difusos e coletivos - aula 04

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  • 5/28/2018 Difusos e Coletivos - Aula 04

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    INTENSIVO II Direitos Difusos Fernando Gajardoni Aula n. 04

    INTENSIVO IIDisciplina: Direitos DifusosProf. Fernando GajardoniAula n 04

    MATERIAL DE APOIO - MONITORIA

    ndice

    1. Artigos Correlatos1.1.A legitimidade da Defensoria Pblica para o ajuizamento da ao civil pblica. Delimitao de suaamplitude. Breves apontamentos2. Jurisprudncia correlata2.1 REsp 912849 / RS2.2 REsp 805277 / RS

    2.3 REsp 152447 / MG2.4 CC 14396 / DF2.5 REsp 251194 / SP2.6 REsp 493823 / DF2.7 REsp 1108542 / SC2.8 REsp 819010 / SP2.9 REsp 620622 / RS2.10 REsp 972902 / RS2.11 MS 21729 / DF - DISTRITO FEDERAL3. Assista!!!3.1. No inqurito civil h espao para o princpio do contraditrio?4. Simulados

    1. ARTIGOS CORRELATOS

    1.1. A LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA PBLICA PARA O AJUIZAMENTO DA AO CIVILPBLICA. DELIMITAO DE SUA AMPLITUDE. BREVES APONTAMENTOSElaborado em 09.2009.

    Emerson Garcia - Membro do Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro.

    1. O legislador infraconstitucional, em louvvel iniciativa, editou a Lei n 11.448, de 15 de janeiro de

    2007, que alterou o rol de legitimados propositura da ao civil pblica para neles incluir a Defensoria

    Pblica, instituio constitucionalmente vocacionada orientao jurdica e defesa, em todos os graus,"dos necessitados, na forma do art. 5, LXXIV", da Constituio da Repblica. [01]

    2. O novel diploma legislativo, a um s tempo, disponibilizou populao um relevante mecanismo de

    acesso justia e contribuiu para que a reconhecida sobrecarga de trabalho do Judicirio brasileiro possa

    vir a ser reduzida, j que milhares de aes individuais podero ser substitudas por algumas poucas

    aes coletivas.

    3. A questo que se pe saber se a Defensoria Pblica se transformou numa espcie de legitimado

    universal propositura da ao civil pblica ou se sua atuao deve sofrer um balizamento que

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    permita ajust-la aos objetivos constitucionais dessa nobre Instituio. Prestigiando-se a literalidade do

    art. 5, II, da Lei n 7.347, de 24 de julho de 1985, com a redao dada pelo art. 2 da Lei n

    11.448/2007, [02] ser inevitvel a adeso primeira propositura. Afinal, a lei de regncia do processo

    coletivo no impe qualquer restrio a tal atuao.

    4. Com a devida vnia daqueles que prezam a literalidade e interpretam a parte dissociada do todo, vcio

    que se sobressai quando desconsiderada a preeminncia do texto constitucional, no h a menor dvida

    de que a Defensoria Pblica no foi erigida condio de legitimada universal para a propositura da ao

    civil pblica.

    5. A ordem jurdica constitucional reflete uma unidade sistmica alicerada nos referenciais de supremacia

    normativa e coerncia lgica. avessa a antinomias reais e busca organizar as estruturas estatais de

    poder de modo a viabilizar a consecuo do bem comum, objetivo fundamental da Repblica Federativa

    do Brasil.

    6. No mbito das funes essenciais justia, foram includos (1) o Ministrio Pblico, (2) a DefensoriaPblica, (3) a Advocacia Pblica e (4) a Advocacia Privada. A primeira dessas instituies foi incumbida da

    "defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis",

    terminando por abarcar um rol de atribuies, efetivo ou potencialmente outorgvel pela legislao

    infraconstitucional, de indiscutvel amplitude. A segunda, por sua vez, vale dizer, a Defensoria Pblica, foi

    incumbida da orientao jurdica e da defesa dos necessitados. Enquanto o Ministrio Pblico somente

    poder defender os necessitados quando possvel o enquadramento na norma-quadro que delineia suas

    atribuies, a Defensoria Pblica tem sua atividade finalstica restrita defesa dessa camada da

    populao.

