diagnÓsticos das custas processuais...rodrigo badaró de castro, representante do conselho federal...
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CUSTAS PROCESSUAISDIAGNÓSTICOS DAS
PRATICADAS NOS TRIBUNAISDEPARTAMENTO DE PESQUISAS JUDICIÁRIAS
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
Presidente: Corregedor Nacional de Justiça: Ministro Humberto Martins Conselheiros: Ministro Emmanoel Pereira
Luiz Fernando Tomasi Keppen Rubens de Mendonça Canuto Neto Valtércio Ronaldo de Oliveira Mário Augusto Figueiredo Guerreiro Candice Lavocat Galvão Francisco Luciano de Azevedo Frota Maria Cristiana Simões Amorim Ziouva Ivana Farina Navarrete Pena Marcos Vinícius Rodrigues André Luiz Guimarães Godinho Maria Tereza Uille Gomes Henrique de Almeida Ávila
Secretário Especial de Programas, Pesquisas e Gestão Estratégica: Richard Pae Kim
Secretário-Geral: Carlos Vieira von AdamekDiretor-Geral: Johaness Eck
CUSTAS PROCESSUAISDIAGNÓSTICOS DAS
PRATICADAS NOS TRIBUNAISDEPARTAMENTO DE PESQUISAS JUDICIÁRIAS
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
Secretaria Especial de Programas, Pesquisas e Gestão EstratégicaSecretário Especial: Richard Pae Kim
Juízes Auxiliares: Carl Olav Smith Dayse Starling Motta Flávia Moreira Guimarães Pessoa Lívia Cristina Marques Peres
EXPEDIENTEDepartamento de Pesquisas Judiciárias
Diretora Executiva Gabriela de Azevedo SoaresDiretor de Projetos Igor Caires Machado
Diretor Técnico Igor Guimarães Pedreira
Pesquisadores Danielly QueirósElisa ColaresIgor Stemler
Rondon de Andrade
Estatísticos Filipe Pereira Davi Borges Jaqueline Barbão
Apoio à Pesquisa Alexander Monteiro Cristianna Bittencourt
Pâmela Tieme Aoyama Pedro Amorim
Ricardo Marques Thatiane Rosa
Estagiários Nathália de Morais Rodrigues Rodrigo Pereira da Rocha Vinicius de Souza Dias
2019CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
SEPN Quadra 514 norte, lote 9, Bloco D, Brasília-DFEndereço eletrônico: www.cnj.jus.br
Grupo de Trabalho constituído pela Portaria CNJ nº 71, de 9 de maio de 2019. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Superior Tribunal de Justiça (coordenador)
Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, Tribunal Superior do Trabalho
Conselheiro Henrique Ávila, Conselho Nacional de Justiça
Conselheira Maria Cristiana Simões Amorim Ziouva, Conselho Nacional de Justiça
Marcelo Buhatem, Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Richard Pae Kim, Secretário Especial de Programas, Pesquisas e Gestão Estratégica do CNJ
Clara da Mota Santos Pimenta Alves, Juíza Federal da 1ª Região
Jorsenildo Dourado do Nascimento, Juiz Auxiliar da Corregedoria Nacional do Conselho Nacional de Justiça
Daniel Marchionatti Barbosa, Juiz Auxiliar do Conselho da Justiça Federal
Erik Navarro Wolkart, Juiz Federal da 2ª Região
Luciana Yeung, Professora do Instituto Insper
Paulo Furquim de Azevedo, Professor do Instituto Insper
Victor Carvalho Pinto, Consultor Legislativo do Senado Federal
Felipe Albertini Nani Viaro, Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo;
Rafael Vinheiro Monteiro Barbosa, Defensor Público-Geral do Estado do Amazonas, representante do Colégio Nacional dos Defensores Públicos-Gerais (CONDEGE)
Rodrigo Badaró de Castro, representante do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB)
2019CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
SAF / Sul, Quadra 2, Lotes 5/6, Brasília-DFEndereço eletrônico: www.cnj.jus.br
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
FIXAÇÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS NO PODER JUDICIÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
CONTEXTUALIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
FORMA DE FIXAÇÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS NOS ESTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
VALORES DAS CUSTAS INICIAIS, INCLUSIVE TAXAS JUDICIÁRIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
CUSTAS RECURSAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
ARRECADAÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
ANEXO I – CUSTAS E TAXAS JUDICIÁRIAS POR TRIBUNAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
ANEXO II – VALORES ARRECADADOS COM CUSTAS E EMOLUMENTOS POR TRIBUNAL E A RELAÇÃO COM AS DESPESAS DA JUSTIÇA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
ANEXO III – LISTA DE TABELAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
ANEXO IV – LISTA DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
ANEXO III – LISTA DE TABELAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
ANEXO IV – LISTA DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
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APRESENTAÇÃOO Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem a missão institucional de aperfeiçoar o trabalho do Sistema Judiciário brasileiro, principalmente no que diz respeito ao controle e à transparência administrativa e processual. Com esse objetivo, coordena e planeja a atuação administra-tiva do Poder Judiciário tendo sempre como diretrizes, de um lado, o respeito à autonomia constitucional conferida aos entes da Federação na organização judiciária, inclusive no que concerne aos aspectos orçamentário e financeiro, e, de outro, a unidade do Poder Judiciário.
Ao CNJ incumbe também a missão de zelar pela prestação jurisdicional eficiente e eficaz, apta a cumprir a garantia constitucional do amplo acesso à justiça. Nesse contexto, assume relevância o fator das custas judiciais e das taxas judiciárias, as quais possuem natureza tributária, bem como as despesas processuais.
As custas judiciais possuem dupla função. A primeira função é ser fonte de recursos financei-ros destinados a custear a prestação de serviço jurisdicional. A segunda, desempenhar papel educativo, na medida em que a cobrança, a depender dos valores, pode mitigar o abuso do direito de acesso ao Judiciário.
Tais funções devem atuar em harmonia no Sistema Judiciário, a fim de que custas, taxas e despesas processuais não configurem nem óbice ao acesso à Justiça nem estímulo à litigância excessiva, em consonância com o entendimento já firmado pelo Supremo Tribunal Federal na Súmula Vinculante n. 667, segundo o qual “viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa”.
Assim, de forma inerente a suas atribuições, cabe ao CNJ propor diretrizes fundamentais para a cobrança de custas nas diversas unidades da Federação, no intuito de que estes dois aspectos sejam devidamente observados.
Por essas razões, determinei a instituição, no âmbito do CNJ, de Grupo de Trabalho destinado a diagnosticar, avaliar e propor políticas judiciárias e propostas de melhorias aos regimes de custas, taxas e despesas judiciais. As atribuições desse grupo, instituído pela Portaria n. 71/2019, coordenado pelo eminente Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva (STJ), são as de pro-mover o debate sobre legislações de regência, realizar diagnósticos sobre a temática de acesso à Justiça e sua relação com as custas judiciais, além de elaborar estudos com indicação de possibilidades de melhorias do sistema de acesso à Justiça e apresentar ao Plenário do Con-selho propostas de edição de resolução e outros atos normativos.
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O presente diagnóstico, elaborado pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ, também é resultado dos estudos empreendidos pelo referido Grupo de Trabalho, instituído pela Portaria n. 71/2019, e revela os conceitos utilizados pelos Tribunais, as formas de cobrança e os valores praticados em todo o território nacional. Esse conjunto de dados constitui valioso repositório apto a subsidiar a definição de novas diretrizes e propostas de melhorias aos regimes de custas judiciais, taxas judiciárias e despesas processuais, com o escopo de aperfeiçoar a prestação de serviços pelo Poder Judiciário a fim de que se cumpra a garantia constitucional de acesso à Justiça de modo cada vez mais eficiente, transparente, célere e equânime.
Ministro Dias ToffoliPresidente do Conselho Nacional de Justiça
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
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INTRODUÇÃOO presente relatório explora o universo das arrecadações no Poder Judiciário, trazendo o foco para o método utilizado pelos tribunais nas cobranças de suas custas, de forma a demonstrar o panorama geral da temática. Visa-se, também, oferecer subsídios ao Grupo de Trabalho instituído por meio da Portaria n. 71/2019 do Conselho Nacional de Justiça, que trata de melhorias aos regimes de custas, taxas e despesas judiciais.
Em pesquisa realizada pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) no ano de 2010, foi verificada a necessidade de reforma na sistemática de cobrança das custas judiciais. Na oca-sião, foram identificados problemas estruturais como carência de uniformidade nos conceitos, critérios e modelos de custas judiciais, discrepância dos valores cobrados nos diversos estados e falta de clareza quanto à legislação relativa à matéria. Além disso, políticas regressivas na fixação de custas em algumas unidades da federação, de modo a onerar em grau maior as classes econômicas inferiores, e a distorção entre valores praticados na primeira e segunda instância também foram problemas levantados.
No diagnóstico ora apresentado, buscou-se apresentar as formas de fixação de custas proces-suais, bem como os valores atualmente cobrados na Justiça, em todos os seus segmentos e esferas, com suas devidas diferenciações, culminando nos resultados globais que são apurados pelo CNJ no relatório Justiça em Números.
Este relatório tem seu conteúdo técnico estruturado em quatro capítulos, incluída esta intro-dução. No segundo capítulo, são apresentados os valores e métodos praticados pelos tribunais na cobrança de custas e taxas judiciárias. O terceiro capítulo trata dos valores efetivamente arrecadados pelos tribunais na última década e, por fim, no quarto capítulo, são apresentadas as considerações finais com os principais resultados observados no diagnóstico.
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FIXAÇÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS NO PODER JUDICIÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃOOs serviços e atividades estatais, incluindo-se os relativos à prestação jurisdicional, necessitam de grande soma de recursos financeiros e que são arrecadados, principalmente, por meio da cobrança de tributos da população. O Poder Judiciário exerce atividades estatais essenciais para o alcance do bem comum e, para além de sua natureza política, pode ser compreendido como um serviço público posto à disposição da população (SILVA, 2005). E, tendo em vista a autonomia administrativa e financeira dada ao judiciário pela Constituição Federal, é razoável e necessário possibilitar meios para que esta autonomia se concretize de fato.
Os principais tributos estão estabelecidos na Constituição Federal de 1988, em que estão previstos os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria (BRASIL, 1988). Genericamente, pode-se dizer que, enquanto os impostos independem de atividade estatal específica rela-tiva ao contribuinte, conforme preceitua o artigo 16 do Código Tributário Nacional (CTN), as taxas têm como fato gerador uma ação estatal relativa ao contribuinte, seja no exercício do seu poder de polícia, ou mediante a prestação de um serviço público específico, segundo a definição contida no artigo 77 do CTN (BRASIL, 1966).
O financiamento da prestação jurisdicional poderia, teoricamente, ser feito pelos usuários deste serviço, mas, como os valores cobrados destes usuários são, via de regra, insuficientes para o custeio do Poder Judiciário, acaba-se tendo, de fato, um financiamento misto desta prestação, sendo a maior parte financiada pela totalidade da sociedade (REMÍGIO, 2002). Ape-sar disso, as custas processuais não deixam de constituir uma importante fonte de recursos para a viabilização dos serviços judiciários.
As custas judiciais correspondem às taxas cobradas em razão da prestação de serviço pelo Poder Judiciário. Assim, aquele que ingressa com um processo judicial, movendo a estrutura da máquina do judiciário, deverá arcar com as custas judiciais responsáveis pelas despesas de andamento processual. Essas taxas serão utilizadas para o pagamento de gastos com citação, publicação de editais, notificações, expedições de alvarás, dentre outras despesas próprias ao curso do processo. A gratuidade da Justiça deriva do direito e garantia fundamental do acesso à Justiça, de modo que não se afigura razoável que aquele desprovido de condições
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
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financeiras ajuíze uma ação e arque com suas custas e taxas judiciais e não seja impedido de buscar o seu direito.1
Custas processuais, ou custas judiciais, são um gênero do qual fazem parte custas judiciais em sentido estrito, as taxas judiciárias e os emolumentos. As duas primeiras – custas judiciais em sentido estrito e as taxas judiciárias – decorrem da atividade judicial e os emolumentos são cabíveis nas atividades extrajudiciais.2 Enquanto a diferença de emolumentos para as demais espécies de custas processuais é clara, por meio da mera separação entre serviços judiciais e extrajudiciais, a distinção entre custas judiciais e taxa judiciária é mais sutil, sendo muito comum a confusão entre estas duas, inclusive nas legislações a respeito.
