coça” do meu primo! Pelo meio tivemos a visita do Sr. Rui Brito e dos Agentes da Autoridade, que estiveram pelo menos 1 hora connosco em “amena cavaqueira”, gente de bem).

Domingo… JÁ? Estava a acabar a sessão… O que é bom acaba depressa. Voltei a colocar as monta-gens no sítio escolhido e surpresa, uma carpa nem me deixou chegar a margem, vinha a meio da barra-gem e já o Simon gritava que a cana estava a arran-car, esteve menos de 3 minutos na água. Depois de mais umas quantas capturas de parte da manhã eu já estava naquela fase “se esta cana arrancar já não a lanço mais e arrumo” mas o meu primo insistia para continuar a lançar. E foi mesmo no último lançamento. No cabelo uma montagem com duas bolas de 20mm, completamente fora da zona de engodagem e sem PVA que saiu a maior da sessão. Uma carpa comum de 6.3kg. Valeu a pena. Depois veio a pior parte: arrumar o material todo com aquele calor alentejano de agosto (quente, muito quente mesmo, qualquer carpa que fosse para libertar era uma desculpa para irmos dentro de água), mas estava na hora de regressar.

No final das contas passámos um excelente fim-de-semana num local maravilhoso com gente boa para ajudar e com mais de 30 capturas no total entre os dois. É sempre bom aprender novas técni-cas e “manias” e aí tenho que agradecer ao Simon, sempre disposto a ajudar (apesar do escaldão terrí-vel que apanhou).

Fronteira, até breve…

Renato Almeida

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Page 84: Digital Carp Magazine #05

Cavagnac Lake

52 Acres de um lago natural são a casa de mais de 600 Carpas! Todas entre o mínimo de 9kg até ao recorde de 38.5kg, esta capturada pela última vez em Abril de 2013. São centenas de Carpas que vagueiam num lago fantástico, com uma paisagem deslumbrante, onde não faltam sequer as torres de um castelo!

Situado no sudoeste de França, fica a 1km da vila de Bour-nazel e a 20km do aeroporto de Rodez. São dezoito pesquei-ros, divididos por cinco baías, três delas de grande dimensão, com uma enorme diversidade de vegetação. É abastecido por três nascentes, uma delas mesmo no meio do lago! É ainda rodeado por campos verdes e floresta, o que pode fazer com que o tempo ali passado se torne inesquecível!

O alojamento tem tudo o que é necessário para o conforto necessário nas horas vagas, isto se o peixe permitir!

Há ainda a possibilidade de alugar barcos, bait boats e outros equipamentos, assim como comprar iscos, disponíveis das marcas Pro Line e Solar.

2014 Poderá trazer uma surpresa, uma GRANDE surpresa!

David FrechouRua Cavagnac - 12390 Bournazel - FrançaTelefone 0044 20 3355 5575

www.cavagnac.com

Moby Dick27 kg

16 kg

Stunning32.5 kg

Single Scale38.5 kg

Gold28.5 kg

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Page 85: Digital Carp Magazine #05

Cavagnac Lake

52 Acres de um lago natural são a casa de mais de 600 Carpas! Todas entre o mínimo de 9kg até ao recorde de 38.5kg, esta capturada pela última vez em Abril de 2013. São centenas de Carpas que vagueiam num lago fantástico, com uma paisagem deslumbrante, onde não faltam sequer as torres de um castelo!

Situado no sudoeste de França, fica a 1km da vila de Bour-nazel e a 20km do aeroporto de Rodez. São dezoito pesquei-ros, divididos por cinco baías, três delas de grande dimensão, com uma enorme diversidade de vegetação. É abastecido por três nascentes, uma delas mesmo no meio do lago! É ainda rodeado por campos verdes e floresta, o que pode fazer com que o tempo ali passado se torne inesquecível!

O alojamento tem tudo o que é necessário para o conforto necessário nas horas vagas, isto se o peixe permitir!

Há ainda a possibilidade de alugar barcos, bait boats e outros equipamentos, assim como comprar iscos, disponíveis das marcas Pro Line e Solar.

2014 Poderá trazer uma surpresa, uma GRANDE surpresa!

David FrechouRua Cavagnac - 12390 Bournazel - FrançaTelefone 0044 20 3355 5575

www.cavagnac.com

Moby Dick27 kg

16 kg

Stunning32.5 kg

Single Scale38.5 kg

Gold28.5 kg

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Page 86: Digital Carp Magazine #05

Só pelo local, que é maravilhoso, valeu a pena a deslocação à quinta, mas havia outras coisas que nos agradaram tanto ou mais. Para começar o carro ia até ao local onde se podia montar o bivvy, em vez de ter que andar a saltar terreno irregular e carregar o mate-rial por algumas dezenas de metros às costas, depois tínhamos passado por um portão, que segundo o dono da quinta está sempre fechado, apenas as pessoas que ele autoriza podem entrar.

A sondagem iria revelar uma boa surpresa, quase tão boa como o facto de estarmos recuados em relação a corrente, o local era largo e aquela passava bastante afastada, ou pelo menos a grande força da água não nos incomodava ali. Como escrevi atrás, a sondagem trouxe uma boa surpresa, para quem conhece o Douro sabe que nem sempre é fácil encon-trar um local plano, muito menos do tamanho de meio campo de futebol! São muitas as vezes que se lança uma chumbada e parece que cai a pique, parece que o rio não tem fundo. Neste caso apresentava um largo plano a nossa frente, com uma inclinação muito ligei-ra, com árvores na margem, cascalho durante dois metros e depois barro rijo, onde se poderia pescar perfeitamente com montagens inline. A sondagem revelou também à distância de quarenta e cinco metros da margem uma pequena relevância no terre-no. Mesmo com pouca corrente, se engodássemos a montante a comida iria encostar ali.

O registo das sessões que tinha começado a fazer

no Arnozelo faz com que hoje saiba que os iscos usados na primeira sessão fossem uma Tiger Nut com

milho Scopex, Scopex com pop up Milky Toffee e Scopex com pop up Ananas/Banana. Seria esta última montagem que iria dar ao Nuno Tavares, o meu com-panheiro nesta primeira sessão, que bem merecia depois do fiasco que tinha sido a primeira visita, a alegria de na primeira noite capturar uma linda Comum com mais de dois dígitos! Eram uma Carpa muito possante, que nos deixou felicíssimos! Algumas horas depois a mesma montagem iria trazer-lhe uma com metade do peso, ainda assim muito bonita. Mas esta sessão não ficaria por aqui, pois o Nuno ainda tiraria um Barbo e eu mesmo também ferraria um. Mas a cereja no topo do bolo foi mais uma carpa em tudo igual a primeira, inclusive no peso. O Nuno tinha batido o seu record e igualado na mesma sessão!

Para o Nuno a sessão acabou ali, mas para mim continuaria por mais dois dias, agora com a compa-nhia do Diogo. Mas a sessão mudou radicalmente e nesses dois dias apenas tivemos uma captura, um Barbo. Inexplicavelmente tudo mudou. Na altura deixou-me sem entender nada, hoje já me habituei, é normalíssimos estas coisas acontecerem neste rio. 30 de Abril e 1º de Maio apanharam-me la de novo, mas o único resultado que consegui foram mais dois Barbos.

A vontade de voltar la era muita mas o trabalho não permitia, pelo que decidi ir depois do trabalho nos dias 16 e 17 de maio. Iria fazer só as noites, para tentar orientar as ideias, pois parecia que cada vez compreendia menos aquela água imprevisível. Ainda bem que decidi ir, pois na primeira noite apanhei a

minha primeira carpa de dois dígitos no Douro, 10,9kg de puro musculo, que me encheu de alegria! A segunda noite daria mais um Barbo, mas já pouco me importava, as Carpas afinal não tinham desaparecido, simplesmente poderiam andar a vaguear por outras paragens.

Nas noites de 3 e 4 de junho tentei repetir a sessão, os moldes eram os mesmos, quantidade de comida em mais de 50kg por semana, mas entretanto tinha aproximado o local da zona de engodagem para uns escassos dez metros da margem. Pescava na diagonal em direção a jusante. Logo na primeira noite os frutos dessas engodagens chegaram, em forma de 8,2kg à meia-noite e 14,6kg às 3h da manha. Tinha chegado quase aos 15kg! Estava bastante feliz pois ir engodar de dois em dois dias não era propriamente fácil, nem barato. Ainda perderia outra que tinha ferrado num Chod Rig. Não que fosse necessário usar ali, mas na altura começou a falar-se neles e apete-ceu-me experimentar.

Andava empolgado, as engodagens sucediam-se e fui refinando o conhecimento sobre o local, melhor sondagem, melhor localização das canas em relação ao spot e ate mesmo o local onde colocava o bivvy e a passagem para as canas. Com tudo isto na perfeição, pensava eu, marquei comigo mesmo uma sessão de uma semana lá. Sozinho nos primeiros cinco dias e que apenas retirava da água as chumbadas que para

lá lançava e com o Diogo nos dois últimos dias. Seria mesmo ele a quebrar o enguiço, pois na madrugada do último dia levava uma ao tapete com 7,2kg. Para mim foi grade toda a semana. Coisas da pesca…

Passou mais de um mês que não voltei ao pesqueiro para pescar, mas a engodagem continuava regular, ia no mínimo duas vezes por semana, e mais uma vez voltei a afinar o local de engodagem. À medida que ia estudando o panorama, ia engodado cada vez mais a beira, e em julho, quando voltei a pescar, praticamente no fim do mês, a engodagem era tão encostada à margem que ia por uma das monta-gens à mão a menos de cinco metros de distância. Tinha-me bastado observar a margem para colocar ali as montagens. A verdade é que o sítio seria perfeito para pescar da margem oposta, como tal, era só ter algum cuidado e podia bem pescar dali mesmo. Esta forma permitiu-me estudar um pouco o comporta-mento das Carpas, não que alguma vez o chegasse a compreender pois nem sempre era o mesmo perante a mesma situação, mas o facto de ir colocar a monta-gem à mão, deixar o isco perfeito, ou a chumbada e leadcore enterrados na areia eram coisas que me davam alguma segurança. Pude observar também mais que uma vez todos os boilies que tinha colocado junto ao isco desaparecerem, e nem um toque tinha tido. Esta constatação levou-me a uma conclusão que falaremos mais adiante, que se provaria certa. Esta foi a modificação mais profunda até hoje, que continuo a

pesca no mesmo sítio, embora tenha ajustado algu-mas coisas com o tempo, mas já lá vamos. Esta primei-ra sessão por assim dizer nos atuais moldes revelou--se uma excelente escolha pois foram varias as captu-ras ao tapete, uma dela com quase 11kg. Até ao meio de agosto ainda voltaria mais duas vezes, sempre com bons resultados.

Por esta altura e já desde o meio de julho já me debatia com o mesmo problema que no anterior pesqueiro, a erva. Apesar de estar a pescar muito perto, os arranques eram brutais e claro, para dentro da erva. Para a cana que colocava mais a beira, que ficava por baixo de uma árvore e onde colocar a mon-tagem tinha que ser mesmo à mão, pois não havia angulo para lançar, não havia grande problema, mas havia com a cana que pescava mais afastada, cada arranque era garantia de complicação com a erva. A montagem drop-off minimizava mas não resolvia, pois por vezes bastava a união do quick link para prender a na erva, deixando o estralho livre, o que resultaria na desferragem do peixe. Mais a frente mostrarei uma das montagens usadas em casos extre-mos de erva. Ainda assim não estava satisfeito, pelo que uma rápida pesquisa me levou a fabricar um acessório para arrastar a erva do pesqueiro. Era com-posto por dois “arranha terra” dos jardineiros, solda-dos costas contra costas e com uma argola onde prendi 20m de fio fino e resistente, tipo montanhis-mo. A ideia era poder atirar o “arrasta-erva” ao máximo de distância possível com o menor atrito, mas ter um fio forte o suficiente para o arrastar para a margem carregado de erva. Como limpar toda a erva era impossível, criei pequenos “carreiros” por onde podia fazer passar não só o peixe mas também passar as linhas quando em ação de pesca, não ficando elas assim por cima da erva.

Outra coisa que me incomodava era um obstácu-lo que estava uns cinco metros a frente da árvore onde colocava a montagem por baixo, já havia ali perdido algumas, e quase sempre rebentava a linha. Mais tarde com a ajuda do Ramos e com uma sonda e um barco ficamos com a certeza do que lá estava, uma pedra, perdida no meio de nada, ainda por cima com esquinas vivas. Não era muito grande, teria talvez um metro de diâmetro, mas era impossível move-la. Até hoje lá continua...

De qualquer forma eu esperava que em setem-bro as ervas começassem a morrer, o que realmente aconteceu, embora na sessão seguintes ainda houvesse bastantes. A sessão foi de menos de 24 horas e consegui uma captura abaixo dos 5kg, coisa não muito comum ali, alias, são mais as capturas que conto hoje com dois dígitos que abaixo de 5kg.

A experiencia do ano anterior com as ervas e as sessões noutros locais levou-me de volta ao pesquei-ro apenas em dezembro e apenas por muita insistên-cia do Tó e do Peixoto, que nunca tinham pescado no Douro. Nunca tinha tirado nesta água uma Carpa no inverno, pelo que para mim também era um bocado difícil prever o que por ai viria. Sabia que teria que pescar um pouco mais dentro, pois não acreditava

Na passada edição acabamos o relato no dia em que eu e o Ramos iriamos visitar um novo pesqueiro, analisar as suas condições e tentar ver se valeria a pena abandonar um local que já tinha mostrado ter potencial…

que com o frio as carpas viessem aguas tao pouco profundas. Mas junto à pedra que falei atrás, havia uma inclinação, carreto trancado e seria um excelente local. Nesta sessão mais um pescador bateu o seu record pessoal no Douro. Primeiro tinha sido o Nuno, depois eu, a seguir o Diogo e agora o Tó! Foram várias as capturas da sessão, onde houve também algumas perdidas, um pouco pela falta de experiencia com Carpas tão fortes e rápidas.

Até ao fim de abril foram feitas ainda mais três sessões, onde foram introduzidas algumas alterações, e se chegou a algumas conclusões, como por exemplo que elas só pegavam em boilies de scopex, pois claro, eram os únicos com que engodava!

No meio do Inverno tinha decidido introduzir no pesqueiro um bom isco e entre todos os que analisei, a escolha caiu sobre o Spicy Tuna & Sweet Chilli, da Dynamite. Já foi este isco de 20mm combinado com um pop up Ananás/Banana de 15mm da mesma marca que deu o recorde ao Tó.

Neste novo ano tinha também resolvido trocar o boilie de scopex por um de morango, pois segundo algumas opiniões as Carpas adoram comida vermelha na primavera! Bem, realmente deram bons resultados, mas não melhor que o conjunto Spicy tuna com o Ananás/Banana. Nesta altura da primavera comecei também a fazer algumas sessões só de dia e também comecei a usar boilies simples durante o dia, em vez de usual snowman. A esta conclusão cheguei numa sessão com o Tó e o Peixoto. Com a troca de ideias decidimos fazer a experiência e deu resultado; boilies simples durante o dia, snowman durante a noite. A isto juntávamos uns sacos de pva a cada colocação de montagem, alem de começarmos a engodar varias vezes durante o dia. Em caso de arranque a engoda-gem era obrigatória, muitas vezes até antes de voltar a colocar a montagem.

É preciso cuidado redobrado quando se pesca tão perto, pois o barulho rapidamente se propaga. Não quero pensar que as carpas não identificam o barulho da voz humana, mas a verdade é que por varias vezes havia pessoas a falar alto por perto, pessoas que andam simplesmente por ali todos os dias a trabalhar mas nunca se interessarem pela pesca, e tínhamos arranques. Na passada edição escrevi que nas primeiras sessões ainda no primeiro pesqueiro chegamos a estar dentro de agua a devol-ver o peixe e tínhamos novo arranque. Nesse pesqueiro a distância rondaria os 40m, aqui seria no máximo 10m, o que era ainda mais estranho.

Já tarde em Maio o Gary Currin vem pescar comigo pela primeira vez ao Douro. Não era a primeira vez que pescávamos juntos, mas seria ali e eu estava curioso por ouvir a opinião dele em relação ao que poderia ser melhorado. Julgo que ouvir novas opini-ões sobre um pesqueiro é sempre aconselhável pois por vezes habituamo-nos a fazer as coisas de deter-minada forma que nem nos apercebemos que há coisas que podem e devem ser alteradas. Basta apenas um clic para a ideia surgir, tal aconteceu com o Tó e o Peixoto ao decidirmos usar snowman ou iscos

simples. Tinha feito pré-engodagem e o Gary estava calmamente a montar a tralha, eu acabei por lançar uma cana e como já tinha acontecido nas anteriores sessões, em menos de 15 minutos iria arrancar. Esta sessão iria trazer-nos várias capturas, e dois recordes para nos, um de aguas publicas para o Gary e um de aguas portuguesas para mim, numa linda comum que por momentos pensei e cheguei a dizer que era pequena. Ainda hoje o Gary me goza, quando estou em luta com o peixe normalmente diz-me: “é peque-na!”

O combate foi rápido, embora o arranque tenha sido muito forte a verdade é que o combate

parecia de uma carpa com 6 ou 7kg. O Gary, experien-te pescador disse-me; tem calma, é grande! A mim parecia muito pequena, e para dificultar a visão, quando entrou no camaroeiro vinha coberta com erva. Quando tentei levantar o camaroeiro, parecia

que este estava preso ao chão. Não tinha puxado muito pois continuava a parecer-me pequena, não tinha lanterna e eram 5:40h da manha, a claridade não era muita, pelo que voltei a abrir o camaroeiro e retirei a erva que a cobria, foi então que a vi, e logo percebi que seria como escrevi atras, o meu recorde de águas portuguesas, uma comum de 16,7kg, a do Gary tinha pesado 11kg.

Poucos dias depois era a vez de o Diogo voltar ao pesqueiro, desta vez sozinho e mais um recorde seria batido nesta água, pois entre as várias capturas que conseguiu, uma de dois dígitos deu-lhe o seu PB de águas portuguesas. Já em julho voltaria lá com o Gary e o Paulo. Foi uma excelente sessão, daquelas em que não é preciso que venha o peixe para ficar na memó-ria, ainda assim, o peixe contribuiu, e todos nos fizemos algumas capturas.

86

Page 87: Digital Carp Magazine #05

Só pelo local, que é maravilhoso, valeu a pena a deslocação à quinta, mas havia outras coisas que nos agradaram tanto ou mais. Para começar o carro ia até ao local onde se podia montar o bivvy, em vez de ter que andar a saltar terreno irregular e carregar o mate-rial por algumas dezenas de metros às costas, depois tínhamos passado por um portão, que segundo o dono da quinta está sempre fechado, apenas as pessoas que ele autoriza podem entrar.

A sondagem iria revelar uma boa surpresa, quase tão boa como o facto de estarmos recuados em relação a corrente, o local era largo e aquela passava bastante afastada, ou pelo menos a grande força da água não nos incomodava ali. Como escrevi atrás, a sondagem trouxe uma boa surpresa, para quem conhece o Douro sabe que nem sempre é fácil encon-trar um local plano, muito menos do tamanho de meio campo de futebol! São muitas as vezes que se lança uma chumbada e parece que cai a pique, parece que o rio não tem fundo. Neste caso apresentava um largo plano a nossa frente, com uma inclinação muito ligei-ra, com árvores na margem, cascalho durante dois metros e depois barro rijo, onde se poderia pescar perfeitamente com montagens inline. A sondagem revelou também à distância de quarenta e cinco metros da margem uma pequena relevância no terre-no. Mesmo com pouca corrente, se engodássemos a montante a comida iria encostar ali.

O registo das sessões que tinha começado a fazer

no Arnozelo faz com que hoje saiba que os iscos usados na primeira sessão fossem uma Tiger Nut com

milho Scopex, Scopex com pop up Milky Toffee e Scopex com pop up Ananas/Banana. Seria esta última montagem que iria dar ao Nuno Tavares, o meu com-panheiro nesta primeira sessão, que bem merecia depois do fiasco que tinha sido a primeira visita, a alegria de na primeira noite capturar uma linda Comum com mais de dois dígitos! Eram uma Carpa muito possante, que nos deixou felicíssimos! Algumas horas depois a mesma montagem iria trazer-lhe uma com metade do peso, ainda assim muito bonita. Mas esta sessão não ficaria por aqui, pois o Nuno ainda tiraria um Barbo e eu mesmo também ferraria um. Mas a cereja no topo do bolo foi mais uma carpa em tudo igual a primeira, inclusive no peso. O Nuno tinha batido o seu record e igualado na mesma sessão!

Para o Nuno a sessão acabou ali, mas para mim continuaria por mais dois dias, agora com a compa-nhia do Diogo. Mas a sessão mudou radicalmente e nesses dois dias apenas tivemos uma captura, um Barbo. Inexplicavelmente tudo mudou. Na altura deixou-me sem entender nada, hoje já me habituei, é normalíssimos estas coisas acontecerem neste rio. 30 de Abril e 1º de Maio apanharam-me la de novo, mas o único resultado que consegui foram mais dois Barbos.

A vontade de voltar la era muita mas o trabalho não permitia, pelo que decidi ir depois do trabalho nos dias 16 e 17 de maio. Iria fazer só as noites, para tentar orientar as ideias, pois parecia que cada vez compreendia menos aquela água imprevisível. Ainda bem que decidi ir, pois na primeira noite apanhei a

minha primeira carpa de dois dígitos no Douro, 10,9kg de puro musculo, que me encheu de alegria! A segunda noite daria mais um Barbo, mas já pouco me importava, as Carpas afinal não tinham desaparecido, simplesmente poderiam andar a vaguear por outras paragens.

Nas noites de 3 e 4 de junho tentei repetir a sessão, os moldes eram os mesmos, quantidade de comida em mais de 50kg por semana, mas entretanto tinha aproximado o local da zona de engodagem para uns escassos dez metros da margem. Pescava na diagonal em direção a jusante. Logo na primeira noite os frutos dessas engodagens chegaram, em forma de 8,2kg à meia-noite e 14,6kg às 3h da manha. Tinha chegado quase aos 15kg! Estava bastante feliz pois ir engodar de dois em dois dias não era propriamente fácil, nem barato. Ainda perderia outra que tinha ferrado num Chod Rig. Não que fosse necessário usar ali, mas na altura começou a falar-se neles e apete-ceu-me experimentar.

Andava empolgado, as engodagens sucediam-se e fui refinando o conhecimento sobre o local, melhor sondagem, melhor localização das canas em relação ao spot e ate mesmo o local onde colocava o bivvy e a passagem para as canas. Com tudo isto na perfeição, pensava eu, marquei comigo mesmo uma sessão de uma semana lá. Sozinho nos primeiros cinco dias e que apenas retirava da água as chumbadas que para

lá lançava e com o Diogo nos dois últimos dias. Seria mesmo ele a quebrar o enguiço, pois na madrugada do último dia levava uma ao tapete com 7,2kg. Para mim foi grade toda a semana. Coisas da pesca…

Passou mais de um mês que não voltei ao pesqueiro para pescar, mas a engodagem continuava regular, ia no mínimo duas vezes por semana, e mais uma vez voltei a afinar o local de engodagem. À medida que ia estudando o panorama, ia engodado cada vez mais a beira, e em julho, quando voltei a pescar, praticamente no fim do mês, a engodagem era tão encostada à margem que ia por uma das monta-gens à mão a menos de cinco metros de distância. Tinha-me bastado observar a margem para colocar ali as montagens. A verdade é que o sítio seria perfeito para pescar da margem oposta, como tal, era só ter algum cuidado e podia bem pescar dali mesmo. Esta forma permitiu-me estudar um pouco o comporta-mento das Carpas, não que alguma vez o chegasse a compreender pois nem sempre era o mesmo perante a mesma situação, mas o facto de ir colocar a monta-gem à mão, deixar o isco perfeito, ou a chumbada e leadcore enterrados na areia eram coisas que me davam alguma segurança. Pude observar também mais que uma vez todos os boilies que tinha colocado junto ao isco desaparecerem, e nem um toque tinha tido. Esta constatação levou-me a uma conclusão que falaremos mais adiante, que se provaria certa. Esta foi a modificação mais profunda até hoje, que continuo a

pesca no mesmo sítio, embora tenha ajustado algu-mas coisas com o tempo, mas já lá vamos. Esta primei-ra sessão por assim dizer nos atuais moldes revelou--se uma excelente escolha pois foram varias as captu-ras ao tapete, uma dela com quase 11kg. Até ao meio de agosto ainda voltaria mais duas vezes, sempre com bons resultados.

Por esta altura e já desde o meio de julho já me debatia com o mesmo problema que no anterior pesqueiro, a erva. Apesar de estar a pescar muito perto, os arranques eram brutais e claro, para dentro da erva. Para a cana que colocava mais a beira, que ficava por baixo de uma árvore e onde colocar a mon-tagem tinha que ser mesmo à mão, pois não havia angulo para lançar, não havia grande problema, mas havia com a cana que pescava mais afastada, cada arranque era garantia de complicação com a erva. A montagem drop-off minimizava mas não resolvia, pois por vezes bastava a união do quick link para prender a na erva, deixando o estralho livre, o que resultaria na desferragem do peixe. Mais a frente mostrarei uma das montagens usadas em casos extre-mos de erva. Ainda assim não estava satisfeito, pelo que uma rápida pesquisa me levou a fabricar um acessório para arrastar a erva do pesqueiro. Era com-posto por dois “arranha terra” dos jardineiros, solda-dos costas contra costas e com uma argola onde prendi 20m de fio fino e resistente, tipo montanhis-mo. A ideia era poder atirar o “arrasta-erva” ao máximo de distância possível com o menor atrito, mas ter um fio forte o suficiente para o arrastar para a margem carregado de erva. Como limpar toda a erva era impossível, criei pequenos “carreiros” por onde podia fazer passar não só o peixe mas também passar as linhas quando em ação de pesca, não ficando elas assim por cima da erva.

Outra coisa que me incomodava era um obstácu-lo que estava uns cinco metros a frente da árvore onde colocava a montagem por baixo, já havia ali perdido algumas, e quase sempre rebentava a linha. Mais tarde com a ajuda do Ramos e com uma sonda e um barco ficamos com a certeza do que lá estava, uma pedra, perdida no meio de nada, ainda por cima com esquinas vivas. Não era muito grande, teria talvez um metro de diâmetro, mas era impossível move-la. Até hoje lá continua...

De qualquer forma eu esperava que em setem-bro as ervas começassem a morrer, o que realmente aconteceu, embora na sessão seguintes ainda houvesse bastantes. A sessão foi de menos de 24 horas e consegui uma captura abaixo dos 5kg, coisa não muito comum ali, alias, são mais as capturas que conto hoje com dois dígitos que abaixo de 5kg.

A experiencia do ano anterior com as ervas e as sessões noutros locais levou-me de volta ao pesquei-ro apenas em dezembro e apenas por muita insistên-cia do Tó e do Peixoto, que nunca tinham pescado no Douro. Nunca tinha tirado nesta água uma Carpa no inverno, pelo que para mim também era um bocado difícil prever o que por ai viria. Sabia que teria que pescar um pouco mais dentro, pois não acreditava

Na passada edição acabamos o relato no dia em que eu e o Ramos iriamos visitar um novo pesqueiro, analisar as suas condições e tentar ver se valeria a pena abandonar um local que já tinha mostrado ter potencial…

que com o frio as carpas viessem aguas tao pouco profundas. Mas junto à pedra que falei atrás, havia uma inclinação, carreto trancado e seria um excelente local. Nesta sessão mais um pescador bateu o seu record pessoal no Douro. Primeiro tinha sido o Nuno, depois eu, a seguir o Diogo e agora o Tó! Foram várias as capturas da sessão, onde houve também algumas perdidas, um pouco pela falta de experiencia com Carpas tão fortes e rápidas.

Até ao fim de abril foram feitas ainda mais três sessões, onde foram introduzidas algumas alterações, e se chegou a algumas conclusões, como por exemplo que elas só pegavam em boilies de scopex, pois claro, eram os únicos com que engodava!

No meio do Inverno tinha decidido introduzir no pesqueiro um bom isco e entre todos os que analisei, a escolha caiu sobre o Spicy Tuna & Sweet Chilli, da Dynamite. Já foi este isco de 20mm combinado com um pop up Ananás/Banana de 15mm da mesma marca que deu o recorde ao Tó.

Neste novo ano tinha também resolvido trocar o boilie de scopex por um de morango, pois segundo algumas opiniões as Carpas adoram comida vermelha na primavera! Bem, realmente deram bons resultados, mas não melhor que o conjunto Spicy tuna com o Ananás/Banana. Nesta altura da primavera comecei também a fazer algumas sessões só de dia e também comecei a usar boilies simples durante o dia, em vez de usual snowman. A esta conclusão cheguei numa sessão com o Tó e o Peixoto. Com a troca de ideias decidimos fazer a experiência e deu resultado; boilies simples durante o dia, snowman durante a noite. A isto juntávamos uns sacos de pva a cada colocação de montagem, alem de começarmos a engodar varias vezes durante o dia. Em caso de arranque a engoda-gem era obrigatória, muitas vezes até antes de voltar a colocar a montagem.

É preciso cuidado redobrado quando se pesca tão perto, pois o barulho rapidamente se propaga. Não quero pensar que as carpas não identificam o barulho da voz humana, mas a verdade é que por varias vezes havia pessoas a falar alto por perto, pessoas que andam simplesmente por ali todos os dias a trabalhar mas nunca se interessarem pela pesca, e tínhamos arranques. Na passada edição escrevi que nas primeiras sessões ainda no primeiro pesqueiro chegamos a estar dentro de agua a devol-ver o peixe e tínhamos novo arranque. Nesse pesqueiro a distância rondaria os 40m, aqui seria no máximo 10m, o que era ainda mais estranho.

Já tarde em Maio o Gary Currin vem pescar comigo pela primeira vez ao Douro. Não era a primeira vez que pescávamos juntos, mas seria ali e eu estava curioso por ouvir a opinião dele em relação ao que poderia ser melhorado. Julgo que ouvir novas opini-ões sobre um pesqueiro é sempre aconselhável pois por vezes habituamo-nos a fazer as coisas de deter-minada forma que nem nos apercebemos que há coisas que podem e devem ser alteradas. Basta apenas um clic para a ideia surgir, tal aconteceu com o Tó e o Peixoto ao decidirmos usar snowman ou iscos

simples. Tinha feito pré-engodagem e o Gary estava calmamente a montar a tralha, eu acabei por lançar uma cana e como já tinha acontecido nas anteriores sessões, em menos de 15 minutos iria arrancar. Esta sessão iria trazer-nos várias capturas, e dois recordes para nos, um de aguas publicas para o Gary e um de aguas portuguesas para mim, numa linda comum que por momentos pensei e cheguei a dizer que era pequena. Ainda hoje o Gary me goza, quando estou em luta com o peixe normalmente diz-me: “é peque-na!”

O combate foi rápido, embora o arranque tenha sido muito forte a verdade é que o combate

parecia de uma carpa com 6 ou 7kg. O Gary, experien-te pescador disse-me; tem calma, é grande! A mim parecia muito pequena, e para dificultar a visão, quando entrou no camaroeiro vinha coberta com erva. Quando tentei levantar o camaroeiro, parecia

que este estava preso ao chão. Não tinha puxado muito pois continuava a parecer-me pequena, não tinha lanterna e eram 5:40h da manha, a claridade não era muita, pelo que voltei a abrir o camaroeiro e retirei a erva que a cobria, foi então que a vi, e logo percebi que seria como escrevi atras, o meu recorde de águas portuguesas, uma comum de 16,7kg, a do Gary tinha pesado 11kg.

Poucos dias depois era a vez de o Diogo voltar ao pesqueiro, desta vez sozinho e mais um recorde seria batido nesta água, pois entre as várias capturas que conseguiu, uma de dois dígitos deu-lhe o seu PB de águas portuguesas. Já em julho voltaria lá com o Gary e o Paulo. Foi uma excelente sessão, daquelas em que não é preciso que venha o peixe para ficar na memó-ria, ainda assim, o peixe contribuiu, e todos nos fizemos algumas capturas.

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Page 88: Digital Carp Magazine #05

Só pelo local, que é maravilhoso, valeu a pena a deslocação à quinta, mas havia outras coisas que nos agradaram tanto ou mais. Para começar o carro ia até ao local onde se podia montar o bivvy, em vez de ter que andar a saltar terreno irregular e carregar o mate-rial por algumas dezenas de metros às costas, depois tínhamos passado por um portão, que segundo o dono da quinta está sempre fechado, apenas as pessoas que ele autoriza podem entrar.

A sondagem iria revelar uma boa surpresa, quase tão boa como o facto de estarmos recuados em relação a corrente, o local era largo e aquela passava bastante afastada, ou pelo menos a grande força da água não nos incomodava ali. Como escrevi atrás, a sondagem trouxe uma boa surpresa, para quem conhece o Douro sabe que nem sempre é fácil encon-trar um local plano, muito menos do tamanho de meio campo de futebol! São muitas as vezes que se lança uma chumbada e parece que cai a pique, parece que o rio não tem fundo. Neste caso apresentava um largo plano a nossa frente, com uma inclinação muito ligei-ra, com árvores na margem, cascalho durante dois metros e depois barro rijo, onde se poderia pescar perfeitamente com montagens inline. A sondagem revelou também à distância de quarenta e cinco metros da margem uma pequena relevância no terre-no. Mesmo com pouca corrente, se engodássemos a montante a comida iria encostar ali.

O registo das sessões que tinha começado a fazer

no Arnozelo faz com que hoje saiba que os iscos usados na primeira sessão fossem uma Tiger Nut com

milho Scopex, Scopex com pop up Milky Toffee e Scopex com pop up Ananas/Banana. Seria esta última montagem que iria dar ao Nuno Tavares, o meu com-panheiro nesta primeira sessão, que bem merecia depois do fiasco que tinha sido a primeira visita, a alegria de na primeira noite capturar uma linda Comum com mais de dois dígitos! Eram uma Carpa muito possante, que nos deixou felicíssimos! Algumas horas depois a mesma montagem iria trazer-lhe uma com metade do peso, ainda assim muito bonita. Mas esta sessão não ficaria por aqui, pois o Nuno ainda tiraria um Barbo e eu mesmo também ferraria um. Mas a cereja no topo do bolo foi mais uma carpa em tudo igual a primeira, inclusive no peso. O Nuno tinha batido o seu record e igualado na mesma sessão!

Para o Nuno a sessão acabou ali, mas para mim continuaria por mais dois dias, agora com a compa-nhia do Diogo. Mas a sessão mudou radicalmente e nesses dois dias apenas tivemos uma captura, um Barbo. Inexplicavelmente tudo mudou. Na altura deixou-me sem entender nada, hoje já me habituei, é normalíssimos estas coisas acontecerem neste rio. 30 de Abril e 1º de Maio apanharam-me la de novo, mas o único resultado que consegui foram mais dois Barbos.

A vontade de voltar la era muita mas o trabalho não permitia, pelo que decidi ir depois do trabalho nos dias 16 e 17 de maio. Iria fazer só as noites, para tentar orientar as ideias, pois parecia que cada vez compreendia menos aquela água imprevisível. Ainda bem que decidi ir, pois na primeira noite apanhei a

minha primeira carpa de dois dígitos no Douro, 10,9kg de puro musculo, que me encheu de alegria! A segunda noite daria mais um Barbo, mas já pouco me importava, as Carpas afinal não tinham desaparecido, simplesmente poderiam andar a vaguear por outras paragens.

Nas noites de 3 e 4 de junho tentei repetir a sessão, os moldes eram os mesmos, quantidade de comida em mais de 50kg por semana, mas entretanto tinha aproximado o local da zona de engodagem para uns escassos dez metros da margem. Pescava na diagonal em direção a jusante. Logo na primeira noite os frutos dessas engodagens chegaram, em forma de 8,2kg à meia-noite e 14,6kg às 3h da manha. Tinha chegado quase aos 15kg! Estava bastante feliz pois ir engodar de dois em dois dias não era propriamente fácil, nem barato. Ainda perderia outra que tinha ferrado num Chod Rig. Não que fosse necessário usar ali, mas na altura começou a falar-se neles e apete-ceu-me experimentar.

Andava empolgado, as engodagens sucediam-se e fui refinando o conhecimento sobre o local, melhor sondagem, melhor localização das canas em relação ao spot e ate mesmo o local onde colocava o bivvy e a passagem para as canas. Com tudo isto na perfeição, pensava eu, marquei comigo mesmo uma sessão de uma semana lá. Sozinho nos primeiros cinco dias e que apenas retirava da água as chumbadas que para

lá lançava e com o Diogo nos dois últimos dias. Seria mesmo ele a quebrar o enguiço, pois na madrugada do último dia levava uma ao tapete com 7,2kg. Para mim foi grade toda a semana. Coisas da pesca…

Passou mais de um mês que não voltei ao pesqueiro para pescar, mas a engodagem continuava regular, ia no mínimo duas vezes por semana, e mais uma vez voltei a afinar o local de engodagem. À medida que ia estudando o panorama, ia engodado cada vez mais a beira, e em julho, quando voltei a pescar, praticamente no fim do mês, a engodagem era tão encostada à margem que ia por uma das monta-gens à mão a menos de cinco metros de distância. Tinha-me bastado observar a margem para colocar ali as montagens. A verdade é que o sítio seria perfeito para pescar da margem oposta, como tal, era só ter algum cuidado e podia bem pescar dali mesmo. Esta forma permitiu-me estudar um pouco o comporta-mento das Carpas, não que alguma vez o chegasse a compreender pois nem sempre era o mesmo perante a mesma situação, mas o facto de ir colocar a monta-gem à mão, deixar o isco perfeito, ou a chumbada e leadcore enterrados na areia eram coisas que me davam alguma segurança. Pude observar também mais que uma vez todos os boilies que tinha colocado junto ao isco desaparecerem, e nem um toque tinha tido. Esta constatação levou-me a uma conclusão que falaremos mais adiante, que se provaria certa. Esta foi a modificação mais profunda até hoje, que continuo a

pesca no mesmo sítio, embora tenha ajustado algu-mas coisas com o tempo, mas já lá vamos. Esta primei-ra sessão por assim dizer nos atuais moldes revelou--se uma excelente escolha pois foram varias as captu-ras ao tapete, uma dela com quase 11kg. Até ao meio de agosto ainda voltaria mais duas vezes, sempre com bons resultados.

Por esta altura e já desde o meio de julho já me debatia com o mesmo problema que no anterior pesqueiro, a erva. Apesar de estar a pescar muito perto, os arranques eram brutais e claro, para dentro da erva. Para a cana que colocava mais a beira, que ficava por baixo de uma árvore e onde colocar a mon-tagem tinha que ser mesmo à mão, pois não havia angulo para lançar, não havia grande problema, mas havia com a cana que pescava mais afastada, cada arranque era garantia de complicação com a erva. A montagem drop-off minimizava mas não resolvia, pois por vezes bastava a união do quick link para prender a na erva, deixando o estralho livre, o que resultaria na desferragem do peixe. Mais a frente mostrarei uma das montagens usadas em casos extre-mos de erva. Ainda assim não estava satisfeito, pelo que uma rápida pesquisa me levou a fabricar um acessório para arrastar a erva do pesqueiro. Era com-posto por dois “arranha terra” dos jardineiros, solda-dos costas contra costas e com uma argola onde prendi 20m de fio fino e resistente, tipo montanhis-mo. A ideia era poder atirar o “arrasta-erva” ao máximo de distância possível com o menor atrito, mas ter um fio forte o suficiente para o arrastar para a margem carregado de erva. Como limpar toda a erva era impossível, criei pequenos “carreiros” por onde podia fazer passar não só o peixe mas também passar as linhas quando em ação de pesca, não ficando elas assim por cima da erva.

Outra coisa que me incomodava era um obstácu-lo que estava uns cinco metros a frente da árvore onde colocava a montagem por baixo, já havia ali perdido algumas, e quase sempre rebentava a linha. Mais tarde com a ajuda do Ramos e com uma sonda e um barco ficamos com a certeza do que lá estava, uma pedra, perdida no meio de nada, ainda por cima com esquinas vivas. Não era muito grande, teria talvez um metro de diâmetro, mas era impossível move-la. Até hoje lá continua...

De qualquer forma eu esperava que em setem-bro as ervas começassem a morrer, o que realmente aconteceu, embora na sessão seguintes ainda houvesse bastantes. A sessão foi de menos de 24 horas e consegui uma captura abaixo dos 5kg, coisa não muito comum ali, alias, são mais as capturas que conto hoje com dois dígitos que abaixo de 5kg.

A experiencia do ano anterior com as ervas e as sessões noutros locais levou-me de volta ao pesquei-ro apenas em dezembro e apenas por muita insistên-cia do Tó e do Peixoto, que nunca tinham pescado no Douro. Nunca tinha tirado nesta água uma Carpa no inverno, pelo que para mim também era um bocado difícil prever o que por ai viria. Sabia que teria que pescar um pouco mais dentro, pois não acreditava

que com o frio as carpas viessem aguas tao pouco profundas. Mas junto à pedra que falei atrás, havia uma inclinação, carreto trancado e seria um excelente local. Nesta sessão mais um pescador bateu o seu record pessoal no Douro. Primeiro tinha sido o Nuno, depois eu, a seguir o Diogo e agora o Tó! Foram várias as capturas da sessão, onde houve também algumas perdidas, um pouco pela falta de experiencia com Carpas tão fortes e rápidas.

Até ao fim de abril foram feitas ainda mais três sessões, onde foram introduzidas algumas alterações, e se chegou a algumas conclusões, como por exemplo que elas só pegavam em boilies de scopex, pois claro, eram os únicos com que engodava!

No meio do Inverno tinha decidido introduzir no pesqueiro um bom isco e entre todos os que analisei, a escolha caiu sobre o Spicy Tuna & Sweet Chilli, da Dynamite. Já foi este isco de 20mm combinado com um pop up Ananás/Banana de 15mm da mesma marca que deu o recorde ao Tó.

Neste novo ano tinha também resolvido trocar o boilie de scopex por um de morango, pois segundo algumas opiniões as Carpas adoram comida vermelha na primavera! Bem, realmente deram bons resultados, mas não melhor que o conjunto Spicy tuna com o Ananás/Banana. Nesta altura da primavera comecei também a fazer algumas sessões só de dia e também comecei a usar boilies simples durante o dia, em vez de usual snowman. A esta conclusão cheguei numa sessão com o Tó e o Peixoto. Com a troca de ideias decidimos fazer a experiência e deu resultado; boilies simples durante o dia, snowman durante a noite. A isto juntávamos uns sacos de pva a cada colocação de montagem, alem de começarmos a engodar varias vezes durante o dia. Em caso de arranque a engoda-gem era obrigatória, muitas vezes até antes de voltar a colocar a montagem.

É preciso cuidado redobrado quando se pesca tão perto, pois o barulho rapidamente se propaga. Não quero pensar que as carpas não identificam o barulho da voz humana, mas a verdade é que por varias vezes havia pessoas a falar alto por perto, pessoas que andam simplesmente por ali todos os dias a trabalhar mas nunca se interessarem pela pesca, e tínhamos arranques. Na passada edição escrevi que nas primeiras sessões ainda no primeiro pesqueiro chegamos a estar dentro de agua a devol-ver o peixe e tínhamos novo arranque. Nesse pesqueiro a distância rondaria os 40m, aqui seria no máximo 10m, o que era ainda mais estranho.

Já tarde em Maio o Gary Currin vem pescar comigo pela primeira vez ao Douro. Não era a primeira vez que pescávamos juntos, mas seria ali e eu estava curioso por ouvir a opinião dele em relação ao que poderia ser melhorado. Julgo que ouvir novas opini-ões sobre um pesqueiro é sempre aconselhável pois por vezes habituamo-nos a fazer as coisas de deter-minada forma que nem nos apercebemos que há coisas que podem e devem ser alteradas. Basta apenas um clic para a ideia surgir, tal aconteceu com o Tó e o Peixoto ao decidirmos usar snowman ou iscos

simples. Tinha feito pré-engodagem e o Gary estava calmamente a montar a tralha, eu acabei por lançar uma cana e como já tinha acontecido nas anteriores sessões, em menos de 15 minutos iria arrancar. Esta sessão iria trazer-nos várias capturas, e dois recordes para nos, um de aguas publicas para o Gary e um de aguas portuguesas para mim, numa linda comum que por momentos pensei e cheguei a dizer que era pequena. Ainda hoje o Gary me goza, quando estou em luta com o peixe normalmente diz-me: “é peque-na!”

