diante da votação na câmara, derrotar o golpe por meio da mobilização operária e popular

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1 Nota oficial DIANTE DA VOTAÇÃO NA CÂMARA, DERROTAR O GOLPE POR MEIO DA MOBILIZAÇÃO OPERÁRIA E POPULAR O País inteiro assistiu neste domingo, dia 17, ao ver - gonhoso espetáculo da direita golpista aprovando na Câmara dos Deputados a autorização para abertura do processo de Impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, consumandose uma etapa importante do gol- pe de Estado em curso, sob a presidência do mafioso e ultra reacionário deputado Eduardo Cunha (PMDBRJ) Por horas seguidas, milhões assistiram a 367 deputa- dos picaretas, centenas deles acusados por milhares de crimes de corrupção, cujas campanhas foram financia- das por banqueiros, grandes empreiteiras e outros mono- pólios capitalistas, cumprirem as ordens dos verdadeiros donos dos seus mandatos e anunciarem seu voto pelo “sim”, depois de declarações das mais estapafúrdias na quais não faltaram nem mesmo homenagens a políti- cos notoriamente corruptos e até mesmo a torturadores da ditadura militar, evidenciando o caráter reacionário da operação impulsionada por uma falsa campanha de combate à corrupção, levada adiante, principalmente, pelo monopólio golpista da imprensa. Um dos líderes da direita golpista expôs claramente o verdadeiro conteúdo da operação levemente coberta por um verniz democrático da falas legalidade da ope- ração no Congresso. “Eles perderam em 1964 e vão perder agora”, discur - sou Jair Bolsonaro (PPRJ). Seu filho e também deputa- do completou, anunciando o sentimento de muitos dos parlamentares que participaram da conspiração golpista votando “pelos militares de 64 e os de agora”. O próprio o rito determinado pelo presidente da Câ- mara, buscou assegurar que não houvesse surpresas pa- ra a direita, com a votação começando com os parla- mentares das regiões com maior incidência de golpistas, iniciando por Roraima, seguidos pelos do Rio Grande do Sul e com uma sequência, totalmente favorável à propaganda e ao clima golpista. A votação expôs o caráter totalmente ilusório dos que, se opondo ao golpe, esperavam (e alguns ainda es- peram) derrotar o golpe por meio de um acordo com setores reacionários do Congresso Nacional – muitos quais atuaram como aliados do governo nos últimos anos para defender seus próprios interesses e dos capi- talistas que representam contra a maioria do povo. Par - tidos que eram base do governo pelo menos até março de 2016, votaram divididos ou com maioria a favor do impedimento de Dilma. Foi assim, por exemplo, com o PP, PMDB e PSD. Todos esses partidos ocupavam car - gos, inclusive ministérios, e decidiram abandonar o go- verno no momento em que este mais precisou de apoio, evidenciando a unificação da imensa maioria da bur - guesia em torno do golpe e a submissão da “burguesia nacional” às ordens do imperialismo, evidenciando sua covardia e impotência, para opor qualquer resistência maior aos seus planos de aprofundamento de sua domi- nação e pilhagem do País. É esta conduta de capacho do imperialismo da bur - guesia e de suas organizações que deixa claro que não há que ter a menor crença em uma possibilidade de re- verter esta situação nos marcos do Senado Federal, que aprecia a decisão da Câmara nos próximos dias. Nem de longe é possível dar crédito à declarações como a do ministrochefe do Gabinete Pessoal da Pre- sidência da República e de outros dirigentes do PT e do governo que sinalizam com a ilusão de que se deve “confiar que o Senado reverta a decisão”. A votação na Câmara, assim como todas as medidas contra o povo aprovadas também no Senado no último período, não deixam dúvidas de que este é um caminho para uma nova derrota e para novas desilusões. O espetáculo sinistro da direita na Câmara dos Depu- tados mostrou que não há saída para os defensores dos interesses da classe trabalhadora e dos direitos demo- cráticos do povo brasileiro no Parlamento. Tampouco há que se confiar na golpista Justiça, do- minada pela direita e que referendou todo o processo fraudulento sob o comando de Eduardo Cunha. Não pode haver mais dúvidas sobre o que nosso partido afirmou desde as primeiras horas da operação golpista: o golpe da direita próimperialista só pode ser derrotado nas ruas. É preciso um recrudescimento dos métodos de luta, para barrar de fato o golpe, chamar uma greve geral ativa, com ocupações e outras formas de mobilização. Uma greve política contra o golpe que a FIESP, os banqueiros e latifundiários querem impor à

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Page 1: Diante da votação na Câmara, derrotar o golpe por meio da mobilização operária e popular

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Nota oficial

Diante Da votação na Câmara, Derrotar o golpe por meio Da

mobilização operária e popularO País inteiro assistiu neste domingo, dia 17, ao ver-

gonhoso espetáculo da direita golpista aprovando na Câmara dos Deputados a autorização para abertura do processo de Impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, consumandose uma etapa importante do gol-pe de Estado em curso, sob a presidência do mafioso e ultra reacionário deputado Eduardo Cunha (PMDBRJ)

Por horas seguidas, milhões assistiram a 367 deputa-dos picaretas, centenas deles acusados por milhares de crimes de corrupção, cujas campanhas foram financia-das por banqueiros, grandes empreiteiras e outros mono-pólios capitalistas, cumprirem as ordens dos verdadeiros donos dos seus mandatos e anunciarem seu voto pelo “sim”, depois de declarações das mais estapafúrdias na quais não faltaram nem mesmo homenagens a políti-cos notoriamente corruptos e até mesmo a torturadores da ditadura militar, evidenciando o caráter reacionário da operação impulsionada por uma falsa campanha de combate à corrupção, levada adiante, principalmente, pelo monopólio golpista da imprensa.