Tanto as custas judiciais, quanto a taxa judiciária têm natureza tributária de taxa, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) (SILVA, 2005), visto que são valores devidos ao Estado que surgem de uma prestação específica deste. O que diferencia essas duas taxas não é a natureza da cobrança, mas o tipo de serviço que está sendo financiado por cada uma delas. As custas judiciais, sendo devidas pelo processamento do feito, englobam, portanto, o financiamento do serviço prestado pelos distribuidores, escrivães, secretarias de tribunais, oficiais de justiça, contadores etc. A taxa judiciária, por seu turno, é devida em razão da atu-ação dos serviços dos magistrados e dos membros do Ministério Público. Ainda de acordo com jurisprudência do STF, as taxas resultam da prestação de serviço público específico e divisível, cuja base de cálculo é o valor da atividade estatal deferida diretamente ao contri-buinte (BRASIL, 2000).
O STF também se pronunciou no sentido de que tanto as taxas quanto as custas têm de estar intimamente ligadas ao custo que o processo tem para o Poder Judiciário, como pode ser lido abaixo:
Sendo – como já se salientou – a taxa judiciária [... ], taxa que serve de contraprestação à atu-ação de órgãos da justiça cujas despesas não sejam cobertas por custas e emolumentos, tem ela – como toda taxa com caráter de contraprestação – um limite, que é o custo da atividade do Estado, dirigido àquele contribuinte. Esse limite, evidente, é relativo, dada a dificuldade de se saber, exatamente, o custo dos serviços a que corresponde tal prestação. O que é certo, porém, é que não pode taxa dessa natureza ultrapassar uma equivalência razoável entre o custo real dos serviços e o montante a que pode ser compelido o contribuinte a pagar, tendo em vista a base de cálculo estabelecida pela lei e o quantum da alíquota por esta fixado. (BRASIL, 1984, grifou-se)
A decisão acima também serviu de base para o entendimento de que a falta de limites máxi-mos para as custas ou taxas ensejam a inconstitucionalidade das leis estaduais que não os preveem. A falta desse limite tornaria incompatível o modo de calcular o valor concreto das taxas com a natureza remuneratória desta, transformando-as, na realidade, num verdadeiro imposto.
1 Disponível em: <https://dicionariodireito.com.br/custas-judiciais>.2 Também denominadas de taxas judiciárias. Neste trabalho, deteremo-nos apenas às duas primeiras espécies de custas pro-cessuais.
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A autonomia dos estados federados, no que tange à legislação sobre custas e taxas no âmbito da Justiça Estadual, contribuiu para grande falta de harmonização em relação aos sistemas de custas adotados em cada uma das 27 unidades da federação. Primeiramente, a diferenciação entre custas processuais e taxa judiciária nem sempre é feita pelos Regimentos de Custas do Poder Judiciário e, mesmo quando isso ocorre, muitas vezes não há uniformidade conceitual nas unidades da federação e há discordância com as definições constantes na doutrina.
As informações apuradas neste capítulo foram obtidas nos sites dos tribunais, por meio de consulta às leis mais recentes que fixaram as custas em cada um dos estados e na União. A Justiça da União, incluindo os Tribunais Superiores e o STF, não trata de forma diferenciada custas e taxas judiciárias.
FORMA DE FIXAÇÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS NOS ESTADOSEm relação à Justiça Estadual, conforme se observa na Figura 1, 64% dos Tribunais de Justiça distinguem, ainda que apenas conceitualmente, as custas processuais das taxas judiciárias. Entretanto, por vezes, os conceitos são extremamente similares, mudando-se apenas a reda-ção. Há casos em que, embora haja diferenciação entre custas processuais e taxa judiciária, essas são quantificadas conjuntamente.
Figura 1 — Diferenciação entre os conceitos de custas processuais e taxa judiciária
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria.
Quanto ao modelo de cobrança das custas processuais iniciais, na Justiça Federal, a cobrança é feita com base no valor da causa, definidos patamares máximos e mínimos. O STF e o Supe-rior Tribunal de Justiça (STJ) estipulam valores fixos para as ações, independentemente dos valores das causas. Na Justiça do Trabalho, não há custas iniciais, uma vez que as custas são cobradas quando do término da ação ou em caso de recurso.
Na Justiça Estadual, por sua vez, observa-se, pela Figura 2, que 48% dos tribunais definem quantias iniciais fixas para determinadas faixas de valores das causas. Cerca de 30% dos
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
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órgãos cobram as custas tendo por base um percentual do valor da causa, em regra defi-nindo valores mínimos e máximos de cobrança. Os 22% restantes usam modelos híbridos, mesclando a faixa de valores com a variação pelo percentual do valor da causa, a depender do caso.
Pelo levantamento, foi possível apurar também que, em algumas vezes, são definidos per-centuais diferentes para cada faixa de valor da causa. Outra forma identificada consiste em determinar quantias fixas para faixas de valores das causas, cumulativamente a cobrança com base em percentual pré-definido que é aplicado a partir de determinado valor da causa.
Figura 2 — Modelo de Cobrança das Custas Processuais Iniciais, inclusa, quando for o caso, a Taxa Judiciária
Misto
Variável em função do valor da causa - faixa de valoresPercentual sobre o valor da causa
22%
30%
48%
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria.
Quanto às custas recursais (Figura 3), a grande maioria dos tribunais estaduais, 59%, deter-mina valores fixos para as suas custas recursais; 22% determinam os valores das custas recur-sais com base em um percentual do valor da causa; e 11% utilizam-se da faixa de valores, em que, para determinado intervalo de valores da causa há um valor fixo de custas. Por fim, 8% usam um modelo híbrido entre o percentual do valor da causa e a faixa de valores de causa.
Em algumas situações, são definidos percentuais diferentes para cada faixa de valor da causa. Em outras, são determinados valores fixos para faixas de valores da causa, com cobrança cumulativa com base em percentual, a partir de determinado valor.
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Figura 3 — Modelo de Cobrança das Custas Processuais Recursais, inclusa, quando for o caso, a Taxa Judiciária
Misto
Variável em função do valor da causa - faixa de valores
Percentual sobre o valor da causa
11%
22%
Valor Fixo59%
8%
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria.
Na Justiça Federal, os valores das custas recursais são fixados em razão do valor da causa, com patamares mínimos e máximos, assim como na Justiça do Trabalho, que além das custas, possui também o recolhimento de depósito recursal no valor da condenação, com fixação de um valor máximo.
Em relação aos recursos ao STJ, ou seja, Recurso Ordinário (RO) e Recurso Especial (REsp), e ao STF, especificamente o Recurso Extraordinário (RE), estes possuem valores fixos de inter-posição, independente do valor da causa.
VALORES DAS CUSTAS INICIAIS, INCLUSIVE TAXAS JUDICIÁRIASCabe explicar o que neste relatório está sendo conceituado por custas iniciais. São as custas referentes aos feitos comuns, quando o tribunal assim denomina, ou das custas referentes ao serviço do escrivão, quando não há um valor geral de custas, que devem ser pagas quando for proposta a ação. Desta forma, como na Justiça do Trabalho não há cobrança no início da ação, mas só ao final da lide, ou quando forem interpostos recursos, entende-se que não há custas iniciais para este ramo de Justiça.
Foram consideradas, para fins deste estudo, as custas referentes ao procedimento comum cível, tanto para a Justiça Estadual quanto para a Justiça Federal, e das ações cíveis originá-rias, no caso do STJ e do STF. Para o TJAC, o TJES, o TJPE e o TJSE não foi possível identificar, nas tabelas consultadas, valores mínimos e máximos para o pagamento de custas iniciais combinadas com taxa judiciária, quando for o caso. Não se pode afirmar, com certeza, que não existe este valor mínimo, somente afirma-se que não foi possível identificá-los nas con-sultas realizadas.
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
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Na Justiça Federal, as custas iniciais são fixadas e uniformizadas para todos os órgãos. Elas são calculadas como 0,5% do valor da causa, garantindo-se um mínimo de R$ 5,32 e um máximo de R$ 957,69. Já no STJ e no STF, as ações cíveis originárias são fixadas, respectivamente, em R$ 372,22 e R$ 415,56.
Os valores mínimos das custas iniciais variam de R$ 5,32, na Justiça Federal, a R$ 556,94, no TJMT. Portanto, as custas mínimas no TJMT são mais de cem vezes as observadas no TJAL. Nove tribunais estaduais possuem custas mínimas menores que R$ 100,00. São eles: o TJAL (R$ 5,45), o TJAM (R$ 10,50), o TJDFT (R$ 33,37), o TJCE (R$ 43,72), o TJTO (R$ 74,00), o TJRJ (R$ 83,29), o TJMA (R$ 84,00), o TJBA (R$ 90,00) e o TJRO (R$ 93,94). A Justiça Federal apresenta custas iniciais mínimas superiores a R$ 100,00. Por outro lado, assim como o STJ e o STF, cinco Tribunais de Justiça possuem custas mínimas superiores a R$ 300,00. São eles, além do TJMT: o TJGO (R$ 336,393), o TJPR (R$ 348,64), o TJMG (R$ 391,66) e o TJMS (R$ 431,55).
Nota-se que nenhum tribunal estadual do Norte ou do Nordeste possui custas superiores a R$ 200,00. A custa mínima de maior valor identificada na Justiça Estadual do Nordeste foi no TJRN (R$ 184,21) e na do Norte foi no TJPA (R$ R$ 159,52).
Figura 4 — Valores das custas iniciais e das taxas judiciárias mínimas
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria. * informação inexistente ou não encontrada
As custas iniciais máximas, por sua vez, variam de R$ 372,22, no STJ, a R$ 113.460,39 no TJGO. Portanto, as custas máximas no TJGO são mais de 300 vezes as observadas no STJ.
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Interessante, no âmbito da Justiça Estadual, perceber que o valor máximo de custas no TJDFT (R$ 502,34) é menor que o valor mínimo das custas no TJMT. Esse baixo valor das custas máximas no TJDFT ainda deve ser ponderado com o fato de o DF ser a unidade com maior Índice de Desenvolvimento Humano do Município (IDH-M), medido em 0,85, e PIB per capita de R$ 2.460,00. Dessa forma, em geral, mesmo possuindo população com maior capacidade de arcar com as custas processuais, apresenta um baixo valor para estas.
Oito Tribunais de Justiça, além dos Tribunais da União, possuem custas máximas menores que R$ 10.000,00. São eles: o já citado TJDFT, o TJRR (R$ 1.578,66), o TJPR (R$ 3.152,66), o TJAL (R$ 3.605,75), o TJSC (R$ 5.000,00), o TJRN (R$ 7.793,64), o TJCE (R$ 8.550,46) e o TJPA (R$ 9.186,88). Por outro lado, sete tribunais estaduais possuem custas máximas iguais ou superiores a R$ 50.000,00. São eles, além do TJGO: o TJRO (R$ 50.000,00), o TJTO (R$ 54.000,00), o TJMT (R$ 54.605,14), o TJPB (R$ 55.528,00), o TJBA (R$ 60.279,14) e o TJSP (R$ 79.590,00).
Nota-se a grande discrepância no valor das custas entre o TJGO e o TJDFT, o que pode fomen-tar um ingresso de ações no Distrito Federal que inicialmente seriam propostas no Goiás, principalmente quando ocorridas na região do Entorno.
Outro ponto a ser observado é o fato de que o TJBA e o TJTO apresentam custas mínimas rela-tivamente baixas e, por outro lado, custas máximas relativamente altas. Considerando que, em regra, causas de altos valores envolvem pessoas com maior capacidade de pagamento, e tendem a ser de resolução mais complexa, entende-se que estes tribunais possuem um modelo de custas que, a princípio, se mostra relativamente justo.
Por outro lado, o TJPR apresenta custas mínimas relativamente altas, comparadas com os demais tribunais, e custas máximas relativamente baixas. Desta forma, proporcionalmente, este tribunal onera mais causas simples e que, em regra, envolvem pessoas com menor capacidade de pagamento, do que causas de altos valores.