O combate foi rápido, embora o arranque tenha sido muito forte a verdade é que o combate

parecia de uma carpa com 6 ou 7kg. O Gary, experien-te pescador disse-me; tem calma, é grande! A mim parecia muito pequena, e para dificultar a visão, quando entrou no camaroeiro vinha coberta com erva. Quando tentei levantar o camaroeiro, parecia

que este estava preso ao chão. Não tinha puxado muito pois continuava a parecer-me pequena, não tinha lanterna e eram 5:40h da manha, a claridade não era muita, pelo que voltei a abrir o camaroeiro e retirei a erva que a cobria, foi então que a vi, e logo percebi que seria como escrevi atras, o meu recorde de águas portuguesas, uma comum de 16,7kg, a do Gary tinha pesado 11kg.

Poucos dias depois era a vez de o Diogo voltar ao pesqueiro, desta vez sozinho e mais um recorde seria batido nesta água, pois entre as várias capturas que conseguiu, uma de dois dígitos deu-lhe o seu PB de águas portuguesas. Já em julho voltaria lá com o Gary e o Paulo. Foi uma excelente sessão, daquelas em que não é preciso que venha o peixe para ficar na memó-ria, ainda assim, o peixe contribuiu, e todos nos fizemos algumas capturas.

88

Page 89: Digital Carp Magazine #05

Só pelo local, que é maravilhoso, valeu a pena a deslocação à quinta, mas havia outras coisas que nos agradaram tanto ou mais. Para começar o carro ia até ao local onde se podia montar o bivvy, em vez de ter que andar a saltar terreno irregular e carregar o mate-rial por algumas dezenas de metros às costas, depois tínhamos passado por um portão, que segundo o dono da quinta está sempre fechado, apenas as pessoas que ele autoriza podem entrar.

A sondagem iria revelar uma boa surpresa, quase tão boa como o facto de estarmos recuados em relação a corrente, o local era largo e aquela passava bastante afastada, ou pelo menos a grande força da água não nos incomodava ali. Como escrevi atrás, a sondagem trouxe uma boa surpresa, para quem conhece o Douro sabe que nem sempre é fácil encon-trar um local plano, muito menos do tamanho de meio campo de futebol! São muitas as vezes que se lança uma chumbada e parece que cai a pique, parece que o rio não tem fundo. Neste caso apresentava um largo plano a nossa frente, com uma inclinação muito ligei-ra, com árvores na margem, cascalho durante dois metros e depois barro rijo, onde se poderia pescar perfeitamente com montagens inline. A sondagem revelou também à distância de quarenta e cinco metros da margem uma pequena relevância no terre-no. Mesmo com pouca corrente, se engodássemos a montante a comida iria encostar ali.

O registo das sessões que tinha começado a fazer

no Arnozelo faz com que hoje saiba que os iscos usados na primeira sessão fossem uma Tiger Nut com

milho Scopex, Scopex com pop up Milky Toffee e Scopex com pop up Ananas/Banana. Seria esta última montagem que iria dar ao Nuno Tavares, o meu com-panheiro nesta primeira sessão, que bem merecia depois do fiasco que tinha sido a primeira visita, a alegria de na primeira noite capturar uma linda Comum com mais de dois dígitos! Eram uma Carpa muito possante, que nos deixou felicíssimos! Algumas horas depois a mesma montagem iria trazer-lhe uma com metade do peso, ainda assim muito bonita. Mas esta sessão não ficaria por aqui, pois o Nuno ainda tiraria um Barbo e eu mesmo também ferraria um. Mas a cereja no topo do bolo foi mais uma carpa em tudo igual a primeira, inclusive no peso. O Nuno tinha batido o seu record e igualado na mesma sessão!

Para o Nuno a sessão acabou ali, mas para mim continuaria por mais dois dias, agora com a compa-nhia do Diogo. Mas a sessão mudou radicalmente e nesses dois dias apenas tivemos uma captura, um Barbo. Inexplicavelmente tudo mudou. Na altura deixou-me sem entender nada, hoje já me habituei, é normalíssimos estas coisas acontecerem neste rio. 30 de Abril e 1º de Maio apanharam-me la de novo, mas o único resultado que consegui foram mais dois Barbos.

A vontade de voltar la era muita mas o trabalho não permitia, pelo que decidi ir depois do trabalho nos dias 16 e 17 de maio. Iria fazer só as noites, para tentar orientar as ideias, pois parecia que cada vez compreendia menos aquela água imprevisível. Ainda bem que decidi ir, pois na primeira noite apanhei a

minha primeira carpa de dois dígitos no Douro, 10,9kg de puro musculo, que me encheu de alegria! A segunda noite daria mais um Barbo, mas já pouco me importava, as Carpas afinal não tinham desaparecido, simplesmente poderiam andar a vaguear por outras paragens.

Nas noites de 3 e 4 de junho tentei repetir a sessão, os moldes eram os mesmos, quantidade de comida em mais de 50kg por semana, mas entretanto tinha aproximado o local da zona de engodagem para uns escassos dez metros da margem. Pescava na diagonal em direção a jusante. Logo na primeira noite os frutos dessas engodagens chegaram, em forma de 8,2kg à meia-noite e 14,6kg às 3h da manha. Tinha chegado quase aos 15kg! Estava bastante feliz pois ir engodar de dois em dois dias não era propriamente fácil, nem barato. Ainda perderia outra que tinha ferrado num Chod Rig. Não que fosse necessário usar ali, mas na altura começou a falar-se neles e apete-ceu-me experimentar.

Andava empolgado, as engodagens sucediam-se e fui refinando o conhecimento sobre o local, melhor sondagem, melhor localização das canas em relação ao spot e ate mesmo o local onde colocava o bivvy e a passagem para as canas. Com tudo isto na perfeição, pensava eu, marquei comigo mesmo uma sessão de uma semana lá. Sozinho nos primeiros cinco dias e que apenas retirava da água as chumbadas que para

lá lançava e com o Diogo nos dois últimos dias. Seria mesmo ele a quebrar o enguiço, pois na madrugada do último dia levava uma ao tapete com 7,2kg. Para mim foi grade toda a semana. Coisas da pesca…

Passou mais de um mês que não voltei ao pesqueiro para pescar, mas a engodagem continuava regular, ia no mínimo duas vezes por semana, e mais uma vez voltei a afinar o local de engodagem. À medida que ia estudando o panorama, ia engodado cada vez mais a beira, e em julho, quando voltei a pescar, praticamente no fim do mês, a engodagem era tão encostada à margem que ia por uma das monta-gens à mão a menos de cinco metros de distância. Tinha-me bastado observar a margem para colocar ali as montagens. A verdade é que o sítio seria perfeito para pescar da margem oposta, como tal, era só ter algum cuidado e podia bem pescar dali mesmo. Esta forma permitiu-me estudar um pouco o comporta-mento das Carpas, não que alguma vez o chegasse a compreender pois nem sempre era o mesmo perante a mesma situação, mas o facto de ir colocar a monta-gem à mão, deixar o isco perfeito, ou a chumbada e leadcore enterrados na areia eram coisas que me davam alguma segurança. Pude observar também mais que uma vez todos os boilies que tinha colocado junto ao isco desaparecerem, e nem um toque tinha tido. Esta constatação levou-me a uma conclusão que falaremos mais adiante, que se provaria certa. Esta foi a modificação mais profunda até hoje, que continuo a

pesca no mesmo sítio, embora tenha ajustado algu-mas coisas com o tempo, mas já lá vamos. Esta primei-ra sessão por assim dizer nos atuais moldes revelou--se uma excelente escolha pois foram varias as captu-ras ao tapete, uma dela com quase 11kg. Até ao meio de agosto ainda voltaria mais duas vezes, sempre com bons resultados.

Por esta altura e já desde o meio de julho já me debatia com o mesmo problema que no anterior pesqueiro, a erva. Apesar de estar a pescar muito perto, os arranques eram brutais e claro, para dentro da erva. Para a cana que colocava mais a beira, que ficava por baixo de uma árvore e onde colocar a mon-tagem tinha que ser mesmo à mão, pois não havia angulo para lançar, não havia grande problema, mas havia com a cana que pescava mais afastada, cada arranque era garantia de complicação com a erva. A montagem drop-off minimizava mas não resolvia, pois por vezes bastava a união do quick link para prender a na erva, deixando o estralho livre, o que resultaria na desferragem do peixe. Mais a frente mostrarei uma das montagens usadas em casos extre-mos de erva. Ainda assim não estava satisfeito, pelo que uma rápida pesquisa me levou a fabricar um acessório para arrastar a erva do pesqueiro. Era com-posto por dois “arranha terra” dos jardineiros, solda-dos costas contra costas e com uma argola onde prendi 20m de fio fino e resistente, tipo montanhis-mo. A ideia era poder atirar o “arrasta-erva” ao máximo de distância possível com o menor atrito, mas ter um fio forte o suficiente para o arrastar para a margem carregado de erva. Como limpar toda a erva era impossível, criei pequenos “carreiros” por onde podia fazer passar não só o peixe mas também passar as linhas quando em ação de pesca, não ficando elas assim por cima da erva.

Outra coisa que me incomodava era um obstácu-lo que estava uns cinco metros a frente da árvore onde colocava a montagem por baixo, já havia ali perdido algumas, e quase sempre rebentava a linha. Mais tarde com a ajuda do Ramos e com uma sonda e um barco ficamos com a certeza do que lá estava, uma pedra, perdida no meio de nada, ainda por cima com esquinas vivas. Não era muito grande, teria talvez um metro de diâmetro, mas era impossível move-la. Até hoje lá continua...

De qualquer forma eu esperava que em setem-bro as ervas começassem a morrer, o que realmente aconteceu, embora na sessão seguintes ainda houvesse bastantes. A sessão foi de menos de 24 horas e consegui uma captura abaixo dos 5kg, coisa não muito comum ali, alias, são mais as capturas que conto hoje com dois dígitos que abaixo de 5kg.

A experiencia do ano anterior com as ervas e as sessões noutros locais levou-me de volta ao pesquei-ro apenas em dezembro e apenas por muita insistên-cia do Tó e do Peixoto, que nunca tinham pescado no Douro. Nunca tinha tirado nesta água uma Carpa no inverno, pelo que para mim também era um bocado difícil prever o que por ai viria. Sabia que teria que pescar um pouco mais dentro, pois não acreditava

que com o frio as carpas viessem aguas tao pouco profundas. Mas junto à pedra que falei atrás, havia uma inclinação, carreto trancado e seria um excelente local. Nesta sessão mais um pescador bateu o seu record pessoal no Douro. Primeiro tinha sido o Nuno, depois eu, a seguir o Diogo e agora o Tó! Foram várias as capturas da sessão, onde houve também algumas perdidas, um pouco pela falta de experiencia com Carpas tão fortes e rápidas.

Até ao fim de abril foram feitas ainda mais três sessões, onde foram introduzidas algumas alterações, e se chegou a algumas conclusões, como por exemplo que elas só pegavam em boilies de scopex, pois claro, eram os únicos com que engodava!

No meio do Inverno tinha decidido introduzir no pesqueiro um bom isco e entre todos os que analisei, a escolha caiu sobre o Spicy Tuna & Sweet Chilli, da Dynamite. Já foi este isco de 20mm combinado com um pop up Ananás/Banana de 15mm da mesma marca que deu o recorde ao Tó.

Neste novo ano tinha também resolvido trocar o boilie de scopex por um de morango, pois segundo algumas opiniões as Carpas adoram comida vermelha na primavera! Bem, realmente deram bons resultados, mas não melhor que o conjunto Spicy tuna com o Ananás/Banana. Nesta altura da primavera comecei também a fazer algumas sessões só de dia e também comecei a usar boilies simples durante o dia, em vez de usual snowman. A esta conclusão cheguei numa sessão com o Tó e o Peixoto. Com a troca de ideias decidimos fazer a experiência e deu resultado; boilies simples durante o dia, snowman durante a noite. A isto juntávamos uns sacos de pva a cada colocação de montagem, alem de começarmos a engodar varias vezes durante o dia. Em caso de arranque a engoda-gem era obrigatória, muitas vezes até antes de voltar a colocar a montagem.

É preciso cuidado redobrado quando se pesca tão perto, pois o barulho rapidamente se propaga. Não quero pensar que as carpas não identificam o barulho da voz humana, mas a verdade é que por varias vezes havia pessoas a falar alto por perto, pessoas que andam simplesmente por ali todos os dias a trabalhar mas nunca se interessarem pela pesca, e tínhamos arranques. Na passada edição escrevi que nas primeiras sessões ainda no primeiro pesqueiro chegamos a estar dentro de agua a devol-ver o peixe e tínhamos novo arranque. Nesse pesqueiro a distância rondaria os 40m, aqui seria no máximo 10m, o que era ainda mais estranho.

Já tarde em Maio o Gary Currin vem pescar comigo pela primeira vez ao Douro. Não era a primeira vez que pescávamos juntos, mas seria ali e eu estava curioso por ouvir a opinião dele em relação ao que poderia ser melhorado. Julgo que ouvir novas opini-ões sobre um pesqueiro é sempre aconselhável pois por vezes habituamo-nos a fazer as coisas de deter-minada forma que nem nos apercebemos que há coisas que podem e devem ser alteradas. Basta apenas um clic para a ideia surgir, tal aconteceu com o Tó e o Peixoto ao decidirmos usar snowman ou iscos

simples. Tinha feito pré-engodagem e o Gary estava calmamente a montar a tralha, eu acabei por lançar uma cana e como já tinha acontecido nas anteriores sessões, em menos de 15 minutos iria arrancar. Esta sessão iria trazer-nos várias capturas, e dois recordes para nos, um de aguas publicas para o Gary e um de aguas portuguesas para mim, numa linda comum que por momentos pensei e cheguei a dizer que era pequena. Ainda hoje o Gary me goza, quando estou em luta com o peixe normalmente diz-me: “é peque-na!”

O combate foi rápido, embora o arranque tenha sido muito forte a verdade é que o combate

parecia de uma carpa com 6 ou 7kg. O Gary, experien-te pescador disse-me; tem calma, é grande! A mim parecia muito pequena, e para dificultar a visão, quando entrou no camaroeiro vinha coberta com erva. Quando tentei levantar o camaroeiro, parecia

que este estava preso ao chão. Não tinha puxado muito pois continuava a parecer-me pequena, não tinha lanterna e eram 5:40h da manha, a claridade não era muita, pelo que voltei a abrir o camaroeiro e retirei a erva que a cobria, foi então que a vi, e logo percebi que seria como escrevi atras, o meu recorde de águas portuguesas, uma comum de 16,7kg, a do Gary tinha pesado 11kg.

Poucos dias depois era a vez de o Diogo voltar ao pesqueiro, desta vez sozinho e mais um recorde seria batido nesta água, pois entre as várias capturas que conseguiu, uma de dois dígitos deu-lhe o seu PB de águas portuguesas. Já em julho voltaria lá com o Gary e o Paulo. Foi uma excelente sessão, daquelas em que não é preciso que venha o peixe para ficar na memó-ria, ainda assim, o peixe contribuiu, e todos nos fizemos algumas capturas.

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Só pelo local, que é maravilhoso, valeu a pena a deslocação à quinta, mas havia outras coisas que nos agradaram tanto ou mais. Para começar o carro ia até ao local onde se podia montar o bivvy, em vez de ter que andar a saltar terreno irregular e carregar o mate-rial por algumas dezenas de metros às costas, depois tínhamos passado por um portão, que segundo o dono da quinta está sempre fechado, apenas as pessoas que ele autoriza podem entrar.

A sondagem iria revelar uma boa surpresa, quase tão boa como o facto de estarmos recuados em relação a corrente, o local era largo e aquela passava bastante afastada, ou pelo menos a grande força da água não nos incomodava ali. Como escrevi atrás, a sondagem trouxe uma boa surpresa, para quem conhece o Douro sabe que nem sempre é fácil encon-trar um local plano, muito menos do tamanho de meio campo de futebol! São muitas as vezes que se lança uma chumbada e parece que cai a pique, parece que o rio não tem fundo. Neste caso apresentava um largo plano a nossa frente, com uma inclinação muito ligei-ra, com árvores na margem, cascalho durante dois metros e depois barro rijo, onde se poderia pescar perfeitamente com montagens inline. A sondagem revelou também à distância de quarenta e cinco metros da margem uma pequena relevância no terre-no. Mesmo com pouca corrente, se engodássemos a montante a comida iria encostar ali.

O registo das sessões que tinha começado a fazer

no Arnozelo faz com que hoje saiba que os iscos usados na primeira sessão fossem uma Tiger Nut com

milho Scopex, Scopex com pop up Milky Toffee e Scopex com pop up Ananas/Banana. Seria esta última montagem que iria dar ao Nuno Tavares, o meu com-panheiro nesta primeira sessão, que bem merecia depois do fiasco que tinha sido a primeira visita, a alegria de na primeira noite capturar uma linda Comum com mais de dois dígitos! Eram uma Carpa muito possante, que nos deixou felicíssimos! Algumas horas depois a mesma montagem iria trazer-lhe uma com metade do peso, ainda assim muito bonita. Mas esta sessão não ficaria por aqui, pois o Nuno ainda tiraria um Barbo e eu mesmo também ferraria um. Mas a cereja no topo do bolo foi mais uma carpa em tudo igual a primeira, inclusive no peso. O Nuno tinha batido o seu record e igualado na mesma sessão!

Para o Nuno a sessão acabou ali, mas para mim continuaria por mais dois dias, agora com a compa-nhia do Diogo. Mas a sessão mudou radicalmente e nesses dois dias apenas tivemos uma captura, um Barbo. Inexplicavelmente tudo mudou. Na altura deixou-me sem entender nada, hoje já me habituei, é normalíssimos estas coisas acontecerem neste rio. 30 de Abril e 1º de Maio apanharam-me la de novo, mas o único resultado que consegui foram mais dois Barbos.

A vontade de voltar la era muita mas o trabalho não permitia, pelo que decidi ir depois do trabalho nos dias 16 e 17 de maio. Iria fazer só as noites, para tentar orientar as ideias, pois parecia que cada vez compreendia menos aquela água imprevisível. Ainda bem que decidi ir, pois na primeira noite apanhei a

minha primeira carpa de dois dígitos no Douro, 10,9kg de puro musculo, que me encheu de alegria! A segunda noite daria mais um Barbo, mas já pouco me importava, as Carpas afinal não tinham desaparecido, simplesmente poderiam andar a vaguear por outras paragens.

Nas noites de 3 e 4 de junho tentei repetir a sessão, os moldes eram os mesmos, quantidade de comida em mais de 50kg por semana, mas entretanto tinha aproximado o local da zona de engodagem para uns escassos dez metros da margem. Pescava na diagonal em direção a jusante. Logo na primeira noite os frutos dessas engodagens chegaram, em forma de 8,2kg à meia-noite e 14,6kg às 3h da manha. Tinha chegado quase aos 15kg! Estava bastante feliz pois ir engodar de dois em dois dias não era propriamente fácil, nem barato. Ainda perderia outra que tinha ferrado num Chod Rig. Não que fosse necessário usar ali, mas na altura começou a falar-se neles e apete-ceu-me experimentar.

Andava empolgado, as engodagens sucediam-se e fui refinando o conhecimento sobre o local, melhor sondagem, melhor localização das canas em relação ao spot e ate mesmo o local onde colocava o bivvy e a passagem para as canas. Com tudo isto na perfeição, pensava eu, marquei comigo mesmo uma sessão de uma semana lá. Sozinho nos primeiros cinco dias e que apenas retirava da água as chumbadas que para

lá lançava e com o Diogo nos dois últimos dias. Seria mesmo ele a quebrar o enguiço, pois na madrugada do último dia levava uma ao tapete com 7,2kg. Para mim foi grade toda a semana. Coisas da pesca…

Passou mais de um mês que não voltei ao pesqueiro para pescar, mas a engodagem continuava regular, ia no mínimo duas vezes por semana, e mais uma vez voltei a afinar o local de engodagem. À medida que ia estudando o panorama, ia engodado cada vez mais a beira, e em julho, quando voltei a pescar, praticamente no fim do mês, a engodagem era tão encostada à margem que ia por uma das monta-gens à mão a menos de cinco metros de distância. Tinha-me bastado observar a margem para colocar ali as montagens. A verdade é que o sítio seria perfeito para pescar da margem oposta, como tal, era só ter algum cuidado e podia bem pescar dali mesmo. Esta forma permitiu-me estudar um pouco o comporta-mento das Carpas, não que alguma vez o chegasse a compreender pois nem sempre era o mesmo perante a mesma situação, mas o facto de ir colocar a monta-gem à mão, deixar o isco perfeito, ou a chumbada e leadcore enterrados na areia eram coisas que me davam alguma segurança. Pude observar também mais que uma vez todos os boilies que tinha colocado junto ao isco desaparecerem, e nem um toque tinha tido. Esta constatação levou-me a uma conclusão que falaremos mais adiante, que se provaria certa. Esta foi a modificação mais profunda até hoje, que continuo a

pesca no mesmo sítio, embora tenha ajustado algu-mas coisas com o tempo, mas já lá vamos. Esta primei-ra sessão por assim dizer nos atuais moldes revelou--se uma excelente escolha pois foram varias as captu-ras ao tapete, uma dela com quase 11kg. Até ao meio de agosto ainda voltaria mais duas vezes, sempre com bons resultados.

Por esta altura e já desde o meio de julho já me debatia com o mesmo problema que no anterior pesqueiro, a erva. Apesar de estar a pescar muito perto, os arranques eram brutais e claro, para dentro da erva. Para a cana que colocava mais a beira, que ficava por baixo de uma árvore e onde colocar a mon-tagem tinha que ser mesmo à mão, pois não havia angulo para lançar, não havia grande problema, mas havia com a cana que pescava mais afastada, cada arranque era garantia de complicação com a erva. A montagem drop-off minimizava mas não resolvia, pois por vezes bastava a união do quick link para prender a na erva, deixando o estralho livre, o que resultaria na desferragem do peixe. Mais a frente mostrarei uma das montagens usadas em casos extre-mos de erva. Ainda assim não estava satisfeito, pelo que uma rápida pesquisa me levou a fabricar um acessório para arrastar a erva do pesqueiro. Era com-posto por dois “arranha terra” dos jardineiros, solda-dos costas contra costas e com uma argola onde prendi 20m de fio fino e resistente, tipo montanhis-mo. A ideia era poder atirar o “arrasta-erva” ao máximo de distância possível com o menor atrito, mas ter um fio forte o suficiente para o arrastar para a margem carregado de erva. Como limpar toda a erva era impossível, criei pequenos “carreiros” por onde podia fazer passar não só o peixe mas também passar as linhas quando em ação de pesca, não ficando elas assim por cima da erva.

Outra coisa que me incomodava era um obstácu-lo que estava uns cinco metros a frente da árvore onde colocava a montagem por baixo, já havia ali perdido algumas, e quase sempre rebentava a linha. Mais tarde com a ajuda do Ramos e com uma sonda e um barco ficamos com a certeza do que lá estava, uma pedra, perdida no meio de nada, ainda por cima com esquinas vivas. Não era muito grande, teria talvez um metro de diâmetro, mas era impossível move-la. Até hoje lá continua...

De qualquer forma eu esperava que em setem-bro as ervas começassem a morrer, o que realmente aconteceu, embora na sessão seguintes ainda houvesse bastantes. A sessão foi de menos de 24 horas e consegui uma captura abaixo dos 5kg, coisa não muito comum ali, alias, são mais as capturas que conto hoje com dois dígitos que abaixo de 5kg.

A experiencia do ano anterior com as ervas e as sessões noutros locais levou-me de volta ao pesquei-ro apenas em dezembro e apenas por muita insistên-cia do Tó e do Peixoto, que nunca tinham pescado no Douro. Nunca tinha tirado nesta água uma Carpa no inverno, pelo que para mim também era um bocado difícil prever o que por ai viria. Sabia que teria que pescar um pouco mais dentro, pois não acreditava

que com o frio as carpas viessem aguas tao pouco profundas. Mas junto à pedra que falei atrás, havia uma inclinação, carreto trancado e seria um excelente local. Nesta sessão mais um pescador bateu o seu record pessoal no Douro. Primeiro tinha sido o Nuno, depois eu, a seguir o Diogo e agora o Tó! Foram várias as capturas da sessão, onde houve também algumas perdidas, um pouco pela falta de experiencia com Carpas tão fortes e rápidas.

Até ao fim de abril foram feitas ainda mais três sessões, onde foram introduzidas algumas alterações, e se chegou a algumas conclusões, como por exemplo que elas só pegavam em boilies de scopex, pois claro, eram os únicos com que engodava!

No meio do Inverno tinha decidido introduzir no pesqueiro um bom isco e entre todos os que analisei, a escolha caiu sobre o Spicy Tuna & Sweet Chilli, da Dynamite. Já foi este isco de 20mm combinado com um pop up Ananás/Banana de 15mm da mesma marca que deu o recorde ao Tó.

Neste novo ano tinha também resolvido trocar o boilie de scopex por um de morango, pois segundo algumas opiniões as Carpas adoram comida vermelha na primavera! Bem, realmente deram bons resultados, mas não melhor que o conjunto Spicy tuna com o Ananás/Banana. Nesta altura da primavera comecei também a fazer algumas sessões só de dia e também comecei a usar boilies simples durante o dia, em vez de usual snowman. A esta conclusão cheguei numa sessão com o Tó e o Peixoto. Com a troca de ideias decidimos fazer a experiência e deu resultado; boilies simples durante o dia, snowman durante a noite. A isto juntávamos uns sacos de pva a cada colocação de montagem, alem de começarmos a engodar varias vezes durante o dia. Em caso de arranque a engoda-gem era obrigatória, muitas vezes até antes de voltar a colocar a montagem.

É preciso cuidado redobrado quando se pesca tão perto, pois o barulho rapidamente se propaga. Não quero pensar que as carpas não identificam o barulho da voz humana, mas a verdade é que por varias vezes havia pessoas a falar alto por perto, pessoas que andam simplesmente por ali todos os dias a trabalhar mas nunca se interessarem pela pesca, e tínhamos arranques. Na passada edição escrevi que nas primeiras sessões ainda no primeiro pesqueiro chegamos a estar dentro de agua a devol-ver o peixe e tínhamos novo arranque. Nesse pesqueiro a distância rondaria os 40m, aqui seria no máximo 10m, o que era ainda mais estranho.

Já tarde em Maio o Gary Currin vem pescar comigo pela primeira vez ao Douro. Não era a primeira vez que pescávamos juntos, mas seria ali e eu estava curioso por ouvir a opinião dele em relação ao que poderia ser melhorado. Julgo que ouvir novas opini-ões sobre um pesqueiro é sempre aconselhável pois por vezes habituamo-nos a fazer as coisas de deter-minada forma que nem nos apercebemos que há coisas que podem e devem ser alteradas. Basta apenas um clic para a ideia surgir, tal aconteceu com o Tó e o Peixoto ao decidirmos usar snowman ou iscos

simples. Tinha feito pré-engodagem e o Gary estava calmamente a montar a tralha, eu acabei por lançar uma cana e como já tinha acontecido nas anteriores sessões, em menos de 15 minutos iria arrancar. Esta sessão iria trazer-nos várias capturas, e dois recordes para nos, um de aguas publicas para o Gary e um de aguas portuguesas para mim, numa linda comum que por momentos pensei e cheguei a dizer que era pequena. Ainda hoje o Gary me goza, quando estou em luta com o peixe normalmente diz-me: “é peque-na!”

O combate foi rápido, embora o arranque tenha sido muito forte a verdade é que o combate

parecia de uma carpa com 6 ou 7kg. O Gary, experien-te pescador disse-me; tem calma, é grande! A mim parecia muito pequena, e para dificultar a visão, quando entrou no camaroeiro vinha coberta com erva. Quando tentei levantar o camaroeiro, parecia

que este estava preso ao chão. Não tinha puxado muito pois continuava a parecer-me pequena, não tinha lanterna e eram 5:40h da manha, a claridade não era muita, pelo que voltei a abrir o camaroeiro e retirei a erva que a cobria, foi então que a vi, e logo percebi que seria como escrevi atras, o meu recorde de águas portuguesas, uma comum de 16,7kg, a do Gary tinha pesado 11kg.

Poucos dias depois era a vez de o Diogo voltar ao pesqueiro, desta vez sozinho e mais um recorde seria batido nesta água, pois entre as várias capturas que conseguiu, uma de dois dígitos deu-lhe o seu PB de águas portuguesas. Já em julho voltaria lá com o Gary e o Paulo. Foi uma excelente sessão, daquelas em que não é preciso que venha o peixe para ficar na memó-ria, ainda assim, o peixe contribuiu, e todos nos fizemos algumas capturas.

Apesar do estar quase a acabar o primeiro trimes-tre de 2014 (altura que foi escrito o artigo), a água continua alta no Douro e não pescamos desde setem-bro, mas o objetivo está traçado e claro, irei fazer de tudo para o atingir. Para isso conto com a malta do costume, que vai contribuindo como pode e infeliz-mente não aparece tantas vezes como todos desejarí-amos! Ainda assim, o Paulo Gomes prometeu este ano que além de me ajudar a atingir o meu objetivo, que é apanhar uma carpa com pelo menos 20kg no Douro, irá também tentar bater o seu record pessoal de

águas livres. Provavelmente o meu objetivo tem um grau de dificuldade bastante elevado, pois apesar de alguns registos de grandes carpas no douro, como aconteceu em 2013, um pescador ocasional apanhou uma com 24,140Kg, acredito que também não será assim tão fácil e que vão tropeçar no anzol. Bem, pelo menos iremos tentar, e fazer tudo para vencer! Talvez durante o ano de 2014 se faça um artigo extra, ou no fim do ano haja matéria para um resumo anual…

Orlando Loureiro

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Só pelo local, que é maravilhoso, valeu a pena a deslocação à quinta, mas havia outras coisas que nos agradaram tanto ou mais. Para começar o carro ia até ao local onde se podia montar o bivvy, em vez de ter que andar a saltar terreno irregular e carregar o mate-rial por algumas dezenas de metros às costas, depois tínhamos passado por um portão, que segundo o dono da quinta está sempre fechado, apenas as pessoas que ele autoriza podem entrar.

A sondagem iria revelar uma boa surpresa, quase tão boa como o facto de estarmos recuados em relação a corrente, o local era largo e aquela passava bastante afastada, ou pelo menos a grande força da água não nos incomodava ali. Como escrevi atrás, a sondagem trouxe uma boa surpresa, para quem conhece o Douro sabe que nem sempre é fácil encon-trar um local plano, muito menos do tamanho de meio campo de futebol! São muitas as vezes que se lança uma chumbada e parece que cai a pique, parece que o rio não tem fundo. Neste caso apresentava um largo plano a nossa frente, com uma inclinação muito ligei-ra, com árvores na margem, cascalho durante dois metros e depois barro rijo, onde se poderia pescar perfeitamente com montagens inline. A sondagem revelou também à distância de quarenta e cinco metros da margem uma pequena relevância no terre-no. Mesmo com pouca corrente, se engodássemos a montante a comida iria encostar ali.

O registo das sessões que tinha começado a fazer

no Arnozelo faz com que hoje saiba que os iscos usados na primeira sessão fossem uma Tiger Nut com

milho Scopex, Scopex com pop up Milky Toffee e Scopex com pop up Ananas/Banana. Seria esta última montagem que iria dar ao Nuno Tavares, o meu com-panheiro nesta primeira sessão, que bem merecia depois do fiasco que tinha sido a primeira visita, a alegria de na primeira noite capturar uma linda Comum com mais de dois dígitos! Eram uma Carpa muito possante, que nos deixou felicíssimos! Algumas horas depois a mesma montagem iria trazer-lhe uma com metade do peso, ainda assim muito bonita. Mas esta sessão não ficaria por aqui, pois o Nuno ainda tiraria um Barbo e eu mesmo também ferraria um. Mas a cereja no topo do bolo foi mais uma carpa em tudo igual a primeira, inclusive no peso. O Nuno tinha batido o seu record e igualado na mesma sessão!

Para o Nuno a sessão acabou ali, mas para mim continuaria por mais dois dias, agora com a compa-nhia do Diogo. Mas a sessão mudou radicalmente e nesses dois dias apenas tivemos uma captura, um Barbo. Inexplicavelmente tudo mudou. Na altura deixou-me sem entender nada, hoje já me habituei, é normalíssimos estas coisas acontecerem neste rio. 30 de Abril e 1º de Maio apanharam-me la de novo, mas o único resultado que consegui foram mais dois Barbos.

A vontade de voltar la era muita mas o trabalho não permitia, pelo que decidi ir depois do trabalho nos dias 16 e 17 de maio. Iria fazer só as noites, para tentar orientar as ideias, pois parecia que cada vez compreendia menos aquela água imprevisível. Ainda bem que decidi ir, pois na primeira noite apanhei a

minha primeira carpa de dois dígitos no Douro, 10,9kg de puro musculo, que me encheu de alegria! A segunda noite daria mais um Barbo, mas já pouco me importava, as Carpas afinal não tinham desaparecido, simplesmente poderiam andar a vaguear por outras paragens.

Nas noites de 3 e 4 de junho tentei repetir a sessão, os moldes eram os mesmos, quantidade de comida em mais de 50kg por semana, mas entretanto tinha aproximado o local da zona de engodagem para uns escassos dez metros da margem. Pescava na diagonal em direção a jusante. Logo na primeira noite os frutos dessas engodagens chegaram, em forma de 8,2kg à meia-noite e 14,6kg às 3h da manha. Tinha chegado quase aos 15kg! Estava bastante feliz pois ir engodar de dois em dois dias não era propriamente fácil, nem barato. Ainda perderia outra que tinha ferrado num Chod Rig. Não que fosse necessário usar ali, mas na altura começou a falar-se neles e apete-ceu-me experimentar.

Andava empolgado, as engodagens sucediam-se e fui refinando o conhecimento sobre o local, melhor sondagem, melhor localização das canas em relação ao spot e ate mesmo o local onde colocava o bivvy e a passagem para as canas. Com tudo isto na perfeição, pensava eu, marquei comigo mesmo uma sessão de uma semana lá. Sozinho nos primeiros cinco dias e que apenas retirava da água as chumbadas que para

lá lançava e com o Diogo nos dois últimos dias. Seria mesmo ele a quebrar o enguiço, pois na madrugada do último dia levava uma ao tapete com 7,2kg. Para mim foi grade toda a semana. Coisas da pesca…

Passou mais de um mês que não voltei ao pesqueiro para pescar, mas a engodagem continuava regular, ia no mínimo duas vezes por semana, e mais uma vez voltei a afinar o local de engodagem. À medida que ia estudando o panorama, ia engodado cada vez mais a beira, e em julho, quando voltei a pescar, praticamente no fim do mês, a engodagem era tão encostada à margem que ia por uma das monta-gens à mão a menos de cinco metros de distância. Tinha-me bastado observar a margem para colocar ali as montagens. A verdade é que o sítio seria perfeito para pescar da margem oposta, como tal, era só ter algum cuidado e podia bem pescar dali mesmo. Esta forma permitiu-me estudar um pouco o comporta-mento das Carpas, não que alguma vez o chegasse a compreender pois nem sempre era o mesmo perante a mesma situação, mas o facto de ir colocar a monta-gem à mão, deixar o isco perfeito, ou a chumbada e leadcore enterrados na areia eram coisas que me davam alguma segurança. Pude observar também mais que uma vez todos os boilies que tinha colocado junto ao isco desaparecerem, e nem um toque tinha tido. Esta constatação levou-me a uma conclusão que falaremos mais adiante, que se provaria certa. Esta foi a modificação mais profunda até hoje, que continuo a

pesca no mesmo sítio, embora tenha ajustado algu-mas coisas com o tempo, mas já lá vamos. Esta primei-ra sessão por assim dizer nos atuais moldes revelou--se uma excelente escolha pois foram varias as captu-ras ao tapete, uma dela com quase 11kg. Até ao meio de agosto ainda voltaria mais duas vezes, sempre com bons resultados.

Por esta altura e já desde o meio de julho já me debatia com o mesmo problema que no anterior pesqueiro, a erva. Apesar de estar a pescar muito perto, os arranques eram brutais e claro, para dentro da erva. Para a cana que colocava mais a beira, que ficava por baixo de uma árvore e onde colocar a mon-tagem tinha que ser mesmo à mão, pois não havia angulo para lançar, não havia grande problema, mas havia com a cana que pescava mais afastada, cada arranque era garantia de complicação com a erva. A montagem drop-off minimizava mas não resolvia, pois por vezes bastava a união do quick link para prender a na erva, deixando o estralho livre, o que resultaria na desferragem do peixe. Mais a frente mostrarei uma das montagens usadas em casos extre-mos de erva. Ainda assim não estava satisfeito, pelo que uma rápida pesquisa me levou a fabricar um acessório para arrastar a erva do pesqueiro. Era com-posto por dois “arranha terra” dos jardineiros, solda-dos costas contra costas e com uma argola onde prendi 20m de fio fino e resistente, tipo montanhis-mo. A ideia era poder atirar o “arrasta-erva” ao máximo de distância possível com o menor atrito, mas ter um fio forte o suficiente para o arrastar para a margem carregado de erva. Como limpar toda a erva era impossível, criei pequenos “carreiros” por onde podia fazer passar não só o peixe mas também passar as linhas quando em ação de pesca, não ficando elas assim por cima da erva.

Outra coisa que me incomodava era um obstácu-lo que estava uns cinco metros a frente da árvore onde colocava a montagem por baixo, já havia ali perdido algumas, e quase sempre rebentava a linha. Mais tarde com a ajuda do Ramos e com uma sonda e um barco ficamos com a certeza do que lá estava, uma pedra, perdida no meio de nada, ainda por cima com esquinas vivas. Não era muito grande, teria talvez um metro de diâmetro, mas era impossível move-la. Até hoje lá continua...

De qualquer forma eu esperava que em setem-bro as ervas começassem a morrer, o que realmente aconteceu, embora na sessão seguintes ainda houvesse bastantes. A sessão foi de menos de 24 horas e consegui uma captura abaixo dos 5kg, coisa não muito comum ali, alias, são mais as capturas que conto hoje com dois dígitos que abaixo de 5kg.

A experiencia do ano anterior com as ervas e as sessões noutros locais levou-me de volta ao pesquei-ro apenas em dezembro e apenas por muita insistên-cia do Tó e do Peixoto, que nunca tinham pescado no Douro. Nunca tinha tirado nesta água uma Carpa no inverno, pelo que para mim também era um bocado difícil prever o que por ai viria. Sabia que teria que pescar um pouco mais dentro, pois não acreditava

que com o frio as carpas viessem aguas tao pouco profundas. Mas junto à pedra que falei atrás, havia uma inclinação, carreto trancado e seria um excelente local. Nesta sessão mais um pescador bateu o seu record pessoal no Douro. Primeiro tinha sido o Nuno, depois eu, a seguir o Diogo e agora o Tó! Foram várias as capturas da sessão, onde houve também algumas perdidas, um pouco pela falta de experiencia com Carpas tão fortes e rápidas.

Até ao fim de abril foram feitas ainda mais três sessões, onde foram introduzidas algumas alterações, e se chegou a algumas conclusões, como por exemplo que elas só pegavam em boilies de scopex, pois claro, eram os únicos com que engodava!

No meio do Inverno tinha decidido introduzir no pesqueiro um bom isco e entre todos os que analisei, a escolha caiu sobre o Spicy Tuna & Sweet Chilli, da Dynamite. Já foi este isco de 20mm combinado com um pop up Ananás/Banana de 15mm da mesma marca que deu o recorde ao Tó.

Neste novo ano tinha também resolvido trocar o boilie de scopex por um de morango, pois segundo algumas opiniões as Carpas adoram comida vermelha na primavera! Bem, realmente deram bons resultados, mas não melhor que o conjunto Spicy tuna com o Ananás/Banana. Nesta altura da primavera comecei também a fazer algumas sessões só de dia e também comecei a usar boilies simples durante o dia, em vez de usual snowman. A esta conclusão cheguei numa sessão com o Tó e o Peixoto. Com a troca de ideias decidimos fazer a experiência e deu resultado; boilies simples durante o dia, snowman durante a noite. A isto juntávamos uns sacos de pva a cada colocação de montagem, alem de começarmos a engodar varias vezes durante o dia. Em caso de arranque a engoda-gem era obrigatória, muitas vezes até antes de voltar a colocar a montagem.

É preciso cuidado redobrado quando se pesca tão perto, pois o barulho rapidamente se propaga. Não quero pensar que as carpas não identificam o barulho da voz humana, mas a verdade é que por varias vezes havia pessoas a falar alto por perto, pessoas que andam simplesmente por ali todos os dias a trabalhar mas nunca se interessarem pela pesca, e tínhamos arranques. Na passada edição escrevi que nas primeiras sessões ainda no primeiro pesqueiro chegamos a estar dentro de agua a devol-ver o peixe e tínhamos novo arranque. Nesse pesqueiro a distância rondaria os 40m, aqui seria no máximo 10m, o que era ainda mais estranho.

Já tarde em Maio o Gary Currin vem pescar comigo pela primeira vez ao Douro. Não era a primeira vez que pescávamos juntos, mas seria ali e eu estava curioso por ouvir a opinião dele em relação ao que poderia ser melhorado. Julgo que ouvir novas opini-ões sobre um pesqueiro é sempre aconselhável pois por vezes habituamo-nos a fazer as coisas de deter-minada forma que nem nos apercebemos que há coisas que podem e devem ser alteradas. Basta apenas um clic para a ideia surgir, tal aconteceu com o Tó e o Peixoto ao decidirmos usar snowman ou iscos

simples. Tinha feito pré-engodagem e o Gary estava calmamente a montar a tralha, eu acabei por lançar uma cana e como já tinha acontecido nas anteriores sessões, em menos de 15 minutos iria arrancar. Esta sessão iria trazer-nos várias capturas, e dois recordes para nos, um de aguas publicas para o Gary e um de aguas portuguesas para mim, numa linda comum que por momentos pensei e cheguei a dizer que era pequena. Ainda hoje o Gary me goza, quando estou em luta com o peixe normalmente diz-me: “é peque-na!”

O combate foi rápido, embora o arranque tenha sido muito forte a verdade é que o combate

parecia de uma carpa com 6 ou 7kg. O Gary, experien-te pescador disse-me; tem calma, é grande! A mim parecia muito pequena, e para dificultar a visão, quando entrou no camaroeiro vinha coberta com erva. Quando tentei levantar o camaroeiro, parecia

que este estava preso ao chão. Não tinha puxado muito pois continuava a parecer-me pequena, não tinha lanterna e eram 5:40h da manha, a claridade não era muita, pelo que voltei a abrir o camaroeiro e retirei a erva que a cobria, foi então que a vi, e logo percebi que seria como escrevi atras, o meu recorde de águas portuguesas, uma comum de 16,7kg, a do Gary tinha pesado 11kg.

Poucos dias depois era a vez de o Diogo voltar ao pesqueiro, desta vez sozinho e mais um recorde seria batido nesta água, pois entre as várias capturas que conseguiu, uma de dois dígitos deu-lhe o seu PB de águas portuguesas. Já em julho voltaria lá com o Gary e o Paulo. Foi uma excelente sessão, daquelas em que não é preciso que venha o peixe para ficar na memó-ria, ainda assim, o peixe contribuiu, e todos nos fizemos algumas capturas.