    7. importante realar a absoluta coerncia lgica do modelo constitucional, criando uma certa

    especializao de funes de modo a evitar que uma Instituio viesse a absorver a outra. No entanto, o

    que fez o legislador infraconstitucional na literalidade da Lei n 11.448/2007? Equiparou atribuies,

    permitindo que o intrprete coloque em dvida a j referida coerncia lgica do sistema constitucional.

    8. Note-se que o vcio aqui identificado no reside na atribuio, Defensoria Pblica, de legitimidade

    ativa para o ajuizamento da ao civil pblica. perfeitamente factvel a previso de uma legitimidade

    disjuntiva e concorrente, de modo que (1) a Administrao Pblica direta e indireta, (2) as Funes

    Essenciais Administrao da Justia e (3) algumas pessoas jurdicas de direito privado possam manejaras aes coletivas. O que se afirma, de forma simples e objetiva, a necessidade de preservar a

    coerncia do sistema constitucional ao prever a existncia de duas instituies, o Ministrio Pblico e a

    Defensoria Pblica, e indicar a esfera de atribuio de cada qual.

    9. Ainda em relao Defensoria Pblica, importante frisar que o texto constitucional no se limitou a

    enunciar uma atribuio geral, sem excluir a possibilidade de outorga de atribuies especficas. O art.

    134, caput, da Constituio da Repblica, como j salientamos, expresso ao dispor que as atribuies

    da Defensoria Pblica seriam exercidas "na forma do art. 5, LXXIV". E o que diz esse preceito? Diz que "o

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    Estado prestar assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos".

    10. A atuao da Defensoria Pblica, assim, pressupe o preenchimento de dois requisitos essenciais: que

    seja direcionada aos necessitados e que estes comprovem a insuficincia de recursos. A comprovao da

    carncia de recursos, como se sabe, tem sido realizada com a s declarao do interessado (art. 4,

    caput, da Lei n 1.060/1950), medida de todo adequada a uma sociedade civilizada e que valoriza a

    palavra do ser humano. Com isto, j se pode afirmar que a Defensoria Pblica somente poder atuar

    quando individualizados ou individualizveis os interessados, todos imperiosamente necessitados.

    11. As aes coletivas, como se sabe, esto voltadas tutela de trs espcies de interesses: difusos,

    coletivos e individuais homogneos. Nos termos do art. 81 da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990,

    que normatizou a posio ento sedimentada no mbito da doutrina e da jurisprudncia especializadas,

    tais interesses podem ser definidos da seguinte forma:

    "Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vtimas poder ser exercida em juzo

    individualmente, ou a ttulo coletivo.Pargrafo nico. A defesa coletiva ser exercida quando se tratar de:

    I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste cdigo, os transindividuais, de

    natureza indivisvel, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstncias de fato;

    II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste cdigo, os transindividuais, de

    natureza indivisvel de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a

    parte contrria por uma relao jurdica base;

    III - interesses ou direitos individuais homogneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum".12. Essa breve referncia aos conceitos incorporados legislao infraconstitucional permite concluir que

    absolutamente injurdica a defesa de interesses difusos pela Defensoria Pblica. A razo de ser

    simples: como a Instituio somente pode defender os necessitados e os interesses difusos so

    caracterizados pela indeterminao dos titulares do direito (v.g.: direito ao meio ambiente ecologicamente

    equilibrado), a concluso no pode ser outra seno a negativa. A tutela dos interesses difusos, alis, foi

    expressamente outorgada ao Ministrio Pblico pelo texto constitucional (art. 129, III). Conquanto seja

    exato que tal legitimidade no exclusiva, sua outorga a outras instituies exige a estrita observncia do

    disposto na "Constituio e na lei". [03] A lei, evidncia, deve estar em harmonia com a Constituio.13. No que diz respeito aos interesses coletivos e individuais homogneos, mostra-se incabvel uma

    avaliao prvia, in abstracto, da legitimidade da Defensoria Pblica. Tal h de ser feito em harmonia com

    as circunstncias fticas e jurdicas subjacentes ao caso concreto.

