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Negócios QUINTA-FEIRA A SEGUNDA-FEIRA, 24 A 28 DE DEZEMBRO DE 2015 DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS 6 Fatia da Opep cairá em 2020 PETRÓLEO E GÁS A demanda global por petró- leo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) será menor em 2020 do que no próximo ano, porque a oferta de rivais se provou mais resiliente do que o esperado, potencialmente alimentando um debate sobre o sucesso da estratégia do grupo de permi- tir que os preços baixos afetem outros produtores. A Opep, que neste ano se recusou a reduzir a oferta vi- sando garantir sua participa- ção de mercado, pressionan- do produtores com custos mais elevados, elevou as previ- sões para a oferta global de pe- tróleo não convencional, in- clusive de xisto, apesar do co- lapso dos preços. A demanda por petróleo da Opep atingirá 30,70 milhões bpd em 2020, previu a organi- zação, abaixo dos 30,90 mi- lhões de bpd no próximo ano e 1 milhão de bpd abaixo da pro- dução atual. “O impacto da re- cente queda dos preços do pe- tróleo sobre a demanda é mais visível no curto prazo”, escre- veu o secretário-geral da Opep, Abdullah al-Badri, em comuni- cado. /Reuters Petrobras terá de extrair 900 mi de boe extras EXPLORAÇÃO A Petrobras terá que se com- prometer em produzir 900 mi- lhões de barris de óleo equiva- lente (boe) adicionais nos campos de Marlim e Voador, na Bacia de Campos, até 2041, além de instalar no mínimo duas plataformas, como con- trapartida para a renovação antecipada dos contratos. As duas compensações fa- zem parte de uma lista de exigências apresentadas pela Agência Nacional do Petró- leo, Gás Natural e Biocom- bustíveis (ANP) para que a Pe- trobras possa garantir a ampliação dos contratos de concessão de Voador e Marlim, um dos principais campos produtores do Brasil. A Petrobras pediu à agência uma antecipação das renova- ções desses contratos, para que possa justificar novos in- vestimentos de longo prazo nas áreas de concessão. A diretoria da autarquia aprovou neste mês o encami- nhamento ao Ministério de Minas e Energia de um pedido de renovação antecipada desse contrato de concessão. O governo federal, que deve- rá decidir sobre o assunto, ain- da não se posicionou sobre a renovação das concessões. Marlim, o quarto maior pro- dutor de óleo do Brasil, e Voa- dor, estão entre as cerca de 260 áreas que tiveram contratos assinados na Rodada Zero da ANP e que expiram em 2025. O campo de Marlim produ- ziu em outubro 187 mil barris de petróleo por dia, volume que perde apenas para a extra- ção de óleo gigantes do pré-sal Lula e Sapinhoá, na Bacia de Santos, e para Roncador, na Bacia de Campos. /Reuters A valorização cambial vem pressionando fabricantes que importam matéria-prima e mantêm linhas de produção fora do País. Produtos de entrada no segmento de luxo são os mais afetados Indústria de luxo reforça estratégias para manter crescimento no Brasil BENS DE CONSUMO Jéssica Kruckenfellner São Paulo [email protected] O quadro econômico do Bra- sil começou a preocupar as fa- bricantes de bens de consumo de luxo, embora esse segmen- to seja mais resistente à desa- celeração do consumo. O setor vem reforçando as estratégias de vendas para o ano que vem. O grupo de bebidas de luxo William Grant & Sons (WGS) está entre as empresas que observam com atenção as mudanças na economia bra- sileira. “Este ano foi duro, mas interessante para as nos- sas marcas. No segmento standard – bebidas de menor preço – o crescimento foi flat [estável]. Mas em termos de ganho de valor, foi um bom ano”, diz o gerente de marca sênior do WSG, Tomas Vieira. Segundo ele, a fabricante do gim Hendrick’s e do uís- que Grant’s acompanha o movimento da região. No en- tanto, nos países que apre- sentam melhor ambiente de negócios, o resultado das marcas é melhor. “Vemos um alinhamento dos países na América Latina quanto ao ce- nário para as vendas”, conta. Vieira explica que, para ga- rantir expansão em 2016, a empresa investirá em ações de marketing para os brasilei- ros e reconhece que mudan- ças na tributação podem afe- tar os negócios em 2016. “No mercado de uísque sempre tivemos uma tributa- ção discriminatória, mas se de fato houver um aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados, o impacto no consumo final