dicas - autovistoria predial – lei 126

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AUTOVISTORIA PREDIAL – LEI 126/2013 ( MUNICIPAL) E LEI 6400/2013 (ESTADUAL) – COMO ELABORAR O LAUDO? Postado no outubro 7, 2013 por azenil Segue abaixo um sumário que pode ser adotado na elaboração dos Laudos nos termos da Lei 126/2013. Agradeço a colaboração do Engenheiro Péricles na presente proposta. Esclareço que nos casos de Autovistoria, entendemos não ser possível a adoção de formulários ou “modelos” prontos, diante da especificidade de cada condomínio. Mas o roteiro a seguir poderá instruir os profissionais e síndicos, alertando que laudos “simplificados” ou “genéricos com formulários prontos” podem levar o profissional e até o contratante às penalidades da citada Lei “Art. 2º A vistoria técnica deverá ser efetuada por profissional legalmente habilitado, com registro no Conselho de Fiscalização Profissional competente, que elaborará laudo técnico referente às condições mencionadas no art. 1º desta Lei Complementar. § 1º O laudo técnico deverá ser obrigatoriamente acompanhado do respectivo registro ou Anotação de Responsabilidade Técnica no Conselho de Fiscalização Profissional competente. § 2º Em caso de prestação de informações falsas ou de omissão deliberada de informações, aplicar- se-á ao profissional de que trata este artigo multa no valor equivalente a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), sem prejuízo das demais

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Dicas - Autovistoria

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AUTOVISTORIA PREDIAL LEI 126/2013 ( MUNICIPAL) E LEI 6400/2013 (ESTADUAL) COMO ELABORAR OLAUDO?

Postado no outubro 7, 2013 por azenil

Segue abaixo um sumrio que pode ser adotado na elaborao dos Laudos nos termos da Lei 126/2013. Agradeo a colaborao do Engenheiro Pricles na presente proposta. Esclareo que nos casos de Autovistoria, entendemos no ser possvel a adoo de formulrios ou modelos prontos, diante da especificidade de cada condomnio. Mas o roteiro a seguir poder instruir os profissionais e sndicos, alertando que laudos simplificados ou genricos com formulrios prontos podem levar o profissional e at o contratante s penalidades da citada Lei

Art. 2 A vistoria tcnica dever ser efetuada por profissional legalmente habilitado, com registro no Conselho de Fiscalizao Profissional competente, que elaborar laudo tcnico referente s condies mencionadas no art. 1 desta Lei Complementar.

1 O laudo tcnico dever ser obrigatoriamente acompanhado do respectivo registro ou Anotao de Responsabilidade Tcnica no Conselho de Fiscalizao Profissional competente.

2 Em caso de prestao de informaes falsas ou de omisso deliberada de informaes, aplicar-se- ao profissional de que trata este artigo multa no valor equivalente a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), sem prejuzo das demais responsabilidades civis, administrativas e criminais previstas na legislao em vigor.

SUMRIO DAS VISTORIAS A SEREM REALIZADAS COM FINS DE ELABORAO DE LAUDO DE INSPEO PREDIAL (AUTOVISTORIA) DE ACORDO COM AS SEGUINTES LEIS:

1 LEI N 6400, DE 05 DE MARO DE 05/03/20132 LEI COMPLEMENTAR N 126 DE 26 DE MARO DE 26/03/20133 DECRETO N 37.426 DE 11 DE JULHO DE 2013

I Finalidade da vistoria e laudo, pressupostos: A finalidade da realizao peridica de autovistoria (de cinco em cinco anos) prevenir quaisquer ocorrncias que venham comprometer a segurana e o bem estar dos moradores na edificao vistoriada. Os pressupostos dizem respeito aos acidentes prediais decorrentes de falhas na construo ou na manuteno predial que vem causando mortes e prejuzos injustificveis, principalmente com o envelhecimento e desvalorizao atravs do tempo, das edificaes. As medidas preventivas indicadas nos laudos de vistoria evitam diversos sinistros futuros, tais como: Desabamentos, incndios, quedas de marquises e fachadas, vazamentos, infiltraes e outros problemas provenientes de descuidos com a edificao. A inspeo predial sugere, alm de recomendar reparos, um plano de manuteno geral que deve ser adaptado, atravs do tempo, de acordo com a realidade de cada condomnio.