Apesar do estar quase a acabar o primeiro trimes-tre de 2014 (altura que foi escrito o artigo), a água continua alta no Douro e não pescamos desde setem-bro, mas o objetivo está traçado e claro, irei fazer de tudo para o atingir. Para isso conto com a malta do costume, que vai contribuindo como pode e infeliz-mente não aparece tantas vezes como todos desejarí-amos! Ainda assim, o Paulo Gomes prometeu este ano que além de me ajudar a atingir o meu objetivo, que é apanhar uma carpa com pelo menos 20kg no Douro, irá também tentar bater o seu record pessoal de

águas livres. Provavelmente o meu objetivo tem um grau de dificuldade bastante elevado, pois apesar de alguns registos de grandes carpas no douro, como aconteceu em 2013, um pescador ocasional apanhou uma com 24,140Kg, acredito que também não será assim tão fácil e que vão tropeçar no anzol. Bem, pelo menos iremos tentar, e fazer tudo para vencer! Talvez durante o ano de 2014 se faça um artigo extra, ou no fim do ano haja matéria para um resumo anual…

Orlando Loureiro

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Page 92: Digital Carp Magazine #05

O Carp Fishing para mim, traz-me de tudo, sinto-me feliz a praticá-lo! A tranquilidade é o melhor de tudo, refletir, ler e até estudar, é o que procuro fazer em todas as sessões. Não é que eu goste de estudar, mas quando se está só e assim em contacto com a natureza, gosta-se de tudo!

Quando comprei o meu rod pod e os primeiros alarmes comecei a perceber que estava a evoluir, alguns toques, e não era com o vento pois as canas ficam maravilhosamente fixas nos descansos em vez de ficarem a pino dentro de um ferro, onde qualquer brisa fazia tocar os sininhos. Esta sensação de evolução fez com que cada vez me empenhe mais e deixou de ser um simples hobbie e passou a ser uma grande paixão.

Adoro tirar as fotografias com as capturas, é sempre um momento especial, embora a devolução seja um pouco agridoce, pois querias passar mais tempo com o troféu mas também sei que ela tem de ir rapidamente para a água, como tal estes são momentos que passam num instante.

Esta é a minha paixão, o motivo pelo qual me levanto nas férias muito cedo e ouço os meus pais a discutir comigo, porque “é super perigoso ir á pesca”! Se eles soubessem a verdade…. O que realmente é a pesca….

Daniel Gonçalves

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Page 93: Digital Carp Magazine #05

O Carp Fishing para mim, traz-me de tudo, sinto-me feliz a praticá-lo! A tranquilidade é o melhor de tudo, refletir, ler e até estudar, é o que procuro fazer em todas as sessões. Não é que eu goste de estudar, mas quando se está só e assim em contacto com a natureza, gosta-se de tudo!

Quando comprei o meu rod pod e os primeiros alarmes comecei a perceber que estava a evoluir, alguns toques, e não era com o vento pois as canas ficam maravilhosamente fixas nos descansos em vez de ficarem a pino dentro de um ferro, onde qualquer brisa fazia tocar os sininhos. Esta sensação de evolução fez com que cada vez me empenhe mais e deixou de ser um simples hobbie e passou a ser uma grande paixão.

Adoro tirar as fotografias com as capturas, é sempre um momento especial, embora a devolução seja um pouco agridoce, pois querias passar mais tempo com o troféu mas também sei que ela tem de ir rapidamente para a água, como tal estes são momentos que passam num instante.

Esta é a minha paixão, o motivo pelo qual me levanto nas férias muito cedo e ouço os meus pais a discutir comigo, porque “é super perigoso ir á pesca”! Se eles soubessem a verdade…. O que realmente é a pesca….

Daniel Gonçalves

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Page 94: Digital Carp Magazine #05

Portugal tem zonas propícias para o Carp Fishing mas por vezes queremos carpas bem gran-des e França tem bastantes lagos para tal. É um lugar ideal onde podemos usufruir da nossa pesca por completo. O Cavagnac Lake é um desses lagos e tem peixes até aos 38 kg. É um lago incrivelmente bonito e merece todo o esforço para lá ir...

Andávamos a planear esta viagem já há mais de um ano, pesquisámos lagos e juntámos o dinheiro necessário e no passado mês de Agosto rumámos a França.

Partimos de Portugal por volta das 11 horas da véspera, com toda a calma para chegar pois a viagem ainda é longa e cansativa mas com grande

ansiedade. Três carpistas que nunca tinham saído do nosso país para pescarem, o Nuno Marques, o Tiago e eu. Tudo seria diferente e novo, formas e técnicas de pescar mas como o nosso amigo Nuno Silva lá tinha estado uns meses antes já íamos com umas luzes acerca do lago.

Depois de tantas horas de viagem chegámos finalmente ao destino. O Cavagnac Lake situa-se no sudoeste de França em Bournazel, a 1200kms do Norte de Portugal e a cerca de 12 horas seguidas de viagem. Tem preços a partir dos 300€ e 18 pesquei-ros disponíveis.

Os portões abrem às sextas-feiras às 11 horas com o gerente do Lago, David Frechou a dar-nos as

boas vindas. Somos recebidos com simpatia e oferta de uma bebida e ficámos de imediato deslumbrados com a beleza do local. Trata-se de um Lago centenário situado nas margens de um castelo medieval. No Lodge (receção) apre-ciámos as fantásticas fotos de carpistas de várias nacionalidades, expectantes de conse-guir também resultados daqueles. Foi-nos explicado as várias espécies e pesos que o lago contém contando com mais de 600 carpas e os vários tamanhos e espécies que habitam e se alimentam em redor dos nossos pesqueiros. Apesar de irmos convictos que iríamos ficar nos pesqueiros já marcados com antecedência o David deu-nos como alternativa trocar e pescarmos os três no mesmo pesqueiro, isto para que a distribuição de carpistas fosse mais espaçada para assim não aumentar a pressão de pesca. Conclusão: Mudámos os 3 para o pesqueiro The Field.

Depois de todas as formalidades necessá-rias partimos para o nosso pesqueiro com o Ross a levar-nos de barco debaixo de chuva. A diferença de temperatura e clima em relação a Portugal no mês de Agosto é enorme, mais parecia que estávamos no outono ou no início da Primavera. Conforme rasgávamos as águas podíamos apreciar a atividade do peixe. Nesta altura do ano o Lago tem bastantes nenúfares concentrados em algumas zonas, pela explica-ção pormenorizada do Ross é ai que elas se alimentam. Sem perder tempo, porque a ansie-dade e nervosismo tomava conta de nós, descarregámos o nosso material do barco pois o material que está incluído no pacote já estava montado. Tenda, bedchair, cadeira, rod pod, 3 canas, tapete de receção, camaroeiro, saco de retenção, balança para cada um de nós. Este pacote é bastante apetecível pois facilita a viagem e o material é de qualidade elevada, sendo das marcas Chub, Nash e Proline. Para além disso, também as refeições se encontram incluídas e poderão ser entregues no pesquei-ro ou servidas no próprio Lodge proporcionan-do assim o convívio entre carpistas.

Depois de colocado o material nos lugares e sem perder tempo fomos descobrir como era o fundo, a profundidade e testar montagens. Esta parte do lago não é muito profunda por isso usámos somente o remo como medida uma vez que a profundidade ronda os dois a três metros. Depois de procurar encontrámos alguns pontos com fundo mais duro pois em quase todo o lago tem o fundo preenchido de lodo. Algumas abertas nos nenúfares, sinal de passagem das carpas e foi por aí que escolhe-

mos onde colocar as montagens. Cada um optou por realizar a sua ideia em relação ao que usar nas iscagens. Entre eles encontravam-se os tiger nuts e uma gama variada de pop ups que levamos de Portugal. Optei por começar com uma iscagem simples e aproveitando o pequeno truque que o Ross nos ensinara para a engodagem. Eram 9 canas num só pesqueiro mas com um grande espaço de água à nossa frente, distribuímo-nos sem qualquer tipo de problema. A grande diferença para começar é que passei sete dias sem efetuar um único lança-mento. Quanto menos barulho na água melhor então as canas eram levadas de barco até ao local e cada montagem era colocada com todo o cuidado, só assim teríamos a certeza que a apresentação da montagem dentro de água estaria perfeita.

Encontrávamos à pesca havia apenas duas horas quando o primeiro arranque se dá nas minhas canas. Com tanta ansiedade perdi o peixe, confesso que fiquei extremamente nervosa. Cerca das 22 horas tenho novamente um arranque e assim começa a jornada no Cavagnac. Era uma Tenca! Perfeito, era a minha primeira Tenca com 1,5kg.

Já de noite cerrada e ainda a tentar perceber

como iríamos pescar, o que iria dar resultados, dá-se um novo arranque e de novo nas minhas canas. Saltei rapidamente da bedchair e já com menos ansiedade ferro o peixe. Foi aí que me apercebi que não iria ser uma Tenca. Pela pressão que estava a ser exercida na cana, não era um peixe ao qual eu esta-ria habituada. Com calma trouxe o peixe até à margem e com a ajuda do Nuno conseguimos colo-cá-la no camaroeiro, sem ter-mos que entrar no barco. No Cavagnac é-nos pedido que, sempre que um peixe fique minimamente preso nos nenúfares ou em qualquer outro tipo de obstáculo não faça-mos qualquer força e que nos coloquemos de imediato no barco para assim conseguirmos desim-pedir o que provoca a prisão de forma a não perder-mos o peixe. É por isso também que leadcore é proibido nas montagens.

Pesámos a Carpa, uma Espelhada linda, enorme, pesou 18kg. A excitação, a alegria e adre-nalina instalaram-se em mim, já estava cá fora a primeira de muitas Carpas do lago! Feliz, deitei-me ansiosa pelo próximo arranque.

Eram já 9h da manhã quando acordamos com o som de um motor de barco: “Good morning”. Era o

Ross com o nosso pequeno-almoço. Trocamos algumas impressões, mais umas informações preciosas e começa o segundo dia. Este foi preenchido pela primeira Carpa do Nuno que começou com uma Comum de 9,6kg, por mais uma Espelhada minha de 17,4kg, variadas Tencas e uma Comum de 18kg ao final do dia que me deu imenso trabalho, sendo necessário um grande esforço para a conseguir tirar. Deu uma luta imensa pois era um peixe com uma força brutal.

O terceiro dia foi muito parado para todos nós. O tempo tinha mudado, depois de um dia de sol a chuva intensa e a trovoada voltaram e por isso aproveitamos para conhecer outros pesqueiros, conhecer outros carpistas e confraternizar um pouco no Lodge. Entre nós estavam um casal de espanhóis, o Angel Bonal e a Ella, um casal de ingleses, um casal de suecos e dois casais de italianos. Foi uma mistura linguística e cultural bem interessante durante sete dias.

As nossas engodagens eram feitas com boilies e sementes comercia-lizados no próprio lago. As sementes são cozidas por eles e é proibido usar sementes de fora. Os boilies que utilizamos são da gama Proline e as pop ups da Solar. Durante os três primeiros dias utilizei sempre monta-gens simples e optei por iscar um simples pop up de 10 mm de tutti frutti ou de banana. Esta última foi sempre a que me deu melhores resultados em montagem chod rig.

Já estávamos no quarto dia e as coisas para mim estavam a correr bem mas para o Nuno nem por isso. Alguma coisa teria que ser feita e por isso o Ross foi ter connosco para avaliar a situação. Da forma como ele conhece o Lago e os peixes, foi-nos dando orientações de iscos que funcionam melhor, locais para colocar a montagem aquando das altera-ções de tempo como aquelas que estavam a decorrer, etc. Ele foi, ao longo dos sete dias uma ajuda fundamental e a qual agradecemos muito. Foi graças a ele que o problema das montagens do Nuno estarem sempre a aparecer roídas por ratos bem perto do anzol foi resolvido, e assim o Nuno poderia voltar a usufruir do pesqueiro. Como tal, o resultado apare-ceu e o Nuno tirou uma Espelhada com quase 16 kg.

É da praxe ir à água com a carpa e levar com um balde água pela cabeça abaixo e assim aconteceu.

O pesqueiro foi construído com um estrado em madeira mesmo por cima das águas do lago e é lá que estão montadas as tendas, as canas e todo o material. É muito importante manter o silêncio para que nada assuste o peixe da nossa área.

Entre histórias para contar, situações engraçadas que foram aconte-cendo ao longo da semana, esta passava a toda velocidade.

Era já quinta-feira, véspera de ir embora e o jantar é realizado para todos no Lodge a fim de promover o convívio. Trocámos ideias, histórias e experiências. Trocámos vinhos, licores e gargalhadas e tirámos as fotos que ficarão para a prosperidade. Regressámos ao pesqueiro e havia que trabalhar e apostar pois seria a nossa última noite neste paraíso. O dia já tinha corrido bem para mim, tirara duas Carpas, uma Comum com 14kg e uma Espelhada com 14,2kg. A noite chegou e surpreendeu o Nuno com uma potente Comum de 17,3kg.

Os saltos dos peixes que pudemos observar quer de noite quer de dia eram fantásticos. Depois desta semana só nos faltou capturar uma Grass mas tal não foi possível, no entanto um Lúcio Real veio visitar uma das canas do Tiago.

Foi com imensa tristeza que rapidamente vimos chegar o último dia. Este baseia-se em levantar cedo e arrumar o nosso material pois às 9h da manhã já lá estava o Ross para nos ajudar a levar tudo para o Lodge. O Lago e os seus anfitriões são fantásticos! Este sim é um lugar cinco estre-las que facilmente se adapta a qualquer tipo de pesca e com ambiente acolhedor para receber tanto famílias como profissionais. É ótimo poder chegar ao Lago só com os nossos alarmes, sacos de cama e carretos

porque no Cavagnac fornecem tudo o que é necessário.Este lugar é sem dúvida mágico, um paraíso com uma

enorme abundância de peixes à vossa espera. Sem dúvida que recomendamos esta aventura.

Thanks David, Arnie e Ross

Susana Ribeiro

Contactos do lago : www.cavagnac.comDavid Frechou 00442034682745 [email protected]

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Page 95: Digital Carp Magazine #05

Portugal tem zonas propícias para o Carp Fishing mas por vezes queremos carpas bem gran-des e França tem bastantes lagos para tal. É um lugar ideal onde podemos usufruir da nossa pesca por completo. O Cavagnac Lake é um desses lagos e tem peixes até aos 38 kg. É um lago incrivelmente bonito e merece todo o esforço para lá ir...

Andávamos a planear esta viagem já há mais de um ano, pesquisámos lagos e juntámos o dinheiro necessário e no passado mês de Agosto rumámos a França.

Partimos de Portugal por volta das 11 horas da véspera, com toda a calma para chegar pois a viagem ainda é longa e cansativa mas com grande

ansiedade. Três carpistas que nunca tinham saído do nosso país para pescarem, o Nuno Marques, o Tiago e eu. Tudo seria diferente e novo, formas e técnicas de pescar mas como o nosso amigo Nuno Silva lá tinha estado uns meses antes já íamos com umas luzes acerca do lago.

Depois de tantas horas de viagem chegámos finalmente ao destino. O Cavagnac Lake situa-se no sudoeste de França em Bournazel, a 1200kms do Norte de Portugal e a cerca de 12 horas seguidas de viagem. Tem preços a partir dos 300€ e 18 pesquei-ros disponíveis.

Os portões abrem às sextas-feiras às 11 horas com o gerente do Lago, David Frechou a dar-nos as

boas vindas. Somos recebidos com simpatia e oferta de uma bebida e ficámos de imediato deslumbrados com a beleza do local. Trata-se de um Lago centenário situado nas margens de um castelo medieval. No Lodge (receção) apre-ciámos as fantásticas fotos de carpistas de várias nacionalidades, expectantes de conse-guir também resultados daqueles. Foi-nos explicado as várias espécies e pesos que o lago contém contando com mais de 600 carpas e os vários tamanhos e espécies que habitam e se alimentam em redor dos nossos pesqueiros. Apesar de irmos convictos que iríamos ficar nos pesqueiros já marcados com antecedência o David deu-nos como alternativa trocar e pescarmos os três no mesmo pesqueiro, isto para que a distribuição de carpistas fosse mais espaçada para assim não aumentar a pressão de pesca. Conclusão: Mudámos os 3 para o pesqueiro The Field.

Depois de todas as formalidades necessá-rias partimos para o nosso pesqueiro com o Ross a levar-nos de barco debaixo de chuva. A diferença de temperatura e clima em relação a Portugal no mês de Agosto é enorme, mais parecia que estávamos no outono ou no início da Primavera. Conforme rasgávamos as águas podíamos apreciar a atividade do peixe. Nesta altura do ano o Lago tem bastantes nenúfares concentrados em algumas zonas, pela explica-ção pormenorizada do Ross é ai que elas se alimentam. Sem perder tempo, porque a ansie-dade e nervosismo tomava conta de nós, descarregámos o nosso material do barco pois o material que está incluído no pacote já estava montado. Tenda, bedchair, cadeira, rod pod, 3 canas, tapete de receção, camaroeiro, saco de retenção, balança para cada um de nós. Este pacote é bastante apetecível pois facilita a viagem e o material é de qualidade elevada, sendo das marcas Chub, Nash e Proline. Para além disso, também as refeições se encontram incluídas e poderão ser entregues no pesquei-ro ou servidas no próprio Lodge proporcionan-do assim o convívio entre carpistas.

Depois de colocado o material nos lugares e sem perder tempo fomos descobrir como era o fundo, a profundidade e testar montagens. Esta parte do lago não é muito profunda por isso usámos somente o remo como medida uma vez que a profundidade ronda os dois a três metros. Depois de procurar encontrámos alguns pontos com fundo mais duro pois em quase todo o lago tem o fundo preenchido de lodo. Algumas abertas nos nenúfares, sinal de passagem das carpas e foi por aí que escolhe-

mos onde colocar as montagens. Cada um optou por realizar a sua ideia em relação ao que usar nas iscagens. Entre eles encontravam-se os tiger nuts e uma gama variada de pop ups que levamos de Portugal. Optei por começar com uma iscagem simples e aproveitando o pequeno truque que o Ross nos ensinara para a engodagem. Eram 9 canas num só pesqueiro mas com um grande espaço de água à nossa frente, distribuímo-nos sem qualquer tipo de problema. A grande diferença para começar é que passei sete dias sem efetuar um único lança-mento. Quanto menos barulho na água melhor então as canas eram levadas de barco até ao local e cada montagem era colocada com todo o cuidado, só assim teríamos a certeza que a apresentação da montagem dentro de água estaria perfeita.

Encontrávamos à pesca havia apenas duas horas quando o primeiro arranque se dá nas minhas canas. Com tanta ansiedade perdi o peixe, confesso que fiquei extremamente nervosa. Cerca das 22 horas tenho novamente um arranque e assim começa a jornada no Cavagnac. Era uma Tenca! Perfeito, era a minha primeira Tenca com 1,5kg.

Já de noite cerrada e ainda a tentar perceber

como iríamos pescar, o que iria dar resultados, dá-se um novo arranque e de novo nas minhas canas. Saltei rapidamente da bedchair e já com menos ansiedade ferro o peixe. Foi aí que me apercebi que não iria ser uma Tenca. Pela pressão que estava a ser exercida na cana, não era um peixe ao qual eu esta-ria habituada. Com calma trouxe o peixe até à margem e com a ajuda do Nuno conseguimos colo-cá-la no camaroeiro, sem ter-mos que entrar no barco. No Cavagnac é-nos pedido que, sempre que um peixe fique minimamente preso nos nenúfares ou em qualquer outro tipo de obstáculo não faça-mos qualquer força e que nos coloquemos de imediato no barco para assim conseguirmos desim-pedir o que provoca a prisão de forma a não perder-mos o peixe. É por isso também que leadcore é proibido nas montagens.

Pesámos a Carpa, uma Espelhada linda, enorme, pesou 18kg. A excitação, a alegria e adre-nalina instalaram-se em mim, já estava cá fora a primeira de muitas Carpas do lago! Feliz, deitei-me ansiosa pelo próximo arranque.

Eram já 9h da manhã quando acordamos com o som de um motor de barco: “Good morning”. Era o

Ross com o nosso pequeno-almoço. Trocamos algumas impressões, mais umas informações preciosas e começa o segundo dia. Este foi preenchido pela primeira Carpa do Nuno que começou com uma Comum de 9,6kg, por mais uma Espelhada minha de 17,4kg, variadas Tencas e uma Comum de 18kg ao final do dia que me deu imenso trabalho, sendo necessário um grande esforço para a conseguir tirar. Deu uma luta imensa pois era um peixe com uma força brutal.

O terceiro dia foi muito parado para todos nós. O tempo tinha mudado, depois de um dia de sol a chuva intensa e a trovoada voltaram e por isso aproveitamos para conhecer outros pesqueiros, conhecer outros carpistas e confraternizar um pouco no Lodge. Entre nós estavam um casal de espanhóis, o Angel Bonal e a Ella, um casal de ingleses, um casal de suecos e dois casais de italianos. Foi uma mistura linguística e cultural bem interessante durante sete dias.

As nossas engodagens eram feitas com boilies e sementes comercia-lizados no próprio lago. As sementes são cozidas por eles e é proibido usar sementes de fora. Os boilies que utilizamos são da gama Proline e as pop ups da Solar. Durante os três primeiros dias utilizei sempre monta-gens simples e optei por iscar um simples pop up de 10 mm de tutti frutti ou de banana. Esta última foi sempre a que me deu melhores resultados em montagem chod rig.

Já estávamos no quarto dia e as coisas para mim estavam a correr bem mas para o Nuno nem por isso. Alguma coisa teria que ser feita e por isso o Ross foi ter connosco para avaliar a situação. Da forma como ele conhece o Lago e os peixes, foi-nos dando orientações de iscos que funcionam melhor, locais para colocar a montagem aquando das altera-ções de tempo como aquelas que estavam a decorrer, etc. Ele foi, ao longo dos sete dias uma ajuda fundamental e a qual agradecemos muito. Foi graças a ele que o problema das montagens do Nuno estarem sempre a aparecer roídas por ratos bem perto do anzol foi resolvido, e assim o Nuno poderia voltar a usufruir do pesqueiro. Como tal, o resultado apare-ceu e o Nuno tirou uma Espelhada com quase 16 kg.

É da praxe ir à água com a carpa e levar com um balde água pela cabeça abaixo e assim aconteceu.

O pesqueiro foi construído com um estrado em madeira mesmo por cima das águas do lago e é lá que estão montadas as tendas, as canas e todo o material. É muito importante manter o silêncio para que nada assuste o peixe da nossa área.

Entre histórias para contar, situações engraçadas que foram aconte-cendo ao longo da semana, esta passava a toda velocidade.

Era já quinta-feira, véspera de ir embora e o jantar é realizado para todos no Lodge a fim de promover o convívio. Trocámos ideias, histórias e experiências. Trocámos vinhos, licores e gargalhadas e tirámos as fotos que ficarão para a prosperidade. Regressámos ao pesqueiro e havia que trabalhar e apostar pois seria a nossa última noite neste paraíso. O dia já tinha corrido bem para mim, tirara duas Carpas, uma Comum com 14kg e uma Espelhada com 14,2kg. A noite chegou e surpreendeu o Nuno com uma potente Comum de 17,3kg.

Os saltos dos peixes que pudemos observar quer de noite quer de dia eram fantásticos. Depois desta semana só nos faltou capturar uma Grass mas tal não foi possível, no entanto um Lúcio Real veio visitar uma das canas do Tiago.

Foi com imensa tristeza que rapidamente vimos chegar o último dia. Este baseia-se em levantar cedo e arrumar o nosso material pois às 9h da manhã já lá estava o Ross para nos ajudar a levar tudo para o Lodge. O Lago e os seus anfitriões são fantásticos! Este sim é um lugar cinco estre-las que facilmente se adapta a qualquer tipo de pesca e com ambiente acolhedor para receber tanto famílias como profissionais. É ótimo poder chegar ao Lago só com os nossos alarmes, sacos de cama e carretos

porque no Cavagnac fornecem tudo o que é necessário.Este lugar é sem dúvida mágico, um paraíso com uma

enorme abundância de peixes à vossa espera. Sem dúvida que recomendamos esta aventura.

Thanks David, Arnie e Ross

Susana Ribeiro

Contactos do lago : www.cavagnac.comDavid Frechou 00442034682745 [email protected]

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Page 96: Digital Carp Magazine #05

Portugal tem zonas propícias para o Carp Fishing mas por vezes queremos carpas bem gran-des e França tem bastantes lagos para tal. É um lugar ideal onde podemos usufruir da nossa pesca por completo. O Cavagnac Lake é um desses lagos e tem peixes até aos 38 kg. É um lago incrivelmente bonito e merece todo o esforço para lá ir...

Andávamos a planear esta viagem já há mais de um ano, pesquisámos lagos e juntámos o dinheiro necessário e no passado mês de Agosto rumámos a França.

Partimos de Portugal por volta das 11 horas da véspera, com toda a calma para chegar pois a viagem ainda é longa e cansativa mas com grande

ansiedade. Três carpistas que nunca tinham saído do nosso país para pescarem, o Nuno Marques, o Tiago e eu. Tudo seria diferente e novo, formas e técnicas de pescar mas como o nosso amigo Nuno Silva lá tinha estado uns meses antes já íamos com umas luzes acerca do lago.

Depois de tantas horas de viagem chegámos finalmente ao destino. O Cavagnac Lake situa-se no sudoeste de França em Bournazel, a 1200kms do Norte de Portugal e a cerca de 12 horas seguidas de viagem. Tem preços a partir dos 300€ e 18 pesquei-ros disponíveis.

Os portões abrem às sextas-feiras às 11 horas com o gerente do Lago, David Frechou a dar-nos as

boas vindas. Somos recebidos com simpatia e oferta de uma bebida e ficámos de imediato deslumbrados com a beleza do local. Trata-se de um Lago centenário situado nas margens de um castelo medieval. No Lodge (receção) apre-ciámos as fantásticas fotos de carpistas de várias nacionalidades, expectantes de conse-guir também resultados daqueles. Foi-nos explicado as várias espécies e pesos que o lago contém contando com mais de 600 carpas e os vários tamanhos e espécies que habitam e se alimentam em redor dos nossos pesqueiros. Apesar de irmos convictos que iríamos ficar nos pesqueiros já marcados com antecedência o David deu-nos como alternativa trocar e pescarmos os três no mesmo pesqueiro, isto para que a distribuição de carpistas fosse mais espaçada para assim não aumentar a pressão de pesca. Conclusão: Mudámos os 3 para o pesqueiro The Field.

Depois de todas as formalidades necessá-rias partimos para o nosso pesqueiro com o Ross a levar-nos de barco debaixo de chuva. A diferença de temperatura e clima em relação a Portugal no mês de Agosto é enorme, mais parecia que estávamos no outono ou no início da Primavera. Conforme rasgávamos as águas podíamos apreciar a atividade do peixe. Nesta altura do ano o Lago tem bastantes nenúfares concentrados em algumas zonas, pela explica-ção pormenorizada do Ross é ai que elas se alimentam. Sem perder tempo, porque a ansie-dade e nervosismo tomava conta de nós, descarregámos o nosso material do barco pois o material que está incluído no pacote já estava montado. Tenda, bedchair, cadeira, rod pod, 3 canas, tapete de receção, camaroeiro, saco de retenção, balança para cada um de nós. Este pacote é bastante apetecível pois facilita a viagem e o material é de qualidade elevada, sendo das marcas Chub, Nash e Proline. Para além disso, também as refeições se encontram incluídas e poderão ser entregues no pesquei-ro ou servidas no próprio Lodge proporcionan-do assim o convívio entre carpistas.

Depois de colocado o material nos lugares e sem perder tempo fomos descobrir como era o fundo, a profundidade e testar montagens. Esta parte do lago não é muito profunda por isso usámos somente o remo como medida uma vez que a profundidade ronda os dois a três metros. Depois de procurar encontrámos alguns pontos com fundo mais duro pois em quase todo o lago tem o fundo preenchido de lodo. Algumas abertas nos nenúfares, sinal de passagem das carpas e foi por aí que escolhe-

mos onde colocar as montagens. Cada um optou por realizar a sua ideia em relação ao que usar nas iscagens. Entre eles encontravam-se os tiger nuts e uma gama variada de pop ups que levamos de Portugal. Optei por começar com uma iscagem simples e aproveitando o pequeno truque que o Ross nos ensinara para a engodagem. Eram 9 canas num só pesqueiro mas com um grande espaço de água à nossa frente, distribuímo-nos sem qualquer tipo de problema. A grande diferença para começar é que passei sete dias sem efetuar um único lança-mento. Quanto menos barulho na água melhor então as canas eram levadas de barco até ao local e cada montagem era colocada com todo o cuidado, só assim teríamos a certeza que a apresentação da montagem dentro de água estaria perfeita.

Encontrávamos à pesca havia apenas duas horas quando o primeiro arranque se dá nas minhas canas. Com tanta ansiedade perdi o peixe, confesso que fiquei extremamente nervosa. Cerca das 22 horas tenho novamente um arranque e assim começa a jornada no Cavagnac. Era uma Tenca! Perfeito, era a minha primeira Tenca com 1,5kg.

Já de noite cerrada e ainda a tentar perceber

como iríamos pescar, o que iria dar resultados, dá-se um novo arranque e de novo nas minhas canas. Saltei rapidamente da bedchair e já com menos ansiedade ferro o peixe. Foi aí que me apercebi que não iria ser uma Tenca. Pela pressão que estava a ser exercida na cana, não era um peixe ao qual eu esta-ria habituada. Com calma trouxe o peixe até à margem e com a ajuda do Nuno conseguimos colo-cá-la no camaroeiro, sem ter-mos que entrar no barco. No Cavagnac é-nos pedido que, sempre que um peixe fique minimamente preso nos nenúfares ou em qualquer outro tipo de obstáculo não faça-mos qualquer força e que nos coloquemos de imediato no barco para assim conseguirmos desim-pedir o que provoca a prisão de forma a não perder-mos o peixe. É por isso também que leadcore é proibido nas montagens.

Pesámos a Carpa, uma Espelhada linda, enorme, pesou 18kg. A excitação, a alegria e adre-nalina instalaram-se em mim, já estava cá fora a primeira de muitas Carpas do lago! Feliz, deitei-me ansiosa pelo próximo arranque.

Eram já 9h da manhã quando acordamos com o som de um motor de barco: “Good morning”. Era o

Ross com o nosso pequeno-almoço. Trocamos algumas impressões, mais umas informações preciosas e começa o segundo dia. Este foi preenchido pela primeira Carpa do Nuno que começou com uma Comum de 9,6kg, por mais uma Espelhada minha de 17,4kg, variadas Tencas e uma Comum de 18kg ao final do dia que me deu imenso trabalho, sendo necessário um grande esforço para a conseguir tirar. Deu uma luta imensa pois era um peixe com uma força brutal.

O terceiro dia foi muito parado para todos nós. O tempo tinha mudado, depois de um dia de sol a chuva intensa e a trovoada voltaram e por isso aproveitamos para conhecer outros pesqueiros, conhecer outros carpistas e confraternizar um pouco no Lodge. Entre nós estavam um casal de espanhóis, o Angel Bonal e a Ella, um casal de ingleses, um casal de suecos e dois casais de italianos. Foi uma mistura linguística e cultural bem interessante durante sete dias.

As nossas engodagens eram feitas com boilies e sementes comercia-lizados no próprio lago. As sementes são cozidas por eles e é proibido usar sementes de fora. Os boilies que utilizamos são da gama Proline e as pop ups da Solar. Durante os três primeiros dias utilizei sempre monta-gens simples e optei por iscar um simples pop up de 10 mm de tutti frutti ou de banana. Esta última foi sempre a que me deu melhores resultados em montagem chod rig.

Já estávamos no quarto dia e as coisas para mim estavam a correr bem mas para o Nuno nem por isso. Alguma coisa teria que ser feita e por isso o Ross foi ter connosco para avaliar a situação. Da forma como ele conhece o Lago e os peixes, foi-nos dando orientações de iscos que funcionam melhor, locais para colocar a montagem aquando das altera-ções de tempo como aquelas que estavam a decorrer, etc. Ele foi, ao longo dos sete dias uma ajuda fundamental e a qual agradecemos muito. Foi graças a ele que o problema das montagens do Nuno estarem sempre a aparecer roídas por ratos bem perto do anzol foi resolvido, e assim o Nuno poderia voltar a usufruir do pesqueiro. Como tal, o resultado apare-ceu e o Nuno tirou uma Espelhada com quase 16 kg.

É da praxe ir à água com a carpa e levar com um balde água pela cabeça abaixo e assim aconteceu.

O pesqueiro foi construído com um estrado em madeira mesmo por cima das águas do lago e é lá que estão montadas as tendas, as canas e todo o material. É muito importante manter o silêncio para que nada assuste o peixe da nossa área.

Entre histórias para contar, situações engraçadas que foram aconte-cendo ao longo da semana, esta passava a toda velocidade.

Era já quinta-feira, véspera de ir embora e o jantar é realizado para todos no Lodge a fim de promover o convívio. Trocámos ideias, histórias e experiências. Trocámos vinhos, licores e gargalhadas e tirámos as fotos que ficarão para a prosperidade. Regressámos ao pesqueiro e havia que trabalhar e apostar pois seria a nossa última noite neste paraíso. O dia já tinha corrido bem para mim, tirara duas Carpas, uma Comum com 14kg e uma Espelhada com 14,2kg. A noite chegou e surpreendeu o Nuno com uma potente Comum de 17,3kg.

Os saltos dos peixes que pudemos observar quer de noite quer de dia eram fantásticos. Depois desta semana só nos faltou capturar uma Grass mas tal não foi possível, no entanto um Lúcio Real veio visitar uma das canas do Tiago.

Foi com imensa tristeza que rapidamente vimos chegar o último dia. Este baseia-se em levantar cedo e arrumar o nosso material pois às 9h da manhã já lá estava o Ross para nos ajudar a levar tudo para o Lodge. O Lago e os seus anfitriões são fantásticos! Este sim é um lugar cinco estre-las que facilmente se adapta a qualquer tipo de pesca e com ambiente acolhedor para receber tanto famílias como profissionais. É ótimo poder chegar ao Lago só com os nossos alarmes, sacos de cama e carretos

porque no Cavagnac fornecem tudo o que é necessário.Este lugar é sem dúvida mágico, um paraíso com uma

enorme abundância de peixes à vossa espera. Sem dúvida que recomendamos esta aventura.

Thanks David, Arnie e Ross

Susana Ribeiro

Contactos do lago : www.cavagnac.comDavid Frechou 00442034682745 [email protected]

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Page 97: Digital Carp Magazine #05

Portugal tem zonas propícias para o Carp Fishing mas por vezes queremos carpas bem gran-des e França tem bastantes lagos para tal. É um lugar ideal onde podemos usufruir da nossa pesca por completo. O Cavagnac Lake é um desses lagos e tem peixes até aos 38 kg. É um lago incrivelmente bonito e merece todo o esforço para lá ir...

Andávamos a planear esta viagem já há mais de um ano, pesquisámos lagos e juntámos o dinheiro necessário e no passado mês de Agosto rumámos a França.

Partimos de Portugal por volta das 11 horas da véspera, com toda a calma para chegar pois a viagem ainda é longa e cansativa mas com grande

ansiedade. Três carpistas que nunca tinham saído do nosso país para pescarem, o Nuno Marques, o Tiago e eu. Tudo seria diferente e novo, formas e técnicas de pescar mas como o nosso amigo Nuno Silva lá tinha estado uns meses antes já íamos com umas luzes acerca do lago.

Depois de tantas horas de viagem chegámos finalmente ao destino. O Cavagnac Lake situa-se no sudoeste de França em Bournazel, a 1200kms do Norte de Portugal e a cerca de 12 horas seguidas de viagem. Tem preços a partir dos 300€ e 18 pesquei-ros disponíveis.

Os portões abrem às sextas-feiras às 11 horas com o gerente do Lago, David Frechou a dar-nos as

boas vindas. Somos recebidos com simpatia e oferta de uma bebida e ficámos de imediato deslumbrados com a beleza do local. Trata-se de um Lago centenário situado nas margens de um castelo medieval. No Lodge (receção) apre-ciámos as fantásticas fotos de carpistas de várias nacionalidades, expectantes de conse-guir também resultados daqueles. Foi-nos explicado as várias espécies e pesos que o lago contém contando com mais de 600 carpas e os vários tamanhos e espécies que habitam e se alimentam em redor dos nossos pesqueiros. Apesar de irmos convictos que iríamos ficar nos pesqueiros já marcados com antecedência o David deu-nos como alternativa trocar e pescarmos os três no mesmo pesqueiro, isto para que a distribuição de carpistas fosse mais espaçada para assim não aumentar a pressão de pesca. Conclusão: Mudámos os 3 para o pesqueiro The Field.

Depois de todas as formalidades necessá-rias partimos para o nosso pesqueiro com o Ross a levar-nos de barco debaixo de chuva. A diferença de temperatura e clima em relação a Portugal no mês de Agosto é enorme, mais parecia que estávamos no outono ou no início da Primavera. Conforme rasgávamos as águas podíamos apreciar a atividade do peixe. Nesta altura do ano o Lago tem bastantes nenúfares concentrados em algumas zonas, pela explica-ção pormenorizada do Ross é ai que elas se alimentam. Sem perder tempo, porque a ansie-dade e nervosismo tomava conta de nós, descarregámos o nosso material do barco pois o material que está incluído no pacote já estava montado. Tenda, bedchair, cadeira, rod pod, 3 canas, tapete de receção, camaroeiro, saco de retenção, balança para cada um de nós. Este pacote é bastante apetecível pois facilita a viagem e o material é de qualidade elevada, sendo das marcas Chub, Nash e Proline. Para além disso, também as refeições se encontram incluídas e poderão ser entregues no pesquei-ro ou servidas no próprio Lodge proporcionan-do assim o convívio entre carpistas.

Depois de colocado o material nos lugares e sem perder tempo fomos descobrir como era o fundo, a profundidade e testar montagens. Esta parte do lago não é muito profunda por isso usámos somente o remo como medida uma vez que a profundidade ronda os dois a três metros. Depois de procurar encontrámos alguns pontos com fundo mais duro pois em quase todo o lago tem o fundo preenchido de lodo. Algumas abertas nos nenúfares, sinal de passagem das carpas e foi por aí que escolhe-

mos onde colocar as montagens. Cada um optou por realizar a sua ideia em relação ao que usar nas iscagens. Entre eles encontravam-se os tiger nuts e uma gama variada de pop ups que levamos de Portugal. Optei por começar com uma iscagem simples e aproveitando o pequeno truque que o Ross nos ensinara para a engodagem. Eram 9 canas num só pesqueiro mas com um grande espaço de água à nossa frente, distribuímo-nos sem qualquer tipo de problema. A grande diferença para começar é que passei sete dias sem efetuar um único lança-mento. Quanto menos barulho na água melhor então as canas eram levadas de barco até ao local e cada montagem era colocada com todo o cuidado, só assim teríamos a certeza que a apresentação da montagem dentro de água estaria perfeita.

Encontrávamos à pesca havia apenas duas horas quando o primeiro arranque se dá nas minhas canas. Com tanta ansiedade perdi o peixe, confesso que fiquei extremamente nervosa. Cerca das 22 horas tenho novamente um arranque e assim começa a jornada no Cavagnac. Era uma Tenca! Perfeito, era a minha primeira Tenca com 1,5kg.

Já de noite cerrada e ainda a tentar perceber

como iríamos pescar, o que iria dar resultados, dá-se um novo arranque e de novo nas minhas canas. Saltei rapidamente da bedchair e já com menos ansiedade ferro o peixe. Foi aí que me apercebi que não iria ser uma Tenca. Pela pressão que estava a ser exercida na cana, não era um peixe ao qual eu esta-ria habituada. Com calma trouxe o peixe até à margem e com a ajuda do Nuno conseguimos colo-cá-la no camaroeiro, sem ter-mos que entrar no barco. No Cavagnac é-nos pedido que, sempre que um peixe fique minimamente preso nos nenúfares ou em qualquer outro tipo de obstáculo não faça-mos qualquer força e que nos coloquemos de imediato no barco para assim conseguirmos desim-pedir o que provoca a prisão de forma a não perder-mos o peixe. É por isso também que leadcore é proibido nas montagens.

Pesámos a Carpa, uma Espelhada linda, enorme, pesou 18kg. A excitação, a alegria e adre-nalina instalaram-se em mim, já estava cá fora a primeira de muitas Carpas do lago! Feliz, deitei-me ansiosa pelo próximo arranque.

Eram já 9h da manhã quando acordamos com o som de um motor de barco: “Good morning”. Era o

Ross com o nosso pequeno-almoço. Trocamos algumas impressões, mais umas informações preciosas e começa o segundo dia. Este foi preenchido pela primeira Carpa do Nuno que começou com uma Comum de 9,6kg, por mais uma Espelhada minha de 17,4kg, variadas Tencas e uma Comum de 18kg ao final do dia que me deu imenso trabalho, sendo necessário um grande esforço para a conseguir tirar. Deu uma luta imensa pois era um peixe com uma força brutal.

O terceiro dia foi muito parado para todos nós. O tempo tinha mudado, depois de um dia de sol a chuva intensa e a trovoada voltaram e por isso aproveitamos para conhecer outros pesqueiros, conhecer outros carpistas e confraternizar um pouco no Lodge. Entre nós estavam um casal de espanhóis, o Angel Bonal e a Ella, um casal de ingleses, um casal de suecos e dois casais de italianos. Foi uma mistura linguística e cultural bem interessante durante sete dias.

As nossas engodagens eram feitas com boilies e sementes comercia-lizados no próprio lago. As sementes são cozidas por eles e é proibido usar sementes de fora. Os boilies que utilizamos são da gama Proline e as pop ups da Solar. Durante os três primeiros dias utilizei sempre monta-gens simples e optei por iscar um simples pop up de 10 mm de tutti frutti ou de banana. Esta última foi sempre a que me deu melhores resultados em montagem chod rig.

Já estávamos no quarto dia e as coisas para mim estavam a correr bem mas para o Nuno nem por isso. Alguma coisa teria que ser feita e por isso o Ross foi ter connosco para avaliar a situação. Da forma como ele conhece o Lago e os peixes, foi-nos dando orientações de iscos que funcionam melhor, locais para colocar a montagem aquando das altera-ções de tempo como aquelas que estavam a decorrer, etc. Ele foi, ao longo dos sete dias uma ajuda fundamental e a qual agradecemos muito. Foi graças a ele que o problema das montagens do Nuno estarem sempre a aparecer roídas por ratos bem perto do anzol foi resolvido, e assim o Nuno poderia voltar a usufruir do pesqueiro. Como tal, o resultado apare-ceu e o Nuno tirou uma Espelhada com quase 16 kg.

É da praxe ir à água com a carpa e levar com um balde água pela cabeça abaixo e assim aconteceu.

O pesqueiro foi construído com um estrado em madeira mesmo por cima das águas do lago e é lá que estão montadas as tendas, as canas e todo o material. É muito importante manter o silêncio para que nada assuste o peixe da nossa área.

Entre histórias para contar, situações engraçadas que foram aconte-cendo ao longo da semana, esta passava a toda velocidade.

Era já quinta-feira, véspera de ir embora e o jantar é realizado para todos no Lodge a fim de promover o convívio. Trocámos ideias, histórias e experiências. Trocámos vinhos, licores e gargalhadas e tirámos as fotos que ficarão para a prosperidade. Regressámos ao pesqueiro e havia que trabalhar e apostar pois seria a nossa última noite neste paraíso. O dia já tinha corrido bem para mim, tirara duas Carpas, uma Comum com 14kg e uma Espelhada com 14,2kg. A noite chegou e surpreendeu o Nuno com uma potente Comum de 17,3kg.

Os saltos dos peixes que pudemos observar quer de noite quer de dia eram fantásticos. Depois desta semana só nos faltou capturar uma Grass mas tal não foi possível, no entanto um Lúcio Real veio visitar uma das canas do Tiago.

Foi com imensa tristeza que rapidamente vimos chegar o último dia. Este baseia-se em levantar cedo e arrumar o nosso material pois às 9h da manhã já lá estava o Ross para nos ajudar a levar tudo para o Lodge. O Lago e os seus anfitriões são fantásticos! Este sim é um lugar cinco estre-las que facilmente se adapta a qualquer tipo de pesca e com ambiente acolhedor para receber tanto famílias como profissionais. É ótimo poder chegar ao Lago só com os nossos alarmes, sacos de cama e carretos

porque no Cavagnac fornecem tudo o que é necessário.Este lugar é sem dúvida mágico, um paraíso com uma

enorme abundância de peixes à vossa espera. Sem dúvida que recomendamos esta aventura.