será seve- ro”, avalia o gerente do WSG. Em sua visão, o luxo aces- sível pode ser mais afetado pelo enfraquecimento da economia no Brasil. “Depen- dendo da categoria de produ- to – e não falo especificamen- te da WSG –, o mercado de luxo pode apresentar desem- penhos distintos. Percebe- países. Os executivos ouvidos pelo DCI dizem que em um ce- nário de alta da moeda nor- te-americana, o mercado de luxo tende a acompanhar o movimento de aumento dos preços, mas algumas marcas internacionais têm conseguido driblar essa exposição. “A desvalorização do real frente ao dólar tem impacto sobre a economia geral. Todo o mercado está reajustando os preços e todos os produtos im- portados sofrem diretamente este impacto, daí uma excelen- te alternativa é o nosso espu- mante Chandon elaborado na cidade de Garibaldi, no Rio Grande do Sul”, destaca o dire- tor geral da Chandon, Sergio Degese. O grupo de luxo fran- cês Moët Hennessy Louis Vuit- ton (LVMH) produz seus espu- mantes Chandon no Brasil. Em 2015, o faturamento da Chandon no País está 12% maior frente ao ano anterior. Para 2016, a empresa espera manter a taxa de crescimento. “Esperamos seguir investindo em todo Brasil e, em especial, nas regiões Nordeste e Norte onde temos notado o maior crescimento em vendas do es- pumante Chandon”, conta. V e stu á r i o A Pucci continua investindo no Brasil. “Temos a intenção de expandir a marca abrindo uma segunda loja em São Paulo até o final do próximo ano e acre- ditamos em um forte cresci- mento da marca com a recupe- ração econômica esperada para 2016”, afirma o diretor executivo da Pucci no Brasil, Freddy Rabbat. De acordo com ele, as vendas da Pucci no Brasil cresceram dois dígitos neste ano. “O País tem um grande potencial ain- da não explorado para as mar- cas do segmento de luxo. Este potencial apenas não é apro- veitado em sua totalidade em função dos altos impostos. No momento que o Brasil enten- der que não adianta sobretaxar o consumo desta forma que transfere o consumo para o ex- terior, colheremos mais fru- tos”, defende o executivo. DIVULGAÇÃO Casa Valduga aposta na demanda local por vinhos, ajudada pelo enoturismo na Região Sul do Brasil mos que o luxo mais acessível, como uma marca de água mais cara, pode sofrer mais. Marcas de carro de luxo vendendo a prazo são um sinal de alerta”, observa. O executivo da WSG afirma já ver o consumidor final de bebidas premium avaliando o preço do produto em bares e ponderando quantas doses es- tá disposto a pagar. “O bar é o local onde o futuro consumi- dor dos nossos produtos acaba conhecendo as marcas pela primeira vez, então observa- mos essa demanda.” no segmento de luxo acessível (vinhos nacionais), o grupo Famiglia Valduga uma oportunidade de ampliar os negócios devido ao atual ce- nário econômico. “Entende- mos que o brasileiro está abrindo mão de produtos de maior valor, mas ainda deseja um bom vinho”, comenta a di- retora comercial da Valduga, Juciane Casagrande Doro. A demanda por espumantes do grupo, que, além dos vi- nhos Casa Valduga, detém a marca Domno, registrou cres- cimento de 15% em 2015. “Es- sa alta é reflexo de um conjun- to de fatores, como a consolidação das nossas mar- cas, a queda do preconceito quanto a qualidade dos produ- tos nacionais e também a ado- ção de novos hábitos de con- sumo”, acredita a executiva. De acordo com ela, este ano o faturamento do grupo deve subir 15% na comparação com 2014, com o volume crescendo na mesma proporção. Para 2016, Juciane tem projeções positivas, mas afirma que a empresa terá que trabalhar muito mais para sustentar o crescimento e driblar a econo- mia ainda em desaceleração. Câmbio “A alta do dólar é outro com- ponente que deve mudar o ambiente de negócios em 2016. Embora o real mais bara- to estimule o turismo interno, que por sua vez impulsiona a demanda pelos nossos vinhos no Sul do País devido ao eno- turismo, o dólar impacta tam- bém a nossa formação de pre- ço”, explica Juciane. O grupo importa as rolhas usadas nas embalagens das bebidas. Comum no segmento de lu- xo, os custos atrelados ao dólar são reflexo do alto índice de participação de produtos fi- nais importados ou de maté- rias-primas vindas de outros “O ano foi muito duro, mas interessante para nossas marcas” TOMAS VIEIRA, GERENTE DE MARCA SÊNIOR DO WSG FOTO: DIVULGAÇÃO