Um dos líderes da direita golpista expôs claramente o verdadeiro conteúdo da operação levemente coberta por um verniz democrático da falas legalidade da ope-ração no Congresso.

“Eles perderam em 1964 e vão perder agora”, discur-sou Jair Bolsonaro (PPRJ). Seu filho e também deputa-do completou, anunciando o sentimento de muitos dos parlamentares que participaram da conspiração golpista votando “pelos militares de 64 e os de agora”.

O próprio o rito determinado pelo presidente da Câ-mara, buscou assegurar que não houvesse surpresas pa-ra a direita, com a votação começando com os parla-mentares das regiões com maior incidência de golpistas, iniciando por Roraima, seguidos pelos do Rio Grande do Sul e com uma sequência, totalmente favorável à propaganda e ao clima golpista.

A votação expôs o caráter totalmente ilusório dos que, se opondo ao golpe, esperavam (e alguns ainda es-peram) derrotar o golpe por meio de um acordo com setores reacionários do Congresso Nacional – muitos quais atuaram como aliados do governo nos últimos anos para defender seus próprios interesses e dos capi-

talistas que representam contra a maioria do povo. Par-tidos que eram base do governo pelo menos até março de 2016, votaram divididos ou com maioria a favor do impedimento de Dilma. Foi assim, por exemplo, com o PP, PMDB e PSD. Todos esses partidos ocupavam car-gos, inclusive ministérios, e decidiram abandonar o go-verno no momento em que este mais precisou de apoio, evidenciando a unificação da imensa maioria da bur-guesia em torno do golpe e a submissão da “burguesia nacional” às ordens do imperialismo, evidenciando sua covardia e impotência, para opor qualquer resistência maior aos seus planos de aprofundamento de sua domi-nação e pilhagem do País.

É esta conduta de capacho do imperialismo da bur-guesia e de suas organizações que deixa claro que não há que ter a menor crença em uma possibilidade de re-verter esta situação nos marcos do Senado Federal, que aprecia a decisão da Câmara nos próximos dias.

Nem de longe é possível dar crédito à declarações como a do ministrochefe do Gabinete Pessoal da Pre-sidência da República e de outros dirigentes do PT e do governo que sinalizam com a ilusão de que se deve “confiar que o Senado reverta a decisão”. A votação na Câmara, assim como todas as medidas contra o povo aprovadas também no Senado no último período, não deixam dúvidas de que este é um caminho para uma nova derrota e para novas desilusões.

O espetáculo sinistro da direita na Câmara dos Depu-tados mostrou que não há saída para os defensores dos interesses da classe trabalhadora e dos direitos demo-cráticos do povo brasileiro no Parlamento.

Tampouco há que se confiar na golpista Justiça, do-minada pela direita e que referendou todo o processo fraudulento sob o comando de Eduardo Cunha.

Não pode haver mais dúvidas sobre o que nosso partido afirmou desde as primeiras horas da operação golpista: o golpe da direita próimperialista só pode ser derrotado nas ruas. É preciso um recrudescimento dos métodos de luta, para barrar de fato o golpe, chamar uma greve geral ativa, com ocupações e outras formas de mobilização. Uma greve política contra o golpe que a FIESP, os banqueiros e latifundiários querem impor à

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Direção Nacional do PCO São Paulo, 20 de abril 2016

nº 2/16

população. Contra a retirada de direitos, o confisco dos trabalhadores, a repressão e o roubo do patrimônio na-cional.

Uma tarefa está colocada na ordem do dia para a classe trabalhadora: a greve geral para derrotar o golpe e em defesa de direitos.

No momento em que as organizações de luta dos tra-balhadores se prepararam para celebrar o Dia Interna-cional de Luta da Classe Trabalhadora, o 1o de Maio, está deve ser a perspectiva que deve orientar a luta dos que se opõem ao golpe.

A experiência da votação do impeachment na Câma-ra dos Deputados confirmou que não se pode confiar em acordos de bastidores, nos parlamentares ou parti-dos que nunca foram verdadeiros aliados. No Senado não será diferente. Se os trabalhadores, o movimento popular, de negros, mulheres já estavam mobilizados é necessário ampliar ainda mais a mobilização.

No encerramento dos atos realizados no domingo (17), os representantes da Central Única dos Trabalha-dores (CUT), defenderam em SP e no DF a realização de uma greve geral nacional.

O PCO apoia integralmente esta perspectiva e cha-ma a todos os explorados a participarem no 1º de maio com esta perspectiva de luta, de aprovar em verdadeiras assembleiasoperárias e populares a realização da greve geral contra o golpe e em defesa das demais reivindica-ções dos explorados diante da ofensiva do imperialismo.

Nesse 1o. de Maio, sair às ruas para derrotar o golpe na marra e lutar contra a terceirização, em defesa dos direitos trabalhistas; pelo Salário Mínimo vital; pela di-minuição da jornada e escala móvel de trabalho contra as demissões; pela Estatização do sistema financeiro; pela Revogação de todas as privatizações; pelo Petróleo 100% estatal; pela Reforma Agrária, com expropriação do latifúndio; pela revogação de toda legislação reacio-nária do Congresso golpista; pelo fim do monopólio da imprensa; Colocar abaixo a ditadura do Judiciário, com a eleição de juízes.

Colocar abaixo o regime golpista: Fora o Congres-so golpista; Por uma Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo movimento revolucionário do povo; Por um governo dos Trabalhadores da Cidade e do Campo.