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
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Figura 5 — Valores das custas iniciais e das taxas judiciárias máximas
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria. * informação inexistente ou não encontrada
A Figura 6 mostra a comparação entre as custas judiciárias mínimas e máximas, por tri-bunal. Os órgãos que estão acima da linha horizontal vermelha e à direita da linha vertical vermelha são aqueles que combinam altos valores mínimos e máximos de taxas judiciárias, estando entre os 50% maiores valores em ambos os cenários. Quatro tribunais apresentam valores altos, conjuntamente: TJGO, TJMT, TJMS e TJRS. Ao contrário, os tribunais localizados no quadrante inferior à esquerda, são os de menores custas mínimas e máximas: os TRFs, TJDFT, TJAL, TJCE, TJRR e TJMA. No STJ e no STF, como os valores são fixos, esses tribunais apresentam valores altos, quando comparados com as custas mínimas, mas, também, valores bastante baixos quando comparados às custas máximas.
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Figura 6 — Valores das custas iniciais e das taxas judiciárias mínimas x máximas
Jus ti ça FederalTJAL
TJAM
TJDFT
TJCE
TJTO
TJRJ
TJMA
TJBA
TJRR
TJRO
TJSP
TJAP
TJPB
TJPATJRN
TJRS
TJSC
TJGO
TJPR STJ
TJMG
STF
TJMS
TJMT
R$20.000
R$40.000
R$60.000
R$80.000
R$100.000
R$120.000
R$ 0 R$ 100 R$ 200 R$ 300 R$ 400 R$ 500 R$ 600
Cust
as M
áxim
as
Custas MínimasFonte: Site dos tribunais. Elaboração própria.
Para melhor entender a cobrança de custas nos tribunais brasileiros, foi realizado um exercício de simulação, considerando causas assumindo os seguintes valores: R$ 20.000,00, R$ 50.000,00, R$ 100.000,00, R$ 500.000,00 e R$ 1.0000.000,00, conforme Tabela 1.
No caso do TJPE, constatou-se haver diferença de tratamento do cartório, se oficializado ou não, e se de capital ou interior, havendo, portanto, um tratamento desigual entre jurisdicio-nados iguais. Observa-se que, para uma mesma causa no valor de R$ 50.000,00, por exemplo, um jurisdicionado pernambucano paga em torno de R$ 500,00 nos cartórios não oficializados na capital e cerca de R$ 3.000,00 nos cartórios não oficializados no interior.
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
19
Tabela 1— Valores simulados das custas judiciais, dependendo do valor da causa
REGIÃO TRIBUNALVALOR DA CAUSA (EM R$)
20.000,00 50.000,00 100.000,00 500.000,00 1.000.000,00
NO
RTE
Acre 300,00 750,00 1.500,00 7.500,00 15.000,00
Amazonas 993,60 1.312,56 2.362,60 7.875,35 11.812,80
Amapá 390,24 840,24 1.590,24 7.590,24 15.090,24
Pará 766,45 1.666,70 2.993,93 6.938,39 7.563,46
Rondônia 400,00 1.000,00 2.000,00 10.000,00 20.000,00
Roraima 261,78 789,34 1.528,66 1.578,66 1.578,66
Tocantins 400,00 1.250,00 2.500,00 16.500,00 29.000,00
NO
RDES
TE
Alagoas 449,58 549,63 719,28 2.080,83 3.605,75
Bahia 1.500,00 2.567,40 4.659,84 12.500,00 25.000,00
Ceará 1.657,85 2.260,48 3.814,97 7.178,25 7.178,25
Maranhão 798,90 1.799,30 4.044,50 8.323,90 10.812,10
Paraíba 1.309,60 3.274,00 6.548,00 12.500,00 20.096,00
Pernambuco (Cartórios Não Oficializados – Interior)
1.200,00 3.000,00 5.623,69 9.623,69 14.623,69
Pernambuco (Cartórios Não Oficializados – Capital)
288,81 588,81 1.088,81 5.088,81 10.088,81
Pernambuco (Cartórios Oficializados) 514,13 1.054,13 1.954,13 9.154,13 14.623,69
Piauí 2.001,52 4.339,33 7.506,34 15.161,06 21.314,10
Rio Grande do Norte 354,25 566,81 1.133,62 4.605,33 6.376,61
Sergipe 729,92 1.490,78 3.179,99 10.019,99 15.748,27
CEN
TRO
-O
ESTE
Distrito Federal 400,00 502,34 502,34 502,34 502,34
Goiás 876,00 1.882,00 3.642,34 11.499,40 24.475,40
Mato Grosso do Sul 1.006,95 2.157,75 2.877,00 3.452,40 4.171,65
Mato Grosso 613,40 1.000,00 2.000,00 8.848,67 13.848,67
SUD
ESTE
Espírito Santo 300,00 750,00 1.500,00 7.500,00 15.000,00
Minas Gerais 391,66 682,71 1.228,87 3.780,05 6.496,50
Rio de Janeiro 701,01 1.301,01 2.301,01 10.301,01 20.301,01
São Paulo 200,00 500,00 1.000,00 5.000,00 10.000,00
SUL
Paraná 1.032,74 Indefinido Indefinido 2.281,70 2.531,70
Rio Grande do Sul 939,20 1.790,00 3.580,00 16.550,00 30.718,00
Santa Catarina 560,00 1.400,00 2.800,00 5.000,00 5.000,00
JUST
IÇA
D
A
UN
IÃO Justiça Federal 100,00 250,00 500,00 957,69 957,69
STF 415,56 415,56 415,56 415,56 415,56
STJ 372,22 372,22 372,22 372,22 372,22
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria, 2019.
20
A Justiça Federal (R$ 500,00), o STF (R$ 415,56), o STJ (R$ 372,22) e seis Tribunais de Justiça apresentam custas para causas de R$ 100.000,00 com valores menores que R$ 2.000,00. Os seis Tribunais de Justiça a que nos referimos são o TJDFT (R$ 502,34), o TJAL (R$ 719,28), o TJRN (R$ 1.133,62), o TJMG (R$ 1.228,87), o TJRR (R$ 1.528,66) e o TJAP (R$ 1.590,24). Os cartórios oficializados e os não oficializados da capital do TJPE também apresentam custas para causas de R$ 100.000,00 menores que para as causas de R$ 2.000,00, respectivamente, R$ 1.954,13 e R$ 1.088,81.
Tanto em ações de cem mil, quanto nas de R$ 1 milhão, o custo para ingressar nos Tribunais Superiores ou no TJDFT ou nos TRFs é menor do que o verificado nos demais estados. Ou seja, em uma mesma cidade, as custas podem ser mais de 10 vezes mais caras, simplesmente por se tratar de uma ação de competência da Justiça Federal, em vez da Estadual (ex.: uma ação de R$ 100.000,00 no Piauí, Paraíba e Pernambuco nos cartórios não oficializados do interior).
Em ações de R$ 1 milhão, o maior custo está no estado de São Paulo, em razão dos valores máximos atribuídos, comparativamente com outros locais. TJRS, TJRO e TJPI também se apre-sentam com altos valores, todos com custo de mais de R$ 15.000,00 para iniciar uma ação de tal patamar. Em anexo, estão apresentados os mecanismos de cobrança de cada tribunal.
Figura 7 — Custas estimadas em uma ação judicial de R$ 100.000,00 e de R$ 1.000.000,00
372416500502
7191.0891.1341.229
1.5001.5001.5291.590
1.9542.0002.000
2.3012.363
2.5002.8002.8772.994
3.1803.5803.642
3.8154.045
4.6605.000
5.6246.548
7.506
0 2.000 4.000 6.000 8.000
TJPRSTJSTFTRF
TJDFTTJAL
TJPE (3)TJRN
TJMGTJACTJESTJRRTJAP
TJPE (1)TJROTJMTTJRJ
TJAMTJTOTJSCTJMSTJPATJSETJRSTJGOTJCE
TJMATJBATJSP
TJPE (2)TJPBTJPI
372416502958
1.5792.0812.282
3.4523.780
4.6055.0005.089
6.9387.1787.5007.5007.5907.8758.324
8.8499.1549.62410.00010.02010.301
11.49912.50012.500
15.16116.50016.550
25.000
0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000
STJSTF
TJDFTTRF
TJRRTJALTJPRTJMSTJMGTJRNTJSC
TJPE (3)TJPATJCETJACTJESTJAP
TJAMTJMATJMT
TJPE (1)TJPE (2)
TJROTJSETJRJ
TJGOTJBATJPBTJPI
TJTOTJRSTJSP
Ação de R$ 100.000,00 Ação de R$ 1.000.000,00
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria, 2019.
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
21
Observa-se que, quanto maior o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), maior a demanda judiciária, independente dos valores cobrados pelo Poder Judiciário, como pode ser observado na Figura 8. Dois casos extremos, para ilustrar o fato, são o TJDFT e o TJAL. O TJDFT possui a maior demanda processual por habitantes e está situado na unidade da federação com maior IDH, já o TJAL possui uma das menores demandas por habitante e é o estado com o menor IDH do país, entretanto, as custas de ambos tribunais são semelhantes.
Figura 8 – Quantidade de processos novos por 100 mil habitantes em relação ao IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
Fonte: Justiça em Números 2019 (ano-base 2018) e PNUD.
Chama a atenção o caso do TJPI, pois o Piauí é um estado com o terceiro menor IDH (0,697) e PIB per capita (R$ 817,00). Mesmo assim, apresenta o maior valor de custas para causas de R$ 100.000,00. Ou seja, suas custas são relativamente altas mesmo sua população tendo menor capacidade de pagamento. Os estados da Bahia, do Maranhão e da Paraíba também chamam atenção neste aspecto (Figura 8). Para causas de R$ 100.000,00 apresentam altos valores de causa, mesmo possuindo PIBs per capita e IDHs relativamente baixos em relação à média nacional.
Além disto, no caso do TJPE, embora a capital apresente valores relativamente baixos para as custas iniciais, as custas no interior, região normalmente com piores indicadores sociais, estão entre as mais altas do país.
22
No TJDFT, a relação é oposta. O tribunal combina alto IDH com baixas custas. Nos demais tribunais, parece haver certa relação, mesmo que indireta, indicando maiores valores de custas nos estados mais bem desenvolvidos.
Figura 9 – Estimativa das custas simuladas com o valor da ação estimado em R$ 100.000,00 e a relação com o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
TJAL TJMATJPITJPA
TJSETJBA
TJACTJPBTJRO
TJPE (1)
TJPE (2)TJPE (3)
TJRN TJAM TJCETJAP TJTOTJRR
TJMS TJGOTJES TJMTTJMG
TJRSTJRJTJSC
TJSPTJDFT
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
R$0 R$1.000 R$2.000 R$3.000 R$4.000 R$5.000 R$6.000 R$7.000 R$8.000
IDH
Custas simuladas em uma ação de R$ 100.000,00
IDH e Custo
IDH e Custo
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria, 2019.
Obs.: TJPE (1) – Cartórios oficializados; TJPE (2) – Cartórios não oficializados no interior; TJPE (3) – Cartórios não oficializados na capital
CUSTAS RECURSAISSão denominadas custas recursais, no âmbito deste trabalho, o valor que deve ser pago pela a parte sucumbente3 interpor recurso para reanalisar decisão previamente proferida por instância inferior ou por outro tribunal.
A respeito das custas recursais, foram considerados os valores das apelações cíveis pagos à Secretaria do Tribunal. Não foram considerados os pagamentos de porte e remessa, baseado em peso ou número de páginas, tendo em vista que os processos eletrônicos já são uma rea-lidade nos tribunais, e que, segundo o relatório Justiça em Números, correspondem a 83,8%
3 Parte sucumbente é aquela que perde (ou sucumbe) a ação e deve arcar com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios da parte vencedora.
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
23
da demanda judicial. Por outro lado, na Justiça do Trabalho foram considerados os depósitos recursais, tendo sido a apuração feita considerando os Recursos Ordinários (RO). Os valores apurados incluem a taxa judiciária, quando prevista. Também estão consideradas nesta aná-lise as custas do Recurso de Revista (RR) do Tribunal Superior do Trabalho (TST), dos Recursos Ordinário (RO) e Especial (REsp) do STJ e do Recurso Extraordinário do STF.