    14. Nessa linha, impe-se um novo questionamento: se o art. 5, II, da Lei n 7.347/1985, com a

    redao dada pelo art. 2 da Lei n 11.448/2007, destoa da Constituio, qual a soluo? Reconhecer-lhe

    a invalidade, alijando a Defensoria Pblica do processo coletivo? evidncia que no. A nica soluo que

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    se harmoniza com o sistema e os mais comezinhos padres de justia dispensar ao preceito uma

    interpretao conforme a Constituio.

    15. Como consectrio lgico da unidade do sistema jurdico, a atividade interpretativa necessariamente

    direcionada pela ordenao das fontes do direito, que sobre ela exercem uma influncia maior ou menor

    conforme o seu grau de importncia. Em conseqncia do escalonamento das fontes, ainda que

    prestigiada uma perspectiva sistmica de anlise, a posio de primazia sempre ser atribuda ordem

    constitucional.

    16. Corolrio natural da supremacia das normas constitucionais, a interpretao conforme a Constituio

    indica que todo e qualquer preceito jurdico deve ser interpretado de modo a identificar o sentido

    compatvel com a Constituio, excluindo, em conseqncia, aquele que no o seja. O operador do

    direito, ao separar a interpretao conforme a Constituio daquela que considera inconstitucional,

    preserva a disposio, mas limita ou estende o alcance da norma, neutralizando as violaes

    constitucionais. O texto impugnado, na conhecida sentena de Biscaretti di Ruffia, [04] "no

    inconstitucional s enquanto" ou "na medida em que" atribua disposio o significado indicado pelo

    Tribunal.

    17. A Constituio, por ocupar uma posio de preeminncia no ordenamento jurdico, deve ser concebida

    como o fio condutor de sua unidade, evitando ou, mesmo, solucionando as antinomias porventura

    existentes. A unidade, por sua vez, somente ser alcanada se as demais normas, infraconstitucionais ou

    oriundas do poder reformador, forem concebidas e interpretadas de modo a harmoniz-las com a

    Constituio. Nessa linha, pode-se conceber a unidade do ordenamento jurdico como um dos

    fundamentos da interpretao conforme a Constituio.

    18. Conclui-se, assim, pela necessidade de se conferir interpretao conforme a Constituio ao art. 5,

    II, da Lei n 7.347/1985, de modo a excluir a possibilidade de a Defensoria Pblica promover a defesa de

    interesses difusos.

    Notas

    Art. 134, caput, da Constituio da Repblica.

    Eis o inteiro teor da Lei n 11.448/2007: "Art. 1 - Esta Lei altera o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de

    julho de 1985, que disciplina a ao civil pblica, legitimando para a sua propositura a Defensoria Pblica.

    Art. 2 - O art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a vigorar com a seguinte redao: Art.

    5o Tm legitimidade para propor a ao principal e a ao cautelar: I - o Ministrio Pblico; II - a

    Defensoria Pblica; III - a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios; IV - a autarquia, empresa

    pblica, fundao ou sociedade de economia mista; V - a associao que, concomitantemente: a) esteja

    constituda h pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades

    institucionais, a proteo ao meio ambiente, ao consumidor, ordem econmica, livre concorrncia ou

    ao patrimnio artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico (...). Art. 3 - Esta Lei entra em vigor

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    na data de sua publicao".

    Art. 129, 1, da Constituio da Repblica.