Thanks David, Arnie e Ross

Susana Ribeiro

Contactos do lago : www.cavagnac.comDavid Frechou 00442034682745 [email protected]

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Page 98: Digital Carp Magazine #05

Portugal tem zonas propícias para o Carp Fishing mas por vezes queremos carpas bem gran-des e França tem bastantes lagos para tal. É um lugar ideal onde podemos usufruir da nossa pesca por completo. O Cavagnac Lake é um desses lagos e tem peixes até aos 38 kg. É um lago incrivelmente bonito e merece todo o esforço para lá ir...

Andávamos a planear esta viagem já há mais de um ano, pesquisámos lagos e juntámos o dinheiro necessário e no passado mês de Agosto rumámos a França.

Partimos de Portugal por volta das 11 horas da véspera, com toda a calma para chegar pois a viagem ainda é longa e cansativa mas com grande

ansiedade. Três carpistas que nunca tinham saído do nosso país para pescarem, o Nuno Marques, o Tiago e eu. Tudo seria diferente e novo, formas e técnicas de pescar mas como o nosso amigo Nuno Silva lá tinha estado uns meses antes já íamos com umas luzes acerca do lago.

Depois de tantas horas de viagem chegámos finalmente ao destino. O Cavagnac Lake situa-se no sudoeste de França em Bournazel, a 1200kms do Norte de Portugal e a cerca de 12 horas seguidas de viagem. Tem preços a partir dos 300€ e 18 pesquei-ros disponíveis.

Os portões abrem às sextas-feiras às 11 horas com o gerente do Lago, David Frechou a dar-nos as

boas vindas. Somos recebidos com simpatia e oferta de uma bebida e ficámos de imediato deslumbrados com a beleza do local. Trata-se de um Lago centenário situado nas margens de um castelo medieval. No Lodge (receção) apre-ciámos as fantásticas fotos de carpistas de várias nacionalidades, expectantes de conse-guir também resultados daqueles. Foi-nos explicado as várias espécies e pesos que o lago contém contando com mais de 600 carpas e os vários tamanhos e espécies que habitam e se alimentam em redor dos nossos pesqueiros. Apesar de irmos convictos que iríamos ficar nos pesqueiros já marcados com antecedência o David deu-nos como alternativa trocar e pescarmos os três no mesmo pesqueiro, isto para que a distribuição de carpistas fosse mais espaçada para assim não aumentar a pressão de pesca. Conclusão: Mudámos os 3 para o pesqueiro The Field.

Depois de todas as formalidades necessá-rias partimos para o nosso pesqueiro com o Ross a levar-nos de barco debaixo de chuva. A diferença de temperatura e clima em relação a Portugal no mês de Agosto é enorme, mais parecia que estávamos no outono ou no início da Primavera. Conforme rasgávamos as águas podíamos apreciar a atividade do peixe. Nesta altura do ano o Lago tem bastantes nenúfares concentrados em algumas zonas, pela explica-ção pormenorizada do Ross é ai que elas se alimentam. Sem perder tempo, porque a ansie-dade e nervosismo tomava conta de nós, descarregámos o nosso material do barco pois o material que está incluído no pacote já estava montado. Tenda, bedchair, cadeira, rod pod, 3 canas, tapete de receção, camaroeiro, saco de retenção, balança para cada um de nós. Este pacote é bastante apetecível pois facilita a viagem e o material é de qualidade elevada, sendo das marcas Chub, Nash e Proline. Para além disso, também as refeições se encontram incluídas e poderão ser entregues no pesquei-ro ou servidas no próprio Lodge proporcionan-do assim o convívio entre carpistas.

Depois de colocado o material nos lugares e sem perder tempo fomos descobrir como era o fundo, a profundidade e testar montagens. Esta parte do lago não é muito profunda por isso usámos somente o remo como medida uma vez que a profundidade ronda os dois a três metros. Depois de procurar encontrámos alguns pontos com fundo mais duro pois em quase todo o lago tem o fundo preenchido de lodo. Algumas abertas nos nenúfares, sinal de passagem das carpas e foi por aí que escolhe-

mos onde colocar as montagens. Cada um optou por realizar a sua ideia em relação ao que usar nas iscagens. Entre eles encontravam-se os tiger nuts e uma gama variada de pop ups que levamos de Portugal. Optei por começar com uma iscagem simples e aproveitando o pequeno truque que o Ross nos ensinara para a engodagem. Eram 9 canas num só pesqueiro mas com um grande espaço de água à nossa frente, distribuímo-nos sem qualquer tipo de problema. A grande diferença para começar é que passei sete dias sem efetuar um único lança-mento. Quanto menos barulho na água melhor então as canas eram levadas de barco até ao local e cada montagem era colocada com todo o cuidado, só assim teríamos a certeza que a apresentação da montagem dentro de água estaria perfeita.

Encontrávamos à pesca havia apenas duas horas quando o primeiro arranque se dá nas minhas canas. Com tanta ansiedade perdi o peixe, confesso que fiquei extremamente nervosa. Cerca das 22 horas tenho novamente um arranque e assim começa a jornada no Cavagnac. Era uma Tenca! Perfeito, era a minha primeira Tenca com 1,5kg.

Já de noite cerrada e ainda a tentar perceber

como iríamos pescar, o que iria dar resultados, dá-se um novo arranque e de novo nas minhas canas. Saltei rapidamente da bedchair e já com menos ansiedade ferro o peixe. Foi aí que me apercebi que não iria ser uma Tenca. Pela pressão que estava a ser exercida na cana, não era um peixe ao qual eu esta-ria habituada. Com calma trouxe o peixe até à margem e com a ajuda do Nuno conseguimos colo-cá-la no camaroeiro, sem ter-mos que entrar no barco. No Cavagnac é-nos pedido que, sempre que um peixe fique minimamente preso nos nenúfares ou em qualquer outro tipo de obstáculo não faça-mos qualquer força e que nos coloquemos de imediato no barco para assim conseguirmos desim-pedir o que provoca a prisão de forma a não perder-mos o peixe. É por isso também que leadcore é proibido nas montagens.

Pesámos a Carpa, uma Espelhada linda, enorme, pesou 18kg. A excitação, a alegria e adre-nalina instalaram-se em mim, já estava cá fora a primeira de muitas Carpas do lago! Feliz, deitei-me ansiosa pelo próximo arranque.

Eram já 9h da manhã quando acordamos com o som de um motor de barco: “Good morning”. Era o

Ross com o nosso pequeno-almoço. Trocamos algumas impressões, mais umas informações preciosas e começa o segundo dia. Este foi preenchido pela primeira Carpa do Nuno que começou com uma Comum de 9,6kg, por mais uma Espelhada minha de 17,4kg, variadas Tencas e uma Comum de 18kg ao final do dia que me deu imenso trabalho, sendo necessário um grande esforço para a conseguir tirar. Deu uma luta imensa pois era um peixe com uma força brutal.

O terceiro dia foi muito parado para todos nós. O tempo tinha mudado, depois de um dia de sol a chuva intensa e a trovoada voltaram e por isso aproveitamos para conhecer outros pesqueiros, conhecer outros carpistas e confraternizar um pouco no Lodge. Entre nós estavam um casal de espanhóis, o Angel Bonal e a Ella, um casal de ingleses, um casal de suecos e dois casais de italianos. Foi uma mistura linguística e cultural bem interessante durante sete dias.

As nossas engodagens eram feitas com boilies e sementes comercia-lizados no próprio lago. As sementes são cozidas por eles e é proibido usar sementes de fora. Os boilies que utilizamos são da gama Proline e as pop ups da Solar. Durante os três primeiros dias utilizei sempre monta-gens simples e optei por iscar um simples pop up de 10 mm de tutti frutti ou de banana. Esta última foi sempre a que me deu melhores resultados em montagem chod rig.

Já estávamos no quarto dia e as coisas para mim estavam a correr bem mas para o Nuno nem por isso. Alguma coisa teria que ser feita e por isso o Ross foi ter connosco para avaliar a situação. Da forma como ele conhece o Lago e os peixes, foi-nos dando orientações de iscos que funcionam melhor, locais para colocar a montagem aquando das altera-ções de tempo como aquelas que estavam a decorrer, etc. Ele foi, ao longo dos sete dias uma ajuda fundamental e a qual agradecemos muito. Foi graças a ele que o problema das montagens do Nuno estarem sempre a aparecer roídas por ratos bem perto do anzol foi resolvido, e assim o Nuno poderia voltar a usufruir do pesqueiro. Como tal, o resultado apare-ceu e o Nuno tirou uma Espelhada com quase 16 kg.

É da praxe ir à água com a carpa e levar com um balde água pela cabeça abaixo e assim aconteceu.

O pesqueiro foi construído com um estrado em madeira mesmo por cima das águas do lago e é lá que estão montadas as tendas, as canas e todo o material. É muito importante manter o silêncio para que nada assuste o peixe da nossa área.

Entre histórias para contar, situações engraçadas que foram aconte-cendo ao longo da semana, esta passava a toda velocidade.

Era já quinta-feira, véspera de ir embora e o jantar é realizado para todos no Lodge a fim de promover o convívio. Trocámos ideias, histórias e experiências. Trocámos vinhos, licores e gargalhadas e tirámos as fotos que ficarão para a prosperidade. Regressámos ao pesqueiro e havia que trabalhar e apostar pois seria a nossa última noite neste paraíso. O dia já tinha corrido bem para mim, tirara duas Carpas, uma Comum com 14kg e uma Espelhada com 14,2kg. A noite chegou e surpreendeu o Nuno com uma potente Comum de 17,3kg.

Os saltos dos peixes que pudemos observar quer de noite quer de dia eram fantásticos. Depois desta semana só nos faltou capturar uma Grass mas tal não foi possível, no entanto um Lúcio Real veio visitar uma das canas do Tiago.

Foi com imensa tristeza que rapidamente vimos chegar o último dia. Este baseia-se em levantar cedo e arrumar o nosso material pois às 9h da manhã já lá estava o Ross para nos ajudar a levar tudo para o Lodge. O Lago e os seus anfitriões são fantásticos! Este sim é um lugar cinco estre-las que facilmente se adapta a qualquer tipo de pesca e com ambiente acolhedor para receber tanto famílias como profissionais. É ótimo poder chegar ao Lago só com os nossos alarmes, sacos de cama e carretos

porque no Cavagnac fornecem tudo o que é necessário.Este lugar é sem dúvida mágico, um paraíso com uma

enorme abundância de peixes à vossa espera. Sem dúvida que recomendamos esta aventura.

Thanks David, Arnie e Ross

Susana Ribeiro

Contactos do lago : www.cavagnac.comDavid Frechou 00442034682745 [email protected]

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Page 99: Digital Carp Magazine #05

Portugal tem zonas propícias para o Carp Fishing mas por vezes queremos carpas bem gran-des e França tem bastantes lagos para tal. É um lugar ideal onde podemos usufruir da nossa pesca por completo. O Cavagnac Lake é um desses lagos e tem peixes até aos 38 kg. É um lago incrivelmente bonito e merece todo o esforço para lá ir...

Andávamos a planear esta viagem já há mais de um ano, pesquisámos lagos e juntámos o dinheiro necessário e no passado mês de Agosto rumámos a França.

Partimos de Portugal por volta das 11 horas da véspera, com toda a calma para chegar pois a viagem ainda é longa e cansativa mas com grande

ansiedade. Três carpistas que nunca tinham saído do nosso país para pescarem, o Nuno Marques, o Tiago e eu. Tudo seria diferente e novo, formas e técnicas de pescar mas como o nosso amigo Nuno Silva lá tinha estado uns meses antes já íamos com umas luzes acerca do lago.

Depois de tantas horas de viagem chegámos finalmente ao destino. O Cavagnac Lake situa-se no sudoeste de França em Bournazel, a 1200kms do Norte de Portugal e a cerca de 12 horas seguidas de viagem. Tem preços a partir dos 300€ e 18 pesquei-ros disponíveis.

Os portões abrem às sextas-feiras às 11 horas com o gerente do Lago, David Frechou a dar-nos as

boas vindas. Somos recebidos com simpatia e oferta de uma bebida e ficámos de imediato deslumbrados com a beleza do local. Trata-se de um Lago centenário situado nas margens de um castelo medieval. No Lodge (receção) apre-ciámos as fantásticas fotos de carpistas de várias nacionalidades, expectantes de conse-guir também resultados daqueles. Foi-nos explicado as várias espécies e pesos que o lago contém contando com mais de 600 carpas e os vários tamanhos e espécies que habitam e se alimentam em redor dos nossos pesqueiros. Apesar de irmos convictos que iríamos ficar nos pesqueiros já marcados com antecedência o David deu-nos como alternativa trocar e pescarmos os três no mesmo pesqueiro, isto para que a distribuição de carpistas fosse mais espaçada para assim não aumentar a pressão de pesca. Conclusão: Mudámos os 3 para o pesqueiro The Field.

Depois de todas as formalidades necessá-rias partimos para o nosso pesqueiro com o Ross a levar-nos de barco debaixo de chuva. A diferença de temperatura e clima em relação a Portugal no mês de Agosto é enorme, mais parecia que estávamos no outono ou no início da Primavera. Conforme rasgávamos as águas podíamos apreciar a atividade do peixe. Nesta altura do ano o Lago tem bastantes nenúfares concentrados em algumas zonas, pela explica-ção pormenorizada do Ross é ai que elas se alimentam. Sem perder tempo, porque a ansie-dade e nervosismo tomava conta de nós, descarregámos o nosso material do barco pois o material que está incluído no pacote já estava montado. Tenda, bedchair, cadeira, rod pod, 3 canas, tapete de receção, camaroeiro, saco de retenção, balança para cada um de nós. Este pacote é bastante apetecível pois facilita a viagem e o material é de qualidade elevada, sendo das marcas Chub, Nash e Proline. Para além disso, também as refeições se encontram incluídas e poderão ser entregues no pesquei-ro ou servidas no próprio Lodge proporcionan-do assim o convívio entre carpistas.

Depois de colocado o material nos lugares e sem perder tempo fomos descobrir como era o fundo, a profundidade e testar montagens. Esta parte do lago não é muito profunda por isso usámos somente o remo como medida uma vez que a profundidade ronda os dois a três metros. Depois de procurar encontrámos alguns pontos com fundo mais duro pois em quase todo o lago tem o fundo preenchido de lodo. Algumas abertas nos nenúfares, sinal de passagem das carpas e foi por aí que escolhe-

mos onde colocar as montagens. Cada um optou por realizar a sua ideia em relação ao que usar nas iscagens. Entre eles encontravam-se os tiger nuts e uma gama variada de pop ups que levamos de Portugal. Optei por começar com uma iscagem simples e aproveitando o pequeno truque que o Ross nos ensinara para a engodagem. Eram 9 canas num só pesqueiro mas com um grande espaço de água à nossa frente, distribuímo-nos sem qualquer tipo de problema. A grande diferença para começar é que passei sete dias sem efetuar um único lança-mento. Quanto menos barulho na água melhor então as canas eram levadas de barco até ao local e cada montagem era colocada com todo o cuidado, só assim teríamos a certeza que a apresentação da montagem dentro de água estaria perfeita.

Encontrávamos à pesca havia apenas duas horas quando o primeiro arranque se dá nas minhas canas. Com tanta ansiedade perdi o peixe, confesso que fiquei extremamente nervosa. Cerca das 22 horas tenho novamente um arranque e assim começa a jornada no Cavagnac. Era uma Tenca! Perfeito, era a minha primeira Tenca com 1,5kg.

Já de noite cerrada e ainda a tentar perceber

como iríamos pescar, o que iria dar resultados, dá-se um novo arranque e de novo nas minhas canas. Saltei rapidamente da bedchair e já com menos ansiedade ferro o peixe. Foi aí que me apercebi que não iria ser uma Tenca. Pela pressão que estava a ser exercida na cana, não era um peixe ao qual eu esta-ria habituada. Com calma trouxe o peixe até à margem e com a ajuda do Nuno conseguimos colo-cá-la no camaroeiro, sem ter-mos que entrar no barco. No Cavagnac é-nos pedido que, sempre que um peixe fique minimamente preso nos nenúfares ou em qualquer outro tipo de obstáculo não faça-mos qualquer força e que nos coloquemos de imediato no barco para assim conseguirmos desim-pedir o que provoca a prisão de forma a não perder-mos o peixe. É por isso também que leadcore é proibido nas montagens.

Pesámos a Carpa, uma Espelhada linda, enorme, pesou 18kg. A excitação, a alegria e adre-nalina instalaram-se em mim, já estava cá fora a primeira de muitas Carpas do lago! Feliz, deitei-me ansiosa pelo próximo arranque.

Eram já 9h da manhã quando acordamos com o som de um motor de barco: “Good morning”. Era o

Ross com o nosso pequeno-almoço. Trocamos algumas impressões, mais umas informações preciosas e começa o segundo dia. Este foi preenchido pela primeira Carpa do Nuno que começou com uma Comum de 9,6kg, por mais uma Espelhada minha de 17,4kg, variadas Tencas e uma Comum de 18kg ao final do dia que me deu imenso trabalho, sendo necessário um grande esforço para a conseguir tirar. Deu uma luta imensa pois era um peixe com uma força brutal.

O terceiro dia foi muito parado para todos nós. O tempo tinha mudado, depois de um dia de sol a chuva intensa e a trovoada voltaram e por isso aproveitamos para conhecer outros pesqueiros, conhecer outros carpistas e confraternizar um pouco no Lodge. Entre nós estavam um casal de espanhóis, o Angel Bonal e a Ella, um casal de ingleses, um casal de suecos e dois casais de italianos. Foi uma mistura linguística e cultural bem interessante durante sete dias.

As nossas engodagens eram feitas com boilies e sementes comercia-lizados no próprio lago. As sementes são cozidas por eles e é proibido usar sementes de fora. Os boilies que utilizamos são da gama Proline e as pop ups da Solar. Durante os três primeiros dias utilizei sempre monta-gens simples e optei por iscar um simples pop up de 10 mm de tutti frutti ou de banana. Esta última foi sempre a que me deu melhores resultados em montagem chod rig.

Já estávamos no quarto dia e as coisas para mim estavam a correr bem mas para o Nuno nem por isso. Alguma coisa teria que ser feita e por isso o Ross foi ter connosco para avaliar a situação. Da forma como ele conhece o Lago e os peixes, foi-nos dando orientações de iscos que funcionam melhor, locais para colocar a montagem aquando das altera-ções de tempo como aquelas que estavam a decorrer, etc. Ele foi, ao longo dos sete dias uma ajuda fundamental e a qual agradecemos muito. Foi graças a ele que o problema das montagens do Nuno estarem sempre a aparecer roídas por ratos bem perto do anzol foi resolvido, e assim o Nuno poderia voltar a usufruir do pesqueiro. Como tal, o resultado apare-ceu e o Nuno tirou uma Espelhada com quase 16 kg.

É da praxe ir à água com a carpa e levar com um balde água pela cabeça abaixo e assim aconteceu.

O pesqueiro foi construído com um estrado em madeira mesmo por cima das águas do lago e é lá que estão montadas as tendas, as canas e todo o material. É muito importante manter o silêncio para que nada assuste o peixe da nossa área.

Entre histórias para contar, situações engraçadas que foram aconte-cendo ao longo da semana, esta passava a toda velocidade.

Era já quinta-feira, véspera de ir embora e o jantar é realizado para todos no Lodge a fim de promover o convívio. Trocámos ideias, histórias e experiências. Trocámos vinhos, licores e gargalhadas e tirámos as fotos que ficarão para a prosperidade. Regressámos ao pesqueiro e havia que trabalhar e apostar pois seria a nossa última noite neste paraíso. O dia já tinha corrido bem para mim, tirara duas Carpas, uma Comum com 14kg e uma Espelhada com 14,2kg. A noite chegou e surpreendeu o Nuno com uma potente Comum de 17,3kg.

Os saltos dos peixes que pudemos observar quer de noite quer de dia eram fantásticos. Depois desta semana só nos faltou capturar uma Grass mas tal não foi possível, no entanto um Lúcio Real veio visitar uma das canas do Tiago.

Foi com imensa tristeza que rapidamente vimos chegar o último dia. Este baseia-se em levantar cedo e arrumar o nosso material pois às 9h da manhã já lá estava o Ross para nos ajudar a levar tudo para o Lodge. O Lago e os seus anfitriões são fantásticos! Este sim é um lugar cinco estre-las que facilmente se adapta a qualquer tipo de pesca e com ambiente acolhedor para receber tanto famílias como profissionais. É ótimo poder chegar ao Lago só com os nossos alarmes, sacos de cama e carretos

porque no Cavagnac fornecem tudo o que é necessário.Este lugar é sem dúvida mágico, um paraíso com uma

enorme abundância de peixes à vossa espera. Sem dúvida que recomendamos esta aventura.

Thanks David, Arnie e Ross

Susana Ribeiro

Contactos do lago : www.cavagnac.comDavid Frechou 00442034682745 [email protected]

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Page 100: Digital Carp Magazine #05

Desta vez irei fazer uma pequena reflexão acerca do uso dos boilies bem como acerca do seu tamanho. Cada vez que surge a oportunidade de escrever um artigo, faço-o, partindo da minha própria experiência, das coisas que fiz e do que poderia ter feito. No que respeita a este tema não o farei de forma diferente. Aquilo que se nos impõe é o uso de boilies de tamanho considerável.

Como todos sabem, eu pesco sobretudo em barra-gens da zona de Jaén e a principal característica que temos aqui e na maior parte da Andaluzia, é ter barra-gens de tamanho considerável e com uma população de peixes muito numerosa, mas sobretudo peixes de uma dimensão mais pequena, com uma média de peso entre 1 a 3 kg aproximadamente. Portanto a forma de

“atacarmos” uma jornada de pesca terá que ser pensa-da previamente assim como quais serão as armas que iremos usar.

Pessoalmente não acredito no mito de “boilie grande = peixe grande”, o que acontece é que a minha forma de trabalhar os pesqueiros beneficia-me no uso de boilies grandes. Normalmente vou quase sempre para os mesmos pesqueiros, o que me permite realizar diferentes estratégias de engodagem e de pesca. Dito isto, posso afirmar que agora consigo distinguir quando devo usar os meus boilies quer seja para engo-dar quer em ação de pesca.

Se falamos em boilies para engodar, no meu caso, só utilizo tamanhos de 16mm. Como vos disse tudo isto é condicionado pelas características das águas que

frequento habitualmente. A minha estratégia ao engo-dar passa habitualmente por preparar um pesqueiro com bastante comida começando pelas pequenas sementes como milho, cânhamo e boilies caseiros “pimonbaits”, que rapidamente irão atrair os peixes ao ponto de podermos “modificar” o seu comportamento a fim de lhes “dizer”: “aqui é uma zona onde há comida”. Aos poucos vamos aumentando a quantidade de boilies e diminuindo a quantidade de sementes. Com o passar do tempo acabarei por ter uma grande quantidade de peixe comendo boilies de qualidade (sãos e nutritivos). A minha experiencia diz-me que primeiro entra o peixe mais pequeno por norma em grande “reboliço” ficando para depois a entrada no pesqueiro dos peixes de maior porte e a mais desconfi-

ados.O primeiro objetivo que é aguentar a avalanche de

peixes pequenos, com uma grande quantidade de boilies de engodagem de pequena dimensão. Ter grande quantidade de comida de tamanho pequeno ajuda-me a tentar manter controlados os peixes de menor tamanho, ainda que, nem sempre seja assim.

É hora de ir a jogo a gama “XXL” dos pimonbaits. No anzol, só utilizo boilies de tamanhos consideráveis por diversos motivos. O primeiro dos motivos tem a ver com o trabalho prévio de engodagem em que tento manter ocupados os peixes de menor tamanho com boilies de engodagem de pequeno diâmetro, sãos e nutritivos. Ao colocar no cabelo um boilie de tamanho grande, penso que um peixe de pequena dimensão

prefere, no meu entender, comer vários boilies de pequena dimensão, ao invés de um único boilie XXL. Portanto, estou a aumentar as possibilidades do meu “boilie de anzol” permanecer mais tempo na água à espera da chegada dos peixes maiores.

Outra das grandes razões para usar boilies de tamanho considerável está associada ao processo de fabricação dos mesmos. Os meus boilies de engoda-gem faço-os de tamanho pequeno com a inestimável ajuda do meu “BoilieRoller”, uma máquina de enrolar boilies que me permite fazer quilos e quilos de bolas sem nenhum esforço e em tempo bastante reduzido. Ter preparados 40 ou 50 quilos de boilies de engoda-gem para poder usá-los com a esperança de poder preparar o meu posto de pesca, é algo que tem que ser

rápido e cómodo de fazer. Quanto aos boilies de iscagem como são em muito menor quantidade opto por fazê-los à mão. E quando digo à mão, é mesmo à mão no sentido mais estrito da palavra. Neste caso preparar alguns boilies de iscagem com ingredientes muito específicos e caros merecem muito mais tempo e dedicação.

Como digo, tanto pelos próprios ingredientes que uso quer pelo processo de fabricação, pois nos meus boilies de iscagem não uso tábuas nem máquinas, todo o processo é manual desde o primeiro até ao último momento. Por vezes moldo os boilies em formas difer-entes que não a redonda o que poderá dar um “toque” diferente à montagem.

Outra razão para usar pimonbaits de grande

tamanho na montagem é devido a uma das minhas últimas investigações e experiências que culminou com a criação de uns boilies a que chamei de “solubili-dade regressiva”. Isto não é mais que um boilie que começa por ser muito solúvel soltando atraentes e diversos componentes num curto espaço de tempo, que vai fazer disparar a necessidade de alimentação dos peixes levando a que procurem o isco que está na montagem. Com o passar do tempo esses boilies vão sendo cada vez menos solúveis até que passadas umas 5 ou 6 horas fica um boilie normal de 18 ou 20 mm que nos assegura relativamente aquelas ocasiões em que necessitamos de ter um boilie na água por algum tempo e que ao fim ao cabo nos assegura que temos algo no cabelo. O mesmo ocorre com os boilies 100%

solúveis que começam por ter um tamanho consid-erável mas vão-se dissolvendo à medida que o tempo vai passando até se desfazerem por completo.

Em conclusão, eu engodo sempre com boilies de tamanho pequeno e em grandes quantidades. E para os boilies da minha montagem quer sejam solúveis quer sejam especificamente feitos à mão uso boilies de tamanho grande, que me assegurem que estão na água soltando partículas dos diversos componentes, durante o tempo suficiente para que uma Carpa grande e desconfiada se possa lançar sobre a minha montagem e produzir a tão ansiada picada.

Pedro Simón Serrano (pimon)

Os pimonbaits XXL em fase de secagem.

Uma bonita Carpa do rio Guadiana de aproximadamente

3 kg pescada por Antonio “Poe” com um par de pimonbaits de 18mm.

A captura e solta é o melhor método de nos assegurar futuras alegrias.

Conseguir um peixe acima dos 8 kg poderá ser algomuito difícil na maioria dos sítios da Andaluzia.

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Page 101: Digital Carp Magazine #05

Desta vez irei fazer uma pequena reflexão acerca do uso dos boilies bem como acerca do seu tamanho. Cada vez que surge a oportunidade de escrever um artigo, faço-o, partindo da minha própria experiência, das coisas que fiz e do que poderia ter feito. No que respeita a este tema não o farei de forma diferente. Aquilo que se nos impõe é o uso de boilies de tamanho considerável.

Como todos sabem, eu pesco sobretudo em barra-gens da zona de Jaén e a principal característica que temos aqui e na maior parte da Andaluzia, é ter barra-gens de tamanho considerável e com uma população de peixes muito numerosa, mas sobretudo peixes de uma dimensão mais pequena, com uma média de peso entre 1 a 3 kg aproximadamente. Portanto a forma de

“atacarmos” uma jornada de pesca terá que ser pensa-da previamente assim como quais serão as armas que iremos usar.

Pessoalmente não acredito no mito de “boilie grande = peixe grande”, o que acontece é que a minha forma de trabalhar os pesqueiros beneficia-me no uso de boilies grandes. Normalmente vou quase sempre para os mesmos pesqueiros, o que me permite realizar diferentes estratégias de engodagem e de pesca. Dito isto, posso afirmar que agora consigo distinguir quando devo usar os meus boilies quer seja para engo-dar quer em ação de pesca.

Se falamos em boilies para engodar, no meu caso, só utilizo tamanhos de 16mm. Como vos disse tudo isto é condicionado pelas características das águas que

frequento habitualmente. A minha estratégia ao engo-dar passa habitualmente por preparar um pesqueiro com bastante comida começando pelas pequenas sementes como milho, cânhamo e boilies caseiros “pimonbaits”, que rapidamente irão atrair os peixes ao ponto de podermos “modificar” o seu comportamento a fim de lhes “dizer”: “aqui é uma zona onde há comida”. Aos poucos vamos aumentando a quantidade de boilies e diminuindo a quantidade de sementes. Com o passar do tempo acabarei por ter uma grande quantidade de peixe comendo boilies de qualidade (sãos e nutritivos). A minha experiencia diz-me que primeiro entra o peixe mais pequeno por norma em grande “reboliço” ficando para depois a entrada no pesqueiro dos peixes de maior porte e a mais desconfi-

ados.O primeiro objetivo que é aguentar a avalanche de

peixes pequenos, com uma grande quantidade de boilies de engodagem de pequena dimensão. Ter grande quantidade de comida de tamanho pequeno ajuda-me a tentar manter controlados os peixes de menor tamanho, ainda que, nem sempre seja assim.

É hora de ir a jogo a gama “XXL” dos pimonbaits. No anzol, só utilizo boilies de tamanhos consideráveis por diversos motivos. O primeiro dos motivos tem a ver com o trabalho prévio de engodagem em que tento manter ocupados os peixes de menor tamanho com boilies de engodagem de pequeno diâmetro, sãos e nutritivos. Ao colocar no cabelo um boilie de tamanho grande, penso que um peixe de pequena dimensão

prefere, no meu entender, comer vários boilies de pequena dimensão, ao invés de um único boilie XXL. Portanto, estou a aumentar as possibilidades do meu “boilie de anzol” permanecer mais tempo na água à espera da chegada dos peixes maiores.

Outra das grandes razões para usar boilies de tamanho considerável está associada ao processo de fabricação dos mesmos. Os meus boilies de engoda-gem faço-os de tamanho pequeno com a inestimável ajuda do meu “BoilieRoller”, uma máquina de enrolar boilies que me permite fazer quilos e quilos de bolas sem nenhum esforço e em tempo bastante reduzido. Ter preparados 40 ou 50 quilos de boilies de engoda-gem para poder usá-los com a esperança de poder preparar o meu posto de pesca, é algo que tem que ser

rápido e cómodo de fazer. Quanto aos boilies de iscagem como são em muito menor quantidade opto por fazê-los à mão. E quando digo à mão, é mesmo à mão no sentido mais estrito da palavra. Neste caso preparar alguns boilies de iscagem com ingredientes muito específicos e caros merecem muito mais tempo e dedicação.

Como digo, tanto pelos próprios ingredientes que uso quer pelo processo de fabricação, pois nos meus boilies de iscagem não uso tábuas nem máquinas, todo o processo é manual desde o primeiro até ao último momento. Por vezes moldo os boilies em formas difer-entes que não a redonda o que poderá dar um “toque” diferente à montagem.

Outra razão para usar pimonbaits de grande

tamanho na montagem é devido a uma das minhas últimas investigações e experiências que culminou com a criação de uns boilies a que chamei de “solubili-dade regressiva”. Isto não é mais que um boilie que começa por ser muito solúvel soltando atraentes e diversos componentes num curto espaço de tempo, que vai fazer disparar a necessidade de alimentação dos peixes levando a que procurem o isco que está na montagem. Com o passar do tempo esses boilies vão sendo cada vez menos solúveis até que passadas umas 5 ou 6 horas fica um boilie normal de 18 ou 20 mm que nos assegura relativamente aquelas ocasiões em que necessitamos de ter um boilie na água por algum tempo e que ao fim ao cabo nos assegura que temos algo no cabelo. O mesmo ocorre com os boilies 100%

solúveis que começam por ter um tamanho consid-erável mas vão-se dissolvendo à medida que o tempo vai passando até se desfazerem por completo.

Em conclusão, eu engodo sempre com boilies de tamanho pequeno e em grandes quantidades. E para os boilies da minha montagem quer sejam solúveis quer sejam especificamente feitos à mão uso boilies de tamanho grande, que me assegurem que estão na água soltando partículas dos diversos componentes, durante o tempo suficiente para que uma Carpa grande e desconfiada se possa lançar sobre a minha montagem e produzir a tão ansiada picada.

Pedro Simón Serrano (pimon)

Os pimonbaits XXL em fase de secagem.

Uma bonita Carpa do rio Guadiana de aproximadamente

3 kg pescada por Antonio “Poe” com um par de pimonbaits de 18mm.

A captura e solta é o melhor método de nos assegurar futuras alegrias.

Conseguir um peixe acima dos 8 kg poderá ser algomuito difícil na maioria dos sítios da Andaluzia.

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Desta vez irei fazer uma pequena reflexão acerca do uso dos boilies bem como acerca do seu tamanho. Cada vez que surge a oportunidade de escrever um artigo, faço-o, partindo da minha própria experiência, das coisas que fiz e do que poderia ter feito. No que respeita a este tema não o farei de forma diferente. Aquilo que se nos impõe é o uso de boilies de tamanho considerável.

Como todos sabem, eu pesco sobretudo em barra-gens da zona de Jaén e a principal característica que temos aqui e na maior parte da Andaluzia, é ter barra-gens de tamanho considerável e com uma população de peixes muito numerosa, mas sobretudo peixes de uma dimensão mais pequena, com uma média de peso entre 1 a 3 kg aproximadamente. Portanto a forma de

“atacarmos” uma jornada de pesca terá que ser pensa-da previamente assim como quais serão as armas que iremos usar.

Pessoalmente não acredito no mito de “boilie grande = peixe grande”, o que acontece é que a minha forma de trabalhar os pesqueiros beneficia-me no uso de boilies grandes. Normalmente vou quase sempre para os mesmos pesqueiros, o que me permite realizar diferentes estratégias de engodagem e de pesca. Dito isto, posso afirmar que agora consigo distinguir quando devo usar os meus boilies quer seja para engo-dar quer em ação de pesca.

Se falamos em boilies para engodar, no meu caso, só utilizo tamanhos de 16mm. Como vos disse tudo isto é condicionado pelas características das águas que

frequento habitualmente. A minha estratégia ao engo-dar passa habitualmente por preparar um pesqueiro com bastante comida começando pelas pequenas sementes como milho, cânhamo e boilies caseiros “pimonbaits”, que rapidamente irão atrair os peixes ao ponto de podermos “modificar” o seu comportamento a fim de lhes “dizer”: “aqui é uma zona onde há comida”. Aos poucos vamos aumentando a quantidade de boilies e diminuindo a quantidade de sementes. Com o passar do tempo acabarei por ter uma grande quantidade de peixe comendo boilies de qualidade (sãos e nutritivos). A minha experiencia diz-me que primeiro entra o peixe mais pequeno por norma em grande “reboliço” ficando para depois a entrada no pesqueiro dos peixes de maior porte e a mais desconfi-

ados.O primeiro objetivo que é aguentar a avalanche de

peixes pequenos, com uma grande quantidade de boilies de engodagem de pequena dimensão. Ter grande quantidade de comida de tamanho pequeno ajuda-me a tentar manter controlados os peixes de menor tamanho, ainda que, nem sempre seja assim.

É hora de ir a jogo a gama “XXL” dos pimonbaits. No anzol, só utilizo boilies de tamanhos consideráveis por diversos motivos. O primeiro dos motivos tem a ver com o trabalho prévio de engodagem em que tento manter ocupados os peixes de menor tamanho com boilies de engodagem de pequeno diâmetro, sãos e nutritivos. Ao colocar no cabelo um boilie de tamanho grande, penso que um peixe de pequena dimensão

prefere, no meu entender, comer vários boilies de pequena dimensão, ao invés de um único boilie XXL. Portanto, estou a aumentar as possibilidades do meu “boilie de anzol” permanecer mais tempo na água à espera da chegada dos peixes maiores.

Outra das grandes razões para usar boilies de tamanho considerável está associada ao processo de fabricação dos mesmos. Os meus boilies de engoda-gem faço-os de tamanho pequeno com a inestimável ajuda do meu “BoilieRoller”, uma máquina de enrolar boilies que me permite fazer quilos e quilos de bolas sem nenhum esforço e em tempo bastante reduzido. Ter preparados 40 ou 50 quilos de boilies de engoda-gem para poder usá-los com a esperança de poder preparar o meu posto de pesca, é algo que tem que ser

rápido e cómodo de fazer. Quanto aos boilies de iscagem como são em muito menor quantidade opto por fazê-los à mão. E quando digo à mão, é mesmo à mão no sentido mais estrito da palavra. Neste caso preparar alguns boilies de iscagem com ingredientes muito específicos e caros merecem muito mais tempo e dedicação.

Como digo, tanto pelos próprios ingredientes que uso quer pelo processo de fabricação, pois nos meus boilies de iscagem não uso tábuas nem máquinas, todo o processo é manual desde o primeiro até ao último momento. Por vezes moldo os boilies em formas difer-entes que não a redonda o que poderá dar um “toque” diferente à montagem.

Outra razão para usar pimonbaits de grande

tamanho na montagem é devido a uma das minhas últimas investigações e experiências que culminou com a criação de uns boilies a que chamei de “solubili-dade regressiva”. Isto não é mais que um boilie que começa por ser muito solúvel soltando atraentes e diversos componentes num curto espaço de tempo, que vai fazer disparar a necessidade de alimentação dos peixes levando a que procurem o isco que está na montagem. Com o passar do tempo esses boilies vão sendo cada vez menos solúveis até que passadas umas 5 ou 6 horas fica um boilie normal de 18 ou 20 mm que nos assegura relativamente aquelas ocasiões em que necessitamos de ter um boilie na água por algum tempo e que ao fim ao cabo nos assegura que temos algo no cabelo. O mesmo ocorre com os boilies 100%

solúveis que começam por ter um tamanho consid-erável mas vão-se dissolvendo à medida que o tempo vai passando até se desfazerem por completo.

Em conclusão, eu engodo sempre com boilies de tamanho pequeno e em grandes quantidades. E para os boilies da minha montagem quer sejam solúveis quer sejam especificamente feitos à mão uso boilies de tamanho grande, que me assegurem que estão na água soltando partículas dos diversos componentes, durante o tempo suficiente para que uma Carpa grande e desconfiada se possa lançar sobre a minha montagem e produzir a tão ansiada picada.

Pedro Simón Serrano (pimon)

Aspeto dos boilies de solubilidaderegressiva após um par de horas na água

Obrigado ao meu BoilieRoller,pois o trabalho de fabricar boilies

é muito rápido e cómodo.

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Page 103: Digital Carp Magazine #05

Desta vez irei fazer uma pequena reflexão acerca do uso dos boilies bem como acerca do seu tamanho. Cada vez que surge a oportunidade de escrever um artigo, faço-o, partindo da minha própria experiência, das coisas que fiz e do que poderia ter feito. No que respeita a este tema não o farei de forma diferente. Aquilo que se nos impõe é o uso de boilies de tamanho considerável.

Como todos sabem, eu pesco sobretudo em barra-gens da zona de Jaén e a principal característica que temos aqui e na maior parte da Andaluzia, é ter barra-gens de tamanho considerável e com uma população de peixes muito numerosa, mas sobretudo peixes de uma dimensão mais pequena, com uma média de peso entre 1 a 3 kg aproximadamente. Portanto a forma de

“atacarmos” uma jornada de pesca terá que ser pensa-da previamente assim como quais serão as armas que iremos usar.

Pessoalmente não acredito no mito de “boilie grande = peixe grande”, o que acontece é que a minha forma de trabalhar os pesqueiros beneficia-me no uso de boilies grandes. Normalmente vou quase sempre para os mesmos pesqueiros, o que me permite realizar diferentes estratégias de engodagem e de pesca. Dito isto, posso afirmar que agora consigo distinguir quando devo usar os meus boilies quer seja para engo-dar quer em ação de pesca.

Se falamos em boilies para engodar, no meu caso, só utilizo tamanhos de 16mm. Como vos disse tudo isto é condicionado pelas características das águas que

frequento habitualmente. A minha estratégia ao engo-dar passa habitualmente por preparar um pesqueiro com bastante comida começando pelas pequenas sementes como milho, cânhamo e boilies caseiros “pimonbaits”, que rapidamente irão atrair os peixes ao ponto de podermos “modificar” o seu comportamento a fim de lhes “dizer”: “aqui é uma zona onde há comida”. Aos poucos vamos aumentando a quantidade de boilies e diminuindo a quantidade de sementes. Com o passar do tempo acabarei por ter uma grande quantidade de peixe comendo boilies de qualidade (sãos e nutritivos). A minha experiencia diz-me que primeiro entra o peixe mais pequeno por norma em grande “reboliço” ficando para depois a entrada no pesqueiro dos peixes de maior porte e a mais desconfi-

ados.O primeiro objetivo que é aguentar a avalanche de

peixes pequenos, com uma grande quantidade de boilies de engodagem de pequena dimensão. Ter grande quantidade de comida de tamanho pequeno ajuda-me a tentar manter controlados os peixes de menor tamanho, ainda que, nem sempre seja assim.

É hora de ir a jogo a gama “XXL” dos pimonbaits. No anzol, só utilizo boilies de tamanhos consideráveis por diversos motivos. O primeiro dos motivos tem a ver com o trabalho prévio de engodagem em que tento manter ocupados os peixes de menor tamanho com boilies de engodagem de pequeno diâmetro, sãos e nutritivos. Ao colocar no cabelo um boilie de tamanho grande, penso que um peixe de pequena dimensão

prefere, no meu entender, comer vários boilies de pequena dimensão, ao invés de um único boilie XXL. Portanto, estou a aumentar as possibilidades do meu “boilie de anzol” permanecer mais tempo na água à espera da chegada dos peixes maiores.

Outra das grandes razões para usar boilies de tamanho considerável está associada ao processo de fabricação dos mesmos. Os meus boilies de engoda-gem faço-os de tamanho pequeno com a inestimável ajuda do meu “BoilieRoller”, uma máquina de enrolar boilies que me permite fazer quilos e quilos de bolas sem nenhum esforço e em tempo bastante reduzido. Ter preparados 40 ou 50 quilos de boilies de engoda-gem para poder usá-los com a esperança de poder preparar o meu posto de pesca, é algo que tem que ser

rápido e cómodo de fazer. Quanto aos boilies de iscagem como são em muito menor quantidade opto por fazê-los à mão. E quando digo à mão, é mesmo à mão no sentido mais estrito da palavra. Neste caso preparar alguns boilies de iscagem com ingredientes muito específicos e caros merecem muito mais tempo e dedicação.

Como digo, tanto pelos próprios ingredientes que uso quer pelo processo de fabricação, pois nos meus boilies de iscagem não uso tábuas nem máquinas, todo o processo é manual desde o primeiro até ao último momento. Por vezes moldo os boilies em formas difer-entes que não a redonda o que poderá dar um “toque” diferente à montagem.

Outra razão para usar pimonbaits de grande

tamanho na montagem é devido a uma das minhas últimas investigações e experiências que culminou com a criação de uns boilies a que chamei de “solubili-dade regressiva”. Isto não é mais que um boilie que começa por ser muito solúvel soltando atraentes e diversos componentes num curto espaço de tempo, que vai fazer disparar a necessidade de alimentação dos peixes levando a que procurem o isco que está na montagem. Com o passar do tempo esses boilies vão sendo cada vez menos solúveis até que passadas umas 5 ou 6 horas fica um boilie normal de 18 ou 20 mm que nos assegura relativamente aquelas ocasiões em que necessitamos de ter um boilie na água por algum tempo e que ao fim ao cabo nos assegura que temos algo no cabelo. O mesmo ocorre com os boilies 100%

solúveis que começam por ter um tamanho consid-erável mas vão-se dissolvendo à medida que o tempo vai passando até se desfazerem por completo.

Em conclusão, eu engodo sempre com boilies de tamanho pequeno e em grandes quantidades. E para os boilies da minha montagem quer sejam solúveis quer sejam especificamente feitos à mão uso boilies de tamanho grande, que me assegurem que estão na água soltando partículas dos diversos componentes, durante o tempo suficiente para que uma Carpa grande e desconfiada se possa lançar sobre a minha montagem e produzir a tão ansiada picada.