No caso da Justiça do Trabalho, o cálculo foi feito considerando que a pessoa é a sucumbente desde o primeiro grau de jurisdição, de forma que o cálculo das custas e depósito judicial para o Recurso de Revista considera que a parte recorrente realizou, também, o pagamento das custas e do depósito recursal para proposição do Recurso Ordinário.
Na Justiça Federal e do Trabalho, as custas recursais são fixadas e uniformizadas para todos os órgãos. Na Justiça Federal, elas são calculadas como 0,5% do valor da causa, garantindo-se um mínimo de R$ 5,32 e um máximo de R$ 957,69. Na Justiça do Trabalho, a cobrança é feita em 2% do valor da condenação, com limites mínimo e máximo de, respectivamente, R$ 10,64 e R$ 23.357,80. Já no STJ, os recursos ordinários são fixados, respectivamente, em R$ 348,49.
Além das custas, para se recorrer na Justiça do Trabalho ainda há o depósito recursal no valor da condenação, limitado, no caso do Recurso Ordinário, a R$ 9.513,16.
As custas do Recurso Extraordinário (STF) e do Recurso Especial (STJ) são, respectivamente, R$ 206,53 e R$ 174,23. Já no caso do Recurso de Revista (TST), não há custas, considerando que a parte já pagou custas para propor o Recurso Ordinário, mas uma complementação ao depósito recursal de no máximo R$ 9.513,16.
Os valores mínimos das custas recursais de segundo grau, ou seja, desconsiderando os Tri-bunais Superiores, variam de R$ 5,32, na Justiça Federal, a R$ 863,10, no TJMS. Portanto, as custas mínimas no TJMS são mais de cento e cinquenta vezes às observadas na Justiça Federal. Além da Justiça Federal e do Trabalho (R$ 10,64), seis tribunais estaduais possuem custas mínimas recursais menores que R$ 100,00. São eles: o TJTO (R$ 6,00), o TJRS (R$ 15,30), o TJDFT (R$ 16,77), o TJAL (R$ 21,78), o TJBA (R$ 45,00) e o TJRR (R$ 48,07). Por outro lado, assim como o STJ, cinco Tribunais de Justiça possuem custas mínimas superiores a R$ 300,00. São eles, além do TJMS: o TJMG (R$ 301,83), o TJGO (R$ 350,00), o TJMT (R$ 375,89) e o TJSC (R$ 508,40).
24
Figura 10 – Valores das custas recursais mínimas, incluindo depósitos
0 0
R$ 0,00
R$ 100,00
R$ 200,00
R$ 300,00
R$ 400,00
R$ 500,00
R$ 600,00
R$ 700,00
R$ 800,00
R$ 900,00
R$ 1.000,00
Justiça d
o Trabalh
o - RR
Justiça F
ederal
TJTO
Justiça d
o Trabalh
o - RO
TJRSTJDFTTJALTJBATJRRTJROTJMATJSETJSPTJPA
TJPE
STJ - Resp
TJRN
TJPI
STF - RExt
TJCETJAPTJPBTJRJ
TJAMTJPR
TJMGSTJ - R
OTJGOTJMTTJSCTJMS
TJAC*TJES*
R$ 0
,00
R$ 5
,32
R$ 6
,00
R$ 10
,64
R$ 15
,30
R$ 16
,77
R$ 21
,78
R$ 4
5,00
R$ 4
8,07
R$ 10
0,00
R$ 10
1,00
R$ 12
1,26
R $ 13
2,65
R$ 13
5,83
R$ 15
4,13
R$ 17
4,23
R$ 18
4,21
R$ 20
5,80
R$ 20
6,53
R$ 21
3,04
R$ 23
4,08
R$ 25
2,40
R$ 26
6,71
R$ 27
0,73
R$ 29
2,99
R$ 30
1,83
R$ 34
8,49
R$ 35
0,00
R$ 37
5,89 R$
508
,40
R$ 8
63,10
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria. * informação inexistente ou não encontrada
As custas recursais máximas, por sua vez, variam de R$ 16,77, no TJDFT, a R$ 79.590,00 no TJSP. Portanto, as custas recursais máximas no TJSP são mais de quatro mil vezes às obser-vadas no TJDFT.
Interessante, no âmbito da Justiça Estadual, perceber que o valor máximo de custas no TJDFT é menor que o valor mínimo das custas recursais mínimas em outros 22 Tribunais de Justiça.
Seis Tribunais de Justiça, além do STJ, possuem custas recursais máximas menores que R$ 200,00. São eles: o já citado TJDFT, o TJAL (R$ 21,78), o TJRR (R$ 48,07), o TJTO (R$ 96,00), o TJMA (R$ 101,00) e o TJRN (R$ 184,21). Por outro lado, somente a Justiça do Trabalho (R$ 32.870,96) e outros sete tribunais estaduais, possuem custas máximas iguais ou superio-res a R$ 1.000,00. São eles: o já citado TJSP, o TJPA (R$ 1.224,86), o TJRS (R$ 3.812,00), o TJPE (R$ 4.623,69), o TJPI (R$ 11.314,10), o TJBA (R$ 33.747,00) e o TJRO (R$ 50.000,00).
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
25
Figura 11 – Valores das custas recursais máximas, incluindo depósitos
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria. * informação inexistente ou não encontrada
Percebe-se que os valores pagos em razão de recurso são, em regra, proporcionalmente baixos em relação à instância originária, o que pode ser uma forma de incentivar a impetração de recursos. Para tanto, analisou-se a relação entre custas iniciais máximas e custas recursais máximas.
Somente na Justiça Federal (100%) e em quatro Tribunais de Justiça, as custas recursais máximas são maiores que 50% das custas iniciais máximas, sendo eles: o TJPI (53,1%), o TJBA (56,0%), o TJRO (100%) e o TJSP (100%). Em 19 tribunais esta relação é menor que 14%, e destes, em 15, é menor que 5% (Figura 12).
26
Figura 12 — Custas Recursais Máximas em Relação às Custas Iniciais Máximas
0,2%0,3%0,5%0,6%0,7%0,7%0,9%1,2%
2,1%2,4%2,4%2,5%3,0%3,0%3,3%
8,3%8,7%
10,2%13,3%
53,1%56,0%
100,0%100,0%100,0%
0 20% 40% 60% 80% 100%TJAC*TJES*TJPE *TJSE*TJTOTJGOTJPBTJAL
TJMTTJRJ
TJMATJAPTJAMTJMGTJRNTJCETJMSTJRR
TJDFTTJPRTJRSTJSCTJPATJPI
TJBAJustiça Federal
TJROTJSP
Fonte: Site dos tribunais. Elaboração própria. * informação inexistente ou não encontrada
Portanto, percebe-se que o sistema de custas pode ser um incentivador da proposição de recursos, uma vez que, em regra, é muito mais barato interpor recursos, seja de segundo grau, ou recursos especiais, extraordinários e de revista, do que propor ações originárias. Assim, para uma parte que despendeu uma quantia significativa para iniciar a litigância, diante de um montante pequeno por ela já devido em termos de custas, tenderá a ser economicamente mais interessante a interposição de recursos.
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
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ARRECADAÇÕES DO PODER JUDICIÁRIOO CNJ, por meio do relatório Justiça em Números, publica desde 2016 (ano-base 2015) o per-centual de processos finalizados com concessão de Assistência Judiciária Gratuita (AJG) em relação ao total de processos arquivados definitivamente, excluídas as ações criminais e que tramitaram em juizados especiais. A estatística é apurada sob a visão do término do processo em razão da característica da Justiça do Trabalho, em que as custas são pagas somente após a sentença ou início do recurso.
A Figura 13 mostra a série histórica do número de processos arquivados com concessão de AJG, por meio da qual se observa que, a partir de 2016, houve incremento no percentual de processos arquivados definitivamente com concessão de AJG, sendo mais significativo o crescimento a partir de 2017.
Figura 13 – Número de processos arquivados no período de 2015 a 2018 em que houve concessão de assistência judiciária gratuita, em relação ao total de arquivados não criminais no período
Fonte: Justiça em Números 2019 (ano-base 2018).
A Figura 14 mostra a série histórica do percentual de concessão de AJG por segmento de Justiça. Observa-se que o segmento com maior aumento no total de concessões é a Justiça do Trabalho, que partiu de um índice de 36%, em 2015, e atingiu 52% em 2018. Na Justiça Estadual também houve crescimento, embora em menor escala, passando de 28% para 30% em quatro anos.
28
Figura 14 – Percentual de processos com assistência judiciária gratuita, por segmento e por ano
Fonte: Justiça em Números 2019 (ano-base 2018).
Análise mais detida dos dados de AJG revela a existência de dificuldades na obtenção de dados nacionais fidedignos sobre esse assunto, pois observa-se a existência de informações discre-pantes entre os tribunais e a ausência de utilização dos registros adequados de movimentos processuais que registrem as decisões pela concessão ou não da AJG, conforme constam nas Tabelas Processuais Unificadas do CNJ, instituídas pela Resolução CNJ n. 46/2007. Dessa forma, é razoável assumir que o percentual de 34% de processos arquivados com AJG é um valor mínimo, podendo ser maior, em razão da suspeita de que há tribunais com sub-registro do dado. Em razão de tais dificuldades, diagnóstico específico sobre Assistência Judiciária Gratuita será elaborado à parte.
É interessante denotar que, além dos 34% (no mínimo) de processos tramitando com isenção de custas, também os casos de juizados especiais ou de natureza criminal ou de execuções fiscais não estão sujeitos a custas. Considerando que esses processos correspondem a 40,8% da demanda processual (19,6% nos juizados especiais, 9,5% criminais e 11,6% execuções fis-cais), infere-se que, no mínimo, 75% das ações corram na justiça sem ônus ao jurisdicionado.
Em complemento aos valores das custas e percentuais de AJG, apresentam-se os valores efe-tivamente arrecadados por meio de cobranças de custas e emolumentos durante a última década (2009 a 2018). As informações foram extraídas do relatório Justiça em Números, pro-duzido pelo Conselho Nacional de Justiça.
O Poder Judiciário arrecadou, durante o ano de 2018, um total de R$ 58,6 bilhões de reais, o que representa 62,6% de suas despesas. Os gastos do Poder Judiciário, por sua vez, somaram R$ 93,7 bilhões no último ano, ou seja, é notável que os valores recolhidos em razão dos pro-
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
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cessos judiciais representam importantes montantes para o funcionamento do Poder Judici-ário (Figura 15). Cumpre informar que os dados do período 2009 a 2017 estão deflacionados segundo o índice IPCA/dez-2018.
Nesses valores, estão computadas todas as custas, inclusive aquelas recolhidas em fase de execução, emolumentos e eventuais taxas (R$ 12 bilhões, 20,4% da arrecadação), as receitas decorrentes do imposto “causa mortis” nos inventários/arrolamentos judiciais (R$ 5,3 bilhões, 9%), a atividade de execução fiscal (R$ 38,1 bilhões, 65%), a execução previdenciária (R$ 662,8 bilhões, 4,8%), a execução das penalidades impostas pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho (R$ 19,2 milhões, 0,03%) e a receita de imposto de renda (R$ 420,8 milhões, 0,7%).
Figura 15 — Série histórica das despesas e arrecadações totais no Poder Judiciário
65,3% 47,7% 46,3% 40,7% 50,1% 39,6% 56,4% 46,1% 53,6% 62,6%
R$ 64,3 R$ 66,6
R$ 75,6R$ 81,1 R$ 82,4 R$ 85,9
R$ 90,0 R$ 90,5 R$ 94,1 R$ 93,7
R$ 42,0
R$ 31,7 R$ 35,0 R$ 33,0R$ 41,3
R$ 34,0
R$ 50,7R$ 41,7
R$ 50,5R$ 58,6
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
-
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Bilh
ões
Percentual Arrecadado Despesas ArrecadaçõesFonte: Justiça em Números 2019, ano-base 2018.