    Diritto Costituzionale, 15 ed., Napoli: Jovene Editore, 1989, p. 677.

    http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=13616

    ___________________________________________________________________________

    2. JURISPRUDNCIA CORRELATA

    2.1 REsp 912849 / RS

    PROCESSUAL CIVIL. AO COLETIVA. DEFENSORIA PBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA. ART. 5, II, DA LEIN 7.347/1985 (REDAO DA LEI N 11.448/2007). PRECEDENTE.1. Recursos especiais contra acrdo que entendeu pela legitimidade ativa da Defensoria Pblica parapropor ao civil coletiva de interesse coletivo dos consumidores.2. Esta Superior Tribunal de Justia vem-se posicionando no sentido de que, nos termos do art. 5, II, daLei n 7.347/85 (com a redao dada pela Lei n 11.448/07), a Defensoria Pblica tem legitimidade

    para propor a ao principal e a ao cautelar em aes civis coletivas que buscam auferirresponsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valorartstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico e d outras providncias.3. Recursos especiais no-providos.

    2.2 REsp 805277 / RS

    PROCESSO CIVIL. AO COLETIVA. ASSOCIAO CIVIL. LEGITIMIDADE ATIVA CONFIGURADA.IDENTIFICAO DOS SUBSTITUDOS. DESNECESSIDADE. DEVOLUO DO PRAZO RECURSAL. JUSTACAUSA. POSSIBILIDADE.- A ao coletiva o instrumento adequado para a defesa dos interesses individuais homogneos dosconsumidores. Precedentes.

    - Independentemente de autorizao especial ou da apresentao de relao nominal de associados, asassociaes civis, constitudas h pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesados interesses e direitos protegidos pelo CDC, gozam de legitimidade ativa para a propositura de aocoletiva.- regular a devoluo do prazo quando, cessado o impedimento, a parte prejudicada demonstra aexistncia de justa causa no qinqdio e, no prazo legal, interpe o Recurso. Na ausncia de fixao

    judicial sobre a restituio do prazo, aplicvel o disposto no art. 185 do CPC.- A prerrogativa assegurada ao Ministrio Pblico de ter vista dos autos exige que lhe seja assegurada apossibilidade de compulsar o feito durante o prazo que a lei lhe concede, para que possa, assim, exercer ocontraditrio, a ampla defesa, seu papel de 'custos legis' e, em ltima anlise, a prpria pretensorecursal. A remessa dos autos primeira instncia, durante o prazo assegurado ao MP para a interposiodo Especial, frustra tal prerrogativa e, nesse sentido, deve ser considerada justa causa para a devoluodo prazo.

    Recurso Especial Provido.

    2.3 REsp 152447 / MG

    Processual Civil. Ao Civil Pblica. Ministrio Pblico. Desnecessidade de Prvio Inqurito Civil.Honorrios Advocatcios Indevidos. Lei n 7.347/85 (arts. 8, 9 e 17). Smula 7/STJ.1. Compete ao Ministrio Pblico facultativamente promover, ou no, o inqurito civil ( 1, art. 8, Lei7.347/85), procedimento administrativo e de carter pr-processual, com atos e procedimentosextrajudiciais. No , pois, cogente ou impositivo, dependendo a sua necessidade, ou no, das provas ouquaisquer elementos informativos precedentemente coligidos. Existindo prvia demonstrao hbil parao exerccio responsvel da Ao Civil Pblica, o alvitre do seu ajuizamento, ou no, do MinistrioPblico, uma vez que o inqurito no imprescindvel, nem condio de procedibilidade. A

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    deciso sobre a dispensa, ou no, est reservada ao Ministrio Pblico, por bvio, interditada apossibilidade de lide temerria ou com o sinete da m-f.2. Existente fundamentao razovel, vivificados os objetivos e funes do rgo ministerial, cujaparticipao reputada de excepcional significncia, tanto que, se no aparecer como autor,obrigatoriamente, dever intervir como custos legis ( 1, art. 5, ref.), no se compatibiliza com oesprito da lei de regncia, no caso da improcedncia da Ao Civil Pblica, atribuir-lhe a litigncia de m-f (art. 17, Lei ant., c/c o art. 115, Lei n 8.078/90), com a condenao em honorrios advocatcios.