II Abrangncia da autovistoria:

II.1 Cobertura:a) Condies estruturais da caixa dgua superior. Suas ligaes e conexes, barrilete e prumadas (tubos de queda),b) Condies de revestimento, impermeabilizao, internas e externas da caixa dgua superior,c) Condies de revestimento, impermeabilizao, interna, da cobertura (laje e telhas),d) Condies de esgotamento das guas pluviais na cobertura,e) Estado de conservao da laje de cobertura,f) Estado de conservao das tubulaes na cobertura (esgotamento das guas pluviais e ventilao da instalao do esgoto sanitrio),g) Estado de conservao do telhado presente sobre a laje. Condies de sustentao do telhado quando sustentado por meso estrutura (madeirame, vigas e pilares de concreto armado)h) Condies gerais do pra-raios e seu condutor,i) Condies e instalaes das antenas. Sua manuteno,j) Condies estruturais da laje de cobertura. Sobrecargas no previstas e oriundas de acrscimos arquitetnicos ou instalaes de telefonia e TV,k) Condies das instalaes de baixa tenso porventura existentes,l) Condies em que se encontra a casa de mquinas dos elevadores, sua manuteno, ligaes e controle de fora.

II.2 reas comuns:

a) Circulao das reas comuns (corredores de acesso s unidades),b) Esquadrias presentes. Condies de estanqueidade,c) Condies estruturais de paredes de vedao, lajes pilares e vigas,d) Condies do revestimento interno das reas comuns,e) Instalaes onde esto presentes os equipamentos do condomnio (se existentes): Plays, Sales de festas, Piscinas, decks, saunas, cmodo para reunies, banheiros sanitrios e sua rede de distribuio e ramais de gua e esgoto. Estado de conservao de suas instalaes de baixa tenso,f) Condies da portaria e garagens eventualmente existentes, incluindo parte estrutural, ligaes hidro-sanitrias secundrias e tubos de queda,g) Estado de conservao da estrutura, pontos importantes que exijam interferncia para recuperao ou reforo,h) Instalaes de gs e fora, eletricidade. Aparelhos de medio,i) Sistemas de segurana contra incndio. Manuteno de mangueiras, sprinklers e extintores,j) Sistemas de ar condicionado central, se houver. Comando e ligaes,k) Elevadores (cabines). Cabos de tenso. Manuteno,l) Sistemas de ventilao e exausto forada, se houver,m) Sistemas de automao predial. Comandos e manuteno. Portes, minuteria e interfonesn) Obras de conteno de encostas, se houver,o) Revestimento externo e pintura das fachadas e empenas. Condies de estabilidade das varandas.

II.3 Unidades:

Condies de conservao geral das unidades no que diz respeito a:Esquadrias, paredes de vedao, infiltraes em cozinha e banheiros, aquecedores, lajes, revestimento e pintura. Estado de conservao das portas. Condies da instalao de baixa tenso (rede de distribuio interna), PC, interruptores, tomadas e pontos de luz.

CASO NO SEJA POSSVEL, POR NEGATIVA DO PROPRIETRIO, O ACESSO AO APARTAMENTO, TAL CONDIO DEVER CONSTAR EXPRESSAMENTE NO LAUDO, RESSALTANDO-SE QUE, EMBORA A CASA SEJA O ASILO INVIOLVEL CONFORME GARANTIA CONSTITUCIONAL, O APARTAMENTO APRESENTA PARTES COMUNS COMO INSTALAES, PILARES, VIGAS, QUE, EMBORA EM REAS EXCLUSIVAS, PERTENCEM AO CONDOMNIO COMO UM TODO.ESSA QUESTO AINDA CONTROVERSA PORM DEVER SER OBJETO DE ANLISE DE CADA CASO, PODENDO EM MEDIDA EXTREMA, SER PROPOSTA A DEVIDA MEDIDA JUDICIAL EM RAZO DO BEM COMUM E DA COLETIVIDADE.