Ao separarmos, das informações na Figura 15, apenas aquelas relacionadas às custas judiciais, tem-se um total de R$ 12 bilhões, o que corresponde a 20,4% da arrecadação. Na Justiça Esta-dual, a maior arrecadação em relação às custas e aos emolumentos diversos, foi de R$ 11,3 bilhões (21% de suas despesas); na Justiça Federal, R$ 136,5 milhões (1,2% de suas despesas); e na Justiça do Trabalho, R$ 19,2 milhões (2,3% de suas despesas).
Somente no estado de São Paulo foram arrecadados R$ 5,6 bilhões com custas. Esse valor representa 47% dos recolhimentos de todo o Poder Judiciário. Cumpre informar que o TJSP responde por 19% da demanda judicial e 26% do acervo em tramitação. A segunda maior arrecadação está no TJMG, com R$ 1,2 bilhão, tribunal que concentra 6% dos casos novos do Judiciário. Nos demais tribunais, os valores estão abaixo de R$ 1 bilhão.
30
A série histórica das custas (Figura 16) mostra que até 2014 houve movimento progressivo de aumento dos valores recebidos, tendo sofrido queda nos dois anos subsequentes, quando recuperou a curva de crescimento em 2017. O ano de 2018 foi o de maior volume arrecadado – R$ 12,0 bilhões.
Figura 16 — Série histórica das arrecadações com custas e emolumentos diversos no Poder Judiciário
11% 11%12% 11% 12%
13%12% 11% 11%
13%R$ 7,0R$ 7,3
R$ 9,0 R$ 9,0R$ 9,7
R$ 11,0R$ 10,4
R$ 10,0 R$ 10,2
R$ 12,0
0%
5%
10%
15%
20%
-
2
4
6
8
10
12
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Bilh
ões
Custas e Emolumentos em relação às Despesas da Jusitça Custas e EmolumentosFonte: Justiça em Números 2019, ano-base 2018.
Figura 17 — Percentual de arrecadações com custas e emolumentos diversos por segmento de justiça, ano 2018
Justiça Estadual
Justiça FederalJustiça do Trabalho
11.361.607.95095%
136.509.0241%
439.785.1964%
Fonte: Justiça em Números 2019, ano-base 2018.
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
31
Não estão sujeitas a custas as ações ingressadas nos juizados especiais, além dos processos criminais. Tais casos representam um quantitativo relevante de ações que tramitam no Poder Judiciário, sendo 32% da Justiça Estadual, 41% da Justiça Federal e 30% do STJ. A fim de se verificar o impacto médio das custas e das concessões de AJG nos tribunais, compararam-se as arrecadações com a demanda processual (excluídos os casos isentos de custas). A Figura 18 mostra a relação entre o total arrecadado com custas e emolumentos em relação ao número de processos (exceto criminais e juizados especiais). Os dados são um reflexo das informações apresentadas nos dois últimos capítulos, pois sofrem influência tanto da tabela de custas e taxas judiciárias praticadas, quanto pelo volume de AJG concedida.
Conforme previamente diagnosticado, locais como São Paulo, Goiás e Piauí acabam arreca-dando, proporcionalmente ao número de processos, maior volume financeiro em decorrên-cia de suas tabelas de custas. O TJDFT é o de menor arrecadação, seguido do TJRJ e do TJRS. Pernambuco, apesar da ausência de padronização e tabelas distintas entre cartórios oficiais, não oficiais, capital e interior, acaba sendo o segundo menor em arrecadação por processos nos tribunais de médio porte, o que pode ser um efeito tanto da concessão de gratuidade, quanto dos valores das causas.
32
Figura 18 — Valores arrecadados em relação ao número de processos ingressados sujeitos a cobrança de custas na Justiça Estadual
1.088179
261263273
344376
491496
537590
668963
130512
627656662687696
8691.037
2.022306
9411.157
1.2521.867
0 500 1.000 1.500 2.000
TJTJRNTJAPTJSETJALTJRRTJACTJMSTJAMTJTOTJPBTJRO
TJPITJDFT
TJCETJBATJES
TJMATJPETJSCTJMTTJPATJGOTJRSTJRJTJPR
TJMGTJSP
PequenoPorte
MédioPorte
GrandePorte
Fonte: Justiça em Números 2019, ano-base 2018.
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
33
Figura 19 — Valores arrecadados em relação ao número de processos ingressados sujeitos a cobrança de custas na Justiça Federal, no STJ e TST
67
29
70
72
73
99
152
11
0 20 40 60 80 100 120 140 160
TRF
TRF5
TRF4
TRF3
TRF1
TRF2
STJ
TST
JustiçaFederal
TribunaisSuperiores
Fonte: Justiça em Números 2019, ano-base 2018.
Figura 20 — Valores arrecadados em relação ao número de processos ingressados sujeitos a cobrança de custas na Justiça do Trabalho
1273235
55101102
117135138
153204
5782
101122
164168
199209
3507777
102143
150
0 50 100 150 200 250 300 350TRT
TRT16TRT22TRT19TRT13TRT24TRT20TRT14TRT21TRT17TRT23
TRT7TRT12TRT11TRT8TRT6
TRT18TRT5
TRT10TRT9TRT1TRT2
TRT15TRT3TRT4
PequenoPorte
MédioPorte
GrandePorte
Fonte: Justiça em Números 2019, ano-base 2018.
34
CONSIDERAÇÕES FINAISO panorama da cobrança de custas no Poder Judiciário, como pôde ser visto, é composto por um cenário bem eclético, que reflete, em cada segmento de Justiça, o quanto disposto nas legislações do país.
Este relatório apresenta de forma objetiva e elucidativa o cenário arrecadatório do Poder Judiciário, com o objetivo de oferecer subsídios para elaboração de políticas públicas e, prin-cipalmente, dar transparência, tanto ao Grupo de Trabalho instituído pela Portaria n. 71/2019 do Conselho Nacional de Justiça, quanto aos gestores e cidadãos que almejam uma forma de cobrança compatível aos padrões da sociedade brasileira.
Explicou-se o conceito de custas e taxas judiciárias, bem como suas distinções e referenciais legais que definem suas naturezas, assim como as formas gerais de cobrança, que inicial-mente são balizadas pela Constituição brasileira.
Também foi resgatado o conceito da AJG e a sua relevância na busca por uma Justiça mais acessível a toda a população, inclusive àquele indivíduo que não teria como utilizar os serviços judiciários, caso não houvesse esse benefício. Trata-se efetivamente de um benefício de cará-ter pessoal e autodeclaratório, que cabe ao Poder Judiciário, por intermédio dos magistrados, deferir, ou não, a sua concessão.
Após as devidas contextualizações, foram apresentadas as formas de cobrança das custas judiciárias na esfera estadual e federal, com as distinções entre os segmentos de Justiça, pon-derando os detalhes que são afetos à Justiça do Trabalho. Foi possível verificar homogeneidade lógica na cobrança de custas na esfera federal, na qual não existem distinções de cobranças entre as localidades. Restou evidenciada a grande diferença existente nas formas de cobrança da Justiça Estadual, devido à autonomia dos estados em legislar sobre a metodologia e valores de cobrança em cada localidade.
A diferença supracitada, entre as formas e valores de cobrança das custas iniciais e recursais, por parte dos estados da federação não deveria ser um problema, mas sim, uma solução, na medida em que seria possível aos estados, ponderar as diferenças socioeconômicas de cada localidade, buscando tornar o judiciário acessível a todos. No entanto, o que se verifica, na análise das tabelas de custas coletadas nos sites dos Tribunais de Justiça, é uma despropor-cionalidade muito grande nas referidas metodologias e valores de cobrança, principalmente quando comparadas com os indicadores econômicos e sociais, como o PIB e o IDH.
Com o intuito de prover melhor análise aos interessados, foram simulados alguns valores de custas iniciais e recursais, para a realização de comparações entre os tribunais e os resulta-dos apresentaram cenários preocupantes, a exemplo do caso do TJPE, que, embora a capital apresente valores relativamente baixos para as custas iniciais, no interior, região normalmente
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
35
com piores indicadores sociais, as custas estão entre as mais altas do país, revelando que serviços semelhantes são cobrados de forma distinta ao jurisdicionado do mesmo estado.
Também salta aos olhos a situação verificada no TJDFT. Neste caso, a relação é oposta, pois o tribunal combina alto IDH, entre os maiores do país, com as custas figurando entre as menores do Judiciário. Nos demais tribunais, parece haver certa relação, mesmo que indireta, indicando maiores valores das custas nos estados mais bem desenvolvidos.
Quanto aos valores cobrados para interposição de recursos, percebe-se que o sistema pode ser um incentivador da proposição das apelações, pois, em geral, é muito mais barato interpor recursos do que propor ações originárias.
Por fim, foram demonstradas as arrecadações globais dos tribunais, de acordo com as infor-mações coletadas pelo CNJ no relatório Justiça em Números, nas quais foi possível verificar que, apesar dos altos valores arrecadados pelos tribunais, o Poder Judiciário, diante de sua enorme estrutura e importância na função da manutenção da paz social, ainda não arrecada o suficiente para fazer frente às suas despesas.
O Poder Judiciário arrecadou, durante o ano de 2018, um total de R$ 58,6 bilhões de reais, o que representa 62,6% de suas despesas. Os gastos do Poder Judiciário, por sua vez, somaram R$ 93,7 bilhões no último ano.
Ao analisar apenas as custas judiciais, verifica-se que a Justiça Estadual é a de maior arre-cadação, na qual se apura a soma de R$ 11,3 bilhões (21% de suas despesas), seguida pela Justiça Federal com R$ 136,5 milhões (1,2% de suas despesas) e pela Justiça do Trabalho, R$ 19,2 milhões (2,3% de suas despesas).
Somente no estado de São Paulo foram arrecadados R$ 5,6 bilhões com custas. Esse valor representa 47% dos recolhimentos de todo o Poder Judiciário. Cumpre informar que o TJSP responde por 19% da demanda judicial e 26% do acervo em tramitação. A segunda maior arrecadação está no TJMG, com R$ 1,2 bilhão, tribunal que concentra 6% dos casos novos do Judiciário. Nos demais tribunais, os valores estão abaixo de R$ 1 bilhão.
Diante dos dados expostos no presente relatório, resta evidenciada a real e imediata neces-sidade de se buscarem formas de nortear a cobrança de custas na Justiça Estadual. Também foi mostrada a importância de se discutir a questão dos valores das custas recursais no país e, por fim, como resultado da pesquisa, a necessidade de novas investigações sobre a questão da Assistência Judiciaria Gratuita e seus efeitos na judicialização e no acesso à Justiça.
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, 1934.
____. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, 1937.
____. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Câmara dos Deputados, 1988.
____. Código Tributário Nacional – CTN, Lei 5.172, de 25 de outubro de 1996. Brasília: Câmara dos Deputados, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em: 30 out. 2019.
____. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Justiça em Números 2019. Brasília: CNJ, 2019. Disponível em: <www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias>. Acesso em: 30 out. 2019.
____. ____. Pedido de Providência n. 0006880-81.2013.2.00.0000, 10 de dezembro de 2013. Relatora Conselheira Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.
____. CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL (CJF). Nota Técnica n. 6 de 17 de maio de 2018: perícias judiciais em matéria previdenciária. Disponível em: <https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/nucleo-de-estudo-e-pesquisa/notas-tecnicas>. Acesso em: 30 out. 2019.
____. ____. Nota Técnica n. 22 de 31 de maio de 2019: gratuidade Judiciária: critérios e impactos da concessão. Disponível em: <https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-justica-federal/centro-de-estu-dos-judiciarios-1/nucleo-de-estudo-e-pesquisa/notas-tecnicas>. Acesso em: 29 out. 2019.
____. Lei n. 1060, de 05 de fevereiro de 1950. Estabelece normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 1950.
____. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: características da vitimização e do acesso à justiça no Brasil 2009. Rio de Janeiro: 2010. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv47311.pdf>. Acesso em: 30 out. 2019.
____. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Conselho da Justiça Federal. Centro de Estudos Judiciários. Série Pesquisas do CEJ. Acesso à Justiça Federal: dez anos de juizados especiais. Brasília: 2012. Disponível em: <http://corteidh.or.cr/tablas/28568.pdf>. Acesso em: 30 out. 2019.
DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. 2. ed. rev., atual. e aum. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 609. Vol. 4.
BAPTISTA, Bárbara Lupetti; FILPO, Klever Paulo Leal; CLAUDINO, Gabriela da Silva. O benefício da gra-tuidade de Justiça: direito ou privilégio?. Revista do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá. Revista Juris. Poiesis, ano 19, n. 21, p. 13 a 29, set./dez., 2016. ISSN 2448-0517.
SILVA, Antonio Carlos da. Regime jurídico das custas processuais no Estado do Rio de Janeiro. ADV Advocacia Dinâmica – seleções jurídicas. São Paulo: MP Editora. 2005.
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
37
ANEXOS
ANEXO I – CUSTAS E TAXAS JUDICIÁRIAS POR TRIBUNAL
TRIBUNAL CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIAAÇÕES ORIGINÁRIAS
CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIA RECURSAIS (APELAÇÃO CÍVEL)
TJAC 1,5% x valor da causa 1,5% x valor da causa
TJAL
Taxa Judiciária: 1% x valor da causa, limitado a 5% do valor máximo das custas.Valor da causa – custas
Até R$ 6,40 – R$ 5,45 Até R$ 31,99 – R$ 21,78 Até R$ 95,96 – R$ 32,52 Até R$ 159,93 – R$ 43,29 Até R$ 479,78 – R$ 54,30 Até R$ 959,96 – R$ 81,44
Até R$ 1.919,11 – R$ 135,71 Até R$ 2.558,81 – R$ 162,83 Até R$ 3.198,51 – R$ 217,10
Superior a R$ 3.198,51 – + R$ 4,35 em cada R$ 1.279,41 que exceder, limitado a 2% de
R$ 175.392,87
R$ 21,78
TJAPTaxa: 1,5% x valor da causa, garantido o mínimo de
R$ 50,46 e limitado a R$ 20.083,48.Custas: R$ 90,24
R$ 270,73
TJAM
Valor da causa – custas Até R$ 52,29 – R$ 10,50 Até R$ 78,56 – R$ 14,43 Até R$ 174,31 – R$ 19,68 Até R$ 348,60 – R$ 24,93 Até R$ 697,20 – R$ 39,39
Até R$ 1.042,48 – R$ 99,76 Até R$ 1.743,02 – R$ 198,19 Até R$ 4.358,04 – R$ 297,95 Até R$ 8.716,09 – R$ 496,15 Até 17.432,43 – R$ 744,22
Até R$ 26.148,51 – R$ 993,60 Até R$ 43.580,68 – R$ 1.182,61 Até R$ 55.642,78 – R$ 1.312,56 Até R$ 83.464,17 – R$ 1.968,83 Até R$ 111.285,56 – R$ 2.362,60 Até R$ 139.106,95 – R$ 2.625,12 Até R$ 200.314,01 – R$ 3.281,39 Até R$ 222.571,12 – R$ 3.937,68 Até R$ 278.213,90 – R$ 4.593,94 Até R$ 311.599,57 – R$ 5.250,23 Até R$ 333.856,68 – R$ 5.906,51 Até R$ 389.499,46 – R$ 6.562,79 Até R$ 445.142,24 – R$ 7.219,07 Até R$ 556.427,80 – R$ 7.875,35 Até R$ 778.998,92 – R$ 9.187,91
Até R$ 890.284,48 – R$ 10.500,46 Até R$ 1.001.570,05 – R$ 11.812,80
Superior a R$ 1.001.570,05 – R$ 13.125,59
R$ 234,08
38
TRIBUNAL CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIAAÇÕES ORIGINÁRIAS
CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIA RECURSAIS (APELAÇÃO CÍVEL)
TJBA
Valor da causa – custas Até R$ 1.000,00 – R$ 90,00 Até R$ 1.500,00 – R$ 145,00 Até R$ 2.500,00 – R$ 250,00 Até R$ 4.000,00 – R$ 390,00 Até R$ 6.000,00 – R$ 580,00 Até R$ 8.000,00 – R$ 750,00 Até R$ 11.000,00 – R$ 900,00
Até R$ 15.000,00 – R$ 1.100,00 Até R$ 19.000,00 – R$ 1.300,00
Até 23.000,00 – R$ 1.500,00 Até R$ 28.000,00 – R$1.700,00 Até R$ 35.000,00 – R$ 1.873,86 Até R$ 45.000,00 – R$ 2.258,73 Até R$ 60.000,00 – R$ 2.567,40 Até R$ 70.000,00 – R$ 3.017,40 Até R$ 90.000,00 – R$ 3.834,84 Até R$ 120.000,00 – R$ 4.659,84 Até R$ 160.000,00 – R$ 5.698,39 Até R$ 210.000,00 – R$ 6.337,50 Até R$ 260.000,00 – R$ 7.250,00 Até R$ 350.000,00 – R$ 9.312,50 Até R$ 450.000,00 – R$ 11.243,25
Superior a R$ 450.000,00 – 2,5% x valor da causa, limitado R$ 60.279,14
Valor da causa – custas Até R$ 1.000,00 – R$ 45,00 Até R$ 1.500,00 – R$ 72,50
Até R$ 2.500,00 – R$ 125,00 Até R$ 4.000,00 – R$ 195,00 Até R$ 6.000,00 – R$ 290,00 Até R$ 8.000,00 – R$ 375,00 Até R$ 11.000,00 – R$ 450,00 Até R$ 15.000,00 – R$ 550,00 Até R$ 19.000,00 – R$ 650,00
Até 23.000,00 – R$ 750,00 Até R$ 28.000,00 – 850,00
Até R$ 35.000,00 – R$ 950,86 Até R$ 45.000,00 – R$ 1.150,00 Até R$ 60.000,00 – R$ 1.300,00 Até R$ 70.000,00 – R$ 1.550,00 Até R$ 90.000,00 – R$ 1.800,00 Até R$ 120.000,00 – R$ 2.150,00 Até R$ 150.000,00 – R$ 2.400,00 Até R$ 216.000,00 – R$ 2.700,00
Superior a R$ 216.000,00 – 1,25% x valor da causa, limitado R$ 33.747,00
TJCE
Até R$ 50,00 – R$ 43,72 Até R$ 100,00 – R$ 87,39
Até R$ 400,00 – R$ 196,72 Até R$ 800,00 – R$ 360,05
Até R$ 1.600,00 – R$ 438,82 Até R$ 3.200,00 – R$ 629,22 Até R$ 6.400,00 – R$ 902,34
Até R$ 12.800,00 – R$ 1.293,85 Até R$ 25.600,00 – R$ 1.657,85
Até 51.200,00 – R$ 2.260,48 Até R$ 102.400,00 – R$ 3.814,97 Até R$ 409.600,00 – R$ 5.470,55
Até R$ 1.000.000,00 – R$ 7.178,25 Superior a R$ 1.000.000,00 – R$ 8.550,46
R$ 213,04
TJDFT2% * valor da causa Mínimo: R$ 33,37
Máximo: R$ 502,34R$ 16,77
TJES 1,5%*valor da causa0,25%*valor da causa, limitado a 135 VRTES
(R$ 461,93) VRTES = R$ 3,4217
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
39
TRIBUNAL CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIAAÇÕES ORIGINÁRIAS
CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIA RECURSAIS (APELAÇÃO CÍVEL)
TJGO
Valor da causa – taxa Até R$ 83.732,83 – 0,50% * valor da causa
Até R$ 418.525,03 – 0,50%*R$ 83.732,83 + 1%* (valor da causa – R$ 83.732,83)
Acima de R$ 418.525,03 – 0,50%*R$ 83.732,83+1%* (R$ 418.525,03 – R$ 83.732,83) – 1,75%* (valor da
causa – R$ 418.525,03) Mínimo: R$ 70,93
Máximo: R$ 102.927,39Valor da causa – custas
Até R$ 2.000,00 – R$ 266,00 Até R$ 4.000,00 – R$ 388,00 Até R$ 8.000,00 – R$ 530,00 Até R$ 12.000,00 – R$ 613,00 Até R$ 16.000,00 – R$ 715,00 Até R$ 20.000,00 – R$ 776,00 Até R$ 30.000,00 – R$ 874,00 Até R$ 40.000,00 – R$ 918,00
Até R$ 80.000,00 – R$ 1.632,00 Até R$ 150.000,00 – R$ 3.061,00 Até R$ 300.000,00 – R$ 4.695,00 Até R$ 500.000,00 – R$ 6.307,00 Até R$ 800.000,00 – R$ 7.920,00
Acima de R$ 800.000,00 – R$ 10.533,00
R$ 350,00
TJMA
Valor da causa – custas Até R$ 2.071,16 – R$ 84,00 Até R$ 3.106,74 – R$ 109,20 Até R$ 4.660,11 – R$ 159,70 Até R$ 6.990,00 – R$ 235,30 Até R$ 10.381,68 – R$ 353,20 Até R$ 15.727,86 – R$ 538,20 Até R$ 23.591,78 – R$ 798,90
Até R$ 35.387,67 – R$ 1.193,90 Até R$ 53.081,51 – R$ 1.799,30 Até R$ 79.622,27 – R$ 2.690,60 Até R$ 119.433,41 – R$ 4.044,50 Até R$ 179.150,12 – R$ 6.062,10 Até R$ 517.789,49 – R$ 8.323,90
Acima de R$ 517.789,49 – R$ 10.812,70
R$ 101,00
TJMG
Taxa Judiciária Inclusa no valor das custasValor da causa – custas
Até R$ 28.768,60 – R$ 391,66 Até R$ 37.685,48 – R$ 477,89 Até R$ 50.344,33 – R$ 682,71
Até R$ 86.305,83 – R$ 1.027,65 Até R$ 150.749,11 – R$ 1.228,87 Até R$ 287.686,14 – R$ 1.954,70 Até R$ 351.551,50 – R$ 2.242,16 Até R$ 575.372,29 – R$ 3.780,05 Até R$ 753.163,47 – R$ 4.211,23
Até R$ 1.438.430,72- R$ 6.496,50 Até R$ 1.506.610,79 – R$ 7.071,41 Até R$ 2.510.924,57 – R$ 9.945,97
Acima de R$ 2.510,924,57 – R$ 12.809,75
R$ 301,83
40
TRIBUNAL CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIAAÇÕES ORIGINÁRIAS
CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIA RECURSAIS (APELAÇÃO CÍVEL)
TJMS
Valor da causa – custas Até R$ 5.000,00 – 15 UFERMS (R$ 431,55)
Até R$ 10.000,00 – 26 UFERMS (R$ 748,02) Até R$ 20.000,00 – 35 UFERMS (R$ 1.006,95) Até R$ 50.000,00 – 75 UFERMS (R$ 2.157,75)
Até R$ 100.000,00 – 100 UFERMS (R$ 2.877,00) Acima de R$ 100.000,00 – 100 (R$ 2.877,00) + 5
UFERMS (R$ 143,85) para cada fração adicional de R$ 100.000,00, até o limite de
1.000 UFERMS (R$ 28.770,00) UFERMS = R$ 28,77
30 UFERMS (R$ 863,10)
TJMT
Taxa:Até R$ 350.000,00 – 1%*valor da causa
Acima de R$ 350.000,00 – 1%*R$ 350.000,00 + 0,5%* (valor da causa – R$ 350.000,00) Mínimo: 1 UPF/MT (R$ 143,54)
Máximo: R$ 20.000,00Valor da causa – custas
Até R$ 41.343,13 – R$ 413,40 Até R$ 419.734,14 – 1%*valor da causa
Acima de R$ 419.734,14 – 1%* 419.734,14 + 0,5%* (valor da causa – R$ 419.734,14), limitado a
R$ 34.605,14
R$ 375,89
TJPA
Taxa: 1%*valor da causa Mínimo: R$ 117,12
Máximo: R$ 2.953,02Valor da causa – custas
Até R$ 1.133,82 – R$ 42,40 Até R$ 4.537,27- R$ 86,97
Até R$ 7.936,72 – R$ 131,64 Até R$ 11.338,17 – R$ 222,34 Até R$ 15.946,00 – R$ 370,20 Até R$ 25.378,23 – R$ 566,45 Até R$ 39.526,01 – R$ 797,75
Até R$ 60.746,54 – R$ 1.166,70 Até R$ 92.576,20 – R$ 1.544,71 Até R$ 140.320,10 – R$ 1.993,93 Até R$ 211.935,42 – R$ 2.430,68 Até R$ 319.357,81 – R$ 2.903,59 Até R$ 480.491,40 – R$ 3.353,95 Até R$$ 722.190,66 – R$ 3.985,37
Até R$ 1.009.097,47 – R$ R$ 4.610,44 Até R$ 1.175.391,09 – R$ 5.487,68
Acima de R$ 1.175.391,09 – R$ 6.233,86
R$ 18,71Taxa: 1%*valor da condenação
Mínimo: R$ 117,12 Máximo: R$ 1.206,15
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
41