    Demais, no caso, a pretenso no se mostra infundada, no revela propsito inadvertido ou clavado pelosentimento pessoal de causar dano parte r ou que a ao resultante de manifestao sombreada porcensurvel iniciativa. Grampea-se que a litigncia de m-f sempre reclama convincente demonstrao.3. Recurso parcialmente conhecido e provido para derruir a condenao nos honorrios advocatcios.

    2.4 CC 14396 / DF

    CONFLITO NEGATIVO DE COMPETENCIA. JUSTIA FEDERAL E DO DISTRITO FEDERAL. MANDADO DESEGURANA CONTRA ATO PRATICADO POR PROMOTOR DE JUSTIA DA CURADORIA DE DEFESA DOSDIREITOS DO CONSUMIDOR. COMPETENCIA DA JUSTIA COMUM DO DISTRITO FEDERAL. PRECEDENTES.I - NOS TERMOS DO DECIDIDO NO CC N. 12.282-DF, RELATADO PELO EMINENTE MINISTRO TORREOBRAZ, EM SENDO A JUSTIA DO DISTRITO FEDERAL UM RAMO DO JUDICIARIO FEDERAL, BEM COMOSENDO O MINISTERIO PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL UM RAMO DO MINISTERIO PUBLICO DA UNIO(ARTS. 21, XIII E 128, I, 'D', DA CONSTITUIO), COMPETE AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU DA JUSTIA DODISTRITO FEDERAL O JULGAMENTO DE MANDADO DE SEGURANA REQUERIDO CONTRA ATO DEPROMOTOR DE JUSTIA DO DISTRITO FEDERAL.II - COMPETENCIA DO JUIZO DE DIREITO SUSCITADO.

    2.5 REsp 251194 / SP

    AO CIVIL PBLICA - ASSOCIAO - PREFEITURA MUNICIPAL - LITISCONSCIO - ISENO DEHONORRIOS ADVOCATCIOS E DESPESAS PROCESSUAIS QUE ATINGE APENAS A ASSOCIAO -PERCIA NO REQUERIDA PELA MUNICIPALIDADE - ENCARGO ASSUMIDO PELOS PRPRIOS PERITOS -VIOLAO AO ART. 500, DO CPC - RECURSO ADESIVO DA UNIO - TEMA NO PREQUESTIONADO.- Em sede de ao civil pblica, a questo dos honorrios advocatcios e despesas processuais recebe

    tratamento conforme o disposto no art. 18, da Lei 7.347/85. (REsp 47.242/HUMBERTO)- Mesmo no tendo requerido o exame pericial, o Municpio deve arcar com os honorrios advocatcios ecom as despesas processuais, notadamente os honorrios do perito, em face deste encargo ter sido, napoca prpria, suportado pelos prprios peritos.- A alegao de maltrato ao artigo 500, do CPC, por ter sido o Recurso Adesivo da Unio conhecido eprovido, carece de prequestionamento, pelo que no pode ser conhecida.

    2.6 REsp 493823 / DF

    PROCESSO CIVIL AO CIVIL PBLICA HONORRIOS ADVOCATCIOS MINISTRIO PBLICO AUTORE VENCEDOR.1. Na ao civil pblica, a questo da verba honorria foge inteiramente das regras do CPC, sendodisciplinada pelas normas prprias da Lei 7.347/85, com a redao dada ao art. 17 pela Lei 8.078/90.

    2. Somente h condenao em honorrios, na ao civil pblica, quando o autor for considerado litigantede m-f, posicionando-se o STJ no sentido de no impor ao Ministrio Pblico condenao emhonorrios.3. Dentro de absoluta simetria de tratamento, no pode o parquet beneficiar-se de honorrios, quando forvencedor na ao civil pblica.4. Recurso especial improvido.

    2.7 REsp 1108542 / SC

    PROCESSUAL CIVIL. AO CIVIL PBLICA. REPARAO DE DANOS AO ERRIO. SENTENA DEIMPROCEDNCIA. REMESSA NECESSRIA. ART. 19 DA LEI N 4.717/64. APLICAO.