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NegóciosQUINTA-FEIRA A SEGUNDA-FEIRA, 24 A 28 DE DEZEMBRO DE 2015 � DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS6

Fatia da Opep cairá em 2020

PETRÓLEO E GÁS

�A demanda global por petró-leo da Organização dos PaísesExportadores de Petróleo(Opep) será menor em 2020 doque no próximo ano, porque aoferta de rivais se provou maisresiliente do que o esperado,potencialmente alimentandoum debate sobre o sucesso daestratégia do grupo de permi-tir que os preços baixos afetemoutros produtores.

A Opep, que neste ano serecusou a reduzir a oferta vi-sando garantir sua participa-ção de mercado, pressionan-

do produtores com custosmais elevados, elevou as previ-sões para a oferta global de pe-tróleo não convencional, in-clusive de xisto, apesar do co-lapso dos preços.

A demanda por petróleo daOpep atingirá 30,70 milhõesbpd em 2020, previu a organi-zação, abaixo dos 30,90 mi-lhões de bpd no próximo ano e1 milhão de bpd abaixo da pro-dução atual. “O impacto da re-cente queda dos preços do pe-tróleo sobre a demanda é maisvisível no curto prazo”, escre-veu o secretário-geral da Opep,Abdullah al-Badri, em comuni-cado. /Re u t e r s

Petrobras terá de extrair 900 mi de boe extras

E X P L O R AÇ ÃO

�A Petrobras terá que se com-prometer em produzir 900 mi-lhões de barris de óleo equiva-lente (boe) adicionais noscampos de Marlim e Voador,na Bacia de Campos, até 2041,além de instalar no mínimoduas plataformas, como con-trapartida para a renovaçãoantecipada dos contratos.

As duas compensações fa-zem parte de uma lista deexigências apresentadas pelaAgência Nacional do Petró-leo, Gás Natural e Biocom-

bustíveis (ANP) para que a Pe-trobras possa garantir aampliação dos contratos deconcessão de Voador e Marlim,um dos principais camposprodutores do Brasil.

A Petrobras pediu à agênciauma antecipação das renova-ções desses contratos, paraque possa justificar novos in-vestimentos de longo prazonas áreas de concessão.

A diretoria da autarquiaaprovou neste mês o encami-nhamento ao Ministério deMinas e Energia de um pedidode renovação antecipada dessecontrato de concessão.

O governo federal, que deve-rá decidir sobre o assunto, ain-da não se posicionou sobre arenovação das concessões.

Marlim, o quarto maior pro-dutor de óleo do Brasil, e Voa-dor, estão entre as cerca de 260áreas que tiveram contratosassinados na Rodada Zero daANP e que expiram em 2025.

O campo de Marlim produ-ziu em outubro 187 mil barrisde petróleo por dia, volumeque perde apenas para a extra-ção de óleo gigantes do pré-salLula e Sapinhoá, na Bacia deSantos, e para Roncador, naBacia de Campos. /Re u t e r s

A valorização cambial vem pressionando fabricantes que importam matéria-prima e mantêmlinhas de produção fora do País. Produtos de entrada no segmento de luxo são os mais afetados

Indústria de luxo reforça estratégiaspara manter crescimento no BrasilBENS DE CONSUMO

Jéssica KruckenfellnerSão Pauloj e s s i c a . m o ra e s @ d c i . c o m . b r

�O quadro econômico do Bra-sil começou a preocupar as fa-bricantes de bens de consumode luxo, embora esse segmen-to seja mais resistente à desa-celeração do consumo. O setorvem reforçando as estratégiasde vendas para o ano que vem.

O grupo de bebidas de luxoWilliam Grant & Sons (WGS)está entre as empresas queobservam com atenção asmudanças na economia bra-sileira. “Este ano foi duro,mas interessante para as nos-sas marcas. No segmentos t a n d a rd – bebidas de menorpreço – o crescimento foi flat[estável]. Mas em termos deganho de valor, foi um boma n o”, diz o gerente de marcasênior do WSG, Tomas Vieira.

Segundo ele, a fabricantedo gim Hendrick’s e do uís-que Grant’s acompanha omovimento da região. No en-tanto, nos países que apre-sentam melhor ambiente denegócios, o resultado dasmarcas é melhor. “Vemos umalinhamento dos países naAmérica Latina quanto ao ce-nário para as vendas”, conta.

Vieira explica que, para ga-rantir expansão em 2016, aempresa investirá em açõesde marketing para os brasilei-ros e reconhece que mudan-ças na tributação podem afe-tar os negócios em 2016.

“No mercado de uísquesempre tivemos uma tributa-ção discriminatória, mas sede fato houver um aumentodo Imposto sobre ProdutosIndustrializados, o impactono consumo final será seve-r o”, avalia o gerente do WSG.