TRIBUNAL CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIAAÇÕES ORIGINÁRIAS
CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIA RECURSAIS (APELAÇÃO CÍVEL)
TJPB
Taxa: 1,5%*valor da causa Mínimo: 1 UFR (R$ 50,48)
Máximo: 200 UFRs (R$ 10.096,00) UFR = R$ 50,48
Valor da causa – custas Até 40,00 UFRs (R$ 2.019,20) – 2,0 UFRs (R$ 100,96) Até 70,0 UFRs (R$ 3.533,60) – 3,0 UFRs (R$ 151,44)
Até 100,0 UFRs (R$ 5.048,00) – 5,0 UFRs (R$ 252,40) Até 200,0 UFRs (R$ 10.096,00) – 10,0 UFRs
(R$ 504,80) Até 400,0 UFRs (R$ 20.192,00)– 20,0 UFRs
(R$ 1.009,60) Até 600,0 UFRs (R$ 30.288,00) – 30,0 UFRs
(R$ 1.514,40) Até 800,0 UFRs (R$ 40.384,00) – 40,0 UFRs
(R$ 2.019,20) Até 1.000,0 UFRs (R$ 50.480,00) – 50,0 UFRs
(R$ 2.524,00) Até 1.250,0 UFRs (R$ 63.100,00) – 62,5 UFRs
(R$ 3.155,00) Até 1.500,0 UFRs (R$ 75.720,00) – 75,0 UFRs
(3.786,00) Até 2.000,0 UFRs (R$ 100.960,00) – 100,0 UFRs
(R$ 5.048,00) Até 2.500,0 UFRs (R$ 126.200,00) – 125,0 UFRs
(R$ 6.310,00) Até 3.000,0 UFRs (R$ 151.440,00) – 150,0 UFRs
(R$ 7.572,00) Até 3.500,0 UFRs (R$ 176.680,00) – 175,0 UFRs
(R$ 8.834,00) Até 4.000,0 UFRs (R$ 210.920,00) – 200,0 UFRs
(R$ 10.096,00) Até 4.500,0 UFRs (R$ 227.160,00) – 225,0 UFRs
(R$ 11.358,00) Até 5.000,0 UFRs (R$ 252.400,00) – 250,0 UFRs
(R$ 12.620,00) Até 6.500,0 UFRs (R$ 328.120,00) – 325,0 UFRs
(R$ 16.406,00) Acima de 6.500,00 UFRs (R$ 328.120,00) – 1% * valor
da causa, limitado a 900,0 UFRs (R$ 45.432,00)
5,00 UFRs (R$ 252,40)
TJPE
Taxa: 1%*valor da causaI – Cartórios Oficializados
Valor da causa – custas Até R$ 1.000,00 – R$ 154,13
Acima de R$ 1.000,00 – R$ 154,13 + 0,8%*valor da causa, limitado a R$ 4.623,69
II – Cartórios Não Oficializados do Interior 5% * valor da causa, mínimo de R$ 154,13, máximo
de R$ 4.623,69 II – Cartórios Não Oficializados da Capital
Escrivães: R$ 88,81
Valor da causa – custas Até R$ 1.000,00 – R$ 154,13
Acima de R$ 1.000,00 – R$ 154,13 + 0,8%*valor da causa, limitado a R$ 4.623,69
42
TRIBUNAL CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIAAÇÕES ORIGINÁRIAS
CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIA RECURSAIS (APELAÇÃO CÍVEL)
TJPI
Taxa: 1%*valor da causa, limitado a R$ 10.000,00Valor da causa – custas
Até R$ 999,99 – R$ 205,80 Até R$ 1.499,99 – R$ 288,16 Até R$ 1.999,99 – R$ 370,52 Até R$ 2.999,99 – R$ 452,88 Até R$ 4.999,99 – R$ 566,12 Até R$ 5.999,99 – R$ 679,37 Até R$ 6.999,99 – R$ 792,61
Até R$ 7.9999,99 – R$ 905,86 Até R$ 8.999,99 – R$ 1.019,10 Até R$ 9.999,99 – R$ 1.132,35
Até R$ 12.999,99 – R$ 1.245,59 Até R$ 15.999,99 – R$ 1.430,90 Até R$ 19.999,99 – R$ 1.616,21
Até R$$ 24.999,99 – R$ 1.801,52 Até R$ 29.999,99 – R$ 1.986,83 Até R$ 39.999,99 – R$ 2.357,45 Até R$ 49.999,99 – R$ 3.098,69 Até R$ 59.999,99 – R$ 3.839,93 Até R$ 69.999,99 – R$ 4.5681,17 Até R$ 99.999,99 – R$ 5.322,41
Até R$ 124.999,99 – R$ 6.506,34 Até R$ 249.999,99 – R$ 7.690,26 Até R$ 499.999,99 – R$ 8.874,19
Até R$ 999.999,99 – R$ 10.161,06 Acima de R$ 999.999,99 – R$ 11.314,10
Valor da causa – custas Até R$ 999,99 – R$ 205,80
Até R$ 1.499,99 – R$ 288,16 Até R$ 1.999,99 – R$ 370,52 Até R$ 2.999,99 – R$ 452,88 Até R$ 4.999,99 – R$ 566,12 Até R$ 5.999,99 – R$ 679,37 Até R$ 6.999,99 – R$ 792,61
Até R$ 7.9999,99 – R$ 905,86 Até R$ 8.999,99 – R$ 1.019,10 Até R$ 9.999,99 – R$ 1.132,35
Até R$ 12.999,99 – R$ 1.245,59 Até R$ 15.999,99 – R$ 1.430,90 Até R$ 19.999,99 – R$ 1.616,21
Até R$$ 24.999,99 – R$ 1.801,52 Até R$ 29.999,99 – R$ 1.986,83 Até R$ 39.999,99 – R$ 2.357,45 Até R$ 49.999,99 – R$ 3.098,69 Até R$ 59.999,99 – R$ 3.839,93 Até R$ 69.999,99 – R$ 4.5681,17 Até R$ 99.999,99 – R$ 5.322,41
Até R$ 124.999,99 – R$ 6.506,34 Até R$ 249.999,99 – R$ 7.690,26 Até R$ 499.999,99 – R$ 8.874,19
Até R$ 999.999,99 – R$ 10.161,06 Acima de R$ 999.999,99 – R$ 11.314,10
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
43
TRIBUNAL CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIAAÇÕES ORIGINÁRIAS
CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIA RECURSAIS (APELAÇÃO CÍVEL)
TJPR
TaxaAté R$ 5.000,00 – R$ 32,14
Até R$ 50.000,00 – R$ 32,14 + 0,2%* (valor da causa – R$ 5.000,00)
Até R$ 100.000,00 – R$ 32,14 + 0,2%* R$ 45.000,00 + 0,1%*(valor da causa – R$ 50.000,00)
Até R$ 200.000,00 – R$ 32,14 + 0,2% * R$ 45.000,00 + 0,1% * R$ 50.000,00 + 0,05%*(valor da causa –
R$ 100.000,00) Acima de R$ 200.000,00 – R$ 32,14 + 0,2% * R$ 45.000,00 + 0,1% * R$ 50.000,00 + 0,05% * R$ 100.000,00 + 0,02%*(valor da causa –
R$ 200.000,00), limitado a R$ 1.603,10Valor da causa – custas
Até R$ 4.431,00 – R$ 316,50 Até R$ 5.317,20 – R$ 358,70 Até R$ 6.203,40 – R$ 379,80 Até R$ 7.089,60 – R$ 400,90 Até R$ 7.975,80 – R$ 443,10 Até R$ 8.862,00 – R$ 485,30 Até R$ 9.748,20 – R$ 527,50
Até R$ 10.634,40 – R$ 569,70 Até R$ 11.520,60 – R$ 611,90 Até R$ 12.406,80 – R$ 633,00 Até R$ 13.293,00 – R$ 654,10 Até R$ 14.179,20 – R$ 675,20 Até R$ 15.065,40 – R$ 717,40
Até R$$ 15.951,60 – R$ 759,60 Até R$ 16.837,80 – R$ 801,80 Até R$ 17.724,00 – R$ 844,00 Até R$ 18.610,20 – R$ 886,20 Até R$ 19.496,40 – R$ 928,40 Até R$ 20.382,60 – R$ 970,60
Até R$ 21.268,80 – R$ 1.012,80 Até R$ 22.197,20 – R$ 1.055,00 Até R$ 23.125,60 – R$ 1.097,20 Até R$ 24.054,00 – R$ 1.139,40 Até R$ 24.982,40 – R$ 1.181,60 Até R$ 25.910,80 – R$ 1.223,80
A partir de R$ 127.304,53 -1%*valor da causa, limitada a R$ 1.909,56
R$ 292,99
TJRJ
Taxa: 2%*valor da causa Mínimo: R$ 83,29
Máxima: R$ 37.859,17Custas: R$ 301,01
R$ 266,71
44
TRIBUNAL CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIAAÇÕES ORIGINÁRIAS
CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIA RECURSAIS (APELAÇÃO CÍVEL)
TJRN
Valor da causa – custas Até R$ 10.000,00 – R$ 184,21 Até R$ 30.000,00 – R$ 354,25 Até R$ 50.000,00 – R$ 566,81
Até R$ 100.000,00 – R$ 1.133,62 Até R$ 150.000,00 – R$ 2.125,53 Até R$ 200.000,00 – R$ 2.834,05 Até R$ 300.000,00 – R$ 3.542,56 Até R$ 400.000,00 – R$ 4.251,07
Até R$ 5000.000,00 – R$ 4.605,33 Até R$ 600.000,00 – R$ 4.959,59 Até R$ 700.000,00 – R$ 5.313,84 Até R$ 800.000,00 – R$ 5.668,09 Até R$ 900.000,00 – R$ 6.022,35
Até R$ 1.000.000,00 – R$ 6.376,61 Até R$ 2.000.000,00 – R$ 7.085,12
Acima de R$ 2.000.000,00 – R$ 7.793,64
R$ 184,21
TJROCustas: 2%*valor da causa
Mínimo: R$ 100,00 Máximo: R$ 50.000,00
3%*valor da causa Mínimo: R$ 100,00
Máximo: R$ 50.000,00
TJRR
Taxa Judiciária Inclusa nas custasValor da causa – custas
Até R$ 3.000,00 – R$ 93,94 Até R$ 5.000,00 – R$ 103,94 Até R$ 10.000,00 – R$ 251,78 Até R$ 20.000,00 – R$ 261,78 Até R$ 30.000,00 – R$ 779,34 Até R$ 50.000,00 – R$ 789,34
Até R$ 100.000,00 – R$ 1.528,66 Acima de R$ 100.000,00 – R$ 1.578,66
Incluso Taxa Judiciária R$ 48,07
TJRS
Taxa: 2,5%*valor da causa Mínimo: 5 URC (R$ 190,60)
Máximo: 1.000 URC (R$ 38.120,00)Valor da causa – custas Até R$ 457,50 – R$ 27,50 Até R$ 914,90 – R$ 54,90
Até R$ 1.524,80 – R$ 164,70 Até R$ 3.049,60 – R$ 219,60
Até R$ 9.148,80 – R$ R$ 274,50 Até R$ 12.198,40 – R$ 329,40 Até R$ 15.248,00 – R$ 384,30 Até R$ 22.872,00 – R$ 439,20
Até R$ 45.744,00 – R$ R$ 494,10 Até R$ 91.488,00 – 1,08%*valor da causaAté R$ 152.480,00 – 0,92%*valor da causa Até R$ 228.720,00 – 0,85%*valor da causa Até R$ 381.200,00 – 0,83%*valor da causa Até R$ 571.800,00 – 0,81%*valor da causa
Acima de R$ 571.800,00 – 0,79%*valor da causa, limitado a 150 URC (R$5.718,00)
URC – R$ 38,12
Valor da causa – custas Até R$ 457,50 – R$ 15,30 Até R$ 914,90 – R$ 22,90
Até R$ 3.049,60 – R$ 38,12 Até R$ 15.248,00 – R$ 57,20 Até R$ 30.496,00 – R$ 76,30
Acima de R$ 30.496,00 – R$ 76,30 + 0,02%*valor da causa, limitado a R$ 3.812,00
TJSCTaxa: 2,8%*valor da causa
Mínimo: R$ 225,00 Máximo: R$ 5.000,00
R$ 508,40
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
45
TRIBUNAL CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIAAÇÕES ORIGINÁRIAS
CUSTAS E TAXA JUDICIÁRIA RECURSAIS (APELAÇÃO CÍVEL)
TJSE
Taxa: 1,5%*valor da causa, limitado a R$ 13.228,28Valor da causa – custas
Até R$ 1.500,00 – R$ 166,16 Até R$ 3.000,00 – R$ 224,88 Até R$ 6.000,00 – R$ 271,18
Até R$ 10.000,00 – R$ 324,09 Até R$ 15.000,00 – R$ 370,39 Até R$ 20.000,00 – R$ 429,92 Até R$ 25.000,00 – R$ 469,60 Até R$ 30.000,00 – R$ 529,13 Até R$ 35.000,00 – R$ 575,43 Até R$ 40.000,00 – R$ 628,34 Até R$ 45.000,00 – R$ 694,48 Até R$ 50.000,00 – R$ 740,78
Até R$ 60.000,00 – R$ 1.011,96 Até R$ 70.000,00 – R$ 1.177,32 Até R$ 80.000,00 – R$ 1.342,67 Até R$ 90.000,00 – R$ 1.514,64
Até R$ 100.000,00 – R$ 1.679,99 Até R$ 200.000,00 – R$ 1.851,96 Até R$ 300.000,00 – R$ 2.182,67