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    1. Por aplicao analgica da primeira parte do art. 19 da Lei n 4.717/65, as sentenas de improcednciade ao civil pblica sujeitam-se indistintamente ao reexame necessrio. Doutrina.2. Recurso especial provido.

    2.8 REsp 819010 / SP

    PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AO CIVIL PBLICA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO A

    PESSOA CARENTE. LEGITIMIDADE ATIVA RECONHECIDA.ARTIGO 25, IV, "A", DA LEI 8.625/93. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.1. Em exame recurso especial interposto pelo Ministrio Pblico com fulcro na alnea "a" do permissivoconstitucional contra acrdos assim ementados:"AO CIVIL PBLICA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. MINISTRIO PBLICO. ILEGITIMIDADE.Direito individual cuja legitimidade ativa compete quele que se diz necessitado. Nos termos da leiprocessual 'ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei'(art. 6 do Cd. de Proc. Civil).Definidas em lei, de forma taxativa, as finalidades da ao civil pblica, no pode o Ministrio Pblicopretender por meio desta medida judicial, outro objeto. Processo principal extinto sem apreciao domrito. Agravo de instrumento prejudicado.""EMBARGOS DE DECLARAO. Inexistncia de omisso a justificar a interposio do recurso (art. 535,incs. I e II do Cd. de Proc. Civil). Prequestionamento desnecessrio. Recurso que objetiva a modificaodo julgado. Impropriedade. Embargos rejeitados."2. Sustenta-se violao do artigo 25, IV, "a", da Lei 8625/93 argumentando-se que:"A funo ministerial - a legitimidade do parquet - somente estar se o interesse estiver sob adisponibilidade de seu titular. E tal no ocorre com o direito sade, que objeto de proteoconstitucional, afigurando-se direito indisponvel. E, como tal, possvel de ser tutelado pelo MinistrioPblico, ainda que o parquet esteja tutelando o interesse de uma nica pessoa, que ocaso dos autos.Ademais, negar legitimidade ao parquet no caso concreto, alm de negar o prprio direito constitucional, negar o desenvolvimento do direito processual vigente pessoa humana."3. Constitui funo institucional e nobre do Ministrio Pblico buscar a entrega da prestao jurisdicionalpara obrigar o Estado a fornecer medicamento essencial sade de pessoa pobre especialmente quandosofre de doena grave que se no for tratada poder causar, prematuramente, a sua morte. Legitimidade

    ativa do Ministrio Pblico para propor ao civil pblica em defesa de direito indisponvel, como odireito sade, em benefcio do hipossuficiente.4. Recurso especial provido para, reconhecendo a legitimidade do Ministrio Pblico para a presente ao,determinar o reenvio dos autos ao juzo recorrido para que este se pronuncie quanto ao mrito.

    2.9 REsp 620622 / RS

    PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO AO CIVIL PBLICA - ATUAO DO MINISTRIO PBLICO -DIREITO INDIVIDUAL INDISPONVEL DE PESSOA CARENTE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTRIO PBLICO.1. A Jurisprudncia mais recente das Turmas de Direito Pblico do STJ admite esteja o Ministrio Pblicolegitimado para propor ao civil pbica em defesa de direito individual indisponvel sade dehipossuficiente.

    2. Essa legitimao extraordinria s existe quando a lei assim determina, como ocorre no Estatuto daCriana e do Adolescente e no Estatuto do Idoso, sendo insuficiente falar, de forma genrica em interessepblico.3. O barateamento da legitimao extraordinria do MP na defesa de interesse coletivo choca-se com asatribuies outorgadas pela lei aos defensores pblicos.4. Recurso especial improvido.

    2.10 REsp 972902 / RS

    PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL AO CIVIL PBLICA DANO AMBIENTAL ADIANTAMENTO DEHONORRIOS PERICIAIS PELO PARQUET MATRIA PREJUDICADA INVERSO DO NUS DA PROVA

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    ART. 6, VIII, DA LEI 8.078/1990 C/C O ART. 21 DA LEI 7.347/1985 PRINCPIO DA PRECAUO.1. Fica prejudicada o recurso especial fundado na violao do art. 18 da Lei 7.347/1985 (adiantamento dehonorrios periciais), em razo de o juzo de 1 grau ter tornado sem efeito a deciso que determinou apercia.2. O nus probatrio no se confunde com o dever de o Ministrio Pblico arcar com os honorriospericiais nas provas por ele requeridas, em ao civil pblica. So questes distintas e juridicamenteindependentes.