Pedro Simón Serrano (pimon)

Aspeto dos boilies de solubilidaderegressiva após um par de horas na água

Obrigado ao meu BoilieRoller,pois o trabalho de fabricar boilies

é muito rápido e cómodo.

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Nós começamos a pescar no Mirror Lake há cerca de 10 anos atrás, e temos visitado o lago todos os anos desde então. Este relato é da experiência de 2014, o nosso melhor ano no Mirror Lake!

Comecemos pelo início. Quem somos nós? Somos um grupo de quatro apaixonados pelo Carpfishing, oriundos da Holanda. Cees Swagerman Jr (Júnior), Cees Swagerman Sr (Pai), Danny Zoon (sobrinho do Júnior) e Martijn Verbrugge (amigo do Júnior). Recente-mente o filho do Martijn também se juntou ao grupo, Wesley Martijn.

Temos praticado Carpfishing há muito anos e continuamos a tirar prazer de cada minuto de pesca. Carpfishing não é só sobre capturar carpas, é também aproveitar e respeitar a vida no exterior, passar tempo com os amigos e família, conceber novas táticas e estratégias, e por último mas não menos importante, cuidar das nossas amigas que têm patrulhado as águas desde que há memória. A saúde e bem-estar das carpas está no topo das nossas prioridades. Carpfishing é isso mesmo, tratar bem os peixes para ter oportunidade de os capturar novamente mais tarde.

O tratamento das carpas é importante em todos os aspetos da nossa pesca. Isso signifi-ca usar material e técnicas que minimizem o risco de as magoar durante as capturas. Começamos por selecionar os pesqueiros com menor probabilidade de ter linhas enlea-das e entrelaçadas. Usamos boilies e pellets de qualidade e anzois sem barbela. Usamos apenas linhas de nylon e montagens que permitam sempre a ejeção da chumbada em caso de quebra da linha. Nunca deixamos as canas abandonadas, temos sempre um kit de curativos para carpas, saco de pesagem, balança e berço para as receber sempre pron-

tos. Procuramos sempre minimizar o tempo que o peixe está fora de água, e enquanto não o devolvemos mantemo-lo sempre molhado. Desta forma temos certeza que todas as nossas capturas voltam para a água saudáveis e sem dano.

Vamos então mergulhar na sessão do Mirror Lake de 2014!

Nós despendemos sempre muito tempo na preparação de cada sessão. Assim a sessão no Mirror Lake começou a ser preparada em Outubro do ano anterior. Começamos por analisar as sessões que já tínhamos feito no lago e em outros locais na Holanda para perceber onde tínhamos estado bem e em que aspetos poderíamos melhorar. O Mirror Lake não é uma água fácil. À primeira vista as pessoas podem ser levadas a pensar que o lago está repleto de carpas e que portanto é fácil realizar capturas, mas após 10 anos de visitas já sabemos que não é bem assim! Dedicamos muito tempo a aperfeiçoar as nossas montagens, a escolher os iscos e obviamente a preparar o restante material que precisávamos. Sempre pescamos no Mirror Lake com o nosso próprio material (n.d.r. – o Mirror Lake tem material próprio que aluga a quem quiser). Conhecer e confiar no material usado é da maior importância para nós. Dá-nos tranquilidade e paz de espírito enquanto pescamos. Ter dúvidas sobre o material e táticas durante uma sessão causa ansiedade e retira algum do prazer de pescar. O que não significa que não possamos mudar as táticas durante uma sessão. Aliás, estamos sempre a discutir esse assunto. Procuramos sempre alguma forma de conseguir melhorar os nossos resultados.

Escolhemos sempre os mesmos pesquei-ros no Mirror Lake. Como já referi, a semana no Mirror Lake não é só sobre pesca, é

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Nós começamos a pescar no Mirror Lake há cerca de 10 anos atrás, e temos visitado o lago todos os anos desde então. Este relato é da experiência de 2014, o nosso melhor ano no Mirror Lake!

Comecemos pelo início. Quem somos nós? Somos um grupo de quatro apaixonados pelo Carpfishing, oriundos da Holanda. Cees Swagerman Jr (Júnior), Cees Swagerman Sr (Pai), Danny Zoon (sobrinho do Júnior) e Martijn Verbrugge (amigo do Júnior). Recente-mente o filho do Martijn também se juntou ao grupo, Wesley Martijn.

Temos praticado Carpfishing há muito anos e continuamos a tirar prazer de cada minuto de pesca. Carpfishing não é só sobre capturar carpas, é também aproveitar e respeitar a vida no exterior, passar tempo com os amigos e família, conceber novas táticas e estratégias, e por último mas não menos importante, cuidar das nossas amigas que têm patrulhado as águas desde que há memória. A saúde e bem-estar das carpas está no topo das nossas prioridades. Carpfishing é isso mesmo, tratar bem os peixes para ter oportunidade de os capturar novamente mais tarde.

O tratamento das carpas é importante em todos os aspetos da nossa pesca. Isso signifi-ca usar material e técnicas que minimizem o risco de as magoar durante as capturas. Começamos por selecionar os pesqueiros com menor probabilidade de ter linhas enlea-das e entrelaçadas. Usamos boilies e pellets de qualidade e anzois sem barbela. Usamos apenas linhas de nylon e montagens que permitam sempre a ejeção da chumbada em caso de quebra da linha. Nunca deixamos as canas abandonadas, temos sempre um kit de curativos para carpas, saco de pesagem, balança e berço para as receber sempre pron-

tos. Procuramos sempre minimizar o tempo que o peixe está fora de água, e enquanto não o devolvemos mantemo-lo sempre molhado. Desta forma temos certeza que todas as nossas capturas voltam para a água saudáveis e sem dano.

Vamos então mergulhar na sessão do Mirror Lake de 2014!

Nós despendemos sempre muito tempo na preparação de cada sessão. Assim a sessão no Mirror Lake começou a ser preparada em Outubro do ano anterior. Começamos por analisar as sessões que já tínhamos feito no lago e em outros locais na Holanda para perceber onde tínhamos estado bem e em que aspetos poderíamos melhorar. O Mirror Lake não é uma água fácil. À primeira vista as pessoas podem ser levadas a pensar que o lago está repleto de carpas e que portanto é fácil realizar capturas, mas após 10 anos de visitas já sabemos que não é bem assim! Dedicamos muito tempo a aperfeiçoar as nossas montagens, a escolher os iscos e obviamente a preparar o restante material que precisávamos. Sempre pescamos no Mirror Lake com o nosso próprio material (n.d.r. – o Mirror Lake tem material próprio que aluga a quem quiser). Conhecer e confiar no material usado é da maior importância para nós. Dá-nos tranquilidade e paz de espírito enquanto pescamos. Ter dúvidas sobre o material e táticas durante uma sessão causa ansiedade e retira algum do prazer de pescar. O que não significa que não possamos mudar as táticas durante uma sessão. Aliás, estamos sempre a discutir esse assunto. Procuramos sempre alguma forma de conseguir melhorar os nossos resultados.

Escolhemos sempre os mesmos pesquei-ros no Mirror Lake. Como já referi, a semana no Mirror Lake não é só sobre pesca, é

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também sobre tirar partido da companhia de todos. Atualmente, no nosso grupo todos têm empregos, filhos e uma série de outras coisas que diminuem muito o tempo que podemos passar em conjunto na pesca. Escolhemos sempre pesqueiros próximos de forma a podermos estar sempre juntos ao mesmo tempo que os olhos e ouvidos estão focados nas canas.

A sessão de 2014 não foi diferente neste aspeto. Viajamos para França desde a Holan-da durante dois dias. Desde há dois anos que programamos sempre uma pernoita a meio da viagem de forma a chegarmos frescos e com energia ao lago. Começamos sempre por descarregar o material nos pesqueiros Grass e Common, e depois organizamos os abrigos e a cozinha.

Quando chegámos a chuva estava a cair copiosamente, mas felizmente já estamos habituados a esse panorama na Holanda. Não demorou muito desde que colocamos as montagens na água até começarmos a captu-rar peixe. Durante essa tarde o meu Pai conse-guiu uma carpa com mais de 30lbs, o Martijn e eu conseguimos também uma captura cada, duas comuns entre as 10 e as 20lbs.

Antes de se deitar para dormir o Martijn ainda ensacou uma espelhada com mais de 30lbs, fechando assim a conta do primeiro dia nas quatro carpas. Não foi um início nada mau! É sempre bom ver que as longas horas de telefonemas entre nós para decidir as táticas estavam a dar proveito.

No domingo acordamos cedo para apro-veitar a fantástica vista no Mirror Lake, ouvir os pássaros cantar e saborear uma bela caneca de café quente. O dia passou sem grande motivo de relato. Apenas uma captura com cerca de 14lbs para o Danny e uma comum com peso semelhante para mim.

A segunda-feira rapidamente compensou este último dia. O meu Pai e o Martijn conse-guiram uma carpa de 40lbs+ cada um e o Danny conseguiu, depois de uma dura luta, capturar uma espelhada com 60lbs. Este peixe estava enleado em dezenas de metros de nylon, numa montagem velha, que não era nossa, e em alguns ramos partidos. Consegui-mos trazer o peixe para o pesqueiro, libertámo-lo de toda aquela artilharia, e depois de algumas fotos connosco, com a Heather e o Jon, devolvemo-lo são e salvo. Isto sim é Carpfishing. Estamos convencidos que salvamos a vida daquele peixe. Se não o tivéssemos capturado e libertado de todo aquele emaranhado de linhas e ramos, ele não teria sobrevivido muito tempo. Isto mostra a importância de usar montagens

seguras.O final de segunda-feira e o início da

terça-feira foram tudo menos tranquilos. Conseguimos capturar um total de 6 peixes, com uma de 44lbs para mim. As táticas esta-vam a mostrar-se acertadas, e aos poucos íamos conseguindo alguns peixes. Terça-feira terminou com um total de 13 peixes captura-dos, elevando o total de capturas para 26.

A chuva abrandou um pouco na quarta-feira. Esta mudança foi bem recebida por nós uma vez que estávamos debaixo de chuva desde que tínhamos chegado até à manhã de quarta-feira. Mal sabíamos nós que o peixe iria também fazer uma pausa na sua vontade de comer! Tivemos que batalhar muito por cada picada, conseguindo apenas 8 peixes juntando os dias de quarta-feira e quinta-feira. Quando as capturas diminuem tão dras-ticamente, está na hora de entrar em ação! Foi o que fizemos. Na sexta-feira de manhã o Martijn e eu cozinhamos uma pequena recei-ta para tornar os boilies um pouco mais atrati-vos. Esta mudança compensou e de que maneira! Trouxemos o peixe de volta ao pesqueiro, a alimentar-se, proporcionando-nos um dia final louco. Capturamos 10 peixes na sexta-feira, tendo o meu pai esmagado o record do lago com um deles. Conseguiu duas espelhadas com 63,1lbs e 57,4lbs em menos de uma hora. Como podem imaginar estáva-mos delirantes de alegria. Não só a mudança de tática funcionou, como ainda conseguimos bater o record do lago.

A última noite ainda nos trouxe dois peixes com 40lbs+.

Tivemos a sessão de uma vida no Mirror Lake. Conseguimos um total de 46 carpas e um siluro. Quebramos o nosso próprio record, tendo o pai e o Danny esmagado o seu ante-rior PB. Um resultado excelente a todos os níveis.

Esta sessão mostrou a importância de ir preparado, mas também a necessidade de abertura para a mudança. Não devemos confiar cegamente que por termos sido bem-sucedidos com uma tática antes, ela voltará a resultar.

Esperamos que tenham gostado do relato de uma das nossas muitas sessões. Esperamos ter inspirado alguns e motivado outros. De qualquer das formas, aproveitem bem as vossas sessões de pesca, respeitem sempre as nossas amigas carpas, bem como o meio ambiente.

Vemo-nos num pesqueiro por aí,

Cees Jr, Cees Sr, Danny, Martijn e Wesley.

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também sobre tirar partido da companhia de todos. Atualmente, no nosso grupo todos têm empregos, filhos e uma série de outras coisas que diminuem muito o tempo que podemos passar em conjunto na pesca. Escolhemos sempre pesqueiros próximos de forma a podermos estar sempre juntos ao mesmo tempo que os olhos e ouvidos estão focados nas canas.

A sessão de 2014 não foi diferente neste aspeto. Viajamos para França desde a Holan-da durante dois dias. Desde há dois anos que programamos sempre uma pernoita a meio da viagem de forma a chegarmos frescos e com energia ao lago. Começamos sempre por descarregar o material nos pesqueiros Grass e Common, e depois organizamos os abrigos e a cozinha.

Quando chegámos a chuva estava a cair copiosamente, mas felizmente já estamos habituados a esse panorama na Holanda. Não demorou muito desde que colocamos as montagens na água até começarmos a captu-rar peixe. Durante essa tarde o meu Pai conse-guiu uma carpa com mais de 30lbs, o Martijn e eu conseguimos também uma captura cada, duas comuns entre as 10 e as 20lbs.

Antes de se deitar para dormir o Martijn ainda ensacou uma espelhada com mais de 30lbs, fechando assim a conta do primeiro dia nas quatro carpas. Não foi um início nada mau! É sempre bom ver que as longas horas de telefonemas entre nós para decidir as táticas estavam a dar proveito.

No domingo acordamos cedo para apro-veitar a fantástica vista no Mirror Lake, ouvir os pássaros cantar e saborear uma bela caneca de café quente. O dia passou sem grande motivo de relato. Apenas uma captura com cerca de 14lbs para o Danny e uma comum com peso semelhante para mim.

A segunda-feira rapidamente compensou este último dia. O meu Pai e o Martijn conse-guiram uma carpa de 40lbs+ cada um e o Danny conseguiu, depois de uma dura luta, capturar uma espelhada com 60lbs. Este peixe estava enleado em dezenas de metros de nylon, numa montagem velha, que não era nossa, e em alguns ramos partidos. Consegui-mos trazer o peixe para o pesqueiro, libertámo-lo de toda aquela artilharia, e depois de algumas fotos connosco, com a Heather e o Jon, devolvemo-lo são e salvo. Isto sim é Carpfishing. Estamos convencidos que salvamos a vida daquele peixe. Se não o tivéssemos capturado e libertado de todo aquele emaranhado de linhas e ramos, ele não teria sobrevivido muito tempo. Isto mostra a importância de usar montagens

seguras.O final de segunda-feira e o início da

terça-feira foram tudo menos tranquilos. Conseguimos capturar um total de 6 peixes, com uma de 44lbs para mim. As táticas esta-vam a mostrar-se acertadas, e aos poucos íamos conseguindo alguns peixes. Terça-feira terminou com um total de 13 peixes captura-dos, elevando o total de capturas para 26.

A chuva abrandou um pouco na quarta-feira. Esta mudança foi bem recebida por nós uma vez que estávamos debaixo de chuva desde que tínhamos chegado até à manhã de quarta-feira. Mal sabíamos nós que o peixe iria também fazer uma pausa na sua vontade de comer! Tivemos que batalhar muito por cada picada, conseguindo apenas 8 peixes juntando os dias de quarta-feira e quinta-feira. Quando as capturas diminuem tão dras-ticamente, está na hora de entrar em ação! Foi o que fizemos. Na sexta-feira de manhã o Martijn e eu cozinhamos uma pequena recei-ta para tornar os boilies um pouco mais atrati-vos. Esta mudança compensou e de que maneira! Trouxemos o peixe de volta ao pesqueiro, a alimentar-se, proporcionando-nos um dia final louco. Capturamos 10 peixes na sexta-feira, tendo o meu pai esmagado o record do lago com um deles. Conseguiu duas espelhadas com 63,1lbs e 57,4lbs em menos de uma hora. Como podem imaginar estáva-mos delirantes de alegria. Não só a mudança de tática funcionou, como ainda conseguimos bater o record do lago.

A última noite ainda nos trouxe dois peixes com 40lbs+.

Tivemos a sessão de uma vida no Mirror Lake. Conseguimos um total de 46 carpas e um siluro. Quebramos o nosso próprio record, tendo o pai e o Danny esmagado o seu ante-rior PB. Um resultado excelente a todos os níveis.

Esta sessão mostrou a importância de ir preparado, mas também a necessidade de abertura para a mudança. Não devemos confiar cegamente que por termos sido bem-sucedidos com uma tática antes, ela voltará a resultar.

Esperamos que tenham gostado do relato de uma das nossas muitas sessões. Esperamos ter inspirado alguns e motivado outros. De qualquer das formas, aproveitem bem as vossas sessões de pesca, respeitem sempre as nossas amigas carpas, bem como o meio ambiente.

Vemo-nos num pesqueiro por aí,

Cees Jr, Cees Sr, Danny, Martijn e Wesley.

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Ponteiras de proteção KKARPPorque bagagem é um elemento essencial

na panóplia do pescador, a marca ItalianaKKarp desenvolveu um item indispensávelpara manter as nossas canas em boascondições durante as deslocações.Utilizando os melhores materiais disponíveis,estas proteções são fabricadas em néoprenecom velcros que permitem um ajuste perfeito.Vendidas em pares sob um design muito funcional, estes acessórios são moldados um para cada extremidade da cana, mantendo-a firme e segura.

Quer usemos sacos individuais ou um grande saco que transporte mais do que uma cana, estas proteções tem um papel fundamental na preservação das canas.

Escalfeta AptoniaNão é nada agradável ficarmos sentados por várias horas, ou até

mesmo enfiados no saco cama, com os pés gelados. Se no caso do sacocama podemos recorrer ao tradicional saco de água quente, no caso determos que andar a pé já é mais difícil de manter o conforto. É por issoque este produto comercializado pela Decathlon é de extrema importânciano nosso saco do material na altura do frio. A aplicação é muito simples,descola-se a proteção individual e cola-se diretamente à meia (por foradesta, nunca deve estar em contacto com a pele pois pode provocarqueimaduras), depois é só calçar as botas e movimentarem-se um pouco.

Alguns minutos depois os pés começarão a aquecer e assim semanterão durante horas. Caso tenham as escalfetas colocadas e vão enfiar-se no saco cama com um saco de água quente é obrigatório retirá-las, ou o risco de queimaduras é altíssimo. De qualquer forma, com este produto a ser utilizado não há qualquer necessidade do saco da água!

Luva NGTEsta luva em neopreno é muito confortável. No inverno

é uma mais-valia em termos de conforto e como é finapermite que se faça muita coisa no pesqueiro sem terque a retirar. No caso de alguma operação mais minuciosa,podemos retirar as pontas de alguns dedos, que se podemfixar para não estorvar, e assim realizar as tais tarefasmais delicadas apenas com a ponta dos dedos sem luva,enquanto a mão se mantém quente. Tem também ajusteno pulso, para impedir que o ar frio entre para o braço, sea apertarmos por cima do casaco.

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O que é?O zig fishing é uma variante da pesca à carpa que permi-

te pescar e explorar todas as camadas de água. Caracteriza-se por ser uma técnica que recorre a pequenos iscos flutuan-tes e com empates longos, que podem ir desde menos de um metro até aos nossos limites. Quando optar por esta técnica?

Muitas vezes passamos longas horas sem ter quaisquer toques, mudamos de isco, de apresentação e o resultado mantém-se. Provavelmente não estamos a errar no isco, nem na apresentação, simplesmente as Carpas estão localizadas em outras camadas de água, fora do fundo. Nessas alturas, o melhor é mesmo explorar outras profundidades, sabendo que o grande desafio desta apresentação é localizar a profundidade certa e acertar no isco, tamanho e cor. Sabendo de antemão os princípios base desta técnica podemos encurtar o tempo de localização da profundidade correta. Leiam com atenção este artigo, os princípios básicos estão explicados, e depois os ajustes consoante as massas de água, temperatura, luminosidade serão mais fácies de compensar. A Técnica

A técnica de pesca com Zig Rig é diferente da que utilizamos com isco de fundo. Os empates são mais longos, os anzóis mais pequenos, entre o nº8 e nº12, específicos para esta técnica (pé curto e abertos), empate com fio fino de características específicas, não deve ter memória, deve ser macio e de preferência flutuante. Os iscos devem ter um bom índice de flutuabilidade. Há iscos no mercado que embora sejam flutuantes, não são o mais indicado para esta técnica. A própria composição do isco faz a diferença. O tipo de montagem que vamos utilizar, depende do contexto da nossa sessão, pois no caso da competição, adiante explicado como “TIPO I”, a forma de utilizar o Zig Rig torna-se um pouco mais complicada (não é possível pelo regulamento usar qualquer tipo de ajuda para elevar os iscos do fundo a não ser por eles próprios). Fora de competição, então será bastante simples usar esta técnica, adiante designada por “TIPO II”

TIPO I: Montagem muito simples, igual à que utilizamos na pesca ao fundo, a grande diferença é o comprimento do empate, que terá de ser igual à profundidade que queremos pescar. Se tivermos que pescar a 6 metros, por exemplo, o empate terá esse comprimento. O grau de dificuldade é enorme, tanto no lançamento, como na recolha da carpa até á entrada no camaroeiro. Mas é a única forma legar de apresentar o isco nas diversas camadas de água, abrindo o leque de opções de pesca, quando as apresentações de fundo falham.

TIPO II: Montagem com o mesmo princípio da boia de sonda. A chumbada corre pela linha principal e a boia ou flutuador fica fixo numa extremidade e na outra o empate. Após o lançamento recolhemos linha para ajustar toda a montagem, após isso libertamos a quantidade de linha do carreto que desejamos, ou seja, no caso de termos 1 metro de empate, e queremos pescar a 2 metros do fundo, liberta-mos 1 metro de linha. Vamos ter a boia ou flutuador a 1 metro do fundo ao qual se segue o empate com o nosso isco. Com este tipo de montagem, podemos explorar todas as profundidades do local onde estamos e será mais fácil acertar na profundidade a que as Carpas se encontram. Além disso, é muito fácil e simples de usar. Localizar as carpas

Observação, atenção e perspicácia, são as chaves para ter sucesso com o Zig Rig. Desde o amanhecer até ao anoite-cer, desde o verão até ao inverno, as Carpas vão percorrendo várias camadas de água, nem sempre as podemos encontrar no fundo.

Nos dias longos de verão, com altas temperaturas, forte luminosidade, falta de oxigénio na água, é talvez o melhor período para tentar uma montagem com Zig Rig. Pela obser-vação que nos é possível fazer nas primeiras horas do dia, as Carpas encontram-se muito perto da superfície, é neste período que vemos aqui muita atividade. Com o avançar do dia, e consoante o aumento de luminosidade, as Carpas descem para outras camadas de água, variando de local para local. Ou seja, começamos com um Zig Rig perto da superfície às primeiras horas do dia, descendo progressivamente à medida que a atividade ou capturas diminuírem.Escolher o isco correto

Tal como nos iscos de fundo, não há formulas nem iscos mágicos. O que num fim-de-semana funciona, no fim-de-semana seguinte pode nem dar uma captura. Conhecendo ou não o local, após a sondagem ficamos com a noção que tipo de fundo temos, areia, pedra, lodo, com vegetação, etc. sabendo isso, optamos por escolher determinada cor de isco e depois o aroma/sabor. Para um isco de Zig Rig, o princípio é o mesmo, tendo em atenção que não conta só o tipo de fundo, como o que está acima de nós, o céu. Se vamos pescar em águas intermédias, o nosso isco tem de contrastar com o tipo de fundo e também quando posicionado acima das Carpas tem de contrastar com o céu. As Carpas não distin-guem cores, mas sim contrastes. Num dia de forte luminosi-dade uma cor escura funciona melhor, tal como uma cor branca funcionará bem num fundo escuro. Em minha opinião, preto e amarelo, tanto em separado como em conjunto são as melhores opções. Spod Mix

Numa pesca em águas intermédias é necessário manter uma engodagem que estimule as Carpas a atacar o nosso isco. No mercado há soluções preparadas para este tipo de pesca. Ou caso preferimos podemos fazer um mix caseiro, misturando vários componentes. Quando a mim, uma das bases nos meus mix´s é o uso e abuso de cânhamo e noz tigrada, ambos devidamente cozidos. Quanto ao cânhamo, parte dele, depois de cozido é colocado no liquidificador da picadora, juntamente com leite condensado, isto vai ajudar o formar o efeito “nuvem”. A noz tigrada, triturada na picadora na proporção de cerca de 50% do mix. Além destas duas bases, utilizo ainda cânhamo em grão, milho cozido enlatado, milho-alvo, papa insetívora, pão ralado ou engodo comercial, alguns boilies triturados e pellets de 2mm. A engodagem deve ser ritmada e tipo rapel. Eu recorro aos famosos “Spomb”, fixando a linha no clip do carreto para engodar sempre á mesma distância.

António Lopes Nunes

Ponteiras de proteção KKARPPorque bagagem é um elemento essencial

na panóplia do pescador, a marca ItalianaKKarp desenvolveu um item indispensávelpara manter as nossas canas em boascondições durante as deslocações.Utilizando os melhores materiais disponíveis,estas proteções são fabricadas em néoprenecom velcros que permitem um ajuste perfeito.Vendidas em pares sob um design muito funcional, estes acessórios são moldados um para cada extremidade da cana, mantendo-a firme e segura.

Quer usemos sacos individuais ou um grande saco que transporte mais do que uma cana, estas proteções tem um papel fundamental na preservação das canas.

Escalfeta AptoniaNão é nada agradável ficarmos sentados por várias horas, ou até

mesmo enfiados no saco cama, com os pés gelados. Se no caso do sacocama podemos recorrer ao tradicional saco de água quente, no caso determos que andar a pé já é mais difícil de manter o conforto. É por issoque este produto comercializado pela Decathlon é de extrema importânciano nosso saco do material na altura do frio. A aplicação é muito simples,descola-se a proteção individual e cola-se diretamente à meia (por foradesta, nunca deve estar em contacto com a pele pois pode provocarqueimaduras), depois é só calçar as botas e movimentarem-se um pouco.

Alguns minutos depois os pés começarão a aquecer e assim semanterão durante horas. Caso tenham as escalfetas colocadas e vão enfiar-se no saco cama com um saco de água quente é obrigatório retirá-las, ou o risco de queimaduras é altíssimo. De qualquer forma, com este produto a ser utilizado não há qualquer necessidade do saco da água!

Luva NGTEsta luva em neopreno é muito confortável. No inverno

é uma mais-valia em termos de conforto e como é finapermite que se faça muita coisa no pesqueiro sem terque a retirar. No caso de alguma operação mais minuciosa,podemos retirar as pontas de alguns dedos, que se podemfixar para não estorvar, e assim realizar as tais tarefasmais delicadas apenas com a ponta dos dedos sem luva,enquanto a mão se mantém quente. Tem também ajusteno pulso, para impedir que o ar frio entre para o braço, sea apertarmos por cima do casaco.

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Page 112: Digital Carp Magazine #05

A competição, nos moldes que decorre em território nacional, não é propriamente a minha paixão. Admiro os atletas, toda a logística envolvente e todo o frenesim que roda à volta do campeonato Nacional de pesca à Carpa, mas honestamente não me vejo a competir. Quando vi o cartaz do V Master Starbaits veio-me à cabeça uma conversa que tive com o Luís Pinheiro e o Bruno Valente pela altura do primeiro convívio da DCM, onde eles me falaram desta prova. Na altura não retive tudo, mas o que ficou foi o suficiente para despertar a minha curiosidade.

Depois de alguma dificuldade em arranjar parceiro para a prova, a conselho do Bruno, pedi umas dicas ao Luís Pinhei-ro, que me confessou que gostava de ir, mas o Bruno, parceiro habitual, não teria possibilidade de se livrar do trabalho, pelo que estava na mesma situação que eu. Demorou apenas alguns segundos a combinarmos em ir os dois. Para mim seria ótimo, uma coisa é ir com alguém que já esteve lá e conhece os procedimentos corretos para fazer uma boa abordagem à barragem, outra coisa e cair lá de para-quedas, sem conhecer ninguém, sem conhecer a água em questão e num país que não é o nosso.

Havia alguns assuntos a resolver antes de ir, mas sem dúvida que tirar a licença era o mais importante. O Jorge Valente, português que reside em Espanha tratou disso, mas ficou algures perdida nos correios, o que não é de admirar, e na hora de arrancar ainda não tinha chegado. Bem, o jeito era tirá-la lá de novo.

Poucos dias antes da partida tivemos a confirmação que o Nuno Tavares ia connosco. Não poderia pescar, mas iria fazer-nos companhia, o que especialmente para mim era excelente, pois já não teria que fazer a viagem sozinho. Alem de ser um amigo do peito, o Nuno é um excelente conversa-dor, pelo que a viagem iria decorrer sem se notar. À hora marcada cheguei a Castelo Branco, depois de carregarmos as coisas do dele seguimos viagem para Elvas, onde tínhamos marcado encontro com o Luís. A viagem correu bem e às 8h (hora espanhola) estávamos em Valdecaballeros, local de ponto de encontro, mesmo à beira da Barragem. A primeira impressão da barragem foi fantástica! Morros enormes e braços de água em todas as direções davam-nos a sensação de autênticas telas pintadas por algum artista de excelente gosto.

À primeira vista dava a sensação que a massa de água era pequena, mas rapidamente percebemos que a barragem tinha braços bem compridos e largos, o que permitiria enor-mes extensões de água para cada equipa explorar. Logo após a chegada encontramos mais um português, que vive atual-mente em Espanha e é conhecido por toda a península, o Diogo Aguas. Ainda trocamos dois dedos de conversa com

ele, após o sorteio passamos pelo banco em Valdecaballeros para tirar a licença de pesca e dirigimo-nos aos nossos pesqueiros. Apesar de ao Diogo ter saído o número nove e a nós o pesqueiro número dez, estávamos a várias centenas de metros de distância por água, por terra eram vários quilóme-tros. Chegados ao local logo percebemos que iriamos ter uma grande extensão de água para explorar. Ficamos num enorme braço de água com apenas outra equipa, e ligeira-mente mais a frente no terreno que eles, só podia ser bom para nós!

Depois de sondarmos a zona verificamos que o leito da barragem seguia a linha que trazia do monte, sempre a descer com uma inclinação certa, que ia do zero aos nossos pés ate ao máximo de vinte e três metros de profundidade bastante depois dos cem metros. Começamos a engodagem, ligeira de início, em dois locais diferentes, o primeiro a pouco mais de cinco metros de profundidade e o segundo entre os doze e os treze metros. Na engodagem iam sementes, boilies partidos e pellets. Nos iscos, quase todos diferentes, coloca-mos boilies, tigers e milho de vários aromas. Seria mesmo um simples bago de milho que daria a primeira captura, durante a tarde. Foi um arranque de sessão muito bom, que nos deu uma excelente moral para o que aí viria. Quando chegou a hora da primeira pesagem já tínhamos algumas capturas. Durante a noite tudo decorreu muito calmo, a contrastar com a manhã, que nos rendeu mais algumas capturas, todas elas realizadas no pesqueiro de maior profundidade. Durante a manhã e depois de tomar um pequeno-almoço à base de ovos mexidos e salsichas, colocamos as seis canas na profun-didade entre doze a quinze metros. Pode parecer muito mas a verdade é que era lá que elas estavam a sair. Para mim foi uma novidade fazer capturas àquela profundidade, confesso!

Veio o almoço e como manda a tradição, mais uma captu-ra. Depois de uma massa com feijão que apenas acabaria de ser comida à noite, tentamos repousar um pouco, mas as carpas não iriam deixar que o fizéssemos por muito tempo. Infelizmente começou também o desequilíbrio nas capturas, fazendo com que chegássemos a noite com quatro Carpas perdidas. Logo depois de pesarmos as três que tínhamos conseguido trazer ao tapete, fizemos outra captura. Voltamos a ficar confiantes para a noite, que voltou a ser muito calma, só trazendo a primeira captura do dia 22 às 6:30h da manhã. Foi um belo início de dia, pois em apenas uma hora coloca-mos três no tapete. Quando chegou a hora da pesagem tínha-mos cinco capturas, o que nos voltou a animar. Sabíamos que havia gente com mais peixe capturado que nós, mas não estávamos mal colocados na tabela. Infelizmente o azar voltou a bater à porta e durante o dia perdemos mais quatro peixes…. Depois de um almoço à meia tarde, uma picante feijoada, ainda colocamos três peixes no tapete… faltava esperar pela última parte e dar o melhor de nós.

Por esta altura tínhamos tudo bem definido em termos de iscos e localização. Profundidades entre os doze e os dezoito metros. Como iscos, boilies de ananas de 14mm e tiger com um bago de milho flutuante. Os nossos parceiros do lado, a dupla espanhola, Daniel e Castro, estrearam-se nas capturas, com o primeiro a apanhar duas pequenas que juntas não chegavam a cinco quilos.

Como não era permitido o uso do barco à noite, o Luís montou a cana de Spomb, para tentar que a noite fosse mais animada que as anteriores. Embora não conseguíssemos lançar para o local mais longe onde tínhamos colocado as

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A competição, nos moldes que decorre em território nacional, não é propriamente a minha paixão. Admiro os atletas, toda a logística envolvente e todo o frenesim que roda à volta do campeonato Nacional de pesca à Carpa, mas honestamente não me vejo a competir. Quando vi o cartaz do V Master Starbaits veio-me à cabeça uma conversa que tive com o Luís Pinheiro e o Bruno Valente pela altura do primeiro convívio da DCM, onde eles me falaram desta prova. Na altura não retive tudo, mas o que ficou foi o suficiente para despertar a minha curiosidade.

Depois de alguma dificuldade em arranjar parceiro para a prova, a conselho do Bruno, pedi umas dicas ao Luís Pinhei-ro, que me confessou que gostava de ir, mas o Bruno, parceiro habitual, não teria possibilidade de se livrar do trabalho, pelo que estava na mesma situação que eu. Demorou apenas alguns segundos a combinarmos em ir os dois. Para mim seria ótimo, uma coisa é ir com alguém que já esteve lá e conhece os procedimentos corretos para fazer uma boa abordagem à barragem, outra coisa e cair lá de para-quedas, sem conhecer ninguém, sem conhecer a água em questão e num país que não é o nosso.

Havia alguns assuntos a resolver antes de ir, mas sem dúvida que tirar a licença era o mais importante. O Jorge Valente, português que reside em Espanha tratou disso, mas ficou algures perdida nos correios, o que não é de admirar, e na hora de arrancar ainda não tinha chegado. Bem, o jeito era tirá-la lá de novo.

Poucos dias antes da partida tivemos a confirmação que o Nuno Tavares ia connosco. Não poderia pescar, mas iria fazer-nos companhia, o que especialmente para mim era excelente, pois já não teria que fazer a viagem sozinho. Alem de ser um amigo do peito, o Nuno é um excelente conversa-dor, pelo que a viagem iria decorrer sem se notar. À hora marcada cheguei a Castelo Branco, depois de carregarmos as coisas do dele seguimos viagem para Elvas, onde tínhamos marcado encontro com o Luís. A viagem correu bem e às 8h (hora espanhola) estávamos em Valdecaballeros, local de ponto de encontro, mesmo à beira da Barragem. A primeira impressão da barragem foi fantástica! Morros enormes e braços de água em todas as direções davam-nos a sensação de autênticas telas pintadas por algum artista de excelente gosto.

À primeira vista dava a sensação que a massa de água era pequena, mas rapidamente percebemos que a barragem tinha braços bem compridos e largos, o que permitiria enor-mes extensões de água para cada equipa explorar. Logo após a chegada encontramos mais um português, que vive atual-mente em Espanha e é conhecido por toda a península, o Diogo Aguas. Ainda trocamos dois dedos de conversa com

ele, após o sorteio passamos pelo banco em Valdecaballeros para tirar a licença de pesca e dirigimo-nos aos nossos pesqueiros. Apesar de ao Diogo ter saído o número nove e a nós o pesqueiro número dez, estávamos a várias centenas de metros de distância por água, por terra eram vários quilóme-tros. Chegados ao local logo percebemos que iriamos ter uma grande extensão de água para explorar. Ficamos num enorme braço de água com apenas outra equipa, e ligeira-mente mais a frente no terreno que eles, só podia ser bom para nós!

Depois de sondarmos a zona verificamos que o leito da barragem seguia a linha que trazia do monte, sempre a descer com uma inclinação certa, que ia do zero aos nossos pés ate ao máximo de vinte e três metros de profundidade bastante depois dos cem metros. Começamos a engodagem, ligeira de início, em dois locais diferentes, o primeiro a pouco mais de cinco metros de profundidade e o segundo entre os doze e os treze metros. Na engodagem iam sementes, boilies partidos e pellets. Nos iscos, quase todos diferentes, coloca-mos boilies, tigers e milho de vários aromas. Seria mesmo um simples bago de milho que daria a primeira captura, durante a tarde. Foi um arranque de sessão muito bom, que nos deu uma excelente moral para o que aí viria. Quando chegou a hora da primeira pesagem já tínhamos algumas capturas. Durante a noite tudo decorreu muito calmo, a contrastar com a manhã, que nos rendeu mais algumas capturas, todas elas realizadas no pesqueiro de maior profundidade. Durante a manhã e depois de tomar um pequeno-almoço à base de ovos mexidos e salsichas, colocamos as seis canas na profun-didade entre doze a quinze metros. Pode parecer muito mas a verdade é que era lá que elas estavam a sair. Para mim foi uma novidade fazer capturas àquela profundidade, confesso!

Veio o almoço e como manda a tradição, mais uma captu-ra. Depois de uma massa com feijão que apenas acabaria de ser comida à noite, tentamos repousar um pouco, mas as carpas não iriam deixar que o fizéssemos por muito tempo. Infelizmente começou também o desequilíbrio nas capturas, fazendo com que chegássemos a noite com quatro Carpas perdidas. Logo depois de pesarmos as três que tínhamos conseguido trazer ao tapete, fizemos outra captura. Voltamos a ficar confiantes para a noite, que voltou a ser muito calma, só trazendo a primeira captura do dia 22 às 6:30h da manhã. Foi um belo início de dia, pois em apenas uma hora coloca-mos três no tapete. Quando chegou a hora da pesagem tínha-mos cinco capturas, o que nos voltou a animar. Sabíamos que havia gente com mais peixe capturado que nós, mas não estávamos mal colocados na tabela. Infelizmente o azar voltou a bater à porta e durante o dia perdemos mais quatro peixes…. Depois de um almoço à meia tarde, uma picante feijoada, ainda colocamos três peixes no tapete… faltava esperar pela última parte e dar o melhor de nós.

Por esta altura tínhamos tudo bem definido em termos de iscos e localização. Profundidades entre os doze e os dezoito metros. Como iscos, boilies de ananas de 14mm e tiger com um bago de milho flutuante. Os nossos parceiros do lado, a dupla espanhola, Daniel e Castro, estrearam-se nas capturas, com o primeiro a apanhar duas pequenas que juntas não chegavam a cinco quilos.

Como não era permitido o uso do barco à noite, o Luís montou a cana de Spomb, para tentar que a noite fosse mais animada que as anteriores. Embora não conseguíssemos lançar para o local mais longe onde tínhamos colocado as

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montagens durante o dia, tínhamos feito a engodagem a contar com isso, fazendo um caminho de sementes e pellets até ao local onde conseguíamos lançar.

Como manda a regra nestes casos, a última noite é para aproveitar ao máximo. O Luís pensava da mesma forma e querendo dar o máximo, decidiu ficar acordado toda a noite. Como não havia necessidade de ficarmos todos acordados e uma vez que o Nuno iria ficar também de pé, acabei por me deitar. Tínhamos reposicionado todas as montagens, nos sítios que já nos tinham dado capturas, era uma questão de esperar.

Mas a espera durou toda a noite. Por volta das 5h da manha o Luís rendeu-se ao cansaço e também e se recolheu. Pouco depois das 7:30h levantei-me e fiquei a olhar para a água calma de Garcia Sola... onde e que tínhamos errado? Ainda tínhamos quatro horas de pesca, não iria baixar os braços até ao meio-dia! Peguei em dois punhados de boilies e espalhei-os por toda a zona. No meio desta operação apareceu o Nuno, também ele incrédulo como ficamos mais de doze horas sem um único toque, o que não tinha ainda acontecido, nem nada que se parecesse.

Mas o esforço matinal acabaria por mudar o rumo dos acontecimentos. Pouco depois um arranque que culminaria com a carpa no tapete, dava-nos esperanças de voltar a entrar na corrida para uma boa qualificação. Na pesagem que se seguiu os três primeiros lugares ficaram definidos. Nós estávamos algures entre quinto e oitavo. Mal acabou a pesa-gem reposicionamos todas as canas, com uma pequena engodagem localizada. O resultado deste esforço final foram mais quatro carpas no tapete, o que nos colocaria no quarto lugar da classificação.

Depois de todo o material arrumado fomos até ao ponto de encontro, no mesmo sítio da concentração inicial. Troca-mos uns dedos de conversa com uns e outros. Falamos também com o Diogo águas, que nos confessou ter tido uma sessão muito difícil, levando apenas três peixes ao tapete.

Como escrevemos atrás, quem também colocou dois peixes no tapete foi a equipa que estava ao nosso lado esquerdo, a cerca de cinquenta metros mas a pescar em uma direção diferente da nossa. Seriam apenas aquelas duas capturas que o Daniel tinha levado ao tapete os únicos exemplares que pesaram. A barragem é traiçoeira, pois é muito funda e parece que o peixe se alimenta junto ao leito principal do canal, que passaria a pouco mais de cem metros de nos, mas talvez a mais de duzentos deles, derivado a posi-ção que ocupavam. Contudo ainda passamos alguns momen-tos divertidos com eles. O Daniel pareceu-nos uma excelente pessoa! Iremos combinar uma sessão com ele no próximo ano!

Resta-me agradecer aos meus companheiros de viagem, Luís e Nuno, não só pela paciência que sempre e preciso para me aturar, mas também pelos divertidos momentos que passamos. O Nuno não pode pescar mas ainda havemos de voltar e ele então irá tirar a forra! Um abraço para eles!

O que me atraiu inicialmente foi a perspetiva de uma nova experiência, e posso dizer que a expectativa não saiu defraudada. Realmente aprendi muita coisa, e claro, a diver-são foi imensa! Para coroar tudo isto, viemos ainda de lá com um premio, que acima de tudo nos encheu de orgulho!

Até um dia destes, quem sabe à beira da água!

Orlando Loureiro

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montagens durante o dia, tínhamos feito a engodagem a contar com isso, fazendo um caminho de sementes e pellets até ao local onde conseguíamos lançar.

Como manda a regra nestes casos, a última noite é para aproveitar ao máximo. O Luís pensava da mesma forma e querendo dar o máximo, decidiu ficar acordado toda a noite. Como não havia necessidade de ficarmos todos acordados e uma vez que o Nuno iria ficar também de pé, acabei por me deitar. Tínhamos reposicionado todas as montagens, nos sítios que já nos tinham dado capturas, era uma questão de esperar.

Mas a espera durou toda a noite. Por volta das 5h da manha o Luís rendeu-se ao cansaço e também e se recolheu. Pouco depois das 7:30h levantei-me e fiquei a olhar para a água calma de Garcia Sola... onde e que tínhamos errado? Ainda tínhamos quatro horas de pesca, não iria baixar os braços até ao meio-dia! Peguei em dois punhados de boilies e espalhei-os por toda a zona. No meio desta operação apareceu o Nuno, também ele incrédulo como ficamos mais de doze horas sem um único toque, o que não tinha ainda acontecido, nem nada que se parecesse.

Mas o esforço matinal acabaria por mudar o rumo dos acontecimentos. Pouco depois um arranque que culminaria com a carpa no tapete, dava-nos esperanças de voltar a entrar na corrida para uma boa qualificação. Na pesagem que se seguiu os três primeiros lugares ficaram definidos. Nós estávamos algures entre quinto e oitavo. Mal acabou a pesa-gem reposicionamos todas as canas, com uma pequena engodagem localizada. O resultado deste esforço final foram mais quatro carpas no tapete, o que nos colocaria no quarto lugar da classificação.

Depois de todo o material arrumado fomos até ao ponto de encontro, no mesmo sítio da concentração inicial. Troca-mos uns dedos de conversa com uns e outros. Falamos também com o Diogo águas, que nos confessou ter tido uma sessão muito difícil, levando apenas três peixes ao tapete.