III Concluses e plano de manuteno:

A concluso remeter a um sumrio com prazo para reparo em cada componente edilcio j relatado no corpo do laudo, com descrio de anomalias, falhas e graus de criticidade.As medidas podero ser corretivas ou preventivas.Ao final da concluso ser oferecido um modelo de manuteno predial que dever ser, aos poucos, adaptado a realidade do condomnio.

IV Principais tens recomendados pelas leis n 6400, n 126 e decreto n 37.426:a) Inspees qinqenais, renovao do laudo de autovistoria de cinco em cinco anos para edificaes com mais de 25 anos de vida til.b) A edificaes com menos de 25 anos de vida til devem fazer a autovistoria, decenal, de dez em dez anos.c) Emitido o laudo, o responsvel pelo prdio dever convocar assemblia geral para dar cincia do seu contedo.d) Observado o Art 1341 do Cdigo de Direito Civil, o condomnio providenciar a manuteno predial preventiva ou corretiva proposta no laudo, desenvolvida sob a responsabilidade de um arquiteto/engenheiro habilitado.e) O laudo referido ser arquivado no condomnio, sob a responsabilidade do sndico ou do proprietrio do imvel. E exibido a autoridade quando requisitado. f) Todas as reformas prediais a serem edificadas, ou de reforma de prdios existentes, que implicarem em acrscimo ou demolies de alvenaria ou estruturas, inclusive abertura de janelas, principalmente em empenas, devero ser objeto de acompanhamento tcnico de engenheiros ou arquitetos, promovendo-se as anotaes de Responsabilidade Tcnica (ART), junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia CREA, ou atravs do Registro de Responsabilidade Tcnica RRT, quando se tratar do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro CAU/RJ.g) O laudo tcnico conter a identificao do imvel e a descrio das suas caractersticas e informar se o imvel encontra-se em condies adequadas ou inadequadas de uso, no que diz respeito a sua estrutura, segurana e conservao, conforme definido no ART 1 da Lei Complementar n 126 de 26 de maro de 2013.h) Em caso de inadequao, o laudo tcnico dever informar, tambm, as medidas reparadoras necessrias para a sua adequao, com o prazo para implement-las.i) Confirmado por laudo tcnico que o imvel se encontra em condies adequadas de uso, conservao, estabilidade e segurana o responsvel pelo imvel dever comunicar tal fato ao Municpio, dentro do prazo previsto no Art 9 do decreto n 37.426 (31/12/2013), mediante o preenchimento de formulrio on-line, indicando o nome do profissional responsvel, seu registro profissional e o nmero do registro ou da anotao de responsabilidade tcnica a ele relativa. Formulrio prprio on line,disponvel no portal da Prefeitura, na pgina da Secretaria Municipal de Urbanismo: www.rio.rj.gov.br/web/smu.j) Quando o laudo tcnico indicar a necessidade de obras de reparo na edificao , o prazo estipulado para realizao das obras dever ser comunicado atravs do formulrio prprio on line disponvel no site apontado pelo item i acima.k) As obras de reparo indicadas no laudo tcnico devero ser previamente licenciadas na Secretaria Municipal de Urbanismo e acompanhadas por profissional tcnico legalmente habilitado, arquiteto ou engenheiro, com o respectivo registro de responsabilidade tcnica RRT ou anotao de responsabilidade tcnica ART.l) Aps a concluso das obras de reparo indicadas no laudo tcnico ser elaborado laudo tcnico complementar que ateste que o imvel se encontra em condies adequadas de conservao, estabilidade e segurana, que dever ser comunicado de acordo com o disposto no Art 3 (Formulrio prprio on line apontado no item i).m) O responsvel tcnico poder comunicar, a qualquer tempo, o resultado do laudo na forma determinada no Art 3.n) O responsvel pelo imvel dever dar conhecimento da elaborao do laudo tcnico aos moradores, condminos e usurios da edificao e mant-lo arquivado para consulta pelo prazo de vinte anos, em local de fcil acesso e visibilidade.