    3. Justifica-se a inverso do nus da prova, transferindo para o empreendedor da atividadepotencialmente perigosa o nus de demonstrar a segurana do emprendimento, a partir da interpretaodo art. 6, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princpio Ambiental daPrecauo.4. Recurso especial parcialmente provido.

    2.11 MS 21729 / DF - DISTRITO FEDERAL

    Mandado de Segurana. Sigilo bancrio. Instituio financeira executora de poltica creditcia e financeirado Governo Federal. Legitimidade do Ministrio Pblico para requisitar informaes e documentosdestinados a instruir procedimentos administrativos de sua competncia. 2. Solicitao de informaes,pelo Ministrio Pblico Federal ao Banco do Brasil S/A, sobre concesso de emprstimos, subsidiados peloTesouro Nacional, com base em plano de governo, a empresas do setor sucroalcooleiro. 3. Alegao doBanco impetrante de no poder informar os beneficirios dos aludidos emprstimos, por estaremprotegidos pelo sigilo bancrio, previsto no art. 38 da Lei n 4.595/1964, e, ainda, ao entendimento deque dirigente do Banco do Brasil S/A no autoridade, para efeito do art. 8, da LC n 75/1993. 4. Opoder de investigao do Estado dirigido a coibir atividades afrontosas ordem jurdica e a garantia dosigilo bancrio no se estende s atividades ilcitas. A ordem jurdica confere explicitamente poderesamplos de investigao ao Ministrio Pblico - art. 129, incisos VI, VIII, da Constituio Federal, e art. 8,incisos II e IV, e 2, da Lei Complementar n 75/1993. 5. No cabe ao Banco do Brasil negar, aoMinistrio Pblico, informaes sobre nomes de beneficirios de emprstimos concedidos pela instituio,com recursos subsidiados pelo errio federal, sob invocao do sigilo bancrio, em se tratando derequisio de informaes e documentos para instruir procedimento administrativo instaurado em defesado patrimnio pblico. Princpio da publicidade, ut art. 37 da Constituio. 6. No caso concreto, osemprstimos concedidos eram verdadeiros financiamentos pblicos, porquanto o Banco do Brasil os

    realizou na condio de executor da poltica creditcia e financeira do Governo Federal, que deliberousobre sua concesso e ainda se comprometeu a proceder equalizao da taxa de juros, sob a forma desubveno econmica ao setor produtivo, de acordo com a Lei n 8.427/1992. 7. Mandado de seguranaindeferido.

    3. ASSISTA!!!

    3.1. No inqurito civil h espao para o princpio do contraditrio?

    http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20081125110918572

    4. SIMULADOS

    4.1. A legitimidade ativa da Defensoria Pblica para propor ao civil pblica

    (A) limitada existncia de relao com os interesses dos necessitados, podendo apontar para qualquertipo de interesse metaindividual, inclusive para os interesses difusos, eis que no h necessidade destescorresponderem completamente a interesses dos necessitados.

    Correta.

    (B) ilimitada, cabendo, porm, ao Defensor Pblico dirigi-la para a defesa dos necessitados.

  • 5/28/2018 Difusos e Coletivos - Aula 04

    9/9

    INTENSIVO II Direitos Difusos Fernando Gajardoni Aula n. 04

    Errada.

    (C) limitada existncia de relao com os interesses dos necessitados, podendo apontar, porm,somente para os interesses individuais homogneos e interesses coletivos, eis que com relao aosinteresses difusos no h possibilidade de discriminar os interesses dos necessitados.

    Errada.

    (D) ilimitada, podendo apontar para qualquer tipo de interesse metaindividual.

    Errada.