Como escrevemos atrás, quem também colocou dois peixes no tapete foi a equipa que estava ao nosso lado esquerdo, a cerca de cinquenta metros mas a pescar em uma direção diferente da nossa. Seriam apenas aquelas duas capturas que o Daniel tinha levado ao tapete os únicos exemplares que pesaram. A barragem é traiçoeira, pois é muito funda e parece que o peixe se alimenta junto ao leito principal do canal, que passaria a pouco mais de cem metros de nos, mas talvez a mais de duzentos deles, derivado a posi-ção que ocupavam. Contudo ainda passamos alguns momen-tos divertidos com eles. O Daniel pareceu-nos uma excelente pessoa! Iremos combinar uma sessão com ele no próximo ano!

Resta-me agradecer aos meus companheiros de viagem, Luís e Nuno, não só pela paciência que sempre e preciso para me aturar, mas também pelos divertidos momentos que passamos. O Nuno não pode pescar mas ainda havemos de voltar e ele então irá tirar a forra! Um abraço para eles!

O que me atraiu inicialmente foi a perspetiva de uma nova experiência, e posso dizer que a expectativa não saiu defraudada. Realmente aprendi muita coisa, e claro, a diver-são foi imensa! Para coroar tudo isto, viemos ainda de lá com um premio, que acima de tudo nos encheu de orgulho!

Até um dia destes, quem sabe à beira da água!

Orlando Loureiro

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CLASIFICACION NOMBRE PAREJA CAPTURAS TOTAL PESO

CLASIFICACIONV MASTER STARBAITS ESPAÑADEL 20 AL 21 DE NOVIEMBRE DE 2014

23ºALBERTO MECOISMAEL RAMOS

2 CAPTURAS 1,960-3,320 5,280

24ºJUAN CASTROJUAN CARLOS

2 CAPTURAS 2,280-2,170 4,450

25ºLAUREANO DEL VIEJO CAMPOSANTONIO SANCHEZ CASABLANCA

2 CAPTURAS 2,220-1,890 4,110

26ºFLORENCIO FERNANDEZ RAMON GABINO

1 CAPTURA 3,900 3,900

27ºMANUEL VIDALMOISES VIDAL

0 CAPTURAS

2 / 3

CLASIFICACION NOMBRE PAREJA CAPTURAS TOTAL PESO

CLASIFICACIONV MASTER STARBAITS ESPAÑADEL 20 AL 21 DE NOVIEMBRE DE 2014

12ºMIHAI CRISTINELCOSMIN OVIVU

10 CAPTURAS 2,070-3,960-2,920-4,910-2,950-2,460-4,890-3,070-5,340-3,270 35,840

13ºJESUS ESPINAR MARINHUGO ESPINAR MARIN

10 CAPTURAS 4,570-2,770-1,540-3,230-3,460-3,600-3,760-2,410-2,520-3,500 31,360

14ºMARIO MARTINEZHIXEN BARBERO

11 CAPTURAS 2,140-2,670-3,630-3,000-3,020-2,640-1,890-1,870-3,950-3,010-3,440 31,260

15ºJOSE HERREROVICENTE CANO

9 CAPTURAS 3,380-3,690-2,970-3,660-4,390-3,130-3,230-2,140-4,450 31,040

16ºSILVIO GUINEAAURELIANO TUDOR

8 CAPTURAS 5,290-3,510-1,610-3,180-3,050-2,990-5,130-4,200 28,960

17ºMARCOS RAMOS GOMEZOSCAR LORENZO

6 CAPTURAS 2,760-4,390-2,220-4,140-3,090-5,190 21,790

18ºJAVIER CARRASCOTOMAS

6 CAPTURAS 2,660-4,320-3,580-4,580-2,950-3,250 21,340

19ºJOSE BRAVOJESUS FERNANDEZ

7 CAPTURAS 1,920-3,110-1,670-2,370-3,530-4,900 21,300

20ºRAQUEL TORRECILLA GARRIDOJOSE MANUEL DONAIRE ROZAS

3 CAPTURAS 4,110-2,530-3,870 10,510

21ºDIEGO AGUASJOSE LUIS MARIN

3 CAPTURAS 4,040-2,800-3,190 10,030

22ºJULIO NUÑEZLUIS GARCIA PAREDES

2 CAPTURAS 3,700- 4,210 7,910

1 / 3

CLASIFICACION NOMBRE PAREJA CAPTURAS TOTAL PESO

1ºANGEL V. RODRIGUEZROBERTO RODRIGUEZ

62 CAPTURAS 3,660-4,850-3,940-4,050-4,110-2,990-4,350-2,770-3,040-7,890-3,090-3,340-4,110-2,050-2,800-4,070-2,010-3,780-4,100-3,580-3,830-3,480-5,660-4,170-4,010-3,210-6,500-3,060-2,990-2,510-3,420-3,320-2,790-2,840-4,180-2,360-2,470-3,130-4,350-3,820-4,070-3,930-3,670-2,940-4,300-3,070-4,480-4,010-3,690-3,030-3,590-1,890-2,040-3,260-4,490-3,410-3,230-3,390-4,280-4,040-3,880-3,830

225,200

2ºANTONIO GORDILLOYERKO BORJAS

52 CAPTURAS 3,060-4,440-3,840-3,410-4,250-4,130-3,360-3,760-4,180-3,900-3,090-4,110-1,650-3,030-3,750-5,030-

3,040-3,540-3,660-3,660-2,510-5,480-4,270-3,130-2,430-3,850-3,310-2,330-4,550-3,220-5,730-4,680-4,270-3,780-3,610-4,380-4,060-5,500-3,000-3,420-3,780-3,580-1,530-3,070-3,010-3,470-3,470-3,030-2,430-4,930-2,490-3,720

188,910

3ºJUAN CARLOS VAZQUEZIVAN VAZQUEZ

52 CAPTURAS 2,070-2,730-2,130-3,650-2,820-2,410-3,890-3,750-1,950-2,780-1,870-3,190-3,040-2,770-2,880-2,240-

3,360-2,430-2,540-2,600-4,750-2,500-1,800-3,630-1,880-1,700-1,600-2,850-2,430-2,490-2,480-2,350-2,630-2,740-3,680-2,870-3,600-3,630-2,480-2,530-1,706-2,780-2,770-2,030-2,460-1,920-1,680-3,650-2,670-3,550-2,980

140,596

4ºORLANDO LOREIROLUIS PINHEIRO

23 CAPTURAS 3,200-3,970-6,340-4,140-3,310-3,140-2,440-3,580-3,210-2,940-3,050-3,930-3,190-2,950-4,170-2,910-4,320-4,760-4,060-4,800-2,100-2,310-3,310 82,130

5ºFRANCISCO NAVARRO ALVAREZPEDRO TORRES DURAN

17 CAPTURAS 3,980-4,760-3,870-5,990-6,000-4,020-5,980-5,740-4,210-4,210-3,300-3,920-4,070-3,770-3,710-4,010-4,060 75,600

6ºRUBEN GORDILLO RIARAUL SUAREZ NAVARRO

20 CAPTURAS 3,520-2,310-3,750-3,690-4,120-4,260-5,640-6,400-2,400-4,270-3,760-4,110-3,770-4,070-2,100-3,650-2,000-2,430-4,640 75,210

7ºRAFAEL MARTIN DIAZFRANCISCO JOSE ILLESCAS

22 CAPTURAS 4,500-2,980-2,770-3,420-4,550-2,650-2,310-3,100-2,890-3,150-3,220-2,540-2,830-2,900-3,880-5,070-

3,180-3,110-1,850-2,380-8,940-2,350 74,570

8ºANDRES BONILLA LEOJAVIER JIMENEZ MUÑOZ

18 CAPTURAS 3,000-3,000-4,430-3,290-5,470-3,700-3,520-6,950-4,200-2,440-2,040-2,970-3,260-3,620-3,770-3,840-4,860-3,430-5,690 73,480

9ºAGUSTIN GONZALEZFCO. JOSE SERRAN MUÑANA

17 CAPTURAS 2,490-5,970-4,980-3,030-2,620-2,970-3,840-4,960-4,010-3,000-2,400-2,190-1,900-3,530-7,870-2,370-2,740 60,870

10ºJUAN JOSE RUIZ LUQUEJOSE MANUEL ESCOBAR

19 CAPTURAS 2,590-4,430-3,850-5,820-3,220-2,510-2,600-4,290-1,650-3,690-1,980-2,860-1,830-5,200-3,460-2,310-1,740-2,010-4,780 60,820

11ºJOSE MANUEL MESACARLOS DEL ARCO

19 CAPTURAS 1,590-4,240-3,750-2,840-2,720-2,140-3,170-1,870-3,430-3,480-4,270-2,790-2,690-2,090-2,630-2,250-2,980-2,100-2,100 53,130

CLASIFICACIONV MASTER STARBAITS ESPAÑADEL 20 AL 21 DE NOVIEMBRE DE 2014

1.º Classificado

2.º Classificado

3.º Classificado

4.º Classificado

5.º Classificado 9.º Classificado

10.º Classificado

11.º Classificado

12.º Classificado

13.º Classificado

6.º Classificado Maior Captura

7.º Classificado

8.º Classificado

116

Page 117: Digital Carp Magazine #05

3 / 3

CLASIFICACION NOMBRE PAREJA CAPTURAS TOTAL PESO

CLASIFICACIONV MASTER STARBAITS ESPAÑADEL 20 AL 21 DE NOVIEMBRE DE 2014

23ºALBERTO MECOISMAEL RAMOS

2 CAPTURAS 1,960-3,320 5,280

24ºJUAN CASTROJUAN CARLOS

2 CAPTURAS 2,280-2,170 4,450

25ºLAUREANO DEL VIEJO CAMPOSANTONIO SANCHEZ CASABLANCA

2 CAPTURAS 2,220-1,890 4,110

26ºFLORENCIO FERNANDEZ RAMON GABINO

1 CAPTURA 3,900 3,900

27ºMANUEL VIDALMOISES VIDAL

0 CAPTURAS

2 / 3

CLASIFICACION NOMBRE PAREJA CAPTURAS TOTAL PESO

CLASIFICACIONV MASTER STARBAITS ESPAÑADEL 20 AL 21 DE NOVIEMBRE DE 2014

12ºMIHAI CRISTINELCOSMIN OVIVU

10 CAPTURAS 2,070-3,960-2,920-4,910-2,950-2,460-4,890-3,070-5,340-3,270 35,840

13ºJESUS ESPINAR MARINHUGO ESPINAR MARIN

10 CAPTURAS 4,570-2,770-1,540-3,230-3,460-3,600-3,760-2,410-2,520-3,500 31,360

14ºMARIO MARTINEZHIXEN BARBERO

11 CAPTURAS 2,140-2,670-3,630-3,000-3,020-2,640-1,890-1,870-3,950-3,010-3,440 31,260

15ºJOSE HERREROVICENTE CANO

9 CAPTURAS 3,380-3,690-2,970-3,660-4,390-3,130-3,230-2,140-4,450 31,040

16ºSILVIO GUINEAAURELIANO TUDOR

8 CAPTURAS 5,290-3,510-1,610-3,180-3,050-2,990-5,130-4,200 28,960

17ºMARCOS RAMOS GOMEZOSCAR LORENZO

6 CAPTURAS 2,760-4,390-2,220-4,140-3,090-5,190 21,790

18ºJAVIER CARRASCOTOMAS

6 CAPTURAS 2,660-4,320-3,580-4,580-2,950-3,250 21,340

19ºJOSE BRAVOJESUS FERNANDEZ

7 CAPTURAS 1,920-3,110-1,670-2,370-3,530-4,900 21,300

20ºRAQUEL TORRECILLA GARRIDOJOSE MANUEL DONAIRE ROZAS

3 CAPTURAS 4,110-2,530-3,870 10,510

21ºDIEGO AGUASJOSE LUIS MARIN

3 CAPTURAS 4,040-2,800-3,190 10,030

22ºJULIO NUÑEZLUIS GARCIA PAREDES

2 CAPTURAS 3,700- 4,210 7,910

1 / 3

CLASIFICACION NOMBRE PAREJA CAPTURAS TOTAL PESO

1ºANGEL V. RODRIGUEZROBERTO RODRIGUEZ

62 CAPTURAS 3,660-4,850-3,940-4,050-4,110-2,990-4,350-2,770-3,040-7,890-3,090-3,340-4,110-2,050-2,800-4,070-2,010-3,780-4,100-3,580-3,830-3,480-5,660-4,170-4,010-3,210-6,500-3,060-2,990-2,510-3,420-3,320-2,790-2,840-4,180-2,360-2,470-3,130-4,350-3,820-4,070-3,930-3,670-2,940-4,300-3,070-4,480-4,010-3,690-3,030-3,590-1,890-2,040-3,260-4,490-3,410-3,230-3,390-4,280-4,040-3,880-3,830

225,200

2ºANTONIO GORDILLOYERKO BORJAS

52 CAPTURAS 3,060-4,440-3,840-3,410-4,250-4,130-3,360-3,760-4,180-3,900-3,090-4,110-1,650-3,030-3,750-5,030-

3,040-3,540-3,660-3,660-2,510-5,480-4,270-3,130-2,430-3,850-3,310-2,330-4,550-3,220-5,730-4,680-4,270-3,780-3,610-4,380-4,060-5,500-3,000-3,420-3,780-3,580-1,530-3,070-3,010-3,470-3,470-3,030-2,430-4,930-2,490-3,720

188,910

3ºJUAN CARLOS VAZQUEZIVAN VAZQUEZ

52 CAPTURAS 2,070-2,730-2,130-3,650-2,820-2,410-3,890-3,750-1,950-2,780-1,870-3,190-3,040-2,770-2,880-2,240-

3,360-2,430-2,540-2,600-4,750-2,500-1,800-3,630-1,880-1,700-1,600-2,850-2,430-2,490-2,480-2,350-2,630-2,740-3,680-2,870-3,600-3,630-2,480-2,530-1,706-2,780-2,770-2,030-2,460-1,920-1,680-3,650-2,670-3,550-2,980

140,596

4ºORLANDO LOREIROLUIS PINHEIRO

23 CAPTURAS 3,200-3,970-6,340-4,140-3,310-3,140-2,440-3,580-3,210-2,940-3,050-3,930-3,190-2,950-4,170-2,910-4,320-4,760-4,060-4,800-2,100-2,310-3,310 82,130

5ºFRANCISCO NAVARRO ALVAREZPEDRO TORRES DURAN

17 CAPTURAS 3,980-4,760-3,870-5,990-6,000-4,020-5,980-5,740-4,210-4,210-3,300-3,920-4,070-3,770-3,710-4,010-4,060 75,600

6ºRUBEN GORDILLO RIARAUL SUAREZ NAVARRO

20 CAPTURAS 3,520-2,310-3,750-3,690-4,120-4,260-5,640-6,400-2,400-4,270-3,760-4,110-3,770-4,070-2,100-3,650-2,000-2,430-4,640 75,210

7ºRAFAEL MARTIN DIAZFRANCISCO JOSE ILLESCAS

22 CAPTURAS 4,500-2,980-2,770-3,420-4,550-2,650-2,310-3,100-2,890-3,150-3,220-2,540-2,830-2,900-3,880-5,070-

3,180-3,110-1,850-2,380-8,940-2,350 74,570

8ºANDRES BONILLA LEOJAVIER JIMENEZ MUÑOZ

18 CAPTURAS 3,000-3,000-4,430-3,290-5,470-3,700-3,520-6,950-4,200-2,440-2,040-2,970-3,260-3,620-3,770-3,840-4,860-3,430-5,690 73,480

9ºAGUSTIN GONZALEZFCO. JOSE SERRAN MUÑANA

17 CAPTURAS 2,490-5,970-4,980-3,030-2,620-2,970-3,840-4,960-4,010-3,000-2,400-2,190-1,900-3,530-7,870-2,370-2,740 60,870

10ºJUAN JOSE RUIZ LUQUEJOSE MANUEL ESCOBAR

19 CAPTURAS 2,590-4,430-3,850-5,820-3,220-2,510-2,600-4,290-1,650-3,690-1,980-2,860-1,830-5,200-3,460-2,310-1,740-2,010-4,780 60,820

11ºJOSE MANUEL MESACARLOS DEL ARCO

19 CAPTURAS 1,590-4,240-3,750-2,840-2,720-2,140-3,170-1,870-3,430-3,480-4,270-2,790-2,690-2,090-2,630-2,250-2,980-2,100-2,100 53,130

CLASIFICACIONV MASTER STARBAITS ESPAÑADEL 20 AL 21 DE NOVIEMBRE DE 2014

1.º Classificado

2.º Classificado

3.º Classificado

4.º Classificado

5.º Classificado 9.º Classificado

10.º Classificado

11.º Classificado

12.º Classificado

13.º Classificado

6.º Classificado Maior Captura

7.º Classificado

8.º Classificado

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Page 118: Digital Carp Magazine #05

ProfundidadeDurante o processo de sondagem, para sabermos qual a

profundidade a que está a nossa chumbada basta que se mantenha a linha esticada, abre-se o bait runner e damos fio ate a boia chegar ao cimo. As canas dedicadas à sondagem têm uma marcação que pode ser de 50cm, pelo que neste caso, se puxarmos o nosso fio quatro vezes do carreto até esta marcação e a boia vier ao cimo, significa que a profundidade são dois metros.

Interpretação do fundoQuando puxamos pela chumbada, dependendo do que temos

no fundo vamos sentir diferentes vibrações, ou até nenhuma. Com o hábito é fácil perceber mas o básico será; Vibrações certas será significado de areia ou gravilha. Chumbada presa, solta-se de repente e volta a prender, sem no entanto se sentir nenhum baque, significa lodo. Também pode ser erva mas neste caso e fácil de confirmar pois esta virá agarrada à chumbada. Se a chumbada arrastar sem vibração e sem ficar presa isso significa fundo limpo, provavelmente de argila ou barro. Se por outro lado encontramos grandes calhaus também iremos perceber, pois o mais certo é deixar lá todo o conjunto no meio dos mesmos! Durante todo o processo não devemos tirar os olhos da ponteira da cana, pois irá ajudar a perceber o que está a fazer a chumbada no fundo.

Sondagem à Cana

CanaComeçando pela cana, convém que esta seja uma cana

bastante poderosa, no mínimo de 4lb, sendo o ideal de 4,5 ou mesmo 5lb. Há dois motivos para que assim seja; primeiro, uma vez que vamos fazer sondagem parte-se do pressuposto que não conhecemos o local, como tal teremos que sondar toda uma área, que pode ser longe, como tal temos que ter material para lá chegar. O segundo motivo importante para esta escolha tem a ver com a sensibilidade da cana, ou neste caso na falta dela, quanto mais rija for a cana, melhor nos vai transmitir aquilo que a chumbada encontrar.

A sondagem é das coisas mais importantes para fazer a diferença entre um sessão de desastre ou sucesso. Sem termos o isco bem localizado pouco importa se este é de excelente qualidade ou a montagem é perfeita. Conhecer o fundo é fundamental, e isso apenas se pode fazer sondando!

É bastante complexo explicar todo o processo da sondagem, havendo inclusive várias formas de ser feita. Para primeira abordagem vamos explicar como se faz a montagem e utilização da chamada “boia de marcação” que faz também de acessório de sondagem.

Kit de SondagemNo mercado há dezenas de opções no campo das boias de marcação, contu-

do a Korda tem um dos kits mais apelativos, embora não seja dos mais baratos. Há também a possibilidade de comprar a boia em separado e usar uma chumba-da barata que se pode comprar em qualquer loja da especialidade. Não deve-mos esquecer-nos que este é um acessório para usar no "desconhecido", pelo que a probabilidade de se perder é bastante elevada.

MontagemA ponta da linha liga directamente à boia, passando antes pelo

destorcedor da chumbada. Isto vai permitir que a chumbada pouse no chão e deixe a boia livre para subir, assim nós vamos dando fio a partir da margem.

UtilizaçãoAo fazer o lançamento para o local pretendido, deve travar-se a linha, ou abrandar, momentos antes do

conjunto boia/chumbada bater na água. Isto vai reduzir o arco da linha e se mantivermos mesmo a linha tensa, quando a chumbada bater no fundo ficamos logo a saber se aterrou em algo rijo ou macio. A partir daqui, sem dar à manivela, devemos mover a ponta da cana em direcção à margem, descrevendo um arco ou meia-lua. A linha tem que estar tensa no início do processo e devemos fazê-lo vagarosamente. Também não é conveniente fazê-lo com a cana a vir na vertical mas na horizontal, pois no primeiro caso pode fazer a chumbada saltar e dar-nos uma ideia errado do fundo. Com um ou dois dedos devemos apertar o fio contra a cana, uma vez que as vibrações são transmitidas pelo fio, ao apertarmos este contra a cana fazemos como que uma amplificação das mesmas, tornando-se muito mais fácil sentir o que se passa junto à chumbada. Quando a ponta da cana estiver paralela à margem, devemos então dar à manivela do carreto, fazendo a cana voltar a posição inicial, ou seja, a apontar para a chumbada. Devemos repetir este processo até ter uma ideia clara do que se passa no fundo do leito onde pretendemos pescar e adaptar a nossa pesca a estas condições.

Dica:Antes de lançar a boia de marcação/sondagem pode lançar-se apenas com a chumbada. Caso

haja obstáculos iremos perder apenas esta e não todo o conjunto.

CarretoEm relação ao carreto, de preferência um big pit, pelo mesmo motivo da cana,

necessidade de chegar longe, logo muito fio necessário. Se for possível com bait runner ainda melhor, pois este dá uma grande ajuda quando se trata de verificar a profundidade.

LinhaA linha deve ser entrançada de baixo diâmetro. Recomendamos algo do

género Berkley Wiplash 30lb, ou 0,10 de diâmetro. Convém contudo usar um shock leader, que pode ser da mesma linha mas em 0,25 ou mais de 50lb. Isto irá aguentar perfeitamente o choque do lançamento. A escolha deste tipo de linha tem fácil explicação, é uma linha flutuante e sem dilatação, pelo que qualquer toque da chumbada num fundo rijo será transmitido até à ponteira da cana e por consequência, às nossas mãos.

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Page 119: Digital Carp Magazine #05

ProfundidadeDurante o processo de sondagem, para sabermos qual a

profundidade a que está a nossa chumbada basta que se mantenha a linha esticada, abre-se o bait runner e damos fio ate a boia chegar ao cimo. As canas dedicadas à sondagem têm uma marcação que pode ser de 50cm, pelo que neste caso, se puxarmos o nosso fio quatro vezes do carreto até esta marcação e a boia vier ao cimo, significa que a profundidade são dois metros.

Interpretação do fundoQuando puxamos pela chumbada, dependendo do que temos

no fundo vamos sentir diferentes vibrações, ou até nenhuma. Com o hábito é fácil perceber mas o básico será; Vibrações certas será significado de areia ou gravilha. Chumbada presa, solta-se de repente e volta a prender, sem no entanto se sentir nenhum baque, significa lodo. Também pode ser erva mas neste caso e fácil de confirmar pois esta virá agarrada à chumbada. Se a chumbada arrastar sem vibração e sem ficar presa isso significa fundo limpo, provavelmente de argila ou barro. Se por outro lado encontramos grandes calhaus também iremos perceber, pois o mais certo é deixar lá todo o conjunto no meio dos mesmos! Durante todo o processo não devemos tirar os olhos da ponteira da cana, pois irá ajudar a perceber o que está a fazer a chumbada no fundo.

Sondagem à Cana

CanaComeçando pela cana, convém que esta seja uma cana

bastante poderosa, no mínimo de 4lb, sendo o ideal de 4,5 ou mesmo 5lb. Há dois motivos para que assim seja; primeiro, uma vez que vamos fazer sondagem parte-se do pressuposto que não conhecemos o local, como tal teremos que sondar toda uma área, que pode ser longe, como tal temos que ter material para lá chegar. O segundo motivo importante para esta escolha tem a ver com a sensibilidade da cana, ou neste caso na falta dela, quanto mais rija for a cana, melhor nos vai transmitir aquilo que a chumbada encontrar.

A sondagem é das coisas mais importantes para fazer a diferença entre um sessão de desastre ou sucesso. Sem termos o isco bem localizado pouco importa se este é de excelente qualidade ou a montagem é perfeita. Conhecer o fundo é fundamental, e isso apenas se pode fazer sondando!

É bastante complexo explicar todo o processo da sondagem, havendo inclusive várias formas de ser feita. Para primeira abordagem vamos explicar como se faz a montagem e utilização da chamada “boia de marcação” que faz também de acessório de sondagem.

Kit de SondagemNo mercado há dezenas de opções no campo das boias de marcação, contu-

do a Korda tem um dos kits mais apelativos, embora não seja dos mais baratos. Há também a possibilidade de comprar a boia em separado e usar uma chumba-da barata que se pode comprar em qualquer loja da especialidade. Não deve-mos esquecer-nos que este é um acessório para usar no "desconhecido", pelo que a probabilidade de se perder é bastante elevada.

MontagemA ponta da linha liga directamente à boia, passando antes pelo

destorcedor da chumbada. Isto vai permitir que a chumbada pouse no chão e deixe a boia livre para subir, assim nós vamos dando fio a partir da margem.

UtilizaçãoAo fazer o lançamento para o local pretendido, deve travar-se a linha, ou abrandar, momentos antes do

conjunto boia/chumbada bater na água. Isto vai reduzir o arco da linha e se mantivermos mesmo a linha tensa, quando a chumbada bater no fundo ficamos logo a saber se aterrou em algo rijo ou macio. A partir daqui, sem dar à manivela, devemos mover a ponta da cana em direcção à margem, descrevendo um arco ou meia-lua. A linha tem que estar tensa no início do processo e devemos fazê-lo vagarosamente. Também não é conveniente fazê-lo com a cana a vir na vertical mas na horizontal, pois no primeiro caso pode fazer a chumbada saltar e dar-nos uma ideia errado do fundo. Com um ou dois dedos devemos apertar o fio contra a cana, uma vez que as vibrações são transmitidas pelo fio, ao apertarmos este contra a cana fazemos como que uma amplificação das mesmas, tornando-se muito mais fácil sentir o que se passa junto à chumbada. Quando a ponta da cana estiver paralela à margem, devemos então dar à manivela do carreto, fazendo a cana voltar a posição inicial, ou seja, a apontar para a chumbada. Devemos repetir este processo até ter uma ideia clara do que se passa no fundo do leito onde pretendemos pescar e adaptar a nossa pesca a estas condições.

Dica:Antes de lançar a boia de marcação/sondagem pode lançar-se apenas com a chumbada. Caso

haja obstáculos iremos perder apenas esta e não todo o conjunto.

CarretoEm relação ao carreto, de preferência um big pit, pelo mesmo motivo da cana,

necessidade de chegar longe, logo muito fio necessário. Se for possível com bait runner ainda melhor, pois este dá uma grande ajuda quando se trata de verificar a profundidade.

LinhaA linha deve ser entrançada de baixo diâmetro. Recomendamos algo do

género Berkley Wiplash 30lb, ou 0,10 de diâmetro. Convém contudo usar um shock leader, que pode ser da mesma linha mas em 0,25 ou mais de 50lb. Isto irá aguentar perfeitamente o choque do lançamento. A escolha deste tipo de linha tem fácil explicação, é uma linha flutuante e sem dilatação, pelo que qualquer toque da chumbada num fundo rijo será transmitido até à ponteira da cana e por consequência, às nossas mãos.

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Aproveitei uma pequena paragem no trabalho e preparei uma pequena sessão onde iria testar a “minha” versão dos já conhecidos boilies CCMOORE - LIVE SYSTEM. Tinha introduzido uma pequena mudança que se revelou bastante importante e que veio dar ainda mais qualidade e atração. O local escolhido foi mais uma vez a Lagoa de Mira, cada vez mais visitado por Carpistas e não só, o que impõe cada vez mais pressão naquelas águas.

A estratégia usada pelos pescadores que normalmente ali pescam é, com a ajuda dos bait boats, engodar tigers partidas e inteiras e pellets entre os 3 e os 8 mm. Isto funciona sem dúvida mas atrai quantidades de peixe pequeno devido não só às pellets mas ao facto de ser pescado “ao spot” pois o conteúdo do barco é colocado sempre no mesmo local. Na tentativa de contrariar um pouco essa tendência e no fundo evitar as Carpas mais pequenas, optei por usar a minha receita dos boilies LIVE SYSTEM que resumindo não foi mais do que adicionar-lhe um pouco de Robin Red, o que lhes conferiu uma excelente cor vermelha e adicio-nar-lhes um pouco de óleo de cânhamo algum tempo antes de as por dentro de água. Esta adição do óleo entre outros benefícios, iria impregnaros boilies impedindo que estas absorvessem o lodo que abunda no fundo daquelalagoa e daria o sinal quando o peixe seencontrasse no pesqueiro pois a

libertação do óleo que viria imediatamente à super-fície denunciaria a sua presença.

Da engodagem faziam então parte boilies LIVE SYSTEM/RR 18mm, inteiros e partidos ao meio, pellets de halibute 14mm e algumas tiger inteiras. A adição das tigers era no fundo para dar ao peixe algo que já estivessem habituados a comer poden-do ainda servir de catalisador caso não se virassem inicialmente para os boilies. Escolhido o local, a engodagem foi espalhada por uma área relativa-mente grande, o que obrigaria o peixe a circular, não se cingindo apenas a um pequeno espaço. A diver-sidade de tamanhos dos diversos itens daria opor-tunidade às Carpas mais pequenas de se alimentar-em e atraírem as maiores deixando para estas os iscos maiores.

Desta simples estratégia resultaram vários peixes entre os 4,5kg e os 6kg nãosó a mim mas a outrospescadores que

ali se encontravam e que beneficiaram com aquela abordagem, pois várias foram as Carpas que no tapete expeliram grandes quantidades dos meus boilies.

O ponto alto da sessão seria a rainha da Lagoa, uma Carpa denominada “Stallone” pois tem a boca de lado fazendo lembrar o ator na série Rambo, com a impressionante marca de 9,5kg. Uma montagem “Snowman” com uma boilie LIVE SYSTEM/RR de 18mm e um pop up HELLRAISERS – OPTICAL ILLU-SION fizeram o trabalho de mais uma vez, sendo que é a terceira ocasião que sou presenteado com este magnifico espécime.

Mais uma vez foi uma luta incrível iniciada com um arranque impressionante pois fui incapaz de a travar na corrida inicial, tendo desenrolando uns

bom metros de fio da bobine antes de eu ser capaz de dar algumas voltas ao carreto. Já à entrada do camaroeiro este animal mostrou o seu verdadeiro estado físico, que vos digo é excelente, levando-me umas três ou quatro tentativas até a conseguir segu-rar! Fiquei radiante, não só porque voltei a capturar aquele que é o troféu mais desejado da Lagoa mas porque eram evidentes as melhorias implementa-das em uns boilies já por si de grande qualidade. A satisfação não poderia ser maior, poder ver que aquele peixe ainda nada naquelas águas e se encontra em perfeita condição a entrar para a época de desova!

Nuno Silva

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Page 121: Digital Carp Magazine #05

Aproveitei uma pequena paragem no trabalho e preparei uma pequena sessão onde iria testar a “minha” versão dos já conhecidos boilies CCMOORE - LIVE SYSTEM. Tinha introduzido uma pequena mudança que se revelou bastante importante e que veio dar ainda mais qualidade e atração. O local escolhido foi mais uma vez a Lagoa de Mira, cada vez mais visitado por Carpistas e não só, o que impõe cada vez mais pressão naquelas águas.

A estratégia usada pelos pescadores que normalmente ali pescam é, com a ajuda dos bait boats, engodar tigers partidas e inteiras e pellets entre os 3 e os 8 mm. Isto funciona sem dúvida mas atrai quantidades de peixe pequeno devido não só às pellets mas ao facto de ser pescado “ao spot” pois o conteúdo do barco é colocado sempre no mesmo local. Na tentativa de contrariar um pouco essa tendência e no fundo evitar as Carpas mais pequenas, optei por usar a minha receita dos boilies LIVE SYSTEM que resumindo não foi mais do que adicionar-lhe um pouco de Robin Red, o que lhes conferiu uma excelente cor vermelha e adicio-nar-lhes um pouco de óleo de cânhamo algum tempo antes de as por dentro de água. Esta adição do óleo entre outros benefícios, iria impregnaros boilies impedindo que estas absorvessem o lodo que abunda no fundo daquelalagoa e daria o sinal quando o peixe seencontrasse no pesqueiro pois a

libertação do óleo que viria imediatamente à super-fície denunciaria a sua presença.

Da engodagem faziam então parte boilies LIVE SYSTEM/RR 18mm, inteiros e partidos ao meio, pellets de halibute 14mm e algumas tiger inteiras. A adição das tigers era no fundo para dar ao peixe algo que já estivessem habituados a comer poden-do ainda servir de catalisador caso não se virassem inicialmente para os boilies. Escolhido o local, a engodagem foi espalhada por uma área relativa-mente grande, o que obrigaria o peixe a circular, não se cingindo apenas a um pequeno espaço. A diver-sidade de tamanhos dos diversos itens daria opor-tunidade às Carpas mais pequenas de se alimentar-em e atraírem as maiores deixando para estas os iscos maiores.

Desta simples estratégia resultaram vários peixes entre os 4,5kg e os 6kg nãosó a mim mas a outrospescadores que

ali se encontravam e que beneficiaram com aquela abordagem, pois várias foram as Carpas que no tapete expeliram grandes quantidades dos meus boilies.

O ponto alto da sessão seria a rainha da Lagoa, uma Carpa denominada “Stallone” pois tem a boca de lado fazendo lembrar o ator na série Rambo, com a impressionante marca de 9,5kg. Uma montagem “Snowman” com uma boilie LIVE SYSTEM/RR de 18mm e um pop up HELLRAISERS – OPTICAL ILLU-SION fizeram o trabalho de mais uma vez, sendo que é a terceira ocasião que sou presenteado com este magnifico espécime.

Mais uma vez foi uma luta incrível iniciada com um arranque impressionante pois fui incapaz de a travar na corrida inicial, tendo desenrolando uns

bom metros de fio da bobine antes de eu ser capaz de dar algumas voltas ao carreto. Já à entrada do camaroeiro este animal mostrou o seu verdadeiro estado físico, que vos digo é excelente, levando-me umas três ou quatro tentativas até a conseguir segu-rar! Fiquei radiante, não só porque voltei a capturar aquele que é o troféu mais desejado da Lagoa mas porque eram evidentes as melhorias implementa-das em uns boilies já por si de grande qualidade. A satisfação não poderia ser maior, poder ver que aquele peixe ainda nada naquelas águas e se encontra em perfeita condição a entrar para a época de desova!

Nuno Silva

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Page 122: Digital Carp Magazine #05

Aproveitei uma pequena paragem no trabalho e preparei uma pequena sessão onde iria testar a “minha” versão dos já conhecidos boilies CCMOORE - LIVE SYSTEM. Tinha introduzido uma pequena mudança que se revelou bastante importante e que veio dar ainda mais qualidade e atração. O local escolhido foi mais uma vez a Lagoa de Mira, cada vez mais visitado por Carpistas e não só, o que impõe cada vez mais pressão naquelas águas.

A estratégia usada pelos pescadores que normalmente ali pescam é, com a ajuda dos bait boats, engodar tigers partidas e inteiras e pellets entre os 3 e os 8 mm. Isto funciona sem dúvida mas atrai quantidades de peixe pequeno devido não só às pellets mas ao facto de ser pescado “ao spot” pois o conteúdo do barco é colocado sempre no mesmo local. Na tentativa de contrariar um pouco essa tendência e no fundo evitar as Carpas mais pequenas, optei por usar a minha receita dos boilies LIVE SYSTEM que resumindo não foi mais do que adicionar-lhe um pouco de Robin Red, o que lhes conferiu uma excelente cor vermelha e adicio-nar-lhes um pouco de óleo de cânhamo algum tempo antes de as por dentro de água. Esta adição do óleo entre outros benefícios, iria impregnaros boilies impedindo que estas absorvessem o lodo que abunda no fundo daquelalagoa e daria o sinal quando o peixe seencontrasse no pesqueiro pois a

libertação do óleo que viria imediatamente à super-fície denunciaria a sua presença.

Da engodagem faziam então parte boilies LIVE SYSTEM/RR 18mm, inteiros e partidos ao meio, pellets de halibute 14mm e algumas tiger inteiras. A adição das tigers era no fundo para dar ao peixe algo que já estivessem habituados a comer poden-do ainda servir de catalisador caso não se virassem inicialmente para os boilies. Escolhido o local, a engodagem foi espalhada por uma área relativa-mente grande, o que obrigaria o peixe a circular, não se cingindo apenas a um pequeno espaço. A diver-sidade de tamanhos dos diversos itens daria opor-tunidade às Carpas mais pequenas de se alimentar-em e atraírem as maiores deixando para estas os iscos maiores.

Desta simples estratégia resultaram vários peixes entre os 4,5kg e os 6kg nãosó a mim mas a outrospescadores que

ali se encontravam e que beneficiaram com aquela abordagem, pois várias foram as Carpas que no tapete expeliram grandes quantidades dos meus boilies.

O ponto alto da sessão seria a rainha da Lagoa, uma Carpa denominada “Stallone” pois tem a boca de lado fazendo lembrar o ator na série Rambo, com a impressionante marca de 9,5kg. Uma montagem “Snowman” com uma boilie LIVE SYSTEM/RR de 18mm e um pop up HELLRAISERS – OPTICAL ILLU-SION fizeram o trabalho de mais uma vez, sendo que é a terceira ocasião que sou presenteado com este magnifico espécime.

Mais uma vez foi uma luta incrível iniciada com um arranque impressionante pois fui incapaz de a travar na corrida inicial, tendo desenrolando uns

bom metros de fio da bobine antes de eu ser capaz de dar algumas voltas ao carreto. Já à entrada do camaroeiro este animal mostrou o seu verdadeiro estado físico, que vos digo é excelente, levando-me umas três ou quatro tentativas até a conseguir segu-rar! Fiquei radiante, não só porque voltei a capturar aquele que é o troféu mais desejado da Lagoa mas porque eram evidentes as melhorias implementa-das em uns boilies já por si de grande qualidade. A satisfação não poderia ser maior, poder ver que aquele peixe ainda nada naquelas águas e se encontra em perfeita condição a entrar para a época de desova!

Nuno Silva

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Page 123: Digital Carp Magazine #05

Aproveitei uma pequena paragem no trabalho e preparei uma pequena sessão onde iria testar a “minha” versão dos já conhecidos boilies CCMOORE - LIVE SYSTEM. Tinha introduzido uma pequena mudança que se revelou bastante importante e que veio dar ainda mais qualidade e atração. O local escolhido foi mais uma vez a Lagoa de Mira, cada vez mais visitado por Carpistas e não só, o que impõe cada vez mais pressão naquelas águas.

A estratégia usada pelos pescadores que normalmente ali pescam é, com a ajuda dos bait boats, engodar tigers partidas e inteiras e pellets entre os 3 e os 8 mm. Isto funciona sem dúvida mas atrai quantidades de peixe pequeno devido não só às pellets mas ao facto de ser pescado “ao spot” pois o conteúdo do barco é colocado sempre no mesmo local. Na tentativa de contrariar um pouco essa tendência e no fundo evitar as Carpas mais pequenas, optei por usar a minha receita dos boilies LIVE SYSTEM que resumindo não foi mais do que adicionar-lhe um pouco de Robin Red, o que lhes conferiu uma excelente cor vermelha e adicio-nar-lhes um pouco de óleo de cânhamo algum tempo antes de as por dentro de água. Esta adição do óleo entre outros benefícios, iria impregnaros boilies impedindo que estas absorvessem o lodo que abunda no fundo daquelalagoa e daria o sinal quando o peixe seencontrasse no pesqueiro pois a

libertação do óleo que viria imediatamente à super-fície denunciaria a sua presença.

Da engodagem faziam então parte boilies LIVE SYSTEM/RR 18mm, inteiros e partidos ao meio, pellets de halibute 14mm e algumas tiger inteiras. A adição das tigers era no fundo para dar ao peixe algo que já estivessem habituados a comer poden-do ainda servir de catalisador caso não se virassem inicialmente para os boilies. Escolhido o local, a engodagem foi espalhada por uma área relativa-mente grande, o que obrigaria o peixe a circular, não se cingindo apenas a um pequeno espaço. A diver-sidade de tamanhos dos diversos itens daria opor-tunidade às Carpas mais pequenas de se alimentar-em e atraírem as maiores deixando para estas os iscos maiores.

Desta simples estratégia resultaram vários peixes entre os 4,5kg e os 6kg nãosó a mim mas a outrospescadores que

ali se encontravam e que beneficiaram com aquela abordagem, pois várias foram as Carpas que no tapete expeliram grandes quantidades dos meus boilies.

O ponto alto da sessão seria a rainha da Lagoa, uma Carpa denominada “Stallone” pois tem a boca de lado fazendo lembrar o ator na série Rambo, com a impressionante marca de 9,5kg. Uma montagem “Snowman” com uma boilie LIVE SYSTEM/RR de 18mm e um pop up HELLRAISERS – OPTICAL ILLU-SION fizeram o trabalho de mais uma vez, sendo que é a terceira ocasião que sou presenteado com este magnifico espécime.

Mais uma vez foi uma luta incrível iniciada com um arranque impressionante pois fui incapaz de a travar na corrida inicial, tendo desenrolando uns

bom metros de fio da bobine antes de eu ser capaz de dar algumas voltas ao carreto. Já à entrada do camaroeiro este animal mostrou o seu verdadeiro estado físico, que vos digo é excelente, levando-me umas três ou quatro tentativas até a conseguir segu-rar! Fiquei radiante, não só porque voltei a capturar aquele que é o troféu mais desejado da Lagoa mas porque eram evidentes as melhorias implementa-das em uns boilies já por si de grande qualidade. A satisfação não poderia ser maior, poder ver que aquele peixe ainda nada naquelas águas e se encontra em perfeita condição a entrar para a época de desova!

Nuno Silva

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Page 124: Digital Carp Magazine #05

Não deveria ser eu a escrever este texto, pois afinal não se trata da minha primeira captura, trata-se sim da primeira Carpa do Gabriel. Mas como ele tem cinco anos e como é claro ainda não sabe escrever, tive que o fazer por ele. Duvido até que se volte a ter lembrado da experiência passada, mas com certeza um dia irá gostar de ler um pequeno relato do que foi a sua primeira Carpa.

A primeira pescaria do ano tinha sido feita na companhia do Nuno Silva, como tal, porque não marcarmos também a última de 2014 juntos? Uns dias antes tinha levado o Gabriel até à Barragem do Vilar mas não tínhamos apanhado nada. Entretanto ele voltou a dizer-me que queria voltar à pesca, e segundo as suas palavras: "para onde haja peixe!"

Quer fosse ou não a última pescaria do ano, a verdade é que decidimos marcar uma sessão na barragem da Aguieira, não daria para melhor, mas pelo menos iriamos passar um dia a uma água que não visitava havia anos! Quando combinei com o Nuno, que iriamos a Aguieira, já ele tinha lá capturado uns bonitos exem-plares. Na expectativa de proporcionar alguns bons momentos ao Gabriel, o Nuno passou lá uns dias durante a semana e espalhou na zona uns punhados de boilies.

Na véspera da pescaria recebi outra boa notícia, toda a família ia comigo à pesca! Como uma coisa é dizer e outra é fazer, na sexta-feira à noite toda a gente se ia levantar cedo, mas no sábado foi a confusão habitual! Com mais ou menos uma hora de atraso lá arrancamos. Pouco depois uma chamada para o Nuno e ficamos a saber que lá o termômetro marcava 4º...

Quando chegamos o Nuno já tinha recebido uns bips, mas

tinha sido apenas isso, com as Carpas a esperarem pelas horas mais

quentes para se alimentarem. Montei as minhas canas e a seguir

tratamos de montar uma cana para o Gabriel, que iria pescar a uma

curta distância mas a uma profundidade de três metros. Engoda-

mos com trigo e cânhamo, isto misturado com um pouco de ground

bait. No anzol um pequeno grão de trigo. De vez em quando dizía-

mos ao Gabriel para ver se a boia lá estava, o que ele confirmava

prontamente... Também de vez em quando lá fazíamos uma

pequena engodagem.