Em sua visão, o luxo aces-sível pode ser mais afetadopelo enfraquecimento daeconomia no Brasil. “De p e n -dendo da categoria de produ-to – e não falo especificamen-te da WSG –, o mercado deluxo pode apresentar desem-penhos distintos. Percebe-

países. Os executivos ouvidospelo DCI dizem que em um ce-nário de alta da moeda nor-te-americana, o mercado deluxo tende a acompanhar omovimento de aumento dospreços, mas algumas marcasinternacionais têm conseguidodriblar essa exposição.

“A desvalorização do realfrente ao dólar tem impactosobre a economia geral. Todo omercado está reajustando ospreços e todos os produtos im-portados sofrem diretamenteeste impacto, daí uma excelen-te alternativa é o nosso espu-mante Chandon elaborado nacidade de Garibaldi, no RioGrande do Sul”, destaca o dire-tor geral da Chandon, SergioDegese. O grupo de luxo fran-cês Moët Hennessy Louis Vuit-ton (LVMH) produz seus espu-mantes Chandon no Brasil.

Em 2015, o faturamento daChandon no País está 12%maior frente ao ano anterior.Para 2016, a empresa esperamanter a taxa de crescimento.“Esperamos seguir investindoem todo Brasil e, em especial,nas regiões Nordeste e Norteonde temos notado o maiorcrescimento em vendas do es-pumante Chandon”, conta.

V e stu á r i oA Pu c c i continua investindo noBrasil. “Temos a intenção deexpandir a marca abrindo umasegunda loja em São Paulo atéo final do próximo ano e acre-ditamos em um forte cresci-mento da marca com a recupe-ração econômica esperadapara 2016”, afirma o diretorexecutivo da Pucci no Brasil,Freddy Rabbat.De acordo com ele, as vendasda Pucci no Brasil cresceramdois dígitos neste ano. “O Paístem um grande potencial ain-da não explorado para as mar-cas do segmento de luxo. Estepotencial apenas não é apro-veitado em sua totalidade emfunção dos altos impostos. Nomomento que o Brasil enten-der que não adianta sobretaxaro consumo desta forma quetransfere o consumo para o ex-terior, colheremos mais fru-t o s”, defende o executivo.

D I V U L G AÇ ÃO

Casa Valduga aposta na demanda local por vinhos, ajudada pelo enoturismo na Região Sul do Brasil

mos que o luxo mais acessível,como uma marca de água maiscara, pode sofrer mais. Marcasde carro de luxo vendendo aprazo são um sinal de alerta”,obser va.

O executivo da WSG afirmajá ver o consumidor final debebidas p re m i u m avaliando opreço do produto em bares eponderando quantas doses es-tá disposto a pagar. “O bar é olocal onde o futuro consumi-dor dos nossos produtos acabaconhecendo as marcas pelaprimeira vez, então observa-mos essa demanda.”

Já no segmento de luxoacessível (vinhos nacionais), ogrupo Famiglia Valduga vêuma oportunidade de ampliaros negócios devido ao atual ce-nário econômico. “En t e n d e -mos que o brasileiro estáabrindo mão de produtos demaior valor, mas ainda desejaum bom vinho”, comenta a di-retora comercial da Valduga,Juciane Casagrande Doro.

A demanda por espumantesdo grupo, que, além dos vi-nhos Casa Valduga, detém amarca D o m n o, registrou cres-

cimento de 15% em 2015. “Es-sa alta é reflexo de um conjun-to de fatores, como aconsolidação das nossas mar-cas, a queda do preconceitoquanto a qualidade dos produ-tos nacionais e também a ado-ção de novos hábitos de con-

s u m o”, acredita a executiva.De acordo com ela, este ano

o faturamento do grupo devesubir 15% na comparação com2014, com o volume crescendona mesma proporção. Para2016, Juciane tem projeçõespositivas, mas afirma que aempresa terá que trabalharmuito mais para sustentar ocrescimento e driblar a econo-mia ainda em desaceleração.

Câmbio“A alta do dólar é outro com-ponente que deve mudar oambiente de negócios em2016. Embora o real mais bara-to estimule o turismo interno,que por sua vez impulsiona ademanda pelos nossos vinhosno Sul do País devido ao eno-turismo, o dólar impacta tam-bém a nossa formação de pre-ç o”, explica Juciane. O grupoimporta as rolhas usadas nasembalagens das bebidas.

Comum no segmento de lu-xo, os custos atrelados ao dólarsão reflexo do alto índice departicipação de produtos fi-nais importados ou de maté-rias-primas vindas de outros

“O ano foi muitoduro, mas

interessante paranossas marcas”

TOMAS VIEIRA, GERENTE DEMARCA SÊNIOR DO WSG

FOT O : D I V U L G AÇ ÃO