Até R$ 300.000.000,00 – R$ 2.519,99
Valor da causa – custas Até R$ 1.500,00 – R$ 121,26 Até R$ 3.000,00 – R$ 132,29
Até R$ 10.000,00 – R$ 154,33 Até R$ 25.000,00 – R$ 176,38 Até R$ 90.000,00 – R$ 220,47
Até R$ 200.000,00 – R$ 275,59 Até R$ 500.000,00 – R$ 330,71
Acima R$ 500.000,00 – R$ 551,18
TJSP
1%*valor da causa Mínimo: 5 UFESPs (R$ 132,65)
Máximo: 3.000 UFESPs (R$ 79.590,00) UFESP – R$ 26,53
4%*valor da causa Mínimo: 5 UFESPs (R$ 132,65)
Máximo: 3.000 UFESPs (R$ 79.590,00)
TJTO
Taxa:Até R$ 23.000,00 – 1%*valor da causa
Até R$ 117.000,00 – 1,5%*valor da causa Acima de R$ 117.000,00 – 2,5%*valor da causa
Mínimo: R$ 50,00 Máximo: R$ 50.000,00
Custas:1%*valor da causa Mínimo: R$ 24,00
Máximo: R$ 4.000,00
0,5%*valor da causa Mínimo: R$ 6,00
Máximo: R$ 96,00
Justiça Federal
5% do valor da causaMínimo: R$ 5,32
Máximo: R$ 957,69
5% do valor da causaMínimo: R$ 5,32
Máximo: R$ 957,69
STF R$ 415,56 Recurso Extraordinário:R$ 206,53
STJ R$ 372,22 Recursos Ordinários: R$ 348,49Recurso Especial: R$ 174,23
Justiça do Trabalho
2% do valor da condenação, após o término da açãoMínimo: R$ 10,64
Máximo: R$ 23.357,80
2% do valor da condenaçãoMínimo: R$ 10,64
Máximo: R$ 23.357,80Depósito recursal: valor da condenação.
Máximo no Recurso Ordinário:R$ 9.513,16
46
ANEXO II – VALORES ARRECADADOS COM CUSTAS E EMOLUMENTOS POR TRIBUNAL E A RELAÇÃO COM AS DESPESAS DA JUSTIÇA
Arrecadações e Despesas na Justiça Estadual, por tribunal, ano de 2018
PORTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RECOLHIMENTOS DIVERSOS DESPESA
ARRECADAÇÃO COM CUSTAS E EMOLUMENTOS EM RELAÇÃO À
DESPESA
1º Grupo: Grande porte
São Paulo 5.654.091.434 12.296.088.201 46%
Rio de Janeiro 838.708.248 4.345.519.367 19%
Minas Gerais 1.173.114.712 5.098.319.857 23%
Rio Grande do Sul 278.418.312 3.009.619.024 9%
Paraná 666.348.292 2.795.081.513 24%
2º Grupo: Médio porte
Bahia 456.199.488 3.698.069.245 12%
Santa Catarina 292.539.830 2.103.775.697 14%
Distrito Federal 29.761.627 2.741.990.960 1%
Goiás 509.798.374 1.940.334.484 26%
Pernambuco 178.604.843 1.565.695.622 11%
Espírito Santo 94.668.650 1.369.999.253 7%
Ceará 115.795.949 1.226.752.462 9%
Mato Grosso 196.002.333 1.515.295.623 13%
Pará 148.045.973 1.223.694.930 12%
Maranhão 121.859.599 1.200.343.245 10%
3º Grupo: Pequeno porte
Paraíba 76.011.257 770.286.844 10%
Mato Grosso do Sul 101.543.575 1.015.444.715 10%
Rio Grande do Norte 20.831.237 1.018.394.743 2%
Rondônia 94.635.317 643.435.410 15%
Sergipe 44.870.476 596.883.632 8%
Amazonas 64.158.099 863.260.794 7%
Piauí 94.375.566 614.561.719 15%
Alagoas 26.608.446 511.877.278 5%
Tocantins 52.305.573 569.981.174 9%
Acre 13.302.168 269.872.569 5%
Amapá 7.988.845 310.338.120 3%
Roraima 11.019.728 229.056.409 5%
Justiça Estadual 11.361.607.950 53.543.972.889 21%
Fonte: Justiça em Números 2019 (ano-base 2018).
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
47
Arrecadações e Despesas na Justiça Federal, por tribunal, ano de 2018
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS
RECOLHIMENTOS DIVERSOS DESPESA ARRECADAÇÃO COM CUSTAS E
EMOLUMENTOS EM RELAÇÃO À DESPESA
1ª Região 41.599.042 3.281.984.637 1,3%
2ª Região 22.871.876 1.866.078.645 1,2%
3ª Região 31.385.581 2.457.647.805 1,3%
4ª Região 29.554.493 2.143.756.121 1,4%
5ª Região 11.098.033 1.480.004.566 0,7%
Justiça Federal 136.509.024 11.229.471.774 1,2%
Fonte: Justiça em Números 2019 (ano-base 2018).
Arrecadações e Despesas na Justiça do Trabalho, por tribunal, ano de 2018
PORTE TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO
RECOLHIMENTOS DIVERSOS DESPESA
ARRECADAÇÃO COM CUSTAS E EMOLUMENTOS EM RELAÇÃO À DESPESA
1º Grupo: Grande porte
02ª Região (SP) 44.984.237 2.553.426.422 2%
15ª Região (Campinas) 47.581.103 1.655.362.470 3%
01ª Região (RJ) 27.162.720 2.120.438.447 1%
03ª Região (MG) 42.921.809 1.987.500.382 2%
04ª Região (RS) 39.140.001 1.639.088.969 2%
2º Grupo: Médio porte
09ª Região (PR) 67.720.586 1.040.447.295 7%
05ª Região (BA) 32.687.033 1.098.010.592 3%
06ª Região (PE) 21.771.378 812.664.479 3%
12ª Região (SC) 10.033.272 754.211.488 1%
08ª Região (PA/AP) 12.095.128 613.072.414 2%
10ª Região (DF/TO) 16.369.065 611.741.666 3%
18ª Região (GO) 19.508.453 561.387.961 3%
07ª Região (CE) 4.835.876 426.371.797 1%
11ª Região (AM/RR) 6.351.091 471.694.900 1%
3º Grupo: Pequeno porte
13ª Região (PB) 4.725.800 479.408.759 1%
23ª Região (MT) 9.828.051 313.292.560 3%
17ª Região (ES) 8.525.759 336.508.663 3%
14ª Região (RO/AC) 4.264.535 340.503.031 1%
21ª Região (RN) 5.735.812 280.026.088 2%
24ª Região (MS) 4.212.394 269.096.388 2%
16ª Região (MA) 1.939.998 227.250.550 1%
19ª Região (AL) 2.204.290 226.838.350 1%
20ª Região (SE) 3.678.912 183.455.840 2%
22ª Região (PI) 1.507.892 167.053.197 1%
Justiça do Trabalho 439.785.196 19.168.852.708 2%
Fonte: Justiça em Números 2019 (ano-base 2018).
48
Arrecadações e Despesas no STJ e TST, ano de 2018
TRIBUNAL RECOLHIMENTOS DIVERSOS DESPESA
ARRECADAÇÃO COM CUSTAS E EMOLUMENTOS EM RELAÇÃO À DESPESA
Superior Tribunal de Justiça 36.916.438 1.466.112.832 3%
Tribunal Superior do Trabalho 2.691.640 1.050.827.593 0%
Fonte: Justiça em Números 2019 (ano-base 2018).
DIAGNÓSTICOS DAS CUSTAS PROCESSUAIS PRATICADAS NOS TRIBUNAIS
49
ANEXO III – LISTA DE TABELASTabela 1— Valores simulados das custas judiciais, dependendo do valor da causa . . . . . . . . . . . . . . 18
ANEXO IV – LISTA DE FIGURASFigura 1 — Diferenciação entre os conceitos de custas processuais e taxa judiciária . . . . . . . . . . . . 11
Figura 2 — Modelo de Cobrança das Custas Processuais Iniciais, inclusa, quando for o caso, a Taxa Judiciária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 3 — Modelo de Cobrança das Custas Processuais Recursais, inclusa, quando for o caso, a Taxa Judiciária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 4— Valores das custas iniciais e das taxas judiciárias mínimas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 5 — Valores das custas iniciais e das taxas judiciárias máximas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 6 — Valores das custas iniciais e das taxas judiciárias mínimas x máximas . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 7 — Custas estimadas em uma ação judicial de R$ 100.000,00 e de R$ 1.000.000,00 . . . . . . . 19
Figura 8 – Quantidade de processos novos por 100 mil habitantes em relação ao IDH – Índice de Desenvolvimento Humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 9 – Estimativa das custas simuladas com o valor da ação estimado em R$ 100.000,00 e a relação com o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 10 – Valores das custas recursais mínimas, incluindo depósitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 11 – Valores das custas recursais máximas, incluindo depósitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 12 — Custas Recursais Máximas em Relação às Custas Iniciais Máximas . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 13 – Número de processos arquivados no período de 2015 a 2018 em que houve concessão de assistência judiciária gratuita, em relação ao total de arquivados não criminais no período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 14 – Percentual de processos com assistência judiciária gratuita, por segmento e por ano . 27
Figura 15 — Série histórica das despesas e arrecadações totais no Poder Judiciário . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 16 — Série histórica das arrecadações com custas e emolumentos diversos no Poder Judiciário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 17 — Percentual de arrecadações com custas e emolumentos diversos por segmento de justiça, ano 2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 18 — Valores arrecadados em relação ao número de processos ingressados sujeitos a cobrança de custas na Justiça Estadual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 19 — Valores arrecadados em relação ao número de processos ingressados sujeitos a cobrança de custas na Justiça Federal, no STJ e TST. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 20 — Valores arrecadados em relação ao número de processos ingressados sujeitos a cobrança de custas na Justiça do Trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
ANEXO III – LISTA DE TABELAS
ANEXO IV – LISTA DE FIGURAS