Depois de toda a manhã gasta na treta e a tomar um comprido

pequeno-almoço, eis que chega a hora de fazer o almoço. Como de

costume, precisamente na hora em que o tacho está naquele

momento em que não pode ser abandonado, um dos meus alarmes

dá sinal. Uma vez que eu estava ocupado com a colher de pau, o

Nuno correu a tratar da luta e pouco depois vinha ao tapete uma

linda comum com quase 6,5kg. Daí a pouco iriamos ouvir o som

característico de um carreto a dar fio... Mas não se ouviu nenhum

alarme... Era a cana do Gabriel! Uma breve luta e o peixe acabou por

se soltar. Quando íamos para voltar a colocar um isco, o Nuno

reparou que o anzol número 16 estava aberto. Logo tratou de lhe

colocar um anzol numera 10 com um pequeno bago de milho flutu-

ante.

Pouco tempo depois há um arranque nesta cana, foi ver o

Gabriel a dar ao carreto! O esforço foi compensado pouco depois,

quando a balança acusou 3,5kg. Estava conseguida a sua primeira

captura!

Havia ainda de capturar mais duas Carpas, onde a luta já não

foi tao desigual, pois tal como ele, também as Carpas eram pequen-

inas! Ele pareceu que lhe atribuía o mesmo valor... Assim espero!

Um grande obrigado ao Nuno pois teve uma enorme paciência,

assim como pela perda de um boilie de cada qualidade que tinha,

pois o Gabriel parece que faz coleção deles...

Foi um dia muito bem passado entre família e amigos, que

esperamos repetir logo que possível!

Orlando Loureiro

Foi a primeira luta do Gabriel com uma Carpa. Precisou de um pouco de ajuda…. Mas venceu!

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Page 125: Digital Carp Magazine #05

Não deveria ser eu a escrever este texto, pois afinal não se trata da minha primeira captura, trata-se sim da primeira Carpa do Gabriel. Mas como ele tem cinco anos e como é claro ainda não sabe escrever, tive que o fazer por ele. Duvido até que se volte a ter lembrado da experiência passada, mas com certeza um dia irá gostar de ler um pequeno relato do que foi a sua primeira Carpa.

A primeira pescaria do ano tinha sido feita na companhia do Nuno Silva, como tal, porque não marcarmos também a última de 2014 juntos? Uns dias antes tinha levado o Gabriel até à Barragem do Vilar mas não tínhamos apanhado nada. Entretanto ele voltou a dizer-me que queria voltar à pesca, e segundo as suas palavras: "para onde haja peixe!"

Quer fosse ou não a última pescaria do ano, a verdade é que decidimos marcar uma sessão na barragem da Aguieira, não daria para melhor, mas pelo menos iriamos passar um dia a uma água que não visitava havia anos! Quando combinei com o Nuno, que iriamos a Aguieira, já ele tinha lá capturado uns bonitos exem-plares. Na expectativa de proporcionar alguns bons momentos ao Gabriel, o Nuno passou lá uns dias durante a semana e espalhou na zona uns punhados de boilies.

Na véspera da pescaria recebi outra boa notícia, toda a família ia comigo à pesca! Como uma coisa é dizer e outra é fazer, na sexta-feira à noite toda a gente se ia levantar cedo, mas no sábado foi a confusão habitual! Com mais ou menos uma hora de atraso lá arrancamos. Pouco depois uma chamada para o Nuno e ficamos a saber que lá o termômetro marcava 4º...

Quando chegamos o Nuno já tinha recebido uns bips, mas

tinha sido apenas isso, com as Carpas a esperarem pelas horas mais

quentes para se alimentarem. Montei as minhas canas e a seguir

tratamos de montar uma cana para o Gabriel, que iria pescar a uma

curta distância mas a uma profundidade de três metros. Engoda-

mos com trigo e cânhamo, isto misturado com um pouco de ground

bait. No anzol um pequeno grão de trigo. De vez em quando dizía-

mos ao Gabriel para ver se a boia lá estava, o que ele confirmava

prontamente... Também de vez em quando lá fazíamos uma

pequena engodagem.

Depois de toda a manhã gasta na treta e a tomar um comprido

pequeno-almoço, eis que chega a hora de fazer o almoço. Como de

costume, precisamente na hora em que o tacho está naquele

momento em que não pode ser abandonado, um dos meus alarmes

dá sinal. Uma vez que eu estava ocupado com a colher de pau, o

Nuno correu a tratar da luta e pouco depois vinha ao tapete uma

linda comum com quase 6,5kg. Daí a pouco iriamos ouvir o som

característico de um carreto a dar fio... Mas não se ouviu nenhum

alarme... Era a cana do Gabriel! Uma breve luta e o peixe acabou por

se soltar. Quando íamos para voltar a colocar um isco, o Nuno

reparou que o anzol número 16 estava aberto. Logo tratou de lhe

colocar um anzol numera 10 com um pequeno bago de milho flutu-

ante.

Pouco tempo depois há um arranque nesta cana, foi ver o

Gabriel a dar ao carreto! O esforço foi compensado pouco depois,

quando a balança acusou 3,5kg. Estava conseguida a sua primeira

captura!

Havia ainda de capturar mais duas Carpas, onde a luta já não

foi tao desigual, pois tal como ele, também as Carpas eram pequen-

inas! Ele pareceu que lhe atribuía o mesmo valor... Assim espero!

Um grande obrigado ao Nuno pois teve uma enorme paciência,

assim como pela perda de um boilie de cada qualidade que tinha,

pois o Gabriel parece que faz coleção deles...

Foi um dia muito bem passado entre família e amigos, que

esperamos repetir logo que possível!

Orlando Loureiro

Foi a primeira luta do Gabriel com uma Carpa. Precisou de um pouco de ajuda…. Mas venceu!

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Page 126: Digital Carp Magazine #05

Não deveria ser eu a escrever este texto, pois afinal não se trata da minha primeira captura, trata-se sim da primeira Carpa do Gabriel. Mas como ele tem cinco anos e como é claro ainda não sabe escrever, tive que o fazer por ele. Duvido até que se volte a ter lembrado da experiência passada, mas com certeza um dia irá gostar de ler um pequeno relato do que foi a sua primeira Carpa.

A primeira pescaria do ano tinha sido feita na companhia do Nuno Silva, como tal, porque não marcarmos também a última de 2014 juntos? Uns dias antes tinha levado o Gabriel até à Barragem do Vilar mas não tínhamos apanhado nada. Entretanto ele voltou a dizer-me que queria voltar à pesca, e segundo as suas palavras: "para onde haja peixe!"

Quer fosse ou não a última pescaria do ano, a verdade é que decidimos marcar uma sessão na barragem da Aguieira, não daria para melhor, mas pelo menos iriamos passar um dia a uma água que não visitava havia anos! Quando combinei com o Nuno, que iriamos a Aguieira, já ele tinha lá capturado uns bonitos exem-plares. Na expectativa de proporcionar alguns bons momentos ao Gabriel, o Nuno passou lá uns dias durante a semana e espalhou na zona uns punhados de boilies.

Na véspera da pescaria recebi outra boa notícia, toda a família ia comigo à pesca! Como uma coisa é dizer e outra é fazer, na sexta-feira à noite toda a gente se ia levantar cedo, mas no sábado foi a confusão habitual! Com mais ou menos uma hora de atraso lá arrancamos. Pouco depois uma chamada para o Nuno e ficamos a saber que lá o termômetro marcava 4º...

Quando chegamos o Nuno já tinha recebido uns bips, mas

tinha sido apenas isso, com as Carpas a esperarem pelas horas mais

quentes para se alimentarem. Montei as minhas canas e a seguir

tratamos de montar uma cana para o Gabriel, que iria pescar a uma

curta distância mas a uma profundidade de três metros. Engoda-

mos com trigo e cânhamo, isto misturado com um pouco de ground

bait. No anzol um pequeno grão de trigo. De vez em quando dizía-

mos ao Gabriel para ver se a boia lá estava, o que ele confirmava

prontamente... Também de vez em quando lá fazíamos uma

pequena engodagem.

Depois de toda a manhã gasta na treta e a tomar um comprido

pequeno-almoço, eis que chega a hora de fazer o almoço. Como de

costume, precisamente na hora em que o tacho está naquele

momento em que não pode ser abandonado, um dos meus alarmes

dá sinal. Uma vez que eu estava ocupado com a colher de pau, o

Nuno correu a tratar da luta e pouco depois vinha ao tapete uma

linda comum com quase 6,5kg. Daí a pouco iriamos ouvir o som

característico de um carreto a dar fio... Mas não se ouviu nenhum

alarme... Era a cana do Gabriel! Uma breve luta e o peixe acabou por

se soltar. Quando íamos para voltar a colocar um isco, o Nuno

reparou que o anzol número 16 estava aberto. Logo tratou de lhe

colocar um anzol numera 10 com um pequeno bago de milho flutu-

ante.

Pouco tempo depois há um arranque nesta cana, foi ver o

Gabriel a dar ao carreto! O esforço foi compensado pouco depois,

quando a balança acusou 3,5kg. Estava conseguida a sua primeira

captura!

Havia ainda de capturar mais duas Carpas, onde a luta já não

foi tao desigual, pois tal como ele, também as Carpas eram pequen-

inas! Ele pareceu que lhe atribuía o mesmo valor... Assim espero!

Um grande obrigado ao Nuno pois teve uma enorme paciência,

assim como pela perda de um boilie de cada qualidade que tinha,

pois o Gabriel parece que faz coleção deles...

Foi um dia muito bem passado entre família e amigos, que

esperamos repetir logo que possível!

Orlando Loureiro

Dois exemplares capturados alguns dias antes no mesmo local

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Não deveria ser eu a escrever este texto, pois afinal não se trata da minha primeira captura, trata-se sim da primeira Carpa do Gabriel. Mas como ele tem cinco anos e como é claro ainda não sabe escrever, tive que o fazer por ele. Duvido até que se volte a ter lembrado da experiência passada, mas com certeza um dia irá gostar de ler um pequeno relato do que foi a sua primeira Carpa.

A primeira pescaria do ano tinha sido feita na companhia do Nuno Silva, como tal, porque não marcarmos também a última de 2014 juntos? Uns dias antes tinha levado o Gabriel até à Barragem do Vilar mas não tínhamos apanhado nada. Entretanto ele voltou a dizer-me que queria voltar à pesca, e segundo as suas palavras: "para onde haja peixe!"

Quer fosse ou não a última pescaria do ano, a verdade é que decidimos marcar uma sessão na barragem da Aguieira, não daria para melhor, mas pelo menos iriamos passar um dia a uma água que não visitava havia anos! Quando combinei com o Nuno, que iriamos a Aguieira, já ele tinha lá capturado uns bonitos exem-plares. Na expectativa de proporcionar alguns bons momentos ao Gabriel, o Nuno passou lá uns dias durante a semana e espalhou na zona uns punhados de boilies.

Na véspera da pescaria recebi outra boa notícia, toda a família ia comigo à pesca! Como uma coisa é dizer e outra é fazer, na sexta-feira à noite toda a gente se ia levantar cedo, mas no sábado foi a confusão habitual! Com mais ou menos uma hora de atraso lá arrancamos. Pouco depois uma chamada para o Nuno e ficamos a saber que lá o termômetro marcava 4º...

Quando chegamos o Nuno já tinha recebido uns bips, mas

tinha sido apenas isso, com as Carpas a esperarem pelas horas mais

quentes para se alimentarem. Montei as minhas canas e a seguir

tratamos de montar uma cana para o Gabriel, que iria pescar a uma

curta distância mas a uma profundidade de três metros. Engoda-

mos com trigo e cânhamo, isto misturado com um pouco de ground

bait. No anzol um pequeno grão de trigo. De vez em quando dizía-

mos ao Gabriel para ver se a boia lá estava, o que ele confirmava

prontamente... Também de vez em quando lá fazíamos uma

pequena engodagem.

Depois de toda a manhã gasta na treta e a tomar um comprido

pequeno-almoço, eis que chega a hora de fazer o almoço. Como de

costume, precisamente na hora em que o tacho está naquele

momento em que não pode ser abandonado, um dos meus alarmes

dá sinal. Uma vez que eu estava ocupado com a colher de pau, o

Nuno correu a tratar da luta e pouco depois vinha ao tapete uma

linda comum com quase 6,5kg. Daí a pouco iriamos ouvir o som

característico de um carreto a dar fio... Mas não se ouviu nenhum

alarme... Era a cana do Gabriel! Uma breve luta e o peixe acabou por

se soltar. Quando íamos para voltar a colocar um isco, o Nuno

reparou que o anzol número 16 estava aberto. Logo tratou de lhe

colocar um anzol numera 10 com um pequeno bago de milho flutu-

ante.

Pouco tempo depois há um arranque nesta cana, foi ver o

Gabriel a dar ao carreto! O esforço foi compensado pouco depois,

quando a balança acusou 3,5kg. Estava conseguida a sua primeira

captura!

Havia ainda de capturar mais duas Carpas, onde a luta já não

foi tao desigual, pois tal como ele, também as Carpas eram pequen-

inas! Ele pareceu que lhe atribuía o mesmo valor... Assim espero!

Um grande obrigado ao Nuno pois teve uma enorme paciência,

assim como pela perda de um boilie de cada qualidade que tinha,

pois o Gabriel parece que faz coleção deles...

Foi um dia muito bem passado entre família e amigos, que

esperamos repetir logo que possível!

Orlando Loureiro

Dois exemplares capturados alguns dias antes no mesmo local

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Page 128: Digital Carp Magazine #05

CAPTURASCAPTURAS

O Bruno Moreira com uma linda Comum, apanhada com boilie caseirode ananás e milho pop-up amarelo.

Comum lindíssima, com uma bela cor escura.Parabéns ao Boris Franco, que a levou ao tapete!

Lindíssima Comum apanhada pelo Cristiano Pimentacom boilies de fígado, feitas em casa por um amigo!

O Bruno Leal enviou-nos esta bonita Espelhada! Parabéns, Bruno!

Também o Miguel, já nosso conhecido de outras edições, nos enviou esta linda foto de uma estrangeira, neste caso, americana! Parabéns, Miguel!

Nuno Santos com uma selvagem nunca antes ferrada, em Alcafache, Viseu.Um rio com poucos metros de largura e com peixe tão bonito!

O português Jorge Valente com uma espanhola nas mãos,das mais bonitas que já vimos!

Por um lado ou por outro, elas vão aparecendo!

Sempre lindas quando chegam ao tapete!

Enviem-nos as vossas! O email é o de sempre;

[email protected]

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Page 129: Digital Carp Magazine #05

CAPTURASCAPTURAS

O Bruno Moreira com uma linda Comum, apanhada com boilie caseirode ananás e milho pop-up amarelo.

Comum lindíssima, com uma bela cor escura.Parabéns ao Boris Franco, que a levou ao tapete!

Lindíssima Comum apanhada pelo Cristiano Pimentacom boilies de fígado, feitas em casa por um amigo!

O Bruno Leal enviou-nos esta bonita Espelhada! Parabéns, Bruno!

Também o Miguel, já nosso conhecido de outras edições, nos enviou esta linda foto de uma estrangeira, neste caso, americana! Parabéns, Miguel!

Nuno Santos com uma selvagem nunca antes ferrada, em Alcafache, Viseu.Um rio com poucos metros de largura e com peixe tão bonito!

O português Jorge Valente com uma espanhola nas mãos,das mais bonitas que já vimos!

Por um lado ou por outro, elas vão aparecendo!

Sempre lindas quando chegam ao tapete!

Enviem-nos as vossas! O email é o de sempre;

[email protected]

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Page 130: Digital Carp Magazine #05

Mais uma vez o André nos envia a sua epopeia na perseguição da bela Clarice… será que ela se deixou apanhar mais uma vez ou continua a ser mais matreira que os pescadores? Descubram a seguir…

HOME FARM - PRINCIPIO DO VERÃO.

Depois de uma primavera sem grandes acontecimentos esperamos pela desova. Princípio de junho e nada acontece. Em outros lagos estão a começar a desovar mas aqui nada.

Meio de junho e entre trabalho e viagens de serviço o tempo para pesca é pouco ou mesmo nenhum. Entre apanhar avião ao domingo e voltar a casa ao sábado de manha já lá vão três semanas na faena.

Final de junho e a desova está ainda por acontecer... No primeiro fim-de-semana de Julho estou de novo à beira da água e tenho que aproveitar pois tenho mais encargos para julho e princípio de Agosto. Depois de ter chegado ao lago no sábado de manha e da já obrigatória caminhada e conversa com este e aquele, mais um café aqui um chá ali, nada de novo a registar. Todos com grades e mais grades. Só Paul Marchante esta sem grade, três fins-de-semana e oito captu-ras. Cinco Carpas entre as 12Lb e 18Lb; mais 3 Siluros entre as 45Lb e as79Lb. Este último é o recorde do lago. Mas Calígula não saiu ainda…

Estes Siluros foram introduzidos há dez anos com 10Lb, os maiores. É um bom crescimento.

A desova está ainda por acontecer… Estranho, outros lagos já tiveram as duas fases, aqui nada de nada. É estranho como são águas tão próximas e têm comportamentos tão diferentes.

Tudo a postos, as táticas não estão muito apuradas mas não há nada como estar a beira d’água.

Tinha 24hrs para as por ao ponto! Estou certo de que depois de ter experimentado tudo será agora altura de voltar as velhas tácticas ou mandar com a caução ao vento e por comer até não poder mais.

Tendo rolado uns boilies uns dias antes, três quilos de MONSTER CRAB e um quilo de PLUM & N-BUTRYC ACID, lancei umas três mãos cheias em dois locais. Tenho três canas mas duas estão em um desses locais, uma de cada lado da zona engodada. A outra está só no meio da zona da outra zona de engodo.

Chega um e depois mais outro, mais uns dedos de conversa. Dias longos e são 10h da noite, a luz começa a cair. Os morcegos saem. Uma noite sem qualquer acontecimento para mim. Às 9h da manhã o Gordon, um ‘’OLD BOY’’, traduzi-do: uma joia de pessoa, sempre na boa e sempre na dele, chega com a sua chávena. ‘’Então, essa cafeteira esta a ferver? ‘’ Sem perder tempo nem palavra, água na cafeteira e ao lume. ‘’ Então? ‘’ Pergunto. ‘’A Beatriz foi encontrada nas margens de Bream Bay, morta e sem desovar! Morreu de

choque’’ . Fiquei sem saber o que dizer. 36Lb de Carpa que tive o prazer de encontrar duas vezes. Depois de umas conversas e troca de informações no que estava a acontecer, lá vai ele para a próxima capela.

Trocamos umas ideias e a informação que foi dada é que o lago tem tido água do furo. Há tempos tirei a acidez da água e esta era quase neutra mas ele disse-me que estava agora em valor PH5. Agora está explicada a razão do porquê não haver desova. Elas estão em choque e deveria ser colocada cal na água, ou pelo menos tirar uns bons milhares de hectolitros para o lago balançar e elas serem forçadas a desovar. Os Siluros esses não tiveram problemas e nas marem podem ver-se os ‘’ninhos ‘’ onde se debaterão para serem a próxima geração.

Domingo à tarde, regresso com uma grade. Talvez no próximo fim-de-semana, quem sabe?....

Depois de resolver vários compromissos, volto duas semanas mais tarde. Depois desta pescaria, uma semana de férias na Polónia.

Este fim-de-semana decidi por tudo lá para dentro. Todos os restos de bolas que encontrei no congelador!

Pelas 23h começou a festa. O primeiro arranque. E depois mas um e outro até contar sete no total. Todos Bremas! Peixe e mais peixe mas não é o que estou à procura!

Depois das fériasJá em agosto e depois de uma semana bem passa-

da na Polónia, estou de volta e desta vez é para voltar as tácticas que sempre deram capturas. Quando estava de férias conheci um Carpista, que me relembrou de um velho ditado Inglês. ‘Se não esta partido, não vale a pena arranjar’.

Coloquei as montagens com blow-back rig de 25cm. Chumbadas de 1.50 Oz e um tapete de bolas em 20/25 metros quadrados. As três canas no meio a uns 50 cm umas das outras, numa formação de triân-gulo.

Às 2h da tarde um arranque, uma bela Comum de 16Lbs. O céu muda e pelas 16 h começa uma trovoada e chove que mal se vê para fora, mais um arranque, desta vez uma pequena de 8Lb e levei uma molha e peras. O tempo muda e o céu volta a ficar azul. São 19:30h, acabo de jantar, mais um arranque. Desta vez ela escapou-se. Mas não perco o ânimo. Mais umas bolas para repor o tapete. Tenho estado a por duas mãos cheias a cada duas horas. Estou contente com o dia. Duas capturas e o mais importante foi a de 4

quilos no meio das grandes. Um cardume de peixe variado significa uma água saudável.

Depois de ouvir um pouco de rádio decido ir dormir, 23:30h, um café e cama. Não fiquei lá por muito tempo, à 1h da manhã mais um tiro, desta vez não a deixo ir para a esquerda, pois foi onde perdi a anterior e onde julgo existir uma pequena área de erva, onde elas se desferram. Não é do outro mundo, mas é mais uma bela Comum. 14lb, excelente dia. Voltei a casa no domingo já tarde mas sem mais captu-ras.

É meio de Setembro e a escola e família não permitem que vá tantas vezes mas ainda dá para fazer umas noites. Deixar o trabalho debaixo da sombrinha, arrumar cedo, voltar a casa e trabalho. O carro fica carregado para a próxima noite. Foi assim durante cinco sessões mas sem qualquer resultado.

No dia 20 de setembro, chegou o Richard para a sua habitual semana de pesca. Todos os anos ele tira duas semanas e passa esse tempo à espera. Falamos, trocamos umas impressões. Digo lhe como tenho estado a tirar peixe nas sessões de 48 horas e ele não tarda a fazer o mesmo. Com a diferença que ele decide engodar às 14 h mas tira as canas de manhã e volta a lançar às 17h. Não pesca durante o dia.

Na noite de 24 fiquei em um ponto oposto a ele e sem sono passei a noite acordado. De manha fui lá dar-lhe uma palavrita e disse-lhe que tinha visto Carpas, a mostrarem-se por cima da área onde ele estava a engodar. ‘’Sim, eu também as vi, mas não só na noite passada. Elas não vão lá abaixo. E não sei porquê pois já lá terei oito carpas. ‘’

Como não podia pescar na 5ª feira, deixei-lhe o meu número de telemóvel e disse-lhe para ele me ligar caso fosse preciso tirar fotos à senhora!

Às 6h da manha ele deixa-me uma mensagem. ‘’Vem urgente, acabei de tirar uma Espelhada com 40Lb’’ Disse à Joanna e à Maia para se vestirem e tomarem o pequeno-almoço, pois tinha de ir tirar uma fotos e voltava antes das 7:30 para as deixar na escola.

Quando lá cheguei ela estava de repouso dentro de uma ‘jaula’. Não havia palavras quando ele a tirou para o tapete. ‘’Sabes que peixe e esse? ‘’ Perguntei. ‘’Não, mas já o vi varias vezes entre as cordas’’’

‘’Clarice’’ Respondi. ‘’ Estou contente de a ver e teres sido tu a apanhá-la”!…

André Garcia

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Page 131: Digital Carp Magazine #05

Mais uma vez o André nos envia a sua epopeia na perseguição da bela Clarice… será que ela se deixou apanhar mais uma vez ou continua a ser mais matreira que os pescadores? Descubram a seguir…

HOME FARM - PRINCIPIO DO VERÃO.

Depois de uma primavera sem grandes acontecimentos esperamos pela desova. Princípio de junho e nada acontece. Em outros lagos estão a começar a desovar mas aqui nada.

Meio de junho e entre trabalho e viagens de serviço o tempo para pesca é pouco ou mesmo nenhum. Entre apanhar avião ao domingo e voltar a casa ao sábado de manha já lá vão três semanas na faena.

Final de junho e a desova está ainda por acontecer... No primeiro fim-de-semana de Julho estou de novo à beira da água e tenho que aproveitar pois tenho mais encargos para julho e princípio de Agosto. Depois de ter chegado ao lago no sábado de manha e da já obrigatória caminhada e conversa com este e aquele, mais um café aqui um chá ali, nada de novo a registar. Todos com grades e mais grades. Só Paul Marchante esta sem grade, três fins-de-semana e oito captu-ras. Cinco Carpas entre as 12Lb e 18Lb; mais 3 Siluros entre as 45Lb e as79Lb. Este último é o recorde do lago. Mas Calígula não saiu ainda…

Estes Siluros foram introduzidos há dez anos com 10Lb, os maiores. É um bom crescimento.

A desova está ainda por acontecer… Estranho, outros lagos já tiveram as duas fases, aqui nada de nada. É estranho como são águas tão próximas e têm comportamentos tão diferentes.

Tudo a postos, as táticas não estão muito apuradas mas não há nada como estar a beira d’água.

Tinha 24hrs para as por ao ponto! Estou certo de que depois de ter experimentado tudo será agora altura de voltar as velhas tácticas ou mandar com a caução ao vento e por comer até não poder mais.

Tendo rolado uns boilies uns dias antes, três quilos de MONSTER CRAB e um quilo de PLUM & N-BUTRYC ACID, lancei umas três mãos cheias em dois locais. Tenho três canas mas duas estão em um desses locais, uma de cada lado da zona engodada. A outra está só no meio da zona da outra zona de engodo.

Chega um e depois mais outro, mais uns dedos de conversa. Dias longos e são 10h da noite, a luz começa a cair. Os morcegos saem. Uma noite sem qualquer acontecimento para mim. Às 9h da manhã o Gordon, um ‘’OLD BOY’’, traduzi-do: uma joia de pessoa, sempre na boa e sempre na dele, chega com a sua chávena. ‘’Então, essa cafeteira esta a ferver? ‘’ Sem perder tempo nem palavra, água na cafeteira e ao lume. ‘’ Então? ‘’ Pergunto. ‘’A Beatriz foi encontrada nas margens de Bream Bay, morta e sem desovar! Morreu de

choque’’ . Fiquei sem saber o que dizer. 36Lb de Carpa que tive o prazer de encontrar duas vezes. Depois de umas conversas e troca de informações no que estava a acontecer, lá vai ele para a próxima capela.

Trocamos umas ideias e a informação que foi dada é que o lago tem tido água do furo. Há tempos tirei a acidez da água e esta era quase neutra mas ele disse-me que estava agora em valor PH5. Agora está explicada a razão do porquê não haver desova. Elas estão em choque e deveria ser colocada cal na água, ou pelo menos tirar uns bons milhares de hectolitros para o lago balançar e elas serem forçadas a desovar. Os Siluros esses não tiveram problemas e nas marem podem ver-se os ‘’ninhos ‘’ onde se debaterão para serem a próxima geração.

Domingo à tarde, regresso com uma grade. Talvez no próximo fim-de-semana, quem sabe?....

Depois de resolver vários compromissos, volto duas semanas mais tarde. Depois desta pescaria, uma semana de férias na Polónia.

Este fim-de-semana decidi por tudo lá para dentro. Todos os restos de bolas que encontrei no congelador!

Pelas 23h começou a festa. O primeiro arranque. E depois mas um e outro até contar sete no total. Todos Bremas! Peixe e mais peixe mas não é o que estou à procura!

Depois das fériasJá em agosto e depois de uma semana bem passa-

da na Polónia, estou de volta e desta vez é para voltar as tácticas que sempre deram capturas. Quando estava de férias conheci um Carpista, que me relembrou de um velho ditado Inglês. ‘Se não esta partido, não vale a pena arranjar’.

Coloquei as montagens com blow-back rig de 25cm. Chumbadas de 1.50 Oz e um tapete de bolas em 20/25 metros quadrados. As três canas no meio a uns 50 cm umas das outras, numa formação de triân-gulo.

Às 2h da tarde um arranque, uma bela Comum de 16Lbs. O céu muda e pelas 16 h começa uma trovoada e chove que mal se vê para fora, mais um arranque, desta vez uma pequena de 8Lb e levei uma molha e peras. O tempo muda e o céu volta a ficar azul. São 19:30h, acabo de jantar, mais um arranque. Desta vez ela escapou-se. Mas não perco o ânimo. Mais umas bolas para repor o tapete. Tenho estado a por duas mãos cheias a cada duas horas. Estou contente com o dia. Duas capturas e o mais importante foi a de 4

quilos no meio das grandes. Um cardume de peixe variado significa uma água saudável.

Depois de ouvir um pouco de rádio decido ir dormir, 23:30h, um café e cama. Não fiquei lá por muito tempo, à 1h da manhã mais um tiro, desta vez não a deixo ir para a esquerda, pois foi onde perdi a anterior e onde julgo existir uma pequena área de erva, onde elas se desferram. Não é do outro mundo, mas é mais uma bela Comum. 14lb, excelente dia. Voltei a casa no domingo já tarde mas sem mais captu-ras.

É meio de Setembro e a escola e família não permitem que vá tantas vezes mas ainda dá para fazer umas noites. Deixar o trabalho debaixo da sombrinha, arrumar cedo, voltar a casa e trabalho. O carro fica carregado para a próxima noite. Foi assim durante cinco sessões mas sem qualquer resultado.

No dia 20 de setembro, chegou o Richard para a sua habitual semana de pesca. Todos os anos ele tira duas semanas e passa esse tempo à espera. Falamos, trocamos umas impressões. Digo lhe como tenho estado a tirar peixe nas sessões de 48 horas e ele não tarda a fazer o mesmo. Com a diferença que ele decide engodar às 14 h mas tira as canas de manhã e volta a lançar às 17h. Não pesca durante o dia.

Na noite de 24 fiquei em um ponto oposto a ele e sem sono passei a noite acordado. De manha fui lá dar-lhe uma palavrita e disse-lhe que tinha visto Carpas, a mostrarem-se por cima da área onde ele estava a engodar. ‘’Sim, eu também as vi, mas não só na noite passada. Elas não vão lá abaixo. E não sei porquê pois já lá terei oito carpas. ‘’

Como não podia pescar na 5ª feira, deixei-lhe o meu número de telemóvel e disse-lhe para ele me ligar caso fosse preciso tirar fotos à senhora!

Às 6h da manha ele deixa-me uma mensagem. ‘’Vem urgente, acabei de tirar uma Espelhada com 40Lb’’ Disse à Joanna e à Maia para se vestirem e tomarem o pequeno-almoço, pois tinha de ir tirar uma fotos e voltava antes das 7:30 para as deixar na escola.

Quando lá cheguei ela estava de repouso dentro de uma ‘jaula’. Não havia palavras quando ele a tirou para o tapete. ‘’Sabes que peixe e esse? ‘’ Perguntei. ‘’Não, mas já o vi varias vezes entre as cordas’’’

‘’Clarice’’ Respondi. ‘’ Estou contente de a ver e teres sido tu a apanhá-la”!…

André Garcia

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Page 132: Digital Carp Magazine #05

Para ajudar na decisão na hora da compra, no que diz respeito ao tamanho das canas, analisamos três comprimentos de canas: 10´ (3,05 metros), 12´ (3,66 metros) e 13´ (3,96 metros). Além disso, quando falamos nestes três comprimentos, vamos associar as ações em libras mais comercializadas para cada medida. Esta análise será mais útil a quem está interessado em adquirir novas canas, e nesse caso ajudar a decidir qual o melhor modelo, vantagens e desvantagens. Pontuamos cada um dos aspetos analisados de 1 a 3. Sendo que 1, é o valor que trás menos vantagens e o 3 aquele que trás mais vantagens.

RESULTADO

• 10 pés: 14 pontos. De facto se pensamos comprar uma cana para umas pescarias de lazer em que procuramos facilidade de utilização, preço, e diversão esta será a melhor opção, daí ter recolhido o maior número de pontos na nossa análise.

• 12 pés: 13 pontos. Se procuramos uma cana equili-brada, capaz de atingir boas distâncias de lançamento, este é o tipo de cana indicado. Não compromete na altura de lançar um pouco mais longe.

• 13 pés: 9 pontos. Estas são de facto canas indicadas para um pescador mais experiente, que busca acima de tudo capacidade de lançamento e robustez. São canas projetadas para grandes capturas ou para competição, onde por vezes é preciso lançar muito longe e outras formas de atingir esses locais são proibidas.

Análise

Acão de Pesca

Capacidadede Lançamento

SensaçõesPreço

Preço

Transporte

Facilidadede Utilização

A melhor escolha

12´: O modelo mais polivalente. Boa para as pescas curtas, e em caso de necessidade consegue atingir boas distâncias de lançamento.

13´: A melhor opção para pescar longe, ou no caso de termos que lançar PVA bem “aviados”

10´: As sensações que este tipo de cana transmite são de longe as que mais prazer nos dão, é quase que uma luta “corpo-a-corpo”

10´: As mais acessíveis entre os três tipos analisados

10´: Por serem canas curtas, o transporte está facilitado

10´: Muito simples de usar, são canas maneáveis, fácies de lançar e muito leves.

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Page 133: Digital Carp Magazine #05

Enterprise Beetlese Nash Bug Juice

A pesca com iscos flutuantes tem crescido, especialmente no seio da competi-ção. Uma das melhores combinações de iscos flutuantes é a junção dos Beetles da Enterprise potenciados pelo aroma da Nash, Bug Juice, que acreditem, cheira literalmente a bug juice (sumo de inseto, traduzido à letra). Claro que não é só na competição que estes produtos podem ser usados, mas nesta vertente do Carp Fishing não se pode estar muito tempo sem tirar peixe, é preciso ir à procura dele onde estiver, encontrando-se muitas vezes perto da superfície. Como na competi-ção não é permitido o uso de flutuadores, este tipo de aproximação (pesca com zig) é a melhor forma de se conseguirem capturas em qualquer profundidade.

BeetlesAs embalagens trazem quatro cores de espuma, que podemos combinar com

duas cores de inseto. Podemos prender todo o conjunto com uma das quatro cores dos stops, que nos dá uma vasta combinação de cores. Podemos assim ter um isco com uma visibilidade natural ou alta, consoante o que as condições do água/mete-orologia assim nos pedirem, ou as Carpas assim preferirem.

É aconselhável usar um fio macio, próprio para o efeito, sem memória e leve. O anzol deve ser um do género wide gape tamanho 10 ou 12, ficando o isco preso por um cabelo muito curto, mesmo encostado ao anzol.

Nash Bug JuiceApesar da disponibilidade de quatro aromas, apenas testamos o Beetle. Não

há muito a dizer sobre este aroma, apenas que faz jus ao nome e cheira mal que se farta. Contudo as Carpas perece que o adoram pois as capturas que nos proporcio-naram estes dois produtos foram muitas. Dá um pequeno toque extra à nossa apre-sentação, que na hora de colocar peixe no tapete pode ser muito importante.

Para ajudar na decisão na hora da compra, no que diz respeito ao tamanho das canas, analisamos três comprimentos de canas: 10´ (3,05 metros), 12´ (3,66 metros) e 13´ (3,96 metros). Além disso, quando falamos nestes três comprimentos, vamos associar as ações em libras mais comercializadas para cada medida. Esta análise será mais útil a quem está interessado em adquirir novas canas, e nesse caso ajudar a decidir qual o melhor modelo, vantagens e desvantagens. Pontuamos cada um dos aspetos analisados de 1 a 3. Sendo que 1, é o valor que trás menos vantagens e o 3 aquele que trás mais vantagens.

RESULTADO

• 10 pés: 14 pontos. De facto se pensamos comprar uma cana para umas pescarias de lazer em que procuramos facilidade de utilização, preço, e diversão esta será a melhor opção, daí ter recolhido o maior número de pontos na nossa análise.

• 12 pés: 13 pontos. Se procuramos uma cana equili-brada, capaz de atingir boas distâncias de lançamento, este é o tipo de cana indicado. Não compromete na altura de lançar um pouco mais longe.

• 13 pés: 9 pontos. Estas são de facto canas indicadas para um pescador mais experiente, que busca acima de tudo capacidade de lançamento e robustez. São canas projetadas para grandes capturas ou para competição, onde por vezes é preciso lançar muito longe e outras formas de atingir esses locais são proibidas.

Análise

Acão de Pesca

Capacidadede Lançamento

SensaçõesPreço

Preço

Transporte

Facilidadede Utilização

A melhor escolha

12´: O modelo mais polivalente. Boa para as pescas curtas, e em caso de necessidade consegue atingir boas distâncias de lançamento.

13´: A melhor opção para pescar longe, ou no caso de termos que lançar PVA bem “aviados”

10´: As sensações que este tipo de cana transmite são de longe as que mais prazer nos dão, é quase que uma luta “corpo-a-corpo”

10´: As mais acessíveis entre os três tipos analisados

10´: Por serem canas curtas, o transporte está facilitado

10´: Muito simples de usar, são canas maneáveis, fácies de lançar e muito leves.

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Page 134: Digital Carp Magazine #05

Para uma melhor informação do que se passa a nível de qualificações a nível mundial, apresentamos a seguir o historial sobre os dezasseis campeonatos do mundo de pesca à Carpa. Títulos Individuais e coleti-vos, tudo pode ser visto neste artigo.

• Ranking Por País (a nível de campeonatos do mundo)

Africa do Sul e Croácia lideram a tabela com quatro vitórias, ou seja, metade dos campeonatos do mundo de pesca à Carpa foram dominados por estas duas nações. Quando somamos os lugares de pódio alcan-çados, sobressai a Croácia. Marcaram presença no pódio por dez vezes, quatro vitórias, dois segundos e três terceiros lugares. Fantástico!

Portugal, surge com duas vitórias por nações, em 2006 e 2013, ambas as provas em Montargil. Portugal conta ainda com dois segundos lugares, em 2000 (Itália) e 2001 (Montargil).

• Ranking Individual (Países com mais medalha-dos a nível individual)

A nível individual a história repete-se, nove meda-lhas individuais para África do Sul e Croácia. Mais uma vez a Croácia leva vantagem, com cinco medalhas de ouro, contra quatro da África do Sul. A Roménia aparece em 3º lugar, com uma medalha de ouro, duas de prata e três de bronze. Quanto ao nosso país, Portugal conse-guiu durante os dezasseis campeonatos do mundo de pesca à Carpa, duas vitórias. Uma no ano 2000, em Itália, conquistada por Joaquim Bonito e Casimiro

Milheiras. A outra, em 2013 na Barragem de Montargil por Hugo Marmelo e Carlos Cardoso. Contamos ainda com uma medalha de prata, conquistada em 2006 por Sílvio Penedo e Filipe Cardana, também na Barragem de Montargil e uma medalha de bronze, conquistada em 2012, na Roménia, por Filipe Cardana e Ângelo Marques.

Análise DCM sobre os resultados obtidos a nível coletivo e individual ao longo destes dezasseis mun-diais de pesca à Carpa.

Como pontuámos: 1º lugar, dá 1 ponto, 2º lugar dá 0,5 pontos, e 3º lugar dá 0,33 pontos. Pontuámos de igual modo a nação e a dupla campeã do mundo com 1 ponto. Ou seja, o exemplo do ano passado:

Portugal – 1 Ponto (1º classificado equipa) + Hugo Marmelo/Carlos Cardoso – 1 Ponto (1º classificado)

Croácia – 0,5 Pontos (2º classificado) + Damir Ladnjak/ Tomislav Vuksic – 0,5 Pontos (2º classificado)

Kazaquistão – 0,33 Pontos (3º classificado) + 0 pontos (não teve medalhas individuais)

Itália, não teve medalha por equipa mas teve uma classificação individual - Alesandro Crosato/Ivano De Bortoli – 0,33 pontos (3º classificado)

Ou seja, para cada mundial atribuímos 3,66 pontos, 1+1 para os primeiros, 0,5+0,5 para os segun-dos e 0,33+0,33 para os terceiros classificados, inde-pendentemente de serem ou não da mesma nação. Desta forma de cálculo resultou o seguinte:

• Ranking Por País (títulos individuais e coletivos)

Mais uma vez, os dados são esclarecedores: a Croácia domina, seguida pela África do Sul e Roménia. Segundo esta forma de cálculo, Portugal conta até ao momento com 5,66 pontos, ocupando o 4º lugar entre as equipas que melhores resultados obtiveram. Outra forma de cálculo seria pontuar todas as classificações obtidas desde o início da competição, mas infelizmen-te não encontramos dados disponíveis para confrontar com a nossa forma de cálculo.

Os dados que serviram para análise deste artigo estão na página oficial da FIPS, Federação Internacional de Pesca Desportiva - www.fips-ed.com

António Lopes Nunes

Historia dos Mundiaisde Pesca à Carpa

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Page 135: Digital Carp Magazine #05

Uma das medidas ao nosso alcance para que possamos converter o

máximo de picadas em peixes na rede é mantermos os nossos anzóis o mais

afiados possível.

A GARDNER lança o Point Doctor 2, versão melhorada do já muito conhe-

cido Point Doctor. Trata-se de uma borracha abrasiva mais densa e dura mas

igualmente fácil de usar e mais segura do que as habituais grosas ou pedras

de afiar, pois a cada passagem possibilita remover uma finíssima camada de

metal do anzol sem o correr o risco de remover demasiado material ou

mesmo estragar a ponta devido aos movimentos menos bem direcionados.

O modo de utilização não poderia ser mais simples, basta para isso segu-

rar firmemente o Point Doctor com uma das mão e esfregar suavemente o

anzol até atingir o estado desejado. É conveniente que os movimentos sejam

feitos sempre na mesma direção e o mais direitos possível evitando ao

máximo contornar a ponta do anzol.

Ter em atenção que este tipo de acessório não é vocacionado para todos

os tipos de anzol, nomeadamente todos aqueles cujas pontas são curvadas.

135

Page 136: Digital Carp Magazine #05

No dia 2 de Outubro parti para uma sessão de duas noites que tinha sido planea-da em Setembro após uma visita de apenas um dia à barragem. Esta barragem situa-se na vila de Almodôvar, distando cinco minutos da barragem da Boavista.

A expectativa era grande pois após a primeira visita que fiz à barragem em 2012 nunca mais tinha voltado e nessa data em apenas três horas efectuei uma captura de uma bonita Espelhada de 11kg. Nesta altura tinha falado com um amigo Carpista inglês que me relatou e enviou fotos de capturas de belas Comuns com mais de 10kg e de algu-mas Espelhadas entre as quais uma linda Carpa com mais de 20kg.

Cheguei ao local por volta das 11 horas da manhã. Devido ao facto de gostar de pescar isolado optei por partir para um pesqueiro com a ajuda do barco e por volta das 12:30 já tinha todo o material no pesque-iro. Após alguma observação sondei bem o local onde queria pescar e identifiquei os pontos com boias de marcação e H-Block para engodar e colocar as montagens de forma 100% precisa.

Como estava sozinho na barragem e isolado, optei por pescar com cinco canas, coloquei uma num braço da barragem a quatro metros de profundidade com um boilie THE SOURCE, coloquei outra a meio da barragem com tiger nuts a quase seis metros de profundidade. As outras três canas foram colocadas todas na zona do paredão com Monster Crustacean, Banana Starbaits e Banana Dynamite Baits. Optei por esta zona por ter muita pedra e muito lagostim, por sorte estes não estavam muito activos.

Como o local não é farto em capturas optei por fazer engodagens suaves, ou seja, cada montagem que colocava mandava três ou quatro mãos de boilies inteiros e partidos

iguais às montagens, e um punhado de tiger nuts. Por volta das 17 horas tinha tudo monta-do e todas as canas a pescar.

Anoiteceu e nada de toques até que por volta das 2 horas da manhã o meu CARP-SOUNDER ROC XR de uma cana que estava no muro começa a cantar. Ferro e apercebo-me que devia ser um peixe não muito grande, quando a vi confirmei que era uma bonita Comum do Clérigo bem nutrida e com peso a rondar os 7kg.

Até amanhecer houve mais umas captur-as, todas Comuns a rondar o mesmo peso e uma com mais de 8kg. Não era bem o que procurava mas já era positivo. Durante o dia não davam sinal de vida, apenas se ouvia muita, muita atividade. De noite, por volta das 4 horas da manhã, arranca de novo uma cana na zona do muro. Ferro e noto logo que talvez fosse um peixe um pouco maior, a balança confirmou isso mesmo e seria o maior peixe da sessão com 9,2kg.

Por volta das 6 horas da manha, tive o maior arranque da sessão e certamente seria o melhor peixe mas esta durante a luta ela rumou sempre em direcção a um braço mais pequeno que se encontrava do meu lado direito, prendendo a linha nuns arbustos, quando soltei já tinha desferrado. Enfim, o Carp Fishing é isto mesmo e quando pesca-mos sozinhos ainda é mais difícil.

Amanheceu sem mais picadas e era tempo de fazer o balanço da sessão. Foi mais produtiva na primeira noite mas na segunda tive as duas maiores Carpas ferradas. Estava na hora de começar a arrumar e terminar uma sessão numa bela barragem onde as grandes Espelhadas não quiseram dar a cara mas que considero ter sido muito positiva e que me faz ter muita vontade de voltar.

Gonçalo Matias

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Page 137: Digital Carp Magazine #05

No dia 2 de Outubro parti para uma sessão de duas noites que tinha sido planea-da em Setembro após uma visita de apenas um dia à barragem. Esta barragem situa-se na vila de Almodôvar, distando cinco minutos da barragem da Boavista.

A expectativa era grande pois após a primeira visita que fiz à barragem em 2012 nunca mais tinha voltado e nessa data em apenas três horas efectuei uma captura de uma bonita Espelhada de 11kg. Nesta altura tinha falado com um amigo Carpista inglês que me relatou e enviou fotos de capturas de belas Comuns com mais de 10kg e de algu-mas Espelhadas entre as quais uma linda Carpa com mais de 20kg.

Cheguei ao local por volta das 11 horas da manhã. Devido ao facto de gostar de pescar isolado optei por partir para um pesqueiro com a ajuda do barco e por volta das 12:30 já tinha todo o material no pesque-iro. Após alguma observação sondei bem o local onde queria pescar e identifiquei os pontos com boias de marcação e H-Block para engodar e colocar as montagens de forma 100% precisa.

Como estava sozinho na barragem e isolado, optei por pescar com cinco canas, coloquei uma num braço da barragem a quatro metros de profundidade com um boilie THE SOURCE, coloquei outra a meio da barragem com tiger nuts a quase seis metros de profundidade. As outras três canas foram colocadas todas na zona do paredão com Monster Crustacean, Banana Starbaits e Banana Dynamite Baits. Optei por esta zona por ter muita pedra e muito lagostim, por sorte estes não estavam muito activos.

Como o local não é farto em capturas optei por fazer engodagens suaves, ou seja, cada montagem que colocava mandava três ou quatro mãos de boilies inteiros e partidos

iguais às montagens, e um punhado de tiger nuts. Por volta das 17 horas tinha tudo monta-do e todas as canas a pescar.

Anoiteceu e nada de toques até que por volta das 2 horas da manhã o meu CARP-SOUNDER ROC XR de uma cana que estava no muro começa a cantar. Ferro e apercebo-me que devia ser um peixe não muito grande, quando a vi confirmei que era uma bonita Comum do Clérigo bem nutrida e com peso a rondar os 7kg.

Até amanhecer houve mais umas captur-as, todas Comuns a rondar o mesmo peso e uma com mais de 8kg. Não era bem o que procurava mas já era positivo. Durante o dia não davam sinal de vida, apenas se ouvia muita, muita atividade. De noite, por volta das 4 horas da manhã, arranca de novo uma cana na zona do muro. Ferro e noto logo que talvez fosse um peixe um pouco maior, a balança confirmou isso mesmo e seria o maior peixe da sessão com 9,2kg.

Por volta das 6 horas da manha, tive o maior arranque da sessão e certamente seria o melhor peixe mas esta durante a luta ela rumou sempre em direcção a um braço mais pequeno que se encontrava do meu lado direito, prendendo a linha nuns arbustos, quando soltei já tinha desferrado. Enfim, o Carp Fishing é isto mesmo e quando pesca-mos sozinhos ainda é mais difícil.

Amanheceu sem mais picadas e era tempo de fazer o balanço da sessão. Foi mais produtiva na primeira noite mas na segunda tive as duas maiores Carpas ferradas. Estava na hora de começar a arrumar e terminar uma sessão numa bela barragem onde as grandes Espelhadas não quiseram dar a cara mas que considero ter sido muito positiva e que me faz ter muita vontade de voltar.

Gonçalo Matias

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Fabricado em materiais de alta resistência, esta pequena embarcação é constituída por duas camaras de ar equipadas com válvulas de segurança, o que possibilita que esta seja perfeitamente insuflada, sem que se perca qualquer quantidade de ar aquando da desferragem da bomba de pé. Possui ainda um piso em madeira marítima tratada, base de proa reforçada permitindo o uso de um motor elétrico ou mesmo de combustão, corda de segu-rança para fixação da embarcação à margem, alças ergonô-micas para facilitar o seu transporte para dentro e fora da água.

Muito estável apesar do seu pequeno tamanho. É ideal para os pescadores mais solitários na colocação de monta-gens ou nas engodagens. Permite, de forma bastante segura, o combate direto com um peixe ou mesmo a liber-tação de algum que possa ficar preso em alguma árvore ou arbusto submerso, dado que, o seu material aguenta perfeitamente o contacto com ramos ou as pedras nas margens e baixios.

Na embalagem vêm incluídos dois remos em alumínio de alta resistência no entanto este pequeno barco pode tornar-se ainda melhor e mais fácil de usar quando equi-pado com um motor elétrico. Esse bónus permite uma total liberdade de movimentos sem esforço no combate com um peixe mais pesado e que seja capaz de, por exem-plo, arrastar o barco. Naqueles dias mais ventosos, é um valoroso auxílio impedindo que os elementos nos arras-tem enquanto colocamos cuidadosamente as nossas mon-tagens.

Este tipo de motor, torna-se também muito silencioso na aproximação à zona de pesca, tornando a nossa presen-ça muito discreta.

Em resumo, tratamos de um valoroso auxiliar em todo o tipo de situações quer estejamos a pescar numa grande barragem ou mesmo numa pequena charca.

Entregue com:- 2 Remos- Kit de reparação- Bomba de pé de 5lts- Saco de transporte

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FOX HORIZON 10’ 3lb

ANÁLISE

Dentro de um vastíssimo e variado lote de canas, desta vez escolhemos para teste uma cana diferente, não só pelo seu taman-ho mas também pelas “capacidades ocul-tas” que demonstra quando é chamada à verdadeira ação.

Vocacionada para “Stalking”, dado o seu tamanho mais reduzido, apenas 3 metros em vez dos habituais 3,60 metros, esta pequena cana é capaz de bem mais do que simples lançamentos por debaixo do braço enquanto serpenteamos por entre arbustos percorrendo margens à procura de Carpas.

Guarnecida com passadores Fuji de alta gama, esta cana esconde um potencial de lançamento muito além do espectável dado o seu tamanho, emprestando da “irmã” Horizon XT características de alto rendi-mento no que toca a essa matéria, sendo que as suas 3lb foram capazes de colocar uma chumbada de 3oz (85gramas) a uns

impressionantes noventa e três metros.O elemento traseiro é fabricado em

carbono de 3K, proporcionando uma rigidez e poder no lançamento oferecendo ainda um magnífico acabamento entrançado, sendo que o elemento dianteiro de carbono 2K oferece uma ação semi-parabólica, dá velocidade ao lançamento e proporcionan-do momentos de pura adrenalina no que toca a trabalhar peixe a curta distância, realçando sempre a sua impressionante curva. É um verdadeiro prazer!

Possui ainda um pequeno clip de linha na lateral, para aqueles que apreciam este tipo de pormenor e porta carretos Fuji de 18mm com acabamentos em gun smoke.

O acabamento traseiro é cónico, dando ergonomia aquando de lançamentos e impedindo que seja arrancada dos apoios. É revestido com manga termo retrátil assegu-rando a longevidade desta pequena mara-vilha.

Fabricado em materiais de alta resistência, esta pequena embarcação é constituída por duas camaras de ar equipadas com válvulas de segurança, o que possibilita que esta seja perfeitamente insuflada, sem que se perca qualquer quantidade de ar aquando da desferragem da bomba de pé. Possui ainda um piso em madeira marítima tratada, base de proa reforçada permitindo o uso de um motor elétrico ou mesmo de combustão, corda de segu-rança para fixação da embarcação à margem, alças ergonô-micas para facilitar o seu transporte para dentro e fora da água.

Muito estável apesar do seu pequeno tamanho. É ideal para os pescadores mais solitários na colocação de monta-gens ou nas engodagens. Permite, de forma bastante segura, o combate direto com um peixe ou mesmo a liber-tação de algum que possa ficar preso em alguma árvore ou arbusto submerso, dado que, o seu material aguenta perfeitamente o contacto com ramos ou as pedras nas margens e baixios.

Na embalagem vêm incluídos dois remos em alumínio de alta resistência no entanto este pequeno barco pode tornar-se ainda melhor e mais fácil de usar quando equi-pado com um motor elétrico. Esse bónus permite uma total liberdade de movimentos sem esforço no combate com um peixe mais pesado e que seja capaz de, por exem-plo, arrastar o barco. Naqueles dias mais ventosos, é um valoroso auxílio impedindo que os elementos nos arras-tem enquanto colocamos cuidadosamente as nossas mon-tagens.

Este tipo de motor, torna-se também muito silencioso na aproximação à zona de pesca, tornando a nossa presen-ça muito discreta.

Em resumo, tratamos de um valoroso auxiliar em todo o tipo de situações quer estejamos a pescar numa grande barragem ou mesmo numa pequena charca.

Entregue com:- 2 Remos- Kit de reparação- Bomba de pé de 5lts- Saco de transporte

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http://www.portalpesca.com/tablassolunares.aspInformação retirada do site:

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TABELAS LUNARESÀs vezes atribuímos uma má sessão de pesca à lua, que não estava favorável. Para evitar que isso aconteça, partilhamos convosco as melhores e as piores alturas para ir à pesca…. Se é que realmente acreditam que isso tenha influencia! O nosso conselho é que vão sempre que possam!

Fevereiro 2015

Maio 2015Abril 2015

Março 2015

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Page 143: Digital Carp Magazine #05

Existem mais de 1000 espécies de escorpiões a nível mundial, mas apenas cerca de 30 são realmente perigosas. O escorpião amarelo (Tityus serrulatus), que vive essencial-mente no Brasil é dos piores.

Em Portugal apenas é possível encontrar uma espécie de escorpião, o Lacrau ou Buthus occitanus. Esta espécie não está no lote das espécies realmente perigosas. De Norte a Sul do país a distribuição desta espécie é relativamente homo-génea. Estes animais podem encontrar-se em zonas áridas, rochosas, com muita exposição solar. Raramente dois escor-piões se encontram juntos, a menos que estejam em proces-so de acasalamento. A picada de escorpião ocorre geralmen-te nas extremidades, pés e mãos, sobretudo se andarem desprotegidas. A gravidade da picada depende de alguns fatores. A quantidade de veneno que é inoculada, a idade da pessoa, o tamanho da pessoa, o local da picada são os princi-pais. Quanto maior a quantidade de veneno obviamente maior o risco, e quanto mais pequena e mais nova a pessoa é igualmente maior o risco. Relativamente ao local da picada, o facto de ser preferencialmente nas extremidades é positivo. Não só temos a pele mais espessa nessas zonas, e portanto é mais difícil o veneno ser inoculado profundamente, como também se torna mais fácil realizar um garrote se for neces-sário.

Os sinais após a picada podem passar por dor local (geralmente muito intensa), rubor (vermelhidão que pode estar ausente ou ser discreta) e edema (inchaço no local da picada). Nos casos mais graves pode existir náuseas, vómitos, sialorreia (salivar em abundância), dor abdominal, palpita-ções, sensação de ansiedade, hipertensão, hipotensão, agita-ção, sonolência, tremores e confusão mental. No caso de ocorrer algum destes sintomas recorrer a auxílio médico é obrigatório.

No tratamento dos casos simples e com poucos sinto-mas pode ser suficiente tomar medicação para controlo da dor, limpar bem a ferida e retirar o ferrão (se lá tiver ficado). Por precaução deve ser verificado o estado da vacinação contra o tétano. Todas as pessoas deveriam ter a vacinação atualizada, nos pescadores pelo risco de se picarem em anzois (e material diverso), é ainda mais importante.

No caso de ser uma criança a ser picada, por precaução deve ser observada por um médico, mesmo que não mani-feste muitos sintomas. Pelo menos dor, que pode ser intensa, a criança provavelmente vai sentir.

Para quaisquer esclarecimentos sobre picadas e morde-duras de animais o Sistema Nacional de Emergência Médica (INEM) disponibiliza o Centro de Informação Antivenenos, que funciona 24 horas por dia – contato 808 250 143. Em alternativa pode usar-se o número nacional de socorro 112. Sempre que possível, é valiosa a descrição do animal que foi responsável pela picada. Tamanho, cor e outras particularida-des podem ser úteis na identificação, o que pode ser também importante na avaliação da necessidade de usar algum antídoto.

n.d.r. – O autor do texto não é biólogo ou zoólogo, não tendo portanto profundo conhecimento nessa área, nomeada-mente de escorpiões. A mensagem a passar é essencialmente que quem for picado por um escorpião deve saber o que vigiar, e que provavelmente vale a pena ser visto por um médico, espe-cialmente se for uma criança a estar em causa.

Nota: a imagem é de escorpiões amarelos...os verdadeiramente perigosos...e que não existem em Portugal...graças a Deus :)

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Depois de duas sessões no Douro que termi-naram em branco e uma visita ao Alvão que termi-naria de igual modo, a vontade de voltar à pesca era enorme. A única coisa certa era que iria à pesca com o Alexandre Madeira mas o local só quase em cima da sessão se marcou.

A escolha do mesmo ficou a cargo dele, que é grande conhecedor do Rio Douro na zona que abrange a Foz do Sabor, uma vez que passou lá toda a sua juventude.

Ainda na sexta-feira consegui arrancar a seguir ao trabalho, o que me permitiu chegar ainda de dia à Foz do Sabor. Como fui o primeiro a chegar, parei junto à ponte e peguei na máquina fotográfica. Já sabendo de antemão que estas cenas são normais nesta zona, não pude deixar de me sentir triste ao ver dois pescadores a esticar redes de barco. Foram algumas centenas de metros esticadas que espero sinceramente não tenham feito grande estrago na população das nossas amadas Carpas.

Em breve chega o Madeira e rumamos para o pesqueiro, que era a uns escassos quilômetros da Foz. A primeira impressão foi muito boa, a água estava calma, não havia vento e o local parecia interessante. Descarregamos rapidamente a tralha e começamos a sondagem. Durante três ou quatro metros da margem, a profundidade oscila-va entre os dois e os três metros, a partir daí caía para os oito metros pelo menos até aos trinta

metros de distância, onde estava uma boia de sinalização de navegação, junto à qual fazia dife-rença de mais de um metro de profundidade, não chegando aos sete metros. A elevação seguia por algumas dezenas de metros pelo que nos pareceu uma boa zona para a engodagem. A lutarmos contra o tempo, pois restavam-nos poucos minu-tos de luz, fizemos uma engodagem pesada nessa zona e lançamos as canas. Cada um de nós lançou ainda uma cana à margem, eu para a direita e o Madeira para a da esquerda.

Nesse meio tempo recebemos a visita do Luís, que nos levou o jantar, pizza, asas de frango e um belo tinto. Este é o tipo de jantar que a gente não se senta para comer, entre montar a tralha e uma galhofa ou outra íamos comendo e contando umas peripécias. Por sinal o Luís tinha também algumas interessantes para contar, não da pesca mas das quintas do Douro, onde traba-lha como Enólogo.

O local de acampamento era fantástico, durante anos os pescadores foram trabalhando uma árvore para que se pudesse andar de baixo dela em pé, larga o suficiente para termos sombra todo o dia. A tenda só viria a ser montada no dia seguinte por causa da chuva e vento, na primeira noite apenas usamos um guarda-sol por cima das bedchairs.

Durante a madrugada um dos alarmes do Madeira dá sinal e vamos a correr para as canas,

era uma linda Fully Scaled Mirror, ou como é conhecida por cá, uma Tarte de Maçã. Esta captura deixou-nos bastante animados mas a manhã trouxe tudo menos capturas. Barcos, vento, chuva, embora pouca e corrente na água. Foi então que me apercebi que tinha cometido um erro de prin-cipiante, tinha engodado com toda a força num sítio sem o analisar a fundo!

Bem, o mal já estava feito, a engodagem tinha ido toda embora, a corrente arrastava tudo naquele ponto devido à configuração do rio, está-vamos à saída de um grande curva, toda a força da água era concentrada naquele ponto, o melhor a fazer era esquecer os quilos de comida que tinha lá metido e fazer novo pesqueiro.

Junto à margem esquerda havia umas pedras que ajudavam a quebrar a força da água, pareceu--me a melhor opção perante o cenário disponível. A cana que já estava a beira da água foi mantida, as outras duas deslocadas para perto, mas para profundidades a rondar os oito metros, a primeira mantinha-se a volta dos dois e meio.

No fundo era como se tivesse acabado de chegar pois teria que construir o pesqueiro de raiz e o problema era que tinha reduzido a um terço o stock de iscos! Depois de tantos erros não tinha margem para manobra, tinha que fazer as coisas bem dali para a frente. Durante o dia, sabendo de antemão o quanto é difícil fazer capturas no Douro com o sol alto, fui engodando

repetidas vezes com um punhado de boilies. Quando faltava pouco para escurecer, com a ajuda do barco, espalhei o resto das sementes e pellets, assim como meio quilo de Spicy Tuna esmagados e embebidos no líquido do mesmo aroma. Seriam pouco mais de doze horas para tentar pelo menos uma captura... Pelo menos o vento tinha acalmado e as ondas que todo o dia tinham fustigado as margens tinham desapareci-do.

Com as linhas previamente marcadas, colo-quei as montagens na água pouco antes da última luz do dia ir embora. Tinha na cana mais encosta-da à margem um snowman com Live System de 18mm e um Pop-Up Cell rosa. Na cana do meio outro snowman, o isco mais usado por mim no Douro, Spicy Tuna com Pop-Up de Ananás/Bana-na, ambos da Dynamite. Para a cana que estava mais afastada da margem uma montagem Hinged Stiff Rig com um Pop-Up da Enterprise verde fluo-rescente demolhado em aroma de ananás.

Como sempre acontece quando estou de grade na última noite, o sono teima em não apare-cer. Apesar da noite escura não me permitir exati-dão, de vez em quando atirava um punhado de boilies para o pesqueiro. Por volta da 1h da manhã a montagem Combi Link que tantas vezes uso em conjunto com o meu snowman favorito voltava a dar-me um arranque, que por sinal me pareceu bastante violento. Ainda vi a bobine a

soltar fio mas quando estava para pegar na cana, o alarme parou e a linha deixou de sair, embora continuasse muito tensa. Esperei um pouco, fiquei na dúvida se deveria levantar a montagem, havia várias possibilidades e nenhuma delas me agradava. Desde o peixe estar preso em algum obstáculo até ter-se soltado deixando a monta-gem inutilizada, tudo era possível. Decidi por fim levantar a cana e senti apenas o peso da chumba-da, quando esta me chegou às mãos percebi o que se tinha passado, o violento arranque tinha feito passar o fluoro carbono por alguma pedra e tinha-o raspado e cortado. Maldito azar!

Pouco tempo depois o Madeira tinha um arranque, que ainda agora estaria a levar fio se não o acordo, pois estava de tal forma ferrado no sono que não dava sinal de que ia acordar. Era uma pequena Carpa Comum, ainda assim era bem-vinda. Nas minhas canas nem sinal, contudo ainda era cedo e o peixe andava ativo! O vento tinha passado e o ar estava um pouco mais quente. Às três horas por fim um dos Delkim fazia-me sair da bedchair como um foguete! A cana da esquerda, com o pop-up artificial acaba-ria por me colocar uma bonita Comum no tapete! Voltei a lançar a cana e voltei à bedchair.

A manhã chegou e com ela de novo o vento.

Começamos a arrumar a tralha lentamente e quando me preparava para começar a carregar, ainda com as canas a pescar, mais um grito de um alarme, desta vez na cana da direita. Foi mais uma Comum ao tapete, mais pequena que a primeira mas de qualquer forma muito bonita.

Acredito que se tivesse um pouco mais de tempo melhores capturas sairiam, mas o erro inicial tinha-me feito perder não só engodagem como tempo. Nem sei o quanto a engodagem no primeiro local terá sido prejudicial pois pode ter afastado o peixe da minha zona de pesca. Ficou a lição, que foi aprendida, e que na próxima vez que visitar uma nova água me virá à lembrança, certa-mente!

Gastem o tempo a sondar e a estudar o pesqueiro que for preciso, até ter a certeza que não ficou nada ao acaso, isto pode fazer a diferen-ça entre capturar ou não!

Um abraço para o Alexandre Madeira e obri-gado pela companhia!

Boas pescarias e até um dia destes à beira da água!

Orlando Loureiro

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Depois de duas sessões no Douro que termi-naram em branco e uma visita ao Alvão que termi-naria de igual modo, a vontade de voltar à pesca era enorme. A única coisa certa era que iria à pesca com o Alexandre Madeira mas o local só quase em cima da sessão se marcou.

A escolha do mesmo ficou a cargo dele, que é grande conhecedor do Rio Douro na zona que abrange a Foz do Sabor, uma vez que passou lá toda a sua juventude.

Ainda na sexta-feira consegui arrancar a seguir ao trabalho, o que me permitiu chegar ainda de dia à Foz do Sabor. Como fui o primeiro a chegar, parei junto à ponte e peguei na máquina fotográfica. Já sabendo de antemão que estas cenas são normais nesta zona, não pude deixar de me sentir triste ao ver dois pescadores a esticar redes de barco. Foram algumas centenas de metros esticadas que espero sinceramente não tenham feito grande estrago na população das nossas amadas Carpas.

Em breve chega o Madeira e rumamos para o pesqueiro, que era a uns escassos quilômetros da Foz. A primeira impressão foi muito boa, a água estava calma, não havia vento e o local parecia interessante. Descarregamos rapidamente a tralha e começamos a sondagem. Durante três ou quatro metros da margem, a profundidade oscila-va entre os dois e os três metros, a partir daí caía para os oito metros pelo menos até aos trinta

metros de distância, onde estava uma boia de sinalização de navegação, junto à qual fazia dife-rença de mais de um metro de profundidade, não chegando aos sete metros. A elevação seguia por algumas dezenas de metros pelo que nos pareceu uma boa zona para a engodagem. A lutarmos contra o tempo, pois restavam-nos poucos minu-tos de luz, fizemos uma engodagem pesada nessa zona e lançamos as canas. Cada um de nós lançou ainda uma cana à margem, eu para a direita e o Madeira para a da esquerda.

Nesse meio tempo recebemos a visita do Luís, que nos levou o jantar, pizza, asas de frango e um belo tinto. Este é o tipo de jantar que a gente não se senta para comer, entre montar a tralha e uma galhofa ou outra íamos comendo e contando umas peripécias. Por sinal o Luís tinha também algumas interessantes para contar, não da pesca mas das quintas do Douro, onde traba-lha como Enólogo.

O local de acampamento era fantástico, durante anos os pescadores foram trabalhando uma árvore para que se pudesse andar de baixo dela em pé, larga o suficiente para termos sombra todo o dia. A tenda só viria a ser montada no dia seguinte por causa da chuva e vento, na primeira noite apenas usamos um guarda-sol por cima das bedchairs.

Durante a madrugada um dos alarmes do Madeira dá sinal e vamos a correr para as canas,

era uma linda Fully Scaled Mirror, ou como é conhecida por cá, uma Tarte de Maçã. Esta captura deixou-nos bastante animados mas a manhã trouxe tudo menos capturas. Barcos, vento, chuva, embora pouca e corrente na água. Foi então que me apercebi que tinha cometido um erro de prin-cipiante, tinha engodado com toda a força num sítio sem o analisar a fundo!

Bem, o mal já estava feito, a engodagem tinha ido toda embora, a corrente arrastava tudo naquele ponto devido à configuração do rio, está-vamos à saída de um grande curva, toda a força da água era concentrada naquele ponto, o melhor a fazer era esquecer os quilos de comida que tinha lá metido e fazer novo pesqueiro.

Junto à margem esquerda havia umas pedras que ajudavam a quebrar a força da água, pareceu--me a melhor opção perante o cenário disponível. A cana que já estava a beira da água foi mantida, as outras duas deslocadas para perto, mas para profundidades a rondar os oito metros, a primeira mantinha-se a volta dos dois e meio.

No fundo era como se tivesse acabado de chegar pois teria que construir o pesqueiro de raiz e o problema era que tinha reduzido a um terço o stock de iscos! Depois de tantos erros não tinha margem para manobra, tinha que fazer as coisas bem dali para a frente. Durante o dia, sabendo de antemão o quanto é difícil fazer capturas no Douro com o sol alto, fui engodando

repetidas vezes com um punhado de boilies. Quando faltava pouco para escurecer, com a ajuda do barco, espalhei o resto das sementes e pellets, assim como meio quilo de Spicy Tuna esmagados e embebidos no líquido do mesmo aroma. Seriam pouco mais de doze horas para tentar pelo menos uma captura... Pelo menos o vento tinha acalmado e as ondas que todo o dia tinham fustigado as margens tinham desapareci-do.

Com as linhas previamente marcadas, colo-quei as montagens na água pouco antes da última luz do dia ir embora. Tinha na cana mais encosta-da à margem um snowman com Live System de 18mm e um Pop-Up Cell rosa. Na cana do meio outro snowman, o isco mais usado por mim no Douro, Spicy Tuna com Pop-Up de Ananás/Bana-na, ambos da Dynamite. Para a cana que estava mais afastada da margem uma montagem Hinged Stiff Rig com um Pop-Up da Enterprise verde fluo-rescente demolhado em aroma de ananás.

Como sempre acontece quando estou de grade na última noite, o sono teima em não apare-cer. Apesar da noite escura não me permitir exati-dão, de vez em quando atirava um punhado de boilies para o pesqueiro. Por volta da 1h da manhã a montagem Combi Link que tantas vezes uso em conjunto com o meu snowman favorito voltava a dar-me um arranque, que por sinal me pareceu bastante violento. Ainda vi a bobine a

soltar fio mas quando estava para pegar na cana, o alarme parou e a linha deixou de sair, embora continuasse muito tensa. Esperei um pouco, fiquei na dúvida se deveria levantar a montagem, havia várias possibilidades e nenhuma delas me agradava. Desde o peixe estar preso em algum obstáculo até ter-se soltado deixando a monta-gem inutilizada, tudo era possível. Decidi por fim levantar a cana e senti apenas o peso da chumba-da, quando esta me chegou às mãos percebi o que se tinha passado, o violento arranque tinha feito passar o fluoro carbono por alguma pedra e tinha-o raspado e cortado. Maldito azar!

Pouco tempo depois o Madeira tinha um arranque, que ainda agora estaria a levar fio se não o acordo, pois estava de tal forma ferrado no sono que não dava sinal de que ia acordar. Era uma pequena Carpa Comum, ainda assim era bem-vinda. Nas minhas canas nem sinal, contudo ainda era cedo e o peixe andava ativo! O vento tinha passado e o ar estava um pouco mais quente. Às três horas por fim um dos Delkim fazia-me sair da bedchair como um foguete! A cana da esquerda, com o pop-up artificial acaba-ria por me colocar uma bonita Comum no tapete! Voltei a lançar a cana e voltei à bedchair.

A manhã chegou e com ela de novo o vento.

Começamos a arrumar a tralha lentamente e quando me preparava para começar a carregar, ainda com as canas a pescar, mais um grito de um alarme, desta vez na cana da direita. Foi mais uma Comum ao tapete, mais pequena que a primeira mas de qualquer forma muito bonita.

Acredito que se tivesse um pouco mais de tempo melhores capturas sairiam, mas o erro inicial tinha-me feito perder não só engodagem como tempo. Nem sei o quanto a engodagem no primeiro local terá sido prejudicial pois pode ter afastado o peixe da minha zona de pesca. Ficou a lição, que foi aprendida, e que na próxima vez que visitar uma nova água me virá à lembrança, certa-mente!

Gastem o tempo a sondar e a estudar o pesqueiro que for preciso, até ter a certeza que não ficou nada ao acaso, isto pode fazer a diferen-ça entre capturar ou não!

Um abraço para o Alexandre Madeira e obri-gado pela companhia!

Boas pescarias e até um dia destes à beira da água!

Orlando Loureiro

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Depois de duas sessões no Douro que termi-naram em branco e uma visita ao Alvão que termi-naria de igual modo, a vontade de voltar à pesca era enorme. A única coisa certa era que iria à pesca com o Alexandre Madeira mas o local só quase em cima da sessão se marcou.

A escolha do mesmo ficou a cargo dele, que é grande conhecedor do Rio Douro na zona que abrange a Foz do Sabor, uma vez que passou lá toda a sua juventude.

Ainda na sexta-feira consegui arrancar a seguir ao trabalho, o que me permitiu chegar ainda de dia à Foz do Sabor. Como fui o primeiro a chegar, parei junto à ponte e peguei na máquina fotográfica. Já sabendo de antemão que estas cenas são normais nesta zona, não pude deixar de me sentir triste ao ver dois pescadores a esticar redes de barco. Foram algumas centenas de metros esticadas que espero sinceramente não tenham feito grande estrago na população das nossas amadas Carpas.

Em breve chega o Madeira e rumamos para o pesqueiro, que era a uns escassos quilômetros da Foz. A primeira impressão foi muito boa, a água estava calma, não havia vento e o local parecia interessante. Descarregamos rapidamente a tralha e começamos a sondagem. Durante três ou quatro metros da margem, a profundidade oscila-va entre os dois e os três metros, a partir daí caía para os oito metros pelo menos até aos trinta

metros de distância, onde estava uma boia de sinalização de navegação, junto à qual fazia dife-rença de mais de um metro de profundidade, não chegando aos sete metros. A elevação seguia por algumas dezenas de metros pelo que nos pareceu uma boa zona para a engodagem. A lutarmos contra o tempo, pois restavam-nos poucos minu-tos de luz, fizemos uma engodagem pesada nessa zona e lançamos as canas. Cada um de nós lançou ainda uma cana à margem, eu para a direita e o Madeira para a da esquerda.

Nesse meio tempo recebemos a visita do Luís, que nos levou o jantar, pizza, asas de frango e um belo tinto. Este é o tipo de jantar que a gente não se senta para comer, entre montar a tralha e uma galhofa ou outra íamos comendo e contando umas peripécias. Por sinal o Luís tinha também algumas interessantes para contar, não da pesca mas das quintas do Douro, onde traba-lha como Enólogo.

O local de acampamento era fantástico, durante anos os pescadores foram trabalhando uma árvore para que se pudesse andar de baixo dela em pé, larga o suficiente para termos sombra todo o dia. A tenda só viria a ser montada no dia seguinte por causa da chuva e vento, na primeira noite apenas usamos um guarda-sol por cima das bedchairs.

Durante a madrugada um dos alarmes do Madeira dá sinal e vamos a correr para as canas,

era uma linda Fully Scaled Mirror, ou como é conhecida por cá, uma Tarte de Maçã. Esta captura deixou-nos bastante animados mas a manhã trouxe tudo menos capturas. Barcos, vento, chuva, embora pouca e corrente na água. Foi então que me apercebi que tinha cometido um erro de prin-cipiante, tinha engodado com toda a força num sítio sem o analisar a fundo!

Bem, o mal já estava feito, a engodagem tinha ido toda embora, a corrente arrastava tudo naquele ponto devido à configuração do rio, está-vamos à saída de um grande curva, toda a força da água era concentrada naquele ponto, o melhor a fazer era esquecer os quilos de comida que tinha lá metido e fazer novo pesqueiro.

Junto à margem esquerda havia umas pedras que ajudavam a quebrar a força da água, pareceu--me a melhor opção perante o cenário disponível. A cana que já estava a beira da água foi mantida, as outras duas deslocadas para perto, mas para profundidades a rondar os oito metros, a primeira mantinha-se a volta dos dois e meio.

No fundo era como se tivesse acabado de chegar pois teria que construir o pesqueiro de raiz e o problema era que tinha reduzido a um terço o stock de iscos! Depois de tantos erros não tinha margem para manobra, tinha que fazer as coisas bem dali para a frente. Durante o dia, sabendo de antemão o quanto é difícil fazer capturas no Douro com o sol alto, fui engodando

repetidas vezes com um punhado de boilies. Quando faltava pouco para escurecer, com a ajuda do barco, espalhei o resto das sementes e pellets, assim como meio quilo de Spicy Tuna esmagados e embebidos no líquido do mesmo aroma. Seriam pouco mais de doze horas para tentar pelo menos uma captura... Pelo menos o vento tinha acalmado e as ondas que todo o dia tinham fustigado as margens tinham desapareci-do.

Com as linhas previamente marcadas, colo-quei as montagens na água pouco antes da última luz do dia ir embora. Tinha na cana mais encosta-da à margem um snowman com Live System de 18mm e um Pop-Up Cell rosa. Na cana do meio outro snowman, o isco mais usado por mim no Douro, Spicy Tuna com Pop-Up de Ananás/Bana-na, ambos da Dynamite. Para a cana que estava mais afastada da margem uma montagem Hinged Stiff Rig com um Pop-Up da Enterprise verde fluo-rescente demolhado em aroma de ananás.

Como sempre acontece quando estou de grade na última noite, o sono teima em não apare-cer. Apesar da noite escura não me permitir exati-dão, de vez em quando atirava um punhado de boilies para o pesqueiro. Por volta da 1h da manhã a montagem Combi Link que tantas vezes uso em conjunto com o meu snowman favorito voltava a dar-me um arranque, que por sinal me pareceu bastante violento. Ainda vi a bobine a

soltar fio mas quando estava para pegar na cana, o alarme parou e a linha deixou de sair, embora continuasse muito tensa. Esperei um pouco, fiquei na dúvida se deveria levantar a montagem, havia várias possibilidades e nenhuma delas me agradava. Desde o peixe estar preso em algum obstáculo até ter-se soltado deixando a monta-gem inutilizada, tudo era possível. Decidi por fim levantar a cana e senti apenas o peso da chumba-da, quando esta me chegou às mãos percebi o que se tinha passado, o violento arranque tinha feito passar o fluoro carbono por alguma pedra e tinha-o raspado e cortado. Maldito azar!

Pouco tempo depois o Madeira tinha um arranque, que ainda agora estaria a levar fio se não o acordo, pois estava de tal forma ferrado no sono que não dava sinal de que ia acordar. Era uma pequena Carpa Comum, ainda assim era bem-vinda. Nas minhas canas nem sinal, contudo ainda era cedo e o peixe andava ativo! O vento tinha passado e o ar estava um pouco mais quente. Às três horas por fim um dos Delkim fazia-me sair da bedchair como um foguete! A cana da esquerda, com o pop-up artificial acaba-ria por me colocar uma bonita Comum no tapete! Voltei a lançar a cana e voltei à bedchair.

A manhã chegou e com ela de novo o vento.

Começamos a arrumar a tralha lentamente e quando me preparava para começar a carregar, ainda com as canas a pescar, mais um grito de um alarme, desta vez na cana da direita. Foi mais uma Comum ao tapete, mais pequena que a primeira mas de qualquer forma muito bonita.

Acredito que se tivesse um pouco mais de tempo melhores capturas sairiam, mas o erro inicial tinha-me feito perder não só engodagem como tempo. Nem sei o quanto a engodagem no primeiro local terá sido prejudicial pois pode ter afastado o peixe da minha zona de pesca. Ficou a lição, que foi aprendida, e que na próxima vez que visitar uma nova água me virá à lembrança, certa-mente!

Gastem o tempo a sondar e a estudar o pesqueiro que for preciso, até ter a certeza que não ficou nada ao acaso, isto pode fazer a diferen-ça entre capturar ou não!

Um abraço para o Alexandre Madeira e obri-gado pela companhia!

Boas pescarias e até um dia destes à beira da água!

Orlando Loureiro

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Depois de duas sessões no Douro que termi-naram em branco e uma visita ao Alvão que termi-naria de igual modo, a vontade de voltar à pesca era enorme. A única coisa certa era que iria à pesca com o Alexandre Madeira mas o local só quase em cima da sessão se marcou.

A escolha do mesmo ficou a cargo dele, que é grande conhecedor do Rio Douro na zona que abrange a Foz do Sabor, uma vez que passou lá toda a sua juventude.

Ainda na sexta-feira consegui arrancar a seguir ao trabalho, o que me permitiu chegar ainda de dia à Foz do Sabor. Como fui o primeiro a chegar, parei junto à ponte e peguei na máquina fotográfica. Já sabendo de antemão que estas cenas são normais nesta zona, não pude deixar de me sentir triste ao ver dois pescadores a esticar redes de barco. Foram algumas centenas de metros esticadas que espero sinceramente não tenham feito grande estrago na população das nossas amadas Carpas.

Em breve chega o Madeira e rumamos para o pesqueiro, que era a uns escassos quilômetros da Foz. A primeira impressão foi muito boa, a água estava calma, não havia vento e o local parecia interessante. Descarregamos rapidamente a tralha e começamos a sondagem. Durante três ou quatro metros da margem, a profundidade oscila-va entre os dois e os três metros, a partir daí caía para os oito metros pelo menos até aos trinta

metros de distância, onde estava uma boia de sinalização de navegação, junto à qual fazia dife-rença de mais de um metro de profundidade, não chegando aos sete metros. A elevação seguia por algumas dezenas de metros pelo que nos pareceu uma boa zona para a engodagem. A lutarmos contra o tempo, pois restavam-nos poucos minu-tos de luz, fizemos uma engodagem pesada nessa zona e lançamos as canas. Cada um de nós lançou ainda uma cana à margem, eu para a direita e o Madeira para a da esquerda.

Nesse meio tempo recebemos a visita do Luís, que nos levou o jantar, pizza, asas de frango e um belo tinto. Este é o tipo de jantar que a gente não se senta para comer, entre montar a tralha e uma galhofa ou outra íamos comendo e contando umas peripécias. Por sinal o Luís tinha também algumas interessantes para contar, não da pesca mas das quintas do Douro, onde traba-lha como Enólogo.

O local de acampamento era fantástico, durante anos os pescadores foram trabalhando uma árvore para que se pudesse andar de baixo dela em pé, larga o suficiente para termos sombra todo o dia. A tenda só viria a ser montada no dia seguinte por causa da chuva e vento, na primeira noite apenas usamos um guarda-sol por cima das bedchairs.

Durante a madrugada um dos alarmes do Madeira dá sinal e vamos a correr para as canas,

era uma linda Fully Scaled Mirror, ou como é conhecida por cá, uma Tarte de Maçã. Esta captura deixou-nos bastante animados mas a manhã trouxe tudo menos capturas. Barcos, vento, chuva, embora pouca e corrente na água. Foi então que me apercebi que tinha cometido um erro de prin-cipiante, tinha engodado com toda a força num sítio sem o analisar a fundo!

Bem, o mal já estava feito, a engodagem tinha ido toda embora, a corrente arrastava tudo naquele ponto devido à configuração do rio, está-vamos à saída de um grande curva, toda a força da água era concentrada naquele ponto, o melhor a fazer era esquecer os quilos de comida que tinha lá metido e fazer novo pesqueiro.

Junto à margem esquerda havia umas pedras que ajudavam a quebrar a força da água, pareceu--me a melhor opção perante o cenário disponível. A cana que já estava a beira da água foi mantida, as outras duas deslocadas para perto, mas para profundidades a rondar os oito metros, a primeira mantinha-se a volta dos dois e meio.

No fundo era como se tivesse acabado de chegar pois teria que construir o pesqueiro de raiz e o problema era que tinha reduzido a um terço o stock de iscos! Depois de tantos erros não tinha margem para manobra, tinha que fazer as coisas bem dali para a frente. Durante o dia, sabendo de antemão o quanto é difícil fazer capturas no Douro com o sol alto, fui engodando

repetidas vezes com um punhado de boilies. Quando faltava pouco para escurecer, com a ajuda do barco, espalhei o resto das sementes e pellets, assim como meio quilo de Spicy Tuna esmagados e embebidos no líquido do mesmo aroma. Seriam pouco mais de doze horas para tentar pelo menos uma captura... Pelo menos o vento tinha acalmado e as ondas que todo o dia tinham fustigado as margens tinham desapareci-do.

Com as linhas previamente marcadas, colo-quei as montagens na água pouco antes da última luz do dia ir embora. Tinha na cana mais encosta-da à margem um snowman com Live System de 18mm e um Pop-Up Cell rosa. Na cana do meio outro snowman, o isco mais usado por mim no Douro, Spicy Tuna com Pop-Up de Ananás/Bana-na, ambos da Dynamite. Para a cana que estava mais afastada da margem uma montagem Hinged Stiff Rig com um Pop-Up da Enterprise verde fluo-rescente demolhado em aroma de ananás.

Como sempre acontece quando estou de grade na última noite, o sono teima em não apare-cer. Apesar da noite escura não me permitir exati-dão, de vez em quando atirava um punhado de boilies para o pesqueiro. Por volta da 1h da manhã a montagem Combi Link que tantas vezes uso em conjunto com o meu snowman favorito voltava a dar-me um arranque, que por sinal me pareceu bastante violento. Ainda vi a bobine a

soltar fio mas quando estava para pegar na cana, o alarme parou e a linha deixou de sair, embora continuasse muito tensa. Esperei um pouco, fiquei na dúvida se deveria levantar a montagem, havia várias possibilidades e nenhuma delas me agradava. Desde o peixe estar preso em algum obstáculo até ter-se soltado deixando a monta-gem inutilizada, tudo era possível. Decidi por fim levantar a cana e senti apenas o peso da chumba-da, quando esta me chegou às mãos percebi o que se tinha passado, o violento arranque tinha feito passar o fluoro carbono por alguma pedra e tinha-o raspado e cortado. Maldito azar!

Pouco tempo depois o Madeira tinha um arranque, que ainda agora estaria a levar fio se não o acordo, pois estava de tal forma ferrado no sono que não dava sinal de que ia acordar. Era uma pequena Carpa Comum, ainda assim era bem-vinda. Nas minhas canas nem sinal, contudo ainda era cedo e o peixe andava ativo! O vento tinha passado e o ar estava um pouco mais quente. Às três horas por fim um dos Delkim fazia-me sair da bedchair como um foguete! A cana da esquerda, com o pop-up artificial acaba-ria por me colocar uma bonita Comum no tapete! Voltei a lançar a cana e voltei à bedchair.

A manhã chegou e com ela de novo o vento.

Começamos a arrumar a tralha lentamente e quando me preparava para começar a carregar, ainda com as canas a pescar, mais um grito de um alarme, desta vez na cana da direita. Foi mais uma Comum ao tapete, mais pequena que a primeira mas de qualquer forma muito bonita.

Acredito que se tivesse um pouco mais de tempo melhores capturas sairiam, mas o erro inicial tinha-me feito perder não só engodagem como tempo. Nem sei o quanto a engodagem no primeiro local terá sido prejudicial pois pode ter afastado o peixe da minha zona de pesca. Ficou a lição, que foi aprendida, e que na próxima vez que visitar uma nova água me virá à lembrança, certa-mente!

Gastem o tempo a sondar e a estudar o pesqueiro que for preciso, até ter a certeza que não ficou nada ao acaso, isto pode fazer a diferen-ça entre capturar ou não!

Um abraço para o Alexandre Madeira e obri-gado pela companhia!

Boas pescarias e até um dia destes à beira da água!

Orlando Loureiro

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Por vezes usamos um determinado produto pensando que estamos a usar o melhor do mercado, apenas porque não temos conhecimento de outros do mesmo género, ou usamos um produto caro, quando poderá haver no mercado um outro similar em qualidade mas com um custo inferior. Outras vezes somos obriga-dos a adaptar um produto quando no mer-

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Por vezes usamos um determinado produto pensando que estamos a usar o melhor do mercado, apenas porque não temos conhecimento de outros do mesmo género, ou usamos um produto caro, quando poderá haver no mercado um outro similar em qualidade mas com um custo inferior. Outras vezes somos obriga-dos a adaptar um produto quando no mer-

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